Previdenciário - EMERJ - 2005

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Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro EMERJAndr Oliveira da Silva Tema 01 tRio de Janeiro 09 de maio de 2005. by Roberta

Seguridade Social art.194 CR

Previdncia Social

Assistncia Social Seguro Social = contributividade

Sade

Seguridade gnero (a previdncia social, assistncia social e sade so espcies). Quando se fala em previdencirio ou em previdncia social refere-se a um dos segmentos da civilidade social. Por isso que a previdncia social denominada, por muitos, como um fenmeno de seguro social. A aposentadoria um benefcio previdencirio que pressupe a contribuio (contributividade). Baseia-se no binmio: custeio / benefcio. Para ter direito ao benefcio, o indivduo tem que ter contribudo (CRFB, art.201, caput). Assistncia Social: tem de haver a figura da gratuidade ( isto que diferencia a assistncia social da previdncia social) - art. 203, CFRB: ser devida a quem dela necessitar independentemente de contribuio. A sade tambm gratuita. No confundir seguridade com seguro. No passado existia uma coisa chamada INPS e outra chamada IAPAS. O INPS tratava da parte de benefcios e o IAPAS tratava da parte de custeio. Em 1990, tudo mudou. Os dois institutos foram fundidos e criou-se o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). Os trs ramos da seguridade social (previdncia social, assistncia social e sade) tm a natureza jurdica de direitos sociais (art. 6 / CFRB). Art. 194 (CFRB): Compete ao poder pblico, nos termos da lei, organizar a seguridade social com base nos seguintes objetivos/ princpios constitucionais: 1) Princpio da universalidade da cobertura e do atendimento (Lei 8.213/91- regime geral da previdncia social): esse princpio consectrio do princpio da isonomia. Isto , do princpio da igualdade, onde todos merecem a proteo social. Ento, a proteo social deve ser universal. O marco da previdncia social no Brasil uma lei de 1923 (Lei Eloi Chaves). Esse parlamentar criou uma caixa de aposentadoria e penses para a categoria dos ferrovirios. Hoje, h o regime geral que contempla todos os segurados (urbano, rural, empregado, avulso). O princpio da universalidade foi to observado pelo legislador que at quem no trabalha (no exerce atividade remunerada) tem a proteo previdenciria, a figura do segurado facultativo. 2) Princpio da uniformidade e equivalncia dos benefcios e servios s populaes urbanas e rurais: mesmo regime para trabalhadores urbanos e rurais. A lei 8.213/91 estabeleceu esse nico regime. No o fato de ser urbano ou rural que vai definir o benefcio, mas sim a classificao de segurado que ele possui. So cinco os tipos de segurados obrigatrios. O trabalhador rural pode estar em qualquer das 4 (quatro) espcies, exceto o empregado domstico. O trabalhador rural tem 5 (cinco) anos reduzidos em sua idade para se aposentar devido ao fato do trabalhador rural envelhecer mais rpido. 3) Princpio da seletividade e distributividade nas prestaes dos benefcios e servios: sero selecionados determinados rol de benefcios e distribudos de acordo com as peculiaridades de cada espcie de segurado. Isto , nem todos os segurados tero direito a todos os benefcios. O segurado facultativo no tem direito aposentadoria especial. A empregada domstica tambm no tem direito aposentadoria especial. 4) Princpio da irredutibilidade do valor dos benefcios: o benefcio no pode ter o seu valor reduzido (tanto em relao ao valor nominal como em relao ao valor real) art.201, 4 da CFRB. 5) Princpio da eqidade na forma de participao no custeio: est vinculado ao princpio da capacidade contributiva ou tributria (quem pode mais, paga mais; quem pode menos, paga menos) art.20, da Lei de Custeio dependendo da faixa salarial, o empregado ter contribuio diferenciada. Art.195, 9, CFRB. 6) Princpio da diversidade da base de financiamento: o custeio da seguridade social no estar concentrado em uma nica fonte, ou seja, a base ser diversificada. Essa diversidade to presente que permitir a contribuio das empresas sobre receita, remunerao e lucro. Os contribuintes so Estado, empregadores e os trabalhadores e segurados.

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Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro EMERJ7) Princpio da trplice forma de participao no custeio: significa que trs sero os partcipes o Estado, o empregador e o trabalhador. 8) Carter democrtico e descentralizado da administrao: descentralizado porque se d a nvel federal, estadual e municipal. Gesto quadripartite: sero quatro os participantes governo, empregador, trabalhador e aposentado. Art. 109 da CFRB ao comum e ao acidentria (competncia). Ao acidentria previdenciria 1 grau justia do trabalho/ 2 grau justia estadual. Lei 8.213/91 trata da competncia da justia estadual para aes relativas a acidente de trabalho (ao acidentria). O que vai definir a competncia no o pedido/objeto da ao e sim a natureza do benefcio, segundo o STF. A justia estadual competente para apreciar, processar e julgar a ao proposta por parte do INSS.

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Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro EMERJAndr Oliveira da Silva Empregado Empregado Domstico Empresrio Trabalhador autnomo Trabalhador autnomo equiparado Trabalhador Avulso Segurado Especial Tema 02 by Clara

Contribuinte Individual Lei n 9.876/99

Hoje se tem trs espcies de segurados obrigatrios: contribuinte individual, empregado, empregado domestico, trabalhador avulso e segurado especial. Houve a fuso do trabalhador autnomo e equiparado a autnomo, empregado em um s. Virou o contribuinte individual, pela lei 9.876/99. Caiu na prova da magistratura do trabalho: Classificam-se como segurados do RGPS: empresrio, trabalhador autnomo, equiparado a autnomo, segurado facultativo. A resposta correta segurado facultativo. Hoje, se utiliza, para fins de classificao, no Direito Previdencirio no se utiliza a figura do autnomo, equiparado a autnomo ou do empresrio. o contribuinte individual. Contribuem individualmente. Pode se por carn ou desconto em folha, salvo, se tambm prestar servio a pessoas fsicas. Um mdico que presta servio empresa: Amil, Golden Cross. O particular vai recolher parte do que recebeu da empresa (j recebe aquilo descontado), atravs de carn, recolher, a ttulo de remunerao dessas pessoas fsicas. Art. 10 da lei 8212/91 beneficirios. Art. 11 - obrigatrios. Art. 13 facultativo. Penso por morte no benefcio devido a segurado. Ser seus dependentes. Esse um benefcio exclusivo de dependente, o outro o auxilio recluso. So dez os benefcios previdencirios. Esses dois so devidos a dependentes. Os outros so devidos a segurado. Quando o benefcio devido a segurado no devido a dependente. Beneficirio gnero. Voc pode estar se referindo a segurado ou a dependente. No auxlio recluso quem depende da prestao previdenciria o dependente. Art.11 pessoa fsica. Apresa contribui. contribuinte, mas no segurado. Todo o segurado contribui, mas nem todo o contribuinte segurado. Emprega, contribuinte, no faz jus a benefcio previdencirio. O art. 11, I vai tratar de todas as figuras denominadas empregado. O inciso I da alnea a o tpico empregado da CLT art. 3. No importa que ele seja trabalhador urbano e rural. O que ele importa que ele seja empregado, para fins previdencirios. Segurados obrigatrios. Em carter no eventual - habitualidade da relao. Sob sua subordinao - uma das caractersticas do vnculo empregatcio mediante remunerao a figura da onerosidade. Alnea b trabalhador temporrio. Presta servio para atender necessidade extraordinria ou substituio de pessoal, regular ou permanente. Alnea c trabalhar no Porco na sucursal de Miami. Alnea f contratado. Quem trabalha em consulado, embaixada, se ele exercente de mandato federal, estadual ou municipal, ou seja, deputado, vereador que no tem regime prprio, vai estar vinculado ao regime geral. Servidor ocupante exclusivamente de cargo em comisso, sem vinculo efetivo. Por isso que Ministro do Estado, Secretrio de Estado, de Municpios, essa turma toda exercendo a funo e que no servidor pblico efetivo vai para as vala comum. Lei 8.213. Art.40, 13 da CR: remitir alnea g do art.11 da lei. S trata do ocupante de cargo em comisso a nvel federal. Remitir art.40, 13 da CF (todos os nveis) ao art.11, alnea i (nvel federal, estadual e municipal, distrital, exclusivamente ocupante de cargo em comisso). II, empregado domstico - presta servio de natureza contnua pessoa ou famlia, sem fins lucrativos. Habitualidade da relao. Se voc tem algum que trabalha duas vezes por semana, ser diarista (contribuinte individual). O STF pensa dessa forma: a partir de trs meses ele j vincula. Se a empregada domstica passar a vender bolinhos, ser empregada, Para fins previdencirios tudo considerado empresa. Partido poltico, igreja. Natureza familiar da relao motorista particular, piloto de helicptero, ser empregado domstico. Ser empregada domstica, inobstante trabalhe na zona rural. Se vender caldo de cana da fazenda, j desvirtua a relao pela finalidade lucrativa. Ela passar a ser empregada. Houve um caso do patro que tirou foto da empregada e ela saiu at na Play Boy. Ela deixa de ser empregada domstica para ser empregada. Ele deixa de ser empregador domstico para ser contribuinte individual.

