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Edição 248 - Julho 2015

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Lollapalooza e Tomorrowland: O que eles têm em comum? Andreas Schmidt, o homem que está à frente da Audio Bizz, fala sobre a profissão de produtor e como une trabalho e diversão | ILUMINAÇÃO - Design nos projetos de iluminação cênica • Inventário de Segredos - Como foi criada a concepção de luz para que a plateia ficasse “dentro” do espetáculo | IPIABAS JAZZ & BLUES - Festival gratuito leva músicos ao interior do RJ. Evento uniu boa música e gastronomia com recorde de público | Gigplace: Leo Soares fala sobre a profissão de Drumtech, atividade que exerce ao lado do Motörhead | Pro tools: conheça as diversas técnicas e opções de gravação em uma produção

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12 VitrineO KW8 Owl, da Gobos, é ummoving head de áudio ativo,

com falante coaxial de 8"equipado com câmera quepermite aos usuários controlarcom precisão a diretividade dosom. Batizado carinhosamentede Coruja (Owl), o KW8

fornece até 500W de potência.

16 Rápidas e RasteirasDurante a Convenção da AESBrasil, a Yamaha convidoualguns profissionais de áudiopara a primeira demostração(ainda em protótipo) do

console de mixagem digitalRivage.

22 Gustavo VictorinoConfira as notícias maisquentes dos bastidores domercado.

24 Play RecA banda Vespas Mandarinaslança O Ovo Enjaulado,

trabalho que conta com duasfaixas para experimentar novasformações e estilos enquanto ogrupo não grava novo álbum.

NESTA EDIÇÃO

26 Digico S21Usando novos componentes FPGA, aum menor custo, programado com osmesmos algoritmos de áudio, ecombinado com uma nova forma deprocessador de controle, a S21 oferece

os valores tecnológicos e um novoprocessador ARM QuadCore RISC.

28 Gigplace

Nesta série de entrevistas em queconversamos com profissionais que

atuam nos bastidores dos shows ou deproduções, trazemos este mês aprofissão de Drumtech, e o entrevista-do é Léo Soares.

34 Casa da MúsicaEstúdio Tenda da Raposa se destacana produção de discos independen-

tes e na criação de novas alternativaspara gravações no Rio de Janeiro.

80 Vida de ArtistaQuem anda por essas estradas do pais já

se deparou com pelo menos alguma

cena que mais parecia ter saído de um

quadro surrealista de Dalí. Foi o que

aconteceu em mais uma aventura do

colunista, dessa vez no sertão brasileiro.

SumárioSumárioAno. 22 - julho / 2015 - Nº 248

Ipiabas Jazz & BluesSuperando as expectativas de público do ano passado, o Ipiabas Blues &

Jazz Festival, que aconteceu entre os dias 4 e 7 de junho, em Barra do Piraí,

cidade ao sul do estado do Rio de Janeiro, vem se consolidando como um

dos principais eventos da música instrumental.

Nesta edição, trazemos umaentrevista com Andreas

Schmidt, Diretor Técnico queiniciou sua carreira há 23

anos no mercado de eventos,assinando a produção de

grandes projetos e festivais.Em 2005, Schmidt criou a

AUDIO BIZZ onde conseguiutrazer grandes profissionais

para unir à sua expertise. Emseu portfólio, trabalhos

como Lollapaloozae Tomorrowland.

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CADERNO ILUMINAÇÃO

Expediente

DiretorNelson [email protected] administrativaStella [email protected]@backstage.com.brCoordenadora de redaçãoDanielli [email protected]ãoHeloisa BrumTraduçãoFernando CastroReportagem:Luiz de Urjaiis e Ricardo SchottColunistasCezar Galhart, Cristiano Moura, GustavoVictorino, Jorge Pescara, Lika Meinberg,Luciano Freitas, Luiz Carlos Sá, MarcelloDalla, Ricardo Mendes e Vera MedinaEdição de Arte / DiagramaçãoLeandro J. Nazá[email protected] Gráfico / CapaLeandro J. NazárioFoto: Ernani Matos / Divulgação

Publicidade / AnúnciosPABX: (21) [email protected]

Webdesigner / MultimídiaLeonardo C. [email protected] AlvesPABX: (21) [email protected] de CirculaçãoErnani [email protected] de CirculaçãoAdilson SantiagoCrí[email protected]

Backstage é uma publicação da editoraH.Sheldon Serviços de Marketing Ltda.

Rua Iriquitiá, 392 - Taquara - JacarepaguáRio de Janeiro -RJ - CEP: 22730-150Tel./fax:(21) 3627-7945 / 2440-4549CNPJ. 29.418.852/0001-85

Distribuída pela DINAP Ltda.

Distribuidora Nacional de Publicações,Rua Dr. Kenkiti Shimomoto, 1678Cep. 06045-390 - São Paulo - SPTel.: (11) 3789-1628CNPJ. 03.555.225/0001-00

Os artigos e matérias assinadas são de responsabilidade dos autores. Épermitida a reprodução desde que seja citada a fonte e que nos seja enviadacópia do material. A revista não se responsabiliza pelo conteúdo dosanúncios veiculados.

CADERNO TECNOLOGIA50 Tecnologia

Com foco no segundo semestrede 2015, a Roland traz o JD-XA,mantendo a mesma abordagemempregada no JD-Xi, porémoferecendo muito mais podersonoro que o encontrado em

seu primogênito.

54 Pro ToolsConfira todos os estágios etécnicas relacionadas à gravação

de áudio e MIDI e confirme se háalgum recurso que pode serincorporado para acelerar ousimplificar o seu trabalho.

58 AbletonA Ableton lançou o Live Suiteacompanhado de “duas pérolas”,dois Sampler plug-ins que sãorealmente incríveis apesar do seuvisual Low Profile. O Simpler é

uma versão simples de SamplerPlayer que vem nos pacotes.

62 EstúdioEm uma mixagem, o objetivo, aprincípio, é obter um som mais claro enítido possível. Isso não quer dizerque o som tenha que ser “clean” semnenhuma sujeira ou distorção.

66 VitrineA luminária LED RGB da ETCconta com um diferencial: aadição da cor lima, que propor-ciona uma paleta mais vibrante

e rica em cores. Também é defácil operação, com ferramentasde mistura de cores RGBsimples e diretas. Confira esse eoutros lançamentos.

Inventário de segredosA produção teatral Inventário de Segredos, uniu no teatro Sesc Senac de

Fortaleza um grupo heterogêneo de atores e profissionais do Brasil afora.

Ao criar a concepção do design de luz, o objetivo era oferecer o máximo

possível de área de controle e cores (mood) para o diretor, tendo em vista

que o espaço não seria numa abordagem padrão de palco italiano.

70 Design de iluminação

Será que os projetos de ilumina-

ção cênica têm ‘Design’, demaneira a comunicarem asmensagens adequadamente?Primeiramente, veja o que osprojetos proporcionam.

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CARTA AO LEITOR | www.backstage.com.br

o mês de junho foi publicado em um estudo uma informação daqual já se suspeitava. A economia do Brasil não deve crescer nas

próximas décadas. De acordo com uma pesquisa da EIU, uma espécie deunidade inteligente da revista britânica The Economist, o Brasil de-verá permanecer como sétima economia do mundo pelo menos até2050. No entanto, ainda de acordo com a publicação, embora o paísfique estagnado no ranking, o PIB passará de US$2 trilhões para umpouco mais de US$ 10 trilhões nesse período.

Essa é a tal da notícia boa e má ao mesmo tempo. Em quatro décadasdeveremos estar exatamente no mesmo lugar em que estamos hoje,porém ainda como uma das grandes economias do mundo. A informa-ção pode até soar como um paradoxo, tendo em vista que alguns paísesjá começam a dar sinais de que estão saindo da crise e o Brasil pareceainda estar no começo dela. O ano de 2014 e começo de 2015, especi-almente, mostraram que os ventos ainda provocam turbulências nomercado, sem previsão certa de quando vão se acalmar.

Tal como no meio de uma tempestade de areia, o mercado ainda estásem conseguir enxergar adiante e a muralha de poeira continua avan-çando sobre os ânimos. No entanto, tal como qualquer tempestade, acerteza é que uma hora cessará. O que se deve estar atento é justamentena maneira como se vai atravessar essa tempestade e em que condiçõesse chegará ao outro lado. O desafio é atravessar a crise com a menorperda possível do que já foi conquistado.

E isso implica em se reinventar, em alguns casos. Nunca a criatividadefoi tão bem-vinda e a adaptabilidade foi tão desejada às empresas comonos últimos anos e mais ainda nos últimos meses. E quando se dizcriatividade está implícita a forma de se expressar para o seu público-alvo. Pois mostrar certa mudança de rumo, por exemplo, não indicafraqueza, mas comunicar essa mudança é imprescindível para gerarconforto à outra parte.

Boa leitura.

Danielli Marinho

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Precisamosatravessar o deserto

sem perder as conquistas

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AKG DMM8 U E DMM14 Uwww.harman.com

Os novos modelos DMM8 U e DMM14 U são ideais para eventos como reuniões e conferências. Esses equipa-mentos oferecem um sistema funcional avançado de DSP, múltiplas opções de rotação e grande versatilidade. Osdois modelos possuem DSP interno que asseguram uma mixagem precisa para 80 e 140 canais, respectivamente.As saídas de áudio estéreo e as conexões USB oferecem opções de rotação para ambos os modelos. Numerosasfunções como filtros EQ, compressores e limitadores fazem do DMM8 e DMM14 ideais para uma grande varieda-de de aplicações para vozes.

KW8 OWLwww.gobos.com.br

O KW8 Owl é um moving head de áudio ativo, com falante coaxialde 8" equipado com câmera que permite aos usuários controlarcom precisão a diretividade do som. Batizado carinhosamente deCoruja (Owl), o KW8 fornece até 500W de potência, 120dB SPL efaixa de frequência de 60Hz a 19kHz. É a solução perfeita para umavariedade de aplicações, incluindo monitoramento de palco aovivo. Indicado para diversas instalações como parques temáticos,aeroportos, estações de trem, canais de segurança CCTV, efeitos deDJ, lojas, discotecas, cinemas, teatros e emissoras de TV, a flexibili-dade da Coruja permite um número quase ilimitado de soluções e,em alguns casos, pode reduzir a quantidade de caixas acústicas ne-cessárias para uma instalação.

X18 E XR18www.proshows.com.br

A Behringer mudou completamente o jogo ao repensar o que se-ria possível fazer a partir de um único mixer digital e apresentara X32 ao mundo do áudio, um console do qual seus usuários estãodesfrutando de seus benefícios até hoje. Agora a empresa alemãavança mais um passo, lançando a linha XAir. Essa linha consis-te em pequenas unidades de mixagem que irão mudar para sem-pre a maneira como seus usuários gravam em seus estúdios ecomo tocam suas músicas ao vivo. Os consoles podem ser carre-

gados até dentro de uma mochila. Pois é isso mesmo: aBehringer adicionou a praticidade aos detalhes principaisdestes consoles e os tornou portáteis. Mas o tamanho não é

problema, porque mesmo sendo menores, eles inte-gram todos os poderosos recursos de complexos sis-temas como a própria X32. E agora os usuários tam-bém ganham a vantagem de poder controlá-los viatablets, notebooks ou seus smartphones.

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CONTROLADOR SAMSON MD13http://www.equipo.com.br

O controlador Samson Graphite MD13 torna a pro-dução musical e aplicações ao vivo acessível paraqualquer um. O Graphite MD13 apresenta 13 padssensíveis à velocidade e, além disso, oferece seis bo-tões de parâmetros, um crossfader DJ e uma varie-dade de outros controles programáveis. Com suaoperação plug and play e carregamento via USB, o

MD13 torna maisfácil tirar o máxi-mo proveito doseu software deprodução mu-sical no estú-dio e ir maisalém. Entre

as características, pode-mos destacar: 8 Canais com Faders deslizantes, 8 Controles

giratórios, 8 Botões Mute, Rec e Solo, 5 Botões de Função en-dereçáveis, 1 Crossfader deslizante e 5 Opções de programação prédefinida ou personalizáveis.

AMPLIFICADORES 10D E 30Dwww.dbaudio.com

Lançados na InfoComm 2015, os novos produtos da d&b audiotechnik, o 10D e 30D são os pri-meiros amplificadores adaptados para integração permanente. Eles oferecem resultados previsí-veis, com características e custos sob medida para aplicações de instalação. O 10D e o 30D entre-gam 700 W e 1600 W por canal, respectivamente; compartilham da mesma plataforma DigitalSignal Processing (DSP) e capacidades como o amplificador D20 e o D80. Estes amplificadoresalém de ter funções de filtro comutável, incorporam dois equalizadores de 16 bandas. Para garan-tir a perfeita integração com instalações permanentes existentes, o 10D e o 30D oferecem cincopinos de entrada / saída programáveis, ou seja, dispositivos externos que podem ser usados parafunções de controle ou de detecção. Eles fornecem quatro entradas AES / EBU digitais, as quaispodem ser somadas e encaminhadas para qualquer uma das quatro saídas. Esta matriz de entradaestendida permite que todas as oito entradas possam ser usadas simultaneamente.

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RIVAGE NO BRASIL

No dia 27 de maio, durante aConvenção da AES Brasil, a Ya-maha convidou alguns profissio-nais de áudio para a primeirademostração (ainda em protó-tipo) do console de mixagemdigital Rivage. O evento acon-teceu na sede da empresa, naVila Olimpia (SP). Na foto, aprimeira turma a conhecer oconsole: António Lazzaro,Marcio “Batata”, Bruno Cam-pregher, Ricardo Sá e Cris-thiano Andrade.

TRÊS SISTEMAS ILIVEINSTALADOS EM IGREJANA INDONÉSIA

A igrejaGBI Gilgal PIK, localizada no norte deJacarta, na Indonésia, instalou os sis-temas Allen&Heath iLive-T112, iLive-T80 e iLive-R72 e um sistema de mo-nitoramento personalizado ME.Kairos Multijaya, responsável pelainstalação dos equipamentos deáudio, video e iluminação. Os 4 mil m2

do prédio incluem o santuário princi-pal, com mil assentos; um hall para400 pessoas, bem como outras salas.O iLive-T80 foi selecionado para o es-paço de 400 lugares, enquanto o T-112 e um sistema mix rack iDR-64 fo-ram instalados no santuário principal,junto com 5 mixers ME-1. Um terceirosistema iLive, o R72 ficou disponívelpara ser usado nas outras salas.

JBL VTXNA ARENA MONTERREYUm dos maiores nomes da músicaLatina, Romeo Santos, conhecidopor seu esforço em popularizar ogênero latino, reunindo diversos re-presentantes desse estilo de músicaem concertos pelos Estados Unidose América Latina, teve recentemen-te a tour sonorizada pelo sistemaVTX V25, da Harman, e os amplifi-cadores Crown I-Tech HD Series,na Arena Monterrey, no Mexico. Foium total de 48 JBL VTX V25 elemen-tos de line array dispostos de am-bos os lados em quatro clusters deoito cada. Além disso, 24 VTX G28subwoofers foram dispostos em vol-ta do palco e 12 alto-falantes VTXV20 usados para o front fill. Os alto-falantes foram comandados poramplificadores incluindo 16 siste-mas Crown Vrack.

KUARUP REEDITA DOIS ÁLBUNS DE IVAN LINSCantor, pianista e compositor, Ivan Lins comemora 70 anos em 2015, mesmo anoem que também são festejados seus 50 anos de música, 45 de carreira e 40 deparceria com Vitor Martins. É nesse momento ímpar que a gravadora Kuarup

lança em CD dois discos do artista, que foram gravados na década de 70.Trata-se dos álbuns Modo Livre (1974) e Chama Acesa (1975), respectivamente,quarto e quinto registros da carreira do artista, ambos lançados pela RCA comprodução assinada por Raymundo Bittencourt. O primeiro traz arranjos do maes-tro Arthur Verocai e no segundo, os arranjos são do próprio Ivan Lins, junto coma banda Modo Livre.Os trabalhos são registros memoráveis da sólida carreira de Ivan Lins e marcamuma época na qual o trabalho dos grandes intérpretes, tinha como cúmplice otalento dos arranjadores e o virtuosismo dos músicos no estúdio e no palco.

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SISTEMA SEM FIO SHURE NA LATIN MUSIC AWARD 2015

Com uma programação embala-da com apresentações grandiosase únicas, diversas estreias e cola-borações especiais, o BillboardLatin Music Awards 2015 teve atransmissão pelo sistema sem fio

Shure, o que in-cluiu um conjuntoabrangente, inova-dor e à prova de fa-lhas da rede de ge-renciamento sem fioAxient e tecnologiasem fio UHF-R deprimeira classe.Dezoito canais de

sistemas pessoais Shure PSMcuidaram de forma exclusiva de

todos os canais de monitoramento in-ear. Mais de 200 microfones Shure com fio também foram utilizadosao longo de toda a noite, entre eles: microfones SM, BETA, KSM e outros.

de MorrisseySistema iLive na turnê

A SSE, empresa de locação doReino Unido, está fornecendo osistema modular digital iLive, daAllen&Heath, para as turnês deverão dos artistas Paolo Nutrini eMorrissey. Este último vai se a-presentar por 4 noites na SydneyOpera House. Já Paolo Nutrini fazshows em diversos locais e datas

pela Europa. O sistema de monitor para a turnê de Nutrini é composto deum mix rack iDR10, uma iLive 112, com controles PL 10 adicionais, e ain-da um ME-1 para controle remoto das funções. Nos shows de Morrissey, aiLive vai comandar tanto FOH quanto o monitor. O engenheiro de PA deMorrissey, David Millward vai contar com um mix rack iDR10 e umaiLive-80. www.allen-heath.com

David Millward

O RETORNO D’A COR DO SOMA clássica banda A Cor do Som estápreparando novo material e um novoshow para marcar o retorno aos pal-cos. O grupo, que foi pioneiro na fusãode ritmos brasileiros, estará de volta àcena na sua formação original. Forma-do por Mú nos teclados, Dadi no baixoe guitarra, Armandinho na guitarra,bandolim e guitarra baiana, GustavoSchroeter na bateria, e Ary Dias napercussão, o grupo nasceu em 1977experimentando novos padrões desom, introduzindo instrumentos elétri-

cos na instrumentação tradicional-mente acústica do chorinho, além demisturar rock com ritmos regionais emúsica clássica. Desta vez, a bandaconta com a produção executiva deMarcelo Reis, diretor da empresaMusicBuzz, que possui vasta experi-ência no mercado do entretenimento.

