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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS DE SAÚDE INSTITUTO DE NUTRIÇÃO JOSUÉ DE CASTRO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM NUTRIÇÃO Aléxia Vieira de Abreu Rodrigues INSEGURANÇA ALIMENTAR E ADEQUAÇÃO DO GANHO DE PESO EM GESTANTES DE RISCO ATENDIDAS EM UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO Rio de Janeiro Fevereiro, 2020

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

CENTRO DE CIÊNCIAS DE SAÚDE

INSTITUTO DE NUTRIÇÃO JOSUÉ DE CASTRO

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM NUTRIÇÃO

Aléxia Vieira de Abreu Rodrigues

INSEGURANÇA ALIMENTAR E ADEQUAÇÃO DO GANHO DE PESO EM

GESTANTES DE RISCO ATENDIDAS EM UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO

Rio de Janeiro Fevereiro, 2020

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INSEGURANÇA ALIMENTAR E ADEQUAÇÃO DO GANHO DE PESO EM

GESTANTES DE RISCO ATENDIDAS EM UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO

Aléxia Vieira de Abreu Rodrigues

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação

em Nutrição (PPGN), do Instituto de Nutrição Josué de

Castro da Universidade Federal do Rio de Janeiro, como

parte dos requisitos necessários à obtenção do título de

mestre em Nutrição Humana.

Orientadora: Profª. Rosana Salles da Costa

Co-orientadora: Profª. Ana Lúcia Pires Augusto

Rio de Janeiro Fevereiro, 2020

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INSEGURANÇA ALIMENTAR E ADEQUAÇÃO DO GANHO DE PESO EM

GESTANTES DE RISCO ATENDIDAS EM UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO.

Aléxia Vieira de Abreu Rodrigues

Dissertação submetida ao corpo docente do Programa de Pós-graduação em Nutrição

(PPGN), do Instituto de Nutrição Josué de Castro da Universidade Federal do Rio de

Janeiro, como parte dos requisitos necessários à obtenção do grau de mestre em Nutrição

Humana.

Examinado por:

_______________________________________________ Professora Doutor a Dayana Farias Rodrigues

Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)

_______________________________________________

Professora Doutora Ana Beatriz Franco Sena Siqueira Universidade Federal Fluminense (UFF)

_______________________________________________ Professor Doutor Cristiano Siqueira Boccolini

Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz)

_______________________________________________

Professora Doutora Rosana Salles da Costa Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)

Rio de Janeiro Fevereiro, 2020

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES E TABELAS

p.

Quadro 1: Diagnóstico nutricional de acordo com Índice de Massa Corporal

(IMC) pré-gestacional

22

Figura 1: Índice de desenvolminento humano municipal da região

metropolitana II do Rio de Janeiro, ano 2010.

33

Figura 2: Fluxograma de controle de gestantes 35

Figura 3: Determinantes hierárquicos do Ganho de peso gestacional (GPG) 41

Quadro 2: Recomendação de GPG total de acordo com o Índice de Massa

Corporal (IMC) pré-gestacional

37

Quadro 3: Classificação da (In)Segurança alimentar de acordo com a Escala

brasileira de insegurança alimentar (EBIA)

39

Figura 1

(artigo):

Modelo hierárquico dos determinantes do ganho de peso gestacional 60

Tabela 1

(artigo):

Características sociodemográficas e gestacionais das mulheres

atendidas em um Hospital Universitário na região metropolitana do

Rio de Janeiro

61

Tabela 2

(artigo):

Razão de risco relativo e intervalo de confiança da associação dos

níveis hierárquicos e adequação do ganho de peso gestacional total

de gestantes de uma Região Metropolitana do Rio de Janeiro

63

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LISTA DE SIGLAS

CNS Conselho Nacional de Saúde

DMG Diabetes mellitus gestacional

DHAA Direito humano a alimentação adequada e saudável

EBIA Escala brasileira de insegurança alimentar

FAO Food and Agriculture Organization

FI Food insecurity

GISAN Grupo interdisciplinatr de estudos sobre segurança alimentar e nutricional

GPG Ganho de peso gestacional

GWG Gestational weight gain

HIV Vírus da imunodeficiência humana

HU Hospital Universitário

HUCFF Hospital Universitário Clementino Fraga Filho

IA Insegurança alimentar

IMC Índice de massa corporal

IOM Institute of Medicine

IC Intervalo de confiança

LOSAN Lei orgânica de segurança alimentar e nutricional

NHANES National Health and Nutrition Examenation Survey

PNAD Pesquisa Nacional de Amostras de Domicílios

PNS Pesquisa Nacional de Saúde

PPGN Programa de pós-graduação em Nutrição

RRR Razão de risco relativo

SA Segurança alimentar

SAN Segurança alimentar e nutricional

SISNAC Sistema de informações sobre nascidos vivos

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SISREG Sistema nacional de regulação

SISVAN Sistema de vigilância alimentar e nutricional

SUS Sistema único de saúde

TCLE Termo de consentimento livre e esclarecido

UBS Unidade básica de saúde

UFRJ Universidade Federal do Rio de Janeiro

USF Unidade de saúde da família

USDA United States Department of Agriculture

UH University Hospital

CI Confidence interval

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DEDICATÓRIA

A minha avó Gleidse, por ser apoio fundamental na minha formação em tantos sentidos.

A minha avó Regina que do seu jeitinho incentiva a minha liberdade de ser quem sou.

A minha irmã Izabella, a quem tanto amo e compartilha comigo a vida.

A minha mãe Fabiane, que me deu a vida, o mundo e naturalmente a consciência da força

necessária no dia a dia na busca de nossos objetivos.

Todas elas mulheres que gestaram em seus ventres vidas, esperança, força, sonhos, amor. E

como mães são, abrigo, exemplo, conselho e luta.

Dedico enfim a todas as gestantes, mães e mulheres que compõem esse trabalho.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus, pela Sua infinita bondade e cuida comigo.

A minha família e aos meus amigos, que durante essa fase tão intensa, estiveram

ao meu lado e, muitas vezes, foram compreensivos em tantas questões, inclusive em minhas

ausências.

Agradeço a minha orientadora professora Rosana Salles da Costa, pelo

acolhimento, por confiar em meu trabalho, por tanto conhecimento construído, pela

liberdade, ética e pela sua generosidade e tamanha compreensão.

A minha coorientadora professora Ana Lúcia Pires Augusto que acompanho desde

a graduação, pela sua confiança e por compartilhar tanto comigo. Construímos e crescemos

muito juntas. Obrigada, pois acreditou em minha capacidade, antes mesmo de mim.

A minhas companheiras de pesquisa, por tamanha partilha, escuta, acolhimento,

conselhos, empatia e companherismo. Formamos um belíssimo grupo no qual tenho alegria

de ser parte. Obrigada pela amizade de vocês meninas, Ana Alice Taborda, Camilla Cherol,

Juliana Lignani, Marina Antunes, Talita Domingos, Letícia Souza, Lívia Gomes, Poliana

Palmeira, Roberta Oliveira.

A todas as alunas que estiveram compartilhando o campo de pesquisa comigo,

como foi essencial ter vocês, em tantos sentidos. Como pude aprender com cada uma,

partilhamos muito trabalho, angústias, sonhos, expectativas, histórias, sorrisos, conquistas e

felicidade. Obrigada meninas, Bárbara Melo, Bianca Freitas, Julliana Cormack, Lezye

Veiga, Marcelly Cabral, Maria Paula Pettersen e Pamela Brito.

A todas as mulheres, gestantes e mães, que se diponibilizaram e participaram desta

pesquisa. E a todos os funcionários do serviço de pré-natal e maternidade, pelo

acolhimento, apoio e orientações. Obrigada.

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APRESENTAÇÃO

O presente estudo é fruto do trabalho que desenvolvi como aluna do Mestrado do

Programa de Pós-graduação do Instituto de Nutrição Josué de Castro na Universidade

Federal do Rio de Janeiro. Minha trajetória nesta pesquisa se iniciou em 2017, ainda como

aluna de graduação da Faculdade de Nutrição Emília Jesus Ferreiro da Universidade

Federal Fluminense.

A oportunidade de conhecer o Grupo Interdisciplinar de Estudos Sobre Segurança

Alimentar e Nutricional (GISAN) e a professora Rosana Salles da Costa, veio mediante ao

convite da professora Ana Lúcia Pires Augusto, com quem na graduação desenvolvi

trabalhos de monitoria e iniciação científica, na temática da nutrição clínica infantil. A

monitoria foi a primeira experiência que despertou o meu interesse pela docência.

Ao ingressar no GISAN como aluna de iniciação científica, pude conhecer e

participar de algumas pesquisas desenvolvidas pelo grupo, elaborar trabalhos científicos,

participar de discussões científicas e de eventos abordando o tema “Insegurança

Alimentar”.

Com isso, pude participar na pesquisa denominada “Relação entre insegurança

alimentar e apoio social com os desfechos de gestação de risco” realizada entre gestantes de

risco atendidas em ambulatório de obstetrícia de um hospital universitário. Nesta pesquisa,

atuei diretamente na supervisão da coleta de dados, na orientação e treinamento de alunas

de iniciação científica, colaborei na organização e orientação da digitação de banco de

dados e na orientação e elaboração de resumos e trabalhos científicos.

Ao final de dois anos, surge esta dissertação que avaliou parte dos dados da pesquisa

maior, utilizando as informações das gestantes avaliadas na linha de base e ao final da

gestação. O interesse por esse tema surgiu mediante o impacto que a insegurança alimentar

pode causar sobre a saúde das mulheres especialmente em uma fase tão específica que é a

gestação. Apesar de escassos, estudos que abordaram este tema identificaram associações

da IA e o ganho de peso durante a gestação, o comprometimento da saúde e o maior risco

de complicações e desfechos gestacionais desfavoráveis.

A dissertação apresenta a contextualização do tema destacando principalmente o

efeito da insegurança alimentar ao longo da gestação, seguida dos objetivos do trabalho, da

sessão de métodos da pesquisa e os resultados (elaborados sobre a forma de artigo

científico) como produto final do meu trabalho nesta pesquisa.

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Resumo da dissertação apresentada ao PPGN/UFRJ como parte dos requisitos

necessários para a obtenção do grau de mestre em Nutrição Humana.

INSEGURANÇA ALIMENTAR E ADEQUAÇÃO DO GANHO DE PESO EM

GESTANTES DE RISCO ATENDIDAS EM UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO

Aléxia Vieira de Abreu Rodrigues

Fevereiro/2020

Orientadoras: Rosana Salles da Costa; Ana Lúcia Pires Augusto.

RESUMO

Introdução: O Ganho de peso gestacional (GPG) é um importante indicador do estado

nutricional durante a gestação. Quando inadequado, o GPG aumenta o risco de prejuizos a

saúde materno-infantil. Como determinates desta condição, fatores sociodemográficas

desfavoráveis como, menor escolaridade e renda, são descritos. Além desses, a insegurnça

alimentar (IA) domiciliar pode ser particulamente importante durante a gestação, dado que

a IA pode contribuir para desvios nutricionais, pela limitação ao acesso aos alimentos, em

uma fase de maior demanda de nutrientes propicia o adequado desenvolvimento e

crescimento fetal.

Objetivo: Verificar a associação entre a IA domiciliar e características sociodemográficas e

o GPG total de gestantes de risco.

Método:Tratra-se de estudo realizado com 169 mulheres em hospital universitário (HU) na

região metropolitana do Rio de Janeiro. A coleta de dados ocorreu por meio de entrevista na

1º consulta pré- natal no HU e após o parto. Na 1ª consulta, foram avaliadas informações

sociodemograficas, gestacionais e antropométricas (peso pré-gestacional e a estatura),

registrados no cartão das gestantes. Nesta etapa também foi aplicada a Escala Brasileira de

Insegurança Alimentar (EBIA) para medida de IA na gestação. Após o parto, foram

coletados dos prontúarios das mulheres os registros da idade gestacional no parto, o número

total de consultas pré-natal e o peso final da gestação. O GPG total foi verificado pela

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diferença entre o peso medido na última consulta pré-natal (peso final) e peso pré-

gestacional. Para verificar a adequação do GPG foi considerada a recomendação do

Instituto de Medicina (IOM). Regressão logistica multinomial hierarquizada foi ajustada

para estimar o efeito da IA e demais covariáveis com o GPG, considerando 3 níveis..

Resultados: Quanto a inadequação do GPG, 27,8% (IC95%: 21,0-35,7) das mulheres

tiveram ganho insuficiente e o ganho excessivo foi observado em 47,9% (IC95%: 39,8-

56,1) das gestantes. Em relação as caracteristicas sociodemográficas e gestacionais foi

observada escolaridade elevada, 74,6% (IC95%: 67,3-80,6) das mulheres tinham entre 9 e

15 anos de estudo. Maior proporção de mulheres casadas (71,6%; IC95%: 64,2-78,0), com

idade inferior a 35 anos (72,5%; IC95%: 65,1-79,4) e cerca de 51% (IC95%: 43,3-58,4)

realizaram menos de seis consultas pré-natal. A exposição a IA leve durante a gestação foi

verificada em 44,2% das mulheres (IC95%: 36,7-52,0). No modelo final ajustado apenas a

escolaridade esteve associada positivamente ao menor risco de GPG insuficiente (p-

valor<0,05).

Conclusão: Desta forma, a escolaridade é um importante fator a ser considerando para

prevenção do risco de ganhos inadequados de GPG, mediante à medidas de aconselhamento

e orientação em saúde durante a atenção pré-natal.

Palavras chaves: Ganho de peso gestacional, Gravidez, Segurança alimentar e nutricional,

Determinantes sociais de saúde.

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FOOD INSECURITY AND ADEQUACY OF GESTATIONAL WEIGHT GAIN IN

HIGH-RISK PREGNANCIES AT A UNIVERSITY HOSPITAL

Aléxia Vieira de Abreu Rodrigues

February/2020

Orientadors: Rosana Salles da Costa; Ana Lúcia Pires Augusto.

ABSTRACT

Introduction: Gestational weight gain (GWG) is an important indicator of nutritional status

during pregnancy. Inadequate GWG is associated with manternal and child adverse health

outcomes. As determinants of this condition, adverse sociodemographic factors such as

lower education and income are described. In addition to these, household food insecurity

(FI) can be particularly important during pregnancy, given that FI can contribute to

nutritional deviations, by limiting access to food, in a life period of greater demand for

nutrients for fetal development and growth.

Objective: Verify the association between household FI, sociodemographic characteristics

and total GPG of pregnant women at risk.

Method: This is a study carried out with 169 women in an university hospital (UH) in the

metropolitan region of Rio de Janeiro. Data collection occurred by interview at the first

prenatal consultation at the UH and after delivery. In the prenatal visit at the UH,

sociodemographic, gestational, were registered, and anthropometric information (pre-

gestational weight and height) collected on the pregnant woman’s card. At this stage,

Brazilian Food Insecurity Scale (EBIA) was applied to measure FI in pregnancy. After

childbirth, records of gestational age at childbirth, the total number of prenatal

consultations and the final weight of the pregnant women were collected from the medical

records of the women. Total GPG (kg) was verified by the difference between weight

measured at the last prenatal visit (final weight) and pre-pregnancy weight. To check the

adequacy of the GPG, the recommendation of the Institute of Medicine was considered.

Hierarchical multinomial logistic regression was adjusted to estimate the effect of AI and

other covariates with the GPG, considering 3 levels.

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Results: About inadequacy GWG, 27.8% (95%CI: 21.0-35.7) of the women had insufficient

gain and the excessive gain was observed in and 47.9% (95%CI: 39.8-56.1) pregnant

women. Regarding sociodemographic and gestational characteristics, high schooling was

observed 74.6% (95%CI: 67.3-80.6) women had between 9 and 15 years of study. Greater

proportion of married women (71.6%; 95%CI: 64.2-78.0), age under 35 years (72.5%; 95%CI:

65.1-79.4) and about 51% (95%CI: 43.3-58.4) had less than six prenatal consultations.

Exposure to mild FI during pregnancy was seen in 44.2% (95%CI: 36.7-52.0) of women. In

the adjusted final model, only schooling was positively associated with a lower risk of

insufficient GPG (p-value <0.05).

Conclusion: In this way, we highlight education in this population, an important factor to

be considered for preventing the risk of inadequate gains of GPG, through measures of

counseling and guidance in health during prenatal care.

Keywords: Gestational weight gain, Pregnancy, Food and nutrition security, Social

determinants of health.

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SUMÁRIO

p.

