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MONTEPIO Departamento de Estudos // fevereiro 2015 HUNGRIA 1 INDICADORES SOCIAIS DEMOGRÁFICOS E ESTRUTURAIS Superfície 93 028 Km2 Densidade Populacional 106 Hab/Km2 Reservas Externas 41 775 10^9 $ HUngria/previsões económicas Unidade: taxa de crescimento % 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 PIB 0,1 0,9 -6,8 1,1 1,6 -1,7 1,1 2,8 2,3 1,8 1,8 1,8 1,8 PIB Nominal 5,6 6,2 -3,5 3,5 4,2 1,5 3,7 4,1 4,1 4,2 4,3 4,2 4,2 Deflator do PIB 5,4 5,3 3,6 2,4 2,6 3,2 2,5 1,3 1,8 2,4 2,4 2,3 2,3 Inflação (IPC) 7,9 6,1 4,2 4,9 4,0 5,7 1,7 0,3 2,3 3,0 3,0 3,0 3,0 Investimento (% PIB) 22,4 23,5 18,0 19,3 19,2 17,5 17,6 18,8 19,4 20,2 20,5 20,9 21,5 Poupança Nacional Bruta (% PIB) 15,2 16,2 17,8 19,5 19,6 18,3 20,5 21,3 21,4 21,5 21,0 20,2 19,8 Dívida Pública (% PIB) 67,0 73,0 79,8 82,1 82,1 79,8 79,3 79,1 79,2 78,9 78,5 78,1 77,7 Saldo Orçamental (% PIB) -5,1 -3,7 -4,6 -4,4 4,2 -2,0 -2,4 -2,9 -2,8 -2,8 -2,7 -2,6 -2,6 Balança Corrente (10^9 $) -9,9 -11,4 -0,3 0,3 0,6 1,1 3,9 3,2 2,6 1,7 0,7 -0,9 -2,7 Balança Corrente (% PIB) -7,3 -7,4 -0,2 0,2 0,4 0,9 3,0 2,5 2,0 1,2 0,5 -0,6 -1,7 População (10^6) 10,1 10,0 10,0 10,0 10,0 9,9 9,9 9,9 9,8 9,8 9,8 9,8 9,8 População 15-64 anos (% total) 68,9 68,8 68,7 68,6 68,5 68,3 68,1 - - - - - - Taxa de Desemprego 7,4 7,8 10,0 11,2 11,0 11,0 10,3 8,2 7,8 7,6 7,4 7,2 7,0 PIB PPP (10^9 $) 218,1 224,4 210,8 215,6 223,5 223,7 229,6 239,9 250,0 259,3 269,4 280,0 290,9 PIB per capita PPP $ 21 667 22 336 21 012 21 529 22 381 22 525 23 236 24 336 25 406 26 404 27 486 28 630 29 807 PIB per capita $ 13 520 15 353 12 626 12 732 13 791 12 544 13 388 13 154 13 433 14 029 14 699 15 360 16 049 Exportações (%) 15,0 5,7 -10,2 11,3 8,4 1,7 5,3 6,3 5,3 5,1 5,0 4,9 4,9 Bens (%) 8,8 -0,7 -13,8 11,5 3,1 2,1 4,4 6,5 5,2 5,4 5,3 4,9 4,9 Importações (%) 12,8 5,5 -14,8 10,9 6,4 -0,1 5,3 6,5 5,5 5,5 5,4 5,4 5,4 Bens (%) 5,5 -1,2 -16,8 9,2 1,5 1,9 3,2 6,0 5,5 5,4 5,5 5,4 5,4 Agricultura (% PIB) 4,0 4,0 3,5 3,6 4,7 4,5 4,4 - - - - - - Indústria (% PIB) 31,2 30,2 29,7 30,4 30,1 30,4 30,2 - - - - - - Serviços (% PIB) 64,8 65,8 66,7 66,0 65,3 65,0 65,4 - - - - - - Esperança Vida à nascença (anos) 73,2 73,7 73,9 74,2 74,9 75,1 - - - - - - - Fonte: FMI (World Economic Outlook - outubro de 2014); Banco Mundial (restantes dados históricos sem previsões).

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MONTEPIO Departamento de Estudos // fevereiro 2015

HUNGRIA

1

INDICADORES SOCIAISDEMOGRÁFICOSE ESTRUTURAIS

Superfície 93 028 Km2Densidade Populacional 106 Hab/Km2Reservas Externas 41 775 10^9 $

H U n g r i a / p r e v i s õ e s e c o n ó m i c a s Unidade: taxa de crescimento % 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019

PIB 0,1 0,9 -6,8 1,1 1,6 -1,7 1,1 2,8 2,3 1,8 1,8 1,8 1,8

PIB Nominal 5,6 6,2 -3,5 3,5 4,2 1,5 3,7 4,1 4,1 4,2 4,3 4,2 4,2

Deflator do PIB 5,4 5,3 3,6 2,4 2,6 3,2 2,5 1,3 1,8 2,4 2,4 2,3 2,3

Inflação (IPC) 7,9 6,1 4,2 4,9 4,0 5,7 1,7 0,3 2,3 3,0 3,0 3,0 3,0

Investimento (% PIB) 22,4 23,5 18,0 19,3 19,2 17,5 17,6 18,8 19,4 20,2 20,5 20,9 21,5

Poupança Nacional Bruta (% PIB) 15,2 16,2 17,8 19,5 19,6 18,3 20,5 21,3 21,4 21,5 21,0 20,2 19,8

Dívida Pública (% PIB) 67,0 73,0 79,8 82,1 82,1 79,8 79,3 79,1 79,2 78,9 78,5 78,1 77,7

Saldo Orçamental (% PIB) -5,1 -3,7 -4,6 -4,4 4,2 -2,0 -2,4 -2,9 -2,8 -2,8 -2,7 -2,6 -2,6

Balança Corrente (10^9 $) -9,9 -11,4 -0,3 0,3 0,6 1,1 3,9 3,2 2,6 1,7 0,7 -0,9 -2,7

Balança Corrente (% PIB) -7,3 -7,4 -0,2 0,2 0,4 0,9 3,0 2,5 2,0 1,2 0,5 -0,6 -1,7

População (10^6) 10,1 10,0 10,0 10,0 10,0 9,9 9,9 9,9 9,8 9,8 9,8 9,8 9,8

População 15-64 anos (% total) 68,9 68,8 68,7 68,6 68,5 68,3 68,1 - - - - - -

Taxa de Desemprego 7,4 7,8 10,0 11,2 11,0 11,0 10,3 8,2 7,8 7,6 7,4 7,2 7,0

PIB PPP (10^9 $) 218,1 224,4 210,8 215,6 223,5 223,7 229,6 239,9 250,0 259,3 269,4 280,0 290,9

PIB per capita PPP $ 21 667 22 336 21 012 21 529 22 381 22 525 23 236 24 336 25 406 26 404 27 486 28 630 29 807

PIB per capita $ 13 520 15 353 12 626 12 732 13 791 12 544 13 388 13 154 13 433 14 029 14 699 15 360 16 049

Exportações (%) 15,0 5,7 -10,2 11,3 8,4 1,7 5,3 6,3 5,3 5,1 5,0 4,9 4,9

Bens (%) 8,8 -0,7 -13,8 11,5 3,1 2,1 4,4 6,5 5,2 5,4 5,3 4,9 4,9

Importações (%) 12,8 5,5 -14,8 10,9 6,4 -0,1 5,3 6,5 5,5 5,5 5,4 5,4 5,4

Bens (%) 5,5 -1,2 -16,8 9,2 1,5 1,9 3,2 6,0 5,5 5,4 5,5 5,4 5,4

Agricultura (% PIB) 4,0 4,0 3,5 3,6 4,7 4,5 4,4 - - - - - -

Indústria (% PIB) 31,2 30,2 29,7 30,4 30,1 30,4 30,2 - - - - - -

Serviços (% PIB) 64,8 65,8 66,7 66,0 65,3 65,0 65,4 - - - - - -

Esperança Vida à nascença (anos) 73,2 73,7 73,9 74,2 74,9 75,1 - - - - - - -

Fonte: FMI (World Economic Outlook - outubro de 2014); Banco Mundial (restantes dados históricos sem previsões).

