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Intensivo de Contabilidade - 13ª Edição

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ÍNDICE A Contabilidade e o Usuário da Contabilidade Parte I 1. A CONTABILIDADE E O CONTADOR 01 2. Estudo e Controle do Patrimônio 01 3. A Contabilidade na História 02 4. Evolução da Ciência Contábil 03 5. SIMBOLOGIAS DA CONTABILIDADE 12 6. Exercícios de fixação 15 7. A Contabilidade na tomada de decisão 15 8. Função do contador 16 9. Objetivos e finalidades da contabilidade 16 10. CENÁRIOS CONTÁBEIS 19 11. Exercícios de fixação 21 12. PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DE CONTABILIDADE NO BRASIL 22 13. Patrimônio da Empresa 25 14. Exercícios de fixação 26 15. Contas Contábeis 27 16. Exemplos de Contas Contábeis 29 17. BALANÇO PATRIMONIAL - GRUPOS DE CONTAS 30 18. Noções Introdutórias Sobre Balanço Patrimonial 30 19. Exercícios de fixação 32 20. Origens e Aplicações de Recursos 33 21. ALTERAÇÕES OCORRIDAS A FORMA DE APRESENTAÇÃO DO BALANÇO 34 22. RELATÓRIOS CONTÁBEIS – Noções Introdutórias 35 23. Requisitos do Balanço Patrimonial 38 24. CONTAS DO BALANÇO PATRIMONIAL 41 25. Exercícios de Fixação 56 26. REGIMES DE CONTABILIDADE - APURAÇÃO DE RESULTADOS 57 27. Considerações Sobre Receita 59 28. Considerações Sobre Despesa 60 29. Correlação Entre Receita e Despesa 60 30. Opção Pelo Regime de Caixa e Competência 60 31. DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO (DRE) 61 32. Exercícios de Fixação 63 Fundamentos e Desenvolvimento Prático da Contabilid ade Parte II 1. Fundamentos da Contabilidade 63 2. ATOS ADMINISTRATIVOS E FATOS CONTÁBEIS 71 3. Exemplificação de lançamentos contábeis 72 4. SINALIZAÇÃO DOS LANÇAMENTOS 74 5. Exercícios de Fixação 76 6. BALANÇO PATRIMONIAL 77 7. Exercícios de Fixação 79 8. BALANCETE DE VERIFICAÇÃO E SUAS DEFINIÇÕES 82 9. Apuração do Resultado do Exercício 87 10. Exercícios de Fixação 90 11. LUCRO OU PREJUÍZO NO EXERCÍCIO 91 12. ENCERRAMENTO DAS CONTAS DE DESPESAS E RECEITAS 93 13. Exercícios de Fixação 100 14. REGISTRO DAS OPERAÇÕES NO DIÁRIO (LANÇAMENTO) 101 15. Exercícios de Fixação 105 16. PEÇAS CONTÁBEIS 107 17. NOTAS EXPLICATIVAS AO BALANÇO 117 18. Exercícios de Fixação 122 Abordagem das Transações Comerciais, Exemplos de Ap uração dos Impostos e sua Contabilização Parte III 1. TRANSAÇÕES COMERCIAIS E INDUSTRIAIS 125 2. ESTOQUE E CONSIDERAÇÕES 122 3. ESCRITURAÇÃO DO LIVRO REGISTRO DE INVENTÁRIO 126

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4. COMPOSIÇÃO DO CUSTO DE AQUISIÇÃO 126 5. ITENS INTEGRANTES DOS ESTOQUES 127 6. CLASSIFICAÇÃO CONTÁBIL 127 7. PROVISÃO PARA AJUSTE DO ESTOQUE AO VALOR DE MERCADO 129 8. PROVISÃO PARA PERDAS EM ESTOQUES 130 9. IMPOSTOS PAGOS NA AQUISIÇÃO 130 10. CUSTEIO DE VENDAS 130 11. ESTOQUE DE PRODUTOS RURAIS 130 12. PROVISÃO PARA PERDAS EM ESTOQUES 131 13. MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DO ESTOQUE 131 14. RESULTADO COM MERCADORIAS – RCM 133 15. AVALIAÇÃO DOS PRODUTOS EM PROCESSO E ACABADOS 135 16. QUEBRAS E PERDAS DE ESTOQUE 137 17. SUCATAS E SUBPRODUTOS 137 18. SIGNIFICADO DE AUMENTO DE ESTOQUE 138 19. CLASSIFICAÇÃO CONTÁBIL 138 20. ADIANTAMENTO A FORNECEDORES 140 21. IMPOSTOS PAGOS NA AQUISIÇÃO 140

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PARTE I

A CONTABILIDADE E O USUÁRIO DA CONTABILIDADE 1. A CONTABILIDADE E O CONTADOR O que seria Contabilidade? A Contabilidade é um dos conhecimentos mais antigos da humanidade e não surgiu em função de qualquer tipo de legislação fiscal ou societária. Seu surgimento é devido à necessidade prática do próprio gestor do patrimônio, normalmente seu proprietário, preocupado em elaborar um instrumento que lhe permitisse, dentre outros benefícios, conhecer, controlar, medir os resultados, obter informações sobre produtos mais rentáveis, poder fixar preços e analisar a evolução de seu patrimônio. Para conseguir estes resultados o gestor passou a criar rudimentos de escrituração que viessem a atender a tais necessidades. Uma tira bastante interessante dos procedimentos mais rudimentares para controlar seus bens, está relacionada aos pastores que acumulavam pedras que correspondiam ao numero de animais que possuíam. Tomemos como exemplo um pastor de ovelhas, onde toda manhã quando elas saiam para pastar, ele ia colocando num buraco ou local seguro uma pedra correspondente a cada ovelha que saía e quando voltavam da pastagem, ele retirava as pedrinhas uma a uma para corresponder a cada animal que retornasse. Se sobrasse alguma pedra, é porque tinha faltado ovelha e ele então voltava para procurar. Este método também serviria para verificar a quantidade de animais, em relação ao aumento por novas crias.

2. ESTUDO E CONTROLE DO PATRIMÔNIO 2.1. Estudo e Controle do Patrimônio A Contabilidade é a ciência que tem por objetivo o estudo e controle do Patrimônio das Entidades Administrativas. Ela cumpre sua função mediante o registro e demonstração expositiva, bem como a interpretação dos fatos nela ocorridos. “Contabilidade é a ciência que estuda, registra e controla o patrimônio e as mutações que nele operam os atos e fatos administrativos, demonstrando no final de cada exercício social o resultado obtido e a situação econômico-financeira da entidade”. Conforme a doutrina oficial brasileira - organizada pelo Conselho Federal de Contabilidade, a contabilidade faz parte das ciências sociais, da mesma forma que a economia e a administração. A finalidade destas demonstrações será para oferecer informações ao usuário, sobre a sua composição e suas variações, bem como sobre os resultados econômicos decorrentes da gestão da riqueza patrimonial, oferecendo subsídios para a tomada de decisão.

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Inicialmente, a finalidade da Contabilidade seria para utilização como instrumento que permitisse recordar facilmente as variações sucessivas de determinadas grandezas na linha do tempo, para que em qualquer momento pudesse saber a sua dimensão. Esta função perdeu-se a partir do momento que se tornou obrigatório para o empresário ter conhecimento de em tempo real dos valores transacionados na empresa para serem utilizados como uma fonte de informações na medida em que pode facultar a qualquer momento o conhecimento da situação da empresa e o andamento dos seus negócios. 2.2. Técnica de Gestão A contabilidade é também considerada uma técnica de gestão, que tem como finalidade principal a determinação da situação patrimonial das empresas e dos seus resultados. Hoje a empresa não se interessa apenas com o registro histórico dos fatos patrimoniais. A maior defesa do empresário, na gestão moderna é a previsão do futuro. A contabilidade não deve ser vista apenas como um elemento que simplesmente recolha e interprete dados históricos, mas como uma técnica eficiente de gestão. A gestão moderna não deve se limitar simplesmente a conhecer o passado e o presente da entidade. Pois fatores relevantes como concorrentes diretos, fornecedores, logística, por exemplo, torna necessário, cada vez mais, conhecer e prever o futuro, a fim de estabelecer diretrizes para efetuar o melhor planejamento mediante uma seleção prévia das diversas alternativas possíveis. Para isso são necessários elementos de diversos tipos que fundamentem essas escolhas. Os dados fornecidos pela contabilidade constituem um importante auxiliar no fornecimento destes elementos de tomada de decisão. Estabelecido os objetivos e formulado o planejamento, há ainda a necessidade de estabelecer formas de controlar a gestão, sendo a contabilidade um importante auxiliar no fornecimento dos elementos indispensáveis a esse controle. 3. A CONTABILIDADE NA HISTÓRIA 3.1. História da Contabilidade em Relação ao Tempo Se observarmos na linha do tempo, veremos que a história da Contabilidade é tão antiga, quanto à história da própria humanidade, aparecendo até em passagens Bíblicas. Seu surgimento é devido à necessidade de convivência do homem em sociedade, a partir do momento em que o homem também tem necessidade de controlar seus bens e sua riqueza. A Contabilidade está diretamente ligada à necessidade social, servindo como instrumento de controle e proteção das posses, com finalidade de perpetuação e interpretação de fatos ocorridos com os bens possuídos e as transações em relação a estes bens. No decorrer da história da humanidade, o homem foi abandonando a caça, voltando-se para a organização da agricultura e pastoreio, onde foi obrigado a ter certo controle sobre suas posses. Como o homem passou a se agregar em comunidade, tendo como finalidade principal sua proteção, o direito sobre o uso do solo acarretou em certa individualidade em relação à propriedade, surgindo divisões e o senso de propriedade, criando cada pessoa sua riqueza individual. O pensamento do futuro levou o homem aos primeiros registros com a finalidade de conhecer as possibilidades de uso, de consumo, de produção, dentre outros. Esta riqueza acumulada no decorrer da vida, não se extinguia com a morte de seu proprietário. Ao morrer, o legado deixado, passava como herança aos filhos ou parentes. Esta herança recebida dos pais denominou-se patrimônio. Esta é uma variação do termo latim de pater ou patris, que era o mais elevado estatuto familiar (status familiae) na Roma Antiga, sempre uma posição masculina. O termo é Latim e significa, literalmente, "pai da família". O termo

INSTRUMENTO

INFORMAÇÕES ÚTEIS

TOMADA DE DECISÃO

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patrimônio passou a ser utilizado para quaisquer valores, independentemente de ser ou não originado de herança. 3.2. Relação da Contabilidade com Práticas do Comér cio Observa-se ainda como origem da Contabilidade a necessidade de registros dos atos praticados no comércio. Historicamente os primeiros registros de cidades comerciais apontam para os Fenícios. A prática do comércio não era pratica exclusiva deste povo, sendo exercida nas principais cidades da Antiguidade. Com a complexidade das operações econômicas, o controle se das operações tem grandes melhoramentos. Como exemplo disto, temos As escritas governamentais da República Romana, datando por volta de 200 a.C.. Nestas escriturações já era possível encontrar receitas de caixa que eram classificadas em classificadas como rendas e como lucros, As despesas eram encontradas nos itens como salários, festejos, gastos. A igreja também foi um grande precursor das bases da contabilidade. No período medieval, surgiram diversas inovações na contabilidade que foram introduzidas por governos locais e pela própria igreja devido ao grande crescimento de seus bens e das propriedades. Mas é somente na Itália que surge o termo Contabilitá e é esse o primeiro país a fazer restrições à prática da Contabilidade por um indivíduo qualquer. LOPES DE SÁ, em seu Dicionário de Contabilidade ensina que a historia da contabilidade se divide em 5 eras, a saber: 1ª - Era empírica da contabilidade (8.000 AC/1202 DC); 2ª - Era da sistematização contábil (1202/1494) - escolas de ábaco 3ª - Era da literatura contábil (1494/1840) O método das partidas dobradas - frei Luca Pacioli; 4ª - Era da contabilidade científica (1840/ 1950) 5ª - Era do período filosófico (1950/....) 4. EVOLUÇÃO DA CIÊNCIA CONTÁBIL Contabilidade no Mundo Antigo - período que se inicia com as primeiras civilizações e vai até 1202 da Era Cristã, quando apareceu o Liber Abaci , da autoria Leonardo Fibonaci, o Pisano. Contabilidade no Mundo Medieval - período que vai de 1202 da Era Cristã até 1494, quando apareceu o Tratactus de Computis et Scripturis (Contabilidade por Partidas Dobradas) de Frei Luca Paciolo, publicado em 1494, enfatizando que à teoria contábil do débito e do crédito corresponde à teoria dos números positivos e negativos, obra que contribuiu para inserir a contabilidade entre os ramos do conhecimento humano. Contabilidade no Mundo Moderno - período que vai de 1494 até 1840, com o aparecimento da Obra "La Contabilità Applicatta alle Amministrazioni Private e Pubbliche", da autoria de Franscesco Villa, premiada pelo governo da Áustria. Obra marcante na história da Contabilidade. Contabilidade no Mundo Científico - período que se inicia em 1840 e continua até os dias de hoje. 4.1. Período Antigo A contabilidade empírica, que foi praticada pelo homem antigo, já tinha como objeto principal o controle do Patrimônio, que era representado pelos rebanhos e outros bens nos seus aspectos quantitativos de sua riqueza, sendo os primeiros registros contábeis feitos de forma rudimentar, geralmente na memória do homem, que devido à grande dificuldade de controle, logo encontrou formas mais eficientes de processar os seus registros, com a utilização de

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gravações e outros métodos alternativos para manter por mais tempo o arquivo destes registros para consultas e comparações. A contagem era o método usualmente adotado para o controle dos bens Neste caso, o inventário exercia um importante papel, no controle de bens, que eram classificados segundo sua natureza: rebanhos diversos, metais, escravos, etc. A palavra "Conta" designa o agrupamento de itens da mesma espécie. São aceitos como primeiros escritos contábeis alguns registros encontrados em escavações que datam do término da Era da Pedra Polida, momento em que o homem passou a registrar os seus primeiros desenhos e gravações. Este é um fato histórico, podendo a título de interpretação, ser considerado como outro momento o início de registros contábeis. Os primeiros controles eram estabelecidos pelos templos que acumulavam grandes riquezas e necessitavam ter um acompanhamento dos valores que transacionava, este fato perdurou por vários séculos. A contabilidade foi criada em uma época em que ainda não existia a escrita. Sabemos que em determinados períodos era usada a técnica das fichas de barro, couro, papiro e depois de muita evolução a técnica contista para a marcação do eventos que eram controlados. Os sumérios e babilônicos, assim como os assírios, faziam os seus registros em peças de argila, retangulares ou ovais, ficando famosas as pequenas tábuas de Uruk – com inscrições cuneiformes, usadas para representar o controle patrimonial, estas peças mediam aproximadamente 2,5 a 4,5 centímetros, tendo faces ligeiramente convexas. Os registros combinavam o figurativo com o numérico. Por exemplo, gravava-se a cara do animal cuja existência se queria controlar e o numero correspondente às cabeças existentes (tratava-se de uma forma rudimentar de inventário).

Tábuas de Uruk – Com Inscrições Cuneiformes Para realizar o controle nessas placas, desenhava-se na placa o tipo de bem que se estava controlando, e depois para cada unidade desse bem se atribuía um furo na argila. Por exemplo, se tivéssemos um rebanho com 5 cabras, desenhava-se a cabra ou a cabeça do animal em um canto da placa de argila, e eram feitos 5 furos na placa, correspondendo cada furo a um animal do rebanho. Embora bastante rudimentar estes registros, assemelhava-se muito em sua forma ao que é processado atualmente. O nome da conta, "Matrizes", por exemplo, substituiu a figura gravada, enquanto o aspecto numérico se tornou mais qualificado, com o acréscimo do valor monetário ao quantitativo. Esta evolução permitiu que, paralelamente à "Aplicação" do controle, se pudesse demonstrar, também, a sua "Origem" deste controle. Na cidade de Ur, na Caldéia, onde viveu Abraão, personagem bíblico citado no livro de Gênesis, foram encontrados em escavações, importantes documentos contábeis: tabela de escrita cuneiforme, onde estão registradas contas referentes á mão-de-obra e materiais, que indicam um controle de Custos Diretos. Percebe-se que, há 5.000 anos antes de Cristo, o homem já considerava fundamental apurar os seus custos.

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4.2. Contabilidade nos Tempos da Bíblia Até mesmo na Bíblia encontramos relatos interessantes sobre controles contábeis, conforme relatado em Lucas capítulo 16, versículos 1 a 7; em Gênesis capítulo 41 versículo 49; em Jó capítulo 1, versículo 3 e capítulo 42, versículo 12; em 1º Reis capítulo 4 versículos 22 à 26 e capítulo 10 versículos 14 à 17, em Mateus capítulo 18 versículo 23 à 27. Estas são algumas passagens onde pode ser observada a contabilidade como método de mensuração e controle de bens. Passagens Bíblicas citadas no texto: Lucas capítulo 16, versículos 1 a 7 O negociante esperto

(...) 1 E dizia também aos seus discípulos: Havia um certo homem rico, o qual tinha um mordomo; e este foi acusado perante ele de dissipar os seus bens. 2 E ele, chamando-o, disse-lhe: Que é isso que ouço de ti? Presta contas da tua mordomia, porque já não poderás ser mais meu mordomo. 3 E o mordomo disse consigo: Que farei, pois que o meu senhor me tira a mordomia? Cavar não posso; de mendigar tenho vergonha. 4 Eu sei o que hei de fazer, para que, quando for desapossado da mordomia, me recebam em suas casas. 5 E, chamando a si cada um dos devedores do seu senhor, disse ao primeiro: Quanto deves ao meu senhor? 6 E ele respondeu: Cem medidas de azeite. E disse-lhe: Toma a tua conta e, assentando-te já, escreve cinqüenta. 7 Disse depois a outro: E tu quanto deves? E ele respondeu: Cem alqueires de trigo. E disse-lhe: Toma a tua conta e escreve oitenta. (...)

Gênesis capítulo 41 versículo 49: O sonho de Faraó

(...) 49 Assim, ajuntou José muitíssimo trigo, como a areia do mar, até que cessou de contar, porquanto não havia numeração. (...)

Jó capítulo 1, versículo 3 e capítulo 42, versículo 12 Capítulo 1

O carácter e a riqueza de Job

(...)

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3 E era o seu gado sete mil ovelhas, e três mil camelos, e quinhentas juntas de bois, e quinhentas jumentas; era também muitíssima a gente ao seu serviço, de maneira que este homem era maior do que todos os do Oriente. (...)

Capitulo 42 Deus Restaura a prosperidade de Job

(...) 12 E, assim, abençoou o SENHOR o último estado de Jó, mais do que o primeiro; porque teve catorze mil ovelhas, e seis mil camelos, e mil juntas de bois, e mil jumentas. (...)

1º Reis capítulo 4 versículos 22 à 26 e capítulo 10 versículos 14 à 17 Capítulo 4

Os oficiais e governadores de Salomão

(...) 22 Era, pois, o provimento de Salomão, cada dia, trinta coros de flor de farinha e sessenta coros de farinha; 23 dez vacas gordas, e vinte vacas de pasto, e cem carneiros, afora os veados, e as cabras monteses, e os corços, e as aves cevadas. 24 Porque dominava sobre tudo quanto havia da banda de cá do rio Eufrates, de Tifsa até Gaza, sobre todos os reis da banda de cá do rio; e tinha paz de todas as bandas em roda dele. 25 Judá e Israel habitavam seguros, cada um debaixo da sua videira e debaixo da sua figueira, desde Dã até Berseba, todos os dias de Salomão. 26 Tinha também Salomão quarenta mil estrebarias de cavalos para os seus carros e doze mil cavaleiros. (...)

Capitulo 10

O esplendor de Salomão

(...) 14 E era o peso do ouro que se trazia a Salomão cada ano seiscentos e sessenta e seis talentos de ouro, 15 além do dos negociantes, e do contrato dos especieiros, e de todos os reis da Arábia, e dos governadores da mesma terra. 16 Também o rei Salomão fez duzentos paveses de ouro batido; seiscentos siclos de ouro mandou pesar para cada pavês;

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17 fez também trezentos escudos de ouro batido; três arráteis de ouro mandou pesar para cada escudo; e o rei os pôs na casa do bosque do Líbano. (...)

Mateus capítulo 18 versículo 23 à 27 A ilustração do servo sem misericórdia

(...) 23 Por isso, o Reino dos céus pode comparar-se a um certo rei que quis fazer contas com os seus servos; 24 e, começando a fazer contas, foi-lhe apresentado um que lhe devia dez mil talentos. 25 E, não tendo ele com que pagar, o seu senhor mandou que ele, e sua mulher, e seus filhos fossem vendidos, com tudo quanto tinha, para que a dívida se lhe pagasse. 26 Então, aquele servo, prostrando-se, o reverenciava, dizendo: Senhor, sê generoso para comigo, e tudo te pagarei. 27 Então, o senhor daquele servo, movido de íntima compaixão, soltou-o e perdoou-lhe a dívida. (...)

4.3. Contabilidade no Período Medieval Estudavam-se, nesta época, técnicas matemáticas, pesos e medidas, câmbio, entre outros assuntos, tornando o homem mais evoluído em conhecimentos comerciais e financeiros. Na Itália, em 1202, foi publicado o livro "Liber Abaci", de Leonardo Pisano, também conhecido como Fibonacci. No Liber Abaci, Fibonacci apresenta o chamado modus Indorum (método dos hindus), hoje conhecido como algarismos arábicos (Sigler 2003; Grimm 1973). O livro defendia a numeração com os dígitos 0-9 e a notação posicional, esclarecendo o sistema de posição árabe dos números, incluindo o número zero. O livro mostrou a importância prática do novo sistema numeral, aplicando-o à contabilidade comercial, conversão de pesos e medidas, o cálculo de juros, taxas de câmbio e outras aplicações. O livro foi bem recebido em toda Europa educada e teve um impacto profundo no pensamento europeu. Esse elegante sistema de sinais numéricos, em breve, substituiria o não mais oportuno sistema de algarismos romanos. Os sumérios e os babilônicos, com o desenvolvimento da escrita cuneiforme contribuíram grandemente como o inicio dos registros contábeis. A escrita cuneiforme, grande realização sumeriana, usada pelos sírios, hebreus e persas, surgiu ligada às necessidades de contabilização dos templos. Era uma escrita ideográfica, na qual o objeto representado expressava uma idéia. Os sumérios e, mais tarde os babilônicos e os assírios, que falavam acadiano fizeram uso extensivo da escrita cuneiforme. Mais tarde, os sacerdotes e escribas começaram a utilizar uma escrita convencional, que não tinha nenhuma relação com o objeto representado. Os Egípcios representaram um papel de extrema importância para essa primeira evolução da contabilidade, pois, asseguram-se, que foram os primeiros povos a utilizar um valor monetário em seus registros. As escriturações eram feitas em papiros, e o sistema contábil tornava-se dinâmico com registros diários. Os escribas representam os primeiros contadores. Eram encarregados de registrar nas folhas de papiro, os movimentos da produção agrícola, armazenamento da produção, cobrança de impostos e taxas entre outras movimentações. Podemos dizer que era o surgimento do Livro Contábil. Os escribas eram fiscalizados pelo Fisco Real o que tornava os escriturários mais sérios e zelosos no exercício de sua profissão.

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Outro grande avanço dos Egípcios foi em relação a analise do patrimônio e na distribuição das despesas por centros de aplicação. Por volta de 2000 a.C., os livros e documentos comerciais eram obrigatórios, mostrando ênfase no aspecto econômico. No decorrer do tempo os egípcios que utilizavam figuras e símbolos para demonstrar a escrituração de seu patrimônio, passaram a utilizar sinais gráficos, diminuindo assim, substancialmente o tempo para elaboração de registros administrativos, que se tornaram cada vez mais volumosos. Os Gregos evoluíram a forma de contabilizar dos Egípcios, em 2000 a.C. já havia apuração do saldo com a confrontação de contas de Custos e Receitas e estenderam a escrituração contábil para a administração pública e bancária. No Período Medieval, que foi denominada como “Era Técnica” devido às grandes invenções, houve o aperfeiçoamento e o crescimento da contabilidade, por causa do advento do capitalismo, juntamente, neste período, iniciava-se o trabalho assalariado, tornando a contabilidade mais complexa, onde surge pela primeira vez a conta “Capital”. Nessa época havia de maneira rudimentar as figuras do Débito e o Crédito. O método das Partidas Dobradas teve origem na Itália, surgindo como conseqüência e necessidade da Contabilidade de Custos. Nessa mesma região surgia uma das principais, talvez a principal, escola de contabilidade, sendo esta a Escola Italiana, que será abordada no segundo tópico desse artigo. A obra de Frei Luca Pacioli, denominada "Summa de Arithmetica, Geometrica, Proportioni et Proportionalitá" era um tratado matemático que incluía uma seção denominada "Tratactus de Computis et Scripturis" (Contabilidade por Partidas Dobradas). Nessa seção, Luca Pacioli apresenta o sistema de escrituração por partidas dobradas e o raciocínio dos lançamentos contábeis, tendo como base os débitos e os créditos. O Principio das partidas dobradas é um método, segundo o qual, todo lançamento a crédito em uma conta, faz com que surja outra conta com a mesma importância a débito. Historicamente, Pacioli é considerado o pai da Contabilidade, e muitos atribuem a ele a criação do método das Partidas Dobradas. Porém esta não é a realidade histórica dos fatos, viso que o método da Partidas Dobradas já era utilizado na Itália, principalmente em Toscana, desde o Século XIV.

FREI LUCA PACIOLI escreveu: Tratactus de Computis et Scripturis (Contabilidade por Partidas Dobradas), publicado em 1494. O quadro acima "Ritratto di Luca Pacioli", de Jacopo de' Barbari, atualmente no acervo do Museo di Capodimonte, em Nápoles, na Itália.

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Frade, matemático e professor de aritmética comercial italiano nascido em Sansepolcro, que escreveu (1487) e publicou (1494) Summa de arithmetica, geometrica, proportioni et proportionalita, a primeira e revolucionária obra sobre álgebra publicada na Europa. Filho de Bartolomeo Pacioli, foi criado pela família Befolci, em Sansepolcro. Discípulo de Piero della Francesca teve forte influência deste mestre. Ainda jovem mudou-se para Veneza, onde empregou-se no comércio de Antonio Rompiansi e tornou-se tutor dos filhos do patrão, enquanto ampliava seus conhecimentos de matemática com Domenico Bragadino. Assim, ao mesmo tempo, ganhou experiência como comerciante, professor, tutor e matemático e escreveu seu primeiro trabalho em matemática, que dedicou ao seu patrão, em agradecimento ao apoio deste em suas atividades de estudante e pesquisador (1470). Logo depois Rompiansi morreu e ele deixou Veneza e foi para Roma, onde trabalhou temporariamente para o secretário papal, Leone Battista Alberti. Além de religioso, Alberti era um excelente professor de matemática e durante a convivência convenceu-o a estudar teologia, chegando a levá-lo para a Ordem Franciscana. Também trabalhou para Federico da Montefeltro, duque de Urbino, e desistindo da vida monástica (1477) começou uma vida errante durante a qual escreveu outros trabalhos e ensinou matemática em várias universidades, particularmente aritmética, dentro e fora da hoje Itália, entre elas na Universidade de Perugia (1477-1480), Zara, hoje na Croácia, novamente Perugia, Nápoles e Roma (1487-1489). Depois de Roma voltou para Sansepolcro, onde manteve-se em atividades e saía para trabalhos temporários em outras localidades. Lá escreveu sua principal obra, Summa de arithmetica, geometria, proportioni et proportionalita, que ele dedicou a Guidobaldo, duque de Urbino, e publicou em Veneza (1494). Depois manteve contatos com Leonardo da Vinci e foi nomeado professor de geometria na Universidade de Pisa, em Florença (1500-1506). Deixou Florença, e voltou a Veneza onde publicou os três volumes de Divina proportione (1509). Retornou para ensinar em Perugia (1510) e depois para Roma (1514). Com a saúde abalada, retornou para Sansepolcro, onde morreu (1517) deixando pronto mas não publicado o que seria seu maior trabalho: De viribus amanuensis. no qual contou com a participação de Leonardo da Vinci.

4.4. Período Moderno O período moderno foi a fase da pré-ciência. Devem ser citados três eventos importantes que ocorreram neste período:

• em 1453, os turcos tomam Constantinopla, o que fez com que grandes sábios bizantinos emigrassem, principalmente para Itália;

• em 1492, é descoberta a América e, em 1500, o Brasil, o que representava um enorme

potencial de riquezas para alguns países europeus;

• em 1517, ocorreu a reforma religiosa; os protestantes, perseguidos na Europa, emigram para as Américas, onde se radicaram e iniciaram nova vida.

A Contabilidade tornou-se uma necessidade para se estabelecer o controle das inúmeras riquezas que o Novo Mundo representava. A introdução da técnica contábil nos negócios privados foi uma contribuição de comerciantes italianos do séc. XIII. Os empréstimos a empresas comerciais e os investimentos em dinheiro determinaram o desenvolvimento de escritas especiais que refletissem os interesses dos credores e investidores e, ao mesmo tempo, fossem úteis aos comerciantes, em suas relações com os consumidores e os empregados. O aparecimento da obra de Frei Luca Pacioli, contemporâneo de Leonardo da Vinci, que viveu na Toscana, no século XV, marca o início da fase moderna da Contabilidade. 4.5. Período Científico Nessa época, na Itália, a Contabilidade já chegara à universidade e a Contabilidade começou a ser lecionada juntamente com a aula de comércio da corte, em 1809. O Período Científico apresenta, nos seus primórdios, dois grandes autores consagrados: Francesco Villa, escritor milanês, contabilista público, que, com sua obra "La Contabilità Applicatta alle administrazioni Private e Plubbliche", inicia a nova fase; e Fábio Bésta, escritor veneziano.

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4.5.1. Escolas do Pensamento Contábil Os estudos envolvendo a Contabilidade fizeram surgir três escolas do pensamento contábil: a primeira, chefiada por Francisco Villa, foi a Escola Lombarda; a segunda, a Escola Toscana, chefiada por Giusepe Cerboni; e a terceira, a Escola Veneziana, por Fábio Besta. 4.5.1.1. Primeira Escola – Escola Lombarda chefiada por Francisco Villa A Escola Lombarda, também chamada de Escola Administrativa, surgiu em 1840, com a publicação do livro La contabilità applicata alle amministrazioni private e pubbliche, de Francesco Villa, que era o principal representante desta escola de contabilidade, junto com Antonio Tonzig. O principal interesse da Escola Lombarda era o estudo da administração das empresas. Com isto, a Contabilidade deixou de ser apenas escrituração, passando também a controlar a gestão das empresas. Não se limitando somente às cifras, passando a abranger também idéias e operações mais abstratas. Uma grande inovação desta escola foi a avaliação de ativos permanentes por preços correntes. 4.5.1.2. Segunda Escola - Escola Toscana, chefiada por Giusepe Cerboni Giuseppe Cerboni distinguiu-se principalmente em 1873, através de sua tese Primi Saggi de Logismografia, que foi enviada para a o XI congresso de cientistas em Roma. Cerboni partiu do raciocínio que tudo o que ocorre na empresa, motiva direitos e obrigações. Por esta razão, os personalistas definem o patrimônio como um conjunto de direitos e obrigações. Cerboni tinha convicção que as contas se referiam sempre a fatos que se ligavam às pessoas e como tal, deveriam ser estudados. Considerou-se como indicação que cada conta com direitos e obrigações, estabelecendo uma doutrina de responsabilidade pessoal entre as pessoas que participam da administração econômica da administração das aziendas. 4.5.1.3. Terceira Escola - Escola Veneziana, chefia da por Fábio Bésta Em 1880, quando da abertura do ano acadêmico 1880-1881, apresentou a ciência contábil como aquela que trazia como objeto de estudo o “controle econômico das aziendas”, dividindo este em três funções a saber: controle antecedente, controle concomitante e controle subseqüente. Um dos grandes pontos de divergências entre as escolas de Besta e Cerboni era quanto à delimitação do patrimônio aziendal. Como já dito, para Cerboni o patrimônio não era apenas os Bens, somando-se a estes os Direitos e as Obrigações; para Besta, o patrimônio é o agregado de valores atribuíveis aos bens, negando o conjunto de direitos e obrigações. As idéias de Besta, apesar de seus seguidores, dentre eles Vittorio Alfieri, Pietro Rigobon, Francesco de Gobbis, Vincenzo Vianelo, Pietro D’Alvise e o mais importante de todos, Carlo Ghidiglia, não encontraram grandes repercussões na Itália, berço de todas suas argumentações, nem em outros países. 4.5.1.4. Escola Norte-Americana As escolas norte-americanas floresceram devido às suas teorias e práticas contábeis, favorecidas devido a uma ampla estrutura econômica e política e também pela pesquisa e trabalho sério dos órgãos associativos. O surgimento do American Institut of Certield Public Accountants teve extrema importância no desenvolvimento da Contabilidade e dos princípios contábeis hoje aceitos; diversas associações e entidades empreenderam esforços e grandes somas em pesquisas nos Estados Unidos, com grande integração entre acadêmicos e profissionais da Contabilidade, fato que não se verificava nas escolas européias, onde as universidades foram decrescendo em nível e em importância. A causa principal do estabelecimento das teorias e práticas contábeis é devido à criação de grandes empresas, como as multinacionais ou transnacionais, por exemplo, com grandes capitais, diversos acionistas, passaram a requerer uma correta interpretação das informações, por qualquer dos acionistas ou outro interessado, em qualquer parte do mundo.

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Comparação das Escolas Européia e Americana

Algumas razões da Queda da Escola Européia (especialmente italiana)

Algumas razões da Ascensão da Escola Norte-Americana

1. Excessivo Culto à Personalidade:

grandes mestres e pensadores da Contabilidade ganharam tanta notoriedade que passaram a ser vistos como “oráculos” da verdade Contábil.

1. Ênfase ao Usuário da Informação Contábil:

a Contabilidade é apresentada como algo útil para a tomada de decisões, evitando-se endeusar demasiadamente a Contabilidade; atender os usuários é o grande objetivo.

2. Ênfase a uma Contabilidade Teórica:

as mentes privilegiadas produziam trabalhos excessivamente teóricos, apenas pelo gosto de serem teóricos, difundindo-se idéias com pouca aplicação prática.

2. Ênfase à Contabilidade Aplicada:

principalmente à Contabilidade Gerencial. Ao contrário dos europeus, não havia uma preocupação com a teoria das contas, ou querer provar que a Contabilidade é uma ciência.

3. Pouca Importância à Auditoria:

principalmente na legislação italiana, o grau de confiabilidade e a importância da auditagem não eram enfatizados.

3. Bastante Importância à Auditoria:

como herança dos ingleses e transparência para os investidores das Sociedades Anônimas (e outros usuários) nos relatórios contábeis, a auditoria é muito enfatizada.

4. Queda do nível das principais faculdades:

principalmente as faculdades italianas, superpovoadas de alunos.

4. Universidades em busca de qualidade:

grandes quantias para as pesquisas no campo contábil, o professor em dedicação exclusiva, o aluno em período integral valorizaram o ensino nos Estados Unidos.

FONTE: IUDICÍBUS, Sérgio de, MARION, José Carlos. Introdução à teoria da contabilidade. São Paulo: Atlas, 1999, p. 36.

4.6. A Contabilidade no Brasil A Contabilidade no Brasil é historicamente iniciada na época colonial e vem ao decorrer dos anos evoluindo burocrática e cientificamente. Sob novas normas, códigos no procedimento contábil, e mudanças desde a Escola Politécnica do Rio de Janeiro, em 1890 até as Diretrizes Curriculares Nacionais para os Cursos de Ciências Contábeis instituído em 2004. A Influência das escolas do pensamento contábil no Brasil tem enorme influência da escola Italiana. Com a vinda da Família Real Portuguesa incrementou a atividade colonial, exigindo – devido ao aumento dos gastos públicos e também da renda nos Estados – um melhor aparato fiscal. Para tanto, constituiu-se o Erário Régio ou o Tesouro Nacional e Público, juntamente com o Banco do Brasil. Embora já existissem formas de Contabilidade no Brasil, a primeira manifestação oficial data de 1808, com a vinda da Família Real ao Brasil. Dom João VI publicou um alvará que obrigava a adoção do método das partidas dobradas.

Para que o método de escrituração e fórmulas de contabilidade de minha real fazenda não fique arbitrário à maneira de pensar de cada um dos contadores gerais, que sou servidor criar para o referido Erário:

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- ordeno que a escrituração seja mercantil por partidas dobradas, por ser a única seguida por nações mais civilizadas, assim pela sua brevidade para o manejo de grandes somas, como por ser mais clara e que menos lugar dá a erros e subterfúgios, onde se esconde a malícia e a fraude dos prevaricadores.

Para atender as determinações do alvará, a contabilidade foi organizada pelo contador Alves Branco, no período de 1830 a 1840, com base no método das partidas dobradas. Em 1964 o método norte-americano, que apontava para a contabilidade mais pratica, assim a padronizando, com o apoio de varias associações de classe contábil para discussão de padronização e regulamentação contábil, com grande destaque para a doutrina italiana Patrimonialista, e norte-americana. Em 1770, surge a primeira regulamentação da profissão contábil no Brasil, quando Dom José, expede a carta de lei a todos os domínios. Nela, fica estabelecida a necessidade de matrícula de todos os guarda-livros na Junta do Comércio, em livros específicos, ficando claro que a não inclusão do profissional no referido livro o tornaria inapto a obter empregos públicos, impedindo-o também de realizar escriturações, contas ou laudos. A lei proibia que os escritórios das casas de negócios contratassem guarda-livros sem matrícula e ainda exigia que, na Contadoria Pública, só fossem aceitos profissionais que tivessem cursado as aulas de comércio. Desde aquela época se podia verificar a íntima relação e a forte influência da educação no mercado de trabalho, na medida em que a freqüência às aulas de comércio garantia melhores condições e status profissional. Atualmente as funções do contabilista não se restringem meramente ao âmbito fiscal, tornando-se, devido ao mercado complexo de economia, peça vital para empresas em relação ao oferecimento de informações mais precisas possíveis para tomada de decisões. 5. SIMBOLOGIAS DA CONTABILIDADE 5.1. O Caduceu – Símbolo da Ciência Contábil O Símbolo da Contabilidade é representado por um bastão entrelaçado com duas serpentes, que na parte superior tem duas pequenas asas ou um elmo alado. Sua origem se explica racional e historicamente pela suposta intervenção de Mercúrio diante de duas serpentes que lutavam, as quais se enroscavam em seu bastão. Os romanos utilizaram o caduceu como símbolo do equilíbrio moral e da boa conduta; o bastão expressa o poder; as duas serpentes, a sabedoria; as asas, a diligência; o elmo é emblemático de pensamentos elevados. O caduceu é na atualidade a insígnia do bispo católico ucraniano. Do ponto de vista dos elementos, o caduceu representa sua integração, correspondendo o bastão à terra, as asas, ao ar; as serpentes à água e ao fogo (movimento ondulante da onda e da chama). A antigüidade do símbolo é muito grande e encontra-se na Índia gravado nas lápides de pedra denominadas "nagakals", uma espécie de ex-votos que aparecem à entrada dos templos. Erich Zimmer deriva o caduceu da Mesopotâmia, onde o vê no desenho da taça sacrifical do rei Gudea de Lagash (2.600 a.C.). Apesar da longínqua data, o autor mencionado diz que o símbolo é provavelmente anterior, considerando os mesopotâmicos as duas serpentes entrelaçadas como símbolo do Deus que cura as enfermidades, sentido que passou à Grécia e aos emblemas de nossos dias. Do ponto de vista esotérico, a vara do caduceu corresponde ao eixo do mundo e suas serpentes aludem à força Kundalini que, segundo os ensinos tântricos, permanece adormecida e enroscada sobre si mesma na base da coluna vertebral (símbolo da faculdade evolutiva da energia pura). Segundo Schneider, os dois S formados pelas serpentes correspondem à doença e à convalescença. Em realidade, o que define a essência do caduceu é menos a natureza e o

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sentido de seus elementos que sua composição. A organização por exata simetria bilateral, como a balança de Libra, ou na triunidade da heráldica (escudo entre dois suportes) expressa sempre a mesma idéia de equilíbrio ativo, de forças adversárias que se contrapõem para dar lugar a uma forma estática e superior. No caduceu, este caráter binário equilibrado é duplo: há serpentes e asas, pelo que ratifica esse estado supremo de força e autodomínio (e, conseqüentemente, de saúde) no plano inferior (serpentes, instintos) e no superior (asas, espírito). A Antigüidade, inclusive a grega, atribuiu poder mágico ao caduceu. Há lendas que se referem à transformação em ouro de tudo o que era tocado pelo caduceu de Mercúrio (observe-se a antecipação que a associação dos nomes determina, com respeito à alquimia) e a seu poder de atrair as almas dos mortos. Mesmo as trevas podiam ser convertidas em luz por virtude desse símbolo da força suprema cedida a seu mensageiro pelo pai dos deuses.

