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Empreendedor Guia do Prefeito Como e por que implantar a Lei Geral nos municípios Entenda como a nova legislação da Micro e Pequena Empresa vai impulsionar a economia local e saiba como regulamentar seus dispositivos

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Empreendedor

Lei Geral da Micro e Pequena Empresa.

O início de um ciclo de desenvolvimento para os pequenos negócios, para o seu município e para o Brasil.

Guia do Prefeito

Como e por que implantar a

Lei Geral nos municípiosEntenda como a nova legislação da Micro e Pequena Empresa vaiimpulsionar a economia local e saiba como regulamentar seus dispositivos

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Prêmio SebraePrefeito Empreendedor

Se a sua prefeitura tem soluções inovadoras no estímulo às microe pequenas empresas, participe do Prêmio Sebrae PrefeitoEmpreendedor. Em sua quinta edição, o prêmio já se tornou a maior referência em apontar os municípios que mais contribuem com a geração de renda e emprego. Portanto, inscreva os projetos do seu município e sirva de inspiração para o Brasil e para o mundo. Você valoriza a imagem institucional do seu município, atrai novos parceiros, melhora a qualidade de vida da população e recebe o melhor prêmio que um prefeito poderia ganhar: uma sociedade mais justa e equilibrada.

Seu município com foco no desenvolvimento

Mostre o que o

fazendo pelo empregoe pela re nda

www.sebrae.com.br

seu municíp io está

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Prêmio SebraePrefeito Empreendedor

Se a sua prefeitura tem soluções inovadoras no estímulo às microe pequenas empresas, participe do Prêmio Sebrae PrefeitoEmpreendedor. Em sua quinta edição, o prêmio já se tornou a maior referência em apontar os municípios que mais contribuem com a geração de renda e emprego. Portanto, inscreva os projetos do seu município e sirva de inspiração para o Brasil e para o mundo. Você valoriza a imagem institucional do seu município, atrai novos parceiros, melhora a qualidade de vida da população e recebe o melhor prêmio que um prefeito poderia ganhar: uma sociedade mais justa e equilibrada.

Seu município com foco no desenvolvimento

Mostre o que o

fazendo pelo empregoe pela re nda

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Page 4: Guia do Prefeito Empreendedor.pdf

>> Sumário

Guia do Prefeito Empreendedor nº 2/2007

Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae)

Presidente do Conselho Deliberativo Nacional

Adelmir Santana

Diretor-Presidente Paulo Tarciso Okamotto

Diretor de Administração e Finanças Carlos Alberto dos Santos

Diretor-Técnico Luiz Carlos Barboza

Gerente da Unidade de Políticas PúblicasBruno Quick

Gerente da Unidade de Marketing e Comunicação

Luiz Barreto

Coordenação EditorialPlano Mídia Comunicação

EditorAbnor Gondim

([email protected])

TextosAnna Laurindo, Christiane Telles, Julyana Nalin,

Helena Cirineu e Ricardo Eugênio

Consultoria técnicaAlessandro Machado, André Spínola,

Nair Andrade, Sandro Salvatore e Afonso Marcondes

ColaboraçãoRicardo Tortorella, diretor-superintendente

do Sebrae-SP; Silvério Crestana, gerente da Unidade de Políticas Públicas do Sebrae-SP

CapaDM9 DDB

Projeto gráfico e diagramaçãoEduardo Gregorio

([email protected])

RevisãoDemerval Dantas

GráficaAthalaia Gráfica

AgradecimentoAos 1.650 prefeitos e prefeitas que

participaram das edições do Prêmio Sebrae Prefeito Empreendedor

(2001, 2002, 2003 e 2005)

>> Micro e pequenas empresas, receita para o desenvolvimento 5

>> Lei Geral será premiada 6

>> É hora da inclusão e do desenvolvimento 7

>> O que é a Lei Geral? 8

>> Por que apoiar a Lei Geral? 9

>> As prefeituras precisam regulamentar a Lei Geral? 10

>> Os municípios vão perder arrecadação? 11

>> Um marco histórico 12

>> Mobilizar para implantar 13

>> Ações para facilitar a vida das pequenas empresas 14

>> Por que os pequenos negócios merecem tratamento diferenciado? 15

>> Mais espaço nas compras governamentais 16

>> Aulas para compradores e fornecedores 17

>> Novas oportunidades 18

>> Desenvolvimento sustentável com os pequenos 19

>> Brasileiro tem vocação para empreender 20

>> Soluções para o crédito 21

>> A principal base econômica dos municípios 22

>> O potencial da formalização 24

>> Rumo à cidadania empresarial 25

>> Benefícios da Lei Geral 26

>> Lei Geral Municipal 36

>> Saiba como implantar a Lei Geral 54

>> Rede da Unidade de Políticas Públicas 55

Page 5: Guia do Prefeito Empreendedor.pdf

>> Apresentação

Após três anos de intensa mobilização com vários

segmentos da sociedade, empreendedores de todo

o País e o Sebrae comemoram a entrada em vigor

da Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas. Agora, a

instituição deflagra, com seus parceiros, uma ampla cam-

panha com vistas à regulamentação e à implementação

dos novos dispositivos em todos os municípios brasileiros,

Estados e União.

Com o propósito de ter em cada prefeito e em cada

vereador um forte aliado nessa nova jornada, o Sebrae faz

chegar às suas mãos este exemplar da segunda edição do

Guia do Prefeito Empreendedor.

Nele é mostrado que, com a nova lei, vai ficar mais sim-

ples pagar impostos, obter crédito, ter acesso à tecnologia,

exportar, vender para o governo e se formalizar.

Com menos burocracia e mais oportunidades, está nas

pequenas empresas a receita certa para a criação de empre-

gos e geração de renda, com seus indiscutíveis benefícios

para a sociedade.

São os pequenos negócios que geram a maioria dos

postos de trabalho nos setores formal e informal da eco-

nomia. Estimular as micro e pequenas empresas significa

trabalhar pela solução de um dos mais graves problemas de

todo o Brasil, que é o desemprego e seus efeitos danosos,

como o crescimento da violência. É fazer do cidadão um

agente de desenvolvimento de seu próprio país.

Por isso, é muito importante conhecer as vantagens da

Lei Geral e saber como ela pode inaugurar um novo tempo,

mais próspero para as economias local e nacional.

Convidamos todos para serem, mais uma vez, os gran-

des parceiros nessa nova jornada que, seguramente, significa

um importante marco na conquista da cidadania para boa

parcela dos milhões de brasileiros que empreendem.

Este guia vai mostrar, de forma clara, os caminhos que

os prefeitos devem percorrer, com o apoio das câmaras de

vereadores, para implantar a Lei Geral nos municípios. Ne-

nhum pode ficar de fora. Esta é a grande oportunidade.

MICRO E PEQUENAS

EMPRESAS, RECEITA PARA O

DESENVOLVIMENTO

Começa uma nova campanha no País pela regulamentação da Lei Geral

São os pequenos negócios que geram a maioria dos postos de trabalho nos setores formal e informal da economia.

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Guia do Prefeito Empreendedor

>> Introdução

Guia do Prefeito Empreendedor

Na 10ª Marcha a Brasília, houve o pré-lançamento da 5º Prêmio Sebrae Prefeito Empreendedor

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A partir de maio deste ano, começa o lançamento, nos estados,

da quinta edição do Prêmio Sebrae Prefeito Empreendedor. As

inscrições vão de junho a setembro, e a premiação dos cinco

vencedores regionais e dos cinco destaques temáticos será anunciada

em 2008, na 11ª Marcha de Prefeitos a Brasília.

De acordo com o regulamento, os prefeitos brasileiros que de-

senvolverem ações de apoio a pequenos negócios, contemplando os

dispositivos da Lei Geral, vão disputar categorias específicas criadas

para a nova edição do Prêmio.

“O Brasil não tinha uma política que incentivava o que vocês já

fazem”, disse Bruno Quick, gerente de Políticas Públicas do Sebrae,

durante a 10ª Marcha de Prefeitos a Brasília, realizada em abril passa-

do. “A Lei Geral é uma política que entrega a chave do desenvolvimen-

to da comunidade na mão do poder público municipal”.

Categorias

Das seis categorias da premiação, quatro são novas e estão

relacionadas com o novo marco regulatório em relação a desburocra-

tização e desoneração tributária, crédito, compras governamentais e

formalização de pequenos negócios.

Os vencedores vão ganhar uma viagem internacional a um centro

de apoio aos pequenos negócios. Os dez vencedores

da edição passada ganharam missão técnica à Itália.

O regulamento para as inscrições ao 5º Prê-

mio Sebrae Prefeito Empreendedor está disponível

no portal do Sebrae. Basta clicar no ícone Prêmio

Prefeito Empreendedor, localizado no canto inferior

esquerdo da página eletrônica ou dirigir-se ao escri-

tório do Sebrae em seu estado.

Mais informações: www.pspe.sebrae.com.br

LEI GERAL SERá

PREMIADAQuinta edição do Prêmio Sebrae

Prefeito Empreendedor vai valorizar ações municipais

baseadas na nova legislação

CATEGORIAS DE PREMIAÇÃO

• 1 vencedor em cada região do país

• 1 vencedor em Desburocratização e desoneração tributá-

ria para micro e pequenas empresas;

• 1 vencedor em Acesso ao crédito para micro e pequenas

empresas;

• 1 vencedor em Compras governamentais de micro e pe-

quenas empresas;

• 1 vencedor em Utilização de Royalties e compensações

financeiras para o desenvolvimento municipal;

• 1 vencedor em Formalização de micro e pequenas em-

presas.

Obs.: um mesmo município poderá ser vencedor em

mais de 1 categoria.

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>> Mensagem do Sebrae

Guia do Prefeito Empreendedor

É hORA DA INCLUSÃO E DO DESENVOLVIMENTO

Como principal órgão de apoio aos empreendimentos de menor porte, o Serviço Brasileiro de Apoio

às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) tem a missão de colaborar com a efetiva implantação da Lei Geral

das Micro e Pequenas Empresas em todo o País.

São fundamentais o conhecimento e a aplicação da nova legislação em todos os órgãos das esferas

públicas municipais, estaduais e federal. Para alcançar isso, devem voltar à luta todos os segmentos que

se envolveram na aprovação da Lei Geral para assegurar as novas conquistas, principalmente para os que

tocam seus próprios negócios na informalidade. Seus dispositivos que reduzem a carga tributária entram

em vigor em julho próximo, porém muito mais pode ser feito.

É hora da inclusão social e empresarial e do desenvolvimento econômico pleno! Essa luta vale a pena

e será vitoriosa. Precisamos vislumbrar o que será, em futuro próximo, a inclusão dos mais de 10 milhões

de empresas informais que atuam no Brasil, cada uma gerando empregos, mas hoje sem o amparo legal e

sem a previdência social.

Precisamos entender que as Prefeituras terão um papel decisivo para a inclusão dos informais e a ade-

são das empresas à nova Lei. Pouco adiantarão o engajamento e a regulamentação pelos governos federal

e estaduais, se o município não fizer o mesmo. É o caso, por exemplo, das compras governamentais, nas

quais as micro e pequenas empresas têm preferência em aquisições até R$ 80 mil, entre outros estímulos.

Aplicado nos municípios, esse tratamento fará uma enorme diferença, porque poderemos ter mais

fornecimento local, com geração de emprego e renda e bem-estar dos cidadãos.

Este Guia traz a minuta de projeto de lei elaborada pelo Sebrae como sugestão para orientar o Execu-

tivo Municipal e a Câmara de Vereadores na regulamentação da Lei Geral.

Faça uso da sugestão, caro prefeito. Com a Lei Geral efetivada nos três níveis de governo, será mais

fácil atingir o desenvolvimento.

E o desenvolvimento tem pressa.

SENADOR ADELMIR SANTANA

Presidente do Conselho Deliberativo Nacional do Sebrae, Vice-presidente da Confederação Nacional

do Comércio e presidente da Federação do Comércio do Distrito Federal

PAULO OKAMOTTO

Diretor-Presidente do Sebrae

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Guia do Prefeito Empreendedor

>> Novas regras

Sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 14

de dezembro, a Lei Complementar nº 123/2006 cria a

quarta versão do Estatuto Nacional da Microempresa e da

Empresa de Pequeno Porte.

Batizada de Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas, a

nova legislação veio para facilitar a vida dos empreendedores, com

benefícios para toda a sociedade.

São inúmeras as mudanças para melhor. Por exemplo, os sis-

temas de tributação da União, dos Estados e dos municípios ficam

unificados. É criado, também, o cadastro desburocratizado para a

abertura, alterações contratuais e o fechamento de empresas.

Vale mencionar que, em estudo do Banco Mundial, o Brasil

figurava como o 4º pior País da América Latina para se abrir uma

empresa, com demora de até 152 dias em média.

Estímulo à formalização

Com 14 capítulos e cinco anexos, a nova lei trata ainda do

cálculo do imposto, das exportações, do acesso às compras gover-

namentais, dos estímulos ao associativismo, do incentivo ao crédito

e à capitalização, das regras civis e empresariais e do parcelamento

de débitos.

Um dos principais objetivos da Lei Geral é estimular a forma-

lização dos pequenos negócios. Nesse aspecto, vale registrar a

redução de 20% para 11% sobre o salário mínimo da contribuição

previdenciária dos autônomos e dos sócios e titulares de empre-

sas, cujo faturamento anual seja de até R$ 36 mil. Isso possibilita

melhores condições de acesso à proteção previdenciária.

Uma tarefa da municipalidade para a regulamentação da Lei

Geral é estabelecer a dispensa da vistoria prévia e instituir o Alvará

de Funcionamento Provisório, caso a atividade apresente baixo

grau de risco. Nessa situação, a vistoria será realizada após o início

das atividades, ao contrário do que era previsto anteriormente.

Enfim, uma boa parte da regulamentação da nova lei tem de

ser operada pelos gestores públicos municipais.

Esse caminho valoriza o município e o torna mais competitivo

para atrair empreendedores.

O QUE É A LEI GERAL?

Guia do Prefeito Empreendedor

Vários dispositivos têm de ser regulamentados pelas

administrações municipais

Um dos principais objetivos da nova legislação é estimular a formalização dos pequenos negócios

Page 9: Guia do Prefeito Empreendedor.pdf

Guia do Prefeito Empreendedor

Ninguém melhor do que os prefeitos, as prefeitas, os vereadores e as vereado-

ras para saber o quanto os pequenos negócios pesam na economia local.

São os destinatários mais próximos da pressão social por emprego e

geração de riquezas em todos os municípios, desde os territórios tipicamente

rurais até as megalópolis.

De seus postos, eles possuem uma visão ampla acerca da importância

dos empreendedores no cotidiano das cidades como responsáveis pelo forneci-

mento de boa parte dos serviços e produtos consumidos pela população e pela

maioria dos empregos gerados na comunidade.

Reside, então, no incentivo ao surgimento, à expansão e à competitividade

das micro e pequenas empresas, a principal motivação para que todos os gesto-

res locais apóiem a implantação da Lei Geral das Micro e Pequenas

Empresas em seus municípios.

Pesquisa do Sebrae a respeito da mortalidade das micro

e pequenas empresas (MPEs), disponível em www.biblioteca.

sebrae.com.br, aponta um quadro assustador e desestimulante

para quem quer entrar na trajetória empresarial:

• 49,9% morrem com até dois anos de existência

Brasil desigual

O Brasil não é pobre, mas injusto, porque apresenta um dos

piores índices de distribuição de renda no mundo. Os 10% mais

ricos detêm 46,9% da renda nacional, enquanto os 10% mais pobres

se mantêm com apenas 0,7%.

Ao mesmo tempo, segundo a pesquisa Doing Business (Fazendo Negó-

cios), do Banco Mundial, o Brasil é 119º entre 155 países quanto à facilidade

POR QUE APOIAR A

LEI GERAL?Melhorar a competitividade dos

pequenos negócios é vital para o desenvolvimento dos municípios

A nova legislação ajudará a reverter a alta taxa de mortalidade das micro e pequenas empresas

Arquivo do Sebrae

para empreender.

