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Padre Antônio Vieira (Lisboa, 1608 Bahia, 1697) 1601 1608 1614 1623 1624 1627 Bento Teixeira: Nascimento de Vieira Vieira chega à Bahia Ingressa na Invasão dos Ministra aulas de Prosopopeia Cia. de Jesus holandeses Retórica no Colégio de Olinda 1635 1640 1641 1644 1652 1654 Recebe ordens Sermão pelo bom Regressa a Portugal É nomeado Retorna ao Brasil Embarca para Portugal. sacerdotais sucesso das armas de Pregador Régio Sermão de Sto. Antônio Portugal contra as de Holanda 1655 1661 1669 1675 1682 1697 Regressa ao Brasil. É expulso do Brasil, Parte para Roma Regressa a Lisboa Parte novamente Falecimento de Vieira Sermão da desterrado de Lisboa e em busca de revisão de para o Brasil, onde Sexagésima de Coimbra, sendo preso sua sentença prepara a publicação pela Inquisição de seus sermões

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Padre Vieira

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  • Padre Antnio Vieira (Lisboa, 1608 Bahia, 1697)

    1601 1608 1614 1623 1624 1627

    Bento Teixeira: Nascimento de Vieira Vieira chega Bahia Ingressa na Invaso dos Ministra aulas de

    Prosopopeia Cia. de Jesus holandeses Retrica no Colgio de Olinda

    1635 1640 1641 1644 1652 1654

    Recebe ordens Sermo pelo bom Regressa a Portugal nomeado Retorna ao Brasil Embarca para Portugal.

    sacerdotais sucesso das armas de Pregador Rgio Sermo de Sto. Antnio

    Portugal contra as de Holanda

    1655 1661 1669 1675 1682 1697

    Regressa ao Brasil. expulso do Brasil, Parte para Roma Regressa a Lisboa Parte novamente Falecimento de Vieira

    Sermo da desterrado de Lisboa e em busca de reviso de para o Brasil, onde

    Sexagsima de Coimbra, sendo preso sua sentena prepara a publicao

    pela Inquisio de seus sermes

  • Padre Antnio Vieira Contexto Histrico e Obra

    Prosa barroca

    Vieira portugus, Vieira brasileiro, Viera europeu

    Talento para a oratria/ persuaso, ao

    +/_ 200 sermes , meio milhar de cartas, relatrios, pareceres, defesa

    perante a Inquisio, profecias, documentos polticos ou diplomticos

    Sermes (ndios, escravos, judeus, evangelizao) / Projeto: soberania lusitana

    Mais conceptista que cultista

    Contradio: posio em relao aos negros

    7 idiomas nativos na catequese, quer na fala ou na escrita

    Para Bosi, 3 sermes so obrigatrios:

    Sermo da Sexagsima, Lisboa, 1665

    Sermo da Primeira Dominga de Quaresma, Maranho, 1653

    Sermo XIV do Rosrio, engenho baiano, 1633

    Finalidade divina da Histria

    Restaurao (1580 1560) : 60 anos profticos (Maturidade de Vieira)

    Tradio Quinto Imprio (Daniel, captulo 2. Zacarias, captulo 6)

    Fernando Pessoa, Mensagem: Bandarra (1500?-1556),

    Padre Antnio Vieira (1608-1697) e Fernando Pessoa (1888-1935)

    Nenhum segue mais as leis que as da convenincia

    prpria

    Tudo isso (instrumentos de guerra) se reduz a

    dinheiros

    A conservao que se funde no poder, no parecer e

    na vontade alheia, bem se v quo arriscada , e

    quo mal fundada

    Os homens de negcio nunca foram to ricos nem

    to poderosos como hoje esto no mundo

    Em um engenho sois imitadores de Cristo

    Crucificado: porque padeceis em um modo muito

    semelhante o que o mesmo Senhor padeceu na

    Cruz, e em toda sua paixo. A sua cruz foi

    composta de dois madeiros, e a vossa em um

    engenho de trs (...) Cristo despido, e vs

    despidos; Cristo sem comer, e vs famintos; Cristo

    em to maltratado, e vs maltratados em tudo

    Digo que sim, e torno a dizer que sim; que vs, que

    vossas mulheres, que vossos filhos, e que todos ns

    nos sustentssemos dos nossos braos; porque

    melhor sustentar-se do prprio suor, que do

    sangue alheio

  • SERMO DOS BONS ANOS

    Pregado em Lisboa, na Capela Real, no ano de 1642

    "Em um Mundo to avarento de bens, onde apenas se encontra com um bom dia, ter obrigao de dar bons-anos, dificultoso empenho!"

    "Os bons-anos no os d quem os deseja, seno quem os assegura."

    "O que est feito, o que se v, o que se apalpa necessita de f?! Algumas vezes sim; porque sucedem casos no Mundo, como este de que Cristo falava, to novos e inauditos; sucedem cousas to raras, to prodigiosas e por meios de proporo to desigual e muitas vezes to contrrios ao mesmo fim, que, ainda depois de vistas com os olhos, ainda depois de experimentadas com as mos, no basta a evidncia dos sentidos para as no duvidar, necessrio recorrer aos motivos da f para lhes dar crdito"

    "Haviam de suceder as cousas de Portugal, como sucederam, de to prodigiosa maneira, que, ainda depois de vistas, parece que as duvidamos; ainda depois de experimentadas, quase as no acabamos de crer"

    "Por duas razes se persuadem mal os homens a crer algumas cousas: ou por muito dificultosas, ou por muito desejadas; o desejo e a dificuldade fazem as cousas pouco crveis."

