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1 AS GRANDES BÍBLIAS DA HUMANIDADE As Grandes Bíblias, uma vez estudadas, fazem reconhecer as Verdades Iniciáticas Fundamentais, vindas através de remotos tempos, centenas de milênios, e desmancham essa coisa repugnante que é o fanatismo religioso, sectário, e o fanatismo por homens, livros, médiuns, etc. Ensinam que boa é a VERDADE, não homens ou religiões. A Popol Bugg, ou Mãe das Bíblias, a dos Atlantes, citada em alguns antiqüíssimos documentos; B Ramaiana, de Rama, relatando a Grande Epopéia; C Zend Avesta, de Zoroastro, a Bíblia dos Persas; D Sabedoria Órfica, os Fundamentos Iniciáticos da Grécia; E Tábua de Esmeralda, de Hermes, Bíblia dos Egípcios; F Livro dos Mortos, também dos Egípcios; G Livro dos Princípios, de Viasa Veda; H Bagavad Gita, de Crisna, O SUPREMO LIVRO DA ANTIGÜIDADE; I Velho Testamento, começando por Moisés e terminando em Malaquias, relatando profundos ensinos iniciáticos, mais tarde queimados e perdidos, depois restaurados de maneira incompleta, contraditória. Contém a Lei de Deus ou Moral Divina, promete a vinda do Cristo Exemplo de Conduta e o Derrame de Espírito sobre a carne; J Evangelho de Buda, resumindo a Doutrina dos Trinta e Cinco Budas K Código de Manu; L Versos Áureos de Pitágoras, ou o que restou da queima das bibliotecas; M Talmud, verdadeiro testamento da Traição, dos rabinos israelitas, contradizendo Moisés e os Profetas, a Lei Moral e o Sadio Cultivo Mediúnico, deixado por Moisés, a partir de Números, capítulo 11; N Novo Testamento, provando as profecias do Velho, isto é, a vinda do Messias Exemplo de Conduta, o Derrame de Revelação ou Espírito sobre a carne, etc. Convém lê-lo com honestidade, porque contra Jesus e Sua Tarefa Imortal se levantariam todas as pedradas contraditórias, todas as traições, como afirmou o Profeta Simeão, e elas estão no mundo, fantasiadas de verdadeiras...; O Corão, a Bíblia dos Árabes; P Evangelho Eterno, prometido em Apocalipse, 14, 6. Quem quiser estar a par dos Fundamentos Iniciáticos, de todas as Grandes Bíblias, leia os livros de Osvaldo Polidoro. E quem quiser, realmente, conhecer e praticar O VERDADEIRO CRISTIANISMO, leia a documentação Bíblico- Profética, com INTELIGÊNCIA E HONESTIDADE, ou fora de capciosos manobrismos de grupos quaisquer.

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AS GRANDES BÍBLIAS DA HUMANIDADE

As Grandes Bíblias, uma vez estudadas, fazem reconhecer as Verdades Iniciáticas Fundamentais, vindas através de remotos tempos, centenas de milênios, e desmancham essa coisa repugnante que é o fanatismo religioso, sectário, e o fanatismo por homens, livros, médiuns, etc. Ensinam que boa é a VERDADE, não homens ou religiões. A – Popol Bugg, ou Mãe das Bíblias, a dos Atlantes, citada em alguns antiqüíssimos documentos; B – Ramaiana, de Rama, relatando a Grande Epopéia; C – Zend Avesta, de Zoroastro, a Bíblia dos Persas; D – Sabedoria Órfica, os Fundamentos Iniciáticos da Grécia; E – Tábua de Esmeralda, de Hermes, Bíblia dos Egípcios; F – Livro dos Mortos, também dos Egípcios; G – Livro dos Princípios, de Viasa Veda; H – Bagavad Gita, de Crisna, O SUPREMO LIVRO DA ANTIGÜIDADE; I – Velho Testamento, começando por Moisés e terminando em Malaquias, relatando profundos ensinos iniciáticos, mais tarde queimados e perdidos, depois restaurados de maneira incompleta, contraditória. Contém a Lei de Deus ou Moral Divina, promete a vinda do Cristo Exemplo de Conduta e o Derrame de Espírito sobre a carne;

J – Evangelho de Buda, resumindo a

Doutrina dos Trinta e Cinco Budas K – Código de Manu; L – Versos Áureos de Pitágoras, ou o que restou da queima das bibliotecas; M – Talmud, verdadeiro testamento da Traição, dos rabinos israelitas, contradizendo Moisés e os Profetas, a Lei Moral e o Sadio Cultivo Mediúnico, deixado por Moisés, a partir de Números, capítulo 11; N – Novo Testamento, provando as profecias do Velho, isto é, a vinda do Messias Exemplo de Conduta, o Derrame de Revelação ou Espírito sobre a carne, etc. Convém lê-lo com honestidade, porque contra Jesus e Sua Tarefa Imortal se levantariam todas as pedradas contraditórias, todas as traições, como afirmou o Profeta Simeão, e elas estão no mundo, fantasiadas de verdadeiras...; O – Corão, a Bíblia dos Árabes; P – Evangelho Eterno, prometido em Apocalipse, 14, 6. Quem quiser estar a par dos Fundamentos Iniciáticos, de todas as Grandes Bíblias, leia os livros de Osvaldo Polidoro. E quem quiser, realmente, conhecer e praticar O VERDADEIRO CRISTIANISMO, leia a documentação Bíblico-Profética, com INTELIGÊNCIA E HONESTIDADE, ou fora de capciosos manobrismos de grupos quaisquer.

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Introdução,

Budas

Buda (sânscrito-devanagari: बुद्ध, transliterado Buddha, que significa Desperto", é um título

dado na filosofia budista àqueles que despertaram plenamente para a verdadeira natureza

dos fenômenos e se puseram a divulgar tal descoberta aos demais seres. "A verdadeira

natureza dos fenômenos", aqui, quer dizer o entendimento de que todos os fenômenos são

impermanentes, insatisfatórios e impessoais. Tornando-se consciente dessas características

da realidade, seria possível viver de maneira plena, livre dos condicionamentos mentais que

causam a insatisfação, o descontentamento, o sofrimento.

Do ponto de vista da doutrina budista clássica, a palavra "buda" denota não apenas um

mestre religioso que viveu em uma época em particular, mas toda uma categoria de seres

iluminados que alcançaram tal realização espiritual. As escrituras budistas tradicionais

mencionam pelo menos 24 budas que surgiram no passado, em épocas diferentes.

Escultura do Buda Amitaba nas Grutas de Longmen, na República Popular da China

O budismo reconhece três tipos de Buda, dentre os quais o termo Buda é normalmente

reservado para o primeiro tipo, o Samyaksam-buddha (em páli: Samma-Sambuddha). A

realização do nirvana é exatamente a mesma nos três tipos de buda, mas um Samyaksam-

buddha expressa mais qualidades e capacidades que os outros dois tipos de buda.

Atualmente, as referências ao Buda referem-se em geral a Siddhartha Gautama,

mestre religioso e fundador do budismo no século VI antes de Cristo. Ele seria, portanto, o

último buda de uma linhagem de antecessores cuja história perdeu-se no tempo. Conta a

história que ele atingiu a iluminação durante uma meditação sob a árvore Bodhi, quando

mudou seu nome para Buda, que quer dizer "desperto".

Existe uma passagem nas escrituras [Anguttara Nikaya (II, 37)] - a qual é

frequentemente interpretada de maneira superficial - na qual o Buda nega ser alguma forma

de ser sobrenatural, mas esclarece:

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"Brâmane, assim como uma flor de lótus azul, vermelha ou branca nasce nas

águas, cresce e mantém-se sobre as águas intocada por elas; eu também, que nasci

no mundo e nele cresci, transcendi o mundo e vivo intocado por este. Lembre-se de

mim como aquele que é desperto."

Com isso, ele rejeitava qualquer possibilidade de ser tomado como um deus, mas

reafirmava a característica transcendente da sua vivência espiritual e do caminho de

libertação que oferecia para os demais seres. Nesse sentido, o Buda exerceu um papel

importante de democratização da religião, que, até então, estava sujeita ao arbítrio da casta

dos brâmanes.

Para Sidarta Gautama, não há intermediário entre a humanidade e o divino; deuses distantes

também estão sujeitos ao carma em seus paraísos impermanentes. O Buda é apenas um

exemplo, guia e mestre para os seres vivos sencientes que devem trilhar o caminho por si

próprios.

Dentre as religiões mundiais (a maioria das quais proclama a existência de um Deus

criador, o budismo é considerado incomum por ser uma religião não teísta. Para o Buda, a

chave para a libertação é a pureza mental e a compreensão correta e, por esse motivo, ele

rejeitou a noção de que se conquista a salvação implorando para uma deidade distante.

De acordo com o Buda Gautama (Sirdhata), a felicidade desperta do nirvana que ele

atingiu está ao alcance de todos os seres, porém, na visão ortodoxa, é necessário ter nascido

como um ser humano. No Tipitaka - a escritura budista mais antiga - fala-se dos numerosos

budas do passado e de suas vidas, bem como sobre o próximo Bodisatva, que será

chamado Maitreya. Os iniciados sabem que Maytreia é um termo, que significa aquele que

dominou as Três Mayas, ou as Três Ilusões, ou os Três Mundos, o Mundo Físico, o Mundo

Psíquico e o Mundo Espiritual. Significando o mesmo que Trimegistos, ou Três Vezes

Mestre. Assim o termo também tem o mesmo significado de Cristo, Messias ou Buda,

significando ungido, ou iluminado, desperto.

Maytreia refere-se portanto a uma condição que pode ser atingida por qualquer ser

humano que logre o desenvolvimento de sua consciência até atingir tal estado e somente diz

respeito a um indivíduo no sentido que este tenha realizado isso

O buda obeso e sorridente geralmente visto na República Popular da China, que, a

rigor, não é uma estátua de Buda e sim de um dos Sete Deuses da Sorte.

