Implementação de Ações em Áreas Urbanas Centrais e Cidades Históricas - Manual de Orientação

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    Ministrio da Ministrio das

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    Impresso no Brasil

    Ficha catalogrficaElaborada por Oscar Eliel - CRB 8/6934

    [email protected]

    B736i Brasil. Ministrio das Cidades. Instituto do PatrimnioHistrico e Artstico Nacional.

    Implementao de aes em reas urbanas centrais ecidades histricas: manual de orientao / Instituto doPatrimnio Histrico e Artstico Nacional (IPHAN) e Ministriodas Cidades Braslia-DF: IPHAN: Ministrio das Cidades,2011.

    252p. : il

    ISBN 978-85-7958-025-3

    1. Renovao urbana. 2. Centros histricos Conservaoe restaurao. 3. Centros histricos Conservao erestaurao Manuais. 4. Cidades e vilas - Conservao erestaurao. 5. Patrimnio cultural. 6. Poltica urbana. I.Brasil. Ministrio das Cidades. II. Ttulo.

    CDD 307.3416

    2.000 exemplaresCopyright 2011 MinC/Iphan e Ministrio das CidadesTodos os direitos reservados.Permitida a reproduo sem fins lucrativos, parcial ou total, por qualquer meio, secitados a fonte e o stio da Internet/endereo eletrnico, no qual pode serencontrado o original em http//www.iphan.gov.br e http//www.cidades.gov.br.

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    IMPLEMENTAODEAESEMREASURBANAS CENTRAIS ECIDADES HISTRICAS

    MANUAL DE ORIENTAO

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    crditos

    Ministro das Cidades

    Secretrio Executivo

    Diretor deDesenvolvimento Institucional

    Gerente de Capacitao

    Secretrio Nacional de Acessibilidadee Programas Urbanos

    Diretor de Polticas de Acessibilidade ePlanejamento Urbano

    Gerente da Diretoria de

    Aguinaldo Ribeiro

    Alexandre Cordeiro Macedo

    Carlos Antnio Vieira Fernandes

    Eglasa Micheline Pontes Cunha

    Leodegar da Cunha Tiscoski

    Yuri Rafael Della Giustina

    Carolina Baima Cavalcanti

    Polticas deAcessibilidade e Planejamento Urbano

    Ministra da Cultura

    Secretria Executiva

    Presidente do Instituto doPatrimnio Histrico e Artstico Nacional

    Diretor do Departamento doPatrimnio Material e Fiscalizao

    Coordenador-Geral PAC-CidadesHistricas

    Coordenadora-Geral de Cidades

    Marta Suplicy

    Jeanine Pires

    Jurema de Sousa Machado

    Andrey Rosenthal Schlee

    Robson Antnio de Almeida

    Anna Eliza Finger

    Presidente da RepblicaDilma Roussef

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    comisso tcnica

    Coordenao

    Elaborao dos Textos

    Carolina Baima Cavalcanti - SNAPU/Ministrio das CidadesClo Alves Pinto de Oliveira - SNAPU/Ministrio das Cidades

    Yole Milani Medeiros - Iphan/Ministrio da Cultura

    Andrey Rosenthal SchleeCarla Costa

    Carolina Baima CavalcantiClo Alves Pinto de Oliveira

    Eleusina Lavr Holanda de FreitasFernanda Ludmila Elias Barbosa

    George da GuiaLetcia Miguel Teixeira

    Margareth Matiko UemuraNatasha Mincoff Menegon

    Sandra CorreaViviane Silveira Amaral

    Yole Milani Medeiros

    Colaboradores

    Aparecido MeloDalmo Vieira Filho

    Daniel Todtmann MontandonEglasa Cunha

    rica DiogoGiselle TanakaIvana Medeiros

    Jos Rodrigues Cavalcanti NetoMaria Bernadete Prto

    Mrcia RollembergMrcia SantAnna

    Monia SilvestrinMonica Mongelli

    Pedro ClerotRobson de Almeida

    Sonia Rampim Florncio

    Reviso editorial e Copidesque

    Seleo de Imagens

    Carolina Baima CavalcantiClo Alves Pinto de Oliveira

    Eleusina Lavr Holanda de Freitas

    Margareth Matiko UemuraNatasha Mincoff Menegon

    Yole Milani Medeiros

    Ministrio das Cidades e Iphan

    Letcia Miguel Teixeira

    Projeto Grfico, Diagramao, Reviso,Seleo e Tratamento de Imagens

    Consultoria

    Reviso de Textos

    Eleusina Lavr Holanda de Freitas

    Marilia Risi

    Joana Zavaglia RibeiroNatasha Mendes

    editorial

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    IMPLEMENTAO DE AES EM REAS URBANAS CENTRAIS E CIDADES HISTRICAS / MANUAL DE ORIENTAO

    4

    ApresentaoO Brasil exemplo entre ospases preocupadoscoma promooe a preservao do

    patrimnio urbano. J em 1937, coma criao do Servio do Patrimnio Histricoe

    Artstico Nacionale, especialmente,a partir do tombamentode seis cidadesde Minas

    Gerais em 1938, firmou-se o compromisso entre o interesse pblico e a sociedade

    brasileira com o objetivo de defender e conservar nossos stios ou conjuntos

    arquitetnicos e urbansticos. Desde ento, consolidou-se uma prtica,

    conceitualmente renovada e ampliada pela Constituio de 1988, que garantiu a

    construo de um legado que chega a uma centena de conjuntos urbanos

    protegidos.

    No entanto, as cidades brasileiras enfrentam inmeros problemas. Muitos dos quais

    atingem diretamente os ncleos com valores patrimoniais, comprometendo as

    caractersticas que, ao longo dos anos, buscamos preservar, alm da prpriaqualidadede vida doscidados. Para reverter este quadroe continuara cumprir sua

    misso, o Ministrio da Cultura, por meio do Instituto do Patrimnio Histrico e

    Artstico Nacional, entende que fundamental inserir as questes relacionadas com

    a preservaonapauta daspolticas pblicasprioritriasparao Brasil.

    IMPLEMENTAO DE AES EM REAS URBANAS CENTRAIS E CIDADES HISTRICAS / MANUAL DE ORIENTAO

    4

    Apresentao

    O Brasil exemplo entre ospases preocupadoscoma promooe a preservao do

    patrimnio urbano. J em 1937, coma criao do Servio do Patrimnio Histricoe

    Artstico Nacionale, especialmente,a partir do tombamentode seis cidadesde Minas

    Gerais em 1938, firmou-se o compromisso entre o interesse pblico e a sociedade

    brasileira com o objetivo de defender e conservar nossos stios ou conjuntos

    arquitetnicos e urbansticos. Desde ento, consolidou-se uma prtica,

    conceitualmente renovada e ampliada pela Constituio de 1988, que garantiu a

    construo de um legado que chega a uma centena de conjuntos urbanos

    protegidos.

    No entanto, as cidades brasileiras enfrentam inmeros problemas. Muitos dos quais

    atingem diretamente os ncleos com valores patrimoniais, comprometendo as

    caractersticas que, ao longo dos anos, buscamos preservar, alm da prpriaqualidadede vida doscidados. Para reverter este quadroe continuara cumprir sua

    misso, o Ministrio da Cultura, por meio do Instituto do Patrimnio Histrico e

    Artstico Nacional, entende que fundamental inserir as questes relacionadas com

    a preservaonapauta daspolticas pblicasprioritriasparao Brasil.

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    5IMPLEMENTAO DE AES EM REAS URBANAS CENTRAIS E CIDADES HISTRICAS / MANUAL DE ORIENTAO

    Nessa perspectiva, o patrimnio cultural pode ser tratado como um importante eixo

    indutor e estruturador de desenvolvimento social e econmico. Se realmentedesejamos reverter o quadro de desqualificao reinante nas cidades, os atores

    polticos individuais e coletivos, pblicos e privados devem considerar o estoque

    de bens preservados ou a preservar como possibilidade real de atuao

    transformadora. Ou seja, necessrio definir e desenvolver aes estratgicas para

    atingir metascapazesde,utilizandoo ricopatrimnionacional,superaros problemas

    urbanos existentes. Para tanto, o Ministrio da Cultura aposta no reforo de vnculos,

    tambm, como Ministrio dasCidades.A publicaodoManualde Orientao paraimplementao de aes em reas urbanas e cidades histricas um bom exemplo

    doquese pretende.

    Dentre os enormes desafios que se apresentam, requalificar as rea urbanas onde j

    vive a esmagadora maioria da populaobrasileira, conferindo-lhe novas noesde

    urbanidade e qualidade de vida, o nosso mais profundo desejo. Assim, estaremos

    fortalecendo identidades, garantindo o direito memria e contribuindo para o

    desenvolvimento socioeconmicodo pas.

    JUREMA DE SOUSA MACHADO

    Presidente do Iphan

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    IMPLEMENTAO DE AES EM REAS URBANAS CENTRAIS E CIDADES HISTRICAS / MANUAL DE ORIENTAO

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    Mariana/MG

    ACERVOPROGRAMAMONUMENTA

    /IPHAN

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    I

    Quando foi criado, em 2003, o Ministrio das Cidades foi concebido com a misso

    de combater as desigualdades sociais e transformar as cidades em espaos mais

    humanizados, ampliando o acesso da populao terra urbanizada, moradia, ao

    saneamento e mobilidade, levando emconsideraoa sustentabilidade sociale do

    meio ambiente. A viso pioneira de localizar, em um ministrio, as estruturas para a

    gesto federal dosrecursosdestinadosa essasaes,criouum novo paradigma.

    Esse caminho comeou a ser trilhado j na Constituio de 1988, que pela primeira

    vez trouxe um captulo destinado Poltica Urbana. Neste, a poltica de

    desenvolvimento urbano, a ser executada pelo poder pblico municipal, tem por

    objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funes sociais da cidade. Dentro

    disto, a Lei Magna prev a obrigatoriedade da Cmara Municipal das cidades com

    mais de20 milhabitantesaprovar umplano diretor quesejao instrumentobsicodapoltica de desenvolvimento urbano e de expanso urbana. Este processo,

    sustentado pelas leis s quais se une o Estatuto da Cidade, que completou dez anos

    em2011,fazpartedoplanejamentoedagestolocaldoterritrio.

    H menos de um sculo, as cidades abrigavam 10% da populao brasileira. Hoje,

    82% concentram-se nas reas urbanas. O crescimento desordenado gerou

    7IMPLEMENTAO DE AES EM REAS URBANAS CENTRAIS E CIDADES HISTRICAS / MANUAL DE ORIENTAO

    Apresentao

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    capacidade de gesto do solo urbano e fornecer elementos para organizar as aes

    do poder pblico e da sociedade com o objetivo de produzir cidades maisdemocrticas, ajudando a preservar a sua memria, com a promoo de incluso

    social, econmicae culturalde seusmoradores.

