43
1 Ficha Catalográfica Produção Didático-Pedagógica Professor PDE/2008 Título TÍTULO – A IMAGEM ARTÍSTICA NO ENSINO DE HISTÓRIA Autor Sergio Aguilar Silva Escola de Atuação Colégio Estadual Costa Viana Município da escola São José dos Pinhais Núcleo Regional de Educação Área Metropolitana Sul Orientador Profa. Dra. Luciana Martha Silveira Instituição de Ensino Superior UTFPR Área do Conhecimento História Produção Didático-Pedagógica OAC – Objeto de Aprendizagem Colaborativa Relação Interdisciplinar Arte- Sociologia - Filosofia Público Alvo Professores e Alunos do Ensino Médio Localização (identificar nome e endereço da escola de implementação) Colégio Estadual Costa Viana – São José dos Pinhais Apresentação: Este OAC (Objeto de Aprendizagem Colaborativo) visa discutir a questão das imagens - mais especificamente as imagens artísticas – e sua melhor utilização no ensino de história do ponto de vista do estudo iconográfico, dialogando com o ensino da Arte e com outras áreas disciplinares como Sociologia e Filosofia. Este material didático-pedagógico insere-se nas Diretrizes Curriculares de História (DCE) para o Ensino Médio, no Conteúdo Estruturante: Relações de Trabalho, e no Conteúdo Básico: Urbanização e Industrialização - Urbanização e industrialização no Paraná no contexto da expansão do capitalismo. Palavras-chave ( 3 a 5 palavras) História, Imagem artística, Ensino e Mundo do Trabalho

Ficha Catalográfica Produção Didático-Pedagógica Professor

  • Upload
    others

  • View
    3

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Ficha Catalográfica Produção Didático-Pedagógica Professor

1

Ficha Catalográfica Produção Didático-Pedagógica Professor PDE/2008

Título TÍTULO – A IMAGEM ARTÍSTICA NO ENSINO DE HISTÓRIA

Autor Sergio Aguilar Silva

Escola de Atuação Colégio Estadual Costa Viana

Município da escola São José dos Pinhais

Núcleo Regional de Educação Área Metropolitana Sul

Orientador Profa. Dra. Luciana Martha Silveira

Instituição de Ensino Superior UTFPR

Área do Conhecimento História

Produção Didático-Pedagógica OAC – Objeto de Aprendizagem Colaborativa

Relação Interdisciplinar Arte- Sociologia - Filosofia

Público Alvo Professores e Alunos do Ensino Médio

Localização (identificar nome e endereço da escola de implementação)

Colégio Estadual Costa Viana – São José dos Pinhais

Apresentação: Este OAC (Objeto de Aprendizagem Colaborativo) visa discutir a questão das imagens - mais especificamente as imagens artísticas – e sua melhor utilização no ensino de história do ponto de vista do estudo iconográfico, dialogando com o ensino da Arte e com outras áreas disciplinares como Sociologia e Filosofia. Este material didático-pedagógico insere-se nas Diretrizes Curriculares de História (DCE) para o Ensino Médio, no Conteúdo Estruturante: Relações de Trabalho, e no Conteúdo Básico: Urbanização e Industrialização - Urbanização e industrialização no Paraná no contexto da expansão do capitalismo.

Palavras-chave ( 3 a 5 palavras) História, Imagem artística, Ensino e Mundo do Trabalho

Page 2: Ficha Catalográfica Produção Didático-Pedagógica Professor

2

MATERIAL DIDÁTICO-PEDAGÓGICO PDE 2008/2009 Autor - Prof. Sergio Aguilar Silva / PDE

Orientadora – Profa. Dra. Luciana Martha Silveira /UTFPR

OAC – OBJETO DE APRENDIZAGEM COLABORATIVO

RECURSO DE EXPRESSÃO

TÍTULO – A IMAGEM ARTÍSTICA NO ENSINO DE HISTÓRIA

Um estudo inicial sobre as possibilidades de trabalho com a imagem artística

no ensino de História, a partir do registro do Mundo do Trabalho, na Arte Mural de

Poty Lazzarotto.

APRESENTAÇÃO

Este OAC (Objeto de Aprendizagem Colaborativo) visa discutir a questão

das imagens - mais especificamente as imagens artísticas – e sua melhor

utilização no ensino de história do ponto de vista do estudo iconográfico,

dialogando com o ensino da Arte e com outras áreas disciplinares como

Sociologia e Filosofia.

Este material didático-pedagógico insere-se nas Diretrizes Curriculares de

História (DCE) para o Ensino Médio, no Conteúdo Estruturante: Relações de

Trabalho, e no Conteúdo Básico: Urbanização e Industrialização - Urbanização e

industrialização no Paraná no contexto da expansão do capitalismo.

Page 3: Ficha Catalográfica Produção Didático-Pedagógica Professor

3

PROBLEMATIZAÇÃO DO CONTEÚDO

Partimos da seguinte problemática: como a cultura visual contextualizada

pode não só ilustrar, mas também dialogar com o texto de História?

JUSTIFICATIVA

Na maioria das vezes, ao abordamos os conteúdos de história em sala de

aula, damos pouca importância ao tratamento das imagens, enquanto fonte

histórica, que também precisa ser criticamente interpretada e contextualizada.

Geralmente toma-se a imagem como mero elemento ilustrativo do texto, do

conteúdo, seja ela artística ou técnicamente produzida ( neste caso por meio de

aparelho fotográfico, cinematográfico, televisivo ou computadorizado).

Utilizam-se as imagens apenas como ilustrações do passado ou do presente,

como provas irrefutáveis daquilo que realmente aconteceu ou que está

acontecendo, apenas como reforço do texto. Esquece-se muitas vezes, que assim

como o registro histórico pode ser construído e manipulado conforme os

interesses hegemônicos, as imagens que consumimos também podem sê-las.

Pois, do ponto de vista da nova historiografia e dos estudos de arte, a imagem não

fala por si só, deslocada de seu contexto, e não é o retrato fiel da realidade. Ela

foi produzida por alguém que não está isento de ideologia e por isso não é neutra,

isto é, está carregada de significados, pretende expressar algo, está inserida num

contexto sócio-histórico e cultural, segundo MACHADO (1984).

Portanto, partimos da noção ampliada de fontes e documentos históricos

conforme nos apontou a Escola de Annales e a Nova História, e nesse sentido,

consideramos assim também a imagem artística, ou seja, também como um

documento/monumento (LE GOFF, 1986), uma fonte e construção histórica, que

pode ser problematizada, questionada e contextualizada.

Page 4: Ficha Catalográfica Produção Didático-Pedagógica Professor

4

Por exemplo, a imagem artística que predomina nos textos didáticos sobre os

bandeirantes do século XVII/XVIII no Brasil, é a pintura de Benedito Calixto, de

1903, onde se encontra representado Domingos Jorge Velho (fig. I). Trata-se de

uma imagem idealizada e estereotipada do bandeirantismo seiscentista no Brasil.

Estes bandeirantes representados nesta imagem parecem nobres cavaleiros

europeus, bastante longe dos mamelucos e mestiços pobres que eram, ou seja ,

esta imagem tem o objetivo de reforçar o lado heróico e desbravador do

bandeirantismo, que por outro lado também escravizava indígenas, capturava

escravos fugitivos e combatia quilombos. Temos aqui um exemplo clássico de

manipulação histórica da imagem, como forma de legitimar uma determinada

visão de mundo dominante.

