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INFRAÇÕES ELEITORAIS Ago/2010 EMERJ

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INFRAÇÕES ELEITORAIS

Ago/2010EMERJ

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Espécies

• Propaganda antecipada• Propaganda irregular• Conduta Vedada• Abuso de poder econômico/ político/uso

dos meios de comunicação• Abuso na captação e gasto de recursos

de campanha• Captação ilícita de sufrágio

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... E ainda

• Crimes eleitorais• Fraude

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Captação Ilícita de Sufrágio

• Base normativa:

• Art. 14, § 9º da CR• Art. 41-A da Lei 9504/97• Art. 1º, I da LC 135/2010• Art. 299 do Código Eleitoral

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Art. 299 do CE

• Art. 299. Dar, oferecer, prometer, solicitar ou receber, para si ou para outrem, dinheiro, dádiva, ou qualquer outra vantagem, para obter ou dar voto e para conseguir ou prometer abstenção, ainda que a oferta não seja aceita:

•         Pena - reclusão até quatro anos e pagamento de cinco a quinze dias-multa.

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Art. 41-A/ Lei 9504/97• Art. 41-A. Ressalvado o disposto no art. 26 e seus

incisos, constitui captação de sufrágio, vedada por esta Lei, o candidato doar, oferecer, prometer, ou entregar, ao eleitor, com o fim de obter-lhe o voto, bem ou vantagem pessoal de qualquer natureza, inclusive emprego ou função pública, desde o registro da candidatura até o dia da eleição, inclusive, sob pena de multa de mil a cinqüenta mil Ufir, e cassação do registro ou do diploma, observado o procedimento previsto no art. 22 da Lei Complementar no 64, de 18 de maio de 1990. (Incluído pela Lei nº 9.840, de 28.9.1999)

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• § 1o  Para a caracterização da conduta ilícita, é desnecessário o pedido explícito de votos, bastando a evidência do dolo, consistente no especial fim de agir.

•         § 2o  As sanções previstas no caput aplicam-se contra quem praticar atos de violência ou grave ameaça a pessoa, com o fim de obter-lhe o voto. 

•        

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• § 3o  A representação contra as condutas vedadas no caput poderá ser ajuizada até a data da diplomação.

•         § 4o  O prazo de recurso contra decisões proferidas com base neste artigo será de 3 (três) dias, a contar da data da publicação do julgamento no Diário Oficial.

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• Inclusão pela Lei 9840/99 (iniciativa popular)

• Resgate da ética no processo eleitoral

• Combate ao clientelismo

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A tese inicial da inconstitucionalidade

• Previsão de cassação implica em inelegibilidade?

• Há necessidade de lei complementar?

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Art. 14, § 9º CR

• § 9º Lei complementar estabelecerá outros casos de inelegibilidade e os prazos de sua cessação, a fim de proteger a probidade administrativa, a moralidade para exercício de mandato considerada vida pregressa do candidato, e a normalidade e legitimidade das eleições contra a influência do poder econômico ou o abuso do exercício de função, cargo ou emprego na administração direta ou indireta.

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Cassação de registro implica em inelegibilidade?

A nulidade dos registros e diplomas está desvinculada da

questão de inelegibilidade

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Cassação de registro/diploma

• Mera consequência (sanção) do ilícito

• Não retira o gozo dos direitos políticos

• Remanesce o direito de votar

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STF ADI 3592

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TSE RESPE 25215/2005• Representação. Candidatas a prefeito e vice-prefeito.• Art. 41-A da Lei n2 9.504/97. Constitucionalidade.

Captação de sufrágio. Hipótese. Inelegibilidade. Não-configuração. Princípio da não-culpabilidade. Violação. Improcedência. Art. 22, VIl, da Lei Complementar n 64/90. Produção. Outras provas. Faculdade. Julgador. Condenação. Instâncias ordinárias. Reexame. Fatos e provas. Impossibilidade.

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CONT.

• 1. O entendimento consolidado nesta Casa é no sentido da constitucionalidade do art. 41-A da Lei n 9.504/97, entendendo-se que a cassação do registro ou do diploma prevista nessa disposição não implica declaração de inelegibilidade, na medida em que o escopo do legislador é o de afastar imediatamente da disputa aquele que, no curso da campanha eleitoral, praticou a captação de sufrágio vedada pela legislação eleitoral.

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CONT.• 2. É certo que a questão da constitucionalidade do

referido art. 41-A retornou a debate na Justiça Eleitoral, em virtude do voto proferido pelo Ministro Eros Grau, no julgamento da Ação Cautelar n 509-4, de sua relatoria (Caso Capiberibe), em que o Supremo Tribunal Federal referendou, por maioria, a liminar postulada nesse feito. Não obstante, como bem asseverou o Ministro Sepúlveda Pertence, na decisão monocrática por ele proferida no Mandado de Segurança n 3.295, ajuizado neste Tribunal: ..) a dúvida aventada a respeito pelo em. Ministro Eros Grau substantivou mero obter dictum, com o qual não se comprometeu o Plenário”. (...)

