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FARMACOGNOSIA COLETÂNEA CIENTÍFICA

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  • FARMACOGNOSIA

    Coletnea Cientfica

  • FARMACOGNOSIAColetnea Cientfica

    Gustavo Henrique Bianco de SouzaJoo Carlos Palazzo de Mello

    Norberto Peporine Lopes

    ORGANIZADORES

    Ouro Preto | 2012

  • Reitor | Joo Luiz Martins

    Vice-Reitor | Antenor Rodrigues Barbosa Junior

    Diretor-Presidente | Gustavo Henrique Bianco de Souza

    Assessor Especial | Alvimar Ambrsio

    CONSELHO EDITORIAL

    Adalgimar Gomes GonalvesAndr Barros CotaElza Conceio de Oliveira SebastioFbio FaversaniGilbert Cardoso BouyerGilson IaninniGustavo Henrique Bianco de SouzaCarla Mercs da Rocha Jatob FerreiraHildeberto Caldas de SousaLeonardo Barbosa GodefroidRinaldo Cardoso dos Santos

  • APOIO

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  • Dedicatria

    A todos os(co)autores que contribuiram para a efetivao dessa publicao.

    Ao INCT_if/CNPq,Institutos Nacionais de Cincia e Tecnologia,pelo estmulo e financiamento.

    EDUFOP,Editora da UniversidadeFederal de Ouro Preto.

  • c EDUFOP

    Coordenao Editorial

    Gustavo Henrique Bianco de Souza

    Projeto Grfico / CapaAlvimar Ambrsio

    Reviso

    Magda Salmen, Rosngela Maria Zanetti e Ftima Lisboa

    Reviso Tcnica

    Organizadores

    Editorao EletrnicaAutores

    Fotografia / CapaDe Laia / UFOP

    FICHA CATALOGRFICA

    F233 Farmacognosia : coletnea cientfica / Gustavo Henrique Bianco de Sou-za, Joo Carlos Palazzo de Mello, Norberto Peporine Lopes, ( organi-zadores ). - Ouro Preto : UFOP, 2012.372p.: il. color.; tabs.; grafs.; mapas.

    1. Farmacognosia - Pesquisa. 2. Farmacognosia - Ensino. I. Lopes, NorbertoPeporine. II. Souza, Gustavo Henrique Bianco de. III. Mello, Joo Carlos Palazzode. IV. Ttulo.

    CDU: 615.3(045) ISBN 978-85-288-0284-9

    Catalogao: [email protected]

    Reproduo proibida Art. 184 do Cdigo Penal e Lei 9.610 de fevereiro de 1998.Todos os direitos reservados

    Editora UFOPhttp//:www.ufop.br E-mail: [email protected].: 31 3559-1463 Telefax.: 31 3559-1255Centro de Vivncia | Sala 03 | Campus Morro do Cruzeiro35400.000 | Ouro Preto | MG

  • Agradecimentos

    A todos os(co)autores que contribuiram paraa efetivao dessa publicao.

  • Sumrio

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    Falso-boldo Plectranthus barbatus

    DEDICATRIA

    AGRADECIMENTOS

    SUMRIO

    FITOCOSMTICOS

    Andr Gonzaga dos Santos, Hrida Regina NunesSalgado, Marcos Antonio Corra, Marlus Chorilli, RaquelRegina Duarte Moreira, Rosemeire Cristina LinhariRodrigues Pietro, Vera Lucia Borges Isaac

    VINTE E CINCO ANOS DE PESQUISAS NOSLABORATRIOS DE FARMACOGNOSIA DAFACULDADE DE FARMCIA UFRGS

    Amlia Teresinha Henriques, Gilsane Lino von Poser,Jos Angelo Silveira Zuanazzi, Miriam Anders Apel,Stela Maris Kuze Rates

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    POTENCIAL TERAPUTICO DE ALGUMAS PLANTASMEDICINAIS DA FLORA CATARINENSE

    Alexandre Bella Cruz, Angela Malheiros, Anglica CoutoGarcia, Christiane Meyre-Silva, Nara Lins Meira Quinto,Rivaldo Niero, Ruth Meri Lucinda Silva, Sergio Faloni deAndrade, Tania Mari Bell Bresolin, Valdir Cechinel Filho

    ENSAIOS BIOLGICOS UTILIZADOS NA PESQUISA DEPRODUTOS NATURAIS

    Cludia Alexandra de Andrade, Josiane de Ftima GaspariDias, Marilis Dallarmi-Miguel, Michel Otuki, ObdulioGomes Miguel, Paulo Roberto Wunder, RobertoPontarolo, Sandra Maria Warumby Zanin,Silvana Krychak-Furtado

    FARMACOBOTNICA E ATIVIDADE ANTILCERA DE

    PLANTAS MEDICINAIS BRASILEIRAS

    Edna Tomiko Myiake Kato, Elfriede Marianne Bacchi,Leandro Santoro Hernandes

    LEGISLAO QUE INCIDE SOBRE COLETA, ACESSO AOPATRIMNIO GENTICO E AOS CONHECIMENTOSTRADICIONAIS ASSOCIADOS

    Fernanda Alvares da Silva

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    ATIVIDADE FARMACOLGICA DE MONOTERPENOSAdriana Gibara Guimares, Aldeidia Pereira de Oliveira,Eurica Adlia Nogueira Ribeiro, Fladmir de SousaClaudino, Jackson Roberto Guedes da Silva Almeida,Julianeli Tolentino de Lima, Leonardo Rigoldi Bonjardim,Luciano Augusto de Araujo Ribeiro, Lucindo JosQuintans-Jnior, Mrcio Roberto Viana Santos, XirleyPereira Nunes

    PLANTAS MEDICINAIS DA FLORA BRASILEIRAUTILIZADAS PARA O TRATAMENTO DE DOENASCARDIOVASCULARES

    Aldeidia Pereira de Oliveira, Eurica Adlia NogueiraRibeiro, Jackson Roberto Guedes da Silva Almeida ,Lucindo Jos Quintans-Jnior, Mrcio Roberto VianaSantos

    VALIDAO DE PRINCPIOS ATIVOS DE PLANTASMEDICINAIS E FITOTERPICOS

    Maria Cristina Marcucci

    POTENCIALIDADES DO CERRADO COMO FONTE DESUBSTNCIAS BIOATIVAS E DE ESPCIES MEDICINAISPARA O DESENVOLVIMENTO DE FITOTERPICOS

    Rachel Oliveira Castilho, Ferno Castro Braga

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    PLANTAS MEDICINAIS UTILIZADAS POPULARMENTENO BRASIL PARA O TRATAMENTO DO CNCER

    Eduardo Antnio Ferreira, Eduardo Benedetti Parisotto,Fernanda Biscaro, Joo Francisco Gomes Correia, KarinaBettega Felipe, Maicon Roberto Kviecinski, MirelleSifroni Farias, Ndia Cristina Falco Bcker, RozangelaCuri Pedrosa, Tania Mara Fisher Gnther

    EXTRATO SECO VEGETAL E PRODUTOS DERIVADOS

    Luiz Alberto Lira Soares, Tatiane Pereira de Souza

    PESQUISADORES

    Relao de Autores361

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    Andr Gonzaga dos Santos

    Hrida Regina Nunes Salgado

    Marcos Antonio Corra

    Marlus Chorilli

    Raquel Regina Duarte Moreira

    Rosemeire Cristina Linhari Rodrigues Pietro

    Vera Lucia Borges Isaac

    INTRODUO

    O uso das plantas em Cosmetologia fez aparecer umaterminologia especfica para designar o ramo da Cosmetologiaque trata do estudo e da utilizao de substncias de origemvegetal empregadas para manuteno e/ou promoo da be-leza da pele, a Fitocosmtica. Do grego, phyton planta ekosmein cosmticos, o fitocosmtico tem sido procuradocada vez mais pelo consumidor, na busca pelo natural (ISAACet al., 2008). Valfr, em 1990, definiu a Fitocosmtica como osegmento da cincia cosmtica que se dedica ao estudo e aplicao dos conhecimentos da ao dos princpios ativosextrados de espcies do reino vegetal, em proveito da higie-ne, da esttica, da correo e da manuteno de um estadonormal (eudrmico) da pele.

    Da mesma forma, apareceu tambm a designao deCosmtico Natural, que pode ser entendido como o produtoque contm substncias encontradas na natureza, sem trata-mento, o que no muito interessante, j que podem ser ins-

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    tveis do ponto de vista qumico, fsico e microbiolgico (ISAAC et al., 2008).

    O cosmtico natural pode, tambm, ser entendido como sendo aquele produto queno contm substncias resultantes de sntese qumica, embora possa conter conservantessintticos. Por outro lado, mesmo com dificuldades para designar corretamente esses novostermos, preciso reconhecer uma crescente utilizao de produtos de origem vegetal, o quefomentou o uso e o estudo para descoberta de novos ativos e sua atuao na pele. Assim, ocosmtico natural pode ser entendido como aquele produto que contenha extrato ou leovegetal, como ativos, lembrando sempre aquela analogia equivocada do que natural faz bem(CHARLET, 1996).

    H milhares de anos, o homem vem utilizando os recursos da flora no tratamento dediversas patologias. Gurib-Fakim (2006) afirma que os primeiros registros sobre a utilizao deplantas foram escritos em placas de argila, oriundas da Mesopotmia, e datados por volta de 2600a.C. Dentre as substncias que eram usadas esto leos de Cedrus Trew species (Cedar) e Cupressussempervirens L. (Cypress), Glycyrrhiza glabra Torr. (Licorice), Commiphora Jacq. species (Myrrh) ePapaver somniferum L., todos ainda utilizados para o tratamento da indisposio e mal-estaradvindos desde tosses e resfriados at infeces parasitrias e inflamaes.

    No ano 78 d.C., o botnico grego Pedanios Dioscorides descreveu cerca de 600 plantasmedicinais, alm de produtos minerais e animais no tratado De materia medica. Esse tratadopermaneceu como fonte de referncia por mais de quatorze sculos. Foi atravs da observaoe da experimentao pelos povos primitivos que as propriedades teraputicas de determina-das plantas foram sendo descobertas e propagadas de gerao em gerao, fazendo parte dacultura popular (TUROLLA & NASCIMENTO, 2006).

    No sculo XVI, o mdico suo Philippus Aureolus Theophrastus Bombastus vonHohenheim, conhecido como Paracelsus (1493-1541), formulou a Teoria das Assinaturas, ba-seada no provrbio latim similia similibus curantur, semelhante cura semelhante. Com essateoria, acreditava-se que a forma, a cor, o sabor e o odor das plantas estavam relacionados comas suas propriedades teraputicas, podendo dar indcios de seu uso clnico. Algumas dessasplantas passaram a fazer parte das farmacopeias alopticas e homeopticas a partir do sculoXIX, quando se comearam a investigar suas bases teraputicas (ELVIN-LEWIS, 2001).

    O isolamento da morfina da Papaver somniferum L., em 1803, pelo farmacuticoFriedrich Wilhelm Adam Sertrner, marcou o incio do processo de extrao de princpios ati-vos de plantas. A partir de ento, outras substncias foram isoladas, como, por exemplo, aquinina e a quinidina obtidas da Cinchona spp, em 1819, e a atropina da Atropa belladonna L.,em 1831, que passaram a ser utilizadas em substituio aos extratos vegetais (TUROLLA &NASCIMENTO, 2006).