I – Domingos Jorge Velho, Benedito Calixto, Museu Paulista.

Fonte - http://commons.wikimedia.org/wiki/Benedito_Calixto

Outro exemplo está nas pinturas sobre Tiradentes, produzidas por Pedro

Américo em 1893 (fig. II) e Aurélio de Figueiredo em 1905 (fig.III). Segundo

Page 5: Ficha Catalográfica Produção Didático-Pedagógica Professor

5

MURILO DE CARVALHO (1990), as referidas pinturas foram produzidas no

contexto histórico e político de imposição do regime republicano no Brasil, que

precisava legitimar-se socialmente, e, portanto, passou a incentivar a produção de

imagens simbólicas de si mesmo. Nesse sentido, a figura de Tiradentes foi

recuperada enquanto primeiro herói republicano nacional, e consigo a

Inconfidência Mineira, politicamente muito mais moderada que a Conjuração

Baiana. Além do mais, fundiu-se a figura de Tiradentes com a de Jesus Cristo, o

que evidencia novamente a possível manipulação das imagens artísticas

instituídas historicamente, o que também acontece com as imagens televisivas

que são editadas, construídas e desconstruídas, ao sabor dos interesses

dominantes.

II . Tiradentes esquartejado. Pedro Américo. Museu Mariano Procópio . fonte http://commons.wikimedia.org/

A imagem de Tiradentes como herói cívico nacional, foi pouco a pouco

instituída pelo regime republicano, como forma de se contrapor ao deposto regime

Page 6: Ficha Catalográfica Produção Didático-Pedagógica Professor

6

político monárquico. E frente a uma população maciçamente de iletrados, a

imagem toma uma grande importância simbólica, como forma de popularização e

legitimação política.

III. O martírio de Tiradentes, Aurélio Figueiredo, Museu Histórico Nacional .Fonte: http://www.museuhistoriconacional.com.br/

Os exemplos citados evidenciam que a imagem não fala por si só, mas sim

que precisa ser lida e interpretada, e no caso do ensino de história, principalmente

tomada também como fonte ou documento. Para tanto, é preciso contextualizar as

Page 7: Ficha Catalográfica Produção Didático-Pedagógica Professor

7

imagens e também desconfiar delas, pois segundo SORLIN (1994) as imagens

são enganosas, contudo necessárias.

Ao mesmo tempo, temos que considerar o caráter subjetivo da produção

artística, pois ela não tem uma função racional e científica de estudo ou análise da

realidade, como se dá nas Ciências Humanas. Antes de tudo a imagem artística é

uma representação do real, uma leitura do artista sobre o mundo, carregado

dialeticamente, tanto pela sua visão subjetiva, quanto pelas estruturas sociais de

sua época. Ou seja, o artista, o criador não deixa de ser fruto de sua época, de

sua cultura histórica.

RECURSOS DE INVESTIGAÇÃO

INVESTIGAÇÃO DISCIPLINAR

ARTE E HISTÓRIA: POTY E O MUNDO DO TRABALHO NO PARANÁ

Este material didático-pedagógico tratará particularmente da relação entre

arte mural do curitibano Poty Lazzarotto - encontrada amplamente em Curitiba - e

o Mundo do Trabalho, enfatizando a imagem como fonte histórica. Procuraremos

identificar como o artista, através da sua obra, expressa e registra o mundo do

trabalho e suas mudanças históricas, também como ele representa estas

mudanças e concebe o trabalho humano e suas contradições sociais.

Entendemos que o referido artista ao retratar um painel histórico do Paraná,

sobre tecnologias, profissões, ou da cidade de Curitiba, mesmo sob encomenda

oficial, deixa transparecer a presença do trabalho humano em todos os momentos,

pois está presente em seus murais o trabalho indígena, escravo, do colono na

lavoura, do ferreiro, do criador de gado, ou do operário da construção civil ao

fundo ou em primeiro plano. As Relações de Trabalho presentes no processo de

Page 8: Ficha Catalográfica Produção Didático-Pedagógica Professor

8

Urbanização e Industrialização do Paraná estão representadas e registradas de

alguma forma na arte mural de Poty. (figs. IV, V,VI e VII)

IV.Detalhe do Mural “História da Tecnologia” em Lajota cerâmica, no Centro Politécnico da UFPR. (1966).Foto do autor.

Podemos perceber na fig. IV que o trabalho apresenta-se para o artista como

uma categoria ontológica de sua vida e sua arte. Agricultores, ferreiros e artesãos

são registrados como produtores de técnicas e tecnologias de trabalho. Portanto,

a dimensão do trabalho, transparece como elemento fundamental na sua de visão

mundo e conseqüentemente artística, a partir do momento também, que seu

muralismo, pressupõe um projeto que se concretiza através do trabalho coletivo,

construído por muitas mãos contratadas para o empreendimento criativo.

Page 9: Ficha Catalográfica Produção Didático-Pedagógica Professor

9

V. Detalhe do Mural "Emancipação Política do Estado", monumento ao

centenário do Estado localizado na Praça 19 de dezembro (1953).Foto do autor. A história do estado, da cidade e seu cotidiano, ou mesmo das mudanças

tecnológica e industrial retratada pelo artista em seus murais, passa pela produção

essencialmente humana, feita pelos homens em suas relações. E isto nos parece

uma dimensão social da produção e do trabalho. A máquina, a indústria, o

artefato, a cidade, a atividade agrícola e pecuária e os meios de transporte

registrados pelo artista, são produtos culturais e, portanto, humanos. Ao mesmo

tempo, Poty retrata e enaltece o avanço urbano e tecnológico nas suas obras

murais, deixando também transparecer as desigualdades sociais entre patrões e

colonos pobres, entre trabalhadores e autoridades, como percebemos na fig. V.

Sendo assim, identificamos que o artista percebia tanto as positividades, quanto à

alienação no mundo trabalho, conforme aponta os estudos de formação marxista

(ALVES, 2000; ANTUNES, 1999).

Page 10: Ficha Catalográfica Produção Didático-Pedagógica Professor

10

Em nosso ponto de vista, existe uma materialidade na obra mural de Poty,

quando a contextualizamos historicamente em relação as mudanças percorridas

no mundo do trabalho. Os murais em foco expressam esta relação entre o

subjetivo e o social em processo de mutação, pois os últimos cinqüenta anos de

intensa produção mural do artista coincidem com a acelerada modernização

urbano-industrial brasileira/paranaense, na qual processou-se um gradativo

predomínio do trabalho urbano sobre o rural, do fabril sobre o artesanal. Portanto,

décadas de profundas transformações sociais, produtivas e culturais foram

testemunhadas pelo artista e representadas em sua arte mural.

Sob o ponto de vista do ensino de História, poderíamos trabalhar o processo

de urbanização e industrialização paranaense entre os séculos XIX e XX - tendo

Curitiba como principal cenário – através da arte mural e pública de Poty

Lazzarotto. Buscando nas obras do referido artista paranaense, sugeridas neste

material didático, as possíveis relações com a urbanização, a industrialização e o

mundo do trabalho no Paraná, inserido no contexto histórico de expansão mundial

das relações capitalistas de produção, desencadeadas pela Revolução industrial.

No entanto, como o Brasil só inseriu-se no contexto da industrialização

capitalista tardiamente, foi a produção primário-exportadora e seus

desdobramentos que predominou até meados da segunda metade do século XX.