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Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro EMERJAo empregado so devidos todos os benefcios e ao trabalhador avulso, menos para a empregada domstica. O contribuinte individual estar na alnea c ministro de confisso religiosa... Antes eles eram equiparados a trabalhador autnomo. o contribuinte individual. A alnea f do inciso V a antiga figura do empresrio. Alteraram e incluram a figura do scio cotista. Ento atividade de gesto. Se for scio de capital, mas recebe remunerao, tambm ser considerado segurado obrigatrio, na condio de contribuinte individual. Marcos e Joo, irmos. Joo, scio gerente, Marcos scio cotista, recebem remunerao em decorrncia do trabalho deles na emersas. Montam uma padaria. Sero contribuintes individuais. Porque o outro, apesar de ser scio cotista, recebe remunerao em decorrncia do trabalho. O fato gerador da obrigao tributria, contribuio social remunerada. Alnea f: diligente de partido, de igreja, de tudo o que for contribuinte individual. Exceo - 4 - o dirigente mantm o mesmo enquadramento que tinha. O dirigente ou o sindicato ser contribuinte individual ou manter o enquadramento de empregado domstico? Manter o enquadramento de empregado domstico. Em regra o dirigente contribuinte individual. A nica exceo dirigente sindical. Alnea g: a figura do antigo trabalhador autnimo sem vnculo. Pode se cadastrar a uma ou mais empresas, com carter eventual. H de natureza urbana e rural. Exemplo: quem transporta gado de uma fazenda para outra. No tem vnculo com ningum. trabalhador rural. Contribuinte individual. Alnea h: no exerce para empresa atividade com fim lucrativo. Profissional liberal. Exemplo: massagista. Contribuinte individual. Vide 15 do art.9 do Decreto 3.048. Inciso VI da lei decadente melhor o decreto. Pela lei a gente acha que trabalhador avulso tambm seria uma figura do contribuinte individual. No tem nada a ver. A nica similitude que h entre um avulso e um individual que os dois no possuem vnculo empregatcio. No mais, o trabalhador avulso faz jus a todos os benefcios, O contribuinte individual, no. Trabalhador avulso a empresa, tem que haver a intermediao obrigatria do sindicato ou do gestor de mo de obra. Pode-se pedir diretamente do amarrador de embarcao? R. No. Vai-se ter que ir diretamente ao rgo gestor de mo de obra para este encaminhar o trabalhador avulso. Em regra o trabalhador avulso o trabalhador do porto. Mas tem o da alnea e do art., 9, VI do decreto, que paradigma do art.11 da lei. O inciso VI trata do trabalhador avulso e a alnea e vai tratar do catador de caf, cacau e similares. Este trabalhador avulso que no o porturio. a figura do trabalhador rural. No importa se rural ou urbano, trabalhador avulso. Garimpeiro no pode ser segurado especial. Sempre ser contribuinte individual - inciso V alnea b. Antes o garimpeiro era segurado especial e trabalhava no regime de economia familiar. A idade mnima de 16 anos. O segurado contribui s quando comear a produo. Se naquele ano no tiver produo ele no contribui. O boy no segurado especial. Contratando Ricardo, vizinho, para auxiliar Maria, ela, que era segurada especial, deixa de s-lo e passa a ser contribuinte individual art. 11, inciso V, a. Ricardo passa a sr empregado. Garimpeiro o termo chave : com ou sem o auxlio de empregados. Quer dizer, de qualquer forma ele ser sempre um contribuinte individual, porque ele presta contribuio sobre a produo, de forma que o garimpeiro, quando vende o ouro, j incide outro tributo sobre aquela operao, de modo que ele tem que contribuir de novo para a previdncia social. Por conta disso, tiraram ele da relao de segurado especial e o colocaram na condio de contribuinte individual. Dependentes da classe 1, segurados: o cnjuge, a companheira, companheiro, filho no emancipado de qualquer condio, menor de 21 anos ou invlido. Em caso de separao dos cnjuges, seja judicial ou de fato, bem como de divrcio, aquele que antes da separao fora dependente do segurado manter esta qualidade? R. Art.76, 2 da lei 8.213, o divorciado, o separado de fato ou judicialmente, concorrer em igualdade de condies da classe 1 do art. 16, desde que receba alimentos, e far jus ao benefcio da penso por morte. Cnjuge, companheiro, filho no emancipado, menor de 21 anos, ou filho no emancipado invlido, irmo no emancipado menor de 21 anos ou irmo no emancipado invlido. Dependncia econmica presumida. No precisa o companheiro ou cnjuge comprovar dependncia econmica. Tem que comprovar o vnculo de companheiro. O cnjuge separado de fato, judicial, divorciado, que perceba alimentos, manter a qualidade de dependente. Art. 16 do Decreto 3.048. Se houver companheira e cnjuge, ser metade para cada uma. O homossexual considerado dependente para fins previdencirios art.22 da instruo normativa n 95, dando cumprimento a uma ao civil pblica proposta no RS. Litisconsrcio ativo superveniente - Grupo Gay da Bahia. No caso de unio estvel putativa, embora ele seja casado com outra O TRF da 2 Regio entendeu que a outra no dever ter conhecimento do casamento dele com outra mulher. Nesse caso, ter direitos previdencirios. E com o advento do Novo Cdigo Civil, o filho emancipado menor de 21 anos, quer dizer que at essa idia ser considerado dependente. Ser aplicada a legislao previdenciria. O invlido, filho no emancipado invlido dependente.

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Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro EMERJUniversitrio se tem 24 anos, no vai mais receber benefcios previdencirios. Ele s receber benefcio previdencirio at os 21 anos. Alimentos ser at os 24. Aqui ser direito de famlia. Equipara-se a filho o enteado e o menor tutelado. O menor sob a guarda judicial foi excludo da legislao previdenciria. O av estava para morrer, pedia guarda do menor. Se questiona, com base no art.226 CR que essa excluso seria inconstitucional. Amparo da famlia. Princpio da isonomia. Tem-se que aplicar o ECA, porque l tem essa previso. Mas tambm havia na lei previdenciria. Quando deixou de ser, deixou de produzir efeitos o que se encontrava no ECA. O STF entende que a excluso legal. constitucional. Mas sempre h decises em sentido contrrio, entendendo que a lei no produz efeitos erga omnes. A excluso do menor sob a guarda judicial ocorreu. Equipara-se a filho o enteado, o menor tutelado, mas tem que comprovar dependncia econmica, com declarao do segurado dizendo que quer que o menor seja seu dependente. O menor tem que provar que no possui meios de prover o seu sustento e educao. Companheiro comprova-se o vnculo (art.22, 3 do RGPS, Decreto 3.048). Pelo domiclio, filho havido e comum, conta conjunta, declarao feita perante tabelio, plano de sade, acompanhou o bito internao hospitalar, etc. No mnimo trs documentos. Os dependentes das outras classes tm que comprovar dependncia econmica. Comprova-se a dependncia econmica das classes 2 e 3, atravs dos mesmos documentos que se comprova os vnculos de companheiro art. 22 3 do Decreto 3.048. A companheira tem a dependncia presumida. Quando ela comprova o vnculo, comprova faticamente a dependncia. O art.11, 2 da lei 8.213 estabelece que todo aquele que exercer concomitantemente mais de uma atividade remunerada, obrigatoriamente filiado a cada uma delas. Se a pessoa receber mais do que o seu limite mximo do regime geral que era R$ 2.508,72, s ir contribuir sobre esse valor. O que exceder ela no contribui. Se contribuir com 1000 numa atividade e 2000 em outra. S vai contribuir at R$ 2.508,72. filiada em relao s trs atividades. Se passar num concurso pblico, vai ter regime prprio de servidor publico. Vai estar vinculada aos dois regimes. Pode se aposentar pelos dois regimes. A pessoa no pode ser scio-gerente, no pode exercer cargo de gesto em sociedade. Na condio de procurador, no posso me filiar ao regime geral na condio de facultativo. Na condio de professor eventual, estou vinculado, como obrigatrio, na condio de contribuinte individual. Se trabalhar na universidade, serei empregado da universidade. O procurador do municpio pode advogar, servidor pblico pelo regime prprio e em relao atividade profissional dele, est vinculado ao regime geral enquanto contribuinte individual. Qual a diferena entre filiao e inscrio: art. 20 do Decreto. Filiao o vnculo que se estabelece entre a previdncia social e as pessoas que com ela contribuem, no qual decorrem direitos e obrigaes. Inscrio ato de cadastramento perante o RGPS. ato administrativo. Art.18 do regulamento. A filiao decorre automaticamente do exerccio de atividade remunerada para os segurados obrigatrios. Camel segurado obrigatrio na condio de contribuinte individual. Se efetua atividade remunerada se automaticamente filiado ao RGPS. Pode haver inscrio retroativa ex officio com as devidas atualizaes. Tem que comprovar o exerccio da atividade. O segurado facultativo ter sua inscrio formalizada com o pagamento da primeira contribuio. Primeiro a pessoa se cadastra, para depois ficar filiado. A penso por morte independe de carncia. Tem que pagar a primeira contribuio, seno no h vnculo previdncia.

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Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro EMERJAndra Cunha Esmeraldo Tema 03 Rio de Janeiro, 09 de maio de 2005. by Alessandra

bom estabelecer o que prestao previdenciria para estabelecer um paralelo com as prestaes de natureza assistencial. A prestao de natureza previdenciria pressupe um vnculo para com a Previdncia Social; vnculo este que de carter contributivo. Quando a gente fala em prestao previdenciria, a gente vai ter a seguinte classificao: os benefcios de um lado como espcie do gnero prestao previdenciria, como prestaes de natureza pecuniria, que pode ser de natureza continuada (obrigaes de trato sucessivo), ou benefcios devidos em forma de prestao nica. Esses que vem se esvaziando ao longo de todas as reformas previdencirias, alterao da legislao previdenciria. A gente vai citar rapidamente aquela questo do peclio, que era aquele benefcio devido ao aposentado que retorna a atividade laborativa e como tal ele includo como segurado obrigatrio, mas que no teria em contrapartida acesso a uma srie de benefcios, da porque ele como que se resgatava aquelas contribuies recolhidas naquele perodo que ele j estava aposentada sob a forma de peclio. Ento o exemplo de prestao pecuniria de benefcio de natureza instantnea, de prestao nica. E quando a gente fala em benefcio, a gente vai ter um elenco de benefcios que em tese so devidos ao segurado e os benefcios devidos aos seus dependentes. A gente tem o gnero beneficirios da Previdncia Social, de que so espcies de um lado o prprio segurado e de outro os seus dependentes. J mencionei os benefcios como prestao pecuniria ao lado dos quais a gente vai ter os servios, que so de natureza no pecuniria (art.88 e ss da Lei n 8.213), que basicamente so os servios de habilitao profissional e/ou reabilitao profissional e social. H uma questo que se coloca por fora da redao literal do art.89. Ento se tem o servio a disposio daqueles que sequer exerciam atividade laborativa. Mas a gente tem que entender esse dispositivo partindo-se da premissa que se aplica aos beneficirios da Previdncia Social. Esse servio no tem. De qualquer maneira a gente vai partir dessa premissa dos beneficirios ou dos dependentes. Ento quando se fala da habilitao, portanto para aquele que sequer chegou a exercer atividade profissional, em contrapartida a reabilitao, que diz respeito a algum que j exerceu atividade laborativa e precisa ser readaptado. Ento a rigor ns temos que entender o caso aqui mais voltado aos dependentes. Ento aqueles deficientes fsicos que no tem qualquer vnculo para com a Previdncia Social, quer na condio de segurado, quer indiretamente na condio de dependente, ele tem que procurar outros servios de amparo assistencial propriamente ditos. Auxlio Doena: pressuposto da concesso do benefcio a prpria qualidade de segurado. justamente o que vai caracterizar o vnculo para com a Previdncia Social. A qualidade de segurado no basta para a fruio dos benficos previdencirios porque gera para o segurado uma expectativa de direito. A da caracterstica do regime previdencirio a gente levar em conta a lei de regncia, a lei que ser aplicada ao caso concreto. Por isso o leigo no entende porque contribuiu de forma X e na hora de me aposentar eu recebe menos do que aquele valor sobre o qual eu recolhi a contribuio. possvel porque ns no estamos diante de um vnculo contratual. A qualidade de segurado trs a nsito o regime estatutrio. Regime segundo o qual o indivduo se vincula sempre que se enquadrar naquelas atividades elencadas por lei como tal. Exemplo: contribuinte individual. Em linhas gerais vai se agregar a qualidade de segurado o que a gente chama de riscos sociais, que so contingncias, eventos determinantes tambm elencados em lei que uma vez ocorrido no caso concreto que faz nascer a prestao denominada benefcio previdencirio. Carncia: a professora colocou como um adendo pois nem todos os benefcios previdencirios exigem carncia. Carncia o tempo mnimo de vinculao para com a previdncia, o mnimo de contribuies recolhidas pelo segurado como requisito para que se faa jus a determinado benefcio previdencirio. No cumprida essa carncia ainda que preservada a condio de segurado e ainda que ocorrido o chamado risco social no haveria como se considerar adquirido o direito ao benefcio. Quando a gente fala de carncia portanto, temos que remeter aos arts. 25 e 26 da Lei 8213. Digamos que o Sr. Joo das Couves foi empregado pela primeira vez no dia 1 de maro de 2005 e ele vem a falecer no dia 30/04/05 deixando esposa e filho. Para efeito de penso por morte essa esposa e o filho tm direito penso por morte? R. Sim. Ele morreu na condio de segurado e esse benefcio independe de carncia. E ns temos a o risco social que a morte. Risco social a perda da renda familiar. Art.25: tem-se benefcios que dependem de carncia e qual o perodo dessa carncia? R. Exemplo: auxlio doena 12 contribuies. Lei 8213 h regra de transio art. 142 tem-se, por exemplo, aposentadoria por idade; na verdade ns temos a como risco social implcito uma incapacidade presumida. Exige-se preenchimento do requisito etrio simultneo a qualidade de segurado. A jurisprudncia vinha mitigando essa simultaneidade no sentido de que, ainda que tenha perdido a condio de segurado, quando a implementao do requisito etrio estaria resguardado o direito adquirido ...na verdade a gente acaba encontrando jurisprudncia de cunho social. E falando dessa jurisprudncia ns acabamos nos deparando com a Lei 10666, que basicamente vem incorporar essa jurisprudncia no sentido de dispensar a qualidade de segurado desde que cumprida a carncia. E qual a carncia? A Lei 10666 no fala, mas remete Lei 8213. Pela redao do art. 142 diz para o segurado inscrito at 24/07/91.... A controvrsia que surge desse dispositivo o seguinte: e aquele segurado que j esteve inscrito e perdeu essa qualidade de segurado quando do advento da lei? R. Ns vamos ter decises no sentido de considerar que o que o legislador quis resguardar aquele que j esteve filiado, teve um vnculo para com a previdncia social, pouco importando que tenha perdido a condio de segurado (posio da professora). Outra interpretao (Marcelo Leonardo Tavares) a regra