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LC 135/2010• Art. 1º São inelegíveis:•         I - para qualquer cargo:• j) os que forem condenados, em decisão

transitada em julgado ou proferida por órgão colegiado da Justiça Eleitoral, por corrupção eleitoral, por captação ilícita de sufrágio, por doação, captação ou gastos ilícitos de recursos de campanha ou por conduta vedada aos agentes públicos em campanhas eleitorais que impliquem cassação do registro ou do diploma, pelo prazo de 8 (oito) anos a contar da eleição; 

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Análise do tipo

• Oferecer/prometer/entregar

• Bem ou vantagem

• Fim especial de agir: obtenção de voto

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Autoria

• Admite-se a autoria por interposta pessoa (autoria indireta), desde que haja evidência de que o candidato anuiu, ainda que tacitamente, ou participou de qualquer forma (TSE)

• Basta o consentimento com o ato ilegal

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AGENTE

• Candidato: cassação do registro/diploma, multa e inelegibilidade

• Terceiro: multa e inelegibilidade

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• O beneficiário tem que ser eleitor (cidadania ativa)

• Não há necessidade de ser identificado nominalmente

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TSE RESPE 25256

• 1 — Na linha da jurisprudência desta Corte, estando comprovado que houve captação vedada de sufrágio, não é necessário estejam identificados nominalmente os eleitores que receberam a benesse em troca de voto, bastando para a caracterização do ilícito a solicitação cio voto e a promessa ou entrega de bem ou vantagem pessoal de qualquer natureza.

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TSE RESP 21120

• Para a configuração da infração ao art. 41-A da Lei nº 9.504/97 não é necessária a identificação do eleitor.

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E se o eleitor pedir a vantagem?

Art. 299 do CE

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Se o eleitor pedir e o candidato aceitar?

Art. 41 A e 299

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Bem ou Vantagem

• Tem que trazer benefício ao eleitor:• Atendimento médico, hospitalar, dentário,

estético, medicamento, prótese, combustível, cesta básica, roupa, material de construção, emprego, transporte, função pública, etc

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Bem ou vantagem

• Caráter pessoal: nada impede que seja coletiva ou pública, desde que acarrete benefício individual

• Benefício pode ser indireto (promessa feita ao eleitor de beneficiar terceiro)

• Tem que ser certa e determinada (promessas vagas não caracterizam)

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consumação

• Espécie formal (não é necessário que a vantagem seja efetivamente entregue ou cumprida, nem mesmo aceita), basta a promessa ou a oferta

• Não é indispensável a comprovação de que o voto foi dado ao candidato

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Pedido de voto

• Não precisa ser expresso• Tem que ser inequívoco• “fim de obter” e não “pedido expresso de”

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TSE Resp 25146• Verificado um dos núcleos do artigo 41-A da Lei

nº 9.504/97 - doar, oferecer, prometer ou entregar ao eleitor bem ou vantagem pessoal de qualquer natureza - no período crítico compreendido do registro da candidatura até o dia da eleição, inclusive, presume-se o objetivo de obter voto, sendo desnecessária a prova visando a demonstrar tal resultado. Presume-se o que normalmente ocorre, sendo excepcional a solidariedade no campo econômico, a filantropria.

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TSE RO 777• RECURSO ORDINÁRIO. CAPTAÇÃO ILÍCITA DE• SUFRÁGIO. FORNECIMENTO DE CARTEIRA DE• HABILITAÇÃO EM TROCA DE VOTOS. ART. 41-A• DA LEI N 9.504/97.

• Hipótese na qual o contexto fático-probatório revela o intuito do candidato de angariar votos, mediante o fornecimento de carteiras de habilitação.

• Recurso desprovido.

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Quando se caracteriza?

• Captação de sufrágio

• Período eleitoral: desde o requerimento registro até a data da eleição (antes disso pode haver o crime)

• Conceito de ano eleitoral: necessidade de mudanças na legislação

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Bem jurídico protegido

• Liberdade do eleitor

• Não há necessidade de afetação direta do equilíbrio do pleito (uma só ocorrência caracteriza o ilícito)

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Potencialidade Lesiva

• Desnecessária a comprovação do risco ao equilíbrio do pleito

• Infração de mera conduta• (TSE Resp 21.120 e 19.878)

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TSE Resp 21264

• V — Para a configuração do ilícito inscrito no art. 41-A da Lei n 9.504/97, acrescentado pela Lei 9.840/99, não é necessária a aferição da potencialidade de o fato desequilibrar a disputa eleitoral.