Regulamentar a Lei Geral é o caminho para reverter essa situação em favor dos pequenos negó-

cios. A importância desse segmento pode ser conferida nos seguintes dados:

• representam 99,2% das empresas brasileiras – 4,633 milhões de empreendimentos

• respondem por 57,4% da mão-de-obra empregada formalmente e por 26,5% da massa salarial,

enquanto as grandes empresas são responsáveis por 55,3%.

• somam 10,3 milhões de empresas informais urbanas;

• envolvem 13,8 milhões de pessoas ocupadas em 4,1 milhões de estabelecimentos da agricultura

familiar.

Guia do Prefeito Empreendedor

Page 10: Guia do Prefeito Empreendedor.pdf

>> Implementação

Os 5.564 municípios brasileiros têm de aplicar as normas

gerais de tratamento diferenciado e favorecido a ser

dispensado às micro e pequenas empresas (MPEs). É o

que estabelece o artigo 1º da Lei Geral. Inclusive para os estados

e para a União. O artigo 77, parágrafo 1º, impõe que todos os

órgãos envolvidos deverão editar, em até um ano, os atos neces-

sários para assegurar as novidades em favor do segmento.

Nos municípios, cinco medidas precisam ser publicadas

pelo prefeito para transformar a Lei Geral em realidade:

1. Decreto que defina as atividades de alto risco. Isso servi-

rá para conceder às demais atividades o Alvará de Funcionamen-

to Provisório e dispensa de vistoria prévia, com a finalidade de

funcionamento imediato;

2. Decreto que regulamente o critério da fiscalização orien-

tadora por meio de dupla visita. Em todas as constatações de ir-

regularidades que não sejam de alto risco para os consumidores

e para os trabalhadores, os fiscais da prefeitura, antes de multar,

vão orientar e acertar prazo para a solução do problema;

3. Convênio com a Secretaria Estadual da Fazenda e a

AS PREFEITURAS PRECISAM

REGULAMENTAR A LEI GERAL?

Sim. O parágrafo 1º do artigo 77 estabelece que os órgãos públicos têm até um ano para

assegurar o tratamento diferenciado às MPEs

VOCAÇÃO REGIONAL

Em Cariacica (ES), o prefeito Helder Salomão regulamentou a Lei Geral

com questões específicas do município. Por exemplo, a lei municipal que

trata do assunto permite o funcionamento de fábricas de confecções

em residências, além de conceder isenção do IPTU por dez anos para as

empresas que se instalarem em áreas especificadas pelo Plano Diretor.

Helder Salomão, prefeito de Cariacica: “Queremos atrair novos investimentos”

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Junta Comercial, visando estabelecer que a empresa instalada no município trabalhe com um único número de identifi-

cação fiscal e um único local para dar entrada em documentos;

4. Legislação ou decreto que estimule as compras públicas junto às MPEs locais;

5. Lei Geral Municipal, aprovada pela Câmara dos Vereadores e sancionada pelo prefeito, deverá regulamentar os

vários dispositivos da Lei Geral.

Vale destacar que o município poderá manter os incentivos fiscais já concedidos na área do ISSQN, incluído na

lista de oito tributos que compõe o Simples Nacional.

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Guia do Prefeito Empreendedor

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Estudo elaborado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) mostra

cenários futuros dos efeitos da Lei Geral das Micro e Pequenas

Empresas em que pode haver ganhos ou perdas. Cada municí-

pio é um caso diferente. O mais provável é a ocorrência de pequenas

perdas, apenas para grandes municípios, com a reversão desse quadro

em curto prazo devido à formalização das empresas e de suas receitas

declaradas.

Num contexto geral, as perdas se concentrarão na Secretaria da

Receita Federal. Previdência, Estados e municípios não vão sofrer forte

impacto, principalmente por causa dos ganhos com a regularização de

mais empregos e empresas.

Segundo o estudo da FGV, o cenário otimista prevê um acréscimo

anual de arrecadação de até R$ 10 bilhões, com base no comportamen-

to das empresas com faturamento anual de até R$ 15 mil. Isso ocorrerá

se houver a formalização de mais quatro milhões de empresas e o cres-

cimento de 50% na receita declarada das empresas que já são formais.

Vantagens

Vale lembrar que estudos da própria Receita Federal apontam que,

um ano depois da promulgação da lei do atual Simples, regime simpli-

ficado de pagamento de impostos federais criado em 1996, a receita

declarada pelas empresas aumentou em 125%.

“Essa questão da perda na arrecadação é aparente”, destaca o

consultor Alessandro Machado, da Unidade de Políticas Públicas do Se-

brae no Rio Grande do Sul. Segundo ele, a desburocratização, a redução

de tributos e o aumento da participação das MPEs nas compras governa-

mentais vão gerar novos postos de trabalho, aumento da formalização e,

conseqüentemente, da arrecadação, entre outras vantagens.

OS MUNICíPIOS VÃO PERDER

ARRECADAÇÃO?O mais provável é a ocorrência de

pequenas perdas apenas para grandes cidades, mas com a reversão desse

quadro em curto prazo

Prefeitura de Caruaru

CARUARU, FESTA DE EMPREGOS

Mais geração de empregos é um dos efeitos que pode ser

causado pela adoção de tratamento diferenciado para micro e

pequenos negócios. Em Caruaru, segunda maior cidade de Per-

nambuco e dona da maior festa de São João do mundo, o prefeito

Tony Gel registrou a geração de 5.000 empregos diretos e 15 mil

empregos indiretos, por causa dos incentivos fiscais concedidos às

empresas que se instalaram no novo distrito industrialPrefeitura concedeu incentivos fiscais

e criou um distrito industrial para atrair novos investimentos

>> Cenários

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Guia do Prefeito Empreendedor

Um ano após a criação do Simples em 1996, houve o aumento de 125% na receita declarada das empresas

Guia do Prefeito Empreendedor

Page 12: Guia do Prefeito Empreendedor.pdf

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A vida e a sobrevivência das micro e pequenas empresas no Brasil

terão agora dois períodos – antes e depois da Lei Geral.

Até então, a metade dos empreendimentos morria até completar

dois anos de atividades. Agora, imagina-se uma maior longevidade, em ní-

vel dos países mais desenvolvidos, onde a mortalidade das empresas va-

ria de 20% a 40%. Ou seja: no mínimo, dez pontos percentuais a menos.

A mudança prevista é o coroamento de uma história de lutas do

setor que começou com a criação do Centro Brasileiro de Apoio à Pe-

quena Empresa (Cebrae) em 1972.

O ano de 1988 foi importante pela promulgação da versão mais

recente da Constituição Federal, com os artigos 170 e 179, que

criaram o tratamento diferenciado e favorecido para as micro

e pequenas empresas.

Já em 1996 houve uma nova conquista relevante – a

promulgação do Simples Federal – Lei nº 9.317/96, que reu-

niu os impostos federais em uma única alíquota. A experiência

foi replicada em vários Estados, mas se mostrou tímida a ade-

são nas administrações municipais.

Depois, em 1999, foi promulgado o terceiro Estatuto da

Microempresa e Empresa de Pequeno Porte – Lei nº 9.841/99

– e criado o Fórum Permanente das Micro e Pequenas Empresas

pelo Decreto nº 3.474/00.

A partir de 2003, a Lei Geral foi elaborada por meio de ampla mo-

bilização. Quatro importantes acontecimentos marcaram o movimento

por um ambiente legal mais favorável aos pequenos negócios:

• Promulgação da Emenda Constitucional nº 42, possibilitando a

discussão da Lei Geral e do Super Simples;

• Criação da Frente Empresarial com as principais confederações

das empresas do Brasil;

• Criação da Comissão Especial da Micro e Pequena Empresa na

Câmara dos Deputados;

• Cerca de 100 mil empresários participaram de eventos por todo o

Brasil para debater as propostas do anteprojeto da Lei Geral e 5.000 esti-

veram em Brasília para a entrega do documento no Congresso Nacional.

Finalmente, em 2006, um novo marco histórico foi sacramentado

com a aprovação da Lei Complementar pelo Congresso Nacional e a

sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

UM MARCO hISTÓRICO

Nunca o País teve um ambiente legal tão favorável para os

pequenos negócios

Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ministros, parlamentares e dirigentes do Sebrae na cerimônia de sanção da Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas no Palácio do Planalto.

>> Trajetória

12

Guia do Prefeito EmpreendedorGuia do Prefeito Empreendedor

Page 13: Guia do Prefeito Empreendedor.pdf

>> Eventos

AÇõES NO CONGRESSO

A regulamentação e a aplicação da Lei Geral das Micro e Pequenas Empre-

sas serão acompanhadas por uma subcomissão da Comissão de Tributação e

Finanças da Câmara dos Deputados e por uma Frente Parlamentar Mista.

A principal missão dos parlamentares é atuar junto aos órgãos públicos, como a

Receita Federal e o Tribunal de Contas da União, para assegurar a aplicação da nova lei.

“Queremos que os benefícios já garantidos sejam preservados”, afirma o coordenador da

Frente , deputado José Pimentel (PT-CE).

Na Câmara, a subcomissão será presidida por Carlos Melles (PFL-MG). O vice-pre-

sidente será Armando Monteiro Neto (PTB-PE), que preside a Confederação Nacional da

Indústria. A relatoria ficará com Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR). Todos se destacaram na

aprovação da Lei Geral.

Desde janeiro deste ano, de ponta a ponta do País, líderes

empresariais e políticos se reúnem para antever e efetivar o

novo cenário que se formará na economia nacional a partir

da regulamentação e implantação da Lei Geral das Micro e Pequenas

Empresas.

O movimento para transformar a nova legislação em realidade já

mobiliza governadores e prefeitos, senadores, deputados e vereado-

res e o próprio Governo Federal. Da mobilização também participam

entidades empresariais e de categorias profissionais, como a dos

contabilistas, e o Sebrae.

É intensa a articulação das organizações públicas e privadas. Já

nos primeiros meses de 2007, foram organizados eventos com o tema

em 17 Estados. Os governos de Mato Grosso e de Goiás criaram gru-

pos para debater a regulamentação da lei. No Rio Grande do Sul, 110

pessoas foram capacitadas para entender a nova legislação. Em São

Paulo, foi criado um fórum permanente. No Maranhão, o governador

Jackson Lago assinou um protocolo de intenções com o Sebrae. Em

São Luís, o prefeito Tadeu Palácio editou decreto facilitando o acesso

das MPEs às compras públicas.

MOBILIZAR PARA IMPLANTAR

Seminários são promovidos em vários pontos do País com a participação de

líderes empresariais e políticos

Participaram do lançamento da Frente Parlamen-tar Mista das MPEs o presidente

do Sebrae, Paulo Okamotto; o presidente da Câmara dos

Deputados, Arlindo Chinaglia (PT-SP); o presidente do Conselho

Deliberativo do Sebrae, senador Adelmir Santana (PFL-DF); o de-

putado Carlos Melles (PFL-MG), o deputado José Pimentel (PT-CE); e o deputado Vilson Covatti (PP-RS), representante das Frentes

Parlamentares Estaduais.

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Prefeito de São Luís, Tadeu Palácio, assina decreto que reduz burocracia em licitações

Henrique Caldas

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Guia do Prefeito Empreendedor

Page 14: Guia do Prefeito Empreendedor.pdf

SÃO PAULO LANÇA CAMPANhA

Com o lema “Vamos desatar o nó da burocracia”, o governo de São Paulo

lançou o Programa Estadual de Desburocratização (PED) para regulamentar a Lei Geral e

acabar com a maratona e diminuir a papelada exigidas para abrir, manter e fechar empresas.

Uma das principais metas do PED, lançado em março deste ano, é reduzir para até 15

dias o tempo e o custo dos serviços públicos para se abrir um empreendimento.

“Vamos desatar esse nó e atrair novos negócios para o Estado”, destaca o governador

José Serra.

Além de informações para enfrentar a burocracia, o site do programa

(www.desatarono.sp.gov.br) recorre ao bom humor, relata “burocasos” e cita frases de

efeito: “O Brasil é feito por nós. Só falta agora desatar os nós”, do Barão de Itararé.Serra: novos negócios

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Guia do Prefeito Empreendedor

>> Prêmio Prefeito Empreendedor

Desde o início desta década, cresce no País a adoção de políticas

municipais em favor das micro e pequenas empresas (MPEs). A

maioria foi registrada pelos 1.650 prefeitos que se inscreveram

nas quatro edições do Prêmio Sebrae Prefeito Empreendedor. Eles são

os pioneiros na implantação da Lei Geral.

Em Maringá (PR), cuja prefeitura já participou três vezes do prêmio,

o prefeito Sílvio Barros tornou-se também pioneiro na regulamentação

da Lei Geral. Dois meses antes de a matéria ser sancionada, ele já havia

assinado a Lei Geral Municipal. A partir de janeiro, adotou a Lei do Alvará

de Funcionamento Provisório, com a liberação do documento em até 48

horas, após a solicitação pela internet (www.maringa.pr.gov.br).

AÇõES PARA FACILITAR A VIDA

DAS PEQUENAS EMPRESAS

Premiação do Sebrae coleciona políticas bem-sucedidas nos municípios. Maringá

agiliza a regulamentação da Lei Geral

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Prefeito Sílvio Barros, de Maringá, foi elogiado por sancionar leis em favor das micro e pequenas empresas

Guia do Prefeito Empreendedor

“O Brasil é feito por nós. Só falta desatar os nós.”Barão de Itararé

Page 15: Guia do Prefeito Empreendedor.pdf

CRESCIMENTO DE CONTRATAÇõES

A geração de emprego é uma das principais razões para se cumprir

a Constituição e oferecer tratamento diferenciado às micro e pequenas

empresas. A capacidade de geração de empregos no setor é amplamen-

te conhecida.

Estudos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social

(BNDES) mostram que, entre 1995 e 2000, nada menos que 96% dos

novos empregos foram criados em empresas com até 100 empregados,

nas quais se enquadram as micro e pequenas empresas. O saldo positivo

entre as contratações e os desligamentos no setor foi de mais de 1,4 mi-

lhão de novos postos de trabalho, um crescimento de 26% no período.

“A lei é de muita importância para a criação de empresas e empregos

em Brasília”, disse o vice-governador do DF, Paulo Octavio.

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>> Constituição

Tratar bem a micro e a pequena empresa é coisa de país desenvol-

vido. Desde 1953, os Estados Unidos praticam o Small Business

Act, uma espécie de Lei Geral norte-americana. Por força desse

instrumento, as agências federais são obrigadas a ampliar a participa-

ção das pequenas empresas em suas compras públicas. Na Europa,

por meio de uma série de incentivos, 50% das exportações são feitas

por empresas desse porte.

Com base no tratamento diferenciado e favorecido às micro e pe-

quenas empresas, previstos nos artigos 146, 170 e 179 da Constitui-

ção, a Lei Geral vem para fazer justiça a quem mais contribui para gerar

empregos e distribuir renda no Brasil, mas que enfrenta muitas dificul-

dades em crédito, burocracia, tecnologia, tributos e mercado, desde a

sua abertura, sobrevivência e até mesmo na hora do fechamento.

POR QUE OS PEQUENOS NEGÓCIOS MERECEM

TRATAMENTO DIFERENCIADO?

A Constituição de 1988 acolheu princípios de normas adotadas nos EUA

e na Europa em favor do segmento

Abimaq/Divulgação

Redução do peso dos tributos aumentará a criação de postos de trabalho

Bruno Quick, gerente de Políticas Públicas do Sebrae Nacional, debate a Lei Geral com o vice-governador do Distrito Federal, Paulo Octavio, e o superintendente do Sebrae-DF, Flávio Queiroga

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Guia do Prefeito EmpreendedorGuia do Prefeito Empreendedor

Page 16: Guia do Prefeito Empreendedor.pdf

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Guia do Prefeito Empreendedor

>> Mercado

MAIS EMPREGOS

De acordo com pesquisa do Sebrae em parceria com o Ministério do Planejamento, com o au-

mento de fornecimento pelas MPEs para 30% das compras governamentais, devem ser gerados 971

mil empregos diretos por ano.