    Essa uma das nossas contribuies, no mbito federal, para auxiliar os municpios

    na misso do desenvolvimento urbano. Desejamos que seja um instrumento til, na

    buscadeumfuturomelhor para nossas cidadese para seushabitantes.

    9IMPLEMENTAO DE AES EM REAS URBANAS CENTRAIS E CIDADES HISTRICAS / MANUAL DE ORIENTAO

    AGUINALDO RIBEIRO

    Ministro das Cidades

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    Introduo

    As polticas pblicas urbanas desenhadas com o objetivo de reabilitar, qualificar ou

    reestruturar as reas urbanas centrais e cidades histricas devem enfrentar algumas

    questes consideradas estruturantes para a superao de cenrios de degradao e

    subutilizao. A primeira delas procurar entender o papel a ser desempenhado

    pelos centros no conjunto das cidades. Tratam-se de reas nicas, quase sempre

    relacionadas com os espaos naturais em que nasceram as cidades (o porto, o rio, a

    proteo da montanha), dotadas dos principais espaos e edifcios simblicos que

    singularizam as cidades. Tratar de forma diferenciada este espao estratgico,

    sinnimodequalificao urbana.

    Ainda que apresentados em graus diferentes de complexidade entre cidades,

    encontram-se presentes em boa parte das reas urbanas centrais e histricas

    problemas como: a diminuio da populao moradora, o dficit habitacional, aperda e destruio do patrimnio edificado, a precariedade e a ociosidade das

    edificaes e da infraestrutura urbana instalada, alm da perda da dinmica

    econmica. Nesse sentido, a relao entre a estrutura fsicae o tecidosocial temque

    ser qualificadora, ou seja, a interveno pblica deve visar recuperao dos

    IMPLEMENTAO DE AES EM REAS URBANAS CENTRAIS E CIDADES HISTRICAS / MANUAL DE ORIENTAO

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    monumentos e espaos pblicos para destacar atributos e propiciar o desenvolvimento social.

    necessrio, portanto, que se promova o papel atualizado da cidade do passado no processo dedesenvolvimento da cidade contemporneae vice-versa.

    Assim, para que as intervenes nestes territrios singulares sejam bem sucedidas, alguns aspectos

    essenciais devemserconsiderados. O primeiro deles perceberque os centros de cidades precisamser

    tratados de forma diferenciada, e que sua apropriao deve envolver o conjunto de moradores das

    cidades. O centro de todos. A organizao dos transportes pblicos, o trato das reas verdes e dos

    festejos comunitrios, a realizao de eventos artsticos, a promoo dos espaos culturais, devempartir do princpio de que os centros tm por funo caracterizar-se como lugar de encontro de suas

    comunidades.

    Conjuntos de imveis vazios e abandonados que no cumprem sua funo social, constituem um

    estoque especulativo que est retido, aguardando valorizao futura, ou o esplio descuidado de

    associaes civis e ordens religiosas, que poderiam ser objeto de polticas pblicas voltadas ao

    atendimento da populao que mora precariamente em cortios e favelas nas reas centrais. O uso

    residencial de imveis nas reas centrais favorece sua preservao alm de otimizar a estrutura viria,de saneamento, de iluminao e de energia eltrica, dentre outros investimentos anteriormente

    realizados pelopoder pblico na rea.

    Outro aspecto a ser levado em conta o fato de que as reas centrais e histricas concentram um

    percentual significativo dos empregos gerados nas cidades e, geralmente, mantm ativo o comrcio

    tradicional e popular. Tais caractersticasdevem ser reconhecidas e valorizadas, vistoquea substituio

    destasatividades, alm de promover a expulso dosusurios e moradores queainda permanecem nasreas centrais, enfraquecem a identidade e a dinmica dos centros tradicionais. importante destacar

    a importncia de mesclar usos no centro das cidades, sendo desejvel que comrcio, servios e

    moradias convivam cotidianamente com lazer, arte e cultura. Os usos comerciais e de servios

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    garantema utilizao diurnada infraestrutura instalada, aindaquea mesma fiqueociosano perodo da

    noite devido ao nmeroreduzido de populaoresidentenestasreas. necessrio portanto,estimularo equilbrio entreas diversas funesda centralidade.

    A memria da histria das cidades, guardada nos espaos pblicos e nos imveis edificados, no deve

    ser vista apenas como registro do passado dessas cidades. Os diferenciais dessas reas, sua escala

    humana, a historicidade de suas construes, seu carter didtico e sua vocao para cultura, lazer e

    turismo, so importantes trunfos de desenvolvimento, atualidade e qualidade de vida. Conjuntos

    urbanos deteriorados, como ainda se veem em relevantes centros histricos independentemente doporte da cidade onde inclusive imveis tombados estoemrunas, representamdisfunes nas formas

    de planejar, tratar e utilizar as cidades. A reabilitao e a qualificao dessas reas devem passar,

    necessariamente, pela valorizao do patrimnio cultural, tendo como objetivo principal o

    aproveitamentode seupotencialparaalavancarprocessos de desenvolvimento social e econmico.

    Finalmente, necessrio considerar quea gesto do territrio pormeio do planejamento urbanoainda

    no prtica recorrente dos governos locais e poucas so as polticas pblicas estruturadas e as linhas

    de financiamento especficas quedoconta de intervir no territrio de forma a promover umamelhoriaintegrada do ambiente urbano. importante ressaltar esse fato, pois as polticas para reabilitao de

    centros no podem ser descoladas do planejamento territorial como um todo. muito comum que

    essas reas sejam entendidas como ilhas, esquecendo a influncia que as decises setoriais relativas

    s questes de infraestrutura e moradia, por exemplo, tm no centro das cidades. Nesse sentido,

    fundamental a percepo de que projetos desta natureza exigem conhecimentos atualizados, reflexes

    mais apuradas, alm da gestoarticulada e continuada, dasinstnciasgovernamentais e da sociedade

    civil e vinculao s demais polticaspblicas.

    Frente a estas inmeras dificuldades, possvel afirmar que, em termos gerais, para reabilitar ou

    recuperar uma rea degradada ou ociosa necessrio partir de uma abordagem mais ampla e numa

    via de mo dupla, na qual a preservao do patrimnio cultural induza o desenvolvimento urbano e

    social e as alternativas geradas para o desenvolvimento contribuam, por sua vez, com a preservao.

    Nesse sentido, necessrio ter uma poltica especfica de preservao e reabilitao urbana, de longo

    IMPLANTAO DE AES EM REAS URBANAS CENTRAIS E CIDADES HISTRICAS / MANUAL DE ORIENTAO

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    prazo,que envolva umconjunto deestratgiase aes,capazesdegarantirno sa recuperao, mas,

    sobretudoa sustentabilidade dessasrease suainserona dinmica urbanaconsiderandoo processohistricode desenvolvimento da cidade.

    Em paralelo, o acmulo de planos formulados e no implementados para algumas reas centrais e

    cidades histricas e a falta de deles em outras demonstram que ainda temos um longo percurso para

    promover transformaes efetivas nas nossas cidades. exatamente na perspectiva de auxiliar as

    cidades na implantao de seusprocessos deplanejamento, reforando a lgica sistmicana execuo

    daspolticasurbanas, quese insereeste . Aqui seroapresentadassituaes e estratgias a fim

    de contribuir para a efetiva aplicao das aes previstas nos planos, consolidando e ampliando as

    polticas pblicas destinadas a estas reas, fortalecendo a governana local e ampliando a

    participaodascomunidadesnosprocessosde transformaode suascidades.

    Manualde Orientao para Implementao de Aes emreas Urbanas Centrais e Cidades Histricas

    13IMPLEMENTAO DE AES EM REAS URBANAS CENTRAIS E CIDADES HISTRICAS / MANUAL DE ORIENTAO

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    14IMPLEMENTAO DE AES EM REAS URBANAS CENTRAIS E CIDADES HISTRICAS / MANUAL DE ORIENTAO

    Rua do Pelourinho, Salvador/BA

    CHRISTIANKNEPPER/EMBRATUR

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    I

    I

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    Como usar este manualEste Manual foi organizado para orientar os gestores dosmunicpios e estados a implementarem as aes previstas emseus planos de reabilitao em reas urbanas centrais ecidades histricas, utilizando a experincia de cidades dediversas caractersticas.

    A organizao dos tpicos busca facilitar a compreenso dasprincipais problemticas encontradas em reas urbanascentrais e cidades histricas, apontandoaes viveis para seuenfrentamento. Tanto os problemas como as solues podemguardar relao direta entre si, de modo que os gestoresdevem buscar a implantao de aes entendendo estarelao, observando que os efeitos de uma mesma aopodem incidir sobre umoumais problemas.

    O primeiro captulo deste manual destinado aos municpiosque ainda no elaboraram planos para suas reas centrais ehistricas, abordando de forma sintticaos principais aspectosque devem ser considerados no processo de construo dosplanos.

    No segundo captulo so apresentados os principaisproblemas usualmente enfrentados pelos municpios edescritas algumas possibilidades para seu enfrentamentoatravs da utilizao de instrumentos de poltica urbana e depreservao.

    No terceiro captulo, o manual traz os conceitos eprocedimentos para aplicao dos instrumentos mencionados

    no captulo anterior. Ao longo do manual, diversasexperincias concretas foram utilizadas para exemplificar aaplicaodasestratgias e instrumentos sugeridos.

    No quarto captulo, discute-se um dos temas mais relevantespara a prtica do planejamento: a estrutura de gesto

    tcnico-administrativa para implementao dos planos, quedeve ser adotada dependendo do porte e da capacidadeinstitucional de cada cidade. So apontados alguns modelosde estruturas possveis de gesto, sempre com exemplos queauxiliem a avaliaodo leitor.

    Outro desafio para a implementao dos planos para reasurbanas centrais e cidades histricas est em articular as

    fontes de recurso, historicamente estruturadas de maneirasetorial para executar as aes previstas em um planoterritorial. Desta forma o quinto captulo desta publicaoenfoca algumas fontes de recurso e os procedimentos oraexistentespara obt-los.

    Por fim, considerando o planejamento participativo umaferramenta importante para a gesto urbana, so

    apresentados no captulo seis alguns elementos importantespara avaliao e monitoramento dos planos de forma abuscar o aperfeioamento das prticas de planejamento egestona busca porcidades mais igualitrias,democrticasequerespeitemevalorizemamemriaeacultura.

