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FICHA PARA CATÁLOGO PRODUÇÃO DIDÁTICO PEDAGÓGICA

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FICHA PARA CATÁLOGO _ PRODUÇÃO DIDÁTICO PEDAGÓGICA

TÍTULO: Gestão Escolar Democrática: construção e efetivação

AUTOR: Everaldo Grasselli

ESCOLA DE ATUAÇÃO: Escola Estadual José Biesdorf – Ensino Fundamental

MUNICÍPIO DA ESCOLA: Santa Helena

NÚCLEO REGIONAL DE EDUCAÇÃO: Toledo

ORIENTADOR: Prof. Dr. Fernando José Martins

INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR: Unioeste – Universidade Estadual do Oeste

do Paraná

DISCIPLINA/ÁREA (ENTRADA NO PDE): Gestão Escolar

PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA: Unidade Didática

RELAÇÃO INTERDISCIPLINAR: A produção didática apesar de ser voltada mais á

área de gestão escolar destina-se a todas as áreas do conhecimento, uma vez que

contempla a relação do PPP com todas as disciplinas.

PÚBLICO ALVO: Comunidade Escolar

LOCALIZAÇÃO: Escola Estadual José Biesdorf – Ensino Fundamental, Rua Getúlio

Vargas S/N, Bairro: Vila Celeste, Muicípio: Santa Helena, Estado do Paraná

APRESENTAÇÃO: O presente estudo tem o propósito de refletir sobre a relação entre a Gestão

Escolar e o Projeto Político-Pedagógico. Buscarei mostrar alguns subsídios teóricos acerca de como se constrói essa gestão. Pretendo neste estudo buscar melhor compreender a trajetória pela democratização da educação, a relação das políticas públicas sociais com a educação, bem como procurar melhor aperfeiçoar e aplicar as técnicas educacionais dentro de uma gestão escolar democrática que busque atender as necessidades sociais, pois na atualidade a educação através das políticas sociais, está sendo encarada como um desafio enquanto instrumento de democratização, inclusão e participação social.

O objetivo principal é enfatizar a importância da implementação da gestão escolar democrática no âmbito das escolas públicas paranaenses como forma de democratizar as ações educacionais e proporcionar a participação dos segmentos sociais frente ao processo de ensino-aprendizagem, atendendo aos interesses de toda comunidade escolar a qual esta se insere.

A metodologia usada foi estudos e pesquisas de referência bibliográficas voltada ao tema de estudo.

PALAVRAS-CHAVE: Gestão Democrática, Projeto Político Pedagógico

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SUMÁRIO

1 – APRESENTAÇÃO................................................................................................. 3

2 – INTRODUÇÃO...................................................................................................... 4

3 – GESTÃO ESCOLAR E O CONTEXTO HISTÓRICO............................................ 5

4 – A GESTÃO ESCOLAR E OS DESDOBRAMENTOS NA ORGANIZAÇÃO DA

ESCOLA – LDB 9394/96 – Lei de Diretrizes e bases da educação

Nacional....................................................................................................................... 8

5 – A GESTÃO ESCOLAR NUMA PERSPECTIVA DEMOCRÁTICA – A

PARTICIPAÇÃO DA COMUNIDADE ESCOLAR....................................................... 11

6 – O PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO COMO INSTRUMENTO DE

EFETIVAÇÃO DA GESTÃO ESCOLAR DEMOCRÁTICA........................................ 18

7 - CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................24

8 – INDAGAÇÕES PARA REFLEXÃO E AÇÃO........................................................ 26

9 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................... 28

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1- APRESENTAÇÃO

Professor Responsável

EVERALDO GRASSELLI

E-mail: [email protected]

Professor da Rede Pública do Estado do Paraná, formado em Letras/Inglês pela Unoeste – Universidade do Oeste Paulista, com especialização em Língua Portuguesa pela Faculdade São Luís e Organização do Trabalho Pedagógico pela Unioeste. Atuo no município de Santa Helena, com 40 horas na Escola Estadual José Biesdorf – Ensino Fundamental, exercendo a função de Gestor Escolar Orientação

Profº. Dr. Fernando José Martins

E-MAIL: [email protected]

Professor Doutor Diretor do Centro de Educação e Letras da Universidade Estadual do Oeste do Paraná/UNIOESTE – Campus de Foz do Iguaçu – PR. Instituição participante

Universidade Estadual do Oeste do Paraná/UNIOESTE – Campus de Foz do

Iguaçu

Título

Gestão Escolar Democrática: construção e efetivação

Área de investigação

Gestão Escolar

NRE

Toledo

Escola de origem

Escola Estadual José Biesdorf – Ensino Fundamental.

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2 - INTRODUÇÃO

Sabe-se que no Brasil, após um longo período de ditadura militar e com a abertura

política a partir de 1980, a relevância do processo de democratização no interior das

instituições públicas de educação começa a ganhar destaque. No que diz respeito à

gestão escolar, além de algumas políticas públicas de educação começarem a ocupar-se

do processo de democratização, no âmbito da pesquisa acadêmica vários estudos são

realizados, especialmente a partir dos anos 1990, com vistas a investigar a questão e com

o propósito, dentre outros, de desvelar os mecanismos que propiciaram ou dificultariam

uma gestão escolar efetivamente democrática.

Nesse contexto o presente estudo tem o propósito de refletir sobre a relação entre

a Gestão Escolar e o Projeto Político-Pedagógico. Buscarei mostrar alguns subsídios

teóricos acerca de como se constrói essa gestão. Pretendo neste estudo buscar melhor

compreender a trajetória pela democratização da educação, a relação das políticas

públicas sociais com a educação, bem como procurar melhor aperfeiçoar e aplicar as

técnicas educacionais dentro de uma gestão escolar democrática que busque atender as

necessidades sociais, pois na atualidade a educação através das políticas sociais, está

sendo encarada como um desafio enquanto instrumento de democratização, inclusão e

participação social.

Nessa concepção, a educação deve ultrapassar as barreiras e muros escolares,

visando a aprendizagem política dos cidadãos e as conquistas de seus direitos, atender

aos interesses do grupo social ao qual a escola se insere, fazendo com que este participe

ativamente na transformação da mesma.

Conforme destaca Paro:

A atividade administrativa não se dá no vazio, mas em condições históricas determinadas para atender as necessidades e interesses de pessoas e grupos. Da mesma forma, a educação escolar não se faz separada dos interesses e forças sociais presentes numa determinada situação histórica. A administração escolar está, assim, organicamente ligada à totalidade social, onde ela se realiza e exerce sua ação e onde, ao mesmo tempo, encontra as fontes de seus condicionantes. Para um tratamento objetivo da atividade administrativa escolar é preciso, portanto, que a análise dos elementos mais especificamente relacionados à administração e à escola seja feita em íntima relação com o exame da maneira como está a

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sociedade organizada e das forças econômicas, políticas e sociais aí presentes. (PARO, 2001: p. 13)

Assim, espera-se e defende-se nesse trabalho que a articulação da escola com a

comunidade e demais instituições voltadas a desenvolver uma melhoria da educação,

desenvolvam uma real possibilidade de que os valores democráticos possam nortear uma

educação escolar para a vida, pois se acredita que uma comunidade escolar quando

sensibilizada e mobilizada para as questões sociais e educacionais, torna-se mais

participativa e comprometida com tais causas, uma vez que vai aprendendo a se inserir

verdadeiramente na tomada de decisões, procurando, assim, construir uma escola mais

autônoma, democrática e qualitativa.