No comparativo com empresas de médio e grande portes, as MPEs saem ganhando. Ou seja: po-

dem gerar 790 mil empregos diretos a mais por ano. Estima-se ainda que, para cada emprego direto

criado, sejam gerados outros dois empregos indiretos.

Um novo filão de negócios será aberto às micro e peque-

nas empresas (MPEs) por causa da vigência da Lei Geral.

A nova legislação prevê que as MPEs passem a ter prefe-

rência nas compras governamentais de produtos e serviços.

Estima-se que as compras das esferas municipal, estadual

e federal cheguem a 260 bilhões de reais por ano.

De acordo com a avaliação do Sebrae, desse valor, as

MPEs fornecem apenas 17%. Se esse percentual saltar para

30%, a fatia do segmento nas compras governamentais vai pas-

sar dos atuais R$ 44 bilhões para R$ 78 bilhões. É um montante

de R$ 34 bilhões, o equivalente à injeção de recursos verificada

na economia, em 2006, por causa do pagamento do 13º salário.

O percentual de 30% das compras governamentais corres-

ponde à média que é destinado ao segmento em países desen-

volvidos.

Preços competitivos

Os dois principais fatores que afastam as MPEs das licita-

ções são as falsas teses de que só grandes fornecedores têm

capacidade para vender para os governos e de que o processo é

muito complicado.

“As empresas menores podem apresentar preços compe-

titivos”, diz o gerente de Políticas Públicas do Sebrae-SP, Silvério

Crestana. “Será grande a adesão em todo o País ao trabalho de

regulamentação da lei nos municípios”, avalia o presidente da

União dos Vereadores do Brasil (UBV), Joabs Sousa Ribeiro.

MAIS ESPAÇO NAS COMPRAS

GOVERNAMENTAISEstima-se que as empresas de menor porte

terão acesso a mais R$ 34 bilhões como fornecedores das compras governamentais

Page 17: Guia do Prefeito Empreendedor.pdf

Capacitar compradores públicos e fornecedores privados acerca da

Lei Geral é um dos principais objetivos do programa “Uso do Poder

de Compra do Estado”, firmado em julho de 2006, entre o Ministério

do Planejamento e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empre-

sas (Sebrae).

A iniciativa é para ampliar a participação das micro e pequenas empresas

(MPEs) nas compras do Governo Federal, espe-

cialmente nas aquisições feitas por pregão.

Em 2005, as MPEs forneceram apenas

19% do valor dos produtos e serviços adquiri-

dos pelo Governo Federal, o equivalente a R$

2,5 bilhões. A meta do programa é aumentar

esse percentual em mais 15%, passando para

34%, o que dará R$ 4,5 bilhões.

As modalidades mais utilizadas pelas

micro e pequenas empresas nas compras do

Governo Federal são pregão, convite e dispen-

sa de licitação.

Em abr i l des te ano , fo i rea l i za -

do um seminário internacional a respei-

to de compras governamentais e da Lei Geral das Micro e

Pequenas Empresas. A participação das MPEs nas licitações e

compras governamentais foi debatida com os controladores

do Ministério Público, do Tribunal de Contas da União, das Pro-

curadorias dos Estados e do GDF, entre outros órgãos.

AULAS PARA COMPRADORES E FORNECEDORES

Programa vai orientar 10 mil micro e pequenas empresas e 500 compradores públicos nos

três níveis da Federação

>> Capacitação

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Guia do Prefeito Empreendedor

No Amazonas, o Sebrae criou o Portal de Licitações (www.am.sebrae.com.br/ple/) para orientar os empreendedores.

Guia do Prefeito Empreendedor

Page 18: Guia do Prefeito Empreendedor.pdf

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Guia do Prefeito Empreendedor

>> Programa de Aceleração

do Crescimento

Não dá para falar em desenvolvimento sem levar em

conta as micro e pequenas empresas. O segmento

vai ser destinatário de uma boa fatia dos R$ 504

bilhões de investimentos previstos para os próximos quatro

anos, pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC),

lançado, no início deste ano, pelo Governo Federal. A avalia-

ção é do economista Carlos Alberto dos Santos, diretor de

Administração e Finanças do Sebrae.

“Os investimentos, mesmo que centrados em obras sob

a responsabilidade de grandes empresas,

vão possibilitar um enorme fluxo de

encomendas para milhares de forne-

cedores de menor porte de todas as

regiões brasileiras”, destaca.

Um dos dispositivos da Lei Ge-

ral estabelece que, nas licitações, a

administração pública poderá exigir

das médias e grandes empresas a

subcontratação de micro e pequenas

empresas para fornecer até 30% do

total do objeto licitado. “Não estamos

mais discutindo inflação, mas, sim,

desenvolvimento, crescimento eco-

nômico com distribuição de renda”,

observa Santos.

Na opinião do superintendente do

Sebrae em São Paulo, o economista Ricar-

do Tortorella, com a inflação dominada e a economia estável,

o ambiente ficou mais favorável para os empreendimentos de

menor escala. “Chegou a hora e a vez de tratar a micro e pe-

quena empresa com a grandeza que ela merece. São novos

tempos que exigem novas atitudes”.

NOVAS OPORTUNIDADES

Boa parte das encomendas das grandes obras do PAC será atendida por

empresas de menor porte

Serão beneficiados segmentos com atuação expressiva de micro e pequenas empresas, como a construção civil

Guia do Prefeito Empreendedor

Page 19: Guia do Prefeito Empreendedor.pdf

>> Estratégia

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Guia do Prefeito Empreendedor

DESENVOLVIMENTO SUSTENTáVEL COM

OS PEQUENOSO apoio aos empreendedores locais

significa mais recursos movimentando a economia dos municípios

COARI, FONTE DE OPORTUNIDADESDesde criança, João Bosco da Silva, 38 anos, casado, quatro filhos, fazia todo tipo de serviço em propriedades rurais de

Coari, município do Estado do Amazonas. Hoje, ele beneficia mandioca usando as ferramentas da Casa de Farinha, um espaço construído pela Prefeitura para ser utilizado por produtores familiares. “Agora, eu sou patrão de mim mesmo”, comemora.

Vencedor do 4º Prêmio Sebrae Prefeito Empreendedor na categoria Royalties, o prefeito Adail Pinheiro utiliza recursos oriun-dos da exploração de petróleo e gás para apoiar empreendedores rurais e urbanos e oferecer incentivos fiscais para atrair novos investimentos. Essas ações privilegiam atividades que possam assegurar emprego e renda, aproveitando o ciclo petrolífero do município. Até 2008, a Petrobras investirá R$ 1,2 bilhão para a construção de um gasoduto de Coari a Manaus.

Para os municípios de pequeno e médio portes, o

melhor caminho para o desenvolvimento seguro

e sustentável é justamente aquele que passa pelo

incentivo à criação, manutenção, regulamentação e ex-

pansão dos empreendimentos de menor escala.

Uma grande indústria pode significar boa arreca-

dação de impostos e geração de muitos empregos. Mas

não pode ser a única fonte de riquezas, até porque nunca

poderá absorver, sozinha, as demandas da população.

Nem deve anestesiar outros setores da economia, como

os serviços.

As micro e pequenas empresas, além de gerarem

mais empregos e distribuírem mais renda, são cativas

do município. Na sua grande maioria, são geridas por

empreendedores do próprio local que vão manter ali seus

investimentos.

Ao contrário do que pode ocorrer com a decadência

ou o fechamento de uma grande empresa, o mesmo não

acontece em relação aos pequenos. São impactos meno-

res na economia, uma vez que a relação não é de tamanha

dependência quando consideradas individualmente.

Outro fator que assegura o desenvolvimento

sustentável com os pequenos é que eles praticamente

vencem os concorrentes de outros locais ou disputam o

mesmo mercado em boas condições. Assim, a riqueza

produzida na cidade fica nela mesma, fazendo a econo-

mia girar com dinamismo.

Os investidores de fora serão bem-vindos na medi-

da em que também contribuam para fortalecer os peque-

nos negócios locais.

Em Coari, Amazonas, Prefeitura usa royalties da exploração de petróleo e gás para apoiar os empreendedores locais, como os produtores de farinha de mandioca, e oferecer incentivos a novos investimentos

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Page 20: Guia do Prefeito Empreendedor.pdf

>> Pesquisa

BRASILEIRO TEM VOCAÇÃO PARA

EMPREENDERO Brasil é o 10º país mais empreendedor do mundo; as prefeituras devem investir nesse potencial para promover o desenvolvimento

Fonte: GEM

O empreendedorismo está no sangue dos brasileiros. O

Brasil é o décimo país mais empreendedor do mundo.

Os dados são da edição 2006 do Global Entrepreneur-

ship Monitor (GEM), pesquisa a respeito do empreendedorismo

mundial realizada em 42 países.

A posição do Brasil é relativa aos chamados empreende-

dores iniciais, aqueles que possuem até três anos e meio de

atividade. Mas vale destacar que o País manteve a quinta po-

sição no ranking de empreendedores estabelecidos, que têm

negócios há mais de três anos e meio.

Pela primeira vez no País, o número dos empreende-

dores estabelecidos superou o de empreendedores iniciais.

Isso pode ser atribuído à estabilidade econômica. “Os dados

evidenciam que se criaram condições para a fermentação de

um ambiente mais propício à geração de negócios, trabalho e

renda”, aponta a pesquisa.

De acordo com o GEM, 7 milhões de empreendedores

são motivados por oportunidade – os que têm vocação ou

descobrem novos nichos no mercado. O número é pouco su-

perior aos 6,5 milhões que se lançam na atividade por falta de

opções de trabalho. No Brasil, a pesquisa é feita pelo Instituto

Brasileiro da Qualidade e Produtividade (IBQP), em parceria

com o Sebrae.

Dignidade

O ambiente ficará mais favorável aos pequenos negócios

com a implantação da Lei Geral nos municípios, afirma o Se-

brae. As prefeituras devem desenvolver políticas públicas

para multiplicar essa vocação nacional. Foi o que aconteceu

em Nova Marilândia (MT), onde o prefeito José Aparecido

dos Santos foi o vencedor do Centro-Oeste do 4º Prêmio

Sebrae Prefeito Empreendedor.

Lá, 230 famílias ganham hoje R$ 3 mil por mês, cada

uma, com a criação de aves, graças a parcerias firmadas

pela Prefeitura com o frigorífico Perdigão e o Banco do

Brasil. “Isso trouxe dignidade para a minha família”, festeja

Eliana Pereira, 42 anos, casada e mãe de três filhos.

Antes, ela ganhava R$ 70,00 por mês como doméstica.

RANKING DOS PRINCIPAIS PAíSES POR EMPREENDEDORES ESTABELECIDOS – 2006

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Guia do Prefeito EmpreendedorFe

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Eliana trocou a renda mensal de R$ 70,00, como doméstica, para R$ 3 mil, como avicultora, graças a projeto desenvolvido pela Prefeitura de Nova Marilândia (MT)

Guia do Prefeito Empreendedor

Page 21: Guia do Prefeito Empreendedor.pdf

>> Serviços financeiros

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Guia do Prefeito Empreendedor

E A CIDADE RENASCEU

Em 1991, a criação da Cooperativa de Crédito Rural de

São Roque de Minas (Saromcredi) tirou o município da deca-

dência em que estava. Com a economia estagnada, até a única

agência bancária, da MinasCaixa, fechou as portas.

Um ano depois que começou a operar, o patrimônio da

entidade saltou de US$ 2 mil para US$ 22 mil. Com acesso ao

crédito, aumentou significativamente a produção de queijo,

milho e café.

O apoio da prefeitura foi decisivo, inclusive, cedendo sala,

com móveis e máquinas. Até hoje, é uma forte parceira. Todas

as transações bancárias, como pagamento de funcionários,

são feitas pela cooperativa. Atualmente, a Saromcredi tem 6,5

mil associados

João Leite, presidente da Saromcredi, e André Carvalho, autor do livro “A cidade que morria devagar”, que relata como a criação da cooperativa foi decisiva para o renascimento econômico de São Roque de Minas (MG).

Márcia Gouthier/Agência Sebrae

SOLUÇõES PARA O CRÉDITO

As prefeituras podem apoiar as cooperativas de crédito para ampliar o

acesso aos empréstimos

Há um consenso no Brasil entre os especialistas do

mercado de crédito: sobram recursos; faltam, porém,

candidatos que atendam às exigências impostas para a li-

beração do dinheiro. Aí está um dos principais entraves das micro

e pequenas empresas (MPEs), na avaliação de um em cada cinco

empresários, informa pesquisa do Serviço Brasileiro de Apoio às

Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).

No levantamento acerca da Economia Informal Urbana

2003, realizado pelo IBGE, apenas 4,5% dos 10,3 milhões de

empresas informais no País tomaram crédito nos três meses

anteriores à pesquisa.

Recursos do FAT

Esses dados reforçam a necessidade de as prefeituras estimularem fontes alternativas para financiar empreendedores

sem acesso aos bancos tradicionais, com o apoio à criação de cooperativas de crédito, instalação de filial do Banco do Povo e

abertura de instituições de microcrédito.

Vale destacar que as cooperativas de crédito poderão oferecer financiamento a juros menores, porque terão acesso a

recursos do FAT. As novas diretrizes da Lei Geral devem incentivar a oferta de crédito a taxas mais competitivas para as micro e

pequenas empresas. A expectativa das instituições é que a nova lei promova uma onda de formalização, gerando novas oportu-

nidades de captação de correntistas.

Em 2006, o Banco do Brasil emprestou R$ 23 bilhões para MPEs e pretende chegar a R$ 30 bilhões em 2007. As coope-

rativas de crédito também esperam crescer, principalmente, se tiverem apoio das prefeituras.

Guia do Prefeito Empreendedor

Page 22: Guia do Prefeito Empreendedor.pdf

>> Panorama

A maioria das cidades brasileiras, em torno de 70%, tem

até 20 mil habitantes. Suas economias são, com poucas

exceções, baseadas na atividade das micro e pequenas

empresas. Ao todo, nessa situação enquadram-se 4.006 municí-

pios. Confira o gráfico abaixo.

Essa grande parcela das cidades brasileiras, com raras

exceções, enquadra-se nos seguintes perfis:

Cidades pequenas com grandes empresas – Dentro

desse grupo de cidade existem aquelas com poucas grandes

A PRINCIPAL BASE ECONÔMICA DOS

MUNICíPIOSCerca de 70% dos 5.564 municípios

brasileiros têm suas economias concentradas principalmente nos

empreendimentos de menor porte

PERFIL DAS CIDADES SEGUNDO A POPULAÇÃO

Fonte: IBGE. Estimativa de população – 2002 e 2003. IBAM. Banco

22

Guia do Prefeito EmpreendedorGuia do Prefeito Empreendedor

Até 2

Mais de 2 a 5

Mais de 5 a 10

Mais de 10 a 20

Mais de 20 a 50

Mais de 50 a 100

Mais de 100 a 200

Mais de 200 a 500

Mais de 500 a 1.000

Mais de 1.000

23,67%24,14%

22,41%17,79%

5,55%

2,21% 2,14%

1,47%

0,36% 0,26%

Os pequenos negócios são o sustentáculo econômico da grande maioria dos municípios

(Mil habitantes)

Page 23: Guia do Prefeito Empreendedor.pdf

empresas que impulsionam a economia. Mas a queda na produção ou falência dos grandes

grupos pode causar sérios danos ao mercado de trabalho e à arrecadação de impostos.