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Cont.

• Ademais, para que ocorra a violação da norma do art. 41-A, não se torna necessário que o ato de compra de votos tenha sido praticado diretamente pelo próprio candidato. E suficiente que, sendo evidente o benefício, do ato haja participado de qualquer forma o candidato ou com ele consentido.

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TSE Resp 21324

• II- Desnecessária para a caracterização da captação de sufrágio a demonstração do nexo de causalidade entre a conduta ilegal e o resultado do pleito. Todavia, se a Corte Regional julgou que não houve o ilícito, para se alterar esse entendimento seria necessário o reexame da prova, o que é vedado em sede de recurso especial (Súmulas n 279/STF e 7/STJ).

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Aspectos processuais

• Prazo para interposição: até a diplomação (§ 3º do art. 41-A):

• § 3o  A representação contra as condutas vedadas no caput poderá ser ajuizada até a data da diplomação.

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Prazo recursal: art. 41 A§ 4º

• § 4o  O prazo de recurso contra decisões proferidas com base neste artigo será de 3 (três) dias, a contar da data da publicação do julgamento no Diário Oficial.

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• Procedimento: art. 22 da LC 64/90• Admitida a cumulação de pedidos

(captação com abuso – compatibilidade)

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litisconsórcio

• Chapas majoritárias (litisconsórcio unitário necessário)

• Ausência da citação do vice implica em nulidade

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Precedente TSE RCED 703/SC

• A existência de litisconsórcio necessário - quando, por disposição de lei ou pela natureza da relação jurídica, o juiz tiver de decidir a lide de modo uniforme para todas as partes - conduz à citação dos que possam ser alcançados pelo pronunciamento judicial. Ocorrência, na impugnação a expedição de diploma, se o vício alegado abrange a situação do titular e do vice.

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Competência

• Art. 96 da lei 9504/97:• Juizes eleitorais nas eleições municipais• TREs nas eleições gerais• TSE nas eleições presidenciais

• **competência dos juizes auxiliares

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Efeitos da decisão

• Imediata executividade da decisão que cassa o registro em razão do 41 A

• (TSE Ac. 1750, AREspe 22461)• Art. 257 do CE

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Ac 1750

• 3. A decisão fundada no art. 41-A da Lei nº 9.504/97, em sede de ação de impugnação de mandato eletivo, deve ser executada imediatamente. Precedentes.

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AgR-AC - Agravo Regimental em Ação Cautelar nº 3307 -

• 2. A execução de decisão de cassação de registro e diploma por infração à Lei nº 9.504/97 é imediata, conforme pacífica jurisprudência do Tribunal, ressalvada a possibilidade de concessão de medida cautelar, a critério do julgador, em face de eventual recurso.

• .

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CONT.

• 3. Tratando-se de condenação por captação ilícita de sufrágio, não há falar em exigência de trânsito em julgado ou incidência do art. 15 da Lei Complementar nº 64/90

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CONDUTAS VEDADAS

AOS AGENTES PÚBLICOS

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Conduta vedada

• Mau uso do poder detido pelo agente público

• Espécie do gênero abuso de poder

• Abuso de poder político (exploração da máquina administrativa ou de recursos estatais em proveito de candidatura)

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Base Normativa

• Art.s 73 a 78 da Lei 9504/97

• Interpretação extensiva ou ampliativa x numerus clausus

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Das Condutas Vedadas aos Agentes Públicos em Campanhas Eleitorais

• Art. 73. São proibidas aos agentes públicos, servidores ou não, as seguintes condutas tendentes a afetar a igualdade de oportunidades entre candidatos nos pleitos eleitorais:

•        

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• I - ceder ou usar, em benefício de candidato, partido político ou coligação, bens móveis ou imóveis pertencentes à administração direta ou indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios, ressalvada a realização de convenção partidária;

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• II - usar materiais ou serviços, custeados pelos Governos ou Casas Legislativas, que excedam as prerrogativas consignadas nos regimentos e normas dos órgãos que integram;

•        

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• III - ceder servidor público ou empregado da administração direta ou indireta federal, estadual ou municipal do Poder Executivo, ou usar de seus serviços, para comitês de campanha eleitoral de candidato, partido político ou coligação, durante o horário de expediente normal, salvo se o servidor ou empregado estiver licenciado;

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• IV - fazer ou permitir uso promocional em favor de candidato, partido político ou coligação, de distribuição gratuita de bens e serviços de caráter social custeados ou subvencionados pelo Poder Público;