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GLD NO FESTIVAL SLAM DUNK

Recentemente, o estúdio Reel Recor-ding Studio usou o mixer digitalAllen&Heath GLD Chrome para grava-ção do palco principal do Festival SlamDunk, em Leeds. A mixer também foiusada para comandar da house o Fes-tival Download, em Donington. Alémda mixer, o Reel também levou os racksde expansão I/O AR 2412 e AR 84 com a

banda Young Guns. O sistema também foi servido com uma rede protocolo Dante a fim epermitir as gravações multipistas. www.allen-heath.com

Avid na AES Brasil 2015Durante a AES Brasil Ex-po 2015, que aconteceu nosdias 26, 27 e 28 de maio, aAvid demonstrou no es-tande da Quanta Live eQuanta AV-Pro, marcas deunidade de negócios daQuanta Brasil – distribui-dor da Avid no país –, a maisrecente versão da DAW pa-drão da indústria, o Pro Tools12, os sistemas de controle

Pro Tools | S3, Pro Tools | S6 e Artist | Transport, a já conhecida interface ProTools | HDX, a nova interface de áudio Pro Tools | Quartet e os sistemas demixagem de som ao vivo VENUE | Mix Rack, VENUE | S3L-X e VENUE | S6L omais recente lançamento da empresa.Com demonstrações realizadas por es-pecialistas de soluções da Avid e daQuanta, os visitantes, muitos já usuári-os dos produtos da empresa, puderamver de perto como a Avid redefiniu aprodução de áudio e iniciou de formapioneira um novo patamar do som aovivo. Um dos maiores destaques daAvid foi o mais recente lançamento daempresa, o sistema de mixagem de som ao vivo VENUE | S6L com demonstra-ções de Robert Scovill, renomado engenheiro de som e especialista de mercadoda Avid nos Estados Unidos, que além das apresentações no estande ministroutambém uma palestra no Congresso AES. Nas demonstrações da S6L o públicocontou ainda com o suporte de Kalunga, engenheiro de som da cantora IveteSangalo e especialista de produto da Quanta Live; e de Ricardo “Rocoto”Mantini, especialista de soluções da Avid para América Latina.Para demonstrações das soluções de produção de áudio – como o sistema ProTools | S3 e Pro Tools | S6 –, os visitantes contaram com Raul Barroso, músico eespecialista de produtos da Quanta; Eduardo Andrade, produtor e especialista desoluções da Avid; e um dos criadores do sistema Pro Tools | S6, Rich Nevens,produtor e especialista sênior de soluções da Avid.

Venue S6L

Técnicos de PA Marcelo Félix, Kalunga e Thiago

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PRÊMIO AÇORIANOSNovamente convocado para o júri damais importante premiação musical dosul do país, me sinto particularmenteum privilegiado pela indicação. Nessahora vem a responsabilidade de avaliarcentenas de trabalhos dos melhores ar-tistas do RS, e tudo isso associado a umsentimento de orgulho e o desejo ínti-mo de fazer justiça a quem de direito.Que Deus me ilumine.

LIQUIDEZA inadimplência e a falta de liquidezque atingem o mercado se tornarammotivo de preocupação para importa-dores e fabricantes. Alguns comercian-tes menos cautelosos apostam em fato-res subjetivos ou pressupostos históri-cos para peitar uma crise que está levan-do muita gente à recuperação judicial. Eos dados estatísticos são devastadores.Apenas uma de cada cinco empresasconsegue sair viva desse processo.

HEAVY METAL FOREVERO ator inglês Christopher Lee morreuno mês passado e deixou um interessan-te legado musical. O artista sempre foiaficionado por heavy metal e em 2014,aos 92 anos de idade, lançou o seu ter-ceiro disco solo. Usando a voz grave egutural que o notabilizou como o me-lhor Drácula de todos os tempos, Lee

deu ar sombrio e gótico aos seus discos eàs suas participações como convidadoem trabalhos de algumas das melhoresbandas europeias. Foi assumidamente fãde rock pesado e ao mesmo idolatradopelos artistas que fazem o gênero.

ENCRENCACom a liberação pelo STF das biogra-fias não autorizadas, o horizonte demédio prazo promete muita encrencapara alguns artistas. Uma enxurradadesses trabalhos que dormiam em al-gumas gavetas, por medo de ações ju-diciais, deve chegar ao mercado muitoem breve. E nem todas são elogiosasou seguem a linha da homenagem. Asações por danos morais vão proliferar,mas a exceção da verdade vai deixarmuita gente de saia justa. Para tradu-zir o juridiquês, narrar fatos reais ecomprovados não configura dano mo-ral judicializável. E tá cheio de gentepor aí com medo do seu passado.

RIO DAS OSTRAS 2015Mais dois nomes confirmados para umdos maiores festivais de jazz e blues domundo. Rio das Ostras recebe emagosto o baterista Omar Hakim, umdos atuais expoentes do instrumentoque assina seu nome em discos deAnita Baker, Sting, Weather Report,Mariah Carey, Madonna, David Bo-wie, Miles Davis, Chic, Everythingbut the Girl, Marcus Miller, KazumiWatanabe, Daft Punk e Dire Straits.Outra atração é o trumpetista RoyHargrove, ganhador de dois Grammyse parceiro de astros do jazz comoWynton Marsalis e Herbie Hancock.O Rio das Ostras Jazz & Blues aconte-ce no litoral norte fluminense entreos dias 20 e 23 de agosto na para-disíaca cidade que dá nome ao evento.

EFÊMERONunca o sucesso foi tão superficial erápido quanto nos dias de hoje. A cadadia vejo novos artistas que gravaram omegassucesso “sei lá o quê” que é vali-

Quando alguém vai semovimentar e lutar

pela redução da cargatributária sobre

instrumentos musicaisno Brasil? O segmento

produz cultura deconsumo massificado e

é um dos maisdiversificados e

tecnicamente ricos domundo. Propostas

surgem de formameteórica e do mesmo

modo desaparecem semque ninguém empunhe

a bandeira dessadesoneração. Tá

faltando o quê para oslíderes do segmento

se mexerem?

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GUSTAVO VICTORINO | [email protected]

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dado por um monte de mentirasque invariavelmente vem depoisda “notícia”. O inacreditável éque muitos apostam e até inves-tem nisso. Dia desses li que umabanda de baile de SP cobra 200mil por show e “é o maior suces-so” a ponto de não ter mais agen-da. Fiquei curioso e fui conferirna internet. Tudo baboseira erespeitosamente afirmo que abanda é até bem fraquinha.

SOM PESADOO heavy metal sempre foi mais for-te na Europa, mas o cenário pareceter se amplificado ainda mais coma efervescência cultural do lesteeuropeu e a proliferação de festi-vais voltados aos amantes do gê-nero. Bandas da Escandinávia,Alemanha, Bélgica e leste da Eu-ropa vêm ganhando mais aficcio-nados e dominando os festivais daregião. Os dinossauros oriundos daInglaterra e da Califórnia puxamos eventos, mas não estão mais so-zinhos no quesito atração para pu-xar público.

NOVIDADEVem aí as caixas amplificadas daBorne construídas em madeira.Como o plástico injetado dominaesse segmento do mercado, a em-presa de Guarulhos quer abrir es-paço para um produto com perfilsonoro diferenciado. É curiosidadea conferir, mas pelo histórico daempresa, tem tudo para tambémfazer sucesso.

AUDIÊNCIAAvisei que a coisa tava mal. Apesarda boa proposta e do sucesso inici-al, o programa Superstar, da Globo,já perdeu quase metade da audiên-cia conquistada quando lançado.Do The Voice eu nem falo mais. En-quanto lá fora o formato mantém osucesso e mostra curiosidades e ta-

lentos, por aqui ele também desa-bou. E o Prêmio Multishow viroufestinha carioca recebendo ami-gos. A Globo precisa dar uma me-xida urgente na direção artísticamusical dos seus núcleos. Enquan-to isso, o canal BIS (também daGlobo), apesar das escorregadelas,segue flanando na liderança musi-cal televisiva. Deve ser porqueapenas toca música...

PREÇOSA boataria na internet e a indig-nação dos consumidores precisater apenas um endereço... o go-verno federal. Comparar preçosdos produtos à venda no Brasilcom as lojas dos EUA ou Japão éde uma má fé surpreendente. Aimoral carga tributária e o custoBrasil dimensionado pela cor-rupção, burocracia e logísticajurássica tem origem exclusiva-mente no poder central. Atacarlojistas, importadores ou fabri-cantes é diversionismo maldoso.A ganância no segmento é rara etópica. Tal como o consumidor, agrande e esmagadora maioria évítima e não vilão.

GLOBALIZAÇÃONem todo o produto Made In USA

é fabricado nos Estados Unidos...Nem todo o produto Made In Japan

é feito no Japão... E nem todo oproduto Made In Brazil é feito noBrasil. A isso chamamos de globa-lização tributária.

FALANTESApesar do ataque chinês, os fabri-cantes brasileiros de alto-falantessempre colocaram o Brasil nomapa mundial da qualidade nosseus produtos. O aumento das im-portações de alto-falantes de mar-cas famosas pode ser um indicativode que isso está mudando. Queriasaber porquê...

LEGISLAÇÃOAs sentenças oriundas dos tribu-nais do trabalho pelo Brasil volta-ram a infernizar a vida dos artistase contratantes. Músicos que pro-curam amparo na lei geral estãoencontrando procedência nas suasdemandas e arrancando fortunaspela interpretação equivocada dalei nos casos oriundos de uma ati-vidade tão atípica quanto a de mú-sico profissional. Enquanto nin-guém se tocar com isso e buscaruma legislação específica para a ca-tegoria, a coisa vai ser um circo doshorrores como presenciamos hoje.Se fizeram uma lei para as domésti-cas, porque não para os músicos?

BUÁAAAAANada vai definir tão bem o cenárioatual quanto a Expomusic 2015,em São Paulo. Alguns vão aparecerpara chorar as pitangas... Outrosvão vender lenços.

SUPERBANDAO inquieto e doidão Ozzy Osbornenão sossega e acaba de montar umabanda de tirar o fôlego. Em parceriacom o seu ex-colega do Black Sab-bath, o baixista Geezer Butler, Ozzyconvocou os guitarristas Slash eTom Morello (do Rage Against theMachine), para formar um megagrupo de rock. A banda vai se apre-sentar no festival Voodoo MusicExperience, em Nova Orleans, nosEUA, em outubro.

DÚVIDANo meu programa diário na TVPampa, de Porto Alegre, recebium e-mail curioso: “Quem recebe

os direitos autorais sobre as trilhas

compostas para telejornais e progra-

mas televisivos em geral?”. Confessoque não sei nem se alguém recebedireitos autorais por isso. Masmuito executadas certamente es-sas trilhas são...

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DANIELLI MARINHO | [email protected]

Depois das aventuras vocais com o grupo Céu da Bocana década de 80, do qual faziam parte Veronica Sabino,Paula Morelenbaum, Paulo Malagute, Chico Adnet,Maúcha Adnet, Dalmo Medeiros, Paulo Brandão,Rosa Lobo e Marcia Ruiz, com o qual fez dois discos e

centenas de shows peloBrasil, o cantor e com-positor Ronald Valleretoma agora sua car-reira artística de mais detrês décadas com o lan-çamento do CD Pre-

sente. O disco traz can-ções autorais e co-au-torais, com parceiroscomo Alfredo Karam,Mu Chebabi e Ale-xandre Lemos, que re-

velam o ritmo alegre, as letras inteligentes, a variedadede estilos e o extremo cuidado nos arranjos e na produ-ção fonográfica do próprio músico com o parceiroFernando Morello, do Estúdio Órbita, no Rio de Janei-ro. Como cantor, Ronald já gravou com mestres comoMilton Nascimento, Edu Lobo, Chico Buarque, NaraLeão, Joyce e Cesar Camargo Mariano, e como compo-sitor trabalha com criação e produção de trilhas sono-ras pra publicidade, TV e cinema, tendo composições earranjos gravados por Milton Nascimento, PaulaMorelenbaum, Fernanda Takai e Coral Maluquinho.

PRESENTERonald Valle

O duo foi formado comofruto do feliz encontroentre Mario Ulloa e Da-niel Guedes no Festivalde Música de Santa Ca-tarina, em 2009, ondeambos eram professores.Desde então se sucede-ram convites para váriasapresentações pelo Bra-

sil, e o repertório foi sendo criado, em parceria, seja nosarranjos de Ulloa, nas transcrições propostas porGuedes, ou na livre criação entre ambos sobre músicasdo repertório. O duo é, nessa formação, pioneiro notratamento de músicas populares brasileiras com altograu de elaboração, aliado ao toque improvisatório ca-racterístico da música popular. Em Amor em Paz, umdisco de câmara, violão e violino muitas vezes soamcomo um só instrumento. Do choro do Rio de Janeiroàs tavernas ciganas da Hungria e Transilvânia, passan-do por composições inéditas, clássicos da MPB e atéuma da “Chiquinha Gonzaga mexicana”, são quase150 anos de música em 12 faixas. Como duo, MarioUlloa e Daniel Guedes amadureceram e gravam estesegundo CD ampliando a escolha de repertório e via-jando um pouco mais no espaço e no tempo. Abremcom um ícone, Noites Cariocas de Jacob do Bandolim, efecham com outro, Czardas, do napolitano VittorioMonti. No meio, uma festa refinada para os ouvidos:Johnny Alf, Noel Rosa, duas vezes Tom & Vinicius,duas inéditas do Mario Ulloa, e um hit de MariaGrever, a primeira mulher do México a fazer sucessocomo compositora.

AMOR EM PAZDaniel Guedes e Mario Ulloa

O novo compacto em vinil do Vespas Mandarinas, O Ovo Enjaulado (Polysom) contacom duas faixas: A Man Without Qualities e Estrada Escura. Esse trabalho é uma espéciede ‘janela’, enquanto a banda não grava o novo álbum, para experimentar novas forma-ções e estilos dentro do amplo universo de referências do rock. O proto-punk e apsicodelia deram o tom nas gravações. A Man Without Qualities, a faixa do lado A, é umaversão em inglês para Um Homem Sem Qualidades. De autoria de Thadeu Meneghini eAdalberto Rabelo Filho, este também responsável pela versão em inglês. A faixa contacom a participação especialíssima de Mark Arm, vocalista da banda norte-americanaMudhoney, no vocal. Mark foi um dos responsáveis pelo embrião do movimento grunge,que teve seu ápice nos anos 90 e reconhecimento internacional através de bandas como

Nirvana e Pearl Jam. Estrada Escura é uma canção escrita por Taciana Barros (Gang 90/Solano Star) e Michel Kuaker (Yo HoDelic). A faixa evoca uma espécie de elo perdido no rock paulistano/brasileiro. A capa escolhida para o compacto é umcapítulo à parte. O desenho criado pelo artista Theo Castilho - punk de nascença e criador de uma das casas de punk rockmais emblemáticas de São Paulo, o já extinto Carbono 14 - representa de maneira quase exata a intersecção dos doisuniversos citados no início: o proto-punk e a psicodelia. A direção de arte é assinada por Taciana Barros.

O OVO ENJAULADOVespas Mandarinas

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DiGi DiGi tecnologia SDP tem sido funda-mental nos consoles da série SD.

A crença de que o desenho da DiGiCotem limitado a sua capacidade de lan-çar um produto introdutório acessí-vel, fez com que a marca passasse apensar em uma nova forma de projeto,sem seguir tendências, e entregar umproduto carro-chefe e que mudasse asexpectativas do mercado. Com a S21,a DiGiCo faz exatamente isso. Usan-do novos componentes FPGA, a ummenor custo, programado com osmesmos algoritmos de áudio, e com-binado com uma nova forma de pro-

A cessador de controle, a S21 oferece osvalores tecnológicos e um novo pro-cessador ARM QuadCore RISC. Comisso, o equipamento é capaz de entre-gar um processamento mais rápidocom menor consumo de energia. Essaferramenta eficiente, combinada como núcleo de áudio, tem permitido o de-senvolvimento de um custo eficaz.Usando a alta potência QuadCoreSoC, associada à memória de alta lar-gura de banda, a S21 se conecta a umbaixo consumo de energia matrizFPGA 484-ball que, por sua vez, seconecta ao controle de quarta gera-

[email protected]

Fotos: Divulgação

Desde a sua fundação,em 2002, a DiGiCo vem

buscando inovar eentregar para o

usuário umatecnologia que preze a

flexibilidade e aqualidade de áudio. No

entanto, duasinovações sempre vêm

à mente quando nosreferimos à marca: o

fato da Digico ter sido oprimeiro fabricante de

console a usar atecnologia TFT e a

pioneira em abraçar atecnologia FPGA, ou

Stealth ProcessamentoDigital, para substituiro DSP como o principal

processador de áudio.

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CoCoS21ção SHARC DSP, capaz de nãoapenas controlar o FPGA, masoferecer o potencial suficientepara processamento adicionalno futuro. O tamanho compactodo S21, por exemplo, não temnenhuma relação com a escalade poder de processamento que

acontece sob a superfície de tra-balho de poli carbonato.

DUAS TELAS

As telas de toque agora fazem partedo cotidiano de qualquer técnico ea DiGiCo já vinha incorporado-asem projetos já em 1997. Com asvantagens de velocidade de con-trole e feedback do usuário, signifi-ca que a S21 tinha que flexibilizaras regras novamente. Nesse mode-lo, foram utilizadas as P-PAC - te-las multi-touch para feedback comvisual claro e controle por gestos.O design compacto de tela duplada S21 fornece ainda 10 faixas de

canais, por tela, permitindo que ooperador dê feedback instantâneoe controle em 20 canais simultâ-neos, proporcionando total confi-ança quando o engenheiro está fa-zendo a mix de grandes shows. Olegal de ter duas telas é que não sódá para ver mais canais em qual-

quer momento, como permite queo usuário utilize um como umaconfiguração ou na tela principal,enquanto continua a operar com ooutro.Na tela de toque do EQ é possíveltocar e arrastar, ou para uma expe-riência mais tátil usar os encodersrotativos para ajustar as suas fre-quências, pressionando para mu-dar de função ou ligar / desligar. É amesma filosofia para todas as ou-tras funções de processamentodentro do console.A S21 vem ainda com o DMI (Di-GiCo Interface multicanais), du-plo slots para cartões de opção,

perfeito para expansão, uma vezque pode fazer interface com for-matos MADI, Dante, Optocore,Waves SoundGrid, ou Hydra 2 ARede da Calrec.Quando o engenheiro de áudio estána frente de uma S21, ele sente-seextremamente atraído a controlar oáudio. A partir do alumínio aeroes-pacial, das sobreposições de policarbonato durável, a tecnologiaLED RGB embutida Til Lit junta-mente com faders / encoders sensí-veis ao toque e LED integrado àbarra de luz, é possível saber que setrata de uma DiGiCo antes mesmode ligar o PA. E a S21 redefine asexpectativas da indústria.