Caduceu 5.2. Anel do Contabilista Pedra: Turmalina Rosa Clara, ladeada de Diamantes. Aro: De um lado, o Caduceu de Mercúrio, que é a insígnia do Deus do Comércio (bastão que representa o poder, com duas Serpentes entrelaçadas, simbolizando a sabedoria; e o capacete com duas Asas que representam Atividade e Diligência); do outro, as Tábuas da Lei, com a legenda "LEX". Essa escolha decorre da influência do Direito sobre a Contabilidade, que foi muito grande nos séculos passados; sendo a pedra do advogado vermelha, a do Contador deveria ter a mesma coloração, em outra tonalidade, pois entendia-se a profissão mais atada ao ramo do conhecimento jurídico (até hoje as legislações fiscal, previdenciária, trabalhista, comercial, civil e administrativa muito ocupam a ação profissional quotidiana e prática dos Contabilistas). Essa hipótese é relacionada com a própria tábua da lei que se inseriu também como símbolo em nosso anel. Só a partir das idéias da doutrina contábil materialista é que se entendeu que a Contabilidade e o Direito possuem, bem distintos, métodos e finalidade de estudos, justificando, pois, também, simbologias distintas. O CFC, ao adotar como recomendável o uso da pedra rosada para o anel, prendeu-se às origens, fato que se entende compatível com o que é simbólico, pois, em realidade, as cores, as figuras, como associação de fatos, estão todas atadas a uma tradição. O importante era que se definisse a questão e isso foi feito pelo CFC com respeito à ética e a uma história muito própria. Fonte: Conselho Federal de Contabilidade. Mensagem a um futuro contabilista. - 6.ed. - Brasilia: CFC, 2002.

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5.2.1. A Simbologia do Anel de Grau Símbolos são lembranças de conceitos. Diz um antigo ditado que um símbolo vale mais que cem palavras. Nas profissões os anéis representam os graus que conseguimos, ou seja, evidenciam que nos qualificamos em determinado campo do conhecimento. Como a aliança representa a constituição matrimonial, e os escudos representam as agremiações ou entidades, da mesma forma, os anéis são peças representativas, e enquanto "anéis de grau", eles identificam as profissões que dependem de estudos. Atuando em uma das mais antigas profissões do mundo (a Contabilidade já era exercida na Suméria há quase 6.000 anos), o contabilista também criou o seu anel. No Brasil, ele vem desde o tempo dos "peritos-contadores" (há mais de 50 anos), e desde seu aparecimento possui as seguintes características:

a. estrutura em ouro; b. pedra principal cor de rosa forte (rubislite); c. ladeando a pedra principal, dois brilhantes, um em cada flanco; d. em uma lateral a tábua da lei em platina ou ouro branco; e. em outra lateral o caduceu estilizado em platina ou ouro branco.

Todos esses componentes formam um agregado e possuem um significado, ou seja, eles são simbólicos. As interpretações variam, mas as que conhecemos e admitimos, passam a prevalecer. Em verdade tudo vem de uma tradição, de um costume, e não de um dever ou obrigação. Símbolos não são normas compulsórias, a não ser, quando integrantes de um complexo interpretativo como os idiomas e os teoremas. 5.3. Padroeiro dos Contabilistas O evangelista São Mateus, nascido em Cafarnaum, foi autor de Evangelho de Mateus, era arrendatário de tributos assim sendo um contabilista da área da contabilidade pública em Cafarnaum. Ele escriturava e auditava e levava má fama pelo fato de ser um cobrador e arrecadador de tributos. Os cobradores eram conhecidos como publicanos e por este motivo não era bem visto pela sociedade, sendo considerado um pecador. O local onde se efetivava o pagamento dos tributos chamava-se telônio e onde também se trocava moeda estrangeira, portanto se tratava de um misto de casa de câmbio e de pagamento dos tributos. Dia 21 de setembro é comemorado o Dia de São Mateus, Padroeiro dos Contabilistas.

Oração em louvor a São Mateus:

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Oração a São Mateus São Mateus que deixastes a riqueza para seguir com entusiasmo o chamado do Mestre, fazendo da pobreza um hino de louvor a Jesus, intercedei por mim, que me encontro em aflição. Vós que ouvistes do Mestre as palavras: "Não ajunteis para vós os tesouros da terra, a onde a traça e o caruncho os destroem, e onde os ladrões arrombam e roubam, mas ajuntai para vós os tesouros dos céus!". Ensinai-me ó São Mateus o verdadeiro valor das coisas terrenas e não permiti que a ganância e a soberba dirijam meus atos. Protegei o que é meu e de minha família da ganância e do alcance alheio, para que as minhas posses não lhes causem cobiça nem ensejem atos ilícitos desvairados. Ensinai-me por fim, a ajuntar tesouros no céu e a servir a Deus e não ao dinheiro. Amém.

5.4. Datas Comemorativas da Classe - 12 de Janeiro - Dia do Empresário Contábil - 25 de Abril - Dia do Contabilista - 22 de Setembro - Dia do Contador 6. Exercícios de fixação 1. O que podemos definir como fatos primordiais para o surgimento da conta Contabilidade? 2. Quantas e quais foram as escolas do pensamento contábil que contribuíram para o desenvolvimento da Ciência Contábil na Itália? 3. Quais fatos fizeram com que a Escola Norte Americana superasse a Escola Italiana no desenvolvimento do Pensamento Contábil? 4. Quais fatos permeiam o inicio da Contabilidade no Brasil? 5. Quais são as três simbologias mais conhecidas da Contabilidade? 7. A CONTABILIDADE NA TOMADA DE DECISÃO A Contabilidade existirá em qualquer lugar onde existam transações econômicas a serem mensuradas para a obtenção da medida do lucro e também do desempenho da organização. Tem como objetivo ou principal preocupação produzir informações adequadas para a tomada de decisão. Nos dias atuais, no mundo dos negócios existe uma freqüente mudança e com ela surgem Contabilidade Estratégica, Orçamentária, Ambiental, entre outras. Também observamos a Contabilidade Gerencial, tendo como variação a Controladoria. A Contabilidade está inserida em um grande dinamismo, passando por transformações constantes. Neste ponto, existe a necessidade de atentar-se aos aspectos relevantes de uma organização, que deve passar por questionamentos e troca das idéias convencionais por atitudes cada vez mais práticas. O mercado busca administradores práticos, dinâmicos e bem estruturados. Pois as fontes de decisões muitas vezes são descentralizadas exigindo muito mais coerência nas tomadas de decisões. As mudanças nos sistemas e na estrutura empresarial fazem com que o profissional desta área não seja um mero historiador passivo, sendo visto como um consultor, um analista e até mesmo um fornecedor de informações acertadas para a correta tomada de decisões.

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A Contabilidade até o advento da Controladoria tinha como finalidade principal, apenas a geração de relatórios financeiros, que têm uso limitado, pois as informações geradas eram feitas a partir de fatos já ocorridos. Com a sistematização da Contabilidade em relação à Controladoria, passou-se a fornecer informações sobre a performance da empresa no mercado, tais como produtividade, liderança do produto, desenvolvimento de pessoal, entre outras, passando então a Contabilidade, ser um participante importante nos resultados da empresa e impacto direto na sociedade. As novas responsabilidades assumidas pela Contabilidade podem ser conceituadas como o conjunto de princípios, procedimentos e métodos oriundos das Ciências de Administração, Economia, Psicologia, Estatística e principalmente da Contabilidade, que se ocupam da Gestão Econômica das empresas, com o fim de orientá-las para a eficácia. Nessa eficácia nos negócios cabe a Controladoria que é um dos braços da Contabilidade Gerencial, propor e assegurar por meio de instrumentos capazes que irão controlar, informar, influenciar, de maneira ativa a eficiência das ações administrativas. A Contabilidade Gerencial lastreia-se na escrituração regular dos documentos legais bem como, outros fatos que influenciam o patrimônio empresarial. Dentre as ferramentas utilizadas pela contabilidade, para fins gerenciais, destacam-se, entre outros:

• Projeção do Fluxo de Caixa • Análise de Indicadores • Cálculo do Ponto de Equilíbrio • Determinação de Custos Padrões • Planejamento Tributário • Elaboração do Orçamento e Controle Orçamentário

8. FUNÇÃO DO CONTADOR A principal função do contador é desenvolver e prover dados para mensurar a performance da empresa, avaliando sua posição financeira perante os impostos, contabilizando todo seu patrimônio, elaborando suas demonstrações, reconhecendo as receitas no momento em que são incorridos os gastos - este é o chamado regime de competência. O que diferencia as atividades financeiras das atividades contábeis prende-se no sentido da administração financeira enfatizar o fluxo de caixa, que nada mais é do que a entrada e saída de dinheiro, que demonstrará realmente a situação e capacidade financeira para satisfazer suas obrigações e adquirir novos ativos classificados como bens ou direitos de curto ou longo prazo a fim de atingir as metas da empresa. Já os contadores admitem a extrema importância do fluxo de caixa, assim como o administrador financeiro se utiliza do regime de competência, mas cada um tem formas diferentes de interpretar os dados, bem como diferentes maneiras de descrever a situação da empresa. 9. OBJETIVOS E FINALIDADES DA CONTABILIDADE A Contabilidade tem no patrimônio das empresas seu objeto de estudos. O foco principal é revelar como se encontra e quais os fatores que proporcionaram mutações neste patrimônio, fornecendo assim, informações úteis à tomada de decisões. Nos Estados Unidos, por exemplo, as informações contábeis são produzidas principalmente para os pequenos e médios investidores, enquanto que no Brasil, na maioria dos casos, são destinadas principalmente ao Fisco.

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Iudicibus leciona que:

“... o estabelecimento dos objetivos da contabilidade pode ser feito na base de duas abordagens distintas: ou consideramos que o objetivo da contabilidade é fornecer aos usuários, independentemente de sua natureza, um conjunto básico de informações que, presumivelmente, deveria atender igualmente bem a todos os tipos de usuários, ou a contabilidade deveria ser capaz e responsável pela a apresentação de cadastros de informações totalmente diferenciados, para cada tipo de usuário”.

A Contabilidade é, objetivamente, um sistema de informação e avaliação destinado a prover seus usuários com demonstrações e análises de natureza econômica, financeira, física e de produtividade, com relação à entidade objeto de contabilização. Compreende-se por sistema de informação um conjunto articulado de dados, técnicas de acumulação, ajustes e edição de relatórios que venham a permitir: a) tratar as informações de natureza repetitiva com o máximo possível de relevância e o mínimo de custo; b) ter condições, através da utilização de informações primárias constantes do arquivo básico, juntamente com técnicas derivadas da própria Contabilidade, contando ainda com o auxilio de outras disciplinas, fornecer relatórios de exceção para finalidades específicas, em oportunidades definidas ou não. O dever de demonstrar a situação do patrimônio e o resultado do exercício de forma clara e precisa, e rigorosamente de acordo com os conceitos, princípios e normas básicas é da contabilidade, que norteiam a profissão. Este resultado apurado deve ser economicamente exato, sendo o objetivo básico dos demonstrativos financeiros, proverem o usuário de informações úteis para a tomada coerente de decisões econômicas. Observe a matéria publicada no jornal O POVO, publicado em 10 de junho de 2005, tratando da importância da profissão do contador face às mudanças que ocorreram nas últimas décadas.

PRINCIPAL OBJETIVO DA CONTABILIDADE: INFORMAÇÕES CO NTÁBEIS A Contabilidade, desde a mais remota existência, vincula-se à sociedade e evoluem juntas à medida que a sociedade demanda da Contabilidade as mais variadas informações, o que importa em se afirmar que, sem quaisquer dúvidas, a Contabilidade é um componente social. Por ser uma ciência social, a Contabilidade sofre influências do meio em que opera e deve ser adaptada ao contexto das mudanças sociais, políticas e econômicas, sem prejudicar seu propósito de atender bem a todos os vários usuários da informação contábil. Tem, portanto, o compromisso e a necessidade de bem informar. Trata-se de uma ciência tão antiga quanto a civilização. Tem passado por fases de progresso, literário e doutrinário, como mostra o passado, a história.

FINALIDADES DA CONTABILIDADE

Controle patrimonial

Composição e variações patrimoniais

Informações

Resultado da atividade econômica

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Não obstante, apenas no Século XX, pressionada pela necessidade de bem informar, os estudiosos e pesquisadores preocuparam-se em identificar e formalizar, de uma maneira prática e objetiva, os Princípios que a regem e fixar normas e regras para a efetiva aplicação. Tal acontecimento ocorreu em face da exigência dos usuários das informações contábeis e representa um grande avanço no estudo e na aplicação dos conhecimentos técnicos-contábeis, possibilitando a identificação e fixação de normas. Tem sido, portanto, preocupação universal e generalizada por doutrinadores, pesquisadores ou líderes da classe contábil. O trabalho pioneiro, editado pelo American Institute Certified Public Accountants - AICPA, em 1934, General Accepeted Accounting Principles – GAAPs, bem como o trabalho do Professor William Paton, da Universidade de Michigan, nos Estados, Unidos, de 1922, sob o título Teoria Contábil, demonstram a preocupação de pesquisadores com a Teoria Contábil e com os Princípios. O Brasil foi dos primeiros países a reconhecer oficialmente os Princípios Fundamentais de Contabilidade, tendo o Conselho Federal de Contabilidade, em 1981, através da Resolução CFC nº. 530-81, identificado dezesseis Princípios, atualmente reduzidos, pela Resolução CFC nº. 750-93, a seis. Os Princípios Contábeis são inerentes à própria Ciência Contábil e existem independentemente do desejo ou da escolha por parte daqueles estudiosos. Precisam ser identificados e respeitados para que a Contabilidade possa atingir os objetivos colocando à disposição dos usuários informações contábeis úteis e relevantes, capazes de suprir as necessidades dos que delas têm carência. As Informações e Demonstrações Contábeis devem ser elaboradas rigorosamente de acordo com as legislações e normas vigentes subordinadas aos Princípios Contábeis, de forma sintética e, para um melhor entendimento, deverão ser divulgadas de forma analítica, através de notas explicativas que deverão prestar esclarecimentos contemplando, no mínimo, os princípios, legislações e normas adotadas; eventuais mudanças de critérios, que alterem a uniformidade da aplicação das normas, em relação ao exercício anterior, justificando-as. A Contabilidade realiza os seus objetivos por meio de informações aos usuários das Demonstrações Contábeis. Tais informações possuem características próprias, que as definem e as tornam úteis as reais finalidades de informar. Para tanto, tais características devem assemelhar-se às dos Princípios e normas contábeis sendo, portanto, componentes que tornam útil a informação no momento de se fazer a opção quanto a divulgação de um fato contábil. O principal objetivo da Contabilidade é o seu usuário, interno e externo quer sejam acionistas, sócios, proprietários, credores, financiadores, investidores, fornecedores, governos, empregados quer seja a sociedade. Pouca importância terá uma informação contábil se a utilidade a que se destina é nula. A informação contábil é um instrumento para a tomada de decisões, portanto, deve atender a todos os objetivos a que se destina. A moderna Contabilidade deve ser estruturada visando ser um instrumento de informação, decisão e controle, fornecendo informações capazes de atender plenamente os objetivos dos usuários. Vale pela necessidade de prover o usuário de forma tempestiva com informação correta e útil. Para que a característica de utilidade seja mantida ao longo do tempo nas mais diversas práticas, torna-se necessário que todos os envolvidos com a ciência contábil tenham em mente a figura do usuário como o grande objetivo. (matéria escrita por Teresinha Maria Cavalcanti Cochrane - Mestre em Controladoria e Contabilidade pela USP - Contadora, Advogada e Professora da UFC )

Publicado no Jornal O POVO, de 10 de junho de 2005. Um conceito bastante usado sobre contabilidade é ser um sistema de informação capaz de orientar aos donos de empresas, acionistas ou investidores de uma empresa a tomarem decisões apoiados em números que venham a mensurar ou até antever, a título de planejamento, a situação financeira e patrimonial do seu negócio. O objetivo principal da contabilidade é o de CAPTAR todos os fatos que estão ocorrendo na empresa, REGISTRAR estes fatos em um sistema de informação, ACUMULAR OS FATOS nesse sistema, RESUMIR os acontecimentos relativos a certo período de tempo, criando e emitir um resumo – nomeado de Balanço - que servirá de suporte para INTERPRETAR todo o processo e resultados.

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10. CENÁRIOS CONTÁBEIS A competitividade empresarial é assunto bastante comum nos dias atuais. De maneira geral, existe grande preocupação por parte das empresas na permanência ou na inserção nesse mercado competitivo, que é cada vez mais competitivo. Toda a empresa precisa de informações em tempo real para o seu bom gerenciamento. Quando falamos em empresas, falamos no sentido geral de organização. Ainda não separamos as categorias, mas entenda o conceito de empresa como qualquer tipo de organização de pessoas ou grupos de pessoas que queiram explorar uma atividade econômica. 10.1. Contabilidade Como Profissão As sociedades, em se tratando de empresários e investidores, concentram sua atenção em um novo recurso - a informação. Neste ponto a Contabilidade, por excelência, sendo a ciência da informação traz grandes perspectivas para o profissional contábil, considerando que as empresas sempre se interessam por profissionais com boa experiência principalmente na área fiscal, custos, auditoria etc. Além disso, por ser um profissional liberal ele pode prestar serviços às pequenas empresas. Observa-se que não há um limite de idade para o exercício desta profissão, sendo apenas um requisito necessário ao bom profissional, a constante aprimoração de seus conhecimentos. Podemos contar, cerca de aproximadamente 30 especializações para a profissão contábil, onde se abre um leque bastante amplo, conforme o dom de cada profissional. Além de contador, o formado em contabilidade, pode ser auditor interno, perito, consultor, controller, planejador tributário, auditor independente, analista financeiro, empresário contábil, investigador de fraudes, professor, pesquisador, conferencista, agente fiscal de renda, arbitragem, dentre outras profissões.

Sistema Contábil

CAPTAR

REGISTRAR

ACUMULAR

RESUMIR

INTERPRETAR

Informação de apoio à tomada

de decisão

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ORGANOGRAMA DE DISTRIBUIÇÃO DAS POSSÍVEIS PROFISSÕE S DO CONTADOR 10.2. Áreas Emergentes e Novas Perspectivas Além das áreas citadas anteriormente é importante destacar algumas áreas emergentes onde existe uma grande perspectiva de crescimento profissional. Estas áreas poderão vir a ser um grande campo de trabalho para o novo contador. • Contabilidade Atuarial – responsável pela contabilidade de fundos de pensão e empresas de previdência privada. Trabalha no estudo dos regimes de capitalização que possibilitam a cobertura de sinistros e o pagamento de aposentadorias e pensões. Investiga o processo evolutivo das distribuições etárias, salariais e de ocorrência de sinistros, visando o estabelecimento dos prêmios médios - preço de contribuição ou pagamento de seguro - que ofereça cobertura aos beneficiários dos planos. • Contabilidade Ambiental – responsável por informações sobre o impacto ambiental da empresa no meio-ambiente. A Contabilidade Ambiental tem se convertido em uma ferramenta chave para as empresas com políticas ecológicas avançadas. Objetivando a transparência e oferecendo maiores informações ao investidor. A necessidade de conservação do meio ambiente obriga a contabilidade a assumir alguns controles em torno de fornecimentos de recursos mínimos e uso extensivo de materiais reciclados ou renováveis, processos produtivos e investimentos em imobilizado, promovendo o mínimo consumo de água e energia, mínima emissão de poluentes na atmosfera e mínima quantidade de resíduos. Trabalha também nas características do produto, diminuindo vasilhames e embalagens, melhorando a reciclagem e reutilização. A aplicação da Contabilidade Ambiental pode potencializar grandes poupanças de custos na gestão de resíduos, dado que os custos de manuseio e de deposição de resíduos são

Contador

No Ensino Órgão Público Em Empresas Independente

Auditoria Profes sor Contador Público Planejador Tributário

Analista Financeiro

Consultor Pesquisador Agente Fiscal de Rendas

Contador Geral Empresário Escritor

Concursos Públicos

Cargos Administrativos

Perito Contábil Parecerista

Tribunal de Contas

Auditor In terno

Investigador de Fraudes

Conferencista

Oficial Contador

Contador de Custos

Contador Gerencial

Atuário

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relativamente fáceis de definir e de imputar a produtos específicos. A informação da Contabilidade Ambiental é utilizada internamente pela empresa nas suas tomadas de decisão. A nível interno, os procedimentos incluem medições físicas do consumo de materiais e energia, fluxos de deposição e deposição final, avaliação monetária de custos, poupanças e receitas relacionadas com atividades que apresentam potenciais impactos ambientais. • Contabilidade Social – necessidade da empresa na busca de informações para a tomada de decisões inteligentes, relacionados a gestão social, medindo o impacto da entidade na sociedade. sendo necessário por parte da entidade a adoção de gestão participativa, envolvente e comprometida com todas as camadas que formão o sistema social e organizacional, dimensionando o impacto social da empresa, com sua agregação de riqueza e seus custos sociais, profundidade, distribuição da riqueza etc. • Contabilidade de Empresas Transnacionais – As perspectivas são as melhores possíveis. A informática contribuiu, contribui e contribuirá muito na velocidade, qualidade e apresentação dos informativos contábeis, gerenciais e de auditoria. Os softwares contábeis estão cada vez mais integrados e facilitando a operacionalidade dos registros contábeis, destaca-se também a internet, na qual os órgãos governamentais disponibilizam aplicativos tributários e toda a legislação pertinente, além de facilitar o cumprimento das obrigações das empresas – cadastros, informações, guias, declarações, etc. São ferramentas alavancadoras no processo de qualidade. 10.3. Principais interessados nas Informações Contá beis Sócios, Acionistas e Proprietários de Participações Societárias em Geral: Necessitam de informações acerca da Rentabilidade e Segurança de seus investimentos. Administradores, Diretores e Executivos dos Mais Va riados Escalões: Preocupam-se com as informações concernentes a gestão financeira para a tomada de decisão. Bancos Capitalistas e Emprestadores de Dinheiro: De maneira análoga aos sócios, acionistas, e proprietários, necessitam de informações que visem à rentabilidade e segurança de seus investimentos, diferenciando-se destes quanto a razões de natureza sentimentais. Governo e Economistas Governamentais: Necessitam de informações concernentes à arrecadação de Tributos e dados que permitam análises globais e setoriais das diversas unidades Microeconômicas (Empresas), os quais convenientemente agregados e tratados estatisticamente, podem fornecer bases para análises Macroeconômicas. 11. Exercícios de fixação 1. Quais argumentos você utilizaria para definir que a Contabilidade é importante na tomada de decisão para uma empresa? 2. Conceitualmente, qual seria a principal função do contador? 3. Sabemos que a Contabilidade tem no patrimônio das empresas seu objeto de estudos. Qual seria o foco principal dos estudos contábeis? 4. Qual seria o principal objetivo da Contabilidade, de maneira conceitual? 5. O que faz com que o profissional formado em contabilidade venha a ter grandes chances no mercado de trabalho? 6. Existem áreas emergentes em Contabilidade? Se sim, cite alguns exemplos.

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7. Quais seriam os principais interessados nas informações contábeis? 8. Com base na pergunta anterior indique quais fatores fariam com que estes interessados queiram as informações contábeis. 12. PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DE CONTABILIDADE NO BRA SIL Os Princípios de Contabilidade são os preceitos resultantes do desenvolvimento da aplicação prática dos princípios técnicos emanados da Contabilidade, de uso predominante no meio em que se aplicam, proporcionando interpretação uniforme das demonstrações financeiras. Em relação à observância dos princípios, constituem Princípios de Contabilidade (PC) os princípios enunciados pela Resolução CFC nº. 750 de 1993, sendo que a observância dos Princípios Fundamentais de Contabilidade é obrigatória no exercício da profissão contábil e constitui condição de legitimidade das Normas Brasileiras de Contabilidade (NBC) Para aplicação dos Princípios Fundamentais de Contabilidade a situações concretas, a essência das transações deve prevalecer sobre seus aspectos formais. Conforme o CFC, a conceituação, amplitude e enumeração dos princípios, podemos entender que os Princípios Fundamentais de Contabilidade representam a essência das doutrinas e teorias relativas à Ciência da Contabilidade, consoante o entendimento predominante nos universos científico e profissional de nosso País. Concernem, pois, à Contabilidade no seu sentido mais amplo de ciência social, cujo objeto é o Patrimônio das Entidades. Os princípios fundamentais de contabilidade que trata a Resolução CFC nº. 750 de 1993, sofreu algumas alterações pela Resolução CFC nº. 1.282 de 28.05.2010, publicada no Diário Oficial de 02.06.2010 que Atualiza e consolida dispositivos da Resolução CFC nº. 750/93, que dispõe sobre os Princípios Fundamentais de Contabilidade. São Princípios Fundamentais de Contabilidade: I - o da ENTIDADE; II - o da CONTINUIDADE; III - o da OPORTUNIDADE; IV - o do REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL; V - Revogado pela Resolução CFC nº. 1.282 (02.06.2010) vigência a partir de 02.06.2010 VI - o da COMPETÊNCIA e VII - o da PRUDÊNCIA. Nota: No item V deste princípio, constava o princípio da Atualização Monetária. 12.1. Principio da Entidade O Princípio da ENTIDADE reconhece o Patrimônio como objeto da Contabilidade e afirma a autonomia patrimonial, a necessidade da diferenciação de um Patrimônio particular no universo dos patrimônios existentes, independentemente de pertencer a uma pessoa, um conjunto de pessoas, uma sociedade ou instituição de qualquer natureza ou finalidade, com ou sem fins lucrativos. Por conseqüência, nesta acepção, o patrimônio não se confunde com aqueles dos seus sócios ou proprietários, no caso de sociedade ou instituição. O PATRIMÔNIO pertence à ENTIDADE, mas a recíproca não é verdadeira. A soma ou agregação contábil de patrimônios autônomos não resulta em nova ENTIDADE, mas numa unidade de natureza econômico-contábil. 12.2. Principio da Continuidade

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O Princípio da Continuidade pressupõe que a Entidade continuará em operação no futuro e, portanto, a mensuração e a apresentação dos componentes do patrimônio levam em conta esta circunstância. 12.3. Principio da Oportunidade O Princípio da Oportunidade refere-se ao processo de mensuração e apresentação dos componentes patrimoniais para produzir informações íntegras e tempestivas. A falta de integridade e tempestividade na produção e na divulgação da informação contábil pode ocasionar a perda de sua relevância, por isso é necessário ponderar a relação entre a oportunidade e a confiabilidade da informação. 12.4. Principio do Registro Pelo Valor Original O Princípio do Registro pelo Valor Original determina que os componentes do patrimônio devem ser inicialmente registrados pelos valores originais das transações, expressos em moeda nacional. As seguintes bases de mensuração devem ser utilizadas em graus distintos e combinadas, ao longo do tempo, de diferentes formas:

I - Custo histórico. Os ativos são registrados pelos valores pagos ou a serem pagos em caixa ou equivalentes de caixa ou pelo valor justo dos recursos que são entregues para adquiri-los na data da aquisição. Os passivos são registrados pelos valores dos recursos que foram recebidos em troca da obrigação ou, em algumas circunstâncias, pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, os quais serão necessários para liquidar o passivo no curso normal das operações; e II - Variação do custo histórico. Uma vez integrado ao patrimônio, os componentes patrimoniais, ativos e passivos, podem sofrer variações decorrentes dos seguintes fatores:

a) Custo corrente. Os ativos são reconhecidos pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, os quais teriam de ser pagos se esses ativos ou ativos equivalentes fossem adquiridos na data ou no período das demonstrações contábeis. Os passivos são reconhecidos pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, não descontados, que seriam necessários para liquidar a obrigação na data ou no período das demonstrações contábeis; b) Valor realizável. Os ativos são mantidos pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, os quais poderiam ser obtidos pela venda em uma forma ordenada. Os passivos são mantidos pelos valores em caixa e equivalentes de caixa, não descontados, que se espera seriam pagos para liquidar as correspondentes obrigações no curso normal das operações da Entidade; c) Valor presente. Os ativos são mantidos pelo valor presente, descontado do fluxo futuro de entrada líquida de caixa que se espera seja gerado pelo item no curso normal das operações da Entidade. Os passivos são mantidos pelo valor presente, descontado do fluxo futuro de saída líquida de caixa que se espera seja necessário para liquidar o passivo no curso normal das operações da Entidade; d) Valor justo. É o valor pelo qual um ativo pode ser trocado, ou um passivo liquidado, entre partes conhecedoras, dispostas a isso, em uma transação sem favorecimentos; e e) Atualização monetária. Os efeitos da alteração do poder aquisitivo da moeda nacional devem ser reconhecidos nos registros contábeis mediante o ajustamento da expressão formal dos valores dos componentes patrimoniais.

São resultantes da adoção da atualização monetária: I - a moeda, embora aceita universalmente como medida de valor, não representa unidade constante em termos do poder aquisitivo;

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II - para que a avaliação do patrimônio possa manter os valores das transações originais, é necessário atualizar sua expressão formal em moeda nacional, a fim de que permaneçam substantivamente corretos os valores dos componentes patrimoniais e, por consequência, o do Patrimônio Líquido; e III - a atualização monetária não representa nova avaliação, mas tão somente o ajustamento dos valores originais para determinada data, mediante a aplicação de indexadores ou outros elementos aptos a traduzir a variação do poder aquisitivo da moeda nacional em um dado período.

12.5. Principio da Competência O Princípio da Competência determina que os efeitos das transações e outros eventos sejam reconhecidos nos períodos a que se referem, independentemente do recebimento ou pagamento. O Princípio da Competência pressupõe a simultaneidade da confrontação de receitas e de despesas correlatas. 12.6. Principio da Prudência O Princípio da PRUDÊNCIA determina a adoção do menor valor para os componentes do ATIVO e do maior para os do PASSIVO, sempre que se apresentem alternativas igualmente válidas para a quantificação das mutações patrimoniais que alterem o patrimônio líquido. O Princípio da Prudência pressupõe o emprego de certo grau de precaução no exercício dos julgamentos necessários às estimativas em certas condições de incerteza, no sentido de que ativos e receitas não sejam superestimados e que passivos e despesas não sejam subestimados, atribuindo maior confiabilidade ao processo de mensuração e apresentação dos componentes patrimoniais. A inobservância dos Princípios Fundamentais de Contabilidade constitui infração às alíneas "c", "d" e "e" do art. 27 do Decreto-Lei n° 9.295, de 27 de maio de 1946 e, quando aplicável, ao Código de Ética Profissional do Contabilista. (...)

DECRETO LEI Nº. 9.295, DE 27 DE MAIO DE 1946. Cria o Conselho Federal de Contabilidade, define as atribuições do Contador e do Guarda-livros, e dá outras providências. O Presidente da República, usando da atribuição que lhe confere o artigo 180 da Constituição, DECRETA: (...)

CAPÍTULO V DAS PENALIDADES

Art. 27. As penalidades aplicáveis por infração do exercício legal da profissão serão as seguintes: (...) c) multa de Cr$ 200,00 a Cr$ 500,00 aos infratores de dispositivos não mencionados nas alíneas precedentes ou para os quais não haja indicação de penalidade especial; d) suspensão do exercício da profissão aos profissionais que, dentro do âmbito de sua atuação e no que se referia à parte técnica, forem responsáveis por qualquer falsidade de documentos que assinarem e peIas irregularidades de escrituração praticadas no sentido de fraudar as rendas publicas (Decreto-lei nº. 5.844, de 23-9-1943, artigo 39, parágrafo primeiro);

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e) suspensão do exercício da profissão, pelo prazo de seis meses a um ano, ao profissional que demonstrar incapacidade técnica no desempenho de suas funções, a critério do Conselho Regional de Contabilidade a que estiver sujeito, facultada, porém, ao interessado a mais ampla defesa por si ou pelo Sindicato a que pertencer. (...) 13. PATRIMÔNIO DA EMPRESA Patrimônio é um conjunto de Bens, Direitos e Obrigação, mensurável em dinheiro, pertencentes a uma pessoa física ou jurídica. Independente de sua finalidade, podendo ou não incluir o lucro. Especificamente, o patrimônio instituído, deve ter independência dos demais patrimônios existentes, podendo a empresa ou instituição, dispor dele livremente, sempre na busca de benefícios para a entidade. O patrimônio busca além de vivenciar e relatar os processos de contabilização de uma azienda, sendo considerado azienda, o patrimônio sofrendo constantes ações, de natureza econômica, do elemento humano. Procura transformar os dados em informações, mediante procedimentos próprios, originando toda ênfase dos procedimentos contábeis, que depois de compilados, são apresentados aos usuários por intermédio de relatórios. Um dos objetivos principais do patrimônio, é buscar a partir de fatos, dados que nos dêem suporte para avaliação de seus Bens, Direitos e Obrigações, os quais são processados mediante técnica própria e transformados em informações para os usuários, visando atender seus interesses. O Patrimônio é a parte impessoal da azienda, tendo como consistência, seus dois aspectos principais, sendo: Aspecto quantitativo, visto como um fundo de valores, ou seja, consiste em atribuir aos seus respectivos elementos. Aspecto qualitativo, reunindo um conjunto de bens, créditos, débitos, ou seja, consiste em qualificar, dar nomes aos elementos componentes. O patrimônio é um elemento rico em itens que o compõe, absorve praticamente todos os atos, fatos integrantes da azienda. Ele relata desde a sua constituição até o encerramento de uma entidade, em seus componentes patrimoniais. Nota: O principal campo de aplicação da Contabilidade são as Aziendas. Azienda é o patrimônio somado à pessoa que tem sobre ele poderes de administração e disponibilidade. O conceito de azienda reúne o patrimônio mais a pessoa que o administra, sofrendo este patrimônio constante mutação por parte da pessoa que o administra:

Azienda = Patrimônio + Gestão Gestão seria o ato de administrar, de gerir os bens, direitos e obrigações, além dos recursos humanos. Considerando o patrimônio de uma determinada empresa, a partir do momento em que passe a ser administrado, com o objetivo de lucro, ele irá sofrer modificações significativas. Surge, então, a figura da Contabilidade, como instrumento necessário ao controle das informação e dos efeitos provocados pelos fatos decorrentes da gestão patrimonial. O patrimônio da empresa é composto por capital, que pode ser próprio ou de terceiros. 13.1. Capital próprio Podemos entender como Capital Próprio, o dinheiro que é de propriedade dos sócios ou de determinada pessoa que a abriram determinada empresa. Por exemplo: se uma pessoa tem

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R$ 100.000,00 e pretende iniciar um negócio, o Capital Próprio desta pessoa é de R$ 100.000,00. Considerando que esta seja a quantia necessária para começar as atividades. 13.2. Capital de terceiros Como Capital de Terceiros, a definição mais comum é a que o dinheiro emprestado para abrir uma empresa ou para aplicar nesta empresa algum recurso para melhoria de sua estrutura. Como exemplo, temos: A pessoa tem R$ 50.000,00 para iniciar um negócio. Porém, este valor não é suficiente para a concretização do sonho, sendo necessário recorrer ao um empréstimo para iniciar o negócio. Se a pessoa toma esta quantia através de um empréstimo bancário, por exemplo, diz-se que tal quantia é o Capital de Terceiros. Podemos assim, interpretar que a pessoa “pegou” o dinheiro de terceiros. Mas o que é melhor para o empresário. Capital própr io ou capital de terceiros? Depois de conceituado os dois termos, surge uma questão interessante: o que é melhor para o empresário? Capital Próprio ou Capital de Terceiros? Ambos são importantes e necessários para o desenvolvimento uma empresa ou para quem a administre, tornando-se relevante saber a melhor ocasião para se adquirir o empréstimo ou para usar o recurso próprio. Nem sempre a utilização de Capital de Terceiros será ruim, principalmente se esta aquisição ocorrer através de uma boa negociação, onde a taxa de juros aplicada venha a compensar este empréstimo. Observe o exemplo de um empresário que recebe uma oferta de desconto de 15% se pagar a mercadoria à vista. Caso o empresário tome um empréstimo com taxa de 2%, dependendo do prazo estipulado para a quitação do empréstimo, torna-se bastante viável o empréstimo. O capital de Terceiros é bastante utilizado no caso de investimento em estrutura, equipamentos, aquisição de outros bens, na ampliação e incremento de atividades, pois esta aplicação bem planejada terá retorno garantido. A utilização do Capital de Terceiros deve ser evitada quando em freqüência ou se tiver finalidade de pagamento de outras dívidas. O Capital Próprio, por sua vez, é de suma importante sendo encarado também como investimento por parte do empresário, a partir do momento que ele possa fomentar o crescimento da empresa através de uma nova integralização de capital, por exemplo. É necessário salientar importância dos dois tipos de recursos, devendo atentar-se para o momento adequado de usar um ou outro, sendo indicada a prudência na análise dos dados envolvidos, antes das negociações para que o capital próprio não seja perdido ou a empresa venha a se atolar em dívidas, seguindo uma doce ilusão de um bom negócio quando adquirir um empréstimo. 14. Exercícios de fixação 1. Assinale “V” para Verdadeiro e “F” para Falso nas assertivas abaixo. ( ) São cinco os princípios fundamentais de contabilidade, conforme a Resolução CFC nº. 1.282 de 28.05.2010. ( ) O Princípio da ENTIDADE reconhece o Patrimônio como objeto da Contabilidade e afirma a autonomia patrimonial, a necessidade da diferenciação de um Patrimônio particular no universo dos patrimônios existentes, independentemente de pertencer a uma pessoa, um conjunto de pessoas. ( ) O Princípio do Registro pelo Valor Original determina que os componentes do patrimônio devem ser inicialmente registrados pelos valores originais das transações, expressos em moeda nacional.

