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Jorge Talixa
Depois do “ensaio” para a
reforma do mapa judiciário e
de ter recolhido várias
opiniões sobre a matéria, o
Ministério da Justiça divul-
gou, nas últimas semanas, um
documento mais avançado,
que designa por Linhas
Estratégicas para a Reforma
da Administração Judiciária.
A “filosofia” preconizada
aponta para uma centralização
de serviços e das principais
secções nas sedes de distrito.
No caso de Lisboa, pela sua
dimensão geográfica, a pro-
posta prevê três grandes
divisões: Grande Lisboa (sede
na capital), Sintra e Grande
Lisboa-Norte (sede Loures).
Nesta última integram-se os
municípios da região normal-
mente acompanhada pelo Voz
Ribatejana de Alenquer,
Arruda, Azambuja e Vila
Franca.
As mudanças previstas para a
região são múltiplas, sobretu-
do na comarca (abrange os
concelhos de Vila Franca e de
Arruda) e no círculo de Vila
Franca (abrange as comarcas
de Alenquer, Benavente e Vila
Franca). Também a intenção
de desligar Azambuja da
comarca do Cartaxo e de ligar
o município azambujense a
Alenquer e a Loures tem sido
criticada, inclusivamente pela
Câmara de Azambuja. Certo é
que a última proposta do
Ministério da Justiça já con-
templa cerca de 4000 proce-
ssos de movimento médio
anual na Comarca de Vila
Franca que tinham ficado
“esquecidos” no documento
anterior. E acrescenta a possi-
bilidade de instalação em Vila
Franca de uma secção central
do Tribunal do Comércio.
Mas reduz significativamente
em termos práticos o número
de juízes (17 para 12) e retira
a Vila Franca serviços como a
instrução criminal e o círculo
judicial (julgamentos de casos
mais complexos com tribunal
colectivo).
Maria da Luz Rosinha, presi-
dente da Câmara de Vila
Franca de Xira, disse, em
Fevereiro, ao Voz Ribatejana,
que a autarquia estava atenta e
que ia expor as suas preocu-
pações à ministra da Justiça.
Já na reunião camarária de
quarta-feira, a edil vila-fran-
quense apresentou uma pro-
posta de moção em defesa da
“manutenção da área jurisdi-
cional e das competências do
Tribunal de Vila Franca de
Xira”. O documento não
chegou a ser votado (devido
ao arrastar do período antes da
ordem do dia com a discussão
de outras matérias) e será
apreciado na reunião do pró-
ximo dia 11.
Explica, no entanto, que,
actualmente, Vila Franca é
sede de comarca e de círculo
judicial e possui, ainda,
Tribunal de Família e
Menores e Tribunal de
Trabalho. A moção lida por
Maria da Luz Rosinha
esclarece que a última propos-
ta do Governo prevê que Vila
Franca passasse a ter 5
secções judiciais. A 3ª. Secção
do Tribunal de família e
Menores (abarcando
Alenquer, Arruda, Azambuja
e Vila Franca), a 3ª Secção de
Trabalho (Vila Franca e
Arruda) e uma Secção de
Comércio (destinada a
questões que envolvam pes-
soas colectivas, mas ainda
sem a certeza de vir a ter com-
petência também para casos
de insolvência de pessoas sin-
gulares). A proposta governa-
tiva aponta, ainda, para a
instalação em Vila Franca de
uma Secção Cível e de uma
Secção Criminal (compe-
tentes para julgar pequenas e
médias instâncias relativas
aos concelhos de Vila Franca
e de Arruda).
“Com esta proposta, a
instrução criminal e as
grandes instâncias transitam
para o Tribunal de Loures”,
prosseguiu Maria da Luz
Rosinha, frisando que, ao
nível dos recursos humanos,
Vila Franca ficaria, assim,
com menos 5 juízes (de 17
para 12) e menos três
escrivães (de 8 para 5). Ao
mesmo tempo, a proposta do
Ministério da Justiça prevê a
criação em Vila Franca de
uma Secção do Tribunal do
Comércio que deverá
abranger os concelhos de
Alenquer, Arruda, Azambuja,
Cadaval, Lourinhã, Loures,
Odivelas, Sobral, Torres
Vedras e Vila Franca.
Por isso, a presidente da
Câmara acha que estas Linhas
Estratégicas para a Reforma
da Administração da Justiça
“penalizam e retiram
importância ao Tribunal de
Vila Franca de Xira, nas suas
competências recursos
humanos, o que causará
impactos negativos na estrutu-
ra social e económica do con-
celho (em particular na cidade
de Vila Franca), para além do
prejuízo evidente para os
cidadãos do concelho que
terão de deslocar-se a Loures
para tratar de assuntos e
matérias que até aqui resolvi-
am em Vila Franca”.
Por isso, Maria da luz
Rosinha propõe que a Câmara
solicite à ministra Paula
Teixeira da Cruz que o
Tribunal de Vila Franca possa
“ser considerado um distrito
judicial, mantendo a sua área
de jurisdição correspondente
ao Círculo e as competências
actuais, nomeadamente a rea-
lização de execuções,
instrução criminal e julga-
mentos de grandes instâncias,
no sentido de melhor servir as
populações”.
11 de Julho ’12
15h00
Junta de Freguesia
da Calhandriz
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Requalificação da Pracetada Justiça já prevê menosjuízes !?
A dúvida foi colocada por Bernardino Lima também comalguma ironia. O vereador da CDU quis saber se, tendoem conta a moção apresentada por Maria da Luz Rosinhae a redução dos lugares de estacionamento destinados amagistrados previstos na requalificação (em obra) daPraceta da Justiça, a Câmara, quando projectou estaobra, já sabia que o tribunal poderia ficar com menosjuízes. “Não tem nada a ver. Fez uma extrapolação que não temnada a ver”, afiançou a presidente Maria da Luz Rosinha,garantindo que os lugares definidos para magistrados nazona envolvente do tribunal “são exactamente os mes-mos” e que só há a redução de um lugar para carros celu-lares, em acordo com o tribunal.
A chamada reforma do mapa judiciário que o Governo quer
implementar está a gerar polémica acesa em vários pontos
do país, sobretudo pela intenção de fechar 54! tribunais. Em
Vila Franca de Xira, o problema não será tão complicado,
mas há também muitas vozes que contestam algum “esvazi-
amento” dos serviços existentes.
Vila Franca contra esvaziamento
dos serviços de justiça
02
DESTAQUE
“
voz ribatejana # 41
4 de Julho de 2012
03
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Clube Taurino também assinala 30 anos do monumento aocampino
O Clube Taurino Vilafranquense organiza, no dia 10, um conjun-to de iniciativas alusivo aos 30 anos do monumento ao campinoinstalado no centro da cidade. Paras 19h45 está marcada umahomenagem aos membros da comissão promotora do monumen-to, seguida do lançamento de um vinho evocativo. Às 21h30haverá um debate, nas instalações do clube, sobre o processo quelevou à construção deste monumento emblemático da cidade.
Deputado do CDS-PP reconhece
falta de condições da esquadraQuadro dereferência paraos tribunais
O novo estudo de reorganização do mapa judiciário divul-gado pelo Ministério da justiça ainda vai dar muita dis-cussão, mas apresenta já algumas linhas mais precisassobre o que poderá ser o futuro da justiça na região. Odocumento salienta que na Comarca de Vila Francaentram, em média, por ano, 6765 novos processos e queestão colocados nos diferentes serviços 17 juízes, 13 ma-gistrados do Ministério Público e 83 oficiais de justiça.Entre os processos destacam-se as execuções com umamédia de 2761 por ano, as médias instâncias criminaiscom 726 e os casos de competência do Tribunal deFamília e Menores (966). Para o futuro, o Ministérioprevê que Vila Franca passe a dispor de instâncias cen-trais de Trabalho, de Família e Menores e de Comércio ecom instâncias locais cível e criminal. Se assim for pa-ssarão a trabalhar nos serviços de justiça de Vila Franca12 juízes (menos 5), 18 magistrados do Ministério Público(mais 5) e 80 oficiais de justiça (menos 3).Já em Alenquer entram anualmente 3019 processos e tra-balham actualmente dois juízes, dois magistrados doMinistério Público e 18 oficiais de justiça. O estudo doGoverno prevê que o município de Azambuja deixe aComarca do Cartaxo e passe para a de Alenquer e queeste tribunal passe a contar com instâncias locais cível ecrime, com 3 juízes (mais 1), 3 magistrados do MinistérioPúblico (mais 1) e 15 oficiais de justiça (menos 3).
Conselho de magistratura contesta falta de juízes
O Conselho Superior de Magistratura (CSM), órgão quetutela os juízes, já se pronunciou sobre o primeiro ensaiode reforma do mapa judiciário divulgado pelo Governo econsidera que as secções centrais previstas para Lourestêm manifesta falta de meios. “Estas duas secções corre-spondem à fusão das Varas Mistas de Loures com oCírculo deVila Franca de Xira, uma vez que terão competência terri-torial nos concelhos actualmente abrangidos por estesTribunais. Mas, somando os juízes que, neste momento,exercem funções nesses tribunais, alcançamos o total de12 juízes (os auxiliares de Vila Franca de Xira desti-navam-se à substituição de titulares ausentes em comissãode serviço). Não se compreende como podem os sete juízespropostos assegurar o serviço actualmente a cargo de dozejuízes”, sustenta o CSM, que também não entende “acomposição de 5 juízes na jurisdição criminal pois queestes julgam sempre em colectivo (3) e, desta forma, doisdos juízes estariam sempre impossibilitados de julgarenquanto os outros estivessem na sala”.
J.T.
