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5 Manipulação

guia pratico da farmacia magistral

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5

Manipulação

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Capítulo 5 - Manipulação

1 .

  Processos de Manipu lação

1 . 1 .  Int rodução

Por se tratar de tarefa primordial e vi tal no universo de ati-

vidade da farmácia de manipulação, os processos de manipulação

devem ser efetuados por mão-de-obra especializada e acompanha-

dos de perto pelo farmacêutico responsável.

Além disso, o farmacêutico deverá anal isar cri t icamente a

receita a ser aviada, para isso, é essencial seguir alguns critérios

técnicos, alguns destes relacionaremos a seguir.

1 . 1 . 1 .   Q ues t ões a s e re m c ons i de radas an t es da m an i pu l a ç ã o

de uma p res c r i ç ão

A. Racionalidade da prescrição: ingredientes, intenção de uso, dose

e modo de administração

B. Propriedades físico-químicas, medicinais e usos farmacêuticos

das substâncias prescritas

C. Absorção e Via de administração adequadas: preparação do pro-

duto manipulado de acordo com o propósito da prescrição

D. Excipiente adequado: risco de alergia, irr i tação, toxicidade ou

resposta organoléptica indesejável do paciente.

E. pH ideal para maior estabilidade ou adequação ao uso

F. Ingredientes da formulação: identidade e pureza asseguradas.

G. Preparo da prescrição: treinamento adequado do manipulador

(cálculos matemáticos, controle de qual idade: peso médio, pH, ob-

servação visual)

H. Equipamentos e ingredientes disponíveis e em quantidade sufici-

ente.

I . Referências bibiiográficas: uso, preparação, estabil idade, admi-

nistração e embalagem do produ to

J .

  Vai idade: projeção razoável e racional da val idade do produto.

K. Quantidade dispensada equivalente ao prazo de validade do pro-

duto .

L. Correto armazenamento do produto por parte do paciente.

110

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Capítulo 5 - Manipulação

2. Processos de M an ipulação

- Laboratório de Sólidos

Formas Farmacêuticas Sólidas de Interesse

na Farmácia Magistral: Pós, Granulados e Cápsulas

Introdução

As formas farmacêuticas sólidas representam, de modo ge-

ral,  a maior porção das preparações aviadas na farmácia magistral,

de modo destacado a form a de cápsulas.

A seguir, estão algumas vantagens oferecidas pela forma só-

lida sobre a l iquida que explicam o motivo desta preferência:

• As drogas e produ tos químicos são mais estáveis na form a só-

l ida.

• As drogas sólidas (e secas) podem ser dispensadas na fo rm a

compactada de comprimidos, cápsulas, pós divididos, dentre

outros, podendo ser embalados, transportados, administra-

dos e armazenados mais facilmente que as formas líquidas.

• Paladares desagradáveis são mais ev idenciados quando as

substâncias estão na forma de solução do que na forma

  sóli-

da.  Sabores desagradáveis podem ser anulados totalmente

pela inclusão da droga sólida em cápsulas ou em comprimi-

dos revestidos.

• Doses precisas são mais fac ilm ente obtidas com form as for-

necidas em doses individuais e unitárias, tais como, compri-

midos, cápsulas e pós divididos.

• Modificação da l iberaçã o das drogas (liberação le n ta , co ntro-

lada,  retardada, etc) podem ser obtidas muito mais   fac i l -

mente em formas sólidas do que em preparações líquidas.

Todavia, a absorção de uma droga veiculada na forma sólida de-

pende de fatores diversos, tais como: a desintegração da forma só-

lida com a l iberação de partículas contendo a droga e excipiente, a

posterior dissolução da droga, sendo esta influenciada por fatores

físicos e químicos diversos e por último, a absorção propriamente

dita ou permeação da droga através da membrana celular. Sabemos

que características como o tamanho das partículas sólidas, solubil i-

dade da droga, propriedades do excipiente e adjuvantes influenciam

na velocidade de dissolução das drogas e portanto na sua biodispo-

nibi l idade. Além de ter como objetivo a obtenção de uma forma

111

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Capítulo 5 - Manipulação

farmacêutica elegante e uniforme, o farmacêutico se depara com

um desafio farmacotécnico maior na farmacotécnica de formas

  sóli-

das,

  o de garantir a absorção dos fármacos veiculados.

1 .

  Pós

1.2. Definição (USP-23)

Pós são misturas intimas e secas de fármacos e ou outras

substâncias finamente divididas que podem ser para uso interno

(Pós Orais) ou para uso exte rno (Pós Tó pico s).

Os pós são constituídos de finas partículas que variam de

0,1 (.i

 a 1 0.000a, em bora os tamanhos das partículas em preparações

farmacêuticas variem na faixa de 0,1 a 10u.

1.3. Vantagens

• Pe rmite a prescrição precisa, reque rida ind ividu alm en te pelo

paciente em cada dose. Os pós são normalmente mais estáveis que

as preparações líquidas, devido a reações químicas de degradação

entre as drogas associadas e entre as drogas e as condições atmos-

féricas, ocorrem mais lentamente em pós do que em líquidos.

• 0 tam anho reduzido das partículas na form a de pós, pe rm ite

uma dissolução mais rápida nos fluidos orgânicos (meio aquoso gás-

trico e entérico) do que o obtido em formas sólidas compactadas,

como comprimidos, portanto, possuem maior biodisponibi l idade.

• Menor incidênc ia de irrita çã o gástrica quando com parada à

formas sólidas compactadas, resultado da sua rápida dissolução.

• M aior fac i l idad e de de glutiçã o, podendo ser ingeridos em

maior quantidade, especialmente quando misturados com al imentos

e bebidas. Pós podem ser administrados em sondas gástricas, em

pacientes hospitalizados.

• Pós tópicos possuem efe ito secativo por aum ento da superfí-

cie de absorção

112

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Capitulo 5 - Manipulação

1 .4 . Desvantagens

• Drogas veiculadas nesta form a podem de ter iorar quando ex-

postas a condições atmosféricas (partículas finamente divididas,

portanto há grande área de superfície exposta a atmosfera).

• Drogas com sabores desagradáveis, no rm alm en te, não têm

suas características conven ientem ente mascaradas quando dispen-

sadas na form a de pó.

• Pós divididos demandam mais tem po para o seu prepa ro.

1 .5 . Carac te r ís t i cas

• Particulas reduzidas facil i t am a preparação de um pó mais

homogêneo e aumentam a capacidade adsortiva (ex.: antiácidos,

antidiarréicos e pós tópicos ).

• Homogeneidade.

• Tenuidade homogênea das pa rtícu las.

1 .6 . Class i f icação dos pós

Pós simples: resultam da divisão de uma única droga.

Pós

  compostos: obtidos da mistura de dois ou mais pós simples.

1 . 7 . P r e p a r a ç ã o

1 .7 .1 .

  R e d u ç ã o d o t a m a n h o d a s p a r t í c u l a s ( c o m i n u i ç ã o ) :

Na farmácia com manipulação, normalmente o farmacêutico

reduz o tamanho das partículas das substâncias químicas utilizando

o gral com o pistilo por

  trituração.

  A tr i tura çã o maior se obtém com

gral de superfície áspera (gral de porcelana) do que com o de super-

fície lisa (gral de vidro).

A

 leviqação

  é o processo empregado para a redução de partí-

culas, comumente em preparações semi-sólidas e líquidas. A leviga-

ção é um processo de redução do tamanho de partículas sólidas pela

trituração em um gral ou espatulação em uma placa com uma pe-

quena quantidade de líquido no qual o sólido não é solúvel.

113

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Capítulo 5 - Manipulação

A pulverizoção por intervenção  (recristalização) é emprega-

da para substâncias que não permitem a trituração direta, como é o

caso de algumas substâncias que se apresentam em estruturas cris-

talinas duras que não podem ser trituradas facilmente. Este proces-

so consiste em dissolver primeiramente o sólido em um mínimo de

solvente voláti l adequado (composto interveniente), tais como o

álcool ou a acetona. Mistura-se então (triturando), o sólido com o

solvente até que este úttimo evapore (ex.: tr ituração da cânfora por

intermédio do álcool e do peróxido de benzoíla por intermédio da

acetona). 0 solvente pode também ser vaporizado diretamente na

superfície do gral durante o processo.

1.8.Tamisação

A tamisação é uma operação que tem por finalidade obter

pós cujas partículas tenham um determinado tamanho médio (mes-

ma tenuidade ). É necessário que o produto que es teja sendo pu lve-

rizado, seja tamisado por um tamis cuja abertura de malha corres-

ponda à tenuidade do pó a obter, voltando para o gral as partículas

maiores retidas.

1 .8 .1 .C lass i f i c ação dos Tam ises :

0 tamis é o instrumento uti l izado para fazer a tamisação. Ele

é constituído por um aro de diâmetro variável, apresentando uma

das extremidades fechada com uma tela aplicada de modo a ficar

bem esticada. Esta tela é a parte fundamental do tamis, pois é ela

que em função da abertura das respectivas malhas, permite a sepa-

ração das partículas submetidas à tamisação em função dos diâme-

tros das partículas. As telas utilizadas na fabricação de tamises são

de natureza variada: ferro galvanizado, latão, aço inoxidável (mais

empregada para fins farmacêuticos), seda ou fibras sintéticas.

A tabela 14 apresenta uma correlação entre aberturas dife-

rentes de malhas de tamises e a granulometria obtida bem com o

seu emprego em diversas formas farmacêuticas relacionadas.

1 1 4

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Capítu lo

  5 -

  Manipulação

Tabe la 14 - C lass i f i cação dos tam ises e tenu idade ob t ida dos pós

Tamis N°

(USP) - Mesh

2

8

10

20

30

40

50

60

80

120

200

325

Aber tu ra

(mm)

9,52

2,38

2

0,84

0,59

0,42

0,297

0,250

0,177

0,125

0,074

0,044

Descrição

Muito grosso

Muito grosso

Muito grosso

Grosso

Grosso

Moderada-

mente grosso

Moderada-

mente grosso

Fino

Muito f ino

Muito f ino

Micronizados

Micronizados

Emprego

Sais granulados efervescentes e

para pós de comprimidos

Sais granulados efervescentes e

para pós de comprimidos

Sais granulados efervescentes e

para pós de comprimidos

Sais granulados efervescentes e

para pós de comprimidos

Sais granulados efervescentes e

para pós de comprimidos

Sais granulados

  efervescentes e

para pós de comprimidos

Pós efervescentes, pós dividi-

dos,  pós para encapsulação

Sais granulados efervescentes,

para pós de comprimidos e para

encapsulação

Sais granulados efervescentes,

para pós de comprimidos e para

encapsulação

Sais granulados efervescentes,

para pós de comprimidos e para

encapsulação

Pós divididos para polvilhar,

adsorventes, inalantes,  cor t i -

cóides, ant ib iót icos.

Pós divididos para polvilhar,

adsorventes, inalantes,

  cor t i -

cóides, ant ib iót icos.

Fonte: Dispensing of Med ication, 1984.

Hota: A caracterização da tenuidade de um pó pode ser feita com a ajuda de um ou dois

tamises. Quan do o pó é caracterizado por um tamis, o tamis correspondente deve d eixar

passor pelo menos 97%  deste pó;

Quando  o pó é caracterizado por dois tamises, o número imediatamente maior corresponde

ao tamis que deixa passar pelo menos 95% deste pò e o menor corresponde ao tamis que

deixa passar no m áximo 40%.

115

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Capitulo 5 - Manipulação

1.9. Mistura (Homogeneização)

Antes de misturar duas ou mais substâncias é recomendável a

redução isolada do tamanho das partículas de cada pó. 0 trabalho

de mistura e homogeneização de pós é realizado após a pesagem e a

redução do tamanho das partículas.

Para quantidades reduzidas, tais como em preparações ma-

gistrais, a mistura é realizada por  espatulação, trituração  e  penei-

ração  (tamisação).

• Espatulação:  é  o método pelo qual pequenas quantidades de

pós são misturadas com a uti l izaçáo de uma espátula farma-

cêutíca em uma placa para pomadas.

• Tri tura ção: a tr i tura çã o é uti lizada tanto para a cominuição

(redução do tamanho das partículas) como também para a

mistura dos pós.

• Peneiração (tamisação ): os pós também podem ser m istura-

dos passando-os por um tamis, o que resulta em um produto

leve e "fofo" faci l i tando a mistura.

Para quantidades maiores a mistura é realizada em   misturadores

de pós,  tal como o misturador em forma de V .

1 . 9 . 1 .

  Mi s tu ras Eu té t i c as

Mistura eu tétic a é de finida como aquela que resulta da mis-

tura de componentes sólidos cuja proporção Ihe confira o ponto de

fusão inferior ao de qualquer dos componentes isolados, ou seja,

trata-se da mistura de sólidos que se l iquefaz ou se torna pastosa

em temperatura ambiente.

Tabela 15: Algumas   substâncias  que quando  misturadas formam

misturas eutét icas

Acetani l ida

Ácido aceti lsalicíl ico

Acido salicil ico

Antipir ina

Cânfora

Fenacetina

Fenol

Cloral hidratado

Prilocaína

Lidocaína

Mentol

p-naftol

Resorcina

Salicilatos

Salol

Timol

Benzocaina

aminopirina

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Capítulo 5 - Manipulação

• Medida co rre t iva: A mistura eu tét ica pode ser ev i tada , in -

terpondo entre os pós incompatíveis um pó absorvente.

• Relação de pós abso rventes (substâncias que podem ev ita r a

formaçâo de misturas eutéticas)

• Carbonato de magnésio leve*

• Óxido de magnésio leve*

• Caulim

• Fosfato de cá lcio

• Fosfato tr icálcico

• Amido

• Talco

• Lactose

• Síl ica gel (Aerosil®)

'

  Nota: Norma lmente, o absorvente mais eficaz na prevenqâo de misturas eutéticas é aqu ele

que possui elevado ponto de fusão e grande superfície específica, como o óxido de zinco que

apresenta elevado ponto de fusão (2800°C) e o carbonato de maçné sio (deco mpõe -se a

350°C).

Esquema gráf ico de uma mistura eutét ica

P.F. A

Ponto d e

Fusâo

2

u

I

A

Crístais da substãncia

Pura A+ Mislura Llqulda

Substântía Sóiida

d e A + E

Mistura Líquida

d e A + B

^ ^ - v ^ ^ E / ^

C o m p o

Eu t ó t

i i ç ã o

ca

^  Crisiais da substanoia

Pura B* Mislura Líquida

B RF.

Ponlo de

Fusào

T e m p e r a t u r a

Euté t i ca

B

C o m p o s l ç ã o ( F r a ç ã o M o l a r )

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Capitulo 5 - Manipulação

1.9.2.  M i s t u r a s e x p l o s i v a s

Podem ocorrer quando um agente oxidante forte é tr i turado

(ex.: tr i turação em um gral) com um agente redutor forte.

Tabela 16: Alguns agentes oxidantes e redutores for tes que po-

dem formar misturas explosivas:

Agentes  oxidantes  fo r tes

Ácido clórico

Acido hipocloroso

Ácido nítrico

Acido nitroso

Bromo

Clorato de potássio

Cromatos

Dicromato de potássio

Hipocloritos

lodo

Nitrato de potássio

Nitrato de prata

Nitratos

Nitr i tos

Oxido de prata

Perboratos

Permanganato de potássio

Peróxidos

Sais de prata

Tr in i t ro fenol

Agentes redutores for tes

Substâncias orgânicas em geral

Bissulfitos

Glicerina

Fósforo

Taninos

Ácido tânico

Oleos essenciais

Carvão

Alcool

Tiossulfatos

Enxofre

Açúcares

Brometos

lodetos

Sulfuretos

Açúcar (sacarose)

Hipofosfitos

Enxofre

Sulfitos

Acido sulfuroso

1.9.3.Problemas

  especiais, estabilidade e incompatibilidade

de pós ou m istura de pós

A.Pós Hisroscópicos e Deliqüescentes: Como regra geral, substâncias

químicas na forma de pós apresentam maior afinidade para água do

que aquelas não pulverizadas.

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Capítulo 5 - Manipulação

B. Substâncias higro scó pica s: são aqu elas que ab so rve m um ida de do

ar.

C. Substâncias de l iqu es ce nte s: são sub stânc ias h igroscó picas

  q u e

absorvem a umidade do ar se l iquefazendo parc ia lmente ou

  t o t a l -

mente.

Tabe la 17 : Re lação de a lgumas subs tânc ias h ig roscóp icas e

  d e l i -

qüescentes

Acetato de potássio

Brometo de amôneo

Brometo de cálcio

Carbômeros (Carbopóis®)

Citrato de ferro amoniacal

Cloral hidratado

Cloreto de alumínio

Cloreto de amôneo

Cloreto de benzalcônio

Cloreto de cálcio

Cromoglicato dissódico

Dexpantenol

Fenitoína sódica

Fosfato sódico de betameta-

sona

Heparina sódica

Hioscinamina HBr

lodeto de amôneo

Pantotenato de cálcio*

Pepsina

Sulfato de Efedrina

Fosfato de clindamicina

Fenobarbital sódico

Citrato de potássio

Carboximetilcelulose (CMC)

Cloreto de sódio

Sais de colina

Amoxacil ina

Pilocarpina

Cloreto de benzetônio

Brometo de sódio

Cianocobalamina (vit. B12)

Cloridrato de dieti lpropiona

(cloridrato de anfepramona)

Cloridrato de Pilocarpina

Subnitrato de bismuto*

Cloridrato de oxi tetracic l ina

N itrato de sódio

Acetato de potássio

Carbachol

Cloreto de magnésio

lodeto de sódio

M e d i d a s c o r r e t i v a s

• A h ig roscop ia e a de l ique scê nc ia pode m ser a tenuada s co m o

cont ro le da umidade re la t i va do a r , a t ravés do uso de desu-

m i d i f i c a d o r e s

  e

  a r cond ic ionado . A umidade re la t i va na fa i xa

de 30 a 45% é a m elh or para m an ipu la çã o de pós.

• A gran ulaçã o de pós redu z a su pe r f íc ie de expo sição ao ar .

• Quando se t ra ba lh a com pós de l ique sce nte s ou h igroscópicos

119

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Capítulo 5 - Manipulação

é aconselhável mantê-los vedados com papel alumínio ou

filme plástico durante o processo de manipulação, evitando-

se assim a exposição à atmosfera úm ida.

A adição de substâncías absorventes (ex. óxido de magnésio

leve,  dióxido de sil icio coloidal) pode reduzir a tendência a

higroscopia de pós.

1 . 1 0 . P ós e f l o r e s c e n t e s

1 . 1 0 . 1 .

  Subs tânc ias e f lo rescen tes :

São substâncias cristalinas ou hidratadas que ao serem pulve-

rizadas liberam água de cristalização ou de hidratação. Esta água

pode ser liberada durante a manipulação ou com a exposição a um

ambiente de alta umidade. A água libertada do pó pode torná-lo

pastoso ou chegar a liquefazê-lo. A eflorescência é aumentada tam-

bém com a pulverização, pelo aumento da superfície de evaporação

da água de cristalização.

Representação diagramática da estrutura

cristal ina do clo reto de alum inio h exahidratado

120

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Capítulo 5 - Manipulação

1 .10 .2 . Med idas co r re t i vas :

A eflorescência pode ser atenuada, substi tuindo o sal hidra-

tado pelo sal anidro ou na impossibilidade da substituição através da

exsicação.

Tabela 18: Relação de algumas substâncias eflorescentes

Acetato de sódio

Acido cítr ico

Alúmen

Borato de sódio

Brom idrato de escopolamina

Bromidrato de quinino

Cafeina

Carbonato de sódio (decahidratado)

Ciclofosfamida

Cloridrato de quinino

Codeína

Fosfato de codeina

Fosfato de sódio

Lactato de cálcio

Sulfato de atropina

Sulfato de cobre

Sulfato de codeína

Sulfato de quinino

Sulfato ferroso

1 . 1 1 .  D icas pa ra man ipu lação de pós

A mistura de pós com característ icas similares de tamanho

de partículas e densidade aparente, pode ser realizada em um saco

plástico, uti l izando uma espátula ou um rolo que irá reduzir a quan-

tidade de pó em suspensão na área de manipulação.

Na área de manipulação de pós os manipuladores devem uti-

lizar máscara com filtro para pós.

Pós muito leves e "fofos" podem ser compactados para   fac i -

l i tar a mistura, com a adição de um pouco de álcool ou óleo mine-

ral.

Para aumentar a lubrif icação e as características de escoa-

121

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Capítulo 5 - Manipulação

mento e f luxo dos pós , pode se u t i l i za r o es teara to de magnés io em

conce n t rações me nores ou igua is a 1 %.

0 lau r i l su l fa to de sód io em co nce n t raçõ es d e a t é 1% ou o

docusa to sód ico em to rno de 0 ,5% podem ser u t i l i zados para neu t ra -

l i za r fo rças e le t ros tá t i cas em pós d i f í ce is de man ipu la r .

A inco rporação de pequenas quan t idades de l íqu idos em um

pó pode se r rea l i zada , t r i tu rando-se o l íqu ido com igua l quan t idade

de pó . 0 pó remanescente pode ser ad ic ionado aos poucos em vár ias

porções com t r i tu ração . Pode se incorpora r um absorven te (ex . d ió -

x ido de s i l íc io ) para se produz i r um pó seco .

Para se incorpora r t in tu ras e ex t ra tos f lu idos deve-se em

pr im e i ro lugar reduz i r o vo lum e do l iqu ido por evapo ração em ba-

nho-mar ia a té ob te r uma cons is tênc ia xa roposa . Em segu ida ad ic io -

na-se o exc ip ien te ine r te (ex . lac tose) a té a ob tenção de um pó

seco ( ve ja pa rág ra fo an te r io r ) .

1 . 1 2 . F o r m a s f a r m a c ê u t i c a s e m P ó d e U s o O r a l d e I n t e -

resse Mag is t ra l

1 . 1 2 . 1 .

  Pós a gra ne l ( Bulk  powders )  de uso in te rn o

São aque les d ispensados em f rascos ou potes de "boca la rga"

e des t inados a se rem admin is t rados por co lhe res de med ição .

A . D e s v a n t a g e m

Dev ido a inexa t idão do p rocesso de med ida , somente devem

ser d ispensadas nes ta fo rma, fá rmacos não-po ten tes (de f raca

  a t i v i -

d a d e f a r m a c o ló g i c a ) .

B . V a n t a g e n s

Podem ser d i lu ídos em uma quan t idade de água ou ou t ro l í -

q u i d o , f a c i l i t a n d o a d e g lu t i ç ã o .

C . Fármacos de uso in te rno norma lmente ve icu lados

An t iác idos

Laxantes

122

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Capítulo 5 - Manipulação

D. Procedimento de prepa ro

Em pós a granel de uso interno a substância ativa é dispen-

sada em concentração  peso do ativo I volume a ser in$erido ou ad-

ministrado

 (ex. x mg do at iv o/ co lhe r de chá).

Passso 1: preparar o produto conforme a prescrição

meça o volume do pó a ser tomado com o utensíl io de medida apro-

priado que será uti l izado na administração do pó (ex.colher de chá)

Passso 2: pese o volume do pó medido

Passso 3: calcule o peso do(s) ingrediente(s) ativo(s) no volume a ser

administrado, a partir da concentração ou percentual do(s) ingredi-

ente(s) ativo(s) no peso total do pó e do peso do volume a ser admi-

nistrado

Passso 4 : siga o método ge ral de scrito anter iorm ente para m istura

de pós

Passso 5: embale e rotule

Exemplos de fo rm ulaç õ es

A. Pó para rehidratação oral (quantidade para ser di luída em 1 L de

água)

Dextrose an idra 25 g

Cloreto de sódio 2,5 g

Citrato de potássio .. . . 4,5 g

B. Pó laxa tivo

Sulfato de sódio an idro 20 g

Fosfato de sódio an idro 40 g

Bicarbonato de sódio 60 g

C. Pó an tiácido

Carbonato de cá lcio 32 g

Carbonato de magné sio. . . . 32 g

Carbonato de sódio 26 g

Caulim (leve) 10 g

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Capítulo 5 -

 Manipulação

1 .1 2 .2 . Pós d i v i d i d o s (p a p é i s m e d i c a m e n t o s o s , sach ês e f l a -

c o n e t e s )

São formas farmacêuticas em pó que se destinam a adminis-

tração em doses individua is para se ad m inistrar de uma só vez.

A. Vantagens

Permite o acondicionamento de volumes de pós ativos, de-

masiados grandes, para serem veiculados na forma de cápsulas ou

comprimidos.

Os papéis medicamentosos permitem a administração de pe-

quenos volumes de pó susceptíveis de se administrarem em cápsulas

ou em comprimidos, especialmente, em pediatr ia, dada a dif iculda-

de da criança deglutir aquelas formas farmacêuticas sólidas e duras.

B. Desvantagens

A aparência dos papéis é vulgar e desvaloriza o produto. De-

ve-se escolher preferencialmente envelopes impermeabil izados

(plastificados e aluminizados) ou flaconetes plásticos.

Substâncias higroscópicas ou deliquescentes estão mais ex-

postas à umidade, devendo-se optar pelo uso de papéis encerados

ou envelopes impermeabil izados.

C. Procedimento de preparo

Para se preparar doses individuais de pós na forma de pa-

péis,  envelopes ou sachês deve-se colocar uma quantidade específi-

ca de pó em cada embalagem individualmente.

0 método mais preciso para o preparo desta forma farma-

cêutica é a pesagem individual da quantidade de pó a ser acondi-

cionada em cada dose unitária. É recomendável que se prepare uma

quantidade excedente de pó (em torno de 5%) para compensar pos-

síveis perdas durante o processo de preparação. Se a prescrição

contiver substância sujeita a controle especial, a perda durante o

processo de preparação deve ser mínima para não haver necessida-

de de compensação.

Passo 1: Calcular a quantidade a ser pesada de cada componente da

formulação, levando-se em conta a perda durante o processo de

preparação.

Passo 2: Pesar precisamente os componentes da formulação con-

forme o número de papéis, envelopes ou flaconetes solicitados pela

prescrição.

Passo 3: Completar com qs de excipiente flavorizado e edulcorado

124

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Capitulo 5 - Manipulação

para 2,5g, 5§, 10g ou mais co nfo rm e a presc rição  (vejasusestoesabaixo).

Passo 4 : Preparar os pós con form e o pro cedim en to gera l de pós,

diluindo geometricamente os ativos no excipiente.

Passo 5: Pesar a quantidade unitária a ser acondicionada em cada

papel,  envelope ou sachê, um a um, até completar o número de

unidades solicitadas.

Passo 6: Acondicione os envelopes em uma ca ixa .

Passo 7: Rotu le .

Sugestões de exc ip ientes para pós d iv id idos

A. Excipiente edulcorado e flavorizado com lactose

Aspartame 0,5%

Acesulfame de K 0,5%

Aroma pó (hid ros so lúve l). . . . 0,3%

Lactose* qsp 2,5 - 5 - 10g

'Para

  pacientes com intoleráncia à lactose ou em caso de incompatibilidade quimica com o

ativo, a lactose pode ser subs tituida pelo leite de soja sem

 açúcar.

B. Excipiente edulcorado e flavo rizad o com agen te suspensor

Ativo(s) Xg

Celulose microcristalina e CMC - Na* .. 1,5 g (Avicel RC 591)

Ácido c ítr ico 0,5 g

Aspartame 0,1 g

Aroma pó 0,3 g

Lactose** qsp 10 g

'Utilize preferenc ialmente a celulose microchstalina de dissoluqão instantônea, com erciali-

zada  com o nom e de Avicel  RC  591®.

A lactose pode ser substituida por outro excipiente (ex. leite de soja sem açúcar) em caso

de incompatibilidade quimica com o ativo, pacientes diabéticos ou com intolerância ó lacto-

se.

Exemplo de fo rm ulação

Pó dividido com escopolamina

Escopolamina HBr 5 mg

Lactose 2,495 mg

Mande papéis.

125

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Capítulo 5 - Manipulação

2 .

  G rânu los E fe rvescen tes

Os sais efervescentes são usualmente misturas eflorescidas

de ácido cítrico / ou ácido tartárico (ácidos) com bifosfato sódico e

ou bicarbonato de sódio (bases) e outros ingredientes medicinais.

Estes sais também podem ser preparados a partir de sais não-

eflorescidos de ácido cítrico e ácido tartárico. Em presença de á-

gua,

  o ácido reage com a base e libera dióxido de carbono, produ-

zindo efervescência. Os sais e gânulos efervescentes podem ser pre-

parados na forma de misturas de pós a granel ou pós divididos.

2.1 .Vantagens

2.1.1.Correção do paladar:

A solução carbonatada e a l iberação de C0

2

  mascaram sabo-

res salinos e amargos. Os grânulos apresentam vantagem sobre os

pós,  pelo controle da velocidade da efervescência. 0 pó dissolve

mais rápido (maior superfície) do que os grânulos que se hidratam e

dissolvem lentamente.

2 . 2 .

  Desvantagens

Baixa estabil idade, devido a alta reatividade (efervescência).

Dificuldade na manipulação (dificuldade de manter os ingre-

dientes secos durante o preparo e o armazenamento).

2.3 . Procedimento de preparo de grânulos efervescen-

tes

Passo 1 : Calcule a quantidade de cada ingre die nte .

Passo 2: Pese precisamente cada componente.

Passo 3: Misture bem os pós.

Passo 4 : Aqueça a m istura em uma estufa a 75° a 105°C, até a fo r-

mação de uma pasta (a liberação da água de cristalização ou hidra-

tação, forma uma massa úmida).

Passo 5: Passe a massa por um tamis n°10 e seque em um desseca-

dor.

126

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Capitulo 5 - Manipulação

Passo 6: Quebre os grânulos, emba le e ro tu le .

Nota: os pós efervescentes po dem ser preparados através da trituraçôo e mistura simples dos

pós em um grat ou passando o granulado preparado por um tamis m alha 50 ou 60.

2 . 4 . E x e m p l o s d e f o r m u l a ç õ e s

2.4 .1 .  E n v e l o p e s c o m a s c o r b a t o d e c á l c i o e f e r v e s c e n t e

(10 envelopes)

Ascorbato de cá lcio 97 ,4 g

(1 g de cálcio em cada 9,74 g de ascorbato de cá lcio)

Ácido cítrico an idro fino 1 9,2 g

Bicarbonato de sódio 1 8,8 g

Flavorizante pó qs

Procedimento:

Passo 1 : T ritu ra r todos os pós junto s até a obtenção de pó un iform e.

Passo 2: Pese cada dose separadamente (1 décimo do peso total) e

embalar cada dose em um envelope. Cada envelope terá o equiva-

lente a 1g de cálcio ele m en tar .

Passo 3: Sele bem o envelope, não permitindo o acúmulo de ar no

seu in ter ior.

Passo 4: Armazene em local seco.

Estabilidade aproximada: 2 meses

2 . 4 . 2 . C i t r o c a r b o n a t o

(10 enve lopes)

Lactato de cá lcio 7,95 g

Cloreto de sódio, USP 4,2 g

Sulfato de magnésio an idro 3,72 g

Fosfato de sódio dibásico an idro .. 5,1 g

Ácido cítr ico m onohidratado 64,4 g

Bicarbonato de sódio 56,6 g

Procedimento:

Passo 1 : Pese e m istu re un iform em en te os seis pós.

Passo 2: Distribua o pó em bandeja tipo refratária.

Passo 3: Inicie o aquec imento em um forn o de microondas por 1 a

1,5 minutos.

Passo 4: Na temperatura de aproximadamente 75°C, o ácido cítrico

127

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Capitulo 5 - Manipulação

irá perder a água e formar uma massa. Agite e revire o pó para a-

quecimento.

Passo 5: Continue o aquecimento até observar um vapor fumegante

e formar uma massa contínua.

Passo 6: Transferir para um papel alumínio e reduzir em pequenos

grânulos.

Passo 7:

 Assim que os srânulos esfriarem, embalar.

Estabil idade aproximada: 3 meses.

2 . 4 . 3 . Pó a n a lg é s ic o e f e r v e s c e n t e

Salicilato de sódio 15 g

Ácido cítrico m ono hidratado 34 g

Bicarbona to de sódio 30 g

Lactato de cálcio 10 g

Sulfato de magnésio an idro 10 g

Procedimento de preparo : idem ao da fórmula anterior.

Estabil idade aproximada: 3 meses.

128

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Capitulo 5 - Manipulação

3. Cápsulas

3 Def in ição -

 USP-

  23; Ph Eur-3rd

Cápsulas são formas farmacêuticas sólidas, com invólucro du-

ro ou mole, de diversos formatos e tamanhos, normalmente conten-

do uma dose unitária de ingrediente ativo. Os invólucros são nor-

malmente formados de gelat ina; entretanto, eles também podem

ser constituídos de amido (hóstias) ou outras substâncias adequadas

(Exemplo: A cápsula vegetal é constituída por um derivado da   celu-

lose,

 a HPMC*). As cápsulas são destinadas à adm inistra ção

  ora l .

' HPMC:

  hidroxipropilmetilcelulose

3.2 . Vantagens da form a far m ac êu t ica cápsula

• Fácil de glutição .

• Fácil de ser iden tif ic áve l (cor ou impressão se rigrafada ).

• Farma cêut icam ente elegan te.

• Mascaram de form a eficaz as cara cterísticas organolépticas

desagradáveis (sabores e ou odores desagradáveis) de fárma-

cos veiculados, uma vez que o invó lucro da cápsula imped e o

contato sensorial direto com o(s) ativo(s) veiculado(s).

• Fácil form ulaçã o.

• Fabricação a seco.

• Número de adjuvan tes reduzidos.

• Risco reduz ido de con tam inação cruzada.

• Para crianças, podem ser abe rtas e o con teúd o dispersado

faci lm ente na al im entação.

• Limitado poten cial de incom patibi l idad es.

• Menos equipam entos para a fabrica ção .

• Configurações únicas de cor e form a que realçam a id e n ti f i -

cação do produto.

• Menos exigências de va lidação .

• Menos etapas de produção.

• Boa es tab i l ida de .

• Ve rsati lidade para o prepa ro de fórmulas e doses ind ividu al i-

zadas (fórmulas magistrais).

• Apresentam boas carac teríst icas de biodispo nibi l idade (ge-

ralmente o invólucro se dissolve rapidamente no estômago,

em torn o de 10 a 20 m inutos, l iberando seu con teúdo ).

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Capitulo 5 - Manipulação

• Pe rm ite, mais fac i lmen te que outras formas farm acê uticas, a

elaboração de sistemas de l iberação modificada (l iberação

prolongada e revestimento gastroresistente).

• Protegem o fármaco de agentes externos (pós, ar, luz, e tc ).

Esta proteção não existe em relação à umidade.

• Boa resistência física que pode ser aum entada com o uso de

blister.

• Boa ace itação pelos pacien tes.

Embora os com primidos represen tem cerca de 75% das for -

mas farmacêuticas sólidas comercializadas, somente 38% dos con-

sumidores os pre fere m em relação às cápsulas. Em con trapos ição ,

as cápsulas moles que representam somente 2% do m ercado, são

preferidas por

  44%

 dos consum idores. As cápsulas duras representam

cerca de 23% do mercado de formas sólidas e 19% dos consum idores

as tem como opção de escolha. (King, 1984).

Entre 1970 e 1975 as cápsulas apresentaram taxas de cresci-

mento de vendas que variaram de 8 a

  21%

  nos quatro maiores mer-

cados europeus. Esta é uma tendência que permanece. As cápsulas

duras de gelatina, cada vez mais têm sido escolhidas para novos

medicamentos na forma de dosagem oral sólida. Em 1982, somente

17,5%   dos produtos recém licenciados eram apresentados como

cápsulas duras de gelatina; em 1996, este número já havia chegado

aos 34% (Fonte: Scrip,1 999).

3.3. Desvantagens da forma farmacêut ica cápsula

• Maior custo de produção.

• Não é fracionáve l (não pode ser pa rtida ).

• Dificuldade de se conseguir un iform idad e de peso em cápsu-

las duras.

• Se aderem mais fac ilmen te à parede do esôfago, podendo

levar a irr i tação deste, principalmente se o ativo for irr i tan-

te .

  Devem ser ingeridas com bastante água e com o paciente

sentado.

• Necessidade de ga ran tir condições determ inadas de tem pe -

ratura e umidade, para manipulação e conservação, devido à

sensibil idade a estes fatores.

• Limitações de uso: dificu ldade de serem uti lizadas por de-

terminados pacientes com dificuldades de deglutição (crian-

ças e idosos).

130

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Capítulo 5 - Manipulação

• Incom pat íve is co m substânc ias h igroscó p icas, de l ique sce n-

t es ,  e f l o rescen tes que fo rmem m is tu ras eu té t i cas , exce to se

es tas subs tânc ias fo rem prev iamente d i lu ídas em exc ip ien tes

adequados ou en tão fo rem reves t idas .

• Não são adeq uada s para drogas qu e são m u ito so lúv eis, com o

sa is (Exemp lo : c lo re to de po táss io , b rometo de po táss io , c lo -

re to de amôneo) . Nestas s i tuações, os f lu idos d igest ivos pe-

ne t ram rap idamente na cápsu la , d isso lvendo o sa l e c r iando

uma so lução a l tamente concen t rada que pode causar náusea

e vômi to quando en t ra r em con ta to com a mucosa gás t r i ca .

3.4. Composição do invólucro da cápsula

Ge la t ina ou ou t ras subs tânc ias * (ex . : am ido , h id rox ip rop i lme -

t i lce lu lose) ;

• Agen tes su r fac tan tes

• O pac i f ican te s (ex . : d ióx ido de t i tâ n io )

• Conservantes

• An t iox idan tes

• Edu lcorantes

• Coran tes e f lavo r izan tes ce r t i f i ca do s

0 invó luc ro da cápsu la pode t razer impresso a marca do fa -

b r ican te .

As cápsulas con s t i tu ídas a pa r t i r de m at é r ia - p r im a de o r igem

vege ta l sa t is fazem háb i tos vege ta r ianos e pecu l ia r idades .

3.5. Conteúdo das cápsulas

Pode ser: Sól ido, l íqu ido (não-aquoso) ou pastoso.

• Ingre d ien te(s) a t ivo(s)

• Solventes

• Di luentes

• Lubr i f i can tes

• Agen tes des in teg ran tes

0 con teúdo não deve causar a de te r io ração do invó luc ro da

cápsu la (ex . : água) . Todav ia , o invó lucro ao ser a tacado pe los   f l u i -

dos d iges t ivos deve l ibe ra r o con teúdo encapsu lado .

1 3 1

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Capitulo 5 - Manipulação

3.6 . C lass i f i cação (categor ias de cápsu las)

• Cápsulas duras

• Cápsulas moles  ( softge l )

• Cápsulas gastroresistentes (de liberação en térica)

• Cápsulas de liberação modificada (liberação prolongada)

3 . 6 . 1 .  Cápsu las du ras (pú l vu las ) :

As cápsulas duras têm forma cilíndrica, arredondada nos ex-

tremos e são formadas por duas partes abertas numa extremidade,

com diâmetros ligeiramente diferentes, devendo os seus extremos

abertos encaixarem um ao outro.

A cápsula gelatinosa dura consiste em duas partes:

a. Corpo: porção longa e estreita (contém o ativo e o excipiente).

b. Tampa: porção curta e mais larga.

Esquema de

sistema de

fechamento de cápsulas

Fonte: Pharmaceutical Practke,1998.

Fechada

Esquema de cápsula (Tampa, corpo)

As cápsulas duras são comercializadas em diversos

tamanhos, designados arbitrariamente por alga-

rismos. Quanto maior o algarismo designativo,

menor a capacidade da cápsula.

Fonte: Pharmaceutical Practice,

 1998.

Tampa

Corpo

Pós

X

132

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Capítulo 5 - Manipulação

Tabela 18: Tam anhos de cápsulas d ispon íveis p ara uso hu m ano

Número

5

4

3

2

1

0

W~

00

000

Capacidade em volume (mL)

0 , 1 2 a 0 , 1 3

0,20 a 0,21

0,27 a 0,30

0,37

0,48 a 0,50

0,67 a 0,68

0,85

0,92 a 0,95

1,36 a 1,37

A. Especificações d e qu alida de para cápsulas ge latinosa s duras

Conteúdo de umidade (dessecação a 105

o

): 10 a 16%

Dimensões: devem estar de acordo com   a  sua forma e tamanho.

Soiubilidade: devem se manter no mínimo 15 minutos sem se dissol-

ver na água a 25°C. Devem se dissolver em 15 minutos quando em

contato com uma solução de ácido clorídrico 0,5%p/v, a 36-38°C.

Resistência à fratura: as cápsulas não devem quebrar ou rachar fa-

cilmente

Odor: não devem apresentar odor estranho quando armazenado em

um frasco hermeticamente fechado durante 24h a 30-40°C.

Defeitos do invólucro: deve se observar a forma, a superfície, a es-

pessura da parede, a cor e a impressão (quando aplicável).

B.Critérios para armazenamento, conservação e manipulação de

cápsulas duras: A gelatina pode absorver até 10 vezes seu peso em

água. Portanto, as cápsulas gelatinosas duras quando armazenadas

em ambientes de alta umidade, absorvem a umidade amolecendo e

se deformand o. Em am bien te m uito seco, as cápsulas f icam que bra-

diças.

C. Condições recomendadas para armazenamento e manipulação:

Umidade relativa do ar*: entre 30 a 45% (máx. 50%)

Temperatura: entre 20 a 25°C.

'Para man ipulação de substâncias higroscópicas e detiquescentes è importante que a um idade

retativa amb ientat não seja maior que 40%.

133

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Capitulo 5 - Manipulação

3 . 6 . 2 . Cáp s u las m o l es ( " s o f t g e l " ) :

A cápsula mole é constituída de uma única parte, estando o

conteúdo hermeticamente selado em seu interior. Estão disponiveis

em diversos formatos e tamanhos. Assim como as cápsulas duras são

consti tuídas normalmente por gelatina e a sua maior f lexibi l idade

está relacionada à presença de glicerina e ou sorbitol, que atuam

como plastificantes. 0 invólucro das cápsulas gelatinosas moles é

mais espesso do que o das cápsulas gelatinosas duras.

As cápsulas moles se destinam preferencialmente a acondi-

cionar líquidos, podem apresentar variadas formas e tamanhos e

conter substâncias medicamentosas em quantidades variáveis, des-

de 0,2 até 5g.

A. Vantagens em relação às cápsulas duras

• Fácil deglu tição .

• Maior pre ferência pelos pac ientes.

• Maior biod ispon ibilidade (princ ípio ativo líquido ou so lub il i-

zado em veículo líquido).

• Ideal para incorporação de fármacos suceptíveis à hidrólise

ou oxidação. 0 sistema selado proporciona proteção frente ao ar e

outros agentes externos.

• Possibilita a incorporação de fármacos empregados em altas

doses e com baixa capacidade de compressão.

• Precisão no encapsulam ento (±1 a 3%).

B. Desyantagens

• Preparação complexa (não podem ser produzidas na farm ácia

magi t ra l ) .

• Inadequada para incorp ora r substâncias líquidas com teo r de

água maior que 5%, substâncias hidrossolúveis de baixo peso

molecular e compostos orgânicos voláteis.

134

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Capítulo 5 - Manipulação

3 .6 . 3 . C áps u l as Gas t ro - res i s t en tes BP-9 9 :

São cápsulas de l iberação modificada destinadas a resistir ao

fluido gástrico e l iberar seus ingredientes ativos no fluido intestinal.

Elas são preparadas, provendo cápsulas duras ou moles com um in-

vólucro gastro-resistente (cápsulas entéricas) ou pelo preenchimen-

to das cápsulas com grânulos ou partículas cobertas com um reves-

timento gastro-resistente.

3 .6 .4 .C áps u l as de L i be raç ão Mod i f i c ada BP-9 9 :

São cápsulas duras ou cápsulas moles nas quais o conteúdo, o

invólucro ou ambos, contêm excipientes especiais ou são preparados

por processo especial, destinado a modificar a velocidade ou o local

no qual o(s) ing red ien te(s ) a tivo(s) são libera do s.

3.7. Revest imento Entérico de Cápsulas Duras

3 . 7 . 1 .  I n t r o d u ç ã o

As cápsulas gastroresistentes são obtidas revestindo as cáp-

sulas duras com um fi lme gastroresistente ou preenchendo as cápsu-

las com granulados ou partículas já recobertas de um revestimento

gastroresistente. Estas cápsulas devem resistir, sem alteração, à

ação do suco gástrico. Entretanto, devem desagregar-se rapidamen-

te no suco intestinal, e por isso se diz que são  gastroresistentes ou

enterossolúveis.

Para formação do f i lme gastroresistente são empregados po-

límeros gastroresistentes que apresentam grupos funcionais com

natureza aniônica que em pH ácido do estômago os tornam insolú-

veis (ex.: acetoftalato de celulose, copolímero do ácido metacrí l i -

co/metacri lato de meti la). Com a mudança do pH para valores su-

periores a 5,5 estes grupos ficam ionizados e tornam-se solúveis no

meio,

  promovendo a l iberação imediata dos fármacos. Para melhor

compreensão do comportamento da solubi l idade do revestimento

nas diferentes regiões do aparelho digestivo, a tabela 19 apresenta

os diferentes pHs encontrados no trato gastro-intestinal .

135

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Capítulo 5 - Manipulação

Tabela 19: Variação pH no aparelho digest ivo

Local

Estômago

Duodeno

Jejuno

lleo

Cólon

Reto

PH

1,0 a 3,5

5,0 a 6,0

6,3 a 7,3

+/-8,0

8,3 a 8,4

6,8 a 7,2

3 . 7 . 2 . S i t u a ç õ e s e m q u e s e d e v e u t i l i z a r o r e v e s t i m e n t o

g a s t r o r e s i s t e n t e :

Para proteger fármacos instáveis em meio ácido da ação dos

fluidos gástricos (exemplo: alguns antibióticos como a eritromicina

base,  enzimas, pantoprazol e etc).

Quando o fármaco é irritante para a mucosa gástrica (exem-

plo:

  anti inflamatórios como naproxeno, feni lbutazona, oxifeni lbuta-

zona,  cloreto de potássio, indometacina, diclofenaco, etc).

Quando o fármaco produz náuseas ou vômitos se liberado no

estômago (exemplo: ácido nicotínico).

Quando for importante que o princípio ativo não sofra  dilui-

ções antes de atingir o intestino (exemplo: mesalazina, sulfassalazi-

na).

Quando o fármaco só deverá produzir o seu efeito máximo no

duodeno ou jejuno (exemplo: pancreatina).

Quando se deseja fazer com que as substâncias ativas este-

jam disponíveis após um período de tempo (Liberação retardada,

ex.: f luoreto de sódio, quinidina, efedrina, etc).

136

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Capitulo  5 - Manipulação

3 . 7 . 3 . P r o c e d i m e n t o d e r e v e s t i m e n t o e n t é r i c o d e c á p s u l a s

g e l a t i n o s a s d u r a s u t i l i z a n d o a m á q u i n a d e r e v e s t i m e n t o e n -

térico

A. O bjetivo:

Revestimento externo

de cápsulas

gelatinosas duras,

 com

filme gastroresistente

em formulações

contendo fármacos

específicos, cuja

estabilidade, bio-

disponibilidade e

eficácia dependem da

liberação exclusiva em

meio entérico.

Foto: Máq uina de Revestimento Entérico

B. Materiais:

Máquina de revestimento entérico.

Frasco spray com propelente.

Secador com fluxo de ar quente para secagem do revesti-

mento.

Solução de revestimento entérico com acetoftalato de   celu-

lose (recém-preparada) ou a solução de revestimento com Eudragit

L-100.

Cápsulas gelatinosas duras contendo o(s) fármaco(s) +

 exci-

piente(s) .

Óculos de segurança para o manipulador.

Máscara com fi l tro para proteção do manipulador.

Luvas.

C. Precauções:

A inalação constante da solução de revestimento é potenci-

almente perigosa à saúde do manipulador, portanto, é de suma im -

portância  a  uti l ização de máscara protetora com fi l tro e que o pro-

cedimento seja real izado em local venti lado ou preferencialmente

em capela com exaustão para gases.

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Capítulo 5 - Manipulação

D. Procedimento:

Cálculo da quantidade da solução de revestimento a ser utüizada:

A quantidade de revestimento a ser uti l izada deve ser calcu-

lada em relação ao peso do lote de cápsulas vazias utilizadas no

encapsulamento da fórmula que se deseja real izar o revestimento

entérico, todavia é necessário deixar claro que o revestimento será

realizado nas cápsulas "ch eia s" . A quan tidade de reve stime nto   ut i l i -

zado no processo deve ser em to rn o de 15% do peso das cápsulas

vazias, correspondente a quantidade e ao tamanho das cápsulas

uti l izadas na encapsulação da formulação. Com objetivo de esclare-

cer melhor a efetuação deste cálculo, exemplif icaremos a seguir:

U ti lizand o cápsulas n°1 brancas, cu jo peso médio é de

76,2mg/cápsula, qual a quantidade em massa da solução de reves-

timento deverá ser uti l izada para revestir 500 cápsulas, contendo

um fármaco e seu excipiente cujo peso médio é de 380 mg? Como

poderá ser evidenciado no processo a quantidade da solução de re-

vestimento a ser empregada nas cápsulas "cheias"?

Cálcuios:

Peso total das cápsulas vazias=> 76,2mg (peso médio da cáp-

sula vazia) x 500 (qua ntidad e de cápsulas a serem revestidas) =

38.100 mg ou 38,1g.

Quantidade em peso de reves time nto a ser em pregado : 15%

do peso das cápsulas vazias, portanto no exemplo: 15% de 38,1 g =>

5,715 g (quantidade de revestimento necessário para o processo de

revestimento). Para sabermos o peso do revestimento nas cápsulas

cheias, devemos realizar os seguintes cálculos:

Peso To ta l das cápsulas ch eias

380 mg (peso médio da cápsula cheia) X 500 (n° de cápsulas)

= 190000 mgou 190g

O peso final das cápsulas cheias, com a quantidade correta

de revestimento após o processo de spray e secagem é dada pela

soma da quantidade necessária de revestimento calculado e o peso

total das cápsulas cheias, portanto: 5,715 (quantidade de revesti-

mento calculado necessário ao processo) + 190 g (peso total das

cápsulas cheias) = 195,715 g (peso final tecnicamente correto das

cápsulas com o revestimento).

138

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Capítulo 5 - Manipulação

Passo 1: Acondicione as cápsulas a serem revestidas no tambor ou

no copo da m áquina de rev es tim en to , l igue a máquina e faça os

ajustes necessários para prevenir que as cápsulas se esvaiam do

tambor du ran te o processo ou com a secagem pe lo flu xo de ar

quente do secador. 0 aju ste do ângulo ideal do tam bo r para o pro-

cesso, pode ser realizado através das "borboletas" rosqueadas em

parafusos situados nas laterais da máquina. No processo de giro, as

cápsulas contidas no tambor não devem escapar do mesmo. Portan-

to,  teste a direção do f luxo de ar do secador no interior do tambor

com a máquina l igada. 0 f luxo de ar quente pode ser incl inado para

as laterais do tam bo r se a co rre nte de ar for m uito fo rt e e as cápsu-

las estiverem "vo and o " para fora do tam bo r. Para cápsulas de ta -

manho maior, o processo deve ser realizado com um menor número

de cápsulas de cada vez.

Passo 2: Encha o rese rva tór io do frasco de spray, u til izando a   solu-

ção de reve stime nto recém -prepa rada (é aconselhável a adição nes-

ta solução de revestimento de uma solução contendo um corante,

como por exemplo, o azul de meti leno, na proporção de 1 a 3 gotas

da solução com corante para cada 100 ml da solução de revestimen-

to ,  este procedimento permit i rá a evidenciação da aderência da

solução de re ve stim en to nas cápsulas).

Passo 3: Ligue a máquina e jateie a solução de revestimento dire-

tamente no copo contendo as cápsulas por 10 segundos. Imediata-

mente em seguida, também por 10 segundos, direcione para o inte-

rior do copo o fluxo de ar morno (não quente) com o uso do secador

em baixa velocida de .

"Nunca ja te ie as cápsulas com a solução de rev estim en to se o

tambor da máquina não estiver girando, pois esta conduta fará com

que as cápsulas colem-se uma as outras, não formando um fi lme

íntegro capaz de ga ran tir o rev es time nto en tér ico ". Caso oco rra

aderência entre as cápsulas, elas devem ser separadas rapidamente,

antes que a solução de revestimento seque, deixando-as no copo e

continuando o processo. Se no final do processo algumas cápsulas

permanecerem aderidas uma às outras, estas cápsulas deverão ser

descartadas. Uma eventual perda deve ser levada em consideração

no processo, portanto deve-se revestir uma quantidade maior de

cápsulas do que a sol ici tada na prescrição, com o intuito de com-

pensar esta perda. Sugerimos 5%  a mais.

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Capitulo 5 - Manipulação

Passo 4 : Uma vez rea lizado o passo 3 por várias vezes, rem ova as

cápsulas e as deixe sobre um papel toalha estendido sobre uma

bancada, para secagem ao ar por 5 a 10 minutos. Antes de jatear a

solução de revestimento novamente (passo 4), pese, anotando o

valor e certi f icando a quantidade de revestimento da cápsula com o

valor calculado. 0 jateamento deve ser real izado até a proximidade

do peso calculado das cápsulas cheias com o revestimento.

Solução para Revest imento Entér ico com aceto f ta la to de celu lose

(p /

  100mL)

  para uti l ização na máquina de revestimento

A ce to fta lato de celulose (CAP) 7,5 g

Hidróx ido de am ônio NF 27% 2,63 mL

Prop ilenoglicol 3,0 mL

Álcool et ílico 70 95 ,5 ml

Procedimento de preparo:

Passo 1: No agitador, adicione o CAP ao álcool seguido pelo hidróxi-

do de am ôn io. (A dissolução do CAP depende do pH básico).

Passo 2: Deixe agitar por  1  hora ou até dissolver.

Passo 3: Então, acrescente o propilenoglicol

Validade desta solução: 1 ano , conservada em frasco de vidro âmbar

e hermet icamente fechado.

Solução para Revest imento Entér ico

para uti l ização na máquina de revestimento

Eudrag i t®L-100 7g

Polieti leno glico l 400 4,0 mL

Solução Acetona/álcool absoluto (1:1) qsp 100 mL

Procedimento de preparo:

Passo 1: Dissolva o Eudragit L-100 em cerca de 90 mL da solução de

Álcool /Ace tona (1 :1 ) em um béquer de v idro cobe rto .

Passo 2: Adicione o PEG 400 e complete o volume para 100 mL com

a solução com á lcool /acetona (1 :1 ) .

Passo 3: Validade estimada desta solução: 6 meses, conservada em

frasco de vid ro.

140

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Capitulo 5 - Manipulação

3 . 7 . 4 . P r o c e d i m e n t o d e p r e p a r o d e g r a n u l a d o g a s t r o r e s i s -

tente  c om o E u d r a g i t L -  1 0 0 ®

Uma alternativa farmacotécnica mais moderna e consistente

é revestir o fármaco incluso em um granulado, com substâncias es-

táveis em meio ácido que se dissolvem no meio neutro ou ligeira-

mente alcalino, encontrado no duodeno e nos intestinos. A granula-

ção do fármaco com o copolímero do ácido m eta crí l ic o/m eta cri la to

de metila (Eudragit L 1 00®) m ostra-se e fic ie n te e seguro para o re-

vestimento gastroresistente. 0 revestimento é insolúvel em ácidos

diluidos e fluídos gástricos e solúvel em tampões e fluídos digestivos

acima do pH 6,0; portanto, assegura tanto a não liberação do fár-

maco em meio gástrico, como a l iberação deste em meio entérico,

em conform idade com o desejo tera pê utic o.

A. Soluçào de Eudrag it L-100®  para granulacão gastro-resistente

Eudragit L 100 20,0%

PEG400 5,0%

ou Propilenog licol 10,0%

Água destilada 3,0%

Álcool isop rop ílico qsp 1 00,0mL

Preparo:

Passo 1: 0 Eudragit L 100® deverá ser dissolvido no álcool isopropí-

lico

Passo 2: Ad icionar o res tan te dos componentes

Passo 3: A solução poderá ser guardada em estoque, acondicionada

em frasco de vidro âmbar he rm éticam ente fechad o.

B. Preparo do granu lado gas tro-resisten te

Fármaco xg (qu an tidade a ser reves tida)

Solução de Eud ragit L - 1 00® .. 50% do peso to ta l da substânc ia

Passo 1: Umectar o fármaco ou o fármaco + excipiente, tamisados e

pesados, com a solução de Eudragit L100®, até formar massa úmi-

da.

Passo 2: Granular em tamis com abertura de malha de 1,4mm a

2mm,  forçando sua passagem com o uso de uma espátula e reco-

Ihendo o granulado em superfície forrada com papel impermeável

(ex.: papel manteiga). Colocar para secar em temperatura ambiente

ou em es tufa aberta a 40°C.

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Capitulo 5 - Manipulação

Passo 3: Determinar o Fator de correção para granulado:

Fc = peso do granu lado

peso da susbstância

Passo 4: Encapsular e envasar

3 . 7 . 5 . A lg u ns f á r m a c o s c o m e r c i al i za d o s c o m r e v e s t i m e n t o

g a s t r o - r e s i s t e n t e :

Mesalazina, Sulfassalazina, Pantoprazol, Pancreatina, Diclo-

fenaco, Naproxeno, ácido aceti lsal icí l ico (comercial izado também

na forma convencial), bisacodi l , digitoxina, indometacina, lanzopra-

zol,

  t r ipsina, bromelaína, om eprazol , etc .

3 . 7 . 6 . T e s t e d e R e v e s t i m e n t o E n t é r i c o ( U S P 2 3 / N F 1 8 )

A. Fiuido gástrico simulado (pH 1,2) 37°C - 1 a 2h

Cloreto de sódio 2.0g

Pepsina 3.2g

HC137

7.0ml

Água destilada qsp 1000ml

Não deve haver sinal de desintegraçâo após o periodo de  1 hora

B. Fluido intestinal simutado (pH 7,5) 37°C

Fosfato monobásico de potássio 6,8g

NaOH0,2N 190,0ml

Pancreatina 10,0g

Água des tilada qsp 10OOml

Deve  se desintegrar no prazo prescrito pela mono grafia farmacop éica.

Nota: Para granulados e pellets é necessá rio realizar o teste de dissolução.

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Capitulo 5 - Manipulação

3 .8 . Cápsu las de l i be ração len ta  {Slow release)

3 .8 .1 .

  In t roduçao

Algumas formas farmacêuticas sólidas, como cápsulas e com-

primidos de liberação convencional são elaboradas para liberar o

fármaco no organismo de modo a ocorrer absorção rápida e compte-

ta.

  Nesses sistemas, busca-se manter determinada concentração do

fármaco no sangue, prescrevendo-se doses unitárias constantes ao

paciente durante o período de 24 horas. No entanto, pode ser ob-

servada a ocorrência de picos e vales no perfil de biodisponibilidade

do medicamento que devem estar situados dentro de uma faixa a-

ceitável,  ( janela terapêutica - acima da concentração mínima eficaz

e abaixo da concentração m ínima tóx ica) para que não haja com -

prometimento da eficácia clínica do tratamento. Este perfi l , deter-

mina a posologia do esquema terapêutico (Ansel, Popovich, Alen,

2000;  Helman, 1981; Lieberman, Lachman, 1982; Lieberman, Lach-

man,

 Schwartz, 1 990; Ritschel, 1 982; Veiga, 1 988).

Contudo, outras formulações vêm sendo estudadas, na tenta-

tiva de modular a l iberação do fármaco, para que ocorra de modo

lento e gradual propiciando ação terapêutica de longa duração (An-

sel,  Popovich, Alen, 2000; Helman, 1981; Lieberman, Lachman,

1982;

  Lieberman, Lachman, Schwartz, 1990; Lordi, 1986; Prista,

Alves, Morgado, 1 995; Ranade, 1 991 ; Ritschel, 1 982; Veiga, 1 988).

Nos sistemas de l iberação controlada, a taxa de fármaco li-

berada iguala-se a quantidade de fármaco el iminado, mantendo

desta forma, a concentração plasmática dentro da janela terapêuti-

ca (Uhrich

  et al.,

  1 999). Tais preparações podem ser desenvolvidas

para administração por diversas vias (cutânea, intravascular, intra-

muscular, l in fá tica, ocular, nasal, de ntre outras). Entre tan to, a ad-

ministração pela via

  ora l ,

  continua sendo uma das mais desejáveis

(Khan,  1995; Veiga, 1988).

De acordo com a United States Pharmacopeia 24 ed. (2000),

o termo  liberação controlada  é sinônimo de  liberação sustentada,

liberação prolongada   ou  ação prolongada.  Tais term os são em pre -

gados para descrever formulações que não liberam o fármaco pron-

tamente após administração, como os denominados medicamentos

de  liberação convencional  e, que apresentam redução na freqüência

de doses administradas. Formas de

  liberação controlada

  são ainda

definidas, como aquelas nas quais há redução de pelo menos duas

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Capítulo 5 - Manipulação

vezes na f reqüênc ia de dosagem, com aumento na aqu iescênc ia do

pac ien te ao esquema te rapêu t ico que possu i e f i các ia me lhorada ,

quando comparado aos s is temas convenc iona is . Por out ro lado, de-

s igna-se como formas de

  Uberação retardada,

  aque las que l ibe ram o

fá rmaco em tempo d i fe ren te do s is tema convenc iona l e em loca l

bem de te rmínado , sendo depo is , a l ibe ração p ra t icamente imed ia -

t a ,

  o que acontece com as fo rmas de l iberação entér ica (Costa , Lo-

bo ,

  1999 ; Un i ted Sta tes Pharmacope ia 24 ed . , 2000) .

Ambos os s is temas,

  liberação controlada

  e

  liberação  retar-

dada  são def in idos pe lo te rmo  liberação modificada  que possui sen-

t ido mais amplo : são s is temas cu ja carac ter ís t ica de l iberação do

fá rmaco , em re lação ao tempo e /ou loca l são de te rminados de a -

cordo com ob je t ivos ou conven iênc ias não o ferec idas por s is temas

convenc iona is de cedênc ia do fá rmaco; como so luções, pomadas e

demais fo rmas de pronta d isso lução (Un i ted Sta tes Pharmacope ia 24

e d . ,

  2000) .

144

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Capítulo 5 - Manipulação

Tabela 2 0 : T e r m i n o l o g i a m a is r e c e n t e m e n t e e m p r e g a d a n a á r e a

de t e c n o lo g i a d e l i b e r a ç ã o m o d i f i c a d a d e f á r m a c o s

TIPO DE LIBERAÇÃO

Controlada (liberação

prolongada, ação prolon-

gada, liberação len ta,

liberação sustentada)

De ordem um

Retardada

Programada

Ação repe tida

Modificada

DEFINIÇÃO

Sistema no qual a liberaçâo do fármaco

ocorre lentamente e em quantidade

constante por unidade de tempo, quan-

do comparado com sistema convencio-

nal.

A quantidade de fármaco liberada por

unidade de tempo é uma porcentagem

fixa do total que permanece no sistema.

A liberação do fármaco ocorre em   peri-

odo de tempo bem definido após admi-

nistração do medicamento.

A cedência do fármaco é programada

por sistema eletrônico.

Neste sistema, há liberação seqüencial

de 2 doses completas do fármaco.  Inici-

almente é liberada uma dose equivalen-

te

  à convencional, contida na parte

externa. Posteriormente, é libertada a

dose incorporada no núcleo. Esta man-

terá o nivel plasmático efetivo. Idêntico

à tomada de doses consecutivas de um

medicamento convencional.

