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EFEITOS DO ALONGAMENTO ESTÁTICO NA FORÇA MUSCULAR DE INDIVÍDUOS SEDENTÁRIOS Diego Soares dos Reis¹ Adroaldo José Casa Junior² INTRODUÇÃO O Exercício Resistido (ER) e o alongamento muscular são frequentemente utilizados nos diversos protocolos de treinamento e reabilitação, como forma de prevenir lesões ou aquecimento. Com o intuito de aumentar a extensibilidade muscular e a flexibilidade das articulações para a otimização do desempenho esportivo, prevenção de lesões e melhora da capacidade funcional as técnicas de alongamentos são constantemente utilizadas. Na prática fisioterapêutica, pode-se observar o uso empírico dessas modalidades de exercício, sem um embasamento científico sobre os reais efeitos produzidos pelo uso combinado de tais técnicas. Todavia, divergências nas literaturas científicas quanto à aplicação do alongamento antes de ER e são poucos os relatos sobre os efeitos do ER e do alongamento estático em indivíduos sedentários. OBJETIVO o objetivo do estudo consistiu em verificar a influência do alongamento estático na força muscular de indivíduos sedentários, bem como avaliar a resposta deste recurso em músculos com diferentes composições. MÉTODOS Trata-se de um estudo com intervenção, analítico e quantitativo, realizado com 24indivíduos sedentários, que passaram pela triagem de critérios de inclusão e exclusão, sendo assim selecionados. Os participantes foram submetidos ao teste de uma repetição máxima (1RM) nos exercícios na Cadeira Extensora (CE) e Cadeira Flexora (CF). Em seguida, após 48 horas sem treinar a musculatura envolvida, eles foram submetidos a duas séries de 120 segundos de alongamento estático nos músculos quadríceps femoral e isquiotibiais de cada membro, sendo posteriormente mensurada a força na CE e CF por meio do teste de 1RM, imediatamente, e 15 minutos após a realização do protocolo de alongamento. Este estudo foi apreciado e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa Humana e Animal da PUC Goiás. Para a análise estatística, foi utilizado o programa Statistical Package for the Social Sciences (SPSS), versão 15.0. Inicialmente, foi feita análise descritiva dos dados da amostra e, em seguida, aplicado o teste t de Student para a comparação de grupos e análise da significância, considerando o número máximo de repetições alcançadas antes e após o protocolo de alongamento em ambos RESULTADOS A média de idade dos pesquisados foi de 24 anos (± 2,9). Houve diminuição significativa da força imediatamente e 15 minutos após a realização do alongamento, na CE (p=0,001 e p=0,002) e na CF (p=0,001 e p=0,001), conforme descreve a Tabela 1. CONCLUSÃO Os resultados mencionados sugerem que os exercícios de alongamento precedendo os ER podem resultar em respostas negativas sobre a força, podendo variar dependendo do protocolo utilizado, de seu volume e de sua intensidade. Pode-se verificar também que as fibras musculares se comportam da mesma maneira perante o ER, uma vez que, ambos os músculos sofreram perda significativa no nível de força máxima após a realização do protocolo de alongamento adotado. Contudo, investigações futuras sobre o assunto, utilizando diferentes protocolos de alongamento, de avaliação da força e envolvendo outros grupos musculares devem ser considerados a fim de elucidar-nos a respeito desse tema. PALAVRAS-CHAVE exercícios de alongamento muscular; força muscular; flexibilidade. 1 Acadêmico de Fisioterapia da PUC Goiás 2 Fisioterapeuta, Mestre em Ciências da Saúde, Especialista em Fisioterapia Traumato-Ortopédica e Desportiva e Docente da PUC Goiás 1. BEHM, D. G., BUTTON, D.C., BUTT, J. C. Factors affecting force loss with prolonged stretching. Canadian Journal of Applied Physiology. v. 26, n. 3, p. 261-272, 2001. 2. BEHM, D.G. et al. Effect of acute static stretching on force, balance, reaction time an movement time. Medicine Science Sports Exercises. v. 36,1397-1402, 2004. 3. KRAEMER, W. J. et al. American College of Sports Medicine position stand. Progression models in resistance training for healthy adults. Medicine & Science in Sports & Exercise. 4. PEREIRA, M. I. R., GOMES, P. S. C. Testes de força e resistência muscular: confiabilidade e predição de uma repetição máxima – Revisão e novas técnicas. Revista Brasileira de Medicina do Esporte. v. 9, n. 5, p. 325-335, 2003. 5. PRATI, J. E. L. R., MACHADO E. C. Efeitos agudos da flexibilidade sobre a força muscular. Revista Brasileira Fisiologia do Exercício. v. 5, n. 1, p. 50-55, 2006.

Efeitos do alongamento estático em indivíduos sedentários

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Efeitos do alongamento estático em indivíduos sedentáriosO Exercício Resistido (ER) e o alongamento muscular são frequentemente utilizados nos diversos protocolos de treinamento e reabilitação, como forma de prevenir lesões ou aquecimento. Com o intuito de aumentar a extensibilidade muscular e a flexibilidade das articulações para a otimização do desempenho esportivo, prevenção de lesões e melhora da capacidade funcional as técnicas de alongamentos são constantemente utilizadas. Na prática fisioterapêutica, pode-se observar o uso empírico dessas modalidades de exercício, sem um embasamento científico sobre os reais efeitos produzidos pelo uso combinado de tais técnicas. Todavia, há divergências nas literaturas científicas quanto à aplicação do alongamento antes de ER e são poucos os relatos sobre os efeitos do ER e do alongamento estático em indivíduos sedentários.