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Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro EMERJde transio foi introduzida juntamente para evitar o efeito surpresa daquele que era segurado e da noite para o dia teria que cumprir uma carncia trs vezes maior. Ento se ele perde a condio de segurado nesse prazo do art. 142 ele entra na regra de permanncia. Combinar o art. 142 Lei 8213 com o art. 25, I. Art.24: quando o segurado est em gozo de um benefcio previdencirio no perde a qualidade de segurado ou ento at 12 meses da cessao das contribuies. Se esgotado o perodo de graa previsto no art. 15 e o segurado que h perdeu essa qualidade posteriormente ingressa no regime a rigor ns temos nova filiao, mas que permite aproveitar a filiao anterior desde que respeitado o art. 24. Para a professora isso serve para reforar que o art. 142 aplicado quele que perdeu a condio de segurado. P. nico: uma vez ocorrida a perda da qualidade de segurado e h uma nova filiao posterior, aquele tempo anterior pode ser considerado desde que cumprido mais 1/3 do perodo de carncia a partir dessa nova filiao. Exemplo: pessoa perde a condio de segurado, adoece, fica incapacitado para o trabalho e vai ao posto do INSS e l falam para ele recolher como contribuinte individual por 4 meses e depois voltar para requerer o benefcio.Porque 4 meses 1/3 da carncia para o auxlio-doena (art.25, I). Mas a rigor esse recolhimento no faz sentido, pois o recolhimento pressupe o exerccio de determinada atividade remunerada (de exerccio de trabalho). Ora, se a pessoa j est incapacitada no momento em que ela recolher ela no est enquadrada naquelas hipteses que lhe assegura a qualidade de segurada. Ento essas contribuies so desprezveis para efeito do auxlio doena. Art.39, I: h entendimento no sentido de que esse dispositivo teria sido tacitamente revogado pela Lei 9876, logo o ndice no seria o salrio mnimo. Art.106/107: prova da atividade rural. Mas a gente acaba remetendo a questo para o art.55, 3 que trs a exigncia da chamada prova tarifada. Exige incio de prova material. A professora critica dizendo que no meio rural os registros documentados so muito escassos. Houve logo do advento da Lei n 8.213 quem defendesse a inconstitucionalidade, principalmente no mbito judicial, desse dispositivo na medida em que para o juiz vale o princpio do livre convencimento. Porm, no foi esse entendimento que prevaleceu. O STF entendeu pela constitucionalidade desse dispositivo, que tambm deve ser observado tambm nos processos judiciais. Em contrapartida a jurisprudncia acabou por mitigar essa rigidez de interpretao. Tudo bem, deve ser observado esse incio de prova documental, mas muitas vezes a certido de casamento que consta l a profisso de lavrador. Qualquer documento serve para suprir essa exigncia de incio de prova documental. S no vale documento no contemporneo. Com o advento da CF e da Lei 8213 foi alada a condio de segurado obrigatrio da previdncia unificada (urbano e rural). Art.143: tem apenas a carncia, independentemente de recolhimento, mas para esse benefcio de valor mnimo. Basta comprovar o exerccio da atividade, independente de recolhimento. Para os outros benefcios ele teria que comprovar o perodo de carncia e recolher por esse perodo correspondente. Houve uma discusso tremenda a esse respeito aps o advento da MP 1523 que alterava o art. 55, 2 para dizer que no, mas essa situao s para aquele benefcio do art. 143. E na ocasio o STF chegou a suspender a eficcia desta MP nesse tocante quando da medida cautelar na ADI 1664. Depois quando da converso da medida provisria na lei 8 28 no foi mantida a redao daquela MP. Se o tempo de servio a ser averbado relativo ao exerccio de atividade que no determinava filiao obrigatria na previdncia social urbana da lei anterior, ser necessrio tambm o recolhimento das contribuies correspondentes para o tempo de servio anterior. Para o tempo de servio desenvolvido como segurado trabalhador rural anterior a lei 8213 o art. 55, par. nico estabelece uma exceo permitindo o reconhecimento desse tempo desde que devidamente comprovado o tempo e no o recolhimento, salvo para efeito de carncia (o recolhimento s ser exigido para efeito de carncia). O fundamento dessa ADI leva em conta o 2 do art. 202 da CF com a redao anterior a EC 20. Vamos ver os riscos sociais. Esses riscos sociais so aqueles eventos previstos em lei que fazem nascer a pretenso prestao pecuniria, so contingncias que impedem o segurado de obter pessoalmente sua renda para a sua subsistncia ou implique numa reduo dessa condio. Eventos reais ou presumidos (aposentadoria por idade, por exemplo). Os riscos sociais esto elencados no art.201 da CF, praticamente reproduzido da Lei 8.213 no art.1. Com o advento da Lei 8213 a situao de acidente de trabalho foi incorporada ao regime geral da previdncia. Passou a ter um tratamento previdencirio propriamente. A partir da Lei 9032 praticamente equiparou o tratamento do acidente de trabalho aos benefcios decorrentes de outra causa de incapacidade. Art. 19 definio de acidente de trabalho. Art. 20 extenso dessa definio. Art. 21 hiptese de acidente de trabalho por equiparao. Art. 26 afasta a carncia. Art. 44, 2. Art.118 estabilidade de emprego. Art. 201, 10 CF c/c art.7, XXVIII CF responsabilidade do empregador que no se confunde com esse tratamento da legislao previdenciria para o acidente de trabalho. Empregador deve comunicar esse acidente o CAT. H jurisprudncia reiterada no sentido de considerar o princpio da lei mais benfica no caso de acidente de trabalho, mesmo que no haja direito adquirido. Competncia: art.109, I CF. O STF j decidiu que a competncia de natureza absoluta da Justia Estadual. Renda mensal inicial (clculo do RMI)/ Renda mensal de benefcio (RMB)/ Salrio contribuio dizem respeito ao critrio de clculo do benefcio quando da fixao inicial. Quando a gente est discutindo o prprio critrio de clculo do benefcio a gente vai ter sempre discutindo a questo da RMI. Critrio de clculo da concesso do benefcio. Outra questo reajuste de benefcio previdencirio critrio de clculo na manuteno do benefcio.

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Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro EMERJQuando a gente fala critrio do clculo de concesso (RMI), o grande fator complicador a modificao da legislao previdenciria. A gente tem que levar em conta a lei de regncia, ou seja, a lei que estava em vigor no momento em que o segurado rene os requisitos para a concesso do benefcio, ainda que ele venha requerer s posteriormente. Isso porque a gente tem que considerar o direito adquirido. A mecnica desse clculo a seguinte: considerar um determinado perodo bsico de clculo. PPC Perodo bsico de clculo o universo dos salrios de contribuio a ser considerado para fins de clculo do benefcio. A base de clculo dessa RMI justamente a relao de salrios de contribuio. Porque sobre o que o segurado contribuiu que se vai calcular o benefcio que ele vai receber. No vai haver necessariamente uma equivalncia, uma proporcionalidade. No tem natureza contratual. A rigor ns vamos ter como base de clculo a relao de salrio de contribuio sim, porm apenas aquelas do perodo bsico de clculo a ser considerado. Com o advento da EC 20 da CF, (art. 202, 3) cabe ao legislador infraconstitucional estabelecer o perodo de base de clculo que o perodo em relao ao qual sero considerados os salrios de contribuio. Regulamentando isso ns vamos ter a lei 9.876 (art.3) que considera como perodo base de clculo todo o universo das contribuies a partir de julho de 94, desprezados os menores salrios de contribuio. Para quem ingressou no regime aps esse diploma j vai ser todo o perodo de base mesmo. Sobre esse universo de clculo ns vamos tirar uma mdia aritmtica que vai redundar no denominado salrio de benefcio. Salrio de benefcio no exatamente o salrio de contribuio. Ns temos incidindo sobre esse salrio de benefcio um coeficiente de clculo percentual para a concesso de beneficio, que vai variar ao longo das alteraes legislativas. Cada benefcio ter sua regulamentao. Ex: auxlio-doena art. 61. Art.32: o segurado pode ter concomitantemente mais de um vnculo para com a previdncia. Exemplo: O segurado consegue comprovar o vnculo, a qualidade de segurado, mas no tem relao com salrio de contribuio, que o empregador que fornece. Art.35 no havendo prova do salrio de contribuio ser considerado um salrio mnimo. O STF entendeu que precisava de regulamentao, que veio com a lei 8.213, inclusive retroagindo (art.144/145) para alcanar justamente aquele perodo entre CF a lei 8213. o que se costumou denominar buraco negro. O buraco negro foi suprido administrativamente, tanto que a professora nunca recebeu processo questionando esse perodo. Teto do benefcio especialmente por fora desse art. 202. A lei 8213 previa desde a redao originria que o valor do salrio de benefcio no ser inferior a um salrio mnimo nem superior ao limite mximo do salrio de contribuio na data do incio do benefcio . Ora, mas se a gente tem a mdia das 36 ltimas contribuies daquele que vinha contribuindo no teto do salrio de contribuio quando...da correo monetria e nem sempre a tabela era corrigida ao mesmo templo, muitas vezes ocorria que o benefcio sofria um limitador teto em descumprimento daquele comando da mdia das ltimas 36 contribuies. Essa situao foi reparada por fora da lei 8.880/94, art.21, 3, que veio a ajustar essa situao CF para considerar que esse plus entre a mdia das 36 contribuies e o teto do salrio benefcio seria ento incorporado quando do primeiro reajuste do primeiro beneficio. A Lei 9.876 alterou a base de clculo. Essa lei aumentou o universo de salrios de contribuio, que no mais de 36 meses, como previa a CF, como prev a excluso de 20% dos menores salrios de contribuio para sobre a mdia aritmtica corrigida aplica-se o chamado fator previdencirio, que serve de desincentivo aposentadoria precoce. Regra de transio art. 9 da EC 20 trs situaes podem ocorrer: 1) Do segurado antes da EC j havia completado o tempo para aposentadoria integral. A EC 20 revogou a aposentadoria proporcional, mas ressalvou o direito adquirido; 2) Do segurado que j havia implementado as condies para a aposentadoria proporcional mas no para a integral ele vai poder fazer uma opo: ou vai optar pela aposentadoria proporcional com base nas regras em vigor quando do advento da EC 20 ou continua progredindo no regime, considera o salrio de contribuio superveniente, mas provavelmente vai se submeter legislao nova do fator previdencirio; 3) O segurado no tem direito adquirido algum - a ele se submete ao regime nove. No h direito adquirido a aposentadoria proporcional e no h direito a clculo de renda mensal inicial (RMI), corrigidas ms a ms.