    IMPLEMENTAO DE AES EM REAS URBANAS CENTRAIS E CIDADES HISTRICAS / MANUAL DE ORIENTAO

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    Sumrio

    Operaes Urbanas Consorciadas

    Estudo de Impacto de VizinhanaDireito de Superfcie

    CONTRIBUIO DE MELHORIA

    INSTITUTO DO ABANDONO

    LEI DE USO E OCUPAO DO SOLO (LUOS)

    CDIGO DE OBRAS

    CDIGO DE POSTURAS

    INVENTRIOS DE BENS CULTURAIS E AMBIENTAIS

    TOMBAMENTO DE BENS CULTURAIS DE NATUREZA MATERIAL

    CHANCELA DA PAISAGEM CULTURAL BRASILEIRA

    REGISTRO DE BENS DE NATUREZA IMATERIAL

    TRANSFERNCIA DE IMVEIS FEDERAIS

    ADMINISTRAO INDIRETA (EMPRESAS ESTATAIS, AUTARQUIAS E FUNDAES)

    ADMINISTRAO DIRETA (REGIES ADMINISTRATIVAS, SUBPREFEITURAS, SECRETARIAS

    ESPECIAIS)

    GRUPOS DE GESTO (GRUPOS EXECUTIVOS, GRUPOS DE TRABALHO, NCLEOSGESTORES, UNIDADES EXECUTORAS)

    FONTES DE RECURSO FEDERAL

    Modalidades de repasse dos Recursos Federais

    Categorias dos Recursos

    Incentivos Fiscais

    FONTES DE RECURSO ESTADUAIS / MUNICIPAISCAPTAO JUNTO INICIATIVA PRIVADA

    CAPTAO JUNTO AOS ORGANISMOS INTERNACIONAIS

    COMO MONTAR UM SISTEMA DE MONITORAMENTO

    INDICADORES

    SISTEMAS DE INFORMAO TERRITORIAIS

    3.2.

    3.3.

    3.4.

    3.5.

    3.6.

    3.7.

    3.8.

    3.9.

    3.10.

    3.11.

    4.1.

    4.2.

    4.3.

    5.1.

    5.2.5.3.

    5.4.

    6.1.

    6.2.

    6.3.

    4.

    5.

    6.

    3.1.6.

    3.1.7.3.1.8.

    5.1.1.

    5.1.2.

    5.1.3.

    ESTRUTURA DE GESTO PARA IMPLEMENTAO DOS PLANOS

    FONTES DE RECURSO

    AVALIAO E MONITORAMENTO

    154

    240

    141

    143

    145

    147

    159

    201

    233

    135

    130

    134

    238

    138

    162

    236

    136

    168

    183185

    193

    195

    203

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    220224

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    218

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    209211

    212

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    222

    225228229242

    244250

    25.

    26.27.28.

    29.30.31.32.33.34.35.36.37.38.

    39.40.41.

    42.43.44.

    45.

    46.47.

    48.49.50.51.52.

    53.

    OUTORGA ONEROSA DO DIREITO DE CONSTRUIR Municpio de Niteri/RJ

    OPERAES URBANAS CONSORCIADAS Municpio de So Paulo/SPIMVEIS ABANDONADOS Feira de Santana/BAINVENTRIO DE VARREDURA DO PATRIMNIO CULTURAL DO RIO SO FRANCISCO MG, BA, PE, AL, SE.INVENTRIO NACIONAL DE REFERNCIAS CULTURAIS Municpio de Lapa/PRTOMBAMENTO E PARTICIPAO SOCIAL Municpio de Iguape/SPTOMBAMENTO EM MUNICPIO DE FRONTEIRA Municpio de Cceres/MTREGISTRO DA FEIRA DE CARUARU/PE Municpio de Caruaru/PEFESTA DO DIVINO ESPRITO SANTO Municpio de Pirenpolis/GOTRANSFERNCIA DE IMVEIS DA UNIO PARA ASSOCIAES E ENTIDADESCESSO DE IMVEL PELA SPU PARA PROGRAMA MUNICIPAL Municpio de Recife/PECESSO DE IMVEIS DA RFFSA EM CAXIAS DO SUL/RJ Municpio de Caxias do Sul/RJCESSO DE IMVEIS DA RFFSA EM APUCARANA/PR Municpio de ApucaranaGESTO ATRAVS DE EMPRESA PBLICA PROGRAMA PROCENTRO Municpio deSo Paulo/SPFUNDAO MUNICIPAL DE PATRIMNIO HISTRICO Municpio de So Lus/MASECRETARIA EXECUTIVA NACIONAL DO CENTRO Municpio de Fortaleza/CEGESTO DO PLANO DE REABILITAO DO CENTRO ANTIGO Municpio deSalvador/BA

    FINANCIAMENTO DE IMVEIS PRIVADOSFINANCIAMENTOS HABITACIONAIS PARA FAMLIAS DE AT TRS SALRIOS MNIMOSFINANCIAMENTOS HABITACIONAIS PARA FAMLIAS DE AT TRS SALRIOS MNIMOSREALIZADOS POR ENTIDADESFINANCIAMENTOS HABITACIONAIS PARA FAMLIAS COM RENDA SUPERIOR A TRSSALRIOS MNIMOSFINANCIAMENTOS PARA SANEAMENTO AMBIENTAL COM RECURSOS DO FGTSINVENTRIOS E IMPOSTO TERRITORIAL URBANO: FORMAS DE PROTEO EPRESERVAO EM REAS CENTRAIS E CIDADES HISTRICAS Municpio de Pelotas/RS

    SERVIO NACIONAL DE APRENDIZAGEM DO COMRCIO SENACEMPRSTIMO DO BID PARA REABILITAO URBANA Municpio de So Paulo/SPCOOPERAO TCNICA BRASIL-FRANA. PROGRAMA CIDADE BRASILPORTAL DO CIDADO Municpio de Castro/PRCADASTRO TERRITORIAL MULTIFINALITRIO E SISTEMA DE INFORMAESMunicpio de Belm/PACONTROLE SOCIAL E COMIT DE ACOMPANHAMENTO DOS PLANOS DE AO

    Sumrio

  • 7/29/2019 Implementao de Aes em reas Urbanas Centrais e Cidades Histricas - Manual de Orientao

    22/254

    IMPLEMENTAO DE AES EM REAS URBANAS CENTRAIS E HISTRICAS / MANUAL DE ORIENTAO

    20

    PREFEITURADEIGUAPE

    Centro histr ico de Iguape/SP.

  • 7/29/2019 Implementao de Aes em reas Urbanas Centrais e Cidades Histricas - Manual de Orientao

    23/254

    I

    I

    reas Urbanas Centrais e

    Cidades HistricasO tratamento das reas urbanas centrais e de cidades histricas envolve

    especificidades locais, tanto no que se refere aos processos urbansticos de

    ocupao e expanso das cidades, que dependem das condies histricas e das

    relaes socioterritoriais,quanto emaspectos relativosa seupatrimnio cultural.

    As reas urbanas centrais e cidades histricas se configuram quase sempre em torno

    do ncleo original das cidades, que pode ter um conjunto urbano tombado ou no.

    Ao longo de sua existncia, essas reas passam, de maneira geral, por processos de

    transformao urbana que resultam em situaes de declnio e/ou mudana na

    dinmica econmica, esvaziamento de usos e funes, abandono e degradao dos

    imveis,almdaprecariedadedosespaos,equipamentose serviosurbanos.

    Noentanto, emalgummomento essasreaspolarizaram ouaindapolarizamfluxos e

    funes que foram ou so determinantes na definio de seus significados cultural esimblicoe na consolidaoda dinmicae organizao urbanas.

    Enquadram-se nessa definio os centros de cidades grandes e mdias e os

    conjuntos urbanos tombados, que podem ou no coincidir territorialmente com os

    bairros centrais existentes. Diferentes reas centrais podem possuir caractersticas

    diversas de ocupao, ora so reas porturias e ferrovirias, ora centros populares

    1.

    21IMPLEMENTAO DE AES EM REAS URBANAS CENTRAIS E HISTRICAS / MANUAL DE ORIENTAO

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    22IMPLEMENTAO DE AES EM REAS URBANAS CENTRAIS E CIDADES HISTRICAS / MANUAL DE ORIENTAO

    de comrcio ou de concentrao de servios e empresas, ora centros tradicionais, histricos e/ou

    tursticos.

    Entretanto, todos estes territrios tm em comum sua importncia para qualquer processo de

    reestruturao urbana devido ao valor simblico e identitrio das reas centrais, ao potencial de

    utilizao do patrimnio edificado, da infraestrutura instalada, dos servios e dos equipamentos

    existentes e dopoderdeatraodeatividadeseconmicas e sociais queestas reasaindapossuem.

    Pela dimenso do pas e pela diversidade das cidades brasileiras, muitos so os desafios para planejar

    estes territrios e para que sejam reconhecidos pela populao residente e usuria como reas

    fundamentais paraa dinmicadascidades.

    A disputa pelo acesso terra e sua valorizao uma questo central nos processos de qualificao e

    reabilitaodasreas urbanas centrais e cidades histricas, de modo que importante que os gestores

    conduzam, com a participao da sociedade, aes capazes de contemplar todos os segmentos da

    populao, dando prioridade queles que nem sempre participaram dos processos de formulao e

    implementao de polticas de desenvolvimento. Esta deve ser vista como estratgia importante paraevitar processos de excluso e elitizao, que podem acarretar na expulso da populao pobre do

    territrio, prtica comum s iniciativas de renovaourbana.

    Para tanto, se propem processos de planejamento integrado e participativo com vistas a ampliar o

    debate, o conhecimentoe o controle social, tornando o plano um instrumento dinmico de interveno

    urbana. essencial envolver a sociedade civil em todas as etapas da reabilitao urbana, comeando

    no processo de planejamento das aes e seguindo em sua implementao. Se a populao noentender e no se conscientizar da importncia dos planos para reas urbanas centrais e cidades

    histricas, sua execuo e implementao ficaro prejudicadas ou at inviabilizadas, dependendo da

    aoproposta.

    O controle social garante que o interesse coletivo se sobreponha ao individual na hora de priorizar

    aes, alm de legitimar a ao das instituies pblicas. Isto significa que um plano acordado com

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    23IMPLEMENTAO DE AES EM REAS URBANAS CENTRAIS E CIDADES HISTRICAS / MANUAL DE ORIENTAO

    P L A N E J A M E N T O P A R T I C I P A T I V O E

    E D U C A O P A T R I M O N I A L

    Em processos relacionados valorizao e proteo do patrimnio cultural, a educao patrimonial

    oferece possibilidades importantes de atuao participativae mobilizao social efetiva.Neste sentido,

    a educaopatrimonial deve serconsiderada noumfimemsi,masum componente essencialde todo

    o processo relacionado a inventrio, tombamento, registro e aes de gesto de um bem cultural e

    deve envolver no somente o pblico escolar, mas a populao local em todas as atividades

    relacionadas proteodo patrimnio cultural.

    A Poltica Nacional de Educao Patrimonial, atualmente, procura levar em conta que, em qualquer

    sociedadeexistemdiferentes compreenses sobre o que considerado patrimniocultural,portanto as

    23IMPLEMENTAO DE AES EM REAS URBANAS CENTRAIS E CIDADES HISTRICAS / MANUAL DE ORIENTAO

    base no interesse coletivo comprometer as instituies envolvidas na execuo deste acordo e do

    plano voltandopara este fimos recursosmateriaise humanos necessrios.