Dentre os objetivos principais pretende-se mostrar que a Gestão Escolar

democrática é mais adequada à educação do que a Administração geral, pois a

participação comunitária, desde que envolvida e comprometida com a educação subsidia

os trabalhos na área educacional.

3 – GESTÃO ESCOLAR E O CONTEXTO HISTÓRICO

Enfatizar o contexto histórico e a caminhada percorrida pelas formas de gestão

escolar nos remeteria a um profundo estudo sobre o caso, desde Taylor, Fayol e demais

administradores relacionados aos modos de produção capitalista e ao trabalho em si. No

entanto buscarei enfatizar de forma sucinta como transcorreu a caminhada da gestão

escolar, principalmente na sua democratização ao longo do tempo, diferenciar a gestão

escolar da administração de empresas e enfatizar como se estruturava a educação a

partir da década de 80, pensando, assim, melhor atingir este estudo no âmbito da escola,

de forma direta e clara com a comunidade escolar.

Embora, num contexto histórico, muitos considerem a escola como uma empresa,

há diferenciações quanto ao seu modelo de administração se comparada com a

administração de empresa, porque estas desenvolvem teorias sobre como organizar o

trabalho nas empresas capitalistas, enquanto a administração escolar preocupa-se com a

organização do trabalho na escola ou no seu sistema escolar. Esse tipo de administração

(escolar), procurava alcançar um certo grau de cientificidade em suas ações, para provar

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que a escola mantinha relacionamento importante frente às expectativas da sociedade.

É visível, porém, que tanto a administração de empresa, quanto a escolar podem

ser aqui consideradas administrações generalizadas, pois mantinham relação similar para

ambas as organizações, mas o que mais se evidenciou, entretanto, foi que a

administração escolar buscou na administração de empresa alguns padrões por estas já

alcançados, como eficiência e racionalização, para melhor desenvolverem sua prática

administrativa.

Para comprovar essa relação similar entre as duas administrações, Maria de

Fátima costa Félix, destaca:

Há dois pressupostos básicos para as posições assumidas pelos teóricos da administração de empresa e da administração escolar. O primeiro deles é o de que as organizações, apesar de terem objetivos diferentes são semelhantes e, por isso, têm estruturas similares, podendo ser administradas segundo os mesmos princípios, conforme os mesmos modelos propostos pelas teorias da administração de empresa, feitas apenas as adaptações necessárias para atingir suas metas específicas. O segundo pressuposto é o de que a organização escolar e o sistema escolar como um todo, para adequar-se às condições sociais existentes e atingir os objetivos que são determinados pela sociedade, necessitam assimilar métodos e técnicas de administração que garantam a eficiência do sistema, justificando assim a sua própria manutenção. (FÉLIX, 1989: 73-4)

O que se vinha buscando dentro do sistema de administração escolar era colocá-lo

como uma forma de alterar a concepção que a sociedade tinha de escola, ou seja,

quebrar os paradigmas tradicionais e estipular normas e valores para a formação de uma

nova entidade social.

Essa busca, porém, deve ser aplicada, é claro, pelas teorias da época, quer dizer, é

a sociedade capitalista, através de seus modos de organização e produção que busca

comprovar que esta é a forma mais correta e adequada de organizar e administrar, ou

seja, o modo de produção capitalista determina as relações sociais de produção, e a

organização das instituições políticas e culturais da sociedade.

Percebemos que a escola não somente reproduz as relações sociais, mas serve como um

espaço para a sociedade reproduzir elementos para superá-las, antepor-se, quer dizer, é

onde as forças capitalistas se defrontam e os grupos sociais lutam por seu poder. De um

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lado a classe dominante lança sua ideologia e por outro lado as massas procuram

desenvolver práticas educacionais em busca da democratização. Além disso, a escola

deve estar comprometida com as carências sofridas pela sociedade, procurando

direcionar suas ações educativas atendendo às demandas sociais.

Poder-se-ia dizer que, um processo de burocratização da escola se desencadeou e os seus aspectos formais ganharam terreno, transformando-se a escola em uma instituição burocratizada por excelência (...). Isto significa que, com a formalização houve uma especialização de funções, uma atomização do trabalho especializando dentro da escola e o caráter integrador do processo educativo foi-se perdendo; a relação estreita entre o aprendiz e o educador deixou de existir, tornando-se mais e mais reduzida à preocupação com os resultados efetivos do processo. (ALONSO apud FÉLIX, 1989: 91).

Percebemos que a escola não somente reproduz as relações sociais, mas serve

como um espaço para a sociedade reproduzir elementos para superá-las, antepor-se,

quer dizer, é onde as forças capitalistas se defrontam e os grupos sociais lutam por seu

poder. De um lado a classe dominante lança sua ideologia e por outro lado as massas

procuram desenvolver práticas educacionais em busca da democratização. Além disso, a

escola deve estar comprometida com as carências sofridas pela sociedade, procurando

direcionar suas ações educativas atendendo às demandas sociais.

Quanto à educação, a eficácia da administração ao logo da história está

preocupada com os aspectos pedagógicos e a capacidade de administrar advém dos

objetivos educacionais alcançados. Por exemplo, a escola oferta um curso a sua

comunidade escolar e esta atua como agente na transformação evolutiva das ações

sociais frente aos problemas que a comunidade apresenta.

Por sua vez, a escola contemporânea, busca uma solução ou uma resposta aos

problemas apresentados, supondo assim ter um compromisso mais verdadeiro com os

objetivos sociais e com as questões políticas da comunidade. No final dos anos 70 e início

de 80, devido a instabilidade econômica e política internacional, começam a surgir novas

teorias com relação às formas de administração, estabelecendo a relevância humana

como critério fundamental para os fatos administrativos. Desse modo, quanto mais

participativo e democrático for o processo administrativo maiores as probabilidades para

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se promover a qualidade de vida humana, com a finalidade de oportunizar a cada cidadão

alternativa de intervir na realidade social enquanto sujeitos na busca de construir uma

nova sociedade a qual atenda aos interesses sociais de sua comunidade.

Através dessa busca de novos conceitos à administração de uma forma geral, a

administração escolar sofre uma grande transformação em sua forma de atuação, visão

da sociedade e transformação da realidade, uma vez que estando a escola inserida na

sociedade e conseqüentemente nas suas relações sociais, deveria repensar o significado

de suas ações, visando influenciar no acesso às oportunidades sociais e uma boa ou má

gestão educacional poderá exercer essa influência, dependendo do seu caráter ser

excludente ou includente.

Percebemos que se começa a necessitar essa democratização da escola, visto a

atender as necessidades sociais, no entanto, não temos claro ainda hoje o que seja essa

democracia e quais os caminhos que a escola deve assumir para que possa ser de fato

democrática.