1. Introdução -------------------------------------------------------------------------------- 17

2. Referencial teórico --------------------------------------------------------------------- 19

2.1 Período gestacional ----------------------------------------------------------------- 19

2.2 Ganho de peso gestacional --------------------------------------------------------- 21

2.2.1 Estado nutricional pré-gestacional ----------------------------------------- 21

2.2.2 Fatores sociodemigráficos --------------------------------------------------- 24

2.2.3 Insegurança alimentar -------------------------------------------------------- 26

3. Objetivos ---------------------------------------------------------------------------------- 31

3.1 Objetivo geral ----------------------------------------------------------------------- 31

3.2 Objetivo específico ----------------------------------------------------------------- 31

4. Material e Método --------------------------------------------------------------------- 32

4.1 Desenho do estudo ------------------------------------------------------------------ 32

4.2 Local de estudo ---------------------------------------------------------------------- 32

4.3 População de estudo ---------------------------------------------------------------- 34

4.4 Coleta de dados ---------------------------------------------------------------------- 36

4.5 Análise de dados -------------------------------------------------------------------- 39

4.6 Considerações éticas --------------------------------------------------------------- 40

5. Resultados -------------------------------------------------------------------------------- 42

5.1 Resumo -------------------------------------------------------------------------------- 42

5.2 Introdução ----------------------------------------------------------------------------- 43

5.3 Método -------------------------------------------------------------------------------- 44

5.4 Resultados ---------------------------------------------------------------------------- 47

5.5 Discussão ----------------------------------------------------------------------------- 48

5.6 Conclusão ---------------------------------------------------------------------------- 53

5.7 Referências --------------------------------------------------------------------------- 54

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6. Referências ------------------------------------------------------------------------------- 66

7. Anexos ------------------------------------------------------------------------------------- 75

7.1 Formulário de coleta de dados pré natal----------------------------------------- 75

7.2 Formulário de coleta de dados pós-parto------------------------------------------ 86

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17

1. INTRODUÇÃO

A gestação é um período que compreende adaptações fisiológicas necessárias para

proporcionar condições favoráveis ao crescimento e desenvolvimento adequados do feto

(MEIRELES, 2015; SANTOS, 2014). Portanto, trata-se de período de rápidas

modificações, influenciadas por fatores que podem contribuir para a incidência ou

agravamento de riscos gestacionais (VERSIANI, 2012). Dentre essas modificações o ganho

de peso gestacional (GPG) é esperado (CARVALHÃES, 2013; MAGALHÃES, 2015).

Todavia inadequações do ganho de peso durante a gestação incluem prejuizos a saúde

materno-infantil (SANTOS, 2019, ZHAO, 2017), podendo contribuir substancialmente para

defechos gestacionais desfavoráveis (YANG, 2017).

Neste sentido, é importante a identificação de características associadas ao GPG. Os

ambientes físico e social representam importantes fatores na determinação da saúde

materna (HOLOWKO, 2013). Condições sociodemográficas desfavoráveis influenciam

resultados adversos na gravidez, pois podem contribuir para piores comportamentos

relacionados a saúde, como tabagismo e consumo de dieta de baixa qualidade. Ressalta-se,

no entanto que algumas dessas relações não estão bem estabeleciadas (O’BRIEN, 2018).

Dentre a investigação de determinantes sociais da saúde da população a Insegurança

Alimentar (IA) é um relevante fator a ser considerado (MARANO, 2012). Moafi e

colaboradores (2018) descreveram o comprometimento da percepção de saúde física,

mental e emocional de gestantes, assim como prejuízos na interação social e vitalidade, que

se relacionaram com a IA reduzindo a qualidade de vida. Sendo assim mulheres expostas a

IA podem enfrentar desafios adicionais quanto às condições de sua saúde durante a

gestação (LARAIA, 2006).

O GPG inadequado em gestantes tem sido associado à IA (IRVES, 2011). Laraia e

colaboradores (2010) apontaram associação de indicadores metabólicos de saúde, como

obesidade pré-gestacional, maior ganho de peso durante a gestação, complicações como

doença hipertensiva específica da gestação (DHEG), anemia e diabetes mellitus gestacional

(DMG) com a IA. No estudo de Morais e colaboradores (2018), o ganho de peso excessivo

durante a gestação também foi associado à DMG, além dos distúrbios hipertensivos na

gestação, da depressão pós-parto, da prematuridade, dos defeitos congênitos, da

macrossomia fetal, do baixo peso ao nascer e da obesidade materna e infantil.

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18

A IA é caracterizada pelo acesso reduzido aos alimentos em quantidade e qualidade

satisfatórias pelas famílias, comprometendo a capacidade de consumo em níveis aceitáveis,

determinada principalmente pela pobreza e desigualdades sociais (SALLES-COSTA, 2008;

MALUF & REIS, 2013). Ocorre nas famílias de modo progressivo, desde a preocupação

com a disponibilidade futura de alimentos até a ocorrência da fome (BURLANDY, 2007;

SEGALL-CORREA, 2011). Trata-se de um fenômeno complexo relacionado com aspectos

sociais e culturais, como também a características estruturais e econômicas da sociedade

(SOUZA, 2016). Fatores como a renda, a falta de saneamento básico, a escolaridade, a

quantidade de membros no domicílio, o acesso precário à educação podem se associar a IA

e contribuir para o comprometimento da qualidade de vida de uma população (OLIVEIRA,

2017).

A exposição a IA também tem sido associada a adversas condições de saúde como a

ocorrência de doenças crônicas e sintomas depressivos (SANTOS, 2018), sendo os grupos

mais vulneráveis como, crianças, idosos e gestantes, mais suscetíveis aos agravos deste

desfecho (SALLES-COSTA, 2012). A IA pode ser particularmente importante quando

incide em domicílios com mulheres (LARAIA, 2010), sobretudo em mulheres em idade

fértil, que podem sofrer consequências de saúde pela limitação ao acesso a alimentos em

quantidade e qualidade suficientes. (LARAIA, 2006). A dependência econômica a qual,

gestantes expostas a IA podem estar submetidas atinge a quantidade de alimentos

consumidos e também a qualidades dos mesmos, contribuindo para o consumo de

alimentos de baixo custo, processados e altamente calóricos. Ao longo do tempo esse

padrão de consumo pode incidir no ganho de peso gestacional (LARAIA, 2015).

Neste sentido consideramos a hipótese que a exposição a IA docimiciliar, durante a

gestação, bem como condições sociodemográficas desfavoráveis, podem estabelecer

relação com o GPG, pela limitação no acesso a alimentos em quantidade e qualidades

suficientes favorecendo o GPG inadequado. Ademais a escassez de estudos que tenham

avaliado a IA e o ganho de peso durante a gravidez reforça a importância realização deste

trabalho no intuito de explorar tais associações.

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2. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1. Período gestacional

A gestação é um período de importantes mudanças na saúde da mulher, de ordens

diversas: biológica, somática, psicológica e social (PICCININI, 2008). Neste período

ocorrem adaptações fisiológicas, metabólicas e nutricionais (FORTE, 2015) e todas essas

alterações promovem o aumento das necessidades energéticas, corroborando a importância

do equilíbrio nutricional tanto para a saúde da mãe como do feto (TEIXEIRA, 2016).

No entanto, complicações relacionadas a doenças preexistentes ou intercorrências na

gestação, determinadas por fatores de saúde e por indicadores socioeconômicos e

demográficos desfavoráveis, caracterizam uma gestação de risco (MEDEIROS, 2019). De

acordo com o Ministério da Saúde (2010) uma gravidez é considerada de risco se houver

acometimentos desfavoráveis que possam afetar a saúde materna ou fetal. Neste sentido a

gestação pode ainda ser um momento de sofrimento, quando eventos adversos

comprometem a gravidez causando problemas de saúde ou mesmo a morte materna

(MEDEIROS, 2019).

Na gestação de risco é fundamental que cuidados adicionais e mais voltados a

complicações específicas sejam aplicados (BRASIL, 2010), o que reforça a importância da

assistência pré-natal para a saúde das mulheres (VIELLAS, 2014), com intuito de melhorar

os resultados maternos e neonatais, auxiliando no controle e prevenção de desfechos

desfavoráveis (SOARES, 2019).

Existem diferentes fatores geradores de risco gestacional que se relacionam com a

saúde materno-infantil. Alguns desses podem estar presentes antes da ocorrência da

gravidez (FERNANDES, 2018), tais como: características individuais (idade superior a 35

anos, gravidez na adolescência) e condições sociodemográficas desfavoráveis (baixa

escolaridade; condições ambientais desfavoráveis), história reprodutiva anterior (aborto,

parto prematuro) e intercorrências clínicas (infecção do trato urinário; cardiopatias;

endocrinopatias; neoplasias) (BRASIL, 2012). Tais complicações gestacionais podem

contribuir para a ocorrência de desfechos desfavoráveis, condições que têm sido também

associadas ao ganho de peso gestacional (GPG), influenciando a saúde materna e do recém-

nascido, o peso ao nascer e o tempo de gestação (SATO, 2012; OLIVEIRA, 2016). As

condições de risco presentes previamente à gestação geralmente estão relacionadas às

características individuais e condições sociodemográficas desfavoráveis, à história

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20

reprodutiva anterior ou às condições clínicas preexistentes. Durante a gestação

correspondem a doenças obstétricas na gravidez atual e intercorrências clínicas

(FERNANDES, 2018).

Todavia as condições de risco gestacional podem ser potencializadas quando somadas

ao prejuízo do estado nutricional prévio e durante a gravidez. Um estudo elaborado por

Santos e colaboradores (2012) apontou a associação entre o Índice de Massa Corporal

(IMC), utilizado para avaliar o estado nutricional pré-gestacional, que quando elevado,

aumentava o risco para pré-eclâmpsia e parto cesáreo. Além disso, os autores observaram

que o ganho de peso durante a gestação, medida de avaliação do estado nutricional neste

período, quando excessivo esteve relacionado com risco para pré-eclampsia e com o peso

do recém-nascido elevado ao nascer.

O IMC pré-gestacional também foi descrito como risco para cesariana em um estudo

realizado em duas maternidades públicas do município de Rio Grande, situado na região sul

do país (GONÇALVES, 2012). De acordo com os autores, o parto cirúrgico foi mais

frequente em mulheres diagnosticadas com obesidade (IMC≥ 30 kg/m2), assim como com

o menor risco de baixo peso ao nascer e aumento da ocorrência de macrossomia ao

nascimento. Os autores também apontaram que quanto maior o ganho de peso maior era o

risco de parto cirúrgico e de macrossomia. O GPG foi também descrito como fator de risco

de macrossomia por Yang e colaboradores (2017), que também relataram outras

complicações na gestação e desfechos no parto relacionadas ao GPG, como o DMG, a morte

neonatal, a presença de natimorto e parto prematuro.

Em contrapartida, gestantes com diagnóstico nutricional de baixo peso pré-

gestacional são mais suscetíveis a infecções que, por sua vez, podem gerar repercussões de

saúde desfavoráveis, como anemia, anorexia. A desnutrição materna e o baixo peso pré-

gestacional estão relacionados ainda a maiores chances de recém-nascidos de baixo peso,

com prejuizos em longo prazo no desenvolvimento infantil (FRAGA, 2014).

Esses dados reforçam a importância da vigilância e promoção do peso adequado tanto

prévio a gestação como o ganho de peso durante a mesma, fator essencial para prevenção

de complicações e prognóstico da gravidez de mães e recém-nascidos (YANG, 2017).

Todavia observa-se que a gestação é um período crítico para o desenvolvimento e

acentuação de desvios no estado nutricional, principalmente quanto ao risco de obesidade

(MAGALHÃES, 2015) e embora visto como um período que pode favorecer ao maior

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cuidado e atenção a saúde, grande parte das mulheres parece iniciar a gestação com excesso

de peso ou obesidade, condição que contribui para o risco de ganho de peso inadequado na

gestação (LARAIA, 2010).

2.2. Ganho de Peso Gestacional

O Ganho de peso gestacional (GPG) é um importante indicador para avaliar o estado

nutricional durante a gestação (CHEN, 2018). O GPG está associado à saúde materna e

fetal pois exerce influência na idade gestacional do concepto, bem como o seu tipo de parto

e o seu peso ao nascer (KAC, 2008; CARVALHÃES, 2013; MAGALHÃES, 2015,

KOMINIAREK, 2017). Pode também se relacionar ao aumento do risco de macrossomia e

obesidade infantil e a retenção de peso materno após o parto (DREMER, 2010; CHEN,

2018). Quando adequado, o GPG é um importante fator que contribui para resultados

favoráveis da gravidez, e para a manutenção da saúde, em longo prazo, da mãe e da criança

(NOMURA, 2012).

Os determinantes do GPG incluem fatores tais como: o consumo alimentar da

gestante (MAGALHÃES, 2015), a escolaridade (MARMIT, 2016) e a idade materna

(DREMER, 2010), a renda familiar (MAGALHÃES, 2015), a paridade (MARMIT, 2016),

o tabagismo materno (STULBACH, 2007) e o estado nutricional da mulher no período que

antecede a gestação (DREMER, 2010; SOUZA, 2012; CARVALHÃES, 2013

MAGALHÃES, 2015). A seguir destacamos algumas referências relacionadas a esses

fatores.

2.2.1 Estado nutricional pré-gestacional

Um importante determinante proximal do GPG consiste no estado nutricional pré-

gestacional. Para avaliação e diagnóstico do mesmo, o IMC pré-gestacional pode ser

utilizado. Sua medida reflete influência direta nos desfechos obstetrícios e é um preditor

significativo dos resultados de saúde materna e perinatal (SEABRA, 2011; MAGALHÃES,

2015).

O Instute of Medicine (IOM) preconioza faixas de GPG semanal e total considerando

o diagnóstico nutricional pré-gestacional avaliado pelo IMC (IOM, 2009). O quadro abaixo

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(Quadro 1) apresenta critérios estabelecidos para classificações do estado nutricional

prévio a gestação.

Quadro 1: Classificação do Indice de massa corporal (IMC) pré-gestacional de acordo com

as diretrizes do IOM, 2013.

Fonte: Institute of medicine (IOM) (2009)

O estado nutricional pré-gestacional inadequado contribui para o desenvolvimento de

diversas intercorrências durante a gestação (FORTE, 2015), sendo o maior risco para

complicações entre as gestantes com obesidade, que estão mais suscetíveis a comorbidades

e consequentemente aos efeitos sobre a qualidade de vida durante a gestação

(GONÇALVES, 2012). A obesidade atua como um cofator para diversas outras

comorbidades (SANTOS, 2012), quando preexistente, a obesidade pode ser agravada,

durante a gestação (TEIXEIRA, 2016), aumentando os riscos para resultados de saúde

adversos nesse período, tais como: diabetes gestacional, parto prolongado, sofrimento fetal,

pré-eclâmpsia, parto cesáreo, restrição de crescimento intrauterino, trauma, asfixia, morte

perinatal e prematuridade e depressão (SEABRA, 2011; NOMURA, 2012; SATO, 2012;

MAGALHÃES, 2015).

Cabe destacar o aumento das prevalências de obesidade e sobrepeso, principalmente

entre mulheres em idade fertil. A Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) 2013, apontou o

excesso de peso entre brasileiras atingindo 58,2% com sobrepeso (IMC ≥25,0 kg/m2) e

24,4 % das mulheres com obesidade (IMC ≥ 30 kg/m2) (IBGE, 2013). Uma análise de

tendência temporal com as informações de peso e estatura suprarreferidos da pesquisa

Vigitel entre os anos de 2006 e 2017, apontou o aumento da prevalência da obesidade grave

com maior diferença entre mulheres (1,3% em 2006 e 1,9% em 2017) (MALTA, 2019).

Ferreira e colaboradores (2015), ao avaliarem o estado nutricional de mulheres em

idade fértil observaram 18,6% destas acometidas pela obesidade. Os autores apontaram

ainda as seguintes relações: A maior prevalência de obesidade em mulheres tanto de classes

Diagnóstico nutricional IMC pré-gestacional

Baixo peso <18,5 kg/m²

Eutrofia 18,5 a 24,9 kg/m²

Sobrepeso 25,0 a 29,9 kg/m²

Obesidade ≥30,0 kg/m²

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econômicas de maior poder aquisitivo quanto naquelas de menor poder aquisitivo. Outro

achado inclui o aumento da obesidade entre mulheres com maior escolaridade, razão

atenuada no estudo quando incluído o aumento do número de filhos, destacando

possivelmente a relação da paridade e obesidade.

De encontro a esses resultados, um estudo realizado com gestantes assistidas em

Unidades de Saúde no interior paulista, Carvalhães e colaboradores (2013) identificaram

que cerca de 80% das mulheres diagnosticadas com sobrepeso pelo IMC pré-gestacional

apresentavam ganho de peso excessivo durante a gestação, e a chance para tal desfecho era

quatro vezes maior entre estas mulheres quando comparadas a gestantes eutróficas

previamente à gravidez.

Cabe ressaltar que é recomendado o maior controle de GPG para gestantes com

sobrepeso e obesidade prévia a gestação o que pode acarretar em alguns casos, no menor

ganho de peso durante a gestação (IOM, 2013). Dremer e colaboradores, (2010) ao

estudarem gestantes de duas regiões carentes do Rio Grande do Sul, destacaram que

aquelas previamente diagnosticadas com sobrepeso tiveram maiores proporções (62,9%) de

ganho de peso excessivo quando comparadas com mulheres que não haviam sido

diagnosticadas com sobrepeso e obesidade anterior à gestação. No estudo de Fraga e

colaboradores (2014), mais da metade das gestantes tiveram GPG excessivo, os autores

descrevem que o GPG excessivo foi verificado em todas as categorias de IMC pré-

gestacional, inclusive para mulheres com baixo peso prévio.