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Departamento de Estudos // fevereiro 2015

P r i n c i pa i s I m p o r ta ç õ e s d e B e n s ( 2 0 1 3 )

Código Descrição Valor (mM$) Peso (%)

85 Equipamento elétrico e eletrónico 21 307 21,6

84 Máquinas reatores nucleares e caldeiras 16 071 16,3

87 Combustíveis minerais, óleos, produtos de destilação 12 493 12,7

30 Veículos elétricos e ferroviários 7 948 8,1

39 Plásticos e seus derivados 4 327 4,4

Outros produtos 36 516 37,0Fonte: International Trade Centre (ITC) - Nações Unidas.

P r i n c i pa i s E x p o r ta ç õ e s d e B e n s ( 2 0 1 3 )

Código Descrição Valor (mM$) Peso (%)

85 Equipamento elétrico eletrónico 23 844 22,1

84 Máquinas reatores nucleares e caldeiras 20 113 18,7

87 Veículos elétricos e ferroviários 13 474 12,5

30 Produtos farmacêuticos 4 922 4,6

39 Plásticos e seus derivados 4 121 3,8

Outros produtos 41 256 38,3Fonte: International Trade Centre (ITC) - Nações Unidas.

T o p 1 0 d a s I m p o r ta ç õ e s d e P o r t u g a l d a H u n g r i a ( 2 0 1 4 ) T o p 1 0 d a s E x p o r ta ç õ e s d e P o r t u g a l pa r a a H u n g r i a ( 2 0 1 4 )

Tipo de Produto Valor (€) Share (%) TCMA09-14 (%) Tipo de Produto Valor (€) Share (%) TCMA09-14 (%)

Produtos informáticos, electrónicos e ópticos 80 570 177 32,5 -12,1 Equipamento eléctrico 36 562 984 17,0 10,9

Veículos automóveis, reboques e semi-reboques 78 284 276 31,6 12,2 Veículos automóveis,

reboques e semi-reboques 31 304 541 14,6 17,5

Produtos químicos 17 771 473 7,2 27,7 Produtos químicos 30 835 585 14,3 93,3

Equipamento eléctrico 16 130 495 6,5 3,2 Mobiliário 30 121 497 14,0 68,5

Produtos farmacêuticos e preparações farmacêuticas de base

13 915 621 5,6 39,2 Artigos de borracha e de matérias plásticas 25 295 710 11,8 33,7

Produtos alimentares 9 142 866 3,7 9,8Produtos metálicos transformados, excepto máquinas e equipamento

13 138 965 6,1 42,7

Máquinas e equipamentos, n.e. 8 021 053 3,2 22,3 Produtos informáticos, electrónicos e ópticos 9 757 897 4,5 6,4

Couro e produtos afins 4 617 963 1,9 33,5 Produtos têxteis 8 408 632 3,9 12,1

Artigos de borracha e de matérias plásticas 4 230 720 1,7 10,2 Máquinas e equipamentos, n.e. 7 075 137 3,3 -18,0

Produtos diversos das industrias transformadoras 3 029 079 1,2 31,1 Outro equipamento de transporte 3 388 772 1,6 21,8

Fonte: INE. Fonte: INE.

P e s o d a H u n g r i a n a s I m p o r ta ç õ e s d e P o r t u g a l ( 2 0 1 2 / 1 4 ) P e s o d a H u n g r i a n a s E x p o r ta ç õ e s d e P o r t u g a l ( 2 0 1 2 / 1 4 )

2012 2013 2014 2012 2013 2014

Importações de Portugal deste país (milhares €) 238 851 209 604 248 105 Exportações de Portugal deste país

(milhares €) 153 102 178 791 214 967

Importações totais de Portugal (milhares €) 56 374 083 56 906 067 58 745 986 Exportações totais de Portugal (milhares €) 45 213 016 47 266 500 48 180 643

Peso das importações do país (%) 0,42 0,37 0,42 Peso das exportações do país (%) 0,34 0,38 0,45Fonte: INE. Fonte: INE.

P r i n c i pa i s Pa r c e i r o s C o m e r c i a i s d e I m p o r ta ç õ e s ( 2 0 1 3 ) P r i n c i pa i s Pa r c e i r o s C o m e r c i a i s d e E x p o r ta ç õ e s ( 2 0 1 3 )

País Valor (mM$) Peso (%) País Valor (mM$) Peso (%)

Alemanha 24 637 25,0 Alemanha 27 763 25,8

Rússia 8 541 8,7 Roménia 6 105 5,7

Aústria 6 601 6,7 Aústria 6 000 5,6

Eslováquia 5 694 5,8 Eslováquia 5 789 5,4

China 5 313 5,4 Itália 5 099 4,7

Outros países 47 875 48,5 Outros países 56 973 52,9Fonte: International Trade Centre (ITC) - Nações Unidas. Fonte: International Trade Centre (ITC) - Nações Unidas.

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CONJUNTURAForte crescimento em 2014, mas em 2015 deverá desacelerar

POLÍTICA INTERNA

ATIVIDADE

O partido nacionalista de Governo, Fidesz - União Cívica Húngara, e o seu parceiro minoritário, o Partido Popular Democrata-Cristão (KDNP), registaram três vitórias eleito-rais decisivas em 2014. Têm, agora, mais de três anos sem quaisquer eleições diretas previstas. Nas eleições gerais realizadas em abril de 2014, o Fidesz e o KDNP registaram a 2.ª vitória consecutiva em eleições parlamentares, com 45% dos votos (52,7% em 2010). Com 133 dos 199 assentos parlamentares (117 do Fidesz e 16 do KDNP), o Fidesz e o KDNP voltaram a ter - por um assento - a maio-ria de dois terços necessária para alterar a Constituição e certas leis fundamentais. As eleições para o Parlamento

Segundo a 1.ª estimativa do PIB do 4.º trimestre de 2014, registou-se um crescimento homólogo de 3,4%, em acele-ração face aos 3,2% do 3.º trimestre de 2014, mas aquém do crescimento de 3,9% observado no 2.º trimestre de 2014. Assim, em 2014, o PIB da Hungria cresceu 3,3%. O crescimento do PIB resultou apenas da procura interna, já que a fraca atividade económica na Zona Euro condicio-nou as exportações. Dentro da procura interna a contri-buição da formação bruta de capital fixo foi significativa, já que terá crescido acima dos dois dígitos, observando-se também uma recuperação do consumo privado, após dois anos de quedas. Com esta subida, o PIB ficou perto do seu nível pré-crise. O crescimento foi também amplamen-te apoiado por fatores pontuais, como a maior absorção de fundos comunitários e o financiamento do Banco Central para o Funding for Growth Scheme (FGS), um mecanismo que tem por objetivo apoiar o crescimento dos empréstimos às PME através de taxas de juro bonificadas.Apesar da aceleração no 4.º trimestre de 2014, no conjun-to do 2.º semestre a economia abrandou. A desaceleração

Europeu, realizadas em maio 2014, e as eleições locais, de outubro de 2014, confirmaram a posição dominante da Fidesz. Além disso, viram o Jobbik, um partido da extrema-direita, emergir como o 2.º maior partido. As próximas eleições são as presidenciais, em 2017. As eleições regulares diretas para os parlamentos nacionais e europeus terão lugar em 2018. A partir de 2014, os presidentes de Câmara e os órgãos locais passaram a ter mandatos de cinco anos.