•        

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• V - nomear, contratar ou de qualquer forma admitir, demitir sem justa causa, suprimir ou readaptar vantagens ou por outros meios dificultar ou impedir o exercício funcional e, ainda, ex officio, remover, transferir ou exonerar servidor público, na circunscrição do pleito, nos três meses que o antecedem e até a posse dos eleitos, sob pena de nulidade de pleno direito, ressalvados:

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• a) a nomeação ou exoneração de cargos em comissão e designação ou dispensa de funções de confiança;

•         b) a nomeação para cargos do Poder Judiciário, do Ministério Público, dos Tribunais ou Conselhos de Contas e dos órgãos da Presidência da República;

•         c) a nomeação dos aprovados em concursos públicos homologados até o início daquele prazo;

•        

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• d) a nomeação ou contratação necessária à instalação ou ao funcionamento inadiável de serviços públicos essenciais, com prévia e expressa autorização do Chefe do Poder Executivo;

•         e) a transferência ou remoção ex officio de militares, policiais civis e de agentes penitenciários;

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• VI - nos três meses que antecedem o pleito:•         a) realizar transferência voluntária de recursos

da União aos Estados e Municípios, e dos Estados aos Municípios, sob pena de nulidade de pleno direito, ressalvados os recursos destinados a cumprir obrigação formal preexistente para execução de obra ou serviço em andamento e com cronograma prefixado, e os destinados a atender situações de emergência e de calamidade pública;

•        

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• b) com exceção da propaganda de produtos e serviços que tenham concorrência no mercado, autorizar publicidade institucional dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos federais, estaduais ou municipais, ou das respectivas entidades da administração indireta, salvo em caso de grave e urgente necessidade pública, assim reconhecida pela Justiça Eleitoral;

•        

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• c) fazer pronunciamento em cadeia de rádio e televisão, fora do horário eleitoral gratuito, salvo quando, a critério da Justiça Eleitoral, tratar-se de matéria urgente, relevante e característica das funções de governo;

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• VII - realizar, em ano de eleição, antes do prazo fixado no inciso anterior, despesas com publicidade dos órgãos públicos federais, estaduais ou municipais, ou das respectivas entidades da administração indireta, que excedam a média dos gastos nos três últimos anos que antecedem o pleito ou do último ano imediatamente anterior à eleição.

•        

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• VIII - fazer, na circunscrição do pleito, revisão geral da remuneração dos servidores públicos que exceda a recomposição da perda de seu poder aquisitivo ao longo do ano da eleição, a partir do início do prazo estabelecido no art. 7º desta Lei e até a posse dos eleitos.

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• § 1º Reputa-se agente público, para os efeitos deste artigo, quem exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nos órgãos ou entidades da administração pública direta, indireta, ou fundacional.

•    

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•      § 2º A vedação do inciso I do caput não se aplica ao uso, em campanha, de transporte oficial pelo Presidente da República, obedecido o disposto no art. 76, nem ao uso, em campanha, pelos candidatos a reeleição de Presidente e Vice-Presidente da República, Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal, Prefeito e Vice-Prefeito, de suas residências oficiais para realização de contatos, encontros e reuniões pertinentes à própria campanha, desde que não tenham caráter de ato público.

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• § 3º As vedações do inciso VI do caput, alíneas b e c, aplicam-se apenas aos agentes públicos das esferas administrativas cujos cargos estejam em disputa na eleição.

•         § 4º O descumprimento do disposto neste artigo acarretará a suspensão imediata da conduta vedada, quando for o caso, e sujeitará os responsáveis a multa no valor de cinco a cem mil UFIR.

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• § 5o  Nos casos de descumprimento do disposto nos incisos do caput e no § 10, sem prejuízo do disposto no § 4o, o candidato beneficiado, agente público ou não, ficará sujeito à cassação do registro ou do diploma. (Redação dada pela Lei nº 12.034, de 2009)

•         § 6º As multas de que trata este artigo serão duplicadas a cada reincidência.

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• § 7º As condutas enumeradas no caput caracterizam, ainda, atos de improbidade administrativa, a que se refere o art. 11, inciso I, da Lei nº 8.429, de 2 de junho de 1992, e sujeitam-se às disposições daquele diploma legal, em especial às cominações do art. 12, inciso III.

•         § 8º Aplicam-se as sanções do § 4º aos agentes públicos responsáveis pelas condutas vedadas e aos partidos, coligações e candidatos que delas se beneficiarem.

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• § 9º Na distribuição dos recursos do Fundo Partidário (Lei nº 9.096, de 19 de setembro de 1995) oriundos da aplicação do disposto no § 4º, deverão ser excluídos os partidos beneficiados pelos atos que originaram as multas.