    Existem vrias formas e mtodos utilizados para incorporar qualitativamente a participao da

    sociedadecivil nasaes de reabilitao, porexemplo, apoio organizao comunitria,mobilizao

    dos atores sociais, conselhos municipais e ncleos gestores, assembleias, reunies, instalao de

    escritrio ou ponto de referncia na rea central. Cada municpio deve definir as instncias mais

    adequadas para incorporar a participao dos cidados. Independentemente da instncia, os

    processos de controle social devem garantir o acesso s informaes que permitam a ao dos

    cidados, que devem estar cientes das questes oramentrias, legais, administrativas. Em paralelo,

    informaes sobre o desenvolvimento, memria e identidade da cidade, que se relacionem com a

    constituio de cada rea central e histrica e que possam explicar sua condio de precariedade ou

    qualidade, so igualmente fundamentais.

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    aes de educao patrimonial devem ser centradas nas pessoas e no nos objetos, de forma a

    promovero desenvolvimento localatravs do patrimniocultural.Umaaoeducativabemplanejada,realmente participativa e que conte com amplos setores da comunidade, associada aos processos dereconhecimento, proteo e promoo do patrimnio local podem contribuir para uma melhorcompreenso dos conflitos e disputas existentes em torno das aes de preservao para que sejameventualmentedirimidos,compartilhandoresponsabilidadesno encaminhamentodo problema.

    Alguns aspectos devem ser considerados para uma maior efetividade da educao patrimonial: asatividades devem provocar um maior envolvimento da populao; devem ser contnuas eaprofundadas; devem prever abordagens diferentes para pblicos diferentes (sendo construdas emconjunto com esses pblicos); devem promover a articulao entre prefeituras, instituies religiosas,

    comunidades tradicionais e outras instituies locais e, por fim, devem ser estruturadas de modo apropiciar a aprendizagem significativa, ou seja, aquela que est diretamente vinculada vida daspessoas.Apenasassimsepode garantir queelas tenhamefeitos transformadoressobreo pensamento ea atitude dos indivduos e grupos sociais, j que sero aes compreendidas como sendo aes dacomunidade, voltadasparao bemcoletivo.

    O plano para a rea urbana central ou cidade histrica, como qualquer instrumento de planejamentourbano, pressupe etapas e deve definir objetivos e diretrizes, delimitar um permetro para a

    interveno ou atuao dos agentes envolvidos, mapear os atores e os condicionantes locais e

    hierarquizar as aes e suas respectivas estratgias de viabilizao segundo critrios de priorizao

    pactuadoscomos agentes envolvidos.Deve ainda garantir a participaosocial em todasas etapasde

    sua elaborao. Para tanto, importante considerar algumas atividades preliminares que contribuiro

    para a viabilizaofutura doplano, tais como:

    P L A N E J A M E N T O I N T E G R A D O E

    A S E T A P A S P A R A S U A E L A B O R A O

    24IMPLEMENTAO DE AES EM REAS URBANAS CENTRAIS E CIDADES HISTRICAS / MANUAL DE ORIENTAO

  • 7/29/2019 Implementao de Aes em reas Urbanas Centrais e Cidades Histricas - Manual de Orientao

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    O conhecimento da evoluo histrica do municpio e seus reflexos na malha urbana, no

    conjunto edificado, na estruturaviria, no zoneamentoe nasconexes regionais.

    O levantamentoprviodosdiagnsticosurbanos existentes quecontenham umaleitura global

    da cidade, seus problemas, seus desafios e suas potencialidades no tocante a preservao do

    patrimniocultural,urbanizao,desenvolvimento social e dinmicaeconmica;

    A integrao com os diversos planos j elaborados e com os programas existentes em nvel

    local, regional, estadual e federal, visando reunir, a partir de uma estratgia unificada, as

    polticaspblicas que atuamsobreo territrio emquesto;

    O conhecimento das demandas e conflitos sociais presentes no territrio de atuao, a fim de

    buscar soluesconjuntasparaseuequacionamento;

    A definio das diretrizes estratgicas para o desenvolvimento da rea, definindo prioridades,

    metas,agentes responsveise prazosde formaobjetivae factvel.

    A elaborao de um bom plano tambm passa pela definio e cumprimento de algumas etapas, a

    saber:

    O municpio deve definir os objetivos de seu plano com base nas necessidades detectadas para a sua

    reaurbana central ou histrica.Estas podem englobaraes arquitetnicas, urbansticas, ambientais,

    legais, socioeconmicas, entreoutras.

    O plano deve estabelecer objetivos de curto e de mdio prazo. Isso importante para o momento da

    implementao, pois possibilita aplicar critrios de priorizao na execuo das aes. Os objetivos

    sero determinantes para a escolha do permetro de interveno, dos agentes envolvidos e das

    estratgias escolhidas paraexecutaras aes.

    Definiodosobjetivos

    25IMPLEMENTAO DE AES EM REAS URBANAS CENTRAIS E CIDADES HISTRICAS / MANUAL DE ORIENTAO

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    26IMPLEMENTAO DE AES EM REAS URBANAS CENTRAIS E CIDADES HISTRICAS / MANUAL DE ORIENTAO

    Definiodo permetrode interveno

    Diagnstico

    A rea (ou reas) de interveno (tambm chamada de rea de atuao) deve abarcar os territrios emquesepretende intervir ou influenciar, considerandoos objetivosestabelecidospreviamente peloplano.

    A rea de interveno compreendeo territrio, contnuo ou no, objeto de atuao direta, seja por meio

    de estudos, obras e servios, projetos ou atividades. Esse permetro, no caso da existncia de reas

    tombadas pode coincidir com a poligonal de tombamento, ser menos ou mais abrangente. Em todos os

    casos, o permetro de interveno ou de atuao pode e deve estar demarcado no Plano Diretor e as

    aes, caso coincidam com poligonal de tombamento, devem estar integradas a normas especficas de

    preservao,quando foro caso.

    Alm da definio do permetro de interveno ou atuao, o plano pode identificar ainda uma ou mais

    reas de influncia. As reas de influncia so reas externas ao permetro de interveno que, no

    entanto, so importantes para sua compreenso ou para a soluo de um determinado problema

    identificado dentro do permetro selecionado. Esta situao comum no caso de questes relacionadas

    infraestruturaurbana comotransporte, mobilidade urbana ou a sistemasde macro drenagem.

    O aprofundamento do conhecimento sobre o territrio passa pela identificao dasespecificidades, dos

    problemas e potencialidades existentes no local. Isso feito atravs da elaborao de um diagnstico,

    que umconjunto de estudosquerevelamas caractersticasdo permetro de interveno escolhido. Para

    isso, importante avaliar os estudos disponveis e reunir todos os levantamentos e planos j realizados,

    de formaa integrar e complementaros itensnecessrios correta avaliaodos condicionantes locais.

    De forma geral, importante queo diagnstico abranja informaes estratgicaspara a compreenso eanlise do territrio para que se cumpram os objetivos pretendidos. Desta forma devem ser

    considerados:

    Levantamento das informaes geogrficas, geolgicas, histricas, urbansticas de

    saneamento,mobilidadee usos;

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    27IMPLEMENTAO DE AES EM REAS URBANAS CENTRAIS E CIDADES HISTRICAS / MANUAL DE ORIENTAO

    Levantamento e mapeamento dos imveis pblicos e privados vazios e subutilizados, de seus

    usos e estado de conservao e avaliao da situao fundiria dominial e jurdica e previsode destinao, casoexista.

    Levantamento da situao socioeconmica dos moradores no permetro de interveno e sua

    relaocomquestesurbansticaseculturais;

    Identificao da demanda existente para habitao, decorrente da precariedade de moradia e

    daperdadepopulao;

    A identificao de atividades produtivas, especialmente de comrcio tradicional ou outras

    manifestaes culturais que contribuem para a economia local e possam estar em risco de

    desaparecimento.

    Levantamento de estudos, cadastramentos e inventrios relacionados ao patrimnio cultural

    local, inclusive imveis de valor cultural, destacando seus usos, tipologias e estado de

    conservao.

    Levantamento de espaos e atividades culturais, permanentes e eventuais, tradicionais ou

    contemporneas, com nfase em reas e edifcios pblicos; o mesmo com relao a eventos

    cvicos, festas e congraamentos comunitrios.

    Levantamentode praas, jardins,reas verdes e espaosnaturais existentes;

    Identificaoda demandaparaatividades de educao, lazer, cultura e turismo na rea.

    Avaliao do Plano Diretor e demais legislaes locais, estaduais e federais - urbanstica,

    ambiental e de preservao do patrimnio cultural -, identificando pontos conflitantes ou

    convergentes.

    Levantamento de aes e projetos previstos ou em andamento na rea de interveno, de

    mbito urbanstico, ambiental, socioeconmico e cultural.

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    28IMPLEMENTAO DE AES EM REAS URBANAS CENTRAIS E CIDADES HISTRICAS / MANUAL DE ORIENTAO

    Definiodeaese estratgias

    Emborao plano possa trazer algumas diretrizes, fundamental estabelecer aes objetivas. Deve-se terem mente quando da elaborao do plano que as aes devem ser factveis, ou seja, que as

    proposies sejam possveisde serem implementadas.

    As aes de reabilitao ou qualificao devem estar relacionadas aos objetivos pretendidos e ao

    diagnstico realizado, respondendo s problemticas identificadas, como apropriao reduzida,

    potencial ignorado, perda de populao, mudana no perfil econmico e outras, alm de considerar

    aspotencialidades quea reaapresenta.

    Emummesmoplano,podemser contempladasaesde naturezasdiversas como:

    Estudos que subsidiem a compreenso da rea de

    interveno, comolevantamentoscadastrais e inventrios;

    Elaborao de projetos arquitetnicos, urbansticos, de

    educaopatrimonial, de turismo cultural,entreoutros;

    Elaboraoourevisodelegislao;

    Execuodeobrase servios;

    Desenvolvimento profissionale capacitao;

    Planos de mobilidade e qualificaourbana;

    Planos de animao e apropriao comunitria, podendo envolver usos de educao, lazer,

    cultura e turismo;

    Implantao de sistemas de informao e monitoramento, bem como organizao e

    divulgao de informaes.

    !! ATENO!No captulo 2 deste manual, esto

    o r g a ni z a d as a s p r i n ci p a i sproblemticas encontradas emre as c e ntra is e h i s tr i cas ,relacionadas s principais estratgiasde atuao do municpio, que,aplicadas de forma integrada,podemcontribuirpara a reabilitaoequalificaoefetivas.