Em relação à saúde materna, os resultados obstétricos associados ao ganho de peso

excessivo durante a gestação também implicam na maior retenção de peso no período pós-

parto (SEABRA, 2011; LARAIA, 2015). Nast e colaboradores (2013) ao estudarem a

retenção de peso em gestantes atendidas em uma Unidade de saúde em Porto Alegre

encontraram uma proporção de excesso de peso, 12 meses após o parto, superior ao excesso

de peso no período pré-gestacional, 52,9 % e 36,7%, respectivamente; os autores

identificaram aproximadamente 30% das mulheres com retenção de peso cujos valores

foram iguais ou superiores a 10 kg. Neste estudo a retenção de peso pós parto esteve

associada com o IMC pré-gestacional e ganho de peso excessivo durante a gestação.

Nesse sentido, um dos fatores relacionados ao desenvolvimento da obesidade em

mulheres em idade reprodutiva, é o ganho de peso excessivo durante a gestação, que pode

contribuir para a retenção de peso pós-parto (FORTE, 2015; CHAGAS, 2017). Estima-se

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que cerca de 70% de todos os casos de obesidade durante o período do pós-parto, possam

ser atribuídos ao ganho de peso excessivo durante a gravidez (MAGALHÃES, 2015).

Nesse contexto, o ganho de peso excessivo contribui para a obesidade materna, agravando a

ocorrência de excesso de peso em gestações subsequentes (SEABRA, 2011; CHEN, 2018).

Cabe também ressaltar que o ganho de peso é um fator de risco modificável durante a

gestação. Seu monitoramento é um procedimento amplamente utilizado, de baixo custo e

muito útil para reduzir os riscos perinatais (MARMITT, 2016), porém a inadequação do

ganho ponderal gestacional é altamente prevalente (CARVALHÃES, 2013).

2.2.2 Fatores sociodemográficos

Alguns fatores são descritos na literatura como potenciais determinantes do GPG. É

extensa a literatura que aborda os efeitos das condições econômicas e sociais sobre a saúde

e a doença (HOLOWKO,2013; O’BRIEN, 2018). Ademais, indicadores de saúde materna

são sensíveis as inequidades sociais, apontando condições diversas de condições de vida e

de acesso a recursos, especialmente de saúde, educação, renda e trabalho, e no modo como

classe social, gênero e raça se entrelaçam e incidem como determinantes sociais da saúde

(XAVIER, 2013). Pinheiro e colaboradores avaliaram mulheres em idade reprodutiva de

uma área urbana em Pernambuco, e apontaram baixo peso em 2,2% das mulheres avaliadas,

em contrapartida cerca de 61% destas apresentavam excesso de peso, relacionado a menor

escolaridade e ausência de trabalho remunerado. Em relação ao GPG, Magalhães e

colaboradores (2015) descreveram a associação entre a renda familiar inferior a um salário-

mínimo e GPG semanal excessivo em gestantes do sudoeste da Bahia.

Dentre os fatores sociodemográficos, a escolaridade é amplamente discutida na

literatura como determinante do GPG. Em gestantes acompanhadas no pré-natal, de

unidades do Sistema Único de Saúde (SUS), nos municípios de Petrópolis e Queimados, do

estado do Rio de Janeiro, foi observado que, quanto maior a escolaridade, em anos de

estudo, maior era chance do ganho de peso acima do recomendado (MARANO, 2012).

Fraga e colaboradores (2014) descreveram o GPG insuficiente em mulheres com menor

escolaridade (inferior a 7 anos de estudo). No entanto, a relação GPG e a escolaridade

materna não ocorre de maneira clara. Ao avaliar determinantes do GPG saudável, Marmitt

e colaboradores (2016) observaram maior razão de prevalência entre mulheres com 12 anos

ou mais de escolaridade quando comparadas a mulheres com 1 a 4 anos de estudo. Já no

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estudo de Andreto (2006), o GPG avaliado por semana de gestação, em mulheres com

sobrepeso ou obesidade pré-gestacional, foi maior para gestantes com tempo de estudo

inferior a 8 anos.

Para buscar compreender o papel da escolaridade como efeito protetor durante a

gestação, estudos ressaltam a relação da melhor compreensão, da autonomia e do cuidado

diante das complicações gestacionais entre mulheres com mais anos de escolaridade

(MALLMANN, 2018). Gestantes são potencialmente mais expostas a conhecimentos sobre

direitos reprodutivos e podem apresentar maior possibilidade econômica de autocuidado,

favorecendo assim o controle e a promoção de GPG saúdável. Mallmann e colaboradores

(2018) reforçam essas possiveís relações com base nos resultados referentes ao Sistema de

Informações sobre Nascidos Vivos (SISNAC), quanto ao acesso ao pré-natal, identificando,

que entre os anos de 2000 a 2015 no Brasil, quanto maior a escolaridade materna, maior era

a proporção de realização de consultas.

O nível de escolaridade reflete também situação socioeconômica das pessoas. A

relação da maior escolaridade e renda familiar também contribui para GPG inadequados

relacionado principalmente ao sobrepeso e obesidade, que pode ser explicada pelo maior

acesso a alimentos, como também maior o poder de compra e acesso à alimentação variada

(TEIXEIRA, 2016). No entato gestantes com menor renda tendem a priorizar o consumo de

alimentos mais calóricos (ricos em gorduras, particularmente de origem animal, açúcar e

alimentos refinados, em detrimento aos carboidratos complexos e fibras) por terem menor

custo (MARANO, 2012). Sendo assim a escolaridade pode ser pensada como marcador de

acesso aos alimentos. (TEIXEIRA, 2016). A baixa escolaridade pode refletir indiretamente

na limitação do poder de compra e acesso aos alimentos (FRAGA, 2014).

A desigualdade de renda é um importante fator para a saúde,especialmente entre as

mulheres. Em um estudo elaborado por Kowal e colobaradores (2011), os autores destacam

que mulheres tanto nos grupos de renda mais baixa e quando nos grupos de renda mais alta,

apresentaram menor GPG, assim como aquelas com menos de seis consultas de pré-natal e

mulheres multíparas. Porém, no mesmo estudo, o menor status socioeconômico,

caracterizado pela menor escolaridade e pela menor renda, foi associado ao maior GPG.

Gestantes com menor renda familiar estão suscetíveis a maior prevalência de ganho

de peso semanal acima do recomendado, quando comparadas às gestantes com maior renda

per capta (MAGALHÃES, 2015). A escassez de recursos para alimentação contribui para a

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dependência de alimentos menos saudáveis, com maior densidade calórica em detrimento

ao menor acesso a alimentos nutritivos, contribuindo para desnutrição além do sobrepeso e

obesidade (FAO, 2017). Neste sentido observa-se particularmente em países de maior

renda, a presença de IA nas famílias, que reflete o acesso inadequado aos alimentos,

coexistindo com a obesidade, no mesmo domicílio.

2.2.3 Insegurança alimentar

A insegurança alimentar ocorre quando manter o acesso suficiente a quantidade de

alimentos para a garantia de nutrientes para o crescimento e desenvolvimento adequados

para a saúde, é impossibilitado (FAO, 2009). A medida de IA tem sido associada como

determinante à diferentes desfechos de saúde, tais como o sobrepeso e obesidade, condição

que também varia de acordo com o nível de renda (FAO, 2018). A última publicação da

Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), avaliando a

situação de IA no mundo destacou que em países de renda média ou baixa a IA é maior,

diminuindo as chances de sobrepeso e obesidade em contrapartida aos países de renda

média alta e alta, a IA se relaciona com o aumento da probabilidade de sobrepeso e

obesidade (FAO, 2019).

Somada a essa complexa relação, mulheres de famílias com IA são mais vulneráveis

ao sobrepeso e obesidade quando comparadas as famílias sem o prejuízo ao acesso a

alimentação em quantidade e qualidade e segurança alimentar (HERNANDEZ, 2017). Ao

efeito IA na obesidade sugere-se ainda a hipótese que o incremento de peso possa ser uma

resposta fisiológica para pessoas com menor nível socioeconômico, considerando que tanto

o estresse crônico quanto o percebido têm sido associados a aumento da obesidade

(SALINAS, 2016). A IA poderia ser percebida diante de um estresse financeiro no ambiente

familiar que frequentemente coexiste com a obesidade (HERNANDEZ, 2017).

A IA vem se estabelecendo como um importante determinante social da saúde

(MYERS, 2019). No período gestacional e na infância é relacionada a adaptações

metabólicas que contribuem para o risco de obesidade e doenças crônicas não

transmissíveis associadas na idade adulta (FAO, 2017). No entanto, poucos estudos

exploram os efeitos da IA sobre o ganho de peso durante a gestação, por outro lado o

aumento da prevalênia da IA e a relação da mesma com sobrepeso e obesidade,

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especialmente em mulheres, são apontados, destacando que além da violação do direito a

alimentação a IA está relacionada ainda a resultados adversos de saúde.

Nos últimos cinco anos foi observada a ascensão das prevalências de IA e da fome no

mundo. Dados globais apontam aumento de 23,2% para 26,4% da população mundial

exposta a alguma limitação no acesso aos alimentos, no período compreendido entre os

anos de 2014 e 2018, respectivamente. A mesma direção é observada nas prevalências da

forma mais grave de IA, relacionada a restrições severas quanto ao acesso aos alimentos e

experiência de fome afetando cerca de 8,0% da população no ano de 2014 e 9,2% da

população em 2018 (FAO, 2019).

No Brasil a IA é estudada considerando o direito a alimentação estabelecido pela Lei

Orgânica de Segurança Alimentar e Nutricional (LOSAN), que define a Segurança

alimentar e nutricional (SAN): “como a realização do direito de todos ao acesso regular e

permanente a alimentos de qualidade, em quantidade suficiente, sem comprometer o acesso

a outras necessidades essenciais, tendo como base, práticas alimentares promotoras de

saúde que respeitem a diversidade cultural e que sejam ambiental, cultural, econômica e

socialmente sustentáveis.”(LOSAN, 2006)

A SAN é considerada um direito humano. Conforme descrito por Burlandy (2007), o

conceito de SAN articula a dimensão alimentar, que engloba a produção, a comercialização

e o consumo de alimentos, e a dimensão nutricional, referente à utilização do alimento pelo

organismo e sua relação com a saúde. Nessa definição ampla e multidimensional, a

dimensão nutricional se difere ao conceito adotado pela FAO em 2009, e é considerada um

avanço no que tange a elaboração de políticas que impulsionem a equidade social para além

do acesso aos alimentos (MALUF & REIS, 2013).

A violação desse direito aponta para a IA, que refelte a limitação ao acesso ao

alimento (INTERLINGHI & SALLES-COSTA, 2014). Neste sentido, a IA existe sempre

que a disponibilidade ou a capacidade de adquirir alimentos em quantidade e qualidade

satisfatórias, nutricionalmente adequados e seguros, é limitada ou incerta (ANTUNES,

2010; GAMBA 2016). Em nível domiciliar, IA se manifesta de modo progressivo, e

consiste na preocupação pela incerteza quanto à futura disponibilidade de alimentos

(SALLES-COSTA, 2012), na qualidade nutricional da dieta, monótona e insuficiente para

suprir as necessidades básicas, pela falta de acesso consistente aos alimentos, e na

experiência da fome (FAO, 2019).

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A abrangência do conceito da SAN, e o efeito da IA evidenciam a necessidade de

indicadores capazes de medir o direito ao acesso ao alimento e a concretização deste

direito; acesso físico ao alimento (BURLANDY, 2007; SPERANDIO, 2018). No Brasil a

Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (EBIA), é o instrumento de aferição

recomendado para avaliar o desfecho em estudos populacionais, sendo utilizado em

pesquisas nacionais desde 2003 (SEGALL-CORREA, 2003; SALLES-COSTA, 2012). A

escala foi validada com base na escala norte-americana de aferiação de IA, e classifica a

IA, em três diferentes níveis de gravidade, desde a preocupação e comprometimento da

qualidade dos alimentos até o acesso limitado e restritivo aos alimentos em quantidade e a

fome (SEGALL-CORREA, 2014). A EBIA é um método direto de diagnóstico da IA e tem

sido usada como indicador sensível para identificar famílias sob risco (SABOIA, 2015) e na

determinação de grupos populacionais vulneráveis a violação do direito humano à

alimentação adequada e saudável (DHAA) (SPERANDIO, 2018).

A situação de IA no Brasil foi medida nos últimos anos pela Pesquisa Nacional de

Amostras por Domicílio (PNAD) (IBGE, 2013). Santos e colaboradores (2018) propuseram

um estudo no qual invetigaram a tendência IA dos domicílios avaliados na PNAD, a

avaliação dos anos de 2004, 2009 e 2013 quando comparadas, apontam declínio da IA. O

Brasil é conhecido mundialmente pela redução de IA e pela adoção de medidas de

promoção da SAN, no entanto o país também tem sido afetado pela desaceleração e crise

econômica, que afetam medidas que buscam diminuir iniquidades socias e garantir direitos,

como a SAN. Diante deste quadro nacional estima-se que entre os anos de 2015 e 2017

tenha ocorrido aumento das prevalências da IA e declínio da segurança alimentar (SA)

(SOUSA, 2019).

Os resultados das pesquisas nacionais (IBGE, 2013) e internacionais (FAO, 2019)

indicam que mulheres são particularmente mais afetadas pela IA. Paradoxalmente, quando

expostas a IA têm probabilidade aumentada para sobrepeso e obesidade quando

comparadas a mulheres em situação de SA (FAO, 2009), assim como apresentam maiores

unidades de IMC (SALINAS, 2016).

Elevadas prevalências de IA têm sido observadas em estudos com gestantes,

demostrando como essas mulheres estão vulneráveis a efeitos da IA (LARAIA, 2010;

GAMBA, 2016; OLIVEIRA, 2017; DEMÉTRIO, 2017; MAOFI, 2018). Estudo realizado

com dados secundários do National Health and Nutrition Examination Survey (NHANES),

selecionou dados entre os anos de 1999 a 2008 de mulheres grávidas e apontou a exposição

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de 21% de gestantes a IA. Destas, 12% apresentaram condição mais grave de IA (GAMBA,

2016). Em um estudo realizado no Irã, em centros médicos e de saúde da cidade de Qazvin,

44% das gestantes foram expostas a IA, sendo 12,7% expostas a forma mais grave. A

maioria dessas mulheres eram donas de casa, possuíam baixa escolaridade e baixa renda

(MAOFI, 2018).

No Brasil, Oliveira e colaboradores (2017) ao estudarem gestantes atendidas em

Unidade Básicas de Saúde (UBS) do município de Maceió encontraram a proporção de

42,7% de mulheres em situação de IA, destas, 8% vivenciavam a condição mais grave da

IA. Nesse estudo, os autores observaram também que as mulheres possuíam baixa

escolaridade, renda familiar inferior a um salário-mínimo e durante a gestação a IA esteve

associada a complicações como a hiperglicemia materna e pressão arterial elevada. Em um

estudo no Município de Santo Antônio de Jesus na Bahia, realizado com gestantes

atendidas em uma Unidade de Saúde da Família (USF) a proporção de IA foi de 28,2%,

sendo predominante a condição de IA mais leve. Foi observado ainda, o excesso de peso

pré-gestacional em 34,7% destas mulheres, fator de risco para o ganho de peso excessivo

durante a gestação. Além disso, os autores identificaram anemia entre 21,8% das gestantes,

complicação que se associou a IA (DEMÉTRIO, 2017).

Durante a gestação a IA pode causar GPG abaixo do recomendado que por sua vez

está associado a restrição de crescimento intra-uterino (MAITRA, 2018). No entato, apesar

de poucos estudos avaliarem a associação do GPG com a IA, grande parte destacou o GPG

excessivo em gestantes de famílias com IA, que pode ser investigado considerando

diferentes mecanismos, como: (i) a dependência econômica ao consumo de alimentos

processados e altamente calóricos, intimamente relacionado ao baixo custo, afetando

qualitativamente o acesso dessas gestantes aos alimentos (LARAIA, 2015); (ii) períodos de

restrição quantitativa de alimento seguido de episódios compulsivos de consumo

(BURLANDY, 2007). Assim, considerando a gestação uma fase da vida onde as mulheres

estão mais suscetíveis a efeitos deletérios da saúde, tais como anemia, desnutrição,

síndromes hipertensivas da gestação, o agravamento relacionado a IA pode comprometer

substancialmente a saúde materna e fetal, refletidos no GPG.

A relação IA e a adequação do GPG foi observada em estudo realizado nos Estados

Unidos, Laraia e colaboradores (2010) identificaram que gestantes com IA apresentavam

maior taxa de adequação de ganho de peso e maior prevalência de obesidade materna.

Neste estudo a IA afetou 34% das mulheres avaliadas, e essas eram mais propensas a serem

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negras, solteiras, possuir menor grau de escolaridade, menor renda e apresentar diagnóstico

de sobrepeso e obesidade prévio a gestação. Vivenciar a IA estabeleceu, de acordo com

esses autores, a associação com o diagnóstico de obesidade pelo IMC pré-gestacional e a

maior quantidade de ganho de peso durante a gestação; essas ganharam em média 1,87

quilogramas (kg) a mais do que mulheres com segurança alimentar, além de apresentarem

maior taxa de adequação de ganho de peso e maior risco de desenvolver diabetes mellitus

gestacional.