Nuno Magalhães, líder do
grupo parlamentar do CDS-
PP, visitou, na tarde de segun-
da-feira, a esquadra da PSP de
Vila Franca de Xira. O de-
putado centrista reconheceu a
evidente falta de condições da
unidade policial onde traba-
lham actualmente cerca de 40
efectivos e prometeu ques-
tionar o Ministério da
Administração Interna (MAI)
sobre eventuais medidas para
melhorar a situação da polícia
vila-franquense. Também pre-
sente na visita, o presidente
do Sindicato dos Profissionais
de Polícia, António Ramos,
sustentou que esta esquadra
não tem as mínimas
condições e lamentou alguma
“falta de vontade” dos
poderes políticos centrais e
locais para resolver o proble-
ma. A convite da Concelhia de
Vila Franca de Xira do CDS-
PP que, desta forma, procurou
também assinalar os 145 anos
da PASP e alertar para as más
condições da esquadra da sede
de concelho, Nuno Magalhães
inteirou-se da situação e con-
versou durante largos minutos
com os responsáveis da
esquadra. Para Filomena
Rodrigues, presidente da
estrutura local do CDS-PP,
esta é uma forma de levar
mais longe o alerta para a
necessidade de dotar a PSP de
Vila Franca de melhores
condições de trabalho.
“Não é uma esquadra exem-
plar em termos de condições
de trabalho e, infelizmente,
não é caso único no País”,
reconheceu Nuno Magalhães,
salientando que sobretudo na
Área Metropolitana de Lisboa
e especialmente entre Vila
Franca e Almada há vários
casos de esquadras instaladas
nos centros das cidades que
hoje não têm condições ade-
quadas de funcionamento.
“Foram criadas no centro das
cidades porque, na altura, o
tipo de criminalidade exigia
uma maior visibilidade e uma
maior proximidade. Foram
esquadras construídas sob
esse conceito de centro das
cidades. Mas hoje, tendo em
atenção a sofisticação de
meios e das formas de crimi-
nalidade, estas esquadras re-
velam, para além do enve-
lhecimento notório, sobretudo
dificuldades operacionais.
Acontece em Vila Franca e
em muitos pontos do país”,
vincou, frisando que todo este
conjunto de situações será de
“resolução necessariamente
lenta”. Nuno Magalhães
realçou o apreço que lhe
merecem os homens e mu-
lheres que continuam a dar o
seu melhor ao serviço da
esquadra de Vila Franca.
“Vamos inteirar-nos junto do
MAI para ver o que se pode
fazer. Foi-nos dito que haverá
espaços alternativos que
podem servir para instalar a
esquadra. Vou junto do senhor
ministro procurar saber o que
é que pode ser feito”, afi-
ançou, salientando, contudo,
que não quer criar falsas
expectativas porque sabe que,
num altura “em que o país tem
como prioridade sair da ban-
carrota” pensar em “construir
algo novo de raiz é muito difí-
cil”. Por isso, Nuno
Magalhães acha que a melhor
alternativa será tentar encon-
trar espaços que possam ser
bem aproveitados e dotar a
PSP vila-franquense de me-
lhores condições. Nesse caso,
estão as antigas instalações da
GNR na cidade, que
chegaram a ser equacionadas
para esse fim.
Sindicato aponta “falta
de vontade”
Já António Ramos, presidente
do Sindicato dos
Profissionais de Polícia, que
trabalhou durante muitos anos
na esquadra de Vila Franca,
sublinha que este rés-do-chão
foi adaptado, há cerca de 40
anos, para trabalharem ali 17
agentes da polícia municipal.
Mas na década de 80
chegaram a estar ali colocados
cerca de 85 efectivos, o que
fazia com que trabalhassem
com menos de 1 metro
quadrado para cada um. Com
a criação da Divisão de Vila
Franca, sedeada em Alverca,
alguns serviços policiais pa-
ssaram para as instalações da
cidade alverquense e outros
para a Póvoa. De qualquer
forma, a velha esquadra con-
tinua a ser manifestamente
insuficiente para os 40 efe-
ctivos que ali trabalham.
“Continuamos a ter aqui umas
instalações sem condições
mínimas, nem para o atendi-
mento público, nem para os
profissionais. As secções são
cubículos. Já se justifica que
Vila Franca tenha instalações
condignas para a polícia. Mas,
se calhar, não tem havido von-
tade política no Ministério e,
se calhar, também um bocado
autárquica”, sustenta o diri-
gente sindical, lembrando que
ao longo dos últimos 20/30
anos já se falou em vários te-
rrenos para uma nova
esquadra e já se realizaram
várias cerimónias de apresen-
tação e lançamento de obras
que nunca se fizeram.
Também por isso, António
Ramos defende que, nesta
altura, a melhor solução seria
adaptar o antigo quartel dos
bombeiros ou as antigas insta-
lações da GNR. “Nós como
sindicato vamos também,
junto do MAI, pôr esta
questão, mas a autarquia
devia ter também aqui um
papel mais importante a
desempenhar”, concluiu.
Jorge Talixa
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05
4 de Julho de 2012
Jorge Talixa
O projecto de construção de
um porto fluvial vocacionado
para o tráfego de mercadorias
em Castanheira do Ribatejo
vai avançar e deverá estar em
obras já no próximo ano,
garantiu a presidente da
Câmara de Vila Franca de
Xira em declarações ao Voz
Ribatejana. O empreendi-
mento, liderado pela
Companhia do Porto da
Castanheira, Lda, aposta na
ligação à vizinha Plataforma
Logística de Lisboa-Norte
(PLLN) e na possibilidade de
descarregar na Castanheira
mercadorias transportadas
Tejo acima em barcaças, que
sejam a partir dali distribuí-
das para o resto do País por
via ferroviária ou rodoviária.
A Câmara de Vila Franca de
Xira aprovou, na sua reunião
de quarta-feira, uma declar-
ação de interesse público
municipal do projecto do
Porto Fluvial da Castanheira.
O processo segue, agora, para
apreciação da Assembleia
Municipal e, uma vez
aprovado, permitirá instruir o
pedido de desafectação das
reservas Ecológica e Agrícola
nacionais dos terrenos
necessários. Trata-se de uma
parcela situada entre os 100
hectares da PLLN e a
margem do Tejo, que benefi-
ciária também da proximi-
dade da Linha do Norte e da
estação terminal da
Castanheira e do novo nó de
acesso à Auto-Estrada do
Norte (A 1) que a Brisa
acabou de construir, num
investimento próximo dos 19
milhões de euros. Segundo
Maria da Luz Rosinha, o
Porto da Castanheira, “terá
um ponto de apoio para trans-
bordo de mercadorias que,
depois, seguem por trans-
porte ferroviário ou
rodoviário. O que se vai aqui
ganhar é realmente retirar
milhares de camiões das
estradas. As estradas
nacionais 1 e 10 e a A1 são
hoje ponto de passagem de
viaturas pesadas de trans-
porte de mercadorias para
diversos pontos do País, o
que significa que este projec-
to vai aliviar o concelho
dessa sobrecarga”, salienta a
edil. A autarca socialista pref-
ere não adiantar quem são os
accionistas da Companhia do
Porto da Castanheira, mas
sublinha que é uma empresa
de capitais portugueses já li-
gada aos transportes fluviais
na área de Lisboa. O investi-
mento, de acordo com os
estudos efectuados, envolve
“bastantes milhões de euros”
e as obras, segundo Maria da
Luz Rosinha, deverão
avançar já em 2013.
Certo é que, em 2007, com o
lançamento das obras da
PLLN pelo grupo espanhol
Abertis surgiu, desde logo, a
ideia de alargar a intermoda-
lidade do projecto às vias flu-
vial e ferroviária. O então
ministro Mário Lino apoiou
publicamente a ideia e a
Abertis suportou os
primeiros estudos, feitos em
articulação com a
Administração do Porto de
Lisboa (APL) e com a Refer.
As conclusões foram muito
favoráveis e a APL afirmou
que era viável este transporte
de mercadorias em barcaças
ao longo dos 40 quilómetros
de estuário do Tejo que sepa-
ram Lisboa da Castanheira. A
ideia será, sobretudo, desca-
rregar mercadorias para bar-
caças em alto mar e transferi-
las directamente para meios
rodoviários e ferroviários na
Castanheira, sem passar pelo
Porto de Lisboa. No sentido
inverso, poderá haver algum
carregamento de mercadorias
na Castanheira.
Desassoreamento
O projecto da PLLN não cor-
reu bem, sobretudo devido ao
impacto da crise económica
(ver caixa) e passou da
Abertis para outra companhia
espanhola, a Saba, mas Maria
da Luz Rosinha garante que
não é a Saba que está a
desenvolver o projecto do
porto fluvial. “Desde que a
plataforma logística esteja a
funcionar, terá forçosamente
uma grande articulação com
a plataforma”, prossegue a
edil, frisando que o projecto
do cais fluvial estará mais
vocacionado para as mer-
cadorias, mas poderá servir
também o turismo. “Quando
o criamos para as mercado-
rias, criamos condições para
as questões do turismo virem
associadas, porque hoje um
dos problemas que afecta o
nosso rio é o do assoreamen-
to”, admite a presidente da
Câmara de Vila Franca que,
disse ao Voz Ribatejana, que
sabe que este projecto do
porto fluvial contempla tam-
bém uma articulação de
esforços entre a APL e a
Companhia do Porto da
Castanheira, com a APL a
desenvolver trabalhos de
desassoreamento mais para
sul, na zona da Ponte Vasco
da Gama e das calas Norte e
das Barcas e a empresa priva-
da a intervir mais para Norte,
no concelho de Vila Franca.
“Criam-se condições para o
transporte de mercadorias e
haverá também melhores
condições para o turismo flu-
vial”, conclui.
A conclusão da primeira fase das obras deconstrução do novo acesso à Auto-estradado Norte (A 1) que vai servir a Castanheirae a PLLN veio suscitar uma nova contro-vérsia. É que em plena A 1 são visíveis pla-cas indicativas da plataforma logística pin-tadas com doistraços vermelhosque denotam quea PLLN, na práti-ca, ainda nãoexiste. O vereador social-democrata Rui Reireparou nesta situ-ação e na enormeproximidade entreos nós daCastanheira e doCarregado. “Paraquem foi ouvindoao longo dos anosque as entidadesnão autorizavam aabertura de um nóde acesso nos Caniços ou no Sobralinhoporque estariam demasiado perto do deAlverca, quero-vos dizer que, se se colo-carem no carro, vão ver que entre o nó deacesso à plataforma e a saída do Carregadonão distam 50 metros. Isto é brincar comtoda a população do sul do concelho, que
apanha horas e horas de filas para chegarao nó de Santa Iria”, criticou o autarca doPSD, lamentando a forma como foramsucessivamente avançados argumentos pelaBrisa para não construir os nós dosCaniços e do Sobralinho e lembrando que
na A 1 não foicolocada umaplaca indicativada Castanheira.Maria da LuzRosinha adiantouque a sinalizaçãoda A 1 é da com-petência daBrisa, as prome-teu colocar oproblema à con-cessionária deauto-estradas. JáNuno Libório,vereador daCDU, observouque o processo daPLLN é mais
uma prova da forma como o podereconómico se sobrepõe ao poder político.“Foi muito mais simples licenciar os aces-sos à plataforma do que resolver o proble-ma de nós que já têm décadas”, referiu,aludindo também aos reclamados nós dosCaniços e do Sobralinho.