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    29IMPLEMENTAO DE AES EM REAS URBANAS CENTRAIS E CIDADES HISTRICAS / MANUAL DE ORIENTAO

    Critrios depriorizao parapactuao dasaes do Plano

    i. Fortalecimento institucional

    Chamamos de pactuao o compromisso de efetivar as aes entre os setores da prefeitura e demaisagentes envolvidos diretae indiretamente comos objetivose aesdo plano.As secretarias municipais

    devem se comprometer a participar ativamente de todo o processo, alm de envolver atores de outras

    instituies ou entesfederados, do setor privado e da sociedadecivil organizada.

    preciso pactuar a ordem de realizao das atividades, bem como definir se algumas podem ser

    desenvolvidas simultaneamente. Deve-se fazer uma previso realista do tempo necessrio para

    finalizarcadaetapa, de modoquenoocorramgraves atrasos, interrupes e sobreposies.

    Quanto maior for o nmero de agentes envolvidos na pactuao, mais complexa ser a coordenao

    das aes e o rigor exigido para os critrios de priorizao. No entanto, os processos de cooperao

    potencializam os efeitos das aes selecionadas, alm de ampliar o aporte de recursos para

    implementao do plano. Esses pactos podem se traduzir em convnios, termos de cooperao ou

    outros instrumentos jurdicos requeridos consecuo da interveno necessria, que se encontram

    pormenorizados no captulo5.

    Sero elencadas a seguir linhas de atuao fundamentaispara auxiliar o municpiona priorizao de suas aes para

    implementaoe gesto dosplanos.

    fundamental que o gestor tenha conhecimento da

    capacidade institucional do municpio para implementar o

    plano, sobretudo em relao disponibilidade de recursos

    humanos, equipamentos, instalaes e procedimentos

    operacionais. Diante deste quadro, podem ser propostas

    no plano aes que ampliem a capacidade de gesto do

    municpio, por exemplo, apoio para a capacitao do

    quadro tcnico ou programas de modernizao

    administrativa.

    As aes propostas nos Planos devem

    t er p re v i so or ame ntr ia eencadeamento cronolgico coerenteentreelasparagarantirsuaefetivao.

    !! ATENO!

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    30IMPLEMENTAO DE AES EM REAS URBANAS CENTRAIS E CIDADES HISTRICAS / MANUAL DE ORIENTAO

    !!ATENO!As intervenes relacionadas infraestrutura bsica devem serprevistas antes da requalificaodos espaos pblicos praas,instalao de mobilirio urbano,

    reformas de ruas, caladas eembutimentodefiaoeltrica.

    !! ATENO!

    Essas aes, em geral, demandam poucos recursos, mas

    possibilitam a construo de uma estrutura de gesto capaz,no s de implementar os projetos previstos no plano, mas

    tambm, se mantida, consolidar uma cultura de planejamento

    e gerenciamento no municpio. O mesmo vale para o conjunto

    de informaes e dados municipais coletados para a

    elaborao de projetos, programas e polticas pblicas. Muitos

    municpios no possuem um sistema de informao integrado

    que possibilite uma melhor compreenso do territrio e dos

    imveis a serem reabilitados, de modo que o plano pode seruma excelente oportunidade para organizar e disponibilizar, de

    modo sistemtico para a populao, informaes como a

    situao fundiria dos imveis, a legislao incidente no

    territrio, a situao socioeconmica das pessoas e as

    condicionantesambientais e de infraestruturaexistentes.

    Um ponto fundamental a elaborao antecipada de

    projetos, tanto para obter financiamentos, como para

    organizar um cronograma fsico e financeiro das intervenes

    propostas peloplano.

    Isto parece bvio, porm nem sempre os municpios revisam

    a capacidade de suporte dos sistemas de drenagem e demais

    redes subterrneas antes de realizar obras de urbanizao ou

    requalificao deespaos pblicos,o que essencialquando

    se tem como objetivo atrair populao moradora e usuria

    para a rea de interveno.

    ii. Elaborao deprojetos

    Em grande parte dos municpios, asi n f or m a e s a i n d a n o e s t ogeoreferenciadas ou organizadas em

    um banco de dados que permitamcruzamentos e leituras analticas dosproblemasurbanosesociais.

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    No caso de recuperao de edificaes, tambm

    importante prever o tempo de desenvolvimento doprojeto antes de incluir a execuo da obra no plano.

    O plano deve incorporar os projetos que precisam ser

    elaborados para a concretizao das aes de forma

    organizada, de modo a iniciar em curto prazo

    intervenes fsicas quecontribuam paraa valorizao

    e conservao da edificao e, como consequncia,

    dareacomoumtodo.

    iii. Obras cujo projeto executivo j foi realizado

    iv. Propostas de interveno emhabitaoemrea de risco

    Intervenes que j possuam projeto executivo

    possibilitam iniciar em curto prazo transformaes

    que contribuam para a valorizao e conservao do

    patrimnio, impulsionando a qualificao do

    territrio.

    Alguns municpios possuemmoradias em rea de proteo,ou em seu entorno imediato, que esto

    localizadas em reas de risco, como encostas, beira de crregos, mangues, reas alagadias, etc.

    So reas que demandam ateno diferenciada e que constituem, em alguns casos, eixo visual

    importante para a apreenso do patrimnio histrico. Assim, as propostas de urbanizao e

    regularizao destas ocupaes ou de realocao destes moradores devem ser priorizadas,

    levando em conta o perfil da populao ocupante, sua capacidade financeira e, nos casos onde aremoo necessria, a viabilidadederealocao emreasprximas deorigem.

    !!ATENO!Com o projeto em mos, ampliam-se as possibilidades de se obter osre curs os ne ce s sr ios para arealizao da obra, uma vez que os

    financiamentos, frequentemente,exigem a apresentao de projetosbsicos.

    31IMPLEMENTAO DE AES EM REAS URBANAS CENTRAIS E CIDADES HISTRICAS / MANUAL DE ORIENTAO

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    IMPLEMENTAO DE AES EM REAS URBANAS CENTRAIS E CIDADES HISTRICAS / MANUAL DE ORIENTAO

    v. Intervenes com projetos realizados relacionados infraestrutura bsica, necessriapara futuras intervenesno espaopblico

    vi. Intervenes com projetos no espao pblico relacionados diretamente imveis de

    interessecultural

    vii. Intervenes em imveis no permetro tombado

    Dar prioridade nos casos de propostas de infraestrutura bsica em reas onde haver intervenes

    no espao pblico. necessrio realizar previamente as obras estruturais como drenagem, gua e

    esgoto para posteriormente programar as reformas de ruas, caladas, praas e embutimento de

    fiao.

    Priorizar propostas de interveno em espaos pblicos (caladas, praas, iluminao, mobilirio

    urbano) quevalorizem osbens tombados,desdeque a infraestruturabsicaj estejarealizada.

    Priorizar a recuperao dos imveis no permetro tombado e, se possvel, ampliar a rea em um

    segundo momento. Se a cidadetoda est tombada,priorizaro atendimento sreas estruturadoras

    do processode requalificao.

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  • 7/29/2019 Implementao de Aes em reas Urbanas Centrais e Cidades Histricas - Manual de Orientao

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    33IMPLEMENTAO DE AES EM REAS URBANAS CENTRAIS E CIDADES HISTRICAS / MANUAL DE ORIENTAO

    P L A N O S E M R E A S U R B A N A S C E N T R A I S

    E C I D A D E S H I S T R I C A S1.1

    O governo federal disponibiliza metodologia referencial, diretrizes e

    recursos para elaborao e implementao de planos para reas centrais

    e cidades histricas. Os Planosde Reabilitao de reas Urbanas Centrais

    apoiados pelo Ministrio dasCidades temcomo foco o enfrentamento dosproblemasdasreas centrais dasgrandes e mdiascidades. J o Plano de

    Ao em Cidades Histricas (PAC-Cidades Histricas) disponibilizado

    pelo Iphan, tem como foco o desenvolvimento local, usando as

    potencialidades do patrimnio histrico e cultural, em cidades onde h

    proteodebens culturais, concludos ouemprocesso, emnvel federal.

    Em ambos os casos, a metodologia deve considerar as especificidadeslocais e mesmo que o seu municpio no se enquadre nas cidades que

    podemserapoiadas pelo Ministrio dasCidadese Iphan,as metodologias

    desenvolvidas podem ser aproveitadas para a elaborao de um plano

    para a rea central e histrica.

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    territrio. A partir desta consolidao, deve-se identificar os objetivos gerais e especficos que devero

    estruturar as aes, sua abrangncia territorial e as estimativas de oramento e prazos de execuo,considerando um horizonte de planejamento de quatro anos. A abrangncia territorial do Plano de

    Aono necessariamentese restringe ao bemou ao conjunto de bens tombados.

    Por fim, deve-se consolidar o pacto atravs do Acordo de Preservao do Patrimnio Cultural (APPC),

    que deve dar redao final ao Plano de Ao, garantir sua publicidade, firmar o acordo entre os

    agentes locais responsveis pela implantao e firmar parcerias com outros entes para viabilizar as

    aes e garantir os instrumentospara a ao integradaentreos agentes, visando a execuo das aes

    propostas e a gesto compartilhada.

    Ao longo das etapas imprescindvela mobilizaoe participaoda sociedade, desta forma, sugere-

    se a realizao de oficinas participativas. Nas cidades onde as instncias de participao j foram

    constitudas, por exemplo, durante a elaborao do Plano Diretor ou dos Planos de Reabilitao de

    reas Urbanas Centrais, recomendvela consulta e o envolvimento das mesmas. Importante lembrar,no entanto, que a consulta pblica no precisa se limitar a estas instncias. preciso aprofundar a

    discusso e a participao dos agentes pblicos, moradores e usurios do centro no processo, pois

    podergarantirum maior envolvimentofuturo e umamaioradesosaespropostasno Plano.

    35IMPLEMENTAO DE AES EM REAS URBANAS CENTRAIS E CIDADES HISTRICAS / MANUAL DE ORIENTAO

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    PLANO DEREABILITAODE REAS URBANASCENTRAIS

    MinistriodasCidades

    Oque?

    Quemelabora?

    Metodologia

    O Plano de Reabilitao o instrumento bsico de planejamento que pode ser aplicado reabilitao

    da rea urbana central. Baseado em uma lgica territorial, o Plano tem como finalidade a integrao

    das polticas e investimentos setoriais para melhoria do ambiente urbano, tornando as reas centrais

    locaisagradveis, seguros, bemservidos de infraestrutura e de servios para toda a populao, atravs

    da promoo da diversidade funcional e social, da identidade cultural e da vitalidade econmica. A

    partir do Plano, o municpio tem subsdios e ferramentas para definir e elaborar projetos, bem como

    executarasaese obrasprevistas.

    O Plano elaborado por rgos da administrao direta ou indireta de prefeituras e governos

    estaduais ou do Distrito Federal. Atualmente, o Ministrio das Cidades apoia, com recursos doOramento Geral da Unio (OGU), a elaborao de Planos em municpios que tenham sofrido

    processos de esvaziamento populacional e de atividades econmicas na rea central, que possuam

    acervo edificado subutilizado com potencial de uso habitacional ou que apresentem processos de

    degradao fsica relativos infraestrutura e ao ambiente construdo na rea central. Os municpios

    podem participar de seleo pblica para acessar os recursos, a fundo perdido, por meio de contratos

    de repasseou convnios.