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( ) O Princípio da Competência determina que os efeitos das transações e outros eventos sejam reconhecidos nos períodos a que se referem. Caso o pagamento ocorra em data posterior poderá ser postergado o reconhecimento. ( ) O Princípio da PRUDÊNCIA determina a adoção do menor valor para os componentes do ATIVO e do maior para os do PASSIVO, sempre que se apresentem alternativas igualmente válidas para a quantificação das mutações patrimoniais que alterem o patrimônio líquido. ( ) Não há penalidades legais quando não se observa os Princípios Fundamentais de Contabilidade. 2. Responda aos questionamentos a) O que podemos entender como patrimônio de uma empresa? b) O que você entendeu por Azieda? c) Conceitue Capital Próprio e Capital de Terceiros. 15. CONTAS CONTÁBEIS A finalidade destas contas é de registrar as movimentações a serem transcritas no livro diário (que será tratado em momento oportuno), com expressão monetária. No diário, cada fato contábil será transportado para as respectivas contas, com sua data, histórico e valor. Como exemplo de contas contábeis, temos: Contas de Ativo, Contas de Passivo, de Contas de Resultado e Contas de Compensação. Sucintamente, as contas contábeis registram: Contas Ativas: registram bens e direitos, por exemplo, numerário (caixa), valores depositados em banco (contas de movimento), bens para revenda (estoque de mercadorias), imóveis de utilização (terrenos e edificações), entre outros. Contas Passivas: registram as obrigações da entidade e os recursos de capital desta entidade, por exemplo: contas a pagar e obrigações (fornecedores, impostos), empréstimos de terceiros (instituições financeiras), capital social, lucros acumulados, reserva de lucros, entre outros. Contas de Resultado: São contas que registram contrapartidas das mutações patrimoniais, são as contas de receita (venda de mercadorias) e as contas de custos e despesas (CMV, despesas de vendas). Contas de Compensação: as Contas de Compensação são utilizadas exclusivamente para controle, sem fazer parte do Patrimônio, as contas estão alocadas abaixo do grupo do ATIVO e abaixo do grupo do PASSIVO e englobam o sistema patrimonial. Assim, as contas de compensação nada têm a ver com o sistema de contas patrimoniais, sendo um conjunto de contas de uso optativo e destinado a finalidades internas da empresa, podendo servir, como fonte de dados para transmitir determinadas informações a terceiros. O uso das contas de compensação é recomendável, para as finalidades de controle interno, para registro de possíveis alterações patrimoniais futuras e como fonte de dados para a elaboração de notas explicativas. Estas Contas Contábeis são expressas com títulos que devem estar em concordância com os atos e fatos administrativos provocados, devendo figurar num Plano de Contas de acordo com as características individuais, similaridades com demais contas ou eventos econômicos

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produzidos. Dizemos que a conta contábil deve representar facilmente cada operação realizada por uma entidade. Diversas correntes de pensamentos sobre a doutrina ou teoria da Contabilidade colaboraram para a definição do que hoje é aceito em relação às contas contábeis. A caracterização das doutrinas é feita de acordo com os objetos e fins que se atribuem à Contabilidade. Dentre as principais doutrinas, encontram-se: Conforme ensina Antonio Lopes de SÁ, em Dicionário de Contabilidade. Na edição nº. 09 do ano de 1995 editado pela editora Atlas, temos: Patrimonialismo: a mais importante escola nas Américas; corrente de pensamento contábil que considera o patrimônio Aziendal como objeto da Contabilidade, observado sob o aspecto da finalidade Aziendal; é criador e chefe desta corrente o Prof. Vincenzo Masi. Aziendalismo: corrente doutrinária que tem por base a economia Aziendal. De acordo com os seus adeptos, os fenômenos a estudar são os Aziendais, admitindo a Contabilidade apenas como levantamento de fatos patrimoniais, restringindo-lhe o campo. Foi chefe desta escola, na Itália, o Prof. Pietro Onida, Prof. Cralo Masini, Prof. Cuddini, Prof. Mazzini etc.; o aziendalismo tem as suas raízes em estudos desenvolvidos há alguns decênios por Sombart, Gromberg, Schmalenbach, Nicklish, Hoffmann e outros. Controlismo: doutrina da Contabilidade que teve a sua origem na segunda metade do século XIX e que considera como objeto da Contabilidade o controle da riqueza administrada. O método seguido no desenvolvimento da doutrina foi o histórico. Classificou as funções do controle em: Antecedentes, Concomitantes e Subseqüentes. Esta escola serviu de base a toda doutrina contábil de nossos dias e às mais vigorosas correntes do pensamento contábil: o Aziendalismo e o Patrimonialismo.Teve ilustres seguidores, como: Alfieri, Rigobon, Ghidiglia, Vianello, Gobbis e muitos outros estudiosos. Personalismo: corrente do pensamento contábil que adota como teoria fundamental a personificação das contas, o patrimônio como conjunto de direitos e obrigações e as relações dos fatos contábeis apenas sob o prisma de direitos e obrigações. Contismo: doutrina da Contabilidade que reconhecia esta ciência como tendo por objeto as contas. Definiam a Contabilidade como a “ciência das contas”. O Contismo deu origem ao Personalismo, pois, segundo, o Prof. Vincenzo mais os esforços de Vannier e de Marchi se fizeram sentir na direção de teorizar sobre contas. Grande foi a repercussão do contismo na literatura mundial de Contabilidade, e até hoje, por incrível que pareça, ainda encontramos autores que definem a Contabilidade sob as influências contistas. O contismo foi uma das formas inconscientes do patrimonialismo. Grandes contistas foram: Parmetler, Massa, Gitti, que formam o trio forte dessa corrente doutrinária. Neocontismo: doutrina do pensamento contábil que teve o seu máximo vigor nos fins do século XIX e no início do século XX, trazendo com novos coloridos a velha doutrina que considerava a Contabilidade como “ciência das contas”. Surgiu com características um pouco mais aprimoradas, pois, nas “contas” o que se observava não era apenas seu aspecto formal, mas sim o Valor. O três expoentes mais importantes da época do contismo foi Fabio Besta, Giuseppe Cerboni e Giuseppe Rossi. Universalismo: foi a única escola nascida nas Américas; doutrina que apresenta a Sistemologia e que foi criada pelo Prof. Francisco D'Auria. Doutrina que visa a universalizar o objeto da Contabilidade fazendo-o extensivo a todos os sistemas. Reditualismo: corrente do pensamento contábil que considera o rédito como objeto central de estudo da ciência da Contabilidade. De acordo com tal corrente, o objeto de estudo da Contabilidade é conhecer a perda ou o lucro de uma empresa ou de uma entidade. Tais pensadores estribam seus estudos: em teorias de rédito, desejando proclamá-la como a teoria de toda a doutrina contábil.

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16. EXEMPLOS DE CONTAS CONTÁBEIS As Contas Contábeis constituem a essência da Contab ilidade devido ao fato de ser através delas que controlamos as movimentações na entidade e constituem representações escrituradas dos bens, dos direitos, das obrigações, do capital, da entidade. A contabilidade já foi chamada de "Ciência das Contas", pela doutrina Contista, doutrina da Contabilidade que reconhecia esta ciência como tendo por objeto as contas. Estas contas, são preferencialmente organizadas na forma cartesiana ou racional (entende-se por organização cartesiana aquela que tem idéias claras e modo de proceder rigoroso) sendo escrituradas pelo método das partidas. As contas contábeis são indispensáveis para que se possam efetuar os lançamentos contábeis e são classificadas em dois tipos, a saber:

• Contas patrimoniais • Contas de resultados

Contas patrimoniais - Como o próprio nome indica, são contas destinadas a representar o patrimônio da empresa, ou seja, o conjunto de bens, direitos, obrigações e patrimônio líquido, reunidas em dois grandes grupos: Grupo do Ativo e Grupo do Passivo. Contas de resultado - São as contas destinadas ao registro das despesas e receitas realizadas pela empresa durante um período, sendo também reunidas em dois grandes grupos: Grupo das Receitas e Grupo das Despesas. 16.1. Contas Patrimoniais Caixa: esta conta registrará a movimentação de numerário na tesouraria da entidade. Banco Conta Movimento: esta conta registrará a movimentação de cheques, depósitos e deemais transações e movimentos na conta corrente bancária da entidade. Duplicatas a Receber: esta conta registrará valores relativos à contrapartida dos créditos de vendas. Estoque de Mercadorias: esta conta registrará a movimentação de mercadorias em estoque. Duplicatas a Pagar: esta conta registrará valores devidos a terceiros devido a compras efetuadas pela empresa. Empréstimos e Financiamentos: esta conta registrará valores devidos pela empresa mediante empréstimos e financiamentos. Capital Social: esta conta registrará o montante aportado pelo titular, sócios ou acionistas de uma entidade, para formação do respectivo capital. Lucros Acumulados: esta conta registrará os valores acumulados dos lucros apurados pela empresa. 16.2. Contas de Resultado Receita de Vendas: esta conta registrará os valores havidos pelo faturamento de vendas da empresa. Despesas de Propaganda: esta conta registrará as despesas gastas em marketing e propaganda. Salários: esta conta registrará as remunerações de empregados da empresa.

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Os exemplos acima citados não são exaustivos. As contas contábeis serão analisadas no decorrer do tempo nas demonstrações da contabilidade. 17. BALANÇO PATRIMONIAL - GRUPOS DE CONTAS Balanço Patrimonial é a demonstração que apresenta todos os bens e direitos da empresa (Ativo), assim como as obrigações (Passivo), em determinada data. As diferenças entre Ativo e Passivo é chamada Patrimônio Líquido e representa o capital investido pelos proprietários da empresa, quer através de recursos trazidos de fora da empresa (capital próprio ou de terceiros), quer gerado por esta em suas operações e retidos internamente. O balanço apresenta a posição patrimonial e financeira de uma empresa em dado momento. A informação que esse demonstrativo fornece é totalmente estática e, muito provavelmente, sua estrutura se apresentará relativamente diferente algum tempo após seu encerramento. Balanço Patrimonial é a demonstração contábil destinada a evidenciar, qualitativa e quantitativamente, numa determinada data, a posição patrimonial e financeira da Entidade. No balanço patrimonial, as contas deverão ser classificadas segundo os elementos do patrimônio que registrem e agrupadas de modo a facilitar o conhecimento e a análise da situação financeira da empresa. De acordo com o § 1º do artigo 176 da Lei 6.404/76, as demonstrações de cada exercício serão publicadas com a indicação dos valores correspondentes das demonstrações do exercício anterior, para fins de comparação. 18. NOÇÕES INTRODUTÓRIAS SOBRE BALANÇO PATRIMONIAL 18.1. Grupos de Contas Conforme previsto no art. 179 da Lei 6.404 de 1976, no balanço, as contas serão classificadas segundo os elementos do patrimônio que registrem, e agrupadas de modo a facilitar o conhecimento e a análise da situação financeira da companhia. 18.1.1. Ativo O Ativo compreende os bens e os direitos da entidade, expressos em moeda: Caixa, Bancos (ambos constituem disponibilidades financeiras imediatas), Imóveis, Veículos, Máquinas e Equipamentos, Estoques de Mercadorias, Tributos a Receber e Clientes – devedores da entidade em virtude de transações de crédito ou vendas a prazo - Esses são alguns bens e direitos que a maioria das empresas normalmente possui. Os elementos do Ativo são discriminados do lado esq uerdo do Balanço Patrimonial. No ativo, as contas serão dispostas em ordem decrescente de grau de liquidez dos elementos nelas registrados, nos seguintes grupos:

I - ativo circulante; e II - ativo não circulante, composto por ativo realizável a longo prazo, investimentos, imobilizado e intangível.

As contas serão classificadas do seguinte modo: I - no ativo circulante: as disponibilidades, os direitos realizáveis no curso do exercício social subseqüente e as aplicações de recursos em despesas do exercício seguinte; II - no ativo realizável a longo prazo: os direitos realizáveis após o término do exercício seguinte, assim como os derivados de vendas, adiantamentos ou empréstimos a sociedades

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coligadas ou controladas (artigo 243), diretores, acionistas ou participantes no lucro da companhia, que não constituírem negócios usuais na exploração do objeto da companhia; III - em investimentos: as participações permanentes em outras sociedades e os direitos de qualquer natureza, não classificáveis no ativo circulante, e que não se destinem à manutenção da atividade da companhia ou da empresa; IV - no ativo imobilizado: os direitos que tenham por objeto bens corpóreos destinados à manutenção das atividades da companhia ou da empresa ou exercidos com essa finalidade, inclusive os decorrentes de operações que transfiram à companhia os benefícios, riscos e controle desses bens; V – no intangível: os direitos que tenham por objeto bens incorpóreos destinados à manutenção da companhia ou exercidos com essa finalidade, inclusive o fundo de comércio adquirido. Observação: Em relação às sociedades anônimas, na companhia em que o ciclo operacional da empresa tiver duração maior que o exercício social, a classificação no circulante ou longo prazo terá por base o prazo desse ciclo. 18.1.2. Passivo Passivo representa as origens dos capitais, que são representadas por direitos dos proprietários da empresa (patrimônio líquido) e direitos de terceiros tanto em curto prazo como a longo prazo. Os elementos do Passivo são discriminados do lado d ireito do Balanço Patrimonial. No Passivo registramos as obrigações perante terceiros, tanto as conhecidas como as estimadas. Sendo no Passivo, o controle de todas as obrigações (dívidas e outros encargos) da empresa, assumidas, devendo ser pagas pela empresa ou instituição. Obrigações – são dívidas ou compromissos de qualquer espécie ou natureza assumidos perante terceiros ou bens de terceiros que se encontram em posse (uso da entidade). Ex. Duplicatas a pagar, fornecedores, impostos a recolher, contas a pagar, etc. O passivo é composto em três grandes grupos, como s egue: No passivo, as contas serão classificadas nos seguintes grupos, em ordem decrescente de grau de exigibilidade:

I - passivo circulante; II - passivo não circulante; III - patrimônio líquido, dividido em capital social, reservas de capital, ajustes de avaliação patrimonial, reservas de lucros, ações em tesouraria e prejuízos acumulados.

Observação: Os saldos devedores e credores que a companhia não tiver direito de compensar serão classificados separadamente. As contas serão classificadas do seguinte modo: As obrigações da companhia, inclusive financiamentos para aquisição de direitos do ativo não circulante, serão classificadas no passivo circulante , quando se vencerem no exercício seguinte, e no passivo não circulante , se tiverem vencimento em prazo maior.

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Capital Social: A conta do capital social discriminará o montante subscrito e, por dedução, a parcela ainda não realizada. Reservas: Serão classificadas como reservas de capital as contas que registrarem: a) a contribuição do subscritor de ações que ultrapassar o valor nominal e a parte do preço de emissão das ações sem valor nominal que ultrapassar a importância destinada à formação do capital social, inclusive nos casos de conversão em ações de debêntures ou partes beneficiárias; b) o produto da alienação de partes beneficiárias e bônus de subscrição; Será ainda registrado como reserva de capital o resultado da correção monetária do capital realizado, enquanto não-capitalizado. Serão classificadas como ajustes de avaliação patrimonial, enquanto não computadas no resultado do exercício em obediência ao regime de competência, as contrapartidas de aumentos ou diminuições de valor atribuídos a elementos do ativo e do passivo, em decorrência da sua avaliação a valor justo, nos casos previstos nesta Lei ou, em normas expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários. Serão classificados como reservas de lucros as contas constituídas pela apropriação de lucros da companhia. As ações em tesouraria deverão ser destacadas no balanço como dedução da conta do patrimônio líquido que registrar a origem dos recursos aplicados na sua aquisição.

REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DO PATRIMÔNIO

19. Exercícios de fixação 1. Responda aos questionamentos: Qual a finalidade das Contas Contábeis? Defina Contas Patrimoniais e Conta de Resultado. O que seria Balanço Patrimonial? Quais são os grupos de contas que compõe o Balanço Patrimonial? 2. Assinale “V” para Verdadeiro e “F” para Falso nas assertivas abaixo.

BALANÇO PATRIMONIAL

Passivo Ativo

Lado Esquerdo Lado Direito

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( ) As Contas Ativas registram bens e direitos, por exemplo, numerário (caixa), valores depositados em banco (contas de movimento), dentre outros. ( ) As Contas de Resultado registram que a empresa deve para terceiros. ( ) O uso das contas de compensação é recomendável, para as finalidades de controle interno, para registro de possíveis alterações patrimoniais futuras e como fonte de dados para a elaboração de notas explicativas. ( ) As contas contábeis dividem-se em contas patrimoniais e contas de resultados . ( ) A conta Lucros Acumulados está elencada dentre as contas patrimoniais. ( ) Balanço Patrimonial é a demonstração que apresenta todos os bens e direitos da empresa (Ativo), assim como as obrigações (Passivo), em determinada data. ( ) No ativo, as contas serão dispostas em ordem decrescente de grau de liquidez dos elementos nelas registrados. ( ) No passivo, as contas serão classificadas nos seguintes grupos, em ordem crescente de grau de exigibilidade. ( ) As obrigações da companhia, inclusive financiamentos para aquisição de direitos do ativo não circulante, serão classificadas no passivo circulante, quando se vencerem no exercício seguinte, e no passivo não circulante, se tiverem vencimento em prazo maior.

20. ORIGENS E APLICAÇÕES DE RECURSOS

A estrutura contábil está construída partindo de do is princípios fundamentais que são as Origens e as Aplicações de Recursos. O investimento em uma entidade (empresa) pelos sócios será chamado de Capital Inicial , sendo denominado como Origem de Recurso . Este capital inicial e as variações ocorridas durante um certo período de tempo, é chamado de Patrimônio da Entidade . Para que o patrimônio de uma entidade cresça, serão necessárias algumas situações favoráveis de equilíbrio entre os ingressos dos recursos e as aplicações de tais recursos. A empresa deverá captar recursos e aplicar esses recursos de forma positiva, tanto em eficiência quanto em valor. Para o conjunto de aplicações de recursos , que são todos os bens e direitos que a empresa possui, podemos denominar de ativo a origem de recursos de terceiros . Este é o ingresso de recursos que num determinado prazo devem ser devolvidos aos seus detentores do capital (por exemplo fornecedores, empréstimos), ou seja, nos prazos de vencimentos estipulados, os valores deverão ser liquidados a estes terceiros. Neste caso a empresa assume um conjunto de obrigações , que chamamos de Passivo .

REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DAS ORIGENS E APLICAÇÕES DE R ECURSOS

ATIVO Bens

e Direitos

PASSIVO

Obrigações

PATRIMÔNIO LIQUIDO Capital Social e suas

Variações

Origens de Recursos de Terceiros

Origens de Recursos Próprios

Aplicações de Recursos

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21. ALTERAÇÕES OCORRIDAS A FORMA DE APRESENTAÇÃO DO BALANÇO Até o ano de 2007 o Balanço Patrimonial tinha uma composição diferente da que conhecemos hoje. A Lei 11.638 de 2007 alterou a Lei 6.404 de 1976, mudando a forma de apresentar o Balanço. A Lei 11638/07 apresenta em seu texto mudanças bastante comentadas para a época, mas com diversas dificuldades em suas redações não sendo em muitos casos plenamente compreendida em seu todo pelo empresariado, pelos contabilistas e correlatos. A transição de uma contabilidade meramente fiscal muda seu objetivo para uma contabilidade voltada ao mercado, onde os gestores deverão usar o amparo legal para suas decisões, fortalecendo assim a classe contábil. As novas regras de classificação contábil são de fato muito diferentes, devendo ser fortemente estudadas para que todos os profissionais compreendam exatamente o que são as normas internacionais de contabilidade. Devemos saber qual sua funcionalidade e seu desenvolvimento com base na Lei 11638/07, nos Pronunciamentos Contábeis emitidos pelo CPC Comitê de Pronunciamentos Contábeis e nas normas emitidas pela CVM - Comissão de Valores Mobiliários, bem como o CFC - Conselho Federal de Contabilidade. Diante do exposto, a Lei 6.404 de 1976, antes das alterações produzidas pela Lei 11.638 de 2007, determinava, em seu artigo 178 que os grupos de contas deveriam estar determinados pelo grande grupo Ativo, e seus grupos Ativo Circulante, Ativo Realizável a Longo Prazo, Ativo Permanente. O Permanente seria dividido em subgrupos denominados: Investimentos, Imobilizado e Diferido. Do outro lado o grande grupo Passivo, com os grupos Passivo Circulante, Passivo Exigível a Longo Prazo, Resultados de Exercícios Futuros e Patrimônio Líquido dividido em Capital Social, Reservas de Capital, Reservas de Reavaliação, Reservas de Lucros e Lucros ou Prejuízos Acumulados e com critérios contábeis regrados aos Princípios Fundamentais de Contabilidade e diversas normas tributárias. A Lei 11638/07 inovou estes conceitos, instituindo a adoção das normas internacionais de contabilidade, precisamente o IFRS - International Financial Reporting Standards, que são utilizados nos países da União Européia e vários outros. Forma simplificada da demonstração para comparação de como era na Lei 6404/76 e como ficou com a Lei 11638/07:

Lei 6404/76 Balanço Patrimonial

Lei 6404/76 após Lei 11638/07 Balanço Patrimonial

Ativo Passivo Ativo Passivo

Ativo Circulante Ativo realizável a Longo Prazo Ativo Permanente Investimentos Imobilizado Diferido

Passivo Circulante Passivo Exigível a Longo Prazo Resultados de Exercícios Futuros Patrimônio Líquido Capital social Reservas de Capital Reservas de reavaliação Reservas de lucros Lucros ou prejuízos acumulados

Ativo Circulante Ativo realizável a Longo Prazo Ativo Permanente Investimentos Imobilizado Intangível Diferido

Passivo Circulante Passivo Exigível a Longo Prazo Resultados de Exercícios Futuros Patrimônio Líquido Capital social Reservas de Capital Ajustes de avaliação patrimonial Reservas de lucros Ações em tesouraria Prejuízos acumulados

A Medida Provisória 449 de 2008, publicada no Diário Oficial da União em 04/12/2008, em seu art. 36, altera o art. 178, da Lei 6404/76 e em conseqüência a Lei 11.638 2007 – (A MP 449 de 2008 posteriormente foi convertida na Lei 11.941 de 2008), trouxe algumas alterações no disposto pela Lei 11.638 de 2007, mais precisamente nos grupos do Ativo e Passivo passando a figurar assim: Grande grupo Ativo dividido nos seguintes grupos: Ativo Circulante e Ativo não Circulante, contendo neste os valores a Longo Prazo, os Investimentos, Imobilizado e

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Intangível, desaparecendo as figuras do Ativo Realizável a longo prazo e Ativo Permanente como grupo, sendo agora subgrupo do Ativo não Circulante, sendo que o termo Ativo Permanente não figurará mais no Balanço Patrimonial. O subgrupo ativo diferido de fato desaparece deste relatório, porém vale ressaltar que a Medida Provisória 449/08 traz previsão que poderá amortizar o saldo do mesmo até seu findar, caso a pessoa jurídica não tenha onde alocar o valor diferido. Já o grande grupo Passivo, também teve modificações em sua estética conforme determina a Medida Provisória 449/08, sendo o grupo Passivo Circulante e Passivo Não Circulante, desaparecendo os grupos do Passivo exigível a Longo Prazo, e Resultado de Exercícios Futuros. Já o Patrimônio Líquido continua sendo considerado grupo conforme determina a Lei 11638/07. Assim, para uma comparação segue:

Após Lei 11638/07 Balanço Patrimonial

Lei 6404/76 após Lei 1.941/2008 Balanço Patrimonial

Ativo Passivo Ativo Passivo

Ativo Circulante Ativo realizável a Longo Prazo Ativo Permanente Investimentos Imobilizado Intangível Diferido

Passivo Circulante Passivo Exigível a Longo Prazo Resultados de Exercícios Futuros Patrimônio Líquido Capital social Reservas de Capital Ajustes de avaliação patrimonial Reservas de lucros Prejuízos acumulados

Ativo Circulante Ativo não circulante Ativo realizável a Longo Prazo Investimentos Imobilizado Intangível

Passivo Circulante Passivo Não Circulante Passivo Exigível a Longo Prazo Resultados de Exercícios Futuros Patrimônio Líquido Capital social Reservas de Capital Ajustes de avaliação patrimonial Reservas de lucros Prejuízos acumulados

A MP 449 de 2008 foi convertida na Lei 11.941 de 2009. Nesta lei foi consolidada a forma de apresentação do balanço que trata o art. 178 da Lei 6.404 de 1976. A Resolução CFC nº. 1.157 de 2009 no item 143, traz a forma de balanço atualmente utilizada, com uma divisão maior em itens na parte do Patrimônio Líquido.

REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DO BALANÇO PATRIMONIAL Modelo da Resolução CFC nº. 1.157 de 2009

ATIVO PASSIVO + PATRIMÔNIO LIQUIDO Ativo Circulado Passivo Circulante Ativo não Circulado Passivo não circulante Realizável a longo prazo Patrimônio Liquido Investimento Capital Social Imobilizado (-) Gastos com Emissão de ações Intangível Reservas de capital Opções outorgadas reconhecidas Reservas de lucros (-) Ações em tesouraria Ajustes e avaliação patrimonial Ajustes acumulados de conversão Prejuízos acumulados

22. RELATÓRIOS CONTÁBEIS – NOÇÕES INTRODUTÓRIAS 22.1. Objetivos dos Relatórios Contábeis

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Os Relatórios Contábeis traduzem a informação proveniente dos dados colhidos pela contabilidade, expressa de maneira previamente acertada, de forma resumida e ordenada, com o objetivo de informar aos usuários internos e externos da empresa, sobre os fatos registrados em determinado período. As demonstrações e os relatórios contábeis constituem a fase de saída do sistema de informações contábeis. Compreende as demonstrações contábeis, exigidas pela lei comercial vigente a Lei nº. 6.404 de 1976 para as sociedades anônimas e o Decreto nº. 3.708 de 1919 para as sociedades limitadas. 22.2. Exemplos de Relatórios Contábeis Balanço Patrimonial: Representa a posição patrimonial e financeira da empresa em dado momento segundo uma visão estática. Demonstração de Resultado: Demonstra a formação do resultado do período levando em consideração o tipo de receita e despesa. Demonstração das Origens e Aplicação de Recursos: Demonstra a variação do capital circulante liquido (capital de giro da empresa) pela diferença entre as origens e aplicação de recursos. Demonstração de Mutação do Patrimônio Líquido: Evidencia as contas do movimentadas no patrimônio liquido – PL da empresa. A demonstração identifica os fluxos ocorridos entre as contas e as variações nos saldos de um período para o outro. Demonstração dos Fluxos de Caixa: Demonstra a variação de caixa e equivalentes de caixa pela diferença das entradas e saídas de recursos. Balanço Social: Esta demonstração evidencia informações de natureza sócio ambientais, pois indica a responsabilidade social da empresa. Demonstração do Valor Adicionado: Esta demonstração evidencia de forma individualizada a participação na formação participação distribuição do valor adicionado pela entidade. Notas explicativas: Traz esclarecimentos ou detalhamentos das informações contábeis que não tenham ficado claras. Relatórios da Administração ou Diretoria: Informações de caráter gerencial em relação a empresa e seu desempenho. Parecer de Auditoria: Documentação que revela se as demonstrações da empresa espelham a realidade dos fatos contabilizados. 22.3. Relatórios Contábeis Obrigatórios Conforme previsto artigo 176 da Lei 6.404 de 1976, as demonstrações financeiras obrigatórias pelas Leis das S.A. são: Balanço Patrimonial - BP Demonstração dos Lucros e Prejuízos Acumulados - DLPA Demonstração de Resultado do Exercício - DRE Demonstração dos Fluxos de Caixa – DFC Se companhia aberta, Demonstração do Valor Adicionado – DVA.

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Nota: Demonstração das Origens e Aplicações dos Recursos – DOAR. A partir de 01.01.2008, a DOAR foi extinta, por força da Lei 11.638 de 2007, sendo obrigatória para apresentação das demonstrações contábeis encerradas até 31.12.2007. Em seu lugar, está figurando a DFC. Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido - DMPL - é facultativa (art. 186, § 2º) e poderá ser incluída na Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados. Nota : Conforme no § 4º e § 5º do art. 176 da Lei 6.404 de 1976, as Notas Explicativas deverão fazer parte das Demonstrações Contábeis, mencionando que as demonstrações serão complementadas por notas explicativas e outros quadros analíticos ou demonstrações contábeis necessários para esclarecimento da situação patrimonial e dos resultados do exercício. Assim, a função principal das notas explicativa é de elucidar qualquer fato ocorrido no decorrer do exercício que não tenha ficado claramente interpretado nos lançamentos contábeis e nas demonstrações. 22.4. Relatórios Contábeis Facultativos No início, quando da idéia de revisão da Lei das Sociedades por Ações, por volta da década de 80, as discussões em torno da importância de relatórios como a demonstração de fluxos de caixa, a demonstração do valor adicionado e também o balanço social, ganharam corpo entre os profissionais de Contabilidade. Daquela época em diante, apesar de não serem exigidos por qualquer dispositivo legal, empresas de diferentes setores empreenderam esforços no sentido de divulgá-los de forma voluntária. Atualmente a Demonstração dos Fluxos de Caixa, substituíram a Demonstração de Origens e Aplicação de Recursos em relação à obrigatoriedade. 22.4.1 Demonstração do Valor Adicionado - DVA Demonstração que muda a configuração da DRE, dando um formato diferenciado no seu conteúdo e uma interpretação social aos seus dados. Nota: A DVA deve ser elaborada obrigatoriamente caso a entidade em questão seja Sociedade Anônima de capital aberto. A Demonstração do Valor Adicionado tem por finalidade apresentar as variações das riquezas produzidas pelas empresas. São utilizados como comparativos econômico de valores atuais e valores correspondente a períodos anteriores, obrigatoriamente ele segue o Principio Contábil de Competência. A demonstração fornece uma visão bem abrangente sobre a real capacidade de uma sociedade produzir riqueza. A Demonstração do Valor Adicionado tem uma semelhança com o DRE - Demonstração de Resultados de Exercícios, porem eles tem objetivos diferentes: - DRE - Demonstração de Resultados de Exercícios apresenta parcialmente as riquezas da empresa demonstrando as receitas, despesas, custos com propósito de mostrar o lucro para os sócios ou acionistas. - DVA - Demonstração do Valor Adicionado mostra os demais geradores de riquezas os considerados valores adicionados ou agregados. O que é importante compreender é que a Demonstração do Valor Adicionado (DVA) tem como principal objetivo informar o valor da riqueza gerada pela empresa e a forma de distribuí-la e que não deve ser confundida com a demonstração de resultado do exercício. Enquanto essas duas últimas têm suas informações quase que exclusivamente voltadas para os sócios e acionistas, a DVA é muito menos egoísta e oferecem informações relativas à

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riqueza gerada pela empresa e a forma com que essa riqueza é distribuída entre o governo, funcionários, fornecedores externos de capital e os próprios sócios e acionistas. 22.4.2. Balanço Social – BS O Balanço Social é um demonstrativo publicado anualmente pela empresa reunindo um conjunto de informações sobre os projetos, benefícios e ações sociais dirigidas os empregados, investidores, analistas de mercado, acionistas e à comunidade. É também um instrumento estratégico para avaliar e multiplicar o exercício da responsabilidade social corporativa. Observação Importante!!! As demonstrações contábeis são apresentadas em moeda corrente do país; Os elementos que compõem o BP e a DRE são representados por saldos, que decorrem da diferença entre o movimento de “débitos” e “créditos” no período; A DOAR focaliza sua direção no capital de giro da empresa, demonstrando as causas de suas alterações. A Resolução CFC nº. 1.003 de 2004, estabelece procedimentos para evidenciação de informações de natureza social e ambiental, com o objetivo de demonstrar à sociedade a participação e a responsabilidade social da entidade. 23. REQUISITOS DO BALANÇO PATRIMONIAL Balanço Patrimonial é uma demonstração contábil destinada a evidenciar de forma qualitativa e quantitativa, em uma determinada data, a posição patrimonial e financeira da Entidade. No balanço patrimonial, as contas deverão ser classificadas segundo os elementos do patrimônio que registrem e devem ser agrupadas de modo a facilitar o conhecimento e a análise da situação financeira da empresa. Conforme o § 1º do artigo 176 da Lei 6.404/76, as demonstrações de cada exercício serão publicadas com a indicação dos valores correspondentes das demonstrações do exercício anterior, para fins de comparação. O Balanço Patrimonial é parte integrante de um conjunto de relatórios que compõem as demonstrações contábeis de uma entidade. O Balanço patrimonial é a demonstração contábil que evidencia, de forma resumida, o patrimônio da empresa, quantitativa e qualitativamente. O artigo 178 da Lei nº. 6.404/1976 - Lei das Sociedades por Ações, alterada pela Lei 11.638/07 e MP 449/08, estabelece o seguinte: Art. 178. No Balanço, as contas serão classificadas segundo os elementos do patrimônio que registrem e agrupadas de modo a facilitar o conhecimento e a analise da situação financeira da companhia. §1º No Ativo, as contas serão dispostas em ordem decrescente de grau de liquidez dos elementos nelas registrados, nos seguintes grupos: a) Ativo circulante; b) Ativo não circulante; 1) Ativo realizável a longo prazo;

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2) Ativo permanente, dividido em Investimentos, Ativo imobilizado, o Ativo Intangível. Nota: Em certos casos o Ativo diferido, ainda aparece em certas empresas que não tiveram como realocar estes valores em outras contas de destino. A partir da alteração da legislação societária promovida pela Lei 11.638/07, o Ativo intangível deve figurar no Balanço Patrimonial das empresas como subgrupo de Ativo Permanente, cujo objeto é os bens intangíveis anteriormente classificados no Ativo Imobilizado. § 2º No Passivo, as contas serão classificadas segundo a ordem decrescente de exigibilidade, nos seguintes grupos: a) Passivo circulante; b) Passivo não circulante; 1) Passivo exigível a longo prazo; Nota: O Resultado de Exercícios Futuros deixou de existir. c) Patrimônio líquido, dividido em Capital Social, Reservas de Capital, Reserva de Lucros e Lucros ou Prejuízos Acumulados. § 3º Os saldos devedores e credores que a companhia não tiver direito de compensar serão classificados separadamente. Nota: A partir da alteração da legislação societária promovida pela Lei 11.638/07, foi suprimido o grupo de contas intitulado Reserva de Reavaliação no Balanço Patrimonial. As contas do Ativo sujeitas à depreciação, à amortização, à exaustão e à provisão para créditos de liquidação duvidosa e outras provisões aparecerão, no Balanço Patrimonial, deduzidas das respectivas depreciações, amortizações, exaustões ou provisões para créditos de liquidação duvidosa e outras provisões. 23.1. Composição do Balanço Conforme Lei 6.404/76 (artigos 176 a 182 e artigo 187) e NBC T.3, o Balanço Patrimonial é constituído pelo Ativo, pelo Passivo e pelo Patrimônio Líquido. - Ativo compreende os bens, os direitos e as demais aplicações de recursos controlados pela entidade, capazes de gerar benefícios econômicos futuros, originados de eventos ocorridos. - Passivo compreende as origens de recursos representados pelas obrigações para com terceiros, resultantes de eventos ocorridos que exigirão ativos para a sua liquidação. - Patrimônio Líquido compreende os recursos próprios da Entidade, e seu valor é a diferença positiva entre o valor do Ativo e o valor do Passivo. Quando o valor do Passivo for maior que o valor do Ativo, o resultado é denominado Passivo a Descoberto. Portanto, a expressão Patrimônio Líquido deve ser substituída por Passivo a Descoberto. 23.2. Agrupamento das Contas Os elementos da mesma natureza e os saldos de reduzido valor quando agrupados, e desde que seja indicada a sua natureza e nunca devem ultrapassar, no total, um décimo do valor do respectivo grupo de contas, sendo vedada a utilização de títulos genéricos como "diversas contas" ou "contas correntes". 23.3. Procedimentos Para Elaboração do Balanço

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Ao término do exercício, como se faz em todos os meses, procede-se ao levantamento do balancete de verificação, com o objetivo de conhecer os saldos das contas do razão e conferir sua exatidão. No balancete são relacionadas todas as contas utilizadas pela empresa, sejam elas patrimoniais ou de resultado, demonstrando seus débitos, créditos e saldos. As contas do balancete, no fim do exercício, sejam patrimoniais ou de resultado, nem sempre representam, entretanto, os valores reais do patrimônio, naquela data, nem as variações patrimoniais do exercício, porque os registros contábeis não acompanham a dinâmica patrimonial no mesmo ritmo em que ela se desenvolve. Desta forma, muitos dos componentes patrimoniais aumentam ou diminuem de valor, sem que a contabilidade registre tais variações, bem como muitas das receitas e despesas, recebidas ou pagas durante o exercício, não correspondem realmente aos ingressos e ao custo do período. Daí a necessidade de se proceder ao ajuste das contas patrimoniais e de resultado, na data do levantamento do balanço, para que elas representem, em realidade, os componentes do patrimônio nessa data, bem como suas variações no exercício. 23.4. Conciliação dos Saldos Contábeis A conciliação consiste, basicamente, na comparação do saldo de uma conta com uma informação externa à contabilidade, de maneira que se possa ter certeza quanto à exatidão do saldo em análise. As fontes de informações mais usuais para verificação dos registros contábeis são os livros fiscais, os extratos bancários, as posições de financiamentos e carteiras de cobranças, as folhas de pagamento, os controles de caixa, etc. 23.5. Ajustes e Reclassificações Patrimoniais Para elaboração do balanço devem ser efetuados vários ajustes e reclassificações nas contas patrimoniais, como estoques, empréstimos, etc. Calcula-se também a provisão para o Imposto de Renda e a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido, de acordo com as normas tributárias vigentes, fazendo-se a respectiva contabilização. Para elaboração do balanço devem ser efetuados vários ajustes e reclassificações nas contas patrimoniais, entre os mais comuns são: 1 - na data da elaboração do balanço (geralmente 31 de dezembro), prepara-se o balancete de verificação, da mesma forma ao que se faz mensalmente; 2 - confronta-se o saldo de cada conta do razão com os livros auxiliares tais como: livro caixa, contas correntes, registro de duplicatas, fichas de estoques de mercadorias, fichas de controle do ativo imobilizado; 3 - elabora-se o inventário dos materiais, de mercadorias, dos produtos manufaturados, dos produtos em elaboração, dos móveis e utensílios, das máquinas e equipamentos, das duplicatas a receber e a pagar, dos devedores e credores em contas correntes, e de outros componentes patrimoniais suscetíveis de serem inventariados; 4 - após elaborar o inventário, confrontam-se seus totais com os saldos das respectivas contas e dos registros específicos de cada bem. Caso sejam constatadas divergências, e apuradas suas causas, deve-se proceder aos ajustes;

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5 - efetua-se os cálculos de depreciação dos bens, procedendo-se aos respectivos lançamentos. Nas empresas que apuram custos mensais, as depreciações são apropriadas mensalmente; 6 - procede-se à regularização das contas de despesas dos exercícios seguintes (seguros a apropriar, assinaturas de periódicos, etc.) 7 - apura-se o resultado da conta de mercadorias, transferindo-o para a conta de resultados; 8 - ajusta-se outras contas patrimoniais, como os investimentos (cálculo da Equivalência Patrimonial), transferência das parcelas a vencer no exercício seguinte do exigível a longo prazo para o circulante, variações cambiais e monetárias sobre os valores a receber e pagar (do tipo empréstimos bancários), apropriação dos juros sobre aplicações financeiras, etc. 23.6. Lançamentos de Encerramento do Exercício Para apuração do resultado do exercício, faz-se os lançamentos de encerramento, debitando-se as contas de receitas e creditando-se uma conta transitória, chamada de "apuração do resultado do exercício". O inverso é efetuado nas contas de despesas e custos, debitando-se a conta "Apuração do Resultado do Exercício" e creditando-se as contas de custos ou despesas. O saldo da conta "Apuração do Resultado do Exercício" será então transferido para a conta de "Resultados a Destinar", sendo esta distribuída para outras contas patrimoniais, conforme proposta da administração. 23.7. Classificação das Contas Patrimoniais Após os ajustes pertinentes e lançamentos de encerramento das contas de resultado, as contas remanescentes são apenas as contas patrimoniais, que devem ser separadas e classificadas em grupos para elaboração do balanço patrimonial, sendo que o saldo do ativo deve ser igual ao do passivo. 24. CONTAS DO BALANÇO PATRIMONIAL A empresa deve manter escrituração contábil com base na legislação comercial e com observância das Normas Brasileiras de Contabilidade. O balanço patrimonial é uma das demonstrações contábeis que visa a evidenciar, de forma sintética, a situação patrimonial da empresa e dos atos e fatos consignados na escrituração contábil. Essa demonstração deve ser estruturada de acordo com os preceitos da Lei 6.404/76 (chamada "Lei das S/A") e segundo os Princípios Fundamentais de Contabilidade. Tal estrutura de contas, dentro do conceito legal da própria Lei 6.404/76 (artigos 176 a 182 e artigo 187), em síntese, se compõe de:

ATIVO PASSIVO CIRCULANTE NÃO CIRCULANTE REALIZÁVEL A LONGO PRAZO INVESTIMENTOS IMOBILIZADO INTANGÍVEL

CIRCULANTE NÃO CIRCULANTE PATRIMÔNIO LÍQUIDO

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24.1. Estrutura e Classificação das Contas Patrimon iais A estrutura básica das contas patrimoniais e de resultados deve ser a seguinte: 1. Ativo; 2. Passivo; 3. Receitas; 4. Despesas. De acordo com a Lei nº. 6.404/76, as contas serão classificadas segundo os elementos do patrimônio que registrem, e agrupadas de modo a facilitar o conhecimento e a análise da situação financeira da companhia. No ativo, as contas serão dispostas em ordem decrescente do grau de liquidez dos elementos nelas registrados, nos seguintes grupos: 1.1 ATIVO CIRCULANTE 1.2 ATIVO NÃO CIRCULANTE 1.3 Realizável a Longo Prazo 1.4 Investimentos 1.5 Imobilizado 1.6 Intangível No passivo, por sua vez, as contas serão dispostas em ordem decrescente de exigibilidade, apresentando o seguinte grupamento: 2.1 PASSIVO CIRCULANTE 2.2 PASSIVO NÃO CIRCULANTE 2.3 PATRIMÔNIO LÍQUIDO 2.3.1 Capital Social 2.3.2 Reservas de Capital 2.3.3 Ajustes de Avaliação Patrimonial 2.3.4 Reservas de Lucros 2.3.4.01 Reserva Legal 2.3.4.02 Reserva de Incentivos Fiscais 2.3.5 (-) Ações em Tesouraria 2.3.6 (-) Prejuízos Acumulados Como exemplo, temos a conta "Caixa", que registrará o dinheiro em espécie (papel-moeda) disponível na tesouraria da empresa. Trata-se de uma conta do Ativo Circulante, subgrupo Disponibilidades. 24.2. Níveis do Plano de Contas Como sugestão, o Plano de Contas deve conter no mínimo, 4 (quatro) níveis: Nível 1: Ativo, Passivo, Patrimônio Líquido, Receitas, Custos e Despesas. Nível 2: Ativo: Circulante, Não Circulante / Passivo e Patrimônio Líquido: Circulante, Não Circulante e Patrimônio Líquido. / Receitas: Receita Bruta, Deduções da Receita Bruta, Outras Receitas Operacionais / Custos e Despesas Operacionais.