Percebe-se que além do comprometimento do estado nutricional durante a gestação a

IA tem sido relacionada ao aumento de níveis pressóricos e a hiperglicemia. (OLIVEIRA,

2017; MAOFI, 2018). Moafi e colaboradores (2018) ao estudarem gestantes que não

apresentavam nenhum comprometimento de saúde crônico ou complicação durante a

gestação, observaram que o agravamento da IA poderia reduzir a qualidade de vida

percebida das gestantes. Mulheres com IA mais grave tinham os menores escores de

qualidade de vida.

Fatores psicológicos, incluindo depressão, ansiedade e estresse também são

associados com IA durante a gestação, e os sintomas aumentam como o agravamento da IA,

mulheres grávidas com baixo status socioeconômico estão mais vulneráveis a níveis

elevados de sintomas depressivos (LARAIA 2006; FIELDER, 2012). Em 2015 um estudo

realizado por Laraia e colaboradores, destacou que mulheres expostas a qualquer condição

de IA durante a gestação apresentaram escores mais altos na escala de estresse percebido

nos 3 e 12 meses pós-parto. A IA como indicador de estresse, causado pelo sentimento de

incerteza e pela privação a alimentos, contribui para o comprometimento nutricional e da

saúde materna e infantil (CHARMICAEL, 2007). O estresse provocado pela IA pode

contribuir para o consumo de alimentos ricos em gordura, açúcar e sódio, mais palatáveis,

em busca de algum “conforto” que contribua com a minimização do estresse. Porém esses

alimentos com alto teor de gordura em condições estressantes está associado ao acúmulo de

gordura visceral e ganho de peso (LARAIA, 2015).

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3. OBJETIVOS

3.1 Objetivo geral

Com base no exposto, o presente estudo tem como objetivo avaliar a associação entre

a IA domiciliar na gestação, as caracteristicas sociodemográfiacas e a adequação GPG total

de gestantes com risco gestacional atendidas no ambulatório de pré-natal de um Hospital

Universitário na região metropolitana do Rio de Janeiro.

3.2 Objetivos específicos

Descrever as características sociodemográficas e os níveis de IA domiciliar das

gestantes;

Verificar o ganho de peso total durante a gestação bem como a adequação e

inadequação, excessivo ou insuficiente, GPG total; Avaliar a relação entre os níveis de IA e

caracteristicas sociodemográficas das gestantes com a adequação do GPG total.

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4. MATERIAL E MÉTODO

4.1 Desenho do estudo

Estudo de caráter transversal, inserido em uma pesquisa longitudinal, analítico e de

investigação observacional, realizado com mulheres diagnosticadas com algum risco

durante a gestação, na primeira consulta obstetrícia no ambulatório de pré-natal

especializado de um hospital universitário (HU) da região metropolitana do Rio de Janeiro.

Foram investigados dados de saúde e informações sociodemográficas das gestantes e a

situação de IA no domicílio no qual está inserida.

4.2 Local do estudo

O estudo foi realizado no ambulatório de atendimento pré-natal e na maternidade de

um HU, na região metropolitana do Rio de Janeiro. Esta região compreende a 21

municípios e até 2010 era composta por 11.945.976 de habitantes correpondente a 74,6%

da população estadual (PNUD, 2014). No entanto em atenção a provisão de serviços de

saúde e de políticas locais, bem como para organização da atenção a saúde e de redes

hierarquizadas de atendimento, a região metropolitana do Rio de Janeiro é subdivida em

metropolitana I e metropolitana II, esta última assistida pelo HU em que se insere o estudo

(BRASIL, 2007).

Os municípios que compõem a região metropolitana II apresentam características

bastante diversas entre si, e possuem localidades de intensa urbanização. O mesmo ocorre

com a densidade demográfica, que oscila entre extremos nos municípios da região

(BRASIL, 2007). Comparando os municípios com maior e menor índice de

desenvolviemnto humano municipal (IDHM) na região, um era composto por 487,562 e

outro por 30,732 habitantes no ano de 2010, respectivamente (PNUD, 2013).

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Figura 1: Índice de desenvolminento humano municipal da região metropolitana II do Rio

de Janeiro, ano 2010.

(Fonte: Atlas do desenvolvimento humano no Brasil <http://atlasbrasil.org.br/2013/pt/consulta/> )

Especificamente o município onde se localiza o HU é dentre os 7 municípios da

região metropolitana II com o maior IDHM 0,837, índice caracterizado como muito alto

(PNUD, 2013). Neste município, no mesmo ano, a esperança de vida ao nascer foi de 76,2

anos, a taxa de fecundidade 1,8, a renda per capta média R$ 2.000,29, e considerando a

população com idade igual ou maior a 25 anos, 2,59% eram analfabetos, 78,04% tinham o

ensino fundamental, 65,86% possuíam o ensino médio e 33,68% ensino superior. Em

contrapartida o município assistido pelo HU como menor IDHM apresentou índice de

0,654, com esperança de vida ao nascer de 72,6 anos, taxa de fecundidade 2,0, renda per

capta média de R$ 440,84, 11,10% da população era analfabeta, e ao avaliar escolaridade

completa, 35,41% tinham ensino fundamental, 21,67% possuíam ensino médio e apenas

3,72%, ensino superior, considerando a população com 25 anos ou mais de idade (PNUD,

2013).

Comparando as características desses municípios com os dados referentes a região

metropolitana do Rio de Janeiro em totalidade, no ano de 2010, o IDHM da região foi

classificado como alto (0,711), e as dimensões que o compõem, longevidade (esperança de

vida ao nascer 75,3 anos), renda (per capita média R$ 1.130,75) e educação (4,22%

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analfabetos e 15,60% ensino superior completo), o município de maior IDHM na área de

abrangência do HU apresentou índices mais elevado, atribuido principalmente por melhor

renda, seguida por logenvidade e educação (PNUD, 2014). Este município está dentre os 10

melhores IDHM da região metropolitana do Rio de Janeiro, no entanto cabe destacar a

grande disparidade, relacionada a condições de vida, longa e saúdavel, ao acesso ao

conhecimento e ao padrão de vida, em relação ao município com menor IDHM com

acesso ao HU.

O complexo ambulatorial do HU atende uma população estimada em mais de dois

milhões de habitantes e disponibiliza atendimento em diversas especialidades (obstetrícia,

ginecologia, nutrição e enfermagem) que compõem a equipe de atendimento pré-natal. O

HU é uma unidade de saúde hierarquizada no Sistema Único de Saúde (SUS) como de

“caráter quaternário” pela alta complexidade de atendimento. As gestantes com suspeita de

risco atendidas no ambulatório foram encaminhadas pelo Sistema Nacional de Regulação

(SISREG), para o ambulatório de estudo, com base na localização geográfica da moradia.

Mulheres grávidas, servidoras ou dependentes de servidores/servidoras do HU também

eram encaminhadas para o ambulatório do HU de estudo, independente do risco

gestacional, no entanto a consulta era agendada diretamente no local.

4.3 População de estudo

A população de estudo foi composta por todas as gestantes admitidas no serviço

ambulatorial de pré-natal do HU, classificadas com risco gestacional, no período de agosto

de 2017 a setembro de 2019 (n=286). Foram considerados fatores de risco gestacional os

seguintes fatores: doenças obstetrícias na gravidez atual (doença hipertensiva específica da

gestação, diabetes melitus gestacional), a condições clínicas preexistentes (cardiopatias,

doenças autoimunes, hipertensão arterial sistêmica, endrocnopatias, neoplasias) e a

intercorrências clínicas (deslocamento prematuro da placenta, sangramentos vaginais,

infecção do trato urinário, trombose uteroplacentária, lesões vasculares intrauterinas, dentre

outras condições).

Como critérios de elegibilidade foram incluídas no estudo, gestantes que

apresentavam algum risco gestacional, com gravidez única, maiores de 18 anos de idade e

com data de parto até outubro de 2019.

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Das 286 mulheres encaminhadas, 60 não tiveram o diagnóstico de risco confirmado

para acompanhamento no HU e 44 gestantes apresentaram algum critério de inegibilidade,

tais como: gestações gemelares, grávidas adolescentes ou servidoras do HU sem risco

gestacional, ao todo 104 gestantes não foram elegíveis. Também foram excluídas da

amostra 7 gestantes que não consentiram em participar do estudo, 4 abortos e 2 partos

forma realizados em maternidade diferente a do HU. Por fim, a ocorrência de parto foi

verificada em 169 mulheres, que compõem a amostra final deste estudo.

Figura 2: Fluxograma de entrada das participantes do estudo.

Gestantes encami-

nhadas ao pré-natal

n= 286

Gestantes elegíveis no pré-natal

n= 175

Parto n= 169

Gestantes não

elegíveis

n=104

Gestantes não

elegíveis no parto

n=6

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4.4 Coleta de dados

A coleta de dados foi realizada na primeira consulta de obstetrícia no ambulatório

de pré-natal e na maternidade do HU. Uma equipe composta por nutricionistas e alunas

de graduação em Nutrição, previamente treinadas pela pesquisadora responsável pela

coleta de dados, foi responsável pelas entrevistas e avaliaçãodos aspectos clínicos e

antropométricos das gestantes. Para isto foi aplicado um questionário (Anexo 1), o qual

também incluía a Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (EBIA), definida por

Segall-Corrêa e colaboradores (2014), utilizada para mensurar a IA durante a gestação.

A seguir serão apresentadas as principais varáveis de estudo.

Ganho de peso gestacional

O GPG total foi obtido pela diferença entre duas medidas de peso, o último peso

gestacional e o peso pré-gestaciaonal. O peso pré-gestacional foi investigado no

momento da entrevista da gestante na primeira consulta pré-natal no HU. Esta medida

foi verificada na caderneta da gestante, recebido na UBS na qual realizavam o

acompanhamento pré-natal anteriormente, quando esta medida também não estava

registrada foi considerado o peso pré-gestacional autorrelatado pela gestante. Para o

registro do último peso gestacional foi consultado no prontuário médico das mães o

peso aferido na última consulta de pré-natal no HU.

Para avaliação do GPG total foi necessário a avaliação do estado nutricional pré-

gestacional das mulheres, por meio da consulta da medida da estatura das gestantes no

registro na caderneta da gestante. O estado nutricional pré-gestacional foi verificado

pelo cálculo do IMC pré-gestacional considerando o peso pré-gestacional (kg) dividido

pela estatura em metros quadrados (m²). A classificação do IMC pré gestacional

(expressa em (Kg/m2), foi estabelecida em: baixo peso, eutrofia, sobrepeso e obesidade.

Esta avaliação permite estimar o GPG total a depender o do estado nutricional anterior a

gestação a fim de reduzir agravos na saúde das gestantes. Sendo assim foram verificadas

as faixas de ganho peso considerando os pontos de corte preconizados pelo Institute of

Medicine (IOM) no ano de 2009 (Quadro 2)

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Quadro 2: Recomendação de GPG total de acordo com o Índice de massa corporal

(IMC) pré-gestacional.

Diagnóstico nutricional

pré-gestacional

IMC

pré-gestacional GPG total

(kg/m²) (kg)

Baixo peso <18,5 12,5 – 18,0

Eutrofia 18,5 – 24,9 11,0 – 16,0

Sobrepeso 25,0 – 29,9 7,0 – 11,5

Obesidade ≥30,0 5,0 – 9,0

Fonte: Institute of Medicine (IOM), 2009.

Para avaliação do GPG total foi considerado ainda a semana gestacional na

medida do último peso, pois mulheres que tiveram o parto prematuro, anterior à 37

semanas gestacionais, poderiam não alcançar o peso mínimo recomendado de acordo

com a faixa de peso estabelecida para o estado nutricional pré-gestacional. Nestes casos

foi subtraída do ganho de peso total a taxa de ganho semanal (IOM, 2009), de acordo

com as semanas gestacionais que restavam para o parto a termo (≥ 37 semanas

gestacionais). A idade gestacional foi consultada no prontuário da gestante calculada

pela data da ultima mestruação (DUM). A adequação do GPG total foi verificada

quando na subtração das duas medidas de peso o resultado estave expresso dentro da

faixa de ganho de acordo com o estado nutricional pré-gestacional. Ao contrário, o GPG

inadequado foi subdividido em duas categorias, GPG insuficiente, quando as mulheres

perderam peso ou apresentaram ganhos abaixo das recomendações, e GPG excessivo,

quando obtiveram ganhos acima das faixas de peso preocnizadas pelo IOM.

Insegurança alimentar

Medida por meio da aplicação da Escala Brasileira de Insegurança Alimentar

(EBIA) elaborada a partir da escala americana elaborada, em 1990, pelo United States

Department of Agriculture (USDA), diante da necessidade de conhecer a magnitude da

IA contribuir no desenvolvimento de ações para garantia da SAN (REICHENHEIM,

2016). A EBIA foi validada em um projeto multicêntrico no ano de 2003, pela

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necessidade de uma medida direta capaz de avaliar a IA na população brasileira. Trata

se de um escala psicométrica, inicialmente composta por 15 perguntas capazes de

classificar os domicílios com segurança alimentar ou insegurança alimentar em três

níveis, leve, moderada ou grave (SEGALL-CORRÊA, 2003). Em 2014 a escala foi

revisada sendo suprimido um item, mas preservando a consistência da EBIA.

No presente estudo foi utilizada a última versão da EBIA (2014) (Figura 2),

composta por 14 itens com respostas dicotômicas (sim ou não), dos quais oito são

aplicados apenas entre famílias cuja composição é de adultos. Os demais seis itens são

aplicados para as famílias que tenham ao menos uma pessoa com idade igual ou inferior

a 18 anos. Nela é questionada a experiência em relação ao acesso aos alimentos no

domicílio nos últimos três meses que antecedem a entrevista. A IA é medida em

diferentes níveis de intensidade, que vão desde a preocupação com a falta de alimentos

“os moradores deste domicílio tiveram a preocupação de que os alimentos acabassem

antes de poderem comprar ou receber mais comida?”; até a experiência de ausência de

alimentos para consumo durante todo um dia “algum morador de 18 anos ou mais de

idade, alguma vez, fez apenas uma refeição ao dia ou ficou o dia inteiro sem comer” e

“alguma vez algum morador com menos de 18 anos de idade fez apenas uma refeição

ao dia ou ficou sem comer por um dia inteiro”. A gestante foi a respondente da EBIA e

a aplicação da escala foi realizada durante a entrevista no pré-natal.

A classificação dos níveis de IA considera o somatório de todas as respostas

afirmativas da EBIA. A condição de segurança alimentar (SA) representa a ausência de

restrição alimentar na família, neste nível todas as perguntas são respondidas

negativamente. A IA leve é caracterizada pela preocupação com a falta de alimento, o

aspecto mais afetado é a qualidade da alimentação. Na insegurança moderada, são

somadas de seis a dez respostas positivas, neste nível existe uma redução na ingestão

alimentar entre os adultos na da família. Na IA grave, aparece deficiência quantitativa e

mesmo a experiência da fome entre adultos e crianças da família (SEGALL-CORREA,

2014; SALLES-COSTA, 2012). O quadro 1 apresenta os níveis de IA de acordo com os

pontos de corte da escala (SEGALL-CORREA, 2014)

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Quadro 3: Classificação da Insegurança alimentar segundo a avaliação da Escala

brasileira de insegurança alimentar para domicílios com e sem moradores menores de

18 anos.

Classificação Domicílios com

menores de 18 anos

Domicílios sem menores

de 18 anos

Segurança alimentar 0 0

Insegurança alimentar leve 1 a 5 1 a 3

Insegurança alimentar moderada 6 a 9 4 a 6

Insegurança alimentar grave 11 a 14 7 a 8

Fonte: Segall-Correa, 2014.

Demais covariáveis de estudo

Com base em questionário elaborado para população semelhante a do estudo,

foram aferidas as seguintes informações sociodemográficas: escolaridade (Ensino

fundamental completo/ Ensino médio ou superior completo), faixa etária (< 35 anos, >=

35 anos), Cor da pele/raça (Preta, parda/ branca), situação conjugal

(solteira/viúva/divorciada, casada/em união estável), renda familiar (até 2 salários

mínimos/ > 2 salários mínimos), ganho de benefício social (sim, não), presença de

tratamento de água para o consumo individual (sim/não), tratamento de esgoto sanitário

(sim/não). Foram aferidas também outras informações relacionadas ao estilo de vida das

gestantes, como, consumo de bebida alcoólica, “consumiu bebida alcoolica durante a

gestação?” (sim/não) e de cigarros “consumiu bebida alcoolica durante a gestação?”

(sim/não).

4.5Análise de Dados

Inicialmente foi proposto um modelo teórico hierarquizado (Figura 2), as

informações obtidas foram organizadas para avaliar a influência (isolada e combinada

com as demais variáveis de estudo) no GPG total, em três níveis: determinantes básicos

(1º nível), determinantes intermediários (2º nível) e determinantes imediatos (3º nível).