Budas são, frequentemente, representados em estátuas. Algumas formas comuns

incluem:

Buda sentado, como na escultura da Dinastia Tang acima

Buda deitado

Buda em pé, como na escultura no estilo Gandara

Buda caminhando, como na escultura no estilo de Sukhothai em Bangkok

A maior parte das representações de buda contém certas marcas que simbolizam

seu despertar espiritual. Essas marcas variam de acordo com a região, mas três se

destacam:

Uma protuberância no topo da cabeça denominada Ushnisa, (simbolizando uma

grande acuidade mental)

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Longos glóbulos ouriculares (simbolizando uma grande percepção)

Um terceiro olho (simbolizando, também, grande percepção)

Buda, o Nono Avatar de Vixnu

De acordo com a tradição vixnuísta, o Buda é considerado o nono avatar de Vixnu. A

encarnação de Vixnu é mais antiga, nascida em Gaya e datando do terceiro milênio após o

desaparecimento de Críxena, há mais de 5 000 anos. Segundo as escrituras seguidas pelos

vixnuístas (Bhagavata Purana, Vishnu Purana), essa encarnação surgiu para eliminar a

matança de animais durante os sacrifícios védicos e não ensinava a doutrina advaita como a

do sábio Gautama, pregada por Sidarta, seguidor da linha filosófica de Gautama (daí o

nome Sidarta Gautama) e que deu origem ao atual budismo

Os vários budas, segundo budistas:

Buda Avalokiteshvara, o Buda da Compaixão, é a corporificação da compaixão universal

de todos os seres iluminados. Confiando nele nós naturalmente aumentamos nossa própria

compaixão. Ele tem mil braços, com um olho na palma de cada mão, demonstrando que

olha e cuida de infinitos seres vivos.

Amitabha é o Buda da luz infinita. Seu corpo é luz vermelha, a cor do pôr-do-sol, e

simboliza que ele é a personificação da fala iluminada de todos os Budas.Suas mãos estão

no mudra do equilíbrio meditativo segurando um vaso cheio de néctar que simboliza a

realização plena felicidade da verdade última. Seus três mantos simbolizam sua maestria

dos três treinos superiores (disciplina moral superior, concentração superior e sabedoria

superior). Ele é a mesma natureza que Buda Amitayus.

Amitayus é o Buda de longa vida, mérito e sabedoria. Empenhando-nos na prática de

Amitayus podemos desenvolver essas qualidades - essenciais ao nosso desenvolvimento

espiritual - e eventualmente atingir o estado de imortalidade da iluminação.Podemos

também usar essas práticas para ajudar a remover os perigos da vida dos outros.

Assanga foi um grande iogue budista indiano e erudito do século quinto, autor do

Compêndio de Abhidharma, que tinha grande conexão com Buda Maitreya.Devido a sua

grande compaixão, ele foi habilidoso ao purificar todas as suas obstruções cármicas e assim

ver diretamente seu Guia Espiritual, Buda Maitreya.

Atisha (982-1054 AD), grande mestre budista indiano, autor do Luz para o Caminho, o

primeiro texto sobre o Lamrim (as etapas do caminho à iluminação).Foi chefe do grande

monastério budista de Vikramashila no tempo em que o budismo mahayana estava

florescendo na índia. Mais tarde foi convidado a ir ao Tibete e sua chegada conduziu ao

restabelecimento do budismo no Tibete. Sua tradição mais tarde tornou-se conhecida como

"Tradição Kadampa".

Buda Avalokiteshvara, ou Buda da Compaixão, é a manifestação da compaixão universal

de todos os seres iluminados. Confiando nele, nós naturalmente aumentamos nossa própria

compaixão. Suas duas primeiras mãos seguram uma joia, simbolizando sua própria

iluminação; sua segunda mão esquerda segura a uma flor de lótus branca, simbolizando sua

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completa pureza de corpo, fala e mente; e sua segunda mão direita segura um mala de

cristal, simbolizando que ele pode libertar todos os seres vivos do samsara.

Buda Shakyamuni é o fundador do budismo neste mundo. Em geral, "Buda" significa "O

Desperto" - aquele que acordou do sono da ignorância e vê as coisas como elas realmente

são. Um Buda é uma pessoa completamente livre de todas as faltas e obstruções mentais.

Todos os seres vivos têm o potencial de se tornar um Buda. Buda Shakyamuni é o fundador

do budismo neste mundo.

Chandrakirti (cerca sete séculos AD) foi um grande mestre de meditação e erudito budista

indiano que compôs, entre outros o Guia ao caminho do meio. Nesse livro ele fornece um

profundo e claro comentário da vacuidade, a verdadeira natureza da realidade, de acordo

com a intenção última de Buda como explicada na Perfeição de Sabedoria.

Um protetor de Darma é um Buda que aparece no aspecto de proteção, cuja função

principal é prevenir obstáculos internos e externos que impeçam os praticantes de ganharem

realizações espirituais e prover todas as condições necessárias para seu desenvolvimento

espiritual.

O Protetor de Darma Dorje Shugdän é uma emanação do Buda da Sabedoria Manjushri,

que sempre ajuda, orienta e protege praticantes sinceros, concedendo bênçãos, aumentando

sua sabedoria e realizando seus desejos virtuosos. Consulte o livro Joia Coração para

maiores informações.

Dromtönpa (1004-1064 DC) foi o principal discípulo de Atisha e é um dos Gurus linhagem

da nossa tradição Kadampa. Ainda na índia, Atisha recebeu uma profecia de Buda Tara

sobre seu futuro discípulo leigo no Tibete, o qual segundo Tara iria fazer o Darma florescer

ampla e extensivamente. Após a morte de Atisha, Dromtönpa foi considerado seu

representante e era respeitado como seu igual.

Essa é uma representação do Campo de Mérito como foi descrito no livro Caminho Alegre

da Boa Fortuna. Buda Shakyamuni está no centro, rodeado por uma vasta assembleia de

seres sagrados, incluindo Budas, Bodisatvas, e toda a linhagem de Guias Espirituais do

sutra e do tantra. Eles são chamados de "Campo de Mérito" porque quando geramos fé e

fazemos preces e oferendas à essa assembléia de seres sagrados, criamos uma grande

quantidade de mérito, ou bom carma, que prepara a nossa mente para obter realizações nas

meditações do Lamrim (etapas do caminho).

Geshe Chekhawa (1102-1176) foi um grande Bodisatva Kadampa que compôs o texto

Treinando a mente em sete pontos, cujo comentário pode ser encontrado no livro

Compaixão Universal. Ele difundiu o estudo e a prática do treino da mente por todo Tibete.

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Ghantapa foi um grande Mahasiddha indiano e um Guru linhagem da prática do Tantra

Ioga Superior de Vajrayogini. Veja o livro Guia à Terra Dakini, para conhecer a sua

história de vida tão inspiradora.

Fazendo preces, oferendas e pedidos à Mãe Tara, Buda feminino, sabedoria última de todos

os Budas, aumentamos nosso destemor e sabedoria rápida e ficamos sob a proteção do

amor afetuoso de Tara.~Sua cor verde simboliza que ela é o elemento vento completamente

purificado e pode atender rapidamente às preces solicitadas.Vida após vida, Tara tem se

manifestado na forma feminina para demonstrar que à iluminação é possível tanto para

homens como para mulheres.

Vajradharma é a manifestação da fala de todos os Budas, simbolizada por seu corpo de cor

vermelha.Na prática tântrica de Vajrayogini, visualizamos o Herói Vajradharma como o

aspecto exterior de Buda Vajradharma, que é a mesma natureza do Conquistador

Vajradhara.

Heruka é a deidade principal (Buda Tântrico) do Tantra Mãe, que é a corporificação de

êxtase e vacuidade indivisíveis. Heruka tem um corpo de cor azulada, quatro faces e doze

braços, e abraça sua consorte Vajravarahi. Eles não são duas entidades diferentes, como um

marido e mulher comuns que são duas pessoas diferentes; na realidade, seu abraço divino

simboliza a união de grande êxtase e vacuidade, que são a mesma essência.

Je Tsongkhapa está representado com seus dois Filhos Espirituais, Gyaltsabje e Khädrubje,

descendo do coração de Buda Maitreya na Terra Pura de Tushita. Veja o livro Joia Coração

para uma explicação dessa visualização especial do Guru Ioga. Je Tsongkhapa era uma

emanação do Buda da Sabedoria Manjushri, cujo aparecimento como um monge do século

XIV no Tibete - e como o detentor da linhagem da visão pura e das puras ações - foi

profetizado por Buda. Ele espalhou o puro budismo por todo o Tibete, mostrando como

unir as práticas do Sutra e do Tantra, e como praticar o puro Darma em tempos

degenerados. Ele é o fundador do Novo Budismo Kadampa.

Kinkara são protetores do Darma especiais para praticantes de Heruka e Vajrayogini. Eles

são emanações de Heruka e Vajrayogini que emanam como esqueletos. Essa aparência,

desprovida de sangue significa que os seres iluminados são completamente livres de auto-

apreço.

Geshe Langri Tangpa (1054-1123 DC) foi um grande Bodisatva Kadampa que ficou

famoso por sua compaixão e completa realização do treino da mente (Lojong em tibetano).

Ele compôs Os Oito Versos do Treino da Mente. Um comentário desse texto pode ser

encontrado no livro Oito passos à felicidade.

Lama Losang Tubwang Dorjechang é uma manifestação especial de Je Tsongkhapa

revelada diretamente para o grande Iogue Dharmavajra. Je Tsongkhapa aparece como um

monge plenamente ordenado, com Buda Shakyamuni em seu coração, e o Conquistador

Vajradhara no coração dele.

Buda Maitreya é a personificação da bondade de todos os Budas. Suas mãos estão no

gesto de ensinar o Dharma, segurando as hastes de dois lótus, simbolizando sua sabedoria

onisciente dos três tempos.