•        •     

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• § 10. No ano em que se realizar eleição, fica proibida a distribuição gratuita de bens, valores ou benefícios por parte da Administração Pública, exceto nos casos de calamidade pública, de estado de emergência ou de programas sociais autorizados em lei e já em execução orçamentária no exercício anterior, casos em que o Ministério Público poderá promover o acompanhamento de sua execução financeira e administrativa. (Incluído pela Lei nº 11.300, de 2006)

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•     § 11.  Nos anos eleitorais, os programas sociais de que trata o § 10 não poderão ser executados por entidade nominalmente vinculada a candidato ou por esse mantida. (Incluído pela Lei nº 12.034, de 2009)

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• § 12.  A representação contra a não observância do disposto neste artigo observará o rito do art. 22 da Lei Complementar no 64, de 18 de maio de 1990, e poderá ser ajuizada até a data da diplomação. (Incluído pela Lei nº 12.034, de 2009)

•         § 13.  O prazo de recurso contra decisões proferidas com base neste artigo será de 3 (três) dias, a contar da data da publicação do julgamento no Diário Oficial. (Incluído pela Lei nº 12.034, de 2009)

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• Art. 74.  Configura abuso de autoridade, para os fins do disposto no art. 22 da Lei Complementar nº 64, de 18 de maio de 1990, a infringência do disposto no § 1º do art. 37 da Constituição Federal, ficando o responsável, se candidato, sujeito ao cancelamento do registro ou do diploma. (Redação dada pela Lei nº 12.034, de 2009)

•        

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• Art. 75. Nos três meses que antecederem as eleições, na realização de inaugurações é vedada a contratação de shows artísticos pagos com recursos públicos.

•         Parágrafo único.  Nos casos de descumprimento do disposto neste artigo, sem prejuízo da suspensão imediata da conduta, o candidato beneficiado, agente público ou não, ficará sujeito à cassação do registro ou do diploma. (Incluído pela Lei nº 12.034, de 2009)

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• Art. 76. O ressarcimento das despesas com o uso de transporte oficial pelo Presidente da República e sua comitiva em campanha eleitoral será de responsabilidade do partido político ou coligação a que esteja vinculado.

•        

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• § 1º O ressarcimento de que trata este artigo terá por base o tipo de transporte usado e a respectiva tarifa de mercado cobrada no trecho correspondente, ressalvado o uso do avião presidencial, cujo ressarcimento corresponderá ao aluguel de uma aeronave de propulsão a jato do tipo táxi aéreo.

•        

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• § 2º No prazo de dez dias úteis da realização do pleito, em primeiro turno, ou segundo, se houver, o órgão competente de controle interno procederá ex officio à cobrança dos valores devidos nos termos dos parágrafos anteriores.

•        

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• § 3º A falta do ressarcimento, no prazo estipulado, implicará a comunicação do fato ao Ministério Público Eleitoral, pelo órgão de controle interno.

•         § 4º Recebida a denúncia do Ministério Público, a Justiça Eleitoral apreciará o feito no prazo de trinta dias, aplicando aos infratores pena de multa correspondente ao dobro das despesas, duplicada a cada reiteração de conduta.

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• Art. 77.  É proibido a qualquer candidato comparecer, nos 3 (três) meses que precedem o pleito, a inaugurações de obras públicas. (Redação dada pela Lei nº 12.034, de 2009)

•         Parágrafo único.  A inobservância do disposto neste artigo sujeita o infrator à cassação do registro ou do diploma. (Redação dada pela Lei nº 12.034, de 2009)

•        

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• Art. 78. A aplicação das sanções cominadas no art. 73, §§ 4º e 5º, dar-se-á sem prejuízo de outras de caráter constitucional, administrativo ou disciplinar fixadas pelas demais leis vigentes.

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A questão da inconstitucionalidade

• Sanções de cassação importam em inelegibilidade?

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ADI 3305

• (...)

• A proibição veiculada no preceito atacado não consubstancia nova condição de elegibilidade. Precedentes.

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Lembrando que agora...• LC 64/90 Art. 1º São inelegíveis:•         I - para qualquer cargo:• j) os que forem condenados, em decisão transitada em

julgado ou proferida por órgão colegiado da Justiça Eleitoral, por corrupção eleitoral, por captação ilícita de sufrágio, por doação, captação ou gastos ilícitos de recursos de campanha ou por conduta vedada aos agentes públicos em campanhas eleitorais que impliquem cassação do registro ou do diploma, pelo prazo de 8 (oito) anos a contar da eleição;  (Incluído pela Lei Complementar nº 135, de 2010)

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Sujeito Ativo

• Agente público, servidores ou não (exercentes de funções estatais: agentes políticos, servidores públicos, militares e particulares que colaboram com o Estado)