    Assim, a produo de frmacos via sntese qumica, o crescimento do poder econmicodas indstrias farmacuticas e a ausncia de comprovaes cientficas de eficcia das substn-cias de origem vegetal aliada s dificuldades de controle qumico, fsico-qumico, farmacolgicoe toxicolgico dos extratos vegetais at ento utilizados impulsionaram a substituio dessespor frmacos sintticos (RATES, 2001).

    Aps a dcada de 1960, observou-se, ento, um desinteresse da indstria farmacuticae dos institutos de pesquisa pela busca de novas substncias de origem vegetal, por se acredi-

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    tar que j haviam sido isoladas as principais substncias ativas das drogas vegetais conhecidas,bem como j haviam sido realizadas todas as possveis modificaes qumicas de interessedessas substncias. Entretanto, a partir dos anos 1980, os avanos tcnicos e o desenvolvimen-to de novos mtodos de isolamento de substncias ativas a partir de fontes naturais permitirammaior rapidez na identificao de substncias em amostras complexas como os extratos vege-tais, ressurgindo o interesse pela pesquisa dessas substncias como prottipos para o desen-volvimento de novos frmacos.

    Assim, mesmo com o desenvolvimento de grandes laboratrios farmacuticos e dosfrmacos sintticos, as plantas medicinais permaneceram como forma alternativa de trata-mento em vrias partes do mundo. Observou-se, nas ltimas dcadas, a revalorizao do em-prego de preparaes base de plantas, mas o novo avano, longe de ser uma volta ao passado,caracteriza-se pela busca de produo em escala industrial, diferentemente das formasartesanais que caracterizaram os estgios iniciais de sua utilizao (TUROLLA & NASCIMENTO,2006).

    No incio da dcada de 1990, a Organizao Mundial de Sade (OMS) divulgou que 65 80% da populao dos pases em desenvolvimento dependiam das plantas medicinais comonica forma de acesso aos cuidados bsicos de sade. Ainda, ao longo do tempo, tm sidoregistrados variados procedimentos clnicos tradicionais utilizando plantas medicinais. Apesarda grande evoluo da medicina aloptica a partir da segunda metade do sculo XX, existemobstculos bsicos na sua utilizao pelas populaes carentes, que vo desde o acesso aoscentros de atendimento hospitalares obteno de exames e medicamentos. Esses motivos,associados com a fcil obteno e a grande tradio do uso de plantas medicinais, contribuempara sua utilizao pelas populaes dos pases em desenvolvimento (VEIGA JNIOR et al.,2005).

    Nos pases em desenvolvimento, bem como nos mais desenvolvidos, os apelos da mdiapara o consumo de produtos base de fontes naturais aumentam a cada dia. Os ervanriosprometem sade e vida longa, com base no argumento de que plantas usadas h milnios soseguras para a populao. Nos Estados Unidos e na Europa, entretanto, h mais controle noregistro e na comercializao dos produtos obtidos de plantas. Nesses pases, as normas para acertificao e o controle de qualidade de preparaes vegetais so mais rgidos. J no Brasil, asplantas da flora nativa so consumidas com pouca ou nenhuma comprovao de suas proprie-dades farmacolgicas, propagadas por usurios ou comerciantes. Muitas vezes essas plantasso, inclusive, empregadas para fins diferentes daqueles utilizados pelos silvcolas. Comparadacom a dos medicamentos usados nos tratamentos convencionais, a toxicidade de plantas podeparecer trivial, o que, entretanto, no verdade. , sim, um problema srio de sade pblica. Osefeitos adversos, possveis adulteraes e toxidez, bem como a ao sinrgica com outrassubstncias ocorrem comumente (VEIGA JNIOR et al., 2005).

    Assim, a prtica da utilizao de plantas de forma segura encontra uma srie de dificul-dades, que vo desde a identificao correta do material botnico utilizado quase inexistnciade estudos de segurana, eficcia e qualidade de grande parte das plantas, uma vez que aspesquisas realizadas para avaliao do uso seguro no Brasil ainda so incipientes, assim como ocontrole da comercializao pelos rgos oficiais em feiras livres, mercados pblicos ou lojas

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    de produtos naturais (ROCHA et al., 2004).

    Como atualmente ainda grande parte da comercializao de plantas e extratos ou leosvegetais feita em farmcias e lojas de produtos naturais, onde preparaes vegetais socomercializadas com rotulao industrializada e, em geral, essas preparaes no possuemcertificado de qualidade e so produzidas a partir de plantas cultivadas, este captulo abordaros compostos ativos, sua utilizao em cosmticos, uma introduo ao controle de qualidadede matrias-primas vegetais e de produtos acabados contendo extratos ou leos vegetais,alm das tcnicas de identificao e monitoramento de sua constituio qumica descritas emFarmacopeias e Cdigos oficiais, os testes empregados nos ensaios de controle de qualidadepara o produto acabado, alm de uma srie de formulaes cosmticas empregando ativosencontrados nas plantas, na obteno de diferentes tipos de fitocosmticos.

    As matrias-primas naturais utilizadas para fabricao/manipulao de produtos cos-mticos apresentam vantagens e desvantagens, em relao s sintticas, tais como:

    os produtos naturais so misturas de um grande nmero de componentes qumi-cos. Isso pode representar uma enorme dificuldade para o controle de qualidade ou, ento,para atribuir a ao a um determinado constituinte;

    os produtos naturais so difceis de padronizar, em funo de seus vrios compo-nentes, que fornecem um espectro no definido; assim, uma s substncia considerada, emgeral a predominante, para sua padronizao, sem considerar os demais componentes; entre-tanto, a atividade atribuda ao extrato pode ser devida ao conjunta de dois ou mais constitu-intes da mesma planta;

    os produtos naturais geralmente apresentam composio variada em funo doclima ou da poca da coleta ou mesmo da qualidade da terra, o que pode dificultar o empregodessa planta como fonte de recursos naturais para elaborao de fitocosmticos, por no estargarantida a mesma constituio qualitativa;

    os produtos naturais podem sofrer contaminao por pesticidas, uma vez que, noBrasil, o uso desses produtos qumicos ainda prtica costumeira;

    os produtos naturais podem conter substncias txicas, cancergenas e alergizantes,que no foram identificadas em funo da grande quantidade de substncias presentes nosextratos vegetais;

    os produtos naturais apresentam atividade consagrada, uma vez que sua ao popularmente conhecida h tempos. Esse conhecimento pode levar a estudos maisaprofundados traduzidos em dissertaes e teses, para comprovao de sua eficcia e segu-rana;

    os produtos naturais tm sua disponibilidade limitada e sempre sujeita a flutuaes.Essa disponibilidade est relacionada sustentabilidade e as flutuaes so decorrentes deintempries.

    Em contrapartida, possvel dizer, a respeito dos produtos sintticos:

    so mais baratos. Isso pode ser exemplificado com o leo essencial extrado dasflores do jasmim, para fabricao de perfumes: um caminho de flores fornece cerca de 40ml

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    de leo essencial. Aps o investimento da pesquisa para a sntese dessa composio aromti-ca, o custo de 40ml representaria bem menos que o custo apresentado pelo caminho cheiode flores;

    podem apresentar vrias atividades, originando fitocosmticos multifuncionais,bastante requisitados pelo mercado consumidor atual;

    podem ter fabricao seletiva, para fins especficos. Isso permite a definio, exa-ta, da atividade do fitocosmtico proposto;

    podem ter sua ao ou efeito secundrio identificados com maior facilidade, umavez que os contaminantes presentes em decorrncia da sntese qumica so mais facilmenteidentificados;

    apresentam qualidade constante, obtida pela rigorosa produo aliada fcilrepetibilidade da rota de sntese;

    exigem tempo de pesquisa e apresentam um custo elevado para serem autoriza-dos como novos produtos, em funo da necessidade de comprovao da segurana e eficcia;porm, ao ser aprovados, possibilitam a fabricao dos fitocosmticos de qualidade assegura-da (CHARLET, 1996).

    Os ativos cosmticos de origem vegetal devem apresentar disponibilidade, ou seja,devem estar disponveis em funo de sua incorporao no veculo/excipiente. Devem, tam-bm, apresentar uma ao, seja em funo de sua permeao cutnea, proteo pele oumesmo por permanecer na superfcie da pele.

    A natureza dos ativos cosmticos de origem vegetal pode ser hidrossolvel, tais comoos extratos vegetais, e lipossolvel, como os leos vegetais. Os extratos vegetais podem serobtidos a frio ou a quente, a partir de diversas partes das plantas secas (flores, folhas, caules,razes) e vrios lquidos extratores: lcool, gua, glicis (PEYREFITTE et al., 1998) e misturas entreeles, compatveis com a formulao e com a pele. Embora a aceitao dessa prtica estejaprxima do fim, pela preocupao de no se usar produtos potencialmente irritantes ou txi-cos pele, em funo de insolubilidade de alguma substncia ativa nos lquidos extratores ousua mistura, possvel a utilizao de um solvente orgnico para fazer a extrao, com posteri-or evaporao desse produto e consequente suspenso do resduo em um glicol, obtendo-se,assim, o extrato gliclico, com maior compatibilidade com a pele, independentemente dotipo de glicol: propileno, dipropileno ou dietilenoglicol.

    Os leos vegetais so obtidos por prensagem forte e a frio de gros modos (PEYREFITTEet al., 1998) ou, em caso de necessidade, extrao com um solvente, sua posterior evaporaoe suspenso em leo, geralmente o de amendoim, abundante, barato e de fcil obteno noBrasil. Em funo dos ativos a serem extrados, possvel tambm a obteno de leos vegetaispor meio da macerao da planta em leo de amendoim ou em triglicerdeo sinttico.

    Os extratos vegetais podem ser obtidos por macerao, digesto, infuso, decoco,extrao com ultrassom, percolao, extrao com Soxhlet, extrao por fluido supercrtico,originando extratos totais (preparados a partir da planta integral) e extratos parciais (produzi-dos pela separao seletiva de determinado constituinte ou faixa de constituintes, por meiofsico ou qumico de um ou mais rgos da planta). Os extratos so produzidos, ainda, com

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    solventes seletivos, para cada um dos grupos de substncias ativas que se queira extrair (SAN-TOS, 2006).

    As propriedades de um extrato derivado de um produto natural podem ser controladasusando o processamento com fluido supercrtico. Essas propriedades, como ponto de fuso, cor eodor do extrato, podem ser totalmente modificadas pelo ajuste do processo de extrao (KING,1992).

    A concentrao dos extratos vegetais usualmente empregadas nas formulaes cos-mticas varia em torno de 0,1 a 5%, podendo atingir de 15 at 20% para aquelas preparaescujo tempo de aplicao muito curto, como, por exemplo, mscaras faciais aplicadas e retira-das em um intervalo de tempo entre 20 e 30 minutos. A concentrao escolhida deve conside-rar, tambm, a natureza do lquido extrator e sua compatibilidade com a pele e com a formula-o. Por isso, quando seus ativos forem termolbeis, os extratos devem ser incorporados noproduto pronto, a frio, aps o preparo das formulaes que necessitam de aquecimento. Osleos vegetais geralmente so incorporados na concentrao de 0,1 a 8%, na fase oleosa dapreparao ou em formulaes de natureza aquosa, quando apresentarem hidrossolubilidadepela reao com xidos de etileno.