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éo, o que você fazia antes de trabalharcom shows e qual a sua formação?

Eu era um garoto que tinha como sonhoser o maior baterista do mundo, mas porironia do destino acabei parando atrásdos melhores bateristas do mundo. Des-de criança sempre fiquei envolvido commúsica, garimpava todos os discos derock progressivo do meu pai e tentavasaber através de revistas da época as suashistórias. Os únicos trabalhos que tivefora da música foram um aos 14 anos noMcDonalds, que não durou nem 2 dias, e,em um período que estava desiludidocom a música, de garçom em um barzi-

nho em Pinheiros. Claro que com meucharme me tornei gerente logo após ogerente ter pedido as contas (risos).Minha formação veio de poucas aulasteóricas de bateria e muito tempo gastoem uma fruteira somado a um sofá comum par de agulhas de tricô (autodidatamesmo). Com relação ao campo deshows, tive formação de áudio traba-lhando por um curto período para a em-presa Gabisom, onde tive uma dupla degrandes professores que me ensinaramtudo sobre áudio: Fernandão e José LuizCarrato. Agora, com relação a ser Drum-tech, o meu maior professor - que com

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[email protected]

Fotos: Arquivo Pessoal / Divulgação

Profissões do

backstage’backstage‘

L É O S O A R E SD R U M T E C H

Nesta série deentrevistas em queconversamos comprofissionais que

atuam nos bastidoresdos shows ou de

produções, trazemoseste mês a profissão

de Drumtech, e oentrevistado é

Léo Soares.

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certeza nem imagina que sou umgrande fã dele - foi o Kichi, ex-Drumtech do Sepultura e outros.

Sempre pedimos aos nossos entre-vistados que descrevam a suaprofissão. O que faz um Drum-tech e qual a diferença entre essafunção e a de roadie como conhe-cemos em geral?Um bom Drumtech tem que terconhecimento principalmente emafinação, luthieria, manutenção emgeral, pois você nunca sabe emqual momento as suas habilidadesserão testadas. A grande diferençaentre ser Drumtech e ser Roadie éque o Roadie obrigatoriamentetem que saber lidar com todos osinstrumentos e por ventura mon-tá-los, enquanto o Drumtech é es-pecializado somente em baterias.Existem muitos profissionais nomercado que são excelentes Roa-dies, mas que se auto denominamDrumtechs. É basicamente umerro de nomenclatura, pois no fi-nal das contas as duas funções aca-bam a noite empurrando cases.

Como foi seu início no back-stage e quais aquelas pessoasque fizeram a diferença quan-do você iniciou na área?Meu início foi como quase o de to-dos, foi mais amador do que tudo.Eu tinha de 14 para 15 anos quandocomecei a trabalhar esporadica-mente com o baterista Rubens Bar-sotti, e era uma grande fonte deensino, pois ele praticamente mecriou nesse meio. Me ensinou desdepostura, metodologia de trabalho e,o principal, aparência do instru-mento, até de como negociar umcachê. Mas o pagamento com eleera poder usufruir da sua bateria naqual eu ensaiava. Mas acho que elenão me ensinou tão bem assim anegociar cachê, não acham? (risos).As pessoas que fizeram diferençaforam praticamente todas com as

quais trabalhei, é quase que huma-namente impossível dizer quem fo-ram e o diferencial que fizeram naminha carreira, pois eu continuoaprendendo e me espelhando atéhoje em todos com quem trabalho.Ainda sobre o meu início de carrei-ra, existe um fato que preciso divi-dir com vocês. Na primeira vez emque montei uma bateria para umshow, o bumbo começou a andar e,como o novato aqui não sabia o quefazer, sentei na frente do bumbo epassei quase 20 minutos desfrutan-do do melhor Jazz na posição maisprivilegiada, que é na frente dobumbo. Muitos podem achar estra-nho, o bumbo de um baterista deJazz andar, mas tinham momentos efraseados em que o Rubens sentavao pé no bumbo.

Como foi o seu primeiro cachê,qual a sensação de receber parafazer algo que gosta? Foi naquelemomento você entendeu que fariadaquele trabalho o seu ganha-pão?Meu primeiro cachê não tem nemcomo esquecer, pois metade deleficou com o cara que arrumou oshow pra mim. Trágico, não? Foicom a banda Os Incríveis, que mepagou o equivalente hoje a R$ 30.

Desculpem-me, mas como sou ve-lho não faço a mínima ideia dequal moeda era usada na época. E asensação foi de alegria plena, poiseu tinha realizado um péssimo tra-balho e ainda recebi por isso! Maso mais legal de tudo foi poder saberque a partir daquele dia eu poderiacobrar mais caro cada vez que evo-luísse. O mais engraçado era verpessoas do nosso meio que ganha-vam até 10 vezes mais do que eu, eeu tinha certeza que um dia chega-ria no nível deles, e acho que che-guei, não?

A partir do primeiro cachê, vocêdeve ter trabalhado para vários ar-tistas e bandas, sei que a lista deveser grande. Mas quais foram maismarcantes para você e por quê?É necessária mesmo essa pergunta?(risos). Vai ter músico que vai lerisso e vai perguntar porque seunome não está nessa resposta.Bom, acho que as bandas maismarcantes na minha vida foramOs Incríveis, pelo fato de eu traba-lhar com uma lenda viva brasilei-ra, que é o Netinho, e pelo fato deque foi onde tive as minhas pri-meiras roubadas! Agora, prazer detrabalhar, tive com quase todas,

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pois algumas me deixaram más lem-branças, como a banda Gueto, na qualrealizei alguns shows e eles nunca mepagaram, e pior: ainda emprestei di-nheiro para eles.Uma outra banda que me marcou muitofoi o Capital Inicial, não só por todos osanos que estive lá, mas também por ser abanda onde quase morri, quando um pal-co desabou sobre minha cabeça, ferindooutros companheiros que lá estavam.Caraca, só citei desgraça! (risos).Bom, vamos falar de coisa boa. Outra ban-da que tenho um grande carinho é o NXZero, onde realizei a minha primeira tourfora do Brasil (foram só quatro shows, nãoé bem uma tour, mas para mim valeucomo uma), e no momento o Motörhead,onde estou tendo experiências não só detrabalho, mas também de vida, e tambémpelo fato de ser fã dos caras!

Sempre solicitamos ao entrevistadoum resumo da carreira para elaborar-mos as perguntas da entrevista, e nesteresumo sempre aparecem surpresas.Você sempre trabalhou com baterias,mas como foi essa história de seriluminador, e roadie de cordas por umtempo? Conte sobre essas fases.(Risos) Desenterrar passado é a mesmacoisa que ligar para a ex-namorada.Nunca é legal, e sempre dá vergonha!(que meus amigos iluminadores não fi-quem bravos).A história de ter sido iluminador foimuito breve, pois eu tinha ido com oJosé Luiz Carrato fazer um evento no fi-nado bar Columbia para uma cantoraestrangeira, estava indo como assisten-te dele, não me lembro como, mas emum certo momento eu estava dentro dacabine do iluminador operando as luzesdo evento! O dono do Columbia, quena minha opinião devia estar maischapado do que qualquer coisa, gostoudo meu pisca-pisca de luzes e me con-tratou para fazer iluminação nos showsque haveriam no Columbia.Agora me façam uma pergunta: vocêsacham que eu subia em escada e afineialguma lâmpada PAR? Quem me co-

nhece sabe que eu odeio subir em esca-das altas. Como roadie de cordas, este éum outro lado do qual gosto muito depraticar e, por incrível que pareça, meuprimeiro instrumento não foi uma ba-teria e sim um contrabaixo, tenho umacerta fascinação por guitarras, apesar denão saber fazer uma nota sequer, eu tocodo meu jeito. Meu primeiro trabalhocomo roadie de guitarra em nível profis-sional foi com o grande Luiz Carlini,imaginem quantos puxões de orelha eutomei. E na minha lista de guitarristas,tenho vários outros nomes com os quaisjá trabalhei como técnico de guitarra, ali-ás poucas pessoas sabem, mas eu tambémfui roadie de cavaco na banda de pagodeKatinguelé. Foi um bom aprendizado,apesar de eu não saber tocar nada de ca-vaco e muito menos de pagode!

Ainda falando sobre trabalhos e ban-das, como surgiram os primeiros traba-lhos com bandas internacionais, e qualera o seu trabalho com elas?Meus primeiros trabalhos internacio-nais surgiram logo após o meu rompi-mento empregatício com a banda Capi-tal Inicial, onde fiquei por 12 anos. Fuiconvidado pela dona da Só Palco a inte-grar a equipe dela, onde eu cuidava detodo backline de certos eventos. Meuprimeiro show internacional pós CapitalInicial foi com a Jennifer Lopez, e logo nasequência começaram a pintar convitesda produtora T4F para trabalhar comeles como intérprete. Se eu não me enga-no, meu primeiro show internacionalcom a T4F foi com o Justin Bieber, comointérprete. Após esses trabalhos com aSó Palco e a T4F, foram surgindo convi-tes de médias e pequenas produtoras paratrabalhar como Stage Manager e até mes-mo como Tour Manager. Eu aproveitavaesses trabalhos e fazia os serviços deDrumtech também. Como intérprete fiztrabalhos com Metallica, Guns andRoses, Dave Mathews Band, One Direc-tion entre muitos outros (intérprete éaquela pessoa que faz a ponte entre aequipe internacional e a equipe local,como pessoal de áudio, luz e carregado-

Meu primeirotrabalho como

roadie de guitarraem nível

profissional foicom o grande LuizCarlini, imaginemquantos puxões deorelha eu tomei. Ena minha lista de

guitarristas, tenhovários outrosnomes com os

quais já trabalheicomo técnico deguitarra, aliáspoucas pessoassabem, mas eu

também fui roadiede cavaco na banda

de pagodeKatinguelé.

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res); como Stage Manager, realizeitrabalhos com bandas como: Pa-radise Lost, Stratovarius, Skillet,Marillion, Icona Pop, John An-derson, entre muitos outros.

Falando em metodologia de tra-balho, quais as diferenças entretrabalhar com bandas nacionaise estrangeiras?Infelizmente sou obrigado a admi-tir que estamos muito atrasadosem questão de mão de obra e pos-tura. Quando você está numa tur-nê, por exemplo, na Europa, dificil-mente você escuta berros no palco.Outra coisa que reparei é que nor-malmente as bandas e principal-mente o Tour Manager tratam assuas equipes com dignidade e res-peito. Normalmente nos shows efestivais existe o catering, que nadamais é que um restaurante monta-do para todos, eu disse “todos” co-

merem, e lá o horário de comida ésagrado, ainda mais se você for sin-dicalizado. Com relação a traba-lhar com bandas internacionais,existe a dificuldade da língua, poisuma palavra mal colocada pode ge-

rar um grande problema. De resto,acho que não existe tanta diferen-ça. Agora, existem muitos músicosnacionais que deveriam descer dosseus respectivos pedestais e serem

mais humildes com as suas equipes,pois sem elas o show deles nãoacontece. Um exemplo que possodar de humildade foi agora no últi-mo Monsters of Rock, em São Pau-lo, aonde eu vi o Ozzy Osbourne

agradecendo um a um dos seus mú-sicos e equipe pelo trabalho. Aívocê vem dizer, mas tem cantorbrasileiro que faz isso, mas tambémexistem muitos, e eu já trabalhei

Com relação a trabalhar com bandas

internacionais, existe a dificuldade da língua,

pois uma palavra mal colocada pode gerar

um grande problema.

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com vários, quese achavam maiores que esse se-nhor. Outra coisa que é muito diferenteé com relação a um cronograma de via-gem. Normalmente as turnês vão se-guindo por países próximos até o maisdistante. Por exemplo, se você estivercom show agendado na Espanha, Gréciae Japão, você segue essa ordem e não:Grécia, Japão e Espanha no dia seguinte.Um exemplo clássico foi quando traba-lhando para uma certa banda, foi mar-cado um show no Acre, no dia seguinteRio de Janeiro e logo após, Peru e depoisSão Paulo. Acho que o empresário dessabanda nunca viu um Atlas.

Normalmente na nossa vida de estra-da, temos muitas roubadas e sempretem aquela que se torna inesquecível.Qual foi a sua “roubada” inesquecível?Há poucos meses, quando estava fazen-do uma turnê pelo Nordeste com o An-gra, foi marcado um show em Fortaleza.Chegando lá no local, dei de cara comum palco meia boca, com um PA mon-tado dentro dele. Até aí, nada demais.Só que a surpresa foi ver uma bateriamontada dentro de um aquário de vidrocom ar-condicionado, leia-se ventila-dor, sendo que o praticável do mesmoestava chumbado no chão de cimento.Ou seja, ela não estava no centro do pal-co, e sim do lado direito como se vocêfosse montar uma percussão do lado es-querdo do palco. E ainda para ajudar umpouco, resolvemos descer o PA para afrente do palco, mas tinha um riacho emfrente ao palco. O que o dono da casa

queria ao colocarum riacho na fren-te de um palco, atéagora não sei. E, de-talhe, o guarda-cor-po era de bambu. Fi-camos mais de 4 ho-ras esperando chegaro material para quemontássemos uma es-trutura para o PA emcima do riacho. E issoera num domingo, àsquatro da tarde, quandoa maioria das locadoras

estavam fechadas. Para ajudar um pou-co mais, as bandas de abertura começa-ram uma guerra de egos para saberquem tocaria antes ou depois. A solu-ção que dei foi cancelar as duas. Masisso não rolou, então deixei por contada casa de shows a decisão. Sobre o pra-ticável de bateria no palco, cobrimos oaquário com plástico preto. Só paracompletar, essa turnê no Nordeste merendeu um grande inimigo, que ao con-tratar a banda novamente ligou para oempresário e pediu que eu não fosse maisem nenhum show contratado por ele.

Como pintou o convite para ser oDrumtech da banda Motörhead ecomo é a estrutura interna de uma tourcomo a deles?O convite pintou através do Tour Ma-nager da banda, que é brasileiro, e doStage Manager, que também é brasileiro,e que conheço de muitos anos. A princí-pio eu estava indo somente como subs-tituto para 6 shows na Europa, pois oDrumtech oficial já estava de saída, mascompletaria a turnê, e nesses 6 shows eleestaria ocupado com a sua empresa devídeo. Após o terceiro show que foi rea-lizado em Londres junto com o BlackSabbath e com Faith no More, o bateris-ta Mikkey Dee me chamou até a área decamarins pois precisava falar comigo.Eu fiquei sabendo através de outros in-tegrantes da equipe que quando ele cha-mava para ir ao camarim era para darbronca. Mas nesse dia fui convidado a

Há poucos meses,quando estava

fazendo uma turnêpelo Nordeste com oAngra, foi marcado

um show emFortaleza.

Chegando lá nolocal, dei de cara

com um palco meiaboca, com um PA

montado dentrodele. Até aí, nadademais. Só que a

surpresa foi veruma bateria

montada dentro deum aquário de

vidro com ar-condicionado...

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www.facebook.com/leodrumtech

Para saber online

Este espaço é de responsabilida-de da Comunidade Gigplace. En-vie críticas ou sugestões para [email protected] ou [email protected]. E visiteo site: http://gigplace.com.br.

entrar em seu camarim e ele estavaassistindo ao jogo Brasil x Colombia.No mesmo instante ele me falou queestava gostando do meu trabalho eprincipalmente das minhas afinaçõese de minha postura no palco, e me fezo convite de trabalhar fixo na banda,ao qual aceitei sem pensar duas vezes.E hoje vou para a segunda turnê mun-dial com eles.A estrutura do Motörhead é bemsimples e muito organizada, desde aminha saída do Brasil até meu re-torno. Viajamos normalmente em10 pessoas na equipe, nas turnês deverão, e em 16 pessoas nas turnês deinverno. O trabalho em si é muitobásico, pois a banda não usa de arti-fícios como painéis de LED e passa-relas. É simplesmente o básico dobásico, ou seja, amplificadores e ba-teria, nada mais no palco. Atual-mente temos um iluminador brasi-leiro integrando a equipe. Hoje so-mos quatro brasileiros trabalhandono Motörhead, o que torna o traba-lho um pouco mais fácil.

Com as redes sociais, temos acom-panhado um crescimento de discus-sões de cunho social para regula-mentação das profissões do back-stage, mas o que você acha destetipo de iniciativa?O dia em que todos, eu disse todos seunirem e resolverem tirar o malditoego da sua pasta de trabalho, talvez ascoisas fiquem melhores. É um puxatapete de todos os lados. Infelizmentenão existe companheirismo no Bra-sil, eu sou totalmente a favor de exis-tir um único sindicato, acho que faltauma voz ativa para ir até os maioraisda nossa política e exigir que a nossacategoria vire uma coisa real, pois émuito engraçado você ter que abriruma empresa e não ter a sua profissãoreconhecida. Se até as prostitutas sãoreconhecidas como trabalhadoras,por que nós não somos? O outro fatoque me incomoda muito é o ‘diz queme diz’ de que a minha agenda é me-

lhor que a sua. Parece criança fazendobirra com o amiguinho. Na minhaopinião, só vai dar certo quando ospróprios profissionais começarem ater mais respeito por eles mesmos.Digo isso com relação a acordos decachês e condições de trabalho. Ou-tra coisa que me incomoda muito éessa banalização da geração pendrivee da geração workshop de final de se-mana. Atualmente venho encon-trando dificuldades em arrumar tra-balho, pois não tenho um certificadodo professor X do workshop de roadie,e vejo muitos colegas perdendo traba-lhos para “chupadores de mixagem”que copiam em seu pendrive a melhormix e dizem que foram eles que fize-ram. Se temos que ter reconhecimen-to perante o Ministério do Trabalho,temos que começar por uma limpezadentro do nosso meio de trabalho, acomeçar por essas pessoas que caniba-lizam o nosso ambiente profissional.

Para finalizar, quais são os seus planos,o que planeja fazer daqui a 10 anos?Pelos meus cálculos e pelo aplicativodo Sebrae, tenho que trabalhar mais13 anos e 2 meses para me aposentarpor idade, então daqui a 10 anos esta-rei, com certeza, afinando alguma ba-teria, ou dando alguma bronca em al-gum palco por aí. Mas o meu grandesonho seria ter uma casa de shows quelembrasse o finado Palace, não tãogrande, mas também não tão peque-no. Caso não consiga realizar esse so-nho, vou comprar uma casa na praia evou ficar de pé pra cima pro resto davida. Até parece que eu consigo ficarnum lugar assim parado.