As próximas eleições são as presidenciais, em 2017

deverá continuar ao longo de 2015 e 2016, apontando-se para crescimentos do PIB de 2,6% e 2,0%, respetivamen-te. Tal resultará, em parte, da reversão do efeito não repe-tível da forte subida do investimento em 2014. A procura interna continuará a ser o principal motor do crescimento económico, mas com uma mudança do investimento para o consumo privado, dado que as novas regras de hipo-tecas (a devolução efetuada pelos bancos aos clientes e mais baixas hipotecas, decididas em 2014, e em vigor em 2015, fixando a taxa de câmbio para efeitos do pagamen-to das prestações bancárias, relativas aos empréstimos em moeda estrangeira, nomeadamente, em CHF) deverão aumentar o rendimento disponível real das famílias. Com o início do novo período financeiro plurianual, a entrada de fundos da União Europeia (UE) poderá acabar por não descer em 2015.

Departamento de Estudos // fevereiro 2015

H U n g r i a p r e v i s õ e s e c o n ó m i c a s d o D e pa r ta m e n t o d e E s t u d o s d o M o n t e p i o

2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019

PIB 0,5 0,9 -6,6 0,8 1,8 -1,5 1,5 3,5 2,6 2,0 1,9 1,9 1,8

Inflação 7,9 6,0 4,0 4,7 3,9 5,7 1,7 0,0 0,8 2,8 3,0 3,0 3,0

Taxa de Desemprego 7,4 7,8 10,0 11,2 11,0 11,0 10,2 7,7 7,4 6,6 6,4 6,2 6,0

Balança Corrente (% PIB) -7,2 -6,9 -0,8 0,3 0,8 1,7 4,2 4,1 4,4 4,9 4,8 4,7 4,6

Saldo Orçamental (% PIB) -5,1 -3,7 -4,6 -4,5 -5,5 -2,3 -2,4 -2,6 -2,7 -2,5 -2,4 -2,3 -2,3

Notas: Os dados históricos do Saldo Orçamental seguem a metodologia da Comissão Europeia.

Crescimento em 2015 deverá desacelerar

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Se a dinâmica do consumo privado está mais em linha com a trajetória projetada de crescimento do rendimento disponível real (ou seja, uma menor poupança por motivo de precaução), o crescimento poderá ser maior. A recente legislação bancária poderá permitir uma recuperação mais rápida do que o previsto da concessão de empréstimos em condições normais, apoiando ainda mais o consumo priva-do e o investimento, representando, assim, outro risco po-sitivo, especialmente com o Plano de Investimentos para a Europa. Também o impulso para o poder de compra ligado aos preços do petróleo mais baixos pode ter

DESAFIOS E POLÍTICAS ESTRUTURAISNo final de janeiro o FMI considerava que as reformas estruturais ambiciosas podem colocar a Hungria numa trajetória de crescimento mais elevado. O crescimento é limitado por deficiências estruturais no mercado de trabalho, por um difícil clima de negócios, por uma crescente importância do Estado na economia e pela baixa produtividade. Daí a importância de um conjunto abrangente de medidas:

i) Mercado de trabalho: as baixas taxas de participação no mercado de trabalho, especialmente entre as mu-lheres, requerem a adoção de políticas direcionadas. As novas medidas para aumentar a participação feminina no mercado de trabalho podem incluir: a reorganização das despesas com as prestações familiares; eliminação progres-siva do regime de reforma antecipada para as mulheres; a redução do diferencial salarial entre géneros. Também seria importante melhorar as competências de trabalho e reduzir as disparidades neste domínio, visando aumentar a produtividade, incluindo o reforço da componente de

OPORTUNIDADES O fraco crescimento em relação aos anos pré-crise e a desalavancagem das famílias continuam potencialmente a limitar as oportunidades de mercado nos próximos anos, especialmente no segmento de bens de consumo. Os em-préstimos bancários às famílias deverão ainda manter-se constrangidos. O crescimento do consumo privado deverá manter-se relativamente moderado durante todo o perío-do de previsão. No entanto, embora o endividamento das famílias deva continuar a ser um obstáculo para os gastos,

um efeito maior sobre o crescimento que atualmente se espera. Já as vulnerabilidades externas, embora estejam mais moderadas, ainda são elevadas. Uma mudança brusca na perceção de risco, ligada à instabilidade finan-ceira nos mercados emergentes, à instabilidade da dívida soberana na Europa ou a uma nova escalada nas ten-sões geopolíticas na região, poderá levar a uma reversão do fluxo de capitais, tendo um impacto adverso sobre o financiamento do Governo e do setor bancário. Tal levaria, também, a prémios de risco mais elevados, o que enfraqueceria o balanço do setor privado, provocando uma inflação mais elevada e um menor crescimento. Além disso, um período prolongado de crescimento mais lento da procura externa pesará nas exportações.

formação da população ativa.

ii) Ambiente de negócios: reforçar o ambiente de negócios, inclusivamente através do aumento da transpa-rência e da previsibilidade das políticas, reduzindo a carga regulatória e aumentando a facilidade de pagamento de impostos – o que seria uma ajuda no longo caminho a percorrer para o apoio ao investimento e ao crescimento.

iii) Competitividade: são necessários mais esforços para melhorar a produtividade, aumentar a diversificação das exportações e subir na cadeia de valor. O foco deve estar no reforço da Investigação e Desenvolvimento (I&D), na promoção do empreendedorismo e no alívio dos impedi-mentos para a internacionalização das PME e a sua melhor integração na cadeia de valor.

FMI: reformas estruturais ambiciosas podem colocar a Hungria numa trajetória de crescimento mais elevado

o programa do Governo de apoio às famílias endividadas em moeda estrangeira deverá permitir uma redução dos níveis da dívida e dos pagamentos mensais de muitos mutuários. O desemprego também deverá continuar a diminuir. Espera-se que em 2019 o rendimento per capita seja cerca de 23% maior do que em 2014.

Departamento de Estudos // fevereiro 2015

Riscos para a previsão de crescimento estão equilibrados

Mercado de consumo pequeno em termos europeus…

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Já para 2016 parece inevitável a ocorrência de uma redu-ção dos fundos comunitários, o que terá efeitos nas ati-vidades ligadas ao investimento. As exportações deverão abrandar em 2015, devido à menor procura dos principais parceiros comerciais, devendo acelerar de novo em 2016, enquanto as importações se deverão manter estáveis, impulsionadas pelo consumo privado.