    Em 1989, Carams prope o uso de algas marinhas em cosmticos, sugerindo formula-es de produtos anticelulite, produtos hidratantes e amaciantes, e cosmticos para o trata-mento do cabelo. O autor afirma ainda que os extratos de algas apropriadamente escolhidos eadequadamente formulados oferecem grandes potencialidades no desenvolvimento de umagrande variedade de produtos cosmticos.

    Em 1999, Barreto estudou o papel das algas no rejuvenescimento cutneo, como novaalternativa de benefcios para os cosmticos. Este estudo afirma que o uso de um vetor sinrgico,como extrato de algas rico em polissacardeos sulfatados, pode ser substituto dos alfa-hidrxi-cidos, altamente irritantes em concentraes elevadas e, consequentemente, baixos pHs.Assevera ainda que a migrao de molcula altamente polar do hidrxi-cido atravs das do-bras polimricas est relacionada ligao de hidrognio, regulando a penetrao na pele epermitindo esfoliao, sem efeitos colaterais.

    Em 2003, Briand relatou que os cosmticos azuis ou ingredientes marinhos passaram demitos para realidades cientficas. O vegetal marinho, anteriormente conhecido como alga, foiusado principalmente em esforos de marketing at os anos 90. Desde ento, sua atividadeevoluiu para comprovar sua verdadeira eficcia. A alga deixou seu micromercado e vem fazen-do parte das matrias-primas usadas pela indstria internacional de cosmticos. No geral, subs-tncias algceas caminham para se tornar componentes importantes dos mais verdadeiroscosmticos de cuidado pessoal.

    Em 1997, em artigo de reviso enfocando os aspectos do emprego de fitoterpicos nahigienizao oral, abordando principalmente os leos essenciais, Nicoletti e colaboradoresafirmaram que o reino vegetal fonte inesgotvel de frmacos que podem ser utilizados nateraputica desde que devidamente estudados sob vrios aspectos tcnico-cientficos comcomprovao de sua atividade farmacolgica e inocuidade. A utilizao de fitoderivados per-mite grande versatilidade das formulaes para higienizao oral, podendo colaborar efetiva-

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    mente na manuteno da integridade da mucosa ou mesmo em sua regenerao. importan-te, porm, ressaltar que o sistema utilizado dever apresentar compatibilidade fisiolgica coma cavidade bucal, promovendo a manuteno das propriedades fsico-qumicas caractersticasdesse meio (pH, principalmente), que so necessrias eficcia da defesa natural, no desenca-deando o desequilbrio biolgico; caso contrrio, os resultados pretendidos com a utilizaodesses produtos no passaro de meras promessas de fabricantes, como tantas existentes narea cosmtica (NICOLETTI, 1997).

    Novacoski & Torres, em 2005, propuseram uma mistura de leos essenciais de Lavandulaofficinalis Chaix (lavanda), Melaleuca alternifolia Cheel (melaleuca), Juniperus virginiana L. (ce-dro), Eugenia caryophyllata Thunb. (cravo boto) e Thymus vulgaris L. (tomilho) para uso comoconservantes em cosmticos; entretanto, os resultados obtidos no foram conclusivos, umavez que o leo de cedro no apresentou atividade isoladamente, mas foi observado aumentoimportante da atividade antibacteriana da mistura equitativa dos leos.

    Embora algumas plantas sejam usadas com apelo do emprego de matria-prima vege-tal para atrair consumidores para aqueles cosmticos, muitas j apresentaram atividade cien-tificamente comprovada, como mostram alguns estudos.

    Os consumidores referem-se a cosmticos naturais como produtos relativos a plantas,com extratos vegetais, segundo Muller, 1993, que prope um cosmtico 100% natural, tendouma viso mais ampla do termo ingredientes naturais,considerando produtos com caracters-ticas melhoradas de biodegradabilidade, alcanando beleza sem crueldade e beleza semdanos ao meio ambiente.

    Em 1995, Bennett e colaboradores avaliaram uma mistura de alfa-hidrxi-cidos (AHAs)de ocorrncia natural e de origem vegetal, com o objetivo de estender o maior leque possvelaos seus efeitos benficos, variando a distribuio das cadeias de carbono. Para isso, identifica-ram plantas ricas em cidos gliclico, ltico, ctrico, mlico e tartrico, respectivamenteSaccharum officinarum L., Vaccinium myrtillus L., Citrus sinensis (L.) Osbeck e Citrus limonumRisso, Acer saccharum Marshall, cuja mistura continha 12 a 17% de cido gliclico, 28 a 32% decido ltico, 2 a 6% de cido ctrico, no mximo 1% de cido mlico e no mximo 1% de cidotartrico, com objetivo de avaliar seu efeito sobre a renovao celular. Os autores concluram,aps resultados positivos, que os AHAs de origem botnica no representavam um conceitorevolucionrio, mas sim um ingrediente natural e balanceado para o tratamento altamenteeficaz da pele.

    Nesse mesmo ano, Oliveira e Bloise propem extratos e leos naturais vegetais funcio-nais. Os autores indicam aplicaes e concentraes usuais de diversos ingredientes naturais,tais como: Prunus armeniaca L. (abricot), Aloe vera (L.) Burm. f. (aloe vera), Prunus amygdalusBatsch (amndoas doces), Calendula officinalis L. (calndula), Prunus persica (L.) Batsch (caroode pssego), Daucus carota L. (cenoura), Triticum sativum Lam. (germe de trigo), Sesamumindicum L. (gergelim), Helianthus annuus L. (girassol), Simmondsia chinensis (Link) C.K. Schneid.(jojoba), Limnanthes alba Hartw. ex Benth. (meadowfoam), Macadamia ternifolia F. Muell. (nozmacadmia), Oenothera biennis L. (prmula), Ricinus communis L. (rcino), Borago officinalis L.(semente de borragem), Prunus avium (L.) L. (semente de cereja), Papaver somniferum L. (se-mente de papoula), Vitis vinifera L. (semente de uva), Bixa orellana L. (urucum) Yucca schidigera

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    Ortgies (yucca), concluindo que os ingredientes naturais desempenharo um papel proemi-nente na cosmtica nos anos futuros e assegurando que os termos natural, derivado de naturale de origem natural tornar-se-o mais claros, embora naquela poca esses mesmos ingredien-tes pudessem contar com sua prpria funcionalidade e desempenho.

    No ano 2000, Silva e colaboradores propuseram o leo de babau como um novoadjuvante lipoflico. Obtido do coco da palmeira babau, cuja espcie predominante em umavasta rea das regies norte e nordeste do Brasil a Orbignya phalerata Mart., considerada aoleaginosa mais produtiva do mundo, uma vez que comea a produzir aos cinco anos de idadee atinge seu pice em torno de 35 a 40 anos. O leo apresenta, em sua composio, cidosgraxos de importncia cosmetolgica, como os cidos mirstico, palmtico e oleico, que o qua-lificam como adjuvante lipoflico em emulses tpicas do tipo leo em gua.

    Dweck, em 2002, mostrou que ingredientes naturais podem ser algo mais do que ape-nas apelos mercadolgicos na hora de redigir o texto publicitrio que ilustra a embalagem.Boas aplicaes da fitoqumica podem justificar o uso de ingredientes vegetais que tragamverdadeiros benefcios para a pele. Santos, em 2006, afirmou que o mercado de extratos vege-tais interessante e que h vrios diferentes tipos de extratos vegetais no mercado tanto dabiodiversidade local como internacional, bem como extratos em diversas concentraes eblends estveis de vrios extratos. Afirmou, tambm, que, infelizmente, esse ainda no ummercado plenamente mapeado em termos de volume e faturamento, mas sabido que cadavez mais produtores de matrias-primas tm-se voltado para esse negcio.

    Roque, em 2003, prope o uso de Mentha piperita L. (hortel) como aliada no combate sirritaes ps-barbear. A presena de flavononas conferiu conforto para a pele sensibilizada,atravs da reduo na liberao de mediadores celulares da inflamao (interleucina 1 alfa e 8,prostaglandina E8, histamina) e por estimular a produo de neuropeptdeos do bem-estar, asbeta-endorfinas. Em painel sensorial, os julgadores responderam a questionrios evidenciandobenefcios estatisticamente significativos das flavononas da hortel no alvio da queimaoprovocada pela lmina de barbear, proporcionando agradvel sensao de frescor e tonicidade pele.

    Oliveira ( 2003), mostra benefcios interessantes a partir de leo de maracuj e da man-teiga de cupuau. Um cosmtico contendo leo de semente de maracuj promoveu diminui-o dos nveis de oleosidade da pele evidenciada por alteraes significativas (p

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    Achillea millefolium L. contra Bacillus subtilis, um microrganismo que frequentemente apare-ce como contaminante em extratos, embora no cause nenhum dano. A eficcia antimicrobianade conservantes empregados em formulaes cosmticas foi avaliada usando Phenova eImidazolinidil ureia, que inibiram o crescimento de Bacillus subtilis no extrato de Achilleamillefolium L. e Nipagin/ Nipasol 0,2% em propilenoglicol no apresentaram efeitomicrobicida (Salvagnini et al., 2006).

    Priest, em 2006, relata que, nos ltimos 20 anos, o uso de ingredientes de origem natu-ral em cosmticos ganhou popularidade rapidamente, sendo includos nas formulaes paraagregar bioatividade, funcionalidade e apelo de marketing. Ele prope o uso de leo de chaustraliano, leo essencial produzido por destilao de vapor das folhas de Melaleuca alternifoliaCheel, planta nativa na costa leste da Austrlia, contendo, como componente ativo, o terpineno-4-ol, na concentrao de 40%, que atua como antibacteriano, antifngico e anti-inflamatrio.Entretanto, pelo seu forte odor, seu uso era restrito, at o surgimento de um derivado, com odorreduzido, obtido por processo de destilao fracionada, sem uso de solvente, que separa econcentra o terpineno-4-ol, conferindo propriedade anti-irritante, tornando-o adequado a pe-les sensveis tanto para produtos que permanecem como para os que so removidos da pele.

    Souza e colaboradores (2006) estudaram o potencial antimicrobiano de extratos deAchillea millefolium L. e concluram que eles no apresentaram resultados positivos.

    As espcies pertencentes ao gnero Stryphnodendron, conhecidas como barbatimo,so nativas do cerrado brasileiro. Possuem taninos como metablitos secundrios primordiaisde suas cascas apresentando, dentre outras, atividade antimicrobiana e cicatrizante. A concen-trao bactericida mnima (CBM) do extrato seco das cascas de Stryphnodendron adstringens(Mart.) Coville frente a duas bactrias Gram-positivas e uma bactria Gram-negativa foi deter-minada pela tcnica de diluio em tubos por Souza e colaboradores (2007). A atividadeantimicrobiana do extrato seco e a atividade antissptica de sabonete lquido contendo o ex-trato seco estudado foram avaliadas pelo mtodo de difuso em gar. O extrato apresentouvalores de concentrao bactericida mnima de 50mg/mL frente a Staphylococcus aureus e75mg/mL contra Staphylococcus epidermidis e Escherichia coli e, no teste de difuso em gar,S. aureus apresentou maior sensibilidade ao extrato seco que as outras bactrias. O sabonetelquido mostrou maior eficincia na atividade antissptica contra as bactrias testadas na con-centrao de 100 mg de extrato/mL de sabonete.