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pianista Carlos Fuchs já tinha mon-tado, lá por 1990, um estúdio rudi-

mentar em casa, quando morava no bair-ro carioca de Vila Isabel. “Era de oito ca-nais, dava para fazer trilhas sonoras,bem pequeno. Mas na época eu já procu-rava uma casa que pudesse transformar

Ricardo Schott

[email protected]

Fotos: Divulgação

em estúdio”, conta. O sonho de Fuchsfoi realizado em 1998, quando achouuma casa em Santa Teresa, pertinho doCentro do Rio, e a transformou no estú-dio Tenda da Raposa. De lá para cá, mui-ta música rolou nas três pequenas salasde som do local e hoje a Tenda, além de

MÚSICAA CASA DAMÚSICA

O

Estúdio Tendada Raposa se

destaca naprodução de

discosindependentes e

na criação denovas

alternativas paragravações no Rio

de Janeiro.

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atender a vários músicos indepen-dentes, vem atraindo vários no-mes já estabelecidos da MPB.Duvida? Enquanto várias produ-ções independentes bacanas saemde lá - como álbuns de ValériaLobão, mulher de Fuchs, e de Al-fredo Del-Penho, além de muitacoisa de artistas de choro da Lapa -nomes como Joyce Moreno, Le-nine, Dori Caymmi, Pedro Luís eIvan Lins já usaram as mesas desom e os instrumentos da Tenda.Muitos atraídos pelo astral especi-al da Tenda, que fica no terceiroandar da residência de Valéria,Carlos e seus filhos. “Muita gentevem aqui só gravar um piano e gra-va um disco inteiro, ou mixando.

Tenho um piano Rhodes bem legal,um piano Yamaha...”, diz o músico.Até nomes internacionais, como opianista americano de jazz BradMehldau, já experimentaram asmáquinas do estúdio.

A casa tem dois belos terraços e deum deles, é possível ver o Corcova-do, o Pão de Açúcar e até Niterói.Mas as salas de gravação são bemcompactas. “Comparado com umestúdio lá de fora, é de pequeno por-te. Digo sempre que é um megahome studio, um estúdio que cres-ceu além da conta. Queria algo pe-queno, mas foi crescendo e atraindogente”, conta Fuchs. Atraiu e atrai,mas sempre sujeito às flutuações domercado, que anda estranho.“O independente não visava lucroporque disco para ele era um cartãode visitas. Eu não sentia a crise, mashoje a crise é geral, não só na músi-ca”, conta. “O que vem dando umdiferencial e ajudando na produçãode discos é o crowdfunding (financi-amento coletivo). Já que os editaisestão restritos aos medalhões, os in-dependentes estão fazendo seus dis-

Carlos Fuchs e Brad Mehldau

Analógica Neve, modelo 5088

Lenine gravando na Tenda Analógico até quando a gravação digital é o padrão

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cos assim. Um amigo até brinca que estáfazendo um crowdfunding para pagar oscrowdfundings dos amigos”, brinca.

ANALÓGICOFuchs é da antiga: prefere o analógico atépara tarefas em que a gravação e mi-xagem no digital são o padrão. “Gosto demixar sem plug-ins e aposto no ana-lógico. Fiz até mixagem de DVD em 5.1no analógico. É verdade que dá trabalho,não tem recall...”, diz, rindo. “Mas o somfica infinitamente melhor”.Um dos maiores diferenciais do estúdio éuma queridíssima mesa analógica Neve,modelo 5088. “Ela tem 48 inputs e 32 ca-nais, totalmente analógica. Foi projetadaainda pelo próprio Rupert Neve (criadorda marca) e é bem diferente das mesas re-centes. Temos monitoração de áudio feitapela (marca alemã) Eve, também”, contaFuchs, prometendo para breve voltar agravar seus próprios discos. Ele já gravouálbuns ao lado de nomes como Marcos Sa-cramento e Ryta de Cássia. “Estou eter-namente para lançar um novo disco, né?Vamos ver se consigo, após formalizarumas coisas na Tenda”, conta o músico,preparando-se para transformar de vez amarca Tenda da Raposa em selo musical.

PANOS NO TETO COMO MARCAFica a lição para quem pretende montarum estúdio: do inesperado pode vir umasurpresa. “A minha casa era um ateliê,antes. Nada indicava que pudesse virarum estúdio, não era o perfil. E estava ca-indo aos pedaços!”, conta Fuchs. “Mascomprei baratinho, numa época em quenão havia tanta valorização dos imó-veis em Santa Teresa”.

Aos poucos, Fuchs foi arrumando ascoisas. Partiu do improviso inicial,com um estudiozinho bem menorno térreo - onde, ainda assim, fezgravações com Suely Mesquita ePedro Luis & A Parede. As atuaissalas de gravação ficavam num de-pósito. “Quando consegui levá-laspara o terceiro andar, eram com tetode amianto e chão de cimento. Masmontei lá e fiz do jeito que queria”.

O nome Tenda da Raposa, conta Fuchs,vem dos panos que pôs no teto para dimi-nuir o vazamento de som. “Dava um as-pecto de tenda. Até hoje faço questão demanter esses panos lá. Virou marca”, diz.

O DISCO QUE GEROU DISCOSParecia impossível, mas a mulher deFuchs, a cantora Valéria Lobão, fez. So-nhando dar um tratamento de voz e pia-no para a obra de Noel Rosa, ela uniu 22pianistas brasileiros — cada um numafaixa — no CD duplo Noel Rosa, Preto e

Branco. O repertório vai de clássicos aobscuridades do poeta da vila, semprecom participações de vários pianistas:gente como Fuchs, João Donato, Cristó-vão Bastos e Gabriel Geszti. O álbum foigravado na Tenda, passou por um perío-do de crowdfunding (para honrar os di-reitos autorais dos parceiros de Noel) evem gerando outros produtos feitos noestúdio, já que para garantir a participa-ção de “nomões” como Donato, foramoferecidos bônus de gravação/mixageme outros serviços para os pianistas con-vidados. Trabalhos do próprio Donato(a mixagem do par de CDs ao vivo lan-çados recentemente pelo pianista), deCliff Korman, Tomas Improta e MarcosNimrichter já saíram das salas da Tenda.“Justamente por causa dessa crise, o negó-cio é usar a criatividade. Se ficar esperandoas coisas acontecerem, não vai muito lon-ge”, conta Carlos. Tem mais vindo aí.Carlos trabalha no DVD da nova cantoraJulia Vargas e em discos novos de DaniloCaymmi e de Eduardo Gallotti, além devários outros lançamentos. “Trabalhobastante com o som que eu gosto: MPB,samba, choro, trilhas sonoras”, diz.”

A minha casa eraum ateliê, antes.

Nada indicava quepudesse virar umestúdio, não era o

perfil. E estavacaindo aos

pedaços. Mascomprei baratinho,

numa época emque não havia

tanta valorizaçãodos imóveis em

Santa Teresa

Dori Caymmi e Valéria Lobão

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redaçã[email protected]

Fotos: Ernani Matos / Divulgação

SCHMSCHMAndreas

ELE ASSINA A

Andreas Schmidt é Diretor Técnico einiciou sua carreira há 23 anos, nomercado de eventos, assinando a

produção de grandes projetos efestivais. De 1992 até hoje, é

responsável por fazer a produção etécnica de som do cantor Toquinho.

Desde então, seu trabalho vem seconsolidando no showbusiness,

trazendo em seu portfólio trabalhoscom marcas e artistas nacionais e

internacionais, como Lollapalooza eTomorrowland. Em 2005, Schmidt

criou a AUDIO BIZZ, onde conseguiutrazer grandes profissionais para

unir à sua expertise. Nesta edição,conversamos com o empresário sobre

sua carreira, mercado deentretenimento no Brasil e nomundo, e perspectivas para o

mercado profissional brasileiro.

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ocê começou na área de dire-ção técnica há 23 anos. Conte

um pouco sobre este início e quaisforam as pessoas que tiveramgrande importância nessa fase?Estamos na verdade falando de umaatividade que não existia na épocacom o título de Direção Técnica.Fazíamos de tudo que estava relaci-onado à técnica sem propriamentereceber este título. A minha influ-ência recebida na parte técnica vemdesde o meu pai, que foi engenheiroeletrônico e nuclear; de meu irmãocomo engenheiro eletrônico, até avivência ao lado do Pena Schmidtdurante mais de 10 anos. O maiorperíodo de aprendizado foi ao ladodo Pena na Stage Brainz, empresa emque tínhamos uma verdadeira asso-ciação de técnicos de todas as áreas.Começamos a dividir as fatias dobolo com pessoas específicas emcada área. Som, Luz, Video, Gerado-res, Broadcasting. Enfim, tudo en-trava na empresa com uma gestão doPena, e depois tudo ia sendo fatiadocom atribuições para cada área, semperder o controle da direção.

Quais foram os primeiros princi-pais eventos que você assumiu?

V

IDTIDT DIREÇÃO DO TOMORROWLAND

Os primeiros foram eventos ondeacabei assumindo a coordenaçãode toda a Técnica mesmo antes deestar trabalhando com a StageBraiz. Isto já acontecia com aTransasom, empresa locadora deequipamentos onde trabalhei du-rante alguns anos sob a supervi-são de Eduardo Bastos Lemos, ou-tro grande instrutor técnico naminha vida. Estamos falando deeventos como o carnaval de SãoPaulo e posteriormente os do Riode Janeiro. Neste período posso di-

zer que fui adotado pelo MarceloSalvador, grande técnico de áudioe amigo, dando suporte em proje-tos e ideias inovadoras.

Como era o mercado de showbusiness nessa época? O diretor téc-nico era uma figura reconhecida?Nesta época fazíamos a coordena-ção técnica sem termos o cargo decoordenação técnica. Éramos téc-nicos. Técnicos de áudio, de luz, devideo. Todos exerciam este papel,sem ter o cargo propriamente re-conhecido. Era tudo em prol dosucesso do evento. Com o passardos anos, as especializações foramsurgindo na prática. Com erros eacertos e com bases na EngenhariaEletrônica e Elétrica conseguimosnos posicionar no mercado comoCoordenadores Técnicos e Direto-res Técnicos. Sem uma base teórica,fica muito difícil seguir adiante.

Você teve logo de início a “respon-sabilidade” de trabalhar nada maisdo que com o Toquinho. Como foiesse início e como é até hoje? Istoé, muita coisa mudou em termostecnológicos para que tivesse quese adaptar aos novos tempos?

Esta responsabilidade surgiu justa-mente pela inciativa de tomar afrente para resolver questões téc-nicas que muitas vezes não esta-vam relacionadas tão somente aoáudio. Um grande amigo chamadoFred Rossi, que era empresário doToquinho na época, usava a em-presa Transasom para fazer os seuseventos. Muitos dos quais tinhamshows do Toquinho. Ao ter feitovários shows com eles e estando oartista sem técnico, surgiu a oferta.A iniciativa de querer ajudar, de se

inteirar em situações difíceis paratentar resolver os problemas, fezcom que estas oportunidades fos-sem surgindo. Acredito que nin-guém se torna algo sem a ajuda deoutros, e devo muito da minha car-reira bem sucedida ao Fred Rossi,depois ao Genildo Fonseca, que as-sumiu o empresariado do Toqui-nho, como também ao Alemão,que era o Iluminador do Toquinho,e com quem aprendi muito sobreiluminação. Cada mão estendida,cada oportunidade oferecida vaiconstruindo a nossa vida. Muitasvezes somos adotados por alguém,como fui adotado pelo Toquinho,grande pai e amigo.Com informação teórica, creio que atecnologia apenas chega para somar.Evidentemente que você precisa es-tudar. Entender como funcionam asferramentas, mas a física não mudoutanto assim, nem tampouco a mate-mática aplicada na técnica.

Quais são os desafios do mercadode show business no Brasil? Elessão os mesmos de 20 anos atrás?Os desafios sempre foram tornarqualquer projeto rentável. Sem ocontrole de um budget não conse-

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guimos que os trabalhos se tornem viá-veis. A diferença hoje está na quantida-de de elementos que temos em um show.O acréscimo tecnológico e a quantidadede equipamentos usados em shows eeventos por conta desta tecnologia, fa-zem com que tenhamos que ter um pla-nejamento na pré- produção muito mai-or. Não podemos mais trabalhar resol-vendo problemas, temos que trabalharpara que não tenhamos problemas. Es-tamos com um grande desafio pela fren-te no nosso país. Sem uma economia es-tável, a nossa situação só tende a piorar.Vão sobreviver as agências e empresasque souberem fazer os seus acordos eparcerias sem pensarem somente em si.Vamos ter de aprender a dividir. Pode serum bom aprendizado. Tentar fazer maiscom menos.

Dentro do mercado de produção edireção técnica, quais as maioresdificuldades que já teve que contor-nar/solucionar?As maiores dificuldades para mim sãosempre as questões políticas que temosentre clientes e fornecedores. O clienteem geral não sabe exatamente o que faze-mos. Tampouco entende da área técnicae quer apenas as soluções para os proble-mas. O caminho entre o saber como re-solver determinada situação e ter a apro-vação do cliente para fazê-lo é um cami-nho árduo e cansativo de reuniões e ex-plicações para que se entenda a real ne-cessidade de determinado equipamento.Muitas vezes ainda padecemos do jeitobrasileiro de deixar tudo ate a últimahora, para ver se a coisa talvez se resolvacom o tempo. Infelizmente com matéri-as exatas como a nossa, não existe meiotermo. Sim ou Não são as palavras quetemos como respostas. Um não nemsempre é bem vindo, mas temos comoobrigação informar ao cliente a real si-tuação. Não trabalhamos para resolverproblemas, trabalhamos com antece-dência para não termos problemas.

Tendo produzido e dirigido grandesartistas nacionais e internacionais,

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acreditamos que tenha muitas his-tórias para contar. Existe algumaque seja marcante, que não dápara esquecer?Muitos shows e eventos, como mui-tas situações adversas e engraçadas.Desde equipamentos que não funci-onaram, até cortinas subindo em te-atros e levando junto para o teto omicrofone do artista, que ao entrar,começou a rir e pediu para baixar acortina para recuperar o microfonedele. Acho que deveríamos todos es-crever um livro. Acabamos correndotanto no dia a dia que não ficamoscom estes registros. Já pedi para oPena escrever um livro. Espero queele esteja guardando isto para lançarno futuro. Mas o mais recente é o que

fica na memória. Muitas brigas comartistas para saírem no tempo certodo palco, até shows sem fim, comocom o George Clinton no Free Jazzcom 4 horas de show. Kraftwerk foimaravilhoso. Ainda com seus equi-pamentos todos analógicos, tínha-mos que trabalhar com Geradoresem 50Hz para que os instrumentosanalógicos e digitais ficassem afina-dos em 440Hz.

Falando sobre as diferenças entre pro-dução nacional e internacional, quaisas particularidades de cada uma?A diferença hoje está no dinheiro e oque você consegue comprar com ele.Existem muitas empresas no Brasilcom capacidade técnica de realizarqualquer evento. Mas tudo nosso está

atrelado ao dólar, o que faz com que onosso custo seja alto e, consequen-temente, muitas vezes vale mais apena trazer equipamentos de fora. Isto,claro, faz com que o mercado nacionalnão invista tanto em tecnologia quan-to o mercado americano e europeu.Além disto, ainda padecemos muitode mão de obra qualificada por contada falta de estudo. Nossa qualificaçãoprofissional está melhorando com opassar dos anos, mas ainda não temos abase educacional no país suficiente-mente bem estruturada para esta área.

Recentemente você esteve envolvidocom o Lollapalooza e agora estácom o Tomorrow Land, então per-gunto: as atrações/festivais interna-

cionais são mais fáceis ou mais difí-ceis de fazer acontecer? Por quê?A complexidade de cada atracão está di-retamente relacionada à quantidade detecnologia envolvida no projeto, e como EGO de cada atração e produção. Emgeral, o EGO é o que menos nos traz pro-blemas com as atracões internacionais emais problemas com as nacionais. Emgeral, quanto mais maduro o artista fica,menos problemas ele causa nesta área.Isto se deve muito ao fato de no passadorealmente as bandas nacionais teremsido muito prejudicadas em festivais eeventos envolvendo atrações internaci-onais. Hoje isto está mais sob controle.Quanto à parte tecnológica, os projetosvindos de fora têm muito mais comple-xidade do que os nacionais. Realmente,eles estão sempre na vanguarda da

Com informação teórica, creio

que a tecnologia apenas chega para

somar. Evidentemente que você

precisa estudar.“

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tecnologia, e aprendemos sempre com elessobre as novidades em uso.

Quando criou a Audio Bizz, em 2005,o mercado estava em uma boa fase deshows e eventos, certo? Dez anos de-pois, como analisa esse cenário atualno Brasil? E no mundo?Em 2005 estávamos em pleno cresci-mento no país. Agora estamos emuma fase de “ou sobe ou desce”. Se nãotomarmos cuidado, começarmos aplanejar melhor as planilhas de des-pesas, teremos muitas empresas fe-chando as portas. O momento é decontenção de despesas. Este cenáriose repete mundialmente. A aberturade capital na Bolsa para captação derecursos e tentativa de verticalizaçãotem se mostrado um mau negócio.Empresas grandes do show businessestão fechando no negativo váriosanos seguidos. A criatividade e novasideias vão fazer a diferença. Junções e

parecerias, projetos conjuntos e saberdividir podem representar o continu-ar de portas abertas ou fechar a em-presa. A meu ver, este diferencial estáprofundamente relacionado com aqualificação da mão de obra. Equipa-mentos todos podem comprar, mas senão tivermos a mão de obra adequada,de nada adianta. O ideal é seguirmos olema: o segredo é não ter segredo. Sóassim a humanidade pode progredir,registrando o passado para no futuronão cometermos os mesmos erros.

Quais são as características inerentesao produtor / diretor técnico?O mais importante é o amor pelo quefazemos. Com amor, temos boa vontade,garra e energia para o aprendizado denovas tecnologias. Podemos estudar eadquirir o conhecimento técnico, que éo fundamento para esta função. Esteprocesso de conhecimento e amor pelotrabalho têm de caminhar juntos.

Existem muitas empresasno Brasil com

capacidade técnica derealizar qualquer evento.