Por isso, é fundamental diversificar a economia e reduzir essa dependência (veja o caso de

Anchieta no box)

Cidades pequenas com muitos pequenos negócios – Nesse perfil, enquadra-se

a maioria das cidades brasileiras. Representam o foco da melhor estratégia para o desen-

volvimento dos municípios com melhor distribuição de renda.

Cidades pequenas com poucos pequenos negócios – As cidades que contam

com poucos pequenos negócios e não abrigam grandes empresas são consideradas

de economia estagnada. Dependem dos benefícios dos aposentados, dos salários dos

servidores públicos e dos programas de assistência social. As prefeituras dependem pri-

cipalmente do Fundo de Participação dos Municípios, do Governo Federal.

Cidades médias ou grandes – Apenas 3% das cidades brasileiras são conside-

radas médias ou grandes, mas, mesmo assim, é fundamental a participação das micro e

pequenas empresas na movimentação da economia e até para evitar os dramas sociais.

Panorama – Diante desse panorama, conclui-se a importância de investir nos micro

e pequenos. Esses aparentam empregar poucas pessoas, mas, somados, empregam

mais (57,4%) do que as médias e grandes indústrias e podem fortalecer a arrecadação dos

impostos.

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ação

DIVERSIFICAÇÃO DA ECONOMIA

Preocupado com a concentração da economia local nas ati-

vidades da Samarco Mineração, o prefeito de Anchieta (ES), Edival

José Petri, incentivou o surgimento de prestadoras de serviços,

agronegócios familiares e fornecedoras da cadeia produtiva de

petróleo e gás. A estimativa é gerar 4.000 postos de trabalho. Isso

o levou também a cuidar da capacitação da mão-de-obra para aten-

der as novas demandas.

“O nosso município era dependente de um só empreendi-

mento”, justifica Petri, que foi um dos finalistas do 4º Prêmio Se-

brae Prefeito Empreendedor na categoria Planejamento, Estruturação e Governança Local para o Desenvolvimento.

23

Guia do Prefeito Empreendedor

Prefeitura de Anchieta descentraliza a economia e investe na capacitação de mão-de-obra para as novas atividades

Page 24: Guia do Prefeito Empreendedor.pdf

>> Legalização

Guia do Prefeito Empreendedor

De 1997 a 2003, o número de microempresas informais

com até cinco empregados aumentou em 9,1% no País.

Eram 9,5 milhões e chegaram a 10,3 milhões. Repre-

sentam mais do que o dobro dos 4,633 milhões de empresas

legalmente constituídas.

“O Brasil detém o incrível e surreal índice de duas empresas

informais para cada empresa formal”, avalia o consultor André Spí-

nola, da Unidade de Políticas Públicas do Sebrae.

De acordo com o IBGE, o motivo mais alegado pelos sócios

(31%) para terem ingressado no mundo dos negócios foi o fato de

que “não encontrou emprego”. Apenas 7,4% fizeram a opção por

entendê-la como um negócio promissor.

O POTENCIAL DA FORMALIZAÇÃO

As microempresas não legalizadas ocupam quase a mesma quantidade da mão-de-obra empregada pelas micro e

pequenas empresas regulares.

FORMALIZAÇÃO COM jUSTIÇA

Em junho de 2005, o prefeito Geraldo Leite da Cruz , de Embu das Artes (SP), combateu a informalidade no comércio com a campanha “Tô Legal em Embu”. Em contrapartida, isentou micro-negócios instalados na casa do próprio empreendedor.

“É a Justiça Fiscal: ganhos menores, impostos menores”, ensina Cruz, Vencedor Nacional do 4º Prêmio Sebrae Prefeito Em-preendedor na categoria Grandes Cidades.

Resultado: dos 2.500 informais do município, 800 já foram re-gularizados, inclusive 88% dos 550 expositores da Feira de Artes, o principal atrativo turístico da cidade.

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Campanha regularizou 88% dos expositores do principal atrativo turístico da Cidade de Embu, a Feira das Artes

São empreendimentos que podem ser submetidos à capacitação e atraídos para a formalidade por causa dos

atrativos oferecidos pela Lei Geral, como redução e simplificação dos impostos, desburocratização do processo de

abertura, acesso ao crédito, participação nas compras públicas, entre outros. Assim, elas vão aumentar a arrecadação

e distribuir mais renda nos municípios, além de gerar mais empregos formais.

No mesmo período, o número de empregos gerados pelos micronegócios informais aumentou de 12,8 mi-

lhões para 13,8 milhões. Esse contingente ocupado soma 93% da totalidade de pessoas empregadas em micro e

pequenas empresas formais.

24

Guia do Prefeito Empreendedor

Page 25: Guia do Prefeito Empreendedor.pdf

>> Inclusão

Empresas informais e pessoas ocupadas (1997 – 2003)1997 2003 Variação %

Número de empresas 9.477.973 10.335.962 9,1Pessoas ocupadas 12.870.421 13.860.868 7,7

Fonte: Economia Informal Urbana, ECINF 2003 - IBGE.

RUMO À CIDADANIA

EMPRESARIALO incentivo à legalização ajuda a combater até o aumento da

criminalidade

Cerca de 13,8 milhões de pessoas trabalham nas cidades

no intrincado mercado informal, onde não têm carteira

assinada, nem pagam impostos, nem têm direitos previ-

denciários assegurados.

Também vivem à margem da lei os 10,3 milhões de em-

pregadores informais. Sem cidadania empresarial, eles são as

primeiras vítimas da injustiça tributária, a ser combatida pela

Lei Geral.

Lidar com essa questão é um desafio para os gestores

públicos municipais, pois, mesmo informais, eles são importan-

tes para o fornecimento de produtos e serviços e geração de

ocupações.

Além de ser praticamente impossível, simplesmente proi-

bi-los de trabalhar poderia aumentar ainda mais o número de

desocupados, a concentração de renda, a violência.

Há extrema necessidade de políticas públicas para apoiá-

los e atraí-los à formalidade.

Alguns passos a serem seguidos para a solução dessa

questão, o que nunca acontecerá em curto prazo, são:

• Identificar essas pessoas e negociar com elas alternati-

vas que levariam à formalização, sem cessar suas rendas.

• Aprovar na Câmara Municipal projetos disciplinando zone-

amentos urbanos e as posturas municipais.

• Complementar a legislação com normas detalhadas acer-

ca do funcionamento dos pequenos negócios desorganizados.

• Fiscalizar de forma educativa antes de adotar medidas punitivas.

São medidas que, no entanto, não dispensam incentivos à legalização, como des-

burocratização, desoneração tributária e educação.

Com a regularização, os pequenos negócios formais vão prosperar e florescer

2�

Guia do Prefeito EmpreendedorGuia do Prefeito Empreendedor

Page 26: Guia do Prefeito Empreendedor.pdf

TRATAMENTO DIFERENCIADO

Logo no primeiro capítulo, a Lei Complementar nº 123/06, mais

conhecida como Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas, deixa

bem claro que estabelece “normas gerais relativas ao tratamento

diferenciado e favorecido a ser dispensado às microempresas e empresas

de pequeno porte no âmbito dos Poderes da União, dos estados, do Distrito

Federal e dos municípios”.

Esse tratamento diferenciado refere-se, especialmente:

I – à apuração e ao recolhimento dos impostos e das contribuições da

União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios, mediante regime

único de arrecadação, inclusive obrigações acessórias.

II – ao cumprimento de obrigações trabalhistas e previdenciárias,

inclusive obrigações acessórias.

III – ao acesso a crédito e ao mercado, inclusive, quanto à preferência

nas aquisições de bens e serviços pelos Poderes Públicos, à tecnologia, ao

associativismo e às regras de inclusão.

REPRESENTANTES DOS MUNICíPIOS

Para gerir esse tratamento às micro e pequenas empresas, a Lei Ge-

ral cria o Comitê Gestor de Tributação, vinculado ao Ministério da Fazenda.

Presidido pelo secretário da Receita Federal, Jorge Rachid, o Comitê

é composto por dois representantes da própria Receita e dois da Secretaria

da Receita Previdenciária, que representarão a União; dois dos estados e

Distrito Federal e dois representando os municípios. Sua função é a de tra-

tar dos aspectos tributários.

OS BENEFíCIOS DA LEI GERAL

Entenda os principais pontos da nova legislação das micro e

pequenas empresas

SUPER SIMPLES EM 1º DE jULhO

No final de março, integrantes do Comitê Gestor do Simples Nacional, mais conhecido por Super Simples, e da Frente Parlamen-tar Mista das Micro e Pequenas Empresas no Congresso Nacional reuniram-se para tratar da aplicação desse novo sistema tributário, criado pela Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas.

“Nosso compromisso é de, no dia 1° de julho, termos o Simples Nacional funcionando”, disse o secretário da Receita Federal, Jorge Rachid, que preside o Comitê Gestor, integrado por representantes da União, dos Estados e dos municípios.

Rachid em reunião com representantes da Frente Parlamentar e do Sebrae

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Guia do Prefeito Empreendedor

Page 27: Guia do Prefeito Empreendedor.pdf

No Comitê Gestor, os representantes dos municípios são o presidente da Confederação Nacional dos

Municípios (CNM), Paulo Roberto Ziulkoski, e a secretária municipal de Tributação de Natal (RN), Maria Gore-

te de Araújo Cavalcanti.

MENSAGEM DO PRESIDENTE DA CONFEDERAÇÃO NACIONAL DOS MUNICíPIOS

PREFEITO EMPREENDEDOR

O Prefeito Municipal tem um papel importantíssimo na promoção do desenvolvimento

local, que passa pelo fomento e incentivo às micro e pequenas empresas. Iniciativas que es-

tão ao seu alcance podem facilitar o desenvolvimento dos pequenos negócios.

Quando se fala em incentivo, a primeira questão que lembramos é a renúncia fiscal por

parte dos municípios, o que é importante, mas nem sempre está ao alcance do prefeito, que

necessita manter a sua arrecadação para atender as diversas demandas da sociedade, em

especial, nas áreas de educação, saúde e segurança.

Assim, o fomento às pequenas empresas deve concentrar-se em outras iniciativas que,

na maioria dos casos, têm um efeito muito mais benéfico para a economia local, como o incen-

tivo à participação das empresas locais nas compras públicas, por exemplo, que está sendo po-

tencializado com a aprovação da Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas, e que passa pelo compromisso

do município pagar em dia os seus fornecedores.

Ações de desburocratização para a abertura de empresas e a agilidade nos processos que deman-

dam fiscalização reduzem o custo das empresas e contribuem para o desenvolvimento das mesmas.

A parceria entre o poder público local e as micro e pequenas empresas, com certeza, é a chave para o

desenvolvimento de nossos municípios e, conseqüentemente, do Brasil.

Paulo Ziulkoski – Presidente da CNM

MENSAGEM DO PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO

BRASILEIRA DOS MUNICíPIOS (ABM)

A Associação Brasileira de Municípios manifesta irrestrito apoio às diretrizes da Lei Geral

das Micro e Pequenas Empresas, entendendo que normas específicas de estímulo ao desen-

volvimento econômico e social se vinculam com a atividade empreendedora dos agentes

privados nas cidades brasileiras

josé do Carmo Garcia – Presidente da Associação Brasileira dos Municípios

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Guia do Prefeito Empreendedor

Page 28: Guia do Prefeito Empreendedor.pdf

Trabalhar pelo fortalecimento das micro e pequenas empresas é estimular o crescimento de nossa

economia. É gerar empregos e renda para todo o País. Por isso, é fundamental que você conheça

a Lei Geral – Lei Complementar 123/06. A nova lei promove o acesso ao crédito e à tecnologia,

integra os impostos, simplifi ca a formalização de empresas e, na maioria dos casos, reduz a

carga tributária. Seja parceiro nesse ciclo de desenvolvimento e trabalhe

pela regulamentação e implantação da lei em seu município. Lei Geral.

Uma mobilização da sociedade, empresários e líderes para impulsionar os

pequenos negócios e o crescimento do Brasil. Acesse www.leigeral.com.br

Lei Geralda Micro e Pequena Empresa.

Desenvolvimento para

os pequenos negócios.

Muito mais oportunidades

para o seu município.

Page 29: Guia do Prefeito Empreendedor.pdf

Trabalhar pelo fortalecimento das micro e pequenas empresas é estimular o crescimento de nossa

economia. É gerar empregos e renda para todo o País. Por isso, é fundamental que você conheça

a Lei Geral – Lei Complementar 123/06. A nova lei promove o acesso ao crédito e à tecnologia,

integra os impostos, simplifi ca a formalização de empresas e, na maioria dos casos, reduz a

carga tributária. Seja parceiro nesse ciclo de desenvolvimento e trabalhe

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Page 30: Guia do Prefeito Empreendedor.pdf

PARA FACILITAR AS ATIVIDADES ECONÔMICAS

O sentido da Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas, recentemente aprovada, é

facilitar as atividades econômicas do pequeno empreendedor, reduzindo a carga fiscal,

unificando impostos, removendo entraves burocráticos e estimulando, assim, a redução da

informalidade.

joão Paulo Lima e Silva – Presidente da Frente Nacional de Prefeitos – FNP e

prefeito do Recife (PE)

DEFINIÇÃO

Em seu segundo capítulo, a lei define a empresa considerada micro e aquela considerada de pequeno

porte.

No caso das microempresas, o empresário, a pessoa jurídica ou a ela equiparada, tem, em cada ano-

calendário, receita bruta igual ou inferior a R$ 240 mil.

Já as empresas de pequeno porte são aquelas com receita bruta superior a R$ 240 mil e inferior ou

igual a R$ 2,4 milhões.

OPÇÃO VINCULANTE

Para efeito de recolhimento do ICMS e do ISS na forma do Simples Nacional, a Lei Geral estabelece

exceções à regra aos estados que tiverem participação no Produto Interno Bruto Brasileiro (PIB) de até 5%.

Atenção: a opção feita pelo Estado vincula os Municípios nele localizados. Essa medida é fa-

cultativa. O estado decidirá se adota os limites acima citados ou se opta por um dos limites de

FÓRUM GANhOU FORÇA

Criado em 2000, por meio do Decreto nº 3.474, o Fórum Perma-nente das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte, presidido e coordenado pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, ficou fortalecido com a vigência da Lei Geral das Micro e Peque-nas Empresas.

Com reuniões mensais e duas plenárias por ano, o Fórum tem por missão discutir políticas de apoio ao segmento, exceto de natureza tribu-tária. É composto por representantes do governo, de entidades de repre-sentação empresarial e por várias instituições de apoio ao segmento.

De acordo com a Lei Geral, o poder público deverá incentivar a cria-ção de fóruns regionais nos estados. “Vamos ficar atentos à regulamen-tação dos benefícios”, assinala o presidente da Confederação Nacional das Entidades de Micro e Pequenas Empresas (Conempec), José Tarcísio da Silva, integrante do Fórum Permanente.

José Tarcísio, da Conempec, no Fórum Permanente das Microempresas e Empresas

de Pequeno Porte

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Guia do Prefeito Empreendedor

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acordo com sua participação no PIB:

I – Estado com PIB inferior a 1% poderá estabelecer o limite de receita bruta anual até

R$ 1.200.000,00;

II – Estado com PIB entre 1 e 5% poderá estabelecer o limite de receita bruta anual até

R$ 1.800.000,00;

III – Estado com PIB igual ou superior a 5% obriga-se a adotar o limite normal de receita bruta anual.

Vale lembrar que o uso desses limites pelo estado é somente para efeito de recolhimento do ICMS e do ISS,

na forma do Simples Nacional em seus respectivos territórios.

DESBUROCRATIZACÃO

No seu Capítulo III, a Lei Geral determina que todas as informações acerca de tais procedimentos

devem estar amplamente disponíveis aos interessados, inclusive pela internet, e prevê que os órgãos e

as entidades envolvidos na abertura, alteração e baixa das MPEs, das três esferas de governo (federal,

estadual e municipal), deverão compatibilizar e integrar procedimentos que facilitem o cumprimento pe-

las pequenas empresas.