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O lótus à sua direita oferece suporte a roda do Dharma, simbolizando que ele é o quinto

Buda fundador dos mil Budas deste Aeon afortunado (Buda Shakyamuni é o quarto) o vaso

à esquerda dele está cheia de vida-dando néctares. Ele está sentado numa postura indicando

a sua disponibilidade para surgir em resposta às necessidades do mundo. Na época de Buda Shakyamuni, ele manifestou-se como um discípulo Bodissatva. Buda Manjushri é a Sabedoria de Buda - a corporificação da sabedoria onisciente de

todos os seres iluminados. Sua mão esquerda está no mudra de ensinar o Darma e segura

hastes de flor de lótus que suporta o sutra Perfeição de Sabedoria. A espada flamejante em

sua mão direita simboliza o poder da sabedoria quee corta a ignorância, a raiz de todo

sofrimento. Confiando em Buda Manjushri nossa própria sabedoria naturalmente aumenta.

A função do Buda da Medicina é livrar os seres vivos de doenças físicas e mentais por meio

de suas bênçãos. Seu corpo de luz azul sabedoria indica que ele é uma emanação do poder

de cura de todos os seres iluminados. Por meio dessa prática, desenvolvemos um poder

especial de corpo, fala e mente, que pode ser usado para ajudar os outros com ações de

cura.

Nagarjuna foi um grande erudito budista indiano e mestre da meditação que se devotou

inteiramente a reavivar o Darma Mahayana no início do século 5 AD e trouxe luz aos

ensinamentos sobre os Sutras Perfeição de Sabedoria.A extraordinária vida e os feitos de

Nagarjuna foram profetizados por Buda Shakyamuni.

Naropa (1016-1100 DC) é um Mahasida Budista Indiano. A nossa linhagem da prática de

Vajrayogini é chamada de linhagem Narokhachö porque Buda Vajrayogini transmitiu essas

instruções diretamente para Naropa, que imediatamente as colocou em prática e como

resultado obteve grande realizações. A partir de Naropa, essas instruções foram

transmitidas por meio de uma linhagem ininterrupta de praticantes realizados até os dias de

hoje.

A prática principal de Samayavajra é para purificar votos e compromissos quebrados.

Samayavajra é um Buda Tântrico que tem um corpo de cor verde, três faces, uma verde e a

outra negra e uma branca. Ele tem seis mãos. As primeiras duas abraçam sua consorte, que

tem a mesma aparência. As outras duas mãos direitas seguram um vajra e uma espada, e as

outras duas mãos esquerdas seguram um sino e um lótus. Ambos, Pai e Mãe, estão

adornados com várias joias e ornamentos.

Shantideva (687-763 DC) foi um famoso mestre Budista Indiano que compôs o clássico

texto budista Guia do Estilo de Vida do Bodisatva. Um Bodisatva é um amigo do mundo

que, motivado por compaixão, busca espontaneamente a iluminação. Muitos praitcantes

Kadampa mantém os ensinamentos de Shantideva em seus corações, e Je Tsongkhapa e seu

discípulos louvam imensamente a obra de Shantideva.

A estupa representa a mente de Buda. Cada detalhe da estupa simboliza um aspecto da

mente iluminada ou do caminho que leva à iluminação, acessível por todos os seres vivos.

Um altar tradicional inclui uma estátua ou imagem de Buda - simbolizando o corpo de

Buda - no centro, uma estupa ou imagem de estupa a sua esquerda e um livro -

simbolizando a fala de Buda - a sua direita.

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Na prática de Vajrayogini, visualiza-se o Guru como Vajradharma, que é a manifestação da

fala de todos os Budas. Ele tem um corpo de cor vermelha, uma face e duas mãos, que

estão cruzadas em seu coração e seguram um vajra e um sino. Ele é a mesma natureza do

Conquistador Vajradhara e tem a mesma aparência, exceto por ser vermelho e adornado

com seis ornamentos de ossos, enquanto que Buda Vajradhara é azul e usa ornamentos de

joias.

Na prática de Vajrayogini, visualizamos o nosso Guru como Vajradharma, que é a

manifestação da fala de todos os Budas.Ele tem um corpo de cor vermelha, uma face e duas

mãos, que estão cruzadas em seu coração e seguram um vajra e um sino. Ele é a mesma

natureza do Conquistador Vajradhara e tem a mesma aparência, exceto por ser vermelho e

adornado com seis ornamentos de ossos, enquanto que Buda Vajradhara é azul e usa

ornamentos de joias.

A prática de meditação e recitação de Buda Vajrassatva é um método muito poderoso de

purificar nossa mente e nossas ações impuras. Vajrassatva é a união da consciência de

todos os Budas, aparecendo no aspecto de uma deidade de cor branca especialmente para

purificar a negatividade dos seres vivos. Ele é da mesma natureza de Buda Vajradhara,

diferenciado apenas pelo aspecto.

Vajrayogini é uma deidade feminina do tantra ioga superior que é a corporificação de

êxtase e vacuidade indivisíveis. Ela é da mesma natureza que Heruka. As instruções de

Vajrayogini são os mais profundos ensinamentos do tantra ioga superior. Em muitos

aspectos são perfeitas para os dias de hoje: por exemplo, eles revelam como podemos

transformar nossos apegos em caminho espiritual. Originalmente ensinados por Buda

Vajradhara, gerado como Heruka, é o método supremo para purificar nossos ambientes,

corpo e mente, e é uma das práticas principais da tradição Kadampa.

Tara Branca é um ser iluminado feminino cuja função é conceder vida longa, sabedoria e

boa fortuna.Se confiarmos nela com fé, ela nos protegerá contra doenças contagiosas, os

perigos do fogo e outros desastres. Dizem que os seres vivos recebem as bênçãos de Tara

com a mesma rapidez com que o vento se move, porque ela é a manifestação do elemento

vento de todos os Budas.

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Este diagrama, originalmente desenhado por Buda Shakyamuni, descreve todos os

ambientes do samsara, ou existência cíclica, e todos os seres que nele vivem, todos

mantidos nas garras do Senhor da Morte, lembrando-nos da impermanência. Também

revela a completa libertação e à iluminação.

Historicamente:

Abrangendo os cinco primeiros séculos da nossa era, este período foi igualmente

influenciado pela cultura helênica, que se prolongou, e sobretudo pela do Irã sassânida. Este

período foi tão confuso como o precedente e por volta de 120 da nossa era, vemos Citas

afluir do Irã, num redemoinho de turbulentas migrações de tribos seminômades mongóis,

rechaçadas pelos Hiong-nu - os Hunos. Um poderoso império surgia, estendendo-se do

Oxus à bacia do Ganges, tendo como pivô o Afeganistão; sua influência chegaria até à

Indochina. De origem Yue-tche, a dinastia dos Kaniska, cujo zelo budista é bem conhecido.

Os Kushana deixaram inumeráveis esculturas, que nos documentam sobre sua próspera

sociedade. Os dois primeiros séculos da nossa era foram marcados pela extraordinária e

intensa densidade das trocas comerciais, em todas as direções, desde o Mediterrâneo até à

China e pôs em contato os mundos grego, egípcio, romano, árabe, iraniano, indiano, chinês

etc... As ideias e as artes deviam forçosamente ressentir-se desses contatos.

Na Índia, no século I, o budismo dividiu-se em duas tendências: o Pequeno Veículo

permanece fiel aos textos primitivos, enquanto que o Grande Veículo dá mais importância

ao divino e aos comentários dos textos, evoluindo cada vez mais para o misticismo. Outros

budas juntam-se ao Buda histórico Sakyamuni. Seis principais precederam-no, um outro é

esperado, Maitreya. Ele pertence ao número dos bodhisattva, os Salvadores de compaixão

infinita que o Grande Veículo multiplica e venera de tal modo, que suplantarão e mesmo

substituirão os budas no culto. Para melhor se consagrarem à felicidade de seus adoradores,

os bodhisattva retardam o momento de sua entrada no Nirvana.

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Escultura de Buda, dinastia Kushana

Em escultura, a imagem canônica do Buda; escultores de imagens fixam alguns dos 80

sinais que o distinguem: a protuberância craniana - que é a deformação mal interpretada de

um coque -, um tufo de pelos entre as sobrancelhas, as três pregas no pescoço, a Roda da lei

figurada na palma das mãos ou na planta dos pés, o hábito monástico etc... Fixam-se

cânones não menos rigorosos para suas atitudes e gestos das mãos e cada qual se reveste de

um significado simbólico, preciso, como uma verdadeira linguagem: meditação, caridade,

descontração, concentração, prédica, declaração, gestos para tranquilizar ou para tomar a

terra como testemunha.

Por seu lado, a iconografia brâmane elabora-se igualmente, e ainda que o fervor popular

começasse a distinguir os semideuses Krishna e Rama, só muito mais tarde triunfariam no

domínio das artes.

Em Bengala, num Estado tradicionalmente aberto às ideias e as artes - sob as dinastias Pala

(770-1086) e Sena (até 1202) o budismo lançou seu último clarão antes de se apagar,

brandamente, nesta região que tinha sido seu berço. Iniciada em 711, em Sind, por mar, a

invasão muçulmana ganhava terreno lentamente, reduzindo os reinos indianos um a um.

Em 1202, foi a vez do Império Pala-sena de Bengala. A Índia entrava parcialmente na era

muçulmana.

Por que tantos tipos de Budas?

Resposta de um budista:

Muitas religiões tem somente um Deus, mas no Budismo existem muitos tipos de Budas.

Comparando-se com nossa sociedade, temos algo similar, onde todos nós atuamos e

servimos no mundo com nossas próprias especialidades em várias esferas de conhecimento.

É impossível encontrar uma pessoa idêntica a você no mundo. Da mesma maneira, cada

Buda tem caraterísticas especiais, um voto especial e poderes de salvação. Os seguidores

escolhem um Buda em particular como ponto focal ou imagem ideal para meditação

baseada nestas características, votos e poderes de salvação.