A economia cafeeira na região sudeste, entre a segunda metade do século XIX e

meados do XX proporcionou um determinado acúmulo de capital bancário,

desdobrado no capital industrial nascente. Mas a consolidação e expansão da

industrialização brasileira viabilizou-se pela presença de um Estado

modernizador, típico da Era Vargas e JK, nos moldes do nacional-

desenvolvimentismo.

Por outro lado, o processo de urbanização brasileira vem de longa data,

desde o auge da mineração do século XVIII até o desenvolvimento da economia

cafeeira no sudeste a partir da segunda metade do XIX. Ainda, é bom lembrar que

a urbanização independe da industrialização, mas que o processo de

Page 11: Ficha Catalográfica Produção Didático-Pedagógica Professor

11

industrialização certamente desencadeia novas demandas sociais e, portanto,

acelera a urbanidade, que passa a ter características urbano-industriais.

Contudo, se no Brasil o efetivo processo de industrialização se deu após a

década de 1940, no estado do Paraná também foi diferenciado, dado às

características de nossa economia predominantemente agrária até a década de

1970.

A urbanização paranaense iniciou-se com o tropeirismo na segunda metade

do século XVIII, na rota dos Campos Gerais, entre o Rio Grande do Sul e

Sorocaba. Nesse deslocamento tropeiro desenvolveu-se no atual estado do

Paraná as cidades da Lapa, Curitiba, Ponta Grossa, Palmeira, Castro,

Jaguariaíva, entre outras. Por volta de 1820 o estudioso francês August Saint-

Hilaire visitou a cidade de Castro e assim descreveu-a:

“(...) Castro é composta de centenas de casas que se enfileiravam ao longo

de três ruas compridas. A população era constituída por alguns comerciantes, (...)

e alguns artesãos. Dentre os últimos, os mais numerosos eram os seleiros, o que

não é de admirar numa região onde os homens passam a maior parte do tempo

em cima de um cavalo. (...) os habitantes de terras vizinhas se dedicavam à

criação de bois e cavalos.”(HILAIRE,p.75, 1985)

Fonte: http://www.diadia.pr.gov.br/tvpendrive/arquivos/Image/conteudos/imagens/arte/5debret4.jpg

Page 12: Ficha Catalográfica Produção Didático-Pedagógica Professor

12

Um segundo momento histórico de urbanização do atual estado do Paraná,

foi a produção ervateira e madeireira, que se iniciou no século XIX e desenvolveu-

se fortemente na segunda metade deste mesmo século, somado a grande entrada

de imigrantes europeus. Nesta época a erva-mate passou a ser produzida e

comercializada pelos colonos da região e acabou se transformando no produto

mais importante da economia paranaense.

O transporte da erva-mate, que ligava a região do Alto Iguaçu até os portos,

era feito no lombo das mulas, levando dias para ser realizado. Assim, muitos

imigrantes trabalhavam como carroceiros transportando a erva-mate. Novamente

como no tropeirismo, muitos núcleos urbanos foram surgindo e desenvolvendo-se,

desde o alto Iguaçu até os portos de Paranaguá e Antonina. Economia esta que

se somou à atividade madeireira, com a criação de inúmeras serrarias,

significando assim que mais casas e estruturas estavam sendo construídas e,

portanto, demandadas pelos crescentes núcleos urbanos.

Este processo de urbanização e de incipiente industrialização paranaense, foi

ainda mais beneficiado com a construção das primeiras ferrovias em fins do

século XIX - principalmente a estrada de ferro Paranaguá-Curitiba inaugurada em

1885 - e posteriormente com a ampliação destas ferrovias pelo estado na primeira

metade do século XX.

Fonte: http://www.serraverdeexpress.com.br

Page 13: Ficha Catalográfica Produção Didático-Pedagógica Professor

13

Segundo informações contidas no próprio sítio do atual grupo empresarial

mantenedor da ferrovia Curitiba-Paranaguá, foi necessário mais de 9000

trabalhadores na construção, sendo que mais da metade deles morreram em

acidentes de trabalho.

Não podemos esquecer também que um grande impulso à urbanização

paranaense a partir da segunda metade do XIX foi a entrada maciça de colonos

imigrantes europeus, os quais geralmente interiorizaram-se, e no caso do Paraná,

estabeleceram-se em colônias rurais de pequenos proprietários. Estas colônias

rurais foram naturalmente tornando-se pequenas cidades de forte tradição cultural

polonesa, alemã, italiana ou ucraniana.

Um terceiro momento de desenvolvimento da economia paranaense e de

conseqüente crescimento urbano se deu com o aumento da produção cafeeira a

partir da segunda metade do século XX, no norte e noroeste do estado. Que

efetivamente fizeram surgir e serem construídas cidades como Londrina. Mas não

podemos esquecer que a urbanização no interior do estado ao longo do século

XX, até meados da década de 1960 têm origem também nos suspeitosos acordos

comerciais selados entre o poder público e a iniciativa privada nacional e

estrangeira, presente nas poderosas Companhias de Colonização que se

espalharam por todo o estado, e que literalmente lotearam-no. Companhias de

capital estrangeiro que forçaram a criação e o desenvolvimento de determinados

núcleos urbanos no Paraná, pois passaram a concentrar e dirigir o comércio de

terras produtivas, sem dúvida altamente rentável às Companhias e fatalmente

prejudicial aos pequenos proprietários e trabalhadores rurais.

Também não podemos esquecer que as levas de trabalhadores paulistas,

gaúchos, mineiros e nordestinos que se estabeleceram no Paraná - provenientes

do êxodo rural, tanto devido à concentração fundiária, quanto industrial em curso

na segunda metade do século XX - contribuíram consideravelmente à urbanização

do estado.

Page 14: Ficha Catalográfica Produção Didático-Pedagógica Professor

14

Um 4º momento de aceleração da urbanização paranaense se encontra no

processo de industrialização, que vai pouco a pouco constituindo-se a partir do

desenvolvimento da agroindústria, principalmente com o beneficiamento do café e

da madeira no século XX, e mais tarde com o soja e outros produtos agrícolas a

partir de década de 1970. Ou seja, na primeira metade do XX, o capital cafeeiro e

madeireiro via beneficiamento, possibilitou as primeiras pequenas indústrias e de

bens leves e duráveis, como as moveleiras, têxteis e alimentícias.

Nesse sentido, a industrialização localizou-se nos principais centros urbanos

já existentes no estado, levando a um gradativo processo de êxodo rural após

1950, fato correlato em outros estados brasileiros. Em outros termos, após a

década de 50 desencadeou-se um processo de industrialização concentrada no

Brasil, focado na região Sudeste e no eixo Rio-São Paulo.

Somente na década de 1970 foi instalado um pólo industrial automotivo no

Paraná: a Cidade Industrial de Curitiba. E nas décadas de 80 e 90 este pólo

expandiu-se para a região metropolitana de Curitiba, como São José dos Pinhais e

Campo Largo. Concentrando também no Paraná a industrialização mais avançada

nos grandes centros urbanos já existentes, provocando assim, mais concentração

urbano-industrial em Curitiba e cidades metropolitanas, e conseqüentemente

grande impulso ao êxodo rural de todo o estado para estas localidades industriais.