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A demografia e os níveis de rendimento da Hungria tor-nam o seu mercado de consumo relativamente pequeno. O país tem uma população de menos de 10 milhões de habitantes, semelhante à República Checa, mas muito menor do que a Polónia (38 milhões de habitantes) ou a Roménia (21 milhões de habitantes). O PIB per capita em paridade de poder de compra (PPP) está entre os mais baixos da UE, correspondendo a 66,2% da média da UE-28 em 2013, de acordo com o Eurostat - marginalmente abaixo da Polónia (67,3%) e consideravelmente abaixo da República Checa (82,3%) e Eslováquia (75,2%). O desempenho da Hungria a este nível também não tem sido muito favorável nos últimos anos, com este rácio a subir apenas em 4,1 pp entre 2005 e 2013, quando, por exemplo, na Polónia subiu em 17,3 pp no mesmo período. Esperamos, no entanto, que o desempenho da Hungria no que a esta medida diz respeito melhore durante os próximos cinco anos, dado que o crescimento na Europa Ocidental e do Sul deverá ser mais lento do que na Hun-gria e a população da Hungria deverá cair de 9,9 milhões em 2014 para 9,8 milhões em 2019.

A Hungria tem um nível relativamente baixo de desigual-dade de rendimento, mas ainda existem importantes variações regionais. Os maiores níveis de atividade econó-mica estão concentrados na região em torno da capital,

INFLAÇÃO A inflação medida pelo índice harmonizado de preços no consumidor (IHPC) foi de 0,0% em 2014, após 1,7% em 2013, em grande medida refletindo os cortes do Gover-no nos preços domésticos da energia, a que acrescem as quedas dos preços da alimentação e energia nos mercados internacionais. A taxa de inflação deverá manter-se baixa nos próximos meses por conta de uma moderação no hiato do produto e dos preços importados, quer devido à queda dos preços do petróleo, mas também às historica-mente baixas pressões inflacionistas na Zona Euro. Assim,

Budapeste, e em Transdanubia (oeste do rio Danúbio), em especial nos municípios que fazem fronteira com a Áustria e em torno de Szekesfehervar. Estas áreas são as que mais têm beneficiado do investimento direto estrangeiro (IDE) e da atividade exportadora. O Nordeste da Hungria, onde uma minoria da população romena de etnia cigana (Roma) está concentrada, experimentou um forte desenvolvimen-to industrial durante o regime comunista, mas é hoje mais pobre do que o resto do país.

O mercado consumidor é relativamente maduro em comparação com outras economias em desenvolvimento. O padrão de vida para muitos húngaros tem melhorado ao longo dos últimos anos, como é demonstrado pelo aumento no número de telefones, casas de férias e carros por família. A densidade telefónica mais do que triplicou desde 1989 e a taxa de propriedade de automóveis au-mentou em 50%, para 300 por 1 000 pessoas. Até ao iní-cio da década de 2000 a procura reprimida por produtos de linha branca e por produtos eletrónicos foi amplamen-te satisfeita e a procura está agora limitada principalmente para compras de reposição. Mais de 90% dos domicílios possuem televisores, máquinas de lavar e frigoríficos.

os preços do consumidor em 2015 deverão crescer 0,8%. Os efeitos associados ao petróleo deverão diminuir a partir do 2.º semestre de 2015. Com a diminuição do hiato do produto e uma taxa de câmbio mais fraca, a inflação de-verá atingir os 2,8% em 2016. Desde que as expectativas de inflação permaneçam ancoradas, a inflação irá gradual-mente atingir a meta dos 3%.

Inflação zero em 2014… convergência com a meta de inflação em 2016

POLÍTICA MONETÁRIA No final do mês de janeiro o FMI reconhecia que, com a taxa de juro de referência num nível historicamente baixo e com um aumento da utilização do Funding for Growth Scheme (FGS), as condições monetárias aliviaram apropriadamente, de modo a apoiar a forte recuperação da procura interna. No entanto, as pressões inflacionistas continuam dependentes de um produto abaixo do poten-cial, de um ambiente externo fraco e da queda dos preços das commodities, o que deverá conduzir a uma perma-nência de inflação baixa por um período de tempo prolon-

gado. Além disso, os riscos para a inflação são sobretudo descendentes, especialmente se as expectativas para a inflação continuarem moderadas. O FMI vê, assim, espaço para uma flexibilização adicional, ainda que cautelosa, da política monetária, sobretudo tendo em conta a melhoria

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… e maduro comparativamente a outras economias em desenvolvimento

FMI recomenda flexibilizações adicionais da política monetária se as pressões desinflacionistas persistirem

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SETOR FINANCEIRONa sua última análise à economia da Hungria, em janei-ro deste ano, o FMI considera que o setor bancário continua sob pressão, embora a sua vulnerabilidade a choques tenha diminuído. Por um lado, enquanto as situações de capital e de liquidez em termos agregados são adequados, muitos bancos têm continuado a exibir perdas e têm enfrentado uma contração continuada nos seus balanços. Além disso, a Lei de Liquidação, juntamen-te com a carga tributária e uma significativa constituição de provisões para perdas com crédito em incumprimento (non-performing loans - NPLs), tem mantido o sistema bancário no vermelho. Por outro lado, a conversão das hipotecas em moeda estrangeira a taxas de câmbio de mercado reduziu significativamente a exposição do setor privado ao risco cambial, e é suscetível de melhorar a qualidade dos ativos, reduzindo a dependência do setor bancário aos swaps cambiais. A Lei da Integridade Bancá-ria, embora podendo pesar na rendibilidade, irá aumentar a transparência na formação dos preços.

Reparar a intermediação financeira é fundamental para o crescimento sustentado a médio prazo. Apesar das condições monetárias acomodatícias e do melhor sentimento de mercado, o crédito bancário conti-nua a contrair. O Funding for Growth Scheme (FGS) melhorou o acesso das PME ao financiamento, os custos dos empréstimos reduziram-se e houve um aumento da sua maturidade. O FGS pode ainda ser modificado, no sentido de melhor suportar o canal de transmissão da política monetária e aumentar o seu impacto sobre o crescimento económico. No final de janeiro, o FMI reco-mendava que se ligasse a taxa dos empréstimos à taxa de referência do Banco Central, por forma a compensar adequadamente os bancos nos empréstimos de maior risco concedidos às PME. O FMI também recomendava a

da capacidade de resistência das famílias ao risco cambial e também à luz das recentes medidas de flexibilização mo-netária apresentadas pelo BCE (quantitative easing). Tal postura também será justificada se a consolidação orça-mental prosseguir. Em caso de uma deterioração acentua-da da perceção de risco, um aperto monetário adicional seria necessário para atenuar as saídas de capital e apoiar

a estabilidade financeira. Neste sentido, é provável que o Banco Central da Hungria (MNB) acabe mesmo por não flexibilizar a sua política monetária este ano. O FMI saúda a intenção do MNB em manter um nível adequado de reservas internacionais, as quais servem como um buffer, indispensável contra os choques no mercado cambial.

redução da carga fiscal sobre os bancos e, neste contexto, encoraja o Governo a discutir com os bancos formas de melhorar o seu ambiente operacional. Finalmente, o papel do Estado no sistema bancário precisa ser contido e os empréstimos devem basear-se em práticas de gestão de risco adequadas.

Acelerar a limpeza da carteira dos bancos apoiará a intermediação financeira Embora os NPL tenham estabilizado, deverão permanecer elevados, dado que a limpeza da carteira dos bancos de-verá fazer-se lentamente. Assim, são necessários esforços mais intensos para facilitar uma limpeza mais rápida das carteiras dos bancos, através da melhoria do enquadra-mento legal, fiscal e regulatório. A adoção de uma lei de insolvência pessoal, em linha com as melhores práticas internacionais, seria importante. A criação da Socieda-de Gestora de Ativos (MARK) deve ajudar os bancos a focarem-se nas suas atividades essenciais de concessão de crédito e de captação de depósitos, removendo dos seus balanços os empréstimos relativos ao imobiliário comercial com problemas de cumprimento. O FMI sublinha a impor-tância de manter as operações da MARK totalmente inde-pendentes e transparentes de modo a evitar um conflito potencial com os objetivos do banco central (MNB) para os preços e para a estabilidade financeira. Além disso, o objetivo exclusivo do MARK deve ser o de maximizar o valor dos ativos adquiridos, ao mesmo tempo que a trans-ferência de ativos é feita numa base voluntária, baseada num conjunto claro e coerente de critérios de avaliação.