Sistema onde a liberação do fármaco é

determinada de acordo com objetivos

ou conveniências não oferecidas pelos

sistemas de pronta liberação. Abrange

todos os sistemas diferentes dos con-

vencionais.

REFERÊNCIAS

United States

Pharmacopeia 24

e d . ,

 2000; Costa,

Lobo,

 1999

Costa,

 Lobo, 1999

United States

harmacopeia 24

ed . ,

 2000; Costa,

Lobo,

  1999;

Ranade, 1991

Costa,

 Lobo, 1999

Veiga,  1988

United States

Pharmacopeia 24

e d . ,

 2000; Rana-

de,

 1 991 .

Fonte: Tese de me strado de Janaina Cecília Oliveira Villanova/Universidade de São Paulo:

USP2001

145

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Capítulo 5 - Manipuiação

Ad ve r tên c ia : Em re lação à ma n ipu laçào de fo rmas fa rm acêu t i cas

mag is t ra i s de l i be ração p ro longada , deve se r menc ionada a d i f i cu l -

dade tecno lóg ica de p red ize r o exa to per f i l de l ibe ração do fá rmaco

necessár io para obter resu l tados cons is tentes lo te a lo te . A lém d is -

so,

  a determinação cons is tente e conf iáve l dos n íve is sanguíneos do

fármaco e a duração da sua ação só podem ser comprovados a t ravés

de es tudos de b ioequ iva lênc ia . Po r tan to , a man ipu lação mag is t ra l

de fó rmu las de l ibe ração con t ro lada ou sus ten tada deve se r ev i tada ,

bem como, a de fá rmacos de ba ixo ind ice te rapêu t ico d ispensados

nestas fo rmas. As fo rmas de l iberação modi f icada passíve is de se-

rem manipu ladas, pe las fa rmác ias magis t ra is , com segurança são as

cápsulas

  c o m

  r eves t imen to en té r i co ( l i be ração re ta rdada ) e as de

l ibe ração len ta ou

  slow release

  ( co nc e i to ma is am p lo e menos res -

t r i to do que l ibe ração con t ro lada ou sus ten tada) , es tas ú l t imas ,

ob t idas com a u t i l i zação de exc ip ien tes fo rmado res de ma t r i zes

  co -

lo ida is .

Nota: Vários destes termos criados para desiçnar formas farma cêuticas de tiberação modifi-

cada foram introduzidos pelas empresas farmacêuticas, visando refletir um design especial

produzido para um a forma de liberacão protonçada ou utilizando-os como termos de marke-

í íng.

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Capitulo 5 - Manipulação

3.9. Cápsulas de l iberação prolongada

3.9.1.

 Definição:

As cápsulas, assim como os comprimidos, podem ser formu-

ladas para liberar o(s) principio(s) ativo(s) de maneira lenta e pro-

longada para que seja(m) absorvido(s) pelo trato gastrintestinal.

3 . 9 . 2 . V a n t a g e n s d a s f o r m a s f a r m a c ê u t i c a s d e l i b e r a ç ã o

prolongada:

Previne os efeitos adversos de algumas drogas, decorrentes

de altas concentrações plasm áticas após a sua absorção em form as

de liberação conve ncional (ex .: p en to xif i l in a , antihista m ínico s,

  an t i -

inf lamatór ios e etc) .

Simplifica a posologia reduzindo a frequência de ingestão do

medicamento (ex.: ant ih ipertensivos: metoprolol , p indolol , propa-

nolol,

  d i l t iazem, n i fed ip ina, verapami l , c lon id ina; h ipocolesterêmi-

cos:

  benzafibrato e fenofibrato; analgésicos: codeína, morf ina; etc) .

Permite a manutenção do nível plasmático do fármaco du-

rante o periodo noturno (ex.: antitussígenos, descongestionantes,

secretolíticos e broncodilatadores).

A formulação de l iberação prolongada, compete com fárma-

cos que apresen tam efe itos no organismo por períodos prolongados

(ex. antidepressivos, antiepi lépticos, etc).

3.9.3. Desvantagens:

Em pacientes que sofreram efeitos adversos do fármaco

veiculado na forma de l iberação prolongada, torna-se mais difíci l a

remoção do fármaco do aparelho digestivo do que nos produtos de

rápida liberação.

Di f icu ldade de deglut ição, decorrente da f requente ut i l iza-

ção de altas doses do fármaco (> 500 mg), portanto, a forma farma-

cêutica pode ser de maior tamanho.

Normalmente, as formas de l iberação prolongada contêm

duas ou mais vezes a dose da forma convencional, portanto, no caso

de falha do sistema de l iberação controlada, aumenta-se o r isco de

sobredose e de toxicidade iatrogênica é maior.

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Capítulo 5 - Manipulação

3 . 9 . 4 . 0 M i t o d a L i b e r a ç ã o e m 2 4 h   (Aspectos fisiológicos envol-

vidos na absorção de fármacos):

A. Fisiologia do sistema digestivo:

• Estõmago: esvaziamento em 2 a 6 horas , responsável por até

10%  da absorção.

• Intes tino delgado: esvaziamento em 3 a 5 horas, responsável

por até  90% da absorção .

• Intes tino grosso: esvaziamento em 3 a 10 horas, responsável

por até

  10%

 da absorção.

• Tempo to ta l para o esvaziamento do sistema digestivo: 8 a

21 horas. M édia: 1 4 a 15 horas.

Portanto, um mecanismo de liberação prolongada por um pe-

ríodo maior que 14 a 15 horas é improvável.

3 . 9 . 5 . C a r a c t e r í s t i c a s i d e a i s d e u m s i s t e m a d e l i b e r a ç ã o

p r o l o n g a d a

• Alta resistência na l iberação do fárm aco.

• Facilidade de se form ula r.

• Econômico.

• Com patibilidade com fármacos hidrossolúveis e liposso lúveis.

3 . 9 . 6 . A l g u n s f á r m a c o s q u e p o d e m s e r m a n i p u l a d o s e m c á p -

s u l as de l i be raç ão l en ta

• Progesterona

• Codeína

• Morfina

• Propranolol

• Anfepramona HCl

• Diclofenaco

• D iltiazem HCl

• Teofi l ina

• Nifedipina

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Capitulo

  5 -

 Manipulação

3 . 9 . 7 . S i s t e m a d e m a t r i z h i d r o f í l i c a p a r a l i b e r a ç ã o p r o l o n -

gada

 d e f á r m a c o s :

0 sistema de matriz hidrofí l ica, uti l izando polímeros, atende

às  características necessárias para a preparação de cápsulas de libe-

ração lenta na farmácia magistral.

Um sistema de l iberação controlada pela formação de matriz

hidrofílica é um sistema dinâmico que envolve as seguintes etapas:

• Molhagem do po líme ro.

• Hidratação do polím ero.

• Dissolução do po límero .

Ao mesmo tempo, outros excipientes solúveis ou drogas irão

também molhar, dissolver e difundir fora da matriz, enquanto os

materiais insolúveis irão ser segurados na matriz até que o comple-

xo polímero/excipiente/complexo de fármacos sofra erosão ou se

dissolva.

Para formar com sucesso um sistema de matriz hidrofíl ica, pri-

meiro é preciso selecionar o polímero que irá molhar e hidratar,

para formar uma camada gelatinosa rápida o bastante para proteger

o interior da cápsula ou comprimido, da desintegração e da dissolu-

ção durante a fase inicial de molhagem e hidratação. Se o polímero

se hidratar m uito lentam en te o f luido gástrico pode pen etrar no

interior do comprimido ou da cápsula e permit ir a difusão prematu-

ra do fármaco. Um outro resultado da velocidade inadequada de

hidratação do polímero, pode ser a dissolução prematura do excipi-

ente na matriz, causando a desintegração precoce da forma farma-

cêutica.

A capacidade de hidrataçâo rápida do polímero é fun da m en tal

na formu lação de formas farm acêuticas de l iberação prolongada,

principalmente, quando a formulação contém fármacos e excipien-

tes hidrossolúveis.

De maneira simplif icada, podemos resumir que para o polímero

produzir efeito prolongado na forma farmacêutica, sua hidratação

deve ser mais rápida do que a dissolução do fármaco e ou excipien-

te,

  portanto, a escolha do polímero deve se basear neste critério.

149

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Capítulo 5 - Manipulação

A. Fatores que afetam a hidratação dos polímeros

A . 1 .

  Tamanho da partícula: o tamanho das partículas sólidas podem

afetar a velocidade de l iberaçâo do fármaco. É recomendado que as

partículas do fármaco mais as do excipiente sejam relativamente

finas e com tamanhos similares.

A.2 .  Viscosidade da solução do polímero: polímeros de alta viscosi-

dade produzem camadas de gel mais viscosas, fazendo com que a

difusão do fármaco seja mais lenta. Por outro lado, polímeros de

baixa viscosidade liberam o fármaco mais rapidamente.

A.3.  Solubil idade do fármaco: As matrizes hidrofíl icas são uti l izadas

na formulação tanto de fármacos muito solúveis como de fármacos

insolúveis. Entretanto, em formulações contendo fármacos e ou

excipientes muito solúveis requerem que o pol imero se hidrate ex-

tremamente rápido, antes da solubi l ização do fármaco ou excipien-

te .

A .4 .

  Concentração do polímero: aumentando-se a concentração do

polímero do sistema matriz, aumenta-se a viscosidade do gel for-

mado. Portanto, um aumento da concentração do polímero irá ge-

ralmente produzir um decréscimo da difusão e l iberação do fárma-

co.

  Por este motivo, polímeros que se hidratam lentamente devem

ser uti l izados em altas concentrações para produzir efeito prolonga-

do na formulação.

A.5 .  Interações pol imero, fármaco e excipiente: excipientes ou fár-

macos hidrossolúveis em uma matriz hidrofíl ica podem afetar a vis-

cosidade do gel formado. Substâncias solúveis competem com o po-

límero e com a água disponível, o que pode afetar a viscosidade do

gel.

  Quando sais fortemente iônicos são veiculados em matriz hidro-

f í l ica,

  eles podem competir tão fortemente com o polímero pela

água que este último terá pouca chance de se hidratar (ex.: cloreto

de potássio).

pH:  na faixa de pH normal do TGI (Trato Gastrointestinal) não afeta

signif icativamente a viscosidade do gel da matriz hidrofí l ica.

150

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Capítulo 5 - Manipulação

3 .9 .8 . Ma t r i zes h id ro f í l i cas em cápsu las :

Uma liberação lenta do fármaco pode ser ob tida em cápsulas,

com o uso de polimeros formadores de m atriz hid ro fíl ica .

Quando  a  cápsula de gelat ina é ingerida, a gelat ina que  a

constitui permite a penetração da água, causando sua hidratação e

dissolução em alguns minutos. 0 uso de polimero formador  de  ma-

triz coloidal no excipiente encapsulado, afetará assim como, nos

comprimidos a dissolução da cápsula, prom ovendo uma liberação

controlada.

A concentração de polimero uti l izada afetará a velocidade de

liberação do fármaco, todavia o tamanho da cápsula util izada pare-

ce não ter sign ificante efe ito na libera ção .

A. Sistema de polímero eficiente para formacão de matriz coloidal

em cápsulas

A.1.  HPMC - Hidroxipropilmeti lcelulose: polimero derivado da   celu-

iose com alta capacidade de molhagem e alta velocidade de hidra-

tação.

Tabela 21: Especif icações de HPMC e concentrações usuais para

cápsulas de liberação lenta

HPMC

(Especificações comerciais

para formaçao de matr izes

hidrofíl icas)

Methocel® E4M - Premium

(4000 mPas)

Methocel® K100

(100.000 mPas)

Concentração usual do pol imero

vo lum e da cápsula

40%

C o r r e s p o n d ê n c i a e m p e s o a o v o l u m e d e 4 0 %

Cãpsula n° 1 = iOOmg HPMC * Ativos * Lactose ou Amido

Cãpsula n° 0 = 140mg HPMC • Ativos ♦ Lactose ou Am ido

Cápsula n° 00 = 200mg HPMC * Ativos • Lactose ou

Amido

Cápsula n° 000 = 280mg HPMC * Ativos * Lactose o u

Amido

30%

Methocel ê marca reçistrada da Dow Chem ical Compa ny

É recomendado que no preparo de cápsulas de liberação len-

ta,  a

  mistura

  do

  pó contendo o at ivo, excipiente e polímero seja

tamisada para obtenção de um pó muito fino (tamis 80 mesh).

151

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Capítulo

  5 -

 M anipulação

3 . 9 . 9 . A l g u n s f á r m a c o s q u e p o d e m s e r m a n i p u l a d o s e m c á p -

su las d e l i b e r a çã o l e n ta

Progesterona

Codeína

Morfina

Propanolol

Anfepramona HCl

Diclofenaco de sódio

Diltiazen HCt

Teofi l ina

Nifedipina

T3 ,T4

Não manipular em cápsulas menores que a número 1.

A. Exemplo de Formulação

Progesterona em Cápsulas de Liberação Lenta

Progesterona 100mg

HPMC 140mg

Lactose qsp 1 cápsula

Nota: Encapsular em cápsulas número 0.

152

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Capítulo 5 - Manipulação

Tabela  2 2 : A l g u m a s F o r m u l a ç õ e s C o m e r c i a l i z ad a s c o m L i b e r a ç ã o

Modificada

Referênàas:

International

 Drug

  Directory 1990-1991

Physicians'

 Desk  Reference 50th edition 1996

Red

 List:

  Drus Directory of German Pharmaceutical Industry

Abreviações:

  C= cápsula, T=com primido (do

  ingíès

  tabtet), E=revestimento entérico, XR=

liberaçõo  prolongada (do

  ing/ês

 extended release)

Droga /companh ia

Acetaminofem/ Mc Nei l

Acetazo lamida/ Leder le

Ácido ac e t i l sa l i c í l i co / Bayer , S m i th -

kline Beecham

Al lopur ino l / S iegf r ied

Ambroxol /

  Mack

Amfepramona / Mar ion Mer re l l Dow

Ami t r i p t i l i na / Baye r , Wye th

Benza f ib ra to / Boehr inger Mannhe im

Biper ideno/ Lundbeck

Bisacodil/  C i b a , T h o m a e , W e l l c o m e

Buf lomed i l / Abbo t

Carbamazep ina/ Sanof i , Ge igy

Carbidopa/ Du Pont

Ce topro feno / Rhone-Pou lenc , Wye th

Clon id ina / Boehr inger Inge lhe im

Codeína/ Zyma

Dex t rop ropox i feno / Goedecke

Dic lo fenaco/ Ciba, Sanof i , S iegf r ied

Dig i tox ina / Be iersdor f , L i l ly

Di l t i azem/

  L e d e r l e , M a r i o n - M e r r e l -

Dow

Et il e fr ina (e t i l a d r ia no l ) / Boeh r inge r

Ingelheim

Felod ip ina / Ast ra , Hoescht

Fen i l p ropano lam ina / Sm i thk l i ne Bee -

cham,

  Proc te r & Gamble

F o r m a

f a r m a c ê u t i c a

C

c

C , T

T

C

T

C T

T

T

T

T

T

T

C, T

C

T

C

C , T

T

C , T

C , T

T

C

Propriedades

XR

XR

E, XR

XR

XR

XR

XR

XR

XR

E

XR

XR

XR

XR

XR

XR

XR

E, XR

E

XR

XR

XR

XR

153

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Capítulo 5 - Manipulação

Continuação Tabela 22

Droga/companhia

Fenofibrato/ Fournier

Flufenazina/ Squibb

Furosemida/ Hoechst

Ibuprofeno/ Wander. Klinge

Indometacina/ Merck

Isossorbida dinitrato/ Boehringer

Mannh., Wyeth

Isossorbida mononitrato/ Synthela-

bo,  Boehringer Mannh.

Isoxsuprina/ Duphar

Lanzoprazot/ Takeda

Levotiroxina (T4)/ Henning

Lítio/ Astra, Smithkline Beecham

Mesalazina/ Procter & Gamble,

Smithkline Beecham

Metformina/ Boehringer Mannheim

Metilprednisolona/ Hoechst

Metoclopramida/ Kali-Chemie

Metoprolol / Astra, Ciba

Morfina/ Rhone-Poulenc

Naproxeno/ Roche, Syntex

Nifedipina/ Bayer

Nitrofurantoina/ Procter & Gamble

Omeprazol/ Astra

O rfenad rina/ 3M Media

Pancreatina/ Mc Neil, Nordmark

Pantoprazol/ Byk Gulden

Pentoxif i l ina/ Promonta Lundbeck,

Hoechst-Roussel

Pindolol/ Sandoz

Cloreto de Potássio/ Abbott

Propranolol / Wyeth

Quinid ina/ As tra, Boehringer Man-

nh.

Salbutamol/ Glaxo

Sulfassalazina/ Pharmacia

Forma

farmacêut ica

C

T

C

C,T

C,T

C,T

C,T

C

c

T

T

T

T

T

C

T

C T

C,T

C

c

c

T

C,T

T

T

T

T

C

T

C T

T

Propriedades

XR

XR

XR

XR

E, XR

XR

XR

XR

E

XR

E,

 XR

E, XR

XR

XR

XR

XR

XR

E

XR

XR*

E

XR

E

E

XR

XR

XR

XR

XR

XR

E

154

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Capitulo 5 - Manipulação

Continuação  Tabela 21

Droga/companhia

Teofilina/

  Byk

  Gulden, Hoechst,

Key, Kno ll,

 3

 M Medica

Tioridazina/ Sandoz

Trifluoperazina/ Smithkline

Beecham

Tripsina/ Mucos, Novo

Ácido valpróico/ Abbott, Geigy

Verapamil/  Knoll, Searle

Vincamina/ Parke-Davis

Forma

fa rmacêu t i ca

C T

T

C

T

C,T

C,T

C

Propriedades

XR

XR

XR

E

E

XR

XR

3.10 . Procedimento para Manipu lação  de  Formulações

em Cápsulas du ra s :

3.10.1 . Pesagem

As receitas devem

 ser

 ordenadas

 de

 acordo

 com o

 ho rário

 de

entrega prometido

 ao

 c l ien te .

0 manipulador seleciona

  a

  ordem

  de

  pesagem

  dos

  compo-

nentes

 das

 receitas

  a

  serem manipuladas. Confere

  se

 f icha

  de pro-

dução está

 de

 acordo

 com a

 recei ta

  e o

  rótulo, separa

 os

 potes

 dos

componentes  a  serem uti l izados  (as  matérias-primas deverão  ser

armazenadas  em  frascos  de v idro âm bar, et iqu etad o  com todas as

especificações: nome, fator de equivalência, fom ece dor,  n° de lo te ,

prazo de val idade e colocados em ordem al fabét ica nas prateleiras) .

Procede-se

  a

  pesagem individual

  de

  cada componente

  (os

potes

 com

 m atérias-prim as após tere m sido u ti lizado s de verão

 per-

manecer fechados (pois podem ocorrer alterações

  nos

 sais)

  e

  colo-

cados novamente em ordem nas prateleiras).

0 manipulador anota  em  formulár io própr io  os  dados refe-

rentes à  fórmula manipulada:  o  número  da  requisição,  o  nome do

cliente,  o  horário  da  pesagem,  o  número  de  fórmulas pesadas da

receita, assina o  ró tu lo  de con tro le  de  processo e  envia a  formula-

ção pesada para Hom ogeneização/Tam isação.

0 manipulador efetua

  a

  t r i turação, d i lu ição

  e

  tamisação

 da

fórmula, anota dados

 em

  formulár io própr io

  e

 envia

  a

  mesma para

a encapsulação.

155

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Capítulo 5 - Manipulação

0 encapsulador realiza o acondicionamento do pó nas cápsu-

las,

  anota dados da re ce ita , assina ró tu lo de processo, anota tama-

nho e cor da cápsula no rótu lo de c on trole de processo, env ia para a

conferência o pote com a fórmula encapsulada sem lacrá-lo.

3 .10 .2 . Mater ia is u t i l i zados:

Balança semi-analítica

Espátulas (aço inox ou plástico)

Papel manteiga

Saco plástico

Calculadora

Papel higiênico

Proveta graduada

3.10.3. Procedimento:

Passo 1: Processo em que o manipulador deverá pesar os sais, espe-

cificados na receita (ficha de pesagem), observando as respectivas

quantidades.

Passo 2: A pesagem deverá ser precisa e muito cuidadosa.

Passo 3: Ao iniciar a pesagem, o manipulador deverá tarar a balança

com papel manteiga sobre o prato.

Passo 4: 0 manipulador deverá pesar os sais um a um (sempre ta-

rando a balança após cada sal), em papel manteiga sobre a balança

de precisão, uti l izando-se de uma espátula. Para pesagem de pellets

deve uti l izar sempre espátula de plástico ou de chifre, não uti l izar

espátulas de aço inox.

Passo 5: Após o término da pesagem da fórmula, inclusive o excipi-

en te ,

  os sais serão colocados em um saco plástico e encaminhados

para o processo de tri turação, di luição e tamisação da formulação.

Passo 6: A ordem de manipulação deve conter orientação quanto ao

tamanho e cor das cápsulas a serem uti l izadas, bem como a indica-

ção da necessidade de revestimento entérico, se for necessário.

156

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Capitulo  5 - Manipulação

3.10.4. Cálculo Man ual p ara en ch im en to das Cápsulas

Para pesar uma fórmula, mediante a receita (sem a ordem

de manipulação), o m anipu lador terá que ca lcular a quantidad e de

cada sal manualmente. Para isso, terá que considerar a dosagem do

sal e m ultipl icar pelo núm ero de cápsulas que serão m anipuladas.

Deverá observar e considerar a diluição e ou fator de correção do

sal que está sendo calcu lado e em que unidade de medida ele se

encontra.

Exemplo:

Piridoxina 60,0 mg

Cistina 200 ,0 mg

VitaminaB12 1 00,0 mcg

Biotina 0,2 mg

VitaminaA 25.000 Ul

100cápsulas.

Cálculo:

- Piridoxina = 60 mg x 100 caps. = 6,0g

- Cistina = 200 mg x 100 caps. = 20,Og

- Vitamina B12 = 100 mcg x 100 caps. = 10.000 mcg = 1 0mg

Considerando-se que a vitamina B12 é di luída  1:100,  faz-se

então uma regra de três:

1mg 100 mg

10 mg x

x = 1.000 mg = 1 ,0g

Pesa-se então 1,0g da Vit. B12 diluída 1:100.

- Biotina = 0,2 mg x 100 caps = 20 mg

Considerando-se que a Biotina é diluída 1:10, faz-se outra regra de

três.

1mg 10 mg

10 mg x

x = 200 mg = 0,2g

Pesa-se 0,2g de Biotina diluída 1:10.

157

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Capítulo 5 - Manipulação

- Vitamina A = 25.000 Ul

Converte-se a unidade internacional em miligrama, considerando-se

que 500.000 Ul de vitamina A correspondem a 1g da vitamina A ace-

tato pó, faz-se então a seguinte regra de três:

500.000UI 1g

25.000 Ul x

x = 0,05g

0,05gx 100caps = 5,0g.

Pesa-se então 5g da vitam ina A aceta to pó.

3 . 1 0 . 5 . C ál c u l o d o T a m a n h o d a Cáp s u l a

É necessário completar com excipiente o volume do pó a

encapsular, caso este seja inferior a 90% da capacidade da cápsula.

Considera-se sempre o peso e a densidade aparente dos pós

da formulação.

Tabela 23: Capacidades médias das cápsulas gelatinosas duras

Tamanho da cápsula

000

00

0

1

2

3

4

vo lume em ml

1,37

0,95

0,68

0,5

0,37

0,30

0,21

Capacidade média em mg

0,6g /ml -

  1,2g/ml

8 2 2 -  1644 mg (750mg)

5 7 0 -  1 140mg(500mg)

408 - 816 mg (400mg)

300 - 600 mg (350 mg)

222 - 444 mg (250mg)

1 8 0 -  360 mg (200mg)

1 2 6 - 2 5 2 m g ( 1 5 0 m g )

Existem diferencas de capacidade em peso relacionadas com a reologia do pò, tenuidade,

densidade, etc. Exem plo: uma cápsula n° 0, pode conter cerca de 300 mg de cáscara sagrada

pó ou 825 mg de cloreto de s ódio.

( ) : capacidade média para substâncias com densidade aparente próxima d a lactose.

Para fórmulas compostas e para matérias-primas com baixa

ou al ta densidade deveremos ut i l izar o método volumétr ico (com

proveta) .

Exemplo 1

C imetidina 200 mg

Inositol 100 mg

Alcachofra ext . seco 50 mg

Peso

  t o ta l :

  350 mg

158

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Capítulo 5 - Manipulação

Verif ica-se um total de 350 mg de pó por cápsula, pela tabe-

la corresponde à cápsula n° 1 , não sendo necessário ac rescenta r

excipiente por cápsula, exceto se a mistura demonstrar sinais de

higroscopia.

Exemplo 2 . Cápsulas dobradas:

Fórmulas que apresentam sais cujo peso total ultrapassa os

750 mg deverão ser feitas em 2 cápsulas que conterão

  Vi

  dose em

cada uma (Capacidade média da cápsula: veja tabela 23)

Hidróxido de a lum ín io 300 mg

Hidróxido de magnésio 300 mg

Simeticone 100 mg (s im et ico ne   50% x2)

Metoclopramida 20 mg

Peso  total :  820 mg

Dividindo o peso de 820 mg por 2, encontraremos 410 mg que

corresponde à cápsula n° 0, portanto, deveremos fazer 2 cápsulas

ao invés de 1 sem o acrésc imo de exc ip iente, os sais desta fo rm ula -

ção apresentam densidade aparente baixa.

As fórmu las poderão aprese ntar tam bém outras variações,

como cápsulas triplicadas e quadruplicadas que seguem o mesmo

procedimento anterior.

Exemplo 3

Famotidina 25 mg

Cisaprida 8 mg

60 caps

Peso

 to ta l :

  33 mg

A menor cápsula disp onível na farm ác ia é a cápsula n° 3 cu ja capa-

cidade média é de 200 mg.

200 mg - 33mg = 167 mg (quantidade de excipiente a ser completa-

da por cada cápsula).

Para 60 cápsulas: 167 mg x 60 caps = 1 0020mg = 1 0,02g de ex c ip i-

ente.

Para esta formulação deverá pesar 10,02 g de excipiente.

159

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Capitulo 5 - Manipulação

3 .10.6. Método Volum étr ico para Enchimento   das  Cápsuias

A cápsula é uma das formas farmacêuticas orais mais difundidas

em manipulação. No entanto, a prática envolvendo cápsulas é mui-

tas vezes imprecisa, pois os métodos geralmente uti l izados para o

enchimento, se baseiam na capacidade em termos de peso. Este

parâmetro (peso) varia muito conforme a densidade do pó a ser en-

capsulado, o que pode gerar alguns inconvenientes no cálculo de

excipiente e tamanho da cápsula a ser empregada. 0 "Método Vo-

lumétrico" de enchimento de cápsulas é muito mais preciso, já que

as cápsulas têm a capacidade constante em term os de volum e.

A. Como uti l izar o método volum étrico

Pesar todos os componentes, lembrando das conversões (di-

luição, fator de correção e fator de equivalência) e do número de

cápsulas (quantidade prescrita na receita).

Medir o volume em proveta (10 - 1000 ml).

Bater a proveta com cuidado na bancada (revestida com bor-

racha) para o assentamento do pó e leitura correta do volume.

Uma vez obtido o volume, uti l izar o gráfico (nomograma),

selecionando o número da cápsula (tamanho) que se adeque ao vo-

lume do pó, bem como a adição de mais excipiente para completar

o enchimento da cápsula.

Exemplo:

volume = 25 m l para 30 cápsulas.

Veja o ponto "x" no gráfico. Segundo o gráfico, a cápsula a ser usa-

da é de número superior a 0, portanto 00. Para 30 cápsulas de nú-

mero 00. Qual o volume ocupado ?

Veja ponto Y no gráfico = 29 ml.

Sendo assim, o volum e de excipie nte será 29 - 25 = 4 m l.

160

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Capítulo 5 - Manipulação

E 5

1/1

o.

< C

u

0

T J

o

l_

< D

£

z

T a b e l a d e p r e e n c h i m e n t o d as c á p s u l as d u r a s

000

N ú m e r o d e c á p s u l a s d u r a s

5 1 15 2 25

1 15 2 25 3 35 4 45 5

V o l um e de pó

3 . 1 0 . 7 . H o m o g e n e i z a ç ã o / T a m i s a ç ã o

0   trabalho de homogeneização e tamisação da fórmula é

realizado após a pesagem da fórmula e antes da encapsulação da

mesma.

(

É o processo em que os sais são misturados em gral de porce-

lana com o pisti lo e tamisados, para uma homogeneização comple-

ta.

A. M aterial utiliz ado:

Tam is: m alha de aço inox de 50 a 1 00 Mesh.

Suporte para tamiz.

Gral de porcelana.

Pistilo.

Espátula de plástico t ipo "t igre®" .

Papel manteiga.

161

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Capítulo 5 - Manipulação

B. Procedimento:

Passo 1: Agitar o saquinho plástico, com os componentes da formu-

lação previamente pesados, 10 vezes ou mais, enchendo-o

previamente com ar (não soprar).

Passo 2: Verter o pó para um   gral ,  t r i turando-o com o pist i lo .

Passo 3: Transferir completamente o conteúdo para o tamis de ma-

Iha de aço inox (de 50 a 100 Mesh) adaptado ao seu suporte previa-

mente guarnecido com papel manteiga l impo.

Passo 4: Efetuar a tamisação do "pó" com uma espátula (l impa,

sanitizada e seca), pressionando ligeiramente o pó contra o tamis

em movimentos de "vai e vem", até o esgotamento do pó sobre o

tamis.  Substâncias naturais (fitoterápicos) poderão deixar alguns

resíduos, como fragmentos de galhos e folhas que não passando pelo

tamis serão desprezados.

Nota:  Os  sais na forma de microgrânulos (peltets) não podem passar peto tamis e pelo proces-

so de trituração no

  gral,

  pois estes processos comp rometeriam a integridade dos mesm os,

bem como a eficàcia terapêutica posterior do fármaco.

Passo 5: Transferir o pó depositado sobre o papel manteiga contido

no suporte, para o gral de porcelana limpo, sanitizado (com álcool a

70%) e seco.

Passo 6: Misturar o "pó" no gral com pisti lo: 10 movimentos no sen-

tido horário e 10 no sentido anti-horário.

Passo 7: Revolva o pó no interior e laterais do pistilo e do gral com a

espátula de plástico e repita a operação anterior.

Passo 8: Transfira o pó do gral para o saquinho de plástico, enchen-

do-o com ar (não soprar), ag itando-o por 10 vezes ou mais.

Passo 9: Analise visualmente a homogeneização do pó, caso esteja

homogêneo passe para o passo seguinte, caso seja constatado sinais

de heterogeneidade (não misturou direito) repita a operação.

Passo 10: Anexar o saquinho com o pó da formulação à ficha de pro-

dução e ou receita e enviá-los para a encapsulação.

Passo 11: Após a homogeneização de cada fórmula, os materiais

uti l izados (gral, tamiz, pisti lo, espátula) deverão ser l impos e

  sani-

t izados e o papel manteiga descartado e substituído por outro.

Passo 12: O homogeneizador deverá registrar seu trabalho na ficha

de produção, rubricando-a .

Nota: Os sais em microgrânulos ou pellets (omeprazol, lanzoprazot, itraconazot e outros) não

passarõo pelo processo normal de homogeneização e tamização.

Normaimente estes sais são pesados cápsula por cápsula peto m anipuiador ou em tabuleiro

especialmente catibrado.

O homo geneizador, deve estar ciente das Boas  Prática de Man ipulaçâo estando devidamente

paramen tado e catcando tuvas que após cada formutação deverão passar por a ssepsia com

álcoot a 70%  ou outra solução sanitizante sob fricçâo.

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Capítulo 5 - Manipulação

3.10.8. Encapsulação de Pós

A encapsulação é o processo onde as matérias-primas pesa-

das e

  homogeneizadas são acondicionadas em cápsulas adequadas.

A. Material ut ilizad o

Placas encapsuladeiras (000, 00, 0, 1, 2, 3, 4 ,5) ou máquina

encapsuladeira com respectivos discos.

Espátula plástica (patheta).

Socadores.

Papel manteiga.

B. Encapsulação com placas

As placas encapsuladeiras são constituídas por:

• 1 base

• 1 tampo para 180 ou 360 cápsulas em seus diversos tam a-

nhos.

• 3 hastes.

C. P rocedimento

Passo 1: Selecionar a ptaca encapsutadeira correspondente ao tama-

nho de cápsuta necessário.

Passo 2: Montar a placa. Deverá ser cotocada uma haste de cada

lado da base e o tampo em cima. A terceira haste (a menor) é   ut i t i -

zada para delimitar a área das cápsulas que serão utilizadas na en-

capsulação. Colocar uma fotha de papel manteiga sobre a bancada e

sobre esta folha, a placa encapsuladeira. 0 encapsulador deverá

observar na ficha de produção a cápsula que será utilizada (tama-

nho,  cor, etc) conforme a orientação por escrito do maniputador e

montar a placa adequada.

Passo 3: Preencher os orifícios da placa encapsuladeira com as cáp-

sulas fechadas vazias, de acordo com a quantidade solicitada na

fórmula, observando com atenção o tamanho e a cor da cápsula a

ser utiliza da .

Passo 4: Remover m anua lmente a tam pa da cápsula (pa rte m enor da

cápsula). Adicionar o pó, (fórmuta) previamente pesado e homoge-

neizado, vertendo-a gradualmente sobre a placa com as cápsutas

vazias abertas.

Passo 5: Espalhar cuidadosamente, com a ajuda da espátuta, o pó

sobre a placa até que o conteúdo esteja uniformemente distribuido

entre as cápsutas, bata a placa sobre a bancada de maneira ritmada

para que os pós se acomodem facilmente, se necessário, use o so-

163

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Capitulo 5 - Manipulação

cador para os pós que excedam minimamente a capacidade da cáp-

sula,

  empregando força equitativa para todas as cápsulas e em se-

guida distribua de maneira uniforme entre as cápsulas o restante do

pó.

Passo 6: Após o enchimento, deverão ser abaixadas as hastes e reco-

locadas as tampas (pa rte supe rior) das cápsulas.

Passo 7: Em seguida o encapsulador deverá travar as cápsulas com

as mãos, tomando cuidado com a pressão, pois se esta for excessiva

poderá amassar o fundo das mesmas.

Passo 8: Após travadas as cápsulas deverão ser retiradas da placa,

limpas e acondicionadas na embalagem. Os potes de plástico (emba-

lagem) para acondiciona-las serão escolhidos em função da quanti-

dade e do tamanho das mesmas.

Passo 9: A embalagem deve ser rotulada.

Passo 10: Registrar a encapsulação em formulário do setor, rubricar

a ficha de produção e o rótulo de controle de processo.

Passo 1 1 : Enviar a fórm ula para a con ferênc ia.

Nota: 0 encapsu lador de verá seguir as Boas Práticas de Man ipulacão e estar devidamen te

parame ntado, catçando luvas e periodicamente fazer a assepsia das mão s.

3 . 1 0 . 1 0 . E n c ap s u l aç ão c o m m á q u i n a e n c a p s u l a d e i r a (p a r a

f ó r m u l a s i n d i v i d u a i s )

A

  uti l ização de máquina encapsuladeira reduz o tempo de

encapsulação em até 60%.

A.  A

 máquina de encapsular é composta po r:

• discos para a colocação das cápsulas (cada tam anho de

cápsula possui seu disco correspondente).

• aro de alumínio para ench imento do disco.

• enca ixe do disco para ench imen to e ab ertura das cápsulas

por sucção.

• "porc o esp inho" onde são lacradas as cápsulas (fo i popu-

larmente chamado assim, por se parecer como tal) . Ele é

um disco do mesmo tamanho dos de cápsulas, tendo no lu-

gar dos orifícios, hastes de alumínio.

Nota: Á máq uina encapsuladeira p ara formas individuais não possui funil de distribuição de

cápsulas e nem caneletas, pois na maioria das vezes, o número de cápsulas a ser man ipulado

é men or que a capacidade total do disco. Portanto, quase semp re trabalha-se com o disco

incompleto, sendo necessário para isso o preenchimento ma nual. A vantagem d a utilização

desta má quina está no fato da me sma realizar a abertura e o fechame nto automático das

cápsulas, otimizando assim o processo de encapsulação.

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Capitulo 5 - Manipulação

B.  Procedimento:

Passo 1 : Ao receber a fó rm ula hom ogeneizada, o encapsulado r de-

verá ve rifica r qu al o tam anho da cápsula selecionado e o disco a-

propriado. Pode-se agilizar o processo, trabalhando-se com poucos

tamanhos de cápsulas.

Passo 2: As cápsulas vazias são colocadas em disco correspondente.

De

  acordo com o número de cápsulas da fórmula será preenchido o

disco (cada carreira do disco tem capacidade para 5 cápsulas, por-

tanto para encapsularmos 60 cápsulas devemos preencher 12 carrei-

ras).

Passo

  3: Após o enchimento do disco com as cápsulas vazias, ligar a

sucçáo para a separação das cápsulas, ficando na parte inferior do

disco os corpos das mesmas para preenchimento com o pó e na par-

te superior suas tam pas.

Passo 4: Colocar o aro de alum ínio guia e d is tr ib u ir o pó norm alm en -

te com o auxíl io da palheta. 0 disco pode ser batido para a melhor

acomodação dos pós, podemos ainda ut iliza r o socador.

Passo 5: Após a distribuição total do pó, rejuntar as duas partes do

disco e lacrar as cápsulas no "porco espinho".

Passo 6: As cápsulas são então embaladas e enviadas para conferên-

cia,

  após prévio registro e rubrica do encapsulador no rótulo de con-

trole de processo.

3 . 1 0 . 1 1 .

  E n c a p s u l a ç ã o c o m l i q u i d o s

Drogas líquidas, soluções ou dispersões de fármacos podem

ser encapsuladas em cápsulas duras, desde que o invólucro gelatino-

so da cápsula não seja so lúvel no líquid o .

A. Líquidos que podem ser encapsulados em cápsulas duras:

• Soluções alcoólicas

• Óleos fixos (ex .: óleo de amêndoas, óleo de am endo im)

• Óleos voláteis

B. M aterial ut i l iza do :

Placa encapsuladeira.

Pipeta, micropipeta ou gotejador cal ibrado.

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Capitulo 5 - Manipulação

C. Procedimento:

Passo 1: Selecionar a placa encapsuladeira correspondente ao tama-

nho de cápsula necessário.

Passo 2: Montar a placa. Deverá ser colocado uma haste de cada

lado da base e o tampo em cima. A terceira haste (a menor) é   ut i l i -

zada para delimitar a área das cápsulas que serão uti l izadas na en-

capsulação. Colocar uma folha de papel manteiga sobre a bancada e

sobre esta folha a placa encapsuladeira. 0 encapsulador deverá ob-

servar na ficha de produção a cápsula que será uti l izada, (tamanho,

cor, etc) conforme a orientação por escrito do manipulador e mon-

tar a placa adequada.

Passo 3: Preencher os orifícios da placa encapsuladeira com as cáp-

sulas fechadas vazias, de acordo com a quantidade solicitada na

fórmula, observando com atenção o tamanho e a cor da cápsula a

ser uti l izada.

Passo 4 : Remover m an ua lmen te a tam pa da cápsula (pa rte menor

da cápsula).

Passo 5: Medir em uma pipeta, micropipeta ou gotejador calibrado,

a quantidade do líquido contendo a droga diluída por dose a ser en-

capsulada (a diluição deve ser realizada em um volume compatível

com a capacidade da cápsula). Encher um a um, os corpos das cáp-

sulas com o líquido medido na pipeta.

Passo 6: 0 vazamento do líquido pode ser minimizado, pelo sela-

mento da tampa ao corpo da cápsula. Isto pode ser realizado umi-

decendo a superfície interna da tampa, antes de reacoplá-la ao cor-

po da cápsula, com um cotonete umidecido com uma solução hidro-

alcoól ica.

Passo 7: Após selar e travar, as cápsulas deverão ser retiradas da

placa,

  l impas e acondicionadas na embalagem. Os potes de plástico

(embalagem) para acondicionar as cápsulas serão escolhidos em

função da quantidade e do tamanho das cápsulas. A embalagem

deve ser rotulada.

Passo 8: Registrar a encapsulação em formulário do setor, rubricar a

ficha de produção e o rótulo de controle de processo.

Passo 9: Enviar a fórm ula para a con ferê nc ia.

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Capítulo 5 - Manipulação

D,

  Exemplo de cápsulas duras com preenchimento liquido:

Progesterona 100 mg em cápsulas com óleo de amendoim

Para se manipular 100 cápsulas contend o 100 m g de proge stero na ,

faça a dilu ição a segu ir:

Progesterona m icronizada 10 g

Óleo de am endo im qsp 30 ml_

D.1. Procedimento:

Passo 1: Calcule a quantidade de cada ingrediente requerido pela

prescrição.

Passo 2: Pese precisamente a progesterona.

Passo 3: M isture a p rogesterona em ce rca de 20 mL de ó leo de a-

mendoim, em pequenas porções.

Passo 4: Adicione o óleo de am endo im até co m ple tar 30 mL e m istu -

rebem.

Passo 5: Preencha o tabuleiro com 100 cápsulas gelatinosas duras

N°1 .

Passo 6: Utilizand o uma m icr op ipe ta , ad icione 300 mcL (0,3mL) da

diluição oleosa de progesterona em cada uma das 100 cápsulas.

Passo 7: Selar e lacrar cada cápsula.

Passo 8: Remova as cápsulas preenchidas do ta bu le iro .

Passo 9: Embale e rotule.

3 . 10 . 12 . E nc aps u laç ão de m as s a s em i - s ó l i da :

Este método pode ser empregado para aumentar a biodispo-

nibil idade de drogas que são pouco solúveis e exibem problemas de

biodisponibil idade.

Procedimento:

Passo 1: A droga é adicionada à base fundida (ex. base de polieti le-

noglicol-PEG).

Passo 2: A mistura é aquecida e agitada até que o pó (a droga) é

também fundido, dissolvido ou completamente misturado na base

PEG.

Passo 3: Deixa-se esfriar um pouco, mantendo a temperatura acima

do ponto de fusão do PEG.

Passo 4: Com o auxílio de uma pipeta ou seringa, verter o volume

com a quantidade desejada (conforme a dose calculada) individual-

mente em cada cápsula.

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Capítulo 5 - Manipulação

A. Exemplos de alguns excipientes que podem ser util izados como

matrizes semi-sólidas para cápsulas:

• Óleos vegetais hidrogenados: óleo de algodão hidrogenado

(Lubritab®), óleo de rícino hidrogenado, etc.

• Gorduras vegetais: cera de carnaúba, manteiga de cacau.

• Gorduras de origem an imal: cera de abe lha, lano l ina .

• Hidrocarbonetos: pa rafina.

• Álcoois graxos: álcool ce tílico , álcool láurico , álcool estearí-

lico,

• Ácidos graxos: ácido esteárico, palm ítico , m irístico e lau ríl i-

co

• Polietilenog licóis: PEG 1 500, PEG 4000, e tc .

B. Exemplo de cápsulas com preenchimento semi-sólido:

Cápsulas com estrogênios: (composição para 100 cápsulas)

Estriol 200 mg

Estrona 25 mg

Estradiol 25 mg

Polietilenoglicol 1500 ... . 20 g

Potietilenogticol 4000 ... . 20 g

cada cápsula deverá conter: 2mg de estriol / 0,25mg de estrona e

0,25mg de estradiol .

Procedimento:

Passo 1: Calcule a quantidade requerida na prescrição de cada in-

grediente.

Passo 2: Pese prescisamente cada componente.

Passo 3: Uti l izando dituição geométrica, misture os pós.

Passo 4: Util izando baixo calor em torno de 65°C, em uma placa de

aquecimento, funda os pol iet i lenogl icóis.

Passo 5: Aos poucos acrescente os pós, misturando-os completamen-

te na massa fundida. Preencha o tabuleiro de com 100 cápsula N°1,

removendo suas tampas.

Passo 6: O volume total obtido da massa fundida + os pós deve ser

divido por 100, este será o volume a ser preenchido individualmente

em cada cápsula.

Passo 7: Acrescente o volume requerido em cada cápsula. Permita

que a mistura endureça e então recoloque a tampa sobre as cápsu-

las.

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Capítulo 5 - Manipulação

Passo 8: Ver ifique o peso de cerca de 10 cápsulas para cons tatar a

uniformidade e precisão. Embale e rotule.

3.10.13. Encapsulação de cápsula com cápsula:

Este método pode ser empregado nas seguintes situações:

• Quando um ing redie nte precisa ser separado do res tan te da

formulação (ex.: associação de fármaco na forma de pellets

com outros fármacos na forma de pó).

Neste caso, se preenche uma cápsula menor com o fárm ac o que

necessita ser segregado e em uma cápsula maior os ingredientes

remanescentes da formulação. Acondicionando a cápsula menor

dentro da maior.

• Por razões es téticas

Para impedir a visualização da cápsula submetida a processos de

revestimento, ou cápsulas que contenham produtos que tenham

manchando seu invólucro ou ainda, cápsulas que causem uma apa-

rência estética indesejável (ex.: revestimento entérico).

• Para veda r m elhor cápsulas que tenha m sido preench idas

com líquidos.

3 . 1 0 . 1 4 . E n c a p s u l a ç ã o d e c o m p r i m i d o s :

Pequenos comprimidos podem ser encapsulados. Isto pode

ser necessário quando algum ingrediente da formulação só esteja

disponível comercialmente na forma de um produto industrial izado.

Neste caso, o pó deve ser acondicionado antes do comprimido e o

comprimido não deve ficar visível no interior da cápsula.

3.10.1 5. Limpeza e po limento das cápsulas:

As cápsulas podem apresentar pequenas quantidades da for-

mulação aderida às paredes externas. Este pó aderido pode conferir

à cápsula, sabor e aparência desagradáve is, devendo ser rem ovido

antes de embalar ou dispensar o medicamento.

A. Método de limpeza das cápsulas:

Esfregando as cápsulas com uma gaze ou pano l impo, poden-

do acond iciona-las no pano disposto como um saco e sacudindo-as.

Acondicionar as cápsulas em um recipiente contendo bicar-

bonato de sódio, açúcar ou sal e então, rolar suavemente as cápsu-

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Capitulo 5 - Manipulação

las no recipiente. 0 conteúdo é passado por um tamis que permitirá

a passagem do pó utilizado na limpeza e reterá as cápsulas na ma-

Iha.

Os métodos de limpeza são efetivos somente se as cápsulas

estiverem secas e o pó estiver apenas aderindo superficialmente ao

seu invólucro. Caso as cápsulas estejam umedecidas e manchadas a

l impeza não será efet iva .

3 . 1 1 .  I n c o m p a t i b i l i d a d e s

Dois tipos principais de incompatibil idades podem ser obser-

vadas na preparação de cápsulas:

3 . 1 1 . 1 .

  In t e r a ç ã o f ís i c o - q u í m i c a e n t r e os a t iv o s o u e n t r e os

a t i v o s e o e x c i p i e n t e

Exemplos: Deliquescência* e Misturas Eutéticas**.

3 . 1 1 . 2 . I n t e r a ç ã o f ís i c o - q u í m i c a e n t r e os a t i v o s e o u ex c i p i -

e n t e s c o m o i n v ó l u c r o d e g e l a t i n a d a c á p s u l a

Substâncias higroscópicas podem absorver a água residual do

invóluc ro g elatinoso da cápsula que contém cerca de 10 a 15% de

um idade, podendo ainda absorver até 10 vezes seu peso em água.

'A utilização de pós absorvedores tais como, o óxido d e zinco e o carbonato de ma gnésio

reduzem a tendência de absorqão de águas de pós higroscópicos e sujeitos a deliquescència.

A formação de misturas eutêticas podem ser prevenidas pela mistura prévia e separada de

cada componente com um pó inerte de aito p onto de fusão (ex. carbonato de masnésio,

óxido de masnésio) e só então misturar os componentes entre si.

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Capitulo 5 - Manipulação

3.12. Aspectos f ís ico-químicos de interesse prát ico no

processo de preparação de cápsulas:

A adição de Lauri l sulfato de sódio, em concentrações até 1%

na mistura dos pós é ú ti l na neutralização de forças ele tros táticas

que podem d ific u lta r o processo de m anipu lação .

0 estearato de magnésio é uti l izado como lubrif icante na

preparação de cápsulas, aumentando o grau de escoamento do pó,

facilitando assim o processo de encapsulação. 0 estearato de mag-

nésio é hid rofó bico, po rta nto pode a fe tar a biod isponibil idad e dos

fármacos, sendo recomendável uti l izá-lo em baixas concentrações,

até  n.

0 Lauri l sulfato de sódio pode ser incorporado no excipiente

de drogas pouco solúveis para au m en tar a biod ispo nibil idade de

drogas contidas nas cápsulas, normalmente em concentrações de

1%.

3.14. Cápsulas Amiláceas

As cápsulas amiláceas são geralmente indicadas para pessoas

que possuem problemas digestivos e não podem ingerir produtos de

origem animal. Atualmente este tipo de cápsula está em desuso,

podendo ser substituída por cápsulas vegetais (estas apresentam

forma idêntica às cápsulas gelatinosas duras) disponíveis no merca-

do.

3.14.1.

  Proced imen to :

Passo 1: Encapsular a fórmula nas cápsulas gelatinosas duras, con-

forme prescrição.

Passo 2: Abrir as cápsulas amiláceas sobre o balcão e transferir o pó

da cápsula gelatinosa para a cápsula amilácea uma a uma.

Passo 3: Molhe a tampa das cápsulas amiláceas em algodão previa-

mente umedecido em água e coloque sobre a outra parte da cápsula

com leve pressão.

Passo 4: Descartar as cápsulas gelatinosas vazias.

Passo 5: Embalar as cápsulas amiláceas em potes plásticos opacos.

Nota: 0 processo de encapsulaçõo para cápsulas

  vegeíaís

  (substitutas das am iláceas) é idênti-

co ao das cápsulas selatinosas duras.

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Capítulo 5 - Manipulação

Pastilhas, Gomas, Soluções e Suspensões Congela-

das

A forma de pasti lhas medicamentosas tem sido uti l izada,

tradicionalmente, para administração de drogas de efeito local.

Dentre elas, podem-se incluir anestésicos tópicos e demulcentes no

tratamento do alívio da garganta irr i tada pela tosse e, como excipi-

ente (veículo) de agentes antibacterianos para o tratamento de a-

fecções orofaríngeas.

Pastilhas e gomas com diversos excipientes edulcorados e fla-

vorizados à base de açúcares, gelatina, chocolates dentre outros,

têm sido uti l izados como excipientes para administração sistêmica

de fármacos. A pasti lha medicamentosa dissolve lentamente na bo-

ca,

  l iberando o fármaco para absorção através da mucosa oral e

sublingual evitando em parte, a primeira passagem hepática. Toda-

via,

  a porção do ativo dissolvido na saliva é ingerida e portanto,

absorvida no trato gastrointestinal. Estas formas farmacêuticas são

especialmente indicadas para pacientes com dificuldade de degluti-

ção de formas farmacêuticas sólidas. Também alguns pacientes pe-

diátricos e geriátricos com bloqueio gastrointestinal podem ser be-

neficiados. 0 fato de dissolverem lentamente na boca torna-as, as

formas de escolha para a administração de substâncias que apresen-

tam máximo benefício quando permanecem em contato prolongado

com o tecido local, como por exemplo, antifúngicos uti l izados para

o tratamento da candidíase oral (nistatina) e o f luoreto de sódio, na

prevenção da cárie dental. Devido a aparência e sabor agradável,

estas formas farmacêuticas aumentam a  compliance  (adesão) dos

pacientes pediátr icos ao tratamento.

Atenção: Estas formas farmacêuticas devem ser mantidas longe

do alcance das crianças. A aparência e o sabor agradável, seme-

Ihante à "doces", aumentam o risco de acidentes devido a inges-

tão inadvertida do medicamento por crianças.

Vitaminas, minerais, anestésicos, anti inflamatórios, analgé-

sicos,

  antifúngicos (nistatina), agentes hipnóticos (hidrato de clo-

ral) ,  cort icosteróides, demulcentes, princípios ativos adstr ingentes,

antibacterianos de ação local, descongestinantes, antitussígenos,

antihistamínicos, princípios ativos uti l izados no tratamento para a

cessação do tabagismo, compostos aromáticos e outras combinações

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Capitulo 5 - Manipulação

de drogas são substâncias que podem ser veicu ladas nestas form as

farmacêuticas.

4.  Pasti lhas

4.1 .  Def inição:

São formas farmacêuticas sólidas que se destinam a dissolver

ou desintegrar len tam en te na boca. Podem conter um ou mais a ti -

vos de ação local (cavidade ora l) ou sistêm ica , veiculado(s) em ba-

se,

  geralmente, f lavorizada e edulcorada, moldada ou comprimida.

4.2.

 Tipos:

4.2.1 . Pastilhas duras:

Misturas de sacarose e outros açúcares e/ou carboidratos em

estado am orfo.

4.2.2. Pastilhas soft:

Podem ser preparadas à base de PEG (polieti lenoglicol), cho-

colate, pasta de amendoim, óleo vegetal hidrogenado ou base de

açúcar-goma arábica.

4 .2 .3 . Pas t i l has mas t igáve is (ba las gomas , gomas mas t igá -

veis ou "ju ju bas") :

Preparadas à base de gelatina glicerinada.

173

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Capítulo 5 - Manipulação

4 . 3 .  Usos e Aplicações:

4 . 3 . 1 .  Uso t r a d i c i o n a l :

Excipiente para drogas de ação local na cavidade oral (anes-

tésicos, agentes antibacterianos e demulcentes).

4 . 3 . 2 .

  E x c i p i e n t e p a r a d r o g a s d e a ç ã o s i s t ê m i c a :

Estas formas se dissolvem lentamente na boca. A droga é l i-

berada para a absorção sublingual e bucal, a droga que é deglutida

pode ser absorvida pelo trato gastrointestinal .

4 . 3 . 3 . F o r m a f a r m a c ê u t i c a e s p e c i a l m e n t e u t i l i z a d a p a r a

pacientes com dificuldade de deglutição:

Pacientes pediátr icos, geriátr icos ou com bloqueio gastroin-

test inal .

4 . 3 . 4 . C o m o e x c i p i e n t e s d e d r o g a s q u e a p r e s e n t a m m á x i m o

b e n e f íc i o q u a n d o e m c o n t a t o c o m o t e c i d o l o c al (E x em p l o s :

A n t i f ú n g i c o s e F l u o r e t o d e s ó d i o ) .

Para aumentar a adesão do paciente ao tratamento, especi-

almente pacientes pediátr icos, devido ao sabor agradável.

4 . 4 .

  Desvantagens:

Risco maior de acidentes por ingestão inadvertida pelas cri-

anças, decorrente da aparência e sabor parecidos com doces e ba-

las.  Por este motivo, devem ser mantidos longe do alcance das cri-

anças.

Formas como pirulitos e picolés não são precisas na dosifica-

ção,  pois, muitas vezes, podem não ser consumidas completamente

pelo paciente. Portanto, somente drogas não potentes que não ne-

cessitem de uma posologia precisa e que tenham ação predominan-

temente local devem ser veiculadas nesta forma.

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Capitulo 5 - Manipulação

4.5.

  Pasti lhas duras e Pirul i tos:

4.5.1.

  C o m p o s i ç ã o :

Misturas de açúcar (sacarose) e outros carboidratos (sorbitol)

em

  condições amorfas ou cristalinas.

4.5.2.  C arac te r í s t i c as :

• Teor de um idade: 0,5 a 1,5%.

• Desintegração len ta e un ifo rm e : 5 a 10 m inutos (p asti lhas ).

• Peso: va riáve l. Pastilhas (1 a 4,5g) e Piru litos (7 a 8g ).

• Sabor ag radável, capaz de mascarar o ativo ve icula do .

• Requer alta tem pe ra tura para o prep aro (analisar as ca rac teris-

ticas físico-químicas e a termolabil idade do fármaco a ser incor-

porado).

• Excipientes à base de so rb itol e açúcar apresen tam prop riedade s

demulcentes.

• Parte do ativo l iberado pode ser absorvido pe la mucosa bu ca l,

escapando do metabolismo da primeira passagem que ocorre

quando a forma farmacêutica é deglutida e absorvida pelo TGI.

4 .5 . 3 . P repa raç ão :

A. Material u ti l iza do :

• Béquer

• Bastão de vid ro

• Balança de precisão

• Placa com aquecimen to

• Term ôm etro (para lei tu ra acima de 150°C)

• Molde

• Óleo vege tal para un tar o molde

4.5.4.  Sugestões de Fórmulas Base

A. Fórmula base com acúcar para pastilhas duras e pirulitos (200g)

Açúcar de co nfe ite iro 42g

Xarope de m ilho (Karo®) 1 6mL

Água destilada 24ml_

Aroma 1 a 2 m L (pode var iar)

Corante (sol. A lcoó lica) qsp (opcional)

175

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Capitulo 5 - Manipulação

Procedimento: (veja gráfico a seguir)

Passo 1: Dissolver o açúcar (refinado) em água destitada no béquer

e verter o xarope de milho.

Passo 2: Aquecer, até levantar fervura, em uma placa de aqueci-

mento. Deixar que a temperatura alcance 150 a 154°C, uti l izando

um termômetro para monitora-la (deixar ferver por 2 minutos)

Passo 3: Remover do aquecimento assim que a temperatura atingir

150 a 1 54°C. Não agitar a mistura até que a mesma esfrie a té 1 25°C.

Passo 4: Quando a temperatura atingir 125°C, adicionar os princípios

ativos (pré-dissolvidos em q.s.p. de água ou álcool ou dispersados

em q.s.p. de gl icer ina), o corante e o aroma. Agitar, uni formemen-

te ,  com bastão de vidro.

Passo 5: Verter para o molde previamente lubrificado com óleo ve-

getal .   Para pirulitos, inserir a haste antes da massa esfriar. Levar à

geladeira, deixando esfr iar.

Passo 6: Embalar e rotular.

Embalagem: bem vedada (por exemplo, zip-lock®, sachês, fi lme

plástico).

Armazenamento e conservação: sob refrigeração.

B a se d e A ç ú c a r

1 50° -

  Descontinue

o aquecimento

1 25° C-

 Adicione os ingredientes ativos.

(É necessârio adicionar nesta temperatura

ou a base irá solidificar, antes d e ser toda

vertida para o molde).

30 Minutos

Tempo (Aproximado)

Figura 1:

  Gráf ico que demonstra a impor tânc ia da descont inuação

do aquecimento ao at ingir 150°C, nas massas de pasti lhas duras

preparadas com s acarose.

Fonte:

  PCCA

Primary traininç

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Capitulo 5 - Manipulação

B. Fórmula base com so rb ito l para pas tilhas duras e p iru lito s (Base

suçar

  free) -

  fórmula para 250g

Ingredientes

Sorbitol 70%

Bitartarato de

potássio

(cremor de tártaro)

Sacarina

Flavorizante

Corante

Goma guar

Quant idade

255

 mL

625

  mg

375 mg

2,5

 ml_

q.s.

2,5 g

Função

Veículo e edulcorante

Acidulante

Edulcorante

Flavorizante

Corante

Agente suspensor e de

consistência (opcional)

Procedimento:

Passo 1 : Ad icionar o sorb ito l 70% em um béquer de 600m L.

Passo 2: Aquecer a 150°C. Caso a droga não seja termolábil (estável

a 155°C ou mais) ela poderá ser solub ilizada nesta fase. Dissolver,

também nesta fase, o cremor de tártaro e a sacarina, previamente

triturados em um

  gra l .

Passo 3: Quando a solução alcançar a temperatura de 150°C, des-

continuar o aquecimento. Remover o béquer da placa de aqueci-

mento (deixar esfriar).

Passo 4: Quando a tem pera tu ra alcançar 90°C, adiciona r os ativos

previamente diluídos em q.s. de álcool ou água ou disperso previa-

mente.

  Adicionar a solução

  de

  corante (uti l izar somente solução

alcoólica de corante). Manter a temperatura a 90°C e adicionar as

soluções, lentamente em pequenas quantidades de aproximadamen-

te 5mL por minuto. Misturar uniformemente com bastão até a cor

ficar uniforme.

Passo 5: Quando a temperatura atingir 80°C, adicionar e dispersar a

goma guar.

Passo 6: Quando a temperatura atingir 70°C, adicionar e dispersar o

flavorizante.

Passo 7: Quando a temperatura alcançar 65°C, verter para o molde,

previamente lubri f icado com óleo vegetal . Deixar sol idi f icar em

temperatura ambiente.

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Capitulo 5 - Manipulação

Base de Sorb i to l

1 50° C - Descontinue o a quecime nto

90°

 C

  - Aditivação de Fármacos solúveis

em á lcool ( 0 álcool ebu le a 78° C)

70° C - Aditivação de fármacos dispersos

por um agente molhante

65° C - Solidificação da base

30 Minutos

Tempo (Aproximado)

Figura 2:

  Im por tânc ia da tem per atur a no preparo de pasti lhas

duras com so rb i to l .

Fonte: PCCA- Phmary rainning

Substâncias veiculadas nesta forma:

• princípios ativos hidrossolúveis ou suspendíveis, que se man-

tenham estáveis nesta forma.

• Princípios ativos term oestáveis.

Incorporação dos ativos:

Antes de incorporar os ativos é necessário calibrar o molde,

verificar o peso médio de cada pasti lha ou pirulito para em seguida,

correlacionar a dose do ativo com o peso da pasti lha ou pirulito.

Observar a tem peratu ra de adição dos ativos .

4 . 5 . 5 . C á l c u l o d a q u a n t i d a d e d e s o r b i t o l l í q u i d o a 7 0 % , n e -

c e s s á r i a p a r a p r o d u z i r u m a d e t e r m i n a d a q u a n t i d a d e d e

m as sa d u r a (d e t e r m i n a d a e x p e r i m e n t a l m e n t e ) :

200mL da solução de so rbitol 70% = 192g de massa d ura

Exemplo:

Fármaco 500mg

Sacarina sódica 300mg

Flavorizante 2mL

Vanilina 0,5g

Total de adit ivos: 3,3g

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Capitulo 5 - Manipulação

Para preparar 200g de massa dura ad itivada (massa dura + ingre d i-

entes): 200g - 3,3g =  196,7s  (quan tidad e de base necessária em g)

Para calcular a qu an tidade da solução sorb ito l 70% em ml_, faça a

seguinte regra de três:

200mL da solução de sorb ito l 70% 192g de massa dura

XmL 196,7g

X = 204,9mL ou 205mL da sotução de sorbitol 70% serão necessárias

para produzir 200g de massa dura aditivada.

Nota: para reatização destes cálcuios, desconsiderar o volume de álcool possivetmente

  utiii-

zado  na dituição de algum ingrediente, pois o mesm o se evapora com pletamente durante o

preparo.

Imp or tante: Quando s e u t i l izar a base de sorb i to l p ron ta , d ispo nível no m er-

cado com o nom e Sorb i to l amor fo , a mesm a deve ser fund ida som ente a 90°C

para incorpo ração dos a t ivos e ad juvantes. A quant idade da base de sorb i to l

amo rfo a ser ut i l izada deve ser calculada pela su bt ração da qu ant idade do s

ad i t ivos empregados, após prév ia ca l ib ração do mo lde.

4 .5 .6 .  E m b a l a g e m :

Bem vedada (zip-bag, sachês, fi lme plástico ou caixa molde

para pasti lhas). Pirulitos: papel alumínio, sachês, pote plástico

"cristal"  com furo na tam pa.