    Galhardo e colaboradores (2007) estudaram o potencial antimicrobiano do leo essen-cial de Eugenia uniflora L, para cosmticos a serem empregados na cavidade bucal bem comoavaliaram a interferncia da poca de coleta das folhas na qualidade do leo, em relao aopotencial inibitrio de crescimento microbiano de microrganismos da cavidade bucal. Pormeio dos resultados obtidos na avaliao antibacteriana, os autores concluram que os leosessenciais de Eugenia uniflora L. estudados apresentaram atividade antibacteriana e que apoca do ano em que foram coletadas as folhas para a extrao do leo no apresentou influn-cia no poder de inibio. A partir desses resultados, os autores propem o desenvolvimento deformulaes de enxaguatrio bucal e pasta dentifrcia contendo o leo essencial de pitanga epropem, tambm, avaliar a atividade antibacteriana do leo incorporado a essas formulaespara verificar se o leo essencial de pitanga poderia ser utilizado como uma alternativa ao usoda clorhexidina.

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    Iha e colaboradores, em 2008, realizaram estudo fitoqumico de goiaba (Psidium guajavaL.) para avaliar o potencial antioxidante visando ao desenvolvimento de formulaofitocosmtica. Considerando a qualidade dos fitoterpicos, importante salientar que a preo-cupao com essa questo incluiu rigoroso acompanhamento das diferentes etapas do desen-volvimento e produo, desde a coleta do vegetal at a disponibilidade do produto final. Nessetrabalho, os autores realizaram o controle da qualidade, avaliaram o potencial antioxidantecomo tambm realizaram ensaios biolgicos in vitro do fruto da goiabeira (Psidium guajava L.)para o desenvolvimento de uma formulao fitocosmtica. Os resultados mostraram que ofruto apresenta taninos e flavonoides bem como atividades antioxidante e antimicrobiana. Aanlise microbiolgica no apresentou crescimento de patgenos na formulao desenvolvi-da entre os outros testes realizados. Destaca-se, nesse estudo, a importncia do estabeleci-mento do controle da qualidade para as plantas, a fim de que sejam utilizadas para o desenvol-vimento de uma formulao fitocosmtica segura, eficaz e de qualidade.

    Cefali e colaboradores, em 2009, avaliaram o potencial do tomate salada como fontealternativa de antioxidante para uso tpico. O objetivo do estudo foi obter um extrato ricoem licopeno atravs da polpa desse tomate. O extrato foi analisado utilizando os mtodos deespectroscopia no ultravioleta/visvel, cromatografia de camada delgada e cromatografialquida de alta eficincia. A atividade antioxidante do extrato foi avaliada utilizando o mtododo radical livre 2,2-difenil-1-picrilhidrazila (DPPH). Foi identificada a presena de licopeno napolpa do tomate salada e o extrato apresentou uma frao apolar rica em carotenoides refe-rente a 96,70% de licopeno. Na avaliao da atividade antioxidante usando o radical DPPH, oextrato apresentou atividade (IC50 de 0,311 mg/mL). Nesse estudo, os autores concluramque o tomate salada uma fonte rica em licopeno e pode ser utilizado como antioxidantepara uso tpico.

    Migliato e colaboradores, em 2009, verificaram a atividade antibacteriana de sabonetelquido contendo extrato gliclico de Dimorphandra mollis Benth., conhecido como falsobarbatimo. Essa planta utilizada topicamente como cicatrizante, adstringente eantimicrobiano. No estudo, foi verificada a atividade antibacteriana de sabonete lquido con-tendo extrato gliclico de D. mollis (EGD) em diferentes concentraes (8, 15 e 20%) e emdiferentes pHs (6 e 8). Muitas vezes a atividade antibacteriana de extratos vegetais incorpora-dos em formulaes dose-dependente. Assim, foram empregadas concentraes aleatriasde extrato gliclico, trabalhando numa faixa de concentrao de extrato relativamente alta (8 a20%) e procurando garantir que a proposta do sabonete lquido antissptico fosse positiva.Outro fator a ser considerado diz respeito aos problemas tcnicos em relao ao sabonetelquido. Concentraes superiores s escolhidas poderiam afetar a estrutura da frmula e com-prometer a capacidade espumgena da preparao e interferir negativamente sobre a visco-sidade. Os autores observaram que o sabonete lquido contendo o EGD, de acordo com o ensaiode difuso em gar realizado em triplicata, independentemente da concentrao e do pH em-pregados, no apresentou atividade antibacteriana.

    Hubinger (2010) avaliou o potencial antioxidante de Dimorphandra mollis Benth. Oobjetivo do estudo foi obter um extrato rico em flavonoides a partir dos frutos de D. mollis.Ricos nos flavonoides rutina e quercetina, compostos com elevada atividade antioxidante, os

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    frutos desse vegetal podem ser utilizados na preveno de enfermidades causadas por radicaislivres. O extrato foi analisado utilizando os mtodos de doseamento por espectrofotometria(teor de flavonoides totais de 33,71%) e cromatografia lquida de alta eficincia. O extrato apre-sentou, ainda, ao antioxidante favorvel frente aos radicais DPPH e ABTS.

    AVALIAO DA QUALIDADE DE MATRIAS-PRIMAS VEGETAIS

    Os parmetros da qualidade para fins farmacuticos so, em princpio, estabelecidosnas Farmacopeias e Cdigos oficiais. No caso das matrias-primas vegetais oriundas de plantasclssicas, ou seja, aquelas estudadas tanto do ponto de vista qumico, quanto farmacolgico,existem monografias definindo critrios de identidade, de pureza e de teor de constituintesqumicos. Dependendo da origem vegetal, podem ser utilizadas, alm da Farmacopeia Brasi-leira, outras farmacopeias como, por exemplo, Farmacopeia Alem, Farmacopeia Americana,Farmacopeia Argentina, Farmacopeia Britnica, Farmacopeia Europeia, Farmacopeia Francesa,Farmacopeia Internacional (OMS), Farmacopeia Japonesa, Farmacopeia Mexicana e FarmacopeiaPortuguesa (BRASIL, 2009). Ainda, quando uma planta a ser usada ou estudada no consta emuma farmacopeia atualizada, essencial que o usurio dessa planta como matria-prima ela-bore uma monografia estabelecendo seus padres de qualidade. Assim, a qualidade adequadadas matrias-primas deve ser realizada de acordo com bases cientficas e tcnicas. Nos proce-dimentos rotineiros de anlise da qualidade, geralmente preconizado o emprego demetodologias qumicas, fsicas ou fsico-qumicas e biolgicas, sendo necessria a correlaoentre os parmetros analisados e a finalidade a que se destina. Estabelecidos estes critrios, oemprego de protocolos de anlise, permitindo o acompanhamento e a documentao de to-dos os procedimentos, fundamental para assegurar e o gerenciar a qualidade (SIMES et al.,2004; YANG et al., 2010).

    CONTROLE DE QUALIDADE DE FORMULAES FITOCOSMTICAS

    Um fitocosmtico deve passar por todas as etapas de pesquisa: proposio, criao edesenvolvimento, incluindo os testes de estabilidade, para assegurar a atividade durante todasua vida til (ISAAC et al., 2008).

    A estabilidade um parmetro de validao muito pouco descrita em normas de vali-dao de metodologia analtica (VILEGAS & CARDOSO, 2007), mas necessria para assegurar aqualidade do fitocosmtico, desde a fabricao at a expirao do prazo de validade. Variveisrelacionadas formulao, ao processo de fabricao, ao material de acondicionamento e scondies ambientais e de transporte, assim como cada componente da formulao ser ativoou no, podem influenciar na estabilidade do produto.

    As alteraes podem ser extrnsecas, ou seja, relacionadas a fatores externos aos quaiso produto est exposto (tempo, temperatura, luz e oxignio, umidade, material de acondicio-

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    namento e vibrao) e intrnsecas, relacionadas natureza das formulaes e, sobretudo, interao de seus ingredientes entre si e/ou com o material de acondicionamento: incompati-bilidade fsica e incompatibilidade qumica, como, por exemplo, pH, reaes de xido-redu-o, reaes de hidrlise, interao entre ingredientes da formulao e interao entre ingredi-entes da formulao e o material de acondicionamento (ISAAC et al., 2008).

    TESTES DE ESTABILIDADE

    Estabilidade preliminarO teste de estabilidade preliminar consiste em submeter a amostra a condies ex-

    tremas de temperatura e realizar os ensaios em relao aos vrios parmetros de acordo coma forma cosmtica estudada. O teste de estabilidade preliminar tem a durao de 15 dias,sendo a primeira avaliao realizada no tempo um (t1), que corresponde a 24 horas aps amanipulao e/ou produo, para que o produto possa adquirir viscosidade e consistnciafinal aps sua maturao. As outras avaliaes devem ser realizadas diariamente, durantetoda a durao do teste. Alguns dos parmetros a serem analisados para cada amostra soaspecto, cor, odor, pH, viscosidade, densidade, condutividade eltrica e devem ser apresen-tados como a mdia aritmtica dos valores obtidos dos testes realizados em triplicata (BRA-SIL, 2004; ISAAC et al., 2008).

    Estabilidade aceleradaEste teste tem como objetivo fornecer dados para prever a estabilidade do produto,

    tempo de vida til e compatibilidade da formulao com o material de acondicionamento(BRASIL, 2004). Emprega condies no extremas e serve como auxiliar na determinao daestabilidade da formulao. um estudo preditivo e pode ser usado para estimar o prazo devalidade, mas pode ser empregado, ainda, quando houver mudanas na composio ou noprocesso de fabricao, na embalagem primria ou para validar equipamentos e, tambm, nocaso de fabricao terceirizada. As amostras devem ser acondicionadas em frascos de vidroneutro ou na embalagem a ser acondicionadas como produto final, o que pode antecipar aavaliao da compatibilidade entre a formulao e a embalagem. importante que a quantida-de de produto seja suficiente para as avaliaes necessrias e que o volume total da embala-gem no seja completado, sendo respeitado um tero da capacidade da embalagem parapossveis trocas gasosas. O teste de estabilidade acelerada tem durao de 90 dias, emborapossa ser estendido para seis meses ou um ano, em funo das caractersticas do produto a seranalisado. As amostras devem ser submetidas a aquecimento em estufas, resfriamento emrefrigeradores, exposio radiao luminosa e ao ambiente, com controle da temperatura eanalisadas em relao aos vrios parmetros de acordo com a forma cosmtica estudada (BRA-SIL, 2004; ISAAC et al., 2008).

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    Teste de prateleiraA amostra, acondicionada em embalagem apropriada e mantida em temperatura am-

    biente, deve ser analisada periodicamente, at o trmino do prazo de validade, em relao aosvrios parmetros de acordo com a forma cosmtica estudada.

    ENSAIOS FSICO-QUMICOS

    Os parmetros a serem avaliados nos ensaios de estabilidade devem ser definidos edependero no s das caractersticas do produto como tambm dos componentes da formu-lao e, principalmente, da forma cosmtica. Podem ser classificados em organolpticos, fsi-co-qumicos e microbiolgicos. Um cuidado a ser tomado com os ensaios realizados quedevem, de fato, representar o conjunto de parmetros que avaliem a estabilidade do produto.

    CentrifugaoEm tubo de ensaio para centrfuga, cnico, graduado, de 10g de capacidade, devem ser

    pesados, em balana semianaltica, cerca de 5g da amostra a ser analisada, os quais devem sersubmetidos a rotaes crescentes de 980, 1800 e 3000rpm, em centrfuga, durante quinzeminutos em cada rotao, temperatura ambiente (IDSON, 1988; IDSON, 1993a; IDSON, 1993b;RIEGER, 1996). A no ocorrncia de separao de fases no assegura sua estabilidade, somenteindica que o produto pode ser submetido, sem necessidade de reformulao, aos testes deestabilidade (ISAAC et al., 2008).