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Nível 3: Contas que evidenciem os grupos a que se referem, como por exemplo: Nível 1 - Ativo Nível 2 - Ativo Circulante Nível 3 - Bancos Conta Movimento Nível 4: Sub-contas que evidenciem o tipo de registro contabilizado, como por exemplo: Nível 1 - Ativo Nível 2 - Ativo Circulante Nível 3 - Bancos Conta Movimento Nível 4 - Banco A Abaixo, segue um exemplo simplificado de uma estrutura de plano de contas em 4 níveis: 1. ATIVO 1.1 ATIVO CIRCULANTE 1.1.1 Caixa 1.1.1.01 Caixa Geral 1.1.2 Bancos C/Movimento 1.1.2.01 Banco Alfa 1.1.3 Contas a Receber 1.1.3.01 Clientes 1.1.3.02 Outras Contas a Receber 1.1.3.09 (-) Duplicatas Descontadas 1.1.4 Estoques 1.1.4.01 Mercadorias 1.1.4.02 Produtos Acabados 1.1.4.03 Insumos 1.1.4.04 Outros 1.2 NÃO CIRCULANTE 1.2.1 Contas a Receber 1.2.1.01 Clientes 1.2.1.02 Outras Contas 1.2.2 INVESTIMENTOS 1.2.2.01 Participações Societárias 1.2.3 IMOBILIZADO 1.2.3.01 Terrenos 1.2.3.02 Construções e Benfeitorias 1.2.3.03 Máquinas e Ferramentas 1.2.3.04 Veículos 1.2.3.05 Móveis 1.2.3.98 (-) Depreciação Acumulada 1.2.3.99 (-) Amortização Acumulada 1.2.4 INTANGÍVEL 1.2.4.01 Marcas 1.2.4.02 Softwares 1.2.4.99 (-) Amortização Acumulada 2. PASSIVO 2.1 CIRCULANTE 2.1.1 Impostos e Contribuições a Recolher 2.1.1.01 Simples a Recolher 2.1.1.02 INSS 2.1.1.03 FGTS 2.1.2 Contas a Pagar 2.1.2.01 Fornecedores 2.1.2.02 Outras Contas 2.1.3 Empréstimos Bancários 2.1.3.01 Banco A - Operação X 2.2 NÃO CIRCULANTE 2.2.1 Empréstimos Bancários

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2.2.1.01 Banco A - Operação X 2.2.2. Resultados Diferidos 2.2.2.01 (-) Custos Diferidos 2.3 PATRIMÔNIO LÍQUIDO 2.3.1 Capital Social 2.3.2.01 Capital Social Subscrito 2.3.2.02 Capital Social a Realizar 2.3.2. Reservas 2.3.2.01 Reservas de Capital 2.3.2.02 Reservas de Lucros 2.3.3 Prejuízos Acumulados 2.3.3.01 Prejuízos Acumulados de Exercícios Anteriores 2.3.3.02 Prejuízos do Exercício Atual 3. CUSTOS E DESPESAS 3.1 Custos dos Produtos Vendidos 3.1.1 Custos dos Materiais 3.1.1.01 Custos dos Materiais Aplicados 3.1.2 Custos da Mão-de-Obra 3.1.2.01 Salários 3.1.2.02 Encargos Sociais 3.2 Custo das Mercadorias Vendidas 3.2.1 Custo das Mercadorias 3.2.1.01 Custo das Mercadorias Vendidas 3.3 Custo dos Serviços Prestados 3.3.1 Custo dos Serviços 3.3.1.01 Materiais Aplicados 3.3.1.02 Mão-de-Obra 3.3.1.03 Encargos Sociais 3.4 Despesas Operacionais 3.4.1 Despesas Gerais 3. 4.1.01 Mão-de-Obra 3.4.1.02 Encargos Sociais 3.4.1.03 Aluguéis 3.5 Perdas de Capital 3.5.1 Baixa de Bens do Ativo Não Circulante 3.5.1.01 Custos de Alienação de Investimentos 3.5.1.02 Custos de Alienação do Imobilizado 4. RECEITAS 4.1 Receita Líquida 4.1.1 Receita Bruta de Vendas 4.1.1.01 De Mercadorias 4.1.1.02 De Produtos 4.1.1.03 De Serviços Prestados 4.1.2 Deduções da Receita Bruta 4.1.2.01 Devoluções 4.1.2.02 Serviços Cancelados 4.2 Outras Receitas Operacionais 4.2.1 Vendas de Ativos Não Circulantes 4.2.1.01 Receitas de Alienação de Investimentos 4.2.1.02 Receitas de Alienação do Imobilizado

MODELO BÁSICO DE PLANO DE CONTAS O modelo abaixo apresentado está voltado a atividade industrial, podendo ser adaptado às diversas situações empresariais.

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1 ATIVO

1.1 ATIVO CIRCULANTE

1.1.1 Disponível

1.1.1.01 Caixa Geral

1.1.1.01.001 Caixa Matriz

1.1.1.01.002 Caixa Filial 1

1.1.1.01.100 Fundo Fixo de Caixa – Matriz

1.1.1.02 Bancos Conta Movimento

1.1.1.02.001 Banco Nacional S.A.

1.1.1.03 Aplicações Financeiras de Liquidez Imediata

1.1.1.03.001 Banco Nacional S.A.

Natureza: Devedora, sempre.

1.1.2 Créditos (Valores a Receber)

1.1.2.01 Duplicatas a Receber

1.1.2.01.001 Cia. ECP Ltda. 1.1.2.02 ( - ) Duplicatas Descontadas

1.1.2.02.001 ( - ) Cia. ECP Ltda.

1.1.2.03 ( - ) Créditos Vencidos e não Liquidados *

1.1.2.03.001 ( - ) Cia. ECP Ltda.

1.1.2.04.001 ( - ) Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa

1.1.2.05.001 ( - ) P.D.D.

1.1.2.10 Outros Créditos

1.1.2.10 Títulos a Receber 1.1.2.10.001 Promissárias a receber 1.1.2.20 Cheques em Cobrança 1.1.2.20.001 ... 1.1.2.30 Adiantamentos a Fornecedores 1.1.2.30.001 Cia. Fornecedora de Produtos S.A. 1.1.2.40 Adiantamentos a Empregados 1.2.1.40.001 Salários 1.1.2.40.002 13º Salário 1.1.2.50 Empréstimos a Empregados 1.1.2.50.001 ... 1.1.2.60 Tributos a Recuperar/Compensar 1.1.2.60.001 IPI a Recuperar 1.1.2.60.002 ICMs a Recuperar 1.1.2.60.003 Imposto de Renda Retido na Fonte 1.1.2.70 Aplicações Financeiras 1.1.2.70.001 Banco Nacional S.A.

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1.1.2.80 Ações 1.1.2.80.001 Aplicações em Ações 1.1.3 Estoques 1.1.3.01 Mercadorias, Produtos e Insumos. 1.1.3.01.001 Mercadorias para Revenda 1.1.3.01.002 Matérias-Primas 1.1.3.01.003 Material de Embalagem. 1.1.3.01.004 Materiais auxiliares de Produção. 1.1.3.01.005 Produtos em Elaboração 1.1.3.01.006 Produtos Acabados para venda 1.1.3.02 Almoxarifado 1.1.3.02.001 Almoxarifado de Manutenção 1.1.3.02.002 Almoxarifado Administrativo 1.1.3.03 ( - ) Provisão para Ajuste do Estoque ao Valor de M ercado 1.1.3.03.001 ( - )... 1.1.4 Despesas Pagas Antecipadamente 1.1.4.01 Despesas de Exercícios Seguintes 1.1.4.01.001 Prêmios de Seguros a Apropriar 1.1.4.01.002 Assinaturas e Anuidades 1.1.4.01.003 ... 1.2. ATIVO NÃO CIRCULANTE

1.2.1 ATIVO REALIZÁVEL A LONGO PRAZO 1.2.1.01 Duplicatas a Receber 1.2.1.01.001 ... 1.2.1.02 ( - ) Duplicatas Descontadas 1.2.1.02.001 ( - ) ... 1.2.1.03 ( - ) Créditos Vencidos e não Liquidados * 1.2.1.03.001 ( - ) ... 1.2.2 Outros Créditos 1.2.2.01 Títulos a Receber 1.2.2.01.001 ... 1.2.2.02 Aplicações Financeiras 1.2.2.02.001 Banco Nacional S.A. 1.3 ATIVO PERMANENTE 1.3.1 Investimentos 1.3.1.01 Controladas e Coligadas – Equivalência Patrimonial 1.3.1.01.001 Controlada “A” – Valor Patrimonial 1.3.1.01.002 Controlada “A” – Ágio na Aquisição 1.3.1.01.003 Controlada “A” – Amortização Acumulada do Ágio 1.3.1.01.004 Controlada “A” – Deságio na Aquisição

1.3.1.01.005 Controlada “A” – Deságio na Aquisição

1.3.1.02 ...

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47

1.3.1.03 Outras Participações Societárias

1.3.1.03.001 ...

1.3.1.04 Participações por Incentivos Fiscais

1.3.1.04.001 Finor

1.3.1.04.002 Finam

1.3.1.04.003 Funres

1.3.1.05 Imóveis não destinados ao uso

1.3.1.05.001 ...

1.3.1.06 Outros Investimentos Permanentes

1.3.1.06.004 Objeto de Arte

1.3.1.06.006 ...

1.3.1.07 Provisão para Perdas Permanentes

1.3.1.07.001 ( - ) Controladas e Coligadas – Equivalência Patrimonial

1.3.1.07.002 ( - ) Controladas e Coligadas – Custo Corrigido

1.3.1.07.003 ( - ) Outras Participações Societárias

1.3.1.07.004 ( - ) Participações por Incentivos Fiscais

1.3.1.07.005 ( - ) Imóveis não destinados ao Uso

1.3.1.07.006 ( - ) Outros Investimentos Permanentes

1.3.1.07.007 ( - ) ...

1.3.2 Imobilizado

1.3.2.01 Imóveis

1.3.2.01.001 Terrenos

1.3.2.01.002 Edifícios

1.3.2.01.003 Construções

1.3.2.01.004 ...

1.3.2.02 Móveis e Utensílios

1.3.2.02.001 ...

1.3.2.03 Máquinas e Equipamentos

1.3.2.03.001 ...

1.3.2.04 Veículos

1.3.2.04.001 ...

1.3.2.05 Ferramentas

Page 52: Intensivo de Contabilidade - 13ª Edição

48

1.3.2.05.001 ...

1.3.2.07 Benfeitorias em Propriedades de Terceiros

1.3.2.07.001 ...

1.3.2.09 ( - ) Depreciações, Amortizações e Exaustões Acumul adas

1.3.2.09.001 ( - ) Depreciações de Edifícios

1.3.2.09.002 ( - ) Depreciações de Móveis e Utensílios

1.3.2.09.003 ( - ) Depreciações de Máquinas e Equipamentos

1.3.2.09.004 ( - ) Depreciações de Veículos

1.3.2.09.005 ( - ) Depreciações de Ferramentas

1.3.2.09.006 ( - ) Amortizações e Depreciações de Benfeitorias em Propriedades de Terceiros

1.3.2.09.007 ( - ) ...

1.3.3 Ativo Intangível

1.3.3.01 Marcas e Patentes

2 PASSIVO

2.1. PASSIVO CIRCULANTE

2.1.1 Fornecedores

2.1.1.01 Fornecedores Nacionais

2.1.1.01.001 ...

2.1.2 Empréstimos e Financiamentos

2.1.2.01 Empréstimos e Financiamentos Bancários

2.1.2.01.001 Banco Tal S.A.

2.1.2.02 Empréstimos de pessoas ligadas

2.1.2.02.001 ...

2.1.3 Obrigações Trabalhistas

2.1.3.01 Folha de Pagamento de Empregados

2.1.3.01.001 Salários a Pagar

2.1.3.01.002 Férias a Pagar

2.1.3.01.003 Rescisões de Empregados a Pagar

2.1.3.01.004 13º Salário e Encargos a Pagar

2.1.3.02 Folha de Pagamento de Autônomos

2.1.3.02.001 Rendimentos a Pagar

2.1.3.03 Folha de Pagamento de Dirigentes

Page 53: Intensivo de Contabilidade - 13ª Edição

49

2.1.3.03.001 Pró-Labore a Pagar

2.1.3.04 Encargos Sociais a Pagar

2.1.3.04.001 INSS – Empregados a Recolher

2.1.3.04.002 INSS – Empresa a Pagar

2.1.3.04.003 FGTS a pagar

2.1.3.04.004 Contribuição Sindical a Recolher

2.1.4 Obrigações Tributárias

2.1.4.01 Impostos Retidos a Recolher

2.1.4.01.001 IRF a Recolher (retido de PF)

2.1.3.01.002 IRF a Recolher (retido de PJ)

2.1.4.01.003 ISS Retido a Recolher.

2.1.4.01.004 ICMS Retido a Recolher

2.1.4.02 Impostos e Contribuições sobre o Lucro

2.1.4.02.001 IRPJ a pagar

2.1.4.02.002 Contribuição Social a Pagar

2.1.4.03.002 IPI a Pagar

2.1.4.03.003 COFINS a Pagar

2.1.4.03.003 PIS a Pagar

2.1.5 Contas a Pagar

2.1.5.01 Tarifas a Pagar

2.1.5.01.001 Brasil Telecom a Pagar

2.1.5.01.002 GVT a Pagar

2.1.5.01.003 Correios a Pagar

2.1.5.01.004 ...

2.1.5.02 Contas Várias a Pagar

2.1.0.02.001 Seguros a Pagar

2.1.0.02.002 Aluguel a Pagar

2.1.0.02.003 Consórcios a Pagar

2.1.0.02.004 Comissões sobre Vendas a Pagar

2.1.0.02.005 ...

2.1.6 Adiantamentos

2.1.6.01 Adiantamentos de Clientes

Page 54: Intensivo de Contabilidade - 13ª Edição

50

2.1.6.01.001 ...

2.2 PASSIVO NÃO CIRCULANTE

2.2.1 Passivo Exigível A Longo Prazo

2.2.1.01 Empréstimos e Financiamentos Bancários

2.2.1.01.001 Banco Tal S.A.

2.4 PATRIMÔNIO LÍQUIDO

2.4.1 Capital Social

2.4.1.01 Capital Subscrito

2.4.1.01.001 Capital Social

2.4.1.02 ( - ) Capital a Integralizar

2.4.1.02.001 ( - ) ...

2.4.2 Reservas

2.4.2.01 Reservas de Capital

2.4.2.01.001 Correção Monetária do Capital Integralizado *

2.4.2.01.002 Ágio na Emissão de Ações

2.4.2.01.003 Doações e Subvenções para Investimentos

2.4.2.01.004 ( - ) Ações/Quotas em Tesouraria

2.4.2.01.005 ...

2.4.2.02 Reservas de Reavaliação

2.4.2.03 Reservas de Lucros

2.4.2.03.001 Reserva Legal

2.4.2.03.002 Reserva Estatutária

2.4.2.03.003 Reserva para Contingências

2.4.2.03.004 Reserva de Lucros a Realizar

2.4.2.03.005 Reserva Especial

2.4.2.03.006 ( - ) Ações/Quotas em Tesouraria

2.4.2.03.007 Reserva de Incentivos Fiscais

2.4.3 Prejuízos Acumulados

2.4.3.01 Prejuízos Acumulados

2.4.3.01.001 ( - ) Prejuízos Acumulados

2.4.4 Resultado do Exercício em Curso

2.4.4.1.001 Resultado do Exercício

Page 55: Intensivo de Contabilidade - 13ª Edição

51

3. RESULTADO

3.1 Receitas Operacionais

3.1.1 Receita Bruta de Vendas

3.1.1.01 Receita com Vendas no País\

3.1.1.01.001 Vendas de Produtos

3.1.1.01.002 Revenda de Mercadorias

3.1.1.01.003 Vendas de Serviços

3.1.1.01.004 ICMS retido s/faturamento

3.1.1.02 Receitas com Vendas para o Exterior

3.1.1.03 Outras Receitas Operacionais

3.1.1.03.001 Recuperação de Despesas

3.1.1.03.002 Reversão de Provisões

3.1.2 ( - ) Deduções das Receitas de Vendas

3.1.2.01 ( - ) Devoluções, Descontos e Abatimentos

3.1.2.01.001 ( - ) Devoluções de Vendas

3.1.2.01.001 ( - ) Descontos a Abatimentos Concedidos

3.1.2.02 Tributos e Contribuições sobre Vendas

3.1.2.02.001 ICMS s/Vendas

3.1.2.02.002 IPI s/Vendas

3.1.2.02.003 PIS s/Vendas

3.1.2.02.004 COFINS s/Vendas

3.2 Custo das Vendas

3.2.1 Custo dos Produtos Vendidos

3.2.1.01 CPV

3.2.1.01.001 CPV

3.2.2 Custo das Mercadorias Vendidas

3.2.2.01 CMV

3.2.2.01.001 CMV

3.2.3 Custo dos Serviços Prestados

3.2.3.01 CSP

3.2.3.01.001 CSP

Page 56: Intensivo de Contabilidade - 13ª Edição

52

3.3 Despesas Operacionais

3.3.1 Despesas Administrativas

3.3.1.01 Despesas Trabalhistas

3.3.1.01.001 Pró-Labore

3.3.1.01.002 Salários

3.3.1.01.003

3.3.1.01.004 Férias

3.3.1.01.005 13º Salário

3.3.1.01.006 Aviso prévio e indenizações trabalhistas

3.3.1.01.007 INSS

3.3.1.01.008 FGTS

3.3.1.01.009 ...

3.3.1.02 Despesas Gerais

3.3.1.02.001 Aluguéis passivos

3.3.1.02.002 Água e esgoto

3.3.1.02.003 Energia Elétrica

3.3.1.02.004 Telefone, fax, internet

3.3.1.02.005 Consumo de material de escritório

3.3.1.02.006 Condução

3.3.1.02.007 Correios e Malote

3.3.1.02.008 Material de Limpeza

3.3.1.02.009 Viagens

3.3.1.02.010 Manutenção e conservação

3.3.1.02.011 Depreciação e Amortizações

3.3.1.02.012 Fretes e Carretos

3.3.1.02.013 Assistência Médica

3.3.1.02.014 Combustíveis e Lubrificantes

3.3.1.02.015 Leasing

3.3.1.02.016 Serviços de Terceiros – PF

3.3.1.02.017 Serviços de Terceiros – PJ

3.3.1.02.018 Dispêndios com Alimentação

3.3.1.02.019 Feiras/Congressos/Simpósios/Cursos

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53

3.3.1.02.020 Telefone

3.3.1.02.021 PAT – Programa de Alimentação do Trabalhador

3.3.1.02.022 Vale Transporte

3.3.1.02.023 Bens de Pequeno Valor

3.3.1.02.024 Pedágios

3.3.1.02.025 Jornais, Revistas e Periódicos

3.3.1.02.026 Estadas

3.3.1.02.027 Confraternizações

3.3.1.02.028 Brindes

3.3.1.02.029 Seguros

3.3.1.02.030 Sindicato Patronal e Associações de Classe

3.3.1.02.031 Despesas Bancárias

3.3.2 Despesas Financeiras Líquidas

3.3.2.01 Despesas Financeiras

3.3.2.01.001 Variação Monetária Passiva

3.3.2.01.002 Variação Cambial Passiva

3.3.2.01.003 Juros Passivos

3.3.2.01.004 Descontos Concedidos

3.3.2.02 Receitas Financeiras

3.3.2.02.001 Variação Monetária Ativa

3.3.2.02.002 Variação Cambial Ativa

3.3.2.02.003 Ganhos com Aplicações Financeiras

3.3.2.02.004 Juros Ativos

3.3.2.02.005 Descontos Obtidos

3.3.3 Despesas Tributárias

3.3.3.01 Impostos Taxas e Contribuições

3.3.3.01.001 IOF

3.3.3.01.001 PIS Receitas Operacionais Diversas

3.3.3.01.002 IPTU

3.3.3.01.003 IPVA

3.3.3.01.004 IRF – Exclusivo na Fonte

3.3.3.01.005 Alvará

Page 58: Intensivo de Contabilidade - 13ª Edição

54

3.3.3.01.006 ...

3.3.4 Despesas com Vendas

3.3.4.01 Despesas Trabalhistas

3.3.4.01.001 Pró-Labore

3.3.4.01.002 Salários

3.3.4.01.003 Horas Extras

3.3.4.01.004 Férias

3.3.4.01.005 13º Salário

3.3.4.01.006 Aviso prévio e indenizações trabalhistas

3.3.4.01.007 INSS

3.3.4.01.008 FGTS

3.3.4.01.009 Comissões Sobre Vendas

3.3.4.02 Despesas Gerais

3.3.4.02.001 Aluguéis passivos

3.3.4.02.002 Água e esgoto

3.3.4.02.003 Energia Elétrica

3.3.4.02.004 Telefone, fax, internet

3.3.4.02.005 Consumo de material de escritório

3.3.4.02.006 Condução

3.3.4.02.007 Correios e Malote

3.3.4.02.008 Material de Limpeza

3.3.4.02.009 Viagens

3.3.4.02.010 Manutenção e conservação

3.3.4.02.011 Depreciações e Amortizações

3.3.4.02.012 Fretes e Carretos

3.3.4.02.013 Assistência Médica

3.3.4.02.014 Combustíveis e Lubrificantes

3.3.4.02.015 Leasing

3.3.4.02.016 Serviços de Terceiro – PF

3.3.4.02.017 Serviços de Terceiros – PJ

3.3.4.02.018 Dispêndios com Alimentação

3.3.4.02.019 Feiras/Congressos/Simpósios/Cursos

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3.3.4.02.020 Telefone

3.3.4.02.021 PAT – Programa de Alimentação do Trabalhador

3.3.4.02.022 Vale Transporte

3.3.4.02.023 Bens de Pequeno Valor

3.3.4.02.024 Pedágios

3.3.4.02.025 Jornais, Revistas e Periódicos

3.3.4.02.026 Estadas

3.3.4.02.027 Confraternizações

3.3.4.02.028 Brindes

3.3.4.02.029 Seguros

3.3.4.02.030 Créditos Vencidos e Não Liquidados *

3.3.4.02.031 Propaganda e Publicidades

3.3.4.02.032 Provisão para Devedores Duvidosos

3.3.5 Resultados de Participações Societárias

3.3.5.01 Resultado de Equivalência Patrimonial

3.3.5.01.001 ...

3.3.5.02 Lucros ou Dividendos Recebidos

3.3.5.03 Rendimentos de Outros Investimentos

3.3.5.04 Amortização de Ágio ou Deságio de Investimentos

3.4 OUTRAS RECEITAS

3.4.1. Alienação de Bens Permanentes

3.4.1.01 Alienação de Bens Permanentes

3.4.1.01.001 Alienação de Investimentos

3.4.1.01.002 Alienação de Imobilizado

3.4.1.02 ( - ) Custo na Alienação de Bens Permanentes

3.4.1.02.001 ( - ) Custo na Alienação de Investimentos

3.4.1.02.002 ( - ) Custo na Alienação de Imobilizado

4 Custos de Produção

4.1 Custo Direto

4.1.1 Custos Diretos de Produção

4.1.1.01 Mão-de-Obra Direta

4.1.1.01.001 Salários e Ordenados

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4.1.1.01.002 Pró-Labore

4.1.1.01.003 Prêmios e Gratificações

4.1.1.01.004 13º Salário

4.1.1.01.005 Férias

4.1.1.01.006 INSS

4.1.1.01.007 FGTS

4.1.1.01.008 Indenizações e Aviso Prévio

4.1.1.01.009 Assistência Médica e Social

4.1.1.01.010 ...

4.1.1.02 Material Direto

4.1.1.02.001 Matéria Prima Consumida

4.1.1.02.002 Material de Embalagem Consumido

4.1.1.02.003 Consumo de Material Auxiliar de Produção

4.1.1.03 Outros Custos Diretos

4.1.1.03.001 Energia Elétrica

4.1.1.03.002 Serviços de Terceiros

4.1.1.03.003 ......

5 Apuração do Resultado do Exercício

5.1. Apuração do Resultado do Exercício

5.1.1 A.R.E.

5.1.1.01 A.R.E.

5.1.1.01.001 A.R.E.

25. Exercícios de Fixação 1. Assinale “V” para Verdadeiro e “F” para Falso nas assertivas abaixo. ( ) Para o conjunto de aplicações de recursos, que são todos os bens e direitos que a empresa possui, podemos denominar de ativo a origem de recursos de terceiros. ( ) Pode ser entendido como a compra de um veículo para utilização na empresa como uma aplicação de recursos. ( ) O conjunto de obrigações assumidos por uma empresa é denominado de Ativo. ( ) As contas do Ativo correspondem aos Direitos e às Obrigações Assumidas perante terceiros.

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( ) O Patrimônio Líquido compreende origens de Recursos Próprios. ( ) Devido a equiparação às normas de contabilidade internacional a forma de apresentação do Balanço sofreu mudanças em sua estrutura, conforme previsto nas leis 11.638/07 e 11.941/08. ( ) Existem relatórios contábeis que são obrigatórios e existem alguns ainda que são facultativos. É facultativo a DVA, salvo para as Companhias Abertas. ( ) A Demonstração de Mutação do Patrimônio Líquido, evidencia as contas do movimentadas no patrimônio liquido – PL da empresa. A demonstração identifica os fluxos ocorridos entre as contas e as variações nos saldos de um período para o outro. ( ) Os Relatórios de Administração ou Diretoria demonstram a variação de caixa e equivalentes de caixa pela diferença das entradas e saídas de recursos. ( ) O Balanço Social é um demonstrativo publicado anualmente pela empresa reunindo um conjunto de informações sobre os projetos, benefícios e ações sociais dirigidas os empregados, investidores, analistas de mercado, acionistas e à comunidade. ( ) No balanço patrimonial, as contas deverão ser classificadas segundo os elementos do patrimônio que registrem e devem ser agrupadas de modo a facilitar o conhecimento e a análise da situação financeira da empresa. 2. Responda aos questionamentos. Qual a composição do Balanço Patrimonial? Quais grupos de Contas compõe o grande grupo do Ativo, após as alterações da Lei 11.941/08 As contas do Balanço podem ter diversos níveis, sendo sugerido um mínimo de quatro, relacione estes níveis. Quais contas podem fazer parte do Ativo Não Circulante? Cite alguns exemplos de Contas de Resultado. 26. REGIMES DE CONTABILIDADE - APURAÇÃO DE RESULTAD OS 26.1. Regimes de Contabilidade Entende-se por regime na contabilidade o processo ou sistema de registro contábil dos fatos patrimoniais que dizem respeito ao reconhecimento das receitas e despesas que deverão participar da apuração do resultado, gerando o lucro ou prejuízo do exercício. As receitas e as despesas representam fatos contábeis necessários ao desenvolvimento do ramo de negócio da empresa, e a comparação entre elas revelará o resultado do exercício espelhado no lucro ou prejuízo. Os registros destes fatos causam variações que aumentam a situação líquida do patrimônio e são classificadas como receitas, ou diminuem a situação líquida do patrimônio e são classificadas como despesas. 26.2. Regime de Caixa

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O Regime de Caixa é aquele onde, ao contrário do regime de competência, as despesas e receitas são reconhecidas conforme o pagamento e recebimento, respectivamente. É o regime mais simples que existe, e é o regime de contabilização, das pessoas físicas. No regime de caixa só interessa o momento em que ocorrem os pagamentos e recebimentos de valores. Não existe a apropriação das despesas e receitas de acordo com o período ao qual se refiram. Regime de caixa é o regime contábil que apropria as receitas no período de seu pagamento ou recebimento, independentemente do momento em que são realizadas. Este regime é oposto ao regime de competência, pois considera as saídas e entradas de caixa como "gatilho" para o registro contábil da transação. No Brasil não é utilizado em função da legislação fiscal, tributária e societária que estabelece o regime de competência como obrigatório. O regime de caixa é utilizado, pela legislação fiscal, para as pessoas físicas, as prestadoras de serviços, e em outras situações específicas. É um regime de gestão financeira e não de contabilidade. Na apuração do resultado do Exercício devem ser consideradas todas as despesas pagas e todas as receitas recebidas no respectivo exercício, independentemente da data da ocorrência de seus fatos geradores. Em outras palavras, por esse regime somente entrarão na apuração do resultado as despesas e as receitas que passaram pelo Caixa. O Regime de Caixa somente é admissível em entidades sem fins lucrativos, em que os conceitos de receita de despesa se identificam, algumas vezes, com os de recebimento e pagamento. Representação Gráfica do Regime de Caixa 26.3. Regime de Competência A apropriação das despesas e receitas de acordo com o período ao qual se refiram é utilizado pelo regime de competência. A regra geral para as pessoas jurídicas, tanto pela lei comercial quanto pela lei fiscal, é o regime de competência. Conforme artigo 177 da Lei das S.A. (Lei 6.404/76), “A escrituração da companhia será mantida em registros permanentes, com obediência aos preceitos da legislação comercial e

Total das Receitas Recebidas em 2010 Total das Despesas Pagas em 2010

Apuração do Resultado em 2010

Regime de Caixa

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desta Lei e aos princípios de contabilidade geralmente aceitos, devendo observar métodos ou critérios contábeis uniformes no tempo e registrar as mutações patrimoniais segundo o regime de competência.” Regime de competência é o que apropria receitas e despesas ao período de sua realização, independentemente do efetivo recebimento das receitas ou do pagamento das despesas. Como exemplo podemos citar uma compra de mercadorias a prazo: - Se a compra ocorreu no mês de janeiro com pagamento em fevereiro, a despesa deverá constar nos registros de janeiro, embora o pagamento seja feito em fevereiro. Contabilmente, em janeiro, computa-se a despesa e como contra-partida (vide partidas dobradas), cria-se uma obrigação em Contas a pagar. Em fevereiro, por ocasião do pagamento, deduz-se o valor pago de Contas a pagar e reduz-se o valor do caixa. Desse regime decorre o Principio da Competência de Exercícios, e por ele serão consideradas, na apuração do /resultado do Exercício, as despesas incorridas e as receitas realizadas no respectivo exercício, tenham ou não sido pagas ou recebidas. De acordo com esse regime, não importa se as despesas ou receitas passaram pelo Caixa (pagas ou recebidas); o que vale é a data da ocorrência dos respectivos fatos geradores. Nas entidades com fins lucrativos – empresas -, são fundamentais os conceitos de custo e de receita, que envolvem o regime de competência, pois a elas não importa o que foi pago ou recebido, mas o que foi consumido e recuperado, para apuração do resultado do exercício. Representação Gráfica do Regime de Cmpetência 27. CONSIDERAÇÕES SOBRE RECEITA 27.1. Realização da Receita A receita é considerada realizada: - no momento em que há a transferência do bem ou serviço para terceiros, efetuando estes o pagamento ou assumindo o compromisso firme de fazê-lo no futuro (exemplo: venda a prazo);

Total das Receitas Auferidas em 2010 Total das Despesas Auferidas em 2010

Apuração do Resultado em 2010

Regime de Competência

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- quando ocorrer a extinção de uma exigibilidade sem o desaparecimento concomitante de um bem ou direito (exemplo: perdão de dívidas ou de juros devidos); - pelo aumento natural dos bens ou direitos (exemplo: juros de aplicações financeiras); - no recebimento efetivo de doações e subvenções. 28. CONSIDERAÇÕES SOBRE DESPESA 28.1. Realização da Despesa A despesa é considerada incorrida quando: - ocorrer o consumo de um bem ou direito (exemplo: desgaste de máquinas); - ocorrer o surgimento de uma obrigação (exigibilidade) sem o correspondente aumento dos bens ou direitos (exemplo: contingências trabalhistas); - deixar de existir o correspondente valor do bem ou direito pela sua transferência de propriedade para um terceiro (exemplo: a baixa de mercadorias do estoque quando da efetivação da venda). O fato gerador da despesa é o consumi efetivo, imediato ou de longo prazo, de bens e/ou serviços, nas atividades da sociedade ou organização. 29. CORRELAÇÃO ENTRE RECEITA E DESPESA A receita é uma variável dependente e a despesa, da qual aquela decorre, é uma variável independente. Uma despesa acontece quando bens ou serviços são consumidos ou utilizados no processo de geração de receitas. No que concerne a consumo de recursos, o termo “despesa” tem o mesmo sentido de custo. As receitas e as despesas devem ser incluídas na apuração do resultado do período em que ocorrerem, sempre simultaneamente quando se correlacionarem, independentemente do recebimento ou pagamento. 29.1. Comparativo entre Regime de Caixa e Regime de Competência A Cia. Futura Comercial de Computadores Ltda, vendeu em junho de 2009 R$ 70.000 a ser recebido em três parcelas iguais e sem juros (30, 60 e 90 dias); tendo como despesa incorrida no mesmo período R$ 56.000. Referente às despesas, a empresa pagou até o último dia do ano, o valor de R$ 40.000.

REGIME D R E COMPETÊNCIA CAIXA RECEITAS R$ 70.000,00 R$ 46.666,67 DESPESAS (R$ 56.000,00) (R$ 40.000,00) RESULTADO R$ 14.000,00 R$ 6.666.67

30. OPÇÃO PELO REGIME DE CAIXA E COMPETÊNCIA As empresas optantes pelo SIMPLES NACIONAL e as empresas tributadas com base no Lucro Presumido podem optar pelo regime de caixa, para fins de apuração dos tributos, sendo a opção irretratável para todo o ano-calendário. As empresas do Lucro Real são obrigadas a ao regime de competência.

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31. DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO (DRE) Apuração anual do resultado O artigo 187 da Lei nº. 6.404, de 15 de dezembro de 1976 (Lei das Sociedades por Ações), instituiu a Demonstração do Resultado do Exercício. Esta Demonstração tem como objetivo principal apresentar de forma vertical e resumida o resultado apurado em relação ao conjunto de operações realizadas num determinado período, normalmente, de doze meses. As empresas deverão na Demonstração do Resultado do Exercício discriminar:

- a receita bruta das vendas e serviços, as deduções das vendas, os abatimentos e os impostos; - a receita líquida das vendas e serviços, o custo das mercadorias e serviços vendidos e o lucro bruto; - as despesas com as vendas, as despesas financeiras, deduzidas das receitas, as despesas gerais e administrativas, e outras despesas operacionais; - o lucro ou prejuízo operacional, as receitas e despesas não operacionais; - o resultado do exercício antes do Imposto sobre a Renda e a provisão para o imposto; - as participações de debêntures, empregados, administradores e partes beneficiárias, e as contribuições para instituições ou fundos de assistência ou previdência de empregados; - o lucro ou prejuízo líquido do exercício e o seu montante por ação do capital social.

Na determinação da apuração do resultado do exercício serão computados em obediência ao princípio da competência:

a) as receitas e os rendimentos ganhos no período, independentemente de sua realização em moeda; b) os custos, despesas, encargos e perdas, pagos ou incorridos, correspondentes a essas receitas e rendimentos.

MODELO BÁSICO

DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO - DRE RECEITA OPERACIONAL (-) Deduções da Receita Bruta RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA (-) Custo dos Produtos Vendidos RESULTADO BRUTO (-) Despesas Operacionais OUTRAS RECEITAS OPERACIONAIS (-) Outras Despesas Operacionais RESULTADO OPERACIONAL RECEITA NA ALIENAÇÃO DE ATIVO PERMANENTE (-) Custo do Bem vendido RESULTADO NÃO OPERACIONAL RESULTADO ANTES DO IR IR RESULTADO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO

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A demonstração do resultado do exercício (DRE) é uma demonstração contábil dinâmica que destinada a evidenciar a formação do resultado líquido em um exercício, através do confronto das receitas, custos e despesas, apuradas segundo o princípio contábil do regime de competência. O exemplo acima é meramente ilustrativo. No decorrer a obra as demonstrações contábeis obrigatórias e as facultativas serão examinadas e exemplificadas. Até o momento tratamos das partes envolvidas na contabilidade os itens que compõem esta ciência. Na Parte II, será desenvolvida de forma prática a Contabilidade, sendo demonstrado através de exemplos exercícios sua funcionalidade. Demonstração simplificada de encerramento do exercício

DRE DRE Receitas 90.000 Receitas 75.000 Despesas (65.000) Despesas (83.000) Lucro 25.000 Prejuízo (8.000) 32. Exercícios de Fixação 1. Indique “V” para Verdadeiro e “F” para falso nas assertivas abaixo: ( ) Entende-se por regime na contabilidade o processo ou sistema de registro contábil dos fatos patrimoniais que dizem respeito ao reconhecimento das contas patrimoniais que deverão participar da apuração do resultado, gerando o lucro ou prejuízo do exercício. ( ) O Regime de Caixa é aquele onde, ao contrário do regime de competência, as despesas e receitas são reconhecidas conforme o pagamento e recebimento, respectivamente. É o regime mais simples que existe, e é o regime de contabilização, das pessoas físicas. ( ) Regime de caixa é o regime contábil que apropria as receitas no período de seu pagamento ou recebimento, independentemente do momento em que são realizadas. ( ) A apropriação das despesas e receitas de acordo com o período ao qual se refiram é utilizado pelo regime de competência. ( ) Regime de competência é o que apropria receitas e despesas ao período de sua realização ou de seu pagamento, sempre com dependência efetivo recebimento das receitas ou do pagamento das despesas. ( ) A DRE é uma demonstração que tem como objetivo principal apresentar de forma vertical e resumida o resultado apurado em relação ao conjunto de operações realizadas num determinado período, normalmente, de doze meses. 2. Responda aos questionamentos: Conceitue Receitas e Despesas. Defina Regime de Caixa e regime de Competência.