A Castanheira vai ter um porto fluvial capaz de dinamizar o transporte de mercadorias no
Tejo. O projecto tem o apoio da Câmara de Vila Franca e da Administração do Porto de
Lisboa e as obras poderão arrancar já em 2013.
Porto fluvial na Castanheira vai relançar
transporte de mercadorias no tejo
Estudo daAPL realçavantagensJá em 2010, a APL divul-gou um estudo sobre amultifuncionalidade doPorto de Lisboa, onderealçava a virtudes dotransporte fluvial de mer-cadorias entre Lisboa e aCastanheira do Ribatejo.Um projecto que “repre-senta um investimentopouco significativo, emtermos relativos, mas cujoresultado pode ter umgrande impacto, ao nívelda sustentabilidadeeconómica e ambiental eda competitividade doporto”, refere o estudo,considerando que o pro-jecto “não está condi-cionado por grandesinvestimentos” e que jáhá privados com pedidosde licenciamento paraoperar nesta área.
Plataforma logísticacontinua paradaO projecto da Plataforma Logística de Lisboa Norte,apoiado pelo primeiro governo de José Sócrates e classifi-cado como PIN (Potencial Interesse Nacional), correumal. A Abertis investiu mais de 50 milhões de euros (oplano inicial previa um investimento global de 265 mil-hões e mais de 5000 postos de trabalho directos) nasmovimentações de terras e nas infra-estruturas. Masainda não avançou a construção de nenhuma nave,porque ainda não haverá nenhum contrato firmado, devi-do à retracção originada pela crise. A oposição camaráriavila-franquense aponta regularmente o problema, com aCDU a criticar a forma como o Município empenhoualguns milhões de euros na aquisição de terrenos e con-strução de acessos à PLLN e o PSD a criticar a formacomo os socialistas desbloquearam a aprovação de todosestes acessos e não resolveram os problemas de acessibili-dades no sul do concelho.“A Abertis, quando investiu mais de 50 milhões naplataforma, não o fez certamente para perder. Nestemomento em que quase tudo está paralisado, o que espe-ramos é que seja ainda dada continuidade àquele investi-mento, obviamente que num outro quadro”, defendeu apresidente Maria da Luz Rosinha, que diz que continua aacreditar que a PLLN “será uma boa aposta para o desen-volvimento económico do concelho”.“A última informação que temos é que só avançarão nomomento em que tiverem clientes para os espaços. Masacredito que isso um dia será verdade”, disse a autarca aoPÚBLICO.
Placa “bloqueada” dá polémica
A declaração de interesse municipal foidiscutida na última reunião camarária
Programa do Colete Encarnado gera alguma divisão
A maioria dos leitores do blog do Voz Ribatejana está sa-tisfeito com o programa do Colete Encarnado, masnota-se alguma divisão de opiniões. De facto, 66 porcento dos que se pronunciaram non inquérito que pro-movemos acham que o programa da grande festa vila-franquense está bem assim e não precisa de ser alte-rado ou modernizado. Mas outros 33% têm opiniãocontrária e defendem alterações no programa do Colete.
33%
não
66%
sim
ESPECIAL COLETE ENCARNADOPrograma 2012
Quinta -feira | 5 de julho
20h00 – Jantar de Tertúlias *Mercado Municipal
22h30 – Inauguração da Exposição “Glórias em Vila Franca
” - Celeiro da Patriarcal
– Fado com “António Pinto Basto”
*Reservado a tertúlias convidadas
Sexta -feira | 6 de julho
11h00 – Animação itinerante com Bandinha Amigos da
Música (Mercado Municipal e Praça Afonso de
Albuquerque/Largo da Câmara)
18h00 – Espera de Toiros seguida de largada
20h00 – Animação Musical no Palco de Sevilhanas.com -
Rua Dr. Manuel de Arriaga
20h15 – Concentração na Praça Afonso de
Albuquerque/Largo da Câmara
- Desfile de Tertúlias e Coletividades até ao Largo Conde
Ferreira, para a Missa Rociera
20h30 – Missa Rociera na Igreja Matriz (Rua Gomes Freire),
com o Coro Rociero “Cortijo Alto”, seguida dos fadistas de
Vila Franca de Xira
22h00 – Animação itinerante nas ruas da cidade, Praça
Afonso de Albuquerque (Largo da Câmara), Largo Telmo
Perdigão e Bica do Chinelo e outras ruas da cidade
23h00 – Concerto no Palco da AV Pedro Victor com Paulo
Brissos- Sevilhanas.com,
Música popular e Fado com os fadistas de Vila Franca de
Xira - Largo da Misericórdia
Sábado | 7 de julho
00h15 -Animação no Palco da AV Pedro Victor com a Banda
“Ensemble Song”
02h00 - Animação no Palco da AV Pedro Victor com o DJ
“Diego Miranda”
9h00 – Feira de Velharias, Colecionismo e Artesanato
Urbano no Jardim Municipal – Organização da Junta de
Freguesia de Vila Franca de Xira
10h00 – Concentração de Campinos e Deposição de uma
coroa de flores no Monumento ao Campino | Comemoração
do 30.º Aniversário do Monumento ao Campino - Av. Pedro
Victor
10h20 - Inauguração da Rua dos Varinos (antiga Travessa do
Mercado)
10h30 – Corridas de Campinos na Praça de Toiros Palha
Blanco
- Concerto na Praça Afonso de Albuquerque (Largo da
Câmara) com a Banda do Ateneu Artístico Vilafranquense
- Animação itinerante, no Mercado Municipal e Largo da
Câmara
11h00 – Ranchos Folclóricos Jardim Municipal
16h00 - HOMENAGEM AO CAMPINO na Praça Afonso de
Albuquerque (Largo da Câmara)
- Chegada do X Cruzeiro da Moita / Vila Franca de Xira /
Moita - Concentração de barcos tradicionais no Cais de Vila
Franca de Xira
16h30 - Desfile de campinos, cavaleiros e amazonas pelas
ruas da cidade
17h30 – Animação Musical no palco Sevilhanas.com (Rua
Dr. Manuel de Arriaga)
18h30 – Espera de Toiros seguida de largada
22h00 – Animação itinerante nas ruas da cidade - Animação
no Palco do Mercado Municipal com Música Popular
Portuguesa e no Palco dos Bombeiros Voluntários com a
“Banda Tirikeda” 22h30 – Animação no Palco do Mártir
Santo (R Dr. Miguel Bombarda) e no Palco da Misericórdia
22h30 – Noite da Sardinha Assada (nos postos públicos, R.
1º de Dezembro, R. Almirante Cândido dos Reis, R. Serpa
Pinto e Bombeiros Voluntários V.F.Xira )
23h30 – Animação no Palco da AV Pedro Victor com a
Banda “Con Sabor”- Animação no Palco da Misericórdia
com Música Popular e Fado Marialva
Domingo | 8 de julho
01h15 – Zumba Fitness no Palco da AV Pedro Victor
01h45 - Animação no Palco da AV Pedro Victor com a
Banda “Sonido Andaluz”
02h00 – Garraiada da Sardinha Assada na Praça de Toiros
Palha Blanco
03h30 – Distribuição de Caldo Verde (R 1º Dezembro)03h45
- Zumba Fitness no Palco da AV Pedro Victor
04h00 – Atuação de “ Tirititran by Sevilhanas.com” no Palco
da AV Pedro Victor
10h00 – Demonstrações de Atividades Desportivas – Aula de
Combat / Jam com os professores Patricia Henriques e
André Silva
10h30 – Espera de Toiros seguida de Largada
14h00 – Transmissão, em directo, do programa televisivo da
TVI “Somos Portugal”
15h00 – Ranchos Folclóricos, no Largo da Câmara
16h30 – Animação itinerante no Largo da Câmara e ruas da
cidade – Animação Infantil no Jardim Municipal
18h00 – CORRIDA DE TOIROS Praça de Toiros Palha
Blanco
18h00 - Animação Musical no palco de Sevilhanas.com (Rua
Dr. Manuel de Arriaga)
22h00 – Fado no Palco da AV Pedro Vitor com “Rodrigo”
24h00 – Fogo-de-artifício no Tejo
Encerramento
Apesar da crise financeira que afecta o País, o Município de Vila Franca de Xira garante que procurou assinalar da me-
lhor forma os 80 anos do Colete Encarnado, optando por não reduzir os custos da maior festa da cidade sede de concelho.
Para além do programa habitual, o Colete integra, este ano, algumas novidades como a participação de toiros não seleciona-
dos para corridas nas largadas de sábado, a inauguração da Rua dos Varinos e a comemoração dos 30 anos do monumen-
to ao Campino.
Festa faz 80 anos e tem
programa reforçado
Jorge Talixa
O Colete Encarnado vai ter,
este ano, um programa
reforçado, apesar da crise que
afecta o País e a maior parte
das suas instituições. A
Câmara de Vila Franca de
Xira entende que, ao celebrar
80 anos de existência, a prin-
cipal festa da cidade e do
concelho deve manter toda a
sua dinâmica, esperando a
habitual visita de mais de 100
mil pessoas nos três dias do
evento. O programa segue o
modelo já tradicional, mas
destacam-se algumas novi-
dades, como os directos para
um programa da TVI na tarde
de domingo, a inauguração
da Rua dos Varinos, a
comemoração do 30º. aniver-
sário do monumento ao
campino e a participação de
toiros de meio encaste
(preparados mas não sele-
cionados para corridas) nas
espera e largadas de sábado.
A animação está, desta vez,
mais baseada na prata da
casa, com realce para o con-
certo de Paulo Brissos na
noite de sexta-feira.