    Estresse trmicoEm embalagem adequada, semelhante quela a ser usada para a comercializao do

    produto cosmtico, 10g da amostra devem ser submetidos a condies extremas de tempera-tura, como 5 C e 45 C, para deteco de sinais de instabilidade a mudanas de temperaturase sob manuteno de temperaturas baixas e elevadas por um determinado intervalo de tem-po. A no ocorrncia de separao de fases deve ser indicativa de estabilidade do produtoensaiado (ISAAC et al., 2008).

    Ciclos de congelamento e descongelamentoEm embalagem adequada, semelhante quela a ser usada para a comercializao do

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    produto cosmtico, cerca de 10g da amostra devem ser submetidos a condies extremas detemperatura, nos chamados ciclos, sendo considerados para efeito de estudo de estabilidadepreliminar a realizao de, pelo menos, seis ciclos. Os ciclos de congelamento e descongela-mento alternam 24 horas em temperaturas elevadas e 24 horas em temperaturas baixas, sen-do recomendados os seguintes conjuntos: ambiente e 52 C; 402 C e 42 C; 452 C e 52 C e 502 C; 52 C ( BRASIL, 2004, ISAAC et al., 2008).

    Exposio radiao luminosaEm embalagem adequada, semelhante quela a ser usada para a comercializao do

    produto cosmtico, cerca de 10g da amostra devem ser submetidos a condies extremas deincidncia luminosa direta, para deteco de sinais de instabilidade exposio luz. A noocorrncia de separao de fases e a no alterao da colorao devem ser indicativas de esta-bilidade do produto ensaiado (BRASIL, 2004; ISAAC et al., 2008).

    Aspecto

    A amostra deve ser analisada, em relao ao padro, a fim de avaliar as caractersticas

    macroscpicas para verificao de sinais de instabilidade. A no ocorrncia de separao de

    fases, de precipitao e de turvao deve ser indicativa de estabilidade da amostra ensaiada. O

    aspecto pode ser descrito como granulado, p seco, p mido, cristalino, pasta, gel, fluido,

    viscoso, voltil, homogneo, heterogneo, transparente, opaco e leitoso. A amostra pode ser

    descrita como normal, sem alterao; levemente separada, precipitada, turva; separada, preci-

    pitada, turva (ISAAC et al., 2008).

    CorA colorimetria deve ser realizada pela comparao visual, sob condies de luz branca

    e espectrofotomtrica, pela anlise na regio espectral do visvel, da cor da amostra com a cordo padro, armazenado nas mesmas condies e embalagem que a amostra. A comparaovisual da cor da amostra ensaiada com a cor do padro deve ser realizada em cerca de 5g daamostra acondicionadas em frascos iguais. A fonte de luz empregada deve ser a luz branca,natural. Cerca de 1,5g da amostra ensaiada diludas em gua destilada, na proporo de 1:1 (p/p) deve ser submetidos colorimetria espectrofotomtrica pela anlise da varredura, na regiodo visvel, e comparao com a varredura do padro. Efeitos hipercrmico e hipocrmico,referentes intensidade da banda e efeitos batocrmico ou hipsocrmico, referentes varia-o no comprimento de onda relativo mxima absoro, so indicativos de alterao na in-

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    tensidade da cor ou mesmo modificao da colorao e, portanto, podem ser indicativos deinstabilidade. A amostra pode ser classificada, em relao cor, em normal; sem alterao;levemente modificada; modificada; intensamente modificada (BRASIL, 2004, ISAAC et al., 2008).

    OdorO odor da amostra ensaiada deve ser comparado ao odor do padro, diretamente pelo

    olfato. A amostra pode ser classificada, em relao ao odor, em normal, sem alterao, leve-mente modificado, modificado e intensamente modificado (ISAAC et al., 2008).

    pH

    A determinao do pH deve ser realizada em uma disperso aquosa a 10% (p/p) da

    amostra ensaiada em gua recm-destilada, usando potencimetro digital, avaliando a dife-

    rena de potencial entre dois eletrodos imersos na amostra em estudo (BRASIL, 2004). O eletro-

    do deve ser inserido diretamente na disperso aquosa da amostra (DAVIS & BURBAGE, 1997), e

    valores mantidos entre 5,5 e 6,5, compatveis com o pH cutneo, devem ser usados como

    critrio de estabilidade (ISAAC et al., 2008).

    Densidade

    A densidade relativa a relao entre a densidade absoluta da amostra e a densidade

    absoluta de uma substncia usada como padro. Quando a gua utilizada como substncia

    padro, a densidade determinada a densidade especfica (BRASIL, 2007). A determinao da

    densidade especfica deve ser realizada em picnmetro, acoplado com termmetro, previa-

    mente pesado vazio, para determinao da massa do picnmetro vazio. A amostra deve ser

    inserida no picnmetro e a temperatura deve ser ajustada para 20 C, quando, ento, o

    picnmetro deve ser pesado, para determinao da massa do picnmetro com a amostra. A

    diferena entre a massa do picnmetro com a amostra e do picnmetro vazio a massa da

    amostra. A relao entre a massa da amostra e a massa da gua, ambas a 20 C, representa a

    densidade especfica da amostra ensaiada (FARMACOPEIA BRASILEIRA, 2001).

    Viscosidade

    A viscosidade depende das caractersticas fsico-qumicas e das condies de tempe-

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    ratura do material (BRASIL, 2007). Pode ser determinada em viscosmetro rotativo coaxial,acoplado a banho termostatizado e a computador para uso de software especfico para o equi-pamento, que tem como princpio a velocidade de rotao de eixos metlicos imersos nomaterial ensaiado, e consiste na medio do torque requerido para rodar o sensor imerso naamostra. O controle da temperatura e a escolha do sensor so fundamentais para a adequaoda leitura. O sensor deve ser mergulhado diagonalmente na amostra, para evitar formao debolhas. A quantidade adequada de amostra deve ser inserida no dispositivo de amostras; osensor imerso deve possibilitar, sob velocidades crescentes, a leitura das viscosidades. Podemser traadas curvas ascendente e descendente, correspondentes a velocidades crescentes edecrescentes, a fim de serem classificados os sistemas em newtonianos ou no-newtonianos,isto , que apresentam ou no viscosidades constantes sob qualquer condio (ISAAC et al.,2008).

    EspalhabilidadeA determinao da espalhabilidade da amostra deve ser realizada a partir da leitura dos

    dimetros abrangidos pela amostra em um sistema formado por uma placa-molde circular devidro com orifcio central, sobre uma placa suporte de vidro posicionada sobre uma escalamilimetrada (KNORST & BORGHETTI, 2006). Cerca de 0,3g de amostra devem ser colocadasentre duas placas de vidro, com 10 X 18cm e 0,5cm de espessura, sendo uma delas dispostasobre um papel milimetrado, colado em uma placa de madeira. A adio de pesos de 250, 500,750 e 1000g, a cada trs minutos, na placa superior, promove o espalhamento do produto, quepode ser medido como extensibilidade, em centmetros (ISAAC et al., 2008).

    Anlise trmica

    A anlise trmica deve ser realizada submetendo a amostra anlise por Calorimetria

    Exploratria Diferencial (DSC) e Termogravimetria (TG/DTG). A massa da amostra deve ser colo-

    cada em cadinho de platina para as anlises de TG e DTG e em cadinho de alumnio com tampa

    perfurada para a anlise de DSC. A razo de aquecimento deve ser determinada experimental-

    mente, em atmosfera de N2, utilizando uma ampla faixa de temperatura (ISAAC et al., 2008).

    EspectrofluorimetriaA espectrofluorescncia pode ser empregada para detectar a presena de perxido

    por meio de uma sonda que se torna fluorescente na presena de perxidos, aps incubao

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    em meio tamponado (PYTEL et al., 2005).

    Granulometria a laserNo equipamento de granulometria por difrao a laser, a distribuio de tamanho da

    partcula calculada comparando o ensaio de uma amostra com um modelo tico apropriado.Esse ensaio pode ser realizado para determinao da estabilidade de sistemas emulsionados.

    Estudo do comportamento reolgicoA determinao do comportamento reolgico pode ser realizada em remetro acoplado

    em banho termostatizado, por meio de ensaios rotativos e oscilatrios, para caracterizaoreolgica completa dos produtos estudados. Os ensaios rotativos permitem anlise do fluxo daamostra, da tixotropia, da rea de histerese e determinao do limite de escoamento, utilizan-do uma tenso de cisalhamento por um determinado perodo de tempo para a curva ascen-dente e mesmo tempo para a curva descendente, obtendo, por exemplo, dados relativos a umponto por segundo, sob temperatura controlada. Os ensaios oscilatrios permitem analisar adeformao e a recuperao da amostra, a susceptibilidade mecnica, depois de aplicadastenses de cisalhamento por um determinado perodo de tempo, em temperatura controlada,com o sensor adequado consistncia de cada produto analisado. A amostra deve ser exposta fora oscilatria, isto , deve ser submetida a uma tenso de cisalhamento utilizandofrequncias variveis, sendo possvel analisar a viscosidade dinmica (), os mdulos deestocagem ou armazenamento (G) e de perda ou deformao (G), os quais possibilitam inferirsobre a deformao e a recuperao de amostras aps o cisalhamento, avaliando aviscoelasticidade dos sistemas (Isaac et al., 2008). Em qualquer tipo de ensaio, devem ser utili-zados o sensor (placa-placa, cone-placa ou copos com cilindros coaxiais), a tenso decisalhamento, a temperatura e o tempo de anlise adequados para cada sistema (ISAAC et al.,2008). Para produtos tpicos, recomendada a temperatura de 32 C, por representar a tem-peratura da pele (SALGADO et al., 2010).

    ENSAIOS MICROBIOLGICOSO objetivo do controle microbiolgico de fitocosmticos assegurar uma produo de

    boa qualidade, livre de determinados microrganismos, principalmente os potencialmente pre-judiciais ao usurio, bem como garantir uma preparao adequada, que permanea como tal,mesmo aps uso contnuo pelo consumidor (CARTURAN, 1999).

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    Para estudos de estabilidade microbiolgica, geralmente, recomenda-se o ensaio dedesafio para o sistema conservante. Esse teste deve ser feito quando o produto for susceptvel contaminao potencialmente perigosa ao consumidor (PINTO et al., 2003). Em geral, acei-tvel que a carga microbiana de um produto no-estril mantenha-se dentro dos limites esta-belecidos pelos compndios oficiais com o tempo de armazenamento (vida til); entretanto,no desejvel que aumente (PINTO et al., 2003).

    O teste para avaliao de sistemas conservantes foi descrito pela primeira vez naFarmacopia Americana em 1970, e abrangia somente produtos estreis aquosos injetveis,oftlmicos e nasais. Esse mtodo permaneceu inalterado por cerca de vinte e cinco anos devi-do sua boa reprodutibilidade, contribuindo significativamente no estudo da eficcia do siste-ma conservante (PINTO et al., 2003). Neste teste, conhecido por desafio, inculos de 105-106 demicrorganismos-teste das bactrias Staphylococcus aureus, Pseudomonas aeruginosa eEscherichia coli e dos fungos Aspergillus niger e Candida albicans, microrganismos que geral-mente aparecem como contaminantes de cosmticos, so inoculados no conservante ou nasformulaes que os contenham, sendo feito um acompanhamento da viabilidade desses mi-crorganismos nos tempos de incubao de 7, 14 e 28 dias (USP 33, 2010).