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PARTE II - CONTABILIDADE 1. FUNDAMENTOS DA CONTABILIDADE 1.1. Débitos e Créditos Na Contabilidade, os termos débito e crédito são meras convenções contábeis, não significando no momento do lançamento algo que seja favorável ou desfavorável à empresa. As pessoas que estão iniciando em contabilidade costumam associar esses termos – débito e crédito – a valores a receber ou a valores a pagar e até mesmo a significados de coisas boas e ruins no patrimônio da empresa. Na verdade, débito e crédito são simplesmente meras convenções contábeis, com uma função específica em cada conta. Como vimos na Parte I, os lançamentos são feitos em representações chamadas de razonetes. Estes lançamentos são separados em lançamentos a Débito e a Crédito, em decorrência do direcionamento das contas contábeis envolvidas entre Ativo, Passivo, Receitas e Despesas. Os eventos reconhecidos na contabilidade que podem vir a modificar ou não os valores de cada conta são chamados de Atos e Fatos Contábeis. 1.2. Razonete Razonete é uma representação gráfica em forma de T muito utilizada pelos contadores – O razonete é a forma didática mais simples de se demonstrar os valores que estão sendo demonstrados nos lançamentos contábeis, sendo um instrumento didático para desenvolver o raciocínio contábil. Através dos razonetes são efetuados registros individuais por conta, O é composto por dois lados. Na parte superior do razonete será colocado o título da conta que será movimentada. No lado esquerdo do razonete serão lançados os valores a Débito. No lado direito do razonete serão lançados os valores a crédito. Para cada conta do Balanço Patrimonial será aberto um razonete e nele será feita a movimentação. De um lado, registram-se os aumentos, de um outro, as diminuições. A natureza das contas do Ativo, Passivo e Patrimônio Líquido determinarão em qual lado deve ser utilizado para aumentos e que lado deve ser utilizado para diminuições em cada conta, devido às origens e aplicações de recursos. Exemplificando os lançamentos em uma conta de ativo, os aumentos serão registrados no lado esquerdo do razonete, e as diminuições serão lançadas no lado direito do razonete. No caso de contas de passivo ou contas de patrimônio líquido, os aumentos serão registrados no lado direito do razonete, e as diminuições, no lado esquerdo do razonete.

TÍTULO DA CONTA

Lançamento a Crédito Lançamento a Debito

Representação Gráfica do Razonete

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1.3. Débito O lançamento contábil a Débito representa algo que se tem ou adquire – Aplicação de Recursos. Por exemplo, em uma transação, onde certa quantia é transferida de A para B, dizemos que A tem um crédito para com B e este, por sua vez, tem um débito para com a pessoa A. A identificação das origens (credores) e dos destinos (devedores) dos recursos faz com que os conceitos de débito e crédito sejam difíceis de compreender à primeira vista. Estes conceitos são equivocadamente associados a diminuições e aumentos de capital, respectivamente. 1.4. Crédito Os lançamentos a Créditos representam valores referentes à origens de recursos na empresa. Por exemplo, na compra de veículo a prazo. Este veículo é um débito na conta de ativos, enquanto a dívida é lançada como crédito nas contas do passivo. O veículo comprado é um bem adquirido (um débito), sendo um aumento na conta de ativos. Por sua vez, o valor que foi emprestado para a compra deste bem foi a origem financeira, neste caso (um crédito) que também é uma nova obrigação para a empresa (passivo). 1.5. Lançamentos Contábeis A natureza da conta é que irá determinar o lado a ser utilizado para os aumentos e o lado para as diminuições, como pode ser visto a seguir, são. O Lançamento Contábil é o registro dos fatos contábeis - aqueles que provocam mudanças na composição do patrimônio da entidade - Estes lançamentos são efetuados de acordo com o método das Partidas Dobradas . As Contas Contábeis possuem dois lados: Lado Esquerdo e Lado Direito. Para fins de perfeita utilização dos corretos lados das contas contábeis, os aumentos podem ser registrados de um lado e as diminuições de outro. A natureza da conta é que irá determinar o lado a s er utilizado para os aumentos e o lado a ser utilizado para as diminuições . 1.5.1 Contas do Ativo Os elementos do Ativo ficam do lado esquerdo do Balanço Patrimonial. Por isso, todas as contas do Ativo (Bens e Direitos) sempre devem apresentar saldos devedores, isto é, no lado esquerdo. Observe que uma empresa pode possuir ou não bens e direitos. Não existem bens negativos e tampouco direitos negativos. Assim, as contas do Ativo devem possuir saldo devedor ou nulo. Para que uma conta do Ativo - Bens e Direitos - tenha saldo devedor, é necessário que as variações (aumentos e diminuições) nela ocorridas sejam registrados da seguinte forma:

Crédito Débito

R$ Diminuições R$ Aumentos

Qualquer Conta do Ativo

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1.5.2. Contas do Passivo de Contas do Patrimônio Lí quido Contas do Passivo: As contas do Passivo aparecem sempre no lado direito do Balanço. Neste caso, com elas, ocorre o inverso do que acontece com o Ativo. Com este efeito, os aumentos e as diminuições do Passivo que representas as obrigações, devem ser registrados da seguinte forma: Contas do Patrimônio Líquido: O Patrimônio Líquido, também chamado PL, fica do lado direito do Balanço, e o critério dos lançamentos contábeis é o mesmo aplicado ao Passivo, sendo: Nota: O Balanço Patrimonial é constituído pelo Ativo, pelo Passivo e pelo Patrimônio Líquido. O Ativo compreende os bens, os direitos e as demais aplicações de recursos controlados pela entidade, capazes de gerar benefícios econômicos futuros, originados de eventos ocorridos. O Passivo compreende as origens de recursos representados pelas obrigações para com terceiros, resultantes de eventos ocorridos que exigirão ativos para a sua liquidação. O Patrimônio Líquido compreende os recursos próprios da entidade, e seu valor é a diferença positiva entre o valor do Ativo e o valor do Passivo. Quando o valor do Passivo for maior que o valor do Ativo, o resultado é denominado Passivo a Descoberto. Nesse caso, no Balanço Patrimonial, a expressão Patrimônio Líquido deve ser substituída por Passivo a Descoberto.

Crédito Débito

R$ Aumentos R$ Diminuições

Qualquer Conta do Passivo

REGRAS GERAIS PARA CONTAS PATRIMONIAIS Todo aumento de Ativo será lançado no lado esquerdo do razonete: Debita-se Toda diminuição de Ativo será lançado no lado direito do razonete: Credita-se Todo aumento de Passivo e PL será lançado no lado esquerdo do razonete: Credita-se Toda diminuição do Passivo e PL será lançado no lado direito do razonete: Debita-se

Crédito Débito

R$ Aumentos R$ Diminuições

Qualquer Conta do Passivo

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1.5.3. Contas de Custos e Contas de Despesas As contas de Custos e Despesas estarão representadas no Demonstrativo de Resultados do Exercício (DRE). Tem natureza de lançamento a débitos. Com efeito, os aumentos e as diminuições dos Custos e Despesas devem ser registrados da seguinte forma: 1.5.4. Contas de Receitas As contas das Receitas aparecem sempre no lado direito dos Razonetes, que estarão representados Demonstrativo de Resultado do Exercício (DRE). Com efeito, os aumentos e as diminuições das Receitas devem ser registrados da seguinte forma: O Lançamento Contábil que é feito nas contas Patrimoniais, pertencentes ao grupo do ATIVO, PASSIVO EXIGÍVEL e PATRIMÔNIO LÍQUIDO, e nas contas de Resultado, representadas pelas RECEITAS, e DESPESAS, terão efeitos de aumentos ou diminuições nas respectivas contas.

Crédito Débito

R$ Diminuições R$ Aumentos

Qualquer Conta de Custo ou

Qualquer conta de Despesa

REGRAS GERAIS PARA CONTAS DE RESULTADO

Todo aumento de Receita será lançado no lado esquerdo do razonete: Credita-se Toda diminuição de Receita será lançado no lado direito do razonete: Debita-se Todo aumento de Despesa ou Custo será lançado no lado esquerdo do razonete: Debita-se Toda diminuição de Despesa ou Custo será lançado no lado direito do razonete: Credita-se

Crédito Débito

R$ Aumentos R$ Diminuições

Qualquer Conta de Receita

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As contas de ATIVO, por terem saldo devedor, são aumentadas de valor por lançamentos a DÉBITO e diminuídas por lançamentos a CRÉDITO. As contas de PASSIVO EXIGÍVEL e de PATRIMÔNIO LÍQUIDO, por apresentarem saldo credor, são aumentadas de valor por lançamentos CRÉDITO e diminuídas por lançamentos a DÉBITO. As contas relativas às RECEITAS e DESPESAS, por afetarem diretamente o Patrimônio Liquido, são, CREDITADAS em relação as Receitas - porque aumentam o PL - e DEBITADAS em relação as Despesas - porque diminuem o PL. O Lançamento Contábil que é feito nas contas Patrimoniais, pertencentes ao grupo do ATIVO, PASSIVO EXIGÍVEL e PATRIMÔNIO LÍQUIDO, e nas contas de Resultado, representadas pelas RECEITAS, e DESPESAS, terão efeitos de aumentos ou de diminuições nas respectivas contas. As contas de ATIVO, por terem saldo devedor, são aumentadas de valor por lançamentos a DÉBITO e diminuídas por lançamentos a CRÉDITO. As contas de PASSIVO e de PATRIMÔNIO LÍQUIDO, por apresentarem saldo credor, são aumentadas de valor por lançamentos CRÉDITO e diminuídas por lançamentos a DÉBITO. As contas relativas às RECEITAS e DESPESAS, por afetarem diretamente o Patrimônio Liquido, são CREDITADAS em relação as Receitas porque aumentam o PL e DEBITADAS em relação as Despesas porque diminuem o PL.

TABELA DE DISTRIBUIÇÃO DAS FUNÇÕES DO DÉBITO E CRÉD ITO

NATUREZA PARA O SALDO

DAS CONTAS DO SALDO AUMENTAR DIMINUIR

Ativo = Bens e Direitos Devedor Debita Credita

Passivo = Obrigações Credor Credita Debita

Patrimônio Líquido Credor Credita Debita

Receitas Credor Credita Debita

Despesas Devedor Debita Credita

Contas Retificadoras do Ativo Credor Credita Debita

Contas Retificadoras do Passivo Devedor Debita Credita

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1.6. Organograma das funções de Débito e Crédito 1.6.1. Débito

1.6.2. Crédito 1.7. Métodos das Partidas Dobradas O Método das Partidas Dobradas, ou Método Veneziano que foi descrito pela primeira vez por Luca Pacioli no livro Summa de Arithmetica, Geometria Proportioni et Propornaliti em 1494, é um sistema padrão usado em empresas e demais organizações para registrar transações financeiras. Este sistema é internacionalmente reconhecido para os lançamentos contábeis. Sua premissa básica define que a condição financeira e os resultados das operações de uma empresa ou organização serão melhores representados por diversas variáveis que são chamadas contas. Cada conta deve refletir um aspecto em particular do negócio como certo

DÉBITO

ATIVO PASSIVO PATRIMÔNIO LÍQUIDO

Diminuição do Valor

Aumento do Valor

Diminuição do Valor

Aplicação de Recursos

Aplicação de Recursos

Aplicação de Recursos

CRÉDITO

PASSIVO PATRIMÔNIO LIQUIDO

Aumento do Valor

Diminuição do Valor

Aumento do Valor

Origem de Recursos

Origem de Recursos

Origem de Recursos

ATIVO

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valor monetário correspondente ao bem, direito, obrigação ou qualquer outro item que corresponde. Cada transação financeira será registrada na forma de entradas em pelo menos duas contas, nas quais o total de débitos deve ser igual ao total de créditos. O patrimônio de uma empresa está em constante mutação. Assim, toda transação que a empresa realiza, está simplesmente alterando o seu patrimônio, ou seja, "algo vai, outro algo vem em seu lugar". No exemplo da compra do computador que é um bem e esta compra sendo feita à vista, por exemplo, esse "haver" chegou à empresa e está representado por uma conta contábil. Será dada entrada no patrimônio por um valor monetário. Concomitantemente, outra conta contábil deverá ser igualmente movimentada, e representará os numerários que se foram sacrificados para esta aquisição, neste caso o "Caixa". Ou outro exemplo seria se esta compra fosse a prazo, a conta (Caixa) seria substituída por uma que representaria uma obrigação futura da empresa com um terceiro, esta conta contábil de obrigação será chamada "Contas a Pagar". Diante do exposto, vemos que as partidas dobradas representam um registro, patrimonial ou de resultado do período, que representará algo que vai, simultaneamente a outro algo que vem , portanto, são lançamentos de débito e crédito, ou de haver e dever de igual valor. 1.8. Regras básicas Para Lançamentos Contábeis Dado um fato contábil, devem ser observadas algumas regras para efetuar seu devido Lançamento Contábil. Exemplo: Compra de um computador à vista e em dinheiro no valor total de $ 1.000,00 1º passo – identificar quais as contas envolvidas no Fato Contábil; Caixa (conforme mencionado no exemplo o pagamento foi em dinheiro) Computadores (bens) 2º passo – identificar qual a natureza das contas. Verificar a quais grupos pertencem as contas envolvidas no lançamento: Ativo; Passivo; Patrimônio Líquido; Receitas; ou Despesas. Nota: Observe que as contas de Ativo e Passivo, têm subdivisões específicas entre Circulante e Não Circulante, conforme o grau de liquidez para as contas de Ativo e conforme a exigibilidade para as contas do Passivo. Para melhor identificação das contas envolvidas, no título da conta deve ser marcado a qual grupo esta conta pertence. Esta marcação ajudará a encontrar as contas quando efetuar os lançamentos e também para realizar seu zeramento. Esta identificação pode ser feita usando as iniciais dos grandes grupos de Ativo e Passivo. Ativo Circulante = AC Ativo Não Circulante = ANC Passivo Circulante = PC Passivo Não Circulante = PNC Em nosso exemplo a conta Caixa, pertence ao grupo do Ativo Circulante (AC) e a conta Computadores pertence ao grupo do Ativo Não Circulante (ANC) Caixa – Conta do Ativo (AC) Computadores – conta do Ativo (ANC) 3º passo – identificar neste evento o que o fato provoca sobre o saldo das contas, ou seja, se o saldo da conta aumentará ou diminuirá. Em nosso exemplo, temos:

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Caixa (AC) o saldo diminuirá ( - ); Computadores (ANC) o saldo aumentará ( + ); 4º passo – efetuar o lançamento contábil segundo determina o método das partidas dobradas, observe a Tabela de Distribuição das Funções do Débito e Crédito, para direcionar como será feito o lançamento em relação à origem e aplicação do recurso:

DÉBITO = APLICAÇÃO DE RECURSO CRÉDITO = ORIGEM DO RECURSO

Na contabilidade, não podemos perder o seguinte foc o:

Ainda no exemplo referente à compra do computador à vista:

DÉBITO = APLICAÇÃO DE RECURSO CRÉDITO = ORIGEM DO RECURSO

Caixa (AC) Computadores (ANC)

Crédito Débito Débito Crédito

R$ 1.000,00 R$ 1.000,00

Observe que o valor de R$ 1.000,00 da conta Caixa, corresponde à origem do recurso e este mesmo valor foi direcionado para a conta Computadores, que está correspondendo à aplicação do recurso. Ou seja, foi originado de Caixa e aplicado em Computadores.

Titulo da conta

=

=

PASSIVO +PL

ORIGEM

CRÉDITO

=

=

ATIVO

APLICAÇÃO

DÉBITO

PATRIMÔNIO:

FLUXO:

=

=

=

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71

O conjunto de acontecimentos reconhecidos na contabilidade, que constituem a dinâmica patrimonial é proveniente dos atos e fatos administrativos. Estes atos e fatos podem aumentar, diminuir ou até não ter efeito naquele momento sobre o patrimônio da empresa. 2. ATOS ADMINISTRATIVOS E FATOS CONTÁBEIS 2.1. Atos Administrativos O entendimento comum de Ato Contábil, está em função de acontecimentos que não alteram o patrimônio, por isso, não são registrados nos livros contábeis. Por exemplo: contratos, avais, fianças, orçamentos, etc. Nota: e muito comum encontrar a denominação Ato Contábil para os eventos acima descritos. 2.2. Fatos Contábeis Já os Fatos Contábeis, são aqueles que provocam modificações no Patrimônio da entidade, sendo, por isso, objeto de contabilização através das contas patrimoniais ou das contas de resultado, podendo ou não alterar o Patrimônio Líquido. Estes acontecimentos provocam alterações qualitativas e quantitativas ou ambas, no Patrimônio da entidade. Por exemplo: compras de mercadorias, vendas de mercadorias ou serviços, direitos adquiridos, obrigações assumidas com terceiros, receitas e despesas reconhecidas. Classificação dos Fatos Contábeis: Os fatos contábeis são classificados de acordo com a forma que atuará sobre o patrimônio da entidade. - Fatos Contábeis Permutativos - Fatos Contábeis Modificativos Aumentativos - Fatos Contábeis Modificativos Diminutivos - Fatos Contábeis Mistos Aumentativos - Fatos Contábeis Mistos Diminutivos 2.2.1. Fatos Permutativos São acontecimentos que não alteram o valor do Patrimônio Líquido da empresa. São meras permutas entre as contas patrimoniais. Compra de mercadorias a vista + Ativo - Ativo Compra de mercadorias a prazo + Ativo + Passivo Pagamento de duplicata - Passivo - Ativo Transferência de valores do longo prazo para o curto prazo

- Passivo + Passivo

Transferência de lucros para aumento de capital

- Patrimônio Líquido + Patrimônio Líquido

2.2.2. Fatos Modificativos Aumentativos São acontecimentos que aumentam o Patrimônio Líquido da empresa.

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72

Recebimento de receita + Ativo + Patrimônio Líquido Perdão de uma dívida - Passivo + Patrimônio Líquido 2.2.3. Fatos Modificativos Diminutivos São acontecimentos que diminuem o Patrimônio Líquido da empresa. Pagamento de salários - Patrimônio Líquido - Ativo Provisão de Férias - Patrimônio Líquido + Passivo 2.2.4. Fatos Mistos ou Compostos Aumentativos São acontecimentos em que há: - permuta entre os elementos patrimoniais; e - aumento do Patrimônio Líquido.

Recebimento de Duplicatas Receber com juros + Ativo - Ativo + Patrimônio Líquido

Pagamento de Duplicatas a Pagar com desconto

- Passivo - Ativo + Patrimônio Líquido

Renovação de dívida com desconto - Passivo + Passivo + Patrimônio Líquido

Emissão de Debêntures com ágio + Ativo + Passivo + Patrimônio Líquido

2.2.5. Fatos Mistos ou Compostos Diminutivos São acontecimentos em que há: - permuta de elementos patrimoniais; - diminuição do Patrimônio Líquido. Recebimento de Duplicatas a Receber com desconto

+ Ativo - Patrimônio Líquido

- Ativo

Pagamento de Duplicatas a Pagar com juros - Patrimônio Líquido - Passivo

- Ativo

Renovação de dívida com juros - Patrimônio Líquido - Passivo + Passivo

Emissão de Debêntures com deságio + Ativo - Patrimônio Líquido

+ Passivo

3. EXEMPLIFICAÇÃO DE LANÇAMENTOS CONTÁBEIS Alguns Exemplos de Débitos e Créditos 1. Integralização de Capital no valor de R$ 100.000 ,00: O Sr. João Dornas e o Sr. Pedro Malaquias resolveram constituir uma sociedade para vender biscoitos. O nome da empresa será Que Delícia Comercio de Biscoitos Ltda. Quando se reuniram para definir os valores que cada um iria integralizar no capital social da empresa, chegaram ao seguinte acordo: O Sr. João Dornas iria colocar no ato R$ 30.000,00 na empresa, para a composição do Capital Social.

Page 77: Intensivo de Contabilidade - 13ª Edição

73

O Sr. Pedro Malaquias iria colocar no ato R$ 70.000,00 na empresa, para a composição do Capital Social. Contas envolvidas: Caixa e Capital Social Devido à entrada do dinheiro na sociedade o caixa será aumentado em R$ 100.000,00. Devido à integralização o capital social será aumentado em R$ 100.000,00 Observe que os saldos das contas envolvidas, neste momento os saldos das contas envolvidas será de R$ 100.000,00 para a conta Caixa, no Ativo Circulante e R$ 100.000,00 para a conta Capital Social no Patrimônio Líquido. 2. Abertura de conta corrente para segurança dos va lores da empresa. Nesta abertura foi transferido R$ 95.000,00 para o banco: Observe que a transferência dos valores de caixa para a conta banco, deixou o caixa com R$ 5.000,00. Será feita mera transferência dos valores da conta Caixa para a conta Bancos. Como podemos observar, não houve diminuição no valor patrimonial da empresa, visto que os valores simplesmente transitaram da conta caixa para a conta banco. 3. Compra de uma sala comercial no valor de R$ 25.0 00,00, com pagamento a vista: Devido baixa do valor do caixa para a compra do terreno, haverá uma transição dos valores da conta Banco para a conta de Edificações.

R$ 100.000,00

Caixa (AC)

Débito

R$ 100.000,00

Capital Social (PL)

Crédito

R$ 95.000,00

Banco Conta Movimento (AC)

Débito

R$ 5.000,00

R$ 100.000,00 R$ 95.000,00

Saldo da conta Caixa

Crédito

Caixa (AC)

R$ 25.000,00

Sala Comercial (ANC)

Débito

R$ 70.000,00

R$ 25.000,00 R$ 95.000,00

Saldo da conta Banco

Crédito

Banco Conta Movimento (AC)

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74

4. Compra de biscoitos para revenda, no valor de R$ 5.000,00: Depois de aberta a empresa e integralizado o capital, abertura da conta no banco e aquisição da sala comercial foi adquirido um lote de mercadorias para revenda, no valor de R$ 5.000,00, sendo esta compra realizada a prazo. Neste momento a empresa terá uma obrigação com um fornecedor de biscoitos, que deverá ser saldado em certa data conforme a contratação que foi convencionada entre as partes. 4. SINALIZAÇÃO DOS LANÇAMENTOS Os valores que demonstramos até o momento em relação aos lançamentos contábeis são valores meramente ilustrativos, onde não há uma seqüencialidade lógica de fatos ocorridos em uma empresa. Para fins didáticos, devido ao grande numero de lançamentos que ocorrem no dia a dia de uma empresa, deve ser sinalizado qual lançamento de débito é o crédito correspondente. Por exemplo: Tomemos como base o lançamento referente à integralização de capital: Devido à entrada do dinheiro na sociedade o caixa será aumentado em R$ 100.000,00. Devido à integralização o capital social será aumentado em R$ 100.000,00 Neste ponto, saberemos em caso de consulta posterior que o lançamento a débito que corresponde o numero 1, é a contrapartida do lançamento a crédito que também corresponde o numero 1. Parece redundante neste primeiro momento. Mas no decorrer dos lançamentos, teremos contas com diversas movimentações, teremos dificuldade de encontrar a qual contrapartida corresponde determinado valor, durante uma conciliação. Através da numeração dos lançamentos torna-se mais fácil este procedimento. Observe estas contas: 1) Pagamento de Fornecedores no valor de R$ 1.000,0 0, com cheque:

R$ 5.000,00

Estoque de Biscoitos (AC)

Débito

R$ 5.000,00

Fornecedores (PC)

Crédito

1 R$ 100.000,00

Caixa (AC)

Débito

R$ 100.000,00 1

Capital Social (PL)

Crédito

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75

2) Pagamento de energia elétrica no valor de R$ 250 ,00 com cheque: 3) Compra de mercadorias para revenda no valor de R $ 10.000,00 com cheque: 4) Compra de um computador no valor de R$ 1.250,00 com cheque: Observe que nestes quatro eventos foi movimentada diversas vezes a conta Banco. Se não houver a numeração, será mais difícil visualizar as correspondências de cada lançamento. Exemplos de marcações utilizados:

DÉBITO CRÉDITO NUMÉRICO

1 1 2 2 ... ... 35 35 ... ... ALFABÉTICO A A

Y R$ 100.000,00

Banco Conta Movimento (AC)

R$ 1.000,00 1

Fornecedores (PC) 1 R$ 1.000,00 R$ 50.000,00 X

Energia Elétrica (PC) 2 R$ 250,00 R$ 250,00 z Y R$ 100.000,00

Banco Conta Movimento (AC)

R$ 1.000,00 1

R$ 250,00 2

Estoque de Mercadorias (AC) 3 R$10.000,00 Y R$ 100.000,00

Banco Conta Movimento (AC)

R$ 1.000,00 1

R$10.000,00 3

R$ 250,00 2

Computadores (ANC) 4 R$ 1.250,00

R$ 1.250,00 4

Y R$ 100.000,00

Banco Conta Movimento (AC)

R$ 1.000,00 1

R$10.000,00 3

R$ 250,00 2

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76

B B ... ... AA AA BB BB ... ...

ALFA NUMÉRICO 1A 1A 1B 1B 1C 1C ... ...

Obs: comumente se utiliza para as marcações o sistema numérico. Esta não é uma regra, servindo apenas como indicação em relação a forma mais adotada para se trabalhar. 5. Exercícios de Fixação Desafio 1: Com base nos dados fornecidos no item EXEMPLIFICAÇÃO DE LANÇAMENTOS CONTÁBEIS , vamos contabilizar os seguintes eventos: Empresa: Nome Fictício Comercio de Mercadorias Ltda . 1) Integralização de Capital Social no valor de R$ 150.000,00 2) Abertura de conta corrente, onde foi transferido 140.000,00 para o banco. 3) Compra de 2 computadores no valor de R$ 1.250,00 cada, pago à vista, com cheque. 4) Compra de 1 sala comercial onde será realizada as atividades da empresa, no valor de 150.000,00 através de financiamento, que será pago em no prazo de seis meses. 5) Compra de um carro para utilização nas atividades, no valor de R$ 20.000,00, pago à vista, com cheque. 6) Compra de mercadorias para revenda no valor de R$ 15.000,00, pago à vista, com cheque.

RAZONETES PARA OS LANÇAMENTOS

Titulo da Conta (Grupo)

Crédito Débito

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77

6. BALANÇO PATRIMONIAL Como já vimos a partir do item 20, da parte I, o Balanço Patrimonial é uma ferramenta onde será demonstrada a posição da empresa naquele momento de seu “fechamento”. Entenda como fechamento, como a apuração dos saldos dos valores de cada conta, não sendo relacionado com o fim da empresa. Para encerramento as contas, apuram-se os saldos de cada uma destas contas e transferimos para as contas correspondentes do balanço. Vamos verificar como ficaria o Balanço Patrimonial da empresa que o Sr. João Dornas e o Sr. Pedro Malaquias abriram. Primeiro passo: Verificar os saldos de cada conta para transferir para o Balanço Patrimonial: 1. Integralização de Capital no valor de R$ 100.000 ,00: 2. Abertura de conta corrente para segurança dos va lores da empresa. Nesta abertura foi transferido R$ 95.000,00 para o banco: 3. Compra de uma sala comercial no valor de R$ 25.0 00,00, com pagamento a vista: 4. Compra de biscoitos para revenda, no valor de R$ 5.000,00:

R$ 70.000,00

R$ 25.000,00 R$ 95.000,00

Saldo

Banco Conta Movimento (AC)

R$ 25.000,00

R$ 25.000,00

Sala Comercial (ANC)

Saldo

R$ 5.000,00 R$ 95.000,00

Banco Conta Movimento (AC)

Esta conta ainda está sendo utilizada. Neste ponto, não será apurado seu saldo.

R$ 100.000,00 R$ 95.000,00

Saldo

Caixa (AC)

R$ 100.000,00

R$ 100.000,00

Caixa (AC)

Saldo

R$ 100.000,00

R$ 100.000,00

Capital Social (PL)

Saldo

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78

Segundo Passo: Zerar as contas, transferindo os sal dos para o Balanço Patrimonial:

R$ 5.000,00

R$ 5.000,00

Estoque de Biscoitos (AC)

Saldo

R$ 5.000,00

R$ 5.000,00

Fornecedores (PC)

Saldo

R$ 100.000,00

R$ 100.000,00

Capital Social (PL)

R$ 100.000,00

R$ 5.000,00 R$ 5.000,00

R$ 5.000,00

Fornecedores (PC)

R$ 5.000,00 R$ 5.000,00

R$ 5.000,00

Estoque de Biscoitos (AC)

R$ 25.000,00 R$ 25.000,00

R$ 25.000,00

Sala Comercial (ANC)

R$ 5.000,00 R$ 5.000,00

R$ 100.000,00 R$ 95.000,00

Caixa (AC)

R$ 70.000,00 R$ 70.000,00

R$ 25.000,00 R$ 95.000,00

Banco Conta Movimento (AC)

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BALANÇO PATRIMONIAL Que Delícia Comercio de Biscoitos Ltda Balanço encerrado em XX.XX.XXXX ATIVO PASSIVO CIRCULANTE CIRCULANTE Caixa R$ 5.000,00 Fornecedores R$ 5.000,00 Banco Conta Movimento R$ 70.000,00 Estoques de Biscoitos R$ 5.000,00 Não Circulante Patrimônio Líquido Sala Comercial R$ 25.000,00 Capital Social R$ 100.000,00 Total do Ativo R$ 105.000,00 Total do Passivo R$ 105 .000,00 - E os Fatos Contábeis envolvidos nestes lançamentos que foram demonstrados no Balanço Patrimonial? - Bem Lembrado! - Vamos analisar esta parte agora. 1) Integralização de capital: Como os sócios integralizaram o valor de R$ 100.000,00 e não havia dinheiro no Caixa da empresa e tampouco valor no Capital Social. Dizemos que houve um fato Permutativo. Nota: Este evento poderá gerar certa discussão no sentido de não haver patrimônio para comparação de aumento ou diminuição ou até se este patrimônio não foi modificado devido ao evento em questão. Algumas pessoas podem tomar partido que este fato seria Modificativo Aumentativo, devido ao fato de não haver valor algum inicialmente na empresa. 2) Transferência de Valores do Caixa para o Banco: Neste evento, os valores simples mudaram de lugar, dentro do Ativo. Dizemos que houve um fato Permutativo 3) Compra de uma Sala Comercial: Neste evento, os valores simplesmente mudaram de lugar dentro do Ativo, passando do Ativo Circulante para o Ativo Não Circulante. Dizemos que houve um fato Permutativo. 4) Compra de biscoitos para revenda a prazo: Neste evento os valores envolvidos estão aumentando tanto o Ativo, quanto o Passivo. Dizemos que houve um fato Permutativo. - Mas por que somente houve Fatos Permutativos nos lançamentos contábeis que realizamos? Os Fatos contábeis que interferem em modificações no patrimônio da entidade, estão ligados aos eventos de Receita e Despesa, que serão analisados mais adiante, caso em que poderá ser observado os Fatos Contábeis Modificativos. 7. Exercícios de Fixação Desafio 2: Com base nos saldos dos lançamentos efetuados nos razonetes do Desafio 1, demonstre o Balanço Patrimonial desta empresa.

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80

BALANÇO PATRIMONIAL

Balanço encerrado em XX.XX.XXXX ATIVO PASSIVO CIRCULANTE CIRCULANTE Não Circulante Patrimônio Líquido Total do Ativo Total do Passivo Vamos testar mais um pouco os conhecimentos adquiri dos até agora: Contabilize os eventos abaixo descritos, fechando os razonetes e transferindo os saldos de cada razonete para um balanço demonstrativo da situação da empresa em relação ao mês de janeiro. Dados: Uma empresa do comércio realizou, no ano de 2010, em ordem cronológica, as seguintes transações no mês de Janeiro. 05.01 – Integralização do capital pelos sócios, em dinheiro – R$ 25.000,00. 08.01 – compra de um imóvel da imobiliária Casa Grande Ltda, por R$ 10.000,00 com pagamento de 50% à vista e o restante a prazo. 08.01 – compra à vista de instalações, sendo divisórias e cortinas por R$ 2.000. 15.01 – Compra de equipamentos de informática a prazo, em 5 parcelas, da empresa Info Web Ltda por R$ 7.500, sendo 3 computadores completos no valor de R$ 6.000,00 e 1 impressora no valor de $ 1.500,00. 18.01 – Abertura de conta corrente no Banco Alfa, sendo transferido R$ 10.000,00 do caixa para o banco. 19.01 – Obtenção de empréstimo no próprio Banco Alfa, no valor de R$10.000. 21.01 – Pagamento de R$1.500, Info Web Ltda, referente 1º. Parcela da compra dos equipamentos de informática, que deveria ser feita dentro do mês da aquisição. 25.01 – Compra de mercadorias para revenda à vista, utilizando os valore do empréstimo junto ao Banco Alfa, no valor de R$ 10.000,00. 28.01 – Os sócios resolveram integralizar mais R$ 5.000,00 em dinheiro, que foi depositado no banco. 29.01 – compra a prazo de mercadorias para revenda, no valor de R$ 5.000,00.

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Lançamentos Contábeis:

Titulo da Conta (Grupo)

Crédito Débito

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Balanço Patrimonial:

BALANÇO PATRIMONIAL

Balanço encerrado em XX.XX.XXXX ATIVO PASSIVO CIRCULANTE CIRCULANTE Não Circulante Patrimônio Líquido Total do Ativo Total do Passivo Estes lançamentos servirão de base para o estudo das Contas de Resultado e para o encerramento do exercício, com a transferência dos valores apurados para a conta de lucros ou prejuízos acumulados. 8. BALANCETE DE VERIFICAÇÃO E SUAS DEFINIÇÕES De forma sintética, o balancete de verificação é um demonstrativo auxiliar da contabilidade, de caráter não obrigatório, onde serão relacionados os saldos das contas contábeis remanescentes no diário, em determinada data. Este demonstrativo pode ser usado para verificar se o método das partidas dobradas está sendo corretamente utilizado pela escrituração da empresa. Sabemos que as partidas dobradas trás e suas definições que cada débito deverá corresponder a um crédito de mesmo valor. Ao balancete, caberá verificar se a soma dos saldos devedores será igual a soma dos saldos credores. Mas qual é a finalidade deste demonstrativo? Este demonstrativo tem em seu cerne as seguintes finalidades: – conferir, em determinado período, as transações registradas na contabilidade da Entidade segundo o método das partidas dobradas; – viabilizar para que a Entidade possa analisar, periodicamente, todas as contas utilizadas para registrar as transações e os seus respectivos saldos em uma determinada data; – Este demonstrativo precederá a construção das demonstrações contábeis; – Caso o demonstrativo seja destinado a usuários externos o documento deverá ser assinado por contador habilitado. O grau de detalhamento do balancete de verificação deverá ser adequado com sua finalidade, sendo utilizado balancetes de 2, 4 ou 6 colunas.

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Segundo a NBC T 2.7, que trata do balancete, este demonstrativo deve ser levantado mensalmente, unicamente para fins operacionais, não tendo obrigatoriedade fiscal. Os gestores solicitam este demonstrativo como ferramenta de decisão e acompanhamento da situação da empresa diante dos saldos mensurados podendo ser considerado como um demonstrativo de fácil entendimento e de enorme relevância. Os Balancetes podem diferir uns dos outros em relação ao número de colunas. Pode ser encontrado Balancete com apenas duas colunas, onde uma será destinada ao saldo devedor e outra destinada ao saldo credor de cada Conta. Outras formas de apresentação poderão apresentar quatro colunas, sendo duas destinadas aos destinadas aos saldos devedores e credores e duas destinadas aos ajustes ocorridos no período, referentes ao movimento de cada Conta. Demais colunas podem ser adicionadas dependendo das necessidades da empresa demonstrar as movimentações ou comparações. Norma legal sobre o Balancete (...)

NBC T 2.7 - Do Balancete 01. O balancete de verificação do razão é a relação de contas, com seus respectivos saldos, extraída dos registros contábeis em determinada data. 02. O grau de detalhamento do balancete deverá ser consentâneo com sua finalidade. 03. Os elementos mínimos que devem constar do balancete são: a) identificação da Entidade; b) data a que se refere c) abrangência; d) identificação das contas e respectivos grupos; e) saldos das contas, indicando se devedores ou credores; f) soma dos saldos devedores e credores. 04. O balancete que se destinar a fins externos à Entidade deverá conter nome e assinatura do contabilista responsável, sua categoria profissional e número de registro no CRC. 05. O balancete deve ser levantado, no mínimo, mensalmente. (...) 8.1. Modelo de Balancete com duas colunas:

SALDO N°: CONTAS

DEVEDOR CREDOR

TOTAIS

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Cada Conta será transferida do seu Razonete para o Balancete, segundo seu respectivo saldo. O Balancete de Verificação elaborado com base nas Contas contábeis ficará com a seguinte demonstração:

SALDO N°: CONTAS

DEVEDOR CREDOR 1 Caixa 15.000

2 Bancos Conta Mov. 45.000

3 Veículos 40.000 4 Fornecedores 25.000 5 Capital Social 75.000

TOTAIS 100.000 100.000

8.2. Outro Exemplo de Balancete de Verificação

Balancete de Verificação Jun/2010 Contas Natureza Débito Credito Caixa AC 5.000,00 - Banco Conta Movimento AC 35.000,00 - Banco Conta Aplicação AC 70.000,00 - Estoque de Mercadorias AC 25.000,00 - Computadores ANC 5.000,00 - Veículos ANC 50.000,00 - Fornecedores PC - 20.000,00 Empréstimos Bancários PC - 15.000,00 Capital Social PL - 135.000,00 Lucros Acumulados PL - 20.000,00 Total 190.000,00 190.000,00

Legendas: AC = Ativo Circulante ANC = Ativo Não Circulante PC = Passivo Circulante PL = Patrimônio Liquido 8.3. Exemplificação dos Eventos Teóricos e Práticos Caso Prático de Balancete envolvendo Você se lembra do Sr. João Dornas e do Sr. Pedro Malaquias que resolveram constituir uma sociedade para vender biscoitos. Vamos demonstrar o Balancete de Verificação das movimentações efetuadas naqueleperíodo. 1. Integralização de Capital no valor de R$ 100.000 ,00: 2. Abertura de conta corrente para segurança dos va lores da empresa. Nesta abertura foi transferido R$ 95.000,00 para o banco: 3. Compra de uma sala comercial no valor de R$ 25.0 00,00, com pagamento a vista: 4. Compra de biscoitos para revenda, no valor de R$ 5.000,00: As movimentações do período foram:

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1. Movimento a Débito e a Crédito das contas envolv idas 2. Apuração do Saldo Devedor e saldo Credor Devem ser apurados os saldos das contas envolvidas, para posteriormente serem zerados e transferidos para as colunas do balancete.

3 R$ 25.000,00

Sala Comercial (ANC)

1 R$ 100.000,00 R$ 95.000,00 2

Caixa (AC)

R$ 25.000,00 3 2 R$ 95.000,00

Banco Conta Movimento (AC)

R$ 100.000,00 1

Capital Social (PL)

4 R$ 5.000,00

Estoque de Biscoitos (AC)

R$ 5.000,00 4

Fornecedores (PC)

R$ 25.000,00

3 R$ 25.000,00

Sala Comercial (ANC)

Saldo

R$ 5.000,00

1 R$ 100.000,00 R$ 95.000,00 2

Saldo

Caixa (AC)

R$ 70.000,00

R$ 25.000,00 3 2 R$ 95.000,00

Saldo

Banco Conta Movimento (AC)

R$ 100.000,00

R$ 100.000,00 1

Capital Social (PL)

Saldo

R$ 5.000,00

4 R$ 5.000,00

Estoque de Biscoitos (AC)

Saldo

R$ 5.000,00

R$ 5.000,00 4

Fornecedores (PC)

Saldo

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86

3. Zeramento dos saldos da contas envolvidas e tran sferência para o Balancete

Balancete de Verificação Contas Natureza Débito Credito

Caixa AC R$ 5.000,00 - Banco Conta Movimento AC R$ 70.000,00 - Estoque de Biscoitos AC R$ 5.000,00 - Sala Comercial ANC R$ 25.000,00 - Fornecedores PC - R$ 5.000,00 Capital Social PL - R$ 100.000,00 Total R$ 105.000.00 R$ 105.000,00 O exemplo acima é bastante simples. Pois envolve apenas contas de natureza patrimonial. A partir do item 3, onde serão avaliadas as contas de resultado o balancete será mais elaborado, envolvendo também as cotas de receita e despesa.