Setor bancário continua sob pressão, embora a sua vulnerabilidade a choques tenha diminuído

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POLÍTICA CAMBIALO excedente externo da Hungria continuará a representar um importante suporte para o forint (HUF), mas o im-pacto do aperto monetário da Reserva Federal americana (Fed), as baixas taxas de juro internas, as preocupações relativamente ao elevado stock de dívida da Hungria e um ambiente político imprevisível deverão exercer uma pressão em baixa sobre a moeda em 2015. Tendo iniciado o mês de dezembro 2014 em cerca de 246 HUF/USD, o forint caiu drasticamente durante a forte queda do rublo russo nesse mês, acabando por descer também em janei-ro, fechando o mês nos 275,61 HUF/USD. Depois da taxa de câmbio média de 232,0 HUF/USD observada em 2014, traduzindo um enfraquecimento da moeda ao longo do

ano (261,64 HUF/USD no final de 2014), prevê-se que o forint mantenha esta tendência descendente em 2015 e 2016, devendo terminar este ano com uma taxa de câm-bio na ordem dos 285 HUF/USD e o próximo na ordem dos 294.0 HUF/USD. O forint deverá iniciar uma recupe-ração face ao dólar apenas a partir de 2017, refletindo o esperado aperto da política monetária por parte do BCE, com consequências na maioria dos bancos centrais da União Europeia que participam no mecanismo europeu de taxas de câmbio.

Forint deverá enfraquecer

POLÍTICA ORÇAMENTALOs principais objetivos políticos do Governo para o seu 2.º mandato serão provavelmente reduzir ainda mais os custos para as famílias ao nível da utilização das utilities, aumentar o emprego e sustentar o crescimento, gerindo ao mesmo tempo o défice orçamental e a dívida pública, de modo a evitar novas sanções por parte da UE. Provavel-mente o Governo deverá utilizar os impostos setoriais para a prossecução destes objetivos. Por exemplo, em março de 2015 o Governo pretende criar uma holding pública para competir com o setor privado na prestação de serviços de utilities para as famílias. O Governo também poderá tentar melhorar a eficiência da administração pública e introduzir reformas na saúde e na educação.

Défice orçamental em 2014 cum-priu a meta, mas a postura orça-mental deteriorou-se e a dívida pública aumentou ligeiramenteOs dados preliminares sugerem que o défice orçamen-tal em 2014 pode ter chegado aos 2,6% do PIB, ou seja, 0,3 pp abaixo da meta oficial. A melhoria decorre, em parte, da redução das reservas extraordinárias (ou seja, um item de despesas condicional e que serve como um amortecedor orçamental). Além disso, os aumentos das despesas ligadas principalmente à alteração do orçamen-to, em novembro 2014 foram mais do que compensadas por receitas extraordinárias, incluindo resultados extraor-dinários e pelo IRC. O total das receitas foi impulsionado pela aceleração da economia, em concreto pela melhoria das receitas associadas ao consumo (IVA) e aos salários dos trabalhadores (IRS e contribuições sociais), mas com as melhorias na administração fiscal a serem parcialmente compensadas por um aumento dos gastos. A beneficiar também a execução orçamental em 2014 esteve a redução

das yields da dívida pública e o aumento das receitas em juros, que permitiram uma substancial redução das despe-sas líquidas em juros quando comparado com 2013.

No entanto, a política orçamental continua a ser pró-cí-clica e as estimativas preliminares sugerem que a dívida pública em relação ao PIB tenha aumentado ligeiramente em 2014, em parte devido ao movimento da taxa de câmbio. Pese embora o orçamento de 2015 preveja uma redução do défice, o compromisso das autoridades para a consolidação orçamental tem de ser apoiado por medidas concretas de política. Com base no Orçamento aprovado, o défice de 2015 deverá subir para 2,7% do PIB, o que implica mais um ligeiro relaxamento orçamental e apenas uma diminuição moderada do endividamento público, não obstante o crescimento relativamente forte. Apesar das despesas com juros poderem ser inferiores ao que se esti-mava no outono passado, o saldo primário deteriorou-se ligeiramente desde então. Tal reflete a despesa adicional de mais de 1% do PIB, mas que é largamente compensa-da por medidas de aumento das receitas de financiamento suplementar da UE, bem como o efeito de base positivo das receitas fiscais mais elevadas que o esperado. Esta previsão de défice não inclui as receitas pontuais previstas da venda de ativos que ainda não foram suficientemente especificadas, enquanto se presume que os investimen-tos ligados a essas receitas serão reduzidos, mas apenas parcialmente.

Em relação aos riscos orçamentais, o défice de 2014 continua sujeito a incertezas relativas ao desempenho dos órgão locais da Administração Pública. Em 2015, além dos riscos positivos relacionados com os efeitos adicionais das recentes medidas de combate à evasão em sede de IVA, bem como para a realização de algumas vendas de ativos, existem também riscos negativos, como é o caso da

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correção financeira dos fundos da UE, que poderá ser mais forte do que o planeado, assim como o risco de derrapa-gem na despesa do setor da educação.

O défice estrutural ter-se-á deteriorado significativamen-te em 2014, para 2,6% do PIB, devendo em seguida esta-bilizar antes de melhorar pelo menos 0,25 pp em 2016.

A distorção nos impostos setoriais continua a prejudicar o investimento e o crescimento no longo prazo. Além disso, a inclusão de fontes de receitas não identificados pesa so-bre a transparência orçamental, enquanto os contributos consideráveis para os programas discricionários compro-metem a qualidade dos gastos. Foi anunciada, recente-mente, a intenção das autoridades em reduzir o tamanho do setor público, o que foi bem-vindo, mas mais medidas concretas são necessárias para melhorar a eficiência dos gastos.

Uma estratégia de consolidação orçamental amiga do crescimento e inclusiva poderá reconduzir a dívida para uma trajetória descendente e impulsionar o crescimento de longo prazo À luz da necessidade de equilibrar a redução da dívida com o apoio ao crescimento, o FMI, no final de janeiro, recomendava um aperto orçamental estrutural moderado de 0,5% do PIB por ano a partir de 2015, consistente de acordo com a redução da dívida pública para cerca de 60% do PIB em 2020. Estes ajustes devem ser firmemente ancorados num quadro orçamental de médio prazo. Na opinião do FMI existe uma margem para aumentar

o capital humano e físico e a produtividade global, através de uma série de medidas de política orçamental, incluindo: i) passos a dar para aumentar a eficiência e progressivida-de do sistema fiscal, nomeadamente por via da redução das isenções e eliminar gradualmente as distorções entre os impostos setoriais, e também a abordagem de ques-tões como a fraude do IVA; ii) a redução do emprego no setor público e melhorar a prestação de serviços públicos (incluindo a área da saúde, educação e empresas do Esta-do), através de uma maior eficiência das despesas; iii) um sistema de Estado social mais eficiente, com base em obje-tivos específicos, com transferências ligadas às políticas do mercado de trabalho com foco em formar as competên-cias individuais dos trabalhadores junto de uma eliminação progressiva do programa de obras públicas.