4 . 5 . 7 . A r m a z e n a m e n t o e c o n s e r v a ç ã o :

Podem ser armazenados em temperatura ambiente ou no re-

fr igerador, dependendo do fármaco incorporado e do excipiente

empregado. Proteger da umidade e do calor excessivo. Para prepa-

rações à base de sacarose é recomendada para maior estabilidade,

a conservação sob re frigeraç ão .

4 . 5 . 8 . R o t u l a g e m :

Rótulo de advertência: "Manter este medicamento longe do

alcance de crianças."

4 . 5 . 9 . C o n t r o l e d a q u a l i d a d e :

• Peso e un iform idade

• Aparência

• Dureza

• Odor

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Capítulo 5 - Manipulação

• Teor e po nt o de fusão

4 .5 .10 . Es tab i l idade:

Past i lhas e p i ru l i tos duros , apesar de possuí rem ba ixo teor de

água são h ig roscóp icos , absorvendo a umidade amb ien ta l .

A es tab i l idade depende da na tu reza do a t ivo . De modo gera l ,

pode ser def in ida ent re 2 e 3 meses .

Figura 3:

  m o l d e c o n t e n d o p i r u l i t o s .

F o t o :

  IJPC

 - In ternat ion a l Jo urna l o f Pharmaceu t ica l Com pounding

Figura 4:

  c a i x a m o l d e

  p a r a

  p a s t i l h a s .

Fo to :  PCCA - P roduc ts Ca ta log

Figura 5:

  p r e e n c h i m e n t o d o m o l d e d e

p i r u l i t o .

F o t o :  I J P C - I n t e r n a t i o n a l J o u r n a l o f

P h a r m a c e u t i c a l C o m p o u n d i n g

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Capi tu lo 5 - Manipulação

4.5.11.  S u g e s t õ e s d e F o r m u l a ç õ e s :

A. Pirulitos anestésicos com c lo rid ra to de te tra ca in a :

Tetracaína HCl 20m g

Base

  para pirul i to de açúcar q.s.p. 1 unidade.

Indicação: anestésico local para pré-procedimento cirúrgico ou para

diagnóstico.

Pirul i tos com cloridrato de tetracaína são formas altamente ef icien-

tes para anestesiar a mucosa ora l ou um a porção da cavida de ora l

do paciente. Para anestesiar a la rin ge , tra qu éia e esôfago , a dose

oral não deve exceder a 20m g.

B. Pirulitos para cessação do hábito de fumar com nicotina 1mg:

Salicilato de nicotina  1,939mg

(equivalente a 1 mg de nic ot ina)

Base para pi ru lito com so rb ito l q.s .p . 1 un idade

Indicação: para cessação do hábito de fumar.

Também util izado na concentração de 2mg.

C. Pastilhas de sorbitol com fluoreto de sódio:

Fluoreto de sódio

  2,21

 mg

Base de sorbitol para pastilha q.s.p..

 1

 unidade

Indicação: sup lementaçã o de flú o r para crianças en tre 3 a 9 anos.

Posologia: chupar uma pastilha ao dia.

5 . 3 . 1 2 . R e l a ç ã o d e a l g u m a s f o r m u l a ç õ e s n a f o r m a d e p i r u l i -

tos p r e p a r a d o s c o m b as es d e s o r b i t o l :

• Paracetam ol 1 60mg / p iru l i to

• Paracetamol 240 m g/ p i ru l i to

• Paracetamol 360m g/ pi ru l i to

• An foter icina B 500mg e 750mg / p i ru l i to

• Benzocaína  2%  p i ru l i to

• Benzocaína 2% /Ácido Ascórbico 0,5g /p ir u l i to

• Maleato de clorfenira m ina 2m g/Pse udoe fedrina HCl

15mg/p i ru l i to

• Cim et id ina 250mg e 500m g/ p i r u l i to

• C lotrim azol 1 %/Lidocaína HCl 0,5% p iru l i to

• Dextrometorfano 20mg/Mento l 15mg/ Ácido Ascórb ico

500mg / pirul i to

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Capitulo 5 - Manipulação

Diet i lpropiona HCl 25mg/pirul i to

Difenidramina HCl 25mg/ Lidocaína HCl 2%/Hidrocortisona

1

Ibuprofeno 50mg e 100mg/pirul i to

Mentol 0,2

Nistatina 500.000 Ul/ Lidocaína HCl 0,5% / pirulito

Pectina 19mg/pirul i to: base sorbi to l (demulcente) .

Clor idrato de Pi locarpina 5mg/pirul i to

Piroxicam 20mg/pirul i to

Prednisona 5mg/pirul i to

Te traca ína HCl 0,5%

Xilitol 2g/pirulito

Gluconato de zinco 5mg/vi tamina C 100mg /pirul i to

Gluconato de zinco 5mg/ vitamina C 100mg/ Equinacea 30mg

/p i ru l i to

4 . 6 .  Pasti lhas "macias":

4 . 6 . 1 .   Composição:

Podem ser preparados com bases graxas (chocolate, pasta de

amendoim, manteiga de cacau, óleo vegetal h idrogenado), pol iet i -

lenoglicol ou base de goma arábica-açúcar.

4 . 6 . 2 .

  C a r a c t e r i s t i c a s :

Podem ser facilmente preparadas e aplicadas para uma am-

pla variedade de fármacos.

Podem ser coloridas e flavorizadas.

Podem dissolver lentamente na boca ou serem chupadas, de-

pendendo do efeito desejado.

As bases de PEG e as bases graxas são anidras (ideal para in-

corporar drogas hidrolisáveis).

Combinações de PEG com diferentes PM, para obter varia-

ções no tempo de dissolução da pasti lha na boca.

As bases fundem normalmente em baixas temperaturas (<

60°C).

Peso var iáv el: 1 a 4g (pasti lhas) e p irulito s (7 a 8g).

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Capitulo  5 - Manipulação

4.6 .3 . Desvantagens :

A base de PEG tem sabor menos doce que a base de sorbitol

ou  açúcar.

Os pirul i tos obtidos com base PEG não são farmacêuticamen-

te elegantes como os outros.

São sensíveis a altas temperaturas, devendo ser conservados

em

  local fresco ou sob refrigeração.

4 .6 .4 . P reparação :

Material utilizado:

• Béquer

• Bastão de v id ro .

• Balança de prec isão.

• Placa com aqu ecim en to.

• Termômetro .

• Molde.

4.6 .5 . Suges tões de Bases :

A. Fórmula base eduicorada e flavorizada com mistura de PEG de

diferentes PM para pastilhas e piruiitos "macios"

Ingredientes

PEG

  400

PEG 4000

PEG 6000

Sacarina sódica

Aspartame

Acido cítrico

Flavorizante

Solucão aicoólica de corante

%

8,86

24,87

64,21

0,06

0,5

0,5 a 1,0

1,0

q .s .p .

Função

Veículo

Veículo

Veículo

Edulcorante

Edulcorante

Acidulante

Flavorizante

Corante

Procedimento:

Passo 1: Pesar, com máxima exatidão, cada ingrediente da formuia-

ção.

Passo 2: Misturar a sacarina, o aspartame e o ácido cítrico, trituran-

do em   gral .

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Capitulo 5 - Manipulação

Passo 3: Adicionar o PEG 400 e levigar a té ob tenção de massa un i-

forme.

Passo 4: Fundir o PEG 4000 e o PEG 6000 em uma placa de aqueci-

mento ou banho-maria na temperatura aproximada de 60°C.

Passo 5: Ad iciona r os pós levigados em PEG 400 no Passo 4 para

fundir e em seguida adiocionar o f lavorizante, misturar bem.

Passo 6: Remover do aquecimento verter para o molde e resfriar.

Passo 7: Determinar o peso médio de cada pasti lha ou pirulito.

B. Fórmuia base edulcorada com PEG 1500 para pastiíhas e pirulitos

"macios"

Ingredientes

PEG 1500

Sacarina sódica

Aspartame

Flavorizante

Ácido cítr ico

Solução alcoólica de corante

Goma arábica (acácia)

Sílica gel

%

95,44

0,06

0,5

1,0

0,5 a 1,0

q.s.p.

1,5

1,0

Função

Veículo

Edulcorante

Edulcorante

Flavorizante

Acidulante

Corante

Agente suspensor

Agente suspensor

Procedimento:

Passo 1: Pese, precisamente, os ingredientes da preparação.

Passo 2: Reduzir as substâncias cristalinas (sacrina, ácido cítrico e o

aspartame) a pó.

Passo 3: Fundir o PEG 1500 entre 50 a 55°C, sob agitação.

Passo 4: Triturar todos os pós e adicionar sobre a base fundida, agi-

tando até dispersão completa.

Passo 5: Verter a massa fundida para o molde.

Passo 6: Determinar o peso médio de cada pasti lha ou pirulito.

4 . 6 . 6 . I n c o r p o r a ç ã o do s a t iv o s :

Antes de incorporar os ativos é necessário calibrar o molde e

verificar o peso médio de cada pasti lha ou pirulito para em seguida

correlaciona r a dose do ativo com o peso da pasti lha ou p iru l i to .

Fundir a base em torno de 55°C, dispersando os ativos e ver-

tendo, poster iormente, para o molde.

Nota:  Bases  ideais para principios ativos hidrolisáveis.

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Capitulo  5 - Manipulação

4.6.7. Cál cu lo da q u an t i d ad e d e base a se r u t i l i zad a em

uma  f o r m u l a ç ã o , l e v a n d o e m c o n s i d e r a ç ã o , o p es o d e i n -

gred ientes ad i t i v ad o s   :

Massa da base deslocada pelos ativos =

peso total dos ingredientes a serem aditivados x 70%*

' ílator universal de deslocame nto)

Exemplo:

Seja a seguinte formulação: Pirulitos de 500mg de paracetamol em

base PEG (fórm ula para 40 pi ru lito s com peso m éd io de

6,45g/pirulito):

Quantidade de base 6,45g (peso m éd io) x 40 (n°un idades) = 258g

Quantidade de a tivo a ser ad itiva do = 500mg x 40 = 20g

Peso da base deslocada pe lo ativ o = 20g x 70% = 14g

Quantidade de base a ser util iz ad a = 258g - 1 4g = 244g

Embalagem:

Bem vedada (zip-bag, sachês, f i lme plástico) ou caixa-molde

para pastilhas.

Armazenamento e conservação:

Podem ser armazenados em local fresco (8 a 15°C) ou no re-

fr igerador, dependendo do fármaco incorporado e do excipiente

empregado.

Proteger da umidade e do calor excessivo.

Rotulagem:

Rótulo de advertência: "Manter este medicamento longe do alcance

decrianças."

Controle da qualidade:

• Peso e un iform ida de

• Aparência

• Odor

• Dureza

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Capítulo 5 - Manipulação

• Teor e pon to de fusão

Estabil idade:

Estas formas farmacêuticas não contêm água, portanto, são

mais estáveis.

A estabi l idade depende da natureza do ativo, de modo geral

6 meses se armazenado em condições adequadas.

Figura 6:  past ilhas "m acias" p reparadas com base PEG.

Foto:  IJPC - In ternac ional Journal o f Pharmaceut ica l Compoun-

d ing

4 . 6 . 8 .  S u g e s t õ e s d e F o r m u l a ç õ e s :

A. Pasti ihas para estomatites

Te trac icl ina HCl 1 25mg

Nistatina pó 1 1 ,25mg

Difenidramina HCl 1 2,5mg

Hidrocortisona 2mg

Base PEG 1500 edulcorada e f lavo rizada q. s. p. 1 p asti lha.

Mande 12 pasti lhas.

Indicação: aftas e estomatites.

Posologia: 1 pasti lha ao dia , ou a cr i té rio do m édico ou de ntis ta.

Nota: Esta formutaçõo se dissolve tentamente na cavidade oral distribuindo, eficientemen te,

as drosas incorporadas.

186

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Capitulo 5 - Manipulação

B.

  Pastilhas para xerostomia com Cloridrato de Pilocarpina

Cloridrato de p iloca rp ina 2m g

Base PEG

 1500 edulcorada e f lavor izada q. s. p. 1 past i lha .

Mande pastilhas.

Indicação: xerostomia e xeroftalmia associada à terapia com radia-

ção na região da cabeça e pescoço .

Posologia: 1 pastilha até 4x ao dia.

C. Pastilhas analgésicas com Su lfato de M orfina

Sulfato de m or fina 1 0mg

Base PEG composta edulcorada e f lavor izad a q.s .p. 1 p ast ilha

Mande 24 pas tilhas.

Indicação: controle da dor moderada à severa.

Posologia: administrar via bucal conforme orientação médica.

Estabilidade ap rox im ad a: 1 ano.

D. Pastilhas com A nfo te ric ina B

Am fotericina B 10Omg

Base PEG 1500 com posta edulcora da e flavorizad a q. s. p. 1 pastilha

Mande pastilhas.

Indicação: candidíase

  ora l .

Modo de usar: chupar uma pastilha 2x ao dia.

E. Pastilhas com Xilitol

Xilitol 1g

Base de m istura de PEGs edulco rada e f lavo rizada q . s. p . 1 pastilh a .

Mande pastilhas.

Indicação: prevenção da otite média em crianças.

Posologia: chupar 5 a 10 pastilhas / dia.

F. Pastilha com Testosterona

Testosterona (base) 1 0mg

Base PEG 1500 edulcorada e f lavorizada q.s.p. 1 pastilha

Mande pastilhas.

Indicação: androgenioterapia.

Posologia: chupar uma pastilha ao dia.

187

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Capítulo 5 - Manipulação

G. P i ru l i tos com E le t rò l i tos

C lore to de sód io 0 ,0405g

C lore to de potáss io 0 ,002 6g

Lac ta to de cá lc io 5H

2

0 0,0054g

Su l fa to de magnés io an idro 0 ,001 8g

Bica rbon ato de sód io 0 ,01 75g

Fos fato de sódio d ibás ico 0,005 5g

Base PEG 1500 edu lco rada e f lavo r izada q .s .p . 1 p i ru l i to .

Mande p i ru l i tos .

Ind icação : subs t i tu to da sa l i va , reh id ra tação .

Poso log ia : a c r i té r io méd ico .

Es tab il idade ap rox ima da : 1 80 d ia s .

H . P i ru i i tos com Clo t r imazo l

C lo t r imazo l 10mg

Base PEG 1500 edu lco rada e f lavo r izada q .s .p . 1 p i ru l i to .

Mande p i ru l i t os .

Ind icação : cand id íase

  o r a l .

Poso log ia : a c r i té r io méd ico .

Es tab i l idade aprox imada : 90 d ias .

I . P i ruh tos com L-Glu tamina para t ra tamento de Af tas

L-Glu tamina 250mg

Base PEG 1500 f lavo r izada e edu lco rada q .s .p . 1 p i ru l i to .

Mande p i ru l i tos

Ind icação : a f tas e es tomat i tes .

Poso log ia : a c r i té r io méd ico .

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Capítulo 5 -

 Manipulação

4.6.9. Sugestões de formulações com Past i lhas Macias

Á. Pastilhas "macias" de Chocolate

Chocolate base

Ingred ientes

Chocolate em barra concentrado (boa qualidade)

Oleo vegetal hidrogenado*

Quant idade

80

 a 60g

20 a 40g

'Pode

 ser utilizado o Lubritab' (óleo de aisodão hidrosenado).

Procedimento:

Passo 1: Pesar, precisamente, cada ingrediente.

Passo 2: Adicionar o chocolate e o óleo vegetal hidrogenado em um

béquer e aquecer agitando, até a mistura f icar totalmente l iquida.

Passo 3: Remover do aq uecim en to e guardar sob re frige ração a té a

utilizaçào.

Estabilidade aproximada: 60 dias.

Chocolate base para pastilhas com agente suspensor

Ingredientes

Goma arábica

Sílica gel (aerosil®)

Sacarina sódica

Aspartame

Flavorizante de choc ola te

Oleo de menta

Chocolate base

(fórmula acima)

%  Função

1 ,60 agen te suspensor

1,0 agen te suspensor

0,4 edulcorante

1,0 edulcorante

0,5 f lavorizante

0,2 f lavorizante

95,5 excipiente

Procedimento:

Passo 1: Pesar e medir, precisamente, cada ingrediente.

Passo 2 : T rit u ra r a goma a ráb ica, síl ica g el, sacarina e o aspartam e.

Passo 3: Fundir o chocolate base anteriormente preparado, em uma

placa de aquecimento.

Passo 4: Lentamente, adicionar os pós do passo 2

 e

  misturar na base

fundida, dispersando-os.

Passo 5: Verter para o molde e deixar esfriar.

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Capítulo 5 - Manipulação

Passo 6: Determinar o peso médio para calibrar o molde.

B. Pastilhas "macias" de amendoim

Base de amendoim

Ingredientes

Pasta de amendoim ("dura")

Oleo vege tal hidrogenado (Lubritab )*

Quant idade

60g

40g

'Lubritab'

:

  óleo hidroçenado de alsodão.

Procedimento:

Passo 1: Adquirir a marca de pasta de amendoim mais dura que en-

contrar .

Passo 2: Adicionar a pasta de amendoim e o óleo hidrogenado em

um béquer e aquecer agitando até a mistura estar completamente

fundida.

Passo 3: Remover do aquecimento e refrigerar até solidificar.

Estabil idade aproximada: 90 dias.

Base para pastilhas "macias" de amendoim (100g)

Ingredientes

Base de amendoim

Aspartame

Sílica gel micronizada

Goma arabica

Flavorizante (amendoim)

Flavorizante*(l ipossolúvel)

Quant idade

96g

1g

0,96g

1 , 6 B

40 gotas

16 gotas

Função

Excipiente

Edulcorante

Agente suspensor

Agente suspensor

Flavorizante

Flavorizante

'Flavorizante complementar a o flavorizante de amendoim.

Procedimento:

Passo 1: Colocar uma barra magnética para agitação em um béquer.

Passo 2: Quebrar, manualmente, a base de amendoim em pequenos

pedaços, colocando-os no béquer.

Passo 3: Fundir a base a 50°C (na placa agitadora magnética), sob

agitação.

Passo 4: Triturar os pós (ativo, aspartame, goma arábica, síl ica gel

micronizada em gral) tamisando aos poucos, sobre a base fundida

sob agitação.

Passo 5: Desligar o aquecimento e adicionar os flavorizantes.

Passo 6: Verter a massa ainda fluida para o molde

Passo 7: Refrigerar até solidificação e então remover as pastilhas do

molde. Estabi l idade aproximada: 60 dias.

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Capítulo 5 - Manipulação

4 .6 .10 . Inco rporação dos a t i vos :

Antes de incorporar os ativos é preciso cal ibrar o molde e ve-

rificar o peso médio de cada pastilha, para em seguida, correlacio-

nara dose do a tivo com o peso da pasti lha ou p ir u lit o . Fund ir a base

em

  banho-maria em temperatura até 55°C, dispersando os ativos e

vertendo, posteriormente, para o molde.

Os cálculos para dete rm ina r a quantida de de base deslocada

pela adição de a tivo(s ), podem ser realizados confo rm e dem onstra-

do

  anteriormente para pasti lhas preparadas com PEG.

4.6.11.  Embalagem:

Bem vedada (papel alumínio, sachês, f i lme plástico) ou cai-

xa-molde para pastilhas.

4 . 6 . 1 2 . A r m a z e n a m e n t o e c o n s e r v a ç ã o :

Podem ser armazenados em local fresco (8 a 15°C) ou no re-

frigerador, dependendo do ativo incorporado e do excipiente em-

pregado.

Proteger da umidade e do calor excessivo.

4.6.13. Rotulagem:

Rótulo de advertència: "Manter este medicamento longe do

alcance de crianças".

4.6.14.  Contro le da  qua l idade:

• Peso e un iform idad e

• Aparência

• Odor

• Dureza

• Ponto de fusào

• Teor

4 .6 .15 . Es tab i l i dade :

Estas formas farmacêuticas não contêm água sendo portanto,

mais estáveis.

Depende da natureza do ativo. De modo geral, 6 meses se

armazenado em condições adequadas.

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Capítulo 5 - Manipulação

Figura 7: Pasti lhas "macias" de chocolate.

Foto:  IJPC - Intemational Journal of Pharmaceutical Compounding

4 . 6 . 1 6 . S u g e s t õ e s d e F o r m u l a ç õ e s p a r a P a s t i l h a s :

A. Pastühas de chocolate com Progesterona

Progesterona m icronizada 10Omg

Base de chocolate edulcorada com agentes suspensores q.s.p. 1

pasti lha.

Mande 24 pastilhas.

lndicação:terapia de reposição hormonal.

Posologia: a cr i té rio m édico.

Estabil idade aproximada: 2 meses.

B. Pastilhas com Triancinolona

Triancino lona m icronizada 5mg

Base de chocolate edulcorada com agentes suspensores q.s.p. 1

pasti lha

Mande 24 pasti lhas.

Indicação: cort icoterapia.

Posologia: a critério médico

Estabil idade aproximada: 2 meses.

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Capitu lo 5 - Manipulação

4.7.  P as t i l h as m a s t i g á v e i s

4 .7 .1 Compos ição:

São formas farm acê uticas preparadas com ge latina e g l ice rina ,

sendo util izadas para administração de medicações para absorção

gastrintestinal e de uso sistêmico.

4 . 7 . 2 . C a r a c t e r i s t i c a s :

São m uito f lavo rizadas (mascara, e fic ie n te m e n te , o sabor de

fármacos amargos).

Sabor levemente ácido (usualmente, contém ácido cítr ico).

Preparo   fác i l .

São preparadas em baixas temperaturas (no máximo 100 °C), em

banho-maria.

São menos irritantes para a mucosa oral do que outras bases.

Apresentam uma consistência macia e agradável ao mastigar.

4 .7 . 3 . D es v an tagens :

Não é um sistema anidro, pois contém água; é uma forma farma-

cêutica não recomendada para incorporação de fármacos hidrol isá-

veis.

4 . 7 . 4 . P r e p a r a ç ã o :

A. Ma terial ut i i izado :

• Béquer

• Bastão de vid ro

• Balança de precisão

• Banho-maria

• Termômetro

• Molde

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Capítulo 5 - Manipulação

4 .7 .5 . Suges tões de Base

A. Goma-gel base

Ingredientes

Gelatina farmacêutica

Glicerina

Agua destilada

Quant idade

43,4g

155mL

21,6mL

Função

Excipiente

Plasti f icante

Solvente

Procedimento:

Passo 1: Pesar e medir, exatamente, cada componente.

Passo 2: Aquecer a glicerina em ban ho-m aria, com água fervente ,

por 5 minutos.

Passo 3: Adicionar a água destilada  e  continuar aquecendo por mais

5 minutos, agitando.

Passo 4 : Lenta m en te, ad iciona r a ge latina aos poucos por um perí-

odo de 3 minutos, evitando a formação de grumos.

Passo 5: Continuar o aquecimento por, somente, 45 minutos.

Passo 6: Remover do aquecimento e resfriar.

Passo 7: Embalar e rotular.

Embalagem: bem vedada.

Armazenamento: sob refr igeração.

Figura 8:   goma-gel base.

Foto :   IJPC - International Jour-

nal of Pharmaceutical Compoun-

ding

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Capítulo 5 - Manipulação

B.

  Base para pas tilhas mastigáveis (juju ba s)

Ingredientes

Goma-gel base

(preparada anteriormente)

Bentonita ou sílica gel

Goma arábica

Aspartame

Acido cítrico monoidratado

Flavorizante

Corante

%  Função

90,6 excipiente

1,7 a 1 ,0 agen te suspensor

1 ,7 agente suspensor

1,9 edulcorante

2,4 acidulante

1,7 f lavorizante

q.s.p. corante

Procedimento:

Passo 1 : Pesar, e xa tam en te, cada ingred ien te da fo rm ulaç ão .

Passo 2: Misturar a be nton ita (ou sílica ge l), a sp arta m e, goma a ráb i-

ca,

 o ácido c ítric o e os ativos.

Passo 3: Aquecer a goma-gel base em banh o-m aria até liqu e faze r.

Passo 4 : Adicionar os pós da m istu ra (passo 2) na goma-base fu nd i-

da,

 dispersando-os.

Passo 5: Adicionar o corante e o aroma, misturando bem.

Passo 6: Verter para o molde untado e deixar esfriar.

Passo 7: Embalar e rotular.

C. Fórmula base para pirulitos de gelatina (100g)

Ingredientes

*Ativo(s)

"Alcool

**Agua

'"Propüenogl icol

Sacarina sódica

Aspartame

Goma arábica

Goma xantana

Flavorizante

Goma gel base q . s. p .

Quant idade

q.s.p. (concentração prescrita)

q. s. p. (se necessário, para d i lu ir o ativo)

q.s.p. (se necessário, para diluir o ativo)

q.s.p. (se necessário, para dispersar o ativo)

0,1g

1 §

3,5g

3,5g

1 mL

100g

Fármacos muito potentes devem ser dituidos para permilir uma me dida exata da mesm a.

' Fármacos  susceptiveis ó hidrólise não devem ser veiculados em base de getatina.

Tanto o álcool quanto a á$ua podem s er utilizados como veiculos para solubilizar o(s) ati-

vo(s)

  antes da incorporaçào do(s) mes mo(s). A quantidade de água e álcool utilizada deve ser

o minimo para solubilizar o ativo, não devendo ultrapassar a  10% do peso total da base.

'0 propilenoslicot pode ser utilizado como açente mo lhante e veiculo para fármacos e m

suspensão  (fàrmacos que não são solúveis em

 ógua

 e/ou álcool).

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Capítulo 5 - Manipulação

Procedimento:

Passo 1: Com auxílio de um banho-maria, fundir a goma gel base em

um béquer de 400ml_. A base também pode ser l iquefeita uti l izando-

se microondas, aquecendo durante 20 segundos, aumentando o

tempo, se necessário, até a l iquefação da base.

Passo 2: Transferir o ativo para um gral de vidro com pisti lo (caso o

ativo seja adicionado na forma de pó e não solubil izado em álcool

ou água. Caso o ativo seja solúvel, ele deverá ser incorporado no

passo 4). Adicionar o aspartame, a sacarina, a goma arábica e a

goma xantana. Tri turar os pós até distr ibuição uniforme dos mes-

mos.

Passo 3: Levigar os pós com propilenoglicol até formar uma massa

espessa e un iform e.

Passo 4: Adicionar e dissolver o ingrediente ativo em uma quantida-

de mínima de água desti lada ou álcool. Adicionar o corante nesta

solução.

Passo 5: Adicionar e dispersar a solução do passo 4 na base fundida

de gelatina. A temperatura não deve exceder a 100°C. 0 corante

dissolvido na solução serve como indicador para assegurar a comple-

ta dispersão do fármaco. Agitar a solução até o corante estar com-

pleto e uniformemente dispersado.

Passo 6: Adicionar os pós levigados (no passo 3) sobre a base de ge-

latina fundida (no passo 1) sob contínua agitação.

Passo 7: Uma vez que a mistura do passo 6 esteja distribuída de

forma homogênea, adicionar o aspartame di luído e os f lavorizantes,

agitando be m .

Passo 8: Verter a mistura morna e fundida nos moldes, previamente,

untados com óleo vegetal insaturado. Caso a temperatura da mistu-

ra abaixe muito, pode haver dif iculdades na execução deste proce-

dimento. Uma vez que isto ocorra, reaquecer a mistura no banho-

maria até f lu id i f icar novamente. (0 reaquecimento nem sempre

funciona. 0 melhor é trabalhar rapidamente, antes da massa

  esfri-

ar).

Passo 9: Adicionar as hastes do pirulito à mistura fundida na forma.

Passo 10: Permitir que os pirulitos esfriem e permaneçam pelo mí-

nimo de 3 horas no molde, antes de removè-los.

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Capitulo 5 - Manipulação

4 .7 .6 . Ad i t i vação :

Quantidade de base = (peso médio da pastilha ou pirulito x número

de unidades prescritas) - quantidade de ativo a ser aditivado.*

 A quantidade  de base utilizada deve ser subtraida da quantidade equivalente de ativos qu e

será  incorporada. Os edulcorantes,  ageníes  molhantes e outros adjuvantes deverão ser com-

putados como  parte da base.

Quantidade de ativo a ser aditivado = quantidade de ativo por uni-

dade x número de unidades prescritas

Exemplo:

0 peso médio de uma pastilha preparada com a base foi de

1,5g. Sabendo-se que a prescrição solicitou 30 pastilhas contendo

cada uma 50mg de dete rm inado a tivo, calcular a qu an tidad e de

ativo, bem como a quantidade de base a serem utilizados na prepa-

ração.

Cálculos:

Quantidade de ativo: 25mg x 30 unidades = 750mg (0,75g).

Quantidade de base: (1,5g x 30) - 0,75g = 44,25g

4.7.7.  Embalagem:

Bem vedada (zip-lock®, sachês, f i lme plástico) ou caixa-

molde para pastilhas. Para evitar aderência, as pastilhas podem ser

roladas sobre açúcar de confeiteiro e embaladas em potes bem ve-

dados.

4 .7 .8 . A r m a z e n a m e n t o e c o n s e r v a ç ão :

Em temperatura ambiente ou sob refr igeração, de acordo

com a natureza dos ativos adicionados.

4 . 7 . 9 . R o t u l a g e m :

Rótulo de advertência: "Manter este medicamento longe do

alcance de crianças."

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Capítulo 5 - Manipulação

4 . 7 . 1 0 . C o n t r o l e d a q u a l i d a d e :

• Peso e un iform idad e

• Aparência

• Odor

• Dureza

• Teor

4 . 7 . 1 1 .  E s t a b i l i d a d e :

Por conter água, apresentam menor estabi l idade.

A estabi l idade depende da natureza do ativo, de modo geral

en tre 2 a 3meses.

4 . 7 . 1 2 . S u g e s t õ e s d e F o r m u l a ç õ e s :

A. Goma mastigável com Nitrofurantoina

N itrof urantoina 25mg

Excipiente flavo rizad o *qsp 1 goma

Mande gomas mastigáveis.

Indicação: infecção urinária.

Posologia: a cri tério médico.

B. Goma mastigável com Coenzima Q10

Coenzima Q10 10 a 300mg

Excipiente flavoriza do* qsp 1 goma

Mande gomas mastigáveis.

Ação: ant ioxidante, cardiotônica, hipotensora, imunoest imulante,

controle da gl icemia em pacientes diabéticos.

Posologia: 1 0 a 300 m g /d ia .

C. Goma mastigável com Ácido Lipóico

Ácido l ipóico 200mg

Excipiente f lavorizado* qsp 1 goma

Mande gomas mastigáveis.

Ação: ant ioxidante, aumenta o metabol ismo do açúcar.

Indicações: coadjuvante no tratamento da diabetes t ipo 1 e t ipo 2.

Reduz as complicações destas patologias, tais como degeneração

macular, catarata e neuropat ia.

Posologia: 1 goma ao d ia.

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Capítulo 5 - Manipulação

D.

 Goma mastigável com Xilitol

Xilitot 1g

Excipiente flavo rizado* qsp 1 goma

Indicação: profilaxia da otite média em crianças.

Posologia: 8 a 10 gomas ao dia.

E. Goma mastigável com Fluoreto de Sódio

Fluoreto de sódio

  2,21

 mg

Excipiente flavor izado * qsp 1 goma.

Mande gomas.

Indicação: suplem entação de flúo r para crianças e n tre 3 a 9 anos.

Posologia: mastigar  1 goma 1x ao dia.

F. Goma mastigável com Lorazepam

Lorazepam   1 mg

Excipiente flavor izado qsp 1 goma

Mande gomas

Indicações: ansiedade, insônia, pré-anestesia, epilepsia, antieméti-

co (em náuseas e vôm ito induzidos por an tineoplás icos).

Posologia: a critério médico.

G. Goma mastigável com Etinil Es tradiol

Etinil es trad iol 0,2m g

Excipiente flavor izado qsp 1 goma

Mande gomas

Indicações: tratamento da sintomatologia do cl imatério, terapia de

reposição hormonal.

Posologia: a critério médico, a dose precisa ser individualizada de

acordo com a tolerância e a resposta terapêutica do paciente.

'Util izar como excipiente a base para pastithas mastigáveis me ncionada anteriormente.

H. Pirulito de gelatina com Nistatina e Lidocaína

Nistatina 500.000 Ul

Lidocaína HCl 0,5%

Base de gelatina para pirulitos qsp

 1

 p i ru l i to

Mande pirulitos.

Indicação: candidíase

  oral .

Modo de usar: chupar de 2 a 3 pirulitos ao dia, durante 5 a 7 dias.

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Capitulo 5 - Manipulação

I. Pirulito de gelatina com Clotrimazol

Clotrimazol

  1

Base de gelatina para pirulitos qsp 1 p i ru l i to .

Mande pirulitos

Indicação: candidíase   ora l .

Modo de usar: chupar de 2 a 3 pirulitos ao dia , durante 5 a 7dias.

J .

  Piruiito de gelatina com Sulfato de Morfina

Sulfato de m orfina 0,1 %

Base de gelatina para piru litos qsp  1 p irul i to

Indicação: controle da dor no câncer em pacientes com dificuldade

de deglutição decorrente da radioterapia.

Posologia: chupar

  1

 pir ul i to de 6 /6 h , se necessário.

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Capítulo 5 - Manipulação

4.8. Soluções e Suspensões Congeladas

(Picolés Medicamentosos)

4.8.1.Composição:

Soluções e suspensões congeladas (picolés) podem eventu-

almente e em situações específicas constituírem uma forma farma-

cêutica para veicular fármacos  com  sabor desagradável. São nor-

malmente constituídas por água, edulcorantes e flavorizantes. A

solução ou suspensão preparada é então congelada.

4.8.2.Características e vantagens:

É uma form a interessante para adm inistração de fárma cos

que apresentam m elho r e ficác ia quando pe rmanecem por maior

período de tempo na mucosa   o ra l ,  como por exemplo, ant imicót icos

e

 anestésicos.

A sensação de fr io proporcionada pelo p ico lé, pode redu zir

a percepção do sabor desagradável prov en ien te de alguns m ed ica-

mentos.

4.8.3.  Preparação:

Material U tiliza do:

• Cálices ou proveta

• Balança de precisão

• Gral de vid ro e p isti lo

• Molde para picolés

• Freezer ou conge lador

• Bastão de vid ro

4.8.4. Sugestão de Base

Ingredientes

Ativo

Sorbitol 70%

Xarope simples

(xarope de framboesa)

Aspartame

Flavorizante

Água des tilada q . s. p .

Concent ração Função

Xmg ativo

6% edulcorante

17%   edulcorante

0,1%

  edulcorante

1,7% f lavo r izante

100ml_   veículo  e  d i luente

201

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Capitulo 5 - Manipulação

Procedimento:

Nota: Um a vez que as formas de picolé variam de taman ho, faz-se necessário calibrá-las,

ajustando o volume empre$ado para e ncher cada forma à

 dosagem

  dos ativos.

Passo 1: Medir e pesar, precisamente, os ingredientes da formula-

ção.

Passo 2: Triturar o ativo em gral de vidro (caso este seja insolúvel

em água), levigando-o com o sorbitol 70%.

Passo 3: Adicionar o xarope simples e o flavorizante no passo 2.

Passo 4: Dissolver, separadamente em um cálice, o aspartame e o

ativo (caso este seja solúvel em água) em cerca da metade da água.

Passo 5: Misturar 3 e 4, agitando bem. Rinsar o gral com o restante

da água desti lada, transferindo também para o cálice. Completar o

volume final.

Passo 6: Com auxílio de um cálice menor ou de uma seringa, encher

os moldes com volumes equitativos da mistura preparada.

Passo 7: Levar a forma para o congelador ou freezer.

Passo 8: Após 2 horas, inserir o palito em cada picolé e retorna-los

ao congelador, para que os mesmos se congelem com pleta m en te.

Passo 9: Remover cada picolé da forma e embalar em plástico tipo

zip-lock®. Rotular e acondiciona-los em caixa de isopor no momento

da entrega ao paciente. Rotular também a caixa de isopor, indican-

do a composição de cada picolé e o núm ero de unidades.

4 . 8 . 5 .

  Aditivação:

Os ativos podem ser dispersados no sorbitol 70% ou no xarope

(caso não sejam hidrossolúveis) ou ainda, solubilizados na água (ca-

so sejam solúveis em água).

Cálculo da qu ant idad e de at ivo

 =

dose por unidade x número de unidades

4 . 8 . 6 . E m b a l a g e m :

• Saquinhos tipo zip-lock® (embalagens un itárias ).

• Caixa de isopo r.

202

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Capítulo 5

  -

 Manipulação

Figura 9:

 form as d e d ispensação de p ico lés.

Foto:

  IJPC- ln ternat iona l Journa l o f Pharmaceut ica l Compounding

4 . 8 . 7 . A r m a z e n a m e n t o e c o n s e r v a ç ã o :

No congelador ou fr e e z e r: -25°C a -1 0°C.

4 . 8 . 8 .

  R o t u l a g e m :

Rótulos de advertências: "Manter este medicamento longe

do alcance de crianças" e "Manter o produto no congelador ou free-

zer".

4 . 8 . 9 . C o n t r o l e d a q u a l i d a d e :

• Peso e un iform idade

• Aparência

• Odor

• Dureza (o pico lé deve estar conge lado)

4 .8 . 10 .Es tab i l i dade :

Depende da natureza do ativo, de modo geral 2 meses.

203

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Capítulo 5 - Manipulação

4 . 8 . 1 1 .  S u g e s t õ e s d e F o r m u l a ç õ e s :

A.Picolé com Nistatina

Nistatina 250.000 Ul

Veículo qsp 1 picolé .

Mande picolés.

Flavorizantes recomendados: banana, framboesa.

Indicação: candidiase oral (vulgarmente conhecida como sapinho).

Modo de usar: chupar  1  picolé de 8/8horas.

B.Picolé

  com Nistatina e Cloridrato de Tetracaína

Nistatina 250.000 Ul

C loridrato de Tetraca ína 0,025%

Veículo qsp 1 picolé

Mande picolés

Indicação: candidíase oral

Ação:

  a nt im icót ica e anestésica.

Modo de usar: chupar um picolé de 8/8horas.

204

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Capítulo 5 - Manipulação

4.9.  Goma de mascar medicamentosa

A goma de mascar é preparada a partir de exsudações

  resi-

nosas de algumas árvores da família das apocináceas, tais como, o

chide, o tamarack

  ou outras árvores selecionadas. Historicamente,

a goma de mascar tem sido uti l izad a no mundo in te iro , co ns tituindo

um

  hábito ba stante peculiar nos países oc identa is.

4.9 .1 .

  V a n t a g e n s :

A goma de mascar pode constituir-se como um sistema de

cedência de fármaco apropriado para ativos que apresentam índice

de metabolismo de pr im eira passagem s ign ifican te

  {clearence

  e le-

vado).

As bases para gomas de mascar são encontradas facilmente

no

  mercado, já flavorizadas e edulcoradas.

Flavorizantes, edulcorantes e outros corretivos do sabor

também podem ser adicionados.

A l iberação da droga é mais lenta, portanto, o tempo de con-

tato da droga com a mucosa oral é maior do que as pastilhas,

  j u j u -

bas e com primidos sub linguais.

Podem ser úteis no tratamento de pacientes que têm dif icul-

dade de deg lutição de com prim idos e cápsulas.

4 .9 .2 .

  A l g u m a s d r o g a s q u e p o d e m s e r v e i c u l a d a s n a f o r m a

de

 g oma d e m a sc a r :

• Fluoreto de sódio.

• Xilitol.

• Acetato de chlorex idina.

• Bicarbonato de sódio.

• Miconazol.

• Nistatina.

• Salici lamida.

205

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Capitulo 5 - Manipulação

4 . 9 . 3 . F ó r m u l a b a s e :

Fármaco q.s.p.

Goma de mascar base q.s .p 1 goma.

Procedimento:

Passo 1: Remover a embalagem das gomas de mascar adquiridas no

mercado com ercial .

Passo 2: Cortar a goma de mascar em pequenos pedaços.

Passo 3: Aquecer em banho-maria ou no microondas (por cerca de

10 a 15 segundos) até amolecer. Aquecer até uma temperatura a-

proximada de 38 a 55°C.

Passo 4: Adicionar o fármaco e misturar bem.

Passo 5: Remover do aquecimento e moldar a massa no formato de

um ci l indro alongado.

Passo 6: Quando estiver suficientemente frio, cortar em pequenos

pedaços e embalar.

Passo 7: Embalar, até amolecer, em papel manteiga.

4 . 9 . 4 . E m b a l a g e m :

As gomas de mascar devem ser embaladas em papel mantei-

ga e acondicionadas em caixas de cartolina ou potes plásticos.

4 . 9 . 5 . A r m a z e n a m e n t o e c o n s e r v a ç ã o :

Em temperatura ambiente ou sob refr igeração, dependendo

da natureza dos ativos adicionados.

4 . 9 . 6 . R o t u l a g e m :

Rótulo de advertência: "Manter este medicamento longe do

alcance de crianças."

4 . 9 . 7 .

  C o n t r o l e d a q u a l i d a d e :

• Aparência

• Odor

• Dureza

4 . 9 . 8 . E s t a b i l i d a d e :

Estabil idade depende da natureza do ativo, de modo geral

en tre 2 a 3 meses.

206

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Capítulo 5 - Manipulação

4.10.  Considerações físico-q uím icas so bre Past ilhas

São capazes de aumentar o tempo de permanência do fár-

maco na cavidade

  ora l ,

  quando comparados a outras formas farma-

cêuticas.

Alguns conservantes podem alterar o sabor da preparação,

principalmente, o metilparabeno que confere aroma floral à prepa-

ração.

0 ajuste de pH pode ser necessário para maior estabil idade

do ativo veiculado . De modo ge ral, o pH nas forma s farm acêu ticas

pastilhas duras e gomas (formas que contêm água) é ajustado para

permanecer entre 5,0 e 6,0.

Para ajustar o pH deve-se empregar acidulantes (Exemplos:

ácido cítrico, ácido fum ár ico , ácido ta rtá rico ) e /o u alca linizan tes

(Exemplos: carbonato de cálcio, bicarbonato de sódio, trissilicato de

magnésio).

4.11 .  Atenção Farmacêut ica

Estes medicamentos devem ser mantidos longe do alcance

das

 crianças.

0 paciente deve ser orientado, corretamente, sobre o real

propósito das pastilhas duras e pirulitos: a promoção de uma libera-

ção lenta e contínua do fármaco na cavidade

  ora l .

  Portanto, devem

ser chupados e não mastigados.

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Capítulo 5 - Manipulação

5. Tabletes Moldados ( tabletes t r i turados)

5 . 1 .

  Definição:

Os tabletes moldados são obtidos pela pressão manual de

uma massa úmida dos excipientes e ativos, contra um molde que

posteriormente é seco completamente. São preparados, geralmen-

te ,  pela mistura do(s) ativo(s) com lactose, dextrose, sacarose, ma-

ni to l ,

  frutose ou outros diluentes apropriados que servem como ba-

se.

  Combinações de açúcares também podem ser uti l izadas. Dife-

rentemente dos comprimidos que são comercializados em diversos

tamanhos e formatos, os tabletes moldados têm forma de disco e

peso varíável (geralmente de 0,06 a 2g).

5 . 2 . V a n t a g e n s :

• Desintegração insta ntâne a.

• Fácil preparação e dispensação.

• Pe rmite ao prescritor variar a dosagem du ran te o trata m en -

to .

5 . 3 . D e s v a n t a g e n s :

• Fragi lidade (alta fr ia bi l id ad e) .

• Res trição de doses (devido ao pequeno tam anho é uma for-

ma farmacêutica indicada para veicular ativos uti l izados em

baixas doses).

5 . 4 . C o m p o s i ç ã o b á s i c a :

• Fármaco (princípio at ivo ).

• Di luentes: lactose (mais uti l iz ad a) , sacarose, de xtrose , man i-

tol (promove sensação agradável de frescor e sabor), fruto-

se,

  combinações de açúcares, dentre outros.

• Aglutinantes : am ido, po l ivini lpirro l ido na (PVP), goma arábi-

ca,

  gelatina, dentre outros; di luídos em álcool, água ou mis-

turas hidroalcoólicas.

• Fiavorizantes.

• Corantes.

• Conservantes.

• Ed ulcoran tes, se necessário.

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Capitulo 5 - Manipulação

5.5. Preparação:

Cálculo da quantidade requerida de base por tablete e do fa-

tor

 de

  deslocamento do ativo.

Caso o ativo empregado, pese mais que alguns poucos

  mi l i -

gramas, o seu fator de densidade (fator de deslocamento) precisa

serdeterminado conforme recomendação abaixo:

5.5.1. Cálculo da porcetagem do tab lete ocupado pelo ativo

Passo 1: Umedecer uma porção do fármaco com uma solução de

etanol 50%.

Passo  2: Preencher algumas cavidades do molde.

Passo 3: Secar os tabletes.

Passo 4: D eterm inar o peso m éd io dos tab le tes preparados com o

ativo puro.

Passo 5: D ividir a quan tidad e pre sc rita do fárm aco pe lo peso m édio

dos tabletes ob tidos som ente com os ativos (sem os dilue nte s) e

multiplicar por 100. 0 resultado obtido deste cálculo será a porcen-

tagem que o ativo irá ocupar no tablete.

Resumindo:

%

 do tablete ocupado pelo ativo = peso ativo presc rito x 100

peso médio do tabiete obtido com o at ivo puro

5 . 5 . 2 . C á l c u l o d a p o r c e n t a g e m d o t a b l e t e o c u p a d o p e l a b a s e

% do tab let e ocupado pela base = 100% -

 %

  do tablete ocupado pelo at ivo.

5.5 .3 .Cá lcu lo   d o  peso  d a  b a s e p o r t a b l e t e

Passo 1: Umedecer a base, na ausência do(s) ativo(s), com a solução

diluente (Exemplo: etanol 50%).

Passo 2: Preencher 20 cavidades do molde.

Passo 3: Secar os tabletes.

Passo 4: Determinar o peso médio dos tabletes preparados com a

base, sem o ativo.

Passo 5: Para calcular o peso da base por tablete, deve-se multipli-

car a porcentagem do tablete ocupada pela base, pelo peso médio

dos tabletes preparados com a base sem o ativo.

209

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Capitulo 5 - Manipulação

Resumindo:

Peso da base por tablete

 = %

 do tablete ocupado pela base x peso médio dos tabletes sem ativo

5 . 5 . 4 . D e t e r m i n a ç ã o d o p es o t o t a l d o t a b l e t e

Conhecendo-se o que cada tablete irá conter de ativo juntamente

com a base, pode-se dete rm inar o peso to ta l de cada ta b le te .

Peso total do tablete = peso do ativo prescrito + peso da base por tablete

5 . 5 . 6 . C á l c u l o d a q u a n t i d a d e d e c a d a i n g r e d i e n t e d a f o r m u -

l aç ão p res c r i t a :

Peso total de ativo = dose unitária do ativo x número de unidades prescritas

Peso total de base = peso da base por tablete x número

  de unidades prescritas

5 .6 . Ex emp l o de C á l c u l o :

Uma prescrição solicitou 30 tabletes.

Cada tablete contém 10mg de ativo.

0 peso do tablete contendo só o ativo é 90mg.

0 peso médio do ta b lete contendo só a base é de 70m g.

Determinar a quantidade de base requerida para cada table-

te .

Determinar a quantidade de ativo necessária para a prepara-

ção.

Determinar o peso total do tablete.

Solução:

%  do tab lete ocupado pelo ativ o: 10mg x 100 = 1 1 ,1%

90mg

%  do ta ble te ocupado pela base = 100% -  11 ,1%   = 88,9%

Peso da base por tab le te = 88,9% x 70 mg = 62 ,23mg

Peso to ta l do ta b lete = 10 mg + 62,23 mg = 72,23mg

Peso to ta l de a tivo = 10 mg x 30 unidades = 300mg

Peso total de base necessária para preparação = 62,23mg x 30 uni-

dades = 1866,9mg

210

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Capítulo 5 - Manipulação

5 .7 . Suges tão de Base

5.7.1.  Suges tão de bas e pa ra T ab l e tes Mo l dados

Lactose 60%

Amido 29,8%

Frutose .« 10%

Benzoato de sódio 0,2%

Flavorizante q.s.p.

Material utilizado:

• Gral e pis tilo

• Molde para table tes (table te iro)

• Espátula.

• Balança de precisão.

• Tamis para obtenção de pó fino ou m uito fin o .

• Papel m ante iga.

• Estufa.

• Solução alcoó lica de PVP K30 a 8%.

• Solução aquosa de ge latina 0,25%.

s

Figura 10: forma para o preparo de tabletes tr i turados.

Foto:

 PCCA - Products Catalog

Procedimento:

Passo 1: Pesar todos os componentes da formulação (após devidos

cálculos demonstrados anteriormente).

Passo 2: Tamisar os pós no tamis de malha acima de 50.

Passo 3: Transferir os pós tamisados para o   gra l ,  t r i turando e homo-

geneizando bem (ver o método de diluição geométrica).

Passo 4: Acrescentar q.s.p. da solução de PVP-K30 e um mínimo da

solução de gelatina para obter uma massa com   liga .

Passo 5: Espatular a massa sobre o tableteiro (parte perfurada) a-

  M a M l  P i ^ * ^ ^

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Capítulo 5 - Manipulação

poiando sobre uma superfície l isa e impermeável (placa de vidro, ou

verso liso da placa com pinos), pressionando a massa para o comple-

to enchimento dos furos.

Passo 6: Colocar na estufa a 50°C até secar.

Passo 7: Retirar do tableteiro com auxílio da placa com hastes.

Passo 8: Embalar e rotular.

5 .7 .2 . S u g e s tã o d e b a se p a r a Ta b le te s Mo ld a d o s ( co m ma n i -

t o l )

Manitol 9%

Açúcar de co nfeite iro 50%

Açúcar refinado 27%

Sacarina sódica 3%

Goma xantana 1%

Lactose monohidratada 10%

*Para formação da massa se utiliza a solução alcoólica a seguir:

Solução alcoólica para aglutinação

Álcool95% 75%

Água destilada 25%

Ravoriza nte (3 a 10 gts /10ml_ da solução)

Procedimento:

ídem ao da fórmula anterior, uti l izando a solução alcoólica sugerida

acima para formação da massa.

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Capitulo 5 - Manipulação

5.8. Exemplos de fo rm u la çõ e s :

5.8.1.Tabletes com  Estrogênios para Terapia de Reposição Hor-

monal (TRH)

Estriol 2mg

Estrona 0,25mg

Estradiol 0,25mg

Excipiente q. s.p 1 ta b le te

Mande tabletes.

Indicação: sintomatologia do climatério, terapia de reposição hor-

monal fem in ina .

Posologia: 1 ta b le te via sublingua l ou buc al 1x ao dia .

5.8.2. Tabletes   com  Progesterona Micronizada 100mg

Progesterona 10Omg

Excipiente q. s.p 1 ta b le te

Mande tabletes

Indicação: tratamento da sintomatologia do cl imatério, TRH, manu-

tenção da gravidez.

Posologia: a c ri té rio m éd ico .

5.9.Contro le da Qual idade:

• Aparência

• Peso

• Variação de peso

Desintegração - real izado em um béquer contendo 1 l i tro de

água com ag itado r em v elocidade moderada (1 5 a 30 m inu tos ).

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Capítulo 5 - Manipulação

5.10 . Armazenamento e ro tu lagem:

Tempera tu ra amb ien te . Ro tu la r o modo p róp r io de admin is -

t ração : sub l ingua l , buca l e mas t igáve l .

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Capitulo 5 - Manipulação

6. Excipientes, Ad juva ntes Fa rm aco técnicos e Di-

luentes

6.1. Excipiente para Formas Farmacêuticas Sólidas:

A escolha do excipiente adequado para determinada fórmu-

la,  deve se basear nas características das substâncias contidas na

fórmula, bem como, na possibilidade de interação destas substân-

cias com o ex cip ien te . 0 farm acêu tico deve escolher sempre o

 exci-

piente que não sofra qualquer tipo de interação. Devido à existência

de diversos excipien tes, constatou-se que princípios ativos id ên ti-

cos,

  quando manipulados com excipientes diferentes, têm velocida-

des de dissolução variáveis, dependendo dos excipientes utilizados

ou da concentração destes. Em certos casos, vários estudos dem ons-

traram que diferentes formulações de cápsulas e comprimidos, oca-

sionaram diferenças na biodisponibil idade que podem impedir o

efeito farmacológico. Devido a essas diferenças, é necessário   estu-

dar e estabelecer um critério sobre a uti l ização de excipientes.

6 .1 .1 .

  Lac tos e :

Dissacarídeo obtido do leite, a lactose pode ocorrer em três

formas: alfa-monohidratada, alfa-anidra e beta-anidra. A lactose

alfa-monohidratada é a mais am plam ente uti l iza da .

É um pó branco ou quase branco, ou de partículas cristalinas

branco-cremosas, inodoro e de gosto adocicado. Absorve odores.

É usado como di luente (excipiente) na farmácia, em concen-

traçòes de 65 a 85%.

É con tra-indica da para pessoas com into lerâ nc ia à lactose

(deficiência da enzima lactase), podendo gerar dores abdominais,

diarréia e flatulência nestes pacientes.

Incompatibil idades: Reage com compostos contendo grupo amino

primário, (ex.: anfetaminas e aminoácidos) resultando em produtos

de cor amarronzada, devido à condensação do t ipo Mail lard. Tam-

bém reage e produz escurecimento na presença de compostos con-

tendo arsênico e tr initrato de gl iceri la. A lactose é incompatível

com aminoácidos e anfetaminas (mazindol, anfepramona, fempro-

porex, aminofi l ina, f luoxetina, sertral ina, imipramina, amitr ipt i l ina,

clomipramina, nortr ipt i l ina, hidroxi tr iptofano e compostos relacio-

nados).

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Capítulo 5 - Manipulação

6 . 1 . 2 . T a l c o :

0 talco é um sil icato de magnésio hidratado nativo, podendo

conter uma pequena proporção de sil icato de alumínio.

É um pó cristal ino muito f ino, branco ou branco acinzentado,

untuoso, adere faci lmente à pele e é macio ao toque.

Necessita ser de ótima qualidade, pois é vulnerável a conta-

minação microbiológica. Deve ser armazenado em recipiente bem

fechado, apesar de ser um produto estável.

Na indústria farmacêutica ou em farmácias magistrais é usa-

do como excipiente para cápsulas ou comprimidos, devido ao seu

efe ito secante e lu br i f ica n te , em concentrações de 5 a 30%.

Incompatibi l idades: Incompatível com quaternários de amônio.

6 . 1 . 3 . A m i d o :

Pó fino, branco, sem sabor que deve ser estocado em lugar

apropriado para evitar a absorção de umidade. Uti l izado na indús-

tria farmacêutica e em farmácias magistrais como di luente (excipi-

ente) para ajuste de volume ou como agente desintegrante.

Não há concentração l imite para uso deste excipiente.

Incompatibil idades: Não há descrição na bibliografia de interações

de fármacos com o am ido.

6 . 1 . 4 . M a n i t o l :

É um álcool hexanidri l relacionado a manose e é isomérico

com o so rbi tol .

Granuloso ou pó cristalino, possui boa fluidez, é branco e i-

nodoro. Possui a metade do poder adoçante da sucrose e é tão doce

quanto a glucose.

Nâo é recomendado para crianças abaixo de 12 anos de ida-

de.

É usado como excipiente a uma concentração entre 10 a 90%.

É indicado, especialmente, quando se quer encapsular drogas sensí-

veis à umidade, pois é um pó não higroscópico. Recomenda-se usá-

lo associado ao estearato de magnésio (1 a  2%).

Incompatibi l idades: Complexa-se com alguns metais, como o ferro,

o alumínio e o cobre. Recomenda-se não uti l izá-lo em formulações

que contenham sais com estes metais.

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Capítulo 5 - Manipulação

6 .1 .5 . Ce lu l o se m i c r o c r i s ta l i n a :

É comercial izada pr incipalmente com o nome de Avicel®. A

celulose microcristalina é amplamente uti l izada em produtos farma-

cêuticos como diluente de comprimidos (20 a 90%) e cápsulas (20 a

90%).

 É uti l izada como agente adsorvente (20 a 90%), agente a ntia -

derente ou lubrificante (5 a 20%) e desintegrante em comprimidos

(5 a

  15%).

Incompatibil idades: A celulose microcristalina é um agente estável,

porém higroscópica. É inco m pa tível com agentes oxidantes fo rte s.

6 .1 .6 . Crosca rme lose Sód ica

  (Ac-Di-Sol

  ®):

É

 um polím ero

  cross-linked

  de carb oxim eti lcelulose sódica.

A croscarmelose sódica é empregada em formulações farma-

cêuticas como desintegrante para cápsulas (10 a 25%) e comprimi-

dos (0,5 a 5,0%)

Incompatibil idades: sorbitol (redução da eficácia desintegrante).

6 .1 .7 . Pov idona :

É um polímero sintético empregado como di luente de com-

primidos, agente aglutinante e de revestimento em concentrações

de 0,5 a 5%.

6 .1 .8 . C r o sp o v id o n a :

É um derivado

  cross-linked da povidona.

É um desintegrante para comprimidos preparados por com-

pressão di re ta . É empregada em concen trações de 2 a 5%.

6 .1 .9 . Ca u l im :

Pó branco a acinzentado, untuoso, com sabor argiloso. O

caulim ocorre naturalmente no reino mineral, correspondendo quí-

micamente ao si l icato de alumínio nativo hidratado.

O cau lim é uti lizad o como d i luen te (excipiente) em cápsulas

ecomprimidos.

Mesmo a despeito do baixo preço, o caulim deve ser uti l izado

com restrições. Caso o mesmo não seja esterilizado pode haver con-

taminação por agentes patogênicos, como

  Baciüus anthracis, Clos-

tridium tetani

  (bactéria causadora do téta no ) e outros.

Incompatibil idades: O caulim apresenta propriedades de absorção

em concentrações a partir de 7,5%. Esta propriedade pode influen-

ciar a absorção de outras drogas administradas via   o ra l .  Já foi rela-

tado que o caulim afeta a absorção das seguintes drogas: amoxacil i-

217

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Capítulo 5 - Manipulação

na,

  ampici l ina, cimetidina, l incomicina, feni toína (di feni lh idantoi-

na),

  c l indamicina, tetracicl ina, warfar ina. Portanto, não deve ser

uti l izado como excipiente destas drogas.

6 . 1 . 1 0 . A e r o s i l ® ( A d j u v a n t e F a r m a c o t é c n i c o ) :

Químicamente conhecido como síl ica coloidal ou dióxido de

si l ício coloidal, é um produto submicroscópico, branco, sem odor ou

sabor. Devido à sua higroscopia, deve ser armazenado em recipien-

tes muito bem fechados.

0 aerosi l é uti l izado como dessecante e anti-aderente para

pós higroscópicos na concentração de 0,1 a 1,0%.

Incom patibi lidades : É incom patível com preparações contendo   d ie t i -

lest i lbestrol .

6 . 1 . 1 1 .

  E s t e ar a t o d e M ag n és io (A d j u v a n t e F a r m a c o t é c n i c o ) :

Consiste principalmente de uma mistura de estearato de

magnésio e palmitato de magnésio.

É granuloso, untuoso e fino, de cor branca, inodoro ou com

leve odor de ácido esteárico e gosto característico. São grânulos de

baixa densidade que aderem faci lmente à pele.

Age como lubrif icante e antiaderente nas formulações de ex-

cipiente, nas concentrações entre 0,25 a 2,0%.

Devido à sua natureza hidrofóbica, o estearato de magnésio

pode retardar a dissolução de drogas na forma sólida, por isso, deve

usá-lo na menor concentração possível.

Incom patibi l idad es: É incom pa tível com substâncias ácidas, alca l i-

nas e sais de ferro; evitar associá-lo com materiais fortemente oxi-

dantes. Usar com precaução em drogas incompatíveis com álcalis.

6 . 1 . 1 2 . C M C - N a - C a r b o x i m e t i l c e l u l o s e S ó d i c a :

O CMC é um pó ou material granuloso, higroscópico, branco

ou levemente amarelado, inodoro e com leve sabor de papel. Pode

ser uti l izado como excipiente na manipulação de pós, aumentando o

tempo de desintegração de cápsulas e comprimidos, consequente-

mente retardando um pouco a absorção do fármaco.

Incompatibi l idade: Incompatível com goma xantana, ácidos fortes,

sais de ferro e outros metais, como o alumínio, o mercúrio e o zin-

co.

218

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Capítulo

  5 -

 Manipulação

6 .1 .1 3 . Ca r b o n a to d e cá l c i o :

Pó branco ou cristalino, inodoro e sem sabor. 0 Carbonato de

cálcio é empregado como excipiente farmacêutico para cápsulas e

comprimidos.

0 Carbonato de cálcio deve ser estocado em recipiente fe-

chado e protegido da umidade.

Incompatibil idades: 0 carbonato de cálcio é incompatível com áci-

dos e sais de amônio (ex. cloreto de amônio).

6 . 1 . 1 4 . L a u r i l S u l f a t o d e S ó d i o ( a g e n t e m o l h a n t e ) :

0 lauri l sulfato de sódio é um pó cristal ino branco, creme ou

amarelo pálido, de sabor amargo e odor de substâncias gordurosas.

É um agente surfactante, ut i l izado como agente lubr i f icante

e molhante de cápsulas e comprimidos em concentrações entre 1 a

2%. Sua uti l izaç ão em form ulaçõe s que contenha m drogas l iposso lú-

veis é

 ú t i l ,

  pois facilita a dissolução destas drogas.

Incompatibil idades: 0 lauril sulfato de sódio é incompatível com

alguns sais alcaloídicos (atropina, beladona, hiosciamina, escopola-

mina,

  quina, quinina, sul fato de quinidina, ipeca, codeina, io imbi-

na,

  v inca, vincamina, reserpina, ergotamina, ergometr ina, ergono-

vina,  d ih idroergotamina, dihidroergocr ist ina, metisergida, pi locar-

pina,

  efedra ou mahuang, efedrina, pseudoefedrina, colchicina,

cafeína, teofi l ina), sais de chumbo e sais de potássio (ex: cloreto de

potássio, aspartato de potássio, orotato de potássio, potássio quela-

to ,

  etc). 0 Lauril Sulfato de Sódio é um tensioativo aniônico, por-

tanto,

  tem carga negativa e pode interagir com fármacos com car-

gas positivas.

6 . 1 . 1 5 . D o c u s a t o s ó d i c o ( A g e n t e M o l h a n t e ) :

Também conhecido como diocti l sulfosuccinato de sódio. É

um surfactantante aniônico, u t i lizado na terapê utica como laxante

amolecedor das fezes e na farmacotécnica como agente molhante,

com o ob jet ivo de otim iza r a dissolução de fárm aco s.

0 docusato sódio é branco ou quase branco, possui sabor

amargo e odor cara cte rist ico do oc tan ol. É higroscópico e e nco ntra-

do na form a peletizada e de f locos .

Como agente molhante e desintegrante de formas farmacêu-

ticas sólidas é utilizado usualmente na concentração de 0,5%.

Incompatibil idades: É incom pa tível com e let ró l i tos .

219

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Capitulo 5 - Manipulação

6 . 1 . 1 6 . P o l i s o r b a t o s 2 0 , 6 0 , 8 0 ( A g e n t e M o l h a n t e ) :

Os produtos comerciais mais comuns à base de polisorbatos

são os tweens. Os polisorbatos são surfactantes não iônicos empre-

gados como tensioativos, agentes emulsificantes, agentes solubil i-

zantes e agentes molhantes. Podem ser empregados como agente

solubil izante para uma variedade de substâncias, incluindo óleos e

vitaminas lipossolúveis.