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Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro EMERJAndra Cunha Esmeraldo Tema 04 by Daniel

A contribuio no fator do direito prestao. Apenas, quando exigida por lei, indicativa da manuteno do status de segurado. Em conseqncia, temos que a relao Cidado-Entidade previdenciria, que confere a condio de segurado, reflete um status. Tanto mais, que a evoluo dos sistemas previdencirios progride no sentido da gradual abolio das prestaes individuais do segurado. Que aquela idia de que todas essas reformas previdencirias e reformas sucessivas conduzem a que a previdncia privada se restrinja a um mnimo, em termos de prestao individual, ou seja, no sentido de se assegurar um mnimo existencial por conta de uma srie de fatores de crise financeira, ideolgica, fraudes. Chegou-se a concluso de que a tendncia cada vez maior de se restringir esses benefcios. Cabe destacar que a emenda 20 deu nova feio a esses riscos sociais, sobretudo no que diz respeito a restrio do salrio famlia e auxlio recluso, que ficam limitados aos segurados de baixa renda. Tudo isso, s para corroborar o que j vnhamos mencionando. Uma outra sigla muito utilizada o DIB (data do incio do benefcio). Ora, ento, o calculo da renda mensal inicial, desse incio de benefcio, vimos que segue mais ou menos essa mecnica de se considerar um universo X , definido por lei, de salrio de contribuio a serem levados em considerao, cuja mdia gerar o salrio de benefcio, sobre a qual incide um determinado coeficiente de clculo, para finalmente termos a renda mensal inicial (RMI). Isso, para efeito de concesso de benefcio. Uma vez concedido, temos critrios de reajustamento desses benefcios. E durante algum tempo, se fez uma certa confuso em termos de reajustamento de benefcios, que decorre da smula 260 do extinto TRF. muito comum, ainda hoje, termos aes em que o beneficirio vem pleitear que, uma vez fixada essa renda mensal inicial, que a manuteno da renda mensal do benefcio (RMB), siga o mesmo critrio de reajustamento do salrio mnimo. Ou seja, a chamada equivalncia do valor inicial do benefcio, ou seja, da RMI, ao nmero de salrios mnimos poca da concesso. Os leigos, de um modo geral, se perguntam: por que na poca em que eu me aposentei meu benefcio valia tantos salrios mnimos e hoje no vale mais? como se existisse uma previso legal para invocar essa equivalncia. A rigor, isso s ocorreu num determinado perodo especfico, que foi com o advento da CF de 88 por fora do art. 58 do ADCT. Foi o nico perodo em toda evoluo da legislao beneficiria , em que houve previso legal expressa da manuteno do valor do benefcio em nmero de salrios mnimos. Ainda assim, esse art. 58 s se aplicava aos benefcios ento concedidos. um critrio nitidamente de calculo dos benefcios em manuteno. Ou seja, a equivalncia em nmero de salrio mnimo s se aplica: do artigo 58 at o advento da lei 8213/91, onde esta j inaugura um outro critrio, que era a indexao ao INPC. Portanto, j desvinculado do reajuste do salrio (a no ser quanto ao piso, estabelecido na prpria CF, art. 201, 2 o). Mas com exceo do piso (que o valor mnimo do benefcio vinculado ao salrio mnimo, ou seja , toda vez que o salrio mnimo muda, o piso mnimo dos benefcios previdencirios tambm mudam.), nenhum outro benefcio est atrelado a equivalncia em nmero de salrios mnimos. Como foi dito, o art. 58 tem eficcia limitada no tempo, ou seja, at o advento da lei 8213/91, que estabeleceu o INPC. Depois do INPC, a lei 8542 estabeleceu o IRSM. Aps isso, veio a lei 8700 estabelecendo o fator de atualizao salarial, chamado de FAZ. Depois, tivemos o IPCR, o URV. No final das contas, o ltimo ndice com previso legal foi o do IGPDI, que era, na verdade, a medida provisria 1415, aps sucessivas reedies com outros nmeros, quando finalmente foi convertido na lei 9711. Ento, o IGPDI tinha previso legal. Depois das reedies dessa medida provisria, a partir de maio de 1998, foi omitido o IGPDI. A periodicidade do reajuste de benefcio previdencirio foi mantida, porm, sem fazer aluso a qual ndice. E a partir da, as medidas provisrias trouxeram um percentual especfico de reajuste. Ento, passou a ser estabelecido um percentual pontual. E mais recentemente ainda, nem mesmo atravs de medida provisria dado esse tratamento. Isso acabou sendo regulamentado por simples decreto. Mesmo o art.201 da CF fazendo aluso ao princpio da preservao do valor real do benefcio, o que ns tivemos a reiterada jurisprudncia do STF que reduz a noo do valor real ao valor nominal. Ou seja, a preservao do valor real do benefcio, aquilo que nominalmente o legislador estabelecer. Assim, critrio de manuteno de valor nominal e no real. Mas essa a jurisprudncia que prevaleceu, acerca da constitucionalidade do critrio legal. Esses ndices que mencionei foram convalidados pela jurisprudncia. Destaca-se, portanto, que atualmente o critrio de reajuste no est mais atrelado a nenhum ndice oficial. Tivemos percentuais escolhidos atravs de medidas provisrias, at mesmo atravs de decreto, o que, a nosso ver, acarreta excessiva discricionariedade. E no atente a redao literal do art 201,4 da CR. Ora, medida provisria at aceitvel que se atenda, mas decreto?! A interpretao que o Supremo acabou por sedimentar (REXT 376.846/SC, especificamente sobre o IGPDI), simplesmente adotou o que havia sido dito: critrio real o ndice oficial, no podendo o juiz se substituir ao legislador para estabelecer o ndice que melhor reflita a inflao real. S que aqui, h um diferencial que a ausncia de previso legal. Assim, no se pode questionar se o ndice legal atende ao valor real do benefcio , pois seria invaso da competncia legislativa, uma coisa. Mas como no h, me parece que seria o caso de se invocar o ltimo ndice previsto em lei , que era o IGPDI. Porm, no foi o entendimento consolidado, apesar de alguns julgados do STJ finalizando favoravelmente. Houve um Enunciado da Turma Nacional de Uniformizao dos Juizados Especiais Federais, que acabou por ser revogado justamente aps essa deciso do Supremo.

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Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro EMERJEnto, atualmente tem-se o Enunciado n 8 da Turma Nacional de Uniformizao dos Juizados Especiais Federais, justamente definindo que os benefcios de prestaes continuadas no Regime Geral da Previdncia no sero reajustados com base no IGPDI a partir de 1997 em diante. Pois o Supremo acabou por consolidar essa interpretao de que, mesmo que no tenha havido previso legal, o percentual que foi adotado a cada caso, atendeu concretamente ao critrio da preservao do valor real. Retomando essa questo da equivalncia ao nmero de salrios mnimos, faz-se aluso smula 260. Uma leitura rpida desse dispositivo, poderia nos levar a seguinte concluso: que a smula 260 est falando que o benefcio est atrelado ao nmero de salrios mnimos. Pois estabelece o salrio mnimo ento atualizado. Mas essa uma interpretao equivocada pois no se levam em considerao as razes histricas do contexto da prpria legislao ento em vigor, que gerou o enunciado 260 do TFR. Acontecia que o reajuste do benefcio previdencirio se dava por uma mecnica prevista em decreto, sem previso legal propriamente dita, em que o benefcio era enquadrado em determinadas faixas salariais. E havia um percentual diferenciado dependendo da classe dessas faixas salariais em que esse benefcio era enquadrado. Ora, esse mesmo critrio administrativo previa um enquadramento na classe sem considerar o valor do salrio mnimo atualizado. Ento, j havia uma defasagem na prpria incluso das faixas salariais e um fator diferenciado de reajuste. Desse modo, quando a smula 260 fala em valor integral do reajuste o mesmo valor, no importando em que faixa salarial estivesse includo o benefcio. Ou ainda que se considere a faixa salarial, voc vai ter que considerar o valor do salrio mnimo atualizado. Pois seno, ns teramos uma situao em que , em razo do perodo do benefcio, ou melhor, aqueles benefcios concedidos mais prximos da periodicidade do reajustamento, teriam um plus em comparao queles benefcios mais antigos. Estou fazendo meno a essa smula 260, s para alerta, pois o prprio TRF da 2a regio chegou a editar uma smula 17, que acabou ultrapassada por reiteradas decises do supremo criticando a interpretao da 2a regio, onde equiparava tudo. Esse enunciado 17 interpretava que, por fora da smula 260 o benefcio deveria guardar manuteno em nmero de salrios mnimos, que o mesmo critrio do art. 58 do ADCT. Mas a rigor, essa uma forma de interpretao equivocada e o TRF da 2a regio acabou abandonando esse entendimento. Espcies de Prestaes Pecunirias Importantes so trs espcies de benefcios previdencirios: Auxlio doena; aposentadoria por invalidez e Auxlio acidente. Esses benefcios tm como fundamento, ou melhor, como risco social, ou como fator determinante , portanto, como requisito a sua concesso: a incapacidade. E nesse caso, estamos falando da incapacidade real, vale dizer: comprovada. Ou seja, no caso de incapacidade por idade, nem mesmo incapacidade por tempo de servio. Essa comprovao se faz por percia mdica realizada no mbito do prprio INSS, salvo discordncia da parte quanto ao lado concludo. Se se est falando de incapacidade, estamos falando de falta de aptido para o trabalho. Essas espcies de benefcios (especificamente auxlio doena e aposentadoria por invalidez) tm natureza precria. Eles subsistem enquanto permanecer a situao de incapacidade laborativa. bem verdade que a diferena da incapacidade que enseja o auxilio doena e a aposentadoria por invalidez que , no caso do auxlio doena a incapacidade parcial e temporria. Parcial porque no atinge necessariamente todas as atividades laborativas possveis, e sim aquela atividade que o segurado desempenhava regularmente, habitualmente antes de eclodir a incapacidade. Temporria, porque permite a recuperao para o trabalho. Portanto, estamos diante de um prognstico de recuperao. O benefcio de aposentadoria por invalidez pressupe a incapacidade total, ou seja, para toda e qualquer atividade e no apenas aquela que habitualmente o segurado exercia antes de eclodir a incapacidade. Alm disso, essa incapacidade total e permanente que d ensejo a aposentadoria por invalidez, significa o caso do prognstico negativo de cura ou reabilitao para outra atividade. Dificilmente um tratamento vai permitir a recuperao da capacidade laborativa nessa situao. Mas ainda assim, pode acontecer que a pessoa possa se reabilitar. Por isso que dizemos que de natureza precria. No momento em que o laudo realizado, a concluso do perito de que a incapacidade total e permanente porque no passvel de recuperao. E tempos depois, pelo avano da medicina, descobre-se a cura para aquela determinada doena. Nessa situao, consideramos esse carter precrio, principalmente a ensejar a reviso peridica. Assim, os segurados titulares de auxlio doena ou aposentadoria por invalidez, devem se submeter a exames peridicos por parte do INSS, justamente para verificar se persiste ou no essa situao. Isso est previsto no art.101 da lei 8.213. H um dispositivo no regulamento que prev essa periodicidade, no caso de aposentadoria por invalidez, mais espaada. Sobretudo a partir do segurado que possui uma certa idade. Tem que voltar menos vezes, mas necessrio que volte, pois o INSS vai acompanhar, j que o benefcio s devido enquanto persistir a incapacidade. essa a situao que enseja o benfico. Da, a natureza precria da concesso.