Podemos afirmar, que a concentração geográfica do processo de

industrialização paranaense pós 1950 provocou um grande êxodo rural no interior

e, paralelamente, nas décadas de 1980 e 90, um inchaço urbano descontrolado

em Curitiba e região metropolitana, de graves conseqüências sociais. Este fato

levou muitas cidades do interior do estado a reduzirem demograficamente, e,

portanto, empobrecerem, devido a queda na arrecadação, pois junto com as

pessoas deslocam-se também os investimentos de capitais.

Traçamos, portanto um panorama histórico do processo de urbanização e

industrialização do Paraná entre o século XVIII e o XX, para que possamos situar

historicamente a obra mural de Poty Lazzarotto, identificando como o artista

Page 15: Ficha Catalográfica Produção Didático-Pedagógica Professor

15

retrata em sua arte as mudanças no mundo do trabalho. Partindo das seguintes

perguntas: sua representação artística sobre o mundo do trabalho é crítica ou

conformadora? O que nos dizem suas imagens muralistas sobre sua visão de

mundo? Como sua visão de mundo e do trabalho transparece mesmo em murais

sob encomenda? Por que colonos, ferreiros, escravos, pequenos vendedores,

garimpeiros, lenhadores e carroceiros insistem em marcar presença em sua arte

mural? (fig. VII) O que a presença destes trabalhadores significam para a obra, e

possivelmente para o artista?

VI - Detalhe do Mural "Ciclos Econômicos do Paraná", (1998), localizado no Centro Integrado da FIEP em Curitiba. Foto do autor.

PERSPECTIVA INTERDISCIPLINAR

Este material didático-pedagógico em forma de um Objeto de Aprendizagem

Colaborativo (OAC) transita principalmente entre o ensino de história e sua

relação com o ensino das Artes, mas também com as disciplinas de Sociologia e

Filosofia, e, por conseguinte, melhor situado no ensino médio.

Do ponto de vista da Arte e do ensino de História, pretendemos aprofundar a

relação entre as duas disciplinas, para que a aula de história possa trabalhar as

Page 16: Ficha Catalográfica Produção Didático-Pedagógica Professor

16

imagens artísticas como fontes a serem estudadas e não como mera ilustração.

Como as imagens artísticas podem contribuir ao entendimento de determinado

conteúdo histórico, no caso deste trabalho, exemplificamos com o processo de

urbanização e industrialização paranaense através das obras murais de Poty.

Ao trabalharmos a arte mural de Poty e procurarmos entender como o artista

expressa em sua obra o mundo do trabalho, estamos desenvolvendo uma

perspectiva interdisciplinar entre a disciplina de Arte e a de História.

Podemos estudar as imagens através das seguintes dimensões

interdisciplinares: i – Iconográfico, como fonte histórica para o ensino de história

(ZAMBONI, 1994, BURKE, 2004), situando a representação artística no seu

contexto de produção; ii - Conceitual-estético (JOLY, 2000), enquanto estudo e

análise artística da imagem; iii - Filosófico (FLUSSER, 1985; SONTAG, 2003),

enquanto estudo da imagem como representação do real; iv – Sociológico, do

ponto de vista do Mundo do Trabalho (CIAVATTA, 2004; ALVES, 2000/2006;

ANTUNES, 1999).

Por outro lado, as imagens artísticas sugeridas podem ser trabalhadas

separadamente: em seu aspecto estético-formal, na sua dimensão histórica,

filosófica ou sociológica. Cada área desta pode também fazer a sua leitura

específica da imagem e depois dialogar com as outras áreas.

Vejamos a seguir um exemplo dessa perspectiva interdisciplinar de trabalho

em relação a arte mural e Poty:

Page 17: Ficha Catalográfica Produção Didático-Pedagógica Professor

17

Fig. VII. Mural “Curitiba e sua gente” de 1993.foto do autor.

A obra mural representada na fig.VII, datada de 1993, encontra-se numa via

pública movimentada da cidade de Curitiba. Com base nesta imagem do mural

podemos inferir as seguintes perspectivas interdisciplinares dos pontos de vista:

ARTE – o professor desta disciplina pode explorar os aspectos formais,

estéticos, conceituais e técnicos da obra, como também atividades de releitura.

Discutindo conceitualmente a diferença entre imagem artística e imagem

técnica.

HISTÓRIA - o professor de História pode trabalhar a obra como fonte

histórica. Interpretando o registro que o artista fez sobre a urbanização de

Curitiba. O que significa o carroceiro parado na praça? E a mulher carregando

uma cesta de frutas e verduras em direção à igreja? Qual a relação do registro

artístico e o processo de urbanização de Curitiba? Qual a época histórica

suposta na obra, com base no carroceiro, na mulher, na igreja e na praça? A

gravura pressupõe algum indício de industrialização na cidade? O que o artista

Page 18: Ficha Catalográfica Produção Didático-Pedagógica Professor

18

procurou retratar na gravura sobre Curitiba e sua população? Entre outras

tantas possibilidade de leitura.

SOCIOLOGIA - o professor de Sociologia poderia promover um estudo a

partir do mural em relação à urbanidade, do ponto de vista das relações sociais

e de trabalho que estão ali representados, bem como da igreja, enquanto uma

instituição social e o centro urbano como espaço público de relações.

FILOSOFIA - o professor de Filosofia pode fomentar o estudo conceitual da

imagem artística, como representação subjetiva do artista sobre o real.

Discutindo filosoficamente a questão da imagem na atualidade e seu

predomínio sobre o texto.

CONTEXTUALIZAÇÃO Ao trabalharmos a imagem artística no ensino de história não podemos

deixar de abordar a questão da imagem em sua totalidade no contexto sócio-

econômico-cultural que atualmente vivemos. Certamente, estamos mergulhados

num mar de imagens e signos, que chega mesmo à banalização pela sua fácil e

ampliada difusão. Principalmente quando tratamos de imagens técnicas como as

televisivas, cinematográficas, ou seja audiovisuais, bem como as fotográficas e

digitais.

Vivemos num mundo cercado pelas imagens técnicas e até mesmo

poderíamos dizer numa sociedade onde predominam as imagens sobre a

realidade. A questão é que também as imagens no contexto do capitalismo

cultural, são transformadas em mercadorias: podem ser compradas ou vendidas.

E nesse sentido, as imagens televisivas por meio dos comerciais, atingem a todos

Page 19: Ficha Catalográfica Produção Didático-Pedagógica Professor

19

dentro de sua própria casa, num fluxo contínuo se por acaso deixarmos o

aparelho de TV ligado. (JAMESON,1994)

No entanto, as imagens técnicas televisivas não apenas transmitem

informações mercadológicas, mas também moldam comportamentos e estimulam

desejos, principalmente em relação ao modo consumista de vida. Por outro lado,

as imagens técnicas em geral podem ser construídas, editadas e, portanto muitas

vezes manipuladas, conforme os interesses políticos e econômicos que estão em

jogo.

As agências de informação transnacionais produzem e difundem as imagens

editadas, que interessam à sua corporação. Enfim, as imagens nunca foram

neutras, pois elas carregam a carga ideológica do contexto sócio-histórico-cultural

em que é produzida, inevitavelmente. Certamente são manipuladas.

FLUSSER(1985) aponta que vivemos sob o império das imagens técnicas

desde a invenção da fotografia no século XIX, ampliando-se com o audiovisual e

atualmente mais ainda com a difusão da imagem digital, no contexto do

capitalismo cultural em que a imagem vêm tomando o lugar do texto, da palavra.

Mais ainda, no contexto em que a imagem técnica vem até mesmo tomando o

lugar do próprio real.