A lei facilita o registro de atos constitutivos, de suas alterações e baixas que poderão ser feitos indepen-

dentemente da regularidade das obrigações tributárias, previdenciárias e trabalhistas. Isso não exime empre-

sários, sócios e administradores de suas responsabilidades, apuradas antes ou após o ato de extinção.

O arquivamento dos atos constitutivos de sociedades empresariais e o arquivamento de suas altera-

CADASTRO SINCRONIZADO

Spínola, consultor do Sebrae: integração tributária

Márcia Gouthier/Agência Sebrae

Fazenda e a Junta Comercial ou promulgar uma lei (vide, a partir da página 34, a minuta da Lei Geral Municipal proposta pelo Sebrae).O Cadastro Sincronizado Nacional é um projeto desenvolvido pela Secretaria da Receita Federal que visa a integração dos

procedimentos cadastrais das empresas entre as administrações tributárias da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos municípios, e demais órgãos e entidades que fazem parte do processo de abertura de empresas, como, por exemplo, Juntas Comerciais, Corpo de Bombeiros e Secretarias de Vigilância Sanitária, dentre outros.

Seus objetivos principais, de acordo com a SRF, são:• Simplificação e racionalização dos processos de inscrição, alteração e baixa das pessoas jurídicas e demais entidades (en-

tes econômicos), com a conseqüente redução de custos e prazos, além da garantia de maior transparência a todo o processo;• Harmonização das informações cadastrais das pessoas jurídicas e demais entidades entre os conveniados, permitindo

que esses atuem com maior eficiência e eficácia.

As micro e pequenas empresas que optarem pelo Super Simples utilizarão documento único para o pagamento dos seguintes tribu-tos: ISS, INSS, CSLL, COFINS, PIS, IPI, IRPJ e ICMS. Haverá, ainda, cadastro sincronizado unificado para a Junta Comercial, Fazenda Municipal, Prefeitura, Receita Federal, Previdência Social, Receita Estadual e Anvisa. Cada empresa poderá ter um único número para identificação em todos esses órgãos.

Segundo André Spínola, consultor da Unidade de Políticas Públicas do Sebrae, para que os municípios possam participar dessa integra-ção, é necessário firmar um convênio com a Secretaria Estadual de

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Guia do Prefeito Empreendedor

Page 32: Guia do Prefeito Empreendedor.pdf

ções ficam isentos de uma série de exigências.

Não será mais necessária a apresentação de certidão de inexistência de condenação criminal, que

será substituída por declaração do titular ou administrador. Fica dispensada, ainda, a prova de quitação,

regularidade e inexistência de débitos referentes a tributo ou contribuição de qualquer natureza.

Não poderão ser exigidos do empreendedor, salvo casos de autorização prévia, quaisquer docu-

mentos adicionais aos requeridos pelos órgãos executores do Registro Público de Empresas Mercantis e

Atividades Afins e do Registro Civil de Pessoas Jurídicas.

Da mesma forma não poderão ser exigidos documentos de propriedade ou de locação do imóvel, filial

ou outro estabelecimento, salvo para comprovação de endereço, e a comprovação de regularidade de pre-

postos dos empresários ou pessoa jurídica com seus órgãos de classe como requisito para deferimento do

ato de inscrição, alteração ou baixa da empresa e para autenticação de instrumento de escrituração.

TRIBUTAÇõES

No Capítulo IV, a Lei Geral institui o Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e Contri-

buições para as micro e pequenas empresas, denominado Simples Nacional. Por meio dele, mediante um

único documento, poderão ser pagos mensalmente: IRPJ, IPI, CSLL, Confins, PIS/Pasep, Contribuição para

a Seguridade Social, ICMS e ISS.

Além disso, as micro e pequenas empresas ficam isentas de contribuição para o Sistema S (Senai,

Senac, Sebrae etc.), do salário-educação, do Incra e dos seguros de acidentes de trabalho.

COMPRAS PÚBLICAS

Tratamento especial nas aquisições do poder público é destinado às micro e pequenas empresas no

Capítulo V. “Nas licitações – diz o Art. 44 – será assegurada, como critério de desempate – preferência de

contratação para as microempresas e empresas de pequeno porte”.

Já o Art. 47 diz que nas contratações públicas da União, estados e municípios, poderá ser concedido

Com a Lei Geral, o segurado contribuinte individual que trabalhe por conta própria, sem relação de

trabalho com empresa ou equiparado, e o segurado facultativo, que optarem pela exclusão do direito ao be-

nefício de aposentadoria por tempo de contribuição, terão uma redução de sua contribuição previdenciária

de 20% para 11% sobre um salário mínimo.

Desde 1º de abril, o empreendedor que se inscrever na Previdência Social na categoria de contribuinte

individual ou contribuinte facultativo poderá optar por essa alíquota de 11%.

Essa medida visa justamente estender a proteção previdenciária a trabalhadores autônomos como

artesãos, camelôs e vários profissionais liberais, dentre outras categorias.

Essa alíquota reduzida dá ao empreendedor todos os benefícios previdenciários, exceto aposentado-

ria por tempo de contribuição, passando a ter o direito à aposentadoria por idade (65 anos para o homem e

60 para a mulher), com carência de 15 anos de contribuição.

DESONERAÇÃO PREVIDENCIáRIA

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Guia do Prefeito Empreendedor

Page 33: Guia do Prefeito Empreendedor.pdf

tratamento diferenciado e simplificado para as microempresas e empresas de pequeno porte, objetivando a

promoção do desenvolvimento econômico e social no âmbito municipal e regional, a ampliação da eficiência

das políticas públicas e o incentivo à inovação tecnológica.

A administração pública poderá realizar processo licitatório destinado exclusivamente à participação

das micros e pequenas empresas nas contratações de até R$ 80.000.00. Pode, ainda, fazer o mesmo

quando for exigida dos licitantes a subcontratação das mesmas, quando o objeto a ser subcontratado não

exceda a 30% do total licitado.

Isso pode ocorrer, também, em situações em que se estabeleça cota de até 25% do objeto para con-

tratação exclusiva das micros e pequenas empresas, em certames para aquisição de bens e serviços de

natureza divisível.

OBRIGAÇõES TRABALhISTAS

As micro e pequenas empresas estarão dispensadas da fixação de quadro de trabalho em suas depen-

dências, da anotação de férias dos empregados nos livros e fichas de registros, de empregar e matricular

empregados em serviços nacionais de aprendizagem, da posse do livro de Inspeção do Trabalho e, ainda,

de comunicar ao Ministério do Trabalho e Emprego a concessão de férias coletivas.

É o que está disposto no Capítulo VI que permite também que, perante a Justiça do Trabalho, o em-

pregador seja substituído ou representado por terceiros conhecedores dos fatos, ainda que sem vínculo

trabalhista ou societário.

FISCALIZAR ORIENTANDO

A nova lei deixa claro, em seu Capítulo VII, a prioridade para a fiscalização orientadora em vez da

punitiva nos aspectos trabalhista, metrológico, sanitário, ambiental e de segurança deverá ter natureza

prioritariamente orientadora, quando a atividade ou situação, por sua natureza, comportar grau de risco

compatível com esse procedimento.

ASSOCIATIVISMO

Pelo Capítulo VIII, as micro e pequenas empresas poderão realizar negócios de compra e venda de

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Guia do Prefeito Empreendedor

Os empresários brasileiros de todos os recantos do País vão receber informações acerca da Lei Geral

das Micro e Pequenas Empresas pelas ondas do rádio. A partir do dia

2 de julho e até o dia 28 de agosto, 500 emissoras do Brasil inteiro

– entre rádios universitárias, comunitárias e outras – vão transmi-

tir o programa Sebrae Responde Lei Geral, parceria da instituição

com a Associação Brasileira de Educação a Distância (Abed).

Alessandro Machado, do Sebrae-RS, é um dos consultores que vão esclarecer dúvidas a respeito da Lei Geral

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INFORMAÇõES PELAS ONDAS DO RáDIO

Page 34: Guia do Prefeito Empreendedor.pdf

bens e serviços, para mercados nacionais e internacionais por meio de consórcios, por prazo indetermina-

do, dentro de condições determinadas pelo Poder Público Federal.

Tais consórcios deverão ser constituídos exclusivamente por empresas de micro e pequeno porte

optantes pelo Simples Nacional. O objetivo é aumentar a competitividade do setor e sua inserção em novos

mercados por meios de ganho de escala, redução de custos, gestão estratégica, maior capacitação, aces-

so a crédito e novas tecnologias.

ExPANSÃO DO CRÉDITO

Os bancos comerciais públicos e os múltiplos públicos com carteira comercial e a Caixa Econômica

Federal manterão linhas de crédito específicas para as micros e pequenas em-

presas. Deverão, também, se articular com as entidades de representação

das MPEs no sentido de proporcionar e desenvolver programas de treina-

mento, desenvolvimento gerencial e capacitação tecnológica.

Caberá ao Banco Central disponibilizar dados e informações para as

instituições integrantes do Sistema Financeiro Nacional, visando ampliar

para as MPEs o acesso ao crédito e fomentar a competição bancária.

Recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador poderão ser disponibilizados

para cooperativas de crédito com participação das MPEs.

ESTíMULO À INOVAÇÃO

As micro e pequenas empresas passarão a ter, com a instituição da Lei Geral, estímulo à inovação tec-

nológica, um tema tratado no Capítulo X.

A União, Estados e municípios terão por meta aplicar 20% dos recursos destinados à inovação e tec-

nologia para o desenvolvimento da atividade nas MPEs.

REGRAS CIVIS

Ao tratar das regras civis e empresariais das micro e pequenas empresas, a Lei Geral, em seu Capí-

tulo XI, determina que essas “são desobrigadas da realização de reuniões e assembléias em qualquer das

situações previstas na legislação, as quais serão substituídas por deliberação representativa do primeiro

número inteiro superior à metade do capital social”.

DEFINIÇÃO DE PEQUENO EMPRESáRIO

A Lei Geral associou a pré-empresa ao “pequeno empresário” mencionado no Código Civil brasileiro.

Enquadra-se nessa condição os empreendedores individuais com receita bruta anual de até 36 mil reais que

estejam em fase de formalização.

Os primeiros incentivos concedidos aos pequenos empresários já aparecem no Código Civil, ao dis-

pensá-lo de seguir sistema de contabilidade com base na escrituração dos livros e a levantar anualmente

balanço patrimonial e de resultado econômico.

Além disso, eles poderão optar por fornecer nota fiscal avulsa obtida junto às Secretarias de Fazenda

ou Finanças dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios.

Será observado, para a aplicação de penalidades, o critério de dupla visita

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Guia do Prefeito Empreendedor

Page 35: Guia do Prefeito Empreendedor.pdf

ACESSO AOS jUIZADO ESPECIAIS

No capítulo XII, a Lei Geral faculta o uso dos Juizados Especiais Cíveis e Federais pelas micro e peque-

nas empresas. Isso facilita a solução de conflitos, porque esses juizados são mais ágeis do que a justiça

comum. Além disso, não há necessidade de contratar advogados e de pagamento de custas.

O mesmo artigo também fomenta a utilização de métodos extrajudiciais que podem dispensar no-

vas ações judiciais em um sistema judiciário já abarrotado de processos, inclusive os próprios juizados

especiais.

Esses métodos são a conciliação prévia, mediação e arbitragem.

Gerar acesso à Justiça para as micro e pequenas empresas

(MPEs) e desafogar os tribunais do País foram os objetivos que

levaram o Sebrae, a Confederação Brasileira das Associações Co-

merciais e Empresariais do Brasil (CACB) e o Banco Interamericano

de Desenvolvimento (BID) a firmar convênio em março de 2003.

A parceria resultou na disseminação e na consolidação dos

Métodos Extrajudiciais de Solução de Conflitos, os Mescs, e na

criação da Câmara Brasileira de Mediação e Arbitragem Empresa-

rial (CBMAE).

Dois anos e seis meses depois do convênio, a experiência já

registrava 87 câmaras de mediação e arbitragem implantadas em

24 unidades da Federação. Quatro mil pessoas já haviam sido capa-

citadas pelo convênio como mediadores, conciliadores e árbitros. Sete

publicações, entre cartilhas e livros sobre o tema estão sendo distribuídos no País. Duas delas foram elabo-

radas pelas unidades do Sebrae do Amazonas e na Bahia e encontram-se nos balcões da Instituição. A CACB

publica a revista Resultado, de periodicidade mensal, e especializada no tema. Os métodos extrajudiciais po-

dem ser usados em uma série de situações, a exemplo de conflitos entre vizinhos, separações, divórcios, fal-

ta de pagamento, devolução de mercadoria defeituosa e pensão alimentícia. São apenas alguns problemas

com os quais qualquer cidadão ou empresa pode ter de lidar em algum dia a mais. Para resolvê-los, o ideal é

não depender de tribunais, juízes e advogados que podem significar muito tempo e dinheiro.

Apesar de serem praticamente desconhecidas do grande público, as câmaras de mediação e arbitra-

gem são uma alternativa satisfatória para solucionar os pequenos conflitos e controvérsias. São um instru-

mento previsto por lei, desde o Código Comercial de 1850. No período Imperial, funcionavam dentro das

associações comerciais e estavam voltadas apenas à solução de conflitos empresariais.

Fonte: Revista Sebrae nº 16

NO PAíS DO ENTENDIMENTO

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Guia do Prefeito Empreendedor

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A proposta, detalhada a seguir, é uma solução que pode ser implementada

nos municípíos para regulamentar a Lei das Micro e Pequenas Empresas

(Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006).

Esta minuta de projeto de lei não tem o objetivo de esgotar o assunto. Trata-

se de um ponto de partida para a efetiva discussão do tratamento diferenciado,

simplificado e favorecido a ser concedido aos pequenos negócios diante da

realidade de cada município.

É um caminho para a regulamentação da Lei Geral.

INSTITUI A LEI GERAL MUNICIPAL DA

MICROEMPRESA E EMPRESA DE PEQUENO PORTE

Para atender e dar efetividade aos arts. 146, III, d, 170, IX, e 179 da Consti-

tuição Federal, a Lei Complementar Federal nº. 123/06, e com vista ao fomento

e desenvolvimento do município, o Povo, por seus representantes, decretou e

eu, em seu nome, sanciono a seguinte lei:

CAPíTULO I

DAS DISPOSIÇõES PRELIMINARES

Art. 1º Esta lei regulamenta o tratamento jurídico diferenciado, simplificado

e favorecido assegurado às microempresas (ME) e Empresas de Pequeno Porte

(EPP) doravante simplesmente denominadas ME e EPP, em conformidade com

o que dispõe os arts. 146, III, d, 170, IX, e 179 da Constituição Federal e a Lei

Complementar federal nº. 123, de 15 de dezembro de 2006, criando a “LEI

GERAL MUNICIPAL DA MICROEMPRESA E EMPRESA DE PEQUENO PORTE”.

LEI GERAL MUNICIPAL

Um caminho para a regulamentação

Outras sugestões estarão disponíveis no site www.leigeral.com.br Além disso, o Sistema Sebrae está à disposição para auxiliar os prefeitos na construção de propostas adequadas às necessidades do município

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Guia do Prefeito Empreendedor

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Art. 2º Esta lei estabelece normas relativas:

I – Aos incentivos fiscais;

II – à inovação tecnológica e à educação empreendedora;

III – Ao associativismo e às regras de inclusão;

IV – Ao incentivo à geração de empregos;

V – Ao incentivo à formalização de empreendimentos;

VI – Unicidade do processo de registro e de legalização de empresários e de pessoas jurídicas;

VII – Criação de banco de dados com informações, orientações e instrumentos à disposição dos

usuários;

VIII – Simplificação, racionalização e uniformização dos requisitos de segurança sanitária, metrologia,

controle ambiental e prevenção contra incêndios, para os fins de registro, legalização e funcionamento de

empresários e pessoas jurídicas, inclusive, com a definição das atividades de risco considerado alto;

IX – Regulamentação do parcelamento de débitos relativos ao Imposto Sobre Serviços de Qualquer

Natureza (ISSQN);

X – Preferência nas aquisições de bens e serviços pelos órgãos públicos municipais.