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Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro EMERJH uma questo que se coloca, no caso de benefcio por incapacidade, que o requisito negativo. A doena ou a incapacidade no pode ser pr-existente a filiao (art.42, 2o e 59, U da lei 8.213). Ns no se considera propriamente a doena. Pois a pessoa pode ter uma predisposio gentica, uma doena congnita, que at um determinado momento no lhe gerava incapacidade. Ento, no a doena em si. Esta pode at ser preexistente. Uma pessoa esquizofrnica que tem antecedentes familiares. Inscreve-se, vincula-se a previdncia social, exerce atividade laborativa e anos depois vai acontecer um evento na vida dela que faz eclodir um surto que a incapacita. Essa uma situao resguardada. O que se resguarda nesse exemplo dado e em vrios outros, o agravamento da doena. E um outro requisito que deve ser levado em conta a boa f. Se momento da filiao a pessoa j era portadora de HIV, mas em um perodo assintomtico, estando at ento com sua capacidade laborativa preservada. Tambm ser resguardado. O que deve ser afastado a m f. Assim, se a doena era preexistente, teremos que analisar se a incapacidade tambm era preexistente. Pois pode ser que a pessoa possusse a doena em potencial, mas que s gerou a incapacidade aps a filiao. E essa situao est resguardada. Fora isso, essa inscrio seria invlida. O segurado obrigatrio que perde a qualidade de segurado pode vir a se inscrever como segurado facultativo. Mas mesmo a inscrio como segurado facultativo, vai esbarrar nessa situao da preexistncia da incapacidade. Vide tambm Decreto n 30.48/99, 3o, do art.11. Se a pessoa se inscreve como segurado facultativo, j incapacitada para o trabalho, poder at fazer uso de um outro benefcio. Mas no o benefcio por incapacidade, pois vai esbarrar no problema da preexistncia desta. Tanto no caso de aposentadoria por invalidez, como no caos de auxlio doena, o legislador exige o afastamento da atividade. Art.26, II da lei 8.213/91 tratam das doenas que dispensam a carncia. Esse elenco exaustivo. Vide tambm art.151. Dispositivo interessante o art.76 do Decreto n 30.48/99. Tem relao com a situao da perda da qualidade de segurado. O chamado perodo de graa, previsto no art. 15 da lei 8213. no perde a qualidade de segurado quem est (ou deveria estar) em gozo do benefcio. Exemplo: o sujeito (antigo autnomo, hoje contribuinte individual) que vinha desenvolvendo uma atividade laborativa. Desenvolvia sua atividade de autnomo e em dado momento ele parou de recolher. Mas ele parou de recolher justamente porque no estava conseguindo mais desempenhar a atividade laborativa. E por falta de informao, ou desconhecimento, no solicitou o auxlio doena. Quando algum o alertou, ele j no tinha a menor condio de se recuperar, nem de ser readaptar em nenhuma outra atividade. Resolve procurar o INSS. A rigor, se ele consegue comprovar por percia que, quando ainda estava no perodo de graa, foi quando eclodiu a incapacidade , estar resguardado e no incorre na perda da qualidade de segurado, cabendo at a concesso de ofcio desse auxlio doena. No caso do auxlio doena, como foi mencionado, a incapacidade parcial. A rigor, no depende do segurado estar em atividade. Estando em atividade como empregado. Os 15 primeiros dias de afastamento da atividade por incapacidade ficam a cargo do empregador. Ele que obrigado a efetuar o pagamento do salrio (art.60, 3o da lei 8.213). A partir do 16o dia , j passa ao dever do INSS, comprovada realmente a incapacidade, a arcar como o pagamento do auxlio doena. Pode acontecer de o segurado ter um melhora. E se ele volta a piorar no prazo de 60 dias decorrente da mesma molstia anteriormente verificada, o empregador no ter que cumprir novamente os 15 primeiros dias. Ou seja, se for restabelecimento de um benefcio de auxlio doena que foi cessado por recuperao da capacidade, havendo uma recada posteriormente, a rigor, dentro desse prazo, no haveria observncia dos 15 primeiros dias a cargo do empregador. Pode acontecer dessa reduo da capacidade se constatar apenas com relao quela atividade que habitualmente o segurado desenvolveu. Estando ele apto para outras atividades. Essa uma circunstncia que afasta a aposentadoria por invalidez. Como foi mencionado, a aposentadoria por invalidez decorre da incapacidade total (ou seja, para toda e qualquer atividade) e permanente. Mas essa situao do auxlio doena, quando a incapacidade se d para uma atividade especfica, aquela que habitualmente o segurado exercia antes, pode tambm acontecer dessa incapacidade ser permanente para aquela atividade. Ento, no deixa de ser uma incapacidade parcial, mas para quela atividade permanente. Exemplo: imagine um motorista de nibus que sofreu uma leso na coluna, no podendo fazer nenhum tipo de movimento mais brusco. Nunca mais ele vai poder ser motorista de nibus. Ele pode exercer outras atividades que no exija esforo fsico. Ter que ser readaptado a uma outra atividade que no aquela regularmente exercida at ento. Essa uma hiptese de incapacidade parcial porque no atinge a totalidade das atividades laborativas possveis. Mas por ser justamente a atividade habitual, ainda que a incapacidade para essa atividade seja permanente, ou seja , no sendo passvel de recuperao, no enseja aposentadoria por invalidez. Essa uma situao em que o INSS ser obrigado a encaminhar o segurado para exame e para servio de reabilitao habitacional. Vide art.62 da lei 8.213. Quando o laudo do perito no consegue precisar o incio da incapacidade laborativa, teremos duas situaes: uma no caso da chamado alta mdica indevida, que quando o INSS cessou o benefcio quando no poderia ter cessado. Ento, mesmo quando o laudo no consiga precisar, o restabelecimento deve ser desde a cessao do benefcio.

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Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro EMERJMas se tem a situao em que o benefcio foi indeferido administrativamente e o perito do juzo diz que no tem como precisar o momento da incapacidade, mas tem como precisar que essa pessoa est incapaz agora, os efeito, ou seja, a chamada DIB (data do incio do Benefcio) tem que ser a do laudo pericial. Quando j se tem um benefcio em curso e o INSS cessa, cabe a ele provar que cessou regularmente. Assim, mesmo que o perito no consiga estabelecer o incio da ecloso, se o INSS no faz essa prova, o restabelecimento deve se dar desde a data da cessao. Mas quando voc no tem esse elemento anterior, vamos supor: um benefcio que foi indeferido administrativamente , a parte vem em juzo e o perito no consegue precisar, no se pode estabelecer retroativo data do requerimento administrativo por exemplo. A jurisprudncia tem se manifestado no sentido de que deve ser considerado a data do laudo, j que antes no preciso precisar. Quando agente fala nessa possibilidade de se readaptar a outras atividades, temos que levar em considerao o aspecto objetivo e ao prprio resultado do laudo mdico. Mas temos que avanar um pouco mais para considerar circunstancias subjetivas. Muitas vezes temos um laudo em que o perito diz que a segurada suscetvel de recuperao, embora dependesse de tratamento. Mas no basta a concluso fria e seca do perito afirmando que a doena tem tratamento e que portanto recupervel. Alm disso, temos que considerar a idade, o grau de instruo, etc. A professora narra uma situao em que o perito afirmava que a segurada era suscetvel de recuperao, embora dependesse de tratamento. A sentena foi no sentido de restabelecer o auxlio doena. A parte recorreu insistindo que aquele auxlio doena fosse convertido em aposentadoria por invalidez. Alegou que a limitao da autora era severa porque a pessoa era portadora de Esquizofrenia com quadro alucingeno. O prprio perito narrava que ela j tinha sido atropelada 2 vezes e que determinadas horas ela saia na rua sem roupa. A prpria medicao apontada pelo perito do juzo gerava um efeito sedatrio. Assim, conclui-se que, ainda que do ponto de vista estritamente mdico, objetivo, ela fosse passvel de recuperao, no caso concreto, diante todas essas limitaes, impossvel uma recolocao no mercado de trabalho. Aposentadoria por invalidez: segue mais ou menos essa sistemtica do auxlio doena, com a diferena de que a incapacidade seja considerada total e permanente. Um detalhe importante e que as pessoas se confundem a afirmao de que a aposentadoria por invalidez deveria ser sempre precedida pelo auxlio doena. Isso no verdade. O auxlio doena pode ser concedido mesmo para quem est afastado da atividade, mas quando a incapacidade tenha ocorrido ainda no perodo de graa. Na aposentadoria por invalidez a mesma coisa. Sendo que, se no momento em que constatado a incapacidade, desde j possvel aferir que essa capacidade total e permanente, no faz sentido conceder previamente o auxlio doena para s depois converter em aposentadoria por invalidez. (art.42 da lei 8.213) . O art.45 da lei 8.213/91, prev um percentual de 25% , no caso do valor da aposentadoria por invalidez do segurado que necessitar de assistncia permanente de outra pessoa. Esse um benefcio que no substitui a renda, mas sim um complemento para quando a pessoa necessite de acompanhamento. Art.46: o retorno atividade incompatvel com a concesso do benefcio. Reforando o que foi mencionado sobre a natureza precria do benefcio mesmo no caso de aposentadoria por invalidez, em havendo recuperao da capacidade laborativa (no caso de aposentadoria por invalidez), o art.47 prev uma hiptese de cessao gradativa do benefcio. Ele vai recebendo esses percentuais diferenciados at sua efetiva recolocao, sem prejuzo do servio de reabilitao profissional. H uma discusso processual que nos interessa, que o caso em esses benefcios so concedidos judicialmente. Pode o INSS rever administrativamente quando daquele comparecimento peridico para a avaliao da incapacidade? R. Existe um posicionamento defendendo que o INSS, nesse caso, dever propor um ao revisional. Pois o beneficio do auxlio doena e a aposentadoria concedidos judicialmente s poderiam ser revistos tambm judicialmente. Para a professora, essa interpretao no parece razovel. E se surgir a cura daquela doena vindo a pessoa a se reabilitar? O INSS teria que mover uma ao judicial para cessar ao benefcio? R. Por isso, para a professora no perece ser a melhor posio. Auxlio Acidente: est disciplinado no art.86 da 8.213 e, vale destacar, que a redao originria desse artigo fazia aluso ao auxlio acidente concedido quando, aps a consolidao de leses decorrentes de acidente do trabalho, resultar seqelas. Essa situao foi estendida e o auxlio acidente hoje devido para qualquer acidente, ou seja, qualquer causa relacionada ou no ao trabalho. Assim, sempre que de um acidente, do trabalho ou no, implique em seqela que acarrete reduo da capacidade laborativa para o trabalho habitualmente exercido, devido ao segurado. E a, vale mencionar que no so todos os segurados (havendo uma mitigao do princpio da Universalidade das prestaes) que podem se beneficiar desse auxlio acidente. Vide art.18, 1o. O empregador domstico, por exemplo no faz jus ao auxlio acidente. Data do incio do benefcio e data da cessao: data do incio seria o auxilio doena. Ento, o auxilio acidente, diferentemente da aposentadoria por invalidez, deve ser precedido do auxlio doena. Porque o auxlio acidente s devido quando constatadas a consolidao das leses decorrentes de acidente.