Mas tudo nosso estáatrelado ao dólar, o que

faz com que o nosso custoseja alto e,

consequentemente, muitasvezes vale mais a pena

trazer equipamentosde fora

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Luiz de Urjaiss

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Fotos: Ernani Matos / Divulgação

JAZZ E

BLUESJAZZ E

BLUESSuperando as

expectativas de públicodo ano passado, o

Ipiabas Blues & JazzFestival, que aconteceu

entre os dias 4 e 7 dejunho, em Barra do

Piraí, cidade ao sul doestado do Rio de

Janeiro, vem seconsolidando como umdos principais eventos

da música instrumental.A quinta edição levou

aos palcos daquelacidade atrações

internacionais comoThe Jig Jazz/ Soul

Band e Vasti JacksonBlues Band, além de

brasileiros como IzzyGordon R&B Band,

Carlos Malta, GeorgeIsrael, Guto Goffi eArnaldo Brandão.

egundo o diretor de turismo da Se-cretaria Municipal de Turismo e

Cultura de Barra do Piraí, Sérgio Nó-brega, o público estimado deste anoatingiu cerca de 5 mil pessoas, fator queconsolida o evento e o turismo na re-gião – até então conhecido apenas porseu roteiro de aventuras. “Ipiabas existeantes e depois do Blues & Jazz Festival.O distrito não era tão conhecido comoagora. Um evento como este gera muita

mídia espontânea e, além de turistas, ataxa de ocupação dos hotéis e pousadascresce vertiginosamente”, observou.Para o secretário interino de Turismo,Cultura e Lazer de Barra do Piraí, Ro-berto Monzo Filho, a escolha do Blues eJazz como identidade musical de Ipiabasfoi uma estratégia em consonância como clima e localidade. “Não se trata de umevento isolado, mas de uma série deações de consolidação como destino tu-

S

SUSTENTABILIDADEALIADOS ÀALIADOS À

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rístico. A escolha ‘a dedo’ do gêneromusical é ligada ao tipo de públicoque queremos atingir neste projeto eque já costuma vir ao distrito, carac-terizado por pessoas de um bom poderaquisitivo e faixa etária ampla. Fazen-do um mapeamento das vocações deIpiabas, temos a gastronomia, turis-mo de cultura e aventura. A estraté-gia da cidade é promover o desenvol-vimento através da economia criati-

va. Nossas ações são em cima dopatrimônio artístico local, mantendoo estilo de vida tranquilo da região,através da criatividade, e de uma in-dústria sem chaminés”, explica Filho,que define Ipiabas como a capital ser-rana do Blues e Jazz.

PRODUÇÃOAlém de boa parte da verba ser oriun-da da iniciativa pública, nesta quintaedição o festival repetiu a parceriapúblico-privada de 2014 através dopatrocínio da Light, companhia dedistribuição de energia elétrica doRio de Janeiro.Segundo o produtor do evento, Ste-nio Matos, da Azul Produções, o esta-do carece de eventos voltados para a

Guto Goffi, George Israel e Stenio Matos vibram ao final do tributo a Beatles e Rolling Stones

The Black Bullets foi uma das bandas de abertura

Kleber Dias tocou ao lado do gaitista Jefferson

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música instrumental, apesar do exem-plo do Rio das Ostras Jazz Festival –também comandado pela produtora ehoje um dos maiores do gênero no mun-do – ter impulsionado iniciativas públi-cas e privadas na realização de açõescomo esta, em Ipiabas.“Ano passado o público médio foi deduas mil pessoas. Neste ano, chegamos acinco mil. Nosso trabalho de divulgaçãocomeçou com cerca de dois meses de an-tecedência. E o fluxo econômico geradocom turismo, superlotação em pousadase hotéis, restaurantes cheios, e todainfraestrutura utilizada na produção,composta por mão-de-obra local, con-cedem ao evento o caráter sustentável,que visa trazer renda e dar mídia espon-tânea para a cidade”, explica.Ainda de acordo com Stenio, algumasações como a parceria com o setor hote-leiro local, que atua em consonância coma produção através da divulgação do festi-val nas mídias sociais e com seus clientes,são de suma importância para o sucessodo mesmo. “Temos apoio com quartos dehotéis para a produção, com alimentaçãoem restaurantes. Todos vivem este perío-do do festival, vestindo a camisa, unidos

pelo mesmo ideal”, completa.Trabalhando na produção executiva doIpiabas Blues & Jazz, o guitarrista Big JoeManfra, que encerrou o penúltimo diade apresentações do festival realizandoum tributo aos Rolling Stones e Beatles– ao lado de nomes do rock nacionalcomo Guto Goffi, George Israel e Ar-naldo Brandão –, chama a atenção parao aumento do público interessado nogênero blues e jazz, e como um eventocomo esse propicia trazer grandes no-mes da música internacional.“Nas redes sociais há burburinhos quedestacam a relevância de mais um fes-tival de jazz numa cidade do Rio. NoBrasil, nos acostumamos um pouco emfalar que a música instrumental – ojazz e o blues – é música de elite, o queé uma grande besteira, pois na verdadeas pessoas têm que ser expostas a estegênero, saber de sua existência e poderescolher sua apreciação. Conectar-sea isso em praça pública, com a presen-ça de artistas como The Jig Jazz/ SoulBand e Vasti Jackson Blues Band, porexemplo, é dar a chance de não seremtão somente guiadas pela mídia, víti-mas de modismos”, acentua.

Da direita para esquerda: Big Joe Manfra, Arnaldo Brandão, George Israel, Guto Goffi, Jefferson Golçalves e Roberto Lly

Nas redes sociaishá burburinhosque destacam a

relevância de maisum festival de jazz

numa cidade doRio. No Brasil, nosacostumamos um

pouco em falarque a música

instrumental – ojazz e o blues – é

música de elite, oque é uma grandebesteira (Manfra)

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Com relação às exigências de tra-balhar num evento de gênero

musical exclusivo, Manfra apon-ta o backline, como desafio de

demanda sonora. “Para guitarras,por exemplo, na maioria das ve-

zes, existe a necessidade de am-plificadores valvulados. Não ti-

vemos aqui, mas o uso do órgãoHammond, um instrumento es-

pecífico, tem locação cara. Nãohá necessidade de subgraves para

todo lado. Aqui, o som é ‘direto

ao assunto’”, explica. “Como ar-tista, me agrada a limpeza visual

do palco, que não é enorme, mas

no tamanho exato para um even-to deste porte. Digo isso, pois às

L i g h t e o I p i a b a s J a z z & B l u e s F e s t i v a l

Todos os eventos gratuitos precisam de patrocí-nio. As empresas que investem em eventos cul-turais têm um ganho na sua imagem corporativamuito superior comparado ao investimento emoutras formas de propaganda institucional. Nes-ta entrevista, Jordana Garcia, gerente de comuni-cação da Light (copatrocinadora do Ipiabas JazzFestival na cidade de Barra do Pirai - RJ) fala so-bre a política de patrocínio de eventos musicaisda companhia de energia.

A Light é uma empresa que promove diversasações para a melhoria da qualidade de vida dapopulação do Rio. Quais foram os principaismotivos que levaram a Light a copatrocinaro Ipiabas Jazz & Blues Festival?A Light é a concessionária de energia que atende31 municípios do estado do Rio de Janeiro. Esti-mular o crescimento do turismo, das atividades cul-turais e das oportunidades de geração de renda ede negócios nesta região é muito mais do que umcompromisso da empresa. Por atuar em um merca-do regulado, a Light cresce quando o Rio crescetambém. Por isso, é tão importante ter uma políticade investimento em projetos culturais, sociais e es-portivos. A empresa investe anualmente mais de R$30 milhões em projetos patrocinados por meio deLeis de Incentivo e queremos continuar mantendoos investimentos porque sabemos o quanto o Riomerece e precisa desse estímulo.

Apesar do crescimento, neste ano, o Festivalde Ipiabas ainda é muito novo e pequeno emrelação aos festivais nas outras cidades. O quea Light está disposta a disponibilizar para que oFestival de Ipiabas tenha uma projeção maiorno cenário brasileiro?A Light patrocina pequenos e grandes eventos etorce muito para que estes projetos façam partedo calendário das cidades e se desenvolvam cadavez mais, como é o caso do Ipiabas Jazz & BluesFestival. Realizar um evento com música de quali-

dade para uma região com poucas atividades cul-turais é um presente para a população. E a Lightquer poder estar ao lado dessas iniciativas, refor-çando o desenvolvimento dacompanhia com toda a suaárea de concessão. Entende-mos que, com o sucesso doevento, novos patrocinado-res estejam junto da Lightnesta iniciativa. Quanto maisagentes envolvidos, mais umfestival como este pode seestabelecer e crescer, atrain-do turistas e movimentando aeconomia da região, colabo-rando para seu desenvolvi-mento financeiro e cultural.

No Brasil, a grande maioriados festivais de música éao ar livre e gratuitos. Por-tanto, necessitam de gran-des verbas de patrocínio.As prefeituras estão comproblemas sérios de caixa.A Petrobrás (umas das principais fontes de pa-trocínio) está com os cofres fechados. Exis-tem planos de aumento das verbas de patro-cínio da Light para poder melhorar este cená-rio? E como os interessados em contatar aLight podem fazer?Estamos sempre abertos a receber bons projetos,que são analisados pela Comissão de Patrocíniosda Light. Quem desejar mandar o seu projeto, deveenviar e-mail para patrocí[email protected] . É im-portante, porém, reforçar que a empresa tem defini-da uma política de patrocínios que está publicadano seu site (www.light.com.br). Recomendo a leitu-ra prévia para avaliar se o projeto é adequado ànossa política. Buscamos projetos que se ade-quem aos nossos desafios e desejos para fortalecera nossa área de concessão.

Jordana Garciaé gerente de Comunicação da Light

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vezes coloca-se um palco lindo, cheio de detalhes,mas com erros de montagem no som”, coloca. Tam-bém se apresentaram no Ipiabas Blues & Jazz Festi-val: Road 145 Blues Band, Filipe Torres Band, AfroJazz, The Black Bullets, Jefferson Gonçalves BluesBand com Laudir de Oliveira, Otryo e Dudu LimaTrio convida Carlos Malta.

SOMTécnico responsável pelo áudio do Ipiabas Blues & Jazz,Jerubal Liasch, explana que, para esta quinta edição, adiferença esteve na mudança de equipamento. “Traba-lhamos com DAS aqui e subs KF-850, o que dentro des-te espaço, a meu ver, resolve a demanda musical. Façoum gradio deles de sub e tudo no auxiliar, tiro do sistemae deixo no meu dedo. Já é um gosto particular trabalharcom sub em auxiliar. Criei intimidade com esta situa-ção, colocando o sub exatamente onde quero, ao invésde estar no sistema e eu trabalhar com high pass. Não

Jerubal Liasch, técnico responsável pelo áudio do eventoIpiabas Jazz teve público recorde e músico de primeira linha

Console do P.A foi Yamaha CL5

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consigo achar limpo passar um high pass num canal em que eunão quero o sub. Tem efeitos colaterais, harmônicos contí-nuos lá em cima no sistema, entre outros detalhes”, afirma.Ainda de acordo com Jerubal, um agravante para seuposicionamento é o espaço do show ter sido montado an-tes do sistema de som – que se adequou. “O tipo de ambien-te está ao contrário. Ou seja, tenho ‘água’ do perfil do tetoda tenda descendo na frente do P.A. Neste tipo deambientação, que é totalmente disforme, e sem sentido ló-gico de reverberação e rebatimentos, tenho maiores razõespara estar com todas as situações sonoras no meu contro-le”, avalia.

JAZZ & BLUESTer a concepção e conceito musicais de cada gênero é im-prescindível para um técnico de som, na opinião deJerubal, uma vez que há uma concepção singular demixagem para cada estilo. “Apontar desafios para traba-lhar num festival de Blues e Jazz é falar do mínimo de cultu-ra musical. Em primeiro lugar, o técnico precisa ter o con-ceito daquele segmento. Em segundo, a concepção técnica,para entender quais recursos necessitará, quais situações,ou se não precisará de tudo aquilo que o conceito exige. Daíem diante, entra o feeling do profissional mesclando entreambos os conceitos”.Com relação às exigências artísticas, Jerubal explica que naárea de jazz, rock e blues, não existe tamanha primazia dealguns segmentos musicais por marcas e modelos, porexemplo. Para ele, por vezes, peca-se no exagero da“finesse”. “Trabalho em festival e neste esquema não éshow solo de artista. É delicado, mas com todo o pudor,tento negociar com o técnico o equipamento disponível,caso não seja compatível com seu rider, esperando umposicionamento maleável e compreensão que ele está numfestival, não no show do seu artista”, diz. “Fui músico até1981, quando larguei a carreira. Não quero causar descon-forto com ninguém. Conheço tantos técnicos que pelo in-teresse de pesquisar e iniciativa de correr atrás, identifi-cam características de cada gênero e conseguem imprimirem suas mixagens a identidade do trabalho em questão,sem maiores perplexidades”, completa.

Jerubal Liasch e Bruno Rebelo (Técnico de PA da Banda Afro Jazz Brasil)

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ESTÚ

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em recebido pelos amantes do purosom analógico e pelos atuais produ-

tores de EDM (Electronic Dance Music),o equipamento veio como uma opção fi-nanceiramente viável aos músicos nãosatisfeitos com as simulações repro-duzidas pelos soft-synths nem com as en-contradas nos instrumentos que traba-lham com a síntese analógica virtual.Agora, com foco no segundo semestrede 2015, a empresa expande esta cate-goria de produto trazendo o JD-XA,mantendo a mesma abordagem empre-

B

gada no JD-Xi, porém oferecendo muitomais poder sonoro que o encontrado emseu primogênito.

ROLAND JD-XA

Equipado com dois geradores de sonsdistintos, que podem ser utilizados

ROLAND JD-XAROLAND JD-XA

EM UM ÚNICO EQUIPAMENTO

O MELHOR DE DOIS MUNDOS

Luciano Freitas é técnico

de áudio da Pro Studio

americana com forma-

ção em ‘full mastering’

No iníciodeste ano, a Roland

apresentou aomercado o JD-Xi,

seu primeirosintetizador a

trazer o conceitobatizado como

“crossover”. Estanova categoria de

produto incorpora omelhor dastecnologias

analógica e digitalem um instrumento

híbrido, capaz deoferecer novaspossibilidades

sonoras antes nãoacessíveis em um

único equipamento.

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de forma independente ou em con-junto (interativa), o JD-XA pro-porciona o “calor” e a robustez so-nora comumente encontrados noslendários sintetizadores analó-gicos somados à toda versatilidadee transparência oferecida pela sín-tese digital. É como ter dois dife-rentes sintetizadores construídosem um único gabinete, proporcio-nando aos músicos, aos produtorese aos sound designers uma platafor-ma totalmente flexível e ilimitadade possibilidades sonoras.Na sua seção analógica, o JD-XAoferece quatro partes monofônicas,uma seção de amplificação e uma defiltros 100% analógicas e dois os-ciladores de baixas frequências(LFO). Cada uma dessas partes pos-sui dois osciladores com 5 diferen-tes formas de onda (Saw, Square,Pulse/PWM, Triangle e Sine), osquais podem operar independentesou no modo Poly Stack, somando as4 partes analógicas em um potentetimbre de 4 notas de polifonia.

Já na sua seção digital, tambémcom 4 partes multitimbrais, o JD-XA oferece um gerador sonorocompatível com o do módulo desons INTEGRA-7 (synth engine),gerador este equipado com a acla-mada tecnologia SuperNATURAL(com 64 notas de polifonia), tra-zendo alguns dos mais expressivostimbres já revelados nos sinteti-zadores digitais da Roland. Graças aessa compatibilidade, o usuário do

JD-XA poderá baixar gratuitamen-te no site Roland AXIAL (http://axial.roland.com) diversos timbresdas bibliotecas sonoras produzidaspara o INTEGRA-7, expandindo peri-odicamente sua coletânea de sons.Além dos osciladores analógicos edos digitais, o JD-XA conta com umaentrada de microfone dedicada pelaqual é possível usar a própria voz paraalterar alguns parâmetros do instru-mento (como a modulação e a abertu-ra dos filtros aplicados nos timbres).Esta conexão (combo XLR) aindapermite ao usuário desfrutar do algo-ritmo de Vocoder disponível, contro-lando a afinação das notas digitadasno teclado por meio da voz.Como não poderia deixar de ser, oJD-XA vem equipado com um po-deroso arsenal de efeitos digitaisque lhe permite refinar as caracte-rísticas de qualquer timbre selecio-nado. Cada uma das suas 8 partesmultitimbrais (4 analógicas + 4 di-gitais) possui um processador deefeitos dedicado (MFX), com 67 di-

ferentes algoritmos de efeito e umequalizador que lhe permite escul-pir criativamente os sons. Além dosefeitos individuais (aqueles dispo-níveis em cada canal), o equipa-mento oferece a possibilidade de in-serir na saída-mestre um proces-sador de reverb, um de delay, umequalizador e dois processadoresTFX (com 29 diferentes algoritmos),todos operando simultaneamente.Agregando valor ao instrumento, o

Na sua seção analógica, o JD-XA

oferece quatro partes monofônicas, uma

seção de amplificação e uma de filtros

100% analógicas

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Para saber online

[email protected]

JD-XA conta com um sequenciador depadrões rítmicos com 16 pistas (8 in-ternas e 8 exclusivas para fontes exter-nas) que poderá auxiliar bastante noprocesso criativo do usuário. São três osseus modos de funcionamento: osclássicos step e real time re-

cording (gravação em

passos ou emtempo real) e o no-

vo TR-REC, que simula omodo de gravação encontra-

do nas baterias eletrônicas da linhaTR do fabricante (padrões rítmicos ede arpejo programados pelo usuáriosão salvos como programas).

Para se comunicar com outros equi-pamentos musicais, o JD-XA contacom uma porta USB (transmite e re-cebe informações de áudio e de MI-DI) e com as tradicionais portas MI-DI In e MIDI Out. Na seção de áudioestão presentes saídas analógicas no

formato P10 (TRS) e para fones deouvido, contando ainda com umasaída dedicada para o gerador de sonsanalógicos (sem qualquer proces-

samento digital)e uma para o gerador

de metrônomo.Construído para aproveitar o

máximo do seu potencial sonoro semperder pontos no quesito portabi-lidade (pesa apenas 6,5 kg), o JD-XApossui um teclado com 49 teclas sen-síveis ao toque e aftertouch (mecanis-mo com ação moderada). Já no quesi-to controle, entre as opções disponí-veis estão diversos controladores gi-ratórios e diversos deslizantes, alémda onipresente alavanca de pitch bend

e modulation encontrada nos produ-tos da Roland (recur-sos também disponíveisno formato de rodas,como adotado por ou-tros fabricantes); o equi-pamento conta com trêsentradas para pedais, sen-do duas delas configu-ráveis pelo usuário.O equipamento vemconfigurado de fábricacom 256 programas,sendo possível arma-

zenar em um dispositivo de memóriaf lash externa (um pendrive, porexemplo) outros 256 produzidospelo usuário.