Os Budas estão categorizados em quatro tipos com base em suas características. Os tipos

são Tathagata, Bodhisattva, Vidyaraja e Deva.

1 - Tathagata é a representação da verdade. O Budismo é a religião que nos ensina a

encontrar o caminho do despertar espiritual. Quando você compreende a verdade e se torna

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uno com ela, você se torna um Tathagata. Há cinco Tathagatas nas mandalas Diamante e

Matriz. Eles representam as cinco sabedorias - Natureza do Dharma do Reino do Corpo,

Grande e Perfeito Espelho, Igualdade, Percepção sem igual e Metamorfose da Realização.

2 - Bodhisattva é uma pessoa que está praticando o ensinamento para buscar iluminação e

ajudando pessoas com um coração em compaixão. É considerado que uma pessoa comum

deve passar por todos os 51 (cinquenta e um) estágios para se tornar um Bodhisattva. Há

muitos Bodhisattvas que já alcançaram a iluminação porém escolheram permanecer neste

reino para salvar todos os seres. Avalokitesvara (Kannon), Maitreya (Miroku), Ksitigarbha

(Jizo), Manjusri (Monju), Samantabhadra (Fugen), Akasagarbha (Kokuzo) são

Bodhisattvas famosos reconhecidos mundialmente.

3 - Vidyarajas têm uma aparência furiosa com chamas ao redor do corpo que significam a

energia para lutas contra espíritos malignos. Esta classe de divindades são frequentemente

encontradas no Budismo Esotérico. Acaranatha (Fudo), Trailokya (Gozanze), Kundali

(Gundari), Yamantaka (Daiitoku), Vajraksa (Kongo Yasha) são os Grande Cinco

Vidyarajas e são considerados as encarnações dos Cinco Tathagatas.

4 - A maioria dos Devas são deuses em outras religiões, ou representações de poderes

sobrenaturais. Muitas religiões existiram antes da expansão do Budismo e as pessoas tinha

fortes crenças em seus deuses. O Budismo não solicitou a estas pessoas que abandonassem

sua fé. Ao invés disso, o Budismo adotou estes deuses como protetores do ensinamento.

Muito tempos tem adorado Devas como guardiões de Buda e seus ensinamentos. Oito tipos

de Devas são famosos, são Devas, Nagas, Yaksas, Gandharvas, Asuras, Garudas, Kimnaras

e Mahoragas. Leia mais: http://budismojapones.webnode.com.br/news/a28-por-que-tem-tantos-tipos-de-budas-/

Origem do budismo

O budismo não é só uma religião, mas também um sistema ético e filosófico, originário

da região da Índia. Foi criado por Sidarta Gautama (563? - 483 a.C.?), também conhecido

como Buda. Este criou o budismo por volta do século VI a.C. Ele é considerado pelos

seguidores da religião como sendo um guia espiritual e não um deus. Desta forma, os

seguidores podem seguir normalmente outras religiões e não apenas o budismo.

O início do budismo está ligado ao hinduísmo, religião na qual Buda é considerado a

encarnação ou avatar de Vishnu. Esta religião teve seu crescimento interrompido na Índia a

partir do século VII, com o avanço do islamismo e com a formação do grande império

árabe. Mesmo assim, os ensinamentos cresceram e se espalharam pela Ásia. Em cada

cultura foi adaptado, ganhando características próprias em cada região. Engloba escolas

como o Teravada, Zen, Terra Pura e o budismo tibetano, se espalhou mais pelo Tibete,

China e Japão. Várias fontes colocam o número de budistas no mundo entre 230 milhões e

500 milhões, sendo assim a quinta maior religião do mundo.

Os ensinamentos, a filosofia e os princípios

Os ensinamentos do budismo têm como estrutura a ideia de que o ser humano está

condenado a reencarnar infinitamente após a morte e passar sempre pelos sofrimentos do

mundo material. O que a pessoa fez durante a vida será considerado na próxima vida e

assim sucessivamente. Esta ideia é conhecida como carma. Ao enfrentar os sofrimentos da

vida, o espírito pode atingir o estado de nirvana (pureza espiritual) e chegar ao fim das

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reencarnações. Para os seguidores, ocorre também a reencarnação em animais. Desta

forma, muitos seguidores adotam uma dieta vegetariana.

A filosofia é baseada em verdades: a existência está relacionada a dor, a origem da dor

é a falta de conhecimentos e os desejos materiais. Portanto, para superar a dor deve-se antes

livrar-se da dor e da ignorância. Para livrar-se da dor, o homem tem oito caminhos a

percorrer:

compreensão correta,

pensamento correto,

palavra,

ação,

modo de vida,

esforço,

atenção e

meditação. (De todos os caminhos apresentados, a meditação é considerada o mais

importante para atingir o estado de nirvana).

A filosofia budista também define cinco comportamentos morais a seguir: não

maltratar os seres vivos, pois eles são reencarnações do espírito, não roubar, ter uma

conduta sexual respeitosa, não mentir, não caluniar ou difamar, evitar qualquer tipo de

drogas ou estimulantes. Seguindo estes preceitos básicos, o ser humano conseguirá evoluir

e melhorará o carma de uma vida seguinte.

As escolas budistas variam sobre a natureza exata do caminho da libertação, a

importância e canonicidade de vários ensinamentos e, especialmente, suas práticas.

Entretanto, as bases das tradições e práticas são as Três Joias: O Buda (como seu

mestre), o Dharma (ensinamentos baseados nas leis do universo) e a Sangha (a comunidade

budista).

Encontrar refúgio espiritual nas Três Joias ou Três Tesouros é, em geral, o que

distingue um budista de um não budista Outras práticas podem incluir a renúncia

convencional de vida secular para se tornar um monge (sânscrito; páli: bhikkhu) ou monja

(sânscrito; páli: bhikkhuni).

A vida de Buda

De acordo com a narrativa convencional, o Buda nasceu em Lumbini (hoje, patrimônio

mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) por

volta do ano 566 a. C. e cresceu em Capilvasto: ambos, atuais localidades nepalesas. Logo

após o nascimento de Sidarta, um astrólogo visitou o pai do jovem príncipe, Suddhodana, e

profetizou que Sidarta iria se tornar um grande rei e que renunciaria ao mundo material

para se tornar um homem santo, se ele, por ventura, visse a vida fora das paredes do

palácio.

O rei Suddhodana estava determinado a ver o seu filho se tornar um rei, impedindo,

assim, que ele saísse do palácio. Mas, aos 29 anos, apesar dos esforços de seu pai, Sidarta

se aventurou por além do palácio diversas vezes. Em uma série de encontros (em locais

conhecidos pela cultura budista como "quatro pontos"), ele soube do sofrimento das

pessoas comuns, encontrando um homem velho, um outro doente, um cadáver e,

finalmente, um asceta sadhu, representando a busca espiritual. Essas experiências levaram

Gautama, eventualmente, a abandonar a vida material e ir em busca de uma vida espiritual.

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Sidarta Gautama estudou sob diferentes mestres e desencantou-se com o resultado

alcançado pelo que ensinavam. Chegou a praticar ascese rígida, como jejum prolongado,

restrição da respiração, e outras formas de exposição a dor, muito comum naquele tempo na

Índia, e quase morreu ao longo do processo. Mas houve um episódio no qual uma jovem

lhe ofereceu comida e ele aceitou, isso marcou sua renúncia a tais praticas. Concluiu que as

práticas ascéticas extremas não traziam os resultados que buscava. Deduziu, então, que as

práticas eram prejudiciais aos praticantes. Ele abandonou o ascetismo, concentrando-se na

meditação anapanasati, através da qual descobriu o que hoje os budistas chamam de

"caminho do meio": um caminho que não passa pela luxúria e pelos prazeres sensuais, mas

que também não passa pelas práticas de mortificação do corpo. Em outras palavras, o

caminho do meio não seria o caminho do apego a qualquer coisa, nem também o caminho

da negação ou aversão a qualquer coisa e sim uma terceira via.

Quando tinha 35 anos de idade, Sidarta sentou-se embaixo de uma figueira-dos-

pagodes (Ficus religiosa) hoje conhecida como árvore de Bodhi, localizada em Bodh Gaya,

na Índia e prometeu não sair dali até conseguir atingir a iluminação espiritual.

A lenda diz que Sidarta conheceu a dúvida sobre o sucesso de seus objetivos ao ser

confrontado por um demônio chamado Mara, que simboliza o mundo das aparências, a

tentação, comparado ao papel da Satanás no cristianismo, muitas vezes representado por

uma cobra naja. Mara teria oferecido todos os tipos de prazeres e tentações a Sidarta, que

implacavelmente repeliu Mara. Vencido Mara, Sidarta acordou para a Verdade, a Verdade

da origem, da cessação e do caminho que levava ao fim do sofrimento, e se iluminou.

Assim, por volta dos quarenta anos, Sidarta se transformou no Buda, o Iluminado.

Logo atraiu um grupo de seguidores e instituiu uma ordem monástica. A partir de

então, passou seus dias ensinando o darma, viajando por toda a parte nordeste do

subcontinente indiano. Ele sempre enfatizou que não era um deus e que a capacidade de se

tornar um buda pertencia ao ser humano. Faleceu aos oitenta anos de idade, em 483 a. C.,

em Kushinagar, na Índia.

Os estudiosos se contradizem em relação às afirmações sobre a história e os fatos da

vida de Buda. A maioria aceita que ele viveu, ensinou e fundou uma ordem monástica, mas

não aceita de forma consistente os detalhes de sua biografia. Segundo o escritor Michael

Carrithers, em seu livro O Buda, o esboço de uma vida tem que ser verdadeiro: o

nascimento, a maturidade, a renúncia, a busca, o despertar e a libertação, o ensino e a

morte.

Ao escrever uma biografia sobre Buda, Karen Armstrong disse: "É obviamente difícil,

portanto, escrever uma biografia de Buda, atendendo aos critérios modernos, porque temos

muito pouca informação que pode ser considerada 'histórica'... mas podemos estar

razoavelmente confiantes, pois Siddhartta Gautama realmente existiu e os seus discípulos

preservam a sua memória, sua vida e seus ensinamentos".