O que vem se evidenciando é uma necessidade de que os movimentos sociais

propiciem essa abertura democrática no país, fazendo com que a sociedade se abra à

participação e a escola também se enquadre nesse princípio. Nessa caminhada um novo

modelo de gestão começa a emergir, um modelo que atenda as necessidades sociais de

seu povo, comprometido com a realidade da classe operária, fruto de lutas, no intuito de

democratizar as ações no âmbito educacional, conforme veremos adiante.

4 – A GESTÃO ESCOLAR E OS DESDOBRAMENTOS NA ORGANIZAÇÃO DA ESCOLA – LDB 9394/96 – Lei de Diretrizes e bases da educação Nacional

Embora no transcorrer de sua caminhada, a gestão escolar esteve voltada a se

democratizar e a atender a comunidade a qual se insere no contexto escolar, bem como a

implantação de políticas públicas no âmbito educacional ocorreram gradativamente, as

dificuldades de gerenciamento das unidades escolar perduram, leis, poderes, autonomia,

vieram para contribuir com a educação, mas o que podemos evidenciar é que nem

sempre contribuem decisivamente em prol da educação, uma vez que se questiona os

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poderes instituídos, a autonomia que o gestor escolar tem e o sistema educacional

atrelado a grupos dominantes.

Enfatizando o comentário anterior destacamos um palco de inúmeras discussões e

enfrentamento de classes aí envolvidas: a LDB - Lei de Diretrizes e Bases da Educação

Nacional- 9394/96 de dezembro de 1996, a qual integra o conjunto das reformas

econômicas, sociais e políticas do modelo neoliberal que, hegemonicamente, se implanta

no Brasil desde a década de 80.

Por intermédio desta o Estado intervém, através de programas e projetos

governamentais, em todos os aspectos da educação. A prioridade do governo foi

assegurar o acesso e a permanência dos alunos na escola com alguns programas:

‘Acorda Brasil! Ta na hora da escola’, Aceleração da Aprendizagem, Guia do Livro

Didático. No tocante a permanência, a Bolsa-Escola, concede auxílio financeiro às

famílias de baixo poder aquisitivo com as crianças na idade escolar.

No plano do financiamento convivemos com vários programas: “Dinheiro na

Escola”, Programa Renda Mínima, Fundo de Fortalecimento da Escola (FUNDESCOLA),

Fundo para o Desenvolvimento e Valorização do Magistério (FUNDEF) e o Programa de

Expansão da Educação Profissional (PROEP).

As intervenções do Governo também foram de natureza avaliativa, como é o caso

da criação do Sistema de Avaliação da Educação Básica (SAEB), Exame Nacional do

Ensino Médio (ENEM) e do Exame Nacional de Cursos (Provão), centralizando a

avaliação em nível nacional, a mesma proposição ocorre com o currículo por intermédio

das Diretrizes Curriculares Nacionais e dos Parâmetros Curriculares Nacionais para todos

os níveis e modalidades de ensino.

Além dessas intervenções, o governo, através da LDB, propõe uma forma de

gestão a qual seja mais democrática às escolas, envolvendo os profissionais da educação

e demais representantes dos segmentos organizados da sociedade, como APM e

Conselho Escolar. Uma passagem na nova lei destaca:

O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios: I - Gestão Democrática do ensino público, na forma desta lei e da legislação dos sistemas de ensino.Os sistemas de ensino definirão as normas da gestão democrática do ensino público na educação básica, de acordo com as suas peculiaridades e conforme os seguintes princípios:I - Participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto

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pedagógico da escola;II - Participação da comunidade escolar em conselhos escolares ou equivalentes. (LDB 9394/96 art. 3º: 36-37 e art. 14: 40)

Embora pareça que o governo e a nova LDB – Lei de Diretrizes e Bases da

educação, estejam coerentes quanto à busca de construção para uma melhor educação

para o país, percebemos que a LDB – Lei de Diretrizes e Bases da Educação é muito

vaga, permitindo uma abertura de mercado a empresas interessadas em controlar a

educação e atender aos mandos da elite do governo, ou seja, são essas instituições ou

organismos que farão frente ao papel que a educação deva exercer na sociedade.

Como exemplo, podemos verificar o artigo 14 da LDB – Lei de Diretrizes e Bases

da Educação, no qual compete aos sistemas de ensino definir as normas para a gestão

democrática de acordo com o que esta necessita para um bom funcionamento em suas

atividades, além de precisar da comunidade escolar na realização das ações da escola.

Percebe-se que as políticas públicas estão aquém do que a sociedade realmente

almeja, uma vez que o Estado não oferece estrutura suficiente para atender os principais

setores sociais, entre eles o educacional, principalmente na área econômica, de recursos

humanos e da estrutura física da rede de ensino, comprometendo o ensino-aprendizagem

e a qualidade do processo educacional ao longo da história, ou seja, não é suficiente

somente criar leis, programas e estruturas, é preciso mantê-las e dar suporte para que

estas atendam suas especificidades e cumpram sua função frente aos anseios da

sociedade.

Pode-se dizer que papel do Estado frente às políticas sociais é repassar o que

seriam suas responsabilidades à escola e a comunidade, não cumprindo com suas

funções políticas frente aos problemas que as classes sociais, principalmente as

populares, enfrentam, e em contrapartida se refere a essas ações como um modelo

democrático de gestão na educação, o que na verdade nada mais é do que a fuga de

responsabilidade frente aos deveres do Estado para com a sociedade, uma vez entendida

que gestão democrática em sua efetivação se requer, sim, a participação de toda a

sociedade, todavia o governo deve cumprir com o seu papel frente às questões sociais de

seu povo, por exemplo, a educação.

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5 – A GESTÃO ESCOLAR NUMA PERSPECTIVA DEMOCRÁTICA – A PARTICIPAÇÃO DA COMUNIDADE ESCOLAR

Alguns aspectos ao longo da trajetória educacional têm aflorado as discussões

sobre a democratização da escola. Dentre elas, podemos destacar que para a escola ser

democrática, necessita-se democratizar seus processos administrativos, por exemplo, que

os dirigentes educacionais sejam eleitos através de formas participativas. Outra é

democratizar a oferta da escola, quer dizer, a escola deve universalizar sua capacidade

de responder às demandas populares, (deve haver tantas vagas quantas forem às

necessidades da comunidade) bem como proporcionar melhor qualidade na educação.

Para isso, responsabiliza-se o Estado, como sendo o responsável pelo

oferecimento de escola pública e gratuita, o que podemos elucidar que não haverá

democratização da escola enquanto a escola pública e gratuita não for oferecida a todos

que dela necessitam ter acesso.

Outro fator seria a democratização dos seus processos pedagógicos, o que se

entende ser uma luta por maior participação de seus agentes educacionais nas decisões

das práticas educacionais, como por exemplo, criando conselhos, colegiados, retirando

assim as decisões pedagógicas dos processos centralizados e autoritários.

