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Febre em Pediatria Depto. Pediatria HC- UFPR FEBRE EM PEDIATRIA Tony Tannous Tahan Departamento de Pediatria Hospital de Clínicas - UFPR Curitiba - 2008

FEBRE EM PEDIATRIA

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FEBRE

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Page 1: FEBRE EM PEDIATRIA

Febre em PediatriaDepto. Pediatria HC-UFPR

FEBRE EM PEDIATRIA

Tony Tannous Tahan

Departamento de PediatriaHospital de Clínicas - UFPR

Curitiba - 2008

Page 2: FEBRE EM PEDIATRIA

Lorin, 1998 Lee, 1998 Soman, 1985

Febre em PediatriaDepto. Pediatria HC-UFPR

Febre

Febre é responsável por 25 a 30% dos atendimentos em serviços de emergência pediátrica

Em 20% não será encontrado foco após anamnese e exame físico

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Petersdorf & Beenson, 1961

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Febre de origem desconhecida,

indeterminada ou obscura (duração > 3 semanas)

decorrente de tuberculose, neoplasias, doenças do colágeno, etc...

Febre sem foco (duração até 7 dias)

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Murahovschi, 2003 Vitor, 2000

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Variação da Temperatura Corporal

Axilar: normal até 37,2 ºC

Retal: normal até 38,5 ºC

Oral: normal até 37,7 ºC

Timpânica / Pele

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Febre

Hipotermia < 35ºC

Temperatura Normal – 35 a 37,2ºC

Sub-febril 37,2 a 37,8ºC

Febre baixa 37,8ºC a 38,9ºC

Febre alta 39 a 40,5º.C

Hipertermia maligna

Hipertermia ambiental

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Mecanismo da Febre

Agentes infecciosos

Page 8: FEBRE EM PEDIATRIA

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Mecanismo da Febre

Agentes infecciosos

Pirógenos Endógenos

Centro termorregulador

Page 9: FEBRE EM PEDIATRIA

Brook, 2003

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Etiologias da febre

Principal causa: doenças virais benignas e auto-limitadas

Identificar doenças bacterianas: Bacteremia oculta Infecção do trato urinário Pneumonia Meningite

Page 10: FEBRE EM PEDIATRIA

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Febre – Causas Virais

Vírus Respiratórios Influenza, Parainfluenza, Adenovírus, Virus Sincicial

Respiratório

Enterovirus

HerpesVirus

Flavivirus Dengue, Febre amarela

Outros

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Bacteremia Oculta em Febre sem Foco

                              

Page 12: FEBRE EM PEDIATRIA

Wright, 1981 Baraff, 1993 Bratton, 1977 Shapiro, 1986

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Bacteremia Oculta

Hemocultura positiva em paciente sem sinais de toxemia ou sepsis

Ocorre em 3 a 5% dos casos de febre sem foco

Maioria com resolução

espontânea

Bacteremia persistente Doença bacteriana

localizada

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Baraff,1993 & 2000

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Etiologias da Bacteremia Oculta

70%

20%

5% 5%Streptococcuspneumoniae

Haemophilusinfluenzae

Neisseriameningitidis

Salmonella sp

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Trotta, 1999

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Intensidade da Febre e Bacteremia

1%

4%

8%

10,5%

0%

2%

4%

6%

8%

10%

12%

Temperatura

< 38,9

38,9 - 39,4

39,4 - 40,5

> 40,5

% B

acte

rem

ia o

cu

lta

oC

Page 15: FEBRE EM PEDIATRIA

Teele, 1979

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Bacteremia Oculta x Leucocitose

Nº Leucócitos Bacteremia

< 10.000 1,2%

> 20.000 11,5%

Page 17: FEBRE EM PEDIATRIA

Park, 2000 Goldsmith, 1990

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Infecção do trato urinário

15 a 20% das febres sem foco

InvestigaçãoFita urinária tem boa correlação com o parcial de urina Padrão ouro - Urocultura

Causa importante de dano renal principalmente em menores de 2 anos

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Pneumonia em febre sem foco

A pneumonia sem semiologia é rara (Pediatrics, 1993)

Taquipnéia, esforço respiratório, gemência, ruídos adventícios à ausculta pulmonar

Radiografia de tórax não é utilizada como triagem inicial da febre sem foco na maioria dos protocolos

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Meningite em Febre sem Foco

Page 21: FEBRE EM PEDIATRIA

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Meningite em febre sem foco

Complicação mais temida da bacteremia oculta

Fisiopatologia da meningite

Colonização da nasofaringe Bacteremia Invasão das meninges Inflamação meníngea

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Baraff, 1993

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Meningite em febre sem foco

Bacteremia x Risco de meningite

Pneumococo 6%

Haemophilus 25%

Meningococo ~100%

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Meningite em febre sem foco

Punção lombar é controversa

Sua realização dependerá : presença ou não de sinais de

toxemia idade da criança

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“Lumbar puncture following febrile convulsion-a painful pointless procedure?”

Carroll W, Brookfield DArch Dis Child, 2002;87:238-40

Meta-análise de 15 artigos (1977 – 1999)

Meningite bacteriana 0,4 a 1,2%

Convulsão febril observar por 4 horas

No. Pacientes com convulsão febril

No. Pacientes com MNG Bacteriana

Sinais meníngeos

4.102 30 26

(Qualquer idade)

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Investigação de Febre sem Foco

Anamnese História da doença atual detalhada Afastar patologias de base História vacinal Revisão de sistemas Epidemiologia : creches, contatos...