    O Plano de Reabilitao composto por quatro etapas: metodologia; diagnstico; trabalho tcnico

    social; e proposies de aes. Essa metodologia foi desenvolvida pela Secretaria Nacional de

    Acessibiidade e Programas Urbanos do Ministrio das Cidades e est disponvel no endereo eletrnico

    .http://www.cidades.gov.br/secretarias-nacionais/programas-urbanos/

    1.1.2

    36IMPLEMENTAO DE AES EM REAS URBANAS CENTRAIS E CIDADES HISTRICAS / MANUAL DE ORIENTAO

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    37IMPLEMENTAO DE AES EM REAS URBANAS CENTRAIS E CIDADES HISTRICAS / MANUAL DE ORIENTAO

    Segundo a metodologia proposta, primeiramente necessrio avaliar os principais problemas

    enfrentados na rea central e definir osobjetivosa seremalcanados como Plano deReabilitao, bemcomo identificar umpermetro de interveno.Pormeio dodiagnstico o municpio tema oportunidade

    de analisar seu territrio, suas potencialidades, seus conflitos e suas necessidades. Com base nesses

    levantamentos, o municpio poder definir as principais aes que sero necessrias para reabilitar o

    permetroescolhido. Paralelamente devero serdefinidasas estratgias, meios, custos, prazos,projetos

    de interveno, estruturas de gesto, legislao especfica e programas necessrios para que o Plano

    possa ser implementado. O trabalho tcnico social umtrabalho especfico departicipaoque possui

    um componente socioeducativo fundamental, ou seja: contempla atividades especficas direcionadas

    para a comunidade beneficiada pelo Plano no que se refere educao, capacitao e gerao de

    empregoerenda.

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    38IMPLEMENTAO DE AES EM REAS URBANAS CENTRAIS E CIDADES HISTRICAS / MANUAL DE ORIENTAO

    RENATOBALBIM

    /MCIDADES

    Belo Horizonte/MG

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    I

    I

    39IMPLEMENTAO DE AES EM REAS URBANAS CENTRAIS E CIDADES HISTRICAS / MANUAL DE ORIENTAO

    Grandes Problemticas eEstratgias de Atuao

    Neste captulo sero abordados os principais problemas enfrentados pelos

    municpios em suas reas centrais e histricas. Ao apontar os problemas,

    relacionamos algumas estratgias e instrumentos que podem contribuir para sua

    superao. Para facilitar a compreenso descrevemos alguns exemplos concretosde

    municpiosque implementaramasestratgias sugeridas.

    Apesar de recorrentes, vrias so as causas dos problemas que citaremos a seguir evriasso as formasde enfrent-los, no entanto, existem questes estruturaisqueso

    comuns grande maioria das reas centrais e cidades histricas. Tais questes

    refletem dificuldades reais enfrentadas pelos agentes pblicos em qualquerprocesso

    de reabilitao, como: Por que existem tantos imveis vazios em reas centrais e

    histricas? Por que essas reas se apresentam muitas vezes empobrecidas e

    estagnadas econmica e socialmente? Por que to difcil reformar imveis e

    promover a mudana de uso? Como exercer a fiscalizao e exigir aes deconservao efetivasdapartedos proprietriosde imveis tombados?

    A origem de todas essas perguntas relaciona-se com as enormes transformaes

    sofridas pelas cidades brasileiras, principalmente a partir de meados do sculo XX. A

    maioria delas teve sua rea urbana ampliada, fazendo com que as reas centrais

    alterassem, pouco a pouco, suas atividades. A falta de planejamento urbanstico

    2.

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    permitiu a criao de novas frentes de expanso imobiliria facilitada pela lgica do automvel. No

    caso das inmeras cidades de pequeno e mdio porte, que normalmente passaram de pequenas

    unidadesde vizinhana, a conglomeradosurbanos,o processose repete.

    Os centros das cidades e as reas de ocupao tradicional geralmente constituram, em algum

    momento, o ncleo original da fundao da cidade, ou seja, so locais ocupados h muito tempo e

    quepassaram pordiversasmudanasdeuso, de proprietrios e deconfiguraoespacial. Nemsempre

    estas mudanas foram registradas e documentadas pelo poder pblico, de modo que comum que as

    informaes disponveis sobre os imveis em reas centrais e histricas nos cartrios de registro de

    imveis e nos cadastros municipais sejam incompletas, desatualizadas ou at incorretas. Isso, aliado aesplios, dvidas e disputas judiciais, tem como consequncia o no cumprimento da funo social da

    propriedadee faz comquea regularizao fundiria seja um ponto essencial para melhoria do espao

    urbano.

    A falta de informaes consistentes sobre os imveis urbanos pode inviabilizar inmeras intervenes

    previstas nos processos de planejamento, o que acaba prejudicando a ao de reabilitao de todo o

    permetrode interveno delimitado no plano,pois como notificarum proprietriodesconhecidosobreo estado de conservao do seu imvel? Como inserir em programas habitacionais imveis com

    dvidas ou divergncias cadastrais? Como exigir o cumprimento da funo social de imveis

    irregulares?

    Estas questes so importantes no cotidiano da gesto de reas centrais e cidades histricas e tem

    relao direta com a implantao de aes de reabilitao dessas reas. fundamental que o gestor

    municipal perceba que a organizao de tais informaes e o controle sistemtico do uso e da

    ocupao do solo urbano deve ser um trabalho contnuo, para que seja possvel compreender a

    dinmica fundiria da cidade e ter subsdios para nela interferir, buscando o atendimento da funo

    socialda cidadee dapropriedade.

    Uma caracterstica da estrutura fundiria comum s cidades brasileiras a concentrao desigual da

    propriedade. Isto estrutural no processo de excluso socioterritorial, pois dificultao acesso moradia

    40IMPLEMENTAO DE AES EM REAS URBANAS CENTRAIS E CIDADES HISTRICAS / MANUAL DE ORIENTAO

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    de qualidade na medida em que mantm sobrados, casas, lotes, glebas ou apartamentos vazios,

    aguardando valorizao ou simplesmente estocados por seus proprietrios. Ou seja, os imveis no

    cumprem suafuno sociale nocontribuempara a preservaodamemria e cultura dacidade.

    Conforme veremos no captulo trs, o poder pblico, gestor do territrio, pode utilizar algumas

    ferramentas previstas no Estatuto da Cidade para enfrentar essa questo, que permeia todas as outras

    problemticas apontadas neste captulo. Para tanto, importante manter atualizadas as bases

    cadastrais da prefeitura, conhecer o arcabouo legal disponvel, regular o mercado de terras para

    conter a especulao imobiliria e buscar parcerias com cartrios para promover a regularizao dos

    registros, lembrando sempre que o controle e fiscalizao do uso do solo interferem diretamente sobrea organizao fundiria e permitem ao gestor dispor sobre o territrio induzindo os usos mais

    adequados aosobjetivosda reabilitao.

    41IMPLEMENTAO DE AES EM REAS URBANAS CENTRAIS E CIDADES HISTRICAS / MANUAL DE ORIENTAO

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    E S V A Z I A M E N T O D A S R E A S C E N T R A I S ,

    A B A N D O N O E D E G R A D A O D E I M V E I S

    2.1Nas ltimas dcadas diversas cidades brasileiras, especialmente mdias e

    grandes, vempassandopor processos bastante semelhantes de mudanana

    dinmica socioespacial. De forma geral, observamos perda de populao

    nas reas urbanas centrais, enquanto as reas mais perifricas e precrias

    apresentaramcrescimentopopulacionalsignificativo.

    Este movimento de esvaziamento das reas centrais versus expansoperifrica pode se apresentar de formas diferentes dependendo das

    especificidades de cada cidade. Geralmente, as reas que perderam

    populao so dotadas de infraestrutura, concentram postos de trabalho,

    equipamentos e servios pblicos, mas apresentam nmero significativo de

    domiclios vazios e subutilizados, seja devido a mudanas na dinmica

    econmica ou especulao imobiliria. Esse quadro muitas vezes se

    justifica pela atratividade, para os proprietrios dos imveis, das atividades

    tercirias por possurem valor de aluguel maior que o residencial. Nessesentido, importante ressaltar que fundamental a diversidade funcional

    (de usos institucionais, comerciais, residenciais etc.) e social (presena de

    populao comfaixas de renda diferentes).

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    43IMPLEMENTAO DE AES EM REAS URBANAS CENTRAIS E CIDADES HISTRICAS / MANUAL DE ORIENTAO

    Apesar da existncia de imveis vazios, diversas pessoas vivem nas reas centrais em condies

    precrias. As polticas pblicas habitacionais destinadas populao de baixa renda sempre foram

    voltadas para a produo de habitao popular em reas perifricas, onde o preo da terra mais

    barato, preterindo as reas centrais como alternativa de atuao.No entanto, emborao preo da terra

    seja mais elevado em alguns destes centros, a existncia de infraestrutura, imveis ociosos e

    equipamentos pblicos compensa a produo de moradia popular nestas reas. Ao deixar de gastar

    com a instalao de infraestrutura, o poder pblico pode utilizar este recurso para subsidiar parte dos

    custosda produo dasunidades habitacionais, viabilizandoo acessoda populaodebaixa renda s

    reas mais valorizadas da cidade e reduzindo os gastos com deslocamentos entre o centro e as reas

    perifricas dacidade.

    A falta de manuteno de imveis vazios tem consequncias

    negativas para a cidade, uma das mais visveis a

    deteriorao do espao urbano e a degradao fsica das

    edificaes, sejam elas pblicas ou privadas. Essa

    degradao pode decorrer de uma srie de fatores, que

    podem ser de ordem jurdica, fundiria ou econmica.Problemas de irregularidade fundiria so, muitas vezes,

    entraves para a comercializao e recuperao dos imveis.

    Em outros casos, a degradao se d devido falta de

    investimentos pblicos ou decorre da transferncia de

    atividades institucionais para outrasreasdacidade. A correta

    identificao da origem do abandono ou degradao pode

    contribuir para a adoo de estratgias adequadas para sua

    recuperao,utilizao e conservao.

    Nesse sentido, uma srie de estratgias pode ser adotada pelo poder pblico, com participao da

    sociedade civil, parareversodestequadro,queserapresentadaa seguir.

    !ATENO!Mesmo que o valor da recuperao do

    imvel seja e levado, importantereconhecer o acesso moradia como umdireito social, ou seja, o custo da produode moradia deve levar em considerao apossibilidade de acesso a equipamentosurbanos de qualidade (sade, educao,cultura e lazer), bem como as facilidades detr an sp or te j ex is te nt es na s r easconsolidadas.

    !