Foram considerados determinantes básicos: Idade, Cor/raça, Escolaridade, Situação

conjugal, Renda, Água filtrada, Como determinares intermediários foram estudadas as

variáveis: consultas pré-natal (<6; ≥6), consumo de bebidas alcoólicas na gestação (sim;

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não) e o hábito de fumo na gestação (sim; não). A IA (Segurança alimentar/ IA leve/ IA

moderada e grave) também foi considerada um determinante intermediário. Por fim os

determinantes imediatos foram: Idade gestacional no parto (< 37/ ≥37) e IMC pré-

gestacional (baixo peso; eutrofia; sobrepeso e obesidade).

Foi realizada a análise descritiva das todas as variáveis de estudo, estimando os

valores percentuais e respectivos intervalos de confiança ao nível de 5% (IC95%).

O modelo hierárquico foi adotado considerando as variaveis relacionadas ao

determinantes básicos, intermediários e imediatos para o GPG. Considerando a variável

de desfecho ordinal (GPG abaixo do recomendado, adequado e acima do recomendado)

foram utilizados modelos de regressão logística multinomial para estimar a razão de

risco relativo (RRR) e respectivos IC95%. Em cada nível hierárquico foram incluídas na

análise multivariada variaveis que apresentassem nível de significância até 20% . A

decisão de adotar um nível mais conservador de significância estatística seguiu a

recomendação utilizada na literatura (HOSMER, 2000; ABREU, 2009). O nível de

significância de 5% foi assumido para o ajuste em cada nível. O modelo final foi obtido

considerando o ajuste das varíaveis nos três níveis. Todo processamento de dados e

análises foram realizados no pacote estatístico Stata versão 13.

4.6 Considerações éticas

O presente estudo é parte de uma pesquisa longitudinal intitulada “Relação entre

insegurança alimentar e apoio social com desfechos de gestação de risco” aprovada pelo

comitê de ética em pesquisa do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho sob

código: 63737316.5.0000.5257. Para a investigação dos dados das gestantes,

anteriormente a aplicação do questionário, foi realizada a leitura do termo de

consentimento livre e esclarecido (TCLE) pelo entrevistador e aquelas mulheres que

aceitaram participar da pesquisa e assinaram o termo foram submetidas a entrevista.

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Figura 3: Modelo teórico hierarquizado dos determinantes do ganho de peso

gestacional total.

Determinantes imediatos (3º nível)

IMC pré-gestacional

Idade gestacional no parto

Determinantes intermediários (2º nível)

IA

Número de consultas pré-natal

Álcool

Fumo

Determinantes básicos (1º nível)

Escolaridade

Idade

Cor/raça

Situação conjugal

Renda

Água filtrada

Ganho de peso gestacional total

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5. RESULTADOS

Como produto desta dissertação foi elaborado um artigo científico em vias de

submisão.

Insegurança alimentar e adequação do ganho de peso total em gestantes de risco de

um hospital universitário da Região Metropolitana do Rio de Janeiro

Resumo

Objetivo:Verificar a associação entre a insegurança alimentar (IA) domiciliar,

características sociodemográficas e a adequação do ganho de peso gestacional (GPG)

total de gestantes de risco.

Métodos: Estudo transversal, realizado com 169 gestantes em hospital universitário

(HU) da região metropolitana do Rio de Janeiro. A coleta de dados ocorreu na entrevista

da 1ªconsulta pré-natal na unidade e após o parto. Na 1ª consulta no HU, foram

avaliadas informações sociodemográficas, dados gestacionais e antropométricos (peso

pré-gestacional e estatura) registrados no cartão das gestantes. Nesta etapa foi aplicada a

Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (EBIA) para medida de IA na gestação.

Logo após o parto, foram coletados dos prontúarios das mulheres os registros da idade

gestacional ao final da gestação, o número total de consultas pré-natal e o peso final das

gestantes. O GPG total foi verificado pela diferença entre o peso medido na última

consulta pré-natal (peso final) e peso pré-gestacional. Para verificar a adequação do

GPG foi considerada a recomendação do Institute of Medicine. A análise considerou

modelos de regressão logística multinomiais hierarquizados ajustados para estimar o

efeito da IA e demais covariáveis no GPG, considerando as variáveis em três níveis.

Resultados: O GPG insuficiente e excessivo foi observado em 27,8% (IC95%: 21,0-

35,7) e 47,9% (IC95%: 39,8-56,1), respectivamente. Quanto às caracteristicas

sociodemográficas e gestacionais foi observada escolaridade elevada, 74,6% (IC95%:

67,3-80,6) das mulheres tinham entre 9 e 15 anos de estudo. Maior proporção de

mulheres casadas (71,6%; IC95%: 64,2-78,0), com idade inferior a 35 anos (72,5%;

IC95%: 65,1-79,4) e cerca de 51% (IC95%: 43,3-58,4) realizaram menos de seis

consultas pré-natal. A exposição a IA leve durante a gestação foi verificada em 44,2%

das mulhers (IC95%: 36,7-52,0). Após o ajuste dos modelos hierárquicos apenas a

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escolaridade esteve associada diretamente ao menor risco de GPG insuficiente (p-

valor<0,05).

Conclusão: Nesta população, a educação materna foi um fator importante para o GPG.

Destaca-se a importância do apoio adicional e aconselhamento em saúde para mulheres

em condições mais vulneráveis.

Palavras chaves: Ganho de peso gestacional, Gravidez, Segurança alimentar e

nutricional, Determinantes sociais de saúde.

Introdução

O ganho de peso durante a gestação é um dos principais marcadores das

modificações fisiológicas e somáticas que refletem o desenvolvimento e crescimento

fetal [1,2]. No entanto, o ganho de peso gestacional (GPG) inadequado, tanto

insuficiente quanto excessivo, pode promover prejuízos à saúde materno-infantil [3,4],

contribuindo substancialmente para a presença de desfechos gestacionais desfavoráveis,

especialmente em mulheres classificadas com algum risco gestacional [5].

Como determinates da saúde materna, os ambientes, físico e social também

desempenham relações importantes no período da gestação [6]. Condições

sociodemográficos desfavoráveis como a menor escolaridade, a ausência de trabalho

remunerado e a baixa renda familiar são descritos na literatura como determinantes

sociais associados a inadequação do GPG [6,2]. No entato resalta-se que alguns desses

fatores ainda não possuem relações bem estabelecidas, como a escolaridade [7,8, 9].

Além destes, existem evidências de que a insegurança alimentar (IA)

domiciliar pode ser particularmente importante na saúde das mulheres durante o período

da gravidez [10]. Estudos realizados para avaliar o efeito da IA no ganho de peso

durante a gestação observaram que IA foi relacionada tanto a possibilidade de ganho de

peso abaixo do recomendado [11], quanto a adaptações metabólicas que favorecem o

risco de obesidade e doenças crônicas não transmissíveis [12], neste período de intensas

modificações fisiológicas.

A IA é definida pelo acesso limitado a alimentos em qualidade e quantidade

suficientes, é caracterizada desde a preocupação com a possibilidade de falta de

alimentos até a restrição destes, relacionada inclusive com a experiência de fome em

casos de limitações mais severas [13]. Apesar de ser uma medida importante a ser

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avaliada durante a gestação, no Brasil ainda são escassos os estudos que exploram os

efeitos da IA sobre o GPG em gestantes com algum risco durante o período da gravidez.

É importante ressaltar que esse grupo se torna mais vulnerável dado que a IA pode

contribuir para desvios nutricionais, relacionados a prejuízos na qualidade da

alimentação, na fase de vida das mulheres de maior demanda de nutrientes para

desenvolvimento e crescimento fetal. Além disso, IA é um potencial fator associado a

prejuizos na saúde das gestantes, o que pode contribuir para o agravamento de

acomentimentos caracterizados como risco gestacional, como anemia e diabetes melitus

gestacional [10].

Com base no exposto, objetivo deste estudo foi estimar as prevalências de GPG

insuficiente e excessivo e verificar a associação entre a IA domiciliar e características

sociodemográficas na variação de GPG entre gestantes de risco da região metropolitana

do Rio de Janeiro.

Método

O presente estudo é uma pesquisa observacional, transversal realizada em

ambulatório de atendimento pré-natal de maternidade de um Hospital Universitário

(HU), localizado na Região metropolitana do Rio de Janeiro. A Unidade atende

gestantes com algum risco gestacional, encaminhadas das Unidades de Atenção Básica

de saúde (UBS) de áreas cujo HU é referência, uma vez que o atendimento na Unidade

é regulado pelo Sistema Nacional de Regulação (SISREG). Os principais fatores de

risco para encaminhamento das gestantes foram: doenças obstetrícias na gravidez atual

(doença hipertensiva específica da gestação, diabetes melitus gestacional), a condições

clínicas preexistentes (cardiopatias, doenças autoimunes, hipertensão arterial sistêmica,

endrocnopatias, neoplasias) e a intercorrências clínicas (deslocamento prematuro da

placenta, sangramentos vaginais, infecção do trato urinário, trombose uteroplacentária,

lesões vasculares intrauterinas, dentre outras condições).

O estudo foi conduzido no período de agosto de 2017 a outubro de 2019. Como

critérios de elegibilidade foram incluídas gestantes que apresentavam algum risco

gestacional, com gravidez única, mulheres com idade igual ou mais a 18 anos e com

data de parto prevista até outubro de 2019. Ao final, foram encaminhadas ao pré-natal

do HU 286 gestantes, destas um total de 104 não foram elegíveis sendo 60 inelegíveis

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pois não tiveram o risco gestacional confirmado e 44 apresentaram alguma

característica, gestação gemelar, idade inferior a 18 anos ou servidoras do HU sem

risco, para não inclusão no estudo. Foram ainda excluídas da amostra 7 gestantes que

não consentiram em participar do estudo, 4 casos de abortos e 2 de partos realizados em

maternidade diferente a do HU. Por fim, a ocorrência de parto foi verificada em 169

mulheres, que compoem a amostra final deste estudo. A coleta de dados foi realizada na

primeira consulta no setor de obstetrícia do ambulatório de pré-natal do HU, e após o

parto, na maternidade, na consulta de prontuários das mesmas gestantes, para coleta de

informações referente ao parto e ao último peso medido no pré-natal. As mulheres

foram abordadas na primeira consulta pré-natal no HU na sala de espera e inseridas no

estudo mediante ao consentimento após a leitura do termo de consentimento, livre e

esclarecido. O presente estudo foi elaborado com base nas Normas regulamentadoras do

Conselho Nacional de Saúde, conforme resolução CNS nº 466/12 e 510/16, e aprovado

no comitê de ética em pesquisa do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho em

Dezembro de 2017 (protocolo no 63737316.5.0000.5257).

Variáveis do estudo

Ganho de peso gestacional

O GPG total foi calculado pela diferença entre o peso final e o peso pré-

gestacional. Dado que as gestantes eram encaminhadas ao ambulatório de pré-natal da

Unidade de realização deste estudo pelo SISREG, ou seja, após a 1ª consulta ter sido

realizada em UBS da região de referência do HU, o peso pré-gestacional foi obtido com

base no registro da caderneta da gestante, assim como a medida da estatura; quando

estes dados eram ausentes foi assumido o peso e a estatura relatados pelas gestantes.

Para o peso final foi estabelecido o limite de registro de até duas semanas anteriores ao

parto, caso contrário, foi registrado o peso medido na maternidade antes do parto. Para

classificar adequação do ganho de peso, foi calculado o índice de massa corporal (IMC)

pré-gestacional, obtido pela razão do peso pré-gestacional (em quilogramas) e a estatura

da gestante ao quadrado (em metros), estabelecendo assim o estado nutricional pré-

gestacional das mulheres nas categorias: (i) baixo peso (IMC <18,0 kg/m²), (ii) eutrofia

(18,5 a 24,9 kg/m²), (iii) sobrepeso (25,0 a 29,9 kg/m²) e (iv) obesidade (≥30,0 kg/m²).

Foi assumida a recomendação do Institute of Medicine (IOM), classificando três

categorias de ganho de peso, baixo, adequado e excessivo, segundo as faixas de GPG

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total, estabelecidas para o estado nutricional pré- gestacional [14]. O GPG total foi

ajustado de acordo com a idade gestacional na medida do peso final.

Insegurança alimentar, variáveis sociodemográficas e da saúde da gestante

A IA foi estimada com base na EBIA, que classifica os domicílios das

gestantes quanto a exposição a IA. Trata-se de uma escala psicométrica, composta por

14 perguntas, que medem desde a preocupação com a falta de alimentos, e o

comprometimento da qualidade das refeições até a ausência de alimentos no domicílio e

possível experiência de fome. A classificação dos níveis de IA pela EBIA é feita pelo

somatório de respostas afirmativas aos itens da escala, sendo o total de 8 itens para

famílias compostas apenas de adultos e 14 itens para aquelas que tem ao menos uma

criança ou adolescente (menores de 18 anos) na família. Com base no somatório dos

pontos, são adotados pontos de corte (famílias com apenas adultos ou com ao menos um

morador menor de 18 anos) que classifica as famílias nos seguintes níveis: segurança

alimentar, IA leve, IA moderada e IA grave. Mais informações sobre a EBIA

encontram-se descritas na literatura [15,16,17,18]. Neste estudo, os níveis mais severos

de IA foram agrupados na mesma categoria (IA moderada/grave).

Além da IA foram avaliadas as seguintes variáveis sociodemográficas da

gestante: idade (< 35 anos; ≥ 35 anos), cor/raça autoreferida (branca; parda/preta),

escolaridade (< 9 anos; 9-15 anos; > 15 anos), situação conjugal

(Solteira/Separada/Viúva; Casada/União estável), renda familiar (Até 2 salários

mínimos; > 2 salários mínimos), água filtrada (sim; não). Com relação à saúde da

gestantes, as seguintes informações foram obtidas: número de consultas pré-natal : (<

6; ≥ 6), consumo de bebidas alcoólicas na gestação (sim; não) e hábito de fumo na

gestação (sim; não). Todas as informações foram obtidas na 1ª consulta da gestante no

HU que foi realizada a pesquisa.

Todas as informações obtidas foram organizadas para avaliar a influência

(isolada e combinada com as demais variáveis de estudo) no GPG total, utilizando um

modelo hierárquico (figura 1) de três níveis: determinantes básicos (1º nível),

determinantes intermediários (2º nível) e determinantes imediatos (3º nível). Foram

considerados determinantes básicos: Idade, Cor/raça, Escolaridade, Situação conjugal,

Renda, Água filtrada, Como determinares intermediários foram estudadas as variáveis:

consultas pré-natal (<6; ≥6), consumo de bebidas alcoólicas na gestação (sim; não) e o

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hábito de fumo na gestação (sim; não). A IA (Segurança alimentar/ IA leve/ IA

moderada e grave) também foi considerada um determinante intermediário. Por fim os

determinantes imediatos foram: Idade gestacional no parto (< 37/ ≥37) e IMC pré-

gestacional (baixo peso; eutrofia; sobrepeso e obesidade).

Análise de dados

Foram estimadas as proporções e seus respectivos intervalos de confiança (IC)

ao nível de 5% (IC95%) para todas as categorias das variáveis do estudo. O modelo

hierárquico foi adotado considerando as variaveis relacionadas aos determinantes

básicos, intermediários e imediatos para a adequação do GPG. Considerando a variável

de desfecho ordinal (GPG abaixo do recomendado, adequado e acima do recomendado)

foram utilizados modelos de regressão logística multinomial para estimar a razão de

risco relativo (RRR) e respectivos IC95%, tendo como categoria de referência o GPG

adequado. Em cada nível hierárquico foram incluídas na análise multivariada variaveis

que apresentassem nível de significância até 20% . A decisão de adotar um nível mais

conservador de significância estatística seguiu a recomendação utilizada na literatura

[19,20]. O nível de significância de 5% foi assumido para o ajuste em cada nível. O

modelo final foi obtido considerando o ajuste das varíaveis nos três níveis. Todo

processamento de dados e análises foram realizados no pacote estatístico Stata versão

13.

Resultados

A amostra final foi composta por 169 gestantes. A tabela 1 apresenta as

características das mulheres avaliadas. Com base nas informações, observou-se que as

gestantes tinham em média idade igual ou inferior a 35 anos, houve maior proporção de

mulheres que se declararam pardas ou pretas, que eram casadas ou viviam em união

estável, e que ingressaram ou concluíram o ensino médio, com renda familiar

predominante de até dois salários-mínimos. Com relação ao perfil gestacional, a maioria

das gestantes realizou pelo menos seis consultas pré natal, não consumiram álcool e não

tiveram o hábito de fumar durante a gestação. Estiveram expostas a algum nível de IA

mais da metade das gestantes. Quanto estado nutricional pré-gestacional houve maior

proporção de gestantes diagnosticadas com obesidade prévia, e a inadequação do GPG

total foi observada em mais da metade das mulheres (Tabela 1).

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Ao avaliar o efeito da associação das variáveis sobre o GPG insuficiente, com

base no o modelo hierárquico proposto para o estudo, a análise bivariada mostrou que,

dentre os determinantes básicos, a maior escolaridade, faixa etária da mulher, e viver

com companheiro (casada ou ter união estável) foram considerados fatores de proteção

para esse desfecho. Entre os determinantes intermediários o menor número de consultas

pré-natal e o hábito de fumar durante a gravidez foram associados significativamente ao

maior risco de GPG insuficiente. Após o ajuste do modelo, apenas a variável

escolaridade da gestante apresentou associação significativa e inversa para o GPG

insuficiente, de modo que quanto maior a escolaridade das gestantes avaliadas, menor o

risco para esse desfecho (p-valor<0,05). Para o GPG excessivo, na análise bivariada as

variáveis IA domiciliar (determinante intermediário) e o parto pré-termo (determinante

imediato)foram consideradas para ajuste inicial (p-valor<0,20). Entretanto, após o ajuste

final com base no modelo hieráquico, essas variáveis não se associaram para GPG

excessivo.

