fox_Aula_cap1_1_2010

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Prof. Dr. Admilson T. Franco([email protected]) UTFPR - Curso de Engenharia Industrial MecnicaMecnica dos Fluidos B 1Captulo 1 (Baseado no cap. 9 do Fox e McDonald) EscoamentoExterno Viscoso Incompressvel Escoamentosexternossoescoamentossobrecorposimersosemumfluidosem fronteiras.Osescoamentossobreumaplacaplanasemi-infinita(Fig.1.1)esobreumcilindro (Fig. 1.2) so exemplos de escoamentos externos. Nosso objetivo nesse captulo quantificar o comportamento dos fluidos viscosos e incompressveis em escoamentos internos. Fig. 1.1 Escoamento sobre uma placa plana Fig. 1.2 Escoamento sobre um cilindro Diversos fenmenos que ocorrem no escoamento externo sobre um corpo so ilustrados no esboo do escoamento viscoso com alto nmero de Reynolds sobre um aeroflio, Fig. 1.3. O escoamentonacamadalimiteinicialmentelaminar(CLL).Atransioparaescoamento turbulentoocorrealgumadistnciadopontodeestagnao,dependendodascondiesda correntelivre,rugosidadedasuperfcieegradientedepresso(CLT).Ospontosdetransio esto indicados por T. Numa regio de presso crescente (um gradiente adverso de presso) aseparaodoescoamentopoderocorrer.Ofluidoqueestavanascamadaslimitesda superfcie do corpo forma a esteira viscosa atrs dos pontos de separao. Existesoluoexataparaoescoamentonacamadalimitelaminar,enquantoquepara camada limite turbulenta, somente possvel soluo aproximada. Prof. Dr. Admilson T. Franco([email protected]) UTFPR - Curso de Engenharia Industrial MecnicaMecnica dos Fluidos B 2O aeroflio da Fig. 1.3 submetido a uma fora resultante das foras de cisalhamento e depressoqueatuamnassuperfcies.Acomponentedaforaresultanteperpendicularao escoamentouniformeamontante,U,chamadadesustentao,enquantoacomponente paraleladenominadaarrasto.Apresenadeseparaodoescoamentoimpedea determinao analtica da sustentao e do arrasto. Fig.1.3 Detalhes de escoamento viscoso em tono de um aeroflio PARTE A CAMADAS LIMITES 1.1 CONCEITO DE CAMADA LIMITE OconceitodeumacamadalimitefoiintroduzidoprimeiroporLudwigPrandtl[1],um alemoestudiosodeaerodinmica,em1904.Talconceitomarcouocomeodaeramoderna da mecnica dos fluidos. Prandtlmostrou[1]quemuitosescoamentosviscosospodemseranalisadosdividindo-osemduasregies,umapertodasfronteirasslidas(acamadalimite),naqualoefeitoda viscosidade importante, e outra cobrindo o restante do escoamento, para a qual o fluido pode ser tratado como invscido. Nacamadalimite,tantoasforasviscosasquantosdeinrciasoimportantes.Por isso,parafacilitaracaracterizaodeescoamentosnacamadalimite,define-seonmerode Reynolds ( Rex) como a razo entre as foras de inrcia e as foras viscosas, dada pela frmula abaixo: RexU x U x v= =onde:(1.1) Prof. Dr. Admilson T. Franco([email protected]) UTFPR - Curso de Engenharia Industrial MecnicaMecnica dos Fluidos B 3U a velocidade do fluido distante da parede (U); a massa especfica do fluido; a viscosidade dinmica; v a viscosidade cinemtica ( / ); x o comprimento caracterstico, dependente da geometria do escoamento. Sobcondiestpicasdeescoamento,acamadalimiteapresentaumescoamento laminardesdeoinciodaplacaatumaregiodetransio,apartirdaqual,oescoamento passaaserturbulento.Entreosfatoresqueafetamatransiodeumacamadalimite,esto gradiente de presso, a rugosidade superficial, a transferncia de calor, as foras de campo e perturbaesdacorrentelivre.Emgeral,atransioocorreparaumcomprimento correspondente a um nmero de Reynolds de 500.000. Emmuitassituaesreais,umacamadalimitedesenvolve-sesobreumasuperfcie longaessencialmenteplana.Osexemplosincluemescoamentossobrecascosdenaviosede submarinos, asas de avies e movimentos atmosfricos