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    INCENTIVO UTILIZAO DE IMVEIS VAZIOS E OCIOSOS PARA O CUMPRIMENTO DA

    FUNOSOCIAL

    Para atuao na rea central, imprescindvel o conhecimento da estrutura fundiria, identificando os

    proprietrios dos imveis vaziose ociosos, especialmente se sode propriedade pblica ou privada. O

    reconhecimento e a imediata disponibilizao dos imveis sem uso, no cumprimento da funo social,

    contribuem para a execuo dos projetos previstos no plano possibilitando que os municpios

    constituam um banco de terras para a implantao de equipamentos, infraestrutura ou outros usos de

    seuinteresse, como a moradia ouusoinstitucional.

    No caso dos imveis pblicos, ocupados por entidades ou empresas atravs de concesso (municipal,

    estadual ou federal) fundamental identificar aqueles que muitas vezes no atendem ao interesse

    pblico. Nestes casos,a reviso das concesses pode contribuir para queo poder pblico destine estes

    imveis para finalidades articuladas aos objetivos dos planos para as reas urbanas centrais e cidades

    histricas.

    Em todo caso, para a disponibilizao desses imveis pblicos, ocupados, subutilizados ou vazios,

    necessrioestabelecercontatocomorgoresponsvelpeloimvelafimdeverificarseesteaindade

    interesseparausooperacional, suasituao jurdicae os procedimentosparasuaadequadautilizao.

    No caso de imveis de propriedade da Unio ou do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), sejam

    imveis isolados ou conjuntos em reas porturiasou ferrovirias, foramestabelecidos, pelaSecretaria

    do Patrimnio da Unio (SPU), procedimentos especficos de repasse/cesso para estados, municpios

    e entidades sem fins lucrativos .

    Para fomentar a utilizao de imveis privados,o municpiopode se valer de incentivos fiscais ou adotar

    sanes legais para os proprietrios de imveis ociosos. Nesse caso, o levantamento das dvidas

    (veritem3.11.TransfernciadeImveisFederais)

    2.1.1

    44IMPLEMENTAO DE AES EM REAS URBANAS CENTRAIS E CIDADES HISTRICAS / MANUAL DE ORIENTAO

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    45IMPLEMENTAO DE AES EM REAS URBANAS CENTRAIS E CIDADES HISTRICAS / MANUAL DE ORIENTAO

    referentes aos imveis pode sinalizar a existncia de grandes proprietrios privados ou de grandes

    glebas, que podem ser objeto de atuao do Plano, por meio da aplicao de vrios dos instrumentosprevistosdo Estatuto daCidade, e aindaa utilizao do instrumentodadaoempagamento.

    Os imveis privados vazios ou subutilizados que forem identificados e vistoriados, devem ser objeto de

    demarcao para aplicao de instrumentos previstos no Estatuto da Cidade. O Parcelamento,

    Edificao e Utilizao Compulsria (PEUC) um importante instrumento para induzir o proprietrio a

    dar uso ao imvel, uma vez que articulado ao Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana

    (IPTU) Progressivo,penalizao proprietrio pelano utilizao do imvel .

    Estes mesmos imveis podem ser demarcados como Direito de Preempo ou de Preferncia, caso o

    municpiotenha interesseem compr-los, pois suademarcaoexigequeo proprietrio, naocasio da

    venda do imvel, oferea-o primeiramente prefeitura. Para imveis circunscritos em rea tombada

    pelo Iphan,a Unio deve ser tambmconsultada na preferncia pela aquisiodo bem

    .

    Uma alternativa que pode contribuir na soluo de problemas de registro imobilirio a

    desapropriao. Para tanto,o poder pblico deve declarar o imvelde interessepblico e arcar comas

    despesasde indenizao ao proprietrio. O imveldesapropriado pode serutilizadopara fins pblicos

    ourecolocadonomercadoprivado,pormeiodevendaemleilo.

    Outro mecanismo j previsto na constituio o Instituto do Abandono, que possibilita ao municpio

    retomar imveis abandonados, onde o poder pblico caracterize que o proprietrio no tenha mais a

    inteno de conservar apropriedade .

    (veritem3.1.1.PEUC)

    (ver item 3.1.2.

    DireitodePreempo)

    (veritem3.3.InstitutodoAbandono)

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    1

    DISPONIBILIZAO DE IMVEIS DO GOVERNO DO ESTADO PARA USO

    HABITACIONAL

    Municpiodo RiodeJaneiro/RJ

    A rea central do Rio de Janeiro sofreu, progressivamente, ao longo do sculo XX, um significativo

    esvaziamento de moradores, atingindoum percentual de 13% nosltimos dez anos. A transferncia da

    capital federal para Braslia, a criao e posterior dissoluo do Estado da Guanabara e as

    desapropriaesparaa aberturada avenidanorte-sul (no implantada), contriburamparaa formao

    de umpatrimnio imobilirio estadualde aproximadamente 522 imveis.

    O Plano de Reabilitao e Ocupao dos Imveis do Governo do Estado do Rio de Janeiro, apoiado

    pelo Programa de Reabilitao por meio de convnio assinado em 2007, vem enfrentar essa questo.

    O Plano tem como objetivo reabilitar edifcios vazios e subutilizados localizados na rea central do Rio

    de Janeiro, compreendida pelos seguintes bairros: Centro, Sade, Gamboa, Santo Cristo, Cruz

    Vermelha, Estcioe Leopoldina.

    Por meio do Plano esto sendo realizadas anlises das potencialidades para insero do uso

    habitacional de interesse social e manuteno de uso misto em imveis pertencentes ao Fundo de

    Previdncia Socialdo Estadodo Riode Janeiro Rioprevidncia,alm de outrasautarquias e empresas

    pblicas estaduais. Aps a anlise foram escolhidas dez edificaes para as quais esto sendo

    desenvolvidosprojetos bsicos de arquitetura e complementares de instalaes paraadaptao parao

    novouso.

    EXPE

    RINCIA

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    47

    As obras sero viabilizadas pelo Programa Minha Casa, Minha Vida (PMCMV). No caso dos imveis

    ocupados, foi realizado pelo Instituto de Terras do Rio de Janeiro - ITERJ o cadastro das famlias

    ocupantes visando o atendimento no PMCMV. Outras alternativas, que incluem parcerias entre

    governos, entidades no governamentais e pblico-privadas tambm esto sendo consideradas para

    viabilizara reforma e destinao destes imveis.

    Dependendo do proprietrio e da origem dos recursos para obra, podero ou no ser feitas

    transfernciasde dominialidade dos imveis parao beneficirio final,cabendo, nesse caso, estratgias

    de alienao (venda direta) ou cesso de uso. Est tambm em estudo uma estratgia de manuteno

    do patrimnio no poder do estado, disponibilizando os imveis para uso habitacional por meio de

    locao social.

    Imvel Rua Marques Rebelo

    Rio de Janeiro/RJ

    SECRETARIADEESTA

    DO

    DEHABITAO

    DO

    RIO

    DEJANEIRO

    IMPLEMENTAO DE AES EM REAS URBANAS CENTRAIS E CIDADES HISTRICAS / MANUAL DE ORIENTAO

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    INCENTIVO MORADIA

    O incentivo moradia nas reas centrais, alm de minimizar o dficit habitacional qualitativamente,

    ajuda a conter o processo de expanso urbana horizontal da cidade. necessrio que se estabelea

    uma poltica, utilizando-se de instrumentos legais e de financiamento, que incentive a habitao no

    centro paradiversasrendas.

    Emdiversos centros urbanos existem imveis vaziose abandonadosqueno cumprem a funosocial e

    que poderiam ser objeto de polticas pblicas voltadas ao atendimento da populao que mora

    precariamente, ressaltando-se que diminuindo as distncias de deslocamento dirio da populao,

    diminui-sea presso sobreo transporte pblico e o sistema virio.

    A aplicao dos instrumentos do Estatuto da Cidade um passo importante para

    disponibilizao de terra, mas no suficiente para o efetivo acesso moradia pela populao de

    baixa renda. necessrio que, articulados aos instrumentos, sejam utilizados os programas efinanciamentos habitacionais disponveis no municpio e no estado, alm das linhas de financiamento

    subsidiadas do governo federal, como o Programa Minha Casa, Minha Vida (PMCMV) e o

    Financiamento de Imveis Privados do Iphan .

    importante que o poder pblico garanta a permanncia e o acesso moradia digna para a

    populao de baixa renda que mora no centro, evitando sua expulso no processo de melhoria e

    recuperao dasreas centrais. A demarcao dasZonas Especiaisde Interesse Social (ZEIS), no Plano

    Diretor um instrumento que pode garantir que sejam regularizadas ou produzidas habitaes para

    essas faixas de renda .

    (ver item 3.1.)

    (veritem5.1.1.CategoriasdeRecursos)

    (veritem3.1.3.ZEIS)

    2.1.2

    48IMPLEMENTAO DE AES EM REAS URBANAS CENTRAIS E CIDADES HISTRICAS / MANUAL DE ORIENTAO

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    49IMPLEMENTAO DE AES EM REAS URBANAS CENTRAIS E CIDADES HISTRICAS / MANUAL DE ORIENTAO

    No caso das reas ocupadas irregularmente, devem ser aplicados os instrumentos da poltica de

    regularizao fundiria para assegurar a adequada permanncia das famlias nessas reas, como a

    Concessode Direito Real deUso(CDRU), ConcessoUrbanaEspecialpara fins de Moradia (CUEM)e

    ZEIS.

    Um dos avanos na discusso do acesso habitao de baixa renda na rea central foi a criao de

    linhas de financiamento destinadas reforma de imveis, como o Programa de Arrendamento

    Residencial (PAR), hoje incorporado ao PMCMV. Os imveis construdos ou reformados pelo PAR eram

    geridos pela Caixa Econmica Federal (CAIXA) e arrendados ao morador, que possua a opo de

    compra ao final do financiamento. Outro avano o programa de Locao Social, no Municpio de

    So Paulo, que atendeu em prdios edificados ou reformados pelo poder pblico municipal, com

    aluguel subsidiado, populao deat trs salriosmnimos,oriundasdecortios.

    A partir destas experincias, o governo federal discute a criao do programa Servio de Moradia

    Social (SMS), que possibilitaria o acesso moradia sem aquisio da propriedade mediante subsdiopblico, como alternativa ao financiamento da casa prpria. Essa modalidade tambm adequada

    para pblicos especficos como estudantes e idosos. A locao social, acima de tudo, uma estratgia

    de inclusourbanae social.

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    PROGRAMA DELOCAO SOCIAL

    Comprometimentode Renda Familiar

    MunicpiodeSoPaulo/SP

    O Programa de Locao Social foi criado pela Prefeitura de So Paulo em 2002 e conformou uma

    polticadealuguel socialparaatender a populaode baixa renda, prioritariamente entre1 e 3 salrios

    mnimos em unidades de propriedade municipal, alugando-as com subsdio proporcional renda do

    morador.

    Esta demanda oriunda da populaode cortios e favelas, emsituaode interdio ou de risco,que

    no tinha acesso ao mercado privado e, tampouco s linhasde financiamento pblicas para a compra

    da unidade habitacional. Desse modo, o Programa complementaria as aes de urbanizao de

    favelase interdiode cortios.