Como agente solubil izante é uti l izado na faixa de concentra-

ções en tre  1 a  10% e como agente m olhan te na faixa de 0,1 a 3%.

Incompatibil idades: Parabenos, fenóis, taninos e derivados do alca-

trão.

6 . 1 . 1 7 . Ó le o v e g e t a l h i d r o g e n a d o ( ó l eo h i d r o g e n a d o d e s e-

m e n t e d e a lg o d ã o ) t i p o I - L u b r i t a b

  ® :

Diluente para cápsulas e comprimidos, agente lubrif icante

(cápsulas e comprimidos) e agente aglutinante.

Aplicação:

• Diluente (excipien te): até 100%

• Lub ri ficante: 1 a 6% p /p .

Pode ser uti l izado como agente formador de matriz l ipofí l ica

para formulações de l iberação controlada.

Incompatibi l idades: incompatível com agentes oxidantes fortes.

6 . 1 . 1 8 . B i c a r b o n a t o d e s ó d i o :

Agente alcal inizante (tampão): 10 a 40%, agente terapêutico

e efervescente (25 a 50%)

Incompatibil idades: ácidos, sais ácidos, sais alcalóidicos, salici latos,

ácido bórico, alúmen e sais de bismuto.

6 . 1 . 1 9 . A c e t o f t a l a t o d e c e l u l o s e ( C A P ) :

Agente de revest imento entér ico.

Solúvel em pH maior que 6,0.

Concentrações usuais para re vestim en to en té rico: 3 a 9% do

peso do núcleo (peso da massa a ser revestida)

Para a formação de fi lme flexível e hidroresistente é neces-

sário a adição de plastifica nte s, em concentracões varíaveis de 1 a

20%.

Solubilidade em sistemas de solventes (para solução de re-

vestimento): Acetona, Acetona-Etanol (1:1) e Acetona-Água (97:3).

Plasti f icantes compatíveis: gl icerina, propi lenoglicol e

  dibu-

t i l f ta la to .

220

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Capítulo 5 - Manipulação

Incompatibi l idades: sulfato ferroso, cloreto férr ico, nitrato de pra-

ta,  ci trato de sódio, sulfato de alumínio, cloreto de cálcio, cloreto

de m ercúrio, n itra to de bário , aceta to básico de chum bo e agentes

oxidantes fortes. Potencialmente incompatível com fármacos ou

excipientes que apresentam grupos funcionais ou natureza básica.

6 .1 .2 0. C o p o l ím e ro d o ác i d o m e t a c r í l i c o / m e t a c r i l a t o d e m e -

t i l a 1 :1 (Eudrag i t® L -100 ) :

Uti l izado como formador de f i lme gastroresistente e enteros-

solúvel.

Insotúvel em ácidos diluídos e fluidos gástricos, solúvel em

soluções tamponadas e fluidos entéricos acima do pH 6,0.

Concentração usual para fi lmes gastroresistentes : 3 a 9%  do

peso do núcleo (peso da massa a ser revestida).

É necessário a adição de plastificante para melhorar a

  f lex i -

bil idade do fi lme.

Solubil idade em sistemas solventes (para solução de revesti-

mento): Acetona-Etanol (1:1), álcool isopropíl ico, acetona e etanol

e também, em misturas com até 40% de água.

Plastif icantes co m patíveis: p ol ie ti len og lico l (ex: PEG 400),

tr iacet ina e dibut i l f ta lato.

Incompatibil idades: estearato de magnésio, podem ocorrer intera-

ções em substâncias com grupos funcionais de natureza básica.

6 .1 .21 .

 Glicolato sódico de amido (Explotab®):

Desintegrante para cápsulas e comprimidos, empregado

normalmente em concentrações variadas (2 a 8%).

Incompatibil idades: ácido ascórbico.

6 .1 .2 2 . Fo s fa to d e cá l c i o d i b á s i co ( Ca HP 0

4

  2 H

2

0 ) :

Diluente de comprimidos e cápsulas (necessita uso concomi-

tante de lubrif icante e desintegrante)

Compressão direta e agente alcalizante

Incompatibi l idades: derivados da tetracicl ina, indometacina, ativos

sensíveis a pH igual ou superior a 7,3.

221

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Capitulo 5 - Manipulação

6 . 1 . 23 . Óx i d o d e m a g n é s i o ( M g O) :

Diluente de comprimidos e cápsulas, antiácido e laxante os-

mótico. Ponto de fusão alto: 2800°C - diluente para misturas eutéti-

cas.

Incompatibi l idades: drogas alcal ino-lábeis, ibuprofeno, antihistamí-

nicos,

  antibióticos e sal ici latos.

6 . 1 . 2 4 . C a r b o n a t o d e m a g n é s i o :

Diluente de comprimidos e cápsulas ( <_45%), antiácido e ad-

sorvente de umidade (0,5 a

 1,0%).

 Ponto de fusão alto.

Incompatibilidades: ácidos (dissolve-os com liberação de C0

2

)

6.2. Excipientes: Concei to, Inf luências e Categor ias

Anteriormente, conceituava-se excipiente como simples ad-

juvante, nada mais que uma substância química e farmacológica-

mente inerte. Atualmente a escolha do excipiente adequado tornou-

se fator preponderante na obtenção do efeito terapêutico, interfe-

rindo na l iberação e na estabil idade do fármaco.

De acordo com a função, podemos classificar os excipientes

como,  diluentes: aqueles que fomecem peso, consistência e   volu-

mes adequados à forma farmacêutica; e adjuvantes: aqueles que

auxil iam o fármaco a cumprir o seu papel (estabil idade, velocidade

de desintegração e dissolução).

6 . 2 . 1 .

  C a t e g o r i a s d e e x c i p i e n t e s

A. Excipientes que influenciam na estabi l idade: antioxidantes, que-

lantes, conservantes e tampões, modificadores do pH.

B. Excipientes que influenciam na absorção do fármaco: desinte-

grantes, plasti f icantes, modif icadores da l iberação, promotores da

penetração, molhantes, formadores de fi lme, agentes bioadesivos e

encapsuíantes.

6 . 2 . 2 . E x c i p ie n t e s q u e i n f l u e n c i a m a b i o d i s p o n i b i l i d a d e d o

f á r m a c o e m f o r m a s f a r m a c ê u t i c a s s ó l i d a s :

A. Diluentes: a solubi l idade do di luente influencia a velocidade de

liberação do fármaco.

B. Desintegrantes: facil i tam a desagregação, aumentam a área su-

perficial e promove a dissolução do fármaco. Depende da concen-

222

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Capítulo 5 - Manipulação

tração.

C. Tensioativos: aumentam a molhabil idade do fármaco, aumentam

a velocidade de dissolução, aumentam o contato do fármaco com

fluídos ga str intestina is.

D. Lubrif icantes: retardam a molhabil idade e a absorção de fárma-

cos.

  Sua concentração influencia a biodisponibi l idade.

6.3. Sugestões de Excipientes Especiais para Cápsulas:

6 . 3 . 1 .

  D i l u c a p : S u g e s t ã o d e E x c i p i e n t e p a d r ã o p a r a c á p s u l a s

Estearato de Magnésio 0,5%

Aerosil 1,0%

Lauril Sulfato de Sódio (LSS) 1 ,0 a 2,0%

Talco Fa rmacêutico 3%

Amido de M ilho (AMISOL) qsp 100,0%

Este excipiente deve ser uti l izado para formulações em ge-

ral,  exceto as que contiverem as seguintes substâncias:

Pentoxifi l ina: usar como excipiente HPMC (30 a 40% do volume total

da cápsula).

D ietilestiLb es trol: usar como ve ículo a lactose com 0,5% de LSS e

0,5% de es tea rato de magnésio. Não usar aero sil .

Anfepramona/diet i lpropiona: usar ta lco ou caul im farmacêutico,

com

  1%

  de estearato de magnésio e

  1%

 de ae rosi l .

Sais aicaloidicos e plantas com alcalóides (atropina, beladona, hios-

cinamina, escopolamina, homatropina, quina, quinino, sulfato de

quinidina, ipeca, codeína, io imbina, vinca, vincamina, reserpina.

ergotamina, dihidroergocr ist ina, metisergida, pi locarpina, efedra ou

mahuang,  efedr ina, pseudoefedr ina, colchicina, cafeína, teof i l ina,

sais de potássio, cioreto de potássio, aspa rtato de potássio, potás-

sio quelato): para estes fármacos usar lactose + aerosil

  1%

 + estera-

to de magnésio 1%.

Formulações de i ibe raçã o len ta : usar HPMC a 40% do volum e to ta l

da cápsula.

Formulações muito higroscópicas que demonstrem sinais de   del i -

quescência: usar m an itol 80% + talco 18% + aero sil

  1%

 + estea rato de

magnésio 0,5% + LSS 0,5 a 1,0%.

Nota: O aerosil pode ser adicionado à parte, ao Dilucap ca so seja n ecessário.

O man ipulador deve ter amplo conhecimento sobre excipientes, para a escolha daquele que

melhor se adeque à formuiação.

223

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Capítulo

  5 -

 Manipulação

6.3.2. Sugestão de Excipiente para Alprazolam

Celulose M icroc ristalina 20%

Amido 15%

Docusato de Sódio 0,5%

Aerosil 0,3%

Benzoato de Sódio 2%

Estearato de magnésio 0,25%

Lactoseqsp 61,95%

6 . 3 . 3 . S u g e s t ã o d e E x c i p i e n t e p a r a M e l o x i c a m

Citrato de sódio dih idra tado 1,0%

Celulose M icroc ristalina 20%

Estearato de magnésio 0,5%

Dióxido de silício (Aerosil) 0,2%

Lactoseqsp 100%

6.3.4.  Suges tão de Ex c i p i en te Es pec i a l pa ra D i c l o f enac o de

Sód io e de Potáss io

Estearato de magnésio 1,0%

Aerosil 0,5%

Talco farm acêu tico 3%

Amido (Amisol) 18,5%

Fosfato tric á lcic o qsp 100%

Realizar revestimento entérico.

6.3.5.

  S u g e s t ã o d e E x c i p i e n t e p a r a P e n t o x i f i l i n a

Hidroxipropüm eti lcelulose 40% (do peso to ta l do volume

ocupado na cápsula do fármaco mais o e xc ipien te).

6 . 3 . 6 . S u g e s t ã o d e E x c i p i e n t e p a r a F i n a s t e r i d a

Docusato sódico 0,5%

Hidroxipro pü m etilcelu lose (HPMC) 15,0%

Talco farm acê utico 30,0%

Am ido de m ilho (Amisol®) qsp 100,0%

6 . 3 . 7 . S u g e s t ã o d e E x c i p i e n t e p a r a S e r t r a l i n a

Lauril su lfato de sódio 1,5%

Aerosi l 1%

Amido 30%

Celulose m icroc ristalina qsp 100

224

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Capitulo  5 - Manipulação

6 .3 .8 . Suges tão de Exc ip ien te pa ra Met i l dopa (Fc

3

  =  1,18)

Bissulfito de sód io 0 ,1 %

Ácido cítr ico 1,0%

EDTA-Na2 0,1 %

Aerosil 1,0%

Explotab ® (g lico la to sód ico de am ido ) 1,5%

Alfa-metildopa Sesquihidra tada qsp 100%

6.3.9. Sugestão de Excipiente para Amlodipina Besilato

Fosfato de cá lcio dibás ico 40%

Glicolato sód ico de am ido 2,0

Amido 30%

Estearato de magnésio

  1 %

Celulose m icro cr is ta lina qsp 100g

6 .3 .10 . Suges tão de Exc ip ien te pa ra Ena lap r i l

Estearato de magnésio 1%

Dióxido de silício co lo ida l (Aerosil ®) 1%

Lactose qsp 200mg

6 .3 .11 .

  S u g e s t ã o d e E x c i p i e n t e p a r a I n i b i d o r e s d a E C A , e x -

ceto Enalapril

Bissulfito de sódio 0 ,1 %

Fosfato de cá lcio 30%

Manitol 30%

Estearato de magnésio

  1 %

Amidoqsp 100%

6 . 3 . 1 2 . S u g e s t ã o d e E x c i p i e n t e V e n l a f a x i n a

Celulose m icrocr ista lina 20%

Explomido (G lico lato sódico de am ido) 3%

Estearato de magnésio  1 %

Lactose 100%

Fc = Fator de correc ão da diluição e do ativo

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Capítulo

  5 -

 Manipulação

6 . 3 . 1 3 . Su g es tão d e E x c i p i e n t e D i e t i l e s t i l b e s t r o l

Lau ril su lfato de sódio 0,5%

Estearato de magnésio 0,5%

Lactoseqsp 100%

6.3.14.  Suges tão de Exc ip ien te pa ra Sa is A lca ló id i cos e Sa is

de Potáss io

Aerosi l 1%

Estearato de magnésio

  1 %

Lactoseqsp 100%

6.3.15.

  S u g e s tã o d e E xc i p i e n te p a r a L o va s ta t i n a , P r a va s ta -

t i n a e S in va s ta t i n a

Butil hid rox i anisol 0,02%

Manitol 30

Estearato de magnésio

  1 %

Dilucap qsp 100%

6 .3 .1 6 . S u g e s tã o d e E xc i p i e n te p a r a E s t r ó g e n o s Co n ju g a d o s

Fosfato de cá lcio tribá sico 40%

Su lfato de cálcio 2 H20 10%

Estearato de magnésio 1%

HPMC 20%

Lau ril sulfato de sódio 1%

Lactoseqsp 100%

6 . 3 . 1 7 . S u g e s t ã o d e e x c i p i e n t e p a r a o C l o r a z e p a t o d e P o -

táss io

Aerosi l 1%

Estearato de magnésio 1%

Óxido de magnésio 10%

HPMC 40%

Talcoqsp 100%

6 . 3 . 1 8 . S u g e s t ã o d e E x c i p i e n t e p a r a G e n f i b r o z i l a

Tra tar com polisorbato 80 (tween ®8 0) 1 %.

226

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Capítu lo

 5 Manipulação

6.3.19. Sugestão de Excipiente para Cloridrato de Fluoxeti

na

Celu lose microcr is ta l ina

  20%

Estearato

 de

  m agnés io

  0,5%

Talco

  3%

Simeticone

 pó 2%

Amidoqsp

  100%

6.3.20. Sugestão de Excipiente para Risperidona

Lauri l su lfa to

 de

 sód io

  1%

Aerosil

  1%

HPMC

  30%

Estearato

 de

 m agnés io

  0,5%

Celutose m icro cr is ta l ina

  15%

Amido

  20%

Lactoseqsp

  100%

6.3.21.

  Sugestão de Excipiente para Oxandrolona

HPMC

  40%

Di lucapqsp

  100%

6.3.22. Sugestão de Excipiente e Diluente para T3 e T4

Celu lose microcr is ta l ina

  3,6%

CMC

  3,6%

Talco 3,6

Ácido cí t r ico

  2%

Estearato

 de

 magnés io

  0,7%

Amido

 de

 m i l h o

  12,6%

Fosfato

 de

 cá lc io d ibá s ico

  qsp 100%

6.3.23. Sugestão de Excipiente para Levofloxacina

HPMC

  30%

Celu lose m ic ro c r is ta l in a

  20%

Estearato

 de

 magnés io

  0,5%

T w e e n 8 0

  2%

Ta lcoqsp

  100%

227

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Capítulo 5 - Manipulação

6 . 3 . 2 4 . S u g e s t ã o d e E x c i p i e n t e p a r a T i b o l o n a

Amido 10%

Estearato de magnésio 0,5%

Palm itato de ascorbila 0,2%

Lactoseqsp 100%

6 .3 .2 5 . S u g e s tã o d e E xc i p i e n te p a r a L - Ca r n i t i n a

L-Carnitina 250mg

Óxido de Magnésio 1 00mg

Aerosil 5mg

Estearato de Magnésio 5mg

Av icel PH 101 qsp 500mg

6 .3 .2 6 . S u g e s tã o d e E xc i p i e n te p a r a cá p su la ( g e r a l )

Am ido de m ilho 96 partes

Talco farm acê utico 3 partes

Estearato de magnésio 1 pa rte

6.4 . Exc ip ientes que podem ser ut i l izados para aumen-

tar a estabi l idade de mis turas eutét icas

6 . 4 . 1 .

  Efetivos:

Carbonato de magnésio, caolim e óxido de magnésio leve.

6 . 4 . 2 . M e n o s e f e t i v o s :

Óxido de magnésio pesado, fosfato de cálcio tribásico e síl ica

gel.

6 . 4 . 3 . R e l a t i v a m e n t e i n e f e t i v o s :

Talco, lactosee amido

228

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Capitulo 5 - Manipulação

6.5. Agentes M olhantes (Su rfactantes) ut i l iza do s em

cápsulas e comprimidos:

São adjuvantes farmacotécnicos, empregados em formula-

ções  farmacêuticas sól idas, com objetivo de faci l i tar o contato com

os fluidos ga stro intestina is, facilita ndo a molhagem neste meio a-

quoso e conseqüentemente, favorecendo a dissolução e otimizando

a  absorção. Sua adição no excipiente de fármacos pouco solúveis e

hidrofóbicos é importante para a biodisponibilidade destes.

São empregados em formas sólidas, tensioativos aniônicos e

não-iônicos:

Tensioativos aniônicos: lauri l sulfato de sódio, diocti lsulfo-

succinato de sódio (docusato sódico).

Tensioativos não-iônicos: polisorbato 80, 20, 60; lecitina de

soja.

0 agente molhante não deve interagir com o fármaco. Tensi-

oativos aniônicos podem ser incompatíveis com fármacos catiônicos,

devendo-se optar nestes casos pelo tensioativo não-iônico.

6.6. Agentes A lca l iniz ante s:

São util izados em formas farmacêuticas sólidas de uso oral

com o ob jetivo de :

• Evitar a hid rólise ácida no estômago

• Reduzir os efe itos ga stro irritante s do fármaco

• Aumentar a biodisponibi lidade do fárm aco , otimizando sua

dissolução.

6.6 .1 .  A g e n t es al c a l i n i z a n t e s m a is e m p r e g a d o s :

• Fosfatos alca linos

• Carbonato de cá lcio

• C itrato de sódio

• Bicarbonato de sódio

• G licinato de alum ínio

229

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Capítulo 5 - Manipulação

6.7 . Ant iox idantes

6 . 7 . 1 .  Oxidação:

Processo que leva à decomposição de uma matéria-prima,

com perda de sua função. A

  luz,

  o ar, o calor, os contaminantes do

meio (catalisadores ->metais pesados) e o pH do meio são os  inici-

antes deste tipo de reação. 0 mecanismo de oxidação inicia-se com

a formação do que chamamos radicais livres.

6 . 7 . 2 A n t i o x i d a n t e s :

São substâncias que preservam a formulação de qualquer

processo oxidativo. São capazes de inibir a deterioração oxidativa

(destruição por ação do oxigênio) de produtos fármaco-cosméticos,

com conseqüente desenvolvimento de ranço oxidativo em óleos e

gorduras ou inativação de medicamentos.

A. Antioxidantes que atuam interrompendo as cadeias de radicais

livres formadas (antioxidantes verdadeiros):

• BHA

• BHT

• Alfa-to cofe rol (vit.E )

• Prop il galato

B. Atuam sofrendo oxidacão (agentes redutores):

• Metab issulfito de sódio

• Bissulfito de sódio

• Ácido ascórbico (vit.C )

• Pa lmitato de ascorbila

C. Antioxidantes que atuam por mecanismos preventivos (antioxi-

dantes sinerojstas):

• Ácido cít rico

• Ácido eti len od iam inote tracético (EDTA)

• Cisteína

• Glutation

• Metionina

230

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Capítulo 5 - Manipulação

6.7.3. Uso ad eq u ad o de an t i o x id an tes :

A. Antioxidantes para Sistemas Aquosos:

• Ácido ascórbico

• Metabissulfito de sódio

• Tiossu lfato de sódio

• Cloridrato de cisteína

B,  Antioxidantes para Sistemas Oleosos:

• BHT

• BHA

• Alfa-tocoferol

• Ascorbil pa lm itato

• Propilgalato

6 .7 .4 . An t i ox idan tes pa ra S i s temas Aquosos :

A. Ácido Ascórbico: Pó cris talino branco ou lige iram en te am are lado ,

inodoro. Escurece gradualmente quando exposto à luz. Razoavel-

mente estável no estado seco, mas oxida em solução.

Solubil idade: 1 g/3m l de água, 1 g/30 m l de álcoo l .

Concentração antioxidante efetiva: 0,05 a 3,0%

B. Bissulfito de Sódio (NaHS03): Pó ou cristais brancos ou branco-

amarelados. Com odor característico de dióxido sulfúrico, sabor

desagradável, instável no ar, perdendo S02 e gradualmente oxidan-

do para su lfa to .

Solubil idade: 1g/4ml de água, 1g/70ml de álcool

Concentrações efet ivas: 0,1%

C. Metab issu lfito de sódio (Na gSgOgl: Pó branco ou cris tais incolo res

com um odor sulfuroso, sabor ácído e salino. Oxida lentamente a

sulfato quando exposto ao ar e à umidade.

Concentrações efetivas: 0,02 a 1,0%

Nota:

  Os

 sutfitos são conhecidos por causa r alerçia.

231

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Capitulo 5 - Manipulação

D. Tiossulfato de sódio (Na?S?0j.5H

z

Q): Pó cristalino ou cristais inco-

lores grandes. E eflorescen te no ar seco em tem peratura s acima de

33°C e levemente deliquescente em ar úmido. Soluções aquosas são

neutras ou levem ente a lcal inas .

Solubi l idade: 1g/0,5ml de água, insolúvel em álcool.

Concentração efetiva: 0,05%

6 . 7 . 5 . A n t i o x i d a n t e s p a r a S i s t e m a s O l e o s o s :

A. Ascorbil Palmitato: Pó branco ou branco-amarelado com odor

característico.

Solubil idade: Muito levemente solúvel em água e em óleos

vegetais; solúvel em álcool.

Concentração efetiva: 0,01 a 0,2%

B. Butilhidroxianisol (BHA): Cera sólida branca ou branca-

amarelada, com fraco odor.

Solubi l idade: Insolúvel em água, faci lmente solúvel em álco-

ol e propi lenoglicol .

Concentrações efetivas: 0,005 a 0,01%

C. Butilhidroxitoiueno (BHT): Sólido cristalino branco com um fraco

odor.

Solubi lidade: Insolúvel em água e em p rop ileno glico l,

  facil-

mente solúvel em álcool.

Concentração efetiva: 0,03 a  0,1%

D. Propilqalato: Pó cristalino branco, com odor muito leve.

Solubil idade: Levemente solúvel em água e levemente

  solú-

vel em álcool .

Concentração efetiva: 0,005 a 0,15%.

E. Aifa-tocoferol (VIT.E): Óleo viscoso, claro, amarelo ou amarelo-

esverdeado. Praticamen te ino doro , instáv el à luz e ao ar.

Solubil idade: Insolúvel em água, solúvel em álcool, miscível

com acetona e óleos vegetais.

Concentração efetiva: 0,05 a 2%

232

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Capítulo 5 - Manipulação

6.8. Lubri f icantes, Ant iaderentes e Desl izantes

Promovem o escoamento de pós e granulados por redução da

fricção das partícu las.

• Estearato de magnésio.

• Estearato de cá lcio .

• Ácido es teá rico.

• Talco (5%).

• A m ido de m üh o (5 a 10%)

• Sílica co loida l (Ae rosil® ).

6.9. Diluições

Alguns fármacos são muito potentes e são util izados em pe-

quenas doses. Para maior segurança na pesagem destes fármacos

deve-se dilui-los de tal forma que a dosagem seja de fácil pesagem

e os  riscos de sobredose sejam minimizados em caso de algum equí-

voco neste proc ed im en to.

6.9.1 .  R e l aç ão dos F á rmac os que dev em s e r d i l u í dos

Tabela 24: Relação dos Fármacos que devem ser diluídos

I F ÁRM ACO

Ácido Fólico

Alprazolam

Bendrof lumet iaz ida

Betametazona

Biotina

Biperideno

Bromazepam

Bumetamida

Buspirona

Cetot i feno

Clonazepam

Clonidina

Cloxazolam

DILUIÇÃO

1:100

1:10

1:10

1:100

1:10

1:10

1:10

1:100

1:10

1:10

1:10

1:100

1:10

DILUENTES

(suges tões - opções )

Lactose, Ta lco ou Am ido

Lactose, Talco ou Am ido

Lactose, Talco ou Am ido

Lactose, Talco ou Am ido

Lactose, Talco ou Am ido

Lactose, Talco ou Am ido

Lactose, Talco ou Am ido

Lactose, Talco ou Am ido

Lactose, Talco ou Am ido

Lactose, Talco ou Am ido

Lactose, Talco ou Am ido

Lactose, Ta lco ou Am ido

Lactose, Talco ou Am ido

233

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Capitulo 5 - Manipulação

Continuação Tabela 24

FARMACO

Cobamamida

(coenz ima B12)

Dex t ro t i r ox ina

Diazepam

D ie t i l e s t i l b e s t r o l

Dig i tox ina

Digoxina

D ih id roe rgoc r i s t i na

E r g o t a m in a t a r t a r a t o

Estanozo lo l

Estriol

Et in i l es t rad io l

F inaster ida

F lud roco r t i sona

F lu fenaz ina

H id roco r t i sona

lo imb ina

L-deprenil

Lope ram ida

Lo ra tad ina

Lo razepam

Maz indo l

M e lo x i c a m

M e t i l b r o m e t o d e h o m a -

t r o p i n a

M e t i l p r e d n i s o l o n a

M e t o t r e x a t o

N o r e s t i t e r o n a

Oxand ro lona

Predn iso lona

Reserp ina

Sa lb u t a m o l

S im e t i c o n e

T3

DILUIÇAO

1 :10

1 :10

1 :10

1 :10

1 :100

1 :100

1:10

1 :100

1:10

1 :10

1 :100

1 :10

1 :100

1 :10

1 :10

1 :10

1 :10

1 :10

1 :10

1 :10

1 :100

1 :100

1 :10

1:10

1 :10

1 :10

1 :10

1 :10

1 :100

1 :100

1:2 (50%)

1:1000

DILUENTES

(suges tões   -  o p ç õ e s )

Talco, Am ido ou M anitol

Lactose, Talco ou Am ido

Lactose, Talco ou Am ido

Lactose, Talco ou Am ido

Talco

Lactose, Talco ou Am ido

Lactose, Talco ou Am ido

Talco ou Amido

Lactose, Talco ou Am ido

Lactose, Talco ou Am ido

Lactose, Talco ou Am ido

Lactose, Talco ou Am ido

Lactose ou Talco

Talco ou Amido

Lactose, Talco ou Am ido

Lactose, Talco ou Am ido

Talco ou Amido

Talco ou Amido

Lactose, Talco ou Amido

Lactose, Talco ou Am ido

Talco ou Amido

Lactose, Talco ou Am ido

Lactose, Talco ou Am ido

Lactose, Talco ou Am ido

Lactose, Talco ou Am ido

Lactose, Talco ou Am ido

Lactose, Talco ou Am ido

Lactose, Talco ou Am ido

Lactose, Talco ou Am ido

Lactose, Talco ou Am ido

Hidróxido de aluminio +

Carbonato magnésio

Lactose, Talco ou Am ido

234

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Capi tu lo

  5 -

  Manipulação

Continuaçõo  Tabela 24

FARMACO

T4

Tizanidina

Triac

Trifluoperazina

Vit. B12

Vitamina K

DILUIÇAO

1:1000

1 :10

1 :100

1 :10

1 :100

1 :100

DILUENTES

( s u g e s t õ e s - o p ç õ e s )

Lactose , Ta lco ou Am ido

Lactose , Talco ou Am ido

Lactose, T alco ou Am ido

Talco ou Amido

Lactose, Talco ou Am ido

Lactose, Talco ou Am ido

Obs:

 Não  constam nesta lista, matérías-primas diluídas de fábrica que no entanto, necessi-

tam de fatores de correçõo (ex: Betacaroteno 10% ).

6.9 .2 . Técn icas de D i lu i ção

Materiat Utilizado

Tamis

Gral(2)

Pistilo (2)

Papel man teiga

Saco plástico

Espátula de plástico

Frasco âmbar (para armazenamento de matéria-prima).

A. Diluicão Geom étrica (1 :1 00 OU 1%)

1g  do fármaco + 99 g de dilu en te (exc ipiente)

Pesar 1g do fármaco, colocando-o em um gral de porcelana.

Pesar entre 0,1 a 0,5% de corante alimentício sólido ou  v i ta -

mina B2, em relação ao peso total da diluição, adicionando-o ao

fármaco no

  gral .

Tritura-se o corante (com algumas gotas de água), misturan-

do-o posteriormente também ao fármaco a ser di luído.

Adicionar 1g do diluente no   gra l ,  misturá- lo bem com o fár-

maco e o co ra nte .

Adicionar 2g do di luente no  g ra l ;  misturar bem, observando a

homogeneização pelo corante.

Adicionar 4g do diluente no gral misturando bem e assim su-

cessivamente, 8g - 16g - 32g até completar as 100g da diluição.

235

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Capitulo 5 - Manipulação

Efetuar a tamisação do "pó" com pisti lo, pressionando o pó

contra o tamis em movimentos circulares e de "vai e vem" até o

esgotamento do pó sobre o tamis.

Transferir o pó depositado no suporte para um novo gral l im-

po e sanitizado.

Misturar o pó no gral com pisti lo, revolvendo o pó no fundo e

laterais do  gral ,  bem como no pisti lo com a espátula de plástico.

Transferir o pó do gral para um saco plástico inerte, enchen-

do-o com ar (não soprar), agitando-o bem.

Analisar visualmente a homogeneização do pó, caso não te-

nha pontos brancos, a diluição estará completa, caso contrário vol-

tar ao passo 8 repetindo as operações seguintes.

Embalar e armazenar o produto em frasco de vidro âmbar

(adequado para armazenamento de matérias-primas, protegido do

calor, devidamente identi f icado com a especif icação da di luição

realizada, bem como o fator de correção a ser aplicado).

B. Diluicão Geométrica (1:10 OU 10%)

Segue o mesmo procedimento anterior, com a diferença que

neste caso, considera-se 1g do fdrmaco + 9 g do   diluente,  descon-

tando-se a quantidade de corante uti l izado do di luente.

C. DiLuicão Geométrica (1:500)

Segue o mesmo procedimento descrito anteriormente, com a

diferença que neste caso, considera-se

  1%

  do fármaco +

  499%

 

diluente,  descontando-se a qua ntidade de co ran te uti l iza do do  di lu-

ente.

E. Diluição Geométrica (1:1000)

Segue o mesmo procedimento descrito anteriormente, com a

diferença que neste caso, considera-se 7g   do fármaco +

  999%

  do

diluente,  descontando-se a qua ntidade de cora nte u ti l iza do do

 diLu-

ente.

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Capítulo 5 - Manipulação

6.9.3. Diluições Especiais

A,

 Diluição de Substância na Forma Oleosa

Óleo de S im et ico ne

1. Simeticone 100% DC*A M ed ical

(não hidrossolúvel)

2.

 Hidróxido de Alumínio

3. Carbonato de Magnésio

4.

 Aerosil

1.000 G

500 G

500 G

q.s.

Procedimento

Passo 1: Misturar o Hidróxido de Alumínio e o Carbonato de Magné-

sio

 em

 um  gral.

Passo 2: Adicionar o óleo de sim etico ne aos poucos, mexendo sem -

pre.

Passo 3: Passar por um tam is a m is tu ra , acrescentando o Aeros il na

passagem.

N0TA:  Os simetkones utilizados para formulações liquidas são simeticones  30%  (DCX Medical

Emulsion,

  DCC 7-9245  Em ulsion). Ambos são hidrossotúveis.

B. Diluição da Anfepram ona HCl (D ieti lpropiona )

-Tratamento Especial Fc = 1.13

A anfepramona HCl é uma substância de natureza muito hi-

groscópica, necessitando de um tratamento prévio à sua pesagem e

encapsulação, prevenindo assim futuros problemas com umidade

nas cápsulas. Portanto, devemos realizar a seguinte diluição:

ANFEPRAMONA HCl

D.L. ACIDO TARTARICO

AEROSIL

100g

3g

10g

Procedimento:

Passo 1: Pesar o DL-Ácido tartárico em um pedaço de papel mantei-

ga e verter para um g ral de porcelana. T ri tu rá -lo m uito bem e re-

servar;

Passo 2: Tarar um saco plástico na balança, pesar o aerosil e logo

em seguida o clo rid ra to de anfep ram ona .

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Capitulo 5 - Manipulação

Passo 3: Retirar o saco plástico da balança, encher de ar (não so-

prar),

  fechar e homogeneizar bem.

Passo 4: Transferir aos poucos esta mistura do saco plástico (aerosil

+ anfepramona) no gral de p orcelana, onde está o DL ácido tar tár ico

e misturar muito bem com o pisti lo.

Passo 5: Depois que todo o "pó" estiver no gral de porcelana e bem

misturado, efetuar a tamisação do "pó" com pisti lo, pressionando o

pó contra o tamis em movimentos circulares e de "vai e vem" até o

esgotamento do pó sobre o tamis.

Passo 6: Transferir o pó depositado no suporte para o gral de porce-

lana.

Passo 7: Misturar o pó no gral com pistilo, revolvendo o pó aderido

no fundo e nas laterais do gral e no pistilo com a espátula de plásti-

co.

Passo 8: Transferir o pó do gral para o mesmo saco plástico (previa-

mente tarado), onde estava o aerosil e anfepramona para a pesa-

gem

  f inal .

Passo 9: Cada tratamento especial (diluição) feito com a anfepra-

mona H Q , deve seguir o rela tór io de diluição da anfepramona HCl,

conforme modelo em anexo.

Passo 10: Embalar a anfepramona diluída em frasco de vidro âmbar,

protegido do calor, devidamente identi f icado com indicação do fa-

tor de correção 1,13. A anfepramona diluída pode também ser ar-

mazenada em saco plástico escuro.

MODELO DO RELATÓRIO DE DILUIÇÃO DA ANFEPRAMONA HCI:

Anfepramona HCl g

D.L. Ácido Ta rtárico g

Aerosil g

Fornecedor:

Lote:

Validade:

Fabricação:

Peso

  f inal:

Assinatura do responsável pela diluição:

Assinatura do farmacêutico responsável:

D a t a : . . . . /

  /

238

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Capitulo 5 - Manipulação

Processo de Manipulação - Líquidos e Semi-Sólidos

Neste laboratório são manipuladas as seguintes formas far-

macêuticas: Líquidas  (soluções, xaropes, elixires, suspensões, emul-

sões,

  tinturas e extratos fluidos),  Pastosas  (pomadas, cremes, pas-

tas,

  ceratos, Unimentos, unguentos, loções e gêis),  Sólidas  (suposi-

tórios e óvulos).

7. Noções Básicas de Farmacotécnica

7.1.  Farmacotécnica (Definição)

É a parte da ciência farm ac êu tica que tra ta da preparação

de medicamentos, ou seja , da transform açã o de drogas (matérias -

primas) em medicamentos; estuda o preparo, a purif icação, as in-

compatibil idades físicas e químicas e a escolha da forma farmacêu-

tica (xarope, solução, suspensão, cápsula, etc) mais adequada à

finalidade pretendida.

7.2. Bibliografia Básica

• Farmacopéias: Bras i leira, Européia, Am ericana e B ri tânica .

• Tecnologia Farm acêu tica 3 volumes (Prista).

• Mart indale.

• Manual de Te rapêu tica Derm atológica e Cosm etologia (Pris-

ta) .

• Noções de Farmácia Ga lênica (A. Le H ir)

• Incompa tibilidades Medicamentosas (Virgil io Lucas).

• Form ulário Médico Fa rmacêutico (Virgíl io Lucas).

• Farmaco técnica (Helou).

• Merck Index.

• The A rt , & Science and Technology of Pharm aceu tical Com-

pounding (Loyd Allen Jr.)

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Capítulo 5 - Manipulação

7 . 3 . C o m p o s i ç ã o d e u m a F ó r m u l a

Princípio(s) ativo(s): responsável pela ação farmacológica.

Coadjuvantes técnicos ou adjuvantes farmacotécnicos: substâncias

em geral inertes, cuja função é estabi l izar a fórmula em nível quí-

mico,

  f ísico ou microbiológico.

Veículo (líquido) ou excipiente (sólido ou semi-sólido): parte da

fórm ula na qua l são misturados os princípios ativos .

7 . 4 . C o a d j u v a n t e s T é c n i c o s

7 . 4 . 1 .

  Agentes Acid i f icantes:

Usados em preparações líquidas para acidificar o meio com o

objet ivo de fornecer estabi l idade ao produto.

Ex.: ácido acético, ácido cítr ico, ácido fumárico, ácido clorídrico,

e tc .

7 . 4 . 2 . A g e n t e s A l c a l i n i z a n t e s :

Usados em preparações líquidas para alcalinizar o meio com

o objetivo de fornecer estabi l idade ao produto.

Ex.: hidróxido de sódio, hidróxido de potássio, solução de amônia,

dietanolamina, monoetanolamina, borato de sódio (bórax), tr ietano-

lamina, carbonato de amônio, etc.

7 . 4 . 3 . A d s o r v e n t e :

Agente capaz de adsorver outras moléculas em sua superfície

por ação química ou física.

Ex.: carvão ativado e celulose pó.

7 . 4 . 4 . P r o p e l e n t e ( A e r o s o l ) :

Agente responsável pelo desenvolvimento de pressão em um

frasco aerosol, permitindo a expelição do produto quando a válvula

é acionada.

Ex.: dióxido de carbono (C0

2

) , d ic lorodi f luorometano, d ic lorotetra-

f luoroetano e t r ic loromonof luorometano.

240

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Capítulo  5 - Manipulação

7 .4 .5 . Des incorporan te de Ar :

Agente empregado para desincorporar ar em um recipiente

fechado ou formulação com o objetivo de aumentar a estabil idade

do produto.

Ex.: Nitrogênio (N

2

).

7 .4 .6 . Conservan tes An t i -Fúng icos :

São usados em preparações líquidas e semi-sólidas (cremes,

pomadas, etc) para prevenir o crescimento fúngico. A efetividade

dos  parabenos é normalmente aumentada quando eles são uti l izados

em combinação.

Ex.: ácido benzóico, bu ti lpa rabeno, eti lpa rab en o, m eti lparabeno

(nipagin), propilparabeno (nipazol) e propionato de sódio.

7 . 4 . 7 . C o n s e r v a n t e A n t i m i c r o b i a n o :

São usados em preparações líquidas e semi-sólidas para a

prevenção de m icroorgan ismos (ba cté rias ).

Ex.: cloreto de benzalcônio, cloreto de benzetônio, álcool benzíl ico,

clorobutanol, fen ol , ni t ra to fen i lme rcúrico , tim ero so l , etc .

7 .4 .8 . An t i ox i dan te :

Agente que inibe a oxidação, sendo uti l izados para prevenir

a  deterioração de preparações por processos oxidativos.

Ex.: ácido ascórbico, asc orb il pa lm ita to , BHA (b u ti l hid rox ian isol),

BHT (buti l hidroxitolueno), propitgalato, ascorbato de sódio, bissul-

fito de sódio e m eta biss ulfito de sódio.

7 . 4 . 9 . A g e n t e T a m p ã o :

Usado para fornecer à formulação, resistência contra mu-

danças de pH em casos de diluição ou adição de substância de cará-

ter ácido ou básico.

Ex.: ci trato de sódio anidro e dihidratado, metafosfato de potássio,

fosfato de potássio, acetato de sódio monobásico, tampão citrato,

tampão borato, tampão fosfato.

7 . 4 . 1 0 . A g e n t e Q u e l a n t e ( S e q u e s t r a n t e ) :

Substância que forma complexo estável (quelato) com me-

tais.  Os agentes quelantes são util izados em algumas preparações

líquidas como estabilizantes para complexar metais pesados, os

quais podem promover instabi l idade em formulações.

Ex.: EDTA dissód ico, EDTA tetrassódico e ácido edé tic o .

241

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Capítulo 5 - Manipulação

7 . 4 . 1 1 .

  Corantes:

Usados para dar cor às preparações farmacèuticas líquidas e

sólidas. Deve-se consultar a l ista de corantes permitidos, bem co-

mo,

  a adequação de corantes alimentícios ou não. Sabe-se que al-

guns corantes al imentícios permitidos como o amarelo de tartrazina

e o vermelho, podem causar manifestações alérgicas e sintomas de

intolerância gastrointestinal em pacientes sensíveis, isto acontece

principalmente com a ingestão de cápsulas coloridas com algum

destes corantes, neste caso, usar cápsulas incolores ou brancas.

7 . 4 . 1 2 . A g e n t e C l a r i f i c a n t e :

Usado como auxil iar na fi l tragem devido a suas propriedades

adsorventes.

Ex.: bentoni ta.

7 . 4 . 1 3 . A g e n t e E m u l s i f i c a n t e :

Usado para promover ou manter a dispersão finamente sub-

dividida em partículas de um líquido em um veículo no qual ele é

imiscível .

  0 produto final pode ser uma emulsão líquida ou emulsão

semi-sól ida (ex.: creme).

Ex.: acácia, álcool cetí l ico, monoestearato de gl iceri la, monooleato

de sorb i tan, e tc .

7 . 4 . 1 4 . A g e n t e d e R e v e s t i m e n t o :

Usado com o objetivo de formar uma fina camada com o

propósito de revestir a substância ou a formulação para adequar a

sua a dm inistraçã o.

Ex.: gelatina e acetoftalato de celulose.

7 . 4 . 1 5 . F l a v o r í z a n t e s :

Usados para fomecer sabor agradável e, também odor para

as preparações farm acê uticas.

Ex.: vanil ina, mentol, óleo de laranja, óleo de canela, óleo de anis,

óleo de menta, cacau e etc.

7 . 4 . 1 6 . U m e c t a n t e s :

Usados para prevenir o ressecamento de preparações, princi-

palmente, pomadas e cremes, através de sua propriedade de reter

água.

Ex.: gl icerina, propi lenoglicol e sorbitol .

242

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Capitulo 5 - Manipulação

7.4.17. Agente Levigante:

Um líquido usado como agente faci l i tador na redução das

partículas de uma droga em pó com trituração concomitante com

pistilo em um

 gral .

  Ex. : gl icerina e óleo mineral .

7.4.18. Base para  Pomada:

Excipiente semi-sólido no qual princípios ativos podem ser

incorporados no preparo de pomadas farmacêuticas.

Ex.: lanolina, pomada hidrofíl ica, pomada de polietinoglicol (PEG),

vaselina e un ige l.

7.4 .19 . So lvente :

Agente usado para dissolver outra substância farmacêutica

ou  droga na preparação de uma solução. 0 solvente pode ser aquoso

ou não-aquoso com o óleos. Co -solventes, ta l com o água e álco ol

(hidroalcoólico) e água e glicerina, podem ser util izados quando

necessário. Os solventes precisam ser estéreis quando util izados em

preparações estéreis (ex.: colírios).

7 .4 .20 . Agen te de Cons i s tênc ia :

Usados para aumentar a consistência e a dureza de prepara-

ções farma cêuticas, como cremes e pom adas.

Ex.: álcool cetí l ico, parafina, álcool estearí l ico, cera branca e ama-

rela e ésteres ce til ic os .

7.4.21.  Base para Supositórios:

Usado como um excipiente para incorporação de substâncias

medicamentosas na preparação de supositórios.

Ex.: manteiga de cacau e po l iet i leno gl ic ol (m istura).

7 . 4 . 2 2 . S u r f a c t a n t e s ( A g e n t e s T e n s i o a t i v o s ) :

Substâncias que reduzem a tensão superficial. Podem ser u-

sadas como agentes m olhan tes, de terge ntes e em ulsif ican tes.

Ex.: cloreto de benzalcônio, polisorbato 80 (Tween 80), lauri l sulfa-

to de sódio e e tc .

7 .4 .23 . Agen tes Sus pens o res :

Agente doador de viscosidade, uti l izado para reduzir a velo-

cidade de sedimentação de partículas (drogas) dispersadas em um

veículo no qual elas não são solúveis. As suspensões podem ser for-

muladas para uso  o ra l ,  of tálmico, tópico, parenteral ou outras vias

243

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Capítulo 5 - Manipulação

de administração.

Ex.: ágar, bentonita, carbômero (carbopol), carboximeticelulose

sódica (CMC-Na), hidroxieti lcelulose (natrosol), hidroxipropil celulo-

se,

  h idroxipropi l meti lcelulose, caol im, meti lcelulose, goma adra-

ganta,

  veegum, etc .

7 . 4 . 2 4 . A g e n t e E d u l c o r a n t e :

Usado para adoçar (edulcorar) uma preparação farmacêuti-

ca.

Ex.: aspartame, acesulfame, dextrose (gl icose), gl icerina, manitol,

sorbi to l ,  sacarina sódica, ciclamato sódico, açúcar.

7 . 4 . 2 5 . A g e n t e A n t i a d e r e n t e (L u b r i f i c a n t e ) :

Agentes que previnem a aderência do produto nas punções

da máquina de comprimir durante a produção. Promove um desli-

zamento fáci l da fórmula, otimizando o processo.

Ex.: Estearato de magnésio e lauril sulfato de sódio.

7 . 4 . 2 6 . A g e n t e A g l u t i n a n t e :

Substâncias utilizadas para produzir adesão de partículas de

pó no processo de granulação.

Ex.: acácia, ácido algínico, carboximeti lcelulose, eti lcelulose, gela-

t ina,

  solução de glicose, metilcelulose, povidona e amido pré-

gelatinizado.

7 . 4 . 2 7 . A g e n tes d e T o n i c i d a d e (Is o t o n i z an t e s ) :

Usados para formar uma solução com características osmóti-

cas semelhantes aos fluidos fisiológicos. Formulações de uso

  o f tá l -

mico,

  parenteral ( injetável) e f luidos de irr igação são exemplos de

preparações farmacêuticas nas quais a tonicidade deve ser conside-

rada.

Ex.: cloreto de sódio (NaCl) e dextrose.

7 . 4 . 2 8 . V e í c u l o :

É um agente transportador para uma substância farmacêuti-

ca.

  É uti l izado em uma variedade de formulaçõe s líquidas para uso

oral,

  parenteral ou tópico.

Ex.:

  Veiculos flavorizantes/edulcorantes:

  xarope de ce re ja, xarope

de cacau, xarope simples e xarope de laranja;

  Veículos oleaginosos:

óleo de milho, óleo mineral, óleo de amendoim e óleo de gergelim;

Veiculos estéreis:

  solução fisiológica estéril (NaCl 0,9%) e água bi-

244

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Capitulo 5 - Manipulação

destilada para in jeções.

7.4.29.

  A g e n t e d e V i sco s i d a d e :

Usado para mudar a consistência de uma preparação, forne-

cendo maior resistência ao escoamento. Utilizados em suspensões

para deter a sedimentação, em soluções oftálmicas para aumentar o

tempo de contato da droga com o local de ação (ex.: metilceluose),

para tornar mais consistentes cremes, xampus, etc.

Ex.: ácido atgínico, b en ton ita , ca rbôm ero (ca rbo po l), CMC-Na, me-

tilcelulose, povidona, alginato de sódio e goma adraganta.

7 . 4 . 3 0 . D i l u e n t e s d e C á p su l a s e C o m p r i m i d o s (E xc i p i e n t e ) :

Substâncias "inertes" uti l izadas como agente de enchimento

para criar um volum e dese jado , apresentando propriedades de flux o

e compressão, carac terís ticas necessárias no processo de prepara-

ção de comprimidos e cápsulas.

Éx.: fosfato de cálcio dibásico, caolim, lactose, manitol, celulose

microcristalina, celulose pulverizada, carbonato de cálcio, sorbitol,

amido.

7.4 .31 .  A g en te " C o a t i n g " :

Usado para revestir o comprimido com o propósito de prote-

gê-lo contra a decomposição pelo oxigênio atmosférico ou umidade,

para liberação controlada da droga, para mascarar sabor ou odor

desagradável da droga ou finalidades estéticas (aparência do com-

primido). 0 revestimento pode ser de vários tipos, incluindo o re-

vestimento com açúcar, o fi lm coating, revestimento entérico.

Ex.:

  Revestimento com

  açúcar:  glicose líquida e açúcar;

  Film coa-

r/ng: hidroxieti lcetulose, hidroxipropi lcelutose, hidroxipropit meti l -

celulose, meti lcelulose (metocei) e eti lcelulose (etocel);

  Revesti-

mento entérico:

  acetoftalato de celulose, shel lac e copolímero de

ácido metacrí l ico/metacri lato de meti la (Eudragit® L 100).

7 . 4 . 3 2 . E x c i p i e n t e p a r a C o m p r e s s ã o D i r e t a d e C o m p r i m i d o s :

Util izados para compressão direta em formutações de com-

primidos.

Ex.: Fosfato de cálcio dibásico (Ditab®).

7 . 4 . 3 3 . D e s i n t e g r a n t e d e C o m p r i m i d o s :

Util izado em forma sótida para promover a ruptura da massa

sólida que contêm no seu interior particulas menores as quais são

245

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Capitulo 5 - Manipulação

rapidamente dispersadas ou dissolvidas.

Ex.: ácido algínico, celulose microcristal ina (Avicel®), alginato

  sódi-

co,  amido, gl icolato sódico de amido e carboximeti lcelulose cálcica.

7 . 4 . 3 4 . A g e n t e O p a c i f i c a n t e :

Usado para tornar o revestimento de comprimidos opacos.

Pode ser uti l izado sozinho ou em combinação com um corante.

Ex.: dióxido de t i tânio.

7 . 4 . 3 5 . A g e n t e d e P o l i m e n t o :

Usado para tornar atrativo (dar bri lho) os comprimidos reves-

t idos.

Ex.: cera de carnaúba e cera branca.

7 . 4 . 3 6 . A g e n t e s d e L e v i g a ç ã o

A. Levigação

É o processo de redução do tamanho de partículas sólidas por

tr i turação em um gral ou espatulação, uti l izando uma pequena

quantidade de um líquido ou de uma base fundida na qual o sólido

não é solúvel.

246

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Capitu lo 5 - Manipulação

Tabe la 25 . Agentes de Lev igação

Agente

levigante

Oleo mineral

(vaselina

líquida)

Glicerina

Propilenogli-

col

PEG 400

Densidade

0,88

1,26

1,04

1,13

Miscib i l idade

miscível em óleos

fixos (exceto óleo de

rícino)

imiscível com água,

álcool ,

  g l icer ina,

propilenoglicol, PEG

400 e óleo de rícino

miscível com água,

álcool ,

  propi lenogl i -

co l e PEG 400

imiscível com óleo

mineral e óleos fixos

miscível com água,

álcool ,

  gl icerina e

PEG 400

imiscível com óleo

mineral e óleos fixos

m iscível em água,

álcool ,

  gl icerina e

propi lenogl icol

imiscível com óleo

mineral e óleos f ixos

Usos

bases oleo-

sas

base de ab-

sorção

emulsões

água/ó leo

emulsões

bases

óleo /água

bases  solú-

veis em água

e ict io l

emulsões

base

óleo/água

bases

  solú-

veis

em água

emulsões

base

óleo/água

bases

solúveis

em água

247

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Capítulo 5 - Manipulação

Continuaqão Tabeia 25

Agente

levigante

Oleo de

algodão

Óleo de

  ríci-

no

Polisorbato

80

(Tween 80)

Densidade

0,92

0,96

1,06 a 1,09

Miscib i l idade

miscivel com óleo

mineral e outros ó-

leos fixos incluindo o

óleo de rícino

imiscível com água,

álcool ,

  g l icer ina,

propilenoglicol e PEG

400

miscível com áicool e

outros óleos fixos.

Imiscível com água,

gl icer ina, propi leno-

gl icol ,

 PEG 400 e óleo

mineral

miscível com água,

álcool ,

  g l icer ina,

propilenoglicol, PEG

400,

  ó leo mineral e

óleos f ixos .

Usos

o óleo de al-

godão ou al-

gum outro

óleo vegetal

pode ser usa-

do como subs-

t i tuto para o

óleo mineral

quando um

óleo vegetal é

prefer ido ou

quando o só-

lido pode ser

incorporado

mais

  faci l -

mente nestes

óleos.

ict io l ou bál-

samo do Peru,

mesmos usos

descritos para

o óleo de al-

godão.

Coaltar

Circunstâncias

em que um

surfactante é

desejado,

pode ser

incompatível

com algumas

emulsões á-

gua / óleo

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Capitulo 5 - Manipulação

7 . 5 . A n t i o x i d a n t e s

7.5.1.

  A n t i o x i d a n t e s p a r a S i s t e m a s A q u o s o s :

A. Ácido Ascórbico: Pó crista lino branco ou l igeira m en te amarela-

do.

  Inodoro. Escurece gradualmente quando exposto à luz. Razoa-

velmente estável no estado seco, mas oxida em solução.

Solubil idade: 1g/3ml de água, 1g/30ml de álcool.

Concentração antioxidante efetiva: 0,05 a 3,0%

B. Bissulfito de Sódio (NaHS03): Pó ou cristais brancos ou branco

amarelados. Com odor característico de dióxido sulfúrico. Sabor

desagradável. Instável no ar, perdendo S02 e gradualmente oxidan-

do para su lfato.

Solubil idade: 1g/4ml de água, 1g/70ml de álcool

Concentrações efetivas: 0,1%

C. Metabissulfito de sódio (Na?S?0

5

): Pó branco ou cristais incolores

com um odor sulfuroso. Sabor ácido e salino. Oxida lentamente a

sulfato quando exposto ao ar e à umidade.

Concentrações efetivas: 0,02 a 1,0%

Nota:

  Os  sulfitos sõo conhe cidos por causar alergia.

D. Tiossulfato de Sódio (NayS^Oj.SHgO): Pó cristalino ou cristais inco-

lores grandes. É eflo res cente no ar seco em tem pe ratu ras acima de

33°C e levemente deliquescente em ar úmido. Soluções aquosas são

neutras ou levemente alcalinas.

Solubil idade: 1g/0,5ml de água, insolúvel em álcool.

Concentração efetiva: 0,05%

7 . 5 . 2 . A n t i o x i d a n t e s p a ra S i s t e m a s O l e o so s :

A. Ascorbil Palmitato: Pó branco ou branco-amarelado com odor

característico.

Solubilidade: Muito levemente solúvel em água e em óleos vegetais;

solúvel em álcool.

Concentração efetiva: 0,01 a 0,2%

249

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Capitulo 5 - Manipulação

B. Butilhidroxianisol (BHA): Cera sólida branca ou branca amarela-

da.  Com fraco odor.

Solubil idade: Insolúvel em água; facilmente solúvel em álcool e pro-

pilenoglicol.

Concentrações efetivas: 0,005 a  0,01%

C. Buti lhidroxitolueno(BHT): Sólido cristal ino branco com um fraco

odor.

Solubil idade: Insolúvel em água e em propilenoglicol e facilmente

solúvel em álcool.

Concentração efetiva: 0,03 a

  0,1%

D. Propil Galato: Pó cristalino branco, com odor muito leve.

Solubil idade: Levemente solúvel em água; levemente solúvel em

álcool.

Concentração efetiva: 0,005 a 0,15%.

E. Alfa-Tocoferol (VIT.E): Óleo viscoso, claro, amarelo ou amarelo

esverdeado. Praticamente inodoro. Instável à luz e ao ar.

Solubil idade: Insolúvel em água, solúvel em álcool, miscivel com

acetona e óleos vegetais.

Concentração efetiva: 0,05 a 2%

7 . 5 . 3 . S i s t e m a s A n t i o x i d a n t e s p a r a a l g u m a s f o r m u l a ç õ e s

Hidroquinona

Hidroquinona

associada ao

Ácido Glicólico

Acido Retinóico

Nitrato de miconazol

Cetoconazol creme

Sulfadiazina de prata

Resorcina

Oleos fixos

BHT/ m eta biss ulfito de sódio (10% da

quan tidade de hidroquinon a) ou bissul-

fito de sódio

EDTA/metabissulfito de sódio ou bissul-

f i to de sódio

vitam ina C + EDTA Na

2

BHT

BHA

EDTA/metabissulf i to de sódio

BHT

Metabissulfito de sódio ou bissulfito de

sódio

BHT ou BHA

250

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Capitulo 5 - Manipulação

7.6. Agentes Q u e la n te s

7.6.1.

  EDTA-Disssódico:

• Pó  cristal ino, branco.

• Solubilidade: Solúvel em água.

• Concentracão efetiva: 0,1%

7.7. A g e n t es A c i d i f i c a n t e s , A l c a l i n i z a n t e s e T a m p õ e s :

7.7.1.

  A g e n t e s u t i l i z a d o s p a r a a j u s t a r p H o u p a r a t a m p o n a r

• Ácido acé tico glac ial

• Ácido bó rico

• Ácido cit r ic o

• Ácido clor ídrico

• Ácido cloríd rico diluído

• Ácido láctico

• Acetato de sódio

• Bicarbonato de sódio

• Carbonato de sódio

• C itrato de sódio e potássio

• Hidróx ido de sódio e potássio

• Fosfato sódico dibásico

• Fosfato de potássio

• Fosfato monobásico de sódio

• Trietanolamina

7 .8 . pH e Tampões

7.8 .1 .

  pH

Entende-se por pH a concentração de ions hidrogênio (H*) e-

xistentes num meio. Dependendo da quantidade de hidrogênio em

relação a hidroxila (OH) têm-se um produto ácido, básico ou neu-

tro.

A. Ácido: Prevalece no meio o íon hidrogênio (H*) pH ácido, valores

inferior a 7. Ex.: gel com ácido glicólico.

251

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Capitulo 5 - Manipulação

B. Básico: Prevalece no meio o íon hidroxila (OH ) pH básico, valores

superiores a 7. Ex.: Alisante de cabelo.

C. Neutro: As quantidades de íons hidroxila e hidrogênio são iguais,

pH neutro, valores iguais a 7.

7 . 8 . 2 . A c e r t o

  do pH

  n a s Fo rm u l a çõ e s M a g i s t r a i s

É necessário na prática diária em farmácia magistral, acertar

o pH de formulações o que significa elevar, abaixar ou neutralizar o

pH de um produto de acordo com as necessidades da formulação.

Para abaixar o pH do meio deve-se proceder a neutralização

de parte da hidroxila até o valor desejado, para isto, uti l iza-se áci-

do.

Para aumentar o pH do meio deve-se proceder à neutraliza-

ção de parte do "hidrogênio" até o valor desejado, para isto,

  ut i l i -

za-se uma base.

Tabela 26: pH em várias regiões do Corpo Humano

Tornozelos

Pés

Coxas

Seios

Cabelo

Rosto

Vagina

Costas

5.9

7.2

6.1

6.2

4 . 1

7.0

3.5 a 4.5

4.8

Axilas

Tronco

Pregas mamas

Perna e tornozelo

Pregas interdigitais

Saco conjuntival

Mãos

Nádegas

6.5

4.7

6.0

4.5

7.0

7.3 a 8.0

4.5

6.4

7 . 8 . 3 .

  T a m p õ e s

Muitas vezes existe a necessidade de manter o pH de uma

formulação em valores inalteráveis durante o período de armaze-

namento, não apenas satisfazendo um simples ajuste do mesmo a

um valor desejado. Nestes casos, usa-se acrescentar uma solução

tampào que tem um valor de pH definido e que consiste numa mis-

tura de um ácido fraco com o seu sa l.

Os valores de pH do tampão são alterado s, a m edida em que

variam as quantidades de ácido e base na solução.

A quantidade adicionada numa preparação farmacêutica,

252

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Capitulo 5 - Manipulação

pode

 ir de

  1%

 até o uso do tam pão puro .

Quando o tampão a ser acrescentado tiver um valor de pH

muito distante do valor em que se en co ntra a preparaçã o farm acêu -

tica,

 o melhor a fazer é acertar o pH e depois acrescentar o tam -

pão.

 Se o valor do pH da preparação e stiver próx imo ao do tam pão

que  será acrescido, basta acrescentar quantidade suficiente do tam-

pão.

Tabela 27: Tam pão Ci t ra to

PH

2,5

3,0

4,0

4,5

5,0

6,0

6,5

Acido c ít r i co

m ono h id ratado g /l

64,4

57,4

40,6

30,8

19,6

4,2

1,8

Ci t ra to de sód io

d ih id ra tado g / i

7,8

17,6

41,2

54,9

70,6

92,1

95,6

Tabela 28: Tam pão Fosfato

PH

4,5

5,0

5,5

6,0

6,5

7,0

8,0

8,5

Fosfato  de Sódio

Dibásico g/1

Na

2

HP0

4

0,9

2,2

4,4

17,8

37,4

57,8

83,7

87,2

Fosfato ácido de sódio

g/ l

NaH

2

P0

4

45,5

44,8

43,7

36,8

26,7

7,4

2,8

0,9

253

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Capítulo 5 -

 Manipulação

7 . 8 . 4 . I m p o r t â n c i a d o a j u s t e d e p H

Influência na dissolução de substância medicamentosa na

concentração pretendida.

Importante na manutenção da estabi l idade, tanto química

como farmacodinâmica de preparações farmacêuticas.

Redução e prevenção do desencadeamento de fenômenos ir-

ritativos provocados por certos fármacos (preparações tópicas)

Garantia da obtenção de um efei to terapêutico adequado.

254

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Capítulo 5 - Manipulação

8. Conservantes empregados em Preparações Orais Lí-

quidas

Tabela 29 : C on se rva n te s e m P rep ara çõ es Ora is L íq u ida s

Conservante

Álcool etílico

Acido ben-

zóico e seus

sais (benzoa-

to

 de

 sódio)

Ácido sórbico

Sorbato de

Potássio

Metilparabe-

no (Nipa-

gin®)

Propilpara-

beno (Nipa-

zol®)

Concentração

usual

15 a20%

0,1 a0 ,2%

0,05 a0,2%

0,1 a 0,2%

0,015 a 0,2%

0,01 a0,2%

Espetro

a n t im i c r o -

biano

Bactérias e

fungos

Bactérias

Gram positi-

vas,  bolores

e leveduras

Bolores e

leveduras

Fungos e

bactérias

Bactérias

Gram positi-

vas,

  bolores

e leveduras

Idem ao

met i l para-

beno

PH

estab i -

l idade

Acido

2,0 a

5,0

2,5 a

6,0

2,5 a

6,0

3,0 a

9,5

Idem

ao

met i l

para-

bono

Solubi l idade

Miscível com

água,

acetona e

glicerina

Agua,

  e tanol

Agua,

etanol ,

propi leno-

gl icol ,

gl icer ina,

óleos

Agua,

  e ta-

nol ,

  propi le-

noglicol

Etanot,

propi leno-

gl ico l ,

  g l i -

cer ina,

água tépida

Idem ao

met i lpara-

beno

I ncompat i -

bi l idade

Agentes

não iônicos,

gomas,

cloretos e

permanga-

nato

Caol im,

proteínas,

gl icer ina,

tensoativos

não iònicos

(Tween 80),

compostos

quaterná-

rios e geta-

tina

Tensoativos

não iônicos

(Tween80)

Tensioat i -

vos não

iônicos

Tensioat i -

vos não

iônicos

(tween 80),

met i lce lu-

lose,  geta-

t ina e pro-

teínas, sais

de ferro e

álcatis.

Idem ao

met i lpara-

beno

Fo/ite: Adaptado de Castro e Handbo ok of Pharm aceutical Excipients

255

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Capitulo 5 - Manipulação

8 . 1 .