Conceitos budistas

A vida e o mundo

Carma: lei de causa e efeito

Tradicional thangka do budismo tibetano alusivo à "Roda da Vida", com seus seis

reinos.

No budismo, o Carma (do sânscrito कर्म, transl. karmam, e em pali, kamma, "ação") é a

força de samsara sobre alguém. Boas ações (páli: kusala), e/ou ações ruins (páli: akisala)

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geram "sementes" na mente, que virão a aflorar nesta vida ou em um renascimento

subsequente. Com o objetivo de cultivar as ações positivas, o sila é um conceito importante

do budismo, geralmente, traduzido como "virtude", "boa conduta", "moral" e "preceito".

O carma, na filosofia budista, refere-se especificamente a essas ações (do corpo, da fala

e da mente) que brotam da intenção mental (páli: cetana) e que geram consequências

(frutos) e/ou resultados (vipaka). Cada vez que uma pessoa age, há alguma qualidade de

intenção em sua mente e essa intenção muitas vezes não é demonstrada pelo seu exterior,

mas está em seu interior e determinará os efeitos dela decorrentes.

No budismo Teravada, não pode haver salvação divina ou perdão de um carma, uma

vez que é um processo puramente impessoal que faz parte do Universo. Outras escolas,

como a Maaiana, porém, têm opiniões diferentes. Por exemplo, os textos dos sutras (como

o Sutra do Lótus, Sutra de Angulimala e Sutra do Nirvana) afirmam que, recitando ou

simplesmente ouvindo seus textos, as pessoas podem expurgar grandes carmas negativos.

Da mesma forma, outras escolas, Vajrayana por exemplo, incentivam a prática dos mantras

como meio de cortar um carma negativo.

Renascimento

Renascimento se refere a um processo pelo qual os seres passam por uma sucessão de

vidas como uma das muitas formas possíveis de senciência. Entretanto, o budismo, natural

da Índia, rejeita conceitos de "autoestima" permanente ou "mente imutável", eterna, como é

chamada no cristianismo e até mesmo no hinduísmo, pois, no budismo, existe a doutrina do

anatta, sobre a inexistência de um "eu" permanente e imutável.

De acordo com o budismo, o renascimento em existências subsequentes deve antes ser

entendido como uma continuação dinâmica, um constante processo de mudança -

"originação dependente" (sânscrito: pratītya-samutpāda) - determinado pelas leis de causa e

efeito (carma), em vez da noção de um ser encarnado ou transmigrado de uma existência

para outra. Cada renascimento ocorre dentro de um dos seis reinos, de acordo com os

nossos reinos de desejos, podendo variar de acordo com as escolas:

1 - seres dos infernos: aqueles que vivem em um dos muitos infernos;

2 - preta: o reino de seres que padecem de necessidades sem alívio, sofrimento,

remorsos, fome, sede, nudez, miséria, sintomas de doenças, entre outros;

3 - animais: um espaço de divisão com os humanos, mas considerado como outra

vida;

4- seres humanos: um dos reinos de renascimento, em que é possível atingir o

nirvana.

5 - semideuses: variavelmente traduzido como "divindades humildes", titãs e

antideuses; não é reconhecido pelas escolas Teravada e Maaiana, que os consideram como

devas de nível mais baixo;

6 - deva: comparado ao paraíso;

O renascimento em alguns dos céus mais altos, conhecido como o mundo de

Śuddhāvāsa (moradas puras), pode ser alcançado apenas por pessoas com enorme

realização espiritual, conhecidos como não regressistas (sânscrito: anāgāmis). Já o

renascimento no reino sem forma (sânscrito: arupa-dhatu) pode ser alcançando apenas por

aqueles que podem meditar sobre o arupajhanas, o maior objeto de meditação.

De acordo com o budismo praticado no leste asiático e o budismo tibetano, há um

estado intermediário (o bardo) entre uma vida e a próxima. A posição Teravada ortodoxa

rejeita esse conceito, no entanto existem passagens no Samyutta Nikaya do Cânone Páli

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(coleção de textos em que a tradição Teravada é baseada) que parecem dar apoio à ideia de

que o Buda ensinou que existe um estado intermediário entre esta vida e a próxima.

Cosmologia budista

A cosmologia budista considera que o Universo é composto por vários sistemas

mundiais, sendo que cada um desses possui um ciclo de nascimento, desenvolvimento e

declínio que dura bilhões de anos. Num sistema mundial existem seis reinos, que por sua

vez incluem vários níveis, num total de trinta e um.

O reino dos infernos situa-se na parte inferior. A concepção do inferno budista é

diferente da concepção cristã, na medida em que o inferno não é um lugar de permanência

eterna nem o renascimento nesse local é o resultado de um castigo divino; os seres que

habitam no inferno libertam-se dele assim que o mau karma que os conduziu ali se esgota.

Por outro lado, o budismo considera que existem não apenas infernos quentes, mas também

infernos frios.

Acima do reino dos infernos pelo lado esquerdo, encontra-se o reino animal, o único

dos vários reinos perceptível aos humanos e onde vivem as várias espécies. Acima do reino

dos infernos pelo lado direito, encontra-se o mundo dos espíritos ávidos ou fantasmas

(preta). Os seres que nele vivem sentem constantemente sede ou fome, sem nunca terem

essas necessidades saciadas. A arte budista representa os habitantes desse reino como tendo

um estômago do tamanho de uma montanha e uma boca minúscula.

O reino seguinte é o dos Asura (termo traduzido como "Titãs" ou dos antideuses). Os

seus habitantes ali nasceram em resultado de acções positivas realizadas com um

sentimento de inveja e competição e vivem em guerra constante com os deuses.

O quinto reino é o dos seres humanos. É considerado como um reino de nascimento

desejável, mas ao mesmo tempo difícil. A vida enquanto humano é vista como uma via

intermédia nessa cosmologia, sendo caracterizada pela alternância das alegrias e dos

sofrimentos, o que, de acordo com a perspectiva budista, favorece a tomada de consciência

sobre a condição samsárica.

O último reino é o dos deuses (deva) e é composto por vários níveis ou residências.

Nos níveis mais próximos do reino humano, vivem seres que, devido à prática de boas

acções, levam uma vida harmoniosa. Os níveis situados entre o vigésimo terceiro e o

vigésimo sétimo são denominados como "Residências Puras", sendo habitadas por seres

O ciclo de samsara

Samsara é o ciclo das existências nas quais reinam o sofrimento e a frustração

engendrados pela ignorância e pelos conflitos emocionais que dela resultam. O samsara

compreende os três mundos superiores (deva, espiritual e seres humanos) e os três

inferiores (seres ignorantes, inferiores e animais), julgados não por um valor, mas em

função da intensidade de sofrimento.

Os budistas acreditam, em sua maioria, no samsara. Este, por sua vez, é regido pelas

leis do carma: a boa conduta produzirá bom carma e a má alma produzirá carma maléfico.

Assim como os hindus, os budistas interpretam o samsara não esclarecido como um estado

de sofrimento. Só nos libertaremos do samsara se atingirmos o estado total de aceitação,

visto que nós sofremos por desejar coisas passageiras, e alcançarmos o nirvana ou a

salvação.

Sofrimento: causas e soluções

As Quatro Nobres Verdades

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De acordo com o Cânone Páli, As Quatro Nobres Verdades foram os primeiros

ensinamentos deixados pelo Buda depois de atingir o nirvana. Algumas vezes, são

consideradas como a essência dos ensinamentos do Buda e são apresentadas na forma de

um diagnóstico médico:

1 - a vida como a conhecemos é finalmente levada ao sofrimento e/ou mal-estar

(dukkha), de uma forma ou outra;

2 - o sofrimento é causado pelo desejo (trishna). Isso é, muitas vezes, expressado como

um engano agarrado a um certo sentimento de existência, a individualidade, ou para coisas

ou fenômenos que consideramos causadores da felicidade e infelicidade. O desejo também

tem seu aspecto negativo;

3 - o sofrimento acaba quando termina o desejo. Isso é conseguido através da

eliminação da ilusão (maya)[desambiguação necessária], assim alcançamos um estado de

libertação do iluminado (bodhi);

4 - esse estado é conquistado através dos caminhos ensinados pelo Buda.

Esse método é descrito por alguns acadêmicos ocidentais e ensinado como uma

introdução ao budismo por alguns professores contemporâneos do Maaiana, como por

exemplo o 14º Dalai Lama, Tenzin Gyatso. De acordo com outras interpretações de mestres

budistas e eruditos, e recentemente reconhecidas por alguns estudiosos ocidentais não-

budistas, as "verdades" não representam meras declarações e/ou indicações, entretanto estas

podem ser agrupadas em dois grupos:

1 - o sofrimento e as causas do sofrimento;

2 - a cessação do sofrimento e os caminhos para a libertação.

Assim, a Enciclopédia Macmillan de Budismo simplifica As Quatro Nobres Verdades,

deixando-as da seguinte maneira:

"A Verdade Nobre Que Está Sofrendo";

"A Verdade Nobre Que É O Surgimento do Sofrimento";

"A Verdade Nobre Que É O Fim do Sofrimento";

"A Verdade Nobre Que Produz o Caminho para o Fim do Sofrimento".

A compreensão tradicional do Teravada sobre As Quatro Nobres Verdades é que estas

são um ensino avançado para aqueles que estão "prontos". A posição Maaiana é que eles

são ensinamentos prejudiciais para as pessoas que ainda não estão prontas para ensinar. No

Extremo Oriente, os ensinamentos são pouco conhecidos.

O Nobre Caminho Óctuplo

O Dharmachakra representando o Nobre Caminho Óctuplo.