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Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro EMERJEnto , a rigor, essa consolidao das leses acaba se revelando, na prtica, um perodo j do afastamento da prpria atividade. Assim, esse um caso que deveria ser precedido do auxlio doena. Pois ao termino do auxlio doena podese concluir que houve seqela que se enquadra a na caracterstica do art.86 da 8213 (1). Anteriormente o auxilio acidente era considerado vitalcio. a redao original desse pargrafo primeiro. Portanto, mesmo a concesso da aposentadoria no seria motivo de cessao do benefcio. Ocorre que por fora da lei 9.582, foi includo o auxlio acidente no calculo do salrio de benefcio da aposentadoria. Por isso o benefcio deixou de ser vitalcio. No mais cumulvel. O art.124 traz as hipteses em que no possvel acumulao dos benefcios previdencirios. No inciso V desse artigo, teremos a impossibilidade da acumulao de mais de um auxlio acidente. Antes o auxlio acidente era recebido como prestao mensal, vitalcia, como suplemento de renda, mas no era levando em conta na base de clculo da aposentadoria a ser concedida. Com a mudana introduzida com a lei 9.583, em que passou a ser computado na base de calculo, ou seja, no salrio de contribuio e no salrio de benefcio, se houver essa cumulao, a rigor, nos teramos um bi in idem (a mesma situao ftica dando ensejo a esses dois benefcios, que seria incompatvel com toda a sistemtica do regime de previdncia). Embora no haja previso expressa nesse art.124. O auxlio acidente suprimiu totalmente o antigo auxlio suplementar. Este era devido especificamente no caso de acidente do trabalho e daquele segurado que estivesse incapacitado para atividade que habitualmente exercia. O auxilio suplementar ficou absorvido pelo auxlio acidente. No foi revogado expressamente, mas foi tacitamente. A lei 8.213 regulamentou toda aquela situao em que era abrangida pelo auxlio suplementar. Mas ficam resguardadas as situaes de direito adquirido.

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Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro EMERJAndr Oliveira da Silva Tema 05 Rio de Janeiro, 11 de maio de 2005. by Isabella

Espcies de prestaes II: Aposentadoria por idade, aposentadoria por tempo de contribuio, aposentadoria do art. 9, da EC/20 e aposentadoria especial. Como que calcula o salrio de benefcio? R. Pela mdia salarial. Aula de ontem, salrio de benefcio. O valor do benefcio. Ento se ganha R$ 1.000,00 por ms, mdia R$ 1.000,00 pagar a ttulo de contribuio 9% desse valor. Tambm sero considerados 80% dos maiores salrios, isso de julho de 1994 at hoje, por isso em cada 10 anos poder 2 anos ganhar menos que no ser considerado. Salrio benefcio mdia salarial. Salrio de contribuio a base de calculo da contribuio. O percentual de aposentadoria especial ser 100%, o mesmo para aposentadoria por invalidez. Aposentadoria por tempo de contribuio integral o percentual de 100%. O auxlio doena de 91%. Auxlio Acidente de 100%. Aposentadoria por Idade: o homem demora 35 anos de contribuio para se aposentar e a mulher 30 anos. A carncia de aposentadoria por idade de 180 meses de contribuio. No art. 142 da lei 8.213/91 tem uma tabela, remisso ao art. 25 da mesma lei. Art.25, II da lei 8.213/91. Aposentadoria por idade se calcula da seguinte forma: parte de 70% fixo, mais 1% por cada grupo de 12 meses de contribuio. Ento se um aposentado contribuiu por 20 anos, dar 70% mais 1% por cada 12 meses de contribuio, ento receber 70% + 20X 1% = 90% do valor da contribuio. Isaas contribuiu por 25 anos, tinha 65 anos de idade se aposentou. O Salrio Benefcio dele era de R$ 900,00, correto afirmar que a renda dele ser de R$ 805,00?R. Como ele receber 95% de R$ 900,00 = R$ 825,00 ento est errado. O art.3, 2 da lei 8.213/91 aposentadoria por idade, os destinatrios sero todos os segurados. A carncia ser de 180 meses de contribuio, mas a exceo para os inscritos at 24 de julho de 1991, vide tabela do art. 142 da lei 8.213/91. DIB (data do incio do benefcio): data do desligamento para o empregado e para o domstico, se requerida at 90 dias. Isso quer dizer que eles por terem vnculo empregatcio, possuem ligamento. Ento at 90 dias tem ligamento e se requerer at esses noventa dias tero o direito desde a data do desligamento, mas se requerem ao benefcio aps somente receberam da data do requerimento. O direito no socorre a quem dorme. O mesmo ocorre com a penso por morte que se for requerida at 30 dias do falecimento ser prestado o benefcio desde a data do bito a seus dependentes, porm se requerida aps esse prazo, ser prestado o benefcio da data do requerimento. Ser DER (data da entrada do requerimento) para os demais segurados, quando no houver desligamento. Isso ocorre quando ele continua trabalhando, no pede desligamento, ser devido o benefcio da data que requereu. Ento, se o segurado completar 65 anos mais no se desligar da empresa e continuar trabalhando, somente ser prestado o benefcio da data do requerimento deste. Requisitos especficos para cada benefcio: a aposentadoria por idade tem o requisito especfico da aposentadoria por idade a idade avanada. 60 anos de idade para mulher e 65 anos de idade para o homem, para o trabalhador urbano. Mas para o trabalhador rural ser de 55 anos de idade para a mulher e 60 anos de idade para o homem, isso porque o trabalho rural envelhece mais cedo, devido ao sol e ao desgaste fsico, dentre outros fatores, tanto ao trabalhador rural do empregado como o de regime de economia familiar, todos devero contribuir sobre a produo. Mas tambm tem como requisito no art. 48 da Lei 8.213/91, o perodo mnimo para trabalhar como rural: Ter que ter de tempo de atividade rural a mesma da carncia da aposentadoria por idade, no mnimo de 15 anos, esse requisito devendo ser no perodo imediatamente anterior. Aposentadoria compulsria: 70 anos de idade homem e 75 anos de idade mulher, no regime geral. No regime prprio de 70 anos para homem e mulheres. No regime geral no expulsria como do regime prprio. compulsria tanto em relao ao empregador como a instituio, mas necessrio ter cumprido o perodo de carncia de 180 meses de contribuio, somente receber por idade se contribui no mnimo por esse perodo. O art.3 da Lei 10.666/03 estabelece que se perder a condio de segurado no ser considerada para fins de aposentadoria por idade. Exemplo da tia que com 70 anos somente trabalhou 15 anos a mais de 30 anos parada, sem estar contribuindo, perdeu a qualidade de segurado, mas vai ter direito a aposentadoria por idade por fora desta lei 10.666/03, no art.3, 1, dever ter no mnimo 15 anos de contribuio. Segurada especial (rural) precisa comprovar tempo de servio de atividade rural. Salrio maternidade para segurada especial preciso de 10 meses de exerccio de atividade, mas para empregado e domstico, no h perodo de carncia, somente para segurada especial. A lei 10.666/03 art.3 definiu que no precisa sustentar a qualidade de segurado. Ento se a pessoa trabalhou dos 30 anos aos 55 anos, poder ficar parado, sem contribuir o homem at os 65 anos, esperando aposentar por idade. Mas na data do requerimento do benefcio ter que completar a carncia. Segurado antigo ter uma tabela no art. 142 da lei 8.213/91.