    Para Orth (1997), os testes de eficcia conservante so realizados com o objetivo dedeterminar o tipo e a concentrao mnima de efetividade do conservante necessria para aconservao satisfatria das formulaes. De acordo com Orth & Steinberg (2003), trata-se detestes de segurana de um produto. Embora os cosmticos e produtos que contenham guano necessitem ser estreis, visto no serem aplicados em superfcies estreis, formulaesque se conservam adequadamente devem ter um sistema de conservao que as tornem, decerta forma, autoesterilizveis, ou seja, devem matar os microrganismos contaminantes emtempo suficientemente rpido, de modo que no se tornem um perigo para a sade e nopassem por alteraes fsicas inaceitveis, como modificao de pH, cor, odor, viscosidade,dentre outros fatores, que poderiam, inclusive, causar transtornos pele do consumidor docosmtico.

    Um mtodo alternativo para a avaliao da eficcia de sistemas conservantes baseadono fato de que uma determinada populao de microrganismos, quando exposta ao agenteantimicrobiano, perde sua viabilidade de modo regular, e a frao de sobreviventes decresceexponencialmente com o tempo (ORTH, 1979). Assim, utiliza-se o valor D como sendo o temponecessrio para a reduo de 90% da populao de microrganismos-teste quando submetidaao agente letal sob condies constantes. Esses valores podem ser calculados por meio de umacurva expressa pela funo obtida entre o log do nmero de sobreviventes e o tempo (regres-so linear) aps inoculao (OLIVEIRA, 1999).

    Posteriormente, outras publicaes como as da Federation InternationalePharmaceutiqu (FIP), Farmacopeias Britnica, Europeia e Japonesa, alm da The CosmeticToiletry and Fragance Association (CTFA), publicaram seus mtodos, entre os quais havia algu-mas diferenas de interpretao (PINTO et al., 2003).

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    Protocolos microbiolgicosAs amostras devem ser avaliadas considerando-se a Resoluo 481/99 (BRASIL, 1999) e

    o fato de no conterem conservantes. Realiza-se a contagem de microrganismos mesfilosaerbios (bactrias e fungos) pela tcnica de semeadura em profundidade (pour plate) e apesquisa de bactrias patognicas especficas (FARMACOPEIA BRASILEIRA, 1988; KONEMAN etal., 2001; PINTO et al., 2003).

    Desse modo, alquotas de 10g das formulaes devem ser acrescentadas em meiosde cultura especficos, determinando-se o nmero total de microrganismos e a presena deSalmonella sp., Escherichia coli, Pseudomonas aeruginosa e Staphylococcus aureus. Nessasanlises devem ser utilizadas amostras representativas do contedo dos produtos, conformemtodos preconizados na United States Pharmacopeia (USP 33, 2010) e por Carturan (1999)no Guia ABC de Microbiologia, da Associao Brasileira de Cosmetologia (ABC). As anlisesdevem ser feitas em triplicata para cada uma das amostras estudadas. As formulaes sujei-tas ao controle microbiolgico devem ser armazenadas em recipientes assepticamente lim-pos, na ausncia de umidade e luz, em locais frescos e arejados, segundo a FarmacopeiaBrasileira (1988).

    Validao do mtodo de estimativa do nmero de microrganismos viveisEm placas de Petri previamente esterilizadas, deve-se adicionar alquotas de 1mL das

    diluies 1:2 ou 1:10 das amostras em soluo salina, 0,5mL de suspenso microbiana (cerca de102 UFC/mL) de cada microrganismo padro estudado e15 mL de meio gar soja-casena TSA. Omtodo deve ser realizado em duplicata para cada micro-organismo e diluio. O controledeve ser determinado simultaneamente, transferindo-se 0,5mL de cada suspenso microbianapara placas contendo 15mL de TSA (BOU-CHACRA et al., 2005).

    Estimativa do nmero de microrganismos viveisInicialmente, deve-se realizar a assepsia das embalagens das formulaes com etanol

    70%, seguindo-se pela pesagem de 10g da amostra em um bquer estril. Dilui-se a amostra,transferindo-a para erlenmeyer estril com 90mL de meio Letheen (diluio 10-1), o qual serhomogeneizado em vrtex. Desse primeiro frasco, transferir 10mL para o segundo, contendo90 mL de salina estril (diluio 10-2), homogeneizando novamente. Prosseguir com a transfe-rncia de 1mL de cada diluio, acrescentando-se 15 a 20mL de TSA estril, resfriado em umatemperatura aproximada de 45 C, em duas placas de cada diluio, e gar Sabouraud (AS) nasoutras duas placas. Os ensaios devem ser conduzidos em triplicata. Realizar a homogeneizaoe, aps a solidificao, incubar as placas contendo o meio TSA por 24 horas a 361C (cresci-mento de bactrias) e aquelas com AS, a 271 C por 7 dias (crescimento de bolores e levedu-ras). Aps o perodo de incubao, fazer a contagem das colnias crescidas nesses meios de

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    cultura, calculando posteriormente o nmero de microrganismos/g do produto e multiplican-do pela diluio utilizada, os quais sero expressos em UFC/g.

    Pesquisa de Salmonella sp. e Escherichia coliPara a pesquisa de Salmonella sp. e Escherichia coli deve-se transferir, assepticamente,

    10g de amostra para 90mL de caldo lactosado. O caldo deve ser incubado a 361C durante 24

    horas. Aps esse perodo, observar o meio quanto ao crescimento. No segundo dia, transferir 1mL

    do caldo lactosado para dois tubos contendo caldo tetrationato e caldo selenito cistina, que de-

    vem ser incubados a 361C durante 24 horas, para a pesquisa de Salmonella sp. Aps esse

    perodo, semear, com uma ala de platina, amostra do caldo tetrationato para um tubo contendo

    gar inclinado verde brilhante e trs placas de Petri contendo gar xilose-lisina-desoxicolato

    (XLD) e gar bismuto sulfito. Proceder da mesma forma com a amostra inoculada no caldo selenito

    cistina e transferir para os trs meios, que sero incubados a 361C durante 24 horas. Observar o

    crescimento e as caractersticas das colnias. As suspeitas devem ser semeadas com ala reta em

    tubo contendo gar inclinado ferro-trs acares (TSI) e incubadas a 37C durante 24 horas. Para a

    pesquisa de E. coli, transferir 1mL do caldo lactosado para a placa de Petri contendo gar MacConkey.

    Incubar a 361C durante 24 horas. Observar o crescimento e as caractersticas das colnias. As

    colnias suspeitas devem ser semeadas com ala de platina em placas de Petri contendo gar

    eosina azul de metileno (EMB). Incubar a 361C durante 24 horas.

    Pesquisa de Staphylococcus aureus e Pseudomonas aeruginosa

    Para pesquisa de Staphylococcus aureus e Pseudomonas aeruginosa deve-se transferir,

    assepticamente, 10g de amostra para 90mL de caldo casena-soja. Incubar o caldo a 361C

    durante 24 a 48 horas. Aps esse perodo, observar o meio quanto ao crescimento. Semear em

    placas de Petri contendo gar Vogel Johnson para a pesquisa de S. aureus e em placas de gar

    cetrimida para a pesquisa de P. aeruginosa. Incubar a 361C durante 24 horas. Depois, obser-

    var o crescimento e as caractersticas das colnias.

    Avaliao da eficcia dos fitocosmticos como sistema conservante

    Com a finalidade de avaliar a eficcia dos fitocosmticos como sistema conservante,

    efetua-se o teste de desafio e clculo do valor D. Para a realizao dos experimentos, necess-

    rio inicialmente realizar ensaios preliminares para padronizao do inculo dos diferentes

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    microrganismos usados, de modo a se quantificar o nmero de clulas em torno de 106 -107/

    microrganismos/g nas formulaes.

    Teste de desafio

    Para realizar o teste de desafio, deve-se inocular 106 clulas/g da amostra de cada um

    dos microrganismos-teste (E. coli, S. aureus, P. aeruginosa, Candida albicans e Aspergillus niger)

    cultivados previamente em caldo casena-soja (TSB) por 6 horas a 361C (bactrias) e caldo

    Sabouraud a 271C (fungos), individualmente, em 10g de cada uma das amostras. Imediata-

    mente aps a inoculao, retirar amostras de 1g de cada uma das formulaes contaminadas

    (tempo 0), diluindo-se em caldo Letheen e, a seguir, em tubos com soluo salina at atingir a

    concentrao necessria para a contagem de colnias, sendo posteriormente semeados 100

    L na superfcie de placas contendo TSA e AS (PINTO et al., 2003; USP 33, 2010). Aps incubao

    a 361C e 271C, respectivamente, para bactrias e fungos, retirar amostras nos tempos de

    7, 14 e 28 dias de incubao para a realizao da contagem de colnias, expressando os valores

    obtidos em UFC/g (PINTO et al., 2003; USP 33, 2010). Os ensaios devem ser realizados em

    duplicata, utilizando como controle negativo formulao sem conservante e, como controle

    positivo, formulao com conservante.

    Clculo do valor D

    Para calcular o valor D, deve-se inocular 106 clulas/g da amostra de cada um dos micror-

    ganismos-teste (E. coli, S. aureus, P. aeruginosa, Candida albicans e Aspergillus niger) cultivados

    previamente em caldo casena-soja (TSB) por 6 horas a 361C (bactrias) e caldo Sabouraud a

    271C (fungos), individualmente, em 10g de cada uma das amostras. Imediatamente aps a

    inoculao, retirar amostras de 1g de cada uma das formulaes contaminadas (tempo 0), dilu-

    indo-se em caldo Letheen e, a seguir, em tubos com soluo salina at atingir a concentrao

    necessria para a contagem de colnias, sendo posteriormente semeados 100 L na superfcie

    de placas contendo TSA e AS (PINTO et al., 2003; USP 33, 2010). Aps incubao a 361C e

    271C, respectivamente, para bactrias e fungos, deve-se realizar a contagem de colnias,

    expressando os valores em UFC/g. As contagens devem ser realizadas nos tempos de incuba-

    o de 2, 24 e 48 horas para bactrias e 4, 24, 48 horas e 7 dias para fungos, na temperatura

    ambiente (PINTO et al., 2003; USP 33, 2010). Os ensaios devem ser realizados em duplicata,

    utilizando como controle negativo formulao sem conservante e, como controle positivo,formulao com conservante.

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    CITOTOXICIDADE

    Ensaios para avaliar a citotoxicidade de extratos e leos vegetais no eram realizados,at h pouco tempo, quando se usavam plantas e/ou seus derivados em produtos para aplica-o tpica; entretanto, essa prtica vem sendo realizada nas pesquisas atuais, garantindo segu-rana no uso de ativos vegetais. Citotoxicidade significa causar efeito txico em nvel celular.Entre os efeitos txicos, podem ser citadas a morte celular, alteraes na permeabilidade damembrana, ou a inibio enzimtica. Os ensaios in vitro so normalmente efetuados como umteste de triagem inicial na primeira fase da avaliao de citotoxicidade. A necessidade de estu-dos do comportamento celular in vitro sobre extratos de diferentes materiais fundamentalpara o uso racional e seguro na prtica mdica. No mtodo in vitro, podem ser observados osprocessos de crescimento celular diretamente sobre as substncias testadas. Os testes in vitroso realizados utilizando linhagens celulares permanentes ou culturas primrias (por exemplo,fibroblastos da pele). Alguns autores afirmam que as culturas primrias refletiriam de formamais precisa as situaes in vivo, entretanto apresentam dificuldades no cultivo. Outros afir-mam que o uso de linhagens celulares estabelecidas oferece vantagens no cultivo, pois a defi-nio das condies de cultura evita variaes individuais e a interferncia de complexasinteraes que ocorrem in vivo (FRESHNEY, 2005).