Vê-se que o conceito fundamental para que ocorra a democratização na gestão

escolar é o da participação, como define Rodrigues:

A democratização vai acontecer quando a participação nos processos decisórios no âmbito da escola ou do próprio sistema educacional sofrer a participação de outros elementos que hoje estão excluídos deles. Para se democratizar a escola é necessário que ela seja aberta à participação de amplos segmentos da sociedade para que estes tenham voz e voto e sejam capazes de tomar decisões sobre o que acontece no âmbito da escola”. (RODRIGUES, apud ANDE, 1983: 45)

O que vem se buscando, nos processos educacionais, são caminhos que possam

viabilizar a democratização da escola e de suas formas de gestão. Para que essa

democracia se efetive, deve-se superar o autoritarismo implantado no seio da sociedade,

o qual se preocupou primeiro em atender aos interesses das elites dominantes, deixando

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a sociedade civil em segundo plano e a educação determinada pela burocracia dos

aparelhos do Estado, este, tido como agente competente para direcionar e controlar as

atividades ligadas à educação.

É nesse sentido que se deve recuperar a dimensão política da educação, para se

buscar a democratização da escola, e para isso a influência da sociedade deve ser

diagnosticar que tipo de educação deseja, qual a função que a escola deve desempenhar

e que sociedade pode-se esperar daquelas pessoas que estão freqüentando a escola.

Isso vai permitir que a sociedade interfira no intuito de melhorar as políticas sociais

desenvolvidas pelo Estado. É ela que vai encontrando os determinantes que a escola

deva desempenhar, ou seja, contribuir na definição das práticas educativas.

Por sua vez, os dirigentes educacionais, não serão mais os condutores dos

processos educacionais, mas sim devem saber interpretar as ações que interessem à

comunidade escolar e a partir disso direcionar princípios educativos capazes de atender

de maneira adequada essas demandas exigidas pela mesma.

A sociedade, portanto, também pode ajudar a determinar quais as necessidades e

tipos de educação necessária e qual sua expectativa em relação à escola. Assim, quando

a sociedade puder dizer o que espera da escola e os dirigentes educacionais souberem

traduzir as carências das políticas públicas sociais em formas de ação, para que a escola

possa responder a essas carências, podemos dizer que o primeiro passo para a

democratização da escola foi dado.

Assim, a gestão democrática em educação se articula ao compromisso

sociopolítico, atendendo, portanto, aos interesses das classes sociais, e a construção

coletiva de uma administração democrática só se concretizará pela participação de toda a

comunidade escolar nas decisões do processo educativo.

Segundo HORA, há alguns objetivos essenciais para se buscar uma administração

participativa na sociedade, entre elas:

a- Extração do autoritarismo centralizador;b- A diminuição da divisão do trabalho que reforça as diferenças e os distanciamentos entre os segmentos sociais;c- A participação efetiva dos diferentes segmentos sociais na tomada de decisões, conscientizando a todos de que são os autores da história que se faz no dia-a-dia. (HORA, 1997: 50).

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É através da administração participativa que o indivíduo começa a assumir a

responsabilidade de suas ações, exercendo influências sobre o conteúdo e a organização

dessas atividades.

Conforme Pellegrini, apud HORA, (1997: 51), “a grande riqueza da participação de todos está na medida em que cada grupo ou cada pessoa traz para o grupo as suas percepções sobre a realidade que a cerca quando os objetivos definidos e planos de ação estão impregnados dessas diferentes percepções”

Na perspectiva de construir uma gestão democrática, ideias e comportamentos

surgem, e alguns se fazem necessário destacar:

1- O diretor é aquele que está na liderança, a serviço da comunidade escolar para o alcance de suas finalidades.2- Os especialistas (superior, orientador, diretor) são possuidores de um conhecimento especifico em uma área, assim como cada professor é; o trabalho coletivo dessas diferentes especialidades na escola é que provocará mudanças.3- A expectativa que alunos, pais, comunidade têm em relação à escola é uma dimensão que não pode ser ignorada e sim conhecida para ser atendida.4- Os indivíduos precisam assumir as responsabilidades de suas atividades, sem que alguém lhes diga sempre o que e como fazer. Não pode, pois, existir a dicotomia – uns pensam, outros executam -, mas todos precisam ter e desenvolver o compromisso político próprio do ato educativo.5- O individualismo, a desconfiança, a acomodação e o egoísmo devem ceder lugar ao sentido coletivo da crítica e autocrítica, do direito e do dever, da responsabilidade social frente ao ato educativo.6- O comando, por ser sensível às necessidades e aos interesses dos diversos grupos, agiliza o confronto dos mesmos, resultando em ações criadoras.7- A gestão da escola passa a ser, então, o resultado do exercício de todos os componentes da comunidade escolar, sempre na busca do alcance das metas estabelecidas pelo projeto político-pedagógico construído coletivamente. (HORA, 1997: 52)

Para construir uma sociedade democrática, a participação é um direito, um dever

de todos, ou seja, participação e democracia são dois conceitos que estão associados e

assim, cabe à escola como instituição social, uma possibilidade de construir a democracia

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como forma política de convivência humana.

Segundo Paro:

A Administração Escolar atual, pautada pelo autoritarismo em suas relações e pela ausência de participação dos diversos setores da escola e da comunidade em sua realização, não se coaduna com uma concepção de sociedade democrática a que se pretende chegar através da transformação social. Por isso, uma teoria e prática de Administração Escolar que se preocupe com a superação da atual ordem autoritária na sociedade precisa propor como horizonte a organização da escola em bases democráticas. E para ser verdadeiramente democrática é preciso que todos os que estão direta e indiretamente envolvidos no processo escolar possam participar das decisões que dizem respeito à organização e funcionamento da escola. (PARO, 2001, P. 160)

A gestão escolar democrática, a construção do seu Projeto Político-Pedagógico e a

autonomia da escola são pressupostos importantes para que haja o desenvolvimento da

cidadania, portanto, dentre outros, o papel da escola não pode estar veiculado à lógica do

mercado e sim cumprir sua função social, ou seja, seu papel político.

A gestão democrática é um processo de aprendizado e de luta política que não se circunscreve aos limites da prática educativa, mas vislumbra, nas especificidades dessa prática social e de sua relativa autonomia, a possibilidade de criação de canais e efetiva participação e de aprendizado do jogo democrático e, conseqüentemente, do repensar das estruturas de poder autoritário que permeiam as relações sociais e, no seio dessas, as práticas educativas.” (DOURADO apud SOUZA, 2001: 304).

Ferreira reforça as idéias de Dourado:

A gestão democrática da educação é hoje, um valor já consagrado no Brasil e no mundo, embora ainda não totalmente compreendido e incorporado à prática social global e à prática educacional brasileira e mundial. É indubitável sua importância como um recurso de participação humana e de formação para a cidadania. É indubitável sua necessidade para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária. É indubitável sua importância como fonte de humanização. (FERREIRA apud SOUZA, 2001: 305)

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Ora, se os cidadãos é que são partes indispensáveis no projeto educacional, há por

parte deles uma necessidade de auto conhecer-se para a compreensão do seu meio

social, o qual será um critério norteador para a aplicação de recursos e estabelecimentos

de prioridades.