• Responsabilização do beneficiário

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Bem jurídico protegido

• Igualdade no certame• Isonomia na disputa• Probidade administativa

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A questão da potencialidade lesiva

• Apenas aptidão para lesar o bem jurídico (isonomia entre os candidatos) e não o resultado em si das eleições

• O risco de lesão se presume das próprias condutas

• Controvérsia na jurisprudência

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ED em RECURSO ESPECIAL ELEITORAL nº 27896

• 2. No caso, não há omissão ou contradição a ser sanada, pois: a) ficou expressamente consignado no acórdão que a configuração da prática de conduta vedada independe de potencialidade lesiva para influenciar o resultado do pleito, bastando a mera ocorrência dos atos proibidos para atrair as sanções da lei; b) o elemento subjetivo com que as partes praticam a infração não interfere na incidência das sanções previstas nos arts. 73 a 78 da Lei nº 9.504/97; c) afastada a insignificância, pois, utilizados o e-mail eletrônico da Câmara Municipal, computadores e servidor para promover candidaturas.

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Recurso Ordinário nº 2232 • 1. Uso em RECURSO ORDINÁRIO. CONDUTA

VEDADA A AGENTE PÚBLICO. ELEIÇÕES 2006. PROPAGANDA POLÍTICA EM IMÓVEL PÚBLICO. OCORRÊNCIA. POTENCIALIDADE. INEXIGIBILIDADE EM RAZÃO DE PRESUNÇÃO LEGAL. PROPORCIONALIDADE NA SANÇÃO. MULTA NO VALOR MÍNIMO.

• benefício de candidato de imóvel pertencente à administração indireta da União.

• 2. Inexigível a demonstração de potencialidade lesiva da conduta vedada, em razão de presunção legal.

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Cont.

• 3. Juízo de proporcionalidade na aplicação da sanção.

• 4. Recurso ordinário a que se dá provimento para aplicar multa no mínimo legal.

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AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO ESPECIAL ELEITORAL nº 27896

• 1. A configuração da prática de conduta vedada independe de potencialidade lesiva para influenciar o resultado do pleito, bastando a mera ocorrência dos atos proibidos para atrair as sanções da lei. Precedentes: Rel. Min. Arnaldo Versiani, AI 11.488, DJe 2.10.2009; Rel. Min. Marcelo Ribeiro, AgReg no REsp 27.197, DJe 19.6.2009; Rel. Min. Cármen Lúcia, REsp 26.838, DJe 16.9.2009.

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• 2. O elemento subjetivo com que as partes praticam a infração não interfere na incidência das sanções previstas nos arts. 73 a 78 da Lei nº 9.504/97.

• 3. O juízo de proporcionalidade incide apenas no momento da fixação da pena. As circunstâncias fáticas devem servir para mostrar a relevância jurídica do ato praticado pelo candidato, interferindo no juízo de proporcionalidade utilizado na fixação da pena.

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• 4. No caso, não cabe falar em insignificância, pois, utilizados o e-mail eletrônico da Câmara Municipal, computadores e servidor para promover candidaturas. Tratando-se de episódio isolado provocado por erro do assessor e havendo o reembolso do erário é proporcional a aplicação de multa no valor de 5.000 UFIRs, penalidade mínima prevista.

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Mas: AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO

ESPECIAL ELEITORAL nº 26448 - natal/RN • II - Caracterizada a publicidade institucional em

período vedado, os autos devem retornar ao Tribunal Regional para que aquele órgão, soberano na apreciação da prova, verifique, como entender de direito, a potencialidade de a conduta ter interferido no resultado do pleito e, ainda, se os candidatos à reeleição autorizaram, ou não, a veiculação dos engenhos em época proibida.

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• Potencialidade lesiva x proporcionalidade

• Necessário avanço da dogmática

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Sanções

• Multa

• Cassação de Registro/diploma

• Efeito: inelegibilidade por 8 anos no último caso (LC 135)

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Art. 73• § 4º O descumprimento do disposto neste artigo

acarretará a suspensão imediata da conduta vedada, quando for o caso, e sujeitará os responsáveis a multa no valor de cinco a cem mil UFIR.

• § 5o  Nos casos de descumprimento do disposto nos incisos do caput e no § 10, sem prejuízo do disposto no § 4o, o candidato beneficiado, agente público ou não, ficará sujeito à cassação do registro ou do diploma. (Redação dada pela Lei nº 12.034, de 2009)

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• § 8º Aplicam-se as sanções do § 4º aos agentes públicos responsáveis pelas condutas vedadas e aos partidos, coligações e candidatos que delas se beneficiarem.