    Extrato padronizado de Ginkgo biloba L. (EGb 761), significativamente pode suprimir aproliferao e aumentar a citotoxicidade em clulas HepG2. O extrato de Ginkgo biloba L.continha 22-27% de flavonoides e 5-7% de terpenoides em 10mL/L de etanol e 10mL/L desoluo de sorbitol (CHAO et al., 2004).

    Extrato aquoso de Mentha piperita L. mostrou que determinadas doses por tempo deexposio de 24 horas reduziram o crescimento do organismo Tetrahymena pyriformis (NEVESet al., 2009). Esse microrganismo um gnero de protozorios ciliados no patognicos de vidalivre, encontrados principalmente em gua fresca.

    O extrato aquoso de folhas de Centella asiatica (L.) Urb. mostrou, nos testes decitotoxicidade frente a clulas BHK-21 (linhagem de cncer de rim) e linhagem A549 (linhagemde cncer de pulmo), uma concentrao citotxica acima de 1000ug/mL, representando umabaixa citotoxicidade do extrato testado (PITTELLA et al., 2009).

    Uma subfrao isolada de extrato etanlico de cascas de Stryphnodendron adstringens(Mart.) Coville mostrou, nos testes de citotoxicidade frente a clulas Vero e macrfagos, umaconcentrao citotxica acima de 100mg/mL relativa concentrao inibitria mnima de5,470,92 mg/L, representando uma baixa citotoxicidade da amostra ensaiada (ISHIDA et al.,2006).

    A avaliao da segurana de fitocosmticos abrange ensaios de citotoxicidade, o quepode representar um aumento de trabalhos de pesquisa cujo objetivo seja avaliar acitotoxicidade de ativos vegetais empregados em cosmticos. Assim, em um futuro prximo,novas metodologias, em diferentes linhagens celulares, devero ser propostas para avaliar asegurana desses produtos.

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    A absoro percutnea de substncias depende, criticamente, da natureza do veculo.Isso explica, por exemplo, porque a tintura de arnica apresenta alergenicidade muito maior doque a alergenicidade apresentada pelo leo de arnica, uma vez que o etanol, veculo das tintu-ras, age como auxiliar da penetrao. Ainda, nesse sentido, a vaselina slida produz forte efeitooclusivo que promove a absoro, aumentando o grau de hidratao da epiderme. Ps oudetergentes, que extraem umidade do extrato crneo, tendem a retardar a penetrao (SCHULZ,HANSEL, TYLER, 2002).

    ATIVOS VEGETAIS

    As plantas, nos seus respectivos extratos e leos vegetais, podem conter as seguintessubstncias com atividade de interesse cosmtico:

    GOMASAs gomas so substncias poliurnicas, isto , so polissacardeos heterogneos forma-

    dos por cadeias de cido urnico. So constituintes naturais que resultam de modificaesoperadas nas membranas celulares, em certas zonas das plantas, principalmente nos caules erazes. Escoam lentamente para o exterior sob a forma de geleias das regies acumuladasquando o vegetal ferido. Acumulam-se em lacunas situadas em diferentes tecidos, particular-mente nos caules e quando as interceptam, geralmente por feridas provocadas a um escoa-mento tanto para o exterior sob a forma de geleias espessas que, em pouco tempo, adquiremum aspecto cristalino translcido ou esbranquiado. De modo geral, so substncias slidas,inodoras, inspidas, incolores ou levemente amareladas. Absorvem gua com facilidade porserem higroscpicas, produzindo solues gomosas de natureza coloidal, caracterizadas pelaelevada viscosidade. Mostram-se insolveis em lcool etlico e suas solues aquosas so ci-das. So exemplos: goma arbica, goma caraia, goma adraganta, goma xantana e goma guar. Empreparaes cosmticas, tm sido bastante empregadas as gomas xantana e a guar.

    A goma xantana usada em emulses como espessante e modificadora sensorial, con-ferindo toque aveludado e espalhabilidade preparao. Sua presena em emulses pode,ainda, conferir maior estabilidade ao sistema. A goma xantana um poli-holsido heterog-neo, produzida pela fermentao de glcidos adequados, por estirpes de Xanthomonascampestris. Apresenta-se como um p branco a branco amarelado, solvel em gua, formandouma soluo fortemente viscosa de natureza pseudoplstica (CUNHA, 2005).

    A goma guar obtida do endosperma das sementes de Cyamopsis tetragonoloba (L.)

    Taub. (CUNHA, 2005), empregada em xampus como espessantes e condicionadora, principal-

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    mente na forma quaternizada.

    MUCILAGENSSo substncias macromoleculares (polmeros da glicose e outras oses) de natureza

    glucdica que, em presena de gua, incham e tomam o aspecto de solues viscosas seme-lhantes a gis. Por sua capacidade de armazenar gua, atuam como hidratantes (ALVES & SILVA,2002). So misturas amorfas de polissacardeos, considerados produtos normais do metabolis-mo vegetal e encontram-se sempre nas mesmas espcies localizadas nos mesmos tecidos. Soexemplos de vegetais ricos em mucilagens: algas perladas, malva (Malva sylvestris L.), alteia(Althaea officinalis L.), tlia (Tiliae sp.), tussilagem (Tussilago farfara L.), avenca (Adiantum capillus-veneris L.), borragem (Borago officinalis L.).

    Apresentam propriedades anti-irritante, reduzindo dores de contuses e tambmemulsificantes. Salvo raras excees, a matriz celular das algas glucdica e os poli-holsidosque as constituem so polmeros capazes de formar gis, devido ao fato de as plantas marinhas,diferentemente das terrestres, necessitarem de mais flexibilidade do que de rigidez (CUNHA,2005).

    As carrageninas so mucilagens obtidas de algas vermelhas (Rodofceas), conhecidaspor alga-perlada, musgo branco ou musgo da Irlanda. Constitudas pelas carragenanas, polmeroslineares de D-galactose altamente sulfatados, so classificadas em sete tipos que formam des-de solues bastante viscosas a gis, usados principalmente na estabilizao de cosmticos(CUNHA, 2005), como doadores de viscosidade e consistncia.

    PROTENAS E DERIVADOSOs constituintes monomricos das protenas os aminocidos e os produtos de

    hidrlise (peptdeos) tm demonstrado ao eficaz no auxlio e manuteno das condiesideais de hidratao do tecido cutneo (emolincia e maleabilidade da pele e cabelos). Soexemplos: protenas do trigo, complexo NMF, que o fator de hidratao natural da pele.

    Em se tratando de peptdeos, um conceito importante a forte correlao entre asequncia de aminocidos na cadeia de peptdeo e a atividade resultante. Alteraes nosaminocidos que compem os peptdeos levam, quase sempre, a alteraes na potncia, tipoou durao da atividade. Um exemplo so os tripeptdeos compostos pelos aminocidos glicina,histidina e lisina, respectivamente GLI-HIS-LIS. Em uma determinada ordem, o peptdeo responsvel por propriedades de cicatrizao de ferimentos por meio do estmulo da sntesede colgeno em fibroblastos, enquanto que em outra ordem o peptdeo apresenta atividadelipoltica nos adipcitos (LEUROX et al., 2000; LINTNER & PESCHARD, 2000; LINTNER, 2008).

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    LIPDEOSConstituem um conjunto de substncias de natureza graxa (solvel em ter) tendo como

    principais componentes os triglicerdeos (steres de glicerol e cidos graxos), alm do colesterol,ceras (steres de cidos graxos com monolcoois de alto peso molecular), outros esterides ehidrocarbonetos. Da hidrlise dos triglicerdeos obtm-se cidos graxos, que so cidoscarboxlicos de cadeia linear, ramificada ou no, com quatro ou mais tomos de carbono, sendoraros os que possuem nmero mpar de tomos de carbono (CUNHA, 2005) e sendo os maisimportantes aqueles que apresentam cadeia com 12 a 18 tomos de carbono, conforme mos-trado no Quadro 1.

    QUADRO 1

    leos vegetais e seus cidos graxos

    Ao sofrerem reduo, os cidos graxos originam lcoois graxos, importantes emolientes

    empregados em preparaes cosmticas. Um exemplo clssico o cido lurico, composto

    por 12 tomos de carbono, que d origem ao lcool laurlico. Esse lcool graxo, por sua vez, ao

    ser sulfatado, d origem a um tensoativo muito usado em produtos cosmticos, com proprie-

    dades emulsificante e detergente, o lauril sulfato de sdio. Aps a neutralizao, pela reao

    com xido de etileno, o lauril sulfato de sdio origina o lauril ter sulfato de sdio, tensoativo

    largamente empregado em xampus.

    LEOS ESSENCIAIS

    Tambm so chamados leos volteis, essncias ou leos etreos, so princpios

    ativos presentes em plantas aromticas constitudos de uma mistura de substncias volteis e

    hidrofbicas. Suas caractersticas mais peculiares so ter, alm do aroma agradvel, sabor,

    leos cidos graxos Nmero de carbonos

    babau cido lurico 12

    babau cido mirstico 14

    palma cido palmtico 16

    sebo, cupuau cido esterico 18

    amendoim e oliva buriti, cupuau cido oleico 18-1

    soja, milho, sementes de uva cido linoleico 18-2

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    volatilidade, insolubilidade ou pouca solubilidade em gua e solubilidade em solventes org-

    nicos. Podem ser definidos como uma mistura complexa de compostos qumicos (terpenoides

    e fenilpropanoides) de origem vegetal, volteis e aromticos.

    Quimicamente so classificados como terpenos (acclicos, monocclicos e bicclicos),

    sesquiterpenos, derivados do fenilpropano. Suas propriedades so antisspticas, refrescantes,

    rubefacientes, secretoltica, anti-inflamatria e anestsica local. So exemplos de leos essen-

    ciais largamente empregados em fitocosmticos: camazuleno, bisabolol, mentol e cnfora.

    Os leos essenciais so compostos simples, em geral com estrutura cclica, chamados

    de terpenos e seus derivados, um lcool, um aldedo ou uma cetona. So volteis devido ao seu

    baixo peso molecular e, por isso, so os responsveis pelos odores das plantas e flores. De

    acordo com o nmero de tomos de carbono, os terpenos podem ser divididos em

    monoterpenos (10C, com atividade anti-irritante); sesquiterpenos (15C, com atividade

    antimicrobiana) e diterpenos (20C) (ALVES & SILVA, 2002).

    TANINOS

    Os taninos so polifenis que formam compostos estveis com protenas. Pela classifi-

    cao qumica, so divididos em taninos hidrolisveis (taninos elgicos e taninos glicos) e

    taninos condensados (proantocianidinas), pseudotaninos. Possuem propriedades bastante ex-

    ploradas em fitocosmticos, tais como adstringentes, cicatrizantes, hemostticos, protetores e

    reepitelizantes, antisspticos e antioxidantes. Um exemplo bastante comum o

    hamamelitanino, presente em Hamamelis virginiana.