R$ 5.000,00

R$ 25.000,00 R$ 70.000,00

R$ 5.000,00

R$ 25.000,00

3 R$ 25.000,00

Sala Comercial (ANC)

R$ 5.000,00

1 R$ 100.000,00 R$ 95.000,00 2

Caixa (AC)

R$ 70.000,00

R$ 25.000,00 3 2 R$ 95.000,00

Banco Conta Movimento (AC)

R$ 100.000,00

R$ 100.000,00 1

Capital Social (PL)

R$ 5.000,00

4 R$ 5.000,00

Estoque de Biscoitos (AC)

R$ 5.000,00

R$ 5.000,00 4

Fornecedores (PC)

R$ 100.000,00

R$ 5.000,00

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Exemplo de Balancete de 4 colunas

MOVIMENTO SALDO CONTAS DÉBITOS CRÉDITOS DEVEDOR CREDOR

Caixa 145.000,00 140.000,00 5.000,00 Bancos 134.000,00 90.000,00 44.000,00 Veículos 124.000,00 124.000,00 Duplicatas a Pagar 124.000,00 124.000,00 Capital Social 140.000,00 140.000,00 Vendas 28.000,00 28.000,00 Compras 114.000,00 114.000,00 Aluguéis 5.000,00 5.000,00

TOTAIS 522.000,00 522.000,00 292.000,00 292.000,00 9. APURAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO 9.1. Definição de ARE Como já foi visto, a função da Contabilidade é apurar o resultado econômico da empresa, qual seja este lucro ou prejuízo, ou ainda uma situação nula. Vimos também que as contas de receita e de despesas e custos são chamadas de contas de resultado, pois o saldo entre elas indicará a situação econômica da empresa após um exercício financeiro. Regra geral, o exercício financeiro coincide com o ano civil de doze meses (1º de janeiro a 31 de dezembro), mas a legislação permite que haja exceções como, a exemplo das empresas que são tributadas pelo lucro real optantes pela apuração trimestral do resultado. Observado as formalidades do Balancete de Verificação, é possível sabermos a situação econômica da empresa em qualquer momento do ano, conforme seja necessário. O demonstrativo contábil que é utilizado para listar, de maneira ordenada as contas de receitas, de despesas e custos chama-se Demonstração do Resultado de Exercício (DRE). Neste demonstrativo devem constar apenas as contas de resultado, com a movimentação do período. Após a apuração das contas de receita, despesas e custos, os seus respectivos saldos são transferidos para uma conta transitória denominada de “Resultado do Exercício”. - Tudo bem. Mas como funciona o lançamento das cont as de resultado? Visto que até o momento estudamos os lançamentos das contas patrimo niais. Vamos demonstrar então os lançamentos de receita e despesa e custo, em uma atividade comercial, para exemplificar as contas de resultado. 9.2. Lançamentos Contábeis em Contas de Resultado Lembram da empresa do Sr. João Dornas e do Sr. Pedro Malaquias, que vende biscoitos. Pois bem, supondo que no mesmo mês, eles realizaram uma venda de 30% do estoque dos biscoitos, pelo valor de R$ 2.500,00. Neste momento será reconhecido o Custo da Mercadoria Vendida – CMV e a Receita de Vendas. Lançamentos Contábeis: Com base no Balancete de verificação

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Balancete de Verificação Contas Natureza Débito Credito

Caixa AC R$ 5.000,00 - Banco Conta Movimento AC R$ 70.000,00 - Estoque de Biscoitos AC R$ 5.000,00 - Sala Comercial ANC R$ 25.000,00 - Fornecedores PC - R$ 5.000,00 Capital Social PL - R$ 100.000,00 Total R$ 105.000.00 R$ 105.000,00 1º passo: Abrir os razonetes com os saldos das contas. 2º passo reconhecimento das receitas e despesas na venda dos biscoitos – Neste passo somente serão demonstrados os razonetes envolvidos. a) Reconhecimento Receita Recebida: Observe que a venda gerou um valor contabilizado a DÉBITO no Caixa e a CRÉDITO na conta Receita de Vendas e que é uma Conta de Resultado. Para fins didáticos e facilidade na compreensão dos lançamentos contábeis, por hora não serão considerados os tributos incidentes nos eventos de venda. Caso esta venda fosse a prazo, a contrapartida seria em conta de Clientes ou Duplicatas a Receber, por exemplo. b) Reconhecimento dos Custos da Mercadoria Vendida - CMV

R$ 5.000,00

Caixa (AC)

R$ 70.000,00

Banco Conta Movimento (AC)

R$ 5.000,00

Estoque de Biscoitos (AC)

R$ 25.000,00

Sala Comercial (ANC)

R$ 5.000,00

Fornecedores (PC)

R$ 100.000,00

Capital Social (PL)

R$ 2.500,00 a

Receita de Venda (DRE)

R$ 5.000,00

Caixa (AC)

a R$ 2.500,00

R$ 1.500,00 b R$ 5.000,00

Estoque de Biscoitos (AC)

b R$ 1.500,00

Custo da Mercadoria Vendida (DRE)

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Suponha que neste mesmo mês a empresa pagou em dinheiro as seguintes despesas: 1. Telefone: R$ 150,00 2. Energia Elétrica: R$ 75,00 3. Água: R$ 35,00 c) Reconhecimento das Despesas do período. Vejamos como ficaria o Balancete da empresa após estes eventos de venda e reconhecimento dos custos e despesas. Apuração dos saldos e transferência para o Balancet e.

c1 R$150,00 Desp. Telefone

c2 R$ 75.00 Desp. Energ. Elet.

c3 R$ 35,00

Desp. Água (DRE)

R$150,00 c1 R$ 5.000,00

Caixa (AC)

a R$ 2.500,00

R$ 75.00 c2

R$ 35,00 c3

R$ 7.240,00 R$7.240,00

R$150,00 c1 R$ 5.000,00

Caixa (AC)

a R$ 2.500,00

R$ 75.00 c2

R$ 35,00 c3 R$ 70.000,00

R$ 70.000,00

Banco Conta Movimento (AC)

R$ 70.000,00 R$ 25.000,00 R$ 25.000,00

R$ 25.000,00

Sala Comercial (ANC)

R$ 5.000,00

R$ 5.000,00

Fornecedores (PC)

R$ 5.000,00 R$ 100.000,00

R$ 100.000,00

Capital Social (PL)

R$ 100.000,00

R$ 2.500,00 R$ 2.500,00

R$ 2.500,00 a

Receita de Venda (DRE)

R$ 3.500,00

R$ 1.500,00 b R$ 5.000,00

Estoque de Biscoitos (AC)

R$ 3.500,00

R$ 150,00

c1 R$150,00 Desp. Telefone

R$ 150,00

R$ 75,00

c2 R$ 75.00 Desp. Energ. Elet. (DRE)

R$ 75,00 R$ 35,00

c3 R$ 35,00

Desp. Água (DRE)

R$ 35,00

R$ 1.500,00

b R$ 1.500,00

Custo da Mercadoria Vendida (DRE)

R$ 1.500,00

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Balancete de Verificação Contas Natureza Débito Credito

Caixa AC R$ 7.240,00 - Banco Conta Movimento AC R$ 70.000,00 - Estoque de Biscoitos AC R$ 3.500,00 - Sala Comercial ANC R$ 25.000,00 - Fornecedores PC - R$ 5.000,00

Capital Social PL - R$ 100.000,00

Custo da Mercadoria Vendida DRE R$ 1.500,00 - Desp. Telefone DRE R$ 150,00 - Desp. Energ. Elet. DRE R$ 75,00 - Desp. Água DRE R$ 35,00 - Receita de Venda DRE - R$ 2.500,00 Total R$ 107.500,00 R$ 107.500,00 10. Exercícios de Fixação 1) Classifique os elementos constantes no quadro a seguir, em: a) Bens, Direitos ou Obrigações b) Ativo ou Passivo ou Patrimônio Líquido c) Receita, Despesa ou Custo d) Débito ou Crédito

Elementos A B C D

Dinheiro em Caixa

Estoque de Mercadorias

Caminhões

Duplicatas a Pagar

Biblioteca

Aluguéis a Pagar

Receita de Vendas

Veículos

Impostos a Pagar

Custo das Mercadorias Vendidas

Salários a Pagar

Duplicatas a Receber

Marcas e Patentes

Fornecedores

Valores Depositados em Banco

Investimentos e Coligadas

Receita de Serviços

Energia Elétrica da Sede

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Água utilizada

Terrenos

Máquina de Escrever

Despesas Administrativas

Venda de Produtos Industrializados

Lucros Acumulados

Reserva de Capital

2) Com base nos saldos discriminados abaixo, separe as contas contábeis e elabore o Balancete de Verificação do período.

CONTAS SALDOS (R$) Caixa 280.000,00 Bancos 120.000,00 Clientes 50.000,00 Estoques 10.000,00 Móveis e Utensílios 30.000,00 Veículos 80.000,00 Despesas de Organização 25.000,00 Fornecedores 40.000,00 Compras a Prazo 10.000,00 Capital Social 324.000,00 Salários 60.000,00 Aluguéis 12.000,00 Água e esgoto 6.000,00 Luz e telefone 12.000,00 Materiais de consumo 24.000,00 Computadores 2.000,00 Impostos a Pagar 13.000,00 Receita de vendas 150.000,00 Receita de serviços 200.000,00

TOTAL 1.448.000,00 11. LUCRO OU PREJUÍZO NO EXERCÍCIO Com já vimos, as contas de Resultado dividem-se em contas de Despesas e Receitas. Aparecem durante o exercício social, encerrando-se ao final do mesmo. Não fazem parte do Balanço Patrimonial, mas permitem apurar o Resultado de Exercício (Lucro ou Prejuízo). Receitas É o recebimento de numerários (dinheiro) pela venda de um produto ou serviço, relacionado ou não as atividades fins da sociedade e/ou entidade (empresas), podendo ser classificadas em receitas operacionais ou demais receitas operaciona is e receitas financeiras . 11.1. Receitas Operacionais São aquelas resultantes das operações relacionadas com as atividades fins da sociedade e/ou entidade como a venda de produtos (de fabricação própria ou de terceiros) e/ou da Prestação de Serviços. Exemplo: A venda de armário de cozinha, a montagem de um armário de cozinha, etc.

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As Receitas decorrem da venda de bens ou prestação de serviços caracterizam-se pela entrada de elementos para o Ativo, sob a forma de dinheiro ou direitos a receber. As receitas são itens que aumentam o Patrimônio Líquido. As receitas operacionais podem ser: a) Receita Bruta: Compreende o total das receitas auferidas na venda de produtos ou serviços prestados; b) Receita Líquida: Compreende o total das receitas auferidas na venda de produtos ou da prestação de serviços, diminuídos as devoluções, abatimentos e os impostos incidentes sobre as mesmas. Compreendem ainda as receitas operacionais, as receitas financeiras advindas de operações que resultam no recebimento de um crédito em compensação por um atraso em recebimento de juros sobre duplicatas quitadas em atraso, descontos recebidos, aplicações financeiras, etc. - Demais Receitas Operacionais: São aquelas resultantes das operações não relacionadas com as atividades fins da sociedade. Exemplo: A venda de um veículo ou de uma máquina da sociedade. 11.2. Custos e Despesas 11.2.1. Custos - Custo: é o preço pelo qual se obtém um bem, direito, ou serviço e, podem ser classificados em Direto ou Indireto, Fixo ou Variável. a) Custo Direto – É aquele utilizado na produção ou fabricação de um produto, como por exemplo, o papel utilizado na fabricação de embalagens, os pigmentos de cores, as tintas, etc. b) Custo Indireto – É aquele que mesmo utilizado indiretamente na produção, ou seja, não participam fisicamente do produto, mas serão incorporados na formação do custo final do produto, como por exemplo: o transporte de matéria prima, a manutenção dos equipamentos da linha de produção, etc. c) Custo Fixo – São os gastos que se operam sempre dentro das mesmas medidas. Exemplo: Seguros, aluguéis, etc. d) Custo Variável – São os gastos que se alteram de acordo com o volume de produção. Exemplo matéria prima utilizado 11.2.2. Despesas É o encargo necessário para comercializar os bens ou serviços objetos das atividades, bem como para a manutenção da estrutura empresarial independentemente de sua freqüência. As Despesas decorrem do consumo de bens e da utilização de serviços, visando direta ou indiretamente a obtenção de Receitas. As despesas são itens que reduzem o Patrimônio Líquido e que têm essa característica de representar sacrifícios no processo de obtenção de receitas. As despesas podem ser: - Operacionais: São as despesas que não são computadas nos custos, mas são necessárias à atividade da empresa e à manutenção da respectiva fonte produtora, e podem ser: a) Comerciais – São as despesas relacionadas diretamente com a comercialização de nossos produtos ou serviços. Exemplo: Anúncios, propagandas, transportes, etc.

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b) Financeiras – São as despesas ou encargos, já deduzidos as receitas, necessários a realização das atividades fins da sociedade. Exemplo: Tarifas bancárias, juros, multas, encargos na antecipação de créditos, etc. c) Despesas Gerais e Administrativas – São as despesas não relacionadas à atividade principal da sociedade, porém são necessárias na formação do resultado. Exemplo: Revistas e Periódicos, Despesas com internet, etc. - Outras despesas Operacionais – São as despesas não relacionadas com a atividade da sociedade e necessário para que se obtenha uma receita não operacional. Exemplo: Venda de um bem do ativo permanente. - Antecipadas – São as despesas não incorridas, mas pagas antecipadamente, que devem ser registradas no Ativo Circulante, devendo ser apropriadas no momento do usufruto da mesma. Exemplo: Seguros, Aluguéis, Energia Elétrica, etc.

Receitas e Despesas

Receitas Despesas

de Vendas de Mercadoria de Venda de Produtos Fabricados de prestação de Serviços de Comissões de Contribuições de Associados de Doações de Juros de Aluguéis de Mensalidades de Ganhos diversos, etc.

de Aluguéis de Salários e Encargos de Juros de Tributos (impostos, taxas e contribuições). de Comissões de Propaganda de Consumo de materiais de escritório de Manutenção e Limpeza de Água, Luz, Telefone, Correio de Perdas diversas, etc.

12. ENCERRAMENTO DAS CONTAS DE DESPESAS E RECEITAS Toda empresa levantará um Balanço por ocasião do término do seu exercício social no intuito de apurar a sua situação patrimonial, bem como o resultado do período (lucro ou prejuízo). As contas de resultado, despesas e receitas, serão encerradas e seus valores levados, por lançamentos contábeis, para a conta de resultado do exercício, que também faz parte das contas de resultado. Por sua vez essa conta levará para o Patrimônio Líquido, o valor do resultado do exercício, ficando consequentemente com saldo zero na data de encerramento do exercício social. Portanto na data de encerramento do exercício social todas as contas de resultado terão os seus saldos zerados para a apuração do lucro ou prejuízo contábil. A cada exercício social a empresa deve apurar o resultado dos seus negócios, para saber se obteve lucro ou prejuízo. A contabilidade confronta as receitas (vendas) com as despesas e custos (gastos necessários). Se a receita for maior que a despesa, a empresa obteve lucro, se a receita for menor que a despesa a empresa teve prejuízo. A apuração do resultado é realizada de forma destacada na Demonstração do Resultado do Exercício. Nesse demonstrativo se apresenta um resumo ordenado das despesas e receitas do período, facilitando-se a tomada de decisões. Receita: Corresponde geralmente às vendas de mercadorias, produtos ou prestações de serviços.

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É refletida no balanço através da entrada de dinheiro no Caixa (vendas a vista) ou entrada em forma de direitos a receber (vendas a prazo) que são as Duplicatas a Receber. A receita sempre aumenta o ATIVO, embora nem todo aumento de ativo signifique receita. Por exemplo, empréstimos bancários e financiamentos também aumentam o ATIVO, mas não são receitas. Despesa: É todo o sacrifício da empresa para obter a Receita (todo consumo de bens ou serviços com objetivo de se obter Receita é um esforço da empresa). Ela é refletida no balanço através da redução do Caixa por pagamento a vista ou mediante um aumento de uma dívida – PASSIVO que são compromissos assumidos para pagamento futuro. A despesa pode, ainda, originar-se de outras reduções além do Caixa, como é o caso das Depreciações. Comumente denominamos a entrada de dinheiro na empresa através da RECEITA como ENCAIXE e todo dinheiro que saí do Caixa pelo pagamento de uma DESPESA é denominado de DESENCAIXE.

OPERAÇÕES A PRAZO À VISTA

Receita ���� + Dupl. a Receber

Ativo

+ Caixa (Encaixe)

Ativo

Despesa ���� + Contas a Pagar

Passivo

(-) Caixa (desembolso)

Ativo

D.R.E. BALANÇO PATRIMONIAL

O lucro apurado pela empresas pertence aos seus proprietários, sendo em muitos caso utilizado para a manutenção e expansão do negócio, por prudência, esse lucro não deve ser retirado totalmente e sim reinvestido uma parte (Lucros Retidos ou Lucros Acumulados). A parcela do lucro não distribuída figurará no balanço pelo Patrimônio Líquido na seguinte forma:

BALANÇO PATRIMONIAL (APÓS APURAÇÃO DO LUCRO) ATIVO PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO 2008 2009 2008 2009 Circulante P L Caixa 2.610 3.480 Capital 2.610 2.610 Lucros 870 Total 2.610 3.480 Total 2.610 3.480

DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO Receitas 2.320 (-) Despesas (1.450) Lucro do Período 870

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12.1. Exemplificação dos eventos Caso Prático A Empresa ABC Ltda, demonstrou em seu exercício social as seguintes receitas e despesas a serem demonstradas na DRE: Venda de Produtos: 63.450,00; Venda de Mercadorias: 32.500,00; Prestação de Serviços: 9.300,00 Impostos Sobre Receita: 15.345,00 Devolução de Vendas: 3.105,00 Custo dos Produtos: 25.120,00 Custo de Mercadorias: 15.400,00 Custo dos Serviços: 4.110,00 Comissões de Vendas: 4.159,55 Marketing: 935,00 Pesquisa de Mercado: 832,00 Publicidade e Propaganda: 618,00 Fretes: 850,00 Embalagens: 65,45 Salários: 3.602,75 Encargos: 587,25 Alugueis: 45,00 Água, Energia, Telefone: 250,00 Seguros: 140,00 Transporte: 75,00 Viagens: 480,00 Pró Labore: 1.200,00 Material de Escritório: 150,00 Impostos: 45,00 Taxas: 35,00 Demais despesas: 40,00 Despesa Bancaria: 75,40 Juros Pagos: 124,50 Descontos Concedidos: 324,10 A Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) é um resumo ordenado das receitas e despesas da empresa em um determinado período. É apresentado de forma Dedutiva (vertical), ou seja, das receitas subtraem-se as despesas e, em seguida, indica-se o resultado (Lucro ou Prejuízo). A Receita Bruta é o total bruto vendido no período. Ainda inclusos os impostos sobre vendas e dela ainda não foram subtraídas as Devoluções, Vendas Canceladas e os Abatimentos ocorridos no período. Os impostos sobre as vendas são aqueles gerados no momento da venda, por exemplo: IPI – Imposto sobre Produtos Industrializados ICMS – Imposto sobre a Circulação das Mercadorias ISS – Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza PIS – Programa de Integração Social COFINS – Contribuição sobre a Seguridade Social

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Os impostos sobre as vendas não pertencem à empresa, mas ao governo, ela é mera intermediária que arrecada os impostos junto aos consumidores e os recolhe ao governo, assim não podem ser considerados como receita da empresa. DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO Receita Bruta, Deduções de vendas e Custos Totais RECEITA BRUTA 105.250,00 Venda de Produtos 63.450,00 Deduções de Vendas 18.450,00 Mercadorias 32.500,00 Venda Líquidas 86.800,00 Prest. De Serviços 9.300,00 105.250,00 Custos 44.630,00

Impostos Sobre Receita 15.345,00 Lucro Bruto 44.170,00 Devolução de Vendas 3.105,00 18.450,00 Custo dos Produtos 25.120,00 DESPESAS OPERACIONAIS (14.659,00) Custo de Mercadorias 15.400,00 Comerciais (7.460,00) Custo dos Serviços 4.110,00 44.630,00 Administrativas (6.650,00) Financeiras (524,00) Equivalência Patrimonial (25,00) Lucro Operacional 29.511,00 Outras Despesas Operacionais (6.780,00) Lucro Antes do IRPJ e CSLL 22.731,00 Provisão Para IRPJ (3.409,65) Provisão Para CSLL (2.045,79) Lucro Liquido 17.275,56

Lucro Operacional: O Lucro Operacional é a diferença entre o Lucro Bruto e as Despesas Operacionais. Despesas Operacionais: As despesas operacionais são as necessárias para vender os produtos prestar os serviços, administrar as empresas e financiar as operações. Enfim são todas as despesas que contribuem para a manutenção da atividade operacional da empresa. Os principais grupos de Despesas Operacionais são: Despesas Comerciais ou com Vendas Despesas Gerais e Administrativas Despesas Financeiras DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO RECEITA BRUTA 105.250,00 Deduções de Vendas 18.450,00 Venda Líquidas 86.800,00 Custos 44.630,00 Lucro Bruto 44.170,00 Despesas Comerciais Comissões de Vendas 4.159,55 DESPESAS OPERACIONAIS (14.659,00) Marketing 935,00 Comerciais (7.460,00) Pesquisa de Mercado 832,00 Administrativas (6.650,00) Publicidade e Propaganda 618,00 Financeiras (524,00) Fretes 850,00 Equivalência Patrimonial (25,00) Embalagens 65,45 7.460,00 Lucro Operacional 29.511,00 Outras Despesas Operacionais (6.780,00) Lucro Antes do IRPJ e CSLL 22.731,00 Provisão Para IRPJ (3.409,65) Provisão Para CSLL (2.045,79) Lucro Liquido 17.275,56

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DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO RECEITA BRUTA 105.250,00 Deduções de Vendas 18.450,00 Venda Líquidas 86.800,00 Custos 44.630,00 Lucro Bruto 44.170,00 Despesas Gerais e Administrativas Salários 3.602,75 DESPESAS OPERACIONAIS (14.659,00) Encargos 587,25 Comerciais (7.460,00) Alugueis 45,00 Administrativas (6.650,00) Água, Energia, Telefone 250,00 Financeiras (524,00) Seguros 140,00 Equivalência Patrimonial (25,00) Transporte 75,00 Lucro Operacional 29.511,00 Viagens 480,00 Pró Labore 1.200,00 Outras Despesas Operacionais (6.780,00) Material de Escritório 150,00 Impostos 45,00 Lucro Antes do IRPJ e CSLL 22.731,00 Taxas 35,00 Provisão Para IRPJ (3.409,65) Demais despesas 40,00 6.650,00 Provisão Para CSLL (2.045,79) Lucro Liquido 17.275,56

DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO RECEITA BRUTA 105.250,00 Deduções de Vendas 18.450,00 Venda Líquidas 86.800,00 Custos 44.630,00 Lucro Bruto 44.170,00 DESPESAS OPERACIONAIS (14.659,00) Comerciais (7.460,00) Despesas Financeiras Administrativas (6.650,00) Despesa Bancaria 75,40 Financeiras (524,00) Juros Pagos 124,50 Equivalência Patrimonial (25,00) Descontos Concedidos 324,10 524,00 Lucro Operacional 29.511,00 Outras Despesas Operacionais (6.780,00) Lucro Antes do IRPJ e CSLL 22.731,00 Provisão Para IRPJ (3.409,65) Provisão Para CSLL (2.045,79) Lucro Liquido 17.275,56

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DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO RECEITA BRUTA 105.250,00 Deduções de Vendas 18.450,00 Venda Líquidas 86.800,00 Custos 44.630,00 Lucro Bruto 44.170,00 DESPESAS OPERACIONAIS (14.659,00) Comerciais (7.460,00) Administrativas (6.650,00) Financeiras (524,00) Equivalência Patrimonial (25,00) Lucro Operacional 29.511,00 Outras Despesas Operacionais (6.780,00) Lucro Antes do IRPJ e CSLL 22.731,00 Provisão Para IRPJ (3.409,65) Provisão Para CSLL (2.045,79) Lucro Liquido 17.275,56 MODELO DE DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO RECEITA OPERACIONAL BRUTA Vendas de Mercadorias Vendas de Produtos Receitas de Serviços (-) DEDUÇÕES E ABATIMENTOS Devolução de Vendas Descontos Incondicionais Concedidos ICMS sobre Vendas PIS sobre Faturamento COFINS sobre Faturamento (=) RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA (-) CUSTOS OPERACIONAIS Custo dos Produtos Vendidos Custo das Mercadorias Vendidas Custo dos Serviços Vendidos (=) LUCRO OPERACIONAL BRUTO (-) DESPESAS OPERACIONAIS

O Imposto de Renda e a Contribuição Social sobre o Lucro, incidem sobre o lucro da empresa de acordo com as alíquotas estabelecidas pela legislação específica do Imposto de Renda e Contribuição Social. A contabilização do Imposto de Renda e da Contribuição Social será no período em que foi gerado e não quando for pago. Assim, calcula-se a Provisão para o Imposto de Renda e Contribuição Social e deduz-se do Lucro Antes do Imposto de Renda e Contribuição Social. Temos como resultado final o Lucro do Exercício, que poderá ser distribuído aos sócios ou reinvestido na sociedade. Esses sócios decidirão sobre a parcela de lucro que ficará retida para investimentos e capitalização da empresa e a parcela que será distribuída como Dividendos

O Lucro Liquido apurado no exercício será transferido para o Balanço. Este valor poderá ser distribuído integralmente aos sócios. Indica-se que parte destes valores, permaneçam na empresa a título de reinvestimento, como aumento de capital.

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Comissões sobre Vendas Propaganda e Publicidade Devedores Duvidosos DESPESAS ADMINISTRATIVAS Salários e Ordenados INSS FGTS Férias 13º Salário Energia Elétrica Telefone Água e Esgoto Impostos e Taxas Depreciações Amortizações DESPESAS FINANCEIRAS Juros Passivos Descontos Concedidos Despesas Bancárias CPMF Variações Monetárias Passivas Variações Cambiais Passivas PIS sobre Receitas Financeiras COFINS sobre Receitas Financeiras (+) RECEITAS OPERACIONAIS RECEITAS FINANCEIRAS Juros Ativos Descontos Obtidos Rendimentos de Aplicação Financeira Variação Monetária Ativa Variação Cambial Ativa (+-) OUTRAS DESPESAS E RECEITAS OPERACIONAIS PIS sobre Outras Receitas COFINS sobre Outras Receitas (+ / -) Resultado da Equivalência Patrimonial Dividendos (=) LUCRO OPERACIONAL LÍQUIDO (-) DEMAIS DESPESAS OPERACIONAIS Perdas na Alienação de Bens do Imobilizado Perdas de Participações Societárias (+) DEMAIS RECEITAS OPERACIONAIS Ganhos na Alienação de Bens do Imobilizado Rendas de Participações Societárias Aluguéis Ativos (=) RESULTADO DO EXERCÍCIO ANTES DO IRPJ E CSLL (-) Provisão para Contribuição Social – CSLL (-) Provisão para Imposto de Renda – IRPJ (=) RESULTADO DO EXERCÍCIO APÓS CSLL E IRPJ (-) PARTICIPAÇÕES Debêntures Empregados (=) LUCRO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO 13. Exercícios de Fixação 1) A empresa apresentou o seguinte Balancete de Verificação em 31/12/2001: Caixa R$ 50,00 Fornecedores R$ 150,00

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Contas a Pagar R$ 100,00 Duplicatas a Receber R$ 100,00 Móveis e Utensílios R$ 250,00 Estoques R$ 50,00 Bancos Conta Movimento R$ 25,00 Vendas R$ 1.200,00 Despesas Antecipadas R$ 25,00 Salários R$ 100,00 Custo das Mercadorias Vendidas R$ 500,00 Capital Social R$ 200,00 Lucros Acumulados R$ 50,00 Impostos R$ 100,00 Despesas com Impressos R$ 100,00 Energia R$ 50,00 Despesas Gerais R$ 150,00 Receita de Juros R$ 50,00 Descontos Concedidos R$ 50,00 Instalações R$ 200,00 Ao elaborar o Balanço Patrimonial, desconsiderando os impostos, podemos afirmar que o Lucro Líquido e o Patrimônio Líquido são respectivamente: a) R$ 175,00 e R$ 250,00 b) R$ 175,00 e R$ 425.00 c) R$ 200,00 e R$ 250,00 d) R$ 200,00 e R$ 450,00 2) A alternativa CORRETA é: a) No Balancete de Verificação, figuram todas as contas com saldo devedor e credor respectivamente. b) No Balancete de Verificação figuram somente as contas patrimoniais. c) O Balancete de Verificação é extraído das contas do Livro Caixa. d) No Balancete de Verificação figuram somente as contas de resultado. 3) Uma empresa encerrou o seu Balanço Patrimonial em 31.12.2003, com os saldos a seguir: CONTAS SALDOS Adiantamento a Fornecedores R$ 550.000,00 Adiantamento de Clientes R$ 290.000,00 Aluguéis a Pagar R$ 220.000,00 Aluguéis a Receber R$ 150.000,00 Bancos conta Movimento R$ 230.000,00 Caixa R$ 100.000,00 Capital Social R$ 300.000,00 Clientes R$ 450.000,00 Duplicatas a Pagar R$ 420.000,00 Edifícios de Uso R$ 400.000,00 Empréstimo Exigível a Curto Prazo R$ 150.000,00 Estoque de Mercadorias R$ 350.000,00 Financiamento Exigível a Longo Prazo R$ 600.000,00 Imposto de Renda a Recolher R$ 15.000,00 Lucros ou Prejuízos Acumulados R$ 150.000,00 Máquinas e Equipamentos de Uso R$ 360.000,00 Outros Impostos a Recolher R$ 90.000,00 Reservas de Lucro R$ 150.000,00 Salários a Pagar R$ 150.000,00

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Terreno de Uso R$ 200.000,00 Títulos a Pagar a Curto Prazo R$ 355.000,00 Veículos de Uso R$ 100.000,00 O total do Ativo Circulante e do Passivo Circulante, respectivamente, foi de: a) R$ 1.280.000,00 e R$ 2.240.000,00. b) R$ 1.830.000,00 e R$ 1.690.000,00. c) R$ 1.830.000,00 e R$ 2.290.000,00. d) R$ 2.120.000,00 e R$ 1.400.000,00. 14. REGISTRO DAS OPERAÇÕES NO DIÁRIO (LANÇAMENTO) O registro de uma operação do Livro Diário denomina-se “Partida de Diário”, os elementos necessários de uma Partida de Diário (Elementos essenciais de um lançamento) são os seguintes: 1. Local e Data de registro; 2. Conta debitada ou Contas Debitadas; 3. Conta creditada ou Contas creditadas; 4. Histórico da operação, com a menção das características principais dos documentos comprobatórios da operação. Exemplo de uma partida de Diário (lançamento manual): Curitiba - PR, 03 de junho de 2010

D – Estoque de Mercadorias (105)

C – Caixa (101)

Pagto. à empresa ET LTDA conforme NF nº. 00258 R$ 5.200,00

.....

.....

Todas as operações que a empresa realiza, devem ser registradas. O registro é feito através dos “Lançamentos Contábeis”. Os lançamentos contábeis devem conter minimamente: Data Conta debitada Conta creditada Valor Histórico descrevendo a operação de forma reduzida. Os lançamentos contábeis são registrados em livro denominado Livro Diário. Esse livro é obrigatório e deverá conter um termo de abertura e de encerramento para cada exercício social. O lançamento contábil é o registro do fato contábil. Todo fato contábil que origina um lançamento contábil deve estar suportado em documentação hábil e idônea.

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Os lançamentos contábeis podem ser: a) lançamento de primeira fórmula; b) lançamento de segunda fórmula; c) lançamento de terceira fórmula; d) lançamento de quarta fórmula. O lançamento contábil não se resume a “débito e crédito”, mas deve possuir também: O valor (ou valores); expresso em moeda nacional. Data do lançamento. Histórico. 14.1. Lançamento de Primeira Fórmula É o registro do fato contábil que envolve apenas uma conta devedora e outra conta credora . Exemplo: Depósito bancário oriundo de recursos do caixa: Data do lançamento: 09.06.2010 D – Banco do Brasil (Ativo Circulante) R$ 10.000,00 C – Caixa (Ativo Circulante) R$ 10.000,00 Histórico: Depósito em dinheiro no Banco do Brasil no valor de R$ 10.000,00 14.2. Lançamento de Segunda Fórmula É o registro do fato contábil que envolve uma conta devedora e mais de uma conta credora . Exemplo: Compra de mercadorias sendo pago parte em dinheiro e parte com duplicatas a vencer para 30 e 60 dias. Data do lançamento: 22.06.2010 D – Estoque de Mercadorias (Ativo Circulante) a C – Caixa (Ativo Circulante) R$ 1.000,00 C – Cheques a Cobrar (Ativo Circulante) R$ 8.000,00 Histórico: Compra de mercadorias para revenda sendo R$ 1.000,00 pagos no ato e duas duplicatas no valor de R$ 4.000,00 a vencer em 30 e 60 dias totalizando R$ 9.000,00

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14.3. Lançamento de Terceira Fórmula É o registro do fato contábil envolvendo mais de uma conta devedora e apenas uma conta credora . Exemplo: Venda de um lote de mercadoria, com parte do recebimento à vista e outra parte do recebimento dentro de 30 dias. Data do lançamento: 26.06.2010 D - Caixa (Ativo Circulante) R$ 1.000,00 D - Duplicatas a Receber (Ativo Circulante) R$ 1.000,00 C - Vendas de Mercadorias (Resultado) R$ 2.000,00 Histórico: Venda de 300 un. do produto XYZ, com recebimento de R$ 1.000,00 no ato e R$ 1.000,00 para 30 dias, totalizando R$ 2.000,00 14.4. Lançamento de Quarta Fórmula É o registro do fato contábil onde será envolve mais de uma conta devedora e mais de uma conta credora . Exemplo: Compra, na mesma nota fiscal, de mercadorias para revenda e material de consumo, sendo parte pago no ato da compra e o restante para 30 e 60 dias: Data do lançamento: 28.06.2010 D – Estoque de Mercadorias (Ativo Circulante) Histórico: Parte da NF 5555 de Comercial Computer Sistemas Ltda. R$ 20.000,00 D – Estoque de Materiais de Consumo (Ativo Circulante) Histórico: Parte da NF 5555 de Comercial Computer Sistemas Ltda. R$ 5.000,00 C - Bancos Cta. Movimento (Ativo Circulante) Histórico: Ref. Cheque 003521par Pagto à Comercial Computer Sistemas Ltda. R$ 5.000,00 C – Fornecedores (Passivo Circulante) Histórico: Slado a ser pago ref. NF 5555 em 30 e 60 dias R$ 20.000,00 14.5. Histórico do Lançamento O Histórico do Lançamento é a descrição do fato contábil. A boa técnica contábil exige que o histórico seja feito com a máxima clareza, para evidenciar de forma analítica o registro da operação, devendo o histórico do fato contábil ser inteligível e objetivo.

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Exemplificação Exemplo de Histórico Contábil incompleto: Compra de um veículo para a empresa Exemplo de Histórico Contábil completo: Valor referente aquisição de um veículo, marca Ford, mod. Strada, chassis 777777777, conforme nota fiscal nº. 3921, de 14.05.2010, de Fortes Revenda de Veículos Ltda. 14.6. Abreviaturas Utilizadas Para a redação do histórico e admitido a utilização de abreviaturas no histórico contábil, para fins de minimizar o trabalho, sem tirar a clareza do que está sendo demonstrado. Exemplos comuns de abreviaturas: Cfe. = Conforme Ch. = Cheque Dep. = Depósito Depto. Departamento Dp. = Duplicata Fat. = Fatura NF = Nota Fiscal Pg. = Pago Ref. = Referente Transf. = Transferência Vl. = Valor Como os lançamentos contábeis escriturados no diário seguem as regras de partidas dobradas. Demonstraremos a partir deste momento, os lançamentos sequencialmente. Seguindo o exemplo da empresa do Sr. João Dornas e Pedro Malaquias, que fundaram a em presa Que Delícia Comercio de Biscoitos Ltda, teríamos os seguintes lançamentos contábeis: Pela integralização de capital mediante contrato social registrado em 08.06.2010: D – Caixa (AC) C – Capital Social (PL) R$ 100.000,00 Histórico: Ref. Integralização de Capital Social realizado na seguinte forma R$ 30.000,00 integralizado por João Dornas e R$ 70.000,00 integralizado por Pedro Malaquias. Pela Transferência dos valores para o Banco mediante abertura de conta em 08.06.2010: D – Banco Conta Movimento (AC) C – Caixa (AC) Histórico: Abertura de Conta no Banco Alfa sendo transferido R$ 95.000,00 na mesma data Pela compra de uma sala comercial em 16.06.2010: D – Sala Comercial (ANC)

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C – Banco Conta Movimento (AC) R$ 25.000,00 Histórico: Aquisição de sala bloco 32, no Shopping Venda Mais conf. Inscrição no registro de imóveis nº.. 1111111 de 15.01.2005. Pela compra dos biscoitos para revenda em 28.06.2010: D – Estoque de Mercadorias (AC) C – Fornecedores (PC) R$ 5.000,00 Histórico: Compra de 300 quilos de biscoitos de baunilha, 200 quilos de biscoitos de chocolate e 500 quilos de biscoitos de glacê, conf. NF nº. 2500 de Comercial BLGF Ltda. 15. Exercícios de Fixação 1. Contabilização dos eventos: No dia 05.06.2010 foi constituída uma sociedade para exploração de comercio de mercadorias pelos Srs. Fulano de Tal e Beltrano de Tal, onde integralizaram cada um a quantia de R$ 50.000,00. Eventos ocorridos a partir desta data: 05.06.2010: Abertura de conta corrente no Banco Straus S/A com a transferência de R$ 99.000,00 do caixa para o banco. 06.06.2010: compra dos seguintes itens:

- 02 computadores no valor de R$ 1.500,00 cada, sendo pago com cheque – NF 5555 de Computer Sistem Ltda. - 01 impressora no valor de R$ 1.500,00 sendo pago com cheque – NF 6666 de Comuter Sistem Ltda. - Compra de balcão a prazo, de Moveis Bonilha Ltda – NF 4505 no valor de R$ 10.000,00, a ser pago em 4 parcelas 30/60/90/120. - Compra de mercadorias para revenda no valor de R$ 10.000,00 sendo pago R$ 5.000,00 no ato e o restante para 30 dias, conforme NF nº. 7894 de Comercial Certos Ltda. 16.06.2010 venda de 30% do estoque de Mercadorias pelo valor de R$ 5.000,00 sendo emitida a NF nº. 0001.

30.06.2010 Pagamento dos seguinte valores:

- Água: R$ 50,00 - Energia: R$ 150,00 - Telefone: R$ 100,00

Pede-se a. Demonstrar os lançamentos contábeis b. Demonstrar o Balancete de verificação 2. Encerramento do resultado: Com base nos dados acima descritos e a contabilização efetuada, demonstrar: a. Demonstração do Resultado do Exercício b. Balanço patrimonial após o encerramento das contas de resultado.