O rácio da dívida pública em relação ao PIB deverá ter crescido em 0,4 pp em 2014, para 77,7%, principalmente por conta do enfraquecimento da taxa de câmbio. Em 2015 espera-se que a redução da dívida seja dificultada pela necessidade de efetuar adiantamentos internos para a conclusão de projetos cofinanciados pela UE. O rácio da dívida em relação ao PIB deverá diminuir mais rapidamente em 2016.

VIKTOR ORBÁNPrimeiro-ministo da Hungria

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CONTAS EXTERNASO setor externo tem sido o principal motor de crescimen-to para a maior parte do período desde a crise financeira global, com as principais indústrias exportadoras - nomea-damente de automóveis e produtos químicos – a revela-rem um bom desempenho. A Hungria tem apresentado excedentes comerciais e da balança corrente, este último equivalente a 4,2% do PIB em 2013. Estimamos que o excedente da balança corrente tenha caído ligeiramente, para 4,1%, em 2014, mas deverá aumentar em 2015

devido aos preços mais baixos do petróleo e ao facto de o forint mais fraco restringir o crescimento das importações. Prevemos um excedente médio da balança corrente de 4,7% do PIB no período 2015/19.

Excedente médio da balança corrente de 4,7% do PIB no período 2015/19

POPULAÇÃOA população húngara deverá envelhecer e diminuir ao longo dos próximos cinco anos. A população tem vin-do a diminuir desde 1980, caindo de 10,7 milhões em 1980 para 9,9 milhões em 2014. A principal razão para o declínio da população (e da força de trabalho) é a quebra acentuada das taxas de natalidade, a falta de trabalhos a tempo parcial ou oportunidades de emprego flexíveis para as mulheres, um maior acesso aos contracetivos e o aumento na média de idade dos casais que se casam.

Número de pensionistas está a crescer rapidamenteA fraca saúde da população também contribuiu para as tendências demográficas adversas. Em todo o caso, os indicadores da Hungria têm melhorado significativamente, mas ainda estão abaixo dos níveis médios da OCDE ou da UE. Como tal, dão ao país alguns dos mais pobres indica-dores de saúde e de fatores de risco para a saúde na Euro-pa. A expectativa de vida está a aumentar, mas a Hungria ainda é um dos países da OCDE com pior performance neste indicador. A expectativa de vida ao nascer em 2013 é estimada em 70 anos para os homens e 78 anos para as mulheres, acima dos 67 e 75 anos, respetivamente, em 2000. A mortalidade infantil desceu de cerca de 10‰ em 2000 para 5‰ em 2013. A mortalidade infantil é mais elevada do que a média europeia. A Hungria tem a mais elevada taxa de mortalidade de cancro nos países da OCDE e a 2.ª mais elevada em doenças cardiovasculares.

Mesmo admitindo melhorias significativas, tanto na fertili-dade como na esperança de vida, a população poderá di-minuir mais de 15% até meados do século, de acordo com a projeção da população a longo prazo das Nações Unidas (variante média). A taxa de fecundidade é de 1,2 filhos por mulher (e, portanto, pouco mais de metade da taxa de substituição de gerações). A projeção supõe um aumento constante da fertilidade, mas tal não é, de forma alguma, garantido. Se a taxa de fertilidade não conseguir recuperar, a descida da população poderá ser ainda mais intensa.

No longo prazo, a descida e o envelhecimento gradual da população deverão ser um impedimento ao crescimento económicoOs pensionistas já representam mais de 17% da popula-ção e, como é o caso em qualquer outro país na Europa, a proporção de pensionistas está a crescer rapidamente. A escassez de trabalho irá emergir como um problema grave no período de previsão, devido ao envelhecimento da população. Daí a necessidade de melhorar a utiliza-ção do potencial da força de trabalho do país e evitar a emigração de trabalhadores mais jovens. Há espaço para aumentar a participação no mercado de trabalho, que continua a ser baixa, em torno de 65%. O Governo tem feito deste um importante objetivo político e alcançou algum sucesso, embora principalmente através de regimes públicos de emprego. O Governo também afirma querer aliviar o potencial conflito entre trabalho e paternidade, mas envia mensagens contraditórias, nomeadamente através dos consideráveis incentivos financeiros e retóricos dados à maternidade a tempo integral.

O número de cidadãos estrangeiros residentes na Hungria caiu de cerca de 207 mil em 2011, para cerca de 141 mil em 2013. A maioria dos residentes estrangeiros é pro-veniente da Roménia, Alemanha, Ucrânia e dos antigos estados da Jugoslávia, e são, em grande medida, de etnia húngara. A imigração pode ajudar a compensar o declí-nio demográfico do país, dado que a percentagem de jovens entre os imigrantes tende a ser maior do que entre a população húngara residente. No entanto, o Governo rejeita explicitamente a imigração como uma solução para os desafios económicos de longo prazo da Europa, por motivos sociais e culturais.

No longo prazo, a descida e o envelhecimento gradual da população deverão ser um impedimento ao crescimento económico. Esta tendência será agravada pelo facto de a

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população em idade de trabalhar dever contrair-se mais rapidamente do que a população em geral. A diminuição da população em idade ativa vai agravar os problemas no

mercado de trabalho e exacerbar a escassez de mão-de- -obra qualificada.

MERCADO LABORALO número de ofertas de emprego, não subsidiado, aumen-tou em 2014, assim como a taxa de atividade e a taxa de emprego. Acompanhando o crescimento económico, a criação de emprego no setor privado continuou, mas o crescimento do emprego foi também apoiado pelas exten-sas obras públicas levadas a cabo no país. No 3.º trimestre de 2014, o desemprego diminuiu para 7,4%, estimando-se que tenha ficado um pouco acima deste valor no total do ano. Com efeito, em termos anuais, a taxa de desem-prego terá diminuído de 10,2% em 2013 para 7,7% em 2014. Em 2016, o desemprego deverá ficar abaixo dos

PERSPETIVAS DE MÉDIO PRAZO A Hungria tem uma força de trabalho bem instruída e uma localização atraente perto dos importantes mercados alemão e austríaco. A adesão à UE tem vindo a fortalecer o seu sistema económico baseado em mercados com-petitivos, de propriedade privada e com livre acesso aos mercados na Europa Ocidental. No entanto, algumas condições atuais servirão como impedimentos para um maior crescimento no longo prazo. Apesar da força de trabalho bem instruída e os baixos salários terem atraído um grande número de investidores estrangeiros na década de 1990, existe uma escassez de mão-de-obra qualifica-da, refletindo designadamente o facto de as reformas no sistema educativo não terem conseguido acompanhar as necessidades do mercado. As entidades patronais, em particular, têm dificuldade em recrutar trabalhadores que combinem boas competências técnicas com uma capacidade de gestão. A escassez de competências tende a persistir, sendo que as atualmente existentes no país tenderão a ser cada vez mais aliciadas pelos empregadores na Europa Ocidental, onde as economias estão a enfrentar uma diminuição da força de trabalho, devido ao envelhe-cimento da população. Com alguns dos húngaros mais qualificados a serem atraídos por salários mais elevados na UE e com um sistema educativo que irá beneficiar apenas modestamente das tentativas de aumentar o financiamen-to e das reformas curriculares, a atual escassez de compe-tências deverá manter-se. A elevada taxa de mortalidade da Hungria, em comparação com a registada na Europa Ocidental, e o seu fraco sistema de saúde afetam negati-vamente as perspetivas de longo prazo para o crescimento económico.

