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8/15/2019 GREGERGEGE
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Uma das principais motivações da teoria da justiça de Rawls foi encontrar uma
alternativa ao utilitarismo que, de há muito, orientava grande parte da teoria política.
Rawls considerava que o utilitarismo contraria as nossas intuições sobre a justiça, dado
que no e!clui o sacrifício de alguns em prol da ma!imi"aço do bem#estar geral. $ais
precisamente, o utilitarismo contraria a nossa intuiço de que, se queremos ser justos,
devemos tratar todas as pessoas como iguais. %ra, pensa Rawls, a proteço de certosdireitos e liberdades & o que garante um tratamento igual de todas as pessoas.
'm grande parte, a teoria da justiça de Rawls visa mostrar quais so esses direitos e
liberdades, evitando cair no habitual e!tremo oposto ao utilitarismo, isto &, evitando
caucionar a pluralidade de intuições descone!as e incompatíveis entre si e a que dava o
nome de (intuicionismo(. ) ideia de Rawls foi precisamente desenvolver uma teoria
política capa" de articular de forma sistemática e coerente algumas dessas intuições,
identificando os direitos e liberdades em que deve assentar qualquer sociedade que se
queira justa. ' esta passou a ser a direço que, depois de Rawls, quase toda a filosofia
política acabou por seguir.
)pesar de a direço que a filosofia política contempor*nea vem seguindo ter sido
indicada por Rawls, tal no significa que a teoria da justiça de Rawls seja consensual.
+onge disso. a verdade, ela tem enfrentado críticas de muitos lados, mesmo de outros
liberais como Rawls - ele & geralmente classificado como um liberal igualitário. 'ntre
os principais críticos da teoria da justiça de Rawls esto o economista )marta /en e o
fil0sofo liberal Ronald 1wor2in - este & por ve"es classificado como um igualitarista
liberal, por enfati"ar mais do que Rawls a componente igualitarista -, liberais radicais
ou libertários como Robert o"ic2 e 3an arveson, comunitaristas como $ichael
/andel e $ichael 4al"er e ainda igualitaristas radicais ou mar!istas como 5. ). 6ohen.
)s críticas visam diferentes aspetos da teoria da justiça de Rawls7 umas levantam
problemas acerca do m&todo proposto por Rawls 8o contrato hipot&tico celebrado na
posiço original9 para encontrar os princípios da justiça, outras acerca dos pr0prios
princípios, em especial o princípio da diferença, ou at& sobre a articulaço entre os
princípios da diferença e da liberdade.
)qui fica um brevíssimo resumo de algumas dessas críticas.
1. Contratos hipotéticos, como o celebrado na posição original, não funcionam na
prática, precisamente por no terem em consideraço todos os interesses das pessoas
reais. )o contrário do que & suposto acontecer no contrato hipot&tico sugerido por
Rawls, num contrato real toda a informaço & relevante para tomar decisões racionais,
pois & o conhecimento de todos os aspetos que podem influenciar as decisões
individuais que fa" delas decisões racionais. % conhecimento &, pois, um ingrediente
indispensável da racionalidade. %ra Rawls di" que, na posiço original, as partes fa"em
escolhas livres e racionais a coberto do v&u de ignor*ncia, o que muitos consideram
contradit0rio. )l&m disso, no se percebe em que sentido se pode falar sequer
de partes que, raciocinando de forma totalmente imparcial, chegam a um acordo,
quando cada uma das partes ignora a sua situaço concreta, isto &, quando se ignora
aquilo que permite distinguir as partes entre si. :sto equivale a di"er que as partes
raciocinam como se no fossem realmente partes, mas como uma ;nica entidade.
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2. Escolhas feitas a coberto do véu de ignorância podem ser imparciais, mas isso
não as torna boas. )s deliberações e decisões reali"adas a coberto do v&u de ignor*ncia
na posiço original so moralmente cegas, pois o v&u de ignor*ncia implica que as
escolhas sejam feitas por indivíduos totalmente desenrai"ados e desligados de qualquer
laço social e, portanto, interessadas no seu pr0prio bem, sem se guiarem por qualquer
noço de bem comum ou sequer de vida boa. )ssim, as escolhas dos princípios da justiça resultam da agregaço de meras prefer
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quaisquer incentivos para produ"irem mais, uma ve" que iriam reconhecer que, ao fa"