“Imagens são mediações entre homem e mundo. O homem existe”, isto é, o

mundo não lhe é acessível imediatamente. Imagens têm o propósito de

representar o mundo. Mas, ao fazê-lo, entrepõem-se entre mundo e homem. Seu

propósito é serem mapas do mundo, mas passam a ser biombos. O homem, ao

invés de se servir das imagens em função do mundo, passa a viver em função de

imagens.Não mais decifra as cenas da imagem como significados do mundo,mas

o próprio mundo vai sendo vivenciado como conjunto de cenas.Tal inversão da

função das imagens é idolatria. Para o idólatra - o homem que vive magicamente-,

a realidade reflete imagens. Podemos observar, hoje, de que forma se processa a

magicização da vida: as imagens técnicas, atualmente onipresentes, ilustram a

inversão da função imaginística e remagicizam a vida.”(FLUSSER, 1985, p.08)

Page 20: Ficha Catalográfica Produção Didático-Pedagógica Professor

20

Além do mais o referido autor lembra que imagem vem etimologicamente de

imago: magia. Nesse sentido, podemos ainda resgatar a dimensão do Mito da Caverna de Platão, no qual os temidos monstros que se viam na parede da

caverna e que prendiam todos a ela, eram apenas imagens, sombras das pessoas

que passavam pela sua entrada projetadas na parede. Ou seja, as pessoas

estavam presas e alienadas a um mundo que não era real, que era constituído de

imagens, sombras, portanto, magia. A libertação dos subjugados à caverna veio

quando a imagem foi desvelada, foi superada pela razão, enfim, desmagicizada.

Isto implica que se faz necessário superar o império das imagens

manipuladas, passando a lê-las com olhar crítico, a desconfiar de suas

representações do real. Esta nos parece a grande função da educação em um

tempo predominantemente visual como o atual. Assim, desmagicizando

constantemente o atual “mundo das imagens”.

No entanto, como afirma SORLIM (1994) as imagens são enganosas, mas

indispensáveis para entendermos o mundo atual, principalmente em relação ao

modo como as imagens técnicas estão presentes na formação cognitiva das

crianças e adolescentes. Como se ensina a ler, escrever e contar, precisamos

ensinar a VER as imagens que nos são oferecidas no dia a dia.

Mas como abordou DEBORD (1997) em A Sociedade do Espetáculo, essa

grande produção e difusão de imagens que nos torna meros espectadores do

processo histórico em curso, tem sua materialidade nas formas concretas de

produção econômica-social de base capitalista, a qual pressupõe a divisão social

do trabalho e a propriedade privada dos meios de produção, dentro da lógica do

mercado, do capital. Enfim, podemos dizer que vivemos num contexto de

hiperprodução e consumo de imagens.

Por fim, poderíamos dizer que as imagens tradicionais que seriam as

imagens artísticas, depois da invenção e difusão da fotografia e das imagens

técnicas em geral, ficou ainda mais livre e criativa, pois não precisava mais ser fiel

ao real, aprofundando sua representação subjetiva do real.

Page 21: Ficha Catalográfica Produção Didático-Pedagógica Professor

21

Ou seja, a imagem artística após o século XIX deixou de ser mero retrato do

real, este papel pôde ser exercido pelas imagens técnicas, no entanto, estas

imagens foram manipuladas e disseminadas tão poderosamente pelas suas

respectivas corporações dominantes, tais como as agências internacionais de

notícias e a indústria cinematográfica e digital, que o real tende a ser substituído

pela imagem virtual. Exatamente numa época em que o pensamento relativista

pós-moderno/pós-estruturalista nega a possibilidade de se conhecer

cientificamente o mundo real, mas tão somente suas representações, através dos

códigos, linguagens, signos, discursos e práticas. Em suma, a racionalidade

científica sobre o mundo real passa a ser colocada em xeque em nome do

relativismo subjetivista, dada a impossibilidade de se apreender a totalidade do

real, que não seja em suas manifestações fragmentadas e aparentes como o

discurso e as práticas. O que implicaria em dizer que a realidade não tem sentido

e nem o capital teria uma lógica de funcionamento: o acaso e a contingência

seriam os motores da história e não as contradições de classe em relação à

produção.

Como vimos, a imagem não é tudo. Ela não fala por si, pois pode ser

manipulada. Para rompermos com o mundo da imagem alienada, faz-se

necessário desalienar o espectador passivo, como afirma DEBORD (1997),

tornando-o sujeito do processo histórico em curso. E o primeiro passo para essa

desalienação visual seria aprender e ensinar a ler criticamente as imagens

técnicas, oferecidas em escala industrial e consumidas diariamente.

Por outro lado, a imagem artística carrega em si toda a subjetividade do

artista na representação do real. Ela não se pretende um retrato fiel da realidade,

com o a imagem técnica, mas a visão do artista sobre o mundo, as pessoas e as

coisas que lhe dizem respeito. Contudo a imagem artística também pode ser

manipulada, como vimos nas pinturas dos Bandeirantes e de Tiradentes nos

séculos XIX e XX. Portanto, ela também precisa ser contextualizada, inserindo o

artista e sua obra na sua respectiva época histórica, do ponto de vista sócio-

Page 22: Ficha Catalográfica Produção Didático-Pedagógica Professor

22

cultural, para podermos assim entender melhor os significados da representação

artística.

Se a imagem artística é produzida pelas mãos humanas, as imagens

técnicas são produzidas por aparelhos (fotográficos, audiovisuais ou digitais), no

entanto, ambas são produzidas humana, histórica e socialmente, e nesse sentido,

são produtos culturais da humanidade.

RECURSOS DIDÁTICOS

SÍTIOS

1. http://www.bn.br/portal/ Este é o sítio da página principal da Fundação Biblioteca Nacional

vinculada ao Ministério da Cultura e localizada num patrimônio histórico na cidade

do Rio de Janeiro. A Biblioteca Nacional possui um acervo público de História do

Brasil e de Portugal de valor investigativo inestimável. Para o professor de

História e Arte é muito importante acessá-lo para conhecer todas as fontes e

documentos históricos que estão à disposição dos pesquisadores e usuários.

2. http://www.bn.br/bndigital/ Nesta página do sítio da Biblioteca Nacional está à disposição uma grande

variedade de temas históricos sobre a História do Brasil e Portugal. Um rico

acervo e fontes históricas literárias, iconográficas e documentais podem ser

acessados, como abaixo estão relacionados:

Administração - Conselho Ultramarino, Casa dos Contos

Page 23: Ficha Catalográfica Produção Didático-Pedagógica Professor

23

Alteridades - Povos Indígenas, Imigração Chinesa

Artes - Arte Pictórica, Rupestre, Barroco, Modernismo, Fotografia, Arquitetura

Gravura, Música Popular, Música Erudita, Teatro Brasileiro, Cinema Novo

Ciência - Viagens Científicas Guia de Fontes Observatório Nacional

Costumes - Missão Francesa, Augusto Malta, Avenida Central, Folclore,

Culinária

Escravidão - Escravidão Africana

Imprensa - Periódicos do Séc. XIX

Literatura - Literatura Colonial, Poesia Romântica, Ficção Romântica, Realismo

Política - Guerra do Paraguai, Revolta da Vacina, Conselho de Estado,

Pernambuco Holandês, Independência do Brasil, Revoltas Sertanejas, 1736

Religião - Companhia de Jesus

3. http://catalogos.bn.br/redememoria/poty.html

Nesta página do sítio da BIBLIOTECA NACIONAL está à disposição do

usuário quase toda a obra artística em gravura de Poty Lazzarotto, dentro do

Projeto digital REDE DA MEMÓRIA VIRTUAL BRASILEIRA, que visa conservar e

tornar pública diversas fontes e documentos históricos brasileiros e portugueses.