7%, refletindo designadamente o esperado aumento das obras públicas, sendo que em 2019 deverá situar-se nos 6,0%. Paralelamente, a dinâmica dos salários no setor pri-vado permanecerá moderada devido a uma inflação mais baixa em 2015. No setor público, o congelamento dos salários nominais e o aumento das obras públicas, que cria principalmente empregos de baixa remuneração, deverá manter o crescimento dos salários bastante moderado.

Taxa de desemprego tem vindo a diminuir, devido à expansão das obras públicas e à criação de empregos no setor privado

PIB poderá expandir a uma taxa média de 1,9% ao ano num perío-do entre 2013/30Em termos de tendências demográficas: a Hungria enfrenta movimentos demográficos desfavoráveis, com a população a dever diminuir em mais de 400 000 pessoas ao longo dos próximos 20 anos (a população já diminuiu cerca de 700 000 desde o início da década de 1980). O declínio da população é quase inteiramente resultado de uma tendência de longo prazo de baixas taxas de natali-dade, e não do facto de os húngaros terem oportunidade de trabalhar noutros países da UE. Apesar de a população continuar a diminuir, a Hungria apresenta melhorias ao nível da esperança média de vida. Como resultado, a po-pulação irá envelhecer substancialmente ao longo do ho-rizonte de previsão, com as pessoas com mais de 65 anos a corresponderem a um quarto da população em 2030. A Hungria apresenta reduzidas taxas de participação da força de trabalho, sendo que a sua melhoria iria atenuar o atual peso do sistema de pensões sobre o trabalhador médio. No entanto, refira-se que o número de pessoas em idade ativa por cada pensionista vai cair para menos de três em 2030. Estes cálculos baseiam-se no pressuposto de que nada acontecerá para alterar drasticamente o perfil demográfico. No entanto, como as populações de quase todos os países da UE estão a envelhecer rapidamente, os governos podem ter de tomar medidas, tais como permitir um incremento da imigração entre países não membros da UE e aumentar ainda mais a idade de reforma. Tais alterações poderão, no entanto, revelar-se politicamente impopulares. Ao mesmo tempo, com a escassez de mão-

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-de-obra na maior parte da UE, as empresas da Europa Ocidental deverão acabar por recrutar fortemente na Euro-pa de Leste.

Tendências demográficas desfavoráveisRelativamente ao enquadramento externo enquanto país altamente orientado para a exportação, a Hungria beneficia da liberalização gradual do comércio mundial e de uma maior integração económica na UE. Algum pro-gresso será feito dentro da UE para eliminar os obstáculos que ainda subsistem no comércio de bens, bem como a continuação da liberalização do comércio de serviços, embora este último a um ritmo muito mais lento do que a Comissão Europeia (CE) tinha originalmente planea-do. É provável que aumente a integração das cadeias de fornecimento da Hungria com a Europa Ocidental, assim como com outros novos membros da UE, continuando a ser uma base de produção para os países mais ricos da UE. Uma maior integração com as cadeias de fornecimento europeias torna a Hungria cada vez mais um polo para o back-office e outros serviços de apoio. No entanto, os no-vos membros da UE competem cada vez mais com outros mercados emergentes, como a China e a Índia, onde os salários permanecem muito mais baixos do que na Europa Central. No resto da região, como na República Checa e na Eslováquia, o investimento estrangeiro tem-se centrado em setores como a indústria automóvel, onde custos de transporte contam tanto como os custos do trabalho. Em-bora a Hungria também tenha recebido uma grande parte do investimento estrangeiro em fábricas de automóveis, o investimento tem-se concentrado na montagem eletrónica e na produção de equipamentos de telecomunicações, onde os custos de transportes são muito mais baixos, colocando a Hungria em concorrência direta com a China. Assim, a indústria transformadora húngara será forçada a subir na cadeira de valor da produção para conseguir competir com outros mercados.

Ao nível institucional, a qualidade global das instituições na Hungria compara favoravelmente com a maioria dos seus parceiros regionais, bem como a proteção dos direi-tos de propriedade. No entanto, a burocracia está entre as mais elevadas da UE. O quadro regulamentar geral deve

tornar-se menos oneroso ao longo do tempo. O atual Go-verno, liderado pelo partido político Fidesz, reestruturou os órgão autárquicos e comprometeu-se a racionalizar a administração do Governo central. No entanto, a melhoria da qualidade global da Administração Pública será morosa. Espera-se que a Hungria faça progressos na melhoria do seu ambiente macroeconómico, mas a estabilidade poderá ser comprometida por uma melhoria demasiado lenta em importantes áreas, como a necessária reforma estrutural da despesa pública. Como resultado, as mudanças na qualidade do ambiente de negócios terão apenas um pe-queno efeito positivo no crescimento potencial de longo prazo da Hungria.

Qualidade das instituições na Hungria compara favoravelmente com a maioria dos seus parceiros regionaisDesempenho de longo prazo: o aumento das taxas de participação na força de trabalho e o crescimento da produtividade do trabalho irão apoiar uma expansão constante da atividade económica e uma gradual (e lenta) aproximação da Hungria aos níveis de rendimento médio da Zona Euro, mas a evolução de alguns fatores demo-gráficos e políticos significa que o crescimento vai acabar por ficar atrás de muitos mercados emergentes. Prevê-se que a economia expanda a uma taxa média de 1,9% ao ano entre 2013/30. O PIB per capita deverá aumentar de forma relativamente forte, numa média de 2,1% ao ano, enquanto a população deverá diminuir, mas isto irá fazer com que a Hungria passe apenas dos 54% do PIB per capita alemão em 2014 para cerca de 60% até 2030 (em termos de paridade de poder de compra - PPP). Embora se preveja uma taxa média de crescimento real do PIB no período superior à da Europa Ocidental, existem alguns riscos descendentes. Se o Governo não conseguir consoli-dar as finanças públicas e melhorar o ambiente de negó-cios, a taxa de crescimento do PIB poderá acabar por ficar bem abaixo do perspetivado.

Crescimento económico húngaro deverá superar o da Europa Ocidental até 2030

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ÍNDICE DE LIBERDADE ECONÓMICA- The Heritage Foundation

A pontuação da Hungria ao nível da liberdade económica é de 66,8 pontos, correspondendo à 54.ª economia mais livre dos países que compõem o índice em 2015. Trata-se de um resultado que fica 0,2 pontos abaixo do observado no ano anterior, refletindo reduções nos direitos de pro-priedade, na liberdade empresarial e fiscal, bem como no controlo dos gastos públicos, que superaram as melhorias na liberdade monetária, laboral e de corrupção. A Hungria está em 25.º lugar entre os 43 países da Europa e a sua pontuação está acima da média mundial, mas abaixo da média regional.A Hungria atingiu o seu pico em termos de liberdade eco-nómica em 2013, com os declínios nos últimos dois anos, particularmente em termos de direitos de propriedade e liberdade de negócios, a levantarem dúvidas sobre a atual situação para novas reformas.

A transição económica no longo prazo para uma econo-mia de mercado aberta tem sido destacada por melhorias nos regimes de comércio e investimento.

O ambiente para a criação de negócios é relativamente encorajador para o empreendedorismo e os mercados de capitais são desenvolvidos e abertos ao investimento direto estrangeiro. As preocupações sobre o estado de direito têm vindo a aumentar ao longo dos últimos anos e o orçamento do Governo tem sofrido crescentemente pelo facto de ter sido anteriormente emitida dívida em moeda estrangeira.