É claro que com o surgimento das políticas públicas neoliberais, ocorridas

principalmente a partir dos anos 80, o Estado fica desativado de várias funções que antes

lhe cabiam e as responsabilidades dessa nova visão de construção de processo

educacional cabem a área social.

Conforme Dalbério:

[...] essa política redundou numa drástica diminuição do investimento público, com a deteorização da infraestrutura (especialmente das áreas marginais). Paralelamente, degradaram-se os serviços públicos, não só por falta de investimentos, mas sim de recursos correntes para o seu funcionamento; frente essa realidade, os grupos de alta renda optaram por utilizar serviços privados de educação, saúde e segurança. Ao mesmo tempo, os grupos de menor renda perderam um mecanismo compensador. (CALCAGNO, 1992, apud GENTILLI, 1996, p.84, apud DALBÉRIO, p. 45-46).

Daí, do ponto de visto neoliberal decorrem novas formas de associativismo, que

envolvem um agir mais coletivo e menos crítico da ideologia burguesa, principalmente o

consumista, ou seja, elas assumem a responsabilidade de parceria e cooperação com o

Estado, deixando de reivindicar os direitos sociais diretamente do Estado, mas

contribuindo para a construção de uma nova realidade social.

É lamentável que profissionais e comunidade verdadeiramente comprometidos com

a educação aceitem a inclusão dessas políticas públicas, pois sabemos que se trata de

interesses particulares de grupos econômicos em tirar proveito do setor educacional,

assim o Estado diminui seus gastos para com os problemas sociais, terceiriza a educação

e demais setores sociais a empresas que visam se beneficiar dessa situação e não

desempenha seu verdadeiro papel que é de oferecer educação pública gratuita e de

qualidade às camadas sociais.

Não deixemos de considerar que em períodos de crise econômica e escassez de

recursos é que o Estado delega suas responsabilidades aos demais setores da

sociedade, para que solucionem os problemas públicos, suprindo através dos setores

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sociais, as faltas de recursos e incentivando a participação comunitária ao trabalho

voluntário, à ajuda mútua e ao esforço próprio.

Cabe à escola e a nós educadores posicionarmo-nos enquanto sujeito ativo no

processo de reflexões e analisarmos os programas que realmente vêm ao encontro aos

interesses coletivos educacionais. Assim, compete à escola, despertar essa consciência

na comunidade para que esta se sinta também responsável pela construção de uma

escola melhor. Há que se despertar a consciência da participação da sociedade na

política pública, a partir da cobrança para que o Estado se comprometa a sustentar a

necessária estrutura de atendimento e que a sociedade a assuma como conquista da

classe social.

Com essas políticas públicas deu-se ênfase a uma gestão escolar democrática,

que busca preocupar-se com a aprendizagem de seus alunos baseando-se no

conhecimento de seu mundo e que os mesmos tenham instrumentos adequados para

enfrentarem os desafios da vida.

Conforme LÜCK (1996: 15), “... o êxito de uma organização depende da ação

construtiva conjunta de seus componentes, pelo trabalho associado, mediante

reciprocidade que cria um... todo, orientado por uma vontade coletiva”.

É possível entender a gestão escolar participativa como uma forma de envolver

todos os seus agentes educacionais no processo educativo, assim numa gestão

democrática dizemos que qualquer representante da comunidade que esteja interessado

e comprometido com a escola e no seu processo pedagógico, está inserido nessa gestão.

Para que a Gestão Democrática da educação tenha êxito, necessita-se a

consciência e o comprometimento de seus agentes (a equipe pedagógica, professores,

alunos, pais), pois são eles que devem assumir o poder de exercer influência nos

direcionamentos das atividades educacionais, bem como obter os resultados que

atendam às necessidades de sua comunidade escolar. Caso não haja essa consciência e

comprometimento em interferir no processo educacional, os resultados serão negativos

para toda a organização social e para seus constituintes.

O desafio para a gestão escolar democrática é construir novas relações no interior

da escola, onde toda a comunidade escolar participe das ações e decisões educativas

integralmente, superando o autoritarismo, a exclusão e desmistificando o individualismo e

a competitividade, além de buscar oferecer autoridade ao professor, pois sem esta se

decreta o caos da educação e qualquer pessoa pode querer ensinar.

Algumas características da gestão participativa podem ser destacadas, no intuito

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de atender as suas ações educativas, são elas:

✔ Compartilhamento de autoridade.✔ Delegação de poder.✔ Responsabilidades assumidas em conjunto.✔ Valorização e mobilização da sinergia de equipe.✔ Canalização de talentos e iniciativas em todos os segmentos da organização.✔ Compartilhamento constante e aberto de informações. (LÜCK, 2000: 31)

Nesse sentido, faz-se necessário a construção de ações pedagógicas, planejando

o direcionamento da educação, ou seja, é preciso que tenhamos conhecimento de que

sociedade queremos e voltarmos nossas ações para obtermos respostas eficazes que

atendam aos nossos questionamentos.

A gestão democrática deve ser um instrumento de transformação das práticas

escolares, e para que isso seja possível necessita-se a formulação de um novo Projeto

Político Pedagógico, que esteja calcado numa concepção democrática do processo

educativo e construído a partir de um projeto coletivo daqueles que têm compromisso com

a democracia e com a escola pública, com o saber, o conteúdo e a qualidade da

educação, ou seja, para se construir uma sociedade democrática necessita-se

desenvolver ações democráticas concretas em todos os espaços que há interação social,

principalmente na escola.

Acreditamos que, quando homens, mulheres e crianças com diferentes culturas, valores e experiências de vida se reúnem, formam um coletivo que pode se unir ou aproximar por aspirações e interesses que representem o bem comum. Assim, a gestão democrática buscará formas de trazer os pais, os alunos, os professores e demais trabalhadores da escola para discutir os seus projetos e decidir seus rumos. (DALBÉRIO, 2009, p.83).

O importante, contudo, é constatar que a gestão escolar democrática apresenta-se

como mais um desafio na construção das relações sociais, e se constitui num espaço

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público de decisões a respeito de questões sociais que o Estado não tutela.

“A luta pelo socialismo requer a mobilização de toda população e e portanto as lutas antiautoritárias têm que ser suscitadas em todas as instituições no pressuposto, confirmado pela experiência, que as práticas de libertação tendem, em geral, a se reforçar mutuamente, na medida em que a legitimidade de todas é reconhecida ao passo que a tentativa de se considerar uma luta específica como prioritária e contendo em si a solução das demais – ‘uma vez conquistado o poder e eliminada a propriedade privada dos meios de produção, tudo mais se resolve sem atrito nem demora’ – só tende a dividir os movimentos de libertação e sectarizá-los”.(SINGER, 1980, P. 71-2, apud PARO, 2001, p. 167).

Apesar de toda conquista democrática ser considerada fruto de muitas lutas contra

os poderes instituídos, é preciso lutar por esse novo projeto de democratização da

sociedade, rompendo com as armadilhas da dominação política, geralmente originada no

âmbito do Estado, pois necessitamos de uma sociedade mais humana, que só se

concretizará efetivamente quando construída coletivamente.