O professor de Arte pode selecionar as gravuras de Poty que deseja

trabalhar com seus alunos e usá-las na TV PENDRIVE, a partir das Propostas de

Atividades contidas neste OAC.

Sons e Vídeos SONS

Page 24: Ficha Catalográfica Produção Didático-Pedagógica Professor

24

1 ) TEVÊ – Zeca Baleiro Compositor(es): Zeca Baleiro e Kléber Albuquerque Letra e música para ouvir disponível em: http://vagalume.uol.com.br/zeca-baleiro/teve.html 2 ) SÓ NO CHAT - Seu Jorge Compositor – Seu Jorge Letra e música para ouvir disponível em: http://vagalume.uol.com.br/seu-jorge/so-no-chat.html VÍDEOS

1 ) FILME – O SHOW DE TRUMAN Este é um filme muito bem feito e que aborda com propriedade como as

imagens técnicas, neste caso a televisiva, podem prender milhões de

telespectadores numa situação fictícia de teledramaturgia. Apresentando assim o

poder da imagem manipulada como estratégia para atrair audiência a todo custo.

O filme apresenta a vida comum de um cidadão comum, Truman, que acha

que está vivendo numa cidade real desde sua infância, mas que aos poucos vai

descobrindo pistas que está constantemente sendo filmado, e de que as pessoas

e as situações que o cercam são simulacros do real. Seria, pois, um reality show

levado às últimas conseqüências, tendo Truman como seu protaganista, vivendo

desde criança numa cidade cenográfica em meio à inúmeros personagens do seu

cotidiano.

Page 25: Ficha Catalográfica Produção Didático-Pedagógica Professor

25

Truman ao descobrir o simulacro da situação, tenta fugir da cidade, mas

depara-se que tanto o mar quanto o céu composições cenográficas. E mesmo sua

tomada de consciência da situação, acaba sendo transformado numa aventura

dramática televisiva e acompanhado de perto pelos viciados telespectadores do

programa. Vale ressaltar a excelente atuação do ator estadunidense Jim Carey no

papel de Truman.

O filme discute assim, como fictício pode ser tomado por real, na medida em

que as imagens técnicas passam a tomar o espaço da realidade. E nesse sentido,

parafraseando Debord, evidenciando que estamos vivendo numa sociedade do

consumo de imagens-mercadoria onde a passividade do espectador é a regra, na

qual não tem lugar o sujeito submetido por uma sociedade do espetáculo.

Em suma, o filme pode ser considerado uma metáfora da hiperprodução de

imagens técnicas cinematográficas/televisivas na atualidade, bem como o poder

devastador das mídias corporativas, apontadas na década de 1930 por Orson

Welles no seu clássico filme Cidadão Kane.

Ficha Técnica

O Show de Truman (The Truman Show)

Direção: Peter Weir Produção: País: EUA Ano da Produção: 1998 Duração: 102 minutos Gênero: Drama Elenco: Jim Carrey, Ed Harris, Laura Linney, Noah Emmerich, Natascha McElhone

2) FILME – KOYAANISQATSI

Page 26: Ficha Catalográfica Produção Didático-Pedagógica Professor

26

Outro filme que está muito relacionado com a questão da imagem e o

mundo é o documentário Koyaanisqatsi, de 1983, dirigido por Godfrey Reggio com

música do compositor Philip Glass.

Este documentário só trabalha com imagens - sem diálogos ou narrações - a

partir de cenas da vida cotidiana nas cidades e no trabalho, aceleradas ou

desaceleredas, sob o ritmo compassado e repetitivo da música contemporânea

de Glass. A relação entre as imagens, a tecnologia, a urbanidade e o trabalho são

muito bem apresentadas de forma visual.

Podemos dizer que o documentário retrata o real, mas de forma à estranhá-

lo a todo momento, para que o espectador não seja um consumidor passivo de

imagens. Pois as imagens urbanas e do trabalho fora do ritmo normal,

acompanhadas pela musica moderna de fundo, visam também provocar a

passividade assimiladora do espectador. Em suma, as imagens fora de ritmo

seguem o curso atual da forma de vida e produção, ou seja, a hipersaturação, pois

a palavra koyaanisqatsi tem origem na língua Hopi, que quer dizer "vida

desequilibrada", ou "vida louca".

Ficha técnica

Direção: Godfrey Reggio Ano: 1983 País: Estados Unidos Genêro: Documentário Duração: 87 min/cor Título Original: Koyaanisqatsi Título em Inglês: Koyaanisqatsi: Life Out of Balance PROPOSTA DE ATIVIDADES

Page 27: Ficha Catalográfica Produção Didático-Pedagógica Professor

27

A partir dos murais abaixo relacionados - e seus respectivos detalhes

contidos no ítem IMAGENS deste OAC - e nos conhecimentos das disciplinas de

História, Arte, Sociologia e Filosofia, sugerimos a aplicação em sala das

atividades propostas:

• ”Emancipação Política do Estado”(M1);

• “História da Tecnologia” (M2);

• “Ciclos Econômicos do Paraná” (M3);

Identificar, debater e registrar, em colaboração com o Professor de Arte:

1. Pesquisar e estudar, a biografia artística de Poty e sua importância

para a Arte paranaense e brasileira;

2. Identificar e estudar o artista Poty na sua vertente muralista;

3. Estudar sobre o conceito de Arte Mural e sua historicidade;

4. Pesquisar e identificar, as técnicas utilizadas pelo artista nos

referidos murais;

5. Propor releituras orientadas das obras murais de Poty selecionadas

para estas atividades, com base no estudo estético anterior;

6. o contexto histórico, político e econômico brasileiro e paranaense,

em relação à época de produção de cada mural, e suas possíveis

semelhanças e diferenças contextuais;

7. o que cada temática-título dos murais procurou retratar e representar

em relação à história;

8. as percepções subjetivas do artista sobre cada temática histórica

representada;

9. as possíveis semelhanças e diferenças entre as abordagens

temáticas representadas pelo artista, do ponto de vista geral e

contidas nos detalhes de cada obra;

Page 28: Ficha Catalográfica Produção Didático-Pedagógica Professor

28

10. o que os detalhes apresentados de cada mural procuram descrever

e representar;

11. o que os detalhes procuram demonstrar do ponto de vista da história

social, econômica e cultural geral, nacional ou regional;

12. a relação entre o conteúdo da representação artística e a realidade

histórica abordada nos murais;

13. o conceito de conhecimento histórico, e qual a diferença entre este

ser produzido pelas camadas dominantes ou pelas contradições e

lutas sociais;

14. o significado de História Oficial.

15. como o conhecimento histórico sobre determinado assunto pode ser

manipulado.Exemplifique;

16. o que significa abordar a história tomando os trabalhadores como

sujeitos do processo histórico;

17. como Poty em seus murais concebe a História do Paraná e geral: na

ótica dos dominantes, dos dominados ou da relação social produzida

entre estes?