O Nobre Caminho Óctuplo - A Quarta Nobre Verdade do Buda - é o caminho para a o

fim do sofrimento (dukkha). Tem oito seções, cada uma começando com a palavra samyak

(que em sânscrito significa "corretamente" e "devidamente"), e são apresentadas em três

grupos:

prajna: é a sabedoria que purifica a mente, permitindo-lhe atingir uma visão espiritual

da natureza de todas as coisas. Engloba:

dṛṣṭi (ditthi): ver a realidade como ela é, não apenas como parece ser;

saṃkalpa (sankappa): a intenção de renúncia, de liberdade e inocuidade.

sila: é a ética ou moral, a abstenção de atos nocivos. Engloba:

vāc vāc (vāca): falando de uma maneira verdadeira e não ofensiva;

karman (kammanta): agir de uma maneira não prejudicial;

ājīvana (ājīva): o meio de vida deve seguir os preceitos citados anteriormente[38].

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samadhi: é a disciplina mental necessária para desenvolver o domínio sobre a própria

mente. Isso é feito através de práticas. Engloba:

vyāyāma vyāyāma (vāyāma): fazer um esforço para melhorar;

smṛti (sati): ver as coisas como elas estão com a consciência clara da realidade presente

dentro de si mesmo, sem desejo ou aversão;

samādhi (samādhi): meditar ou concentrar-se de maneira correta.

A prática do Caminho Óctuplo é compreendida de duas maneiras: desenvolvimento

simultâneo dos oito itens paralelamente, ou como uma série progressiva pela qual o

praticante se move, ao conquistar um estágio. Contudo, os quatro nikāyas principais e o

Caminho Óctuplo, geralmente, não são ensinados para leigos e são pouco conhecidos no

Extremo Oriente[37].

Os oito itens do caminho normalmente são apresentados em três divisões (ou

treinamentos elevados), como mostrado abaixo:

Sabedoria(Sânscrito: prajna,Pāli: paññā)

1. Visão correta, samyag dṛṣṭi, sammā ditthi, Enxergar a realidade como ela é, não

como ela parece ser

2. Intenção correta, samyag saṃkalpa, sammā sankappa, Intenção de renúncia,

libertação e inofensividade. Conduta Ética, (Sânscrito: sila,Pāli: sīla)

3. Fala correta, samyag vāc, sammā vāca, Falar de forma verdadeira e não agressiva

4. Ação correta samyag karman, sammā kammanta, Agir de forma não agressiva

5. Viver corretamente, samyag ājīvana, sammā ājīva, Viver de forma não agressiva,

Concentração

(Sânscrito e Pāli: samadhi)

6. Esforço correto, samyag vyāyāma, sammā vāyāma, Se esforçar para melhorar

7. Atenção correta, samyag smṛti, sammā sati, Estar atento para enxergar as coisas

com a consciência clara; estar consciente da realidade presente dentro de si mesmo, sem

qualquer desejo ou aversão

8. Concentração correta, samyag samādhi, sammā samādhi, Correta meditação e

concentração, como os primeiros quatro jhanas

Caminho do Meio

Um importante princípio orientador da prática budista é o Caminho do Meio, que se

diz ter sido descoberto pelo Buda, antes de sua iluminação. O Caminho do Meio tem várias

definições:

a prática de não extremismo: um caminho de moderação e distância entre a

autoindulgência e a morte;

o meio-termo entre determinadas visões metafísicas;

uma explicação do nirvana (perfeita iluminação), um estado no qual fica claro que

todas as dualidades aparentes no mundo são ilusórias;

outros termos para o sunyata, a última natureza de todos os fenômenos (na escola

Maaiana). A forma como as coisas são

Debate entre monges do Mosteiro de Sera, no Tibete

Estudiosos budistas têm produzido uma quantidade notável de teorias intelectuais,

filosóficas e conceitos de visão do mundo (por exemplo: filosofia budista, abhidharma e a

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realidade no budismo). Algumas escolas do budismo desencorajam estudos doutrinários,

algumas os consideram como essenciais, pelo menos para algumas pessoas em algumas

fases do budismo.

Nos primeiros ensinamentos budistas, de certa forma, compartilhado por todas as

escolas existentes, o conceito de libertação (nirvana) está intimamente ligado com a correta

compreensão de como a mente lida com o estresse. Ao termos conhecimento sobre o apego,

um sentimento de desapego é gerado e se é liberado do sofrimento (dukkha) e do ciclo de

renascimento (samsara). Para esse efeito, o Buda recomendou ver as coisas através das três

marcas da existência.

Impermanência, sofrimento e não eu

Três Marcas da Existência

Anicca é uma das três marcas da existência. O termo exprime o conceito budista de

que todas as coisas são compostas ou fenômenos condicionados, sendo estes, inconstantes,

instáveis e impermanentes. Tudo o que podemos experimentar através dos nossos sentidos

é composto de peças e sua existência depende de condições externas. Tudo está em fluxo

constante e, assim, as condições e coisas em si estão mudando constantemente. As coisas

estão vindo constantemente a ser e deixar de ser. Como nada dura, não há nenhuma

natureza inerente ou fixada em qualquer objeto ou experiência.

Segundo a doutrina da impermanência, a vida humana incorpora esse fluxo no

processo de envelhecimento, no ciclo de renascimento e em qualquer existência de perda. A

doutrina afirma ainda que, pelo fato de as coisas serem impermanentes, o apego a elas é

inútil e leva ao sofrimento (dukkha).

Dukkha, ou sofrimento, é um dos conceitos centrais do budismo. A palavra pode ser

traduzida de diversas maneiras, incluindo sofrimento, dor, insatisfação, tristeza, angústia,

ansiedade, desconforto, estresse, infelicidade e frustração, por exemplo. Apesar disso,

dukkha é traduzido, muitas vezes, como "sofrimento", o seu significado filosófico é mais

semelhante a "inquietação", como na condição de ser perturbado[39]. Devido a isso,

algumas literaturas preferem não traduzir o verbete, como é o caso do inglês, com o

objetivo de englobar em uma palavra todos os significados.

Anatta, ou anatman, refere-se à noção da inexistência de um "eu". Após uma análise

cuidadosa, verifica-se que nenhum fenômeno é realmente "eu" ou "meu", estes conceitos

são, na realidade, construídos pela mente. Nos nikayas, o anatta não é entendido como uma

afirmação metafísica, mas como uma aproximação para ganhar a libertação do sofrimento.

O Buda rejeitou ambos os conceitos, afirmando que eles nos ligam ao sofrimento.

Originação dependente

A doutrina do pratītyasamutpāda é uma parte importante da metafísica budista. Ela

afirma que os fenômenos surgem juntos em uma teia interdependente de causa e efeito. É

variavelmente traduzida como "orientação dependente", "gênese condicionada",

"codependente decorrentes" ou "emergência".

O conceito mais conhecido e aplicado do pratītyasamutpāda é o regime dos Doze

Nidānas (do páli: nidāna, que significa "provocar", "fundação", "fonte" e "origem"), que

explicam a continuação do ciclo de sofrimento e renascimento em detalhe. Os Doze

Nidānas descrevem uma relação entre as características subsequentes, cada uma dando

origem ao nível seguinte:

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Avidyā: ignorância (especificamente espiritual)

Saṃskāras: formações;

Vijñāna: consciência;

Nāmarūpa: nome e forma (refere-se à mente e ao corpo);

Ṣaḍāyatana: suas bases dos sentidos (olhos, nariz, ouvidos, língua, corpo e mente);

Sparśa: contato (traduzido, também, como "impressão" ou "estimulo" por um objeto);

Vedanā: sensação, traduzida como algo "desagradável", "agradável" ou neutro;

Tṛṣṇā: sede, mas, no budismo, refere-se ao desejo;

Upādāna: apego ou apreensão;

Bhava: ser (existência) ou se tornar (no Teravada possui dois significados: o carma,

que produz uma nova existência, e a existência em si);

Jāti: nascimento (entendido como ponto de partida);

Jarāmaraṇa: velhice e morte, também traduzida, através do śokaparideva

duḥkhadaurmanasyo pāyāsa, como tristeza, lamentação, dor e miséria.

Sunyata

O budismo Maaiana foi fundado baseado nas teorias de Nagarjuna, provavelmente o

estudioso mais influente dentro das tradições da escola budista. A principal contribuição do

filósofo budista foi a exposição sistemática do conceito de sunyata, ou "vazio", comprovada

amplamente nos sutras, como Prajnaparamita, importantíssimos na época.

O conceito de "vazio" reúne as outras principais doutrinas budistas, particularmente a

anatta e a pratītyasamutpāda (orientação dependente), para refutar a metafísica da

Sarvastivada e Sautrāntika (não extintas da escola Maaiana). Para Nagarjuna, não são

apenas os seres sencientes que estão vazios de atman; todos os fenômenos (dharmas) são,

sem qualquer svabhava (literalmente "própria natureza" ou "autonatureza") e, portanto, sem

qualquer essência fundamental, pois eles são vazios de ser independentes, assim, as teorias

heterodoxas de Svabhava, circuladas na época, foram desmentidas com base nas demais

doutrinas budistas.

Os pensamentos de Nagarjuna são conhecidos como Madhyamaka. Alguns dos escritos

atribuídos a Nagarjuna fazem referências explícitas aos textos de Maaiana, mas sua

filosofia foi argumentada dentro dos "parênteses" estabelecidos pela ágama. Ele pode ter

chegado à sua posição a partir de um desejo de alcançar uma exegese coerente da doutrina

do Buda, tal como o Canon. Aos olhos de Nagarjuna, o Buda não era apenas um precursor,

mas o próprio fundador do sistema Madhyamaka.

Os ensinamentos sarvastivada, que foram criticados por Nagarjuna, foram reescritos

por estudiosos como Vasubandhu e Asanga e foram, posteriormente, adaptados para a

prática do Yoga (sânscrito: Yogacara). Enquanto a escola Madhyamaka declarou que

afirmar a existência ou a inexistência de qualquer coisa, em última análise, era inadequado,

contudo, alguns expoentes da Yogacara afirmaram que a mente, e só a mente, é real

(doutrina conhecida como consciência). Entretanto, nem todos dentro do Yogacara

consideram essa afirmação; Vasubandhu e Asanga, em particular, são um exemplo[45].