6 – O PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO COMO INSTRUMENTO DE EFETIVAÇÃO DA GESTÃO ESCOLAR DEMOCRÁTICA.

O compromisso que a escola deve assumir não é somente a elaboração de mais

um documento, mas sim que ela proporcione o surgimento de um processo reflexivo

conjunto, envolvendo a vontade política de toda a comunidade escolar e que esta esteja

consciente da importância desse processo para qualificar a gestão pedagógica e

administrativa da escola.

Para que haja concretização do Projeto Político-Pedagógico, deve-se desencadear

um processo de identidade da comunidade escolar e assim buscar conhecer as

realidades que fazem parte do contexto da escola e da comunidade na qual ela se insere.

Além isso, a escola deve ter clareza do aluno, cidadão que quer formar, estar organizada

em princípios democráticos e conter com profissionais comprometidos com esse projeto

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para que ele se efetive.

Apesar da escola ter que responder às exigências das diretrizes do sistema

nacional de educação, ela não pode estar desvencilhada do compromisso com a

democracia quanto aos princípios de igualdade, justiça, participação e na busca de

diminuir as desigualdades sociais.

Por isso, a escola deve ser um espaço de prática pedagógica em que a criança e o

jovem se relacionam entre si, com professores, idéias, valores, arte, livros, problemas,

concretizando que o dever da escola é também criar oportunidades para que eles se

desenvolvam e vão construindo seus saberes.

A gestão escolar para viabilizar um projeto político-pedagógico que seja global e

interdisciplinar, deve prever formas democráticas de organização e funcionamento da

escola incluindo seus principais agentes (professores, pais, alunos, comunidade...). As

instituições escolares por atuar em sintonia com as atividades desenvolvidas pela escola,

desempenham um papel importante (APM, conselho escolar, grêmio estudantil,...).

Algumas ações podem ser evidenciadas quanto à construção coletiva do Projeto

Político-Pedagógico, no intuito de caracterizar a importância da participação da

comunidade escolar:

✔ Rompimento com estruturas mentais e organizacionais fragmentadas;✔ Definição clara de princípios e diretrizes contextualizadas, que projetem o vir-a-ser da escola;✔ Envolvimento e vontade política da comunidade escolar para criar a utopia pedagógica que rompe com os individualismos e estabelece a parceria e o dialogo franco;✔ Conhecimento da realidade escolar baseado em diagnóstico sempre atualizado e acompanhado;✔ Análise e avaliação diagnóstica para criar soluções às situações-problema da escola, dos grupos, dos indivíduos;✔ Planejamento participativo que aprofunde compromissos, estabeleça metas claras e exeqüíveis e crie consciência coletiva com base nos diagnósticos: geral, das áreas, por componente curricular, por setor escolar, por grupos de professores, por pessoas nos grupos;✔ Clarificação constante das bases teóricas do processo com revisão e dinamização contínuas da prática pedagógica à luz dos fundamentos e das diretrizes do currículo, da metodologia, da avaliação, dos conteúdos, das bases da organização escolar, do regimento, dos mecanismos de participação, do ambiente e do clima institucional, das relações humanas, dos cronogramas de estudos e de reuniões etc.; (VEIGA, 1999: 51)

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O Projeto Político-Pedagógico das escolas é apontado como um instrumento eficaz

na conquista da qualidade do seu fazer pedagógico. Destaca-se a irrelevância política e

pedagógica dos projetos grandiosos, feitos em gabinetes burocráticos, anônimos e

distantes das realidades das instituições escolares. Através dele busca se explicitar a

necessidade de que as escolas conheçam de perto a comunidade e, através de seus

projetos, busquem respostas concretas aos problemas e anseios das mesmas,

respeitando suas peculiaridades étnicas e culturais. Isso significa a possibilidade de

aproximação da escola com a comunidade permitindo que esta acompanhe o trabalho

desenvolvido pela instituição escolar.

É nesse horizonte que se desenham os ideais da “Escola Cidadã”, na integração

da escola e da sociedade, onde ambas planejam ações que viabilizem a qualidade do

ensino. Os postulados da “Escola Cidadã” buscam mecanismos de intervenção

participativa da comunidade para superar a burocracia e conquistar sua liberdade e

autonomia; participação sem nenhuma forma de dominação e alienação, mas que conduz

diretamente à cidadania.

“A escola cidadã, formadora do indivíduo autônomo, alimenta-se do discurso do

outro, mas o reelabora para torná-lo seu, para que não fale e não pense como o outro,

como ocorre com o indivíduo alienado.” (PARANÁ, 1992:12)

Nesse sentido, as escolas têm desenvolvido trabalhos para divulgar a produção

dos professores e alunos, buscando a integração entre educação e cultura, escola e

comunidade; valorizar a diversidade cultural, tomando a cultura do educando como ponto

de partida no processo educativo; formar cidadãos conscientes, críticos e comprometidos

com as questões ambientais, locais e planetárias, partindo da realização de projetos na

própria escola, tais como: horta escolar, merenda, gincanas culturais, etc.; buscar novas

metodologias que visem o desenvolvimento pleno e integral do educando através da

integração entre conteúdos e disciplinas evitando a fragmentação do ensino.

O Projeto Político-Pedagógico da escola é um processo em constante

reelaboração, baseado na intencionalidade da prática educativa. A organização da

proposta pedagógica, através da construção do Projeto Político-Pedagógico, é o trabalho

da própria escola, sendo o caminho para a conquista de sua autonomia, visto que o

mesmo fundamenta-se na reflexão e discussão coletivas objetivando efetivar

intencionalidades da instituição.

No que se diz respeito à educação e principalmente a uma gestão escolar

democrática, dizemos que a autonomia só foi atingida quando:

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A conquista da autonomia da escola é atingida quando se entende o significado de

sua proposta pedagógica, porque é fruto da ação de todos os envolvidos na dinâmica do

ensino-aprendizagem, participantes na auto-reflexão do trabalho educativo, ato político

coletivo. (PARANÁ, 1992: 33)

Isso não significa que a escola não deve mais seguir as diretrizes gerais de um

sistema educacional. A autonomia deve existir para possibilitar que a escola atenda suas

necessidades imediatas, resolva seus problemas, crie, desenvolva e avalie seus projetos,

pois cada instituição escolar faz parte de uma realidade específica, diferenciada das

demais.

Um projeto político pedagógico possibilita à escola clarear seus princípios

filosóficos, definir e articular políticas educacionais, organizar seu fazer

pedagógico/administrativo, selecionar e qualificar recursos humanos, materiais e

financeiros, estabelecer bom entendimento entre os vários setores da instituição na

conquista de objetivos comuns, facilitar uma continuidade administrativa, aproximar a

escola da comunidade com o propósito de efetivar ações de comum interesse e avaliar

resultados, redimensionando suas intencionalidades.

Pelo Projeto Político-Pedagógico é que se fundamenta a melhoria da qualidade da

escola e se abre espaço para a construção da autonomia.