“O meu sentimento é que, de
ano para ano, temos vindo a
melhorar aquilo que são as
nossas diversas parcerias, o
que permite harmonizar a
festa e criar motivos de ani-
mação e de diversão para os
milhares de pessoas que hão-
de de passar por Vila Franca
durante a próxima semana”,
disse Maria da Luz Rosinha,
presidente da edilidade vila-
franquense, na conferência
de imprensa de apresentação
do Colete Encarnado e da
Semana da Cultura
Tauromáquica, realizada no
dia 22. Ladeada por represen-
tantes dos diversos parceiros
(Grupo de Forcados, empresa
Tauroleve, Casa Mário
Coelho e Clube de
Campismo “As Sentinelas”)
e pelo campino homenageado
Vítor Guerreiro da Silva, a
autarca salientou que, este
ano, o Colete Encarnado vai
também integrar homenagens
a duas grandes figuras da
campinagem que faleceram
nos últimos meses: José
“Canário” e José Laureano.
“O Zé Canário já tinha sido
também homenageado na
década de 80. Sendo uma
figura marcante das festas de
Vila Franca também foi dis-
tinguido no Colete
Encarnado. Ao mesmo
tempo, o campino José
Laureano, que era o único
campino ainda vivo dos 50
que participaram no primeiro
Colete Encarnado, também
vai ser homenageado. À
família será entregue uma
distinção em memória do
primeiro Colete Encarnado e
dos 80 anos deste grande
acontecimento”, explicou.
“Praticamente não cortámos
nenhuma despesa e o Colete
Encarnado vai ter o mesmo
brilho. Sendo a nossa festa
maior, merece o investimen-
to. Seguramente, vai ser uma
grande festa”, rematou.
Toiros de meio encastenas largadas de sábadoOutra das novidades desta edição do Colete Encarnadoserá a apresentação de quatro toiros de meio encaste(toiros criados para corridas mas que não chegam a serselecionados e lidados em praça) nas esperas e largadasde sábado. “Fizemos reuniões com as tertúlias acerca daforma como devíamos construir a Festa e, nessas conver-sas, surgiu a possibilidade de se recuperar uma coisamuito antiga e que se perdeu, que tinha a ver com toirosde meio encaste. Por isso, vamos ter de novo esperas elargadas, no sábado, com quatro toiros de meio encaste daGanadaria Vaz Monteiro. Esperamos que seja um suce-sso”, vincou Maria da Luz Rosinha.
Missa Rociera na sextaA Missa Rociera (com influência flamenca) transformou-se, nos últimos anos, numa tradição do Colete Encarnado.Na noite de sexta-feira (20h15) dá-se a concentração derepresentantes das tertúlias e colectividades no largo daCâmara, que desfilam, depois, até ao Largo CondeFerreira. Ali, na Igreja Matriz, a Missa Rociera tem inícioprevisto para as 20h30, com a participação do cororociero espanhol “Cortijo Alto” e de fadistas de VilaFranca.
Espectáculos na PedroVictorA música tem sempre um lugar muito especial no ColeteEncarnado. Pelo palco principal da festa, instalado naAvenida Pedro Victor, vão passar figuras como o vila-franquense Paulo Brissos e o DJ Diego Miranda (noite dedia 6), as bandas Con Sabor e Sonido Andaluz (dia 7) e ofadista Rodrigo (dia 8). Haverá também fado na noite dedia 6 na Patriarcal (António Pinto Basto) e no Largo daMisericórdia na noite de sábado com fadistas de VilaFranca. Não faltarão igualmente os grupos de sevilhanase os ranchos folclóricos ribatejanos.
Monumento ao campinofaz 30 anosO Monumento ao Campino colocado no centro de VilaFranca, junto à estação dos Correios, foi inaugurado emJulho de 1982. Os seus 30 anos vão ser celebrados nesteColete Encarnado, com uma cerimónia prevista para amanhã de sábado, logo após a concentração de campinos.A escultura de Soares …. foi selecionada e instaladanaquele local na sequência de uma iniciativa e de umasubscrição pública organizada por um grupo de vila-fran-quenses que incluiu Saavedra Valente
Vítor Guerreiro da Silva é mais conhecido entre os seus colegas campinos por Vítor “Japão”. No sábado à tarde vai ser hom-
enageado no Colete Encarnado. O campino, natural de Benavente, mostra-se preocupado com o futuro da campinagem
porque, diz, são já poucos os que trabalham no campo a cavalo.
Campino Vítor “Japão”
homenageado
Jorge Talixa
Vítor Manuel Guerreiro da
Silva sempre gostou de
guardar gado. Não tinha
campinos na família, mas o
sonho começou a ganhar
forma com apenas 7 anos,
quando foi trabalhar com as
vacas na Herdade do Monte
Gato, em Benavente, sua
terra natal. Ganhava apenas
sete escudos e cinquenta, por
esses anos da década de 50,
mas tomou-lhe o gosto e
agarrou o sonho de ser
campino logo que regressou
da tropa. Hoje, à beira dos 65
anos e da reforma, ainda
guarda 210 cabeças de gado
na Companhia das Lezírias.
Vítor “Japão”, como é con-
hecido, vai ser o campino
homenageado nestes 80 anos
do Colete Encarnado.
Mostra-se, contudo, preocu-
pado com o futuro da camp-
inagem e receia que, depois
do desaparecimento das
dezenas de campinos da sua
geração, muitos poucos
restem na Lezíria ainda a
tomar conta de gado a cavalo.
“Os campinos que temos
agora aí, a maior parte já não
são campinos. A andar no
dia-a-dia a cavalo como eu já
são poucos. Acabando esta
geração de campinos mais
ve-lhos, isto é capaz de mor-
rer um bocado. A vida vai ser
diferente”, admite o campino
homenageado no Colete
Encarnado de 2012, que
reconhece, todavia, que
“agora há melhores
condições, temos horário de
trabalho, entramos às 8 e saí-
mos às 5 da tarde”, explica
Vítor “Japão” que vai entrar
no final deste ano na reforma.
Depois de passar por várias
casas ao longo de quase 50
anos de campinagem voltou,
mais recentemente à
Companhia das Lezírias,
onde toma conta de 148
cabeças de raça preta, de 29
de raça Charolesa e de 34
Limousines. Considera-se
um “campino à moda antiga”
e gosta de fazer tudo a pre-
ceito, salientando que os
ensinamentos dos mais vel-
hos o ajudaram a fazer
respeitar o ferro das casas por
onde passou.
A homenagem ao campino,
na tarde de sábado (16h00), é
sempre um dos pontos altos
do Colete Encarnado, com a
entrega do pampilho de
honra, que, este ano, terá o
nome de José da Costa
Laureano. Segue-se o desfile
de campinos, cavaleiros e
amazonas pelas ruas da
cidade.
Rosinha confia namanutenção da Companhiadas Lezírias na alçada doEstadoVítor “Japão” disse, ao Voz Ribatejana, que não temopinião sobre o futuro da Companhia das Lezírias e sobrea forma como a empresa em que trabalha tem tratado asquestões da criação de gado. Já Maria da Luz Rosinhapronunciou-se sobre a grande empresa agrícola sedeadaem Samora Correia, que tem a maior parte dos seus 20mil hectares nos concelhos de Benavente e de VilaFranca. A edil reuniu, recentemente, com a nova adminis-tração da Companhia. “É uma entidade de particularimportância não só no contexto local, como no nacional.É uma riqueza de grade dimensão”, salientou, frisandoque nos últimos anos, a Companhia das Lezírias “temvindo a registar exercícios com resultados positivos”.“A sua propriedade não pode, nem deve, ter qualqueralteração em relação aos seus objectivos. Em altura nen-huma tivemos preocupações quanto ao futuro daCompanhia quando se agitava o fantasma da privatização.Hoje, estamos bastante mais tranquilos, tanto mais quecomeça a ser bem realçada a necessidade do próprio paísvoltar a aproveitar mais a agricultura”, concluiu a presi-dente da Câmara de Vila Franca.
114 de Julho de 2012
voz ribatejana # 41
Chikigentil apoia famíliascarenciadasUm grupo de voluntárias empenhadas em ajudar famíliascarenciadas decidiu constituir a “Chikigentil, coraçãocom pernas”, com o objectivo de dinamizar mais as suasactividades solidárias. Vão estar presentes nas Feiras deArtesanato e Velharias que se realizam, no primeiro sába-do de cada mês, em Vila Franca de Xira, a próxima já nodia 7. Esta banca solidária vai ter bijutarias, alfazema,bibelots, caixas de flores secas, quadros,livros e compotas. E as receitas des-tinam-se a ajudar famílias caren-ciadas com roupas, calçado,brinquedos, alimentos e bensmateriais. Os interessadospodem contactar este grupo vol-untário através do endereç[email protected].
Miguel António Rodrigues
Já lá vão mais de 30 anos, mas
os primeiros dias que levaram
à edificação deste sonho estão
bem presentes na memória do
homem que é o rosto da casa
que, a poucos dias da festa do
Colete Encarnado, recebeu o
Voz Ribatejana. Luís Valença
lembra-se dos amigos que o
ajudaram neste sonho. Um
sócio espanhol e Fernando
Palha.
Recorda que tudo começou
com um cavalo, o “Sultão”. O
animal, que em 2004 viria a ser
condecorado pelo Município
de Vila Franca de Xira, foi o
motor de tudo. Lembra o
responsável que um antigo
estudante lhe quis comprar um
cavalo, “tinha de ser ensinado
por mim que era o professor
dele”. Nos primeiros anos o
cavalo ficou em sua casa,
ainda em Lisboa. Desse “negó-
cio” veio a cimentar-se uma
amizade. “O cavalo veio a re-
velar-se uma estrela na nossa
vida, porque abriu-nos várias
portas”.
Na altura, Luís Valença traba-
lhava num picadeiro pequeno
em Lisboa e o homem que
mais tarde viria a ser seu sócio
ofereceu-se para financiar a
construção de um centro
equestre. Depois de alguma
procura, Luís Valença decidiu-
se pelo concelho de Vila
Franca de Xira, após uma con-
versa com Fernando Palha que
lhe disse: “Eu tenho um sítio
que parece feito por deus para
fazer um centro equestre”.