    A proposta inovadora no Brasil por dar acesso moradia e no transferir propriedade uma vez que o

    imvel permanece sob domnio pblico. Alm de criar uma nova forma de atendimento a estademanda, apresenta empreendimentos habitacionais com qualidade arquitetnica e urbanstica,

    atravs da produo de moradia em edifcios existentes e em terrenos vazios, com projeto diferenciado

    e menor nmero de unidades, em contraponto ao padro perifrico de grandes conjuntos

    habitacionaispadronizados.

    Abaixo relacionamosos principais componentesdo Programade LocaoSocial:

    O comprometimento mximo de renda familiar para pagamento da retribuio varia de 10 a 15%

    dependendo da composio familiar e da renda. Os valores das locaes municipais so destinados

    ao Fundo Municipal de Habitao, cujo acompanhamento feito pelo Conselho Municipal da

    Habitao.

    50IMPLEMENTAO DE AES EM REAS URBANAS CENTRAIS E CIDADES HISTRICAS / MANUAL DE ORIENTAO

    2E

    XPERINCIA

    I

    S

    GERMANO

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    51IMPLEMENTAO DE AES EM REAS URBANAS CENTRAIS E CIDADES HISTRICAS / MANUAL DE ORIENTAO

    Acompanhamento Socioeducativo

    GestoCondominial

    O Programa foi estruturado de forma a manter um

    acompanhamento socioeducativo regular e

    permanente para estimular a insero social e a

    capacitao profissional dos seusparticipantes.Este

    acompanhamentodeveser realizado pelaprefeitura

    ou por entidades sem fins lucrativos, legalmente

    constitudas, com o objetivo de orientar as famlias.

    Este um aspecto importante para contribuir para a

    melhoria das condies de vida da populao mais

    pobre, que ampliando sua renda podem acessar

    outras linhas de financiamento liberando o imvel

    paraoutras pessoas.

    A administraodo condomnio de cada edifcio ou conjunto de competnciada Prefeitura,que pode

    faz-la de forma direta, terceirizadaou pelos prprios moradores, emsistema de autogesto. Em todos

    os casos cobrada dos beneficirios uma taxa condominial por unidade habitacional ocupada, que

    consiste no rateiodas despesascomuns doedifcio ou conjunto e sobrea qual no incidir o subsdio.A

    gesto condominial prevo acompanhamento socioeducativo.

    Todas as obras a serem realizadas pelo municpio relacionadas aos imveis de locao social devem

    seraprovadas peloConselho Municipalde Habitao.

    Imvel Rua Riachuelo

    So Paulo/SP

    WAGNER

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    HABITAO NA 7 ETAPA DE RECUPERAO DO CENTRO HISTRICO DE

    SALVADOR/BA

    Municpiode Salvador/BA

    A experincia do Programa Monumenta na cidade de Salvador se destaca por ter conseguido produzir

    habitao social garantindo a permanncia da populao residente, ao contrrio das etapas

    anteriores. A proposta inicial desta etapa tambm previa a sada da populao residente na rea para

    abrigar novos habitantes, o que motivou a mobilizao da associao de moradores a buscar o apoio

    doMinistrio Pblico Estadualqueprops umaaocivil pblica.

    Diante desse conflito, a nova Coordenao Nacional do Programa Monumenta, que assumiu em

    2003, colocou como condicionante para a continuidadedasaesdo Programana cidade a definio

    de um acordo entre as partes que garantisse a permanncia dos antigos moradores. Em julho de 2005

    foi assinado um Termo de Ajustamento de Conduta com a Associao dos Moradores e Amigos do

    Centro Histrico - AMACH que estabeleceu, entre outras condies, que 103 famlias permaneceriam

    noscasaresrecuperados, respeitadas as composiesde cadancleo familiar.

    A ao foi apoiada pelo Ministrio das Cidades que garantiu recursos para o atendimento das famlias

    dos antigos moradores viabilizando o projeto de recuperao dos 76 casares. A proposta envolveu

    recursos do ProgramaMonumenta para a restaurao dascoberturas e fachadas de todos os casares,

    do Ministrio das Cidades para construo das moradias pelo Programa de Habitao de Interesse

    Social PHIS e do Governo do Estado para a desapropriao dos imveis e para o atendimento de

    servidorespblicosatravs doProhabitcom recursosdoFundode Previdnciado Estadoda Bahia.

    Os recursos aportados pelo Ministrio das Cidades, equivalentes a 17,5 mil reais por famlia, foram a

    fundo perdido; o valor aportado pelo Monumenta retornarpara o FundoMunicipal dePreservao, j

    os recursosdoProhabitretornaropara o Fundode Previdncia doEstadoda Bahia.

    52IMPLEMENTAO DE AES EM REAS URBANAS CENTRAIS E CIDADES HISTRICAS / MANUAL DE ORIENTAO

    3E

    XP

    ERINCIA

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    55/254

    53IMPLEMENTAO DE AES EM REAS URBANAS CENTRAIS E CIDADES HISTRICAS / MANUAL DE ORIENTAO

    As obras do PHIS tiveram incio em abril de 2006, no entanto, a execuo sofreu diversas interrupes.

    Com isso, at o final de 2010, apenas cinco casares foram efetivamente entregues, mas a

    coordenao local do projeto prev a entrega de mais sete. Portanto, sero 12 casares habitados de

    um total de 21, totalizando 57 apartamentos. Os contratos das obras do Prohabit foram assinados, no

    entanto, nenhumcasaro foiconcludo ato finalde2010.

    Os nmeros gerais da interveno so os seguintes: dez quarteires, 76 casares (21 PHIS com 103

    apartamentos e 13 lojas; 55 Prohabit com 234 apartamentos e 42 lojas), sendo que a forma de

    comercializaodos apartamentosdoProhabite daslojasaindano foidefinida, masos moradoresdo

    PHISquejestoresidindonareaassinaroumTermodeConcessodeDireitoRealdeUso.

    Foram previstos ainda equipamentos urbanos como estacionamento associado construo de uma

    praa, a sede da AMACH, que abrigar a instalao de prestadores de servios para a gerao de

    renda,espaos de reunio e umpequeno auditrio. Prev-se tambm a construo deumacrechecomcozinha comunitria, quedependeda desapropriao deduascasas.

    Recuperao do

    Centro Histrico

    Salvador/BA

    ERCAS/GOVE

    RNODOESTADODABAHIA

    2 1 3

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    IDENTIFICAO, PROTEO E FOMENTO AO USO DE IMVEIS DE INTERESSE DE

    CULTURAL

    Em diversas reas centrais existem imveis em situao precria, abandonados ou em runas que

    podem ser recuperados ou reformados de forma a cumprir sua funo social. No caso de imveis de

    interessecultural, o cumprimento da funosocial se d na medidaem queo imvel consiga preservar

    os valores culturais que foram associados a ele, ao conjunto ou ao centro histrico. A diretriz para a

    conservao do patrimnio cultural no deve ser entendida como uma simples ao de manuteno,

    mas como uma ao de transformao na forma de vivenciar os espaos tradicionais alinhada

    poltica urbana e s reflexes contemporneas sobre desenvolvimento sustentvel e social. A longoprazo,essa poltica poder reverter em viabilidade econmica, ao melhorar as condiesde produo

    dapopulao.

    Para preservar estes imveis preciso, primeiramente, identific-los atravs da elaborao de

    inventrios, podendo-se organiz-los por temas ligados ao universo cultural onde se insere (perodo

    colonial, imperial,etc.).

    O inventrio um instrumento de proteo dos imveis de interesse cultural, assim como o

    tombamento. Juntos eles permitem a preservao dos bens de valor histrico, cultural, arquitetnico,

    ambiental e tambm de valor afetivo para a populao, impedindo que venham a ser destrudos ou

    descaracterizados. O tombamento um instrumento de proteo que pode ser realizado pelo

    municpio, estados ou governo federal. No mbito federal, o tombamento de responsabilidade do

    Iphan e segue vrios procedimentos.

    Paraa gestode bens imveis de interesseculturalemcentros histricos, necessria a combinao deestratgias de atuao, uma vez que sua preservao e recuperao dependem de aes e

    intervenes tanto no mbito dos imveis pblicos quanto nos imveis privados. A degradao dos

    imveis pode decorrer de uma srie de fatores e a identificao destes problemas contribui para a

    adoo deestratgias adequadas tantoparasuaproteoquanto parasua recuperao.

    (veritem3.7.Inventrios)

    (veritem3.8.TombamentodeBensCulturaisdeNaturezaMaterial)

    2.1.3

    54IMPLEMENTAO DE AES EM REAS URBANAS CENTRAIS E CIDADES HISTRICAS / MANUAL DE ORIENTAO

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    55IMPLEMENTAO DE AES EM REAS URBANAS CENTRAIS E CIDADES HISTRICAS / MANUAL DE ORIENTAO

    O abandono e degradao dos imveis se devem muitas vezes a problemas fundirios e jurdicos que

    inviabilizam suacomercializaoe recuperao.Em outroscasos, a degradaoseddevido faltade

    recursos. Parte destes imveis esto abandonados ou ocupados irregularmente e deveriam ser objetode ateno do poder pblico, tanto incentivando a reforma e recuperao com linhas de

    financiamentos adequadas ou aplicando instrumentos do Estatuto da Cidade, como o Parcelamento

    Edificao e Utilizao Compulsrio .

    Os Planos Diretores devem estabelecer formas de preservao do patrimnio, por intermdio da

    proteo em nvel local. Os municpios devem promover o desenvolvimento das cidades sem a

    destruio do patrimnio e podem ainda criar leis especficas que estabeleam incentivos preservao. Outro instrumento previsto nos Planos Diretores a Transferncia do Direito de Construir

    que tambm pode ser utilizado para incentivar a

    preservao dos imveis protegidos. Alm dos instrumentos jurdicos, a prefeitura pode utilizar

    instrumentos tributrios permitindo a iseno de cobrana de Imposto Sobre Servios de qualquer

    natureza (ISS) e IPTU para a conservaodoimvel.

    Em todos os casos, recomendvel utilizar alternativas combinadas, ou seja, alm de instrumentos do

    Estatuto da Cidade e isenes fiscais necessrio dar possibilidade ao morador de ter assistncia

    tcnica adequada e recursos/financiamentos subsidiados, principalmente se ele tiver baixos

    rendimentos. O leque de irregularidades muito grande e uma assessoria jurdica auxiliaria na

    resoluo dosproblemasfundirios.

    Diversos municpios possuem um cdigo de obras com parmetros mnimos que devem ser atendidos

    no caso de construo de nova edificao ou reforma de edifcios. importante que sejam previstos

    parmetros ou procedimentosespeciais paraos imveis histricos, poiscasocontrrio,suareabilitaopode ser inviabilizada porcritriosquenopossibilitemsua r