CAPíTULO II

DO REGISTRO E DA LEGALIZAÇÃO

SEÇÃO I

DO ALVARá DIGITAL

Art. 3º O registro e a legalização de empresas devem ser simplificados, de modo a evitar exigências

superpostas e inúteis, procedimentos e trâmites procrastinatórios e custos elevados.

Parágrafo único. Os procedimentos para a implementação de medidas que viabilizem o alcance das de-

terminações contidas no caput deste artigo serão coordenados pela Secretaria Municipal de Fazenda.

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Guia do Prefeito Empreendedor

Para atrair novos empreendimentos no município, a Prefeitura de Petrópolis

(RJ) digitalizou a burocracia. A prefeitura oferece uma série de serviços eletrônicos

pela internet para o setor produtivo, a exemplo do Alvará Fácil, Consulta Prévia Fácil,

Certificação Fácil, ISS Fácil, ITBI Fácil, Nota Fiscal Eletrônica e Autorização para Im-

pressão de Documentos Fiscais (AIDF).

Essa agilidade faz parte do Projeto Governo Eletrônico de Petrópolis, lançado

pelo prefeito Rubens José França Bomtempo, vencedor nacional do 4º Prêmio Se-

brae Prefeito Empreendedor na categoria Tratamento Diferenciado. Em dois anos,

as empresas legalizadas pelo programa criaram cerca de 6.100 empregos.

“O serviço é excelente. Não existe experiência igual no País. Em Petrópolis, a

licença provisória de funcionamento é concedida entre 24 e 48 horas”, confere Flávio

Ottero Licht, delegado do Conselho Regional de Contabilidade.

GOVERNO ELETRÔNICO DE PETRÓPOLIS

Page 38: Guia do Prefeito Empreendedor.pdf

Art. 4º Fica criado o “Alvará Digital”, caracterizado pela concessão por meio digital, de alvará de fun-

cionamento para atividades econômicas em início de atividade no território do município.

§ 1º O pedido de “Alvará Digital” deverá ser precedido pela expedição do formulário de consulta prévia

para fins de localização, devidamente deferido pelo órgão competente da Secretaria de Fazenda.

§ 2º Fica disponibilizado no site do município o formulário de aprovação prévia, que será transmitido

por meio do mesmo site para a Secretaria da Fazenda, a qual deverá responder via e-mail, em 48 (quarenta

e oito) horas, acerca da compatibilidade do local com a atividade solicitada.

§ 3º Os imóveis reconhecidos como de atividades econômicas de acordo com classificação de zo-

neamento disponibilizada pela administração pública municipal, bem como os profissionais autônomos,

terão seus pedidos de consulta prévia para fins de localização respondidos via e-mail em até 24 (vinte e

ALVARá DE FUNCIONAMENTO PROVISÓRIO

Para facilitar a abertura de empresas, a Lei Geral é clara quando diz que os municípios emitirão Alvará de Funcionamen-to Provisório a fim de permitir “a operação do estabelecimento imediatamente após o ato de registro”. Isso só não acontecerá nos casos em que o grau de rísco da atividade seja considera-do alto. Cabe destacar que esse procedimento é de competência da prefeitura.

Em Porto Alegre, o prefeito José Fogaça criou o Alvará na Hora, uma das ações que o colocaram como finalista do

4º Prêmio Sebrae Prefeito Empreendedor Divu

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ãoEMPRESAS EM CASAS OU APARTAMENTOS

Os empresários de Belo Horizonte (MG) podem desenvolver atividades em seus próprios imóveis residenciais, desde que não causem danos ao meio ambiente ou incomodem os vizinhos. É permitido abrir e manter empresas tanto em casas quanto em apartamentos. Nesse último caso com a concordância unânime do condomínio.

A autorização foi dada pela lei 6.831, de 18 de janeiro de 1995, que “dispõe sobre o estabelecimento e o funcionamento de empresas em residências e edificações multifamiliares”. A lei está disponível no item Legislação do portal eletrônico da Prefeitura de Belo Horizonte (www.pbh.gov.br). Essas regras podem ser adotadas em qualquer município brasileiro. Sob os aplausos dos empreendedores.

“As principais vantagens de trabalhar em casa são reduzir despesas e estar perto da família”, avalia a designer gráfica Cláudia Barcellos, que há nove anos usou a lei 6.831, batizada de “salas comerciais de fundo de quintal”. Ela saiu de uma sala comercial alugada e montou o próprio escritório na casa onde mora no bairro das Mangabeiras, uma área residencial de Belo Horizonte.

Cláudia Barcellos: menos despesas e perto da família

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Guia do Prefeito Empreendedor

Page 39: Guia do Prefeito Empreendedor.pdf

quatro) horas, a contar do início do expediente seguinte.

§ 4º O alvará previsto no caput deste artigo não se aplica no caso de atividades eventuais e de co-

mércio ambulante.

Art. 5º Da solicitação do “Alvará Digital”, disponibilizado e transmitido por meio do site do município,

constarão, obrigatoriamente, as seguintes informações:

I – Nome do requerente e/ou responsável pela solicitação (contabilista, despachante e/ou procurador).

II – Cópia do registro público de empresário individual ou contrato social ou estatuto e ata, no órgão

competente e;

III – Termo de responsabilidade modelo padrão, disponibilizado no site do município.

Art. 6º Será pessoalmente responsável pelos danos causados à empresa, ao município e/ou a tercei-

ros os que, dolosamente, prestarem informações falsas ou sem a observância das Legislações federal,

estadual ou municipal pertinente.

Art. 7º A presente lei não exime o contribuinte de promover a regularização perante os demais órgãos

competentes, assim como nos órgãos fiscalizadores do exercício profissional.

Art. 8º O “Alvará Digital” será declarado nulo se:

I – Expedido com inobservância de preceitos legais e regulamentares;

II – Ficar comprovada a falsidade ou inexatidão de qualquer declaração ou documento ou o descum-

primento do termo de responsabilidade firmado.

Art. 9º O poder público municipal poderá impor restrições às atividades dos estabelecimentos com

“Alvará Digital”, no resguardo do interesse público.

Art. 10. A microempresa e a empresa de pequeno porte poderão estabelecer-se em qualquer local,

inclusive, em espaços residenciais, desde que se submeta à legislação de posturas e não seja grande

poluidora do meio ambiente.

Art. 11. Fica facultado à administração pública municipal proceder às vistorias que entender necessá-

rias quando a atividade for considerada de alto risco, na forma de decreto a ser expedido.

“A NOVA REALIDADE DOS PEQUENOS NEGÓCIOS”

Vários segmentos participam da mobilização paulista

Márcia Gouthier/Agência Sebrae

Debater com as lideranças públicas e empresariais dos municípios paulistas as possibilidades de desenvolvimento local a partir da vigên-cia da Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas, desde dezembro e 2006, é o principal objetivo do Fórum “A Nova Realidade dos Pequenos Negócios”, com eventos organizados por federações empresariais de São Paulo, entidades de representação dos contabilistas e o Sebrae-SP,

por todo o Interior do Estado de São Paulo e, também, na capital paulista. O Fórum visa, também, incentivar os municípios a regulamentarem a Lei Geral. É uma ação fundamental para que as peque-

nas empresas possam obter todos os benefícios previstos pela nova legislação. Os eventos foram programados no período de marçoa a maio.

O Fórum Paulista é uma realização conjunta da Federação da Agricultura do Estado de São Paulo (Faesp), da Federação das Associações Comerciais (Facesp), da Federação das Indústrias (Fiesp), da Federação do Comércio (Fecomércio), do Sindicato das Empresas Contábeis (Sescon), da Associação dos Escritórios Contábeis (Aescon-SP), do Conselho Regional de Contabilida-de (CRC-SP) e do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas em São Paulo (Sebrae-SP).

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Guia do Prefeito Empreendedor

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SEÇÃO II

DO CADASTRO SINCRONIZADO E DA ENTRADA ÚNICA DE DOCUMENTOS

Art. 12. No prazo de 60 (sessenta) dias, contados da publicação da presente lei, a administração

pública municipal deverá concluir as tratativas e aderir efetivamente ao “Projeto Cadastro Sincronizado

Nacional”, que tem como objetivo a simplificação da burocracia nos procedimentos de abertura, alteração

e baixa de empresas.

Art. 13. Todos os órgãos públicos municipais envolvidos no processo de abertura e fechamento de

empresas observarão a unicidade do processo de registro e de legalização, para tanto devendo articular

as competências próprias com aquelas dos demais órgãos de outras esferas envolvidas na formalização

empresarial, buscando, em conjunto, compatibilizar e integrar procedimentos, de modo a evitar a duplici-

dade de exigências e garantir a linearidade do processo, da perspectiva do usuário.

Art. 14. A administração pública municipal criará em 6 (seis) meses um banco de dados com informa-

ções, orientações e instrumentos à disposição dos usuários, de forma presencial e pela rede mundial de

computadores, de forma integrada e consolidada, que permitam pesquisas prévias às etapas de registro ou

inscrição, alteração e baixa de empresas, de modo a prover ao usuário a certeza quanto à documentação

exigível e quanto à viabilidade do registro ou da inscrição.

Parágrafo único. Para o disposto nesse artigo, a administração pública municipal poderá se valer de

convênios com instituições de representação e apoio das MEs e das EPPs.

ATENDIMENTO áGIL E EFICAZ

O Município de São José dos Campos foi pioneiro, no Esta-do de São Paulo, na inauguração da Sala do Empreendedor. Trata-se de um espaço destinado para agilizar o atendimento às micro e pequenas empresas. Desde 1997, a prefeitura mantém o local onde é possível solicitar a emissão do Alvará de Funcionamento e da Inscrição municipal, além de pedidos de alteração de dados. Só no ano passado, foram abertos 2.182 estabelecimentos, entre micro, pequenas, médias e grandes empresas, que geraram 3.163 postos de trabalho.

Em 2005, foi a vez da prefeitura da Estância Turística de Santa Fé do Sul. Lá, é possível receber a Inscrição municipal em até três dias e é também onde se expede o alvará provisório de funcionamento pelo prazo de 90 dias.

Até março deste ano, 381 estabelecimentos foram abertos. A Sala cen-traliza e agiliza os atendimentos dos quatro órgãos municipais, sendo Saúde, Educação, Finanças e Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae).

Henrique Caldas

Em Santa Fé do Sul, empreendedores recebem alvará provisório de

funcionamento pelo prazo de 90 dias

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Guia do Prefeito Empreendedor

Page 41: Guia do Prefeito Empreendedor.pdf

SEÇÃO III

DA SALA DO EMPREENDEDOR

Art.15. Com o objetivo de orientar os empreendedores, simplificando os procedimentos de registro de

empresas no município, fica criada a Sala do Empreendedor, com as seguintes atribuições:

I – Disponibilizar aos interessados as informações necessárias à emissão da inscrição municipal e do

alvará de funcionamento, mantendo-as atualizadas nos meios eletrônicos de comunicação oficial;

II – Emissão da Certidão de Zoneamento na área do empreendimento;

III – Emissão do “Alvará Digital”;

IV – Orientação acerca dos procedimentos necessários para a regularização da situação fiscal e tribu-

tária dos contribuintes;

V – Emissão de certidões de regularidade fiscal e tributária.

§ 1º Na hipótese de indeferimento de alvará ou inscrição municipal, o interessado será informado

a respeito dos fundamentos e será oferecida orientação para adequação à exigência legal na Sala do

Empreendedor.

§ 2º Para a consecução dos seus objetivos, na implantação da Sala do Empreendedor, a administra-

ção municipal firmará parceria com outras instituições para oferecer orientação acerca da abertura, do

funcionamento e do encerramento de empresas, incluindo apoio para elaboração de plano de negócios,

pesquisa de mercado, orientação acerca de crédito, associativismo e programas de apoio oferecidos no

município.

CAPíTULO III

DO REGIME TRIBUTáRIO

Art. 16. Os prazos de validade das notas fiscais passam a ser os seguintes, podendo cada prazo ser

prorrogado por igual período, se isso for requerido antes de expirado:

I – Para empresas com mais de 2 (dois) e até 3 (três) anos de funcionamento, 36 (trinta e seis) meses,

contados da data da respectiva impressão.

II – Para empresa com mais de 3 (três) anos de funcionamento, 48 (quarenta e oito) meses, contados

da data da respectiva impressão.

Art. 17. As microempresas não reterão qualquer valor a título de ISSQN e nem terão qualquer

valor retido.

Art. 18. A prova da data do real encerramento das atividades poderá se feita com base na data da última

nota fiscal emitida pela empresa ou, na sua inexistência, pela comprovação do registro de outra empresa

no mesmo local, pela comprovação da entrega do imóvel ao locador, pela comprovação do desligamento

de serviços ou fornecimento básico, tais como o de água, o de energia elétrica ou o de telefonia.

Parágrafo único. Na impossibilidade de comprovar o encerramento da atividade por meios indicados no

caput, a empresa poderá solicitar diligência para prova da data do real encerramento de sua atividade.

Art. 19. As MEs e as EPPs cadastradas com previsão de prestação de serviços, e que não estejam

efetivamente exercendo essa atividade, poderão solicitar dispensa de confecção de talões de Notas

Fiscais de Serviço.

Art. 20. As taxas de fiscalização e funcionamento, a taxa de fiscalização sanitária, a taxa de fiscalização

de anúncios, a taxa de expedição de Alvará, a taxa da Licença Sanitária, bem como multas resultantes

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Guia do Prefeito Empreendedor

Page 42: Guia do Prefeito Empreendedor.pdf

Coleção Sebrae Políticas Públicas / Realização

Unidade de Políticas Públicas do Sebrae Nacional

da falta de cumprimento de obrigações acessórias, exigidas das ME e das EPP, serão reduzidas em 70%

(setenta inteiros por cento) e 50% (cinqüenta inteiros por cento), respectivamente.

CAPíTULO IV

DA FISCALIZAÇÃO ORIENTADORA

Art. 21. Sem prejuízo de sua ação específica, os agentes da fiscalização prestarão, prioritariamente,

orientação às MEs e às EPPs do município.

§ 1º Sempre deverá ser observado o critério de dupla visita para lavratura de autos de infração, salvo

na ocorrência de reincidência, fraude, resistência ou embaraço à fiscalização.

§ 2º A orientação a que se refere este artigo dar-se-á por meio de Termo de Ajustamento de Conduta

a ser regulamentado pelos órgãos fiscalizadores.

§ 3º Somente na reincidência de faltas constantes do Termo de Ajustamento de Conduta, que contenha

a respectiva orientação e o plano negociado com o responsável pela microempresa, é que se configurará

superada a fase da primeira visita.

§ 4º O disposto neste artigo não se aplica ao processo administrativo fiscal relativo a tributos.

Art. 22. Os órgãos competentes definirão em 90 (noventa) dias, a contar da entrada em vigor desta

lei, as atividades e situações, cujo grau de risco seja considerado alto, as quais não se sujeitarão ao

disposto neste artigo.

Parágrafo único. Em não sendo observado o disposto no caput, todas as fiscalizações obedecerão

ao critério da dupla visita, até que se regulamente o rol de atividades e situações, cujo grau de risco seja

considerado alto.

CAPíTULO V

DA CAPACITAÇÃO E DO DESENVOLVIMENTO DOS PEQUENOS NEGÓCIOS

Art. 23. Todos os serviços de consultoria e instrutoria contratados pela ME ou EPP e que tenham vín-

culo direto com seu objeto social ou capacitação gerencial e dos funcionários terão a alíquota de ISSQN

reduzida a 2% (dois inteiros por cento).