Valença diz nunca mais ter
esquecido as palavras de um
dos homens mais importantes
do mundo dos toiros e cavalos
do país.
O mentor do Centro Equestre
da Lezíria Grande (CELG)
diz-se um homem orgulhoso
da sua obra. Uma obra fami-
liar, onde as filhas o genro e os
netos partilham das mesmas
paixões. Este é “o jardim mais
bonito de Vila Franca de Xira”,
sublinha, lembrando que antes
“o terreno não tinha uma flor,
uma pedra, não tinha nada”. A
instituição que já tem nas suas
boxes mais de 60 cavalos, é
uma montra aberta para o
mundo. Valença salienta que o
CELG tem cerca de dez a doze
cavalos que utiliza nos espec-
14voz ribatejana # 41
Exposições marcantesO Colete Encarnado 2012 e a Semana da CulturaTauromáquica que o antecede ficam, também, marcadospor um conjunto de exposições. O destaque principal vaipara a mostra “Glórias em Vila Franca – Momentos daFesta”, que será inaugurada na noite de quinta-feira(22h30) dia 5 de Julho, no Celeiro da Patriarcal, numacerimónia que inclui momentos de fado com AntónioPinto Basto. “Pretendemos homenagear figuras de VilaFranca e figuras que, não tendo nascido em Vila Franca,têm com a nossa terra uma fortíssima relação. Vai seruma excelente forma de honrar Vila Franca e as figurasque na Palha Blanco tiveram um protagonismo especial”,explicou Maria da Luz Rosinha.Esta é uma grande exposição que vai ficar patente naPatriarcal até 14 de Outubro, permanecendo aindadurante a Feira de Outubro e na data do aniversário dosForcados de Vila Franca. Já no Museu Municipal vila-franquense vai estar patente uma exposição sobre os 80anos dos Forcados de Vila Franca.Até 15 de Julho ficam patentes exposições inauguradasdurante a Semana da Cultura Tauromáquica. No salãonobre dos Paços do Concelho pode visitar uma mostra depintura de Humberto Parra e na escadaria da autarquiavila-franquense estão expostos fatos de tourear. Já noespaço da Rua Miguel Bombarda, nºs 155 a 161 estãopatentes uma exposição de leques e esculturas da festa dosséculos XVII a XIX e uma mostra comemorativa dos 80anos do Grupo Tauromáquico Sector 1. Já no NúcleoMuseológico do Mártir santo pode ser vista umaexposição de pequenas capillas (oratórios que acompa-nham os toureiros) intitulada “Fé e Devoção”.“Fizemos o possível para manter o mesmo nível que tive-mos em anos anteriores”, afiançou o matador de toirosMário Coelho na conferência de imprensa de apresen-tação do Colete Encarnado e da XXIII Semana daCultura Tauromáquica, considerando que “são exposiçõesde muito interesse. Há peças que nunca se viram em VilaFranca, como os leques e abanicos pintados à mão porgrandes pintores da época”.
Edificado no início da década de 80, o Centro Equestre Lezíria Grande tem sido um verdadeiro embaixador da cultura e
do Cavalo Lusitano em Portugal e no Mundo. Com 32 anos de actividades ininterruptas, a instituição que nasceu do sonho
de Luís Valença, já ensinou centenas de pessoas, e levou muitas mais a apaixonarem-se não só pela arte equestre, como tam-
bém pela inteligência, personalidade e lealdade do Cavalo Lusitano.
Arte equestre de
Política e toiros hoje em debate
“A Política e os Touros” é o tema do colóquio que serealiza na noite de dia 4 de Julho no salão nobre daCâmara de Vila Franca e que encerra o programa daXXIII Semana da Cultura Tauromáquica. A sessão,moderada por Enrique Piriz, conta entre os oradorescom Demetrio Perez (ex-delegado da Junta daAndalucia), Francisco Moita Flores (presidente daCâmara de Santarém) e Maria Gabriela Canavilhas(deputada e ex-ministra da Cultura). “É um temaimportantíssimo. A Festa tem sido seguida em muitascríticas ultimamente. Enquanto não dermos as mãospara vencer esses obstáculos, estaremos a ser ultra-passados”, avisou Mário Coelho.
Luís Valençapsicólogo decavalos
Há décadas a treinar ca-valos, Luís Valençalamenta o facto de muitosanimais chegarem à insti-tuição com vários trau-mas. Refere ao VozRibatejana que não costu-ma falar com os cavalos,antes pelo contrário “sãomais as vezes que os cava-los desabafam comigo, doque desabafo eu comeles”. Destaca que há ani-mais que chegam emstress físico vindos de ca-valeiros “que têm poucaconsciência do quefazem”. Quando chegam,“os cavalos estranham otratamento diferente quetêm aqui”. Por isso rejeitacom humor que se digaque é o psicólogo deserviço aos equinos, “épor isso que digo queestranham o tratamento eque desabafam o mautratamento que tiveram”.“O cavalo é como umbebé que não tem con-sciência do que faz. Ocavalo a mesma coisa.Tem sentimentos, mas nãosabe explicar”. LuísValença destaca que maisdo que uma vez já com-prou cavalos com proble-mas psíquicos e depoistemos de transformar onegativo no positivo”.
O SultãoO actor Americano de vários filmes westerns KirkDouglas foi um apaixonado pelo cavalo Sultão. LuísValença não menospreza as várias homenagens de que ocavalo foi alvo em todo o mundo, mas destaca o facto doactor se ter afeiçoado ao Sultão de tal forma que escreveuum romance, tendo o cavalo assumido a personagem prin-cipal.Corria o ano de 1989 quando o actor visitou o CentroEquestre da Lezíria Grande. Na altura, Luís Valença con-vidou-o a montar o Sultão “e o homem até chorou. Eu atépensei que era fácil ele chorar porque era actor de cine-ma, mas ele disse-me que não. Que estava comovido”.Um mês depois de ter passado por Vila Franca, KirkDouglas telefonou a Valença onde o informou que estavaa escrever o tal romance sobre o cavalo. Entretanto, oactor mandou a Portugal a sua secretária para tomaralguns apontamentos e, um ano depois, saiu um romancecom o titulo “The Gift”. Valença recorda com emoção omomento e destaca o facto de na primeira página estarescrito que é “um romance inspirado nos momentos quepassei no centro equestre e que montei o cavalo Sultão”.“Esse para mim foi o momento mais alto do que um cava-lo pode provocar numa pessoa. Porque esse homem tinhana altura 77 ou 78 anos e uma vivência no mundoinigualável, e a vivência aqui no centro equestre levou-o aescrever um romance”.
ANA SERRA
R. Manuel Afonsode Carvalho 19
VILA FRANCA DEXIRA
T: 263 281 128967 664 811
FotografiaProfissionalDigitalVídeo
(Antropóloga)mail:[email protected]
Foto A
na Serra
A equipa do Centro Equestre daLezíria na recente gala apresentada
na Palha Blanco
154 de Julho de 2012
Vila Franca corre Mundo
táculos “e depois mais dez que
se estão a preparar para os
espectáculos”, o que demora
pelo menos dois anos.
Espectáculos que são a base de
subsistência da instituição.
Há ainda a escola de equitação,
à qual está afecto um grande
grupo de cavalos e depois há
um outro local, onde estão os
cavalos mais velhos que
gozam ali a sua “reforma”
depois de anos dedicados à
arte. Diz Luís Valença que, no
Centro Equestre, os animais
têm uma vida, mas também
uma morte digna, deixando a
natureza seguir o seu curso. É
com orgulho que o responsá-
vel afirma que tem fun-
cionários desde o primeiro dia
a trabalhar na casa. Já lá vão 32
anos, mas a “família” mantêm-
se unida. Destaca que não há
salários em atraso e diz ainda
que isso só é possível com
muito trabalho e com os espe-
ctáculos que o Centro Equestre
realiza em vários pontos do
Mundo, o que ajuda à sua
sobrevivência, sobretudo nos
dias que correm. Todavia, a
fama do Centro Equestre da
Lezíria Grande precede a
própria instituição. Basta
pesquisar no “Google” para
aceder aos elogios e aos
inúmeros testemunhos posi-
tivos em todo o mundo. Esta é,
de certa forma, uma das mon-
tras para o Cavalo Lusitano, o
preferido de muitos em todo o
mundo, mas também uma
forma de dar a conhecer a
potencialidade dos técnicos,
cavaleiros e toda a arte que
envolve o Cavalo Lusitano nas
suas várias vertentes.
“Tenho um grande desgostopor ter acabado o Salão doCavalo”
Luís Valença lamenta o fim do Salão do Cavalo. “A seguirao Colete Encarnado, o Salão do Cavalo era das festasmais bonitas de Vila Franca de Xira”, refere, em decla-rações ao Voz Ribatejana. O proprietário do CentroEquestre lamenta, sobretudo, a forma de como o certame,que era uma das principais montras do país, acabou“doente, moribundo, moribundo até que acabou por mo-rrer”. Por isso defende que “mais-valia ter acabado deforma abrupta”.“Houve uma altura em que eu tinha afirmado quedevíamos acabar com o salão, mas prolongaram-no poruma agonia. Ele devia ter acabado de cabeça erguida”,defende. Foram, ainda assim, “anos extraordinários paraa divulgação não só do cavalo, como da cultura equestre,como o movimento que trouxe pessoas a Vila Franca detodo o lado”, sustenta Luís Valença.