    FLAVONOIDESSo compostos heterocclicos aromticos oxigenados, frequentemente encontrados

    associados com glicosdeos. Esto relacionados flavona que apresenta ao diminuidora dapermeabilidade dos vasos capilares. Agem como vasoprotetores, anti-inflamatrios eantioxidantes naturais. Os flavonoides so uma classe de substncias presentes em diversosvegetais, conferindo s flores, os frutos e a outras partes da planta coloraes diversificadas, quevo desde o branco at o violeta intenso. Quimicamente so classificados em flavonas, flavonise seus O-glicosdeos; flavonoidesisoflavonoides; flavonoidesneoflavonoides; chalconas;antocianidinas; catequinas; auronas; flavononas, biflavonoides. Apresentam atividade sobre apermeabilidade capilar, antioxidante, anti-inflamatria, antiviral, antitumoral e hormonal.

    Os flavonoides tambm so heterosdeos, ou seja, possuem um acar diferente daglicose ligado a uma frao aglicona, que geralmente um pigmento. O nome vem de flavus,que significa amarelo, j que a principal cor desses pigmentos. Existem dois tipos principaisde flavonoides: flavanonas, de maior importncia teraputica, nos quais a frao aglicona umaflavona, um pigmento amarelado, e os flavonoidesflavonoides antocinicos, quando a frao

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    aglicona uma antocianina, um pigmento azul, comum nas flores (ALVES & SILVA, 2002).

    SAPONINASPertencem ao grupo de heterosdeos, que so semelhantes aos glicosdeos, pois tam-

    bm possuem uma molcula de acar ligada a uma frao aglicona; contudo, os heterosdeosse caracterizam por estar ligados a acares diferentes da glicose. So assim chamadas porapresentarem propriedade fsico-qumica de saponificar substncias lipossolveis. Quandoagitadas em soluo aquosa, provocam o aparecimento de espuma, pois diminuem a tensosuperficial da gua (ALVES & SILVA, 2002), apresentando propriedades tensoativas.

    So glicosdeos triterpenoides (quando a frao aglicona um triterpeno) ou esteroides(se a frao aglicona um esteroide) (ALVES & SILVA, 2002), e apresentam um amplo espectro

    de ao: rubefasciente e detergente (saponina da casca de quilaia), vasoprotetora (escina da

    castanha-da-ndia), alm de antissptica, antimicrobiana e anti-irritante por ao esteroide

    (ALVES & SILVA, 2002). De acordo com a parte genina (sapogenina), so classificadas em saponinas

    triterpnicas e saponinas esteroidais; de acordo com o carter cido, bsico ou neutro e pela

    parte aucarada, so classificadas em monodesmosdicas e bidesmosdicas.

    ALCALOIDESAlcaloides so bases orgnicas nitrogenadas, mas sua estrutura molecular costuma ser

    bastante diversificada e, por isso, sua classificao complexa. De todos os grupos de princpi-

    os ativos, os alcaloides so os que possuem a maior atividade biolgica. Recebem esse nomepor apresentarem pH alcalino em soluo. Regulam o crescimento do vegetal e tm funoprotetora (ALVES & SILVA, 2002).

    GLICOSDEOSSo compostos por um acar ligado a uma substncia no glicdica chamada genina ou

    aglicona, a qual responsvel pela atividade farmacolgica e classificao. O de importnciacosmtica so os glicosdeos antraquinnicos, que apresentam uma antraquinona como a fra-o aglicona, com atividade cicatrizante (ALVES & SILVA, 2002).

    RESINASNo representam um grupo quimicamente definido, sendo um complexo de subs-

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    tncias heterogneas, em parte dissolvidas em leos essenciais. A base das resinas caracteri-zada pelas substncias resinosas, que so compostos com 25 ou mais tomos de carbono e seusderivados aldedo e cetona, formando uma mistura que pode ter 30 ou mais componentesdiferentes. Encontram-se principalmente no caule do vegetal e podem ser divididas em quatrodiferentes tipos: gomo-resina (emulso com predominncia de uma goma); lacto-resina(emulso leitosa, mais ou menos opaca, de aspecto caracterstico, formada por compostospolimerizados e baixa concentrao de leos essenciais, apresentando elevada toxicidade);leo-resina (proveniente da polimerizao e oxidao incompleta de leos essenciais) e blsa-mo-resina (produto resinosos lquido ou semilquido, aromtico e de aspecto translcido, compredominncia de teres formados de cidos aromticos e das resinatanis solubilizadas emleos essenciais) (ALVES & SILVA, 2002).

    PLANTAS DE USO COMUM EM FITOCOSMTICOS

    Nome comum: maracuj

    Nome cientfico: Passiflora alata Curtis

    Constituintes qumicos: cidos fenlicos, cumarinas, fitosteris, maltol, glicosdeoscianogenticos, alcaloides indlicos e flavonoides (vitexina)

    Propriedades farmacolgicas: sedativo

    Nome comum: frutos ctricos

    Nome cientfico: Citrus sp. (Rutaceae)

    Constituintes qumicos: pectinas, leo essencial e flavonoides

    Propriedades farmacolgicas: tratamento da fragilidade capilar, crise hemorroidal, in-suficincia venolinftica crnica, fragilidade

    Nome: camomila

    Nome cientfico: Matricaria chamomilla L. (Asteraceae)

    Constituintes qumicos: leo essencial (camazuleno, alfa-bisabolol), flavonoides emucilagens

    Propriedades farmacolgicas: anti-inflamatrio, antiespasmdico, eupptico, ansioltico,antibacteriano e antifngico

    Propriedades farmacolgicas: transtornos digestivos, carminativa, afeces cutneas,congestionamentos e inflamaes oculares

    Nomes comuns: melissa ou erva-cidreira

    Nome cientfico: Melissa officinalis L. (Lamiaceae)

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    Constituintes qumicos: leo essencial (citral, citronelal, citronelol, pineno, limoneno,linalol e geraniol)

    Propriedades farmacolgicas: sedativo, espasmoltico, antiviral, antibacteriano,antifngico carminativo, antitireoidiano e hipotensor, ansiedade, insnia, transtornos digesti-vos, flatulncia, meteorismo

    Nomes comuns: hortel, hortel-pimenta, menta, hortel-comum, hortel-de-cheiro,hortel-rasteira

    Nome cientfico: Mentha sp. (Lamiaceae)

    Constituintes qumicos: leo essencial (mentol)

    Propriedades farmacolgicas: espasmoltico, estomquico, carminativo, analgsico,colertico e colagogo, transtornos digestivos, flatulncia, alteraes gastrintestinais, mau-hlito,verminoses, expectorante, anti-helmntico, descongestionante, antissptico, anti-inflamatrio.

    Nome comum: eucalipto

    Nome cientfico: Eucalyptus globulus Labill. (Myrtaceae)

    Constituintes qumicos: leo essencial (eucaliptol)

    Propriedades farmacolgicas: expectorante, fluidificante e antissptico, afeces res-piratrias como asma, bronquite, faringite, gripes e resfriados

    Nome comum: erva-doce

    Nome cientfico: Pimpinella anisum L. (Apiaceae)

    Constituintes qumicos: leo essencial (anetol)

    Propriedades farmacolgicas: expectorante, antiespasmdico, carminativo, galactagogoe emenagogo, secreo brnquica, coqueluche, clica flatulenta e transtornos digestivos

    Nome comum: funcho

    Nome cientfico: Foeniculum vulgare Mill. (Apiaceae)

    Constituintes qumicos: leo essencial (anetol)

    Propriedades farmacolgicas: os mesmos da erva-doce

    Nome comum: guaatonga

    Nome cientfico: Casearia sylvestris Sw. (Flacourtiaceae)

    Constituintes qumicos: leo essencial (casearinas)

    Propriedades farmacolgicas: antidiarreico, antifebril, depurativo, antirreumtico, nas

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    afeces da pele e nas mordeduras de cobras (especialmente com peonha proteolticas, como

    jararaca e cascavel), lceras, problemas de digesto e dores de estmago; como remdio para

    herpes labial, agente desintoxicante e purificador do sangue

    Nome comum: quilaia

    Nome cientfico: Quillaja saponaria Molina (Quillajaceae)

    Constituintes qumicos: saponinas (cido quilico, quilana), taninos

    Propriedades farmacolgicas: detergente, adstringente, antisseborreico, anti-inflama-

    trio, antimicrobiano, cicatrizante, emulsificante, tensoativo, expectorante e tnico capilar

    Nome comum: hamamelis

    Nome cientfico: Hamamelis virginiana L. (Hamamelidaceae)

    Constituintes qumicos: taninos (hamamelitanino, catecol, cido glico)

    Propriedades farmacolgicas: ao hemosttica, anti-hemorrgico, adstringente, redu-

    o de secrees e preveno de infeces, anti-inflamatrio, tnico e vasoconstritoro.

    Nome comum: calndula

    Nome cientfico: Calendula officinalis L. (Asteraceae)

    Constituintes qumicos: leo essencial, flavonoides

    Propriedades farmacolgicas: adstringente, analgsico, antialrgico, antifngico,

    antisseborreico, anti-inflamatrio, antissptico, antiviral, bactericida, cicatrizante, emoliente,

    fungicida, protetor dos raios UV (A e B), refrescante, sudorfico, suavizante, tonificante da pele,

    vasodilatadora

    Nome comum: centela

    Nome cientfico: Centella asiatica (L.) Urb. (Apiaceae)

    Constituintes qumicos: triterpenos e saponincas

    Propriedades farmacolgicas: contra celulite, cicatrizante; atua normalizando a produ-

    o de colgeno, promovendo o restabelecimento da trama colgena, ajudando no tratamento

    de celulites, reduzindo a fragilidade dos vasos capilares e estimulando a circulao venosa;

    auxilia nos processos de cicatrizao, anti-inflamatria e auxilia no tratamento de desordens

    dermatolgicas como, lceras, eczemas, lceras varicosas, hematomas, rachaduras da pele e

    varizes

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    Nome comum: castanha-da-ndia

    Nome cientfico: Aesculus hippocastanum L. (Hippocastanaceae)

    Constituintes qumicos: saponinas triterpenodicas (aescina e aescigenina), flavonoides(canferol, quercetina, rutina, astragalin e quercetrina), heterosdeos cumarnicos (fraxina,escopolina, aesculetina, aesculosdeo e aesculina).

    Propriedades farmacolgicas: adstringente, antiedematoso, anti-inflamatrio indicadopara insuficincia venosa crnica, como varizes nas pernas e hemorroidas, lceras varicosas

    Nome comum: babosa

    Nomes cientficos: Aloe barbadensis Mill. ou Aloe vera (L.) Burm. f. (Liliaceae)

    Constituintes qumicos: polissacardeos contendo glicose, galactose e xilose, taninos,esteroides, cidos orgnicos, enzimas de vrios tipos e outros

    Propriedades farmacolgicas: anestsico, antiviral, cicatrizante, fungicida, regeneradorcelular, coagulante, anti-inflamatrio, queratoltica, reidratante

    PERSPECTIVAS DE USO FUTURO EM FITOCOSMTICOS PELAS PROPRIE-DADES DEMONSTRADAS

    Nomes comuns: faveiro, falso-barbatimo

    Nome cientfico: Dimorphandra mollis Benth.

    Constituintes qumicos: flavonoides (rutina e quercetina)

    Propriedades farmacolgicas: insuficinci