  Pr inic ipais Conservantes para Produtos de Uso Ex-

te rno

Tabela 30: Conservantes para produtos de uso externo

Denominação

quimica

Ácido sórbico

2-bromo-2-

nitropropano-

1,3 diol

Bisguanida

catiônica

Imidazol idini l

uréia

Meti lparabeno

Propilparabeno

Denomi -

nação

comerc ia l

Acido

sórbico

Bronopol

Clorexidi-

na

Germall

115

Nipagin

Nipazol

Espectro de

ação

Fungos, leve-

duras, pouca

ativ idade

microbiana

Gram +,

Gram - (mais

ativo)

Fungos

(menos ativo)

Gram+,

Gram-

Pseudomonas

(menos ativo)

Fungos (me-

nos ativo)

Gram+

Gram-

Fungos e

Leveduras

Fungos e

leveduras

p H d e

estab i l i -

dade

2,5 a 6,0

5 a 7

5 a 8

3 a 9.0

3 a 9,5

3 a 9,5

Incompat i -

bi l idades

Tween 80

Cisteina,

t iog l ico la-

to ,  t iosul -

fa to e

metabissul-

f i to

Tensioati-

vos an iôni-

cos,

 a lgina-

tos de

sódio, pode

ser parci-

a lmente

inativado

por lecit ina

e tween 80

Avobenzo-

na

Gelat ina,

proteína,

met i lce lu-

lose,

Tween 80

Gelat ina,

prote ina,

met i lce lu-

lose,

Tween 80

Concen-

t ração

Usual

0,05 a

0,2%

0,01 a

0,1%

0,01%

0,03 a

0,5%

0,02 a

0,3%

0,01 a

0,6%

256

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Capitulo 5 - Manipulação

9.   Corantes para Preparações de uso Interno

Os corantes a serem adicionados em produtos farm acêu ticos

de uso sistêmico devem ser atóxicos e inativos farm aco logica m en te.

Eles não devem ser empregados para mascarar produ tos de baixa

qualidade. Só deve ser utilizado corantes certificados para adminis-

tração em alimentos, drogas e cosméticos (FD&C - Food, Drug and

Cosmetics adm in is tra tio n).

Tabela  3 1: Estabi l idade d e corantes cer t i f i cados FD&C para vár ios

fatores os quais  podem in f luenc iar suas co lorações em prepara-

ções fa rm ac êu tica s:

Corantes FD&C

(hidrossolúveis)

FDC

 azul #1

(azul brilhante)

FOC azul #3

(indigo carmim)

FDC

 verde #3

FDC vermelho #3

(eritrosina)

FDC

 vermelho #4

(Ponceau SX)

FDC  amarelo #5"

(tartrazina)

FDC  amarelo

  ;;

6

FDC  vermelho #40

Acido

moderada

Boa

Boa

Pobre

Pobre

Boa

Boa

Boa

Alcali

Moderada

Moderada

Pobre

Boa

Boa

Boa

Boa

Boa

Luz

Boa

Pobre

Boa

Razoável

Razoável

Boa

Boa

Boa

Agentes

redutores

Boa

Moderada

Boa

Moderada

Moderada

Pobre

Pobre

Pobre

Agentes

ox idantes

Pobre

Pobre

Pobre

Razoável

Razoável

Razoável

Razoável

Moderada

Valor

pH*

4.9 a

5,6

8,5

4,2a

5,8

7.7

6,4

6,8

6,6

7,3

'valor de pH de uma solução a

 1%

 do corante.

0 ama relo de tartrazina está retacionado com manifestações do tipo alérgicas e m pessoas

sensiveis  (incluindo p acientes com bronquite asmá tica). Apresenta reacão cruzada em

 paci-

entes sensíveis  ao ácido acetilsalicílico.

Fonte: KINC  R. E.

9.1.

 Corantes na tura is:

Amare lo :

  curcuma e vitamina B2.

Verme lho :

  carmim, co lchoni lha.

Verde:

  c lo ro f i la .

Alaranjado: betacaroteno.

257

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Capítulo 5 - Manipulação

9 . 2 .

  D i l u i ç ã o d e C o r a n t e s

9 . 2 . 1 .  S o l u ç ã o B a s e p a r a D i l u i ç ã o d e C o r a n t e s

Corante 0,1 a 10% (concen tração variáve l)

Propilenoglicol 3,0

Meti lparabeno 0,15%

Propilparabeno 0,05%

Álcool et ílico 10,0

Água desm ineralizada qsp 1 00,0 m l

A quant idade de corante ut i l izada em uma formulação oral pode

variar de

 0,0005

 a 0,005% de co ra nte .

Nota:  Os corantes, se necessário, podem ser diiuídos exclusivame nte em

  álcool.

9.3 . Corantes e Pigmentos de uso externo

9 . 3 . 1 .

  Conceito:

São substâncias que desenvolvem seu poder tintorial dissol-

vidas no meio em que são uti l izadas.

9 . 3 . 2 . A lg u n s C o r a n t e s P e r m i t i d o s p a r a Us o E x t e r n o

Tabela 32: Corantes para uso Externo

Color Index

10006

11920

75470

13015

15510

15800

42051

42080

42520

61565

72260

Cor

Verde

Laranja

Vermelho

Amarelo

Laranja

Vermelho

Azul

Azul

Violeta

Verde

Verde

Campo de Apl icação*

4

1

1

1

2

3

1

4

4

1

3

* Campo de aplicacão

1 - corantes permit idos para todos os t ipos de pele

2 - corantes permit idos para todos os t ipos de produtos "exceto"

258

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Capitulo 5 - Manipulação

àqueles que são aplicados na área dos olhos

3 - Corantes p erm itidos exclus ivam en te em produ tos que não en -

tram em co nta to com mucosas.

4 - corantes perm it idos em produtos que tenh am breve te m po de

contato com a pe le e o cab elo

9.3 .3 . P igmentos:

São substâncias insolúveis que desenvolvem seu poder tinto-

rial quando dispersas no m eio e m qu e são util izad as .

Nota: Antes de utilizar um corante em uma formulaçõo, observar a lista permitida de co-

rontes e sua  aplicação (para uso externo ou uso interno).

10. Essências

10.1.

 Concentrações Tradicionais de Uso

Antiperspirante 0,5 a 1%

Sabonete comum 1 ,0 a 1,5%

Sabonete trans pa rente 1 ,5 a 3,0%

Sabonete líquido 1 ,0 a 1,5%

Talco 0,5 a 1,0%

Espuma de banho 1 ,0 a 3,0%

Creme de barbear 1%

Baton 0 ,5 a 1%

Shampoo 0,2 a 0,5%

Cremes 0,2 a 0,5%

Loções 0,2 a 0,5%

Condicionadores 0,2 a 0,5%

Bronzeadores 0,2 a 0,5%

259

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Capítulo 5 - Manipulação

1 1 .

  Solventes mais ut i l izados em Farmacotécnica

de Preparações Orais

0 conhecimento dos principais solventes uti l izados na farma-

cotécnica é importante, pois sua uti l ização na pré-solubil ização dos

princípios ativos é fundamental para garantir a homogeneização e a

aparência f inal da formulação.

1 1 . 1 .

  Água

A água é o solvente mais uti l izado na farmacotécnica, fazen-

do parte da composição de várias preparações. A água deve satisfa-

zer as exigências legais em relação às suas caracteristicas físicas,

químicas e microbiológicas (Portaria 36 - M inistério da Saúde).

A água potável é uti l izada como matéria-prima para obten-

ção de água purificada. A água potável deverá apresentar as seguin-

tes especificações conforme a Portaria 36 do Ministério da Saúde.

Tabela 33: Parâmetros para Água Potável

(conforme Portar ia 36 do Ministér io da Saúde)

Parâmetro

Sabor / odor

Cor aparente (mg Pt/L e UH)

Turbidez (UT)

Cloretos (mg C17L)

Nitratos (mg N/L)

Ferro solúvel (mg Fe/L)

Manganês (mg Mn/L)

Sólidos dissoluídos (mg/L)

Dureza (mg CaC0

3

/L)

Sulfatos (mg S0

4

 "7L )

Cloro residual (mg Cl

2

/L)

Coliformes Totais (UFC/100mL)

Coliformes Fecais (UFC/100mL)

Bactérias heterotróficas

Portaria 36 Ministério da Saúde

Não objetável

5

1

250

10

0,3

0,1

1000

500

400

> 0 ,2

Ausência

Ausência

< a 10 0 U FC /m l

A água purificada é obtida por diferentes processos, tais co-

mo,

  a desti lação, a deionização (troca iônica) ou a osmose reversa.

Pode ser empregada na preparação de formas farmacêuticas não

estéreis, para preparações estéreis deve ser empregada a água

  puri-

f icada estér i l .

260

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Capítulo 5 - Manipulação

11.1.1.

  P ro ce sso s d e P u r i f i ca çã o d a Á g u a P o t á ve l

(para

 e m p r e g o e m P r e p a r a ç õ e s F a r m a c ê u t i c a s )

A. Água Destüada: é a água que passou por um processo de dest ila -

ção, envolvendo mudanças do estado físico da água; do estado lí-

quido para vapo r e após deste , a condensação para o estado líquido

novamente. 0 equipamento uti l izado é o desti lador. 0 método é

eficiente na remoção de contaminantes biológicos (microorganis-

mos),

  porém não há remoção de íons sólidos dissolvidos.

B. Água Deionizada : água ob tida através de resinas iônica s, são

  re t i -

rados os íons, mas não é eliminada a matéria orgânica. Quando

comparada à qualidade microbiológica entre a água deionizada e a

destilada, verifica-se que a água destilada possui uma qualidade

melhor. Sabe-se que a água deionizada se contamina facilmente

após o seu prep aro , não devendo ser armazenada. 0 equipa m en to

utit izado para obtenção da água deionizada é o deionizador, com-

posto por resinas catiônicas e aniônicas. Os deionizadores que em-

pregam as resinas catiônicas e aniônicas em cartuchos separados

podem ser regenerados. Neste caso, as resinas catiônicas podem ser

regeneradas com ácido clorídrico ou sulfúrico (2 a 4%). As resinas

aniônicas são regeneradas com a solucão de hidróxido de sódio de 2

a 10%.

A eficiência do processo é aval iada pela capacidade de

  re t i -

rar ions da água, envidenciada através da medida da condutividade.

Nota: A ásua purificada (destilada, deionizada ou purificada por osmo se-reversa) para fins

farmacêuticos, deve apresentar contasem de microorsanismos aeróbicos totais  <  100

UFC/mL A condutividade recomendada para um a  cjgua  purificada è que seja < 1 ,3 nS/cm a

25°C.

C. Água purificada por osmose reversa: água de alta pureza química

e m icrobiológica. A água é pressionada para passar por uma m em -

brana semi-permeável 0 processo remove com eficiência, material

part iculado, microorganismos, materiais orgânicos, material inorgâ-

nico dissolvido e m a te ria l ins olúve l.

D. Água puri f icada estéri l : é a água puri f icada esteri l izada, confor-

me sua aplicação deve atender a determinadas especificações far-

macopeicas: água purificada estéri l , água estéri l para injeção, água

estéri l para inalação e água estéri l para irrigação.

2 6 1

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Capítulo 5 - Manipulação

1 1 . 2 .  Á l c o o l E t í l i c o ( e t a n o l )

Segundo solvente mais uti l izado, diminui a possibi l idade de

hidról ise, tem conservação indefinida e pode ser misturado com

água.  É usado em soluções hidroa lcoó licas e xtra tiva s de princípios

ativos (de 45 a 90%), em soluções anti-sépticas (ex.: álcool iodado)

e em soluções desinfetantes (70%). Constitui um bom solvente para

essências, alcalóides e glicosídeos, sendo porém, fraco para gomas

e proteínas. Soluções tópicas de etanol são usadas como facil i tado-

ras da penetração cutânea.

uso

Preservativo antimicrobiano

Desinfetante

Solvente extrativo em produtos galê-

nicos

Solvente em preparações líquidas de

uso oral

Solvente em soluções injetáveis

Solvente em produtos tópicos

Sotvente em fi lm coating

CONCENTRAÇAO USUAL   %

> 10

60 a 90

Até 85

variável

variável

60 a 90

variável

Incompatibi l idades:

Em condições ácidas, soluções etanólicas podem reagir vio-

lentamente com substâncias oxidantes.

Misturas com álcalis (bases) podem escurecer, devido a rea-

ções com quantidades residuais de aldeidos.

Substâncias orgânicas e gomas podem prec ípita r.

1 1 . 3 .

  G l i c e r i n a

A gl icerina é ut i l izada em uma grande variedade de formula-

ções farmacêuticas, incluindo as preparações de uso

  o ra l ,

  ót ico (au-

r icular) , of tá lm ico, tópico e pa ren teral . É também ut i lizada em

cosméticos.

Em formulações tópicas e cosméticas, a gl icerina é uti l izada

por suas propriedades umectantes e emolientes. Em formulações

parenterais ( in jetáveis) é pr inc ipalmente ut i l izada como solvente.

Em formulações de uso oral a gl icerina é uti l izada como agente e-

262

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Capítulo 5 - Manipulação

dulcorante, antimicrobiano e doador de viscosidade.

uso

Conservante (antimicrobiano)

Emoliente

Umectante

Formulações oftálmicas

Solvente para preparações

parenterais

Agente edulcorante em preparações

orais

CONCENTRAÇAO USUAL  %

>20

Até máx. 30

Até máx. 30

0,5 a 3,0

Até máx. 50

Até max. 20

Incompatibilidades:

A gl icerina pode ex plod ir se m isturada com agentes ox idan -

tes fortes, tais com o, o trió xid o de c rom o, clo ra to de potássio ou

permanganato de potássio.

Pode ocorrer escurecimento na presença de luz, contato com

óxido de zinco ou n itr a to básico de b ism uto.

Contaminantes de ferro na glicerina são responsáveis pelo

escurecimento de misturas contendo fenóis, salicilatos e taninos.

11.4.

  Propi lenogl icol

0 propi lenogl icol tem sido amplamente ut i l izado como sol-

vente,  extrator e conservante em uma grande variedade de formu-

lações farmacêuticas de uso pa re n te ra l ou nã o-parente ra l. Ele é

melhor solvente que a glicerina e dissolvem uma variedade de subs-

tâncias, tais como, corticóides, fenóis, derivados de sulfa, barbitu-

ratos,

  vitamina A e D, a maioria dos alcalóides e vários anestésicos

locais. É uti l izad o com o doador de viscosidade e para au m en tar o

tempo de permanência da d roga na sup erfície cu tân ea .

Apresenta ação antisséptica similar ao etanol, porém um

pouco menos efetiva. O propi lenogl icol é também uti l izado em cos-

méticos como umectante, como veiculo de emulsif icantes e f lavori-

zantes.

263

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Capitulo 5 - Manipulação

uso

Umectante

Conservante

Solvente ou co-

solvente

FORMA

FARMACEUTICA

tópica

soluções, semi-sólidos

aerosol

soluções orais

parenterais

tópicos

CONCENTRAÇAO

USUAL   %

= 15

15 a 30

10 a 30

10 a 25

10  a 60

5 a 80

Incompatibil idades:

O propilenoglicol é incompatível com reagentes oxidantes,

tais como o permanganato de potássio.

1 1 . 5 .   P olie t i lenog lico l 400 (CARBOWAX 40 0)® :

Os polieti lenoglicóis são amplamente uti l izados em uma   vari-

edade de formulações farmacêuticas, incluindo: parenterais,

  tópi -

cas,  oftálmicas, orais e retais. Os polieti lenoglicóis são estáveis, de

característica hidrofíl ica e essencialmente náo irritantes à pele.

Embora eles não penetrem rapidamente na pele, os polieti lenogli-

cóis são solúveis em água e, como tais, são removidos facilmente da

pele com lavagem.

Em soluções aquosas pode ser usado como agente suspensor

ou para ajustar a viscosidade e a consistência de suspensões. Quan-

do uti l izado em conjunto com outros emulsif icantes, pode atuar

como estabilizantes de emulsões.

Os polieti lenoglicóis podem ser usados para aumentar a  solu-

bilidade ou a dissolução em água de substâncias pouco so lúveis.

Incompatibil idades:

Pode ser incom patível com alguns coran tes.

A atividade antibacteriana de certos antibióticos, part icu-

larmente a penicil ina e a bacitracina é reduzida em bases com   poli-

eti lenogl icóis.

A eficácia conservante dos parabenos pode ser reduzida a-

través de l igações com polieti lenoglicóis.

Descolorações de ditranol (antralina) e sulfonamidas podem

ocorrer e o sorbitol pode precipitar de misturas.

264

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Capitulo 5 - Manipulação

11.6.

  Éter Sulfúr ico

0 éter sul fúr ico é um l íquido l impido, incolor, de cheiro ca-

racteríst ico, inf lamável, muito voláti l , produzindo na pele conside-

rável resfriamento. É solúvel com o álcool, óleos e essências; dissol-

vegorduras, resinas, enxofre, etc.

É uti l izado em soluções ex tra tivas de drogas vegetais e ani-

mais.

[ncompatibilidades:

Ácido sulfúrico: formação lenta de ácido sulfovínico ou sulfa-

tode óxido de e ti l a , com novas prop riedades.

Ácido crômico, permanganatos solúveis: forte oxidação po-

dendo resultar em mistura explosiva.

Sais em geral: os sais em geral são insolúveis no éter.

Água e líquidos aquosos: não se misturam com o éter senão

em

 minima prop orção.

Oxidantes em geral: as substâncias oxidantes em geral rea-

gem com o éter su lfúrico , transform and o-o em peróxidos de eti la e

de

 hidrogênio, em bora o façam len tam en te.

Giicerina: não miscível ( incompatibi l idade física).

Albumina e gelatina: são insolúveis no éter (incompatibi l ida-

defísica).

Álcalis e carbonatos alcalinos: insolúveis neste veículo.

11.7.

  Óleo Mineral (Vasel ina L iquida):

0 óleo mineral é ut i l izado pr inc ipalmente como excip iente

em formulações tópicas, onde exerce ação em ol ie nte . É ut i l izado

também como solvente.

uso

Pomadas oftálmicas

Preparações óticas

Emulsões tópicas

Loções tópicas

Pomadas tópicas

CONCENTRAÇÃO USUAL %

3,0 a 60,0

0,5 a 3,0

1,0 a 32,0

1,0 a 20,0

0 , 1 a95 ,0

265

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Capitulo 5 - Manipulação

Incompatibi l idades:

Incompatível com agentes oxidantes fortes.

1 1 . 8 .

  Óleos Vegetais:

Têm grande aplicação em preparações injetáveis oleosas, co-

lír ios oleosos (ex. : co lírio com m iconazol, proges terona em óleo de

amendoim) e como solventes.

1 1 . 9 .

  Dimet i lsul fóx ido (DMSO):

0 DMSO passa rapidamente pelo estrato córneo da pele, de-

vido a esta propriedade, tem sido uti l izado em preparações comer-

ciais como otimiza dor de penetração cutân ea. É em pregado com

esta f inal idade em uma variedade de produtos contendo água, co-

rantes, barbi turatos, ant i fúngicos (gr iseofulvina, f tuconazol, etc),

feni lbutazona, minoxidi l , ácido sal icí l ico, anestésicos locais, antibi-

ót icos, quaternár ios de amônio, etc.

1 1 . 1 0 .

  Acetona (2-propanona) :

É ut i l izado com solvente e adjuvante farmacêutico. A aceto-

na é miscível com água, álcool, clorofórmio, éter, a maioria das

substàncias voláteis e óleos fixos. A acetona é uti l izada como sol-

vente na farmacotécnica (exemplo: micronização do peróxido de

benzoíla) e desengordurante em soluções nas concentrações de 2 a

50%.

 A Acetona é inflamável. A inalação excessiva pode causar cefa-

lé ia,  i rr i tação brônquica e outros sintomas, tais como, a narcose. 0

uso tópico pode produzir ressecamento da pele.

266

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Capítulo 5 - Manipulação

Manipulação

  d e F o r m a s F a r m a c ê u t i c a s Ü q u i d a s e

Semi-sólidas

12.

 So luções (d e f in i ç ã o ) :

Soluções são preparações líquidas que contêm uma ou mais

"substâncias quimicas dissolvidas", ou seja, molecularmente disper-

sada em um solven te adequado ou em uma m istu ra m iscível de so l-

ventes.

  USP

 23

12 .1 .  Soluções Orais

São soluções para a administração   ora l .

1 2 . 1 . 1 .

  Característ icas:

Podem conter um ou mais ingredientes ativos dissolvidos em

água ou em um sistema água-coso lven te.

Podem conter adjuvantes farmacotécnicos, para prover mai-

or estabil idade (ex. : a ntio xid an te, tam pões , agentes sequestrantes

e conservantes), palata bi l idad e (ex. : ed ulco ran te e a rom atizantes )

e viscosidade.

12 .1 .2 .

  Tipos de soluções ora is:

• Xaropes

• Elixires

• Linctus

• Misturas (soluções ora is + suspensões)

• Gotas orais

1 2 .1 .3 . V a n t a g e n s d a s s o l u ç õ e s o r a i s :

Os princípios ativos veiculados nesta forma são mais rapida-

mente absorvidos pelo trato gastrointestinal do que os mesmos

quando veiculados em cápsulas ou comprimidos.

São de mais fáci l deglutição que é uma condição importante

para pacientes pediátricos ou geriátricos ou ainda, para aqueles

com condições crônicas, tais como, a doença de Parkinson, que

  d i f i -

culta a deglutição de formas farmacêuticas sólidas.

Homogeneidade na dosif icação, independente da agitação

267

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Capitulo 5 - Manipulação

quando comparada à forma de suspensão.

Possibilidade de adição de co-solventes para princípios ativos

pouco solúveis no veículo principal.

12 . 1 . 4 .

 Desvantagens das soluções orais:

Para o paciente, as formas farmacêuticas líquidas são mais

difíceis de transportar do que as formas sólidas.

Apresentam menor estabi l idade físico-química e microbioló-

gica,

  do que as formas sólidas (ex.: são mais vulneráveis a reações

de hidrólise).

A solubil ização realça o sabor dos fármacos, portanto, para

princípios ativos com sabor desagradável, esta forma farmacêutica

pode ser inadequada.

0 paciente, muitas vezes, não tem acesso a acurados siste-

mas de medida de volume uniforme, ou seja, o volume administrado

de uma dose pode variar em relação à outra e em relação ao reco-

mendado. 0 sistema de medida caseira não é preciso, as colheres

de um mesmo tipo podem possuir diferentes tamanhos.

1 2 . 1 . 5 . C o n s i d e r a ç õ e s f í s i c o - q u í m i c a s s o b r e s o l u b i l i d a d e

Para se obter uma solução farmacêutica, o fármaco deve so-

lubi l izar-se completamente no veículo escolhido; para que isto ocor-

ra o fármaco deve ter comportamento semelhante ao do solvente.

Deve-se pesquisar antes do preparo de uma solução, as característi-

cas físico-químicas dos fármacos e veículos a serem uti l izados,

  ver i-

f icando a solubi l idade, a possibi l idade de alterações com o decorrer

do tempo, a necessidade de adjuvante, a necessidade de aqueci-

mento (muitas vezes temos que aquecer o solvente para acelerar ou

possibil i tar a solubil ização do soluto), a faixa de pH de maior solubi-

l idade,

  o conhecimento do pKa* da droga e das suas características

ácido-base (ex.: se é um ácido fraco ou base fraca).

pka:

  é o pH no qual as formas ionizadas e não ionizadas de

uma substância estão em proporção igual.

0 estado de ionização da molécula é um fator determinante

para a solubil ização da mesma, uma vez que quanto maior for a

fração molar da droga ionizada, maior será sua solubil idade em á-

gua.

A relação das formas ionizadas e não ionizadas dependem do

pH do meio e do pka do composto.

0 grau de ionização de uma droga em uma solução pode ser

268

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Capitulo 5 - Manipulação

alculado à partir da Equação de Henderson-Hasselbach, caso o va-

or do pKa da droga e o pH do meio fo rem conhecidos.

Equação de Henderson-Hasselbach

pka =

 pH + log Çj

Cu

Onde:

C =

  concentração de espécies ionizadas

C

u

= concentração de espécies não ionizadas

As tabelas a seguir relacionam o efeito do pH e do pka na so-

lubilidade de drogas de ca ráte r ácido fraco e drogas de ca ráter

básico fraco:

Tabela

  33: Efei to do pH e pKa na solubi l idade em água de drogas

de caráter ácido f r aco

pH -pKa

<-2.0

-1

0

1

>2.0

Fração molar de droga

ionizada

<0.01

0.09

0.5

0.91

>0.99

Solubi l idade em água

Insolúvel

Insolúvel

Solúvel,

  em baixas

concentrações

Solúvel,

  exceto em altas

concentracões

Solúvel

Tabela

  34: Efe i to do pH e pKa na solubi l idade em água de drogas

de

 caráter base fr ac a

pH -pKa

< -2.0

-1

0

1

>2

Fração m olar de droga

ionizada

> 0.99

0.91

0.5

0.09

<0.01

Solub i l idade em água

Solúvel

Solúvel

Solúvel,

  exceto em altas

concentracões

Soluvel,  em baixas

concentrações

Insolúvel

269

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C ap itulo 5 - M anipulação

T a b e l a 3 5 : T a b e l a d e p k a ' s d e a l g u m a s d r o g a s

Droga

Ácido Ascórbico (vitamina C)

Ácido Fumárico

Ácido Gticólico

Ácido Glutâmico

Acido Láctico

Acido Mandélico

Ácido Nicotinico

Ácido Salicílico

Acetani l ida

Acetazolamida

Acido acético

Ácido aceti lsal icí l ico

Acido benzóico

Acido cítrico

Ácido dehidrocól ico

Ácido Nalidíxico

Ácido Paraminobenzóico (PABA)

Ácido Pirúvico

Ácido tartár ico

Ácido t iogl icól ico

Alopurinol

Amantadina

Amfoteric ina-B

Ami lor ida

Aminof i l ina

Ami t r ip t i l ina

Amônia

Amoxaci l ina

Ampici l ina

Antipir ina

Atropina

Bendrof lumetiazida

Benzocaína

Bromazepam

Cafeína

pKa

4,2 / 11,6

3,0 (1

o

) / 4 , 4 ( 2

o

)

3,8

4,3

3,9

3,8 / 3,4

4,8

3,0 / 13,4 (fenol)

0,5

8,8 / 7,2

4,8

3,5

4,2

3,1(1°)

  / 4 , 8 ( 2

o

) /

  6,4(3°)

5,0

6,0 (amina) / 1,0

2,4 (amina) / 4,9

2,5

3,0(1°), 4,3 (2°)

3,6

9,4

10,8

5,7 (carboxüa) / 10,0 (amina)

8,7

5,0

9,4

9,3

2,4 (carboxila) / 7,4 (amina)

/ 9,6 (fenol)

2,7 / 7,3 (amina)

2,2/1,4

9,7

8,5

2,8

1 1 , 0 /  2,9

14,0 / 0,6 (amina)

270

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Continuoção Tabela 35

I  Droga

Carbachol

Cefalexina

Clindamicina

Clofibrato

Clonazepam

Clonidina

Cloral Hidratado

Clordiazepóxido

Clorfeniramina

Cloroquina

Clorpromamida

Clorpromazina

Clortaiidona

Codeína

Colchicina

Cromoglicato sódico

Dapsona

Desipramina

Dextrometorfano

Dextrose

Diazepam

Diazóxido

Difenidramina

Dihidroergocristina

Dipiridamol

Doxepina

Doxiciclina

Efedrina

Epinefrina

Ergometrina

Ergotamina

Eritromicina

Escopolamina

Estolato  de  Eritromicina

Estriol

Fenacetina

Fenformina

Capitulo 5 - Manipulação

pKa

4,8

3,6 / 5,25

A 5

3,0   (ácido)

10,5 / 1,5

8 ^

1 ^ 0

4 J

2

8,1 / 9,9

5^0

?^2

9A

TA

Z

2^0

1,3/2,5

1 0 ^

8^3

12J

3 ^

8^5

9^0

6^9

M

8.0

3 , 4 / 7 , 7 /  9,3

M

8,7   (fenol)  / 9,9  (amina)

7^3

6,3/7,3

M

A 6

6^9

10^4

2^2

11,8 / 3,1

271

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Capítulo 5 - Manipulação

Continuaçào Tabela 35

Droga

Fenilbutazona

Fenilefrina

Fenilpropanolamina

Fenitoína

Fenobarbital

Fenol

Fenolftaleína

Fentermina

Fentolamina

Flufenazina

Flunitrazepam

Fluorouracil

Furosemida

Gentamicina

Glibenclamida

Glicina

Guanetidina

Haloperidol

Hexaclorofeno

Hidantoina

Hidralazina

Hidroclorotiazida

Hidrocortisona

Hidroxizine

Hioscinamina

Homatropina

Ibuprofeno

Idoxuridina

Imipramina

Indometacina

Isoniazida

Isoxsuprina

Leucovorin (ácido Folínico)

Levodopa

pKa

4,4

9,8 (amina) / 8,8 (fenol)

9,4

8,3

7,5

9,9

9,7

10,1

7,7

8,1 (1

o

) / 9 ,9 (2 ° )

1,8

8,0

4,7/3,9

8,2

6,5

2,4 /  9,8(amina)

11,9

8,3

5,7

9,1

0,5 (anel N) / 6,9 (hidrazina)

7 ,0 / 9 ,2

5,1

1,8 / 2,1 / 7,1

9,3

9,7

5,2

8,3

9,5

4,5

10,8 (pir id ina)/ 11,2 (hidrazi-

da)

9,8 / 8,0

3,1 / 4,8 / 10,4 (fenol)

2,3 (carboxila) / 8,7 (amina)

/ 9,7 (1°fenol) / 13,4

(2°fenol)

272

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Capítu lo 5 - Manipulação

Continuação Tabela 35

Droga

Levomepromazina

Levotiroxina (T4)

Lidocaína

Liotironina (T3)

L-metionina

Lorazepam

Medazepam

Meperidina

Mercaptopurina

Meti ldopa

Meti lparabeno

Meti lprednisolona

  2 1 -

  fosfato

Metopro lo l

Metotrexato

Metronidazol

Miconazol

Minocicl ina

Morfina

Nafazolina

Naproxeno

Nicot inamida

Nitrazepam

Nitrofurantoína

Nitrofurazona

Nortr ip t i l ina

Orfenadrina

Oxazepam

Oxifeni lbutazona

Oxi tetracic l ina

Papaverina

Penici lamina

Pen icil ina G

Pe nici lina V

Pindolol

Piperazina

pKa

9,2

2,2 (COOH) / 6,7 (OH) / 10,1

7,9

8,4 (fenot)

2,3/9,2

11,5 / 1,3

6,2 / 4,4

8,7

7,8

2,2 / 10,6 (amina) / 9,2

(Tfenol) / 12,0 (2°fenol)

8,4

2,6 / 6,0

9,7

4,8/5,5

2,6

6,9

2,8 / 5 , 0 / 7 , 8 / 9,5

8,0 / 9,6 (fenol)

3,9 / 10,1

4,2

0,5 / 3,4

1 0 , 8 /

  3,2

7,2

10,0

9,7

8,4

1 , 8 / 1 1 , 1

4 ,5 / 10 ,0( feno l )

3 ,3 / 7 ,3 /9 ,1

5,9

1,8 (carboxil) / 7,9 (amino) /

10,5 (t iol)

2,8

2,7

8,8

5,7

273

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Capítulo

  5 -

 Manipulação

Continuação Tabela 35

roga

Piridoxina

Pirimetamina

Polimixina B

Prazosina

Prilocaína

Procaína

Procainamida

Propilparabeno

Propiltiouracil

Propranolol

Quinacrina

Quinidina

Quinino

Reserpina

Resorcinol

Riboflavina

Sacarina

Salicilamida

Sotalol

Sulfacetamida

Sulfadiazina

Sulfaguanidina

Sulfametoxazol

Sulfassalazina

Teofilina

Tetracaína

Tetraciclina

Tiamina

Tioridazina

Tolbutamida

Tranilcipromina

Triamtereno

Trifluoperazina

pKa

2,7 / 5,0  (amina)  / 9,0 (fe-

nol)

7,2

8,9

6,5

7,9

9,0

9,2

8,4

7,8

9,5

8 ,0 / 10 ,2

4,2/8,3

4,2 / 8,8

6,6

6,2

1 ,7 / 10 ,2

1,6

8,1

9,8 (amina), 8,3 (sulfonami-

da)

5 ,4 / 1 ,8

6,5 / 2,0

2,8 / 12,1

5,6

0,6

  (amina)

  / 2,4

  (carboxil)

  /

9,7(sulfonamida)  /

11,8(fenol)

8,8 /

  0,7(amina)

  / 3,5

8,5

3,3 / 7,7/ 9,5

4,8 / 9,0

9,5

5,3

8,2

6,2

4,1 / 8,4

274

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Capítulo 5 - Manipulação

íonünuaqâo  Tabela 35

Droga

Tr imetopr im

Trometamina

Uréia

Warfarina

Xipamida

pKa

7,2

8,1

0,2

5,1

4,8 (fenol) / 10,0 (sulfonami-

da)

1 2 . 1 . 6 . p H ó t i m o p a ra so l u b i l i d a d e d e f á rm a co s

Seja os seguintes exemplos:

A. Ácido Fólico: caráter ácido, pKa = 6,8

Em  meio ácido, por exemplo pH 4,0: pH

(insolúvel)

Em meio básico, por ex em plo pH 8,5: pH

(solúvel)

1 .1 . Xarope com Ácido Fólico (m g /m l)

Ácido fó lico 10Omg

N a O H 0 , 1 N q s p H 8 a 9

ou

Bicarbonato de sódio 1g

Água destilada 65ml

Sorbitol 70% 35ml

Estabilidade: 30 dias (temperatura ambiente)

B. Furosemida: caráter ácido, pKa = 3,9

Em meio ác ido , por exem plo pH 4 ,0 : pH pKa = 4,0 - 3,9 

0,1(pouco solúvel)

Em meio básico, por exe mplo pH 8,5: pH - pKa = 8,5 - 3,9 = + 4,6

(solúvel)

pKa = 420 - 6,8 = -2,8

- pKa = 8,5 - 6,8 = + 1,7

275

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Capítulo 5 - Manipulação

B . 1 .  Solução de Furosemida 10mg/ml

Furosemida 1,0g

Etanol 10%v/v

Glicerina 10% v /v

NaOH 20% pH 8 a 9 , 5

EDTA-Na2  0,1%  p/v

Sulfito de sódio   0,1%  p/v

M etilparabeno 0,005% p /v

Propilparabeno 0,002% p /v

So rbitol70% qsp 100mL

Estabilidade: 6 meses (tem pera tura am biente)

12.1.7. Dicas e Técnicas para Solubi l ização de Fármacos

O uso do agitador magnético, do agitador de hélice e do ba-

nho de ultra-som pode economizar tempo na solubil ização. A agita-

ção aumenta a velocidade de dissolução.

Partículas pequenas de uma mesma substância dissolvem

mais rapidamente do que as partículas maiores, portanto, tr i ture e

micronize

  a

  substância com líquido viscoso (ex.: propilenoglicol,

glicerina, PEG 400) miscível com o veículo  f ina l ,  esse processo é

denominado levigação.

Quanto mais solúvel for a substância, mais rápida será a sua

dissolução.

Os sais (princípios ativos) devem ser dissolvidos em uma pe-

quena quantidade de um solvente (ex.: água) antes de serem adi-

cionados

 a um

  veículo viscoso (ex.: xarope).

Quando trabalha-se com um líquido viscoso, a velocidade de

dissolução é diminuída. Um aumento da temperatura geralmente

induz a um aumento na solubil idade e na velocidade de dissolução

de uma substância. A solubil idade de uma substância não-

eletrolít ica pode ser aumentada ou diminuída pela adição de um

e le t ró l i to .

Bases alcaloídicas (alcalóide) ou bases nitrogenadas de alto

peso molecular são geralmente pouco solúveis, exceto se o pH do

meio é diminuído, aumentando sua solubil idade (conversão para

sal).

A solubil idade de substâncias ácidas pouco solúveiVé aumen-

tada se o pH do meio é aumentado (conversão para um sal). Hidro-

colóides devem ser hidratados lentamente, antes da dissolução.

276

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Capítulo 5 - Manipulação

Quando se prepara um elixir ou uma solução hidroalcoólica é

aconselhável dissolver os constituintes solúveis no álcool, antes de

misturá-lo ao restante do veículo e os constituintes hidrossolúveis

devem ser p rev iam en te solubilizados na água.

A adição de PEG 400 a uma substância pouco solúvel, pode

aumentar sua solubilidade em água. 0 PEG 400 apresenta caráter

anfifíl ico, favorecendo a solubilização, em meio aquoso, de subs-

tâncias lipossolúveis.

0 talco farmacêutico pode ser usado para remover o excesso

ou gotículas de óleos flav orizan tes de soluções. Deve-se ad icionar

de

 1

  a 2 g de talc o para cada 100 m l de solução e em seguida f i l t ra r.

12.1.8.  Procedimento Geral para o Preparo de uma Solução

Material utilizado:

• Cálice

• Bastão

• Papel m anteiga

• Balança de precisão

Procedimento:

Passo 1: Calcular a quantidade de princípio(s) ativo(s) (soluto).

Passo 2: Pesar ou medir o(s) princípio(s) ativo(s).

Passo 3: Escolher o solvente ou o sistema de solventes para solubili-

zar o(s) princ ípio(s ) at ivo (s ). Para conhece r a so lub ilidade do fár-

maco, deve-se consultar l i teraturas especializadas tais como, far-

macopéias e certificados de análise enviados pelo fornecedor.

Passo 4: Ide ntifica r a poss ibil idade de intera ção fárm aco-fá rm aco e

fármaco-solvente.

Passo 5: Verificar a necessidade de adjuvantes, tais como, antioxi-

dantes, tampão, corretivos de sabor, co-solventes (ex. glicerina,

PEG  400, álcool), etc.

Passo 6: Ve rifica r a orde m de adição de cada a tivo da fó rm u la .

Passo 7: De term inar uma té cn ica para a m an ipu lação : necessidade

de aquecimento e qual te m pe ratura ; qual e em que proporção cons-

tará cada componente do veículo, bem como a ordem de adição de

cada componente.

Passo 8: Se possível filtrar, observando se não houve retenção no

f i l tro,  do princípio ativo ou dos com ponentes do veícu lo. Embalar e

rotular.

277

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Capítulo 5 - Manipulação

1 2 . 1 . 9 .

  Sugestões de So luções Ora is

A. Solucão Oral de Captopril (mg/ml)

Captopri l 100mg

Ascobato de sódio 0,5g

EDTA-Na2 0,1g

Tampão citrato qs pH 4,0

Xarope simples qsp 100ml

Estabilidade aproximada: 56 dias.

B. Solução de Ranitidina (75mg/5ml)

Ranitidina HCl 1 ,68g

Fosfato sódico dibásico anidro 0,14g

Sacarina sódica 0,25g

Benzoato de sódio 0,2g

Flavorizante de ce reja concentrado . . 2m l

Flavorizante creme dem ethe 0,5m l

Água des tilada 25m l

Sorbitol  70% qsp 1 00ml

Estabilidade: 6 meses ( 2 a 25°C)

278

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Capítulo 5 - Manipulação

1 2 . 2 .  Xaropes

São formas farmacêuticas preparadas à base de açúcar e á-

gua,

  onde o açúcar está próximo à saturação, formando uma

  solu-

ção hipertônica. A proximidade da saturação, evita a precipitação

do açúcar uti l izado.

12.2.1.Vantagens dos Xaropes:

Boa conservação: por serem hipertônicos, desidratam os mi-

croorganismos que sofrem plasmólise.

São aprop riados para fármacos hidrossolúveis.

Possibil i tam a correção de sabor da formulação (efeito   edul-

corante).

1 2 . 2 . 2 .  D e s v a n t a g e m :

0 xarope oficinal (à base de sacarose) e as formulações ma-

gistrais preparadas com o mèsmo, são contra-indicadas para pacien-

tes diabéticos (para estes pacientes deve ser uti l izado o xarope die-

té t ico) .

1 2 . 2 . 3 .

  P r e p a r a ç ã o :

A. Xarope Simples (1 l i tro)

Sacarose (açúcar re finado ) 850g

Meti Iparabeno

  1 ,

 5g

Propilparabeno 0,5g

Água de sti lada qsp 1 000 m l

Procedimento:

Passo 1: Pesar precisamente os ingredientes sólidos, sem no entanto

misturá-los.

Passo 2: Dissolver os parabenos em qs de álcool.

Passo 3: Adicionar água destilada ao açúcar, adicionar e os conser-

vantes pré-solubi l izados e completar o volume com água desti lada.

Passo 4: Misturar todos componentes e aquecer até a dissolução,

completando ao volume f in a l .

Nota: Não levantar fervura, pois, poderá h aver formação de

  açúcar

  invertido.

Embalagem:   frasco de vidro âmbar, bem fechado.

Armaz enamen to :  temperatura ambiente (15 a 30°C).

Estabi l idade:   1 ano.

279

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Capitulo 5 - Manipulação

B. Sugestão de Xarope Dietético (Sugar Free)

CMC-Na 2,0

Meti lparabeno 0,15%

Sacarina 0,1%

Ciclam ato sódico 0,05%

Água des ti lada qsp 1 00ml

Procedimento:

Passo 1: Dissolver o metilparabeno em um pouco da água quente.

Passo 2: Adicionar, aos poucos, o CMC na água dissolvendo-o .

Passo 3: Adicionar o restante e agitar até a dissolução.

Embatagem:

  frasco de vidro âmbar, bem fechado.

A r ma ze n a me n to :

  temperatura ambiente .

E stab i l idad e: 3 meses.

1 2 . 2 . 4 . A d i t i v a ç ã o d e P r i n c í p i o s A t i v o s e m X a r o p e s

Nas farmácias magistrais é rotina um xarope simples estoca-

do,  adit ivando-o de acordo com a prescrição médica.

A. Mater ia l ut i l izado:

• Cálice

• Papel m ante iga

• Espátula

• Bastão

• Balança de precisão

B. Procedimento:

Passo 1: Pesar ou medir o(s) ativo(s), diluindo-o(s) em solvente ade-

quado co m pa tível o u, se possível no pró prio xarope s imples. Se o

ativo não for faci lmente solúvel é necessário micronizá-lo antes com

propilenoglicol ou outro solvente (ex.: PEG 400), em um gral com

auxíl io de um pisti lo, faci l i tando assim sua dissolução ou otimizando

sua suspensão.

Passo 2: Adicionar o ativo em pequena quantidade do xarope sim-

ples,  homogeneizar com o auxíl io do bastão de vidro.

Passo 3: Completar aos poucos, sob agitação constante. Antes do

volume f inal da formulação, adeque o pH compatível com a maior

estabi l idade do pr incípio at ivo e adicione aroma.

Passo 4: Completar o volume   f ina l .

Passo 5: Embalar e rotular.

280

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Capítulo 5 - Manipulação

C. Considerações técnicas sobre aditivação de xaropes

C.1.  Aditivação de Tinturas e Extratos Fluidos: Acrescentar a quan-

tidade de tintura ou extrato fluido prescrito e em seguida a quanti-

dade suficiente de xaro pe . Os xaropes con tend o fito te ráp ico s for -

mam precipitados, porque os ex tratos f luidos e t in tura s c on têm á l-

cool com substâncias resinosas e oleosas disso lvidas, causando pre -

cipitação dos mesmos quando misturados ao xarope (veículo aquo-

so).  0 precipitado pode ser retirado por f i l traç ão quando não t iv e r

interesse medicinal.

C.2. Ad itivacão de ativos sólidos (pós) h idrosso lúve is: para os ativos

solúveis em água, basta dissolvê-los em qs de água e acrescentar

qsp de xarope ou en tão , dissolvê-lo no pró prio xa rope . Ex. : xarop e

com Hidroxizine, Salbutamol, Piridoxina, Sulfato de Zinco.

C.3. Associação de ativos: nestes casos, após verificar a compatibi-

l idade dos ativos a serem acrescentados, deve-se também verificar

as propriedades físico-quím icas de cada fárm aco ind ivid ualm ente , a

melhor faixa de pH de estabil idade para cada fármaco (onde se ob-

tém a faixa de pH que atenderá a todos os componentes da fórmu-

la).  Veri f icar também, a necessidade de adicionar adjuvantes far-

macotécnicos para aumento da estabil idade e a melhor forma de

solubilizar cada ativo adicionando, se necessário, co-solventes.

281

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Capitulo 5 - Manipulação

12 .3 .

  El ix i res

São formas farmacêut icas de uso oral que contêm álcool e

açúcar. Os elixires são claros, adocicados e aromatizados.

Veículo adequado para fármacos insolúveis em água, mas so-

lúveis em misturas hidroalcoólicas. 0 elixir é menos doce e viscoso

do que os xaropes e menos efetivo no mascaramento do sabor do

fármaco. Podem conter diferentes sistemas solventes e co-

solventes, como por exemplo, a gl icerina, o propi lenogl icol e o   poli-

eti lenogl icol 400. A graduação alcoól ica varia entre 15 a 50°GL.

1 2 . 3 . 1 .  V a n t a g e m d o s E l i x i r e s :

Permite a dissolução tanto de princípios ativos hidrossolúveis

como também, daqueles solúveis em álcool .

1 2 . 3 . 2 .  D e s v a n t a g e m :

Devido ao seu teor alcólico, não são indicados para crianças

e adultos que devem evitar o uso de álcool.

1 2 . 3 . 3 . P r e p a r a ç ã o d e e l i x i r e s :

Material ut i l izado:

• Cálice

• Espátula

• Bastão

• Papel m anteiga

• Balança de precisão .

Procedimento:

Passo 1: Pesar, separadamente, os princípios ativos hidrossolúveis e

álcool solúveis. Dissolver, separadamente, os componentes hidrosso-

lúveis na água ou no xarope simples e os componentes álcool  solú-

veis no álcool, já na quantidade que será empregada na formulação

(geralmente substâncias na forma de sal são mais solúveis em água

e substâncias ácido ou base l ivres são mais solúveis em álcool).

Passo 2: Adicione a fase aquosa sobre a alcoólica e misture.

Passo 3: Se a formulação f icar turva, adicionar talco farmacêutico

(1g/100ml) e filtra r.

Passo 4: Embalar em frasco de vidro âmbar e rotular.

282

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Capitulo

  5 -

 Manipulação

Passo 5: Armazenar em tem pe ra tu ra am bie nte ou no re frige rado r,

deacordo com as ca racte ristica s das drogas ativa s.

Hota:

  Sistemas

  co-solventes podem ser utilizados nõo só para solubilizar a droga ativa, mas

tombém,

  os adjuvantes farmacotêcnicos. Adoça ntes artificiais podem ser necessários para

edulcoror a formulação (ex:. sa carina, ciclamato de sódio  e  aspartame).

1 2 . 3 . 4 . E xe m p l o d e Fo rm u l a çã o d e E l i x i r :

Fenobarbital 0,4g

Óleo de laranja 0,025 m l

Propilenoglicol 10,0 ml

Álcool 20,0 m l

Sorbitol

 70%

  60,0 m l

Corante qs

Água

 destilada qsp 1 00,0 m l

12.5.

  Linctus

São líquidos viscosos para administração oral no tratamento

de tosses. Eles devem ser bebidos e deglutidos len ta m en te , com

adição ou não de água e geralmente, contêm uma alta concentração

de sacarose, outros açúcares ou um adequado álcoo l po lihid rico ou

álcoois.

283

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Capitulo 5 - Manipulação

Passo 5: Armazenar em tem pe ra tu ra am bien te ou no re frig e rador ,

deacordo com as carac ter íst icas das drogas a tivas.

HoU:

 Sistemas

  co-sotventes podem ser utitizados nõo só para solubilizar a drosa ativa, mas

tombém , os adjuvantes farmacotécnicos. Adoçantes artificiais podem ser necessários para

edukorar a formulação (ex:. sacarina, cictamato de sódio e aspartame).

12.3.4. Exemplo de Formulação de Elixir:

Fenobarbital 0,4g

Óleo de laranja 0,025 m l

Propilenoglicol 1 0,0 m l

Álcool 20,0 m l

Sorbitot 70%   60,0 m l

Corante qs

Água  destilada qsp 1 00,0 m l

12.5.  Linctus

São líquidos viscosos para administração oral no tratamento

de tosses. Eles devem ser bebidos e deg lutido s le n ta m en te , com

adição ou não de água e geralmente, contêm uma alta concentração

de  sacarose, outros açúcares ou um adequado álcool polihidrico ou

álcoois.

283

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Capitulo 5 - Manipulação

1 3 .

  Misturas

Termo fre qü en tem en te aplicado para soluções e suspensões

farmacêuticas orais.

1 4.  Gotas Orais

São soluções ou suspensões orais, destinadas a administração

em pequenos volumes, uti l izando um adequado utensíl io de medida

(ex.: conta-gotas e frasco gotejador).

1 5.  Suspensões Orais

São formas farmacêuticas compostas por duas fases: líquida

(contínua) e sólida (interna, descontínua e dispersa). As partículas

sólidas são insolúveis na fase líquida, mas, através de agitação po-

dem ser facilmente suspensas. A fase interna (sólida) não atravessa

o papel de fi l tro, por este motivo, as suspensões não devem ser fi l-

tradas. As suspensões são utilizadas para formulações de uso oral

(suspensão oral), uso tópico na pele e em mucosas e uso parenteral.

Algumas suspensões orais já vêm prontas para o uso, ou seja,

já estão devidamente dispersas num veiculo líquido com ou sem

estabil izantes e outros aditivos farmacêuticos. Outras preparações

estão disponíveis para uso na forma de pó seco, destinado a ser mis-

turado com veículos l íquidos. Este t ipo de produto geralmente é

uma mistura de pós que contém fármacos, agentes suspensores e de

dispersão; essa mistura, ao ser diluída e agitada com uma quantida-

de especif icada do veículo (geralmente água purif icada), forma uma

suspensão apropriada à administração, chamada suspensão extem-

porânea. Esta forma em pó é ideal para veicular fármacos instáveis

em meio l íquido (ex.: ant ib iót ico betalactâmicos).

1 5 . 1 . Vantagens das Suspensões Orais:

Forma farmacêutica ideal para veicular princípios ativos in-

solúveis em veículos, normalmente uti l izada em formulações   líqui-

das.

284

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Capítulo 5 - Manipulação

Forma farmacêutica ideal para dispersar formas farmacêuti-

cassólidas, (ex.: comprimidos) devidamente pulverizados, na forma

líquida para pessoas com dificuldade de deglutição.

Òpção de forma farmacêutica para veicular fármacos de sa-

bor desagradável, pois a fo rm a de suspensão rea lça menos o pala-

dar dos mesmos, quando comparada à forma de solução. Esta forma

farmacêutica pode ser flavorizada e edulcorada, adaptando-se às

preferências de paladar do paciente.

Em suspensões, o fármaco se encontra finamente dividido,

portanto, sua dissolução ocorre rapidamente nos fluidos do TGI (tra-

to gastrointestinal). A velocidade de absorção de uma droga veicu-

lada na forma de suspensão é geralmente mais rápida, quando com-

parada a forma sólida oral e mais lenta, quando comparada à forma

de

  solução. A velocidade de absorção de uma droga em uma suspen-

são depende da viscosidade (produtos mais viscosos libe ram mais

lentamente a droga).

Apresenta maior estabil idade quando comparada às soluções.

Por estar dispersa e não solubilizada, a droga está mais protegida da

rápida degradação ocasionada pela presença de água.

Drogas instáveis quando em contato com o veículo, podem

ser preparadas na forma de suspensão extemporânea (forma de pó

para recons tituição case ira).

Drogas que se degradam em soluções aquosas podem ser sus-

pendidas em fase não aquosa, por exemplo, em óleos.

15.3.

  Característ icas de uma Boa Suspensão:

15 .3 . 1 .  Tamanho das partículas

Devem ser reduzidas (micronizadas) a um tamanho que resul-

te em homogeneidade, geralmente entre 0,5 a 3 microns de diâme-

tro.  0 tamanho reduzido das partículas sólidas é uma característica

muito importante, pois evita que as mesmas se sedimentem

  fac i l -

mente, facil i tando também sua redispersão e prevenindo ainda, a

formação de cristais. 0 tamanho das partículas dispersas deve per-

manecer constante por longo periodos de repouso.

Uma boa suspensão deve sedimentar lentamente e voltar a

dispersar-se facilmente com a agitação suave do recipiente.

285

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Capítulo 5 - Manipulação

1 5 . 3 . 2 .

  F l u i d e z

Quanto mais viscosas, mais estáveis serão as suspensões . Po-

r é m ,  o excesso de v iscos idade compromete o aspecto e a re t i rada

do medicamento do f rasco . A suspensão deve escoar com rap idez e

un i fo rmidade do rec ip ien te . Uma boa suspensão deve apresen ta r

es tab i l idade qu ímica , f í s ica e m ic rob io lóg ica .

A Le i de Stoke fornece in formações sobre qua is parâmetros

in f luenc iam na sed imentação de par t ícu las em uma suspensão , in -

fo rmações es tas ú te is , na fa rmaco técn ica para con t ro la r e re ta rdar

a ve loc idade de sed imentação .

V = 2 r

2

  (p< - p.) g

9n

Onde:

v = ve loc ida de de sed ime ntaçã o

g = ace leração da grav idade

p

s

  = densidade das part ícu las sól idas

pi = den sida de da fase l íqu ida

r = ra io das part íc u la s

i l = v iscosidade da fase l íqu ida

As conseqüências básicas desta equação são que a veloc idade

de sed imentação das par t ícu las suspend idas em um ve ícu lo , de uma

dada dens idade, será maior para par t ícu las maiores do que para

par t ícu las menores . A lém d isso , quan to ma io r fo r a dens idade das

pa r t í cu las , ma io r se rá a ve loc idad e de sed ime n taçã o . Au m en tand o -

se a v iscos idade do meio , dent ro de cer tos l imi tes , para que a sus-

pensão permaneça f lu ida e escoáve l , se reduz a ve loc idade de se -

d imen tação das par t ícu las só l idas da d roga . Por tan to , o decrésc imo

da sed imentação das par t ícu las só l idas em uma suspensão, pode ser

obt ido pe la redução do tamanho das par t ícu las a serem d ispersadas

e pe lo aumento da dens idade e da v iscos idade da fase cont ínua ( l í -

qu ida ) .

286

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Capitulo 5 - Manipulação

15.4.

  Compos ição Bás ica de uma Su spensão

15.4.1 .  Fármaco sól ido a ser d ispe rso:

Devem ser micronizados em um gral com auxílio de um  pisti-

lo,  por levigação, com o veículo viscoso ou com agentes de leviga-

ção (ex.: glicerina, propilenoglicol e veículo com o agente suspen-

sor).

15.4.2.

  Agente Suspensor:

É usado para aumentar a viscosidade e retardar a sedimenta-

ção.

Tabela 37: Agentes Suspensores

Agente suspensor

Alginato sódico

Bentonita

Carbômero

(Carbopol®)

Celulose microcristalina

CMC-Na

CMC-Na

Dióxido de si l ício co loida l

(Aerosil®)

Goma adraganta

Goma arábica

(goma acácia)

Goma Xantana

Hidroxieti lcelulose

(Natrosol®)

Hidroxipropilmeti lcelulose

(HPMC)

Meti lcelulose

Pectina

Povidona

Silicato de Alumíno e

Magnésio

(Veegun®)

Concentração

usual

1,0 a 5,0%

0,5 a 5,0%

0,5

 a 1,0%

0,5 a  2,0%

0,5

 a

  2,0%

2,0 a 10,0%

0,5 a 2,0%

5,0 a 1 0 ,0%

0,3

 a

  0,5%

0,1   a2,0%

0,3 a 2,0%

0,5 a 5,0%

1,0 a

 3,0%

Até 5,0%

0,5 a 2,5%

pH apl icável

4 ,0a10 ,0

3,0 a  10,0 dispersões

melhores

 em pH

 neutro

5 , 0 a 11,0

3,5 a 11

2,0

 a 10,0

A t é 1 0 , 7

1,9 a 8,5

3 a

 12

2,0 a 12,0

3 , 0 a 11,0

3,0a11,0

2,0

 a 9,0

Não é  afetado pelo pH,

exceto por pH e xtrema-

mente cáustico

3,5 a 11,0

Adaptado: Lieberman  e Handbook of Pharm aceutical Excipients

287

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Capítulo 5 - Manipulação

1 5 . 4 . 3 .  A g e n t e s f l o c u l a n t e s

São uti l izados com o objetivo de evitar a formação de agre-

gados ou flocos. Esses agentes são divididos em surfactantes, polí-

meros hidrofí l icos, argi las e eletról i tos.

Alguns agentes floculantes:

• Lauril su lfato de sódio (0,5 a 1,0%)

• Docusato sód ico (0,01 a 1,0%)

• Polisorbato 80 (tween® 80 ) - (0,1 a 3%)

• Monooleato de so rbitano (span 80) - (0,1 a 3,0%)

• Polie ti leno glico l 400 - (até 10%)

• Colóides hidrofób icos (ex. goma xanta na , Veegun® , CMC,

etc)

• Argilas (ex .b en ton ita)

• C lore to de sódio (a té 1%)

• Fosfato diácido de potássio.

A floculação é um processo no qual as partículas se agrupam

formando aglomerados frouxos. A defloculação é o oposto, ou seja,

a quebra dos aglomerados em part iculas individuais.

Tabela 38: Propriedades de Suspensões Floculadas e Def loculadas

Propr iedades

Velocidade de sedimentação

Sobrenadante

Sedimento

Redispersabil idade

Floculadas

Rápida

Límpido

Volumoso

Fácil

Def loculadas

Lenta

Turvo

Compacto

Difíci l

1 5 . 4 . 6 .

  A g e n t e s u m e c t a n t e s

São acrescidos nas formulações de suspensões, com o objeti-

vo de auxi l iar a dispersão da droga. São eles: surfactantes, gl iceri-

na,

  propi lenogl icol , pol iet i lenogl icol 400, sorbi to l , á lcool , dentre

outros.

1 5 . 4 . 7 .  O u t r o s a d j u v a n t e s f a r m a c o t é c n i c o s u t i l iza d o s

Edulcorantes, f lavorizantes, corantes, corretores de pH,

tampões e conservantes.

1 5 . 4 . 8 .

  Ve íc u l os

Podem ser edulcorados e conter agentes suspensores.

288

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Capítulo 5 - Manipulação

15.5.  Ve i c u l os u t i l i z ados em Sus pens ões

Tabela 40 : Veiculos ut i l izado s em Suspensões

Veiculos

Glicerina

Polieti leno 400

Propilenoglicol

Sorb itol 70%

Suspendoral* (veículo suspensor)

Xarope de cacau

Xarope simples

Xaropes aromatizados (cereja,

framboesa, l imão,etc)

Concentrações  Usuais

2 a 20%

2 a 30%

10 a 25%

5 a 100%

20 a 100%

50 a 100%

50 a 100%

50 a 100%

Fonte: Adaptado pelo autor e Handbook of Pharmaceutical Excipients

'Suspendoral: nome dado pelo autor a um veiculo suspensor base que poderá ser pré-

formulado na farmácia. Veja a fórmula e o

 seu

 preparo a

 segu/r.

289

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Capítulo  5 - Manipulação

15 .5 .1 .

  Sugestão d e Veícu lo Suspensor Oral - Susp end or al*

Ingredientes

Ácido Benzóico

Ácido cítrico

Agua destilada

Agua destilada

Álcool et íl ico a 96°GL

Alginato de sódio

Aspartame

BHA (buti lhidroxianisol)

Bissulfito de sódio

Citrato de sódio

CMC

Dióxido de silício coloidal

EDTA-Na

2

Glicerina

Meti lparabeno

PEG 400

Propilenoglicol

Propilparabeno

Sorb itol 70%

Xarope simples qsp

Conc.%

0,05

1,5

3

15

0,3

0,034

0,5

0,05

0,15

1,5

0,3

0,15

0,1

20

0,1

2

10

0,035

20

100,0

Função na

fa rmaco técn i ca

Conservante

Tampão

Solvente

Veículo, solvente

Co-solvente

Agente suspensor

Edulcorante

Antioxidante

Antioxidante

Tampão

Agente suspensor

Agente suspensor

Sequestrante

Veículo doador de

viscosidade

Conservante

Veículo doador de

viscosidade

Veículo doador de

viscosidade

Conservante

Veículo doador de

viscosidade

Veículo, edulcorante

Procedimento:

Equipamento requerido: moinho coloidal (de preferência) ou

agitador com hélices e balança de precisão.

Passo 1 - Pesagem e medidas: Todos os componentes da formulação

devem ser previamente pesados, medidos e solubil izados antes de

iniciar o processo de preparo. O moinho coloidal deverá ser previa-

mente l impo, sanitizado e montado com a saída para produtos de

uso inte rno .

Passo 2 - Preparo do gel de CMC: Aquecer a água destilada (os 15%)

290

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Capitulo 5 - Manipulação

a aprox im adam ente 40°C para p re pa ra r o ge l de CMC. V er te r a água

no moinho co lo id a l e ac res ce nta r o CMC. E sgotar o ge l e l im p a r o

funil do m o inho com uma espá tu la t i po "p ão -d u r o " .

Passo 3 - Ad ição do so rb i to l e ou t ros co m po ne nte s : Depo is de pre pa -

rar o ge l de CMC, inco rpo ra r no mo inho c o l o i da l , nes ta o rd e m , os

segu in tes componen tes : so rb i to l , g l i ce r ina , p rop i lenog l ico l , PEG 400

e o xarope s im ple s .

Passo 4 - Ad ição d e a lg in a to d e sódio e o u tro s: Inc or po rar à m ist ur a

anter io r (no moinho) o a lg ina to de sód io , o aeros i l , o BHA, o b issu l -

f i to de sód io , o EDTA e o aspar tame (prev iamente pesados num saco

p lás tico). Insuf la r na m is tu ra n i t r o gê n io , para a de s inc orp ora çã o do

ar na fo r m ula çã o .

Passo 5 - Ad ição dos conservantes : D isso lver o met i lparabeno, o

prop i lparabeno e o ác ido benzó ico no á lcoo l e incorporá- los ao bu lk

no moinho co lo ida l .

Passo 6 - A diçã o dos ag en tes t am põ es : Dissolver o ác id o c í t r i co e o

c i t ra to de sód io na água des t i lada , usando o ag i tador magné t ico ,

inco rpora r à m is tu ra no mo inho co lo ida l .

Passo 7 -Volume   f i n a l :  Depo is de passar todo o produto no moinho

co lo ida l m ed i r o vo lum e usando um ba lde gra du ad o, r insar o

moinho com xa ro pe s im ples .

Passo 8 A ce r to do pH : pH = 4 a 5

Emba lagem: ga lão p rev iamen te l impo e san i t i zado .

A r m a z e n a m e n t o : e m l o c a l f r e s c o .

Va l idade : 1 ano .

1 5 . 5 . 2 .

  V e í c u l o S u s p e n s o r c o m M e t i l c e l u l o s e 1 %

Gel de m et i l c e lu los e

  2%

 ( 1 500cp) 50m l

Glicerina 3ml

Benzoato de sódio ou so rb ato de potá ssio 2 00 m g

Xarope s imples f la vo r iz ad o qsp 1 00m l

1 5 . 5 . 3 . V e í c u l o S u s p e n s o r c o m G o m a X a n t a n a

Goma xan tana 500m g

Sacarina sód ica 1 00m g

Aspar tame 200mg

Prop i lenog l ico l 5ml

Xarope s im ples f la vo r iz ad o qsp 1 00m l

Estab i l idade: em pH de 3 a 12 e na presença de enz imas, sa is , ác i -

dos e bases.