    "Pois Pedro, pois Sara, que incredulidade esta? V-se Sara com um filho nos braos, e chama-lhe riso?! V-se Pedro com as cadeias fora das mos, e chama-lhe sonho?!"

    "E se oito dias de esperar pela redeno, e ainda trs dias, tanto tempo; quanto seria, ou quanto pareceria, no trs dias, nem oito dias, no trs anos, nem oito anos, seno sessenta anos inteiros nos quais Portugal esteve esperando sua redeno, debaixo de um cativeiro to duro e to injusto! No me paro a o ponderar; porque em dia to de festa, no dizem bem memrias de tristezas, ainda que os males passados, parte vm a ser de alegria."

    "no podia el-rei D. Sebastio ser o libertador de Portugal, porque o libertador prometido havia de ser um rei no esperado: Insperate ab insperato; e el-rei D. Sebastio era to esperado vulgarmente, como sabemos todos. Assim que os mesmos sequazesdesta Opinio, com seu esperar, destruram sua esperana; porque quanto o faziam mais esperado, tanto confirmavam mais que no era ele o prometido"

    "Assim como a Madalena, cega de amor, chorava s portas da sepultura de Cristo, assim Portugal, sempre amante de seus reis, insistia ao sepulcro de el-rei D. Sebastio, chorando e suspirando porele; e assim como a Madalena no mesmo tempo tinha a Cristo presente evivo, e o via com seus olhos e lhe falava e no o conhecia, porque estavaencoberto e disfarado, assim Portugal tinha presente e vivo a el-rei nosso senhor, e o via e lhe falava e no conhecia."

    "Venha a ns, Senhor, o vosso Reino; vosso, porque vosso o Reino de Portugal"

  • Sermo da Sexagsima

    (Lisboa, 1665)

    Principais caractersticas:

    - temtica religiosa

    - poder da arte de pregar por sermes ao mesmo tempo em que est proferindo um sermo

    - uso de analogias, comparaes, metforas

    Exemplos:

    Pregador: apresentar a doutrina, persuadindo.

    Para que a alma se converta Ouvinte: compreender a mensagem.

    Deus: permitir a compreenso

    Olhos: para enxergar

    Para o homem ver-se a si mesmo Espelho: para refletir a sua prpria imagem

    Luz: iluminar o ambiente para que se veja

    Uma rvore tem razes, tem tronco, tem ramos, tem folhas, tem varas, tem flores, tem frutos. Assim h de ser o sermo: h-de ter razes fortes e

    slidas, porque h-de ser fundado no Evangelho; h-de ter um tronco, porque h-de ter um s assunto e tratar uma s matria; deste tronco ho-

    de nascer diversos ramos, que so os diversos discursos, mas nascidos da mesma matria e continuados nela; estes ramos ho-de ser secos, seno

    cobertos de folhas, porque os discursos ho-de ser vestidos e ornados de palavras.

  • SEGUNDO / ANTNIO VIEIRA

    O cu 'strela o azul e tem grandeza. Este, que teve a fama e glria tem, Imperador da lngua portuguesa, Foi-nos um cu tambm. No imenso espao seu de meditar, Constelado de forma e de viso, Surge, prenncio claro do luar, El-Rei D. Sebastio.

    Bibliografia

    Bblia Sagrada. Nova traduo na linguagem de hoje. So Paulo: Paulinas Editora, 2005

    BOSI, Alfredo. Histria concisa da literatura brasileira. 49 ed. So Paulo: Cultrix, 2013.

    LIMA, Lus Filipe Silvrio. Padre Vieira: sonhos profticos, profecias onricas. Tese de Doutorado. So Paulo, 2010.

    MAGALHES, Leandro Henrique. A tradio portuguesa e a constituio do Quinto Imprio.

    MOISS, Massud. A literatura portuguesa. 37 ed. So Paulo: Cultrix, 2013.

    MOISS, Massud. Pequeno dicionrio de literatura brasileira. 7 ed. So Paulo: Ciltrix, 2014.

    SARAIVA, A. J & LOPES, scar. Histria da Literatura Portuguesa. 17 ed. Porto Editora, 2010.

    VIEIRA, Antonio. Sermes: Padre Antonio Vieira. Organizao e introduo Alcir Pcora. Tomo 1. So Paulo: Hedra, 2014.

    VIEIRA, Antonio. Sermes: Padre Antonio Vieira. Organizao e introduo Alcir Pcora. Tomo 2. So Paulo: Hedra, 2014.

    Alunos: Ana Castello Las Arruda Las Lara Wilson Junior

    Mas no, no luar: luz do etreo. um dia, e, no cu amplo de desejo, A madrugada irreal do Quinto Imprio Doira as margens do Tejo.

    Fernando Pessoa, Mensagem

    OBS: Lisboa e o Tejo so inseparveis. A cidade parece que est mesmo voltada para o rio. Os portugueses e turistas que chegam cidade vo logo conhecer, aproveitar, namorar. O Tejo no s o maior rio de Portugal, mas da Pennsula Ibrica. Nasce na Espanha, mas em Lisboa que ele se mostra mais exuberante (Fonte: g1.globo.com/jornal-hoje/noticia/2013/05/viagem-no-rio-tejo-revela-diversas-faces-de-portugal.html)