“Autonomia evoca o sentido de liberdade e democracia e pode ser interpretada como a capacidade de se governar por si mesmo; liberdade ou independência moral e intelectual ou ainda condição pela qual o homem pretende e pode escolher as leis que regem sua conduta. Autonomia no âmbito da escola deve existir para atender à qualidade da educação que se faz no dia-a-dia. Se a gestão da escola estiver somente cerceada por ordens, leis e deliberações para cumprir, transforma-se em mais um órgão tutelado perdendo seu espaço de liberdade e reduzindo sua capacidade de democratização tão próprio do ato educativo”. (MELLO, ULBRA e UNICRUZ: 3, texto Mímeo)

Assim, quando a escola conquista sua autonomia, possibilita o exercício de

democratização do espaço público da escola, onde todos os participantes devem se

comprometer em dar respostas ao cidadão que da escola se inclui.

Apesar da escola ter que responder às exigências das diretrizes do sistema

nacional de educação, ela não pode estar desvencilhada do compromisso com a

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democracia quanto aos princípios de igualdade, justiça, participação e na busca de

diminuir as desigualdades sociais.

Por isso, a escola deve ser um espaço de prática pedagógica em que a criança e o

jovem se relacionam entre si, com professores, idéias, valores, arte, livros, problemas,

concretizando que o dever da escola é também criar oportunidades para que eles se

desenvolvam e vão construindo seus saberes.

A gestão escolar para viabilizar um projeto político-pedagógico que seja global e

interdisciplinar, deve prever formas democráticas de organização e funcionamento da

escola incluindo seus principais agentes (professores, pais, alunos, comunidade...). As

instituições escolares por atuar em sintonia com as atividades desenvolvidas pela escola,

desempenham um papel importante (APM, conselho escolar, grêmio estudantil,...).

Não se trata de atribuir funções que comprometem a professores, direção ou outros

agentes educacionais a essas instituições, mas sim envolvê-los no processo político-

pedagógico como construção coletiva de ações que atendam as necessidades de toda

comunidade escolar, suprindo as deficiências educacionais que não dizem respeito aos

interesses de seus cidadãos.

Algumas ações podem ser evidenciadas quanto à construção coletiva do Projeto

Político-Pedagógico, no intuito de caracterizar a importância da participação da

comunidade escolar:

✔ Rompimento com estruturas mentais e organizacionais fragmentadas;✔ Definição clara de princípios e diretrizes contextualizadas, que projetem o vir-a-ser da escola;✔ Envolvimento e vontade política da comunidade escolar para criar a utopia pedagógica que rompe com os individualismos e estabelece a parceria e o dialogo franco;✔ Conhecimento da realidade escolar baseado em diagnóstico sempre atualizado e acompanhado;✔ Análise e avaliação diagnóstica para criar soluções às situações-problema da escola, dos grupos, dos indivíduos;✔ Planejamento participativo que aprofunde compromissos, estabeleça metas claras e exeqüíveis e crie consciência coletiva com base nos diagnósticos: geral, das áreas, por componente curricular, por setor escolar, por grupos de professores, por pessoas nos grupos;✔ Clarificação constante das bases teóricas do processo com revisão e dinamização contínuas da prática pedagógica à luz dos fundamentos e das diretrizes do currículo, da metodologia, da avaliação, dos conteúdos, das bases da organização escolar, do regimento, dos mecanismos de participação, do ambiente e do clima institucional, das relações humanas, dos cronogramas de estudos e de reuniões etc.; (VEIGA, 1999: 51)

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O Projeto Político-Pedagógico das escolas é apontado como um instrumento eficaz

na conquista da qualidade do seu fazer pedagógico. Destaca-se a irrelevância política e

pedagógica dos projetos grandiosos, feitos em gabinetes burocráticos, anônimos e

distantes das realidades das instituições escolares. Através dele busca se explicitar a

necessidade de que as escolas conheçam de perto a comunidade e, através de seus

projetos, busquem respostas concretas aos problemas e anseios das mesmas,

respeitando suas peculiaridades étnicas e culturais. Isso significa a possibilidade de

aproximação da escola com a comunidade permitindo que esta acompanhe o trabalho

desenvolvido pela instituição escolar.

Assim, a escola, como instituição educacional, trabalha na transmissão-assimilação

de conteúdos fixados num currículo básico, que integra um processo de construção de

seu Projeto Político Pedagógico, o qual deve estar apoiado na discussão coletiva, pois é

fundamental que todos os envolvidos no processo educativo decidam quais as ações que

devem ser realizadas, de que forma, quando, para se chegar a que resultados e o que

deve ser priorizado.

Nesse sentido, as escolas têm desenvolvido trabalhos para divulgar a produção

dos professores e alunos, buscando a integração entre educação e cultura, escola e

comunidade; valorizar a diversidade cultural, tomando a cultura do educando como ponto

de partida no processo educativo; formar cidadãos conscientes, críticos e comprometidos

com as questões ambientais, locais e planetárias, partindo da realização de projetos na

própria escola, tais como: horta escolar, merenda, gincanas culturais, etc.; buscar novas

metodologias que visem o desenvolvimento pleno e integral do educando através da

integração entre conteúdos e disciplinas evitando a fragmentação do ensino.

Segundo o documento oficial, o Projeto Político-Pedagógico da escola é um

processo em constante reelaboração, baseado na intencionalidade da prática educativa. A

organização da proposta pedagógica, através da construção do Projeto Político-

Pedagógico, é o trabalho da própria escola, sendo o caminho para a conquista de sua

autonomia, visto que o mesmo fundamenta-se na reflexão e discussão coletivas

objetivando efetivar intencionalidades da instituição.

Nessa perspectiva, a importância da construção do Projeto Político Pedagógico

está na necessidade de se resgatar enquanto espaço público, onde toda a comunidade

escolar, num processo democrático, participe das discussões e que estas resultem em

melhorias para a escola.

A escola precisa ter clareza também sobre a educação, ao tipo de homem e

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sociedade que pretende formar, e o projeto Político-Pedagógico é um instrumento que a

escola dispõe e que possibilita essa reflexão numa dimensão coletiva.

7 - CONSIDERAÇÕES FINAIS

As formas de gestão escolar que se pregam atualmente na educação não

acontecem por mero acaso. As organizações escolares, bem como suas formas de

administração escolar são instituições que no percurso histórico da educação vêm

sofrendo transformações de acordo com a influência determinada pela sociedade.

Apesar deste trabalho estar voltado para a Gestão Escolar Democrática e a sua

relação com o Projeto Político Pedagógico, ou seja, enfatizando a partir dos anos 90, fica

de difícil compreensão se a questão discutida em si não for reportada a um contexto

histórico educacional de anos anteriores, pois estes é que vêm determinando a forma de

como os administradores da educação a pensam e a planejam.

Por isso que, se dizemos hoje que as escolas, numa parte, ainda não desenvolvem

uma gestão escolar voltada aos princípios democráticos, devido a esse “caudatarismo”

que a educação vem enfrentando desde seu princípio, isto é, as classes sociais mais

populares sempre estiveram alienadas aos interesses daqueles que detinham o poder e

isso perdura até hoje.