Além do vazio, a escola Maaiana, muitas vezes, dá ênfase nas noções de discernimento

espiritual pleno (prajnaparamita) e na natureza búdica (tathagatagarbha, que significa

"embrião budista"). De acordo com o sutras de tathagatagarbha, o Buda revelou a realidade

da imortal natureza budista, que se diz ser inerente a todos os seres vivos e permite que

todos eles, eventualmente, atinjam a iluminação completa, ou seja, tornando-se Budas.

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Especulações contra a existência direta na epistemologia budista

A distinção entre o budismo e outras escolas filosóficas indianas é uma questão da

justificação da epistemologia. Apesar de todas as escolas de lógica indiana reconhecerem

vários conjuntos das justificativas válidas para o conhecimento (pramana), o budismo, por

sua vez, reconhece um conjunto menor do que os outros. Todos aceitam a percepção e a

inferência, por exemplo, mas, algumas escolas budistas não.

De acordo com as escrituras, durante a sua vida, o Buda permaneceu em silêncio

quando questionado sobre várias questões metafísicas, conhecidas como "Questões

avyākata". São perguntas como: se o universo é eterno ou não (ou se é finito ou infinito), se

há unidade ou separação do corpo e do atman, a inexistência completa de uma pessoa

depois do nirvana, entre outros. Uma explicação para esse silêncio é que tais questões

atrapalham a atividade prática para o bodhi e trazem o perigo de substituir a experiência de

libertação através da compreensão conceitual da doutrina ou pela fé religiosa.

Nirvana

O nirvana é: É a meta do budismo. É o apagar do fogo das paixões e a extinção do ego.

É não necessitar mais reencarnar. É o que todo budista procura por toda vida, a paz

absoluta. É o que faz do homem comum um Buda. É a iluminação. É a extrema paz.

Escrituras

Edição do Cânone Páli

Buda não deixou nada escrito. De acordo com a tradição budista, ainda no próprio ano

em que o Buda faleceu, teria sido realizado um concílio na cidade de Rajaghra, onde

discípulos do Buda recitaram os ensinamentos perante uma assembleia de monges que os

transmitiram de forma oral aos seus discípulos. Porém, a historicidade desse concílio é alvo

de debate: para alguns, esse relato não passa de uma forma de legitimação posterior da

autenticidade das escrituras.

Por volta do século I, os ensinamentos do Buda começaram a ser escritos. Um dos

primeiros lugares onde se escreveram esses ensinamentos foi no Sri Lanka, onde se

constituiu o denominado Cânone Páli. O Cânone Pali é considerado pela tradição

Theravada como contendo os textos que se aproximam mais dos ensinamentos do Buda.

Não existem, contudo, no budismo um livro sagrado como a Bíblia ou o Alcorão, que seja

igual para todos os crentes; para além do Cânone Pali, existem outros cânones budistas,

como o chinês e o tibetano.

O Tipitaka conta a vida e a doutrina de Sidarta Gautama, conhecido como o Buda ou

o iluminado. Foi escrito por seus discípulos, por volta do século IV a.C., após a morte do

mestre, adaptando os princípios védicos à China e ao Japão.

Os cânones budistas são três: Sutta pitaka, regras para sacerdotes e ascetas;Vinaya pitaka,

relativo à disciplina dos monges; Abidharma pitaka, instruções sobre a meditação,

dissertações filosóficas e metafísicas (Simões Júnior, 1985; Pagel,1998, p.25-56).

O cânone budista divide-se em três grupos de textos, denominado "Triplo Cesto de

Flores" (tipitaka em pali e tripitaka em sânscrito):

Sutra Pitaka: agrupa os discursos do Buda tais como teriam sido recitados por Ananda

no primeiro concílio. Divide-se por sua vez em vários subgrupos;

Vinaya Pitaka: reúne o conjunto de regras que os monges budistas devem seguir e

cuja transgressão é alvo de uma penitência. Contém textos que mostram como surgiu

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determinada regra monástica e fórmulas rituais usadas, por exemplo, na ordenação. Estas

regras teriam sido relatadas no primeiro concílio por Upali;

Abhidharma Pitaka: trata do aspecto filosófico e psicológico contido nos ensinamentos

do Buda, incluindo listas de termos técnicos.

Quando se verificou a ascensão do budismo Mahayana, essa tradição alegou que o

Buda ensinou outras doutrinas que permaneceram ocultas até que o mundo estivesse pronto

para recebê-las; dessa forma a tradição Mahayana inclui outros textos que não se encontram

no Theravada.

Difusão do budismo

A partir do seu local de nascimento no nordeste indiano, o budismo espalhou-se para

outras partes do norte e para o centro da Índia. Durante o reinado do imperador máuria

Asoka, que se converteu ao budismo e que governou uma área semelhante à da Índia

contemporânea (com excepção do sul), essa religião consolidou-se. Após ter conquistado a

região de Calinga pela força, Asoka decidiu que a partir de então governaria com base nos

preceitos budistas. O imperador ordenou a construção de hospedarias para os viajantes e

que fosse proporcionado tratamento médico não só aos humanos, mas também aos animais.

O rei aboliu também a tortura e provavelmente a pena de morte. A caça, desporto

tradicional dos reis, foi substituída pela peregrinação a locais budistas. Apesar de ter

favorecido o budismo, Asoka revelou-se também tolerante para com o hinduísmo e o

jainismo.

Asoka pretendeu também divulgar o budismo pelo mundo, como revelam os seus

éditos. Segundo estes, foram enviados emissários com destino à Síria, Egito e Macedónia

(embora não se saiba se chegaram aos seus destinos) e para o oriente, para um terra de

nome Suvarnabhumi (Terra do Ouro) que não se conseguiu identificar com segurança.

O Império Máuria chegou ao fim em finais do século II a.C.. A Índia foi então

dominada pelas dinastia locais dos Sunga (185–173 a.C.) e dos Kanva (c.73–25 a.C.), que

perseguiram o budismo, embora este conseguisse prevalecer. Perto do início da era actual, o

noroeste da Índia foi invadido pelos citas, que formariam o Império Kushana. Um dos mais

importantes reis desta dinastia, Kanishka (c. 127-147), foi um grande proselitista do

budismo.

Durante a era da dinastia Gupta (320-540), os monarcas favorecem o budismo, mas

também o hinduísmo. Em meados do século VI, os Hunos Brancos, oriundos da Ásia

Central, invadem o noroeste da Índia, provocando a destruição de inúmeros mosteiros

budistas. A partir de 750, a dinastia Pala governou no nordeste da Índia até ao século XII,

apoiando os grandes centros monásticos budistas, entre os quais o de Nalanda. Contudo, a

partir do século XII, o budismo entra num declínio definitivo devido a vários factores.

Entre estes, encontravam-se o revivalismo hindu, que se manifestou com figuras como Adi

Shankara e pelas invasões dos muçulmanos dos séculos XII e XIII.

Embora o budismo tenha passado por uma verdadeira renovação a partir de 1959, ano

em que o Dalai Lama escolhe o exílio, ele parece quase ausente da Índia, a ponto de termos,

muitas vezes, de seguir turistas estrangeiros para localizar os lugares santos de antigamente.

Nesse percurso, ao longo dos séculos, o budismo suscitou desvios, heresias, seitas.

A tradição cingalesa atribui a introdução do budismo no Sri Lanka ao monge Mahinda,

filho de Asoka, que teria chegado à ilha em meados do século III a.C., acompanhado por

outros missionários. Esse grupo teria convertido ao budismo o rei Devanampiya Tissa e

grande parte da nobreza local. O rei ordenou a construção do Mahavihara ("Grande

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Mosteiro" em pali) na então capital do Sri Lanka, Anuradhapura. O Mahavihara foi o

grande centro do budismo Theravada na ilha nos séculos seguintes. Foi no Sri Lanka que,

por volta do ano 80 a.C., se redigiu o Cânone Pali, a colectânea mais antiga de textos que

reflectem os ensinamentos do Buda. No século V, chegou à ilha o monge Budagosa,

responsável por coligir e editar os primeiros comentários feitos ao Cânone, traduzindo-os

para o pali. Na Tailândia, o budismo lançou raízes no século VII nos reinos de Dvaravati

(no sul, na região de Banguecoque) e de Haripunjaya (no norte, na região de Lamphun),

ambos reinos da etnia Mon. No século XII, o povo Tai, que chegou ao território vindo do

sudoeste da China, adoptou o budismo Theravada como a sua religião.

A presença do budismo na península Malaia está atestada desde o século IV, assim

como nas ilhas de Java e Sumatra. Nessas regiões, verificou-se um sincretismo entre o

budismo Mahayana e o xivaísmo, que está ainda hoje presente em locais como a ilha de

Bali. Entre o século VII e o IX, a dinastia budista dos Xailendra governou partes da

Indonésia e a península Malaia, tendo sido responsável pela construção de Borobudur, uma

enorme estupa que é o maior monumento existente no hemisfério sul. O islamismo chegou

à Indonésia no século XIV, trazido pelos mercadores, acabando por substituir o budismo

como religião dominante. Atualmente o budismo é principalmente praticado pela

comunidade chinesa da região.

A tradição atribui a introdução do budismo na China ao imperador Ming de Han (25-

220 d.C.), o segundo imperador da dinastia Han do leste. Este imperador teve um sonho no

qual viu um ser voador dourado, interpretado por seus conselheiros como uma visão do

Buda. O imperador enviou emissários a outros países, a oeste da China, para obter

informações sobre a doutrina de Buda. Escrituras budistas teriam sido trazidas à China, nas

costas de cavalos brancos, por Dharmarakṣa e Kaśyapa Mātaṅga, dois grandes monges

indianos. Então o imperador ordenou a construção do primeiro templo budista da China, o

monastério Baima, na atual cidade de Luoyang, na província de Henan. Os monges

levaram, para a China, 42 sutras, contendo 600 000 palavras em sânscrito.