Discussão

Neste estudo foi verificado maior percentual de mulheres com GPG

inadequado, sendo mais frequente o GPG excessivo. Ao investigar os determinates do

GPG nesta população verificamos a ausência de associação com a IA domiciliar e a

associação significativa com o aumento dos anos de escolaridade como fator de

proteção ao GPG insuficiente. Neste sentido algumas reflexões devem ser consideradas.

A inadequação do GPG foi altamente prevalente nesta amostra. O GPG

excessivo foi observado em cerca de 47% das mulheres e o GPG insuficiente

comprometeu cerca de 28% das gestações. Dados secundários de estudo multicêntricos

realizado nos Estados Unidos apresentaram que dentre 8.293 mulheres avaliadas, 73%

tiveram GPG excessivo, o que correspondeu a aproximadamente três a cada quatro

mulheres [21]. Zhao e colaboradores [4] identificaram cerca de 50% de gestantes com

GPG excessivo em um estudo realizado na China, e 15,2% GPG baixo. No Brasil, em

estudos anteriores realizados por outros pesquisadores, também foram descritas

proporções elevadas de inadequação de GPG. Campos e colaboradores [22] verificaram

o GPG excessivo e insuficiente em 59% e 19%, respectivamente, em mulheres no Acre.

Em um estudo conduzido no Rio de Janeiro, os autores encontram cerca de 50% das

gestantes com ganhos excessivo, enquanto menos de 30% das getantes apresentaram

GPG adequado [23].

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Um determinante direto do GPG é o estado nutricional pré-gestacional avaliado

principalmente pelo IMC pré-gestacional [14]. Neste estudo não foi encontrada

associação entre essas variáveis, no entanto, observamos que, o diagnóstico de

sobrepeso e obesidade pré-gestacional quando somados foram verificados em mais da

metade das mulheres. Em contrapartida o baixo peso pré-gestacional foi observado em

apenas 2,6% da amostra, proporção próxima ao dignóstico realizado pelo Sistema de

Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN) durante o ano de 2019, onde 2,5% das

mulheres adultas brasileiras tinham baixo peso. Os dados do SISVAN também revelam

a prevalência aumentada de excesso de peso entre mulheres em idade fértil, 34,2%

foram diagnosticadas com sobrepeso e 29,7% com obesidade [24].

Cabe destacar que nossa amostra foi composta por gestantes que apresentavam

algum risco gestacional, o que pode ter sido determinado ou potencializado, por desvios

nutricionais especialmente relacionados aos ganhos inadequados de peso durante a

gestação. O GPG insuficiente favorece maior risco de anemia durante a gestação, e no

recém nascido, contribui para o baixo peso ao nascer. Já o GPG excessivo contribui para

risco de síndromes hipertensivas na gestação, para pré-enclampsia, para o diabetes

mellitus gestacional, maiores chances de parto cesáreo e de prematuridade [25, 26].

Em relação a IA, mais da metade da amostra (56,4%) esteve exposta a algum

nível de IA durante a gestação. Oliveira e colaboradores [27] ao investigarem a IA em

um grupo de gestantes atendidas em UBS de Maceió indentificaram prevalência de

42,7% de IA no grupo avaliado, valor esse inferior a encontrada neste estudo. No

presente estudo, optou-se por avaliar os níveis de IA moderada e grave em conjunto.

Neste sentido, considerando os níveis mais graves de IA, observou-se que 12,3% das

mulheres com acesso limitado aos alimentos, em quantidade e qualidade, e possivél

experiência de fome. Esse percentual foi inferior ao achado no estudo com gestantes em

Maceió, no qual a IA moderada e a IA grave acometeu, respectivamente, cerca de 10% e

8% das gestantes [27], e ao encontrado por Marano e colaboradores [8] ao investigaram

a IA em getantes de Queimados e Petropolis no Rio de Janeiro, 14,9% IA moderada e

grave.

Outros estudos realizados no Brasil avaliando a IA durante a gestação apotam

variações expressivas das prevalências estimadas pela EBIA, dependendo da região do

país. Em estudos realizados no nordeste brasileiro, os autores relatam maiores

prevalências de IA entre gestantes, variando de 71,6% em Pernanbuco [28], de 59% na

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Paraíba [29], ambos estados do nordeste do país, e de 37,8% no Rio de Janeiro, região

sudeste do Brasil [30].

Essas diferenças de prevalências são coerentes considerando que a distribuição

de IA grave no Brasil acompanha as iniquidades da nossa sociedade, de modo que os

avanços não são uniformes no país, sendo a IA inferior em estratos de maior

vulnerabilidade econômica, social e demográfica [31].

Até o momento, poucos estudos avaliaram a relação do GPG com IA. No

estudo de Laraia e colaboradores [32] não foi encontrada associação significativa com

o GPG entre gestantes nos Estados Unidos, mulheres com IA não tinham maior risco

relativo ao GPG excessivo quando comparadas as mulheres em domicílios com

segurança alimentar. No entanto, a média de peso de mulheres com IA era maior, assim

como a taxa adequação de GPG, sugerindo a IA como um indicador para GPG

excessivo [32]. No Brasil, em estudo realizado com gestantes no Nordeste do país, onde

foram investigadas a IA e os fatores associados a mesma, o GPG também não teve

associação significativa com a IA [27].

Nesse estudo, a EBIA foi utilizada para medida de IA. A escala propõe medir

diretamente a percepção da IA a nível domiciliar, e seu conceito está fortemente

relacionado a experiência de vida das famílias. Para além da capacidade de mensurar a

dificuldade de acesso familiar aos alimentos, na EBIA também são abordadas

dimensões psicológicas e sociais da IA [33]. Ao avaliar gestantes é importante

considerar que na gravidez, apectos psicológicos e socias influenciam o funcionamento

individual e relacional dessas mulheres [34]. Esses aspectos apontam para consideração

de que a medida de percepção da EBIA pode ter sido atenuada por algumas questões: i)

pelo fato das gestantes desta amostra possuírem acesso a assistência nas Unidades de

saúde, levando em conta a maior atenção necessária à mulheres que apresentam algum

risco gestacional [35]; ii) por redes de apoio familiar, pois para além de um fenômeno

individual, a gestação evidencia ainda aspectos das relações familiares e produz valores

sociais de maneira ampla [34], que podem contribuir para que essas mulheres se sintam

protegidas e amparadas mesmo diante de situações de vulnerabilidade social.

Ademais, ao investigar carecterísticas biológicas e a IA, como aqui proposto a

investigação da inadequação do GPG, é necessário considerar que essas relações podem

ser atencedidas por outras condições sociais associadas a IA [33]. A exemplo, as

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associações existentes entre a condição social e a saúde das populações, que podem ser

compreendidas pelo modo como a desigualdade social aponta para a distribuição

desigual de bens, serviços, condições de vida e vantagens e desvantagens sociais [36].

O principal resultado deste estudo indica o menor risco de GPG insuficiente

para mulheres que apresentaram maior escolaridade, ou seja, gestantes que tiveram

acesso ao ensino médio e ao ensino superior estiveram mais protegidas do ganho de

peso inferior as faixas preconizadas pelo IOM, quando comparadas as mulheres com

escolaridade inferior a nove anos de estudo. A maior escolaridade também foi descrita

em associção a maior probabilidade de GPG adequado [9]. Já a baixa escolaridade,

inferior a quatro anos de estudo, aumentou cerca de cinco vezes o risco para baixo peso,

em mulheres portadoras do Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) [37].

Na literatura observa-se o caráter heterogêneo da associação da escolaridade

com o GPG. Alguns estudos descrevem a baixa escolaridade contribuindo para maior

propensão ao GPG excessivo [38] inclusive em mulheres eutróficas previamente a

gestação [6, 39]. Outros estudos apotam o maior risco ao GPG insuficiente em menores

níveis escolaridade [40] e menor chance de GPG excessivo em maiores estratos de

escolaridade [41]. Em contrapartida, a literatura acadêmica também descreve a

associação da maior escolaridade com GPG excessivo [8] e a redução do risco ao GPG

insuficiente [42].

Neste cenário podemos considerar uma compensão induzida por outros fatores

sociodemograficos [2] podem contribuir para que sejam descritos na literatura diferentes

achados relacionados a escolaridade e ao GPG. Por exemplo, entre países de baixa renda

é observado que pessoas vivendo com condições socioeconômicas desfavoráveis estão

mais vulneráveis ao déficit de peso, no entanto, o contrário é observado em países de

maior renda, onde mesmo grupos em contexto social de inequidades, estão mais

expostos ao excesso de peso [43]. Isso é explicado principalmente pelo modo de

produção, processamento, comercialização dos alimentos e como os ambientes

alimentares se organizam em diferentes contextos sociais [43,44].

Destacamos duas possiveis razões que podem contribuir para explicar a relação

da escolaridade com o ganho de peso durante a gestação. O primeiro seria o fato de a

baixa escolaridade refletir no poder limitado de aquisição e acesso a alimentos [23].

Dado que as discrepâncias dos níveis de escolariade podem afetar a desigualdade de

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renda por meio dos efeitos da escolaridade sobre os rendimentos [45], essas mulheres

estariam mais vulneráves a escolhas alimentares de menor custo, que em grande parte

representam alimentos com maior teor calórico. O segundo fator seria o fato das

mulheres com maior escolaridade estarem mais propensas ao acesso a informação,

sendo menos suscetíveis a comportamentos inadequados a saúde, como o hábito de

fumar na gestação, bem como o consumo de bebidas alcoólicas , como também menores

níveis de atividade física, fatores esses que contribuem para GPG inadequado [7]. Além

disso, a maior escolaridade pode contribuir para que essas mulheres tenham escolhas

alimentares mais saudáveis e com isso, apresentem melhores hábitos de vida [39].

No Brasil, a escolaridade ainda apresenta cenário desfavorável marcado por

níveis baixos de educação [36], que pode ser pensado devido ao descaso político com o

ensino primário [45]. Todavia a média da escolaridade tem crescido continuamente,

sendo inclusive mais observado entre mulheres [46], o que contriubui para o maior

acesso a empregos formais e incremento de renda, favorecendo condições de vida.

Cabe destacar algumas limitações do presente trabalho. A primeira refere-se a

ausência das medidas de peso e estatura na 1ª consulta de gravidez na UBS que as

gestantes iniciaram seu acompanhamento de pré-natal. Para essas mulheres assumimos

as medidas registradas pelas equipes da UBS de origem, quanto ao peso pré-gestacional

e estatura, e da equipe de enfermagem do atendimento do pré-natal do HU, para medida

do último peso aferido na consulta pré-natal. No entanto, quando essas medidas não

estavam disponíveis as mesmas foram obtidas pelo autorrelato das gestantes. Nestes

casos, deve-se considerar a possibilidade de víes atribuído a superestimação ou

subestimação das medidas [47, 48]. Entretanto, cabe lembrar que pesquisadores têm

corroborado a qualidade da medida de peso e altura aferidos por antropometristas versus

aquelas obtidas pelo autorrelato em estudos de base populacional. Para exemplificar,

Conde e colaboradores (2013)[49] ao compararem medidas de peso e estatura aferidos e

relatados da população brasileira os autores destacaram que estimativas de IMC, seja

por medida aferida ou relatada, são relativamente próximas. E um estudo de validação

de medidas autorreferidas, foi verificado que 84% das mulheres que informaram suas

medidas foram categorizadas apropriadamente quanto a classificação do IMC [47].

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Conclusão

Nesta população foi evidente como a educação materna foi um fator importante

para a adequação do GPG, dentre os demais determinantes avaliados e amplamente

discutidos na literatura como preditores do GPG. Além disso, a menor escolaridade das

gestantes avaliadas pode ter antecedido o efeito da IA, de modo a atenuar seu efeito

sobre o ganho de peso dessas mulheres cuja gravidez era de risco, durante o período

gestacional.

Ao considerar o risco de ganhos inadequados durante uma gestação de risco, e

como o GPG pode ser um fator modificável, destaca-se a importância do apoio

adicional e aconselhamento em saúde para mulheres em condições mais vulneráveis.

Assim como a maior atenção em ações direcionadas a ampliar o acesso a educação a

fim de reduzir diferenças e desigualdades na saúde.

Por fim algumas direções importantes a serem consideradas dizem respeito ao

fato da gestação de risco, e possíveis relações de causa e efeito, dos acometimentos de

saúde com o desfecho, que podem ser exploradas em estudos posteriores. Assim como a

investigação da direção que transcorre a associção da escolaridade e GPG, não bem

estabelecida na literatura, refletindo a respeito das condições sociais da população,

como renda, local de moradia, que poderiam determinar por exemplo, o GPG excessivo

em mulheres com baixa escolaridade em regiões de melhor renda. Da mesma maneira

pode-se conduzir a invetigação da IA, visto a proporção importante de mulheres

expostas durante a gestação, e a escassez de estudo nacionais que avaliam a IA na

gravidez, a fim de compreender a relação da mesma como determinante de saúde

durante a gestação.

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60

Figura 1: Modelo hierárquico dos determinantes do ganho de peso gestacional total.

Determinantes imediatos (3º nível)

IMC pré-gestacional

Idade gestacional no parto

Determinantes intermediários (2º nível)

IA

Consultas pré-natal

Álcool

Hábito de fumo

Determinantes básicos (1º nível)

Escolaridade

Idade

Cor/raça

Situação conjugal

Renda

Água filtrada

Ganho de peso gestacional total

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61

Tabela1: Características sociodemográficas e gestacionais das mulheres atendidas em

um Hospital Universitário na região metropolitana do Rio de Janeiro.

Variáveis Proporção (%) ICa (95%)

GPG*

Insuficiente 27,8 21,0-35,7

Adequado 24,3 18,0-32,1

Excessivo 47,9 39,8-56,1

Características sociodemográficas

Idade materna (anos)

≤35 72,8 65,1-79,4

> 35 27,1 20,6-34,9

Cor/ raça

Branca 32,5 25,8-40,0

Preta/parda/amarela 67,5 60,0-74,1

Estado civil

Solteira/Divorciada/Viúva 28,4 22,0-35,7

Casada/União estável 71,6 64,2-78,0

Escolaridade (anos)

< 9 16,6 11,6-23,0

9 – 15 74,6 67,3-80,6

>16 8,9 5,4-14,3

Renda familiar (salário mínimo)

≤ 2

69,1 61,5-75,8

>2 30,9 24,2-38,5

Água tratada para consumo individual

Sim 79,0 72,1-84,6

Não 21,0 15,4-27,8

Insegurança alimentar (IA)

Segurança alimentar 43,5 36,1-51,3

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62

IA leve 44,2 36,7-52,0

IA moderada e grave 12,3 8,0-18,3

Características gestacionais

Número de consultas pré-natal

< 6 50,9 43,3-58,4

≥ 6 49,1 41,6-56,6

Consumo de álcool

Sim 7,1 0,4-12,2

Não 92,9 87,7-95,9

Hábito de fumar

Sim 6,5 0,3-11,4

Não 93,5 88,6-96,4

IMC pré- gestacional**

Baixo peso 2,5 0,9-6,7

Eutrofia 35,3 28,1-43,1

Sobrepeso 26,9 20,5-34,5

Obesidade 35,3 28,1-43,1

Idade gestacional no parto

< 37 semanas 23,3 16,5-31,8

≥ 37 semanas 76,7 68,1-83,5

Nota: a: Intervalo de confiança (95%). *:Ganho de peso gestacional. **: Índice de massa

corporal pré-gestacional.

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63

Tabela 2: Razão de risco relativo e intervalo de confiança da associação dos níveis hierárquicos e ganho de peso gestacional total de gestantes de

uma Região Metropolitana do Rio de Janeiro.