“A classe operária não tem tido condições de defender e expandir sua prática

autônoma. Com isto quero afirmar que a derrota apenas aponta para o fato de que a

classe operária ainda não desenvolve instrumentos eficazes de emancipação social”.

(Motta, 1986: 27).

Talvez nossa sociedade até tenha desenvolvido instrumentos capazes de

emancipação social, mas o que ocorre é que tais não têm abertura frente ao domínio e as

teorias dos oficiais que se subjugam superiores e continuam manipulando as massas.

No entanto, percebemos que há um desejo por parte das classes sociais em

transformar esse modelo de gerir a sociedade, e a educação, como fazendo parte do

contexto social, também se insere nesse intuito de transformação, mas para que isso se

torne real é necessário uma reorganização dos grupos de interesse que compõem a

sociedade, visando uma nova forma de comunicação, a qual seja mais democrática.

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No âmbito da escola e de suas formas de gestão escolar, percebemos que houve

progresso frente à busca de uma democratização das políticas públicas educacionais.

Mesmo o Estado não cumprindo com o seu papel, ou seja, oferecer educação gratuita e

de qualidade a todas as camadas sociais e comprometer-se com a educação, delegando

isso ser responsabilidade da escola e da sociedade, os educadores vêm desenvolvendo

ações pedagógicas democráticas que permitem a participação dos pais, professores e

comunidades em suas ações, como por exemplo, a eleição para diretores.

Com o surgimento das políticas públicas educacionais dos anos 80, abrem-se mais

oportunidades à sociedade para a participação. Não estou defendendo o neoliberalismo

pregado por muitos governantes, mas sim, enfatizando que a escola propicia uma maior

participação social em suas ações pedagógicas e desenvolve projetos educacionais,

visando construir uma escola de maior qualidade, desenvolvendo um indivíduo

competente e comprometido com o meio social em que se insere. Ao estado compete

oferecer subsídios para que estas ações possam se concretizar, como por exemplo,

estrutura física e humana, materiais e equipamentos e verbas que subsidiem o setor

educacional.

Um instrumento que possibilitou uma gestão escolar voltada aos princípios

democráticos foi a construção e a implementação do Projeto Político Pedagógico, na qual

as instituições escolares devem concretizar a construção de um projeto educativo que

organize o trabalho pedagógico na busca da melhoria da qualidade de ensino.

Nessa perspectiva, evidencia-se que o Projeto Político Pedagógico constitui-se

num importante instrumento que reorganiza o trabalho pedagógico, visando a qualidade

de todo o processo vivido pela escola. Então, é preciso que o projeto da escola seja

elaborado e assumido coletivamente, bem como esteja voltado para a realidade da

instituição. Isto porque exige dos educadores, alunos, funcionários e pais uma definição

quanto ao tipo de escola que desejam e, ao mesmo tempo, coloca a responsabilidade de

se definir as ações e o que deve ser priorizado.

Verifica-se, portanto, que no decorrer dos últimos anos, busca-se uma gestão

escolar mais democrática, pois não há mais aquele autoritarismo generalizado, como

ocorria outrora, ou seja, há um compartilhamento de autoridade, as responsabilidades são

assumidas em conjunto, dá-se mais valor à equipe de trabalho, mantêm-se um canal mais

aberto de informações e houve uma descentralização das políticas públicas, as quais

permitiram uma participação mais ativa da sociedade frente aos problemas escolares.

Mesmo sabendo que a construção de uma gestão escolar democrática no Brasil

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ainda é um processo novo e está em construção, a escola deve oportunizar a participação

social, desde que esta esteja comprometida com a escola que se quer construir, assim

escola e sociedade de forma coletiva e democrática buscarão definir qual sociedade é a

mais adequada as necessidades sociais que ambas se inserem.

Para finalizar, vale ressaltar que as considerações feitas neste estudo não

pretendem servir de “receita” para a gestão escolar democrática, nem do Projeto Político

Pedagógico, bem como os aspectos apresentados não são conclusões definitivas sobre o

assunto. Espera-se somente contribuir com as instituições escolares na busca da

organização do trabalho escolar, e da qualidade de ensino, sabendo que o sucesso nessa

caminhada depende da participação da sociedade, das práticas educacionais, de cada

instituição escolar e, principalmente do comprometimento de cada profissional envolvido

no processo educativo.

8 – INDAGAÇÕES PARA REFLEXÃO E AÇÃO:

A – Há diferenciação na forma de gestão escolar atual comparada com as demais

instituídas ao longo da história?

B – Como ocorreu o processo de democratização da gestão escolar no contexto

educacional brasileiro?

C – A implantação de leis e projetos voltados a atender a educação, resultaram em

benefícios à sociedade ou à transformação social?

D – Enquanto gestor escolar, busco desenvolver uma forma de gerir a escola em

seu aspecto democrático no âmbito da escola?

E – Como gestor escolar, estou inteirado com as principais leis, projetos e

programas que venham em prol de uma educação voltada a atender os princípios

constitucionais e sociais?

F – A participação social é fundamental realmente para a concretização da gestão

escolar democrática no âmbito da escola? Como isso acontece no interior das unidades

escolares

G – O projeto político pedagógico cumpre sua função na escola onde atuo?

H – O que devemos ou podemos fazer para sensibilizar a comunidade a participar

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de forma mais comprometida no processo educacional e consequentemente na luta pelas

transformações sociais?

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9 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ANDE. Revista da Associação Nacional da Educação, Democratização da Escola, Ano

3, Nº 06, Cortez, 1983.

DALBERIO, Maria Célia Borges. – Neoliberalismo: Políticas educacionais e a gestão democrática na escola pública de qualidade. São Paulo, Paulus, 2009.

FÉLIX, Maria de Fátima Costa. – Administração escolar: um problema educativo ou empresarial? São Paulo, Cortez, autores associados, 1989.

HORA, Dinair Leal da.Gestão democrática na escola, artes e ofícios da participação coletiva. 2ª edição, Campinas: SP, Papirus, 1997.

LDB – Leis de diretrizes e bases. A nova lei da educação. Secretaria do Estado da

Educação do Paraná, Curitiba: 1996.

LUCK, Heloisa. A escola participativa. O trabalho do gestor escolar. Rio de Janeiro:

DP e A, 2000.

MELLO, Débora Teixeira de. Texto Mímeo

MOTTA, Fernando C. Prestes. Organização e Poder: empresa, estado e escola. São

Paulo: Atlas, 1986

PARO, Vitor Henrique. – Administração Escolar: introdução crítica – 10ª edição

Cortez: 2001.

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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO, Paraná: construindo a escola cidadã, Curitiba: 1992.

Souza, Silvana Aparecida de. Gestão escolar compartilhada, democracia ou descompromisso? São Paulo: Xamã, 2001.

Veiga, Ilma Passos de A. – Projeto Político Pedagógico da escola: uma construção possível, Campinas, São Paulo: Papirus, 1997.