18. como o artista concebe e representa os trabalhadores em seus

murais;

19. junto ao professor de Sociologia as diferentes dimensões e modelos

produtivos do Mundo do Trabalho, desde o trabalho agrícola,

agroindustrial e industrial propriamente dito, em suas fases

manufatureira, fordista e toyotista; /home/sergioaguia/Pen-

Drive1/MURAIS OAC def1.doc

20. a dupla dimensão da categoria trabalho do ponto de vista histórico e

sociológico;

21. os conceitos históricos, econômicos e sociológicos como meios e

modos de produção, forças produtivas e expropriação;

22. os conceitos de contradição social ou luta de classes;

23. o conceito de modo de produção capitalista;

Page 29: Ficha Catalográfica Produção Didático-Pedagógica Professor

29

24. o conceito sociológico de técnica e tecnologia;

25. as relações históricas e sociológicas entre tecnologia, produção e

ciência;

26. como o artista concebe e representa os instrumentos trabalhos e

formas de produção nos murais;

27. a importância e dimensão do Mundo do Trabalho nos murais

apresentados;

28. quais as formas que o Mundo do Trabalho está representado em

seus murais;

29. as contradições sociais do Mundo do Trabalho presentes nos murais;

30. como a categoria trabalho em sua dupla dimensão, tanto de

produção da existência humana, quanto de exploração/alienação

está representada nos murais;

31. como o artista em seus murais concebe e representa a tecnologia;

32. as relações históricas e sociológicas entre urbanização, trabalho e

industrialização;

33. o processo histórico de urbanização paranaense, em linhas gerais.

34. o processo histórico de industrialização do Paraná, em linhas gerais;

35. como o processo de urbanização e industrialização paranaense está

representado nos murais;

36. a dimensão filosófica da imagem artística enquanto apenas uma

representação ou apreensão subjetiva do real, não sendo portanto

um retrato fiel do real;

37. a diferença entre representação do real e realidade;

38. o que são imagens artísticas e técnicas. Exemplifique.

39. a diferença entre imagem artística e técnica do ponto de vista

filosófico-estético;

40. como tanto a imagem artística quanto a imagem técnica podem ser

manipuladas. Exemplifique;

Page 30: Ficha Catalográfica Produção Didático-Pedagógica Professor

30

41. se o atual hiperconsumo de imagens está sobrepondo-se ao

mundo da palavra, do texto, e suas conseqüências sócio-culturais;

42. as relações entre a atual hiperprodução e consumo de imagens

técnicas e o capitalismo cultural;

43. a relação entre o Mito da Caverna de Platão e a questão do

hiperconsumo de imagens na atualidade;

44. as positividades e negatividades do predomínio do mundo das

imagens na atualidade. A imagem emancipa ou aliena? Ou ambas

as formas?

45. se a produção massiva de imagens técnicas por câmeras de

monitoramento, também significa uma forma de controle excessivo

da vida social;

46. a relação das músicas “Tevê” do compositor Zeca Baleiro e “Só no

Chat” de Seu Jorge com a questão do consumo e predomínio das

imagens técnicas;

47. a correlação entre os filmes Show de Truman e Koyaanisqats com a

questão do mundo das imagens técnicas, no contexto do atual

mundo do trabalho;

48. a relação entre o filme Show de Truman e atuais reality shows da

televisão, exemplificados pelo programa Big Brother;

49. a relação entre os meios de comunicação e a hiperprodução e

consumo de imagens;

50. as possíveis formas de apreensão crítica das imagens técnicas e

artísticas produzidas e difundidas pelos meios de comunicação;

51. as possibilidades de uso crítico das imagens (artísticas ou técnicas)

como fonte histórica;

Page 31: Ficha Catalográfica Produção Didático-Pedagógica Professor

31

RECURSOS DE INFORMAÇÃO

Sugestões de Leitura ALVES, Giovanni. O Novo (e Precário) Mundo do Trabalho. São Paulo: Boitempo Editorial, 2000. ANTUNES, Ricardo. Os Sentidos do Trabalho – Ensaio sobre a afirmação e a negação do trabalho.São Paulo: Boitempo Editorial, 1999. BURKE, Peter. Testemunha Ocular. História e Imagem. Bauru, SP: EDUSC, 2004. BERGER, J. Modos de Ver. Rio de Janeiro:Rocco,1999. CARVALHO, José de Murilo de. A formação das almas: o imaginário da república no Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1990. DEBORD, Guy. A Sociedade do Espetáculo. Rio de Janeiro. Contraponto: 1997. FLUSSER, Vilém. Filosofia da Caixa Preta. São Paulo: Ed Hucitec, 1985. disponível em: http://br.geocities.com/vilemflusser_bodenlos/textos/FILOSOFIADACAIXAPRETA.pdf FREITAS, Arthur. História e imagem artística: por uma abordagem tríplice. Estudos Históricos.CPDOC/FGV, Rio de Janeiro,nº 34, 2004. Disponível em: http://www.cpdoc.fgv.br/revista/arq/394.pdf JAMESON, Fredric. Pós-Modernismo: A lógica do capitalismo tardio. São Paulo: Ática, 1996. JOLY,Martine.Introdução à análise da Imagem/trad.Marina Apeenzeller. Campinas, SP: Papirus,1996. KOSSOY, Boris. Fotografia e História. São Paulo, Ática, 1989. MACHADO, Arlindo. Arte e mídia. São Paulo: Jorge Zahar, 2007.

Page 32: Ficha Catalográfica Produção Didático-Pedagógica Professor

32

SORLIN, Pierre. Indispensáveis e Enganosas, As Imagens, Testemunhas da História. Estudos Históricos, Rio de Janeiro, vol. 7, n º13, 1994, p.81-95. Disponível em: http://www.cpdoc.fgv.br/revista/arq/138.pdf ZAMBONI, Ernesta. Representações e linguagens no ensino de história. Rev. bras. Hist. [online]. 1998, vol.18, n.36, pp. 89-102.Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-01881998000200005&lng=en&nrm=iso&tlng=pt **SUGIRO também meu OAC de Sociologia Nº 4470, intitulado TRABALHO, PRODUÇÃO ESTRATIFICAÇÃO SOCIAL, sobre o FORDISMO e o TOYOTISMO. Disponível para busca em: http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/apc/frm_buscaAPC_ensino.php?PHPSESSID=2009062015205924 NOTÍCIAS

“Os painéis artísticos que contam a história de Maringá

Cidade possui diversos painéis artísticos, a maioria representando a própria história local; série de O Diário escreverá sobre cada um e leitor escolherá qual o mais belo painel.

Fábio Massalli Maringá ficou famosa como Cidade Canção, pelo seu verde, mas também merece destaque pela quantidade de painéis artísticos que enfeitam suas ruas. Obras que muitas vezes passam desapercebidas pelos próprios moradores - tão acostumados com o seu cenário urbano cotidiano. Hoje, a cidade possui pelo menos nove painéis artísticos espalhados em locais de grande trânsito de pessoas.