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Questões processuais

• Rito procedimental: art. 22 da LC 64/90• § 12.  A representação contra a não observância do

disposto neste artigo observará o rito do art. 22 da Lei Complementar no 64, de 18 de maio de 1990, e poderá ser ajuizada até a data da diplomação. (Incluído pela Lei nº 12.034, de 2009)

•         § 13.  O prazo de recurso contra decisões proferidas com base neste artigo será de 3 (três) dias, a contar da data da publicação do julgamento no Diário Oficial. (Incluído pela Lei nº 12.034, de 2009)

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• Litisconsórcio unitário necessário nas chapas majoritárias

• Prazo para ajuizamento:• § 12.  A representação contra a não

observância do disposto neste artigo observará o rito do art. 22 da Lei Complementar no 64, de 18 de maio de 1990, e poderá ser ajuizada até a data da diplomação. (Incluído pela Lei nº 12.034, de 2009)

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ABUSO

• desvio ou abuso do:• poder econômico • poder de autoridade• utilização indevida de veículos ou meios

de comunicação social

• em benefício de candidato ou de partido político

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CR art. 14, § 9º • Lei complementar estabelecerá outros casos de

inelegibilidade e os prazos de sua cessação, a fim de proteger a probidade administrativa, a moralidade para exercício de mandato considerada vida pregressa do candidato, e a normalidade e legitimidade das eleições contra a influência do poder econômico ou o abuso do exercício de função, cargo ou emprego na administração direta ou indireta. (Redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº 4, de 1994)

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LC 64/90 (com redação da LC 135/2010)

• Art. 1º São inelegíveis:       I - para qualquer cargo:

• d) os que tenham contra sua pessoa representação julgada procedente pela Justiça Eleitoral, em decisão transitada em julgado ou proferida por órgão colegiado, em processo de apuração de abuso do poder econômico ou político, para a eleição na qual concorrem ou tenham sido diplomados, bem como para as que se realizarem nos 8 (oito) anos seguintes;  

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• h) os detentores de cargo na administração pública direta, indireta ou fundacional, que beneficiarem a si ou a terceiros, pelo abuso do poder econômico ou político, que forem condenados em decisão transitada em julgado ou proferida por órgão judicial colegiado, para a eleição na qual concorrem ou tenham sido diplomados, bem como para as que se realizarem nos 8 (oito) anos seguintes; 

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ABUSO

• Conceito amplo• Gênero• Não há tipicidade estrita

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Art 25Lei 9504/97

• O partido que descumprir as normas referentes à arrecadação e aplicação de recursos fixadas nesta Lei perderá o direito ao recebimento da quota do Fundo Partidário do ano seguinte, sem prejuízo de responderem os candidatos beneficiados por abuso do poder econômico.

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Conduta vedada e abuso de poder político

• Conceitos que se aproximam na caracterização e nos efeitos de seu reconhecimento

• rito/ prazo para ajuizamento/ cassação de registro e diploma/ inelegibilidade

• Problema da competência

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Art. 19 da LC 64/90

• . As transgressões pertinentes à origem de valores pecuniários, abuso do poder econômico ou político, em detrimento da liberdade de voto, serão apuradas mediante investigações jurisdicionais realizadas pelo Corregedor-Geral e Corregedores Regionais Eleitorais.

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Art. 21 da LC 64/90

• . As transgressões a que se refere o art. 19 desta lei complementar serão apuradas mediante procedimento sumaríssimo de investigação judicial, realizada pelo Corregedor-Geral e Corregedores Regionais Eleitorais, nos termos das Leis nºs 1.579, de 18 de março de 1952, 4.410, de 24 de setembro de 1964, com as modificações desta lei complementar.

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Art. 24. LC 64/90• Nas eleições municipais, o Juiz Eleitoral será

competente para conhecer e processar a representação prevista nesta lei complementar, exercendo todas as funções atribuídas ao Corregedor-Geral ou Regional, constantes dos incisos I a XV do art. 22 desta lei complementar, cabendo ao representante do Ministério Público Eleitoral em função da Zona Eleitoral as atribuições deferidas ao Procurador-Geral e Regional Eleitoral, observadas as normas do procedimento previstas nesta lei complementar

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Art. 96. Lei 9504/97• Salvo disposições específicas em contrário desta Lei,

as reclamações ou representações relativas ao seu descumprimento podem ser feitas por qualquer partido político, coligação ou candidato, e devem dirigir-se:

•         I - aos Juízes Eleitorais, nas eleições municipais;•         II - aos Tribunais Regionais Eleitorais, nas

eleições federais, estaduais e distritais;•         III - ao Tribunal Superior Eleitoral, na eleição

presidencial.