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Capítulo 5 - Manipulação

1 5 .5 .4 . S u g e s tã o d e E xc i p i e n te p a r a S u sp e n sã o E x te mp o r â -

n e a d e A n t i b i ó t i c o s

Fármaco X g (princípio ativo)

Aroma pó (hidrossolúvel) 0,5 g (flavo rizan te)

Benzoato de sódio 0,15 g (conservante)

Aspartame 0,3g (edulcorante)

Celulose m icro cris talina CMC Na * 1 ,5g (Avice l RC 591)

Açúcar refinado 40g (edu lcorante)

'Avkel  591 é marca registrada da FMC.

Os componentes desta formulação estão presentes em quan-

tidade suficiente para formar uma suspensão em um volume total

de 100 ml (o líquido para a formação deve ser água purificada, a ser

adicionada pelo cliente).

Procedimento

Homogeneizar, misturando intimamente os pós em um

  gral.

Passar em seguida por um tamis de malha 50 a 60. Acondicionar a

mistura dos pós em um frasco de vidro âmbar, com um marco   indi-

cativo para completar o volume de 100 ml.

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Capítulo 5 - Manipulação

15.6.

  Procedimento geral para o preparo de Suspen-

sões

Esquematicamente, temos os seguintes métodos para o pre-

paro de suspensões:

01

02

03

04

05

Sólido + líquido

Sólido + suspensor + líquido

Sólido + m olhante + líquido + suspensor ***

Sólido + molhante + suspenso + líquido

Solido ->  floculante + suspensor + líquido

' " Procedimento  de preparo mais comum.

15.6.1.  D e s c r i ç ã o d o P r o c e d i m e n t o d e P r e p a r o d e S u s p e n -

sões

 (m é to d o

  n °3 ) :

Passo 1: Dispersar o agente suspensor em quantidade suficiente de

água.

Passo 2: Tamisar os ativos sólidos insolúve is.

Passo 3: M icronizar o(s) fármaco(s) só lido com um agente m olh an te

(ex.: glicerina) e um pouco de água, em um gral com auxílio de um

pistilo, este processo é denominado de levigação.

Passo4: Adicionar  1 em 3, aos poucos, agitando levem ente .

Passo 5: Tra ns ferir para um cálice e con fe rir o volu m e.

Passo 6: Adicionar o fla vo rizan te , o conservante (se necessário), o

edulcorante e o coran te .

Passo 7: Embalar e rotular.

15.6.2.

  P r o c e d i m e n t o d e p r e p a r o d e s u s p e n s õ e s u t i l i z a n d o

o v e i c u l o s u s p e n s o r p r é - f o r m u l a d o ( S u s p e n d o r a l ) :

0 suspendoral é um veículo base pré-formulado, edulcorado

e tamponado; com sistemas conservantes, an tioxidan tes , agentes

suspensores e molhantes, ideais para manipulação de suspensões

estáveis. Este veículo tem estabilidade na faixa de pH compreendi-

doentre4,0 a 11 ,5 .

A manipulação de suspensões com este veículo torna-se ágil

e simples, sendo necessário apenas a adição do agente flavo riza nte

(aroma) indicado pela prescrição e que mais se adeque à formula-

ção.

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Capitulo 5 - Manipulação

Este veículo suspensor pode ser util izado na concentração

en tre a 20 a 100%, em combinação com xa rope simples.

0 pH do Suspendoral está tamponado no pH compreendido

entre 4,0 a 5,0. O suspendoral contém açúcar, portanto é contra-

indicado para diabéticos.

Material ut i l izado:

• Cálice

• Bastão

• Espátula e espátula tip o "pão d u ro "

• Gral

• Pistilo

• Papel manteiga

• Balança de precisão

Procedimento:

Passo 1 : Pesar a quan tidade de ativos indicados na presc rição.

Passo 2: Tamisar e triturar os pós (ativos) em um gral com auxílio de

um pist i lo.

Passo 3: Micronizar (levigar), molhando o pó com quantidade sufici-

ente de Suspendoral.

Passo 4: Adicione mais Suspendoral, cerca da metade do requerido

na formulação e misture bem. O Suspendoral pode ser uti l izado na

porcentagem en tre 20 e 100% da formulação , sendo o usual cerca de

30%.

Passo 5: Transfira o conteúdo do gral para um cálice com auxílio de

uma espátula t ipo "pão duro".

Passo 6: Adicione o restante do Suspendoral, misturando bem com o

bastão.

Passo 7: Dilua o aroma em um pouco de xarope simples ou em quan-

tidade suficiente de solvente adequado (ex.: álcool).

Passo 8: Complete o volume com Suspendoral ou xarope simples.

Passo 9: Checar o pH final da formulação, ajustá-lo adequando-o à

formulação, caso seja necessário.

Passo 10: Embalar em frasco de vidro âmbar e rotular.

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Capitulo 5 - Manipulação

15.7.

  Sugestões de Suspensões

15.7.1.

 Suspensão de Carbamazepina

Carbamazepina 100mg/5ml

Glicerina  5% v/v

Propilenoglicol 5%

 v/v

Sorbitol

 70%

  10%v /v

Sacarina sódica 0,05%

 p/v

Metilparabeno   0,1% p/v

Solução m etilce lu lose

  1 %

  50%

 v/v

Aroma  qs

Xarope sim ples qsp 100ml

Estabilidade aprox im ad a: 90 dias

15.7.2.

 Suspensão de Nitrofurantoina 50mg/5ml

Nitrof urantoína 600mg

Aspartame 600mg

Suspendoral  18ml

Aroma t u t t i - f r u t t i  2ml

Xarope simples qsp 60m l

Estabilidade aproximada: 60 dias

15.7.3. Suspensão de Tiabendazol 500mg/5ml

Tiabendazol 10g

Ácido sórbico 0,2g

Simeticone USP  1 ml

Metilcelulose 2 50ml

Polisorbato 20 ou 60 1ml

Flavorizante

 de

 fambroesa

  3ml

Flavorizante creme dementhe  ...  0,5ml

Glicerina qs

Xarope simples qsp 1 00ml

Estabil idade aproximada:

 6

 meses

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Capítulo 5 - Manipulação

1 5 . 7 . 4 . S u s p e n s ã o d e O m e p r a z o l 2 0 m g / 5 m l

Om eprazol 400 mg

Glicerina qs

Bicarbonato de sódio 1 6,8 §

Sílica ge l m icronizada 3 g

Steviosídeo 0,3g

Acesulfame de potássio 0,5 g

Flavor izante chocolate 3 m L

Creme deme nthe 1 mL

Nipagim 0,15g

Metabissulfito de sódio

  0,1

 g

EDTANa2 0,1g

Xarope simples 40mL

Água destilada preservada qsp 100mL

Estabil idade ap roxim ada : 14 dias sob re fr igeraçã o

Procedimento de Preparo para Suspensão de Omeprazol

Passo 1: Tri ture em um gral os pel lets com qs de álcool, deixe em

repouso por 5 minutos. A seguir tr iture os pellets reduzindo-os a um

pó fino até completa evaporação do álcool. Misture a síl ica gel, o

steviosídeo (pode ser substituído por 0,5g de aspartame), o bicarbo-

nato de sódio, o acesulfame de potássio, o metabissulfito de sódio e

o EDTA Na2. Tri ture e misture bem.

Passo 2: Levigue a mistura dos pós com a glicerina para formar uma

pasta.

Passo 3: Adicione um pouco do xarope simples na pasta até que haja

uma quantidade suficiente para ser vertida (escoada)

Passo 4: Adicione os flavorizantes misturando ao passo 3 e verter

para o recipiente de dispensação.

Passo 5: Rinse o grat 2 a 3 vezes com o resto do xarope simples

transferindo para recipiente de dispensação após cada rinsagem.

Passo 6: Ajuste o pH entre 9,0 a 9,5 com uma solução de NaOH a

40%.

Passo 7: Depois de terminado o preparo deixe a suspensão em re-

pouso com a tampa do frasco aberta para permitir a l iberação do

gás C02 desprendido.

Passo 8: Adicione quantidade suficiente da água desti lada e comple-

te para o volume final de 100mL.

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Capítu lo 5 - Manipulação

16.

 Prepa rações Ora i s O leosas  (Soiuções ou Suspensões)

São preparações farmacêuticas para administração oral (uso

sistêmico) em que o(s) princípio(s) ativo(s) se encontra(m) dissolvi-

do(s) ou suspenso(s) em um óleo fixo flavorizado.

1 6 . 1 . V a n t a g e n s d a s P r e p a r a ç õ e s O r a i s O l e o s a s

Estabi l idade: 0 veículo oleoso previne a degradação de dro-

gas susceptíveis a processo de deg radação por hid ró lise (veícu lo

anidro).

Possibil idade de solubil ização de drogas l ipossolúveis e de

suspensão de drogas hidrossolúveis.

Permite a f lavorizacão tomando-se mais palatável .

1 6 . 2 .  C o m p o s i ç ã o b á s i c a d e u m a P r e p a r a ç ã o O r a l O l e o -

sa

Princípio(s) ativo(s).

Óleo f ixo (veículo): ex.: óleo de amêndoas doces.

Antioxidante: ex. BHA, BHT.

Agente suspensor (em caso de suspensão): ex. síl ica gel mi-

cronizada (2 a 6%), estearato de magnésio (2%).

Ravorizante (l ipossolúvel): ex.: óleo essencial de canela, ó-

leo essencial de laranja, óleo essencial de menta.

1 6 . 3 .  F o r m u l a ç ã o B a s e p a r a P r e p a r a ç õ e s O r a i s O l eo s a s

A. BHT (b ut i l hidro xi totueno ) 100 mg

Sacarina 1 00 mg

Óleo essencial de tangerina ou laranja. . 3 mL ou Óleo essencial de

canela 0,5 mL

Óleo de amêndoas doces qsp 100 mL

Nota: Para o preparo de suspensõ es, deve-se utilizar um agen te suspe nsor comp atível (ex.:

sílka gel micronizada ou o estearato de mag nésio)

Preparo:

Passo 1 : Aque cer o óleo f ix o , m isturar a sacarina e o BHT, previa-

mente tr i turados, com agitação. A sacarina não irá dissolver com-

pletamente.

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Capitulo 5 - Manipulação

Passo 2: A dicione o flavo riza nte .

Passo 3: Ad icione a sílica gel m icronizada (ae rosil®) na etapa 2 e

então misture bem. 0 óleo fixo irá ficar mais viscoso, caso seja ne-

cessário, ajuste a concentração do agente suspensor.

Nota:

Esta

 base

 pode rá ser preparada antes para ser util izada corno base oleosa para

 suspensão.

0 óteo de fí$ado de bacalhau é um óleo fixo e pode ser util izado em preparacõe s para uso

veterinário.

1 6 . 4 .

  Alguns fármacos que podem ser veiculados

Ácido aceti lsalicíl ico

Alendronato de sódio

Amlodipina

Atorvastatina

Bupropiona

Carbenecil ina

Ciclofosfamida

Cloramucil

Fluvoxamina

Fosinopril

Gl imepirida

Isradipina

Paroxetina

Piroxican

Quinapril HCl

Sinvastina

Warfarina

Ref.: Stability table Reference PCCA

2 9 8

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Capitulo 5 - Manipulação

17.  Emulsões Ora is

Emulsões Orais são normalmente dispersões do tipo çV

leo/água estabil izadas por um agente emulsionante, onde uma ou

ambas as fases podem conter sólidos dissolv idos . Podem conte r um

ou mais princípios ativos . Os ativo s sólidos podem tam bé m estar

suspensos nas emulsões orais. Em emulsões do tipo o/a, a fase oleo-

sa  (fase interna, dispersa, descontínua) está dispersa como gotículas

em

  uma solução aquosa (fase externa ou contínua).

17.1 .

  Vantagens das Emulsões Orais:

As emulsões permitem a administração de fármacos l íquidos

oleosos e de fármacos lipofílicos dissolvidos em óleo.

As emulsões orais não possuem, convenientemente, a fase

externa aquosa, por isto mascaram de maneira efetiva o sabor pou-

co agradável de alguns fárm aco s, tais com o, v itam inas l ipossolúveis,

óleo de rícino, óleo mineral e o óleo de fígado de bacalhau. A fase

externa aquosa (miscivel com água) apresenta maior palatabil idade

e portanto, maior aceitação p elo p ac iente . Podem ser f lavo rizada s.

A suspensão de fármacos insolúveis em um veículo emulsio-

nado,

  permite obter formas de ação sustentada (suspensão-

emulsão), programando a liberação e a absorção dos mesmos.

17.2 .

  Desvantagens:

Emulsões são sistemas termodinamicamente instáveis, cujas

fases tendem a separar-se com o decorrer do tempo.

17.3 .  Caracter ís t icas de uma boa Emulsão:

Peguenas potículas:

  normalm ente o taman ho das gotículas

dispersas está compreendido entre 0,1 e 10u , embora algumas po-

dem ser tão pequenas quanto

  0,01

  u ou tão grandes quanto   100JJ. .  O

tamanho das gotículas dispersas é influenciado por fatores mecâni-

cos (método e equipamento uti l izado para a mistura e cisilhamento

das duas fases), pela técnica e pelos agentes emulsificantes.

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Capítulo 5 - Manipulação

Lenta aqreqação (coalescência)  das gotículas dispersas, lenta

cremaqem   (formação de nata) caracterizada pela aglomeração das

gotículas dispersas na superfície (líquido disperso mais leve que o

dispersante da preparação) ou  lenta sedimentação  no fundo (líquido

dispersado mais pesado que o dispersante).

Se houver  coalescência,  ocorre uma ruptura completa e irre-

versível da emulsão com a separação completa das fases.

Se houver apenas

  cremaqem

  ou

  sedimentação,

  a homoge-

neidade pode ser facilmente restabelecida por simples agitação.

A velocidade de cremagem e sedimentação seguem a Lei de

Stokes, citada e explicada no ítem Suspensões.

Facilidade de redispersão com agitação.

17 . 4 .   Composição básica de uma Emulsão

1 7 .4 . 1 . Fase aquosa:

A água utilizada no preparo de emulsões deve ser deioniza-

da,  pois a presença de íons, como por exemplo, íons de cálcio e do

magnésio desestabilizam a emulsão.

Nesta fase devem ser solubilizados todos os ingredientes hi-

drosolúveis da formulação.

1 7 . 4 . 2 .  Fase o leosa:

Constituida por óleos (óleo fixo, mineral, voláti l ou óleo-

resina) ou ceras, nos quais serão acrescentados e solubilizados os

ingredientes liposolúveis.

1 7 . 4 . 3 . A g e n t e e m u l s i f i c a n t e :

0 agente emulsificante dá estabil idade à emulsão, reduzindo

a tensão superficial entre o óleo e a água e retardando a separação

das fases.

1 7 . 4 . 5 . A n t i o x i d a n t e s :

Previnem os processos de degradação por oxidação dos óleos

e gorduras. Eles devem ser, preferencialmente, solúveis na fase

oleosa (ex.: BHT, BHA, Palmitato de Ascorbila, Vitamina  E),  entre-

tan to ,

  pode-se utilizar antioxidantes na fase aquosa (ex.: Acido As-

córbico, Metabissulfito de Sódio e Bissulfito de Sódio).

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Capitulo 5 - Manipulação

17.4.6.

  Conservan tes :

Os conservantes prev inem o crescim ento de fungos e b acté-

rias na preparação. P refe ren cialm en te, devem ser ad icionados na

fase aquosa, uma vez que esta é m ais susceptíve l à contam inação

microbiana. Outvos corrvpooentes da emulsão, além da áe,ua, podem

favorecer o crescimento de microorganismos, tais como, agentes

emulsificantes naturais (ex.: goma arábica, goma adraganta, etc),

óleos como o de amendoim (podem conter espécies de   Aspergillus)

e parafinas líquidas (podem co nter espécies de   Peniciíiium).  É bom

lembrar que alguns agentes emulsionantes podem diminuir ou até

mesmo, neutralizar o efeito de determinados conservantes

(ex.:tween 80 e parabenos). Contaminantes podem ser introduzidos

em uma emulsão pelos ing red iente s, equipam entos (não adequada-

mente sanificados) ou recipientes (não devidamente sanificado ou

vedado).

17.4.7.  F lavorizantes e Corantes:

Emulsões Orais normalmente contêm agentes flavorizantes e

raramente são uti l izados corantes. Deve se uti l izar somente coran-

tes permitidos para uso sistêmico. Em emulsões orais os flavorizan-

tes e corantes devem ser hidrossolúveis, a fase externa é aquosa.

17.5 .

  Agentes Emulsi f icantes

Os agentes emulsificantes auxil iam na produção de uma dis-

persão estável, pela redução da tensão interfacial e consequente

manutenção da separação das gotículas dispersas, através da forma-

ção de uma barreira interfacial . Agentes emulsif icantes eficientes

são agentes ten sioativos .

Os agentes emulsificantes (tensioativos) têm grupamento po-

lar (hidrofí l ico) que é orientado em direção a água e grupamento

apolar (l ipofíl ico) que está direcionado ao óleo.

0 t ipo de emulsão é determinado pela solubi l idade do agente

emulsificante:

Se o agente  emulsificante é mais solúvel em áqua (hidrofíU-

co),

 então a água será a fase con tínua , c onse quentem ente se form a-

rá uma  emulsão do tipo o/a .

Se o agente  emulsificante é mais solúvel em óleo (Upofili-

co),

  então o óleo será a fase contínua, consequentemente se forma-

rá uma

  emulsão do tipo a/o.

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Capítulo 5 - Manipulação

Se uma substância é adicionada na formulação de uma emul-

são e altera a solubil idade do agente emulsificante, o equilíbrio

pode ser alterado e a emulsão poderá mudar de tipo. A esta altera-

ção denominamos

  inversão de fase.

1 7 . 5 . 1 .

  Esco lh a d o A g e n te E m u l s i f i c a n te :

A escolha do agente emulsificante é determinada pelos in-

gredientes ativos e pela uti l ização do produto. Agentes emulsifican-

tes para preparações de uso interno não devem ser tóxicos ou   i r r i -

tantes. Normalmente para emulsões orais são utilizados polissacarí-

deos naturais (ex. goma arábica, goma adraganta, goma karaya,

gelatina, lecitina) e surfactantes não-iônicos.

É importante levarmos em consideração que os emulsifican-

tes podem influenciar no sabor da preparação. Polisorbatos têm o

sabor desagradável, portanto, podem tornar a preparação menos

palatável .

1 7 . 5 . 2 .

  A g en t es e m u l s i f ic a n t e s d e o c o r r ê n c i a n a t u r a l :

A.Polissacarídeos: goma arábica (melhor emulsificante para emul-

sões orais o/a), goma adraganta (aumenta a viscosidade da emul-

são,

  prevenindo a cremagem) e outros como o amido, a pectina e a

carragena são utilizados para estabilizar a emulsão.

B. Polissacarídeos semi-sintéticos: carboximetilcelulose e metilcelu-

lose de baixo grau de viscosidade formam emulsões o/a.

C. Substâncias contendo esteróis: atuam como agentes emulsifican-

tes a/o (ex.: cera de abelha, lanolina e álcoois de lanolina).

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Capítulo 5 - Manipulação

17.6.   Sur factantes:

Contêm regiões hidrofíl icas e l ipofíl icas na molécula.

17 .6 .1 .  S u r f a c t a n t e s A n i ô n i c o s :

São sais orgânicos que em água, possuem ação tensioativa

aniônica. São amplamente empregados em   emutsões para uso ex-

terno como em ulsifica nte o /a . São incom patíve is com alguns cátions

inorgânicos e com um amplo número de cátions orgânicos, como a

cetrimida. Eles precisam estar na forma ionizada para serem

  e fe t i -

vos;  as emulsões preparadas com tensioativos aniônicos são geral-

mente

  estáveis em pH atcalino.

Exemplos: Estearato de Sódio (o/a), Oleato de Cálcio (a/o), Trieta-

nolamina (o/a), Lauril Sulfato de Sódio (o/a).

17.6.2.  Surfactantes Catiônicos:

São normalmente quaternários de amônio, têm um cátion

tensioativo. São utilizados na preparação de  emulsões o/a para uso

externo   e precisam estar ionizados para serem efetivos. As emul-

sões formadas por surfactantes catiônicos são geralmente estáveis

em pH ácido. Os surfactantes catiônicos apresentam também ação

antimicrobiana.

Exemplos: Cetrimida, cloreto de Benzalcôneo.

1 7 . 6 . 3 .  S u r f a c t a n t e s n ã o - i ô n i c o s :

São substâncias sintéticas e representam o mais numeroso

grupo entre os surfactantes. São empregados para preparação tanto

de emulsões o /a como de emulsões a /o para uso ex tern o e inte rn o.

Os surfactan tes não-iônicos são com patíveis com substâncias aniô ni-

cas e catiônicas são muito resistentes a mudanças de pH. 0 tipo de

emulsão formada depende do equil ibrio entre os grupos hidrofíl icos

e lipofílicos, o HLB  {hydrophitic-tipoph itic ba lance).

Exemplos: Glicóis, Ésteres de Glicerol, Polisorbatos (tweens®), És-

teres de Sorbitano, Éteres e Ésteres de PEG, Álcoois Graxos Superio-

res e Álcoois Polivinilicos .

303

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Capitulo 5 - Manipulação

1 7 . 7 .

  Só l idos f inamente d iv id idos:

Sólidos finamente divididos podem ser adsorvidos na interfa-

ce óleo-água, formando um fi lme que previne a coalescência das

gotículas dispersadas. Se as partículas são preferencialmente mo-

Ihadas por óleo, uma emulsão a/o é formada. De maneira oposta, se

as partículas são preferencialmente molhadas pela água, uma emul-

são o/a é formada. Eles formam emulsões com boa estabi l idade e

menos susceptíveis a contaminação microbiana.

Exemplos: Bentonita, Sil icato de Alumínio e Magnésio (Veegun®),

Aluminio Coloidal, Hidróxido de Magnésio.

1 7 . 8 .  F l a v o r i z a n d o u m a E m u l s ã o O r a l

A escolha dos agentes corretivos do sabor (edulcorantes e

aromatizantes) deve incidir sobre aqueles hidrossolúveis, pois a efi-

ciência destes é maior se estiverem concentrados na fase externa

da emulsão; uma vez que só deste modo poderão disfarçar o gosto

da droga que se pretende corrigir. Emulsões orais edulcoradas des-

tinadas a serem administradas em colheres são chamadas  looques

(do inglês looks ou loochs).

1 7 . 9 .

  Preparo de Emulsões Orais

As Emulsões Orais são normalmente emulsões primárias do

tipo óleo/água. Uti l iza-se com freqüência no preparo destas formu-

lações as gomas ou surfactantes não-iônicos como agentes emulsifi-

cantes. De modo geral não é necessário o emprego do calor para o

preparo da Emulsão

  Oral.

1 7 . 9 . 1 .  M é t o d o s d e p r e p a r o

Os métodos mais empregados são o da "goma seca" e o da

"goma úmida". Estes métodos se apl icam, adequadamente, para a

produção de preparações extemporâneas em pequena escala na

farmácia magistral , ut i l izando simplesmente o   gra l ,  o pisti lo ou mis-

turadores elétr icos como equipamentos.

A proporção dos ingredientes para o preparo de emulsões

304

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Capitulo 5 - Manipulação

primárias pelo método das gomas, deve seguir proporções definidas,

conforme a tabela a seguir:

Tabela  41: Proporção dos ingred ien tes para o preparo de emul -

sões pelo Método das Gomas

Tipo de Óleo

Fixo

Mineral

(hidrocarbonetos)

Voláti l

(óleos essenciais)

Oleo resina

Oleo de linhaça

Exemplos

Óleo de amêndoas,

óleo de am endo im,

óleo de rícino, óleo de

fígado de bacalhau,

etc .

Parafina líquida,

óleo mineral , etc .

Oleo essencial de ca-

nela,  óleo essencial de

menta, etc .

Óleo de copaíba

Oleo de l inhaça

Oleo

4

3

2

1

2

Agua

2

2

2

2

2

goma

1

1

1

1

1

Adaptado: Winfield e

  K/ng.

A. Método da Goma Seca ou Método Continental (adição da fase

externa à fase interna contendo o agente emulsivo)

Material ut i l izado:

• Balança de prec isão

• Papel manteiga

• Cálice ou prove ta

• Gral de porcelana e pisti lo

Preparo:

Passo 1 : Meça precisam en te o óleo em um recip ien te l im po e seco.

Passo 2: Verta completamente o óleo medido para um gral de por-

celana limpo e seco.

Passo 3: Pese a goma (normalmente se util iza a goma arábica).

Passo 4 : Meça a água em um recip ien te l imp o e sa nitizado .

Passo 5: Adicione a goma ao óleo e misture aos poucos até a com-

pleta dispersão.

Passo 6: Imediatamente, adicione toda a água e agite de modo vigo-

roso e continuo até a mistura ficar espessa e a emulsão primária se

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Capitulo 5 - Manipulação

formar .

Passo 7: Continue triturando por 2 a 3 minutos para produzir uma

emulsão estável e contínua.

Passo 8: Gradualmente a emulsão primária pode ser diluída com

pequenos volumes do veículo e adicionada de outros ingredientes,

assegurando a completa mistura entre as adições de maneira a

completar o volume f inal da preparação.

B. Método da Goma Úmida ou Método inqlês (adição da fase interna

à fase externa contendo o agente emulsivo)

Este método difere do anterior porque se emprega a mucila-

gem de goma (a goma diluída previamente na água), em vez da go-

ma seca. Para obte r uma emulsão primá ria por este mé todo ,  u t i l i -

zam-se as proporções de água, óleo e goma citadas na tabela ante-

r ior.

Mater ia l ut i l izado:

• Balança de precisão

• Papel manteiga

• Cálice ou proveta

• Gral de porce la e pis ti lo

Preparo:

Passo 1: Pesar precisamente a goma.

Passo 2 : Meça a água.

Passo 3: Verta a goma para o gral e aos poucos adicione a água,

tr i turando a goma até formar uma muci lagem.

Passo 4: Meça o óleo.

Passo 5: Verta o óleo sobre a mucilagem aos poucos, triturando até

obter uma emulsão primária espessa.

Passo 6: Para estabil izar a emulsão, continue misturando durante

alguns minutos.

306

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Capítulo 5 - Manipulação

17.10 .

  Exemplos de Formulações:

17 .10 .1 .  E m u l s ã o c o m V i t a m i n a D ( C a l c i f e r o l )

Emulsão   com V i tam ina D

(Calc i fero l )

Calciferol diluído em óleo 1,5mL

Oleo de amendoim  8,5mL

Agua 5mL

Goma aráb ica 2,5g

Proporção

4

(1,5+8,5=10)

2

1

óleo

Agua

Goma

17 .10 .2 . Emu l s ão c om Ó l eo de F ígado de Bac a l hau

Emulsão com Oleo d e Fígado

de Bacalhau

Òleo de Fígado de Bacalhau 30mL

Agua 15mL

Goma  Arábica 7,5g

Proporção

4

2

1

Oleo

Agua

Goma

1 7 .1 0 .3 . S u sp en s ão O r a l p r e p a r a d a c o m A g e n t e T e n s i o a t i v o

não- iôn i co

A. Método geral de preparo: Misture a fase oleosa com o emulsifi-

cante não-iônico e em seguida aos poucos, adicione a água agitando

de maneira vigorosa e contínua , a té a co m pleta homogeneização.

B. Exemplo 1 :

Emuisão Purgativa com Óleo de Ricino (o/a)

Óleo de ríc ino 50 g

Polisorbato 20 3 g

Água destilad a qsp 100

307

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Capitulo 5 - Manipulação

C. Exemplo 2:

Emulsão de Óieo Mineral

Oleo m ineral 60m l

Po lisorba to 60 6g

Água des tilada 30m l

Xarope de cho colate 24m l

Estabil idade aproximada: 30 dias

308

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C a p i t u l o 5 - M a n i p u l a ç ã o

18.   Apl icação de Flavor izantes em Formas Farma-

cêuticas Orais

Flavorizar, edulcorar e colorir uma preparação farmacêutica

para administração oral é fator preponderante à adesão terapêutica

pelo paciente, especialmente o pediátr ico. Portanto, o farmacêuti-

co tem como d esafio, desenvolver técnicas e recursos para realizar

a combinação harmôn ica dos adit ivos, f lavorizan tes (aromas),  edul-

corantes e corantes.

A percepção de um determinado sabor envotve os

  receptores

dos

  paladares,

  proteínas localizadas na superfície das células das

papilas gustativas que reconhecem certas estruturas químicas e ini-

ciando a emissão de sinais para que o cérebro os traduza e reconhe-

ça como doc e, amargo , salgado ou azedo (á cido). Possuimos cerca

de 10.000 papilas gustativas, sendo que nas crianças elas estão em

número maior. Isto explica o porquê das crianças serem mais sensí-

veis a sabores desagradáveis. Para isto, torna-se importante a com-

preensão dos aspectos psicofisiológicos envolvidos na percepção dos

sabores.

Os receptores para os paladares primários:

  doce, amarso, sal-

§ado e azedo (ácido),

  estão distribuídos e agrupados em regiões

diferentes da superfície da l íngua. 0 paladar doce é detectado,

principalmente, na ponta da língua, enquanto que o amargo é mais

evidenciado na região posterior, o salgado nas laterais anteriores e

o azedo nas laterais medianas (veja a figu ra a segu ir):

Percepção reg iona l dos

paladares primários na língua

humana.

Leçenda:

Bitter:amargo

Sour: azedo fácido)

Satty:

  salsado

Sweet: doce.

Fonte:

 Roy,  1997.

3 0 9

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Capítulo 5 - Manipulação

A sensação final de um sabor, extrapola a percepção dos palada-

res primários e suas combinações. Outros sentidos, tais como, o

o l fa to ,  a visão, o tato, a audição e até mesmo os aspectos subjeti-

vos como os fatores psicológicos influenciam no reconhecimento do

sabor.

1 8 . 1 .  Relação Química com os Quatro Paladares Primá-

rios

Existe uma relação estreita entre a estrutura química de uma

substância e o sabor. A solubil idade, o grau de ionização e o tipo de

íons produzidos na saliva influenciam de maneira decisiva na sensa-

ção interpretada pelo cérebro (Remington, 2000).

1 8 . 1 . 1 .  S ab o r e s Á c i d o s ( a z e d o ) :

São proporcionais à concentração de íons H* e a solubilidade

lipídica da substância. Característicos de ácidos, taninos, fenóis e

lactonas.

1 8 . 1 . 2 .  Sabores sa lgados :

Estão associados com compostos inorgânicos ou de baixo pe-

so molecular. Correlacionados também, com a presença simultânea

de ânions e cátion s.

Exemplos: Cloreto de Sódio, Brometo de Potássio, Cloreto de Amô-

neo e Salicilato de Sódio.

18 .1 .3 .

  Sabores Am argos:

Compostos polihidroxilados de alto peso molecular(>300 dal-

tons).

 As bases livres, os alcalóides, as amidas e as anfetaminas pos-

suem sabor amargo; bem como substâncias polihalogenadas, tiocar-

bamidas e compostos t ioa l i fáticos .

Exemplo: Cafeína, Cloridrato de Difenidramina, Sulfato de Quinino,

Cloridrato de Prometazina e Codeína.

18 .1.4 . Sabores adocicados (do ces):

Estão freqüentemente associados a compostos polihidroxila-

dos de baixo peso molecular, tais como, a sacarose, o sorbitol e o

mani to l ;  mas vários outros grupos podem dar um sabor intensamen-

te doce à composição. Compostos alifáticos polihalogenados, alfa-

aminoácidos, imidas, tais como, (sacarina), sulfamatos (ciclamatos)

310

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Capitulo 5 - Manipulação

e combinações de am inoácidos (aspartame) são m u ito doces. As

relaçòes estrutura-atividade são imprevisíveis, de fato estes com-

postos amplamente util izados como edulcorantes, foram descober-

tos

 ao acaso.

18.2 .

  Cr i tér ios para Preparação de Forma Farmacêut ica

Palatável

A seleção de um f lavorizante apropriado para o paciente en-

volverá aspectos como:

• a imed iata iden tidad e do sabor.

• o desenvolvimento rápido da co m ple ta sensação de sabor.

• a sensação bucal ac eit áve l.

• uma cu rta sensação "afte rtas te".

• a não ex istência de sensações desagradáveis.

18.3.

  Metodologia de f lavor ização

Cada problema de flavorização é único e requer uma sotução

específica. A f lavorizaçã o de uma preparação fa rm acêu tica é com -

plexa,

  pois a percepção do paladar agradável ou desagradável de-

pende de preferências individuais.

0 sabor doce é geralmente considerado desejável, enquanto

que o amargo é usualmente (mas não sempre) indesejável. A prefe-

rência por de term ina do sabor pode tam bé m estar relacionada com

a idade da pessoa. Crianças, geralmente, preferem sabores doces e

não respondem bem ao amargo. Elas gostam de sabores, tais como

frutais, melado, frutas vermelhas (exemplo: morango, framboesa e

cereja) e baunilha. Os adultos por outro lado, aceitam razoavelmen-

te determinados níveis de amargo em medicamentos, mas normal-

mente preferem sabores relacionados com o cítr ico, o chocolate, o

café,

  o alcaçuz e o m ap le. É im p or ta nt e ressaltar que alguns

  paci-

entes associam o sabor amargo com a potência e a efetividade do

medicamento.

0 sabor agradável também pode ser uma questão individual,

como por exemplo, alguns pacientes adoram o sabor de chocolate,

enquanto outros podem até mesmo detestá-lo.

Apesar da existência de inúmeros estudos sobre a flavoriza-

311

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Capitulo 5 - Manipulação

ção de preparações farmacêuticas, a seleção dos flavorizantes con-

tinua se baseando em critério s em píricos, uti l izando muitas vezes a

estratégia da tentativa e o erro.

1 8 . 4 .

  Técnicas de f lavor ização

1 8 . 4 . 1 . C o m b i n a ç ã o :

Para selecionar um flavorizante adequado ou um "blend" de

flavorizantes, não é necessário uti l izar somente os tradicionalmente

empregados.

A seleção do flavorizante para uma preparação deve ser feita

de acordo com a preferên cia do pac iente.

A cor, o odor, a viscosidade e os efeitos locais na mucosa o-

ral também influenciam na aceitabi l idade de uma preparação far-

macêutica pelo paciente.

É necessário checar com o paciente uma possível sensibilida-

de alérgica a um flavorizante.

Selecionar um conservante sem sabor, parabenos podem

transferir para a formulação um aroma floral indesejável (meti lpa-

rabeno) ou uma sensaçâo de dorm ência na língua (prop ilparab eno).

Util izar, de maneira adequada e racional os edulcorantes.

Util izar ácidos, tais como, o ácido tartárico (0,1 a 0,3%), o

ácido cítrico (0,3 a 2%), o ácido málico (<420 ppm) ou o ácido fumá-

rico (<3600 ppm) para realçar o sabor de frutas.

Drogas de paladar ácido podem ser melhor flavorizadas com

flavorizantes cítricos ou de frutas, associando um edulcorante.

Formulações antiácidas líquidas são frequentemente associa-

das com o sabor de menta, portanto, este flavorizante é uma boa

escolha para este tipo de formulação. 0 paladar deste tipo de for-

mulação pode ser otimizado pela adição de edulcorante.

Sabores amargos podem ser corrigidos pela adição de flavori-

zantes salgados, doces ou ácidos.

A adição de Cloreto de Sódio em pequenas concentrações,

pode melhorar a palatabil idade de algumas preparações.

Compostos como a Vanilina (0,01 a 0,02%) e o Monoglutama-

to Sódico (contra-indicado para crianças) podem ser utilizados na

combinação.

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Capitulo 5 - Manipulação

18.4.2 . M ascaramento:

Uti l ização de um flavorizante cuja intensidade é mais forte e

prolongada do que o sabor objetável.

Exemplo: Salici lato de Meti la, Alcaçuz e Oleoresinas.

Nota: Preparações para tratamento por periodos prolongados, requerem a utiiização de

flavorizantes suaves, men os prováveis de causar a fadiga do

 sabor.

18 .4 . 3 . F í s i c a :

Trocar ou ajusta r o veículo se o mesmo for inadequa do.

Liquidos viscosos podem ser uti l izados para reduzir o contato

da droga com as papilas gustativas.

Exemplo: Xaropes com mucilagens.

Mucilagens e xaropes podem tornar alguns sabores menos ob-

jetáveis.

Óleos podem ser emulsificados (ex.: Emulsão de Óleo de Fí-

gado de Bacalhau).

0 fármaco solubi l izado tem o seu sabor realçado. Um paladar

desagradável de um fármaco pode ser reduzido com a uti l ização de

um veículo no qual ele seja insolúvel, pela precipitação do fármaco

na solução, pela alteração do pH da mesma e a preparação subse-

quente de uma suspensão.

A preparação pode ser armazenada na geladeira. 0 fr io e o

calor reduzem a sensibil idade das papilas gustativas.

0 paciente pode ser instruido para ingerir a medicação com

bebidas efervescentes. 0 Dióxido de Carbono anestesia as papilas

gustativas ou então o uso de pós efervescentes.

1 8 . 4 . 4 . Q u í m i c a :

Absorção da droga em um substrato ou a formação de um

complexo da droga com resinas de troca iônica ou com agentes

complexantes.

Exemplo: revest imento da droga.

1 8 . 4 . 5 . F i s i o l ó g i c a :

Usar, se necessário, agentes dessensibilizantes do paladar,

como por exemplo, o mentol (0,003 a 0,02%), o óleo essencial de

menta,

  o óleo essencial de anis (anetol), o fenolato de sódio, a cap-

saicina, temperos e evidenciadores dos f lavorizantes (acidulantes).

313

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Capitulo 5 - Manipulação

1 8 . 5 .  Considerações importantes sobre os fatores que

afetam a percepção do sabor amargo

A correção do sabor amargo é especialmente problemática; o

número de compostos que promovem o sabor amargo excede aos

compostos que evideciam o sabor doce (Bartoshuck e Beauchamp,

1994) e a relação entre estrutura-atividade é na maior parte, pouco

compreendida (Shallenberger and Acree,  1971).

São vários os fatores que afetam a percepção do amargo.

Uma melhor compreensão destes é de grande importância para um

trabalho efetivo no mascaramento deste sabor indesejável. Dentre

os fatores que afeta m a percepção do amargo podemos cita r:

1 8 . 5 . 1 .  I n t e r a ç õ e s e n t r e s a b o r e s :

Uma comum ocorrência na psicofisiologia do paladar é o masca-

ramento da intensidade da percepção do sabor, em misturas con-

tendo dois ou mais componentes. A evidenciação do sabor é tam-

bém ocasionalmente observada, embora menos comum e normal-

mente observada em associações com baixas concen trações dos

componentes (Pfaffman et. al., 1971). Como exemplo, podemos

citar a supressão da magnitude do amargo, diretamente relacionada

com a intensidade do doce (uma maior concentração do edulcoran-

te ) .  0 salgado também tem sido relatado como fator de mascara-

mento do amargo; Pangbom (1960) relatou que concentrações   l imi-

ares de Cloreto de Sódio diminuem o amargo em preparações con-

tendo Cafeína. A evidenciação do sabor doce através de concentra-

ções limiares de Cloreto de Sódio tem sido atribuída ao sabor doce

que o NaCl possue em baixas concentrações, mas isto é especulati-

vo.  Lawless and Stevens (1984) afirmam que a natureza da supres-

são se dá através de mecanismos diversos, tais como, mudanças no

fluxo salivar, efeitos inibitórios neurais, interações químicas ou re-

crutamento de canais gustatórios para carrear sinais competitivos.

Acidulantes em concentrações baixas, também têm sido relatados

como redutores do amargo; Pangborn (1960) relatou que níveis   l imi-

ares de Ácido Cítrico diminuem o amargo da Cafeína. Embora possa

parecer um contrasenso, sabemos que sabores intensamente amar-

gos podem ser melhorados com a adição de uma outra susbstância

menos amarga. Compostos moderadamente amargos atuam como

agonistas parciais, ocupando o receptor, induzindo a uma resposta

de amargo menos intensa e prevenindo que o composto mais amargo

acesse o receptor.

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Capítulo 5 - Manipulação

18.5.2.

 Veículo:

A percepção do sabor não depende apenas do composto pre-

sente na formulação, depende também das propriedades físicas e

químicas do veícuío. Mackey (1 985) re lato u que o amargo da Cafeí-

na e do Quinino foi reduzido quando os compostos foram dispersos

em Óleo de Amendoim, em vez de água. A natureza hidrofóbica do

solvente pode ter alterado a velocidade de distribuição, reduzindo a

concentração salivar ou então a viscosidade do óleo pode ter

  in f lu-

enciado na resposta perceptiva.

1 8 . 5 . 3 .  V i s c o s i d a d e :

0 aumento da viscosidade do veículo diminui a percepção do

sabor amargo.

1 8 . 5 . 4 . T e m p e r a t u r a :

A percepção do amargo pode ser diminuída com o aumento

ou com a redução da temperatura da preparação.

1 8 . 5 . 5 . I r r i t a n t e s q u í m i c o s o r a i s :

A adição de agentes químicos irritantes orais tem sido pro-

posta como agentes de mascaram ento da percepção. Lawless e t a l.

(1985) observaram que a percepção do amargo de uma solução de

Quinino foi, moderadamente, suprimida com a uti l ização prévia de

um rinse com solução de Capsaicina. A Capsaicina tem sido utilizada

em soluções dessensibilizantes do paladar em rinses em concentra-

ções de 100ppm.

1 8 . 5 . 6 .

  E t a n o l :

0 Etanol devido a sua propriedade solubi l izante, potencial iza

o sabor am argo .

1 8 . 5 . 7 .  M o d i f i c a d o r e s d o s a b o r :

Alguns compostos modif icam o paladar, aparentemente, de-

vido à interação com receptores celulares do paladar (Kurihara,

1971). Ex.: Extrato de Gymnema Sylvestre e Dodecil sulfato de Só-

dio.

1 8 . 5 . 8 .

  S ta tus s a l i v a r :

Para uma substância ter acesso à célula receptora do pala-

dar, ela precisa estar solubilizada em um meio aquoso, no organis-

315

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Capítulo 5 - Manipulação

mo,

  este meio é provido pela saliva. As relações entre a saliva e a

percepção do sabor têm sido estudadas. Sabe-se que sabores primá-

rios ácidos são efetivos na estimulação do fluxo salivar. Estas evi-

dências sugerem que os efeitos de diluição da saliva, devido ao au-

mento do seu fluxo, podem reduzir a percepção do amargo. Algumas

substâncias amargas também podem aumentar o fluxo salivar, em-

bora fracamente quando comparadas com substâncias ácidas.

1 8 . 5 . 9 .  Idade :

A sensibil idade para o paladar diminui com o envelhecimento

(Murphy, 1986).

1 8 . 6 .

  F lavor izantes

Substância que confere ou intensifica o sabor e o aroma dos

alimentos (Decreto n°55.871 25/03/1965)

1 8 . 6 . 1 .  F la vo r i za n te s u t i l i za d o s p a r a ma sca r a r al g u n s sa b o -

r e s p r i m á r i o s :

Doce:   bauni lha, vani l ina, tutt i - frutt i , uva, morango, framboesa,

amora e hortelã-pimenta.

Ácido/azedo:

  cítr ico, l imão, laranja, cereja, framboesa, xaropes

mucilaginosos (goma arábica).

Salgado: amêndoas, xarope de canela, xarope de ácido cítrico, xa-

rope de maple, xarope de laranja, xarope de alcaçuz, framboesa,

butterscotch, xarope de cereja e xarope de chocolate.

Amargo: anis,

  café, chocolate, chocolate-menta, menta, l imão,

laranja, pêssego, cereja, framboesa, l ima, xarope de ácido cítr ico,

xarope de cacau, xarope de alcaçuz e cravo.

Salino + amargo:

  xarope de canela, xarope de laranja e xarope de

ácido cítr ico.

Oleoso: menta, anis, canela, hortelã (ex.: correção do sabor de

preparações com óleo mineral).

Metá l ico :

  morango, framboesa, cereja e uva.

Insipido:

  associar edulcorante e f lavorizante, xarope de l imão ou

xarope simples com tintura ou essência de l imão.

316

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Capitulo 5 - Manipulação

1 8 . 6 . 2 .  Suges tões de F lavo r i zan tes po r C lasses de Drogas

A ntibió t icos : c ere ja, aba caxi , lara nja , fram boesa, banana + abaca-

xi,

  banana + baunilha, côco + creme, morango + baunilha, l imão-

creme, cere ja + creme, tu t t i - f ru t t i -canela e maple .

Antih istaminicos: cereja, canela, creme, uva, mel, pêssego + laran-

ja ,  f ramboesa, bauni lha, cacau.

Barbituratos: banana + abacaxi, banana + baunilha, canela + men-

ta ,  groselha + morango, pêssego + laranja, l ima e laranja.

Descongestionantes e expectorantes: anis, cereja, côco + creme,

creme + menta + morango, groselha + pêssego, morango, l imão,

laranja, laranja + l imão, abacaxi, laranja + pêssego, morango,

framboesa e tangerina.

Eletról i tos: cereja, uva, framboesa e l ima + l imão.

Fonte: adaptado de Thompson

0 corante a ser uti l izado em uma formulação deve ser sele-

cionado harmonicamente com o f lavorizante (exemplo: verde para

menta,

  vermelho para cereja, etc.)

1 8 . 6 . 3 .

  S u g e s t õ e s d e F l a v o r i z a n t e s p a r a P r o d u t o s V e t e r i n á -

r ios

Pássaros: uva, laranja e tutt i - frutt i .

Gatos: carne, gal inha, f ígado, amendoim, peixe e quei jo.

Cães: carne, quei jo, gal inha, f ígado, marshmal low, amendoim,

framboesa e morango.

Equinos: maçã, cereja, cravo, caramelo e al fafa.

Bovinos: anis, maple, cravo, alfafa e anis-alcaçuz.

Cabras: maçã e caramelo.

Frangos: mi lho, melancia e le i te.

Furões: peixe e f r u ta l .

Iguanas: kiwi e melancia.

Coelhos: banana-creme e alface.

Porqu inho-da-ind ia : la ran ja e tu t t i - f ru t t i .

Pr imatas: banana, chocolate e framboesa.

Répteis (exceto cobras): banana-creme e l imão-creme.

Adaptado: IJPC

 -

  Internationat Journal of Pharm aceutical Com poundins July/August 1997.

317

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Capitulo 5 - Manipulação

1 8 . 7 .  Monograf ias de alguns f lavor izantes especiais e

corret ivos de sabores

1 8 . 7 . 1 .  Ó l e o d e a n i s :

Óleo voláti l desti lado, obtido da

  Pimpineüa anisum,

  Linné

(Fam.  UmbelUferae).

Composição: anetol (80 a 90%), metil chavicol (isômero do

anetol) e acetona anísica.

Descrição: óleo amarelado ou incolor com odor e sabor ca-

racterístico do anis.

Solubil idade: solúvel em 3 volumes de álcool a 90%.

Uso e apl icação: agente f lavorizante (mascara o amargo),

flavorizante ideal para preparações oleosas, carminativo (0,1%).

1 8 . 7 . 2 .  Ó le o e sse n c ia l d e ca n e la :

Óleo volát i l dest i lado, obt ido da

  Cinnamonum cassia

  (Nees)

Nees ex Blume (Fam

  Lauraceae).

Composição: 80% de aldeídos totais (prin cipa l cinam alde ído ).

Solubi l idade: solúvel em igual volume de álcooi.

Descrição: óleo amarelado com odor e sabor característicos

de canela,

Uso e aplicação: agente flavorizante com bons resultados em

preparações oleosas, salinas e amargas, agente carminativo (0,05 a

0,2%).

1 8 . 7 . 3 .

  Ó l e o e s s e n c i a l d e c r a v o :

Óleo essencial desti lado, obtido dos botões floridos da

 Euge-

nia caryophyllus

  (Fam.

  Myrtaceae).

Composição: 85 a 90% v /v de eug en ol.

Descrição: óleo incolor ou amarelo pálido, com odor e sabor

característicos do cravo-da-índia.

Soiubi l idade: miscível em álcool.

Uso e apiicação: agente flavorizante (1 a 3%) em preparações

odontológicas.

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Capitulo

  5

  - Manipulação

1 8 .7 .4 . Ó le o e sse n c ia l d e me n ta :

Óleo vo lát i l des ti lado , ob tido da

 Mentha piperita.

Composição: mentol (na forma rotatória levógira), acetato

de menti la (éster do mentol) entre outros componentes voláteis.

Descrição: l iquido incolor ou levemente amarelado.

Solubi l idade: solúvel em álco ol.

Usos e aplicações: agente flavorizante, anestésico, carmina-

tivo,

  an tiséptico . Uti l izad o como flavorizan te de antiácido s, pas ti-

Ihas e gomas mastigáveis. 0 óleo essencial de menta apresenta um

efeito dessensibilizante do paladar, ú ti l no mascaram ento do sabor

amargo.

1 8 .7 .5 . Ó le o d e E u ca l i p to :

Óleo voláti l desti lado, obtido de folhas frescas do

  Eucalyptus

çlobulus

  e outras espécies (Fam.

  Myrtaceae).

Composição: eucaliptol ou cineol (não menos que 70%) e ou-

tros compostos, incluindo o d-a-pineno, globulol, pinocarveol, pino-

carvona e vários aldeídos.

Descrição: l iquido incolor ou amarelo pálido com uma carac-

terística aromática, odor camforáceo, sabor picante, pungente e

refrescante.

Soiubüidade: solúvel em 5 volumes de álco ol 70%.

Uso e apl icação: agente f lavorizante e expectorante.

1 8 . 7 . 6 .

  E x t r a t o f l u i d o d e A l c a ç u z :

Extrato fluid o preparado a par tir de rizomas e raízes da

Glycyrrhiza glabra,

  Linné (Fam.

 Leguminosae)

Composição: 5 a 7% de glicirrizina ou Ácido Glicirrízico, o

qual é 50 vezes mais doce que o açúcar.

Uso e aplicação: no preparo do xarope de alcaçuz, flavori-

zante doce e muito eficiente no mascaramento de sabores amargos

(ex.: Quinino).

1 8 . 7 . 7 .

  G l i c i r r i z i n a t o d e a m ô n e o (M a g n a s w e e t ® )

Descrição: pó higroscópico ou form a pré-so lubil izad a em gli-

cerina ou propüenoglicol .

Aplicação e uso: é um evidenciador e potencializador do sa-

bor doce. Tem sido uti l izado em sistemas adoçantes artif iciais, xa-

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Capítulo 5 - Manipulação

ropes (para gripe e para resfriado, antissépticos orais e antibióti-

cos),  pasti lhas mastigáveis (ex.: antiácidos) e vitaminas. Apresenta

efeito sinérgico com adoçantes naturais. Agente de mascaramento

para o after-taste amargo, o tempo de permanência do seu sabor é

maior. Deve ser uti l izad o em associação com edu lcorantes .

Concentração usual: 0,1 a 0,5%.

1 8 . 7 . 8 .  Ó i e o d e L i m ã o

Óleo voláti l, obtido da expressão da pele fresca do fruto do

Citrus limon

  (Linné) Burmann fil ius (Fam.

  Rutaceae).

Composição: aldeído citral (4%), d-limoneno (cerca 90%) den-

tre outros componentes voláteis e não-voláteis.

Descrição: líquido amarelo, levemente amarelo ou amarelo

esverdeado, com odor e sabor característicos da pele do l imão.

Solubil idade: miscível em álcool.

Aplicação e uso: agente flavorizante.

1 8 . 7 . 9 .

  Ó le o e sse n c ia l d e l a r a n ja

Óleo voláti l, obtido por expressão da pele fresca do fruto do

Citrus sinensis

 (Linné) Osbeck (Fam .

  Rutaceae).

Composição: d -lim oneno (90%) e 5 a 10% de ou tros c on stitu-

intes voláteis.

Descrição: líquido intensamente alaranjado, com odor e sa-

bor característicos da casca da laranja.

Solubil idade: miscível em álcool anidro.

Aplicação e uso: agente flavorizante em elixires e outras

preparações.

1 8 . 7 . 1 0 .  S a l i c i l a to d e me t i l a

Óleo obtido sinteticamente ou das folhas da

  Gaultheria pro-

cumbens

  (Ericaceae) e da casca da

  Betula lenta

  (Betulaceae).

Descrição: líquido incolor ou levemente amarelado com odor

aromático e sabor doce aromático.

Solubil idade: solúvel em álcool, em óleos e levemente

  solú-

vel em água.

Aplicação e uso: analgésico local, agente flavorizante (em pe-

quenas concentrações). A ingestão aceitável é de 500mcg/kg/dia.

Util izado em pasti lha e na flavorização de óleos (ex.: óleo de fígado

de bacalhau).

320

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Capítulo 5 - Manipulação

1 8 . 7 . 1 1 .

  G l u t a m a t o m o n o s s ó d i c o

Obtido da fermentação do açúcar de beterraba ou pela hi-

drólise de p roteinas vege tais.

Descrição: pó cristalino branco e eflorescente.

Solubil idade: muito solúvel em água e levemente solúvel em

álcool.

Usos e aplicações: realça os aromas naturais. Muito eficiente

na redução do sabor metálico de preparações contendo ferro, po-

rém não pode ser uti l izado em pediatria. A dose diária de ingestão

máxima recomendada é 120mg para adultos ou crianças maiores de

12 anos.

1 8 . 7 . 1 2 .

  M e n t o l

Descrição: Pó branco cristalino ou cristais, com um forte o-

dor e sabor característicos. 0 mentol é uma mistura racêmica.

Solubi l idade: muito solúvel em etanol, muito pouco solúvel

em glicerina e praticamente insolúvel em água.

Usos e aplicações: agente flavorizante, evidenciador do odor e

terapêutico. 0 mentol atua como dessensibi l izante do paladar, em-

pregado muitas vezes para o mascaramento do sabor amargo de

determinadas substâncias.

Concentrações usuais:

• Suspensões ora is: 0,003%

• Xaropes: 0,005 a 0,015%

• Com prim idos e pastilhas: 0,2 a 0,4%

• Pasta den ta l: 0,4%

• Enxaguatórios bucais: 0,1 a 2,0%

• Spray

 ora l :

  0,3%

1 8 . 7 . 1 3 .

  V a n i l i n a :

Obtida da baunilha.

Descrição: cristais finos brancos ou l igeiramente amarelados.

Solubüidade: 1g dissolve em 100 mL de água, cerca de 20 mL

de gl icerina, faci lmente solúvel em álcool.

Incompatibi l idade: combina com a gl icerina formando um

composto quase insolúvel em álcool. É decomposta por álcalis e é

oxidada lentamente pelo ar.

Aplicações e usos: como flavorizante de fundo para mascarar

sabores desagradáveis.

Concentração usual: 0,01 a 0,02% p/v.

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Capitulo 5 - Manipulação

1 8 . 8 .   F l a v o r i z a n t e s E s p e c i a i s p a r a P r e p a r a ç õ e s F a r m a -

cêu t i cas : So luções pa ra a co r reção de sabo res em Fo r -

m a s F a r m a c ê u t i c a s

1 8 . 8 . 1 .  Banana creme anidro

( f lavor izante composto banana/creme):

Composicão: acetato de amila, álcool amíl ico, formato de

but i la,

  acetato de but i la, vani l ina, propionato de ami la, corante

ce rt i f ica do FDC amarelo # 5 e pro pi len og l icol .

Característ icas: f lavorizante anidro; hidromiscível; pH em so-

lução aquosa   1%  : 6 ,7 1 , sol.2% : 6,62 e sol. 3% 6,53 a 6,82 .

Empregos: indicado para preparações anidras, tais como,

pasti lhas à base de pol iet i lenogl icóis e também para formulações

aquosas. Flavorizante especialmente interessante para corrigir o

sabor da nistatina, alguns antibióticos e barbitúricos.

1 8 . 8 . 2 .  C h l o r e x i d i n e

( f lavor izante especia l para preparações contendo c lorex id ina):

Composição: propi lenogl icol , álcool , mentol , eugenol, óleo

essencial de hortelã, óleo essencial de Mentha Piperita, salici lato de

met i la ,

  pol isorbato 20, corante art i f ic ial cert i f icado FDC azul  # 1 .

Caracterist icas: f lavorizante hidrosolúvel .

Empregos: flavorizante ideal para mascarar o sabor adstrin-

gente da clorexidina. Pode ser uti l izado nas formulações de enxa-

guatórios bucais e géis dentais contendo este ativo.

1 8 . 8 . 3 .  C h o c o l a t e a n i d r o :

Composicão: extrato de cacau, eti l vani l ina, val inina,

  l igni-

na,

  c inamato de ami la, acetato de feni l but i la, isovalerato de

  but i -

la ,  c inamato de isobut i la, acetato de feni l ami la, c inamato de   feni l -

propi la, fur fural , á lcool fur fur i l , l inalo l , propeni lguaetol , isovaleral -

deído, d iacet i l , d imet i lp i ranina, ó leo de orégano, d imet i lsul f i to,

propi lenogl icol e álcool benzíl ico.

Característ icas: f lavorizante anidro l ipossolúvel .

Emprego: f lavorizante concentrado e compatível bases ani-

dras tais como base de chocolate, base de pol iet i lenogl icol para

pasti lhas medicamentosas.

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Capitulo 5 - Manipulação

18 .8 .4 . Co f fee an id ro (Ca fé ) :

Composição: propi lenogl icol , extratos de café, formato de

etila,

  met i lc ic lopentenolona, d iacet i l , fen i lacetato de ami la met i l -

mercaptano.

Características: flavorizante anidro l ipossolúvel e hidromiscí-

vel;

  pH em solução aquosa 1 %: 6 ,7 1 , solução aquosa 2%: 6,62 ,

  solu-

ção aquosa 3%: 6,62 a 7,2.

Emprego: f lavorizante preferencial de adultos e com aplica-

ção no mascaramento de preparações contendo fármacos de sabor

amargo. Pode ser incorporado em preparações anidras e aquosas.

1 8 . 8 . 5 . C r e m e d e M e n t h e a n i d r o

(Creme de

  Menta: f lavo r izant e com posto para fármacos am argos ):

Composição: propilenoglicol, álcool etíl ico, óleos essenciais

de

 Mentha piperita

  e l im ão, corante ar t i f ic ia l ce rt i f ica do FDC azul #

1 e amarelo # 5.

Caracterist icas: f lavorizante anidro l ipo e hidrossolúvel; pH

em solução aquosa

  1%:

  6,82, solução aquosa 2%: 6,73, solução aquo-

sa

 3%:

 6,64.

Empregos: f lavorizante preferencial para mascaramento do

sabor amargo de preparações farmacêuticas, apresenta boa perfor-

mance na flavorização de preparações com antibióticos betalactâ-

micos. Pode ser utilizado em preparações anidras e aquosas.

18 .8 .6 .

  H o n e y a n i d r o ( M e l ) :

Composição: álcool, propi lenoglicol, mel, aldeídos e cetonas.

Caracterist icas: f lavorizante anidro l ipo e hidrossolúvel; pH

em solução aquosa  1%:  6 ,7 1 , so l.

 2%:

  6,80, sol. 3%: 6,62.

Empregos: f lavorizante preferencial para preparações com

antibióticos. Empregado em preparações anidras, tais como,

  solu-

ções oleosas de uso oral e também em preparações aquosasb como,

suspensões e xaropes.

1 8 . 8 . 7 .

  M a p l e :

Composição: propi lenoglicol, água, feno-grego, café, bauni-

Iha,

  farinha de São João, açúcar de maple e glicerina.

Características: f lavorizante hidratado; hidrossolúvel; pH em

solução aquosa 3%: 6,73.

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Capitulo 5 - Maniputação

Empregos: flavorizante preferencial para adultos e para mas-

caramento de sabores salgados. Pode ser utilizado em preparações

aquosas como xaropes, elixires e suspensões orais de uso humano e

também veterinário (gado).

1 8 . 8 . 8 .

  M a r s h m a l l o w :

Composição: água, propi lenoglicol, vani l ina, benzodihidropi-

rona,

  hel iotropina, oxihidrato de eti la, óleo de l imão, óleo de laran-

ja e óleo de noz-moscada.

Características: flavorizante hidratado; hidrossolúvel; pH so-

lução aquosa 3%: 4,38.

Empregos: sabor atrativo para crianças e adultos. Flavorizan-

te de fundo (ideal para combinação com outros flavorizantes) com

ótimos resultados no mascaramento de preparações contendo fár-

macos amargos. Pode ser empregado em preparações líquidas,  sóli-

das ou semi-sólidas de uso oral que contenham água.

1 8 . 8 . 9 .

  R a s p b e r r y

  a n i d r o

(Flavor izante de Framboesa anidro) :

Composição: acetato de eti la, butirato de eti la e outros és-

teres,

  alfa-ionona e outras cetonas, vanil ina e outros aldeídos, mal-

t o l ,  óleo de laranja e outros óleos cítr icos, propi lenoglicol, suco de

framboesa negra, corante ce rti f icad o FDC Verm elho #40 e Azul # 1 .

Características: flavorizante anidro l ipo e hidrossolúvel; pH

em so lução aquosa 1 %: 6,29, solução aquosa 2%: 5,86 e solução a-

quosa 3%: 5,34.

Empregos: flavorizante ideal para mascarar sabores excessi-

vamente doces, salinos e metálicos. Flavorizante de escolha em

preparações contendo antibióticos, antihistamínicos, descongestio-

nantes, expectorantes e eletról i tos. Pode ser uti l izado em prepara-

ções anidras e aquosas de uso humano e também de uso veterinário

(cães e primatas).

1 8 . 8 . 1 0 .  Ó l e o d e T a n g e r i n a :

Composição: tangerina natural e óleos essenciais de laranja.

Caracterist icas: f lavorizante anidro solúvel em álcool e ó-

leos.   Miscível em preparações aquosas com uti l ização de polisorbato

20.  pH em solução aquosa

  1%:

  6,87, solução aquosa 2%: 6,68 e

  solu-

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Capitulo 5 - Manipulação

çãoaquosa 3%: 6,28 (util izando polisorbato 20 para dispersão 1:1).

Empregos: ideal para flavorização de preparações oleosas de

uso oral e preparações aquosas com fármacos de sabor am argo,

principalmente em preparações contendo expectorantes e descon-

gestionantes. Pode ser utilizado em preparaçòes anidras e aquosas

(com uso de tensio ativo).

18.8.11.  Peanut Butter anidro

(Flavorizante  com  sabor de pasta de amendoim):

Composicão: propi lenogl icol, álcool benzíl ico, meti lpirazina,

aceti l pirazina, benzaldeído, meti lciclopentenolona e decalactona.

Caracterist icas: f lavorizante anidro l ipossolúvel e hidromiscí-

vel;  pH em solução aquosa 1%: 6,99, solução aquosa  2%: 6 ,7 1 , solu-

ção

 3%:

 6,46.

Empregos: Flavorizante para uso humano, principalmente em

preparações anidras, tais como, preparações oleosas de uso   ora l ,

pastilhas a base de gorduras vegetais hidrogenadas, pasta de amen-

doim e em preparações de uso veterinário (contituindo um sabor

preferencial de gatos e cachorros). Pode ser uti l izado em prepara-

ções anidras e aquosas.

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Capítulo 5 - Manipulação

1 8 , 9 .

  M ic roreves t imento de fármacos - A l ternat iva para

mascaramento

0 microrevestimento de fármacos com polímeros representa

uma alternativa para o mascaramento do sabor de fármacos com

paladar desagradável.