A fama dos CavalosLusitanos na Ásia
O Centro Equestre Lezíria Grande bem se pode gabar deser o embaixador da cultura equestre na Ásia. O centroque não dá mostras de abrandar, embora a crise tambémlhe tenha batido à porta, está agora noutro patamar. LuísValença disse, ao Voz Ribatejana, que os países asiáticos,têm um interesse muito grande em tudo o que envolve aarte equestre portuguesa. Países como a Indonésia ou aTailândia, são para já os dois locais onde o CentroEquestre Lezíria Grande já abriu sucursais.Luís Valença lembra que os “orientais são apaixonadospela arte”. Há uns anos um grupo de pessoas oriundas daTailândia esteve a fazer um estágio de equitação no centro“ficaram apaixonados por isto e quiseram construir algoidêntico”. O proprietário destaca que foi então construídoum centro “super luxuoso” ao estilo oriental. Na mesmaaltura, o centro vila-franquense enviou também pessoalqualificado para a nova estrutura, “primeiro foi uma dasfilhas, depois a outra”. Porém a visibilidade da arte equestre viria, mais tarde, aalastrar.se à Indonésia. Luís Valença salienta que depoisde um espectáculo para o aniversário do Rei da Tailândia,surgiu a vontade de alguém fazer algo semelhante nesseoutro país.Na indonésia está agora a filha do meio de Luís Valença,com o marido que foi cavaleiro e matador de toiros, o RuiMiguel “tem feito um trabalho extraordinário, porque jáconseguiram meter o cavalo lusitano nos concursos dedressage”. E no ano passado, nos jogos orientais, “classi-ficaram os cavaleiros nos primeiros lugares”. Vinca, porisso, que “as coisa singram quando há perfeição amor eprofissionalismo”, algo que tem passado aos filhos e aosnetos que já vão dando os primeiros passos na arteequestre.
Obras condicionam entradado Centro Equestre
Luís Valença aceita as obras à entrada do CentroEquestre com alguma resignação. S trabalhos dizemrespeito à construção do Novo Hospital de Vila Franca deXira e estão a dificultar o acesso dos funcionários e visi-tantes ao centro. Contudo, o pó e os camões que cruzamas estradas de acesso ao novo local também não são bené-ficos para os animais que têm de viver diariamente com ostressante barulho das obras.Ao Voz Ribatejana, Luís Valença destaca que “não nosdevemos opor ao progresso”.É por isso que aceita com alguma resignação os dias maisempoeirados e barulhentos junto ao seu Centro Equestre.O local está completamente desvirtuado. A habitual estra-da de acesso está condicionada e apenas duas bandeirasde Portugal denunciam a entrada do Centro Equestre daLezíria Grande, tal é a barafunda envolvente. LuísValença admite que “temos de nos esquecer destas doresde cabaça. Pois são obras para o progresso. Este hospitalé algo de extraordinário aqui para Vila Franca”. Para oresponsável “alguém tem de se sacrificar. Infelizmente ocentro equestre e os cavalos foram os que levaram 90 porcento desse sacrifício”, lamenta.Com o novo edifício do hospital a escassos meses de seraberto ao público paredes meias com o Centro Equestre,Luís Valença acredita numa boa convivência entre o hos-pital e o centro no futuro. Diz o responsável que o seujardim está aberto aos novos vizinhos, pois mais uma vezacrescenta que “é o jardim mais bonito de Vila Franca”.
Foto A
na Serra
Foto A
na Serra
Jorge Talixa
A administração da Ogma-
Indústria Aeronáutica de
Portugal e a direcção do Sitava
(sindicato mais representativo
dos cerca de 1700 funcionários
da empresa de Alverca)
chegaram a um entendimento
para um novo Acordo de
Empresa (AE). Já o Sitema-
Sindicato dos Técnicos de
Manutenção Aeronáutica não
aceita os termos do acordo
negociado e a situação está a
gerar forte controvérsia no seio
da maior empresa portuguesa
do sector.
Uma trabalhadora da Ogma,
que pediu para não ser identifi-
cada, acusa a administração da
empresa de “rasgar” o AE
existente e lamenta que uma
empresa que “tem dezenas de
milhões de euros de lucros nos
últimos anos” ofereça aos tra-
balhadores um aumento salari-
al de apenas 0, 5%. A fun-
cionária critica, também, o
propósito da indústria aeronáu-
tica de Alverca criar um
“Banco de Horas”, afirmando
que muitos dos seus colegas
não querem, por esta via, ser
“obrigados” a trabalhar de
terça-feira a sábado. “Está
instalado um autêntico rebu-
liço na empresa. Sentimos que
fomos traídos e logo pelo
sindicato da CGTP, cuja ban-
deira é: banco de horas nem
pensar”, disse, ao Voz
Ribatejana.
A versão da Ogma é bem dife-
rente e, em comunicado, a
empresa detida a 65% pelos
brasileiros da Embraer (os
restantes 35% pertencem ao
Estado português) explica que
“a negociação da revisão do
AE arrastava-se há ano e meio,
com três intervenções do
Ministério competente” e diz
que esta demora nas negoci-
ações “impossibilitou a apli-
cação de medidas” que pre-
tende tomar. Entre elas, a actu-
alização salarial global, a inte-
gração dos subsídios de trans-
porte e de insalubridade na re-
tribuição base e a implemen-
tação de um plano de carreiras
e promoções, de um Banco de
Horas e de novos horários de
trabalho de terça a sábado.
“Ciente do prejuízo que esta
situação está a acarretar para
os trabalhadores, a adminis-
tração da empresa decidiu
romper o impasse e actualizar,
por acto de gestão, a re-
tribuição de todos os trabal-
hadores em 0, 5% já em Junho
e com retroactividade a
Janeiro”, prossegue um comu-
nicado da Ogma distribuído a
11 de Junho, acrescentando
que outras medidas dependi-
am, ainda, de acordos com os
sindicatos. Já no final da se-
mana seguinte, em novo
comunicado interno distribuí-
do aos funcionários, a que o
Voz Ribatejana teve acesso, a
Ogma explica que o Sitava
(Sindicato dos Trabalhadores
da Aviação e Aeroportos) con-
cordou com as alterações
negociadas, mas que o Sitema
comunicou formalmente “a
sua recusa em subscrever a
revisão do AE”. Nesse quadro,
os administradores da Ogma
dizem que vão dar con-
tinuidade ao processo sem a
concordância do Sitema, pelo
que será necessário denunciar
o AE existente e subscrever
um novo, que foi entregue,
ainda na semana passada, no
Ministério da Economia.
Significa isto que os filiados
no Sitava ficam abrangidos
pelo novo AE e que os
restantes funcionários serão
convidados pela empresa a
aderirem individualmente a
este AE. A Ogma assume que
pretende aplicar estas alte-
rações “no mais curto espaço
de tempo possível, aos empre-
gados filiados no Sitava e a
todos aqueles que for-
malizarem a sua adesão indi-
vidual“ e reafirma que quer ter
“um único AE aplicável a
todos os empregados, sem
excepção e, para isto, contin-
uará a informar e esclarecer os
seus empregados”.
16
ECONOMIA
“
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CONDIÇÕES PARA O RESTO DA EUROPA
voz ribatejana # 41
Sindicatos divididos
O Sitema, afecto à UGT, explica que não aceita estasalterações ao antigo AE por duas razões fundamentais: acriação do banco de horas e a deslocação do dia de des-canso semanal do sábado para a segunda-feira. Noprimeiro caso, a direcção do Sitema diz que só aceitaria obanco de horas se a Ogma “aceitasse pagar todas as horasnão gozadas, no período de 90 a 180 dias, com o acrésci-mo de 50%”. No que concerne à mudança de um dia dedescanso semanal, o Sitema diz que essa é uma questão“inegociável”, afirmando que “não pode assistir impávidoe sereno e muito menos aceitar que se deixe a organizaçãodos tempos de trabalho ao livre arbítrio da empresa, nemque esta trate os técnicos de manutenção como objectosdescartáveis, fazendo-os trabalhar 11 horas hoje e aman-hã quatro”. Também o aumento salarial proposto de 0,5 éconsiderado pelo Sitema “um insulto a quem trabalha”.Já o Sitava, afecto à CGTP, sublinha que este é o acordo“possível” e que, como qualquer acordo, “tem que terduas ou mais partes em concordância”. Frisando que épreciso chegar a consensos e que “não basta dizer mal”, oSitava considera que o novo AE aprovado em plenáriospelos seus associados “contempla algumas mudançasimportantes, mas sempre tendo em vista a manutençãodos postos de trabalho, o respeito e atenção devida pelostrabalhadores, assim como as necessárias alterações paraque a Ogma continue a honrar os seus compromissos econtinue a ser competitiva num mercado cada mais agre-ssivo”. Acrescenta que este horário de terça a sábado já estavacontemplado nos contratos de trabalho aceites e assinadospela maioria dos trabalhadores da Ogma. “Para todos osque foram admitidos a partir de 1994 (da SegurançaSocial) a situação é bem pior, pois assinaram de segundaa sábado sem dia complementar de descanso”, refere oSitava, sublinhando que no sistema proposto pela empresao banco de horas pode chegar a 3 horas diárias, 50 sem-anais e 200 ano “sempre com aviso prévio e por escritocom 2 dias de antecedência” e que se mantêm os feriadosde Carnaval e da Quinta-feira da Espiga (feriado munici-pal) que “a Lei não prevê”.
Trabalhadores e sindicatos estão divididos na Ogma, indústria aeronáutica de Alverca que
é também o maior empregador do concelho de Vila Franca de Xira. Em causa estão a
revisão do Acordo de Empresa e as alterações salariais e de horários propostas pela admi-
nistração.
Revisão do acordo de empresa divide
trabalhadores e sindicatos na Ogma
“A negociaçãoda revisão doAE arrastava-sehá ano e meio,com trêsintervenções doMinistériocompetente”
Ogma sob o signo dos 94
A OGMA – Industria Aeronáutica de Portugal celebrou,no dia 29, o seu 94º aniversário. A empresa, sedeada emAlverca, é o maior empregador do concelho de VilaFranca, com cerca de 1500 funcionários. De acordo comum comunicado distribuído na semana passada, a Ogmatem vocacionado cada vez mais a sua actividade para aexportação, que já ronda os 94% do seu volume de ven-das.“Privatizada em 2005, a OGMA vem mantendo um cresci-mento sustentado do seu volume de negócios, tendo regis-tado sempre lucros e atualmente com mais de 94% desti-nados à exportação. As competências, qualidade dos seusserviços e o profissionalismo dos seus colaboradores, pos-sibilitam à OGMA a sua manutenção num mercado cadavez mais concorrencial e exigente”, refere o comunicadoda empresa, detida a 65% pelo grupo brasileiro Embraer. “A OGMA é hoje uma empresa comprometida emfornecer soluções e serviços de alta qualidade e valoracrescentado ao mercado aeronáutico de manutenção e defabrico de aeroestruturas” e “oferece um completo port-
folio de serviços a clientes operadores de aeronaves mi-litares, comerciais e executivas tentando exceder as suasexpectativas mais desafiantes”, prossegue o documento,sublinhando que a experiência da empresa é acreditadapor diversos fabricantes e autoridades aeronáuticas.