E esse número já foi maior. O painel de Violyn, por exemplo, que ficava na Avenida JK, desapareceu quando um prédio foi construído no terreno ao lado. Um outro belíssimo painel que ficava no antigo Pilekinho e retratava a história de Maringá também se foi com a demolição do bar. “Esses painéis correm mesmo o risco de se perder pelo desenvolvimento imobiliário e pela ação do tempo. Se são um bem privado, estão mais suscetíveis ainda”, explica o historiador do Patrimônio Histórico de Maringá, João Laércio Lopes Leal. Na avaliação de Lopes Leal, feita em parceria com a reportagem de O Diário, os mais importantes painéis artísticos existentes em Maringá hoje são o painel do

Page 33: Ficha Catalográfica Produção Didático-Pedagógica Professor

33

Teatro Calil Haddad, criado por Poty Lazzarotto; o do Fórum de Maringá, de autoria de Zanzal Mattar; o painel de Potty Lazzarotto, no Shopping Cidade; o feito por Zanzal Mattar no Atacadão; o de Eder Portalha, no Colégio Santa Cruz; o painel de azulejos construído em 1952 e que hoje está nos fundos do Mercadão Real, na Avenida Getúlio Vargas; o painel indígena na Associação Indígena de Maringá (Assindi) e os do supermercado Super Muffato. A história e detalhes sobre todos esses painéis será tema de uma série de matérias publicadas todas as quintas-feiras em O Diário. O leitor do jornal também poderá escolher qual o mais belo painel artístico de Maringá, numa eleição que termina em 30 de julho. Beleza Para Lopes Leal, a grande quantidade de painéis existentes em Maringá tem a ver tanto com a beleza da cidade quanto com o fato de ela possuir artistas talentosos.A maioria dos painéis artísticos da cidade foi feita por artistas de Maringá ou da região. “Essas obras agregam valor tanto para quem mora na cidade quanto para quem visita”, afirma Lopes Leal. “Maringá tem tradição nas artes plásticas desde os anos 50 e o mural é uma forma de representar isso com a vantagem de socializar para um público bem mais amplo. Além disso, são painéis que usam técnicas e materiais muito variados.”http://www.odiariomaringa.com.br/noticia/218098

Mural Poty em Maringá disponível em: http://outroladodanoticia.wordpress.com/2009/05/28/os-paineis-artisticos-que-contam-a-historia-de-maringa/

DESTAQUES

Uma quantidade considerável de pinturas sobre paisagens paranaenses,

está à disposição no portal diadiaeducação/banco de imagens da Secretaria de

Estado da Educação do Paraná - SEED. São fontes históricas importantes e

podem ser utilizadas para estudo nas aulas de História e Arte. O endereço

eletrônico das imagens está abaixo:

Page 34: Ficha Catalográfica Produção Didático-Pedagógica Professor

34

http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.diaadia.pr.gov.br/tvpendrive/arquivos/Image/conteudos/imagens/arte/5debret4.jpg&imgrefurl=http://www.diaadia.pr.gov.br/tvpendrive/modules/mylinks/viewcat.php%3Fcid%3D4%26min%3D50%26orderby%3DtitleA%26show%3D10&usg=__igZhbb1bIE9hz5-NS_hO9rUI1vU=&h=392&w=700&sz=200&hl=pt-BR&start=7&um=1&tbnid=N9E2ECQFQtVmEM:&tbnh=78&tbnw=140&prev=/images%3Fq%3Dimagens%2Bhistoricas%2Bda%2Bcidade%2Bde%2B%2Bcastro%2Bparana%26hl%3Dpt-BR%26safe%3Doff%26sa%3DN%26um%3D1 PARANÁ

Este Objeto de Aprendizagem (OAC) sob o tema Arte e o Ensino de História,

do ponto de vista artístico enfoca a obra mural do artista paranaense Poty

Lazzarotto, conhecido e reconhecido nacional e internacionalmente como

gravurista, desenhista, ilustrador e muralista. Artista que experimentou diversas

técnicas plásticas, desde gravuras em azulejos em cerâmica, vitrais, concreto,

madeira e tela.

Este renomado artista paranaense sempre foi procurado para retratar a

História do Paraná e de suas mais significativas cidades, como Curitiba, Maringá,

e Lapa. Contudo sempre imprimiu sua visão particular nas encomendas oficiais,

sua subjetividade artística, principalmente em relação à gente, à diversidade

populacional sócio-cultural e histórica paranaense. Desde seus primeiros trabalhos

na década de 1950 até os anos 90.

Por outro lado, além de registrar publicamente a História do Paraná e de sua

gente, podemos perceber em suas obras murais aqui apresentadas e estudadas

um forte registro do mundo do trabalho desde a década de 1950. Momento

histórico da segunda metade do século XX, em que estava ocorrendo um

acelerado processo de industrialização e urbanização brasileira, proveniente da

política nacional-desenvolvimentista varguista, iniciada na década de 1940.

Page 35: Ficha Catalográfica Produção Didático-Pedagógica Professor

35

Nesse contexto de industrialização impulsionada por um Estado

modernizador de caráter nacional-desenvolvimentista, é que distintamente se

inseriu também o processo de industrialização e urbanização paranaense.

Destacando-se o estado do Paraná na industrialização propriamente dita, mais

fortemente a partir da década de 1980, pois até este momento preponderava a

agroindústria.

Em suma, claramente podemos perceber nos murais de Poty que sua

história do Paraná não se detém somente à versão oficial, mas o artista registra

também o mundo do trabalho, do lazer, e do sagrado da gente simples, do povo

que compõe os espaço públicos e privados do denominado de estado do Paraná.

Nos lembrando constantemente em seus murais que a história cotidiana de uma

localidade, seja ela uma cidade, estado ou país é feita primeiramente pelo seu

povo: trabalhadores, ferroviários, quitandeiras, escravos, indígenas, colonos,

roceiros, carroceiros e imigrantes. E este registro artístico é sua marca inegável

em seus murais espalhados principalmente pelo estado do Paraná.

Page 36: Ficha Catalográfica Produção Didático-Pedagógica Professor

36

ANEXOS IMAGENS DOS MURAIS de POTY em Curitiba: MURAL 1 –

M1 - Mural “Emancipação Política do Estado, em comemoração ao centenário do Estado, localizado na Praça 19 de dezembro (1953).Vista Geral. Foto: autor

Page 37: Ficha Catalográfica Produção Didático-Pedagógica Professor

37

M1.2 – Detalhe. Foto: autor

M1.3 – Detalhe. Foto: autor.

Page 38: Ficha Catalográfica Produção Didático-Pedagógica Professor

38

M1.4 – Detalhe. Foto: autor.

M1.5 – Detalhe. Foto: autor.

Page 39: Ficha Catalográfica Produção Didático-Pedagógica Professor

39

MURAL 2 – M2 - "Ciclos Econômicos do Paraná", (1998), localizado no Centro Integrado da FIEP, na Avenida das Torres,Curitiba. Vista geral.

M2 - Detalhe. Foto: autor.

M2 - Detalhe. Foto: autor.

Page 40: Ficha Catalográfica Produção Didático-Pedagógica Professor

40

M2 - Detalhe. Foto: autor.

M2 - Detalhe. Foto: autor.

Mais detalhes do Mural estão disponíveis em: www.ceramicanorio.com/.../potycietep.html

Page 41: Ficha Catalográfica Produção Didático-Pedagógica Professor

41

MURAL 3 – M3

M3 - Mural “História da Tecnologia” em Lajota cerâmica, no Centro Politécnico da UFPR. (1966). Foto: autor.

M3.1 – Detalhe. Foto: autor.

Page 42: Ficha Catalográfica Produção Didático-Pedagógica Professor

42

M3.2 – Detalhe. Foto: autor.

M3.3 – Detalhe. Foto: autor.

Page 43: Ficha Catalográfica Produção Didático-Pedagógica Professor

43

M3.4 – Detalhe. Foto: autor.

M3.5 – Detalhe. Foto: autor.