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• PROCEDIMENTO DO ART. 22 DA LC/90

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Art. 22 da LC 64• Art. 22. Qualquer partido político, coligação,

candidato ou Ministério Público Eleitoral poderá representar à Justiça Eleitoral, diretamente ao Corregedor-Geral ou Regional, relatando fatos e indicando provas, indícios e circunstâncias e pedir abertura de investigação judicial para apurar uso indevido, desvio ou abuso do poder econômico ou do poder de autoridade, ou utilização indevida de veículos ou meios de comunicação social, em benefício de candidato ou de partido político, obedecido o seguinte rito:

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• - o Corregedor, que terá as mesmas atribuições do Relator em processos judiciais, ao despachar a inicial, adotará as seguintes providências:

•         a) ordenará que se notifique o representado do conteúdo da petição, entregando-se-lhe a segunda via apresentada pelo representante com as cópias dos documentos, a fim de que, no prazo de 5 (cinco) dias, ofereça ampla defesa, juntada de documentos e rol de testemunhas, se cabível;

•        

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• b) determinará que se suspenda o ato que deu motivo à representação, quando for relevante o fundamento e do ato impugnado puder resultar a ineficiência da medida, caso seja julgada procedente;

•         c) indeferirá desde logo a inicial, quando não for caso de representação ou lhe faltar algum requisito desta lei complementar;

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• II - no caso do Corregedor indeferir a reclamação ou representação, ou retardar-lhe a solução, poderá o interessado renová-la perante o Tribunal, que resolverá dentro de 24 (vinte e quatro) horas;

•         III - o interessado, quando for atendido ou ocorrer demora, poderá levar o fato ao conhecimento do Tribunal Superior Eleitoral, a fim de que sejam tomadas as providências necessárias;

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• IV - feita a notificação, a Secretaria do Tribunal juntará aos autos cópia autêntica do ofício endereçado ao representado, bem como a prova da entrega ou da sua recusa em aceitá-la ou dar recibo;

•         V - findo o prazo da notificação, com ou sem defesa, abrir-se-á prazo de 5 (cinco) dias para inquirição, em uma só assentada, de testemunhas arroladas pelo representante e pelo representado, até o máximo de 6 (seis) para cada um, as quais comparecerão independentemente de intimação;

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• VI - nos 3 (três) dias subseqüentes, o Corregedor procederá a todas as diligências que determinar, ex officio ou a requerimento das partes;

•         VII - no prazo da alínea anterior, o Corregedor poderá ouvir terceiros, referidos pelas partes, ou testemunhas, como conhecedores dos fatos e circunstâncias que possam influir na decisão do feito;

•         VIII - quando qualquer documento necessário à formação da prova se achar em poder de terceiro, inclusive estabelecimento de crédito, oficial ou privado, o Corregedor poderá, ainda, no mesmo prazo, ordenar o respectivo depósito ou requisitar cópias;

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• IX - se o terceiro, sem justa causa, não exibir o documento, ou não comparecer a juízo, o Juiz poderá expedir contra ele mandado de prisão e instaurar processo s por crime de desobediência;

•         X - encerrado o prazo da dilação probatória, as partes, inclusive o Ministério Público, poderão apresentar alegações no prazo comum de 2 (dois) dias;

•         XI - terminado o prazo para alegações, os autos serão conclusos ao Corregedor, no dia imediato, para apresentação de relatório conclusivo sobre o que houver sido apurado;

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• XII - o relatório do Corregedor, que será assentado em 3 (três) dias, e os autos da representação serão encaminhados ao Tribunal competente, no dia imediato, com pedido de inclusão incontinenti do feito em pauta, para julgamento na primeira sessão subseqüente;

•         XIII - no Tribunal, o Procurador-Geral ou Regional Eleitoral terá vista dos autos por 48 (quarenta e oito) horas, para se pronunciar sobre as imputações e conclusões do Relatório;

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• XIV – julgada procedente a representação, ainda que após a proclamação dos eleitos, o Tribunal declarará a inelegibilidade do representado e de quantos hajam contribuído para a prática do ato, cominando-lhes sanção de inelegibilidade para as eleições a se realizarem nos 8 (oito) anos subsequentes à eleição em que se verificou, além da cassação do registro ou diploma do candidato diretamente beneficiado pela interferência do poder econômico ou pelo desvio ou abuso do poder de autoridade ou dos meios de comunicação, ...

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• ... determinando a remessa dos autos ao Ministério Público Eleitoral, para instauração de processo disciplinar, se for o caso, e de ação penal, ordenando quaisquer outras providências que a espécie comportar; (Redação dada pela Lei Complementar nº 135, de 2010)

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• XVI – para a configuração do ato abusivo, não será considerada a potencialidade de o fato alterar o resultado da eleição, mas apenas a gravidade das circunstâncias que o caracterizam. (Incluído pela Lei Complementar nº 135, de 2010)