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Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro EMERJNo tem problema nenhum perder a condio de segurado, para aposentadoria por idade, basta ter cumprido o tempo de carncia de contribuio (15 anos). Tambm poder ter perodo de carncia menor, de acordo com a tabela do art. 142 da lei 8.213/91, mas tomem cuidado que a lei 10.666/03 de dezembro de 2003, somente haver esse direito ao benefcio da aposentadoria por idade com a perda da qualidade de segurado aps esta lei. Aqueles que haviam perdido a qualidade de segurado, de acordo com a 1 questo do caso concreto - tema 5, em 2001 teria completado 65 anos de idade mas s passou a ter direito ao benefcio em dezembro de 2003, com o advento da lei que beneficiou aqueles que cumprido a carncia perderam a qualidade de segurado antes de completar a idade mnima para se aposentar por idade. Aposentadoria por tempo de contribuio: no se usa mais o termo aposentadoria por tempo de servio desde dezembro de 1998, ser sempre por tempo de contribuio, ainda que no tenha contribudo como o caso do trabalhador rural que no contribua at 1991. No existe mais aposentadoria proporcional, porm ainda para os inscritos at dezembro de 1998, for fora da regra de transio do art.9 da EC 20. Todos os segurados, tem direito a aposentadoria por tempo de contribuio, menos o segurado especial, que o trabalhador rural que no precisa comprovar carncia apenas tempo de exerccio de atividade. A regra de carncia a mesma da aposentadoria por idade e a DIB a mesma, o requisito especfico de 30 anos de contribuio para o homem e de 35 anos para o homem. O trabalhador rural poder ter por tempo de contribuio carncia de 30 anos de contribuio se mulher e de 35 anos de contribuio se homem, no ter a diminuio de 5 anos nesse caso, apenas no caso de aposentadoria por idade. J o professor que exera atividade de magistrio em ensino fundamental e mdio, ter direito a reduo de 5 anos de contribuio, somente ao professor que exera efetivamente atividade de magistrio, portanto o diretor que seja professor no ter a reduo de 5 anos. Assim, o professor homem aposenta com 30 anos de tempo de contribuio, e a professora com 25 anos de contribuio. O art. 9 da EC 20 de 1998 estabelece a regra de transio para aposentadoria proporcional. Para o homem se em dez/98 tinha exercido 20 anos de contribuio o tempo necessrio em dez/98 era de 30 anos de contribuio, o tempo faltante de 10 anos de contribuio, ento calcula-se que o tempo faltante sendo de 10 anos, um pedgio sobre o tempo faltante de 40% = 4 anos, ter que cumprir mais 14 anos de contribuio. (10 + 4 anos = 14 anos), portanto, com 34 anos de contribuio passar a fazer jus ao benefcio proporcional por tempo de contribuio, com o proporcional de 70 %, ento para ele o ideal sair na regra geral e no na regra de transio proporcional, porque faltava muito tempo, ento se ficar na regra geral com 35 anos de contribuio far jus a 100% do valor da contribuio, do salrio de benefcio, mas se for proporcional somente receber 70% para o resta de sua vida. Vou dar outro exemplo: digamos que essa pessoa tivesse em dez/98 trabalhado por 25 anos de contribuio, vai faltar 5 anos para 30 anos, o pedgio ser 2 anos, faltar 5+2=7 anos de contribuio, mas tambm pede idade mnima de 53 anos para homem, ter que ter 32 anos de contribuio, receber na proporo de 70 %, o pedgio no vale para nada, somente receber 5% de acrscimo por perodo de 12 meses (1 ano) de contribuio, ento se no caso tivesse contribudo por 33 anos, em vez dos 32 anos exigidos, receber 75% de proporcional. Isso ocorre quando falta tempo para completar a idade mnima para aposentadoria por tempo de contribuio que ser de 48 anos para mulher e de 53 anos para o homem. O art. 55 da lei 8.213/91 disciplina como comprovar o tempo de servio, para fins de tempo de contribuio para aposentadoria. Nos incisos h regras para fins de tempo de contribuio o perodo que vai ser considerado. Como o art. 55, II da lei 8.213/91, quando por auxlio doena ou aposentadoria por invalidez. Exceo, no art. 60, IX do Regulamento RPS Decreto 3.048, que no ser considerado como tempo salvo se o benefcio tiver decorrido de acidente do trabalho. Aposentadoria Especial: art. 57 da lei 8.213/91: destinatrio o empregado, o trabalhador avulso e o cooperado de produo, art. 1 da lei 10.666/03, o empregado domstico no tem direito. O requisito especfico est no art. 57, par. 6 da lei 8.213/91, vai ser o exerccio de trabalho sob condies especiais que prejudiquem a sade ou a integridade fsica, durante 15 anos, 20 anos ou 25 anos. A relao desses prejuzos a sade est no anexo 4 do regulamento Decreto 3.048. At 1995 a lei 9.032/95 previa que s precisava comprovar a categoria que fazia parte, para obter o benefcio, depois de 1995 preciso comprovar a condio de trabalho em qualidade especial, est no art.57 e 58 da lei 8.213/91, precisando ter laudo especial, esse laudo que efetivamente vai demonstrar, essa qualidade de aposentadoria especial, que somente se estive dentro das atividades consideradas nocivas pelo RGP. A empresa vai fornecer um documento e vai contribuir mais, pela atividade nociva do segurado. Dever ser emitido um laudo de mdico do trabalho ou de engenheiro de segurana do trabalho, o laudo que a empresa emite ser baseado nesse laudo. O INSS no concede quando usa equipamento de trabalho, mas, as decises judiciais vem concedendo aposentadoria especial com base em laudo, at mesmo que tenha usado equipamentos protetores, se estiver dentro das atividades insalubres previstas na lei.

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Aposentadoria especial: quem tem direito so as pessoas que exercem determinadas atividades, relacionadas no art.64 do Decreto 3.048/99. O trabalho deve ser de 15, 20 ou 25 anos. Existe o quadro de atividades e cada uma delas tem um tempo especfico. Como se dar a comprovao a exposio aos agentes nocivos? R. A empresa emite um formulrio SB 40 informando que o empregado trabalhava em certa atividade, durante certo perodo e assim por diante. A obrigatoriedade de laudo s existiu a partir de 1995, antes bastava que o empregado fosse de uma categoria especfica para que fosse concedida a aposentadoria. A nica atividade que sempre se pedia laudo, mesmo antes de 1995, era a reativa a rudos. Como se comprovaria que no ambiente de trabalho o rudo era alto ou no? Era necessrio se comprovar se o rudo era alto ou no. Outra questo que ns no tratamos e que vamos tratar agora a seguinte: se o uso de equipamento obrigatrio afasta o benefcio? R. Ou seja, se o empregado estava exposto ao agente nocivo e estivesse usando o equipamento. O uso de equipamento obrigatrio no afasta o direito ao benefcio. O uso do equipamento paliativo. Converso de tempo: com a medida provisria acabou com a converso de tempo. Mas ela foi convolada em lei, acarretando a no revogao do art.57, 5, lei 8213, por esquecimento. Quando veio a lei 9711 a redao foi mantida e no houve a revogao do artigo. Quando convolou a medida provisria 1.663 em lei esqueceram de revogar o 5, do art. 57. Acarretando a seguinte discusso: alguns entenderam que estava tacitamente revogado o artigo, que foi a posio do INSS. Mas, majoritariamente, entendeu-se que por no estar previsto expressamente na lei o artigo teria sua redao restituda. No bojo da Lei 9.711 parecia que havia uma contradio, porque no ocorreu a revogao expressa. Por conta disso o INSS entendeu que no, porque o art 70 do Decreto havia regulado o tema. Foi proposta uma ao civil pblica, na qual foi decidido que ainda era permitida a converso do tempo especial em comum. O que consiste a converso do tempo especial em comum? R. Uma mulher trabalhou num subsolo de mina, por 14 anos. Observe-se que ela se aposentaria com 15 anos. Se ele estivesse numa atividade comum ela teria que trabalhar o dobro, ou seja, 30 anos. Assim, cada ano da atividade de riso equivale ao dobro na atividade comum. Ora, se a mulher trabalhou 14 anos na atividade de risco e parou de trabalhar, ela ter esse tempo convertido para a atividade normal. Dessa forma multiplicando-se 14 x 2, chegamos a 28 anos. A trabalhadora, seguindo essa regra s precisaria ficar 2 anos na atividade comum. Ela no se aposentaria na atividade especial, mas sim na comum. Todavia, com tempo especial convertido para comum. A mesma coisa poderia ocorrer com quem trabalhasse por 10 anos numa atividade de risco e que ir para uma de 30 anos. (circular o art 70 do decreto). O art.70 do decreto traz uma tabela de converso: de 15 para 30 anos a mulher tem o fator 2. O homem para converter seu tempo de 15 anos para 30 deve utilizar o fator de multiplicao 2,33. E assim vai (vide o artigo). E de regime especial para especial, pode haver converso? R: ex: a mulher trabalhou 10 anos numa atividade de 15, se ela for para uma atividade de 20, esses 10 anos sero considerados como mesmo 10 anos numa atividade de 20? Claro que no. Haver outro fator de converso que est no art. 66. O artigo traz a tabela de converso. Em outras palavras, no presente exemplo a mulher para converter seu tempo deveria multiplicar os 10 anos pelo fator 1,33, chegando-se a 13 anos e 3 meses. O que precisa ser entendido que pode haver converso do tempo especial para o comum. E tambm que o tempo especial pode ser convertido para outra atividade. O que no pode acontecer o contrario de se converter o tempo comum para especial. O trabalhador que exercia atividade comum nunca se aposentar pela atividade especial. Sobre o uso de equipamento: o uso de equipamento de segurana e proteo no excludente de insalubridade em razo de no anular os agentes nocivos do ambiente, sendo somente medida paliativa. Para comprovao da insalubridade dos trabalhadores at 1995, basta a apresentao do formulrio SB 40. A partir de 20 de abril de 1995, mister se faz a apresentao de laudo tcnico pericial. Salrio-maternidade: o art.7, XVIII, da CRFB estabelece uma garantia a gestante. Acontece que aps a EC 20/98, no art. 14, todos os benefcios previdencirios esto restritos ao limite mximo do RGPS. O legislador constituinte derivado no excepcionou nenhum benefcio. Entendeu-se que a previdncia iria bancar o salrio-maternidade at o limite mximo, mas o empregador bancaria a diferena entre o limite mximo e o valor efetivo da trabalhadora. Ocorre que o STF teve um entendimento diverso, segundo o tribunal o art 14 constitucional, devendo-se interpret-lo conforme a CRFB, pois se o entendimento anterior prevalecesse estar-se-ia promovendo a discriminao que a CRFB buscou combater. Para o tribunal o salrio-maternidade est fora do art. 14, podendo o salrio ser pago acima do limite do RGPS pelo INSS. O professor criticou esse posicionamento, pois segundo ele foi uma deciso poltica, mas no juridicamente correta. Com tudo prevalece o art.72 da lei 8.213. Quais so os dois benefcios que no so calculados sobre o salrio de benefcio? R: salrio famlia e salrio maternidade. Salrio-maternidade no calculado dessa forma. Digamos que uma empregada domstica que receba um salrio de R$ 5.000,00, que venha a ficar grvida, qual ser o salrio-maternidade da empregada domstica?