ENQUADRAMENTOA Hungria é membro da Organização do Tratado do Atlântico do Norte (NATO) desde 1999 e um membro da UE desde 2004. As eleições parlamentares de abril de 2014 foram realizadas de acordo com a nova Constitui-ção, que entrou em vigor em janeiro de 2012. O partido de centro-direita Fidesz - Aliança Cívica Húngara ganhou a maioria dos assentos no Parlamento e o Primeiro-minis-tro Viktor Orbán, que está no cargo desde maio de 2010, formou um novo Governo. Apesar de conseguir um amplo apoio eleitoral, Orbán até agora tem conseguido um su-cesso económico limitado. A Hungria saiu da recessão no início de 2013, mas com apenas uma modesta recupera-ção. A oferta de trabalho de baixa qualificação excede em muito a procura, o que gera um elevado desemprego. A elevada dívida continua a ser a principal vulnerabilidade.

ESTADO DE DIREITO A Hungria tem uma baixa classificação entre os membros da UE no índice de Perceção da Corrupção e Transparência Internacional relativo a 2013.

EFICÁCIA DA REGULAÇÃOO enquadramento em termos de empreendedorismo é relativamente transparente e eficiente. Para iniciar um negócio são necessários quatro procedimentos

e demora, em média, cinco dias, mas o licenciamento pode ser demorado. O mercado de trabalho carece de flexibilidade, mas os custos não-salariais do trabalho não são elevados em comparação com outros países da região. A Hungria receberá, entre 2014 e 2020, cerca de 2 mil milhões de euros em subsídios agrícolas da UE.

INTERVENÇÃO DO GOVERNO A taxa máxima de IRS é de 16% e a de IRC de 19%. Outros impostos incluem o IVA e um imposto sobre a pro-priedade. As receitas fiscais totais correspondem a 38,9% do PIB. A despesa pública equivale a 49,7% do PIB e a dívida pública a 79% do PIB.

ABERTURA ECONÓMICAOs membros da UE têm uma tarifa aduaneira média de 1,0%. Embora existam algumas barreiras não tarifárias, a UE é relativamente aberta ao comércio externo. Os investidores, sejam ou não estrangeiros, são geralmen-te tratados de igual forma perante a lei. O setor finan-ceiro é dominado por bancos, muitos dos quais são de propriedade estrangeira. O setor bancário continua a ser atormentado pela baixa rendibilidade e elevada incerteza. Desde 2010, os bancos comerciais têm sofrido um aumento de impostos.

Departamento de Estudos // fevereiro 2015

A Hungria é a 54.ª economia mais livre dos países que compõem o índice em 2015

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INDICADORES DE RISCO

C O U N T RY ’S S C O R E O V E R T I M E C O U N T RY C O M PA R I S O N S

Departamento de Estudos // fevereiro 2015

R at i n g H e r i ta g e F o u n d at i o n

SCORE % 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

Overall Score 67,6 66,8 66,1 66,6 67,1 67,3 67,0 66,8

Property Rights 70,0 70,0 65,0 65,0 70,0 65,0 60,0 55,0

Freedom from Corruption 52,0 53,0 51,0 51,0 47,0 46,0 48,6 54,0

Government spending 26,5 19,2 25,9 27,4 24,4 29,7 26,8 25,9

Fiscal Freedom 70,0 70,6 68,6 69,7 78,6 79,7 81,1 78,7

Business Freedom 74,4 77,4 76,8 76,5 79,8 79,1 79,3 74,5

Labor Freedom 70,3 68,4 67,6 67,7 67,6 64,4 65,7 67,7

Monetary Freedom 77,2 73,8 74,1 75,9 76,1 77,1 75,6 79,2

Trade Freedom 86,0 85,8 87,5 87,6 87,1 86,8 87,8 88,0

Investment Freedom 80,0 80,0 75,0 75,0 70,0 75,0 75,0 75,0

Financial Freedom 70,0 70,0 70,0 70,0 70,0 70,0 70,0 70,0

Fonte: The Heritage Foundation.

R at i n g E I U ( T h e E c o n o m i s t I n t e l i g e n c e U n i t )

SCORE % 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2013 2014

Country Risk 54 55 51 51 46 52 48 44 BB BB

Sovereign* 54 56 53 52 47 52 48 44 BB BB

Currency* 54 56 50 50 41 48 45 39 BB BBB

Economic 48 53 55 58 50 55 55 53 B B

Political 27 29 31 27 24 25 27 29 A A

Banking* 53 54 51 51 49 55 52 49 B BB

Fonte: EIU. Nota (*): Utilizado na contrução do “Country Risk”.

Moody’s S&P Fitch

Ba1 BB BB+

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HUNGRIA GDP GROWTH

HUNGRIA GROSS NATIONAL SAVING (%GDP)

HUNGRIA UNEMPLOYMENT RATE

HUNGRIA POPULATION

HUNGRIA PER CAPITA GDP

HUNGRIA C U R R E N T A C C O U N T ( % G D P )

HUNGRIA PUBLIC DEBT (%GDP)

HUNGRIA EXPORTS GROWTH

HUNGRIA INVESTMENT (% GDP)

HUNGRIA INFLATION RATE

HUNGRIA BUDGET BALANCE (%GDP)

HUNGRIA IMPORTS GROWTH

CHART BOOK

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DEPARTAMENTO DE ESTUDOS Rui Bernardes Serra Chief [email protected]

José Miguel Moreira Senior [email protected]

Margarida Filipe Junior [email protected]

Artur Patrício Junior [email protected]

APOIO À INTERNACIONALIZAÇÃO DAS EMPRESASFlorbela Cunha Head of [email protected]

Rita Marques Trade [email protected]

Luis Carvalho Africa [email protected]

Carla Marques Mendes International Business [email protected]

Alexandra Neves International Business [email protected]

ADVERTÊNCIA Este documento foi elaborado pelo Departamento de Estudos da Caixa Económica Montepio Geral e é disponibilizado com intuito e para fins exclusivamente informativos. Todos os dados, análises e considerações nele contidas estão simplesmente baseadas no que estimamos ser as melhores informações disponíveis, recolhidas a partir de fontes oficiais e outras consideradas credíveis, não assumindo, todavia, qualquer responsabilidade por erros, omissões ou inexatidões das mesmas. As opiniões e previsões expressas refletem somente a perspetiva e os pontos de vista dos autores na data da sua elaboração, podendo ser livremente modificadas a todo o tempo e sem aviso prévio. Neste contexto, o presente documento não pode, em circunstância alguma, ser entendido como convite ao investimento, seja de que natureza for, nem como proposta ou oferta de negócio de qualquer tipo. Qualquer decisão de investimento deve ser devidamente ponderada, fundamentada na análise crítica, pelo investidor, de toda a infor-mação publicamente disponível sobre os ativos a que respeita, suas características e adequação ao perfil de risco assumido, e devem ter em conta todos os documentos emitidos ao abrigo da regulamentação das entidades de supervisão, nomeadamente da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários. Nem o Montepio, na qualidade de emitente do documento, nem nenhuma entidade sua dominante ou dominada ou qualquer outra integrante do Grupo Montepio em que se insere, pode, consequentemente, ser responsabilizada por eventuais perdas ou prejuízos decorrentes de decisões de investimento que, quem quer que seja, tenha tomado, mesmo que por levar em conta elementos constantes deste documento. Por outro lado, uma vez que este documento não contempla qualquer tipo de informação privilegiada ou reservada, nem constitui nenhum conselho ou convite ao investimento, as empresas do Grupo Montepio mantêm o direito de, nos limites da lei, transacionar ou não, ocasional ou regularmente, qualquer ativo direta ou indiretamente relacionado com o âmbito deste relatório. O relatório pode ser reproduzido, desde que seja citada a fonte.

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