Ganho de peso gestacional total

Variáveis Insuficiente Excessivo

Univariado Ajustado Univariado Ajustado

RRRa

ICb(95%) p

c RRR IC (95%) p

d RRR IC (95%) p RRR IC (95%) p

Determinantes básicos

Idade materna (anos)

≤35 REF*

REF

> 35 0,41 0,13-1,30 0,132 0,77 0,31-1,91 0,578

Cor/ raça

Branca REF REF

Preta/parda/amarela 0,74 0,28-1,97 0,552 0,85 0,35-2,08 0,730

Estado civil

Solteira/Divorciada/Viúva REF REF

Casada 0,37 0,13-1,06 0,065 0,83 0,30-2,24 0,711

Escolaridade (anos)

< 9 REF REF

9 – 15 0,20 0,05-0,80 0,023 0,11 0,01-0,94 0,044 0,54 0,14-2,15 0,387

>16 0,11 0,01-0,95 0,045 0,02 0,001-0,51 0,017 0,6 0,10-3,49 0,570

Renda familiar (salário

mínimo)

≤ 2

1,23 0,44-3,42 0,686 1,04 0,41-2,65 0,932

>2 REF REF

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Ganho de peso gestacional total

Variáveis Insuficiente Excessivo

Univariado Ajustado Univariado Ajustado

RRRa

ICb(95%) p

c RRR IC (95%) p

d RRR IC (95%) p RRR IC (95%) p

Determinantes básicos

Água tratada

Sim REF REF

Não 0,83 0,29-2,42 0,745 0,82 0,32-2,11 0,678

Determinantes intermediários

Insegurança alimentar (IA)

Segurança alimentar REF REF

IA leve 0,54 0,20-1,50 0,243 0,48 0,2-1,16 0,107

IA moderada e grave 1,53 0,24-9,63 0,648 2,23 0,43-11,6 0,337

Número de consultas pré-natal

< 6 2,17 0,84-5,65 0,110 2,03 0,62-6,58 0,238 1,71 0,24-8,78 0,682

≥ 6 REF REF

Consumo de álcool

Sim 1,58 0,33-7,56 0,564 0,32 0,05-2,01 0,225

Não REF REF

Hábito de fumar

Sim 4,38 0,47-40,6 0,193 0,94 0,08-10,9 0,958

Não REF REF

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65

Nota: a: Razão de risco relativo;

b: Intervalo de confiança (95%);

c: p valor (<0,20);

d: p valor (<0,05). *:Categoria de referência. **: Índice de massa corporal pré-gestacional.

Ganho de peso gestacional total

Variáveis Insuficiente Excessivo

Univariado Ajustado Univariado Ajustado

RRRa

ICb(95%) p

c RRR IC (95%) p

d RRR IC (95%) p RRR IC (95%) p

Determinantes imediatos

IMCpré- gestacional**

Baixo peso 1,53 0,08-28,5 0,776 1,42 0,12-17-6 0,783

Eutrofia REF REF

Sobrepeso 1,95 0,58-6,49 0,276 1,01 0,34-3,03 0,981

Obesidade 1,32 0,40-4,34 0,646 1,87 0,68-5,11 0,225

Idade gestacional no parto

< 37 semanas 0,55 0,15-1,92 0,347 0,39 0,13-1,14 0,085 0,55 0,16-1,92 0,347

≥ 37 semanas REF REF

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75

7. ANEXO

Anexo 1 – Questionário de coleta de dados na primeira consulta de pré natal no

ambulatório do HU.

PROTOCOLO DE COLETA DE DADOS SÓCIO-DEMOGRÁFICOS, CLÍNICOS E ANTROPOMÉTRICOS DA

GESTANTE - PESQUISA: “RELAÇÃO ENTRE A INSEGURANÇA ALIMENTAR E O APOIO SOCIAL

COM DESFECHOS DE GESTAÇÕES DE RISCO”.

1. NOME:___________________________________DATA:_______________SEMANAS

GESTACIONAIS:___

2. PRONTUÁRIO:____________________________TELEFONE FIXO:

_____________CELULAR:__________

3. QUAL A SUA DATA DE NASCIMENTO? ___________________PRÉ-NATAL NO HUAP? ( ) SIM ( )

NÃO

4. QUAL A SUA IDADE? __________________________________________________________________

5. O CENSO BRASILEIRO (IBGE) USA OS TERMOS PRETA, PARDA, BRANCA, AMARELA E

INDÍGENA PARA CLASSIFICAR A COR OU RAÇA DAS PESSOAS. SE VOCÊ TIVESSE QUE

RESPONDER AO CENSO DO IBGE HOJE, COMO A SRa. SE CLASSIFICARIA A RESPEITO DE

SUA COR OU RAÇA.

( ) BRANCA ( ) AMARELA ( ) PARDA ( ) PRETA ( ) INDÍGENA

6. QUAL O SEU GRAU DE ESCOLARIDADE? (OU COLOCAR OS ANOS DE ESTUDO)

( ) NUNCA FUI ALFABETIZADA ( ) ENSINO MÉDIO INCOMPLETO

( ) ALFABETIZAÇÃO EXCLUSIVAMENTE ( ) ENSINO MÉDIO COMPLETO

( ) ENSINO FUNDAMENTAL I INCOMPLETO ( ) ENSINO SUPERIOR INCOMPLETO

( ) ENSINO FUNDAMENTAL I COMPLETO ( ) ENSINO SUPERIOR COMPLETO

( ) ENSINO FUNDAMENTAL II INCOMPLETO

( ) ENSINO FUNDAMENTAL II COMPLETO

7. QUAL A SUA PROFISSÃO? ______________________________________________________________

8. VOCÊ EXERCE A SUA PROFISSÃO?

( ) SIM ( ) NÃO

9. NOS ÚLTIMOS 30 DIAS, VOCÊ TEVE ALGUM TIPO DE TRABALHO REMUNERADO?

(CONSIDERAR TAMBÉM ATIVIDADE DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA, VENDA OU PRESTAÇÃO

DE SERVIÇO NO PRÓPRIO DOMICÍLIO) -

( ) SIM, TEVE TRABALHO REMUNERADO

( ) SIM, TEVE TRABALHO REMUNERADO, MAS ESTÁ AFASTADO POR MOTIVO DE FÉRIAS,

LICENÇA, DOENÇA ETC.

( ) NÃO TEVE TRABALHO REMUNERADO (PULAR PARA A PERGUNTA 13)

( ) NUNCA TRABALHOU (PULAR PARA A PERGUNTA 13)

( ) É APOSENTADO/PENSIONISTA

10. NESSE TRABALHO, VOCÊ TEM CARTEIRA ASSINADA? (CONSIDERAR AQUI O TRABALHO

PRINCIPAL)

( ) SIM ( ) NÃO ( ) NÃO SABE DIZER

11. NESSE TRABALHO, A SRA. RECEBE... (PODE-SE ASINALAR MAIS DE UMA RESPOSTA)

( ) VALE COMPRA ( ) CESTA BÁSICA

( ) TICKET REFEIÇÃO ( ) NENHUM BENEFÍCIO

12. A SRa. PAROU DE EXERCER ESTE TRABALHO/PROFISSÃO POR CAUSA DA GRAVIDEZ?

( ) SIM

( ) NÃO

13. QUAL O SEU ESTADO CIVIL OU SITUAÇÃO CONJUGAL ATUAL? ( ) SOLTEIRA (PULA PARA A 15)

( ) CASADA OU VIVE COM COMPANHEIRO

( ) SEPARADA, DIVORCIADA OU DESQUITADA

( ) VIÚVA

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14. QUAL A PROFISSÃO OU O TRABALHO DO SEU CÔNJUGE OU COMPANHEIRO?

_____________________________________________________________________________________

15. QUAL O SEU ENDEREÇO? ________________________________________________________________________________________

________

16. A SRA. REALIZA ALGUMA ATIVIDADE FÍSICA?

( ) NÃO ( ) SIM. QUAL? ____________________________ QUANTAS HORAS POR SEMANA?

17. AGORA VAMOS MUDAR DE ASSUNTO FALANDO UM POUCO DAS ATIVIDADES DA SUA VIDA

DOMÉSTICA DIÁRIA. NOS ÚLTIMOS 3 MESES A SRa. FEZ SEMANALMENTE:

18. CO

N

T

A

NDO COM A SRA. QUANTAS PESSOAS HABITAM NO SEU DOMICÍLIO? _______________

19. AGORA EU GOSTARIA QUE A SRa. ME DISSESSE O NOME DE TODAS AS PESSOAS DE SUA

FAMÍLIA QUE MORAM NESSA RESIDÊNCIA (LISTAR TODOS OS MORADORES DA FAMÍLIA,

COMEÇANDO PELO CHEFE DA FAMÍLIA, SE É A PRÓPRIA OU COMPANHEIRO. QUANDO

HOUVER MAIS DE UMA FAMÍLIA, LISTAR A QUE MORA HÁ MAIS TEMPO NA RESIDÊNCIA.

O N° DE MORADORES DEVE SER IGUAL AO N° FINAL DA PERGUNTA ANTERIOR, OU SEJA,

DEVE-SE EXCLUIR EMPREGADOS E QUEM ALUGA QUARTOS).

18.1. Nº

de ordem

18.2. Nome 18.3.

Condição na

família

18.4

Sexo

1.Mas-

culino

2.Femi-

nino

18.5.

Nascimento

(dia/mês/

ano)

18.6

Idade

18.7. Qual a

série e grau

do último

ano

concluído?(*

)

As crianças e

adolescentes

(menores de 19

anos):

Atualmente,

frequentaM

creche ou

escola?

1.Sim; 2. Não

XXXXX XXXXXXXXXXX XXXXXX XXXX XXXXX XXXX XXXXXXXX

(*) ATENÇÃO, ASSINALAR SEPARADAMENTE A SÉRIE E O GRAU. CASO A PESSOA NÃO

TENHA ESTUDADO, MARCAR ZERO (0) NAS DUAS OPÇÕES.

20. QUAL A RENDA DA SUA FAMÍLIA EM SALÁRIOS MÍNIMOS (SM)?

( ) ATÉ UM SM

( ) ENTRE 1 E 2 SM OU Valor em reais:

( ) ENTRE 3 E 4 SM

( ) MAIOR DO QUE 4 SM

SIM Quantas vezes

por semana?

NÃO

A) Tomou conta de criança menor de 3 anos? |__|__|

B) Passou roupa? |__|__|

C) Lavou roupa no tanque? |__|__|

D) Fez faxina na sua casa? |__|__|

E) Fez limpeza no quintal? |__|__|

F) Foi a pé para o trabalho, colégio, etc? |__|__|

G) Foi de bicicleta para o trabalho, colégio,

etc?

|__|__|

H) Assiste TV ou vídeo ou

videogame/computador?

|__|__|

I) Outra atividade?

Qual?____________________

|__|__|

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77

21. QUANTAS PESSOAS DEPENDEM DESTA RENDA PARA O DIA A DIA? ___________________________________________________________

22. NOS ÚLTIMOS TRÊS MESES VOCÊ RECEBEU ALGUM OUTRO BENEFÍCIO COMO... (PODE-SE

ASSINALAR MAIS DE UMA RESPOSTA)

( ) Programa bolsa família ( ) Do governo, mas não sei qual é exatamente o

programa

( ) Benefício de prestação continuada (BPC) ( ) De uma Entidade filantrópica ou ONG ( ) Renda melhor ( ) Não recebo nenhum benefício

( ) Da igreja ( ) Outros. Qual(is): _________________

23. NOS ÚLTIMOS TRÊS MESES, QUANTAS VEZES SUA RESIDÊNCIA RECEBEU VISITA DE

AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE, OU SEJA: PROGRAMA DE SAÚDE DA FAMÍLIA,

PROGRAMA AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE, AGENTES DO POSTO DE SAÚDE?

(MARCAR APENAS UMA OPÇÃO)

( ) Nenhuma vez ( ) Mais de 6 vezes

( ) Entre 1 e 3 vezes ( ) NS / Não se lembra

( ) Entre 4 e 6 vezes

24. A SEGUIR, VOU FAZER ALGUMAS PERGUNTAS SOBRE SITUAÇÕES EM QUE AS PESSOAS

PROCURAM POR OUTRAS EM BUSCA DE COMPANHIA, DE APOIO OU DE AJUDA.

23.1. SE VOCÊ PRECISAR...

COM QUE FREQÜÊNCIA CONTA COM ALGUÉM QUE O AJUDE, SE FICAR DE CAMA?

( ) NUNCA

( ) RARAMENTE

( ) ÀS VEZES

( ) QUASE SEMPRE

( ) SEMPRE

24.2. SE VOCÊ PRECISAR...

COM QUE FREQÜÊNCIA CONTA COM ALGUÉM PARA OUVI-LO, QUANDO VOCÊ

PRECISAR FALAR?

( ) NUNCA

( ) RARAMENTE

( ) ÀS VEZES

( ) QUASE SEMPRE

( ) SEMPRE

24.3. SE VOCÊ PRECISAR...

COM QUE FREQÜÊNCIA CONTA COM ALGUÉM PARA LHE DAR BONS CONSELHOS EM

SITUAÇÕES DE CRISE? ( ) NUNCA

( ) RARAMENTE

( ) ÀS VEZES

( ) QUASE SEMPRE

( ) SEMPRE

24.4. SE VOCÊ PRECISAR...

COM QUE FREQÜÊNCIA CONTA COM ALGUÉM PARA LEVÁ-LO AO MÉDICO?

( ) NUNCA

( ) RARAMENTE

( ) ÀS VEZES

( ) QUASE SEMPRE

( ) SEMPRE

24.5. SE VOCÊ PRECISAR...

COM QUE FREQÜÊNCIA CONTA COM ALGUÉM QUE DEMONSTRE AMOR E AFETO

POR VOCÊ?

( ) NUNCA

( ) RARAMENTE

( ) ÀS VEZES

( ) QUASE SEMPRE

( ) SEMPRE

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78

24.6. SE VOCÊ PRECISAR...

COM QUE FREQÜÊNCIA CONTA COM ALGUÉM PARA SE DIVERTIR JUNTO?

( ) NUNCA

( ) RARAMENTE

( ) ÀS VEZES

( ) QUASE SEMPRE

( ) SEMPRE

24.7. SE VOCÊ PRECISAR...

COM QUE FREQÜÊNCIA CONTA COM ALGUÉM LHE DAR INFORMAÇÃO QUE A

AJUDE A COMPREENDER UMA DETERMINADA SITUAÇÃO?

( ) NUNCA

( ) RARAMENTE

( ) ÀS VEZES

( ) QUASE SEMPRE

( ) SEMPRE

24.8. SE VOCÊ PRECISAR...

COM QUE FREQÜÊNCIA CONTA COM ALGUÉM EM QUEM CONFIAR OU PARA

FALAR DE VOCÊ OU SOBRE SEUS PROBLEMAS?

( ) NUNCA

( ) RARAMENTE

( ) ÀS VEZES

( ) QUASE SEMPRE

( ) SEMPRE

24.9. SE VOCÊ PRECISAR...

COM QUE FREQÜÊNCIA CONTA COM ALGUÉM QUE LHE DÊ UM ABRAÇO?

( ) NUNCA

( ) RARAMENTE

( ) ÀS VEZES

( ) QUASE SEMPRE

( ) SEMPRE

24.10. SE VOCÊ PRECISAR...

COM QUE FREQÜÊNCIA CONTA COM ALGUÉM COM QUEM RELAXAR?

( ) NUNCA

( ) RARAMENTE

( ) ÀS VEZES

( ) QUASE SEMPRE

( ) SEMPRE

24.11. SE VOCÊ PRECISAR...

COM QUE FREQÜÊNCIA CONTA COM ALGUÉM PARA PREPARAR SUAS REFEIÇÕES,

SE VOCÊ NÃO PUDER

PREPARÁ-LAS?

( ) NUNCA

( ) RARAMENTE

( ) ÀS VEZES

( ) QUASE SEMPRE

( ) SEMPRE

24.12. SE VOCÊ PRECISAR...

COM QUE FREQÜÊNCIA CONTA COM ALGUÉM DE QUEM VOCÊ REALMENTE QUER

CONSELHOS?

( ) NUNCA

( ) RARAMENTE

( ) ÀS VEZES

( ) QUASE SEMPRE

( ) SEMPRE

24.13. SE VOCÊ PRECISAR...

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79

COM QUE FREQÜÊNCIA CONTA COM ALGUÉM COM QUEM DISTRAIR A CABEÇA?

( ) NUNCA

( ) RARAMENTE

( ) ÀS VEZES

( ) QUASE SEMPRE

( ) SEMPRE

24.14. SE VOCÊ PRECISAR...

COM QUE FREQÜÊNCIA CONTA COM ALGUÉM PARA AJUDÁ-LO NAS TAREFAS

DIÁRIAS, SE FICAR DOENTE?

( ) NUNCA

( ) RARAMENTE

( ) ÀS VEZES

( ) QUASE SEMPRE

( ) SEMPRE

24.15. SE VOCÊ PRECISAR...

COM QUE FREQÜÊNCIA CONTA COM ALGUÉM PARA COMPARTILHAR SUAS

PREOCUPAÇÕES E MEDOS

MAIS ÍNTIMOS?

( ) NUNCA

( ) RARAMENTE

( ) ÀS VEZES

( ) QUASE SEMPRE

( ) SEMPRE

24.16. SE VOCÊ PRECISAR...

COM QUE FREQÜÊNCIA CONTA COM ALGUÉM PARA DAR SUGESTÕES DE COMO

LIDAR

COM UM PROBLEMA PESSOAL?

( ) NUNCA

( ) RARAMENTE

( ) ÀS VEZES

( ) QUASE SEMPRE

( ) SEMPRE

24.17. SE VOCÊ PRECISAR...

COM QUE FREQÜÊNCIA CONTA COM ALGUÉM COM QUEM FAZER COISAS

AGRADÁVEIS?

( ) NUNCA

( ) RARAMENTE

( ) ÀS VEZES

( ) QUASE SEMPRE

( ) SEMPRE

24.18. SE VOCÊ PRECISAR...

COM QUE FREQÜÊNCIA CONTA COM ALGUÉM QUE COMPREENDA SEUS

PROBLEMAS?