Para se comunicar com outros

equipamentos musicais, o JD-XA conta com

uma porta USB (transmite e recebe

informações de áudio e de MIDI)

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NO PRO TOOLS

orém, existe mais de umamaneira de fazer uma gra-

vação; todas elas igualmenteimportantes para garantir omelhor fluxo de trabalho nasmais diferentes situações.Neste artigo, vamos passarpor todos os estágios e técni-cas relacionadas à gravaçãode áudio e MIDI e confirmarse há algum recurso que podeser incorporado para acelerarou simplificar trabalho decada um dos leitores.Gravando áudio da formamais simples possívelSe você está lendo o artigoprocurando um passo a passobem simples e direto, vamoslá! A preparação de gravaçãode áudio envolve quatro pas-sos. Vamos fazer todos osprocessos pela janela de Mix,pelo menu Window > Mix.Passo 1: no menu Track >New vamos criar um áudiotrack mono;Passo 2: insira seu microfo-ne em uma entrada da suainterface;Passo 3: configure a entradado canal (fig. 1A) de acordo

P com a entrada em que o mi-crofone foi ligado;Passo 4: habilite o botão recenable (fig. 1B) para mo-nitorar o sinal, fale um poucono microfone e regule o gan-ho de entrada na interface deforma a obter o sinal modu-lando entre -12dB e -6dB.Pronto. Com tudo configu-rado, podemos voltar para ajanela de edição pelo menuWindow > Edit e iniciar agravação pelo atalho F12 oupressionando o número 3 noteclado numérico.E quando o músico e o téc-nico são a mesma pessoa?Muito comum nos dias de ho-je, o músico se grava sozinho eo problema começa quandoele precisa fazer emendas, ouseja, vir ouvindo o materialgravado e continuar uma gra-vação a partir de um certoponto. Neste caso, o músico/técnico precisa programar oPro Tools para vir tocando amúsica e iniciar uma gravaçãoautomaticamente, pois ele es-tará com as mãos ocupadascom a execução.

NO PRO TOOLSTÉCNICAS DE GRAVAÇÃO

MÚLTIPLAS OPÇÕES PARA AS DIVERSAS SITUAÇÕES EM UMA PRODUÇÃO

Cristiano Moura é produtor, en-

genheiro de som e ministra cur-

sos na ProClass-RJ

Quando alguémpensa em instalar

uma ferramenta deprodução de áudiono seu computador

geralmente éporque está

interessada emgravar suas ideias e

registros sonoros.Tão logo o primeiro

registro sonoro éfeito, o usuáriodescobre que a

parte de edição emixagem é mais

rica do que seimagina e, por

conta disso, deixade lado questões

relacionadas àgravação.

Fig. 1 - configurações para

gravação

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O componente essencial para fazeresta programação é o Pre Roll. En-contra-se na janela de transport, lo-calizada no menu Window (fig. 2A).Primeiramente, vamos acionar oPre Roll com um clique no nomeda função e, ao lado, vamos confi-gurar quanto tempo gostaríamosque o Pro Tools tocasse a sessãoantes do início da gravação.Agora, basta colocar o cursor nolocal em que deseja que o Pro Toolsinicie a gravação. Repare que à es-querda de onde foi posicionado ocursor, temos uma pequena ban-deira laranja (fig. 3). Ela indica oPre Roll, ou seja, de onde o ProTools vai vir tocando ao acionar obotão de gravação.Gravando múltiplos takesSolos, vozes, trechos complexos…estes são alguns casos em que fatal-mente várias tentativas serão feitas, eter o registro de todas estas tentativasé extremamente útil, pois podemosassim construir um take final com osmelhores trechos de cada take.Criar vários tracks para recebercada um dos takes é a pior alternati-va possível. O recurso para fazereste tipo de trabalho com confortoe eficiência são os chamados al-

ternate playlists. Um recurso mui-to útil, que existe desde as primeirasversões do Pro Tools e curiosamen-te é pouquíssimo utilizado.Ao terminar a gravação do primeirotake, vamos criar um novo playlist(não uma nova pista) clicando naseta ao lado no nome da pista (fig. 4) eescolher a opção “new…”.Com isso, a pista fica livre para rece-ber uma nova gravação, mas o primei-ro take continua disponível clicando

no mesmo local indicado na figura 4.No meu exemplo, fiz 5 takes (fig. 5),cada take está na sua playlist e a gran-de vantagem é que agora eu possocriar uma sexta playlist, copiar tre-chos de qualquer playlist para ela, eassim compilar um “take final”com o melhor trecho de cada take.Gravando múltiplos takes semperder a inspiraçãoPelo menu Options, temos a op-ção Loop Record que tem comoobjetivo criar automaticamenteestes playlists a cada loop do tre-cho selecionado. Isso evita o pro-cesso de parar o Pro Tools, criarnova playlist e gravar de novo.Pode parecer bobagem, mas é osuficiente para desconcentraruma mente criativa.Para colocar em ação, basta acio-nar a função, selecionar um trechoa ser gravado e habilitar a grava-ção. Simples assim, a cada loop, umnovo playlist será criado. Encerra-da a gravação, é possível abrir to-

dos os takes feitos em loop cli-cando com o botão direito no clipem questão e acessando a funçãoAlternate takes > Create a newplaylist per take.Ajuda na gravação de MIDI

A produção MIDI não é apenaspara tecladistas. Quase toda aprodução hoje em dia conta comrecursos MIDI e instrumentosvirtuais. E, neste ambiente, nemsempre quem está produzindotem o piano como formação, o quepode dificultar um pouco na horade executar suas ideias. A seguir,vamos ver algumas possibilidadespara facilitar o processo.Primeiramente, não custa lembrarque é possível diminuir o andamen-to do Pro Tools temporariamentepara gravação MIDI sem nenhumtipo de perda na qualidade sonora,uma vez que o MIDI é sempre exe-cutado em tempo real. Então, se suamúsica está em 100bpm e o trecho érápido demais para você, fique a

Fig. 2 - Pre-Roll habilitado e configurado no Transport

Fig. 3 - Pre-Roll habilitado na janela de edição

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Para saber online

[email protected]

http://cristianomoura.com

Fig. 4 - gerenciamento de playlists

Fig. 5 - lista de opções de takes

Encerrada agravação, é

possível abrir todosos takes feitos emloop clicando como botão direito noclip em questão e

acessando afunção Alternate

takes > Create anew playlist

per take vontade para reduzir o BPM por exemplopara 50bpm e grave na metade da veloci-dade. Ao terminar, basta alterar nova-mente para 100bpm.Pelo Window > Transport podemostambém ativar o recurso “MIDI Merge”.É usado quando precisamos gravar tre-chos que exigem coordenação com duasmãos, como por exemplo na criação deuma levada de bateria. Com ele, pode-mos gravar a performance aos poucos, emcamadas, sem apagar o que já foi previa-mente gravado.Você poderia, então, primeiramente,gravar apenas uma levada no prato dehi-hat, parar a gravação e depois reini-ciar a gravação para gravar o bumbo ecaixa. Ou seja, as duas execuções serãosomadas, ao invés da mais nova apagar aantiga como acontece com o áudio.

E com isso, vamos ficando por aqui. Es-tes recursos são importantes não apenaspara ser prático e rápido, mas tambémpara que seja possível alcançar o melhorrendimento do seu fluxo criativo.Abraços!

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esmo assim a Ableton lançou oLive Suite acompanhado de “duas

pérolas”, dois Sampler plug-ins que sãorealmente incríveis apesar do seu visu-al low profile.

O Simpler é uma versão simples (perdo-em-me a redundância) de Sampler Playerque vem nos pacotes, edição limitada, doAbleton Live, e o Sampler é um Sampler

software completo que vem acompa-nhando o Ableton Live Suite, mas podeser comprado separadamente para asversões menores do Ableton Live. Va-mos começar pelo Sampler, porque mui-tas respostas sobre o Simpler serão res-pondidas também.

M

ABLETON LIVEABLETON LIVE“SIMPLER OU SAMPLER?!!”

ABRINDO O SAMPLER

Abra o Ableton Live, vá ao Browser (triân-gulo cinza à esquerda em cima) > CATE-GORIES >Instruments > Sampler.Arraste para um MIDI Track (como in-dica a seta amarela), ou dê duplo cliqueno ícone Sampler e será criado um novoMIDI Track (ou uma nova pista MIDI).Então o Sampler se revela com essa carasimplista. Mas não o subestime, Sam-pler é, sem dúvida, um excelente SampleSoftware, veremos isso no decorrer des-se tutorial.Vamos então carregar algum Audio

Sample no plug-in. Pode ser de qualquerdiretório que você tenha configurado

Lika Meinberg é produtor, orquestrador, arranjador, compositor,

sound designer, pianista/tecladista. Estudou direção de

Orquestra, música para cinema e sound design na Berklee

College of Music em Boston.

OS SAMPLE PL AYERS DO LIVE

O Ableton Livefoi apresentado

aqui nessestutoriais como

sendo um “LoopBased

Workstantion”.Sendo assim, esse

software é, porvocação, um

“SamplerPlayer”. Ele

gerência loops ousegmentos de

áudio para seremtocados

(disparados) emtempo real, não

importando qualcontrolador

(MIDI) se estejausando.

Abrindo Sampler

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para o Ableton Live, mas nesse casovou abrir um do pacote original doAbleton Live Suite.Browser > CATEGORIES > **Sam-ples... > Clapping Flamenco - 120bpm(umas palmas Flamencas) e arraste oáudio exatamente como indica essaseta lilás na imagem acima (**atençãonão vá se confundir com “Sampler” dooutro diretório)Pronto, nosso Sampler já tem Sam-

ple!!! (Ufa!)Nessa Janela, o Audio Sample podeser editado para ser reproduzido outocado de muitas formas, e quem játrabalha com Sampler Machines sabeo quê esperar de uma boa interface.Eu diria que Sustain/Release Modes sãoum dos pontos que fazem a diferença!

Realçado por esse retângulo verde,temos três modos de Sustain:On (one shot - um tiro, ou o Samplertoca uma vez quando disparado),Loop (obviamente o Sample toca in-definidamente até você soltar a teclaou botão de qualquer controlador) eLoop Back and Forth (Loop vai evolta, só para quando soltar a tecla ouLaunch Botton).O Link quando habilitado, o SampleStart é igual ao Loop Start. Nessemesmo realce verde, temos logoabaixo os modos de release que per-mitem que, se o Sustain estiver emOn Mode, podemos aqui habilitar

Sampler

Sample for Sampler

Modes Sustem release Interpolations

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uma porção extra de release do samplerpara uma composição mais complexade Sample playback.Os modos são: On/Off, Loop e LoopBack and Forth.

Outra relevância aqui é sobre a Interpo-lação do Sample a ser reproduzido con-forme a necessidade do evento! (realça-do pelo retângulo amarelo na imagemabaixo). Uma interpolação de melhoreficiência consome mais processamentoda sua CPU, mas seu Sample tem uma re-solução maior e de qualidade superior.Acima do retângulo amarelo, destaca-do por esses check marks verde e ver-melho, estão os presets do Display,que permitem que você habilite os ca-nais do sample como Mono Left (es-quedo), Right (direito) e Both (ambos,

estéreo ou dois mo-nos). Muito útil paraedição e composiçãode Multisample. Seobservarmos na ima-gem a seguir, temosum oval verde no íco-ne Zone. Basta clicarnele para que uma no-va janela acima se re-vele. Aqui fazemos osajustes e configura-ções nos Samples.

A seta amarela mostra o Zone Editor(editor de Zona). Repare nesses trêsícones: Key, Vel, Sel.Key: aqui você pode definir e editar anota chave (Key zone) para cada SampleLayer (Camada).Vel: permite definir e editar os Velo-cities (intensidade de volume) doSample por Zona.Sel: permite definir e editar as Zonas deseleção de cada Sample Layer.No mesmo lado esquerdo, em cima,(quadrado lilás) no ícone Lin, você podealternar tipos de Crossfades.A grade laranja mostra a área do Samplelayer list, onde os Samples unitários oumulti-samples são listados. Já temos al-guns Samples aqui (selecionado em azul,por exemplo).

Zones

Pitch Envelope e Mod Oscilattor

Filter e Global Settings

Uma interpolaçãode melhor

eficiência consomemais

processamento dasua CPU, mas seuSample tem uma

resolução maior ede qualidade

superior

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Para saber online

Facebook - Lika Meinberg

www.myspace.com/lmeinberg

No lado superior direito da imagem,onde mostra esse quadrado em ver-melho, são as Zonas propriamente di-tas. Essas barras podem ser arrastadas(posicionando o cursor do mouse noscantos de cada barra) para editarmosa tessitura ou alcance (range) de cadaSample. Nessa outra barra bem pe-quena, paralela à maior, você podeeditar o crossfades (fade-in e fade-out) de um sample com outro. Aliás, ocomportamento dessas barras já fo-ram extensivamente explicados emmatérias anteriores. Pesquise nos ou-tros tutoriais!Focando (e clicando) o cursor do seumouse no ícone Pitch/Osc (indicadopela seta amarela abaixo, nessa partedo plug-in, um oscilador de modula-ção e um pitch envelope dedicados,podem ser habilitados. Seguindo essaseta em verde vamos chegar na janelaFilter/Global.Aqui podemos configurar parâmetrosdos filtros e volume de envelopes eoutros parâmetros globais como pan,polifonia e afins. Em seguida, agoraseguindo a seta em vermelho, temos oTab Modulation. Essa janela contemtrês fontes de modulação (3 LFOs) emais um envelope auxiliar.Na janela de Implementação MIDI(seta azul), o Sampler mostra todas assuas garras e complexidade. Temosaqui um verdadeiro MIDI Patch Bay,onde você poderá fazer configuraçõesbem complexas e avançadas.

Modulations

Midi Routtings

Muito Simpler

Bem, agora vamos falar do Sim-pler! Mas espera aí!!?? Você podeperguntar: depois de toda essa en-vergadura, ainda temos espaço paraum Simpler, ??!! Eu respondo quesim. O Simpler é muito usado emformatação de Instruments Racks,ou quando você precisa montar tex-turas complexas ou um set de efeitosrapidamente, usando os Samples dasua Livraria. Esse plug-in é muitoleve, não sobrecarrega sua máquina eé muito simples de ser trabalhado,basta jogar um áudio (qualquer) lá esair tocando. Para Djs é uma mão naroda, sem suadeira.Pessoalmente estou sempre usandoos dois, e mais ainda: quando vocêestá trabalhando no Simpler ou noSampler, basta um clique de mouse evocê alterna entre um e outro. Cliquecom o mouse (botão direito - seta emvermelho). Nessa parte do plug-in(device Title Bar) aparece um sub-menu. Selecione Simpler>Samplerou Sampler >Simpler.Boa sorte a todos!

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PROD

UÇÃO

MUS

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pesar do nome parecer algo com-plicado, ele nada mais é do que

como estabelecer os níveis de cada ca-nal corretamente em determinados es-tágios. Fomos ensinados que o áudio di-gital soa melhor quando gravado comum sinal mais alto. Sim, isso é verdade,pois assim a resolução dos bits é apro-veitada da melhor forma, mas isso nãoquer dizer que tudo tenha que estarsempre beirando 0 dBFS.Como estamos falando do processo demixagem, não será considerado o nível emque os áudios foram gravados. O que im-porta é que eles tenham sido gravados semruídos e que não tenham clipado durante agravação. Independente do nível em

que tenham sido gravados, oideal é que eles estejam mar-cando aproximadamente -6dBFS quando o fader estiverajustado em 0dB (unity gain).No entanto, o sinal original podeter sido gravado com um nívelabaixo ou acima de -6dBFS. Nocaso, na figura ao lado, temosum nível de sinal gravado mar-

cando aproximadamente -2dBFS.Nesse caso, como fazer para o sinal che-gar em -6dBFS com o fader marcando

A

ESTRUTURA

MIXAGEM

ESTRUTURADE GANHO NA

MIXAGEM

Em uma mixagem,o nosso objetivo, a

princípio, é obterum som mais claro

e nítido possível.Isso não quer dizer

que o som tenhaque ser “clean” sem

nenhuma sujeira oudistorção. Isso querdizer que a sujeira

e a distorçãopossam estar

presentes, desde quecolocadas de forma

consciente e poruma razão. O que

não dá é termos umsom com distorção

porque nãosabemos ajustar

uma estrutura deganhos

corretamente. Ficaentão a pergunta: e

o que seria umaestrutura de

ganhos?

0dB se o sinal não foi gravado neste ní-vel? Simples. Usa-se o trim. AlgumasDAWs tem o trim já diretamente comoum parâmetro do canal, e noutras o trimtem que ser inserido como um plug-in.Com o trim ajustado em zero, ele repro-duzirá o sinal exatamente com o mesmo

nível:Para nivelar um sinal que está em -2dBFS para -6dBFS, devemos subtrair 4

dBs no ajuste de ganho do trim:A razão de colocarmos os canais nive-lados em -6dBFS é por que os plug-inssoam melhor desta maneira, devidoaos algoritmos de sua estrutura deganho interna. O mesmo raciocíniovale para o master bus. O ideal é queele esteja marcando também por voltade -6dBFS, mas vamos deixar clarouma coisa: o “nível” de -6dBFS não énecessariamente o nível do pico maisalto, e sim um nível médio do canal.

Ricardo Mendes é produtor,

professor e autor de ‘Guitarra:

harmonia, técnica e improvisação’

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Quando estou começando a nivelar uma mixagem, normal-mente ao levantar a bateria inteira, deixo-a em um volumeonde o master fader marcará aproximadamente -10dBFS,

um pouco acima da metade do curso do meter(luz ou V.U.), porque, à medida em que se foremadicionando os outros elementos, o nível médiofinal ficará na casa de -6dBFS com picos que po-dem se aproximar até de 0dBFS.E por que é extremamente crucial que o seumaster fader não clipe? Por que o master faderdirecionado para a saída física da sua DAW refle-te exatamente o que está acontecendo no seuconversor de saída (D/A). Se estiver clipando no

seu master fader, estará clipando na saída da sua placa. E essetipo de distorção não é nem um pouco agradável aos ouvidos.

Para você fazer uma estrutura de ganhos correta, se cer-tifique de ter feito estes três passos:

1 – Acertando os trims: coloque todos os faders no míni-mo. Agora, levante o primeiro fader para 0dBFS e observeonde o meter está marcando. Se a média do sinal originalestiver por volta de -6dBFS, você não precisa fazer nada.Se estiver acima, use o trim para abaixar o nível de modoque a média deste nível fique por volta de -6dBFS. Se o si-nal original estiver abaixo de -6dBFS, use o trim para au-mentar o sinal de modo que a média atinja a -6dBFS nometer. Levante o próximo fader em 0dBFS e repita o mes-mo processo, um por um, em todos os canais.