CAPíTULO VI

DA INOVAÇÃO TECNOLÓGICA

SEÇÃO I

DO FOMENTO ÀS INCUBADORAS, CONDOMíNIOS EMPRESARIAIS

E EMPRESAS DE BASE TECNOLÓGICA

Art. 24. Os incentivos para a constituição de condomínios empresariais e empresas de base tec-

nológica estabelecidas individualmente, bem como para as empresas estabelecidas em incubadoras,

constituem-se de:

I – Isenção do Imposto Sobre a Propriedade Territorial e Urbana (IPTU) pelo prazo de até 15 anos

incidentes sobre a construção ou acréscimo realizados no imóvel, inclusive, quando se tratar de imóveis

locados, desde que esteja previsto no contrato de locação que o recolhimento do referido imposto é

ônus do locatário;

II – Isenção da Taxa de Licença para Estabelecimento;

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Guia do Prefeito Empreendedor

Page 43: Guia do Prefeito Empreendedor.pdf

III – Isenção das Taxas de Licença para Execução de Obras, Taxa de Vistoria Parcial ou Final de Obras,

incidentes sobre a construção ou acréscimos realizados no imóvel objeto do empreendimento;

IV – Redução da alíquota do Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN) incidentes sobre

o valor da mão-de-obra contratada para execução das obras de construção, acréscimos ou reforma

realizados no imóvel para 2%;

V – Isenção da Taxa de Vigilância Sanitária por 15 anos para empresas que exerçam atividades sujeitas

ao seu pagamento.

§ 1° Entende-se por condomínio empresarial, para efeito desta lei, a edificação ou conjunto de edifi-

cações destinadas à atividade industrial ou de prestação de serviços ou comercial, na forma da lei.

§ 2° Entende-se por empresa incubada aquela estabelecida fisicamente em incubadora de empresas

com constituição jurídica e fiscal própria.

Art. 25. A Sala do Empreendedor, com o auxílio dos demais órgãos públicos, quando for o caso, é

responsável pelos seguintes procedimentos:

I – Orientação aos empreendedores;

II – Recepção dos projetos de solicitação dos benefícios desse capítulo;

III – Análise técnica prévia;

IV – Outras atividades afins.

Parágrafo único. Os critérios específicos de avaliação dos projetos, acompanhamento e prestação de

contas serão estabelecidos em regulamento a ser editado pelo Poder Executivo municipal.

PREFEITURA PLUGA CIDADE À INTERNET VELOZ E GRATUITA

Pioneira em inclusão digital, a Cidade de Sud Mennucci, no interior paulista, foi a primeira cidade brasileira a oferecer acesso à internet de alta velocidade, gratuito e ilimitado à população. Em 2002, a prefeitura instalou um sinal de rádio, para oferecer à comunidade a tecnologia Wi-Fi, que permite o acesso sem fio à rede mundial de computadores.

Inicialmente, 30 pessoas aderiram ao sistema. Hoje, conta com 689 usuários e pode atender todos os 7.500 habitantes.

“A internet é a maior biblioteca do mundo”, justifica Sérgio Soares, chefe da Divisão de Informática da prefeitura. O sistema, implantado pelo prefeito Celso Torquato Junqueira Franco, serviu também para reduzir os gastos com ligações interurbanas.

Em qualquer ponto de Sud Mennuci, os moradores podem acessar à internet sem fio

Prefeitura/Divulgação

Para aderir, basta adquirir, por R$ 180,00, o kit-cliente com antena, cabo, conectores e uma placa wireless. Para implan-tar o sistema, a Prefeitura investiu R$ 34.mil. Uma decisão da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) vai permitir que as prefeituras criem em seus municípios redes sem fio de acesso à internet (WiFi) e ofereçam o serviço à população, sem a necessidade de constituírem uma empresa especificamente para esse fim, desde que o serviço não seja cobrado do usuário.

“Essa solução deve ser adotada em muitos pequenos municípios ”, avalia Silvério Crestana, gerente de Políticas Públicas do Sebrae em São Paulo.

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Guia do Prefeito Empreendedor

Page 44: Guia do Prefeito Empreendedor.pdf

SEÇÃO II

DOS INVESTIMENTOS EM INOVAÇÃO

Art. 26. As agências de fomento, fundações, fundos, as ICTs, os núcleos de inovação tecnológica e as

instituições de apoio da esfera municipal manterão programas específicos para as MEs e EPPs, inclusive,

quando essas revestirem a forma de incubadoras, observando-se o seguinte:

I – As condições de acesso serão diferenciadas, favorecidas e simplificadas;

II – O montante disponível e suas condições de acesso deverão ser expressos nos respectivos orça-

mentos e amplamente divulgados.

§ 1º As instituições deverão publicar, juntamente com as respectivas prestações de contas, relatório

circunstanciado das estratégias para maximização da participação do segmento, assim como dos recur-

sos alocados às ações referidas no caput deste artigo e aqueles efetivamente utilizados, consignando,

obrigatoriamente, as justificativas do desempenho alcançado no período.

§ 2º As pessoas jurídicas referidas no caput deste artigo terão por meta a aplicação de, no mínimo,

20% (vinte inteiros por cento) dos recursos destinados à inovação para o desenvolvimento de tal atividade

nas MEs e nas EPPs.

INCENTIVOS FISCAIS ATRACAM NO PORTO DIGITAL

Recife Empreendedor é o nome de um conjunto de ações em favor dos pequenos negócios que colocou o prefeito

João Paulo Lima e Silva como Finalista Nacional do 4º Prêmio Sebrae Prefeito Empreendedor, na categoria Tratamento

Diferenciado.

Para aquecer o segmento, a prefeitura criou legislação de incentivos fiscais especialmente para as empresas de

base tecnológica, integradas à vocação da cidade ou intensas em mão-de-obra.

Na área tecnológica, duas medidas importantes foram: 1) A criação do Porto Digital, que concentra 49 empresas

de tecnologia da informação e de comunicação; 2) O programa de capacitação em tecnologia para microempresas e

servidores municipais, desenvolvido em parceria com o Sebrae, Senac, Senai e duas universidades federais do Recife,

entre outros.

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Guia do Prefeito Empreendedor

Page 45: Guia do Prefeito Empreendedor.pdf

CAPíTULO VII

DO ACESSO AOS MERCADOS

SEÇÃO I

ACESSO ÀS COMPRAS PÚBLICAS

Art. 27. Nas contratações públicas de bens e serviços do município, deverá ser concedido tratamento

favorecido, diferenciado e simplificado para as MEs e as EPPs, objetivando:

I – A promoção do desenvolvimento econômico e social no âmbito municipal e regional;

II – A ampliação da eficiência das políticas públicas;

III – O fomento do desenvolvimento local, por meio do apoio aos arranjos produtivos locais.

Art. 28. Para a ampliação da participação das MEs e das EPPs nas licitações, a administração pública

municipal deverá:

I - Instituir cadastro próprio para as MEs e as EPPs sediadas localmente, com a identificação das linhas

de fornecimento de bens e serviços, de modo a possibilitar a capacitação e a notificação das licitações e

facilitar a formação de parcerias e subcontratações, além de, também, estimular o cadastramento destas

empresas nos sistemas eletrônicos de compras.

II – Divulgar as contratações públicas a serem realizadas, com a estimativa quantitativa e de data das

contratações, no sítio oficial do município, em murais públicos, jornais ou outras formas de divulgação;

III – Padronizar e divulgar as especificações dos bens e serviços a serem contratados, de modo a

orientar, por meio da Sala do Empreendedor, as MEs e as EPP, a fim de tomar conhecimento das espe-

cificações técnico-administrativas.

Art. 29. As contratações diretas por dispensas de licitação com base nos termos dos arts. 24 e 25

da Lei nº 8.666, de 1996, deverão ser preferencialmente realizadas com ME e EPP sediadas no município

ou na região.

É hORA DE VENCER

O prefeito Serafim Corrêa, de Manaus (AM), foi um dos

pioneiros na simplificação das licitações para facilitar o acesso

das micro e pequenas empresas (MPEs) às compras públicas

municipais. Desde 2005, elas concorrem com maior chance

de vitória devido à desburocratização e à adoção da cotação

de “menor preço por item”, o que aumenta a competitividade

das MPEs com empresas de médio e grande portes. Logo

após a vigência das novas regras, saiu vitoriosa metade das

338 MPEs que participaram de 87 pregões.

Prefeito de Manaus (à esquerda), ao lado do superintendente do Sebrae-AM, José Carlos Reston, na entrega da placa do Prêmio

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Guia do Prefeito Empreendedor

Page 46: Guia do Prefeito Empreendedor.pdf

Art. 30. Para habilitação em quaisquer licitações do município para fornecimento de bens para pronta

entrega ou serviços imediatos, bastará à ME e EPP a apresentação dos seguintes documentos:

I – Ato constitutivo da empresa, devidamente registrado;

II – Inscrição no CNPJ, com a distinção de ME ou EPP, para fins de qualificação.

Art. 31. Nas licitações públicas do município, a comprovação de regularidade fiscal das MEs e EPPs

somente será exigida para efeito de assinatura do contrato.

Art.32. Para o disposto no artigo anterior, as MEs e as EPPs deverão apresentar toda a documen-

tação exigida para efeito de comprovação de regularidade fiscal, mesmo que esta apresente alguma

restrição.

§ 1º Havendo alguma restrição na comprovação da regularidade fiscal, será assegurado o prazo de

2 (dois) dias úteis, cujo termo inicial corresponderá ao momento em que o proponente for declarado o

O QUE já ESTá VALENDO NAS LICITAÇõES

Nos processos licitatórias, as administrações municipais já podem adotar duas medidas previstas pela Lei Geral

das Micro e Pequenas Empresas, sem que haja necessidade de regulamentação específica:

1. As MPEs só precisam comprovar regularidade fiscal na fase de habilitação para assinar o contrato de forneci-

mento de bens ou serviços. Isso significa simplificação no processo licitatório, pois somente é exigida a apresenta-

ção de certidões negativas apenas se sair vencedora;

2. No caso de oferecer um preço até 10% superior à proposta vencedora dada por uma grande empresa, a MPE

pode baixar a proposta para valor inferior e vencer a disputa.

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Guia do Prefeito Empreendedor

Page 47: Guia do Prefeito Empreendedor.pdf

vencedor do certame, prorrogáveis por igual período, a critério da administração pública municipal, para a

regularização da documentação, pagamento ou parcelamento do débito, e emissão de eventuais certidões

negativas ou positivas com efeito de certidão negativa.

§ 2º A não-regularização da documentação, no prazo previsto no § 1º, implicará decadência do direito

à contratação, sem prejuízo das sanções previstas no art. 81 da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993,

sendo facultado à administração convocar os licitantes remanescentes, na ordem de classificação, para

a assinatura do contrato, ou revogar a licitação.

Art. 33. A administração pública municipal exigirá dos licitantes a subcontratação de microempresa

ou de empresa de pequeno porte.

§ 1º A exigência de que trata o caput deve estar prevista no instrumento convocatório, especificando-se

o percentual mínimo do objeto a ser subcontratado até o limite de 30% (trinta inteiros por cento) do total

licitado, em montante não inferior a 10% (dez inteiros por cento).

§ 2º É vedada a exigência de subcontratação de itens determinados ou de empresas específicas.

§ 3º O disposto no caput, não é aplicável quando:

I – O proponente for microempresa ou empresa de pequeno porte;

II – A subcontratação for inviável, não for vantajosa para a administração pública municipal ou repre-

sentar prejuízo ao conjunto ou complexo do objeto a ser contratado;

III – A proponente for consórcio, composto em sua totalidade por ME e EPP, respeitado o disposto no

art. 33 da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993.

Art. 34. Nas subcontratações de que trata o artigo anterior, observar-se-á o seguinte:

I – O edital de licitação estabelecerá que as MEs e as EPPs a serem subcontratadas deverão estar

indicadas e qualificadas nas propostas dos licitantes com a descrição dos bens e serviços a serem for-

necidos e seus respectivos valores;

II – Os empenhos e pagamentos do órgão ou da entidade da administração pública municipal serão

destinados diretamente às MEs e às EPPs subcontratadas;

III – Deverá ser comprovada a regularidade fiscal e trabalhista das MEs e EPPs contratadas e sub-

contratadas, como condição de assinatura do contrato, bem como ao longo da vigência contratual, sob

pena de rescisão;

IV – A empresa contratada compromete-se a substituir a subcontratada, no prazo máximo de 30 (trinta)

dias, na hipótese de extinção da subcontratação, mantendo o percentual originalmente subcontratado até

a sua execução total, notificando o órgão ou a entidade contratante, sob pena de rescisão, sem prejuízo

das sanções cabíveis;

V – Demonstrada a inviabilidade de nova subcontratação, nos termos do inciso IV, a administração

pública municipal poderá transferir a parcela subcontratada à empresa contratada, desde que sua exe-

cução já tenha sido iniciada.

Art. 35. Nas licitações para a aquisição de bens e serviços de natureza divisível, e desde que não

haja prejuízo para o conjunto ou complexo, nas hipóteses definidas em decreto, a administração pública

municipal reservará cota de até 25% (vinte e cinco inteiros por cento) do objeto, em montante não inferior

a 10% (dez inteiros por cento) para a contratação de ME e EPP.

§ 1º Aplica-se o disposto no caput sempre que houver, local ou regionalmente, o mínimo de 3 (três)

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Guia do Prefeito Empreendedor

Page 48: Guia do Prefeito Empreendedor.pdf

fornecedores competitivos enquadrados como microempresa ou empresa de pequeno porte e que aten-

dam às exigências constantes do instrumento convocatório.

§ 2º O disposto neste artigo estará previsto no instrumento convocatório, admitindo-se a contratação

das microempresas ou empresas de pequeno porte na totalidade do objeto, sendo-lhes reservada exclu-

sividade de participação na disputa de que trata o caput.

§ 3º Não havendo vencedor para a cota reservada, esta poderá ser adjudicada ao vencedor da cota

principal, ou, diante de sua recusa, aos licitantes remanescentes, desde que pratiquem o preço do pri-

meiro colocado.

Art. 36. Nas licitações, será assegurada, como critério de desempate, preferência de contratação

para as MEs e as EPPs.

§ 1º Entende-se por empate aquelas situações em que as ofertas apresentadas pelas MEs e EPPs sejam

iguais ou até 10% (dez inteiros por cento) superiores àquelas apresentadas pelas demais empresas.

§ 2º Na modalidade de pregão, o intervalo percentual estabelecido no § 1º será de até 5 % (cinco por

cento) superior ao melhor preço.

Art. 37. Para efeito do disposto no artigo anterior, ocorrendo o empate, proceder-se-á da seguinte

forma:

MERENDA ESCOLAR POR SETORES

A Prefeitura de Pilar do Sul (SP) dividiu o município em quatro setores e abriu licitação para o fornecimento de alimentação escolar, pelas empresas, direto nas 13 escolas. As empresas de fora do município continuam podendo participar das compras municipais. Mas, ao dividir o fornecimento por setores, a Pre-feitura aumentou a competitividade das empresas locais. Elas venceram 80% dos processos licitatórios. Fornecem leite natural tipo B, pães, gás, carne, frios e alimentos estocáveis.

“Como administrador, acho que as novidades da Lei Geral for-talecem o município. O dinheiro acaba circulando na própria cida-de”, afirma o prefeito de Pilar do Sul, Luiz Henrique de Carvalho.

Novo sistema de fornecimento da merenda escolar torna empresas locais mais competitivas

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I – A microempresa ou empresa de pequeno porte melhor classificada poderá apresentar proposta

de preço igual ou inferior àquela considerada vencedora do certame, situação em que será adjudicado o

contrato em seu favor;

II – Na hipótese da não-contratação da microempresa ou empresa de pequeno porte, na forma do

inciso I, serão convocadas as remanescentes que porventura se enquadrem na hipótese do § 1º, na ordem

classificatória, para o exercício do mesmo direito;

III – No caso de equivalência dos valores apresentados pelas MEs e EPPs que se encontrem nos in-

tervalos estabelecidos nos §§ 1º e 2º do art. 36 será realizado sorteio entre elas para que se identifique

aquela que primeiro poderá apresentar melhor oferta.