1 8 . 9 . 1 .  S u g e s t õ e s d e Fo rm u l a çõ e s

A. Solução para Microrevestimento com acetoftalato de celulose:

Fármaco 10 g

Monoestearato de gliceri la 5 g

Solução Aceto fta lato de celulose 15% .. 100 ml_

B. Solução de A ce tofta lato de celulose 15% p /v :

Ace tofta lato de ceiulose 15 g

Acetona qsp 100 ml_

Procedimento:

Passo 1: Adicione o MEG à solução de acetoftalato de celulose.

Aqueça a 50°C (placa aquecedora ou BM), agitando até a obtenção

de uma soluçào límpida.

Passo 2: Adicione o fármaco tamisado ao passo 1.

Passo 3: Agite vigo rosa m en te, em uma capela com exaustão por 1 a

2 horas a 50°C, para deixar que a reação se complete.

Passo 4: Espalhe o passo 3 em uma placa para espatulação, util izan-

do uma espátula de borracha.

Passo 5: Deixe o passo 4 secar sob a capela. Uma crosta irá se for-

mar na placa. Deixe secar até que desapareça todo o odor de ace-

tona.

Passo 6: Raspe a cros ta, tr i t u re o pó em um g ral e deixe secar.

Passo 7: Determine um fator de correção.

C. Solução para Microresvestimento com Eudragit L-100:

Fármaco 1 0 g

Eudragit L-100 3 g

Óleo veg etal hidrogenado* 2 g

Ace tona 200 mL

"Lubr i tab®

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Capitulo 5 - Manipulação

Procedimento de preparo:

Passo 1: Em um gral triture o óleo vegetal hidrogenado.

Passo  2: Em um béquer, disperse o passo 1 em acetona. Tamise den-

trodo mesmo Eudragit L-100 para dispersá-lo bem.

Passo 3: Tamise ta m bém , de nt ro do béq uer o fárm ac o. Agite vigo ro-

samente para assegurar uma mistura uniforme. Se houver formação

degrumos, agite vigorosamente até completa dispersão.

Passo 4: Mantenha ag itando até a com ple ta evap oração da a ce ton a.

Para obter um m elhor reve stim en to do fárm aco , cub ra o béquer

com um vid ro re lógio para p e rm itir mais tem po para a reação com -

pletar.

Nota:

  Observe  a preparaçõo de tempo em tempo. Levará cerca de 5 a 6 horas para a acetona

evaporar.

  Se a acetona evaporar antes deste tempo, adicione um pouco mais de acetona,

para  estender a reação em

  5

 a 6 horas. Um a crosta d ura irá se formar no béquer (complexo

comofármaco).

Passo 5: Raspe a cro sta dura do béqu er e colo qu e em um pra to para

aevaporação.

Passo 6: Coloque o passo 5 em uma es tufa na te m pera tu ra de 50°C

para secar. Neste passo, a acetona residual irá se evaporar. Cheque

o peso do pra to de evaporação . Quando o pó estiver co m ple tam en te

seco,  não haverá mais mudanças no peso. Este passo levará várias

horas.

Passo 7: Retire o passo 6 da estufa e triture a crosta até formar um

pó f ino.

Nota:

|

  Proteger o produto da tuz.

2. )5g  do produto revestido equivale a cerca de  10 g do fàrmaco puro.

3. Este  pó revestido poderá se r suspendido (suspensõo). Porém , a estabilidade da suspensão

serà  somente por 2 semanas, pois, o microrevestimento pode ser quebrado e então o sabor

desagradàvel  do fármaco poderá ficar evidente novam ente.

Estabil idade do pó revestido: cerca de 180 dias.

327

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Capítulo 5 - Manipulação

1 9 .   Edu lco ran tes (adoçan tes )

Existe um adágio antigo que diz: "Uma colher de açúcar ajuda

o remédio descer melhor". Isto nos faz lembrar que o sabor doce,

tem sido uti l izado para mascarar o amargo já há muito tempo.

Por ser mais desejável, o sabor doce é utilizado para cobrir ou

balancear o amargo. Na verdade, o doce e o amargo podem intera-

gir de várias maneiras. Através do efeito de

  mascaramento,

  no qual

o sabor doce é utilizado para cobrir, balancear ou sobrepor ao sabor

amargo. Ou então, como alguns adoçantes atuam,

  inibindo

  a per-

cepção de algumas substâncias amargas.

Estudos expe rimen tais dem ons tram uma relação e nt re os re^

ceptores para paladar doce e os receptores para pa ladar am argo. É

bem conhecido que em uma mistura contendo uma susbstância doce

e outra amarga, a percepção de ambos paladares (doce e amargo) é

reduzida. Não há um consenso se esta supressão ocorre nas papilas

gustativas (Lawless, 1982) ou no cérebro (Kroeze and Bartoshuk,

1985). Parece haver uma reatividade cruzada entre os receptores

para amargo e doce .

Um aspecto muito curioso da percepção de um adoçante, é o

fenômeno do perfi l temporal - o tempo para o início da percepção

do sabor e a duração da percepção deste (Carr et al., 1993). A saca-

rose,  considerada ideal, tem o início e a duração da percepção do

seu sabor, razoavelmente rápido . Adoçantes com o o acesulfame e a

sacarina têm um início da percepção mais rápido do que a sacarose,

com uma curta duração da sensação. Já a glicirrizina, tem a per-

cepção do seu sabor doce inicial muito lenta e permanecendo por

um período prolongado (veja figura a seguir). Isto indica que os di-

ferentes edulcorantes podem atuar por diferentes mecanismos. Em-

bora o sabor amargo não tenha sido tão bem estudado sobre este

aspecto, sabe-se que qualitativamente o amargo tem seu início de

percepção lenta e seu tempo de permanência da percepção maior.

Podemos concluir que em virtude deste fator de percepção tempo-

ral ,  os edulcorantes com perfi l de permanência mais longo são me-

Ihores para mascarar o amargo. A sacarina e acesulfame apresentam

curta duração, por isto são menos uti l izados do que o aspartame.

328

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Capitulo 5 - Manipulação

10 O

o

  -o

<D

  O .

8

  a

- 9

} ;  >

£ o i

Rep resentaçáo esquem ática de perfil tempo rai da percepção do sabor

Um grande número de agentes é uti l izado como edulcorante,

incluindo a sacarose, a glicose, o xarope de milho, o sorbitol, o ma-

nitol e outros açúcares. Normalmente, estes açúcares são emprega-

dos em grandes concentrações, influenciando na viscosidade do veí-

culo e podendo retardar a velocidade de dissolução de algumas dro-

gas.  Edulcorantes não-calóricos (ex.: sacarina e aspartame) também

podem ser empregados, com a vantagem de apresentar poder

adoçante muito maior do que os açúcares.

Algumas misturas de diferentes edulcorantes (ex.: aspartame

+ acesulfame) produz sinergia e um a lto nível de dulçor na m istura ,

maior do que seria previsível com o uso isolado dos edulcorantes

(Roy, 1997). Outras misturas (ex.: sacarina + acesulfame) são   estr i -

tamente adit ivas e provavelmente competem por receptores co-

muns (Caret. al . , 1993).

329

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Capitulo 5 - Manipulação

1 9 . 1 .  Pr incipais Edulcorantes empregados em

Formulações Orais Líquidas

T a b e la 4 2 : P r i n c i p a i s Ed u l c o r a n t e s p a r a F o r m u la ç õ e s O r a i s

L íqu idas

Ed u l c o r a n te

Sacarose

Sorbitol

Manitol

Sacarina

sódica

Esteviosidio

Aspar tame"

Ciclamato

sódio

Acesulfame

de K"*

Frutose

C o n c e n -

t r a ç ã o

usual

A té

 85%

20 a  70%

7%

0,04 a

0,6%

0,1 a0,5%

0,1 a0,5%

Até0 ,17%

0,3 a

0,5%

45 a 99,5%

So lub i -

l i dade

Agua,

álcool

Agua

Agua

Agua

(1:1,2)

Muito

solúvel

em

água

Agua

(1:100)

Agua

( 1 : 5 )

Agua

(1:3,7)

Agua

(1:0,3)

Poder

a d o ç a n t e *

0,5 a 0,7 X

0,7

 X

300

 X

300  X

180   X

30   X

180 a 200 X

1.17X

pH

e s ta b i l i d a d e

>2 ,0

2,0 a 5.0

(pH ácido)

máx. 3,0 a

3,5

máx. 3,0 a

4,0

i n c o m p a t i b i l i d a d e s

e

c o m e n t á r i o s

Metais pesados po-

dem conduzir a

incompatibi l idades

com ativos (ex.vi t .C)

ions metálicos di e

tr ivalentes em condi-

ções extremamente

ácidas ou alcalinas

Forma complexos

com alguns metais

(Fe, A l , Cu)

Soluções co nc. > 20%

podem se precipi tar

com NaCl, KCi e com

contato com plástico

Altas temperaturas

(>125°C)

Altas temperaturas

boa estabilidade ao

calor

Sinergismo edulco-

rante com ciclamato

sódico e aspartame.

Àcidos e bases for-

tes,

  na forma aldei-

dica

  reage

  com

aminas, aminoácidos,

péptides e proteínas

(coloração marrom)

Estabil idade ao calor

até 70-C.

Propriedade eviden-

ciadora do

 sabor.

Limitaçào de dose

para diabéticos até o

l ü . i x . d e 2 5 / d i a .

330

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Capitulo 5 - Manipulação

Tabela 42: Principais Edulcorantes para Formulações Orais

Liquidas

Fonte: adaptado Thom pson e Handboo k of Pharmaceuticat excipients

'Poder

 adocante comparado à sacarose.

0 aspartame è uma comb inação de dois aminoácidos, o Ácido L-aspártico e a L-fenilalanina

em sua  forma de metil

  éster.

  Devido ao fato de conter a fenilalanina, o aspartame não deve

ser utilizada por fenilcetonúricos linabilidade de metabolizar a fenilalanina).

" *

  0 acesulfame de K é sintetizado a partir do éster Terci-butil do Ácido Acetoacético

  e o

Isocianato  Fluorosulfonil. Apresenta efeito edulcorante sinérgico com Aspartame e o Cicla-

moto  Sódico.

1 9 . 2 .  Fó rmu las Edu l co radas e F lavo r i zadas

1 9 . 2 . 1 .   Xarope Simples (1 l i t ro)

Sacarose (açúcar re finado) 850g

Benzoato de sódio 2 g

Água destilada qsp 1000 m l

Nota: Nâo levantar fervura, pois poderá haver formação de açúcar invertido.

Procedimento:

Pesar precisamente os ingredientes sólidos misturando-os.

Adicionar água desti lada ao açúcar e o conservante, completar o

volume com água desti lada.

Misturar todos componentes e aquecer até a dissolução, completan-

do ao volum e

  f inal .

Embalagem: frasco de vidro âmbar, bem fechados.

Armazenamento: temperatura ambiente (15 a 30°C).

Estabilidade: 1 ano.

1 9 . 2 . 2 .  X a r o p e d e C h o c o l a t e o u C a c a u

(v eíc u l o e d u l c o r a d o )  -

  Reming ton

Chocolate em pó 18,0% (flavo rizante )

Açúcar refinad o 60,0% (ed ulco ran te)

GÍicose liquida

 *

  18,0% (edu lcorante)

Glicerina 5,0%(diluente e edulcorante)

Cloreto de sódio 0,2% (ad juvan te)

Benzoato de sódio

  0,1%

  (conservante)

Vanilina 0,02% (flav oriz an te)

Água destilada qsp 100 m l (veícu lo)

 Xarope de milho (util izar o produto come rcial Karo')

331

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Capítulo 5 - Manipulação

Procedimento de preparo:

Passo 1: Pesar e medir separadamente os componentes da formula-

ção.

Passo 2: Dissolver o Cloreto de Sódio e o Benzoato de Sódio em 32,5

ml_ de água aquecida a 85°C).

Passo 3: Quando a água do ítem anterior atingir 85°C, desligar, a-

crescentar o açúcar mais a glicose líquida e a glicerina. Ligar o a-

quecimen to novamente e homogeneizar uti l izand o um misturador

de hélice, acrescentando aos poucos o chocolate em pó. Desligar o

aquecimento, deixando a temperatura baixar para 40°C e então,

adicionar a vanil ina solubil izada em qs de álcool.

Passo 4: Aguardar 12 horas e insuflar nitrogênio no xarope e no fras-

co.

Embalagem: vidro âmbar

Conservação: em local fresco, em vidros previamente purgados com

nitrogênio.

Estabi lidade: 1 ano.

1 9 . 2 . 3 .

  X a r o p e s f l a v o r i z a d o s ( 4 8 0 m L )

Flavorizante concentrado* 15 mL

Ácido Cítr ico 0,1 %

Xarope simples qsp 480 mL

*

 Cereja, m oran%o , uva, framboesa ou laranja.

1 9 . 2 . 4 . X a r o p e d e A c á c i a ( 1 0 0 0 m L )

Goma arábica (acácia) 100g

Benzoato de Sódio 2 g

Ex trato de Baun ilha puro 5 mL

ou flavo rizan te de Marshmallow 30 mL

Sacarose 800 g

Água pu rificad a qsp 1000 mL

Preparo:

Passo 1 : M isture a Goma Ará bica , o Benzoato d e Sódio e a Sacarose.

Passo 2: Adicione 425 mL de água purificada (ex.: água destilada) e

misture bem.

Passo 3: Aqueça a mistura em banho-maria até completa dissolução.

Passo 4: Quando esfriar, remova a espuma formada acima do xaro-

pe.

Passo 5: Adicione o f lavorizante, misturando-o bem.

Passo 6: C om plete o vo lum e com a água.

332

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Capítulo 5 - Manipulação

Embalagem: vidro âmbar.

Conservação: Temperatura ambiente protegido do calor excessivo.

Estabilidade aproximada: 6 meses.

1 9 .2 .5 . V e ícu l o p a r a S u sp e n sõ e s O r a i s co m Fá r ma co s A ma r -

gos

Fármaco amargo X g

Esteviosídeo 0,1%

Sacarina sódica 0,05%

Goma xantana 0,2%

Benzoato de sódio 0,2%

Glicerina qs para levigar

Xarope de ch ocola te ou

Xarope simples flavorizado * qsp 100 ml_

'Fiavorizantes: chocolate, framboesa, creme de men ta, tutti-frutti • 1mL /30mL.

'Óleo essencial de menta

  - 2

 $otas/30 mL .

Preparo:

Passo 1: Triture o ativo em um gral com o pisti lo, misture a goma

xantana, o benzoato de sódio (caso o xarope base não contenha

conservante), a sacarina sódica e o esteviosídeo.

Passo 2: Adicione qs de glicerina e triture até formação de pasta

homogênea e sem grumos.

Passo 3: Incorpore o flavorizante escolhido à pasta. Adicione o óleo

essencial de menta.

Passo 4: Adicione quantidade suficiente de xarope de chocolate ou

do xarope simples até completar o volume desejado.

1 9 . 2 . 6 .

  Veícu lo pa ra Suspensões Ora is pa ra Fá rmacos Ex-

t r e m a m e n t e A m a r g o s

Fármaco ex trem am en te amargo x g

Esteviosideo 0,8 %

Sacarina sódica 0 ,1 %

Acesulfame de potássio 0,5%

Goma xantana 0,5%

Benzoato de sódio 0,5%

*Aspartame 1,0%

Glicerina qs para levigar

333

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Capítulo 5 - Manipulação

Flavorizantes: Chocolate 5%, Creme de menta 2,5%, Tangerina 2%,

MarshmaUow 2%: total de 11,5%.

Óleo essencial de menta  1 a 2 go tas/3 0 ml_.

Xarope de chocolate ou xa rope simples qsp 100 ml_

Opcional (depende da situaçâo)

Preparo:

Passo 1 : T ritu re o ingre dien te ativo em um gral com o p is ti lo , mis-

ture a Goma Xantana, o Benzoato de Sódio, a Sacarina Sódica e o

Esteviosídeo (e o aspartame).

Passo 2: Adicione qs de glicerina e triture até formação de pasta

homogênea e sem grumos.

Passo 3: Incorpore o flavorizante escolhido à pasta. Adicione o óleo

essencial de menta.

Passo 4: Adicione quantidade suficiente de xarope de chocolate ou

do xarope simples até co m pletar o volum e desejado.

1 9 . 2 . 7 .  X a r o p e d e A l c a ç u z

Óleo essencial de funcho 0,05 ml_

Óleo de anis 0,5 ml_

Ex trato fluido de alcaçuz 250 mL

Xarope simples qsp 1000 mL

Veículo bom para fármacos amargos.

Incompatível com ácido (causa precipitação da glicirrizina e perda

da ação flavorizante)

1 9 . 2 . 8 .

  Xa rope de Ác i do C í t r i c o ou Xa rope de L i mão (U SP)

Ácido cítr ico (hidratado) 10g

Tintu ra de l im ão 10 mL

Água destilada 10 mL

Xarope simples qsp 1000 mL

Veiculo bom para fármacos amargos ou salgados.

Não é adequado para componentes alcalinos.

1 9 . 2 . 9 .

  S o l u ç ã o E d u l c o r a n t e c o m F r u t o s e ( 1 0 0 m L )

Sacarina sódica 2g

Ciclam ato sódico 10g

Frutose 60g

Água des tilada + /- 51 m l

334

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Capítulo 5 - Manipulação

Procedimento de preparo:

Passo 1: Dissolver os pós na água aquecida a 60/65° C.

Passo 2: Ajustar o volume   f i n a l .

Passo 3: A soluçã o de ve rá f ic a r l ím pid a e t r a n sp a re n te .

Passo 4 : Agu ard ar 1 2h em res po us o. .

Passo 5: F i l t ra r em m al ha p ara xa ro pe .

335

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Capitulo 5 - Manipulação

2 0 .   X ampus

São produtos destinados primariamente à l impeza dos cabe-

los e do couro cabeludo, porém podem ser acrescidos de princípios

ativos com ação terapêutica.

2 0 . 1 .

  Componentes Básicos de um Xampu:

2 0 . 1 . 1 .

 Água:

Responsável pela diluição dos tensioativos ("agentes espu-

m an tes " responsáveis pela remoção das sujidad es). E a ma téria-

prima de maior concentração na formulação, devendo possuir boa

qualidade microbiológica e quimica, ser purif icada e recém deioni-

zada.

2 0 . 1 . 2 .  D e t e r g e n t e ( t e n s i o a t i v o ) :

Substância que por possuir em sua estrutura molecular gru-

pos hidrofílicos (que ligam à água) e lipofílicos (liga à gordura, su-

jeiras dos cabelos), tem a capacidade de alterar a força de l igação

entre a sujeira e o cabelo, removendo-a .

20 .1 .3 .

 Principais Tensioativos:

A. Aniônicos: em contato com água adquirem uma carga negativa.

B. Catiônicos: em contato com a água adquirem carga positiva.

C. Anfóteros: dependendo do pH do meio, adquirem carga posit iva

ou negativa, pH ácido (+) ou pH básico (-)

D. Não iônicos: Não formam carga ao entrar em contato com a água.

2 0 .1 .4 . E sp e ssa n te s :

São adicionados para aumentar a viscosidade do xampu,

permitindo que ao ser despejado do frasco possa ser aparado pelas

mãos, não escorrendo por entre os dedos.

Exemplo: Cloreto de Sódio (melhor espessante, aumenta a viscosi-

dade do xampu até um valor máximo, a partir do qual qualquer

quantidade a mais adicionada, leva a uma diminuição da viscosida-

de,

  sem possibi l idade de correção), hidroxieti lcelulose (Natrosol),

Carbopol 2020, PEG 6000, PEG DOE 120, Glutamate.

336

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Capitulo 5 - Manipulação

Tabe la 43 : Tens ioa t i vos usados em xampus

N o m e q u i m i c o

Base Perolada

Coco betaína

Cocoamido propil

betaína

Cocoanfocarboxi-

glicinato

Decil poliglicosideo

Dietanolamida de

ácidos graxos de

coco

Lauril éter sulfato

de sódio

Lauri l éter sulfato

de sódio/ lauri l

éter sulfosuccinato

de sódio

Lauri l éter sulfato

de tr ietanolam ina

Lauril poliglicosi-

deo

Lauril sulfato de

amônio

Laurii sulfato de

amônio/Lauri l éter

sulfato de amônio

N o m e

C o m e r c i a l

Dehykont PK 771

Be taion CAB

Dehyton KB,

Be taion CAPB

Betaion AC 50

Dehyton G

Plantarem 2000

Comperlan KD e

KDB

Texapon 70.

Laurion N, Ge-

napol LRO-B

Fongrapol LES,

Texapo n SBN.

Texapon TB,

Plantarem 1200

Texapon A 400 B,

Frongrapol LSA

Texapon AM,

Empicol CJ.

P r o p r i e d a d e s

Tensioativo com propriedade nacarante para

xampus perolados

Tensioativo anfótero, estabi l izador de espu-

m a,  agente condicionante; associado a aniô-

nicos aumenta a viscosidade dos xampus.

Tensioativo anfótero, estabil izador de espu-

m a,  agente condicionante; associado a aniô-

nicos

 aume nta a viscosidade dos xampus

Tensioativo anfotér ico, estabi l izador de

espuma, agente condicionante; associado a

aniônicos aumenta a viscosidade dos xampus.

É o menos irri tante dos 3 anfóteros e tem pior

efeito sobre a viscosídade.

Tensioativos não-iônicos, poder espumante

muito bom, baixa reserva de viscosidade,

baixo poder i rr i tante

Tensoativo não-iônico, espessante, sobreen-

gordurante, estabi l izador de espuma, ót imo

espumante e doador de viscosidade.

Tensioativo aniônico, ótimo poder espuman-

te ,  boa detergência, média i rr i tabi l idade aos

olhos, baixa agressividade aos cabelos e boa

reserva de viscosidade

Tensioativo aniõnico, bom poder espumante,

boa detergência, baixa irri tabi l idade aos

olhos, ótima solubil idade em água, baixa

agressividade aos cabelos e boa reserva de

viscosidade

Tensioativo aniônico, ótimo podei espuman-

te ,  ót ima detergência, reguiar i rr i tabi l idade

aos olhos, ótima solubii idade em água, baixa

agressividade aos cabelos e baixa reserva de

viscosidade.

Tensioativo não-iônico, poder espumante

muito bom, boa reserva de viscosidade quan-

do associado a tensoativos aniônicos e baixo

poder irr i tante aos olhos.

Tensioativo aniônico, ótimo poder espuman-

t e ,

  ót ima detergência, regular i rr i tabi l idade

aos olhos, boa solubitidade em água, agressi-

vidade aos cabelos regular e ótima reserva de

viscosidade

Tensioativo aniônico, ótimo poder espuman-

t e ,  ót ima detergência, regular i rr i tabi l idade

aos olhos, boa solubilidade em água, agressi-

vidade aos cabelos regular e reserva de visco-

sidade boa.

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Capítulo 5 - Manipulação

2 0 . 1 . 5 .   C o n se r va n te s :

São indicados conservantes de amplo espectro e solúveis em

água.

2 0 . 1 . 6 .  C o m p o s i çã o A r o m á t i ca ( e ssê n c i a ) :

A essência destinada ao xampu deve ser própria para este ti-

po de produto e a concentração uti l izada deve estar entre 0,2 e

0,5%. Deve deixar um cheiro refrescante e suave no ambiente e nos

cabelos.

2 0 . 1 . 7 .  C o r r e t i vo d e p H :

O pH ideal para um xampu está na faixa de 5,5 a 6,5. Ex: A-

cidular com solução de ácido cítrico.

2 0 . 1 . 8 .

  Ag e n te s Se q u e s t r a n te s :

Formam complexos com íons metálicos. Exercem efeito si-

nérgico com os agentes conservantes, além de prevenir a descolora-

ção do p rod uto . Ex.: EDTA - Na

2

2 0 . 1 . 9 .

  O p a c i f i c a n t e :

Confere aos xampus efeito perolado.

2 0 . 1 . 1 0 .

  A d i t i v o s :

A. Cosmiátricos: sil icones, hidrolisados de proteínas, trigo, querati-

na,

  colágeno.

B. Fitoterápicos: extrato gl icól ico de jaborandi, hamamell is, camo-

mila,

  algas, etc.

C. Ativos terapêuticos: anticaspa, seborréia, antiqueda,  ant i -

psoríase, pediculicida, etc.

D. Filtros solares: solúveis em água.

E. Condicionantes: poliquaternários.

NOTA:

  Um xamp u, para ser bem aceito pelo consum idor, deve formar espum a abundante e

consistente,

  Limpar,

  ter v iscosidade adequada, ter perfume e cor

 agr adáveí.

338

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Capitulo 5 - Manipulação

20.2 .  Adit ivação de Princípios At ivos em Xampus

(xampus bases):

Material uti l izad o:

• Cálice (volume adequado à form ulação)

• Bastão

• Balança

• Papel manteiga

Preparo:

Passo 1: Pesquisar a solubilidade(s) ou a miscibilidade(s) do(s)

  pr in-

cipio(s) ativo(s).

Passo 2: Pré-solubilizar ou micronizar o PA com o mínimo de solven-

te que afete o menos possível a viscosidade do xampu, como a á-

gua,

  o propi lenoglicol, a gl icerina, o próprio xampu e a dietanola-

mina (princípios ativos lipossolúveis) em um cálice com o auxílio de

um bastão (solubil ização) ou em um gral (levigação).

Passo 3: Verter uma pequena quantidade do xampu base sobre o

Princípio Ativo homogeneizando-o completamente, em seguida adi-

cionar o restante do xampu base para completar o volume

  f ina l .

Passo 4: Embalar e rotular.

339

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Capitulo 5 - Manipulação

2 1 .  Emulsões (Cremes e Loções Cremosas)

veja também pág: 299.

Mistura de dois líquidos imiscíveis, na qual um deles está dis-

perso no outro, em forma de goticulas líquidas.

2 1 . 1 .  Adit ivação de Princípios Ativos em Emulsões

2 1 . 1 . 1 . 0/A - Óleo / Água:

Fase interna óleo e externa água. Sensação menos oleosa,

refrescância e absorção rápida. A água é a fase externa e está em

contato com a pele.

2 1 . 1 . 2 .  A /O  -  Á g u a  /  Ó l eo :

Fase externa óleo e interna água. Sensação mais oleosa. 0

óleo é a fase externa em contato com a pele.

Nota: Para saber se a emutsõo é 01A ou AIO, acrescentar

  óguo e

  corante. Se homogeneizar

com a coloracão da cor da preparação, a fórmula é aquosa; se nõo, é óleosa. As emu tsões são

formas farmacêuticas liquidas ou pastosas, de aspecto leitoso ou cremoso, resultantes da

dispersão de um líquido no seio de outro, no qual é imiscível à custa de um agente emu lsifi-

cante.

2 1 . 2 .

  Componentes de Emulsões

2 1 . 2 . 1 . Fase aquosa:

Água deion izada , pois o cálcio e o magnésio desestabilizam

a emulsão. Depois são acrescentados os componentes solúveis, os

conservantes, os edulcorantes e os arom atizantes.

2 1 . 2 . 2 .

  F a s e o l e o s a :

Óleos ou ceras nos quais são acrescentados os componentes

solúveis, as essências, os conservantes e os an tioxid an tes .

2 1 . 2 . 3 .  A g e n t e e m u l s i f i c a n t e :

Dá estabil idade à emulsão, reduzindo a tensão superficial

entre o óíeo e a água e retardando a separação das fases.

340

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Capitulo  5 - Manipulação

2 1 . 2 . 4 C o n s e r v a n t e s :

Os conservantes protegem o produto contra fungos e bacté-

rias.

  De preferência devem ser adicionados na fase aquosa, uma vez

que esta é mais susceptível a contaminação. É bom lembrar que

alguns agentes emulsionantes podem diminuir ou até mesmo neutra-

l izar o efeito de determinados conservantes (ex.: tween 80 e para-

benos).

21 .2 .5 Es s ênc i as e ou c o ran tes :

2 1 . 2 . 6 A n t i o x i d a n t e s :

Previnem processos auto-oxidativos de óleos e gorduras (ex.:

metabissulfito de sódio e BHT)

2 1 . 2 . 7 E H L ( e q u i l í b r i o h i d r ó f i l o - l i p ó f i l o ) :

É

 o eq uilíb rio ent re as fases aquosa e oleosa .

2 1 . 2 . 8 . S e q u e s t r a n t e s :

Substâncias que complexam íons metálicos, inativando-os em

sua estrutura, impedindo deste modo sua ação danosa sobre os ou-

tros componentes da formulação. Age em sinergismo com os conser-

vantes.

2 1 . 3 .  P r e p a r o d e E m u l s õ e s ( P r o c e d i m e n t o G e r a l )

passo 1: Aquecer todos os componentes óleo solúveis à cerca de 70

a 75°C.

Passo 2: Aquecer todos os componentes hidrossolúveis, à cerca de

70 a 75°C.

Passo 3: Adicionar uma fase à outra, lentamente, agitando (a fase

com maior quantidade sobre a de menor quantidade).

Passo 4: Adicionar corantes, essências, hormônios, vitaminas, bioa-

tivos,  (matéria prima de natureza orgânica em geral) quando esfriar

a cerca de 30°C.

341

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Capitulo 5 - Manipulação

22.Cremes

2 2 . 1 .

  A d i t i v a ç ã o d e P r i n c i p i o s A t i v o s e m C r e m e s

M a t e r i a l u t i l i z a d o :

• Pape l m an te ig a

• Placa de v i d ro ou gra l

• Espá tu la ou p is t i lo

• Ba lança de pre c isão

P r o c e d i m e n t o :

Passo 1 : Pesar o (s ) p r inc íp io a t i vo (s ) , p ré -so lub i l i zados ou mic ron i -

zados (Lev iga r ) com so lven te adequado (ex . : p rop i l enog l i co l ) e

c o m p a t í v e l c o m a e m u l s ã o .

Passo 2: Pesar o c reme, descontando-se o peso do(s) Pr inc íp io(s)

At ivos (s ) ; ad ic ioná- lo aos poucos ao p r inc íp io a t i vo m ic ron izado ou

so lub i l i zado , espa tu lando na p laca ou homogene izando com o p i s t i l o

no

  g ra l .

Passo 3 : Embalar em pote ou b isnaga e ro tu lar .

342

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Capítulo 5 - Manipulação

2 3 . L o ç õ e s C r e m o s a s

23.1 .

  A d i t i v a ç ã o d e L o ç õ e s C r e m o s a s

Material util izado:

• Cálice

• Bastão

• Papel manteiga

• Balança de precisão

Procedimento:

Passo 1 : Pesar ou m ed ir o(s) Princípios (s) Ativos(s), pré-so lub iliza-

dos ou micronizados (Levigar) com solvente adequado e compatível

com a em ulsão, em cál ice de volum e adequado à form ulação com

auxilio do bastão.

Passo 2: Adicionar a loção cremosa, aos poucos e misturando sem-

pre,  sobre os principios ativos solubil izados ou micronizados no calí-

ce até o volum e so l ici tado .

Passo 3: Homogeneizar bem com o bastão.

Passo 4: Embalar e rotular.

343

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Capitulo 5 - Manipulação

2 4 .  Pomadas

São preparações farmacêuticas semi-sólidas de consistência

mole e, destinadas ao uso externo (para aplicação na pele e muco-

sas).  As pomadas devem ser plásticas para que modifique sua forma

com pequenos esforços mecânicos (fricção, extensão), adaptando-se

às superfícies da pele ou às paredes das cavidades (mucosas). A

farmácia magistral pode preparar a  Pomada Base  que será armaze-

nada para, posteriormente, os ativos serem incorporados, conforme

a prescrição.

2 4 . 1 .  E x c i p i e n t e s p a r a P o m a d a s

2 4 . 1 . 1 .  V a s e l i n a ( P e t r o l a t o B r a n c o )

A vaselina é constituída por uma mistura de hidrocarbonetos

da série parafínica e oleofínica. A vaselina é untuosa e destituída de

cheiro ou sabor. Funde-se entre 38 a 60°C.

Concentração usual: até 100%.

Incompatibil idades: A vaselina é um excipiente inerte com poucas

incompatibil idades, exceção se faz com o bálsamo do peru que for-

ma 2 camadas quando adicionado à vaselina.

2 4 . 1 . 2 .

  L a n o l i n a :

A lanolina, o segundo componente de uma pomada simples é

extraída da lã de carneiro. Quando adicionada em pomadas, facil i ta

a penetração cutânea. A lanolina mais uti l izada é a lanolina anidra

que contêm 1% de um idade. A lanolina possui propriedades em ul-

gentes A/O, incorporando apreciável quantidade de água (cerca de

2 vezes o seu peso). Os inconvenientes do uso de lanolina estão na

sua cor, no cheiro desagradável, persistente e difíci l de mascarar,

além da possibil idade de provocar alergias e ser pouco manejável,

dada sua elevada viscosidade.

A alergia atribuída ao uso de lanolina, pode ser causada pela

presença de álcoois graxos l ivres. Entretanto, a hipersensibil idade é

relat ivamente incomum, est imada em torno de 5 por mi lhão.

A lanolina é miscível com vaselina, sempre é recomendada

quando se deseja incorporar produtos hidrófi los em vaselina ou na

preparação de pomada não oclusiva.

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Capítulo 5 - Manipulação

Na pomada simples, a lanolina é empregada na concentração

de 30%.

Incompatibil idades: A lanolina pode conter alguns pró-oxidantes que

podem afetar a estabil idade de determinados fármacos.

É interessante a adição do BHT (antioxidante) na concentra-

ção de 0,02% na pomada de lanovaselina.

A. Pomada de Lanovaselina

Lanolina 30%

BHT 0,02%

Vaselina sólida qsp 100%

Procedimento:

Passo 1 : Pesar os com ponentes.

Passo 2 : Solub ilizar o BHT em qs de vase lina líqu ida .

Passo 3: Misturar os componentes, num gral com um pistilo ou em

uma placa de vidro com uma espátula.

2 4 . 1 . 3 .   P o l i e t i l e n o g l i c ó i s :

Polieti lenoglicóis são substâncias que apresentam caracterís-

ticas tipicamente hidrófi las. São excelentes emulsivos de óleo em

água,  pois apresentam atividade sobre a tensão superficial.

As bases dermatológicas preparadas com os polieti lenoglicóis

têm em regra, pH 6 a 7, fato que advoga o valor de sua tolerabi l i -

dade loc al .

A pomada PEG pode causar ardência, principalmente quando

aplicada em mucosas. Reações de hipersensibil idade a polieti leno-

giicóis já foram relatadas . É contra -indica do o uso de pomadas a

base de polieti lenoglicóis em pacientes com queimaduras extensas,

pois os mesmos são hiperosm óticos.

Incompatibil idades: Mostram-se incompatíveis com numerosas subs-

tâncias que freqüentemente reagem com eles pelas funções alcoóli-

cas primárias (penicil inas, bacitracina e cloranfenicol são destruídas

pelo PEG). O ácido salicíl ico, o fenol, o resorcinol, os barbitúricos e

os taninos são incom patíveis com os PEG.

345

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Capítulo 5 - Manipulação

A. Pomada PEG

4

:

PEG 400 (carbowax 400) 33,33%

PEG 4000 (carbowax 4000) 33,33%

Propilenoglicol

  33,33

Procedimento: Passo 1: Dissolver os componentes em banho-maria

ou em placa com aque cime nto.

2 4 . 1 . 4 . G e l d e P e t r o l a t o - P o l i e t i l e n o P l a s t i b a s e ( U n i g e l ® )

É uma base para pomadas e géis oleosos translúcidos, na

qual deseja-se incorporar princípios ativos lipossolúveis e hidrosso-

lúveis.

Não possui o odor e o aspecto indesejável das pomadas feitas

à base de lanovaselina.

Possui facilidade de incorporação (viabilizando a adição de

princípios ativos, tanto na forma sólida como na forma líquida).

Pode ser uti l izado como único excipiente da fórmula ou co-

mo aditivo em pomadas oleosas (lanovaselina, por exemplo).

O gel de petrolato proporcionará à pomada maior bri lho e

melhor espalhamento, minimizando o odor original e proporcionan-

do menor probabil idade de irr i tação cutânea.

Em testes realizados de irritação ocular e dérmica, o gel de

petrolato provou não ser irritante, sendo ideal para aplicação em

produtos infantis, em produtos para peles sensíveis e em pomadas

oftálmicas.

A. Relação de aiguns Principios Ativos que podem ser incorporados

no Gei de Petrolato-pol ieti leno:

• Alantoína

• Bacitracina

• Cetoconazol

• Cloranfenicol

• Econazol

• Heparina

• Nistatina

• Nitratos

• Nitrofurazona

• Óxido de zinco

• Sulfato de Gentamicina

4

 PEG - polictilenolenoglicóis

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Capitulo 5 - Manipulação

• Su lfato de Neom icina

• Tetracicl ina

• Triancinolona

2 4 . 2 .   I n c o r p o r a ç ã o d e A t i v o s e m p o m a d a s :

2 4 . 2 . 1 .   Mater ia l Ut i l i zado:

• Balança

• Papel manteiga

• Espátula ou pis tilo

• Placa de vid ro ou gra l

2 4 . 2 . 2 .  P r o c e d i m e n t o :

Passo 1: Selecionar a pomada base que melhor se adeque ao princí-

pio ativo e à função terapêutica desejada (a pomada hidrofóbica

tem efeito oclusivo e a pomada hidrofíl ica proporciona maior pene-

tração cutânea do princípio ativo).

Passo 2: Quando a incorporação for apenas de ativos na forma de

pó,

  estes podem ser suspendidos num líquido (Exemplo: vaselina

líquida, PEG 400 e propilenoglicol). Nesse caso os ativos são micro-

nizados em gral com o pistilo, para que suas partícutas não encon-

trem dificuldade de dispersão, em seguida são dispersados no

  líqui-

do de escolha e por último acrescidos à pomada (o peso dos ativos e

do líquido adjuvante devem ser descontados na pomada base).

Passo 3: A incorporação de ativos líquidos e pastosos na pomada

base,

  pode ser feita acrescentando-os diretamente sobre quantida-

de suficiente da pomada e em seguida misturando-os com espátula

na placa ou com o pistilo no

  gral.

Passo 4: Pode também ser necessário misturar ativos líquidos e em

pós numa mesma formulação de pomada. Neste caso, se os líquidos

forem suficientes para dispersar os pós, basta triturá-los e dispersá-

los nos líquidos acrescentando no final o qs. de pomada base. Se a

quantidade de líquidos não for suficiente para a dispersão, então

acrescenta-se a estes qs de um líquido inerte para completar a dis-

persão e por fim qs de pomada.

Passo 5: Embalar as pomadas, preferencialmente, em bisnagas plás-

ticas ou de alumínio.

Passo 6: Rotular.

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Capitulo 5 - Manipulação

2 4 . 3 .

  Sugestões de Formulações

0 gel de petrolato-pol ieti leno é também uti l izado para o

preparo de orobases, conforme as sugestões de fórmulas a seguir.

2 4 . 3 . 1 .  Suges tão de Orobase Pomada

Fase aquosa 60%

UNIGEL® 40%

Nota: Principios ativos de acordo com a indicaçào m édica; se forem solúveis misturá-tos na

fase aquosa para depois adicionar o Uniget®; caso sejam sotúveis ou misciveis em óteo, m is-

turà-tos nà Uniget® pora depois adicionar a fase aquosa.

Fase Aquosa

Pectina 10%

CMC 0,5%

Gelatina 0,5%

Metilparabeno 0,15%

Água destilada qsp 100%

Procedimento:

Aqueça a água à fervura, dissolva o metilparabeno, pulverize o CMC

sobre a solução, misturando e conservando o aquecimento, misture

a gelatina e por último adicione a pectina aos poucos, deixe esfriar.

Conserve em geladeira.

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Capítulo 5 - Manipulação

25.

  Pastas

São preparações farmacêuticas que contêm uma proporção

de pó igua l ou superior a 20%. Em ge ra l são menos gordurosas que as

pomadas.

2 5 . 1 .

  C l a s s i f i c a ç ã o

2 5 . 1 . 1 .

  Pas tas p r e p a r a d a s c o m e x c i p i e n t e s g o r d u r o s o s :

Vaselina sólida, vaselina líquida, lanolina, ceras, si l icones,

etc.

2 5 . 1 . 2 .  P a s t a s p r e p a r a d a s c o m e x c i p i e n t e s h i d r ó f i l o s :

Géis de pectina (orobase), de gelatina-gl icerinada (bota de

UNNA).

25.2.  Manipulação de Pastas

Material ut i l izado

• Gral ou placa de vidro

• Pistilo

• Espátula

• Papel m anteiga

• Balança

• Bequer

Procedimento Geral

Passo 1: Pesar os componentes da formulação.

Passo 2: Os pós utilizados na preparação das pastas devem ser fina-

mente tamizados, pois é difíci l a homogeneização de partículas

grosseiras.

Passo 3: Realizar a levigação dos pós com líquidos como vaselina

líquida ou óleos, em seguida incorporá-los no excipiente por espatu-

lação ou então fundir o excipiente e incorporar os pós em um   gral,

misturando vigorosamente, evitando a formação de grumos.

Passo 4: As pastas fundidas devem ser vertidas na embalagem final

antes de solidif icar, pois após solidif icadas fica bastante difíci l seu

envasamento.

Passo 5: Rotular.

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Capitulo 5 - Manipulação

2 5 . 3 .

  E x e m p l o s d e F o r m u l a ç õ e s

2 5 . 3 . 1 .  P a s t a d á g u a :

Óxido de Zinco 25,Og

Talco

  25,

 Og

Glicerina

  25,

 Og

Água de Cal 25,Og

Procedimento:

Passo 1: Pesar os componentes da formulação

Passo 2: Tamisar em malha fina o Óxido de Zinco e o Talco

Passo 3: Verter o Óxido de Zinco e o Talco Tamisados para um

  gral,

misturando-os com um pisti lo.

Passo 4: Adicionar a Glicerina (agente de levigação), aos poucos e

misturar micronizando os pós.

Passo 5: Adicionar a água de cal, aos poucos, misturando bem.

Passo 6: Embalar e rotular.

2 5 . 3 . 2 .  Pasta de Lassar

Óxido de zinco 25%

Amido 25%

Vaselina só lida 50%

Procedimento:

Passo 1: Pesar os componentes da formulação.

Passo 2: Tamisar o Óxido de Zinco e o Am ido .

Passo 3: Misturar, em um

  gral,

  o Óxido de Zinco com o Amido e tr i-

turar a mistura com uma pequena parte da Vaselina que se funde.

Passo 4: Incorporar o restante da Vaselina.

Passo 5: Embalar e rotular.

2 5 . 3 . 3 . P a s t a d e U n n a

Óxido de zinco 15%

Gelatina 15

Glicerina 35%

Meti lparabeno 0,1%

Água destilada 34,9%

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Capitulo 5 - Manipulação

Procedimento:

Passo 1: Pesar os componentes da formulação.

Passo 2: Tamisar o Óxido de Zinco.

Passo 3: Misturar a Gelatina e o Nipagin na água fria, adicionar a

Glicerina e aquecer em banho-maria, até dissolução.

Passo 4 : Se necessário, completa -se o peso com água .

Passo 5: Verta (3) para um gral e adicione o Óxido de Zinco, mistu-

rando-o vigorosamente com um pist i lo.

Passo 6: Embalar antes de esfriar.

Passo 7: Rotular.

2 5 . 3 . 4 . P a s t a d e A l u m í n i o

Alumínio pó 10%

Parafina líqu ida 5%

Vaselina só lida 85%

Procedimento:

Passo 1: Pesar os componentes da formulação.

Passo 2: Micronizar o alumínio em pó com a parafina líquida.

Passo 3: Incorporar a vaselina, aos poucos, misturando até ficar ho-

mogêneo.

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Capítulo 5 - Manipulação

26.

 Géis

Consistem na dispersão de um sólido (resina, polímero e de-

rivados de celulose) num líquido (água ou álcool/água) formando um

excipiente transparente ou translúcido. Os géis são veículos desti-

nados às peles oleosas e acnéicas.

2 6 . 1 .  Espessantes derivados da Celulose

2 6 . 1 . 1 .

 Carboximetilcelulose sódica (CMC):

Polímero aniônico, quase nunca usado para obtenção de gel

para veiculação de ativos dermatológicos. É mais freqüentemente

usado para obtenção de gel oral e agente suspensor em produtos

para uso interno.

Incompatibi l idades: 0 gel de CMC é incompatível com ativos forte-

mente ácidos, com sais solúveis de ferro e alguns outros metais, tais

como o alumínio e o zinco. É tamb ém incom patível com goma xan-

tana.

  A precipitação pode ocorrer em pH < 2   e  quando misturado

com álcool (etanol) . A CMC forma complexos coacervados com gela-

t ina e pectina. Forma complexos com colágeno e é capaz de preci-

pitar proteínas.

26 . 1 . 2 .   Hidroxietilcelulose (Natrosol®, Cellosize®):

Este é o gel à base de celulose, de maior interesse para a ve-

iculação de ativos em dermatologia. Possui caráter não iônico,   solú-

vel em água fr ia ou quente. Tolera bem pH ácido, sendo indicado

para a incorporação de ativos que levam a um abaixamento do pH

final da formulação, como, por exemplo, o Ácido Glicól ico. pHs ex-

tremos, embora bem tolerados, podem causar alterações na viscosi-

dade.

  Estabi l idade entre 2,0 - 12,0.

2 6 . 1 . 3 .

  M e t i l c e l u l o s e :

0 gel com meti lcelulose é preparado para formulações  t óp i -

cas (1-5%) e oftálmicas (0,5-2,0%).

IncompatibiUdades: 0 gel de meti lcelulose é incompatível com clo-

r idrato de aminacr ina, clorocresol, c loreto de mercúr io, fenol, re-

sorcinol ,

  ácido tânico, ni trato de prata, cloreto de cet i lp ir idíneo,

ácido parahidroxibenzóico, ácido paraminobenzóico, meti lparabeno,

propilparabeno e buti lparabeno. Sais de ácidos minerais e, particu-

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Capitulo 5 - Manipulação

larmente de ácidos polibásicos, fenóis e taninos coagulam soluções

de meti lcelulose. Pode ocorrer complexação da meti lcelulose com

compostos tensioativos, tais como, a tetracaína e o sulfato de

dibutol ina. Em altas concentrações de eletról i tos, a meti lcelulose

pode estar completamente precipitada ou continuar  gel .

2 6 . 1 . 4 . P o l í m e r o s d e C a r b o x i v i n i l e D e r i v a d o s

(Carbopois®, Carbômeros):

As resinas de carbopol são os agentes gelificantes mais co-

mumente uti l izados. Existem vários tipos de resinas de carbopol,

sendo importante a escolha correta para alcançar o atributo dese-

jado.

Incompatibil idades: Os carbopóis são incompatíveis com resorcinol,

fenol,  polímeros catiônicos, ácidos fortes e altas concentrações de

eletrólitos. Traços de ferro e outros metais de transição podem ca-

talit icamente degradar as dispersões de carbopol.

2 6 . 1 . 5 . C a r b o p o l 9 3 4 :

Fraca tolerância iônica, produz géis turvos, porém oferece

boa estabilidade e viscosidade alta em emulsões e suspensões (uso

oral).

 Produz géis de alta viscosidade.

2 6 . 1 . 6 . C a r b o p o l 9 4 0 :

É o preferido por produzir géis cristalinos, bri lhantes aquosos

ou hidroalcoólicos. É o de m aior e fe ito espessante, den tre as resinas

de carbopol. Possui fraca tolerância a eletrólitos. Somente pode ser

empregado em preparações tópicas.

2 6 . 1 . 7 .  C a r b o p o l 2 0 2 0 :

Resina de fácil dispersão, indicada para espessar xampus.

Pode ser uti l iza da para obtenção de gel base.

2 6 . 1 . 8 .  C arbopo l U LT R EZ ®:

Polímero de fácil dispersão. Empregado no prepro de formu-

lações tópicas (ex.: gel)

Nota: A resina de carbopol, quando dispersa em

 água,

  um ecta e forma uma dispersóo aquosa

(resina/ásua) com vator de pH na faixa de 2,8 a 3,2. Neste estado pré-dissolvido a m otécula

de carbopol está extremam ente enrolada e sua capacidade espessante é timitada. Para obter

o espessam ento é necessário a neutralizaçõo com bases inorsânicas, como o hidróxido de

sódio ou aminas de baixo peso motecular (ex.: trietanolamina).

Ao acrescentar thetanotamina ou hidróxido de sódio, o polimero (carbopol) estica , devido

a neutralização dos $rupos carboxitas presentes no polimero. (continua....)

353

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Capitulo 5 - Manipulação

0 máxim o de v iscosidade e transparência no çet de carbopol ê conseguido com o pH 7 , ma is

aceitável viscosidade e transparência começa no pH 4,5 a 5 e se estende ao pH 11.

Quan tidade de base a ser acrescentada em um gel de carbopol:

  T rietanolamina: a me sma quantidade do carbopol

•  Hidróxido de sódio: a terça parte da quantidade de carbopol adicionada.

2 6 . 2 .  Adit ivação de Princípios At ivos em Gel

2 6 . 2 . 1 .  Mater ia l u t i l i zado:

• Gral ou placa de vidro

• Pistilo

• Espátula

• Papel manteiga

• Balança de precisão

2 6 . 1 . 2 .  P r o c e d i m e n t o :

Passo 1: Pesar ou medir os princípios ativos da fórmula.

Passo 2: Se o ativo for sólido, pré-solubil izá-lo ou micronizá-lo com

um adjuvante l íquido adequado.

Passo 3: Pesar o gel base adequado à formulação, levando-se em

conta as características físico-químicas dos ativos e possíveis incom-

patibilidades com o gel, descontando-se o peso dos ativos e possí-

veis adjuvantes.

Passo 4: Incorporar o princípio ativo líquido no gel ou o gel no

  pr in-

cípio ativo solubil izado ou micronizado, aos pouco homogeneizando.

Passo 5: Embalar

Passo 6: Rotular.

354

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Capi tu lo

  5 -

  Manipulação

26.3 .  Sugestões de Formulações de Géis

2 6 . 3 . 1 .  G e l d e C a r b o x i m e t i l c e l u l o s e s ó d i c a

Ca rbox im et i l ce lu lose sód ica 5 ,0%

Met i lpa rabeno 0 ,15%

Gl icer ina 10%

Água dest i lada qsp 100g

2 6 . 3 . 2 .  G e l d e C a r b o p o l

  ®

  9 4 0

  - 2%

Carbopo l®940 2 ,0%

EDTA-Na2 0,10%

NaOH s o l. 10% qs

Dip rop i lenog l ico l 3 ,0%

M e t i l p a r a b e n o 0 , 1 %

Imidazo l id in i lu ré ia 0 ,3%

Água desminera l izada qsp 100g

355

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Capítulo 5 - Manipulação

2 7 .  Ge l c re m e

São emulsões com alta porcentagem de água e baixa porcen-

tagem de óleo. São constituídas por um estabil izador coloidal hidró-

fi lo e agente de consistência.

2 7 . 1 .  Sugestões de Formulações

2 7 . 1 . 1 .

  Sugestão de Gel-creme Base

NET-FS (microem ulsão de silicone) 2,0%

Gel base de carbopo l qsp 100,0%

Preparo: Incorporar homogeneizando o NET-FS no gel base de car-

bopol.

27 .1 .2 .  Sugestão de g el -cr em e Base não- iôn ico p ara form ulaçõ es

com pH ext remos (ác ido g l icó l ico) ou com carga de e le t ró l i tos

incom pat ive is com o Carbopo l

NETFS 2%

Gel de hidro xieti lce lulose (Natrosol) qsp 100%

Preparo: Incorporar o NET-FS no gel base de natrosol.

2 7 . 2 .

  Ad i t ivação de Pr incíp ios At ivos em Gel-Creme Ba-

se

Deve-se seguir as mesmas orientações descritas para géis.

356

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Capítulo

 5 -

 Manipulação

2 8 .

  Linimentos

São preparações líquidas

 ou

  semi-sólidas cujos princípios

 ati-

vos

 são

  dissolvidos

  em

  óleo

  ou

  outro veículo. Podem também

  ser

emulsionadas

 ou

 suspensas para ap licação

 na

 pele.

2 8 . 1 .

  Sugestões de Formulações

2 8 . 1 . 1 .

 Linimento de Óleo Calcáreo

Água de cal 50 ml

Óleo

 de

  l inhaça

  50 ml

Preparo: Meça 50ml

 de

 água

 de cal

  l ím pida

 e em um

 cá l ice

 e

 m istu-

re 50m l

 de

 óleo

 de

 l inhaça ,

 sob

 fo rte agi tação.

357

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Capítulo 5 - Manipulação

2 9 .   Ce ra tos

São preparações que contêm grande quantidade de ceras a-

nimais ou vegetais (superior a 20%), óleo e porventura, também

água.

2 9 . 1 .  Proced imento gera l :

Passo 1 : Pesar os componentes da form ula çã o.

Passo 2: Fundir as ceras no óleo, em banho-maria, mexendo bem a

mistura para evitar a formação de grumos.

Passo 3: Deixar esfriar, quando estiver quase arrefecido, juntar á-

gua ou ativos solubil izados em água, pouco a pouco, agitando sem-

pre.

Passo 4: Embalar antes de solidificar.

Passo 5: Rotular.

358

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Capitulo 5 - Manipulação

30.

  Ungüentos

Os ungüentos são um tipo de pomada que contém substân-

cias resinosas

30.1.  Preparo:

Idem ao de pomadas

359

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Capitulo 5 - Manipulação

3 1 .  P repa rações O to lóg i cas (ó t i cas ) ou Au r i cu la res

Preparações óticas podem ser líquidas, pastosas (pomadas) e

em pó.

Tanto as soluções quanto as suspensões óticas são formas lí-

quidas, destinadas à insti lação no canal auditivo.

Pomadas óticas são preparações semi-sólidas que são aplica-

das no exte rior do ouvido.

3 1 . 1 .

  Característ icas de preparações ót icas

• produ tos sem i-estéreis

• veículo viscoso, para ad erir às paredes do canal aud itivo

(como a gl icerina, o propi lenogl icol, óleos e até mesmo a

água).

• pH de 5 a 7,8.

3 1 . 2 .

  Pro cedim ento para prep aro de Soluções O to lóg i -

cas:

Passo 1 : Pese ou m eça precisamen te cada ingre diente da form ula-

ção.

Passo 2: Dissolva os ingredientes em cerca de

  3

A  da q uan tidade de

veículo e misture bem.

Passo 3: Adicione o veiculo em qsp para o volume final e misture

bem.

Passo 4: Tome uma amostra da solução, determine o pH, a transpa-

rência e outros fatores de controle da qual idade.

Passo 5: Embale e rotule.

3 1 . 3 .

  Procedimento para preparo de Suspensões Otoló-

gicas:

Passo 1 : Pesar ou m ed ir precisam ente cada um dos ingredien tes.

Passo 2: Dissolver ou misturar os ingredientes em cerca de

  3

A  da

quant idade de veículo e misturar bem.

Passo 3: Adicione o veículo qsp para o volume final e misture bem.

360

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Capitulo 5 - Manipulação

Passo 4: Tome uma amostra da suspensão, determine o pH e outros

fatores de co ntro le da qu alidade .

Passo 5: Embale em frasco adequado.

Passo 6: Rotule.

31 .4 .  Procedimento de preparo de Pomadas Otológicas:

Passo 1: Pese ou meça precisamente cada ingrediente da formula-

ção.

Passo 2: Misture os ingredientes com o veículo (conforme procedi-

mento para preparo de pomadas).

Passo 3: Tome uma amostra da pomada e determine os fatores de

controle da qualidade.

Passo 4: Embale e rotule.

31 .5 .  Procedimento para preparo de Pós Otológicos:

Passo 1 : Pese ou meça p recisa m en te cada um dos ing red ien tes .

Passo 2: Misture geometricamente (ver procedimento de diluição

geométrica), iniciando com os pós presentes em menor quantidade.

Passo 3: Tome uma amostra do pó e determine os fatores de contro-

le da qua lidade.

Passo 4: Embale e rotule.

361

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Capitulo 5 - Manipulação

3 2 .  P reparações Nasa is (e r r inos)

São formas farmacêuticas de uso nasal, com ação local ou

sistêmica.

As soluções nasais são soluções preparadas para administra-

ção nasal na forma de gotas ou sprays.

As suspensões nasais são preparações líquidas contendo

  prin-

cipios ativos insolúveis para administração nasal.

Géis nasais e Pomadas nasais são preparações semi-sólidas

para aplicação nasal que podem ser destinadas para uso sistêmico

ou local.

3 2 . 1 .  Característ icas farmacotécnicas de uma Prepara-

ção Nasal:

A preparação nasal deve possuir um pH situado entre 5,5 a 7,5

podendo variar dentro do l imite de 4 a 8.

Ter uma tonicidade que não interf ira com a moti l idade dos

cílios (isotonia).

Não modificar a viscosidade normal do muco nasal.

Ter uma certa capacidade tampão (em preparações nasais é

uti l izado normalmente o Tampão Fosfato).

Ser compatível com a atividade dos cíl ios e com os constitu-

intes iônicos da secreção nasal.

Ser compatíveí com os medicamentos que devem ser dissol-

vidos nele.

Possuir uma estabil idade que se mantenha por largo tempo.

Conter antimicrobianos em quantidade suficiente para inibir

o crescimento de bactérias que nele sejam introduzidas pelo conta-

gotas uti l izado para aplicação do medicamento ao paciente (nor-

malmente o conservante de escolha para preparações nasais é o

Clorobutanol a 0,5% ou o Cloreto de Benzalcônio 0,01%).

Ser estéri l (Característica Ideal, porém não obrigatória).

3 2 . 2 .  Procedimento de preparo de Soluções Nasais

Passo 1: Pesar ou medir precisamente cada um dos ingredientes.

Passo 2: Dissolver os ingredientes incluindo o conservante em cerca

de

  VA

  da quantidade de água estéri l para injeção ou solução tampão

fosfato ou veículo geral para soluções nasais e misture bem.

362

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Capítulo 5 - Manipulação

Passo 3: Se possível isotonize com NaCl a solução (veja cálculos para

isotonização).

Passo 4 : Ad icione qsp de água es té ri l para in jeçã o , para o volum e

final e mistu re be m .

Passo 5: Tome uma amostra da solução e determine o pH, a transpa-

rência e outros fatores de controle da qual idade.

Passo 6: F i l tre a solução em um f i l tr o m il l ip o re 0 ,2u em um frasco

estéril.

Passo 7: Embale e rotule.

Se um grande número de soluções forem preparadas, sele-

cionar aleatoriamente uma amostra para ser checada a esteri l idade

e demais cara cterist icas .

Nota: Ern situações em que se prepara maior quantidade de uma [ormulação poderà ser

utilizado o autoclave como mê todo d e esterilização, se os princípios ativos forem termoestá-

veis.

32 .3 .

  Procedimento de preparo de Suspensões Nasais

Passo 1: Pesar ou medir precisamente cada ingrediente da formula-

ção.

Passo 2: Dissolver/misturar os ingredientes, incluindo o conservante

em cerca de  VA  de água estéri l para injeção ou solução tampão fos-

fato ou veiculo geral para soluções nasais e misture bem.

Passo 3: Se necessário iso tonize com NaCl a solução (ve ja cálculos

para isotonização).

Passo 4: Ad icione o veículo qsp, o volum e fin a l e m isture be m .

Passo 5: Tome uma amostra da suspensão e determine o pH e outros

fatores de controle da qual idade.

Passo 6: Embale em recipiente adequado para autoclavaçào.

Passo 7: Autoclave, esfrie e rotule

 ( agite

  antes de usar") .

363

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Capitulo 5 - Manipulação

32 .4 .

  Sugestão de veículo geral para Soluções Nasais

Fosfato monossódico dihidratado.... 0,65%

Fosfato dissódico heptahidratado... . 0,54%

NaCl 0,45%

Cloreto de benzalcônio 0,01%

Água destilada 100%

3 2 . 4 . 1 .  P r o c e d i m e n t o :

Passo 1 : Pesar ou m edir precisam ente cada um dos ingredien tes.

Passo 2: Dissolver os componentes na água destilada e filtrar em

papel de f i l tro.

Passo 3: Embalar em frascos de vidro (30 ml) limpos e sanitizados.

Passo 4 : Autoclavar.

Passo 5: Rotular provisoriamente.

Utilizar esta solução para aditivação dos princípios ativos em

recipientes de preparo l impos e sanitizados, conforme o procedi-

mento de preparo descrito anteriormente.

Nota: Esta solucão pode ser preparada para uso em  suspensões  nasais adicionando metilcelu-

lose (Methocet

  ®

 A - Dow Quimica) a 0,5% com açente suspensor.

364

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Capitulo 5 - Manipulação

33.  P reparaçõe s O f tá lm icas

São formas farmacêuticas, em geral líquidas ou pastosas,

destinadas ao tra ta m en to dos olhos e das pálpebras .

33 .1 .  Caracterísitcas necessárias a uma Preparação Of-

tálmica:

3 3 . 1 . 1 .

  I so t o n i a :

A isotonia é um dos requisitos que as soluções de uso   o f tá l -

mico deverão obedecer, pois assim, tomam-se menos irritantes.

3 3 . 1 . 2 .  I s o b a t m i a :

pH igual ao da lágrima, entre 7,2 e 7,4. Colírios com pH a-

baixo de 5,8 e acima de 11,4 causam irritação em 99% dos pacien-

tes.

  Para corrigir o pH pode-se util izar soluções-tampão.

3 3 . 1 . 3 .  L i m p i d e z :

As soluções oftálmicas devem ser límpidas (não se aplica a

suspensões) e não devem conter partículas visíveis a olho nu, para

tanto devem ser convenientemente f i l tradas.

3 3 . 1 . 4 . P r e c i s ã o d e c o m p o s i ç ã o :

Os componentes de uma formulação oftálmica devem ser

precisamente pesados ou medidos, tendo em vista que Soluções

Oftálmicas são prescritas em quantidades diminutas.

3 3 . 1 . 5 . E s t e r i l i d a d e :

As Soluções Oftálmicas devem ser estéreis. A esteri l idade

pode ser obtida por f i l t ração em membrana mil l ipore de 0,45 a 0,2

H,

 por calor seco ou por autoclavação de acordo com as caracterís-

ticas dos Princípios A tivos.

365

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Capitulo 5 - Manipulação

3 3 . 2 .

  Ad i t i vos usados em P reparações O f tá lm icas (Ad -

j u v a n t e s F a r m a c o t é c n i c o s ) :

3 3 . 2 . 1 .  Conservantes:

Ta b e la 4 4 : C o n s e r v a n t e s u t i l i z a c

CONSERVANTE

Cloreto de

Benzalcônio

Clorobutanol

Clorexidina

Metilparabeno

(assoc. Propil-

parabeno)

Propilparabe-

nol

(assoc. Metil-

parabeno)

CONCENTRAÇAO

USUAL

1:10.000

  a 0,01%

0,5%

0,02 a

 0,05%

0,18%

0,02%

os e m P r o d u t o s O f t á lm i c o s

INCOMPATIBILIDADES

compostos aniônicos

nitratos

é inativado em meio alcalino

é decomposto pelo calor (não auto-

clavável)

nitrato de prata

sais sódicos de sulfamidas

nitrato de prata

cloranfenicol

alginato sódio

CMC

sulfamidas sódicas

penicilina

ions cloreto, fosfato e sulfato.

tween 80

pH> 8

tween 80

pH > 8

3 3 . 2 . 2 .  Agentes Molhantes, Clar i f icantes e Emulsionantes

usados em Preparações Oftálmicas:

AGENTE

Pol isorbato 20 ( tween 20)

Po l isorbato 80 ( tween 80)

CONC.  USUAL

1%

1%

366

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Capítulo  5 - Manipulação

3 3 . 2 . 3 .  A n t i o x i d a n t e s u s a d o s e m P r e p a r a ç õ e s O f t á l m i c a s :

ANTIOXIDANTE/

SEQUESTRANTE

EDTA - Na

 2

Bissulfito de sódio

Metabissulfito de sódio

CONC.