2 – Equilibrando o rascunho da mixagem: sem colocarnenhum outro plug-in além dos trims, faça um rápidoequilíbrio de todos os canais, para ter uma noção geral damúsica. Como sugestão comece pela bateria, ou algum ou-tro instrumento bem forte, deixando o meter do masterfader em aproximadamente -10dBFS. Ao terminar de le-vantar os faders dos outros canais, de modo que eles fi-quem equilibrados com a bateria, o meter provavelmentemarcará alguma coisa na casa de -6dBFS de nível médio.Dependendo do material gravado, pode ser que ao termi-nar este estágio, o master fader esteja com uma média aci-ma ou abaixo de -6dBFS. Nesse caso, abaixe um pouco abateria (ou o instrumento que você iniciou) e reequilibrea música. Não abaixe o master fader. O master fader em0dBFS é a sua garantia de que você está “vendo” o que estásaindo pelo conversor D/A da sua placa.

3 – Adicione os plug-ins necessários. Se você seguiu osdois passos anteriores, eles são uma garantia de que osplug-ins não cliparão internamente.

Para saber mais

[email protected]

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PRESERVA A TRADIÇÃO DE CULTOS MUSICAIS

Igreja na Carolina do Norterecebeu sistema d&b

PROJETO DE

e acordo com Jerry Temple, funda-dor da XLmediaworks Inc., empre-

sa contratada para fazer a sonorizaçãodo local, quando o diretor de MediaService da igreja, Don Kendrick conta-tou a empresa, a princípio era apenaspara “arrumar” uns fios no palco. “Aospoucos suspeitei que poderíamos refa-zer completamente o sistema de somcom a V-Series, da d&b audiotechnik”,disse Jerry Temple.

D Para instalar um novo e completo siste-ma em uma sala como esta foi uma ope-ração delicada. Após o primeiro encon-tro, Kendrick iniciou as conversas comTemple sobre a reposição do sistemaprincipal de áudio. “Foi a atenção aos de-talhes que me despertou o interesse notrabalho deles”, disse Kendrick. “Antesde eu chamar o Jerry, ele tinha feito umtrabalho em uma instalação em outraigreja. O responsável pelo áudio daquela

[email protected]

Fotos: Divulgação

SONORIZAÇÃO

O santuário naIgreja Central em

Charlotte, Carolinado Norte, nos EUA,

é uma típica salaem forma de leque

com uma varanda.Construído no

início dos anos 80,o local tem

capacidade para1800 pessoas e é

uma das maisoriginais

megaigrejasdessa era.

Sistema de som da Igreja Central foi totalmente reformuladoJerry Temple (à esquerda), Don

Kendrick (ao centro) e David Seaford(à direita)

Page 65: Edição 248 - Julho 2015

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igreja me falou muito bem da empre-sa de Temple”, colocou.O curioso é que a XLmediaworks já ha-via sido uma revendedora dos sistemasd&b e, por coincidência, o escritórioda d&b quase demonstrou o novo sis-tema V-Series no The Fox Theater, emAtlanta. “Quando Jerry me convidoupara ouvir, fiquei intrigado. Eu haviaouvido falar muito bem sobre a d&b,mas nunca na verdade havia ouvidoum dos sistemas”. Para moderar a ex-periência da audição, Kendrick tam-bém buscou convidar um terceiro ou-vido. “Eu havia chamado Jim Brawley,da empresa James Brawley e Associa-dos, um antigo colega meu. Jim e eutemos uma história profissional e nãopude pensar em melhor nome para aaudição”, ressaltou.Segundo Kendrick, o The Fox não émuito diferente da Igreja Central, emtermos de tamanho, acomodações eacústica. “Eu estava muito impressio-nado pela cobertura e transparência dosistema, mas eu continuei a quererouvi-lo ao vivo. Felizmente, o festivalMerleFest, na Carolina do Norte, foi olugar certo, tendo em vista que o siste-ma V-Series estava sendo usado no pal-co”, afirmou. “Instalado em uma ram-pa, a cobertura sonora pode pregar pe-ças; então seria muito mais fácil ampli-ar a cobertura para parte da audiência.Mas quando andei em volta do local, fi-quei surpreendido, de cima a baixo, doLF para HF, tudo estava lá. Isso ajudou-me a decidir. Eu estou nesse negócio hábastante tempo, tenho 10 anos de ex-periência fazendo som para TV e nopassado fiz meu próprio design de siste-ma para instalações, então sei exata-mente o que é necessário: me decidicom um alto grau de certeza”, observa.Jim Brawley e Jerry acertaram sobre odesign do sistema de instalação e fizeramo projeto de som do santuário usando aferramenta ArrayCalc. “Determinamospor arranjos L/R de V-Tops, com V-Subs,e J-Infras para cada lado”, explicouTemple. “Ajustar a dispersão sonora dosV-Series para a sala foi relativamente fá-

cil. Os Infras já foram outra questão. Oponto é que a Central Church tem umatremenda banda e ótimos cantores, eexiste uma forte tradição de cultos commúsica aqui. Então os Infras foram es-senciais”, explicou.O projeto de Brawley foi além, adicio-nando gabinetes T10 para o front fill.“Este é um dos mais pesados gabine-tes em termos de potência de perfor-mance para um front fill”, comentouTemple. “No entanto, por causa dasignificância dessa grande tradiçãomusical na Central Church, Donquis algo mais potente, embora osT10 sejam um pouco mais largos queum front fill típico. E apesar de ter-mos alto-falantes em três distânciasdiferentes a partir do palco, que era oponto zero, programar o sistema comdelay e EQ foi bem fácil: exportamostodos os programas direto do soft-ware de simulação para os amplifica-dores D80 e D12, da d&b assim que osligamos”, exemplificou.Na opinião de Kendrick, Jerry é que fezisso parecer fácil. “A verdade é que aentrega e a instalação foram quase umempreendimento. Os pontos existen-tes dentro do santuário eram o localtotalmente errado para os V-Series, eeu também queria os Infras e ossidefills escondidos dentro do pros-cênio. Era um grande problema para serresolvido”, afirmou Kendrick.Para solucionar a questão, foi essencialfazer trabalhos estruturais no teto, e ainclusão do J-Infra dentro do proscênio- o que não foi de muito fácil execução.Jerry e seus ajudantes, em acordo com osengenheiros da igreja, tiveram apenasduas semanas, quando o santuário es-tava livre de compromissos, enquan-to a congregação celebrava durante oFall Festival, um evento externo.“Foi um desafio e o que eles realiza-ram deixou-me ainda mais impressi-onado. Colocar aqueles Infras levouoito horas cada, e não esqueçamos daestrutura principal do santuário: osornamentos, a tapeçaria, tudo conti-nuava nos seus lugares”, concluiu.

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ETC COLORSOURCE PARwww.telem.com.br

A luminária LED RGB da ETC conta com um diferencial:a adição da cor lima, que proporciona uma paleta maisvibrante e rica em cores. Também é de fácil operação,com ferramentas de mistura de cores RGB simples e di-retas, além de acesso a cenas pré-definidas e sequênciascom a interface de usuário embutida. A ColorSourcePAR é projetada e construída para durar. Cada lumináriatem calibração óptica, de modo a obter a mesma cor uni-forme em todas os equipamentos. Usa os mesmos acessó-rios que as luminárias Selador Desire D40, permitindocombinações que tiram o máximo do set de iluminação.

CHAUVET HIVEhttp://www.equipo.com.br

O Hive emite raios espessos e multicoloridos para dar àaplicação móvel aquele estilo visual “rock star”. LEDsvermelhos, verdes e azuis de alta potência emitem raiosconcentrados precisos a partir de seis lentes de ângulofixo. Crie visuais personalizados em modo DMX, ou use osprogramas internos automatizados ou disparados por sompara governar o show. Use em conjunto com uma máquinade fumaça ou neblina para criar atraentes efeitos no ar. Oequipamento possui ainda 18 LEDs (6 vermelhas, 6 ver-des e 6 azuis) de 3W cada, controlados via DMX, ativaçãosonora, automático ou master slave, além de 3 ou 20 ca-nais DMX. O ângulo de cobertura é de 44 graus.

VARI*LITE VL 4000 BEAMWASHwww.hotmachine.ind.br

O VL4000 BeamWash combina a impressionante ca-pacidade wash com a intensa funcionalidade beam,bem como a capacidade de produzir um poderoso feixede luz. Agora, um único equipamento pode servir paramúltiplos usos, sem alterar as lentes ou adicionar aces-sórios. Completo, com baixo ruído ambiente, alta saídade luz e óptica incrível, o VL4000 BeamWash é o equi-pamento ideal para wash, beam e feixe vistos de qual-quer palco. Completamente compatível com uma am-pla variedade de consoles DMX512, possui 46 canaisDMX (Enhanced 16-Bit Mode), 41 Canais (16-BitMode), Controle RDM e é completamente compatívelcom uma ampla variedade de dispositivos de RDM.

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MAC VIPER AIRFXNA RÚSSIAOs equipamentos Martin MAC Airfix

foram os escolhidos para a casa

noturna Batyr, na Rússia. O lighting

designer responsável pelo estabe-

lecimento, Artem Sagaidak, conhe-

ceu os movings durante um seminá-

rio em Moscou. Como fã de efeitos

mid-air, ele imediatamente quis tes-

tar a novidade na boate. Sagaidak

usou então um par de wash lights

para o rig a fim de dar versatilidade,

criando cenários mais dinâmicos.

SOLUÇÃO EM UM KITA empresa Fisher Production, que

fornece todo tipo de solução de ilu-

minação, investiu recentemente

mais de 5 milhões de libras em no-

vos equipamentos de luz e controle.

O evento L´Oreal Colour foi um dos

primeiros que se beneficiaram dos

novos investimentos da empresa, e

o projeto de iluminação contou com

um dot2 XL, mais um dot2 Node 4,

além de equipamentos Clay Paky,

Mythos, K10 B-EYE, entre outros.

ADLIB INVESTE MAISDE UM MILHÃOA Adlib Iluminação investiu recente-

mente mais de 1 milhão de libras em

equipamentos Martin Professional, au-

mentando seu número de MAC para

mais de 200 unidades, incluindo o pre-

miado MAC família Viper, MAC Quan-

tum Wash, e MAC Aura. Mike Dock-

sey, gerente geral de Iluminação e

Vídeo na Adlib, afirma que esse inves-

timento foi extremamente importante.

ROBE NA FRANÇA

A Robe lançou oficialmente seusnovos escritórios com uma festaque contou com a participação decerca de 150 pessoas, incluindograndes players de locação e desig-ners de iluminação de todos os se-tores da indústria de produçãofrancesa. A Robe Iluminação Fran-ça é chefiada pelo CEO e CFO deBruno Garros Elie Battah. A em-presa está operando com sete fun-cionários no local, incluindo o as-sistente executivo MessaoudaBelarbi, o pós-vendas e gerente desuporte técnico Jerome Lambeau e

o especialista em comunicaçõesJonathan Grimaux. Dois enge-nheiros de vendas técnicas, KevinMigeon, cobrindo o norte da Fran-ça, e Franck Huyhn que está cui-dando do sul do país, também fa-zem parte do time. A Robe Ilumi-nação França possui novos escri-tórios em Paris Nord 2, que são ex-tremamente bem localizado emuma bela área verde arborizada, aapenas 10 minutos do AeroportoInternacional Charles de Gaulle,em Roissy, e 20 minutos de ParisPorte de la Chapelle.

CHAUVET PARA HEAVY METAL

A banda de heavy me-tal Montionless inWhite, famosa porsuas apresentaçõesteatrais no palco, temcomo aliados os equi-pamentos de ilumi-nação da Chauvet. Olighting designer dogrupo, Freddy Thom-pson, da JDI Produc-tions, tem como op-ções equipamentos

como os movings Legend e os Vesuvio RBGA, da Chauvet Pro-fessional. Thompson usou 6 Legend 230SR Beams e 8 Legend 412moving whashes.

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ara responder essa questão, é impor-tante também analisar e avaliar as

lições que os projetos proporcionam.Nesta primeira conversa, o Design seráabordado a partir de uma primeira e im-portante lição – envolvendo métodos,processos e comunicação.O palco se ilumina: elementos cêni-cos são revelados e o campo visual seamplifica, delimitado pela dimensãoonde se configuram os personagens doespetáculo – musical, performático,teatral – ou por um conjunto de luzes,projetadas por instrumentos manual-mente manipulados, ou controladospor equipamentos invisíveis aos olhosdos espectadores. Esse momento inici-al pode proporcionar sensações e

P emoções diversas ao público presente,mas para muitos profissionais repre-senta uma sensação de alívio e satisfa-ção incomparáveis.Independente da dimensão do evento –um pocket show ou um show de um artista,ou banda headliner de um festival - ou dolocal de realização – aberto ou fechado,adaptado ou projetado para tal fim -,todo projeto de iluminação cênica possuielementos comuns que são definidos naprimeira conversa com os produtores,artistas ou profissionais diversos, inte-grantes das equipes técnicas, que são res-ponsáveis pela realização de uma apre-sentação musical, um espetáculo teatralou uma performance artística, e que sãoentregues aos espectadores de maneira a

Cezar Galhart é técnico em eletrônica, produtor de even-

tos, baixista e professor dos Cursos de Eventos, Design

de Interiores e Design Gráfico do Unicuritiba. Pesquisa-

dor em Iluminação Cênica, atualmente cursa Pós-Gra-

duação em Iluminação e Design de Interiores no IPOG.

CÊNICACÊNICAILUMINAÇÃOILUMINAÇÃO

L I Ç Õ E S & D E S I G N

LIGHTING DESIGNLIGHTING DESIGN

- PARTE 1 -

Alexandre Wollner,pioneiro do Design

no Brasil, definiuessa atividade

como odimensionamentode uma estrutura,

onde todos oselementos visuais se

inserem nos váriosmeios de

comunicação a elapertencentes. Com

isso, fica apergunta: será que

os projetos deiluminação cênica

têm ‘Design’, demaneira a

comunicarem asmensagens

adequadamente?

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transmitir mensagens, emoções,ideologias, entretenimento.Desde as primeiras realizações – parauma banda de amigos, um “apoio” aum festival de teatro no colégio dobairro ou outro evento em um espaçoreligioso mais próximo –, todo proje-to é, antes de mais nada, “um proje-to”. Profissionais renomados ouiniciantes têm em seus currículos eseus portfólios histórias de sucessoe também aquelas situações ines-peradas, nas quais nada ocorreucomo deveria. Muitos podem asso-ciar essas ocorrências aos insu-cessos. Seria mais interessanteestimá-las como aprendizados, quedevem fazer parte daquela cartilhade lições a não serem repetidas –mas que sempre serão revisitadascomo conselhos e precauções.Talvez a primeira e mais singular li-ção será justamente aquela que for-mará o perfil profissional do lighting

designer que se pretende ser: “ter sa-bedoria para conversar, compreen-der, entender”. E será justamente najunção desses três verbos que outrosvirão, em decorrência do auto-

conhecimento que será necessárioao profissional no sentido dele se in-serir no contexto da iluminação eprincipalmente do Design. Mas, oque é mesmo “Design”?

Para uma mais correta análise so-bre o tema – que é realmente com-plexo -, torna-se necessária umadefinição que consiga traduzir, su-cintamente, o que se consolidacomo “Design”. Para Beat Schnei-der (professor das disciplinas deHistória da Cultura e do Design eTeoria do Design na Escola Supe-rior de Berna, presidente da SwissDesign Network, além de autor do

livro Design - Uma Introdução), oDesign é uma “visualização criativae sistemática dos processos de in-teração e das mensagens de diferen-tes atores sociais”. Nesta definição,

alguns elementos aplicados à ilumi-nação se destacam: o profissionalque desenvolve um projeto de ilumi-nação deverá ser capaz de identificaras ações necessárias para a idea-lização e execução, e a maneira comas quais essas ações se completam, apartir das necessidades e requisitosdos clientes – aqueles mesmos pro-dutores, artistas ou profissionais di-versos – com criatividade.

Figura 1: Roy Bennett (LD) acerta os detalhes da turnê “Lights In The Sky Tour” (2008) com Trent Reznor – líder da banda Nine Inch Nails

Fonte

: The C

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ação

O número de elementos a serem

dispostos no cenário, as intenções, as

formas, o ritmo (velocidade e sequência),

são alguns dos elementos percebidos

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CADERNO ILUMINAÇÃO

Eis que surge o primeiro verbo “mági-co”: conversar. Esta ação pressupõe apresença de duas ou mais pessoas inte-ragindo em um processo de comunica-ção onde há o envio e recebimento demensagens e consequente alinhamen-to das informações recebidas e trans-mitidas. É neste contexto que surgemas ideias e os primeiros esboços de umprojeto de iluminação, quando há cor-reta identificação e percepção das ne-cessidades e dos requisitos. O númerode elementos a serem dispostos no ce-nário, as intenções, as formas, o ritmo(velocidade e sequência), são algunsdos elementos definidos. Em geral, apartir da primeira conversa, delinei-am-se os primeiros rascunhos e as pri-meiras informações que farão parte dosprocessos de elaboração de um projeto.Para esta primeira etapa da lição, serãonecessários diversos esboços, algumasconversas, uma ou duas propostas. Ecabe salientar que o verbo “ouvir” po-deria também se associar de maneiradecisiva e mais enfaticamente para amelhor identificação dos recursos ne-cessários ao êxito do projeto.

Para o segundo verbo, “compreender”,entenda-se “desenvolvimento”. Equando se desenvolve algo, isso propor-ciona um ou mais resultados, carregadosde significados e proposições, que nofim, poderão oferecer uma propostaúnica, singular, ou seja, personalizada aocliente. Nesse contexto, incluem-seoutros termos que deverão fazer partedo universo do lighting designer: organi-zação, métodos e técnicas.