sobre terreno plano. AFig.1.4ilustraocrescimentodacamadalimitesobreumaplacaplana.Pode-se verificarpelafiguraocrescimentomaisaceleradodaespessuradacamadalimitenaregio turbulenta que na laminar. Fig.1.4 Camada limite sobre uma placa plana (espessura vertical exageradamente ampliada) 1.2 ESPESSURAS DE CAMADA LIMITE A camada limite a regio adjacente a uma superfcie slida na qual as foras viscosas so importantes.Aespessuradeperturbaoousimplesmenteespessura,o ,dacamadalimite, usualmentedefinidacomoadistnciadasuperfcieaopontoemqueavelocidade99%da velocidade da corrente livre,/ 0,99 u U = . ( ) x oProf. Dr. Admilson T. Franco([email protected]) UTFPR - Curso de Engenharia Industrial MecnicaMecnica dos Fluidos B 4A espessura de deslocamento, *o , a distncia pela a qual a fronteira slida teria que ser deslocada num escoamento sem atrito paradar o mesmo dficit de vazo em massaque existe na camada limite. Para escoamento incompressvel, =constante e *0 01 1u udy dyU Uoo| | | |= ~ ||\ . \ .} }(1.2) Aespessuradaquantidadedemovimento,u ,definidacomoaespessuradeuma camada de fluido, com velocidadeU , para qual o fluxo de quantidade de movimento igual ao dficit do fluxo de quantidade de movimento atravs da camada limite. Para =constante ( )20U uU u dy u = } e 0 01 1u u u udy dyU U U Uou| | | |= ~ ||\ . \ .} } (1.3) *e o u soespessurasintegrais,cujosintegrandosdesaparecemnacorrentelivre,elasso apreciavelmente mais fceis de avaliar, com preciso, a partir de dados experimentais, do que a espessura de perturbao, o , da camada limite. Hiptesessimplificadorasusualmentefeitasemanlisesdeengenhariaparao desenvolvimento da camada limite so: 1. u U paray o =2. 0 u y paray o c c =3. v U ,umacondionecessriaparaa separao.A separao no pode ocorrer a menos que/ 0 dp dx > . O perfil turbulento muito mais obtuso do que o laminar. Para a mesma velocidade de corrente livre, o fluxo de quantidade de movimento dentro da camada limite turbulenta maior do que dentro da camada limite laminar (Fig.1.8b). A separao ocorre quando a quantidade de movimentodecamadasdefluidoadjacentespertodasuperfciereduzidaazeropelaao combinada de foras viscosas e de presso. Conforme mostrado na Fig. 1.8b, a quantidade de movimentodofluidoprximodasuperfciesignificativamentemaiorparaoperfilturbulento. Conseqentemente a camada turbulenta mais capaz de resistir a separao num gradiente de presso adverso. Prof. Dr. Admilson T. Franco([email protected]) UTFPR - Curso de Engenharia Industrial MecnicaMecnica dos Fluidos B 17Osgradientesdepressoadversoscausamimportantesmudanasnosperfisde velocidadeparaambososescoamentosdecamadalimite,turbulentoelaminar.Solues aproximadas para escoamento com gradiente de presso diferente de zero podem ser obtidas da equao integral da quantidade de movimento ( )2 * wd dUU Udx dxtu o = + (1.18) Expandindo o primeiro termo, podemos escrever 2 *( 2 )wd dUU Udx dxt uo u = + +ou ( )222fwCd dUHU dx Udxt u u= = + + (1.28) onde *Hou= umfatordeformadoperfildevelocidade.Ofatordeformaaumentanum gradientedepressoadverso.Paraescoamentodecamadalimiteturbulento,H aumentade 1, 3paragradientedepressozeroparaaproximadamente2, 5naseparao.Para escoamento laminar com gradiente de presso zero, 2, 6 H = ;na separao3, 5 H = . A distribuio de velocidade de corrente livre,( ) Ux , deve ser conhecida antes que a Eq. 1.28possaseraplicada.Como/ / dp dx UdU dx = ,especificar( ) Ux equivalentea especificarogradientedepresso.Podemosobterumaprimeiraaproximaode( ) Ux da teoria do escoamento ideal para o escoamento no viscoso nas mesmas condies. Fig. 1.8Perfis adimensionais para escoamento de camada limite sobre placa plana.