Exame Físico Completo

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Investigação de Febre sem Foco

Sinais de toxemia Internamento e investigação independente da idade ou temperatura

Ausência de sinais de toxemia Investigação é dependente da idade

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Sinais de toxemia

Palidez Sucção débil Letargia / alteração de consciência Perfusão lentificada Hipo ou hiperventilação Cianose

Page 30: FEBRE EM PEDIATRIA

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Crianças < 3 meses

Maior susceptibilidade a infecções bacterianas graves

Devem ser enquadradas em alto ou baixo risco para infeção bacteriana

Triagem inicial com hemograma e parcial de urina

Page 31: FEBRE EM PEDIATRIA

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Critérios de RochesterDagan R, Powell KR, Hall CB

J Pediatr. 1985; 107:855-860

Critérios Clínicos

Bom estado geral (não toxêmica)

Previamente hígida

Sem foco infeccioso ao exame físico

Critérios Laboratoriais

Leucócitos entre 5.000 e 15.000

Parcial de urina normal

Baixo Risco

Page 32: FEBRE EM PEDIATRIA

Febre em PediatriaDepto. Pediatria HC-UFPR

Critérios de RochesterDagan R, Powell KR, Hall CB

J Pediatr. 1985; 107:855-860

Critérios Clínicos

Bom estado geral (não toxêmica)

Previamente hígida

Sem foco infeccioso ao exame físico

Critérios Laboratoriais

Leucócitos entre 5.000 e 15.000

Parcial de urina normal

Alto Risco

Page 33: FEBRE EM PEDIATRIA

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Crianças < 3 mesesCritérios de Rochester

Sinais de toxemia

Sim

InternamentoTriagem completa para sepsis

(culturas, Rx tórax, líquor)Antibioticoterapia empírica*

Page 34: FEBRE EM PEDIATRIA

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Crianças < 3 mesesCritérios de Rochester

Sinais de toxemia

Sim Não

InternamentoTriagem completa para sepsis

(culturas, Rx tórax, líquor)Antibioticoterapia empírica*

Alto Risco

Baixo Risco

Manejo AmbulatorialCurva térmica

Retorno 24 horas

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Conduta criança < 3 meses

Critérios de Rochester mostram-se seguros para aplicação em crianças menores de 3 meses (Valor preditivo negativo de 99%)

Rx de tórax e coleta de líquor podem ser realizados conforme protocolos mais recentes

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Crianças entre 3 e 36 meses

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Crianças entre 3 e 36 meses

Menor risco de infecção bacteriana grave

Na ausência de sinais de toxemia: investigar aquelas com temperaturas >

39 º C

Nas crianças com temperatura < 39 ºC : acompanhamento com curva térmica e reavaliação em 24 horas

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Hemograma e

Parcial de Urina / Urocultura

Temperatura > 39o C

Crianças entre 3 e 36 mesesCritérios de Baraff

Page 39: FEBRE EM PEDIATRIA

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Hemograma e

Parcial de Urina / Urocultura

Parcial Normal e Leucometria entre 5.000 e 15.000

Temperatura > 39o C

Crianças entre 3 e 36 mesesCritérios de Baraff

Curva térmica e retorno em 24 horas

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Hemograma e Parcial de Urina / Urocultura

Parcial urina alterado

Temperatura > 39o C

Crianças entre 3 e 36 mesesCritérios de Baraff

Tratamento

Page 41: FEBRE EM PEDIATRIA

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Rx tórax

Hemograma e Parcial de Urina / Urocultura

Parcial urina alterado Parcial normal e Leucometria >

15.000

Temperatura > 39o C

Crianças entre 3 e 36 mesesCritérios de Baraff

Tratamento

Alterado =tratamento

Normal = Considerar líquor

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Crianças > 36 meses

Page 43: FEBRE EM PEDIATRIA

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Crianças > 36 meses

Não requerem investigação complementar na ausência de sinais de toxemia

Devem ser observadas e reavaliadas em 24 horas

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0 – 3 meses investigar

todas

3 – 36 meses investigar se temperatura maior que

39 oC

> 36 meses expectante

Manejo de Febre sem Foco

Rochester

Baraff

Page 45: FEBRE EM PEDIATRIA

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Manejo de Febre sem Foco

A padronização do manejo de febre sem foco por meio do uso dos protocolos citados

Evita a realização de exames

complementares e internamentos desnecessários e promove o uso criterioso

de antibióticos.

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Manejo da Criança Febril

Antitérmicos e medidas gerais

Sinais de alerta Febre alta com tremores Novos sintomas Prolongamento do quadro febril

Retorno aos sinais de piora clínica

Orientações práticas aos pais

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Antitérmicos

Dipirona VO / IM / EV / IR Mielotóxica ?

Paracetamol VO Hepatotoxicidade ?

Ibuprofeno

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Antibioticoterapia empírica

Nas crianças internadas pode-se aguardar resultado das culturas ou iniciar antibioticoterapia empírico

Quando foi optado por manejo ambulatorial usar com critério - Controverso

Mais utilizados: Amoxicilina VO Ceftriaxona IM

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Obrigado !

Agradecimentos:

- Dra. Janine Borges da Silveira- Dr. Eduardo K. Meister