Organização evidencia qualificação.Um projeto de iluminação cênicaque permite fácil compreensão dosrecursos, equipamentos, instrumen-tos e efeitos propostos naturalmentedemonstrará uma organização visuale textual das informações e, natural-mente, com os detalhes apresenta-dos, uma qualificação diferenciadapara os elementos apresentados – eisso será percebido por todos os pro-fissionais envolvidos nas etapas demontagem, realização/operação edesmontagem do evento.Para o desenvolvimento desse projeto– desde o contato inicial com o clienteaté a apresentação da proposta, de for-ma a aprová-la –, são diversos os méto-dos e condutas a serem adotados, combase em estudos produzidos nas maismultidisciplinares áreas do conheci-mento. De maneira bem simplificada,e objetiva, pode-se adotar – com adap-tações - um dos dois métodos de con-dução dos processos e desenvolvimen-to dos projetos criados pelo designer eprofessor John Chris Jones: o método‘transparente’ e o método ‘caixa-pre-

ta’. Normalmente, o primeiro acabapor ser o mais usual, pois envolvemais limitações: prazos reduzidospara a entrega dos resultados, restri-ções dos recursos financeiros disponí-veis, área máxima disponível para opalco ou local a ser iluminado, númerodefinido de personagens ou elementoscênicos, mínima quantidade de coresou intenções a serem demonstradas oumesmo estrutura fixa e já disponível

Figuras 2-3: Maquete e realização da turnê “Kiss Me Once Tour” (2015) da cantora australiana Kylie Minogue

Fonte

: Ralp

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no local para o desenvolvimento doprojeto de iluminação.No método criativo associado a essalinha de condução, ajustes e adapta-ções serão constantes e inseridos emtodos os parâmetros do projeto. Issopode também permitir que o lightingdesigner complemente uma estruturaexistente com a inclusão de instrumen-tos de iluminação adicionais (desde queo orçamento do projeto permita).Também todos os objetivos, variá-veis e critérios são estabelecidospreviamente, sendo a busca e avali-ação de alternativas uma questãológica e não experimental. Projetosnesse contexto se inserem em ou-tros mais amplos, e são particular-mente associados a uma produçãoseriada de resultados e tarefas já co-nhecidas ou repetitivas. Como e-xemplo, turnês e festivais.Para o método de desenvolvimento‘caixa-preta’ (parte-se do princípioque, mesmo com naturais limitaçõespara os itens anteriormente apresen-

tados, há uma maior envergadura depossibilidades e mais significativaabertura para inovações), o resultadofinal será naturalmente influenciadopelas necessidades e requisitos do cli-ente, e também pelas experiênciasanteriores, vinculadas a outros artis-tas e grupos/bandas. Como vanta-gem e trunfo desse método, hámais flexibilidade para prazos, oque também diminui a pressão paraos resultados propostos. Como con-sequência disso, a coerência entre oresultado e as necessidades/requisi-tos terá mais efetividade e mais pro-missora aceitação e consequente a-provação. Os projetos podem tam-bém se inserir em turnês; normal-mente se configuram em eventos ú-nicos, com apelo visual incomparável.Para as duas linhas, aplica-se o ter-ceiro e último verbo da primeira li-ção: “entender”. E este, por sinal,acaba por sintetizar os anteriores, eainda consegue conciliar quatro ele-mentos que devem se inserir em qual-

Figura 4: Apresentação em Milão da turnê “360º Tour” (2009) da banda irlandesa U2

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Para saber mais

[email protected]

Figuras 5-6: Espetáculo

“Hakanai - BrooklynAcademy of Music”

(2015): video mapping,

CGI e sensores

Fonte: Romain Etienne / AMCB-Hakanai/ Virginie Serneels / Divulgação

Figuras 7-8: Croqui original e maquete eletrônica – “Prismatic World Tour” (2015) da cantora Katy Perry

Fonte

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ação

quer projeto: interpretação, dedução,concepção e decisão.Na identificação dasnecessidades e requisitos do cliente, a in-terpretação se configura em elementochave para o estudo preliminar de qual-quer projeto. Por isso que o entendimen-to dos diversos recursos e efeitos que ailuminação cênica proporciona será fun-damental para os esboços iniciais. Soma-da à interpretação, a dedução também setorna um processo à parte, pois muitasvezes é necessária uma análise prelimi-nar e dedutiva dos elementos coletadosna conversa com o cliente e que poderãoresultar em um projeto compatível às ex-pectativas formuladas.Finalmente, a concepção poderá ser de-senvolvida com o uso de diversas ferra-mentas – como desenhos, maquetes (fí-sicas ou eletrônicas) e outros – de forma atransformar ideias em imagens ou outrasformas de representação – com as devi-das técnicas relacionadas à execução doprojeto. Com esses recursos, para con-

Somada àinterpretação, a

dedução tambémse torna um

processo à parte,pois muitas vezes é

necessária umaanálise preliminar

e dedutiva doselementos

coletados naconversa com o

cliente...

cluir, são realizadas as escolhas finais, noprocesso decisório que resultará no pro-jeto preliminar (ou mesmo anteprojeto)que será apresentado ao cliente.Como diria um ditado popular, “a pri-meira impressão é a que fica”. Tradu-zindo para o lighting design, essa ex-pressão nunca funcionará de verdade.Seja a impressão visual ou do projetoimpresso, as alterações e modificaçõesfazem parte de um processo de desen-volvimento dinâmico e evolutivo.Cabe a cada lighting designer identi-ficar quais são os principais insumos –e também as principais lições - quefornecerão as melhores condições esoluções para a elaboração de um pro-jeto a partir de um processo criativo –tema da segunda parte desta conversa– com êxito – e Design!!!Abraços e até a próxima!

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uzes cheias de surpresas, cores egobos iluminaram o palco do teatro

Sesc Senac Iracema em março de 2015.Dirigido por Bruce Gomlevsky, a expe-riência da produção e da luz foi dife-rente para todos, com a plateia dentrodo cenário, da luz, da cenografia e dacidade imaginária de Urupeba, localonde se passa a história. Da conversaque David Bosboom teve com o diretorBruce Gomlevsky sobre o projeto quegostaria de realizar com sua colabora-ção se passaram dois anos e, em 2015,recebeu o convite para participar deInventário de Segredos e criar a ilumina-ção para o espetáculo.

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David H. Bosboom

[email protected]

Fotos: Divulgação

CADERNO ILUMINAÇÃO

Segundo Bosboom, ao criar a concepçãodo design de luz, o objetivo era oferecero máximo possível de área de controle ecores (mood) para o diretor, tendo emvista que o espaço não seria numa abor-dagem padrão de palco italiano. “Naverdade, o público foi colocado no cen-tro participando como cidadão dessa ci-dade imaginária de Urupeba. As casas decada personagem, criadas o redor daplateia pela cenógrafa Pati Faedo, fezcom que fosse necessário iluminar cadapeça cenográfica individualmente”, ex-plicou. David procurou “oferecer” emcada casa todas as opções no controle deluz e mood. A ideia era que, quando as

A PLATEIAA PLATEIADENTRO DO ESPETÁCULO

A produção teatralInventário de

Segredos, uniu noteatro Sesc Senac

de Fortaleza umgrupo heterogêneo

de atores eprofissionais do

Brasil afora. Atorescearenses radicados

no Rio e em SãoPaulo, uma

cenógrafa do RioGrande do Sul, um

diretor carioca, eoutros da Bahia,

além de DavidBosboom, carioca

de coração e gringopor natueza, comoele mesmo se auto

define, que foi oresponsável pelo

design deiluminação do

espetáculo.

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casas não participassem da açãonão ficassem num vazio escuro.“Quando o cenário não era utiliza-do na cena, simplesmente optei nailuminação com padrões de gobosesculpindo esses espaços negati-vos”, observou.Nas palavras de David, criar umdesign é uma questão de harmoniaentre a sua criatividade e termospráticos, procurando equilibrar oequipamento que o profissionalquer com o orçamento que lhe édado. “Como estávamos num tea-tro SESC, tive uma quantidade su-ficiente de equipamentos de ilu-minação. No entanto, para me darárea e controle de cor, tive que so-licitar mais dimmers da produ-ção”, ressalta. Os elipsoidais, por

exemplo, David comenta que osusou para os seus próprios padrõesde gobos na abertura, no conven-to, numa cena específica de dança

e para iluminar os espaços negati-vos. “Isso me deixou apenas comFresnel, PAR64 do PC para ilumi-

nar o espetáculo e atores. Comoprecisava de mais Fresnel usei umtruque comum colocando um frostna lente do PC criando o efeitodesejado suave e trabalhando jun-to com barndoor”, expõe.O Fresnel foi utilizado para dar va-riedades de tamanho do foco deluz, contorno suave, e também ilu-minou o cenário na maioria dasvezes. Já os PC’s deram variedadesde tamanho do foco de luz, contor-no suave com frost, e iluminou asáreas de atuação. Os equipamentosPAR64, foco 1, 2 e 5, com múltiplopropósito, iluminaram as áreas deatuação. Os elipsoidais 26-50°, comdonut e gobo, texturizaram cenárioe cenas. O hazer foi usado na aber-tura do espetáculo. “Usei todos osinstrumentos e cabeamentos que oteatro possuía; até mesmo o caboda luz de serviço quando resolvifazer um ajuste final. Devido acomposição cenográfica ser emtorno da plateia, optei por maiscontrole, de modo que os dim-mers foram mais significativos doque os instrumentos adicionais.Teatro é uma arte colaborativa,saí feliz com o resultado”, conta.Para definir os equipamentos a fimde atingir o conceito traçado paraa peça, David frisa que o primeiroelemento a ser levado em conside-ração são os seus olhos. “Só lendo o

script posso entender a história e asintenções do dramaturgo. Comoestrangeiro, esse aspecto é impor-

Quando o cenário não era utilizado

na cena, simplesmente optei na iluminação

com padrões de gobos esculpindo esses

espaços negativos.

Pluralidade: equipe do teatro contou com profissionais de diversas regiões do Brasil

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tante e exige um pouco mais do meutempo e dedicação. Mas entendidos ahistória e os personagens, começo apensar sobre as cores que usaria e pro-curo me colocar no clima que seriaadequado para cada cena”. Ângulo eintensidade de cada luz são importan-tes, bem como as limitações do espaçode atuação. Outro fator importantepara David é “esculpir” os corpos dosatores. “Os seres humanos têm trêsdimensões e minha iluminação refle-te essa realidade, assegurando que ospersonagens se destaquem dos ele-mentos cênicos”.Para o projeto de iluminação, Bos-boom usou dois programas. Para aplanta do design, o VectorWorks epara o paperwork o programa Light-Wright. “Gosto do VectorWorks poisé um programa mais fácil do que oAutoCAD, por ser escrito especifica-mente para designers de iluminação.O programa vem com uma grandevariedade de ícones e aceita qualquerarquivo em DWG, colocando automa-ticamente o ícone do instrumento deiluminação em escala correta dentrodo cenário enviado pela cenógrafa”,fala acrescentando que como o progra-ma usa diferentes cortes, é possível se-parar o cenário das posições de ilumi-nação. “Na verdade, você pode criarquantos cortes forem necessários paracriação do seu desenho final, salvandoem PDF e simplesmente imprimindoem qualquer impressora”, completa.Já para o paperwork do projeto como aslistas de canais, dimmers, luzes e cor, eque devem ser precisas e legíveis para aequipe que vai executar a instalação, foi

utilizado o Lightwright. “Escrevi aquina Revista Backstage, em abril de 2009,sobre este programa. A principal vanta-gem de Lightwright é a capacidade deverificar se cometi erros, economizandoassim o meu tempo de trabalho”, avalia.Outro cuidado que David procurou terfoi o de antecipar possíveis situações.“Sabendo das variáveis com que teriaque lidar, limite de tempo e financeiro,fiz contato com o teatro em Fortaleza, etive acesso às plantas e listas de equipa-mentos. Chegamos na segunda feira ànoite e tudo teria que estar pronto em72 horas para um ensaio técnico geral.Com bom planejamento e equipe nãotivemos gastos adicionais ou questõesde última hora”, comenta.Até o momento, o Produtor de Fortaleza,William Mendonça, da WM Produção,tem a intenção de levar a peça para o Riode Janeiro no segundo semestre de 2015.A ideia é adicionar novos elementos àprodução que vai para a capital flu-minense. “No entanto, não tivemos aoportunidade de conversar a respeito”,comenta David. Outro local que deve re-ceber o espetáculo é Brasília, além de ou-tras cidades no Nordeste. De acordo comDavid, o cenário foi criado com o objeti-vo de ser de fácil transporte, cabendotudo em um único caminhão. “Claro,que a iluminação geralmente tem ajustesde acordo com cada local”, antecipa.”

Os seres humanostêm três

dimensões eminha

iluminação refleteessa realidade,

assegurando queos personagens se

destaquem doselementos cênicos

O download gratuito para experimentar o

Lightwright pode ser feito no site www.mcker-

non.com, onde é possível imprimir o docu-

mento final em qualquer impressora usan-

do um Mac ou um PC.

Lightwright

Projeto foi pensando quanto ao ângulo e intensidade da luz, além das limitações do espaço de atuação

CADERNO ILUMINAÇÃO

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Sob o

Sol do SertãoSol do Sertãoepois de horas de sol e poeira avistamos final-mente um posto de gasolina. Precisávamos de

combustível e algum descanso, pois tínhamos aindamuito chão pela frente e um show pra fazer à noite.

Deixei o carro aos cuidados do frentista e entrei nobar. Triste bar. Prateleiras semivazias, mesas e cadei-

ras tortas sob dois inúteis ventiladores. As persianasquebradas faziam o possível para barrar o sol infernal

de quase meio dia. Atrás do balcão, o atendente ten-tava escutar e traduzir os chiados de um minúsculo

radinho de pilha que ocasionalmente fazia-se enten-der através dos berros desesperados de um locutor de

futebol. Ah, era sábado, lembrei. Da pequena estanteenvidraçada acima dele, uma veneranda linguiça me

olhava à moda do biscoito de Alice no País das Mara-vilhas. “Coma-me” – dizia ela. Mesmo com o estôma-

go roncando, resisti heroicamente ao chamado daembutida, encostei no balcão e pedi uma cerveja. Se

você está achando que eu devia procurar comida nomeio do tabuleiro – areião que vigora numa vasta re-

gião às margens do São Francisco – engano seu. Acerveja por lá está sempre quase zero grau, enquanto a

comida só é aconselhável – e muito aconselhável –nas cidades mais populosas, tipo cinco mil almas pra

cima. Então repeti e dobrei a aposta:- Meu amigo, abre logo duas.

O atendente me olhou, sorriu – decerto estimuladopelo acerto do pedido daquela figura abusivamente

metropolitana – e levou uns dez minutos pra chegarao freezer a seu lado. Diligentemente, tirou duas

D noivas lá do fundão (Deus, elas deviam estar ar-rependidas de serem o que eram e ter que sair daque-

le friozinho gostoso!) e abriu ambas quase ao mes-mo tempo, com uma maestria que não pude deixar

de admirar. Serviu-nos com um sorriso cordial, quecontrastava com sua camisa suada e a óbvia e-

xaustão provocada pelo esforço de ouvir o inau-dível. Peguei ambas com aquele infinito cuidado

que não as deixa congelar e sentei pesadamente nacadeira que sobrava na nossa mesa, dividida com

minha então cara metade, nossa querida amigaMartinha Strauch - que já nos deixou, mas que deve

estar contando a São Pedro essa mesma história inu-sitada que eu conto agora a vocês – e uma outra pes-

soa, que não me lembro quem era. Foi só depois doprimeiro e prolongado gole que percebi o Zumbido.

Não era um zumbido qualquer, era “o” Zumbido. Umsom surdo, mas potente, que entrava diretamente pelo

cérebro adentro, detonando um alarme tipo “abelhasassassinas! ”, “besouros extraterrestres! ”, “tarântulas

gigantes! ”, qualquer aberração, enfim, saída daquelestrash movies hollywoodianos dos anos 50. Virei-me

alarmado na direção do Zumbido e fiquei estarrecidocom o que vi.Havia outro freguês no bar. Ele estava na única sombra

disponível, mas com o movimento do sol através daspersianas apodrecidas bastaram cinco minutos para

que pudesse enxergá-lo com alguma nitidez. Sentadode maneira estranhamente curva que o fazia parecer

quase caído da cadeira, repousava o braço sobre a mesa.

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E no final daquele braço, saída da manga comprida da ca-misa, surgia uma mão inchada e negra, mão que parecia

estar em movimento, variando sua forma de um jeitocompletamente absurdo, como se sob efeitos especiais de

um filme de ficção científica.Minha primeira reação foi de definir qual droga havia

sido posta na minha cerveja, hipótese imediatamenterejeitada pela impossibilidade do mínimo lapso de tem-

po transcorrido entre meu primeiro gole e aquela visãoesotérica. Enquanto eu tentava desesperadamente en-

tender o que estava acontecendo, o tal freguês endirei-tou-se subitamente, levantou o braço e desceu a mão

com toda a força de encontro ao tampo da mesa. Aí osurreal impôs-se de vez: Esse movimento fez com que

uma inacreditável quantidade de moscas decolasse da-quele verdadeiro aeroporto humano. Mesmo de onde eu

estava dava para vê-las em detalhes sob a luz brilhantedo sol, que agora invadia de vez a mesa do sujeito: eram

negras, verdes, azuis, de todos os tipos e cores, um verda-deiro paraíso entomológico concentrado naquele metro

quadrado de brilho. E de repente, do mesmo jeito quesubiram, desceram, como se aquela mão fosse sua casa.

Ela enegreceu-se de novo, e o Zumbido retornou, grave,falsamente quieto, fazendo com que eu e minhas compa-

nheiras de mesa – já então participantes daquela situa-ção – nos entreolhássemos como se estivéssemos todos

sido transportados para uma dimensão alienígena. En-quanto tentávamos voltar à vida real, ele se levantou e

começou a andar em direção à porta. Foi aí que eu repareique alguma coisa pendia de sua mão, seguida incessante-

mente pela compacta nuvem de moscas coloridas. Cami-nhando com dificuldade, ele passou rente a nós, agora

balançando o braço para livrar-se da miríade de “amigas’que o acompanhavam. Pude ver então que ele carregava

um pedaço de carne rosada entre os dedos, pedaço esseque acabou por revelar-se um passarinho depenado, le-

vado pelas patas. Daí a ambição das moscas! E lá foi-se ocara, soleira afora. O atendente o seguiu com os olhos,

indiferente. Sem poder me conter, fui até o balcão:- O que era aquilo?!

- Um passarinho – respondeu ele, candidamente. – elepega na armadilha e traz aqui pra cozinheira depenar.

Vendo que a curta explicação não me satisfizera, elecontinuou:

- O problema é que ele demora tanto tempo bebendo quea moscaiada junta...

-Ah...Tomamos mais algumas cervejas - fome interrompida... - e

saímos de volta pro maçarico infernal que insistia em derre-ter o mundo lá fora. Sushi de passarinho depenado ao molho

de moscas não era exatamente a nossa ideia de almoço.E partimos de novo, sob o sol do sertão.

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