USUAL

0,1%

0,1%

0,1%

3 3 . 2 . 3 . A g e n t e s d o a d o r e s d e V i s c o s i d a d e u s a d o s e m P r e p a -

ra çõ e s O f t á l m i ca s :

AGENTE

Hidroxietilcelulose

Hidroxipropil meti lcelulose

(Hipromelose)

Metilcelulose

Álcool poliviní l ico

Polivinilpirrolidona (PVP)

CONC.

USUAL

0,8%

0,5 A 2,5%

0,5   a 2,0%

1,4%

1,7%

3 3 . 2 . 4 . S u g e s t õ e s d e S o l u ç õ e s T a m p õ e s p a r a u s o e m C o l í -

r ios

A. Sugestão de Solução Tampão Fosfato para uso em Colirios:

Fosfato monossódico anidro  0,40g

Fosfato dissódico anidro  0,47g

Cloreto de sódio

  0,48g

Cloreto de benzalcônio

  0,01

 g

Água estéril para injeção qsp 100 ml

Este tampão tem pH de 6,8 e está isotonizado é indicado pa-

ra preparação de certos col ir ios, como: Atropina, Efedrina, Homa-

tropina, Penici l ina, Pilocarpina e Escopolamina.

367

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Capítulo 5 - Manipulação

B. Sugestão de Solução (A) de Ácido Bór ico para Col í r ios:

Ác ido bó r ico 1 ,9g

C lo re to de benza lcôn io 0 ,0 1 %

Água es té r i l pa ra in jeção qsp 100ml

Esta solução tem um pH de cerca de 5 e está ind icada para a

preparação de co l í r ios com os segu in tes fá rmacos: Procaína, Tet ra-

ca ina e Su l fa to de Z inco .

C. Sugestão de Solução (B) de Ácido Bór ico para Col í r ios:

Ác ido bór ico

  1,9g

S ul f i to de sód io , an idro 0 ,1 g

N i t r a t o d e f e n i lm e r c ú r i o

  1:50.000

Água es té r i l pa ra in jeção qsp 100ml

Es ta so lução , igua lmente com pH v iz inho a 5 , con tém um re -

du to r de s t inado a re ta rda r a ox idaçã o dos fá rm aco s ne la m an ipu la -

dos,  sendo ind icada para os segu in tes fá rmacos : Ep ine f r ina (ad rena-

l i n a ) ,  Fen i le f r ina e F isost igmina

D. Sugestão de Tampão Borato (pH 7,2 a 7,4) :

Ác ido bó r ico 1,05%

Bórax 0,286%

Nipagin 0,05%

Nipazo l 0 ,01%

Água es tér i l para in jeção qsp 100,0%

Pr o c e d im e n t o :

Passo 1 : Pesar p rec isamente os componen tes da fo rmu lação .

Passo 2 : D isso lva , a q u e n te , em um béck er com 50% do vo lum e de

água es té r i l , o N ipag in e o N ipazo l .

Passo 3 : Acrescente o Ác ido Bór ico e o Bórax, ag i tando a té comple ta

d isso lução .

Passo 4 : Acer te o vo lume com água es tér i l f r ia , cor r i ja o pH para

fa ixa de 7,2 a 7,4, se necessár io .

Passo 5: F i l t re .

Passo 6 : Embale em f rasco de v id ro de 100 ml .

Passo 7 : Autoc lave a 121°C, 15 ps i por 30 minutos .

Passo 8 : Conservar em ge lade i ra .

368

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Capítulo 5 - Manipulação

rios) adequado para autoclavação.

Passo 6: Autoclave a 121°C a 15psi por 20 a 30 minutos.

Passo 7: Esfrie e rotule.

Se um grande número de suspensões forem preparadas, sele-

cione aleatoriamente uma amostra para ensaios e checagem da es-

ter i l idade.

Nota: Para PA termolábeis (não autoctaváveis) ao invés da autoclavação em um vidro relóçio,

os componentes sólidos podem se r previamente misturados com álcool e este evaporado no

ambiente de fluxo

  laminar,

  podendo a suspensão ser embalada em frasco conta-gotas esteri-

lizado de plástico.

3 3 . 4 .  Pomadas Oftálmicas

São preparações farmacêuticas semi-sólidas que se destinam

a aplicações nas conjuntivas e devem ser estéreis.

São preparadas assépticamente, no ambiente do f luxo

  lami-

nar, com excipientes não aquosos, de baixo ponto de fusão ou de

fáci l difusão, previamente esteri l izados.

As substâncias incorporadas no excipiente devem ser fina-

mente divididas (tamizadas e micronizadas com algum agente

  levi-

gante ou solução fisiológica), de modo a assegurar uma perfeita

homogeneidade do produto, que não poderá irr i tar a conjuntiva ou

a córnea ocular.

3 3 . 4 . 1 .  Excip ientes para Pomadas Oftá lmicas:

• Vaselina

• Parafina l iquida com vaselina

• Lanolina com parafina líquida e vaselina.

3 3 . 4 . 2 .

  Preparo dos excip ientes para Pomadas Oftá lmicas:

• M isturar os ingred ientes

• Fundir

• Filtrar

• Es terilizar a 1 50°C, du ran te  1 hora

• Embalar em rec ipien te de vidro âmbar es téri l de 100g

• Tam par e lacrar

Nota: 0 recipiente com a pomada oftálmica base deve ser aberto somente no amb iente do

fluxo

  laminar,

  após prévia desinfecqão do frasco e da tampa com álcool a 70%  e clorexidina.

370

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Capitulo  5 - Manipulação

3 3 . 4 . 3 .

  P r o c e s s o s d e p r e p a r o d e P o m a d a o f t á l m i c a :

A preparação de Pomadas Oftálmicas pode ser conduzida por

dois processos fundamentais:

• Se o fárm aco é hidrosso lúve l, deve dissolver-se em água es-

t é r i l ,  incorporando-se a solução no excipiente fundido e a-

gitando até solidificação. 0 volume de água empregado de-

ve ser o menor possível;

• Se o fármaco é insolúvel ou dif ici lm en te solúvel em água é

aconselhável porfir izá-lo, recorrendo a uma pequena quan-

tidade de excipiente, naturalmente l iquido (ex.: vaselina

líquida) ou fundido no momento do emprego.

33 .4 .4 . Suges tões de bas e pa ra Pomadas O f t á l m i c as

A. Sugestão de Pomada Oftálmica Base (Fórmula 1):

Lanolina pu rifica da *(Corona® PNL) 10g

Vaselina puríssima 80g

Vaselina líqu ida puríssima 10g

B. Sugestão de Pomada Oftálmica Base (Fórmula 2):

Oculentum simplex  - Farmacopéia Dinamarquesa

Vaselina puríssima 65,5g

Álcool ce tilico 0,4g

Lanolina purificada (Corona® PNL)... 4,6g

Vaselina iíqu ida puríssima 30g

Nota: esta formulação tem a vantagem de poder incorporar maior quantidade de áçua do que

aanterior (+/- 30% ).

3 3 . 4 . 5 . P r o c e d i m e n t o g e r a l d e a d i t i v a ç ã o d e p r i n c í p i o s a t i -

vos e m p o m a d as o f t á l m i c a s :

Passo 1 : Pese ou meça p recisam ente cada ingre dien te da fo rm ula -

ção,

  faça a formulação em quantidade dobrada, para posterior a-

mostragem no o controle da qualidade.

Passo 2: Esterilize cada ingrediente por um método adequado.

Passo 3: Solubilize ou micronize anteriormente os princípios ativos

em veículo adequado.

Passo 4: Misture os componentes dissolvidos ou micronizados com a

pomada base estéril.

Passo 5: Tome uma amostra da pomada e determine os fatores de

371

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Capítulo 5 - Manipulação

controle de qualidade (pH, consistência, homogenidade, esteri l ida-

de,

  e tc) .

Passo 6: Embale e rotule.

Se um grande número de pomadas forem preparadas, sele-

cione aleatoriamente uma amostra para ser ensaiada e checada a

sua es teri l idade .

3 3 . 5 .

  Procedimento de t rabalho em Capela com Fluxo

Laminar :

O propósito deste procedimento é estabelecer diretr izes pa-

ra o trabalho na bancada de fluxo laminar.

3 3 . 5 . 1 .  E q u i p a m e n t o :

• Fluxo lamina r ho rizo nta l

3 3 . 5 . 2 .  A c e s s ó r i o s :

• gases es terilizadas

• solução san itizante (Álcoo l isop ropíl ico 70%, Á lcoo l 70% com

clorexidina 0,5%)

• m ateriais para m anipulação.

3 3 . 5 . 3 .

  Su g es t ão d e P r o c e d i m e n t o :

Antes de iniciar o trabalho, o manipulador deve verif icar se a

área de trabalho está l impa, devendo o mesmo realizar a assepsia

da área, apropriadamente com álcool isopropíl ico a 70% (não use a

solução de álcool isopropíl ico na grade do f i l t ro ab soluto ).

0 manipulador deve estar devidamente paramentado (gorro,

máscara, óculos protetores, jaleco de mangas comprimidas e luvas

descartáveis estéreis).

0 fluxo laminar deve ser l igado de 30 a 60 minutos antes de

iniciar o trabalho.

Não use spray de soluções desinfetantes no filtro ou na grade

do f i l t ro .

Se algum derramamento ocorrer na área de trabalho, assegu-

re que o mesmo será imediatamente absorvido, lavado com água

estéri l e sanit izado com gaze umedecida em solução desinfetante.

Planeje o trabalho para um determinado período (Ex.: 2x ao

372

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Capítulo 5 - Manipulação

dia,

  pela manhã e à tard e) para m inim izar movimentos na área de

fluxo laminar.

Remova todos os materiais a serem uti l izados das embala-

gens ou caixas, antes de e ntra r na sala l im pa .

Limpe a superficie de cada material (ampolas, vidros, etc)

que será coloca do na bancada do flu xo , com gaze um ede cida em

desinfetante adequado (como o álcool isopropílico a 70%).

Remova imediatamente da bancada do f luxo laminar, após o

uso,

 todos os acessórios, ta is com o seringas, vidra rias , e tc .

Coloque na bancada do fluxo laminar somente os materiais

que serão utilizados na preparação. Não use a bancada para estocar

materiais.

Organize todos os materiais de modo a aumentar a eficiência

do trabalho e m anter a inte gridad e dos locais c ríticos de acordo

com o fluxo do ar evitan do o b loque io ou desvio do mesm o.

0 manipulador deve trabalhar a pelo menos 15cm da banca-

da do fluxo lam inar.

Tome cuidado, não toque em locais críticos ou em materiais

não estéreis com as luvas durante o trabalho, pois poderão conta-

minar-se.

Periodicamente, use álcool a 70% nas luvas e friccione as

mãos.

Imediatamente antes de abrir frascos, ampolas ou outros ma-

teriais, limpe e desinfete o pescoço das ampolas ou frascos com

uma gase es té ril um ede cida com a solução de á lco ol 70%.

Desinfetar as borrachas de frasco/ampola com gaze umede-

cida em álcoo l a 70%, antes de pe rfurá-la com a agu lha.

F iltre todas as soluções removidas de ampolas de vid ro para

remover possíveis particulas de vidro.

Durante a adição de ativos na solução, agitar levemente o

frasco de preparo com a finalidade de minimizar a ocorrência de

incompatibil idades.

Durante a preparação observe se não há formação de preci-

pitado, turvação ou desprendimento de gás.

Use como f i l t ro ester i l izante o f i l t ro mi l l ipore 0,22| i em   rec i -

pientes estéreis.

Após a maniputação, observe o produto   f i na l ,  v isualmente

para verif icar a evidência de incompatibi l idades e partículas estra-

nhas.

Tampe e sele o produto.

Remova da bancada do fluxo todos os m ateriais uti l izados na

373

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Capítulo 5 - Manipulação

manipulacão, l impe e sanitize a bancada com desinfetante adequa-

do.

Nota: É recome ndóvel a alternància sazonal dos agen tes sanificantes, com o objetivo de

prevenir possiveis resistèncias de microorganismos.

3 3 .6 .

  Esteri l ização

A esterilização é o processo de eliminação ou destruição de

microorganismos em um objeto ou em uma preparação.

Produtos paren terais (injetáve is) e oftálm icos requerem es-

ter i l idade.

3 3 . 6 . 1 .

  E s t e r i l i za çã o p o r C a l o r ú m i d o (a u t o c l a va çã o ) :

A esterilização por calor úmido envolve o uso de autoclave

que produz um ambiente de vapor saturado, típicamente a 121°C a

15psi.

  Isto pode variar conforme a maneira como o autoclave for

usado.

Após o alcance da correta temperatura e pressão, o processo

de esteril ização deve continuar por pelo menos 20 minutos, neste

ponto a pressão e a temperatura devem ser abaixadas para retornar

às condições am bienta is.

3 3 . 6 . 2 .

  Es te r i l i zação po r Ca lo r Seco (es tu fa )

A   esteril ização por calor seco envolve o uso de estufa em al-

tas temperaturas operada nas seguintes condições:

Temperatura

160°C

170°C

180°C

Tempo

120 a 1 80minutos

90 a 1 20m inutos

45 a 60 minutos

Os itens para serem esterilizados por calor seco podem ser

colocados em uma bandeja de aço inoxidável e cobertos por uma

folha de papel laminado. Esta embalagem protege o transporte do

item esteri l izado ao local de trabalho evitando a re-contaminação.

374

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Capitulo 5 - Manipulação

3 3 . 6 . 3 .  E s t e r i l i z a ç ã o p o r U l t r a F i l t r a ç ã o ( m i c r o f i l t r a ç ã o ) :

A fi l tração envolve a remoção de partículas de um líquido,

retidas por uma matriz com poros microscópicos capazes de reter os

microorganismos.

Este processo irá remover, mas não destruir os microorga-

nismos.

Este método é o mais recomendado para uso na farmácia

magistral,  pois não há alteração térmica do fármaco e o mesmo,

elimina os pirogênios.

Normalmente é ut i l izado o f i l t ro mi l l ipore 0,22| i .

375

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Capítulo 5 - Manipulação

3 4 .

  Mar r i pu lação Mag is t ra l de Supos i t ó r i os e Óvu los

Sâo formas farmacêuticas de consistência f irme, de forma

cônica ou ogival, destinadas a aplicação

  re ta l ,

  vaginal ou uretral .

São obtidas por solidif icação ou compressão, em moldes, de

massa adequada, encerrando substâncias medicamentosas.

34.1 .Exc ip ientes ut i l izados para manipu lação de Supo-

si tór ios

3 4 . 1 . 1 .

  Manteiga de Cacau:

São poucos os excipientes que possuem características físicas

iguais ou melhores que as da Manteiga de cacau.

0 produto é bem tolerado pela mucosa retal e é sól ido à

temperatura ambiente. Funde-se entre 29 e 34°C, sendo f luido a

temperatura do corpo humano. 0 seu ponto de sol idi f icação pode

situar-se entre 22 e 26°C. Em regra, o tempo necessário para solidi-

f icação é de 6 minutos.

Não é recomendada em regiões de cl ima muito quente, uma

vez que é bastante baixo seu ponto de fusão.

Quando aquecida à temperatura superior a seu ponto de fu-

são sofre transformação alotrópica dos gl icerídeos consti tuintes,

com diminuição substancial do ponto de sol idi f icação e do ponto de

fusão da massa que solidif icou.

A presença de formas metastáveis, resultante do superaque-

cimento altera profundamente as suas característ icas, não só nos

pontos de sol idi f icação-fusão, como também no tempo necessário

para que a massa solidif ique.

34 . 1 . 2 .

  Novata®:

A Novata é um produto da Henkel, consti tuído por misturas

de mono/di e tr igl icerídeos de ácidos graxos saturados de origem

animal (C12aC18) .

As vantagens da sua util ização são a rapidez de produção dos

supositórios e óvulos e a obtenção de produtos com uma melhor

apresentação.

A Novata é fundida isoladamente sem a necessidade de adi-

ção de outros componentes, acrescentando-se somente o(s) ati-

vo(s).

376

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Capitulo 5 - Manipulação

3 4 . 1 . 3 .

  G e l a t i n a G l i c e r i n a d a :

Mistura de gelatina, glicerina e água. Esta mistura destina-se

apenas a produção de óvulos para ativos hidrossolúveis e não suposi-

tórios para uso retal e uretral.

Sugestão de form ulaçã o: Óvulo (gela tina /glice rina )

Gelatina pó 20g

Água 10g

Glicerina 70g

3 4 .1 . 4 .

  Po l i e t i l enog l i có i s (PEG) :

São polímeros de óxido de eti leno, com cadeias alcoólicas

primárias. Não são tóxicos e possuem a desvantagem de apresentar

maior probabil idade de incompatibil idades com fármacos, quando

comparados aos outros excipientes.

As fórmulas de supositórios ou óvulos que utüizam estes ex-

cipientes consistem em m istura de po lietilenoglicóis com PM d ife-

rentes, em proporções que obtenham um produto final com ponto

de fusâo por vo lta de 37°C.

Sugestão - Massa para Supositórios e Óvulos com PEG:

PEG 1500 70%

PEG4000 10%

PEG400 20%

Preparo: Fundir os componentes. Adicionar os princípios ativos no

excipiente fund ido ou em pa rte do PEG 400 m icronizando- os.

377

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Capitulo 5 - Manipulação

34.2.Preparação de Supost i tór ios (Procedimento Geral)

Os supositórios podem ser preparados por dois métodos: por

compressão a frio (nào usado em farmácia magistral) e por fusão.

0 método mais usado, rápido e fácil é por fusão, onde o

princípio medicamentoso é misturado ou dissolvido no excipiente

fundido, vertendo a massa líquida em moldes adequados.

0 primeiro passo no preparo de um supositório é o cálculo da

quantidade de ativo e excipiente que será uti l izado.

Feito os cálculos, o passo seguinte é a fusão do excipiente

que deve ser feita à temperatura mais baixa possível, a fim de evi-

tar alterações por decomposição e o aparecimento de formas me-

tastáveis, difíceis de solidif icar.

Ao aviar uma receita de supositórios devem ser tomadas

quantidades superiores às prescritas, para prevenir inevitáveis per-

das de massa, por aderência ao recipiente util izado para fusão (à

espátula), além da quantidade em excesso sobre o molde, posteri-

ormente removida. Até 4 supositórios: aumenta 1 unidade. Acima

de 5 supositórios: aum entam 2 unidades.

Adição de pós insolúveis ao excipiente: é conveniente incor-

porar os pós em partes do excipiente fundido, misturando depois o

restante do excipiente fundido.

A lubrif icação do molde sempre se faz necessária, podendo

usar glicerina ou vaselina líquida.

A massa deve ser vertida no molde quando se der início à so-

l idif icação (formação de uma película sobre a massa l iquefeita).

Após resfriamento, abrir os moldes e retirar os supositórios,

exceto quando o molde for a própria embalagem, neste caso basta

selar.

Envolver cada supositório (aqueles que não foram preparados

em moldes/embalagem) em papel alumínio, acondicioná-los em

recipiente fechado e rotular ("conservar em geladeira").

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Capitu lo 5 - Manipulação

3 4 . 3 .  R e g u l a r i d a d e d e p e s o :

Pesar 20 unidades, fazer a média e em seguida considerar o

desvio de 5% para mais ou para menos em relação ao va lor da mé -

dia.

Pesar cada unidade dos supositórios ou óvulos e anotar o pe-

so.

Re quisito: não m ais que 10% das unidades ensaiadas pode a-

fastar da média ± o desvio de 5%.

3 4 . 4 . S u p o s i t ó r i o E s p e c i a l p a r a T r a t a m e n t o d e H e m o r -

r ó id a s : " R e c t a l R o c k e t "

0 formato diferenciado do supositório Rectal Rocket, "fogue-

t e " ,

  assegura que o mesmo permaneça em contato direto com as

hemorróidas, tanto intemas quanto externas, l iberando o at ivo.

Este formato, garante uma maior ef ic iência no tratamento das he-

morróidas externas e mistas, quando comparado com o supositório

convencional, pois, enquanto neste últ imo o ativo é l iberado somen-

te no interior do lúmen

  re ta l ,

  o suposi tór io em formato de foguete

permite o contato e a l iberação do ativo, tanto no interior do lúmen

retal,  como também na hemorróida externa.

Figura 12: molde com supositór ios Rectal Rocket.

Foto:  PCCA - Products Catalog

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Capitulo 5 - Manipulação

3 4 . 4 . 1 .  Fó r mu la b a se p a r a Re c ta l Ro cke t co m á c i d o s g r a xo s

e p a r a f i n a :

Novata® 90 a 95%

Parafina sólida 5 a 10%

Sílica gel micronizada**q.s.p. (se necessário 1%)

Procedimento:

Passo 1: Em uma placa de aquecimento fundir os ingredientes, res-

friar e estocar.

Passo 2: Não permita que a temperatura exceda a 55°C. Não utilize

microondas.

Nota: 'Sílica gel micronizada: ê utilizada como açente s uspensor para ativos insoiúveis na

base, na concentraçõo usuai de

  1%.

Material necessário:

• Béquer

• Bastão de vidro

• Molde

• Placa de aquecimento ou banho-maria

• Faca

• Balança de precisão

• Papel manteiga

• Papel laminado

Procedimento de preparo:

Passo 1: Catibrar, previamente, o molde de supositório, caso não

tenha sido uti l izado, anteriormente, com a base uti l izada. Verif icar

se o molde encontra-se limpo e seco antes do uso. Lubrificar antes

de uti l izar o molde.

Passo 2: Calcular a quantidade necessária de cada ingrediente, adi-

cionando-se cerca de 10% ext ra , para compensar perdas e pe rm itir o

preenchimento do molde com excesso. Pesar ou medir, precisamen-

te ,

  cada ingrediente.

Passo 3: Ligar e ajustar o aquecimento do banho-maria. Adicionar a

base preparada anteriormente (fórmula base de ácidos graxos e

parafina) em um béquer, aquecendo aos poucos até a fusão da base.

Deve ser evitado o superaquecimento, pois o mesmo altera as pro-

priedades de fusão do supositório (não aquecer acima de 55°C).

Passo 4: Adicionar os ativos. Misturar bem com bastão de vidro. Os

ingredientes sólidos (ativos) devem ser misturados diretamente na

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Capitulo 5 - Manipulação

base ou , previam ente levigados, antes da incorpo ração . 0 agitado r

magnético também pode ser util izado para realizar a mistura.

Passo 5: Deixar esfriar um pouco. Verter a mistura ainda fluida para

o molde montado com as placas formadoras de sulcos, preenchendo

o mesmo, com excesso da massa para pre venir a retraç ão du ran te a

solidificação.

Passo 6: Deixar resfriar na temperatura ambiente por 15 a 30 minu-

tos e refrige rar por mais 30 m inutos.

Passo 7: Com uma espátula, retirar o excesso de massa sobre o mol-

de.   Remover, cuidadosamente, os supositórios. Embalar, um a um,

em papel laminado ou sachês de alumínio. Acondicionar os supositó-

rios embalados em um pote de vidro ou plástico.

Passo 8: Rotular e validar.

3 4 . 4 . 2 .  A d i t i v a ç ã o ( C á l c u l o d a q u a n t i d a d e d e A t i v o e d e B a -

se):

A droga ativa deve ser reduzida a partículas de tamanho uni-

forme assegurando assim, uma perfeita distribuição na base. A me-

Ihor fonte de ingredientes para a manipulação de supositórios é o

fármaco em pó. Em geral, o máximo de ingredientes que podem ser

incorporados deve corresponder a ap rox imadam ente 30% do peso do

supositório.

Quantidade de base deslocada por supositório =

dose unitária x 0,7(fator de deslocamento universal ou outro específico)

Quantidade de base por supositório =

peso médio do supositório sem ativo (branco) - quantidade de base deslocada por supositório.

Quantidade total da base =

(qu an t ida de de base por su po s i tó r io x nú m ero de sup os i tó r ios ) x 10% (excesso)

Cálculo da quantidade de ativo =

(dose un itá ria x núm ero de unidades) x 10% (excesso)

381

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Capítulo 5 - Manipulação

Exemplo:

Calcular a quantidade de base para supositório necessária

para a manipulação de 6 supositórios de Ibuprofeno 800mg. Calcu-

lar, também, a quantidade de ativo necessária levando em conta a

perda durante o procedimento de preparo. 0 peso médio dos suposi-

tórios preparados somente com a base é de 6g.

Quantidade de base deslocada pelo ativo para supositório =

 0,81

 g

( ibuprofeno)x70% = 0,56

Quantidade de base por supositório = 6g - 0,56g = 5,44g

Quantidade to ta l de base necessária = 5,44 x 6 = 32,64 x 10% =

25,90g

Quantidade total de ativo necessário = 0,8g x 6 = 4,8g x 10% = 5,28g

3 4 . 4 . 3 .

  E x e m p l o s d e f o r m u l a ç õ e s :

A. Supositórios Rocket Analoésicos (composição por supositório)

Benzocaina 130mg

Bálsamo do Peru 65mg

Óleo de rícino 65mg

Monooleato de sorbitano* 65mg

Mentol 9mg

Sulf. Monoid. Hidroxiquino lina** 16mg

Óxido de zinco 196mg

Base para supositório*** q.s.p.1 supositório rocket

Mande 6 supositórios.

Indicação: hemorróidas extemas e mistas.

Ação:  anestésico, protetor, adstr ingente e antipruriginoso.

Modo de usar: inserir via intraretal 1 supositório à noite ao deitar,

deixando-o até a completa fusão ou por 4 a 6 horas, removendo e

desprezando o restante. A parte alargada do supositório rocket

permanece externa ao ânus.

Nota:

'Span® 80

Viofórmio

Base de ácidos

 groxos e

  parafina.

Estabil idade aproximada: 6 meses.

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Capítuio 5 - Manipulação

B. Supositório Rocket com Hidrocortisona e Tetracaina

Hidrocortisona m icronizada 25mg

Cloridrato de tetraca ína 10mg

Subcarbonato de bism uto 10Omg

Cloridrato de Fenilefrina 10mg

Bálsamo do Peru 65mg

Óleo de rícino 65mg

Polisorbato 80* 65mg

Base para supositório**

 q.s.p.1

  supositório rocket

Mande 6 supositórios.

Indicação: hemorróidas externas e mistas.

Ação:

  antipruriginoso, anestésico, protetor e vasoconstritor.

Modo de usar: inserir via intraretal 1 supositório à noite ao deitar,

deixando-o até a completa fusão ou por 4 a 6 horas removendo e

desprezando o restante. A parte alargada do supositório rocket

permanece externa ao ânus.

Estabilidade a prox imada : 6 meses.

C.Supositório Rocket com Ibuprofeno/lndometacina

Ibuprofeno 800mg

Indometacina 50mg

Sílica gel m icron izada 35mg

Lecitina de soja granular 600mg

Base para supositório*q.s.p. 1 supositório rocket.

Mande 6 supositórios.

Ação: ant i inf lamatório

Modo de usar: a cr ité rio m édico.

Estabilidade aproximada: 6 meses.

D. Supositório Rocket com A loe Vera e V itam ina E

Aloe vera pó (freeze dried) 200:1 . . .200mg

Alantoína 50mg

Silica gel m icronizad a 30mg

Vitam ina E ace tato (1 UI/mg) 1 00mg

Óxido de zinco .' 195mg

Mentol cristal 9mg

Base para supositório* q.s.p. 1 supositório rocket.

Mande 6 supositórios.

Indicação: hemorróidas externas e mistas.

Ação: protetor e cicatr izante.

Modo de usar: inserir, via intraretal, 1 supositório à noite ao deitar,

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Capitulo 5 - Maniputação

de ixando-o a té a comple ta fusão ou por 4 a 6 horas , removendo e

desprezando o res tan te . A par te a la rgada do supos i tó r io rocke t

permanece ex te rna ao ânus .

Estab i l idade aprox imada: 6 meses .

E. Supo s i tó r io Rocket com L idocaína 2% e Hid roc or t is on a 1%

Hid rocor t i sona m ic ron izada 1%

Lidocaína base  2%

Sí lica ge l m icron izad a 20m g

Base para sup os i tó r io* q . s . p . 1 sup os i tó r io roc ke t

Mande 6 suposi tór ios

Ind icação: hemorró idas ex ternas e mis tas .

Ação :  an t ip ru r ig inoso , anes tés ico .

Modo de usar : inse r i r , v ia in t r a re ta l , 1 supos i tó r io à no i te ao de i ta r ,

de ixando-o a té a comple ta fusão ou por 4 a 6 horas , removendo e

desprezando o res tan te . A par te a la rgada do supos i tó r io rocke t

permanece ex te rna ao ânus .

Estab i l idade: 6 meses .

F . Supos i tó r io Rocke t com Cetopro feno /L idoca ína

Cetopro feno 10Omg

Lidocaína base

  2%

Si líca ge l m icron izad a 37mg

Lec i t ina de so ja gran u lar 600m g

P a lm i ta to de isoprop i la 0 ,33mL

Base para sup os i tó r io q . s . p . 1 sup os i tó r io ro ck et

Mande 6 suposi tór ios

Ind icação : hemor ró idas ex temas e mis tas .

Ação :

  an t i i n f l ama tó r io , anes tés i co e an t ip ru r ig inoso .

Modo de usar : inse r i r v ia in t r a re ta l 1 supos i tó r io à no i te ao de i ta r ,

de ixando-o a té a comple ta fusão ou por 4 a 6 horas , removendo e

desprezando o res tan te . A par te a la rgada do supos i tó r io rocke t

permanece ex te rna ao ânus .

Es tab i l idade aprox imada : 6 meses .

384

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Capítulo 5 - Manipulação

G. Supos i tó r io Rocket co m A ce ta to de Hidro cor t iso na 2%, L idocaína

1%

 e Su crat fato 1 5,6%

Acetato de h id roc or t is on a 2%

Lidocaína base  1 %

Sucralfato 15,6%

Base para supo s i tó r io q . s . p . 1 sup os i tó r io roc ke t

Mande 6 supositór ios

Ind icação: hemorró idas in ternas e mis tas .

Ação : an t ip ru r ig inoso , p ro te to r e anes tés ico .

Modo de usar : inse r i r v ia in t r a re ta l 1 sup os i tó r io à no i te ao d e i ta r ,

de ixando-o a té a comple ta fusão ou por 4 a 6 horas removendo e

desprezando o res tante . A par te a largada do supos i tó r io rocket

permanece externa ao ânus .

Estab i l idade aprox imada: 6 meses .

H. Suposi tór io Rocket L idocaína  2%  e H id rocor t i sona 1%

Hidrocor t isona  1 %

Lidocaína base 2%

Silica ge l m icron iza da 20m g

Base para sup os i tó r io q .s . p 1 sup os i tó r io ro ck et .

Mande 6 suposi tór ios .

Ind icação : hemor ró idas in temas e m is tas .

Ação:

  an t ip ru r ig inoso e anes tés ico .

Modo de usar : inse r i r , v ia in t r a re ta l , 1 sup os i tó r io à n o i t e ao d e i ta r ,

de ixando-o a té a comple ta fusão ou por 4 a 6 horas, removendo e

desprezando o res tan te . A par te a la rgada do supos i tó r io rocke t

permanece ex te rna ao ânus .

Estab i l idade aprox imada: 6 meses .

3 4 . 4 . 4 . C o n t r o l e d a q u a l i d a d e :

Aparênc ia : amo lec imen to , ressecamento , excess iva dureza e

rachaduras são s inais de instabi t idade.

Peso.

Pon to de fusão : o supos i tó r io deve fund i r a 37°C (para checar

o ponto de fusão o supos i tó r io pode ser co locado em um béquer e

este em banho-mar ia que deve ser aquec ido a 37°C) .

3 4 . 4 . 5 . E m b a l a g e m :

Os supos i tó rios deverão se r em ba lados ind iv id ua lm en te em

papel laminado ou sachês a lumin izados e acond ic ionados adequa-

damente , em po tes ou ca ixas de ca r to l ina .

385

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Capitulo 5 - Manipulação

3 4 . 4 . 6 .  A r m a z e n a m e n t o e r o t u l a g e m :

Os supositórios devem ser protegidos do calor, podendo ser

armazenados sob refrigeração, mas não congelados.

3 4 . 4 . 7 .  E s t a b i l i d a d e :

Os supositórios Rocket são preparados com base anidra e

hidrofóbica, sendo, portanto, uma forma estável, desde que prote-

gida do calor e da umidade. 0 prazo de val idade recomendado é

geralmente, 6 meses. Para supositórios preparados a partir de pro-

dutos indu strial izados recomenda-se 25% do tem po remanescente da

validade do produto ou 6 meses, o que for menor. Para fármacos

reconhecidamente suscetíveis a processos de degradação química, o

prazo de validade recomendado não deverá ser maior que 2 a 3 me-

ses.

3 4 . 4 . 8 .

  A t e n ç ã o F a r m a c ê u t i c a ( o r i e n t a ç ã o a o p a c i e n t e ) :

Este supositório foi desenhado de modo que uma parte sua

permaneça inserido no reto, para tratar as hemorróidas internas,

enquanto que a parte larga (f inal) do supositório permaneça externa

para tratar as hemorróidas externas. 0 supositório deve ser usado

quando o paciente t iver disponibi l idade de permanecer deitado (de

lado ou de bruços) por pelo menos 4 a 6 horas, de preferência à

noite ao deitar. 0 supositório deve estar na temperatura ambiente

quando colocado no reto e deve ser umedecido com água morna,

poucos segundos antes da sua aplicação. As figuras a seguir ilustram

a forma de aplicação adequada do Rectal Rocket, demonstrando o

contato do mesmo com as hemorróidas internas e externas.

Retornar ao médico caso continue um sangramento excessivo,

proveniente da hemorróida.

386

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Capítulo 5 - Manipulação

35.  Formulações Transdérmicas

Embora antigos pesquisadores preconizassem que a pele fos-

se tota lm en te im pe rm eá ve l, sabe-se hoje que algumas susbstâncias

superam,

  faci lmente, a resistência da epiderme. A maioria destas

substâncias permeia de forma lenta e contínua através da pele.

Dentre os produtos que podem ser administrados pela pele,

podemos caracterizar os de uso dermatológico que modificam a fun-

ção da pele; os cosméticos que apresentam função de l impeza e

beleza; e os transdérmicos que se destinam a tratar afecções sistê-

micas, em alguns órgãos distantes.

A pele é considerada o maior órgão do organismo. Constitui-

se como um complexo te cido com capacidade m etabó l ica, im uno ló-

gica e sensorial. Entretanto, a maioria dos pesquisadores concorda

que a pele possui a função primária de proteção, incluindo a manu-

tenção de fluidos biológicos e do balanço eletrolít ico em ambientes

secos e hostis. Previne a perda de água transepidérmica, bem como

protege o organismo da invasão microbiana, física e química, além

dos danos causados pela radiação ultravioleta. A despeito deste tipo

de proteção, os estudiosos têm conhecimento, há pelo menos dois

séculos, da capacidade de certos compostos em atravessarem as

camadas da peie e atingirem os vasos sangüíneos e a circulação ge-

ral.  Novas formas farmacêuticas têm sido desenvolvidas com o obje-

t ivo de l iberar o fármaco via transcutânea, (através da pele) como

uma alternativa às vias tradicionais de administração de fármacos,

tais como, a

 ora l ,

  a intravascular, a intramuscular, a subcutânea e a

sublingual.

  Formas farmacêuticas transcutâneas apresentam uma

série de vantagens e desvantagens, teóricas e práticas, em relação

às formas convencionais.

35 .1 .

  Estrutura da Pele

Para compreendermos melhor como os fármacos atravessam

a pele, faz-se necessário um conhecimento básico da sua estrutura.

A pele é composta, basicamente pela epiderme, pela derme e por

uma camada inferior de tecido subdérmico. As células da epiderme

permitem um processo contínuo de renovação e migram do estrato

germinativo para o estrato córneo.

A epiderme e a derme são separadas por uma membrana ba-

sal,  onde a derme permanece contínua aos tecidos subcutâneos e

387

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Capitulo 5 - Manipulação

adiposos. A epiderme é composta por 5 camadas de diferentes tipos

de células. Iniciando-se da parte exterior:

  stratum corneum, stra-

tum lucidum, stratum granulosum, stratum spinosum e stratum

basaíe.  Na camada dérmica, existe um número variável de folículos

pilosos e glândulas sebáceas, juntamente com glândulas sudoríparas

apócrinas e écrinas, nutrido com uma rica rede vascular. A camada

córnea representa a maior e a primeira barreira que o fármaco pre-

cisa atravessar. A resistência ao transporte através da camada cór-

nea depende das propriedades e do arranjo alternado de camadas

hidrofíl icas e hidrofóbicas, bem como da sua espessura, variando de

espécie para espécie e entre as regiões do corpo no mesmo indiví-

duo.  Variáveis adicionais são as regiões de concentração de folículos

pilosos e glândulas sudoríparas que constituem as vias altemativas

para difusão de fármacos.

Experimentalmente, grandes diferenças de permeação têm

sido evidenciadas de acordo com as regiões da pele. A seguir, en-

contram-se relacionadas diferentes regiões do corpo em ordem de-

crescente de permeabil idade cutânea:

Folículos pi losos

genitais > áreas da cabeça > tron co > membros

388

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Capítulo  5 - Manipulação

Rede

Capilar

Epiderme

Derme

Camada

Subcutãnea

Stralum granulosum ——

Stratum spinosum

Stralum

  g e rm tn a l i u m—

Junção  C

Eplderme-Derme

Epiderme

Estrutura  da  pele

389

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Capítulo 5 - Manipulação

35 . 2 .  Absorção Transcutânea

A teoria geralmente aceita é que a absorção transcutânea

ocorre principalmente, através do cimento intercelular e não atra-

vés da parede celular. Os fatores que controlam a absorção de fár-

macos através da pele, estão relacionados aos princípios clássicos

de difusão através de membranas semi-permeáveis, envolvendo ca-

da componente da pele. 0 fluxo de substâncias através do

  stratum

corneum

  é diretamente proporcional ao gradiente de concentração

e portanto, pode ser considerado como difusão passiva. Compostos

altamente l ipofí l icos e com baixo peso molecular demonstram gran-

de velocidade de fluxo através do

  stratum corneum.

  Além disto,

quanto maior a área da superfície exposta, maior será o fluxo do

fármaco. A espessura aumentada da epiderme reduz a velocidade

do fluxo transdérmico do ativo. Para compostos uti l izados exclusi-

vamente no tratamento de condições específicas da pele, a difusão

passiva na epiderme superficial pode ser suficiente. Todavia, para o

fármaco ser disponibil izado na circulação geral precisa não só di-

fundir-se através da matriz l ipídica do

  stratum corneum

  mas tam-

bém,

  atravessar o ambiente aquoso que permanece abaixo da ca-

mada epidérmica e a derme. Substâncias altamente l ipofíl icas se

difundem rapidamente através da matriz l ipídica do

  stratum cor-

neum.

  Contudo, difundem -se lentam ente quando alcançam as ca-

madas aquosas da epiderme. 0 oposto também é verdadeiro para

substâncias hidrofíl icas polares: a primeira barreira é de fato a ca-

mada l ipídica externa do stratum corneum. Portanto, o fármaco

precisa apresentar afinidade tanto por ambientes l ipídicos como por

ambientes aquosos para que a absorção seja efetiva. Esta afinidade

está relacionada, dentre outros fatores, ao coeficiente de partição

óleo-água que pode ser entendido como a solubil idade relativa de

uma substância em óleo versus sua solubilidade em água, isto é, a

capacidade que a substância possui de distribuir-se em diferentes

fases. Portanto, a polaridade do fármaco precisa ser considerada.

Para o desenvolvimento de uma forma farmacêutica trans-

dérmica adequada, o profissional farmacêutíco necessita ter o co-

nhecimento de alguns conceitos importantes, além das propriedades

físico-químicas do fármaco, tais como, a solubi l idade e o coeficien-

te de partição. Alguns fatores relacionados à preparação farmacêu-

t ica podem inf luenciar na efet iv idade do transporte transcutâneo,

incluindo, a estabi l idade e a volati l idade do fármaco, o uso de sol-

390

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Capítulo 5 - Manipulação

vente carreador ou veículo adequado, o emprego de promotores ou

faci l i tadores da penetração cutânea ou a uti l ização de determina-

dos artifícios (como a iontoforese) que podem otimizar a permeabi-

l idade cutânea. 0 fármaco deve permanecer na pele sem evaporar-

se ou inativa r-se através de degradação qu ím ica. Fac ilitadores da

penetração incluem uma série de compostos que são adicionados

aos veículos na tentativa de alterar o ambiente molecular da epi-

derme, mais freqüentemente a parede l ipídica do

  stratum corneum

facil i tando assim, a absorção do fármaco.

35 .3 .  Fatores que afetam a absorção dos fármacos:

3 5 . 3 . 1 . F a t o r e s b i o l ó g i c o s ( r e l a c i o n a d o s à p e l e ) :

• Espessura da ep ide rm e

• Idade

• Irrigação sangüínea

• Metabolismo

• Hidratação

• Região da pe le*

Nota: '0 local de aplicação pode alterar a efetividade do fármaco. Sabe-se que a vetocidade

de absorção da hidrocortisona é ma ior nas áreas da cabeça, pesco co, axilas e

  regiõo

  escrotal

e,

 menor,

  na planta dos pés. Em bora nem todas as droças possuam o mesmo %rau de absor-

ção, a retativa velocidade de absorção nas várias

  regiões

  da pele é similar e està corretacio-

nada

 com a espessura e o conteúdo lipídico do stratum corneum.

35.3.2.

 Fatores relacionados ao fármaco:

• Peso m ole cu lar (>PM  <  absorção - até 800 daltons)

• Co eficiente de partiçã o

• Solubilidade

• Estado de dissociação

• A finidade por am bientes l ipídicos e aquosos

• Gradiente de concentração: pe rm ite a difusão passiva

• Área da sup erfície de aplicação (>área de sup erfície > quan-

tidade absorvida)

3 9 1

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Capítulo 5 - Manipulação

3 5 . 3 . 3 . F a t o r e s r e la c io n a d o s à f o r m a f a r m a c ê u t i c a , n o m e a-

d a m e n t e d o v e i c u l o :

• Propriedades de penetração

• Oclusividade

• Presença de su rfactan tes

• Liberação do ativo

• At iv idade termo dinâm ica

• pH

• Fac ili tado res da penetração cutânea

3 5 . 3 . 4 . F a t o r e s f í s i c o s ( e x t r í n s e c o s ) :

• Temperatura

• Clima

3 5 . 3 . 5 . F a t o r e s r e l a c i o n a d o s a o p a c i e n t e :

• Traum a mecânico da pe le

• Patologias da pe le

• Traumas químicos

3 5 . 4 . A d e q u a ç ã o d e P r e p a r a ç õ e s C o s m é t i c a s e F a r m a -

c ê u t i c a s p a r a a p l i c a ç ã o n a p e l e :

Quando um produto ou outro t ipo de tratamento é apl icado

na superfície da pele, espera-se que algum resultado específico seja

alcançado. Dependendo do objetivo e do mecanismo de ação do

fármaco, será necessário que o ingrediente ativo alcance o sít io alvo

na pele, ou seja, uma camada específ ica da pele (ação tópica) ou a

corrente sanguínea (ação sistêmica). Em alguns casos, o benefício

produzido dependerá do produto como um todo e não só do ingredi-

ente at ivo.

Preparações que se destinam a atuar na superfície da pele

funcionam melhor se a absorção for mínima, como por exemplo,

agentes de l impeza (tensioativos), agentes protetores (repelentes

de insetos, f i l tros solares) e veículos, como o petrolato que uti l iza a

oclusão para aumentar a retenção da umidade pela camada córnea.

392

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Capitulo  5 - Manipulação

3 5 . 4 . 1 .  R e g i õ e s d a p e l e c o r r e l a c i o n a d a s c o m a f u n c i o n a l i -

d a d e d e A t i vo s d e A p l i ca çã o Tó p i ca :

Sítios A lvo

Superfície da pele

Camada córnea

Glândulas sudoríparas

Células vivas da pe le

Células basais da

Epiderme

Corrente sangüínea

Tecidos musculares lo-

cais

Exemplos

Sabões, sabonetes, filtros solares,

repelentes

  de insetos e petrolato.

Hidratantes e queratolí t icos.

Antiperspirantes (sais de alumínio).

Esteróides, anestésicos locais e retinói-

des.

Agentes ci totóxicos (metotrexato).

Patches e géis tansdérmicos (n itrog lice ri-

na,  analgésicos opióides e outros fárma-

cos de ação sistêmica).

AINES.

35.5.  Vantagens e Desvantagens da Administração

Transdérmica:

35.5.1 .

 Vantagens:

Via a l ternat iva ao t rato g astr in test ina l : m enor i r r itaçã o  e  to -

xicidade sistêmica, evita a ação do pH ácido do estômago sobre

fármacos sensíveis nestas condições. Evita também, possíveis inte-

rações do fármaco com alimentos e com a f lora intestinal.

Evita o efeito de primeira passagem hepática.

Permite o controle da absorção de determinada quant idade

de fármaco.

Possibilidade de aplicação em diferentes locais do corpo (de-

ve-se evitar a aplicação em locais com irritação e ou com lesões).

Aumenta a adesão do paciente ao tratamento: resultado da

fácil administração e da diminuição da toxicidade sistêmica.

393

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Capitulo 5 - Manipulação

3 5 . 5 . 2 .  De sva n ta g e n s :

Possibilidade de irritação localizada ou reações alérgicas cu-

tâneas.

Lag time: tempo requerido para a difusão através da pele

(relativa demora no início da ação do fármaco).

Limitações nas dosagens do fármaco.

35 . 6 .  Promotores da Penetração Transcutânea:

A disponibi l idade efetiva do fármaco a partir de um sistema

transdérmico depende freqüentemente, da habi l idade do farmacêu-

tico em empregar na formulação, um promotor da permeação que

seja adequado para o fármaco em questão. Os facil i tadores da pe-

netração cutânea são grupos de substâncias que aumentam o fluxo

de uma substância, através do

  stratum corneum.

0 mecanismo de ação do faci l i tador da penetração transcu-

tânea provavelmente, não está relacionado com o veículo ou à ati-

vidade química no veículo. Ele atua, presumidamente, rompendo a

organização da parede celular. A própria água, que aumenta o fluxo

de substâncias através do

  stratum corneum,

  pode ser considerada

uma faci l i tadora da penetração cutânea.

A seguir relacionamos algumas substâncias facilitadoras da

penetração cutânea.

3 5 . 6 .1  . S u r f a c t a n t e s :

Há mais de 30 anos foi demonstrado que os sabões poderiam

aumentar o fluxo da água através da epiderme humana isolada. 0

grau de irr i tação da pele foi diretamente proporcional à extensão

da penetração. Esta foi a primeira evidência de que a ruptura da

função de barreira cutânea está diretamente relacionada, ao grau

de interação química e física entre o agente faci l i tador da penetra-

ção e a pele. Recentemente, foi demonstrado que os surfactantes

reduzem, de modo marcante, a capacidade do tecido subcutâneo

em reter água ligada à membrana. De modo geral, todos os tipos de

surfactante aumentam o fluxo através da pele sendo que os

surfactantes catiônicos são mais irritantes do que os aniônicos e

estes,

  mais que os não-iônicos. Alguns exemplos de tensioativos

faci l i tadores da penetração cutânea: lauri l sulfato de sódio, tweens,

dentre outros.

394

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Capítulo

  5 -

 Manipulação

3 5 . 6 . 2 .

  S o l v e n t e s :

Dimeti lsulfóxido (DMSO), dimeti lacetamida, pol ieti lenoglicol

100 - 400, etanol, propi lenoglicol, mir istato de isopropila, palmitato

de isopropila, acetona, ácido oléico, água, dentre outros.

3 5 . 6 . 3 .  A g e n t e s q u e r a t o l í t i c o s :

Ácido sal icí l ico, uréia, dentre outros.

3 5 . 6 . 4 . A g e n t e s a n f i f i l i c o s :

Lipossomas.

3 5 . 6 . 5 . T é c n i c a s e m é t o d o s f a c i l i t a d o r e s d a p e n e t r a ç ã o :

lontoforese, termoforese, dentre outros.

3 5 . 6 . 6 .

  O u t r a s su b s tâ n c i a s :

Mentol ,

  l imoneno, leci t ina, fosfat id i lcol ina, dentre outras.

35 .7 .

  Microemulsão Transdérmica  P.L.O.

(Pluronic®Leci th in Organogel) - "Gel Transdérmico"

0 Pluronic" Lecithin Organogel (P.L.O.) é uma microemulsão

lipossomal fosfolipídica, empregada para a administração de fárma-

cos pela via transd érm ica. E um exc ipiente de alta perm eabil idade

cutânea, com capacidade de carrear fármaco(s) incorporado(s), tais

como, anti- inflamatórios, analgésicos, anti-eméticos e demais fár-

macos empregados em situações onde se deseja uma maior permea-

bi lidade cutânea e um alcance sistêmico do fárm aco.

3 5 . 7 . 1 .  V a n t a g e n s d o u s o d e M i c r o e m u l s ã o L i p o s s o m a l F o s -

f o l i p íd i c a c o m o v e i c u l o c a r r e a d o r :

Os fosfolipídeos são compostos efetivos para serem incorpo-

rados em sistemas de liberação de fármacos; sob condições adequa-

das,

  formam lipossomas espontâneamente.

São constituintes naturais da membrana celular apresentan-

do biocompatibi l idade e baixa alergenicidade.

São biodegradáveis, têm baixa toxicidade e são quase não

imunogênicos.

395

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Capítulo 5 - Manipulação

Os lipossomas são compostos anfifíl icos podendo portanto,

incorporar substâncias ativas de natureza l ipofíl ica e hidrofíl ica.

Vesículas lipossomais unilamelares grandes podem ser prepa-

rados por um processo rápido de extrusão, com o uso de seringas.

Tais vesículas são capazes de transportar água e uma grande

variedade de susbtâncias para dentro da epiderme (a água é um

faci l i tador da penetração cutânea).

3 5 . 7 . 2 .   C o m p o s i çã o b á s i ca :

0 gel de P.L.O. é composto por uma fase oleosa e uma fase a-

quosa.

A. Fase Oleosa:

Palmitato de isopropi la/ leci t ina, abreviada por L. I .P.S.   ( leci-

th in / isopropyl palmi tate so lut ion) .

Lecitina: fosfolipídeo; capaz de atravessar a camada córnea da pe-

le

Palmitato de isopropila: solvente e promotor da penetração cutâ-

nea.

Ácido sórbico: conservante.

Solventes orgânicos ou agentes molhantes (áicool etíl ico, propileno-

gl icol,

  dentre outros) podem ser incorporados nesta fase, em con-

centrações de no máximo 10%. Fármacos lipossolúveis devem ser

incorporados nesta fase (por exemplo, o cetoprofeno).

B.Fase

 aquosa:

A fase aquosa é constituída pelo gel aquoso de Polaxamer 407

(Pluronic*F127).

Polaxamer 407: surfactante

Sorbato de potássio: conservante.

Água desti lada.

Fármacos hidrossolúveis são incorporados nesta fase (por exemplo, a

escopolamina).

C. Preparação do gel P.L.O. :

Inicialmente é necessário preparar a fase oleosa e a fase a-

quosa, som ente depois é fe ita a incorporação do(s) ativos(s) na fase

em que o mesmo for solúvel. Posteriormente, ambas deverão ser

misturadas por extrusão, com auxíl io de seringas.

396

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Capitulo 5 - Manipulação

C.1.  Primeira Etapa: preparo da fase oleosa

Solução de lecit ina/palmitato de isopropila (L.I .P.S.)*

Pa lmitato de isop rop ila 50g (cerca de 58,5mL)

Lecitina de soja granular 50g

Ácido sórbico , pó 0,2g

Nota:' Com ercializado com o nom e de Microemulsão fosfotipidica (fase oleosa) pela LED

(Laboratóho de Evolução Derm atolósica). Con servar em temperatura amb iente.

C.2. Segunda etapa: preparo da fase aquosa

Gel Pluronic'' 20%. 30% e 40% (fase aquosa)

(Formulações para 100mL)

Ingredientes

Pluronic©F127

Sorbato de potássio

Agua destilada q.s.p.

20%

20g

0,2g

100mL

30%

30g

0,2g

100mL

40%

40g

0,2g

100mL

"  Com ercializado com o nom e de Microemu lsão fosfolipidica (fase aquosa ) pelo  LED  (Labora-

tório de Evolucão Derm atológica). Conse rvar sob refrigeração, em temp eratura amb iente o

produto selifica.

C.3. Terceira eta pa : preparo do Gel P.L.O. com a adit ivação de

fármacos

Fórmula Geral (100g)

LIPS (fase oleosa) 20 a 22%

Agente m olhante até o máxim o de 10%

Ativo até o máxim o 20%

Gel Pluronic" q.s.p (fase aquosa). 100g

Procedimento:

Passo 1: Pesar, precisamente, cada componente separadamente.

Passo 2: Levigar se necessário, o ativo com o agente molhante em

um  gral .

Passo 3: Incorporar o ativo na fase oleosa (LIPS) ou na fase aquosa

(gel), de acordo com sua solubil idade.

Passo 4: Acondicionar a fase aquosa em uma seringa tipo luer-lock e

397

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Capítulo 5 - Manipulação

a fase oleosa em outra seringa, conectando as duas seringas com um

adaptador.

Passo 5: Misturar com auxílio dos êmbolos das seringas as duas fases

em movimentos para a direita e para a esquerda, alternando a pres-

são sobre os dois êmbolos, até obtençaõ de uma mistura uniforme

(extrusão).

Passo 6: Transferir o gel preparado para seringa de aplicação (para

fármacos que precisam ser exatamente dosados) ou para tubos.

2

m

-MP

.4

Figura 2:

Preparo da microemulsão

transdérmica u t i l i zando

seringas.

Fonte: Apotha$ram,  PCCA  mon thly pubtication.

Estabilidade: de acordo com a natureza do fármaco incorporad o.

Embalagem: seringa dosadora com tampa (para fármacos que neces-

sitam ser precisamente dosificados) ou em bisnagas.

Conservação: temperatura ambiente.

3 9 8

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Capitulo 5 - Manipulação

3 5 . 8 .  E x e m p l o s d e F o r m u l a ç õ e s :

3 5 . 8 . 1 . F o r m u l a ç õ e s A n t i i n f l a m a t ó r i a s e A n a l g é s i c a s p a r a

c o n d i ç õ e s m ú s c u l o - e s q u e l é t i c a s :

A. Formulação transdérmica Anti- inf lamatória:

Cetoprofeno 10%

Propilenogticol 3,0mL

L.I.P.S  6,0ml

Gel Pluronic 20% q. s. p. 30mL

Indicação: tratamento de processos inflamatórios dolorosos, ligados

à condições músculo-esqueléticas e reum atológicas (a rtr ite e ar tro -

se).

Modo de usar: aplicar 1mL na região afetada 3 a 4x ao dia.

Formulação dispensada em seringa dosadora.

"Conservar em temperatura ambiente, nâo refrigerar".

B. Gel transdérmico com Piroxicam:

Piroxicam   1 %

Propilenoglicol 1mL

L.I.P.S  2,2mL

Gel Pluronic

  20%

 q .s .p . 10 mL

Indicação: tratamento de processos inflamatórios dolorosos l igados

a condições músculo-esqueléticas e reumatológicas (artrite e artro-

se).

Modo de usar: aplicar 1mL na região afetada 3 a 4x ao dia.

Formulação dispensada em seringa dosadora.

"Conservar em temperatura ambiente, não refrigerar".

C. Gel transdérmico Analgésico e Anti inflamatório para dor aguda:

Cetoprof eno 10%

Ciclobenzaprina HCl 1%

Lidocaína base 5%

L.I.P.S  22%

Gel Pluronic 20% q. s.p. 30g

Indicação: tratamento de processos inflamatórios dolorosos l igados

à condicões músculo-esqueléticas e reumatológicas (artrite e artro-

se).

Modo de usar: a plicar 1 mL na região afe tada 3 a 4x ao dia.

Formulação dispensada em seringa dosadora.

"Conservar em temperatura ambiente, não refrigerar".

399

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Capítulo 5 - Manipulação

D. Gel transdérmico Anti infiamatório contendo Ibuprofeno, Piroxi-

cam e C iclobenzaprina:

Ibuprofeno 20g

Piroxicam

  1

 g

Propilenoglicol 10mL

Ciclobenzaprina HCl 1g

L.I.P.S

  22mL

Gel Pluronic q.s.p. 100mL

Indicação: tratamento de processos inflamatórios dolorosos ligados

a condicões músculo-esqueléticas e reumatológicas (artrite e artro-

se).

Modo de usar: aplicar 1mL na região afetada 3 a 4x ao dia.

Formulação dispensada em seringa dosadora.

"Conservar em temperatura ambiente, não refrigerar".

E. Gel transdérmico com Diclofenaco, Ciclobenzaprina e MSM:

Diclofenaco sódico 3%

Ciclobenzaprina HCl 0,5%

MSM (m etilsulfo nilm eta no ) 10%

Propilenoglicol 10mL

L.I.P.S

  22mL

Gel Pluronic 20% q. s.p. 100mL

Indicação: tratamento de processos inflamatórios dolorosos ligados

a condicões músculo-esqueléticas e reumatológicas (artrite e artro-

se).

Modo de usar: aplicar 1mL na região afetada 3 a 4x ao dia.

Formulação dispensada em seringa dosadora.

"Conservar em temperatura ambiente, não refr igerar".

400

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C a p í tu l o 5 - M a n ip u la ç ã o

3 5 . 8 . 2 .

  F o r m u l aç õ e s t r a n s d é r m i c a s p a ra o T r a t a m e n t o d e

N eu ropa t i as :

A. Gel transdérmico com Amitr ipti l ina, Cetoprofeno e Carbamazepi-

na:

Cetoprofeno 2g

Am itripti l ina HCl 2g

Carbamazepina 2g

Propilenoglicol 10mL

L.I.P.S  22mL

Gel Pluronic 20% q.s.p. 100g

Indicação: neuropatias pós-herpéticas e neuropatias crônicas.

Modo de usar: aplicar 1mL 3 a 4x ao dia nas neuropatias pós-

herpéticas na região dolorida. Nas neuropatias crônicas aplicar 1mL

3 a 4x ao d ia n o lo c a l da o r i g e m da d o r . Formulação d ispensada em se-

r inga dosadora. "Conservar em temperatura ambiente, não refr igerar" .

Ami t r ip t i l ina : Mecan ismo de ação não conhec ido , po tenc ia l iza a p roduçâo de endor f ina e aumento

da sero ton ina (b loque ia a recaptação do recepto r ) . Ca rbam aze p ina : Ana lgésico coa d juva nte e in ib e

os est ímulos de scend entes .

B.Gel

 transdérm ico com Cetoprofeno e Carbamazepina:

Cetoprofeno 2g

Carbamazepina 2g

Propilenoglicol 10mL

L.I.P.S

  22mL

Gel Pluronic

  20%

 q.s .p. 100mL

Indicação: neuropatias pós-herpéticas e neuropatias crônicas.

Modo de usar: aplicar ImL 3 a 4x ao dia nas neuropatias pós-

herpéticas na região do lorida. Nas neuropa tias crônicas, aplicar

1mL 3 a 4x ao dia no local da origem da dor. Formuiação dispensada em

ser inga dosadora. "Conservar em temperatura ambiente, não refr igerar" .

C. Gel transdérm ico para o Tra tam en to da Neuropatia Diabética:

Nifedipina 2,4g

Propilenoglicol 6mL

L.I.P.S  13,2mL

Gel Pluronic 20%  q.s.p. 60mL

Indicação: neuropatia diabética.

Modo de usar: aplicar 1mL 3x ao dia na região dolorida.Formuiação

dispensada em ser inga dosadora."Conservar em temperatura ambiente, não

refr igerar" .

401

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Capítulo 5 - Manipulação

3 5 . 8 . 3 .  F o r m u l a ç õ e s T r a n s d é r m i c a s d e Uso e m D e r m a t o l o -

gia :

A. Gel transdérm ico para o Trata m en to da Psoríase Ungueal:

Cetoprofeno 2,5%

Ciclosporina   1 %

Clobetasol (micronizado) 0,1 %

LI.P.S 22mL

Gel Pluronic  20%  q.s .p. 100mL

Mande 30mL

Indicação: psoríase ungueal.

Modo de usar: aplicar 0,5mL na lesão 2x dia.

Formulação dispensada em seringa dosadora.

"Conservar em temperatura ambiente, não refrigerar".

B. Gel transdérmico para Tratamento da Psoríase Ungueal:

Cetoprofeno 2,5%

Ciclosporina 1%

Fe nilefrina HCl 0,01%

L.I.P.S  22mL

Gel Pluronic 20% q. s. p. 100mL

Indicação: psoriase ungueal.

Modo de usar: aplicar 0,5mL na lesão 2x dia.

Formulação dispensada em seringa dosadora.

"Conservar em temperatura ambiente, não refrigerar".

C. Gel transdérm ico para Tratam en to de Úlceras de Perna:

Metronidazol 4g

Hidrocortisona micronizada 5g

Sulfato de zinco 7H20 2g

Dieti lenog licol e ti l éte r 6mL

Água destilada  1 mL

L.I.P.S

  11mL

Gel Pluronic  20%  q.s .p. 50mL

Creme com Sulfadiazina de prata q.s.p. 100mL

Indicação: úlceras de perna.

Modo de usar: aplicar 1mL 2-3x ao dia na lesão.

Formulação dispensada em seringa dosadora. "Conservar em tempe-

ratura ambiente, não refr igerar".

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Capítulo 5 - Manipulação

D. Gel transdérm ico para o Tra tam en to do Pé D iabético:

Nifedipina 2,5%

Dietilenogl icol é t i l é te r 6mL

LI.P.S 13,2mL

Gel Pluronic  20%  q. s .p . 60mL

Indicação: lesões cutâneas dos pés do diabético.

Modo de usar: aplicar 1mL somente ao redor da lesão, 2x ao dia.

Formulação dispensada em seringa dosadora.

"Conservar em temperatura ambiente, não refrigerar".

3 5 . 8 . 4 . F o r m u l a ç õ e s T r a n s d é r m i c a s A n t i - e m é t i c a s p a r a p a -

c i e n t e s s u b m e t i d o s à q u i m i o t e r a p i a :

A. Gel anti-emético para pacientes em quimioterapia

Lorazepam 60mg

Difenidramina HCl 750mg

Haloperidol 120mg

L.I.P.S  14mL

Água destilada  1 mL

Dietilenogl icol e t i l éte r 5mL

Gel Pluronic 20% q.s.p 60mL

Modo de usar: 0,5 a 1mL aplicados 3x ao dia ou quando necessário,

nos pulsos e atrás das orelhas.

Formulação dispensada em seringa dosadora.

"Conservar em temperatura ambiente, não refrigerar".

B. Gel transdérmico com Cloridrato de Prometazina 50mg/mL:

Prometazina HCl 1 ,5g

LI.P.S 6,6mL

Gel Pluronic

  20%

 q.s. p 30mL

Modo de usar: 0,5 a 1mL aplicados 3x ao dia ou quando necessário,

nos pulsos e atrás das orelhas.

Formulação dispensada em seringa dosadora.

"Conservar em temperatura ambiente, não refrigerar".

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Capitulo 5 - Manipulação