( ) NUNCA

( ) RARAMENTE

( ) ÀS VEZES

( ) QUASE SEMPRE

( ) SEMPRE

24.19. SE VOCÊ PRECISAR...

COM QUE FREQÜÊNCIA CONTA COM ALGUÉM QUE VOCÊ AME E QUE FAÇA VOCÊ

SE SENTIR QUERIDO?

( ) NUNCA

( ) RARAMENTE

( ) ÀS VEZES

( ) QUASE SEMPRE

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80

( ) SEMPRE

“AGORA VOU LHE FAZER ALGUMAS PERGUNTAS SOBRE O SEU USO DE CIGARROS E DE

QUALQUER BEBIDA QUE CONTENHA ÁLCOOL, NO ÚLTIMO ANO”. “MESMO QUE A

QUANTIDADE DE ÁLCOOL TOMADA TENHA SIDO PEQUENA, SERIA MUITO IMPORTANTE

QUE A SRA. RESPONDA A TODAS AS PERGUNTAS”.

25. ATUALMENTE, A SRa. FUMA CIGARROS?

( ) NÃO - JÁ FUMOU? ( ) Sim - Parei quando soube que estava grávida ( )

Ou parou antes; quando: ____________ ( )

Quantos cigarros por dia ? ______ por semana _______

( ) Não

( ) SIM - Quantos cigarros por dia ? ______ por semana? _______

26. ATUALMENTE A SRa. BEBE CERVEJA, CHOPP OU ALGUMA OUTRA BEBIDA ALCÓOLICA?

( ) NÃO - JÁ BEBEU? ( ) Sim - Parei quando soube que estava grávida ( )

Ou parou antes; quando: ____________ ( )

( ) Não

( ) SIM - QUANTAS DOSES POR DIA ? ______ POR SEMANA _______

Obs: Uma dose de bebida alcoólica corresponde, por exemplo, a uma lata ou meia garrafa de

cerveja,a 1 chopp, a 2 copos de cerveja, a 1 copo de vinho, a uma dose de uísque,

cachaça ou outros destilados (50 ml) ou a 1 copo de caipirinha.

27. O ABASTECIMENTO DE ÁGUA DA SUA RESIDÊNCIA É FEITO ATRAVÉS DE...

( ) Rede pública/Água encanada

( ) Poço ou nascente

( ) Carro Pipa

( ) Outros. Quais? _______________________

28. A ÁGUA PARA BEBER É FILTRADA, FERVIDA OU TRATADA COM ALGUM PRODUTO?

( ) SIM

( ) NÃO

( ) Não sei se a água é tratada

29. NA SUA CASA TEM BANHEIRO (OU VASO SANITÁRIO)?

( ) SIM, PRIVATIVO DA FAMÍLIA

( ) SIM, COLETIVO, OU SEJA, DE USO COMUM PARA MAIS DE UMA FAMÍLIA

( ) NÃO (PULAR PARA A PERGUNTA 31)

30. O VASO SANITÁRIO É LIGADO NA REDE DE ESGOTO?

( ) SIM ( ) NÃO

31. NA RESIDÊNCIA EM QUE MORA TEM (ATENÇÃO - MARCAR COM “X” O NÚMERO ABAIXO

DA QUANTIDADE CORRESPONDENTE DE CADA ITEM) critério ABIPEME (Classe social baseada

em consumo e escolaridade do chefe da família).

QUANTIDADE EM ÍTENS

ÍTEM 0 1 2 3 4+

BANHEIRO

EMPREGADA DOMÉSTICA

MENSALISTA

AUTOMÓVEIS

MICROCOMPUTADOR

LAVA-LOUÇAS

GELADEIRA

FREEZER

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81

MAQUINA DE LAVAR ROUPA

DVD

MICRO-ONDAS

MOTOCICLETA

SECADORA DE ROUPA

32. NA SUA FAMÍLIA, NOS ALGUMA PESSOA RECEBEU OU RECEBE UM OU MAIS DOS

BENEFÍCIOS ABAIXO? (ATENÇÃO LER TODAS AS OPÇÕES. PODE MARCAR MAIS DE UMA.)

QUEM?

( ) Vale compra - 32.1. Quantas pessoas recebem esse benefício? ( ) _______________________

( ) Ticket refeição - 32.2. Quantas pessoas recebem esse benefício? ( ) _______________________

( ) Cesta básica - 32.3 Quantas pessoas recebem esse benefício? ( )

_______________________

( ) Plano de saúde - 32.4. Quantas pessoas recebem esse benefício? ( )

_______________________

( ) Vale transporte - 32.5. Quantas pessoas recebem esse benefício? ( )

_______________________

33. AGORA FAREI ALGUMAS PERGUNTAS SOBRE A AQUISIÇÃO DA SUA ALIMENTAÇÃO

33.1 Nos últimos três meses, os moradores deste domicílio tiveram a preocupação de que a comida

acabasse antes que tivessem

dinheiro para comprar mais comida?

Sim Não NR/NS

33.2 Nos últimos três meses, os alimentos acabaram antes que os moradores desse domicílio tivessem

dinheiro para comprar mais

comida?

Sim Não NR/NS

33.3 Nos últimos três meses, os moradores desse domicílio ficaram sem dinheiro para ter uma alimentação

saudável e variada? Sim Não NR/NS

33.4 Nos últimos três meses os moradores deste domicílio comeram apenas alguns poucos tipos de

alimentos que ainda tinham, porque

o dinheiro acabou?

Sim Não NR/NS

SE O ENTREVISTADO RESPONDEU NÃO EM TODAS AS QUESTÕES ENCERRAR O MÓDULO

33.5. Nos últimos três meses, algum morador ADULTO/IDOSO deixou de fazer alguma refeição, porque

não havia dinheiro para

comprar a comida? Sim Não NR/NS

33.6. Nos últimos três meses, algum morador ADULTO/IDOSO, comeu menos do que achou que devia,

porque não havia dinheiro

para comprar comida?

Sim Não NR/NS

33.7. Nos últimos três meses, algum morador ADULTO/IDOSO sentiu fome, mas não comeu, porque não

tinha dinheiro para comprar

comida? Sim Não NR/NS

33.8. Nos últimos três meses, algum morador ADULTO/IDOSO ficou um dia inteiro sem comer ou, teve

apenas uma refeição ao dia,

porque não tinha dinheiro para comprar a comida?

Sim Não NR/NS

SE NO DOMICÍLIO NÃO HOUVER CRIANÇAS OU ADOLESCENTES MENORES DE 18 ANOS:

PULAR PARA A 34

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82

33.9 Nos últimos três meses, os moradores com menos de 18 anos de idade, não puderam ter uma

alimentação saudável e variada,

porque não havia dinheiro para comprar comida?

Sim Não NR/NS

33.10. Nos últimos três meses os moradores menores de 18 anos de idade comeram apenas alguns poucos

tipos de alimentos que ainda

havia neste domicílio, porque o dinheiro acabou?

Sim Não NR/NS

33.11. Nos últimos três meses, algum morador com menos de 18 anos de idade comeu menos do que você

achou que devia porque não

havia dinheiro para comprar a comida?

Sim Não NR/NS

33.12 Nos últimos três meses, foi diminuída a quantidade de alimentos das refeições de algum morador

com menos de 18 anos de idade,

porque não havia dinheiro suficiente para comprar a comida?

Sim Não NR/NS

33.13. Nos últimos três meses, algum morador com menos de 18 anos de idade deixou de fazer alguma

refeição, porque não havia

dinheiro para comprar a comida?

Sim Não NR/NS

33.14. Nos últimos três meses algum morador com menos de 18 anos de idade sentiu fome, mas não comeu

porque não havia dinheiro

para comprar mais comida?

Sim Não NR/NS

33.15. Nos últimos três meses algum morador com menos de 18 anos de idade ficou um dia inteiro sem

comer ou, teve apenas uma

refeição ao dia, porque não havia dinheiro para comprar comida?

Sim Não

AGORA VOU PERGUNTAR ALGUNS DADOS DA SUA HISTÒRIA D E DOENÇAS OU DA SUA FAMÍLIA

34. QUAL FOI A IDADE DA SUA PRIMEIRA MENSTRUAÇÃO (MENARCA?)

35. QUAL FOI A IDADE DA SUA PRIMEIRA RELAÇÃO SEXUAL (SEXARCA)?

36. JÁ TEVE OUTRAS GESTAÇÕES ANTERIORES A ESTA?

( ) SIM . QUANTAS ______

( ) NÃO

37. JÁ APRESENTOU ALGUM ABORTO?

( ) SIM . QUANTOS ______ . ESPONTÂNEOS ( ) PROVOCADOS ( ) NENHUM ( )

( ) Não

38. A SRa. APRESENTA OU JÁ APRESENTOU ALGUMA DOENÇA PRÉVIA À GRAVIDEZ (HISTÓRIA

PATOLÓGICA PREGRESSA) ?

( ) SIM. QUAL? _________________________ ( ) NÃO

COM QUE IDADE APRESENTOU ESSE DIAGNOSTICO? _______________________

39. ALGUM FAMILIAR SEU JÁ APRESENTOU OU APRESENTA ALGUMA DOENÇA HISTÒRIA

PATOLÓGICA FAMILIAR?

( ) SIM. QUAL? _________________________ ( ) NÃO

COM QUE IDADE? ___________________

40. AGORA VAMOS FALAR DA SUA ALIMENTAÇÃO DO DIA DE ONTEM (RECORDATÓRIO 24HS)

Data da avaliação: ____/____/_____ Dia da semana: Dom Seg Ter Qua Qui Sex Sab

ATENÇÃO:

1) PERGUNTAR TODOS OS ALIMENTOS CONSUMIDOS NO DIA ANTERIOR

2) IDENTIFICAR AS MEDIDAS CASEIRAS E TODOS OS DETALHES REFERENTES AOS ALIMENTOS

OFERECIDOS (Ex. copo, colher de sopa, colher de sobremesa, prato fundo...)

3) ANOTAR O NOME DADO A CADA REFEIÇÃO ANTES DE INCLUIR OS ALIMENTOS ESPONTÂNEAMENTE (Ex.

café da manhã, lanche, merenda, almoço ...)

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HORÁRIO ALIMENTO/PREPARAÇÃO QUANTIDADE

____:_____ h

____:_____ h

____:_____ h

____:_____ h

____:_____ h

____:_____ h

____:_____ h

____:_____ h

____:_____ h

____:_____ h

____:_____ h

____:_____ h

____:_____ h

____:_____ h

____:_____ h

____:_____ h

____:_____ h

____:_____ h

____:_____ h

____:_____ h

____:_____ h

____:_____ h

____:_____ h

____:_____ h

____:_____ h

____:_____ h

____:_____ h

41. ONDE A SRA. REALIZA AS SUAS REFEIÇÕES COM MAIOR FREQUÊNCIA?

Não realiza Casa No trabalho, mas No trabalho Lanchonete/

Outros

leva de casa Bar/

Restaurante

Café da manhã

Colação (Lanche da manhã)

Almoço

Lanche da tarde

Jantar

Ceia

42. A SRa. ESTÁ FAZENDO ALGUMA DIETA?

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( ) Sim, para emagrecer

( ) Sim, para diabetes

( ) Sim, para pressão alta

( ) Sim, para colesterol

( ) Sim, outra. Qual? ________________

( ) Não

43. A SRA. COME FRUTAS TODOS OS DIAS OU QUASE TODOS OS DIAS (PELO MENOS 5 VEZES

POR SEMANA), QUE NÃO SEJAM EM FORMA DE SUCOS E REFRESCOS?

( ) SIM (PULAR PARA A 40)

( ) NÃO

44. QUAL É O PRINCIPAL MOTIVO DA SRA. NÃO COMER FRUTA TODOS OS DIAS OU QUASE

TODOS OS DIAS?

( ) Não gosta muito de frutas

( ) Frutas são difíceis de comprar

( ) Frutas são difíceis de comer

( ) Frutas são caras

( ) Não tenho o costume

( ) Não tenho tempo

( ) Estragam rápido

45. VOCÊ COME TODOS OS DIAS OU QUASE TODOS OS DIAS (PELO MENOS 5 VEZES POR

SEMANA) VERDURAS E LEGUMES QUE NÃO SEJAM BATATA, INHAME, AIPIM E OUTRAS

RAÍZES?

( ) SIM

( ) NÃO

46. QUAL É O PRINCIPAL MOTIVO DE VOCÊ NÃO COMER VERDURAS E LEGUMES TODOS OS

DIAS OU QUASE TODOS OS DIAS?

( ) Não gosta muito de verduras e legumes

( ) Verduras e legumes são difíceis de comprar

( ) Verduras e legumes são difíceis de comer

( ) Verduras e legumes são caras

( ) Não tenho o costume

( ) Não tenho tempo

( ) Estragam rápido

FICHA DE COLETA DE DADOS DO PRONTUÁRIO DA GESTANTE: (ANTROPOMETRIA AFERIDA

DIRETAMENTE NA GESTANTE)

DATA DA 1ª. CONSULTA:

DUM:

SEMANAS GESTACIONAIS NA PRIMEIRA CONSULTA:

PESO PRÉ-GESTACIONAL:

PESO ATUAL:

PESO DO FIM DA GESTAÇÃO:

ALTURA:

IMC INÍCIO DA GESTAÇÃO:

IMC FIM DA GESTAÇÃO:

UBS DE ENCAMINHAMENTO: ENDEREÇO:

RISCO/MOTIIVO DE ENCAMINHAMENTO PARA O HUAP:

DATA DA DETECÇÃO DO RISCO/MOTIVO:

CONSULTAS PRÉVIAS AO ATENDIMENTO NO HUAP: NÃO ( ) SIM ( ): ESPECIALIDADE:

No CONSULTAS

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CLÍNICO/OBSTETRA

( ) ________________

ASS.SOCIAL/PSICÓLOGO ( ) _________________

NUTRICIONISTA

( ) _________________

DOENÇAS NO CURSO DA GESTAÇÃO/SINAIS/SINTOMAS (INCLUINDO DOENÇAS/SINTOMAS

PRE-EXISTENTES):

( ) INFECÇÕES. QUAL?__________________ ( )DM ( ) HAS ( ) DISLIPIDEMIA ( )

SÍNDROME METABÓLICA

( ) OUTRAS. QUAL(IS)? _____________________________

MEDICAÇÕES:

INTERCORRÊNCIAS NO PARTO:

DADOS LABORATORIAIS

NA PRIMEIRA CONSULTA DURANTE A GRAVIDEZ DURANTE A GRAVIDEZ

ÚLTIMA CONSULTA

(EXAMES PRÉVIOS)

DATA IDADE GEST. DATA IDADE GEST. DATA IDADE GEST. (Semanas) (Semanas)

GLICOSE

URÉIA

CREAT.

Na+

K+

Ca++

P

Hto.

Hb

TG

Col. Total

VLDL

LDL

HDL

TGO

TGP

BIL.T

BIL. I

BIL. D

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Anexo 2 – Questionário de coleta de dados pós parto na maternidade do HU.

PROTOCOLO DE COLETA DE DADOS DA PESQUISA: “RELAÇÃO ENTRE A INSEGURANÇA

ALIMENTAR E O APOIO SOCIAL COM DESFECHOS DE GESTAÇÕES DE RISCO”.

DADOS DO RECÉM NASCIDO

NOME DA MÃE:

N. DO PRONTUÁRIO DO RN:

DATA DE NASCIMENTO:

TIPO DE PARTO: ÚLTIMO PESO DA MÃE: NÚMERO DE CONSULTAS PRÉ

NATAL:

IDADE GESTACIONAL: ______ semanas ______dias MÉTODO DE DETERMINAÇÃO DA IDADE

GESTACIONAL: ___________

APGAR:

INTERCORÊNCIAS NO PARTO:

SEXO:

DOENÇAS/DIAGNÓSTICO:

INTERCORÊNCIAS NA INTERNAÇÃO:

( ) Infecções Qual (is): _________________________

( ) Asfixia ( ) Diarréias ( ) Refluxo Gastro-Esofágico ( ) Alergia à Proteína do Leite de Vaca ( ) Distúrbio

Metabólico

( ) Distúrbio hidroeletrolítico ( ) Anemia ( ) Icterícia ( ) Desconforto respiratório ( ) Outros:

_______________________

DATA DA ALTA:

TEMPO DE INTERNAÇÃO (DIAS):

PESO

(g)

COMPRIMENTO

(cm)

PER.CEFÁLICO

(cm)

TIPO DE ALIMENTAÇÃO (*)

NASCIMENTO

Volume: Nº

Etapas:

Tx. Calórica: Tx. Hídrica:

NPT ( )sim ( ) não.

Aa: Lip: TIG:

Tx. Hidrica:

ALTA

Volume: Etapas:

Tx. Calórica: Tx. Hídrica:

(*) AME (Aleitamento Materno Exclusivo);

AM + AA (Aleitamento Materno e Alimentação Artificial - fórmula infantil)

AA (Alimentação Artificial - Fórmula infantil)

DADOS LABORATORIAIS

Glic. Uréia Creati-

nina

Na K Ca P Bil

Total

Bil

Dir.

Bil

Ind.

TGO TGP Hema-

tócrito

Hemo-

globina

ADMISSÃO

ALTA