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EFEITOS DO ALONGAMENTO ESTÁTICO NA FORÇA MUSCULAR DE INDIVÍDUOS SEDENTÁRIOS

Diego Soares dos Reis¹Adroaldo José Casa Junior²

INTRODUÇÃO

O Exercício Resistido (ER) e o alongamento muscular são frequentemente

utilizados nos diversos protocolos de treinamento e reabilitação, como forma de

prevenir lesões ou aquecimento. Com o intuito de aumentar a extensibilidade

muscular e a flexibilidade das articulações para a otimização do desempenho

esportivo, prevenção de lesões e melhora da capacidade funcional as técnicas de

alongamentos são constantemente utilizadas.

Na prática fisioterapêutica, pode-se observar o uso empírico dessas modalidades

de exercício, sem um embasamento científico sobre os reais efeitos produzidos

pelo uso combinado de tais técnicas. Todavia, há divergências nas literaturas

científicas quanto à aplicação do alongamento antes de ER e são poucos os

relatos sobre os efeitos do ER e do alongamento estático em indivíduos

sedentários.

OBJETIVO

o objetivo do estudo consistiu em verificar a influência do alongamento

estático na força muscular de indivíduos sedentários, bem como avaliar a

resposta deste recurso em músculos com diferentes composições.

MÉTODOS

Trata-se de um estudo com intervenção, analítico e quantitativo, realizado com

24indivíduos sedentários, que passaram pela triagem de critérios de inclusão e

exclusão, sendo assim selecionados. Os participantes foram submetidos ao teste

de uma repetição máxima (1RM) nos exercícios na Cadeira Extensora (CE) e

Cadeira Flexora (CF). Em seguida, após 48 horas sem treinar a musculatura

envolvida, eles foram submetidos a duas séries de 120 segundos de alongamento

estático nos músculos quadríceps femoral e isquiotibiais de cada membro, sendo

posteriormente mensurada a força na CE e CF por meio do teste de 1RM,

imediatamente, e 15 minutos após a realização do protocolo de alongamento.

Este estudo foi apreciado e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa

Humana e Animal da PUC Goiás. Para a análise estatística, foi utilizado o

programa Statistical Package for the Social Sciences (SPSS), versão 15.0.

Inicialmente, foi feita análise descritiva dos dados da amostra e, em seguida,

aplicado o teste t de Student para a comparação de grupos e análise da

significância, considerando o número máximo de repetições alcançadas antes e

após o protocolo de alongamento em ambos

RESULTADOS

A média de idade dos pesquisados foi de 24 anos (± 2,9). Houve diminuição

significativa da força imediatamente e 15 minutos após a realização do

alongamento, na CE (p=0,001 e p=0,002) e na CF (p=0,001 e p=0,001), conforme

descreve a Tabela 1.

CONCLUSÃO

Os resultados mencionados sugerem que os exercícios de alongamento precedendo os

ER podem resultar em respostas negativas sobre a força, podendo variar dependendo

do protocolo utilizado, de seu volume e de sua intensidade. Pode-se verificar também

que as fibras musculares se comportam da mesma maneira perante o ER, uma vez que,

ambos os músculos sofreram perda significativa no nível de força máxima após a

realização do protocolo de alongamento adotado. Contudo, investigações futuras

sobre o assunto, utilizando diferentes protocolos de alongamento, de avaliação da

força e envolvendo outros grupos musculares devem ser considerados a fim de

elucidar-nos a respeito desse tema.

PALAVRAS-CHAVE

exercícios de alongamento muscular; força muscular; flexibilidade.

1Acadêmico de Fisioterapia da PUC Goiás2Fisioterapeuta, Mestre em Ciências da Saúde, Especialista em Fisioterapia Traumato-Ortopédica e Desportiva e Docente da PUC Goiás

1. BEHM, D. G., BUTTON, D.C., BUTT, J. C. Factors affecting force loss with prolonged stretching. Canadian Journal of Applied Physiology. v. 26, n. 3, p. 261-272, 2001.2. BEHM, D.G. et al. Effect of acute static stretching on force, balance, reaction time an movement time. Medicine Science Sports Exercises. v. 36,1397-1402, 2004.3. KRAEMER, W. J. et al. American College of Sports Medicine position stand. Progression models in resistance training for healthy adults. Medicine & Science in Sports & Exercise.4. PEREIRA, M. I. R., GOMES, P. S. C. Testes de força e resistência muscular: confiabilidade e predição de uma repetição máxima – Revisão e novas técnicas. Revista Brasileira de Medicina do Esporte. v. 9, n. 5, p. 325-335, 2003.5. PRATI, J. E. L. R., MACHADO E. C. Efeitos agudos da flexibilidade sobre a força muscular. Revista Brasileira Fisiologia do Exercício. v. 5, n. 1, p. 50-55, 2006.