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16. PEÇAS CONTÁBEIS 16.1. Demonstrações Obrigatórias Nos termos do art.176 da Lei nº. 6.404/1976, alterado pelo Art. 1º da Lei nº. 11.638/2007 e o art. 36 da Medida Provisória nº. 449/2008 (convertida na Lei nº. 11.941/2009), no fim de cada exercício social a pessoa jurídica deverá elaborar com base na escrituração mercantil, com observância das leis comerciais, as seguintes demonstrações contábeis: a) Balanço Patrimonial; b) Demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados; c) Demonstração dos resultados do exercício; d) Demonstração dos fluxos de caixa; e e) Demonstração do valor adicionado, para as compan hias abertas. 16.1.1. Balanço Patrimonial O Balanço Patrimonial é constituído da forma mais simples em Ativo, Passivo, Patrimônio Líquido como segue: - Ativo compreende os bens, os direitos e as demais aplicações de recursos controlados pela entidade, capazes de gerar benefícios econômicos futuros, originados de eventos ocorridos. - Passivo compreende as origens de recursos representados pelas obrigações para com terceiros, resultantes de eventos ocorridos que exigirão ativos para a sua liquidação. - Patrimônio Líquido compreende os recursos próprios da Entidade, e seu valor é a diferença positiva entre o valor do Ativo e o valor do Passivo. Quando o valor do Passivo for maior que o valor do Ativo, o resultado é denominado Passivo a Descoberto. Portanto, a expressão Patrimônio Líquido deve ser substituída por Passivo a Descoberto. 16.1.2. Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumu lados A DLPA evidencia as alterações ocorridas no saldo da conta de lucros ou prejuízos acumulados, no Patrimônio Líquido. De acordo com o artigo 186, § 2º da Lei nº 6.404/76, adiante transcrito, a companhia poderá, à sua opção, incluir a demonstração de lucros ou prejuízos acumulados nas demonstrações das mutações do patrimônio líquido. "A demonstração de lucros ou prejuízos acumulados deverá indicar o montante do dividendo por ação do capital social e poderá ser incluída na demonstração das mutações do patrimônio líquido, se elaborada e publicada pela companhia." A DLPA é obrigatória para as sociedades limitadas e outros tipos de empresas, conforme a legislação do Imposto de Renda (art. 274 do RIR/99). Composição da DLPA A demonstração de lucros ou prejuízos acumulados deverá discriminar: 1. o saldo do início do período e os ajustes de exercícios anteriores; 2. as reversões de reservas e o lucro líquido do exercício; e

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3. as transferências para reservas, os dividendos, a parcela dos lucros incorporada ao capital e o saldo ao fim do período. Ajustes de Exercícios Anteriores Como ajustes de exercícios serão considerados apenas os decorrentes de efeitos da mudança de critério contábil, ou da retificação de erro imputável a determinado exercício anterior, e que não possam ser atribuídos a fatos subseqüentes. Reversões de Reservas Correspondem às alterações ocorridas nas contas que registram as reservas, mediante a reversão de valores para a conta Lucros Acumulados, em virtude daqueles valores não serem mais utilizados. Lucros ou Prejuízos Acumulados É o resultado líquido do ano apurado na Demonstração do Resultado do Exercício, cujo valor é transferido para a conta de Lucros Acumulados. Transferências Para Reservas São as apropriações do lucro feitas para a constituição das reservas patrimoniais, tais como: reserva legal, reserva estatutária, reserva de lucros a realizar, reserva para contingências. Substituição Pela Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido De acordo com o § 2º do artigo 186 da Lei nº 6.404/76 a Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados poderá ser incluída na demonstração das mutações do patrimônio líquido, se elaborada e divulgada pela companhia, pois não inclui somente o movimento da conta de lucros ou prejuízos acumulados, mas também o de todas as demais contas do patrimônio líquido. Exemplo:

Saldo em 31/12/X0 19.590 Ajustes de Exercícios Anteriores Mudança de critérios contábeis (Nota x) (2.800) Retificação de erro exercício anterior (Nota y) (1.000) Parcela de Lucros Incorporada ao Capital (8.000) Reversões de Reservas De Contingências 1.300 De Reavaliação 1.200 Lucro Líquido do Exercício 19.689 Destinação do Lucro Transferência para Reservas Reserva Legal (984) Reserva Estatutária (2.405) Reserva de Lucros a Realizar (3.077) Reserva de Lucros para Expansão (6.000) Juros sobre o Capital Próprio (4.000) Dividendos a Distribuir (7.920) Saldo em 31/12/X1 5.593

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A Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) evidencia o Lucro Liquido do Período, ou seja, o lucro final do exercício, após todas as deduções e participações, o que sobrar será distribuído para os proprietários. Mas qual é o destino do Lucro Liquido que é apurado na DRE ? A critério dos sócios ou acionistas será feita sob forma de distribuição daquele lucro. Aqui, exatamente, começa a Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA), somando-se o Lucro Liquido do exercício ao saldo dos Lucros Acumulados. Apuraremos o lucro à disposição dos proprietários da empresa para ser distribuídos. Por exemplo, se tivermos, em milhares de reais, um Lucro Liquido no Período 2008 de R$ 700, um saldo de Lucro Acumulado (no Balanço) no inicio de 2007 de R$ 200, e uma Distribuição de Dividendos de R$ 400.

REPRESENTAÇÃO GRÁFICA

BP em 31.12.X0 BP em 31.12.X1

ATIVO PASSIVO E PL DRE PASSIVO E PL

......... ............ ............ Receita ......... ......... 31-12-x0 31-12-x1

......... ............ ............ (-) Custo ......... ......... ............ ............

......... ............ ............ ......... ............ ............

......... ............ ............ L. Bruto ........ ......... ............ ...........

........ P. Líquido (-) Despesa ........ PL

......... L. Líquido 700 Capital

......... Capital L. Acumul 200 500

........ L. Acumul 200 ......... ............

......... ............ ............ ......... ............

........ ........... ............ ......... ............

......... ........... ............ ......... ............

DLPA

Saldo em 31-12-x0 200

(+) L. Líquido (x1) 700

Lucro Disponível 900

(-)Dividendos (-) 400

Saldo 31-12-x1 500

A conta Lucros Acumulado representa a interligação entre o Balanço Patrimonial (BP) e a Demonstração do Resultado do Exercício (DRE). Lucros Acumulados serão adicionados ao Lucro Líquido do próximo exercício social para, em conjunto com aquele, participar de uma nova distribuição (destinação). Daí a expressão Demonstrações de Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA), que significa o Lucro Liquido do Exercício mais o remanescente de lucro não especificado de ano(s) anterior (es). A partir de 1985, as sociedades anônimas de capital aberto ficaram obrigadas, por resolução da Comissão de Valores Mobiliários – CMV, a elaborar essa demonstração, ficando dispensadas da elaboração da Demonstração de Lucros ou Prejuízo Acumulados. E para melhor compreensão da movimentação contábil dessa conta veremos a DLPA (Demonstrações de Lucros e Prejuízos Acumulados. De acordo com a Lei 6.404/76 art 186). “A demonstrações de Lucros ou Prejuízos Acumulados discriminará”:

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I. Saldo do inicio do período, os ajustes do exercício anteriores e a correção monetária do saldo inicial. II. As reversões de reservas e lucro liquido do exercício III. As transferências para reservas, os dividendos, a parcela dos lucros incorporados ao capital e o saldo ao final do período. Se a empresa, em vez de lucro, estiver apresentando prejuízos, tais prejuízos serão acumulados (Prejuízos Acumulados) e este será absorvido pelos Lucros Acumulados, pelas reservas de lucros e pela reserva Legal nessa ordem, como já foi citado. A Lei das Sociedades por Ações permite que a empresa opte por elaborar a Demonstrações das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL) em substituição à Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA). Ao contrario da DLPA que fornece a movimentação, basicamente, de uma única conta do Patrimônio Liquido (Lucros Acumulados), a DMPL evidencia a movimentação de todas as contas do PL ocorrida durante o exercício. Assim, todo acréscimo e diminuição do Patrimônio Liquido são evidenciados através desta demonstração bem como da formação e utilização das reservas. Embora não seja uma demonstração obrigatória, a DMPL é muito mais completa e abrangente que a DLPA. É consideravelmente relevante para as empresa que movimentam constantemente as contas do PL. Se elaborada esta demonstração, não há necessidades de se apresentar a DLPA, uma vez que aquela inclui esta. 16.1.3. Demonstração dos resultados do exercício - De acordo com a legislação na forma vigente, as empresas devem adotar a demonstração do resultado do exercício na forma dedutiva ou vertical, cujas características são as seguintes: - Desta deduz-se o custo dos produtos vendidos, obtendo-se o lucro bruto. - Do lucro bruto são subtraídas as despesas operacionais, que, em geral, dividem-se em quatro grandes grupos: - Despesas operacionais com vendas - representadas pelas comissões, fretes para entrega etc. - Despesas gerais e administrativas - salários e encargos do pessoal administrativo, depreciações etc. - Despesas financeiras - juros e variação monetária de empréstimos etc., deduzidas das receitas financeiras. - Amortizações de despesas diferidas, obtendo-se o lucro operacional. - Somando-se ou subtraindo-se ao lucro operacional as receitas e despesas não operacionais, obtém-se o lucro antes do imposto de renda. - Desse valor, devemos deduzir o da provisão para imposto de renda obtendo, assim, o lucro antes das participações estatutárias. - Finalmente, se existirem, serão excluídas as participações estatutárias devidas a empregados, diretores etc. O saldo final é o que denominamos lucro líquido do exercício.

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Se os valores a débito estiverem maiores que os val ores a crédito haverá prejuízo. Caso os valores a crédito sejam maiores haverá lucro.

O valor encontrado será aquele que servirá de base para o cálculo do IRPJ e da CSLL no Lucro Real. Após a apuração dos impostos o lucro en contrado será transferido para a conta de lucros acumulados no balanço.

Modelo simplificado da Demonstração do resultado do exercício

Receita operacional bruta Deduções de vendas Receita operacional líquida Custo dos produtos vendidos Lucro bruto Despesas com vendas Despesas gerais e administrativas Despesas (-) receitas financeiras Amortização das despesas diferidas Lucro operacional Outras Despesas Outras Receitas Lucro antes do imposto de renda Provisão para imposto de renda Lucro antes das participações Participações de Administradores, Empregados, Debêntures e Partes Beneficiárias, que não se caracterize como despesa Lucro líquido do exercício

Custo / Despesas

Débito Crédito

Receitas

Débito Crédito

Despesas Receitas

Resultado do Exercício

Débito Crédito

Prejuízo Lucro

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16.1.4. Demonstração dos fluxos de caixa As informações dos fluxos de caixa de uma entidade são úteis para proporcionar aos usuários das demonstrações contábeis uma base para avaliar a capacidade de a entidade gerar caixa e equivalentes de caixa, bem como suas necessidades de liquidez. As decisões econômicas que são tomadas pelos usuários exigem avaliação da capacidade de a entidade gerar caixa e equivalentes de caixa, bem como da época e do grau de segurança de geração de tais recursos. Esta norma fornece informação acerca das alterações históricas de caixa e equivalentes de caixa de uma entidade por meio de demonstração que classifique os fluxos de caixa do período por atividades operacionais, de investimento e de financiamento. Abrangência da DFC: A entidade deve elaborar demonstração dos fluxos de caixa de acordo com os requisitos desta norma e apresentá-la como parte integrante das suas demonstrações contábeis divulgadas ao final de cada período. Os usuários das demonstrações contábeis se interessam em conhecer como a entidade gera e usa os recursos de caixa e equivalentes de caixa, independentemente da natureza das suas atividades, mesmo que o caixa seja considerado como produto da entidade, como é o caso de instituição financeira. As entidades necessitam de caixa essencialmente pelas mesmas razões, por mais diferentes que sejam as suas principais atividades geradoras de receita. Elas precisam dos recursos de caixa para efetuar suas operações, pagar suas obrigações e prover um retorno para seus investidores. Assim sendo, esta norma requer que todas as entidades apresentem uma demonstração dos fluxos de caixa. A demonstração dos fluxos de caixa, quando usada em conjunto com as demais demonstrações contábeis, proporciona informações que habilitam os usuários a avaliar as mudanças nos ativos líquidos de uma entidade, sua estrutura financeira (inclusive sua liquidez e solvência) e sua capacidade para alterar os valores e prazos dos fluxos de caixa, a fim de adaptá-los às mudanças nas circunstâncias e oportunidades. As informações sobre os fluxos de caixa são úteis para avaliar a capacidade de a entidade gerar recursos dessa natureza e possibilitam aos usuários desenvolver modelos para avaliar e comparar o valor presente de futuros fluxos de caixa de diferentes entidades. A demonstração dos fluxos de caixa também melhora a comparabilidade dos relatórios de desempenho operacional para diferentes entidades porque reduz os efeitos decorrentes do uso de diferentes tratamentos contábeis para as mesmas transações e eventos. Informações históricas dos fluxos de caixa são freqüentemente usadas como indicador do valor, época e grau de segurança dos fluxos de caixa futuros. Também são úteis para verificar a exatidão das avaliações feitas, no passado, dos fluxos de caixa futuros, assim como para examinar a relação entre a lucratividade e os fluxos de caixa líquidos e o impacto de variações de preços. Definições O seguintes termos são usados neste Pronunciamento, com os significados abaixo especificados: Caixa compreende numerário em espécie e depósitos bancários disponíveis. Equivalentes de caixa são aplicações financeiras de curto prazo, de alta liquidez, que são prontamente conversíveis em um montante conhecido de caixa e que estão sujeitas a um insignificante risco de mudança de valor. Fluxos de caixa são as entradas e saídas de caixa e equivalentes de caixa. Atividades operacionais são as principais atividades geradoras de receita da entidade e outras atividades diferentes das de investimento e de financiamento.

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Atividades de investimento são as referentes à aquisição e à venda de ativos de longo prazo e de outros investimentos não incluídos nos equivalentes de caixa. Atividades de financiamento são aquelas que resultam em mudanças no tamanho e na composição do capital próprio e no endividamento da entidade, não classificadas como atividade operacional. Apresentação de uma Demonstração dos Fluxos de Caix a A demonstração dos fluxos de caixa deve apresentar os fluxos de caixa de período classificados por atividades operacionais, de investimento e de financiamento A entidade deve apresentar seus fluxos de caixa decorrentes das atividades operacionais, de investimento e de financiamento da forma que seja mais apropriada a seus negócios. A classificação por atividade proporciona informações que permitem aos usuários avaliar o impacto de tais atividades sobre a posição financeira da entidade e o montante de seu caixa e equivalentes de caixa. Essas informações podem também ser usadas para avaliar a relação entre essas atividades. Uma única transação pode incluir fluxos de caixa classificados em mais de uma atividade. Por exemplo, quando o desembolso de caixa para pagamento de um empréstimo inclui tanto os juros como o principal, a parte dos juros pode ser classificada como atividade operacional, mas a parte do principal deve ser classificada como atividade de financiamento. O Fluxo de caixa é o produto final da integração do Contas a Receber com o Contas a Pagar. O fluxo de caixa realizado pode ser apresentado por meio de duas formas: o método direto e o método indireto. R Representação gráfica de DFC pelo método direto:

Contas a

Receber

Fluxo de

Caixa

Aplicações Bancos Caixa

Contas a

Pagar

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Demonstração do fluxo de caixa - Método direto

INGRESSOS DE RECURSOS Recebimentos de clientes xx Pagamentos a fornecedores (xx) Despesas administrativas e comerciais (xx) Despesas financeiras (xx) Impostos (xx) Mão-de-obra direta (xx) (=) Ingressos de recursos provenientes das operações xx Recebimentos por vendas do imobilizado xx (=) Total dos ingressos dos recursos financeiros xx

DESTINAÇÕES DE RECURSOS Aquisição de bens do imobilizado xx Pagamentos de Empréstimos bancários xx (=) Total das destinações de recursos financeiros xx Variação líquida de Disponibilidades xx (+) Saldo inicial xx (=) Saldo final de Disponibilidade xx

A demonstração pelo método direto facilita ao usuário avaliar a solvência da empresa, pois evidencia toda a movimentação dos recursos financeiros, as origens dos recursos de caixa e onde eles foram aplicados. O método indireto é aquele no qual os recursos provenientes das atividades operacionais são demonstrados a partir do lucro líquido, ajustado pelos itens considerados nas contas de resultado que não afetam o caixa da empresa. Representação gráfica de DFC pelo método indireto:

Demonstração do fluxo de caixa - Método indireto

ORIGENS Lucro líquido do exercício xx

Mais Depreciações xx Aumento em imposto de renda a pagar xx Aumento em fornecedores xx

Menos Aumento em clientes (xx) (=) Caixa gerado pelas operações xx Venda do Imobilizado xx (=) Total dos ingressos de Disponibilidade xx

APLICAÇÕES Pagamento de Empréstimos bancários xx Aquisição de Imobilizado xx (=) Total das aplicações de Disponibilidades xx Variação líquida das Disponibilidades xx (+) Saldo inicial xx (=) Saldo final das Disponibilidades xx

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Segundo o modelo apresentado, que a demonstração pelo método indireto é semelhante à DOAR, principalmente pela sua parte inicial, exigindo do usuário maior conhecimento de contabilidade. Os modelos apresentados seguem a estrutura tradicional da demonstração do fluxo de caixa, que tem como objetivo principal mostrar apenas as entradas e saídas de recursos financeiros. Basicamente demonstram os seguintes itens:

a) Entradas b) Saídas c) Diferença (a – b) d) Saldo Inicial e) Saldo Final (c + d)

16.1.5. Demonstração do Valor Adicionado, para as companhias abertas. Com o objetivo de divulgar e identificar o valor da riqueza gerada pela entidade e como essa riqueza foi distribuída entre os diversos setores que contribuíram para sua geração, tais como empregados, financiadores, acionistas, governo e outros, bem como a parcela da riqueza não distribuída, foi criada a Demonstração do Valor Adicionada – DVA. Esta demonstração passou a ser obrigatória para as companhias abertas, com a nova redação dada ao art. 176 da Lei nº. 6.404/1976 publicação da Lei nº. 11.638, de 2007, onde obviamente, por se tratar de um

Entradas Operacionais

Lucro Líquido

menos

Saídas Operacionais

Mais / Menos

Ajustes

Igual

Geração Interna de Caixa

Mais / Menos

Geração Operacional de Caixa

Igual

Fluxo Operacional

Mais / Menos

Geração Não Operacional de Caixa

Igual

Variação do Disponível

MÉTODO DIRETO MÉTODO INDIRETO

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demonstrativo contábil, suas informações devem ser extraídas da escrituração, com base nas Normas Contábeis vigentes e tendo como base o Princípio Contábil da Competência. Valor Adicionado – Conceito Econômico A economia baseada em estudos estatísticos divulga anualmente através do Produto Interno Bruto o nível de atividade em todos os setores da economia, ou seja, a produção de todos os serviços e mercadorias finais. O Produto Interno Bruto divulgado anualmente é calculado através do somatório da produção do país no ano indicando desta forma o que foi produzido e o desempenho da economia. A grande dificuldade dos Estatísticos é o calculo da produção de uma economia. Qualquer economia trabalha com segmentação do mercado, ou seja, o que é produzido em um setor é utilizado como matéria prima por outro e, desta forma, se somarmos a produção de um setor estaremos incluindo a produção do outro. Para evitar esta dupla contagem poderíamos mensurar o PIB através da contabilização somente dos bens finais eliminando os bens intermediários utilizados na produção de outros bens. Uma outra alternativa seria a contabilização do valor adicionado em cada etapa produtiva. Desta forma, poderíamos medir o produto pelo valor dos bens finais ou pela agregação dos valores adicionados (valor dos produtos mais valor dos insumos). Devemos observar ainda que o PIB, ou o valor adicionado em cada setor é igual à soma das remunerações do capital (lucros) e do trabalho (salários). Obrigatoriedade da DVA A partir do exercício de 2008, a elaboração da Demonstração do Valor Adicionado passou a ser obrigatória, conforme prevê a Lei nº. 11.638/2007. Destaca-se, no entanto, que esta obrigatoriedade alcança apenas as companhias abertas, ou seja, aquelas cujos valores mobiliários de sua emissão estejam admitidos à negociação nos mercados de bolsa e de balcão (Art. 4º da Lei nº. 6.404/76). Portanto, para as companhias abertas a adoção da DVA deixou de se apenas uma faculdade. Para as demais sociedades, sua adoção permanece opcional, sendo incentivada pelos movimentos sociais. Objetivo e Finalidade da Demonstração A Demonstração do Valor Adicionado "tem por finalidade evidenciar a riqueza criada pela entidade e sua distribuição, durante determinado período." (Resolução CFC nº 1.138/2008). Conforme a Lei das S/A, a DVA deverá indicar, no mínimo (Art. 188, II): "o valor da riqueza gerada pela companhia, a sua distribuição entre os elementos que contribuíram para a geração dessa riqueza, tais como empregados, financiadores, acionistas, governo e outros, bem como a parcela da riqueza não distribuída." As informações constantes da DVA, como destaca o CFC, devem ser extraídas da contabilidade e os valores informados, logo, devem ter como base o princípio contábil da competência. Estrutura da DVA A entidade, sob a forma jurídica de sociedade por ações, com capital aberto, e outras entidades que a lei assim estabelecer, devem elaborar a DVA e apresentá-la como parte das demonstrações contábeis divulgadas ao final de cada exercício social. É recomendado, entretanto, a sua elaboração por todas as entidades que divulgam demonstrações contábeis.

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A elaboração da DVA consolidada deve basear-se nas demonstrações consolidadas e evidenciar a participação dos sócios não controladores conforme o modelo anexo a Resolução CFC nº 1.138/2008. A DVA deve proporcionar aos usuários das demonstrações contábeis informações relativas à riqueza criada pela entidade em determinado período e a forma como tais riquezas foram distribuídas. A distribuição da riqueza criada deve ser detalhada, minimamente, da seguinte forma: (a) pessoal e encargos; (b) impostos, taxas e contribuições; (c) juros e aluguéis; (d) juros sobre o capital próprio (JCP) e dividendos; (e) lucros retidos/prejuízos do exercício As entidades mercantis (comerciais e industriais) e prestadoras de serviços devem utilizar o Modelo I previsto na Resolução CFC nº 1.138/2008, aplicável às empresas em geral, enquanto que para atividades específicas, tais como atividades de intermediação financeira (instituições financeiras bancárias) e de seguros, devem ser utilizados os modelos específicos (II e III) incluídos na referida Resolução. Definições do Termos Constantes na DVA Os termos necessários para a confecção da DVA são os constantes a partir do item 9 da Deliberação CVM nº 557/2008 (CPC 09), aprovado pela Resolução CFC nº 1.138/2008. Modelo de DVA do Conselho Federal de Contabilidade O Conselho Federal de Contabilidade apresenta os seguintes modelos de elaboração da Demonstração do Valor Adicionado (Resolução CFC nº 1.138/2008): (Demonstração do Valor Adicionado - EMPRESAS EM GERAL)

DESCRIÇÃO Em milhares de reais 20X6

Em milhares de reais 20X5

1 - RECEITAS 1.1. Vendas de mercadorias, produtos e serviços

1.2. Outras receitas 1.3. Receitas relativas à construção de ativos próprios

1.4. Provisão para créditos de liquidação duvidosa - Reversão / (Constituição)

2. INSUMOS ADQUIRIDOS DE TERCEIROS (inclui os valores dos impostos - ICMS, IPI, PIS e COFINS)

2.1. Custos dos produtos, das mercadorias e dos serviços vendidos

2.2. Materiais, energia, serviços de terceiros e outros

2.3. Perda / Recuperação de valores ativos

2.4. Outras (especificar) 3 .VALOR ADICIONADO BRUTO (1-2) 4 . DEPRECIAÇÃO, AMORTIZAÇÃO E EXAUSTÃO

5 . VALOR ADICIONADO LÍQUIDO

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PRODUZIDO PELA ENTIDADE (3-4) 6 . VALOR ADICIONADO RECEBIDO EM TRANSFERÊNCIA

6.1. Resultado de equivalência patrimonial

6.2. Receitas financeiras 6.3. Outras 7. VALOR ADICIONADO TOTAL A DISTRIBUIR (5+6)

8. DISTRIBUIÇÃO DO VALOR ADICIONADO (*)

8.1. Pessoal 8.1.1. Remuneração direta 8.1.2 . Benefícios 8.1.3 . F.G.T.S 8.2. Impostos, taxas e contribuições 8.2.1. Federais 8.2.2. Estaduais 8.2.3 . Municipais 8.3. Remuneração de capitais de terceiros 8.3.1. Juros 8.3.2. Aluguéis 8.3.3 . Outras 8.4. Remuneração de capitais próprios 8.4.1. Juros sobre o capital próprio 8.4.2. Dividendos 8.4.3. Lucros retidos / Prejuízo do exercício

8.4.4. Participação dos não-controladores nos lucros retidos (só p/ consolidação)

(*) O total do item 8 deve ser exatamente igual ao item 7. Comissão de Valores Mobiliários (CVM) A Comissão de Valores Mobiliários - CVM, por meio da Deliberação CVM nº 557, de 12 de novembro de 2008, aprovou e tornou obrigatório, para as companhias abertas, o Pronunciamento Técnico CPC 09, que trata da Demonstração do Valor Adicionado. A referida Deliberação facultou às companhias abertas a apresentação comparativa da Demonstração do Valor Adicionado, exceto para aquelas que elaboraram e divulgaram esta demonstração no exercício anterior. Saliente-se que a Deliberação aplica-se aos exercícios encerrados a partir de dezembro de 2008. 17. NOTAS EXPLICATIVAS AO BALANÇO A publicação de Notas Explicativas às Demonstrações Financeiras está prevista no § 4º do artigo 176 da Lei 6.404/1976 (Lei das S/A), adiante transcrito: "as demonstrações serão complementadas por Notas Explicativas e outros quadros analíticos ou demonstrações contábeis necessários para esclarecimento da situação patrimonial e dos resultados do exercício".

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As Notas Explicativas visam fornecer as informações necessárias para esclarecimento da situação patrimonial, ou seja, de determinada conta, saldo ou transação, ou de valores relativos aos resultados do exercício, ou para menção de fatos que podem alterar futuramente tal situação patrimonial, ou ainda, poderá estar relacionada a qualquer outra das Demonstrações Financeiras. São meios de divulgação: - a publicação das demonstrações contábeis na imprensa, oficial ou privada, em qualquer das suas modalidades; - a remessa das demonstrações contábeis a titulares do capital, associados, credores, órgãos fiscalizadores ou reguladores, bolsas de valores, associações de classe, entidades de ensino e pesquisa, e outros interessados; - a comunicação de que as demonstrações contábeis estão à disposição dos titulares do capital, associados e demais interessados, em local ou locais identificados. Os meios de divulgação mencionados acima podem decorrer tanto de disposições legais, regulamentares ou regimentais, como de iniciativa da própria Entidade. A forma de apresentação das demonstrações contábeis para divulgação obedecerá aos modelos definidos em interpretações técnicas. 17.1. Elaboração das Notas Explicativas Devem ser observados os seguintes aspectos na elaboração das notas explicativas: - as informações devem contemplar os fatores de integridade, autenticidade, precisão, sinceridade e relevância; - os textos devem ser simples, objetivos, claros e concisos; - os assuntos devem ser ordenados obedecendo a ordem observada nas demonstrações contábeis, tanto para os agrupamentos como para as contas que os compõem; - os assuntos relacionados devem ser agrupados segundo seus atributos comuns; - os dados devem permitir comparações com os de datas de períodos anteriores; - as referências a leis, decretos, regulamentos, normas brasileiras de contabilidade e outros atos normativos devem ser fundamentadas e restritas aos casos em que tais citações contribuam para o entendimento do assunto tratado na nota explicativa. Objetivo das Notas Explicativas A divulgação das demonstrações contábeis tem por objetivo fornecer, aos seus usuários, um conjunto mínimo de informações de natureza patrimonial, econômica, financeira, legal, física e social que lhes possibilitem o conhecimento e a análise da situação da Entidade. O conteúdo, a forma de apresentação e a divulgação das demonstrações contábeis de Entidades com atividades atípicas ou com regulamentação específica são tratados em normas próprias. Obrigatoriedade da Elaboração As demonstrações serão complementadas por Notas Explicativas e outros quadros analíticos ou demonstrações contábeis necessários para esclarecimento da situação patrimonial e dos resultados do exercício.

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Nas normas a serem inclusas nas demonstrações finan ceiras, deverão indicar: - os principais critérios de avaliação dos elementos patrimoniais, especialmente estoques, dos cálculos de depreciação, amortização e exaustão, de constituição de provisões para encargos ou riscos, e dos ajustes para atender a perdas prováveis na realização dos elementos do ativo; - os investimentos, em outra sociedade, quando relevantes; - o aumento de valor de elementos do ativo resultante de novas avaliações; - os ônus reais constituídos sobre elementos do ativo, as garantias prestadas a terceiros e outras responsabilidades eventuais ou contingentes; - a taxa de juros, as datas de vencimento e as garantias das obrigações a longo prazo; - o número, espécies e classes das ações do capital social; - as opções de compra de ações outorgadas e exercidas no exercício; - os ajustes de exercícios anteriores; - os eventos subseqüentes à data de encerramento do exercício que tenham, ou possam vir a ter, efeitos relevantes sobre a situação financeira e os resultados futuros da companhia. Como complemento às Notas Explicativas previstas na Lei das S/A, a Comissão de Valores Mobiliários recomenda a inclusão de diversos assuntos relevantes para efeito de melhor entendimento das demonstrações financeiras, entre eles: - ações em tesouraria; - arrendamento mercantil; - capital realizado atualizado; - demonstrações em moeda de capacidade constante; - demonstrações financeiras consolidadas; - lucro/prejuízo por ação; - ativo diferido; - investimentos societários no Exterior; - mudança de critério contábil; - remuneração dos administradores; - reservas - detalhamento; - retenção de lucros; - transações entre partes relacionadas; - dividendos - cálculo; - ágio/deságio; - equivalência patrimonial;

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- destinação do resultado do exercício; - empreendimentos em fase de implantação; - debêntures; - ajustes de exercícios anteriores; - reavaliação de bens; - planos de aposentadoria e pensões; - provisões para créditos de liquidação duvidosa; - ônus, garantias e contingentes; - obrigações de longo prazo; - programa de desestatização; - opção de compra de ações. Exemplificação de Notas Explicativas “NOTA EXPLICATIVA: Contexto Operacional A Empresa se insere no seguimento de comércio, importação e exportação de ......................... Principais Práticas Contábeis As demonstrações financeiras foram elaboradas em obediência aos preceitos da Legislação Comercial; aos preceitos da Lei das Sociedades Anônimas; e aos Princípios de Contabilidade Geralmente Aceiros. As principais práticas na elaboração das demonstrações financeiras são as seguintes: Determinação do resultado O resultado é apurado em obediência ao regime de competência de exercícios. Ativos circulantes A classificação das contas é realizada com base na experiência da administração com perdas em anos anteriores, condições de mercado e situação econômica. Os estoques são demonstrados pelo custo dos bens adquiridos ou produzidos mais recentemente (Peps - primeiro a entrar, primeiro a sair). Importações em trânsito são demonstradas pelo custo acumulado de cada importação. Os demais ativos circulantes estão demonstrados aos seus valores originais, adicionados, quando aplicável, pelos valores de juros e variações monetárias ou, no caso de despesas pagas antecipadamente, demonstrados pelo valor de custo. Ativo não Circulante

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Os investimentos permanentes e relevantes em companhias ligadas são avaliados pelo método da equivalência patrimonial. O ativo imobilizado é demonstrado ao custo ou valor de avaliação. As depreciações são calculadas pelo método linear, às taxas autorizadas. Os demais ativos realizáveis a longo prazo estão demonstrados aos seus valores originais, adicionados, quando aplicável, pelos valores de juros e variações monetárias ou, no caso de despesas pagas antecipadamente, demonstrados pelo valor de custo. Passivo circulante e não circulante Demonstrados por valores conhecidos ou calculáveis, acrescidos, quando aplicável, dos correspondentes encargos e variações monetárias ou cambiais incorridos até a data do balanço. Participação em Controladas: Neste item deverão ser informados, por empresa, os valores dos investimentos no exercício atual e no anterior. Deverão ser informados também todos os dados referentes as Coligadas e Controladas, tais como: - Capital Social; - Nº de ações/quotas; - Participação no capital; - Patrimônio Líquido; - Lucro Líquido. Financiamentos: Os financiamento de bens de capital no valor de R$ ...................... (US$ ................. em 20x0), estão sujeitos à variações monetárias, além de encargos médios anuais de 14%. Capital Social O capital social está representado por ..................quotas no valor nominal de R$ 1,00 cada. Provisões Para Contingências Eventuais A Sociedade, a exemplo das demais empresas que operam no país, está sujeita à contingências fiscais, legais, trabalhistas, cíveis e outras. Em bases periódicas a Administração da Sociedade revisa o quadro de contingências conhecidas, avalia a possibilidade de eventuais perdas com as mesmas, ajustando a provisão para contingências e eventuais, a débito ou crédito de resultados. Instrumentos Financeiros Os instrumentos financeiros, ativos e passivos da companhia, em 31 de dezembro de 20x4 e de 20x5, estão todos registrados em contas patrimoniais e não apresentam valores de mercado diferentes dos reconhecidos nas demonstrações financeiras. Cobertura de Seguros

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Face à natureza de suas atividades, à descentralização das suas instalações, a Companhia adota política de contratar cobertura de seguros com base no conceito securitário de perda máxima provável, o que corresponde ao valor máximo passível de destruição em um mesmo evento. Dentro desse conceito, em 31 de dezembro de 20x4, os ativos da Companhia apresentavam-se segurados contra sinistros (incêndio, raio, explosão, atos dolosos e impactos de veículos em R$ .......................” 17.2. Adoção à Lei 11.638/2007 e Lei 11.941/20008 Na elaboração das demonstrações contábeis de 2008, é necessário adotar as alterações na legislação societária introduzidas pela Lei nº. 11.638, aprovada em 28 de dezembro de 2007, com as respectivas modificações introduzidas pela Medida Provisória nº. 449, de 03 de dezembro de 2008 (convertida na Lei nº. 11.941/2009), em conformidade com a Resolução CFC nº. 1.088, de 24.01.2007. A Lei nº. 11.638/2007 e a Lei n° 11.941/2009 altera ram, revogaram e introduziram diversos dispositivos na Lei das Sociedades por Ações (Lei nº. 6.404/1976), com vigência em 1º de janeiro de 2008. A nova Lei e Medida Provisória trouxeram importantes alterações em regras de reconhecimento e mensuração de itens patrimoniais, bem como de apresentação das demonstrações contábeis. Conforme facultado pelo Pronunciamento Técnico CPC 13 - Adoção Inicial da Lei nº 11.638/2007 e MP nº. 449/2008 (convertida na Lei nº. 11.941/2009), deve-se elaborar o balanço patrimonial inicial com data de 1º de janeiro de 2008, de acordo com o referido pronunciamento. Dessa forma, essa demonstração contábil é o ponto de partida da contabilidade, sendo que os ajustes iniciais efetuados, quando existentes, foram contabilizados na conta de lucros ou prejuízos acumulados. 18. Exercícios de Fixação Assinale “V” para verdadeiro e “F” para falso nas assertivas abaixo: BALANÇO ( ) Para apuração do resultado do exercício, faz-se os lançamentos de encerramento, debitando-se as contas de receitas e creditando-se uma conta transitória, chamada de “apuração do resultado do exercício”. ( ) No balancete são relacionadas somente as contas utilizadas pela empresa que se encontram no patrimônio líquido. ( ) Para elaboração do balanço devem ser efetuados vários ajustes e reclassificações nas contas patrimoniais, como estoques, empréstimos etc.Calcula-se também a provisão para o Imposto de Renda e a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido, de acordo com as normas tributárias vigentes, fazendo-se a respectiva contabilização. ( ) O plano de contas de uma empresa nada mais é do que o elenco de contas de uma empresa pertinentes ao passivo (obrigações). Esse plano de contas serve para orientar quais os registros contábeis que devem ser feitos e de que maneira devem ser efetuados esses registros. ( ) O Patrimônio Líquido compreende os recursos próprios da Entidade, e seu valor é a diferença positiva entre o valor do Ativo e o valor do Passivo. Quando o valor do Passivo for maior que o valor do Ativo, o resultado é denominado Passivo a Descoberto. Portanto, a expressão Patrimônio Líquido deve ser substituída por Passivo a Descoberto. DMPL

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( ) A elaboração da demonstração das mutações do Patrimônio Líquido é obrigatória para todas as sociedades anônimas. ( ) A Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido é relativamente simples, sendo que poderá apresentá-la utilizando o método direto ou indireto. ( ) Por ser uma demonstração mais completa e abrangente, uma vez que evidencia a movimentação de todas as contas do patrimônio líquido durante o exercício social, inclusive a formação e utilização das reservas não derivadas do lucro, observa-se, anualmente, em virtude desse aspecto positivo, que a maioria das empresas opta pela sua elaboração. ( ) As companhias fechadas com PL em 31/12/xx inferior à R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais) é dispensada da elaboração da DMPL. ( ) As contas que formam o Patrimônio Líquido podem sofrer variações por inúmeros motivos, tais como acréscimo pelo lucro ou redução pelo prejuízo líquido do exercício e acréscimo por subscrição e integralização de capital. DFC ( ) A classificação por atividade proporciona informações que permitem aos usuários avaliar o impacto de tais atividades sobre a posição financeira da entidade e o montante de seu caixa e equivalentes de caixa. ( ) Atividades de financiamento são aquelas que resultam em mudanças no tamanho e na composição do capital próprio e no endividamento da entidade, não classificadas como atividade operacional. ( ) Uma única transação pode incluir fluxos de caixa classificados em mais de uma atividade. Por exemplo, quando o desembolso de caixa para pagamento de um empréstimo inclui tanto os juros como o principal, a parte dos juros pode ser classificada como atividade operacional, mas a parte do principal deve ser classificada como atividade de financiamento. ( ) A demonstração dos fluxos de caixa deve apresentar os fluxos de caixa de período classificados por atividades não operacionais e depreciação. ( ) O método direto demonstra os recebimentos e pagamentos derivados das atividades operacionais da empresa em vez do lucro líquido ajustado. Mostra efetivamente as movimentações dos recursos financeiros ocorridos no período. ( ) A demonstração dos fluxos de caixa, quando usada em conjunto com as demais demonstrações contábeis, proporciona informações que habilitam os usuários a avaliar as mudanças nos ativos líquidos de uma entidade, sua estrutura financeira (inclusive sua liquidez e solvência) e sua capacidade para alterar os valores e prazos dos fluxos de caixa, a fim de adaptá-los às mudanças nas circunstâncias e oportunidades. DVA ( ) As informações constantes da DVA, como destaca o CFC, devem ser extraídas da contabilidade e os valores informados, logo, devem ter como base o princípio contábil da competência. ( ) A Demonstração do Valor Adicionado "tem por finalidade evidenciar a riqueza criada pela entidade e sua distribuição, durante determinado período.

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( ) A obrigatoriedade da elaboração da DVA alcança apenas as companhias fechadas, ou seja, aquelas cujos valores mobiliários de sua emissão não estejam admitidos à negociação nos mercados de bolsa e de balcão (Art. 4º da Lei nº 6.404/76). ( ) A empresa que confeccionar a DVA fica dispensada da elaboração de DFC e DLPA. ( ) A entidade, sob a forma jurídica de sociedade por ações, com capital aberto, e outras entidades que a lei assim estabelecer, devem elaborar a DVA e apresentá-la como parte das demonstrações contábeis divulgadas ao final de cada exercício social. NOTAS EXPLICATIVAS ( ) Empresas com capital social até R$ 75.000,00 estão dispensadas da confecção das notas explicativas. ( ) Na elaboração das demonstrações contábeis de 2008, é necessário adotar as alterações na legislação societária introduzidas pela Lei nº 11.638, aprovada em 28 de dezembro de 2007, com as respectivas modificações introduzidas pela Medida Provisória nº 449, de 03 de dezembro de 2008 (convertida na Lei nº 11.941/2009), em conformidade com a Resolução CFC nº 1.088, de 24.01.2007. ( ) As Notas Explicativas visam fornecer as informações necessárias para esclarecimento da situação patrimonial, ou seja, de determinada conta, saldo ou transação, ou de valores relativos aos resultados do exercício, ou para menção de fatos que podem alterar futuramente tal situação patrimonial, ou ainda, poderá estar relacionada a qualquer outra das Demonstrações Financeiras. ( ) Em complemento às Notas Explicativas previstas na Lei das S/A, a Comissão de Valores Mobiliários recomenda a inclusão de diversos assuntos relevantes para efeito de melhor entendimento das demonstrações financeiras, entre eles: - ações alienadas durante o ano-calendário e seus respectivos adquirentes; - arrendamento mercantil operacional; - capital realizado na moeda original; - demonstrações em moeda de capacidade constante. - as informações devem contemplar os fatores de integridade, autenticidade, precisão, sinceridade e relevância; - os textos devem ser simples, objetivos, claros e concisos; ... ( ) As demonstrações serão complementadas por Notas Explicativas e outros quadros analíticos ou demonstrações contábeis necessários para esclarecimento da situação patrimonial e dos resultados do exercício. Nas normas a serem inclusas nas demonstrações financeiras, deverão indicar os principais critérios de avaliação dos elementos patrimoniais, especialmente estoques, dos cálculos de depreciação, amortização e exaustão, de constituição de provisões para encargos ou riscos, e dos ajustes para atender a perdas prováveis na realização dos elementos do ativo. ( ) O conteúdo, a forma de apresentação e a divulgação das demonstrações contábeis de Entidades com atividades atípicas ou com regulamentação específica são tratados em normas próprias.