§ 1º Na hipótese da não-contratação nos termos previstos no caput, o contrato será adjudicado em

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Guia do Prefeito Empreendedor

Page 49: Guia do Prefeito Empreendedor.pdf

favor da proposta originalmente vencedora do certame.

§ 2º O disposto neste artigo somente se aplicará quando a melhor oferta inicial não tiver sido apre-

sentada por microempresa ou empresa de pequeno porte.

§ 3º No caso de Pregão, a microempresa ou empresa de pequeno porte melhor classificada será

convocada para apresentar nova proposta no prazo máximo de 5 (cinco) minutos após o encerramento

dos lances, sob pena de preclusão, observado o disposto no inciso III do caput.

Art. 38. A administração pública municipal realizará processo licitatório destinado exclusivamente à

participação de ME e EPP nas contratações, cujo valor seja de até R$ 80.000,00 (oitenta mil reais).

Art. 39. Não se aplica o disposto nos arts. 34 a 38 quando:

I – Os critérios de tratamento diferenciado e simplificado para as MEs e EPPs não forem expressamente

previstos no instrumento convocatório;

II – Não houver um mínimo de 3 (três) fornecedores competitivos enquadrados como microempresas

ou empresas de pequeno porte sediados local ou regionalmente e capazes de cumprir as exigências

estabelecidas no instrumento convocatório;

III – O tratamento diferenciado e simplificado para as MEs e EPPs não for vantajoso para a administração

pública municipal ou representar prejuízo ao conjunto ou complexo do objeto a ser contratado;

IV – A licitação for dispensável ou inexigível, nos termos dos arts. 24 e 25 da Lei nº 8.666, de 21 de

junho de 1993.

Art. 40. O valor licitado por meio do disposto nos arts. 33 a 35 e 38 não poderá exceder a 25% (vinte

e cinco inteiros por cento) do total licitado em cada ano civil.

SEÇÃO II – ESTíMULO AO MERCADO LOCAL

Art. 41. A administração municipal incentivará a realização de feiras de produtores e artesãos, assim

como apoiará missão técnica para exposição e venda de produtos locais em outros municípios de grande

comercialização.

ARTESANATO PARA ExPORTAÇÃO

A Prefeitura de Alcântara, no Maranhão, fortaleceu o artesanato da ilha por meio de cursos de capacitação, padronização e melhoria da produção. “A cerâmica não quebra mais”, elogia a artesã Neide de Jesus.

Depois disso, peças já foram compradas e levadas para Belo Horizonte e São Paulo, além de outros países, a exemplo da França e Itália. Para comple-tar, o artesanato atrai o interesse dos turistas que visitam o centro histórico da cidade e o terminal de passageiros.

Essas foram algumas das ações que consagraram a prefeita de Alcân-tara, Heloísa Helena Franco Leitão, do PFL, como finalista, na categoria Tu-rismo de Excelência, do 4º Prêmio Sebrae Prefeito Empreendedor. Ela quer diversificar a economia local, concentrada na pesca e na agricultura de sub-sistência, e busca despertar a população para novas alternativas de renda, a exemplo do artesanato e do turismo.

Peças da ilha maranhense já foram exportadas para a França e Itália

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Guia do Prefeito Empreendedor

Page 50: Guia do Prefeito Empreendedor.pdf

CAPíTULO VIII – DO ESTíMULO AO CRÉDITO E À CAPITALIZAÇÃO

Art. 42. A administração pública municipal, para estímulo ao crédito e à capitalização dos empreendedores e das MEs e

EPPs, reservará em seu orçamento anual percentual a ser utilizado para apoiar programas de crédito e/ou garantias, isolados ou

suplementarmente aos programas instituídos pelo estado ou pela União, de acordo com regulamentação do Poder Executivo.

Art. 43. A administração pública municipal fomentará e apoiará a criação e o funcionamento de linhas de microcrédito

operacionalizadas por meio de instituições, tais como cooperativas de crédito, sociedades de crédito ao empreendedor e

Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip) dedicadas ao microcrédito com atuação no âmbito do município

ou da região.

Art. 44. A administração pública municipal fomentará e apoiará a criação e o funcionamento de estruturas legais focadas

na garantia de crédito com atuação no âmbito do município ou da região.

Art. 45. A administração pública municipal fomentará e apoiará a instalação e a manutenção, no município, de cooperativas

de crédito e outras instituições financeiras, públicas e privadas, que tenham como principal finalidade a realização de operações

de crédito com ME e EPP.

Art. 46. A administração pública municipal fica autorizada a criar Comitê Estratégico de Orientação ao Crédito, coordenado

pelo Poder Executivo do município e constituído por agentes públicos, associações empresariais, profissionais liberais, profis-

sionais do mercado financeiro e de capitais, com objetivo de sistematizar as informações relacionadas a crédito e financiamento

e disponibilizá-las aos empreendedores e às ME e EPP do município por meio da Sala do Empreendedor.

§ 1º Por meio desse Comitê, a administração pública municipal disponibilizará as informações necessárias à ME e EPP

localizadas no município, a fim de obter linhas de crédito menos onerosas e com menos burocracia.

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Guia do Prefeito Empreendedor

Page 51: Guia do Prefeito Empreendedor.pdf

§ 2º Também serão divulgadas as linhas de crédito destinadas ao estímulo e à inovação, informando-se todos os requisitos

necessários para o recebimento desse benefício.

§ 3° A participação no Comitê não será remunerada

Art. 47 . A administração pública municipal poderá criar ou participar de fundos, destinados à constituição de garantias que

poderão ser utilizadas em operações de empréstimos bancários solicitados por empreendedores, ME e EPP, estabelecidos no

município, junto aos estabelecimentos bancários, para capital de giro, investimentos em máquinas e equipamentos ou projetos

que envolvam a adoção de inovações tecnológicas.

Art. 48. Fica a administração pública municipal autorizada a celebrar convênio com o Governo do Estado destinado à

concessão de créditos a microempreendimentos do setor formal ou informal, instalado no município, para capital de giro e

investimentos em máquinas e equipamentos ou projetos que envolvam a adoção de inovações tecnológicas, nos termos do

estabelecido na Lei nº 9.533, de 30 de abril de 1997, no Decreto nº 43.283, de 3 de julho de 1998.

Art. 49. Fica a administração pública municipal autorizada a firmar TERMO DE ADESÃO AO BANCO DA TERRA (ou seu

sucedâneo), com a União, por intermédio do Ministério do Desenvolvimento Agrário, visando à instituição do Núcleo Municipal

Banco da Terra no município (conforme definido por meio da Lei Complementar nº 93, de 4/2/1996, e do Decreto Federal nº

3.475, de 19/5/2000), para a criação do projeto BANCO da TERRA, cujos recursos serão destinados à concessão de créditos

a microempreendimentos do setor rural no âmbito de programas de reordenação fundiária.

CAPíTULO Ix

DO ACESSO À jUSTIÇA

Art. 50. A administração pública municipal realizará parcerias com a iniciativa privada, por meio de convênios com entidades

de classe, instituições de ensino superior, ONG, OAB – Ordem dos Advogados do Brasil e outras instituições semelhantes, a fim

de orientar e facilitar às empresas de pequeno porte e microempresas o acesso à Justiça, priorizando a aplicação do disposto

no art. 74 da Lei Complementar 123, de 14 de dezembro de 2006.

Art. 51. Fica autorizado o município a celebrar parcerias com entidades locais, inclusive com o Poder Judiciário estadual,

objetivando a estimulação e utilização dos institutos de conciliação prévia, mediação e arbitragem para solução de conflitos de

interesse das MEs e EPPs localizadas em seu território.

§ 1º Serão reconhecidos de pleno direito os acordos celebrados no âmbito das comissões de conciliação prévia.

§ 2º O estímulo a que se refere o caput deste artigo compreenderá campanhas de divulgação, serviços de esclarecimento

e tratamento diferenciado, simplificado e favorecido no tocante aos custos administrativos e honorários cobrados.

§ 3º Com base no caput deste artigo, a administração pública municipal também deverá formar parceria com o Poder

Judiciário, a OAB, universidades, com a finalidade de criar e implantar o Setor de Conciliação Extrajudicial, como um

serviço gratuito.

CAPíTULO x

DO APOIO E DA REPRESENTAÇÃO

Art. 52. Para o cumprimento do disposto nesta lei, bem como para desenvolver e acompanhar políticas públicas voltadas às

MEs e EPPs, a administração pública municipal deverá incentivar e apoiar a criação de fóruns com a participação dos órgãos

públicos competentes e das entidades vinculadas ao setor.

Parágrafo único. A participação de instituições de apoio ou representação em conselhos e grupos técnicos também deverá

ser incentivada e apoiada pelo poder público.

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Guia do Prefeito Empreendedor

Page 52: Guia do Prefeito Empreendedor.pdf

CAPíTULO xI

DAS DISPOSIÇõES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 53. As MEs e as EPPs que se encontrem sem movimento há mais de três anos poderão dar baixa

nos registros dos órgãos públicos municipais, independentemente do pagamento de taxas ou multas

devidas pelo atraso na entrega das respectivas declarações nesses períodos.

Parágrafo único. A baixa prevista neste artigo não impede que, posteriormente, sejam lançados e

exigidos valores apurados em decorrência da prática, comprovada e apurada em processo administrati-

vo ou judicial, de irregularidades praticadas pelas Microempresas e pelas Empresas de Pequeno Porte,

inclusive impostos, contribuições e respectivas penalidades, reputando-se solidariamente responsáveis

os titulares ou sócios.

Art. 54. É concedido parcelamento, em até 120 (cento e vinte) parcelas mensais e sucessivas, dos

débitos relativos ao ISSQN e aos demais débitos com o município, de responsabilidade da microempresa

ou empresa de pequeno porte e de seu titular ou sócio, relativos a fatos geradores ocorridos até 31 de

janeiro de 2006.

§ 1º O valor mínimo da parcela mensal será de R$ 100,00 (cem reais).

§ 2º Esse parcelamento alcança inclusive débitos inscritos em dívida ativa.

§ 3º O parcelamento será requerido pela Secretaria Municipal da Fazenda, que deverá regulamentá-lo

em 15 (quinze) dias.

Art. 54. Ao requerer o “Alvará Digital”, o contribuinte poderá solicitar o primeiro pedido de Autorização

da Impressão de Documentos Fiscais, a qual será concedida juntamente com a Inscrição Municipal.

Art. 55. Fica instituído o “Dia Municipal da Micro e Pequena Empresa e do Desenvolvimento”, que será

comemorado em 5 de outubro de cada ano.

Parágrafo único. Nesse dia, será realizada audiência pública na Câmara dos Vereadores, amplamente

divulgada, em que serão ouvidas lideranças empresariais e debatidas propostas de fomento aos pequenos

negócios e melhorias da legislação específica.

Art. 56. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação, produzindo efeitos a partir do primeiro dia

útil subseqüente à sua publicação.

Art. 57. Revogam-se as demais disposições em contrário.

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Guia do Prefeito Empreendedor

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todos pela lei GeralUma das maiores mobilizações realizadas no País foi a série de eventos promovidos nos últimos três anos, em favor da aprovação da Lei Geral das Micro e Peque-nas Empresas. Cerca de 100 mil empreendedores participaram do movimento. Boa parte da nova legislação foi inspirada em ações desenvolvidas pelas administrações municipais e ho-menageadas desde 2001, pelo Prêmio Sebrae Prefeito Empre-endedor, que terá este ano sua 5ª edição.

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Saiba como implantar a Lei GeralSeguem sugestões que podem ajudar a construir uma nova realidade para os pequenos negócios nos municípios

1º Passo – Constituir uma equipe para regulamentação e implantação da Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas, com a par-

ticipação de representantes dos empresários, da Câmara dos Vereadores e das Secretarias Municipais.

2º Passo – Definir o foco do apoio aos pequenos negócios, de acordo com a vocação de cada município.

3º Passo – Escolher os principais artigos da Lei Geral que devem ser imediatamente implementados, levando em conta que

quanto maior for o cardápio das propostas, maior será a flexibilidade para adotá-las no futuro.

4º Passo – Formatar a proposta de regulamentação.

5º Passo – Articular a discussão e o apoio da Câmara dos Vereadores para a proposta.

6º Passo – Sancionar a lei de regulamentação com boa divulgação para informar os empreendedores acerca das novidades no

dia-a-dia de todos os micro e pequenos negócios.

7º Passo – Articular com instituições estaduais e federais a oferta, em seu município, de serviços de crédito, tecnologia, etc

nas condições definidas pela Lei Geral.

>> Passo a passo

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PREFEITOS, CONTEM COM A REDE DE POLíTICAS PÚBLICAS DO SEBRAE!

PARA TIRAR DÚVIDAS SOBRE A LEI GERAL, LIGUE PARA 0800-728 0202 OU ACESSE www.LEI.GERAL.COM.BR

ESTADO NOME CARGO E-MAIL TELEFONE

AC Francisco Alves Bezerra Coordenador [email protected] (68) 3216-2100

AL Maria Izabel V. Farias Gerente [email protected] (82) 3216-1600

AM Maria do Socorro Correa da Silva Gerente [email protected] (92) 2121-4900

AP Conceição Mira dos Santos Assessora conceiçã[email protected] (96) 3214-1400

BA Dora Parente Costa Coordenadora [email protected] (71) 3320-4300

CE Antônio Elgma Sousa Araújo Articulador [email protected] (85) 3255-6600

DF Fernando Neves dos Santos Filho Gerente [email protected] (61) 3362-1600

ES Fernando Estevez Gadelha Gerente [email protected] (27) 3041-5500

GO Alberto Elias Lustosa Nogueira Gerente [email protected] (62) 3250-2000

MA Jacqueline Fiquene Zeitouni Consultora [email protected] (98) 3216-6166

MG Nair Aparecida de Andrade Gerente [email protected] (31) 3371-9060

MS Tito Manuel Bola Sarabando Estanqueiro Assessor [email protected] (67) 2106-5511

MT Zaira de Melo Pereira Coordenadora [email protected] (65) 3648-1222

PA Ângela Soares Silva Assessora [email protected] (91) 3181-9000

PB Marquinho Leal Campos Gestor [email protected] (83) 3218-1000

PE Gilane de Lima e Silva Coordenadora [email protected] (81) 2101-8400

PI Maria Valcledes Moura Gerente [email protected] (86) 3216-1300

PR Eduardo Barrozo Prugner Gerente [email protected] (41) 3330-5800

RJ Andréia Crocamo Scaliso Gerente andré[email protected] (21) 2212-7800

RN Hélmani de Souza Rocha Gerente [email protected] (84) 3616-7900

RS Alessandro V. Machado Assessor [email protected] (51) 3216-1500

RO Liliane Cougo Dionísio Gerente [email protected] (69) 3217-3800

RR Pedro de Jesus Cerino Assessor [email protected] (95) 3623-1700

SC Kátia Regina Raush Consultora [email protected] (48) 3321-0800

SE José Américo dos Santos Gerente [email protected] (79) 2106-7700

SP Silvério Crestana Gerente [email protected] (11) 3177-4500

TO Carlos José de Assis Júnior Analista [email protected] (63) 3223-3300

Sebrae Nacional André Spínola Consultor [email protected] (61) 3348-7100

Sebrae Nacional Bruno Quick Gerente [email protected] (61) 3348-7100

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Empreendedor

Lei Geral da Micro e Pequena Empresa.

O início de um ciclo de desenvolvimento para os pequenos negócios, para o seu município e para o Brasil.

Guia do Prefeito

Como e por que implantar a

Lei Geral nos municípiosEntenda como a nova legislação da Micro e Pequena Empresa vaiimpulsionar a economia local e saiba como regulamentar seus dispositivos