20
DESPORTO
“
voz ribatejana # 41
Jorge Talixa
O hóquei-em-patins do
Futebol Clube de Alverca
(FCA) está a viver uma fase de
grande dinamismo. A sua
equipa de juniores foi vice-
campeã regional e a equipa
sénior feminina ganhou a Taça
da Associação de Patinagem
de Lisboa (APL). No último
fim-de-semana de Junho, o
Torneio António Mestre movi-
mentou cerca de 300 jovens
hoquistas e na calha está a já a
reconstituição de uma equipa
de séniores masculinos no
FCA.
A formação é a grande aposta
da secção de patinagem e
hóquei-em-patins do FCA,
que já tem cerca de 100 prati-
cantes de hóquei distribuídos
por todos os escalões. O clube
está também envolvido numa
iniciativa pioneira no conce-
lho de promoção de aulas de
patinagem no Centro Social
para o Desenvolvimento do
Sobralinho e em duas das
primárias de Alverca. “O
hóquei do Alverca é composto
por 100 atletas e tem uma
equipa de 9 directores que tra-
balha em conjunto e trabalha
muito bem. Temo-nos esforça-
do por dignificar o clube e
levar a modalidade aos quar-
tos cantos de Portugal”, sus-
tenta Maria de Jesus Ferreira,
coordenadora da secção, em
declarações ao Voz
Ribatejana, salientando que os
resultados obtidos também
tem sido muito positivos.
“O nosso trabalho tem sido
muito visível a nível da for-
mação. Estamos a dar aulas de
patinagem nas escolas.
Iniciámos este ano com o
Centro Social para o
Desenvolvimento do
Sobralinho e com escolas, em
Alverca, estamos a dar nas
escolas Nº. 1 e Nº. 2”, explica,
frisando que este trabalho con-
tribui também para alargar o
leque de captação de novos
praticantes na região. “É uma
iniciativa que surgiu até por
sugestão do vereador
Fernando Paulo Ferreira.
Aceitámos o desafio e temos
sentido o aparecimento de
novos praticantes. As escolas
estão satisfeitas e mostram-se
interessadas em alargarmos
mais a nível do pré-escolar e
do 1º. Ciclo”, vincou,
referindo que entre os 100
hoquistas do FCA a maioria é
de Alverca, Vialonga e Vila
Franca, mas que também há
praticantes oriundos de
Odivelas, São João da Talha e
Lisboa. A prática do hóquei
tem alguns custos relevantes,
designadamente pelos equipa-
mentos que envolve, mais
caros no que diz respeito aos
guarda-redes. O FCA procura
reduzir ao mínimo os custos
para as famílias dos prati-
cantes, segundo garante Maria
de Jesus…. “Nessa área
desenvolvemos um trabalho
muito bom, temos mecânicos,
pessoas que fazem a reci-
clagem dos materiais. Todos
os patins que deixam de servir
aos patinadores que estão em
competição, os próprios pati-
nadores fazem essa dádiva ao
clube, são recuperados e uti-
lizados nas escolas e aqui na
formação. Somos nós que
arranjamos e que reciclamos.
A nível da competição nas
classes de formação, os pais
compram os patins mas tenta-
mos sempre ter patins para as
pessoas, para minimizarmos o
mais possível os custos para as
famílias. Atendendo a que a
modalidade é um pouco cara,
tentamos fazer esse esforço”,
afiança. Por outro lado, a
secção procura também apoios
de algumas empresas e partic-
ulares, que ajudam na
aquisição de bolas ou de
sticks. “O nosso empreende-
dorismo é mesmo no sentido
de comprar algum equipamen-
to para a formação, para evitar
custos excessivos para os
pais”, conclui.
Juniores e sénioresfemininos em destaque
Quase todas as equipas de hóquei do FCA obtiveramresultados relevantes na temporada que agora termina,mas o destaque maior vai mesmo para os juniores mas-culinos e para os seniores femininos. “Temos uma boaequipa de juniores, que ficou em segundo lugar na finalfour regional, atrás apenas do Paço de Arcos. As senioresfemininas também têm uma boa equipa e ganharam aTaça da APL. No campeonato nacional ficámos a umpequeno passo do apuramento. Não conseguimos no últi-mo minuto e, por um golo, ficámos de fora do nacional.Mas ganhámos na Taça da APL”, frisa Maria de Jesus,garantindo que sente um “crescendo na adesão à modali-dade”, apesar do escasso acompanhamento que lhe é dadona comunicação social nacional.
Hóquei do Alverca movimenta 100 praticantes
Senioresmasculinosà vista
A constituição de umaequipa de seniores mas-culinos no FCA podeacontecer já na próximatemporada, para darsequência ao trabalhofeito na equipa júnior. OAlverca pretende inscre-ver a equipa num novocampeonato regional esubsistem ainda algumasdúvidas se a formaçãoarrancará já em 2012/13ou na época seguinte. “Onosso principal objectivoé, nesta altura, formaruma equipa de sénioresmasculinos, talvez já napróxima época”, revela.
Treinos decaptação
A secção de hóquei doAlverca está a promovertreinos de captação paranovos praticantes comidades entre os 4 e os 8anos. Realizam-se àssegundas e quartas-feiras,das 18h00 às 19h00 e aossábados das 9h30 às11h30. No FCA há tam-bém treinos de captaçãopara iniciados (sábadosdas 9h30 às 11h30) e paraguarda-redes (quartas das18h00 às 19h00 e sábadosdas 9h30 às 11h30). Osinteressados podem obtermais informações atravésdo e-mail:hoqueipatins.fca@
gmail.com ou dotelemóvel 963 002 900.
“O hóquei é um bom desportoe não é complicado”
O Afonso e o Rodrigo jogam nos benjamins (7/8 anos) doAlverca. No dia 23, o primeiro jogo do Torneio AntónioMestre, correu bastante bem e bateram a Liga de Algéspor expressivos 8-1. Na manhã seguinte tudo foi bem maiscomplicado frente ao Paço de Arcos (clube reconhecidocomo uma das principais escolas de hóquei em Portugal)e perderam por 2-9. No final, cansados, mas satisfeitospela oportunidade de competição, explicaram o que é queos levou para o hóquei em patins. “É o meu desportopreferido, gosto muito de jogar no Alverca. Estou aquipara aprender”, observou o Afonso Soares, de 7 anos,aluno da CEBI, que alinhou como guarda-redes. “É umbom desporto, não é mais complicado pelos patins, apren-di facilmente, não temos medo das quedas, nem das bolas.O que importa é o que a treinadora diz”, sublinha oAfonso, que diz que já jogou em todas as posições e quetambém pratica judo e escalada. “Ganhamos muitosjogos, mas também perdemos”, assume, considerando que“funciona tudo bem” no Alverca.Já Rodrigo Freitas, também de 7 anos, é aluno da Escolado Bom Sucesso e capitão da equipa de benjamins doFCA. Quando se inscreveu no clube não sabia patinarmas, depois de algumas quedas e com a ajuda dastreinadoras, tudo se resolveu. “Aprendi rápido. Ando tam-bém no futebol e na natação, mas vou deixar o futebol,porque tenho que fazer os trabalhos de casa. No hóquei épara continuar”, garante, satisfeito também com a organi-zação do clube.
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4 de Julho de 2012
Jorge Talixa
Com mais de 500 praticantes
distribuídos pelas diversas
modalidades desportivas e
actividades culturais que
desenvolve, o Clube
Recreativo e Desportivo
Arrudense (CRDA) é a maior
colectividade do concelho de
Arruda. Completa 65 anos de
existência já no próximo sába-
do e prepara-se para avançar,
na próxima época, para a
prática de novas modalidades
como o andebol e o voleibol.
A natação e a ginástica são
outras duas áreas em que o
CRDA também está interessa-
do, mas são situações nesta
altura mais atrasadas. Para já
não estão previstas grandes
comemorações deste 65º.
aniversário, que só deverão
ser delineadas a partir da
assembleia-geral prevista para
Julho, em que se prevê tam-
bém a eleição de novos corpos
gerentes.
Márcio Viduedo está há dois
anos na presidência da colec-
tividade e explicou, ao Voz
Ribatejana, que a actual
direcção está disponível para
voltar a concorrer e tem
inúmeras ideias para contin-
uar a dinamizar a actividade
do clube. As limitações finan-
ceiras e os cortes nos apoios
das autarquias locais obrigam,
todavia, a uma grande ponder-
ação para dar passos com os
pés bem assentes no chão.
“O CRDA tem vindo a
aumentar, de ano para ano, o
número de participantes nas
várias modalidades. É o clube
que mais gente envolve no
concelho e tem um grupo de
pessoas empenhado em dig-
nificar a história do clube”,
sustenta Márcio Viduedo,
realçando também a forma
como os pais dos praticantes
têm procurado desmultiplicar-
se em iniciativas que permi-
tam ao clube angariar mais
alguns meios que compensem
os cerca de 20 mil euros que
deixou de receber da Câmara
de Arruda.
“Quando entrámos o clube
não tinha dívidas, mas não
tinha aquilo que nós pensáva-
mos que tinha. Não tinha dívi-
das, estava praticamente a
zero. Agora temos alguma
margem, mas que não é nada
que o clube possa dizer que
tem dinheiro. Estamos a falar
num patamar de 4 mil a 6 mil
euros, mas que não dão para
um mês de funcionamento do
clube”, sublinha, frisando que
os encargos são significativos,
com uma factura de energia
eléctrica da ordem dos 2000
euros, quatro funcionários e
outros colaboradores ao nível
dos porteiros, dos treinadores,
dos fisioterapeutas e outros. A
concessão do café-restaurante
da sede e do bar do
polidesportivo e os registos de
jogos da Santa Casa da
Misericórdia de Lisboa dão
um contributo significativo
para equilibrar as contas do
CRDA, porque a entrada na
esmagadora maioria das suas
iniciativas é gratuita e a quoti-
zação só agora começa a ser
regularizada (ver caixa).