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PARTE III 1. TRANSAÇÕES COMERCIAIS E INDUSTRIAIS Os impostos federais quando pagos em uma transação de compra e venda de mercadorias, tais como ICMS e IPI, por exemplo influenciam na composição dos preços de venda e no lucro que uma empresa espera. Os valores pagos na aquisição de mercadorias e materiais representam, de acordo com a legislação pertinente, créditos da empresa junto ao governo e serão compensados com os mesmos impostos que serão devidos pela venda das mercadorias ou produtos (impostos recuperáveis). Assim sendo, o valor dos impostos recuperáveis pagos na aquisição não deve compor o custo de aquisição que será incorporado ao estoque, mas registrados em conta específica de ativo que representará o direito da empresa junto ao governo. Os valores dos impostos recuperáveis devem ser contabilizados em contas distintas do estoque, pois não devem entrar na composição do custo da mercadoria. 2. ESTOQUE E CONSIDERAÇÕES Estoques são todos os recursos disponíveis em um determinado momento, que uma empresa pode utilizar para dar origem a um bem. São quantidades armazenadas ou em processo de produção, com a função principal de criar uma independência entre os vários estágios da cadeia produtiva (Compra/Venda, Compra/Produção, Produção/Distribuição, Operação1/Operação2, etc.). A gestão de estoques é um conceito que está presente em praticamente todo o tipo de empresas. No meio empresarial, se por um lado o excesso de estoques representa custos operacionais e de oportunidade do capital empatado, por outro lado níveis baixos de estoque podem originar perdas de economias e custos elevados devido à falta de produtos. O termo "estoque" designa o "conjunto" dos itens materiais de propriedade da empresa que: - São mantidos para venda futura; - Encontra-se em processo de produção; ou - São correntemente consumidos no processo de produção de produtos ou serviços a serem vendidos. Ativos considerados estoques: - Mercadorias para comércio ou produtos acabados (matéria-prima e mercadorias mantidas para venda); - Materiais para produção (materiais comprados com a intenção de incorporá-los ao produto final através do processo produtivo); - Materiais em estoque não destinados à produção normal, chamados também de indiretos, auxiliares ou não produtivos (itens fisicamente não incorporados ao produto final, como ferramentas, material de limpeza e segurança); - Produtos em processo de fabricação ou elaboração (que inclui material direto, mão-de-obra direta e custos gerais de fabricação), devem refletir o custo atual dos produtos em processo; - Custo das importações em andamento referente a itens de estoque. As empresas comerciais, tendo como função a revenda de bens adquiridos prontos de seus fornecedores, têm avaliação de seus estoques simplificada. Os estoques limitam-se, em geral, ao estoque de produtos destinados à comercialização e ao estoque de materiais diversos ou auxiliares que, referindo-se a itens adquiridos prontos, tem o seu custo disponível nos documentos de aquisição, restando, apenas para a devida avaliação do estoque, aplicar, sobre esse custo, o método de apuração definido na legislação em vigor. As empresas industriais, por sua vez, transformando matérias-primas e acoplando componentes para compor o produto final, apresenta, além dos estoques encontrados nas

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empresas comerciais, os estoques de matérias-primas para produção e os estoques de produtos em processamento, cujos itens, uma vez concluídos, são transferidos para o estoque de produtos acabados, correspondente ao estoque de bens para venda das empresas comerciais. 3. ESCRITURAÇÃO DO LIVRO REGISTRO DE INVENTÁRIO O custo das mercadorias vendidas e os bens de produção serão determinados com base em registro permanente de estoques ou no valor do estoque existente, de acordo com o livro Registro de Inventário, escriturado no fim de cada trimestre ou ao término do ano-calendário, conforme o caso. - Lucro Real - As pessoas jurídicas tributadas com base no Lucro Real deverão efetuar o levantamento e a avaliação dos seus estoques ao final de cada período de apuração dos resultados. Assim, a empresa fica obrigada a escriturar o livro Registro de Inventário ao final de cada trimestre, se apurar o lucro real trimestralmente ou somente em 31 de dezembro, no caso de pagamento do Imposto de Renda mensal sobre base de cálculo estimada. No entanto, se a empresa mantiver registro permanente de estoques, somente estará obrigada a ajustar os saldos contábeis pelo confronto com a contagem física, ao final do período de apuração relativo ao mês de dezembro de cada ano-calendário. - Lucro Presumido e Simples Nacional - As empresas tributadas com base no Lucro Presumido e Simples Nacional devem proceder ao levantamento e à avaliação dos estoques em 31 de dezembro, uma vez que está obrigado a escriturar, nessa data, o Balanço Patrimonial. 4. COMPOSIÇÃO DO CUSTO DE AQUISIÇÃO O custo de mercadorias para revenda, assim como o das matérias-primas e outros bens de produção, compreende, além do valor pago ao fornecedor, o valor correspondente ao transporte (fretes), seguro e dos tributos devidos na aquisição ou na importação, excluídos os impostos recuperáveis através de crédito na escrita fiscal. As mercadorias ou bens importados têm seu custo avaliado por todos os valores gastos até a data da entrada no estabelecimento importador, tais como taxas bancárias, gastos com desembaraço aduaneiro, honorários de despachante, etc. 4.1. Custo das Mercadorias Vendidas - CMV A apuração do custo das mercadorias vendidas está diretamente relacionada aos estoques da empresa, pois representa a baixa efetuada nas contas dos estoques por vendas realizadas no período. Quando o controle de estoques é feito mediante contagem física, o custo das mercadorias vendidas ou das matérias-primas utilizadas no processo de produção é obtido através da seguinte operação: CMV = EI + C - EF (custo das mercadorias vendidas = estoque inicial mais compras do período, menos estoque final) CMV = Custo das Mercadorias Vendidas EI = Estoque Inicial C = Compras EF = Estoque Final (inventário final)

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Os estoques representam um dos ativos mais importantes da empresa e, por isso, a sua correta determinação no início e no fim do período contábil é essencial para apuração do lucro líquido do exercício.

5. ITENS INTEGRANTES DOS ESTOQUES

A contabilização das compras de itens do estoque deve ocorrer no momento da transmissão do direito de propriedade dos mesmos. Assim, para determinar se os itens integram ou não a conta de estoques, deve-se ter em conta o direito de sua propriedade, e não a sua posse física.

Os estoques estão representados basicamente por: mercadorias para revenda, produtos acabados, produtos em elaboração, matérias-primas, almoxarifado, importações em andamento e adiantamentos a fornecedores de estoques, observando-se que serão também considerados:

a) os itens existentes fisicamente em estoques, excluindo-se aqueles que estão fisicamente na empresa, mas não são de propriedade da empresa, tais como aqueles recebidos em consignação, para conserto, etc.;

b) os itens adquiridos, mas que estão em trânsito (compras em trânsito), para as instalações da empresa, com cláusula FOB no ponto de embarque, na data do balanço;

c) os itens de propriedade da empresa que estão em poder de terceiros para conserto, consignação, beneficiamento ou armazenamento;

d) os itens em trânsito para um cliente com cláusula FOB no destino.

Por outro lado, não devem ser incluídos na conta estoque, na data do balanço:

a) as compras em trânsito, quando as condições são de sua entrega na fábrica ou em outro lugar designado pela empresa (FOB-destino);

b) as mercadorias recebidas de terceiros em consignação, depósito, etc.;

c) os materiais comprados mas sujeitos a aprovação, que somente serão integrados ao estoque após a aprovação.

6. CLASSIFICAÇÃO CONTÁBIL

O termo "estoque" refere-se a todos os bens tangíveis mantidos para venda ou uso próprio no curso ordinário do negócio, bens em processo de produção para venda ou para uso próprio ou que se destinam ao consumo na produção de mercadorias para venda ou uso próprio.

Seguindo o conceito de liquidez, o subgrupo estoques classifica-se no Circulante, após o subgrupo Outros Créditos.

Todavia, poderá haver casos de empresas que tenham estoques cuja realização ultrapasse o exercício seguinte. Assim deve haver a reclassificação dos estoques para o Realizável a Longo Prazo, em conta à parte.

6.1. Produtos Acabados

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Nessa conta são registrados os produtos terminados e oriundos da própria fabricação da empresa, disponíveis para venda, podendo ser estocados na fábrica, depósitos de terceiros ou filiais.

Essa conta é debitada pela transferência da conta produtos em elaboração e creditada por ocasião das vendas ou transferências para outro estabelecimento da empresa.

6.2. Mercadoria para Revenda

Representa os produtos adquiridos de terceiros para revenda, acabados e que não sofrem nenhum processo de transformação na empresa.

6.3. Matérias-Primas

Engloba todos os materiais a serem utilizados ou transformados no processo produtivo.

6.4. Material de Embalagem

Abriga os itens de estoque que se destinam à embalagem ou acondicionamento dos produtos para venda.

6.5. Manutenção e Suprimento

Nessa conta são registrados os valores relativos aos estoques de peças para manutenção de máquinas, equipamentos, edifícios, etc., que serão utilizados em consertos.

No caso de troca de peças mediante baixa da peça anterior, o valor das peças será agregado ao imobilizado e não apropriado como despesas.

6.6. Importação em Andamento

Serão registrados nessa conta os custos incorridos relativos às importações em andamento de matérias-primas ou itens destinados ao estoque.

6.7. Almoxarifado e Bens de Consumo Eventual

Nessa conta são registrados itens de estoque de consumo geral, tais como: material de escritório, produtos de higiene, produtos para alimentação dos funcionários, etc.

É comum às empresas lançarem tais valores como despesas no momento da compra, mantendo à parte um controle quantitativo, uma vez que tais itens, na maioria das vezes, representam uma quantidade muito grande de itens, mas de pequeno valor, não afetando os resultados.

Poderá ser registrado diretamente como custo de produção a aquisição de bens de consumo eventual, cujo valor não exceda a 5% (cinco por cento) do custo total dos produtos vendidos no exercício social anterior.

Bens de consumo eventual são aqueles de uso imprevisível ou de freqüência irregular ou esporádica no processo produtivo, tais como (Parecer Normativo CST nº. 70/1979):

a) materiais destinados a restaurar a integridade ou da apresentação de produtos danificados;

b) materiais e produtos químicos para testes;

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c) produtos químicos e outros materiais para remoção de impurezas de recipientes utilizados no processo produtivo;

d) embalagens especiais utilizadas, por exemplo, para atender determinadas necessidades de transporte;

e) produtos para retificar deficiências reveladas pelas matérias-primas ou produtos intermediários;

f) materiais destinados ao reparo de defeitos ocorridos durante a produção;

g) produtos a serem utilizados em serviço especial de manutenção.

6.8. Amostras

Quando a empresa efetuar a distribuição de amostras ou outros itens similares, os valores dispendidos na aquisição ou produção de tais itens devem ser registrados em conta de estoque de amostras grátis. A apropriação dos custos ao resultado deve ser feita, com observância do regime de competência, no período da distribuição das amostras grátis, debitando-se a conta de despesas com vendas no resultado e creditando-se a conta estoque de amostra grátis.

6.9. Bonificações

Quando a empresa vende mercadorias e dá uma quantidade extra a título de bonificação, deve o registro contábil dessa quantidade extra ser feito como acréscimo ao custo das mercadorias vendidas e não como despesas de vendas. No comprador as mercadorias recebidas em bonificação devem provocar a redução do custo unitário comprado.

6.10. Adiantamento a Fornecedores

Os adiantamentos efetuados a fornecedores de matéria-prima ou produto para revenda são registrados nessa conta; a baixa será efetuada por ocasião do efetivo recebimento, registrando-se o custo total na correspondente conta do estoque, e caso haja saldo a pagar, na conta fornecedores, no passivo circulante.

7. PROVISÃO PARA AJUSTE DO ESTOQUE AO VALOR DE MERC ADO

O custo de aquisição ou produção dos bens existentes na data do balanço deverá ser ajustado ao valor de mercado, mediante a constituição de uma provisão, quando este for menor, que será classificada como conta redutora do subgrupo estoques.

Para constituição da provisão é necessário que se especifique, item por item, os bens que, comprovadamente, estejam com preço de mercado inferior ao seu custo.

Segundo o artigo 183 da Lei das Sociedades por Ações (Lei nº 6.404/1976), considera-se valor de mercado:

a) das matérias-primas e dos bens em almoxarifado, o preço pelo qual possam ser repostos, mediante compra no mercado; e

b) dos bens ou direitos destinados à venda, o preço líquido de realização mediante venda no mercado, deduzidos os impostos e demais despesas necessárias para a venda, e a margem de lucro.

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Para fins fiscais, esta provisão passou a ser indedutível para efeito de apuração do lucro real a partir de 01.01.1996 (Lei nº 9.249/1995, art. 13, I).

8. PROVISÃO PARA PERDAS EM ESTOQUES

As quebras e perdas conhecidas em estoques ou calculadas por estimativa, relativas a estoques obsoletos ou que se perdem ou evaporam no processo produtivo, podem ser ajustadas mediante a constituição da provisão para perdas em estoques, classificada como redutora do subgrupo estoques, tendo como contrapartida uma conta de despesa no resultado, não dedutível para efeitos fiscais. (observar a legislação do imposto de renda)

9. IMPOSTOS PAGOS NA AQUISIÇÃO

Os impostos não cumulativos que devam ser recuperados não se computam no custo de aquisição das mercadorias ou matérias-primas, devendo ser registrados em conta específica de impostos a recuperar. Impostos não cumulativos são aqueles que em cada operação sucessiva é abatido o montante cobrado na operação anterior, como é o caso do ICMS e do IPI.

O ICMS e o IPI integrarão o custo das mercadorias, matérias-primas ou outros itens integrantes do estoque quando o contribuinte não puder recuperá-los nas operações subseqüentes, nos casos previstos na legislação específica.

O custo de produção é o custo associado às unidades produzidas; é o custo que se pode considerar como "amarrado" às unidades produzidas, é através dele que transferimos valores das contas de produtos em processo de fabricação para as de produtos acabados. 10. CUSTEIO DE VENDAS Quando ocorre a saída dos produtos acabados, reflete o custo dos produtos vendidos ou reflete o custo das mercadorias vendidas (CMV) quando se tratar de operações comerciais. 11. ESTOQUE DE PRODUTOS RURAIS

Os estoques de mercadorias fungíveis destinadas à venda poderão ser avaliados pelo valor de mercado, quando esse for o costume mercantil aceito pela técnica contábil (§ 4º do art. 183 da Lei das S/A). A legislação do Imposto de Renda também prevê no art. 297 do RIR/1999 que os estoques de produtos agrícolas, animais e extrativos poderão ser avaliados aos preços correntes de mercado, conforme as práticas usuais em cada tipo de atividade. Por preço corrente de mercado entende-se que seria o valor pelo quais tais estoques podem ser vendidos a terceiros na época do balanço. Nesse caso, a diferença apurada entre o valor de mercado e o valor contábil é acrescida ou diminuída do valor dos estoques, tendo como contrapartida uma conta de resultado. A definição de valor de mercado pode ser encontrada em revistas especializadas, bolsa de mercadorias, etc. A pauta de valores fiscais serve de parâmetro para avaliação ao preço de mercado.

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12. PROVISÃO PARA PERDAS EM ESTOQUES As quebras e perdas conhecidas em estoques ou calculadas por estimativa, relativas a estoques obsoletos ou que se perdem ou evaporam no processo produtivo, podem ser ajustadas mediante a constituição da provisão para perdas em estoques, classificada como redutora do subgrupo estoques, tendo como contrapartida uma conta de despesa no resultado, não dedutível para efeitos fiscais. 13. MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DO ESTOQUE O princípio contábil de Custo de Aquisição determina que se incluam no custo dos materiais, além do preço, todos os outros custos decorrentes da compra, e que se deduzam todos os descontos e bonificações eventuais recebidas. O método de avaliação escolhido afetará o total do lucro a ser reportado para um determinado período contábil. Permanecendo inalterados outros fatores, quanto maior for o estoque final avaliado, maior será o lucro reportado, ou menor será o prejuízo. Quanto menor o estoque final, menor será o lucro reportado, ou maior será o prejuízo. Considerando que vários fatores podem fazer variar o preço de aquisição dos materiais entre duas ou mais compras (inflação, custo do transporte, procura de mercado, outro fornecedor, etc.), surge o problema de selecionar o método que se deve adotar para avaliar os estoques. Os métodos mais comuns são: - Custo médio; - Primeiro a entrar, primeiro a sair (PEPS); - Último a entrar, primeiro a sair (UEPS). 13.1. PEPS Com base nesse critério, dá-se saída no custo da seguinte maneira: o primeiro que entra é o primeiro que sai (PEPS). À medida que ocorrem as vendas, vamos dando baixas no estoque a partir das primeiras compras, o que equivaleria ao raciocínio de que vendemos/compramos primeiro as primeiras unidades compradas/produzidas, ou seja, a primeira unidade a entrar no estoque é a primeira a ser utilizada no processo de produção o ou a ser vendida. Dentro desse procedimento, o estoque é representado pelos mais recentes preços pagos apresentando, dessa forma, uma relação bastante significativa com o custo de reposição. Obviamente, com a adoção desse método, o efeito da flutuação dos preços sobre os resultados é significativo, as saídas são confrontadas com os custos mais antigos, sendo esta uma das principais razões pelas quais alguns contadores mostram-se contrários a esse método. Entretanto, não é objeto do o procedimento em si, e sim o conceito do resultado (lucro). As vantagens do método são: - Os itens usados são retirados do estoque e a baixa é dada nos controles de maneira lógica e sistemática; - O resultado obtido espelha o custo real dos itens específicos usados nas saídas; - O movimento estabelecido para os materiais, de forma contínua e ordenada, representa uma condição necessária para o perfeito controle dos materiais, especialmente quando estes estão sujeitos a deterioração, decomposição, mudança de qualidade, etc. Primeiro a entrar, primeiro a sair (PEPS).

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Agora vejamos como registrar a movimentação físico-financeira:

Datas ENTRADAS SAÍDAS SALDOS

Quantidade Valores R$ Quantidade Valores R$ Quantidade Valores R$

Unitário Total Unitário Total Unitário Total

Estoque Inicial

- - - - - - 20 20,00 400,00

05/xx/xx 30 30,00 900,00 20 20,00 400,00

30 30,00 900,00

50 1.300,00

10/xx/xx 10 20,00 200,00 10 20,00 200,00

30 30,00 900,00

40 1.100,00

15/xx/xx 10 20,00 200,00 20 30,00 600,00

10 30,00 300,00

20 600,00

20/xx/xx 30 35,00 1.050,00 20 30,00 600,00

30 35,00 1.050,00

50 1.650,00

25/xx/xx 10 30,00 300,00 10 30,00 300,00

30 35,00 1.050,00

40 1.350,00

13.2. UEPS O UEPS (último a entrar, primeiro a sair) é um método de avaliar estoque muito discutido. O custo do estoque é determinado como se as unidades mais recentes adicionadas ao estoque (últimas a entrar) fossem as primeiras unidades vendidas (saídas) (primeiro a sair). Supõe-se, portanto, que o estoque final consiste nas unidades mais antigas e é avaliado ao custo destas unidades. Segue-se que, de acordo com o método UEPS, o custo dos itens vendidos/saídos tende a refletir o custo dos itens mais recentemente comprados (comprados ou produzidos, e assim, os preços mais recentes). Também permite reduzir os lucros líquidos relatados por uma importância que, se colocada à disposição dos acionistas, poderia prejudicar as operações futuras da empresa. O método UEPS não alcança a realização do objetivo básico, porque são debitados contra a receita os custos mais recentes de aquisições e não o custo total de reposição de todos os itens utilizados. As vantagens e desvantagens do método UEPS são: - É uma forma de se custear os itens consumidos de maneira sistemática e realista; - Nas indústrias sujeitas as flutuações de preços, o método tende a minimizar os lucros das operações; - Em períodos de alta de preços, os preços maiores das compras mais recentes são apropriados mais rapidamente às produções reduzindo o lucro; - O argumento mais generalizado em favor do UEPS é o de que procura determinar se a empresa apurou, ou não, adequadamente, deus custos correntes em face da sua receita corrente. De acordo com o UEPS, o estoque é avaliado em termos do nível de preço da época, em que o UEPS foi introduzido.

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Aplicando-se o método UEPS aos dados do exemplo anterior, os seguintes resultados são obtidos:

Datas ENTRADAS SAÍDAS SALDOS

Quantidade Valores R$ Quantidade Valores R$ Quantidade Valores R$

Unitário Total Unitário Total Unitário Total

Estoque Inicial - - - - - - 20 20,00 400,00

05/xx/xx 30 30,00 900,00 20 20,00 400,00

30 30,00 900,00

50 1.300,00

10/xx/xx 10 30,00 300,00 20 20,00 400,00

20 30,00 600,00

40 1.000,00

15/xx/xx 20 30,00 600,00 20 20,00 400,00

20/xx/xx 30 35,00 1.050,00 20 20,00 400,00

30 35,00 1.050,00

50 1.450,00

25/xx/xx 10 30,00 300,00 20 20,00 400,00

20 35,00 700,00

40 1.100,00 13.3. MPM Este método, também chamado de método da média ponderada ou média móvel, baseia-se na aplicação dos custos médios em lugar dos custos efetivos. O método de avaliação do estoque ao custo médio é aceito pelo Fisco e usado amplamente. Para ilustrar numericamente, suponha-se que uma empresa, no início do mês, possua um estoque (inicial) de 20 unidades de certa mercadoria avaliada a R$ 20,00 cada uma, ou seja, um total de R$ 400,00 de Estoque Inicial. A movimentação dessa mesma mercadoria no mês é a seguinte:

Datas ENTRADAS SAÍDAS SALDOS

Quantidade Valores R$ Quantidade Valores R$ Quantidade Valores R$

Unitário Total Unitário Total Unitário Total

Estoque Inicial

- - - - - - 20 20,00 400,00

05/xx/xx 30 30,00 900,00 50 26,00 1.300,00

10/xx/xx 10 26,00 260,00 40 26,00 1.040,00

15/xx/xx 20 26,00 520,00 20 26,00 520,00

20/xx/xx 30 35,00 1.050,00 50 31,40 1.570,00

25/xx/xx 10 31,40 314,00 40 31,40 1.256,00

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14. RESULTADO COM MERCADORIAS – RCM

O resultado com mercadorias é a diferença entre as vendas e o custo das mercadorias vendidas de determinado período.

- Se o valor das vendas for maior do que o CMV, ocorre um lucro bruto;

- Se o valor das vendas for menor do que o CMV, ocorre um prejuízo com mercadorias, prejuízo bruto.

O resultado com mercadorias pode ser apurado através da fórmula:

RCM = V - CMV

Onde:

RCM = Resultado com Mercadorias

V = Vendas

CMV = Custo das Mercadorias Vendidas

Exemplo

I - Vamos supor que a empresa exemplo efetuou as seguintes operações no mês de Dezembro de 2004:

a) foi comprado o valor equivalente a R$ 9.000,00 para revenda;

b) das compras adquiridas foi devolvido R$ 500,00 dentro do mês;

c) foi pago R$ 2.000,00 de fretes sobre as compras;

d) foi vendido o valor equivalente R$ 20.000,00;

e) as vendas canceladas somaram R$ 1.000,00;

Sabe-se:

a) O estoque final de novembro de 2004 foi de R$ 10.000,00;

b) a empresa pode aproveitar o crédito de PIS e COFINS, não-cumulativos;

c) o estoque final inventariado em 31.12.2004 foi de R$ 12.000,00;

d) a alíquota do ICMS utilizada foi de 17%

II - Vamos apurar as compras e vendas líquidas do período.

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Compras

Compras Brutas 9.000,00 (-) ICMS sobre compras 1.445,00 (-) crédito de PIS e COFINS 786.25 (-) compras devolvidas 500,00 (+) fretes 2.000,00 (=) Compras Líquidas 8.268,75

Apuração do ICMS e PIS/COFINS sobre as compras

(+) ICMS sobre compras 1.530,00 (-)ICMS s/compras devolvidas 85,00 (=) ICMS líquido s/compras 1445,00 (+) PIS/COFINS sobre compras 832,50 (-) PIS/COFINS s/ compras devolvidas

46,25

(=) PIS/COFINS líquido s/compras 786,25

Vendas

Vendas totais 20.000,00 (-) ICMS sobre vendas 3.230,00 (-) Vendas canceladas 1.000,00 (-) PIS/Cofins 1.757,50 (=) Vendas Líquidas 14.012,50

Apuração do ICMS e PIS/COFINS sobre as vendas

(+) ICMS sobre vendas 3.400,00 (-)ICMS s/vendas canceladas 170,00 (=) ICMS líquido s/vendas 3.230,00 (+) PIS/COFINS sobre vendas 1.850,00 (-) PIS/COFINS s/vendas canceladas

92,50

(=) PIS/COFINS líquido s/vendas 1.757,50

III - Apuração do Custo e Resultado com Mercadorias:

CMV = EI + C - EF

CMV = 10.000,00 + 8.268,75 - 12.000,00

CMV = 6.268,75

RCM = V - CMV

RCM = 14.012,50 - 6.268,75

RCM = 7.743,75

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15. AVALIAÇÃO DOS PRODUTOS EM PROCESSO E ACABADOS

15.1. Custeio Por Absorção

O custo dos estoques dos produtos em processo e acabados deve incluir todos os custos diretos como matéria-prima, mão-de-obras e outros, e os indiretos como gastos gerais de fabricação, necessários para colocação do produto em condições de venda.

No custeio por absorção, os custos de produção incorridos, diretos ou indiretos, são atribuídos ao produto final, observando-se que:

a) os custos relativos a matéria-prima e materiais diretos serão apropriados com base nos custos apurados da forma mencionado no item 5;

b) os custos relativos a mão-de-obra correspondem aos salários e encargos do pessoal que trabalha diretamente na fabricação do produto;

c) os gastos gerais de fabricação correspondem aos demais custos incorridos na produção, tais como: energia, seguros, depreciação, almoxarifado, supervisão, etc.

15.2. Custo Padrão

Esse método de custeio, geralmente utilizado por grandes empresas, com operações de grande volume ou com linhas de montagem que envolvem muitas peças, consiste em que o custo de cada produto é predeterminado, antes da produção, com base nas especificações dos produtos, componentes do custo e condições de produção. Dessa forma, os estoques são apurados com base em custos unitários padrão e comparado com os custos de reais apurados, registrando-se as diferenças em contas de variação.

A legislação fiscal aceita que a empresa apure custos com base em padrões preestabelecidos (custo padrão ou "standard"), como instrumento de controle de gestão, desde que observado o seguinte:

a) que o padrão preestabelecido incorpore todos os elementos constitutivos do custeio por absorção;

b) as variações de custos (negativas e positivas) sejam distribuídas aos produtos de modo que a avaliação final dos estoques não discrepe da que seria obtida com o emprego do custo real;

c) as variações de custos sejam identificadas em nível de item final de estoque, de forma a permitir a verificação do critério de neutralidade do sistema adotado de custos sobre a valoração dos inventários.

15.3. Arbitramento do Valor do Estoque de Produtos Acabados e em Elaboração

Caso a escrituração do contribuinte não atenda os requisitos mencionados no tópico anterior, ou seja, não haja integração e coordenação da contabilidade de custos com o resto da escrituração, os estoques deverão ser avaliados (art. 296 do RIR/1999):

I - Produtos em elaboração:

a) por uma vez e meia (150%) o maior custo das matérias-primas adquiridas no período-base (sem ICMS/IPI quando recuperáveis);

b) 80% (oitenta por cento) do valor dos produtos acabados, determinado segundo o critério do item II;

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II - Produtos acabados:

- 70% (setenta por cento) do maior preço de venda do período-base, sem inclusão do IPI, mas com ICMS incluso.

A utilização desse critério apresenta grandes distorções na apuração do resultado, uma vez que a percentagem de 70% é bastante elevada e, nesse caso, supervaloriza o estoque de materiais em processamento e de produtos acabados no encerramento do período-base. Essa supervalorização, em algumas situações, poderá fazer com que o custo dos produtos vendidos apresente-se negativo. É comum o custo dos produtos vendidos apresentar valor negativo quando existir grande quantidade de estoque de produtos acabados em decorrência de vendas reduzidas. Neste caso, o custo dos produtos vendidos deverá ser considerado igual a zero.

III - Avaliação de Estoque por Arbitramento - Produtos Acabados - Maior Preço de Venda

No caso de avaliação do estoque de produtos acabados pelo critério do arbitramento, a determinação do maior preço de venda, em algumas situações, tem causado algumas dúvidas para valorização do estoque.

Note-se que o inciso II do artigo 296 do RIR/1999 faz referência à expressão "maior preço de venda no período de apuração". Pode ocorrer, por exemplo, que determinado produto não tenha sido vendido no período de apuração.

Neste caso, embora a legislação do Imposto de Renda seja omissa, entendemos que poderá ser utilizado como parâmetro o maior preço de venda praticado no período de apuração imediatamente anterior.

A situação adquire maior grau de complexidade no caso de produto novo que ainda não foi vendido. Em princípio, poderíamos afirmar que o produto novo seria avaliado a custo zero, uma vez que não existe parâmetro para aplicarmos a regra do arbitramento. Entretanto, entendemos que, no caso vertente, deve existir um procedimento lógico, buscando-se, inclusive, o preço do referido produto no mercado. Aliás, a nosso ver, esse referencial estaria correto.

A questão apresenta-se, ainda, mais complexa, quando se tratar de produto novo e inédito, ou seja, sem referencial no mercado. Neste caso, a nosso ver, a valorização desse produto poderia ser feita com base nos custos das matérias-primas utilizadas na sua fabricação. De qualquer modo, e diante da omissão da legislação do Imposto de Renda, recomendamos que seja formulada consulta ao Fisco.

Os critérios impostos pela legislação são arbitrários, visando penalizar as empresas que não mantêm uma contabilidade adequada de custos, não sendo, no entanto, aceitáveis para fins contábeis, pelas distorções que provocam no resultado da empresa.

16. QUEBRAS E PERDAS DE ESTOQUE

É normal no processo produtivo ocorrer quebras e perdas de estoque como é o caso de aparas e rebarbas de matéria-prima, evaporação de produtos químicos, etc. Nesse caso, os valores relativos a quebras e perdas serão agregados ao custo normal de produção, sempre que normais e relativas ao processo produtivo, e serão lançados como despesas ao resultado do período, se forem esporádicas e anormais.

17. SUCATAS E SUBPRODUTOS

As sucatas e os subprodutos são as sobras, pedaços, resíduos, aparas e outros materiais derivados da atividade industrial que têm como característica nascerem do processo da produção. A diferença entre um e outro reside no fato de que a sucata não tem um mercado

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garantido de comercialização e os preços bastante incertos enquanto os subprodutos têm condições de demanda e de preços bons.

Contabilmente, os custos incorridos nos bens sucateados devem ser agregados aos custos de fabricação dos produtos bons aproveitados. No caso de sucatas que não sejam relativas ao processo de produção, os seus custos devem ser retirados do custo de produção e lançados como perdas no resultado do período. Os estoques de sucata a serem comercializados existirão fisicamente, devendo ser controlado pela empresa, no entanto não terá valor contábil. Por ocasião da comercialização da sucata, o valor da receita será reconhecido nesse momento no resultado no subgrupo "outras receitas operacionais".

No tocante aos subprodutos, por possuírem mercado estável e preço de venda previsível, tais itens devem ser avaliados ao valor líquido de realização e considerado como redução do custo de produção do período em que surgiram.

Por valor líquido de realização de um subproduto deve ser entendido como o valor bruto menos os impostos incidentes sobre essa venda, menos as despesas de comercialização como comissões, taxas de entrega, etc.

Quando a empresa comercializar os subprodutos, terá um valor efetivo de venda e atribuirá como redutor dessas receitas o valor dos estoques dos subprodutos e a diferença líquida será registrada como outras receitas/despesas operacionais, conforme o caso.

18. SIGNIFICADO DE AUMENTO DE ESTOQUE Quando uma empresa aumenta o volume de estoque isto pode significar duas coisas opostas. Por um lado, o aumento pode significar que a gestão da empresa está confiante no futuro e resolveu investir no ativo antes do aumento da demanda. O estoque anteciparia um aumento de receita. Por outro lado, o aumento pode significar que os clientes não estão satisfeitos com a empresa e o estoque representaria a baixa demanda. Observe que esta questão toca diretamente na questão da análise das demonstrações contábeis e sua dificuldade. Os economistas têm usado a informação agregada de estoques para tentar entender a flutuação da economia. Pesquisas passadas já mostraram existir uma relação entre estoques e crescimento da economia. Por isto esta informação é analisada com bastante carinho na esperança de vislumbrar o comportamento da economia. 19. CLASSIFICAÇÃO CONTÁBIL O termo "estoque" refere-se a todos os bens tangíveis mantidos para venda ou uso próprio no curso ordinário do negócio, bens em processo de produção para venda ou para uso próprio ou que se destinam ao consumo na produção de mercadorias para venda ou uso próprio. Seguindo o conceito de liquidez, o subgrupo estoques classifica-se no Circulante, após os subgrupo “Outros Créditos”. Todavia, poderá haver casos de empresas que tenham estoques cuja realização ultrapasse o exercício seguinte, assim deve haver a reclassificação dos estoques para o Realizável a Longo Prazo, em conta à parte. 19.1. Estoques de Terceiros Quando há recebimento de estoques de terceiros, como, por exemplo, materiais que serão beneficiados (industrialização por encomenda), contabiliza-se os materiais recebidos em uma conta especial de estoques, em contrapartida a uma conta de obrigação. Exemplo: Recebimento de materiais, no valor de R$ 1.000,00 – referente nota fiscal de remessa de cliente, para industrialização. Na entrada dos materiais de terceiros a serem processados se lançará: D - Estoques de Terceiros (Ativo Circulante) C - Estoques a Industrializar (Passivo Circulante)

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R$ 1.000,00 Posteriormente, na devolução dos materiais, são cobrados R$ 500,00 relativamente ao serviço de industrialização. Lançamentos por ocasião da saída da mercadoria: a) Pelo registro da devolução da mercadoria industrializada: D - Estoques a Industrializar (Passivo Circulante) C - Estoques de Terceiros (Ativo Circulante) R$ 1.000,00 b) Valor dos serviços de industrialização cobrados: D - Clientes (Ativo Circulante) C - Receita de Serviços de Industrialização (Conta de Resultado) R$ 500,00 Usualmente são utilizados conta de compensação o que resultaria na seguinte contabilização:

- Na empresa “XY” que remete os produtos para indus trialização -

Registro contábil pela emissão da Nota Fiscal de re messa dos produtos:

D – Bens Remetidos P/ Industrialização

(Conta de Compensação Ativa)

C – Industrialização de Bens por Terceiros

(Conta de Compensação Passiva)

Registro contábil pelo retorno das mercadorias indu strializadas:

D – Industrialização de Bens por Terceiros

(Conta de Compensação Passiva)

C – Bens Remetidos P/ Industrialização

(Conta de Compensação Ativa)

Registro Contábil pelo valor pago pela industrializ ação dos produtos:

D – Estoques (Ativo Circulante)

D – Icms a Recuperar (Ativo Circulante)

D – IPI a Recuperar (Ativo Circulante)

C – Caixa ou Banco (Ativo Circulante)

- Na empresa “XX” que processa a industrialização -

Registro contábil pelo recebimento dos produtos a i ndustrializar:

D – Bens Recebidos para Industrialização

(Conta de Compensação Ativa)

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C – Industrialização de Bens de Terceiros

(Conta de Compensação Passiva)

Registro contábil pela devolução dos produtos indus trializados ao cliente:

D – Industrialização de Bens de Terceiros

(Conta de Compensação Passiva)

C – Bens Recebidos para Industrialização

(Conta de Compensação Ativa)

Registro contábil pela mão-de-obra e material aplic ados:

D - Custo dos Serviços Prestados (Conta de Resultado)

C - Estoques (Ativo Circulante)

C - Salários e Encargos (Passivo Circulante)

Registro contábil pelo valor do serviço prestado:

D – Clientes, Caixa ou Banco (Ativo Circulante)

C – Receita de Serviços Prestados (Resultado)

Registro contábil pelo IPI incidente na operação de industrialização:

D - IPI Sobre Vendas (Conta de Resultado)

C - IPI a Recolher (Passivo Circulante)

Registro contábil pelo ICMS incidente na operação:

D - ICMS sobre Vendas (Resultado)

C - ICMS a Recolher (Passivo Circulante)

20. ADIANTAMENTO A FORNECEDORES Os adiantamentos efetuados a fornecedores de matéria-prima ou produto para revenda são registrados nessa conta; a baixa será efetuada por ocasião do efetivo recebimento, registrando-se o custo total na correspondente conta do estoque, e caso haja saldo a pagar, na conta fornecedores, no passivo circulante. Exemplo: Empresa inventariou estoques em 31 de dezembro e encontrou R$ 4.000,00 em almoxarifado, correspondente a itens obsoletos e que não terão mais uso dentro das atividades normais. D – Perdas com Estoques Obsoletos (Conta de Resultado) C – Provisão para Perdas em Estoques (Conta Redutora – Estoques – Ativo Circulante)

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R$ 4.000,00 21. IMPOSTOS PAGOS NA AQUISIÇÃO Os impostos não cumulativos que devam ser recuperados não se computam no custo de aquisição das mercadorias ou matérias-primas, devendo ser registrados em conta específica de impostos a recuperar. Impostos não cumulativos são aqueles que em cada operação sucessiva é abatido o montante cobrado na operação anterior, como é o caso do ICMS e do IPI. O ICMS e o IPI integrarão o custo das mercadorias, matérias-primas ou outros itens integrantes do estoque quando o contribuinte não puder recuperá-los nas operações subseqüentes, nos casos previstos na legislação específica. Exemplo : Indústria adquiriu matéria prima para produção cuja Nota Fiscal de Compra apresentou os seguintes dados: Preço da matéria-prima: R$ 50.000,00 ICMS destacado: R$ 6.000,00 Frete pago: R$ 1.500,00 ICMS sobre frete recuperável: R$ 180,00 Se a empresa mantém controle de estoques, a contabilização poderá ser como segue: 1. Pelo registro da compra: D – Estoque de Matéria Prima (Ativo Circulante) C – Fornecedores (Passivo Circulante) R$ 50.000,00 2. Registro do Frete: D – Estoque de Matéria Prima (Ativo Circulante) C – Fretes a Pagar (Passivo Circulante) R$ 1.500,00 3. Registro do ICMS recuperável sobre a Matéria Prima: D – ICMS a Recuperar (Ativo Circulante) C - Estoque de Matéria Prima (Ativo Circulante) R$ 6.000,00 4. Registro do ICMS recuperável sobre o Frete: D – ICMS a Recuperar (Ativo Circulante) C - Estoque de Matéria Prima (Ativo Circulante) R$ 180,00