Independentemente da tradição, o budismo só se espalhou na China nos séculos V e VI com

o apoio das dinastias Wei e Tang. Durante este período, estabeleceram-se, na China,

escolas budistas de origem indiana ao mesmo tempo em que se desenvolveram escolas

próprias chinesas.

O budismo entrou na Coreia no século IV. Nesta altura, a Coreia não era um território

unificado, encontrando-se dividida em três reinos rivais: o reino de Koguryo no norte, o

reino de Paekche no sudoeste e o reino de Silla no sudeste. Estes três reinos reconheceriam

o budismo como uma religião oficial, tendo sido o primeiro a fazê-lo Paekche (384),

seguindo-se o Koguryo (392) e Silla (528). Em 668, o reino de Silla unificou a Coreia sob o

seu poder e o budismo conheceu uma era de desenvolvimento. Foi nesse período que viveu

o monge Wonhyo Daisa (617-686), que tentou promover um budismo do qual fizessem

parte elementos de todas as seitas. No século VIII, foi difundido na Coreia o budismo da

escola chinesa Chan[desambiguação necessária], denominado son (ou seon)em coreano e

que se tornou a escola dominante. O budismo continuou a florescer durante a era Koryo

(935-1392), até que a dinastia Li (1392-1910) favoreceu o confucionismo.

A partir da Coreia e da China, o budismo foi introduzido no Japão em meados do

século VI. Em 593, o príncipe Shotoku declarou-o como religião do Estado, mas o budismo

foi até à Idade Média um movimento ligado à corte e à aristocracia sem larga adesão

popular (os missionários coreanos tinham apresentado à corte japonesa o budismo como

elemento de protecção nacional). Durante a era Nara (710-794)-Héian (794-1185), várias

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seitas de expressão chinesa começaram a implantar-se no Japão. São deste último período a

escola Shingon e Tendai (Tien Tai). Durante a era Kamakura (1185-1333), o budismo

populariza-se finalmente com as escolas Terra Pura, Nichiren e Zen (Chan) nas suas

principais vertentes chinesas das escolas Rinzai (Linji) e Soto (Caodong).

No Tibete, o budismo propagou-se em dois momentos diferentes. O rei Srong-brtsan-

sgam-po (Songtsen Gampo, c.627-c.650), influenciado pelas suas duas esposas budistas,

decidiu mandar chamar ao Tibete monges indianos para ali difundirem a religião. Durante o

reinado de Khri-srong-lde-btsan (Trisong Deutsen), construiu-se o primeiro mosteiro

budista tibetano e em 747 chegou ao território o notável iogue indiano Padmasambhava,

que organizou o budismo tibetano e fundou a escola hoje conhecida como Nyingma (ou

"escola da tradição antiga", em relação às posteriores escolas estabelecidas por outros

professores). Contudo, uma reação hostil da religião nativa, o Bön, levaria ao declínio do

budismo nos dois séculos seguintes.

O budismo seria reintroduzido no Tibete a partir do século XI, com a ajuda do monge

indiano Atisa, que chegou ao território em 1042. Com o passar do tempo, formaram-se

quatro escolas: Sakyapa, Kagyupa, Nyingmapa e Gelugpa. Em 1578, membros desta última

escola converteram o mongol Altan Khan à sua doutrina. Alta Khan criou o título de Dalai

Lama, que concedeu ao líder da escola Gelugpa. Em 1641, com ajuda dos mongóis, o

quinto Dalai Lama derrotou o último príncipe tibetano e tornou-se o líder temporal do

Tibete. Os seguintes dalai lamas foram na prática os governantes do Tibete até à invasão

chinesa. O quinto dalai lama criou o cargo de Panchen-lama, que reside no mosteiro de T-

shi-lhum-po e que foi visto como uma encarnação do Amitabha.

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Comentários de Osvaldo Polidoro sobre o espírito que cumpriu a missão de ser o Buda Sakhia

Muni, uma encarnação passada de Mahatma Ghandi: (Comunicação espiritual de Ghandi, em

diálogo com Osvaldo Polidoro, encarnado)

Graças a Deus, temos que estar presentes, Mestre. Sou Mahatma Ghandi.

Nós temos que participar do mesmo Banquete Divino. Quem sempre trabalhou de mãos

dadas, não é agora que vai se afastar, agora nos últimos dias vividos por esta gente, com este grande

Pentecostes que aí está, o Terceiro Batismo de Dons Espirituais. Por que, nós separados de tudo isto?

Há horas, Mestre, em que entramos em sessões por aí e sentimos vergonha... o poderio

daquilo, a frieza, a aplicação das pessoas, uma malquerência danada!

(Mestre) Apagam a luz, ficam em treva. Quem gosta de treva é espírito trevoso! Está escrito

na Codificação que é para apagar a luz?

(Ghandi) Não está! Mestre, quando pegam no Tacão da Verdade parece que algo os arrepia...

Puxa vida! Os profetas estão de lado! Não se fala neles! O negócio deles é só mundanismo,

Mestre. Esta gente vem pedir ajuda para nós, quando eles mesmos podem se ajudar! Eles podem se

ajudar!

Sem a vivência dos Dez Mandamentos, sem o Cultivo Sadio dos Dons não adianta pedir

nada, gente! Não adianta! Tudo é lacrado, fechado, barrado!

Deus dá Dádivas, dá Tempo e Graças para tudo! Chega a hora de tudo! Chega a hora de

tudo!

O senhor escreveu lá para trás, Mestre, que todos terão que passar por uma Sabatina. Há um

livro falando sobre esta Sabatina Divina, e esta gente não quer saber disto.

Mas eu não estou aqui para criticar ninguém. Eu também sou um trabalhador, estou na

Marcha Evolutiva também. Sou o que sou, faço o que dá para fazer.

(Mestre) Olhe aqui, Buda: Quem foi o seu Guia fui eu.

(Ghandi) Graças a Deus, foi o senhor.

(Mestre) Você deu o exemplo máximo que podia dar, não poderia fazer outra coisa sem ser

fazer aquilo que fez... e deixou uma das Grandes Bíblias da Humanidade, que é o Santo Evangelho

do Buda, do Gautama, que quer dizer Condutor.

Olhe aqui, Buda: A religião que conta com o maior número de adeptos no mundo é o

Budismo, que se divide em três partes. É ele ainda o que conta com mais gente sobre a Terra.

(Ghandi) Graças a Deus, minhas palavras finais: Queira esta gente ou não, nós estamos de

mãos dadas, trabalhando em prol da Verdade. Quem não quiser, paciência! Vai ter que pagar!

Graças a Deus!

(Osvaldo Polidoro):Eu conheci um espírito desencarnado, ele está aí, que disse em vida,

numa Bíblia que deixou no mundo: “Quando eu queria falar com Deus, eu pensava na

responsabilidade, porque tinha que dar exemplo de tudo”. Era o Buda. Ele me via perfeitamente.

Ele dizia assim: “Pai Divino, eu devia, antes de Te pedir alguma coisa, fazer silêncio e

perguntar a mim se, de fato, estou fazendo tudo direitinho!”

Quando, depois de 14 anos de meditar e ensinar Bondade, Bondade, Bondade (não fez outra

coisa sem ser isto, e fora da Bondade nada pode existir; sabia da Lei de Deus, porque veio depois de

Moisés e antes de Jesus). Antes de pedir a Deus, ele se curvava, recolhia-se e se perguntava: “Será

que estou fazendo tudo direitinho?”

Quando ele foi orar debaixo da figueira, tirei-o do corpo, levei-o para um céu, uma faixa no

meu nível, (não na minha total, mas onde pude me mostrar para ele ver o que tinha de mais que ele)

e disse: “De ordem divina eu estarei contigo em todos os dias da vida, se fizeres tudo direito - Deus

acima de tudo!”

No Budismo eu deixei o Código Óctuplo, desde os primórdios. Eles foram muito poéticos,

muito à literatura oriental.

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Quando foram os Dez Mandamentos, o que houve foi o desdobramento para ficar melhor,

diretamente: Adultérios, não roubem, não desejem o que é dos outros... Não foi dito: “Não desejarás

a mulher do próximo” e sim “Não desejes criminosamente nada daquilo que é do teu próximo”. Lá

no Óctuplo está assim, mas depois andaram fazendo coisas, e nesta versão nova eu preferi deixar

assim, por achar que é melhor. E fica assim!

Até aqui as Bíblias funcionaram em nome de Seus relativos Enviados (Buda, Maomé,

Zoroastro, Lao-Tsé, Orfeu, Rama, Pitágoras, Crisna...), todas são em nome de relativos Enviados de

Deus.

Deus lhes diz e fui eu que mandei o vidente de Patmos escrever em Apocalipse 14, 1a 6:-

“Um Cântico Novo tereis. Um Anjo poderoso vos entregará o Evangelho Eterno, a Bíblia de Deus.”

Eu não vim forjar o Evangelho Eterno e Orações Prodigiosas, vim entregar!

Quando se referirem a outras Bíblias, são obrigados a falar em seus entregadores. Eu não

quereria, e não quero, que venham a dizer que o Evangelho Eterno e Orações Prodigiosas é

coisa minha! Eu vim entregar a Bíblia Final, a de Deus!

Foram àquele discípulo meu, comandado por mim depois de Deus (porque fui eu quem o

tirou fora do corpo e o levou para dizer-lhe:- “Se você fizer tudo direitinho, estarei contigo todos os

dias da vida.” Ele fez bonito e deixou uma das grandes Bíblias, -o Evangelho de Buda. -É de Buda,

não falou que era de Deus, está certo?-) e perguntaram:- “Senhor, vendo alguém ajoelhado diante de

um ídolo, o que fazer?”, e ele respondeu:- “Deixe, porque através do ídolo ele vai a Deus... mas se

puderem fazer com que ele vá a Deus sem o ídolo, é melhor.” Espírito e Verdade é melhor.