De qualquer forma, Márcio
Viduedo sente uma ligação
muito forte da comunidade ao
clube, também entre os novos
residentes de Arruda. “O
clube tem conseguido uma
grande dinâmica. Fizemos
muito recentemente uma
reunião com os pais dos atle-
tas e orgulhou-me a forma
como estão envolvidos e
como estão muito disponíveis
para todas as actividades”,
salienta, destacando a vontade
que sente de ajudar o clube
perante as dificuldades
próprias desta época, em que
os apoios oficiais vão sendo
cortados.
Toda a actividade do CRDA é
coordenada pela direcção, que
tem membros mais ligados a
cada uma das áreas. “Somos
das poucas direcções que con-
seguimos chegar ao fim do
mandato de dois anos com a
direcção completa e com
todos sempre presentes. Estão
todos de parabéns pelo exce-
l e n t e
t r a -
balho que têm feito. Todos os
anos subimos o número de
atletas, o que quer dizer que
estão contentes dentro do
CRDA”, acrescenta.
A regularização da situação
das quotas é outras das pre-
ocupações da direcção.
Actualmente com cerca de
1800 sócios, o CRDA terá
menos de 800 com pagamen-
tos em dia. “Tínhamos um
problema que se tem vindo a
arrastar e que agora estamos a
combater, que era o facto de
não haver um programa infor-
mático de gestão de sócios.
Adquirimos um software, que
mete também a parte da con-
tabilidade. E está a ser feito
um levantamento dos 1800
sócios. Estamos a fazer este
trabalho de casa que não é
fácil, porque o clube esteve
seis/sete anos em que
ninguém cobrava as quotas”,
explica, referindo que o
objectivo da direcção é levar à
próxima assembleia-
geral uma proposta
para que o clube
abqdique de
cobrar as quotas
com mais de
dois anos de atraso, de modo a
que possa retomar todo o
processo de cobrança com
efeitos a partir de 2010.
Assim, espera regularizar toda
a situação e manter um
número de sócios elevado,
porque percebe que muita
gente teria dificuldades em
pagar seis, sete e mais anos de
quotização.
Atletismo,artesmarciais ecultura commuitodinamismo
O CRDA tem uma activi-dade muito multifacetada.Nos últimos anos, aequipa de atletismo,dirigida por LuísaMonteiro e AlexandreSantos, tem alcançadograndes resultados, comvários títulos distritais eregionais e até umavitória na Maratona deLisboa. “São duas pessoasextraordinárias, sãoincansáveis, tratam detudo. O atletismo temmais de 100 atletas, tudomuito bem classificado.Jovens de Arruda muitobem classificados. Foi umprogresso muito grandedo atletismo noArrudense”, sublinha opresidente do clube.O mesmo se passa com asartes marciais e em espe-cial com o kenpo,dinamizado por PedroPorém (também directordo clube), que já envolvemais de 100 praticantes.Já na cultura é aFernanda Bexiga agrande dinamizadora,acompanhada por JoséMateus e Ágata Silva.“São incansáveis, éimpressionante o leque deactividades que desen-volvem. A D. Fernandatem um coração extra-ordinário e consegueenvolver pessoas de todasas idades”, salienta.
O Clube Recreativo e Desportivo Arrudense (CRDA) completa 65 anos no próximo sábado e prepara-se para
lançar novas modalidades já na próxima temporada. Com uma situação financeira equilibrada, a maior
colectividade do concelho de Arruda movimenta mais de 500 praticantes. Mas não está imune às consequên-
cias da crise económica, que têm obrigado a adiar ideias como a ampliação do polidesportivo coberto ou
a criação de uma equipa de futebol sénior.
Arrudense faz 65 anos e vai
lançar novas modalidades
Andebol evoleibolavançameste ano
Numa política de alarga-mento das actividades quedesenvolve, o CRDAavançou há dois anoscom o basquetebol eprepara-se para lançar jáeste ano o andebol e ovoleibol. A ginástica éoutra modalidade que adirecção também gostariade introduzir. E a nataçãonão está posta de parte.Actualmente, o clube nãotem natação, que é asse-gurada na vila pelaempresa municipalGesruda (também respon-sável pela gestão daspiscinas), mas asimposições do Governodeverão levar à próximaextinção desta empresa. Eainda não se sabe muitobem se a Câmara pre-tenderá assumir directa-mente esta área da apren-dizagem da natação. “Anatação não está fora dehipótese”, admite MárcioViduedo, frisando que aposição do Município seráaí decisiva. O sonho da
ampliaçãodo pavilhãoO CRDA possui um pavilhão polidesportivocom já perto de 20 anos. O equipamento precisade algumas melhorias, sobretudo a nível da pintura, mas os responsáveis do CRDA têmoutro sonho, que seria ampliar o polidesportivo para o lado do actual estacionamento emterra batida. “Estamos com falta de espaço para as nossas modalidades e temos um pro-jecto que seria muito útil, que era de fazermos ali um mini-pavilhão (ginásio) para poder-mos pôr as artes marciais e também se quisermos ter a ginástica. Já temos uma muralhacriada do lado direito e a muralha do pavilhão do lado esquerdo. Basicamente será mais acobertura, a instalação eléctrica e o piso. A nossa estimativa anda na casa dos 60 a 70 mileuros”, prevê. Mas Márcio Viduedo, que é também presidente da Junta de Freguesia deArruda, sabe que esta não é boa altura para pedir apoios às autarquias locais para estaobra, dadas as limitações financeiras a que também estão sujeitas. “A nossa preocupação agora é que temos que arranjar eventos que nos dêem receitas.Antigamente as câmaras ajudavam no sustento das colectividades. Neste momento ascoisas estão muito mais difíceis. E temos sempre medo do dia a seguir, porque não temosfolga financeira”, conclui.
Futebol sénior não é para já
O Arrudense movimenta mais de 100 praticantes no futebol, desde as equipas de escolas(benjamins, petizes e traquinas) até aos juniores. O futebol sénior não existe há cerca deuma década e, embora tenha vindo a ser equacionado o seu regresso, o momento nãoparece ser oportuno. Márcio Viduedo reconhece que era importante poder dar con-tinuidade ao trabalho que é feito até aos juniores, mas disse, ao Voz Ribatejana, que oscustos previsíveis não permitem avançar já nesse sentido. “Estamos a ponderar isso.Primeiro estamos a equilibrar as contas do futebol, porque o futebol tem sido o que nostem dado um bocadinho de dores de cabeça, devido aos custos que tem com inscrições,seguros, fisioterapeutas, transportes. E nos séniores estaríamos a falar, no mínimo dosmínimos, de 18 mil euros por época. É um orçamento muito elevado. Temos que ensaiar apróxima época, estabilizar as contas. E, então, nessa altura, prever se daqui a um ou doisanos podemos arrancar com os seniores”, justifica.Também por isso, o futebol continua a ser uma das principais modalidades do CRDA, masmuito vocacionado para a formação. “A escola de futebol é nossa, há procura, temosmassa humana. É óbvio que o futebol acaba por ser a prática principal, mas tudo fazemostambém pelas outras modalidades”, garante.
Música e poesia na Mensagem Aberta
A livraria-bar “Mensagem Aberta” de VilaFranca de Xira promove, no próximo dia13, uma noite de música e poesia baseadano livro “O Local do crime na viagem deexistir”. Uma iniciativa em que estará pre-sente o autor Paulo Anes. Já no dia 14(16h30), a Mensagem Aberta organiza umconcerto de guitarra clássica.
Márcio Viduedo étambém voluntáriodos Bombeiros de
Arruda
Voz Ribatejana
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“
ALVERCA
:: número 41 :: ano 2 :: 4 de Julho de 2012 :: quinzenário regional ::
Dinamizada pela Asso-
ciação de Pais e
Encarregados de Edu-
cação da EB Sousa
Martins (APEESM), com
o apoio do Grupo
Recreativo e Cultural do
Bom Retiro, a “Marcha
Infantil do Bom Retiro”
envolve 32 crianças, Foi
dedicada ao tema do fado
e tem como padrinhos dois
jovens fadistas, Farçadas
e Rodrigo Figueira. De
acordo com a APEESM, a
marcha foi “criada com o
objectivo de participar na
festa que assinala o encer-
ramento do ano escolar”,
mas a iniciativa tem vindo
a crescer e já participou,
este ano, em diversos
eventos da região. A
Marcha Infantil do Bom
Retiro esteve, assim, no
dia 12, nas Festas de
Santo Antónioem Arruda
dos Vinhos e, no dia 15,
participou na festa da
escola e num desfile por
algumas ruas do bairro,
com o objectivo de
“agradecer todo o apoio
de alguns moradores e
comerciantes que aju-
daram a proporcionar
esta iniciativa”. A marcha
infantil participou, ainda
no mesmo dia, na
Passerelle d´Ouro realiza-
da na Praça de Toiros
Palha Blanco de Vila
Franca de Xira.
No dia 16, voltaram a des-
filar pelas ruas do Bom
Retiro até ao recinto
polidesportivo, onde a sua
actuação abriu o XX
Sarau realizado anual-
mente pelo Grupo
Recreativo e Cultural do
Bom Retiro. As actuações
continuaram no dia 22, no
encontro de marchas da
Póvoa de Santa Iria, onde
foi a única marcha infantil
a marcar presença. E já
no próximo dia 8, a
Marcha Infantil do Bom
Retiro actua, a partir das
18h00, no palco
Sevilhanas.Com da festa
do Colete Encarnado.
A orientação dos ensaios e
a coreografia da marcha
estiveram a cargo de
Sónia Rocha e a coorde-
nação é de Fátima
Cardoso, tendo ficado a
realização do material
cénico e confecção dos
fatos a cargos de alguns
pais e avós “cujo empenho
foi fundamental para o
sucesso alcançado”.
“Fazemos votos que a
marcha se mantenha de
forma a continuar a pro-
mover o Bairro do Bom
Retiro, assim como a
cidade de Vila franca de
Xira”, conclui Nuno Pais,
um dos membros da
APEESM.
Uma marcha infantil organizada no Bom Retiro pela Associação de Pais e Encarregados de Educação da EB Sousa Martins tem feito sucesso na região. É composta por 32 crianças
e já desfilou em vários pontos da região.
Marcha infantil do Bom Retiro junta 32 elementos