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Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro EMERJA empregada e a trabalhadora avulsa recebem o salrio-maternidade pela remunerao integral. (fazer referencia no art. 72, da lei 8213). Se o legislador quis que se tratasse de remunerao integral porque que no quis limitar o salrio-maternidade. O art. 73 traz a forma de calcular o salrio-maternidade das demais seguradas. A empregada domstica est enquadrada no inciso I do art. 73. Aqui h a limitao do salrio de contribuio, o legislador no falou em remunerao integral. O legislador quis que o valor ficasse limitado ao mximo do RGPS. Em maio de 2005 o valor aumentou para R$ 2.668,15. Logo, a empregada domstica atualmente no receber mais do que esse valor. O salrio maternidade o nico benefcio que no incide contribuio. O empregador quem recolhe a contribuio enquanto a segurada estiver em gozo do benefcio. J foi perguntado na magistratura federal a seguinte questo: quais benefcios podem ter valor superior ao teto do RGPS? R. So dois. 1- salrio-maternidade da empregada e da trabalhadora avulsa. 2- aposentadoria por invalidez, quando o segurado necessitar de auxlio de terceiros, fazendo jus a um acrscimo de 25%, que poder ultrapassar o limite mximo. O art. 45 da lei 8213 garante esse aumento. Outro exemplo: uma empregada que recebe o salrio de R$ 50.000,00. Vindo ela a engravidar qual ser o seu salrio-maternidade? R. A primeira vista poderamos responder que seria R$ 50.000,00. Contudo, h um bice constitucional, previsto no art. 248, que o teto ministerial. Observe-se ainda que segurada pagar a contribuio sobre o limite do RGPS e o empregador sobre o salrio total. Salrio-maternidade da contribuinte individual e da segurada facultativa. A regra a media dos ltimos 12 meses, ser 1/12 dos ltimos 12 meses. O perodo do salrio-maternidade de 120 dias, sendo 28 dias antes do parto e 91 dias aps o parto. O dia faltante o dia do parto. Em situaes excepcionais, o salrio-maternidade poder ser estendido por mais duas semanas. Antes e depois do parto. Poder ganhar at 4 semanas em situaes especiais. As situaes excepcionais so: perigo de vida para a criana e para a gestante. No caso de aborto, sendo ele no criminoso, a gestante far jus ao benefcio por duas semanas. Isso est na instruo normativa. Observe-se que a partir do 6 ms de gestao no se tem mais aborto e sim parto, ainda que nasa natimorto. A me adotante tambm ter 120 dias de benefcio, se a criana tiver at um ano. Se for maior de um ano e at 4 anos, o prazo reduzido da metade. Se passar de 4 anos e for at 8 anos o prazo de 30 dias. Todas as seguradas tm direito ao salrio maternidade. Percentual do SB no calculado com base no salrio de benefcio. A carncia de 10 meses, em regra. Para as domsticas e a trabalhadora avulsa no h carncia. O benefcio tambm pode ser concedido aps o nascimento, devendo-se comprovar o direito atravs da certido de nascimento. Quem paga o benefcio o empregador, que depois compensa o valor pago gestante do valor que ser repassado ao INSS. O empregador deve guardar os comprovantes por at dez anos. O salrio da trabalhadora avulsa ser pago diretamente pela previdncia. O salrio-maternidade no cumulativo com o auxlio-acidente. Quando a segurada estiver recebendo um no poder receber o outro. Se estava recebendo o auxlio-acidente, com o advento do parto, o primeiro benefcio ser suspenso. Podendo voltar a ser recebido se aps o prazo de 120 dias ainda houver impossibilidade para o trabalho. Salrio-famlia: arts. 65 a 70 da Lei 8213. Direito do empregado e trabalhador avulso. Na lei veremos que os aposentado tambm tero direito. Esse benefcio no tem carncia. A carncia s exigida nas quatro aposentadorias e no auxlio-doena. E nos demais benefcios no h carncia. No salrio-maternidade a carncia mitigada. A DIB a data da apresentao da documentao. Isso no est em lugar nenhum, uma prtica. A empresa vai comear a pagar o auxlio. Qual o requisito especfico para o salrio famlia? Ter o segurado de baixa renda filho ou equiparado menos de 14 anos ou invlido e comprovar vacinao anual obrigatria at os 6 anos e freqncia escolar semestral a partir dos 7 anos. O benefcio varia conforme o nmero de filhos que o segurado possui. Quando o filho ultrapassa a idade limite o segurado perde o benefcio, salvo se o menor for invlido. Se o segurado no comprovar os requisitos ele perde o benefcio. Quem paga o benefcio o empregador, que depois se compensa perante o INSS. crime o empregador debitar o valor de benefcio que no pagou ao empregado. Trata-se de apropriao indbita previdenciria prevista no art. 168-A do CP. Se ambos os pais trabalham ambos sero beneficirios do salrio-famlia. So dois os segurados, logo ambos tero direito ao benefcio. Se o pai tem direito, mas est separado e a guarda da criana est com a me o salrio dever ser pago para me, pois ela quem est com a guarda (obs: o prof no esclareceu se tambm se inclui nessa hiptese a me no segurada).

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Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro EMERJCaiu numa prova do MP do trabalho: que o INSS suspendeu o benefcio por falta de comprovao do perodo escolar. Havendo futura comprovao daquele perodo, perguntava-se se haveria direito ao recebimento do valor no pago? R. A resposta afirmativa, porque o segurado comprovou que no perdeu direito quele perodo. Porm, disse que tanto o salrio-maternidade como o salrio-famlia, pela redao do Decreto, s haver direito quando houver a relao de emprego. Art.97 do Decreto s haver direito ao benefcio enquanto a gestante estiver empregada. Observe-se que pela Lei 8213 o segurado conserva todos os seus direitos no perodo de graa. O Decreto no pode contrariar a lei para restringir direito. Para o professor esse art. 97 ilegal. Penso por morte: o percentual do SB calculado da seguinte forma: valor igual ao da aposentadoria se aposentado fosse falecido. Se o segurado no fosse aposentado, o valor da penso ser de 100% do SB. O valor ser igual a uma aposentadoria por invalidez. Observe-se que essa segunda hiptese no ser idntica a primeira, pois se o segurado fosse aposentado o valor seria o mesmo da aposentadoria. Seno fosse aposentado o valor seria 100% do valor a ser recebido numa eventual aposentadoria por invalidez. Exemplo: o segurado com 65 anos de idade e 15 anos de contribuio poderia se aposentar recebendo 85% do SB. Com a morte do segurado os beneficirios recebero os mesmo 85%. Porm, se esse segurado vier a falecer antes da concesso da aposentadoria os dependentes recebero 100%, valor que o segurado teria direito no caso de aposentadoria por invalidez. Quem tem direito a penso por morte? R: os dependentes. A penso benefcio dos dependentes. Esse benefcio independe de carncia. A DIB a data do bito. Se requerida at 30 dias da data do bito. Ou no caso do menor, ser da data do bito se requerido o benefcio at 30 dias aps completar 16 anos. Essa regra no est na lei, ela vem disposta no art. 105 do regulamento da previdncia. Exemplo: Se a penso por morte no for requerida na data do bito, pode dependente menor requer-la at 30 dias aps completar 16 anos. Caso em que receber o valor atrasado desde o bito. Se requerer depois de 30 dias s receber a partir do requerimento. Porm, no art. 105 do decreto, o legislador presumindo que o beneficirio j pode a partir de 16 anos firmar recibo, porque j pode ser segurada a partir dessa idade, quando o beneficirio complementar essa idade, deve requerer o benefcio no prazo de 30 dias. Se proceder dessa forma receber o benefcio desde o bito. Se requerer depois de 30 dias, a DIB ser a data da entrada do requerimento. A maldade aqui que ningum sabe disso. O prof mencionou um caso ocorrido no posto de Salvador, no qual uma beneficiria j havia completado a idade de 16 anos e deixou de requerer o benefcio no prazo de 30 dias por desconhecimento da regra. Nesse caso especfico, o professor para ajudar a beneficiria apresentou um parecer dizendo que o bito do segurado tinha ocorrido antes da alterao da lei pelo decreto, sendo assim, a beneficiria no estaria abrangida pela nova regra, podendo requerer a concesso do benefcio at a data de 21 anos, inclusive quanto aos valores desde a data do bito. Requisito especfico para ser requerido o benefcio a morte do segurado. O pagamento da penso por morte se d por rateio entre todos os beneficirios do segurado. Exemplo: digamos que o segurado que tenha dois dependentes venha a falecer. Na data do somente um requer o benefcio, ficando o outro inerte. Tempos aps o segundo dependente requer ao INSS a concesso do benefcio. Ter ele direito ao benefcio, sendo que somente da data do requerimento. A falta de um possvel dependente no vai protelar a concesso do benefcio. Qualquer habilitao posterior somente produzir efeitos a partir do requerimento, salvo a hiptese do menor at o prazo de 30 dias aps completar 16 anos. Observe-se que no exemplo acima, como um outro dependente j havia recebido o benefcio, o menor no ter direito aos atrasados. A previdncia no pagar duas vezes. Em determinados casos a previdncia at desconta os valores devidos ao menor do outro beneficirio. Tal conduta est equivocada, porque o artigo do decreto claro. O separado judicialmente e o de fato que receba alimentos tm direito ao benefcio de penso por morte. O cnjuge do segurado no exclui o direito do companheiro do falecido. A ausncia do cnjuge ou do companheiro tambm no exclui o direito do dependente. Art. 76 em diante. Exemplo: Joo casado com Maria. Ele segurado do RGPS. Em determinada ocasio ele desaparece. Vindo Maria a requerer a penso por morte. Se nesse mesmo exemplo, Joo reaparecer aps a morte de Maria, poder ele concorrer com eventual companheiro dela, porm ter que demonstrar a dependncia econmica. Vide art. 76, 1, Lei 8213 c/c 110 do Decreto. Penso provisria: no caso de morte presumida o beneficirio far jus a essa penso. Art. 78 da lei 8213. Esse artigo foi revogado pelo art. 112 do Decreto. O decreto contraria a lei. Diz o decreto que a concesso independe do prazo de 6 meses. Ou seja, est ausente o juiz pode declar-la no ms seguinte, e efetivamente j ser deferida a penso provisria. Pelo decreto ser a partir da deciso que declara a ausncia. Observe-se que a lei 8213 fala em autoridade competente e o Decreto fala em autoridade judiciria, da a aluna perguntou se necessrio que a declarao de ausncia seja expedida por juiz federal. O prof respondeu que h uma

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Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro EMERJcontrovrsia sobre esse tema. Disse que possvel se ter uma declarao de ausncia da justia federal, justamente, para fins de comprovao perante o INSS. Sendo assim bastar a apresentao dessa declarao em processo administrativo para se resolver o problema. Todavia, no disse nada sobre a declarao da justia estadual. Quanto modificao do prazo, o professor disse que o INSS reconhece o direito independente do prazo judicial de 6 meses. No caso de acidente, desastre ou catstrofe ser devida a penso provisria independente de declarao judicial. Exemplo: uma corretora de valores brasileira tinha filial no WTC, onde alguns brasileiros trabalhavam, sendo segurados obrigatrios do RGPS. Com o atentado de 11 de setembro, todos vieram a desaparecer, presumindo-se suas mortes. O consulado expediu uma declarao de que os brasileiros estavam naquele dia na torre. Nesse caso no ser necessria nenhuma declarao judicial. Se for verificado o reaparecimento do segurado, no ser devida a restituio ao INSS da penso paga aos dependentes, salvo se comprovada m-f. Auxlio-recluso: esse benefcio calculado da mesma forma que a penso por morte. Toda vez que tiver recluso os beneficirios tero direito ao benefcio. Os beneficirios so os dependentes do segurado de baixa renda. No h carncia. O dependente tem 30 dias para requerer o benefcio a contar da recluso, priso ou deteno. O auxlio-recluso na verdade ele independe do nome da priso. O requisito especfico a priso do segurado de baixa renda. necessrio que de 3 em 3 meses se comprove o estado de recluso do segurado. Por que? Pelo seguinte: o segurado foge ou consegue um livramento condicional ocorrendo a perda do requisito especfico. No importa o regime de cumprimento da pena, o benefcio sempre devido. Se o segurado estiver em gozo de aposentadoria ou auxlio-doena no assiste aos dependentes o direito de receber o auxlio-recluso. Essa regra est no art. 80 da lei. Seu fundamento evitar o enriquecimento do segurado e do beneficirio. Outrossim, mesmo que os beneficirios recebam algum benefcio do INSS, a exemplo da aposentadoria, podero receber o auxlio. Quem no pode receber outro benefcio o segurado preso. O dependente recebe o auxlio na condio de dependente, e o outro benefcio na condio de segurada. Foi perguntado pelos alunos se a priso civil tambm geraria direito ao benefcio. A resposta do professor foi confusa, parece que ele respondeu que seria possvel, respeitada a mesma regra da priso penal. Servios: prestao gnero, da qual so espcies benefcios e servios. Servio por sua vez se divide em: servio social e reabilitao profissional. Art. 88 e 89. reabilitao profissional todo o servio devidos a segurados e dependentes. J benefcios quando devido a segurado e no devido a dependentes. Servio social e reabilitao profissional. Servio social o atendimento que o segurado recebe nas agncias do INSS, e a orientao, o atendimento prioritrio. Reabilitao profissional a prestao no pecuniria que visa reabilitar o segurado profissionalmente. Exemplo: o fornecimento de prtese, ortese, reparao desse material e transporte do acidentado do trabalho.

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