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  I Timóteo Parte 1 I e II Timóteo e Tito  As epístolas de Primeira e Segunda Timóteo e Tito (Filemom também) podem ser consideradas o grupo dos últimos escritos de Paulo, numa época em que havia uma tendência de degradação nas igrejas estabelecidas pelo ministério do apóstolo no mundo gentio. Estas três cartas são consideradas as “cartas pastorais”, por serem dirigidas a ministros do Senhor, com o propósito de instruí-los para o governo e vida correta da Igreja.  Ao escrever as três epístolas, o apóstolo tinha um só objetivo: como preservar a Igreja de Deus em tempos difíceis. Para o cumprimento desse propósito, muitos itens básicos e cruciais são enfatizados pelo apóstolo nestas epistolas.  Ao escrever suas últimas epístolas (especialmente a última, II Timóteo), Paulo percebia que as igrejas estavam em declínio. Entretanto, por ser alguém que havia tomado posse da promessa da Vida Eterna, ele não estava desencorajado ou decepcionado. Ele tinha, em seu interior, algo que jamais mudaria: a  Vida Eterna de Deus. Não importa quanto o ambiente ao redor mude, essa Vida Eterna em nosso interior permanece para sempre. Que o estudo destas epístolas de Paulo nos sirvam de encorajamento espiritual nos tempos difíceis em que vivemos. Que o Senhor nos conceda graça. Amém. 1. Introdução  A carta que estudaremos foi escrita a Timóteo, companheiro e discípulo fiel de Paulo, após o apóstolo ter sido libertado de sua primeira prisão em Roma. Os movimentos do apóstolo depois desse aconte ciment o não pod em ser traçados com total certeza, existem pro bab ili dades divers as, mas segund o os es cr it os da igreja podemos pe rc eber certos movi me nt os do após to lo. Ve ja mos resumidamente a trajetória de Paulo em Roma: Paulo foi a Roma por ter apelado a César sua defesa contra os judeus (At. 25:10-12). Em Roma num regime especial de custódia, por ser cidadão romano, as autoridades permitiram-lhe residir numa casa alugada (At 28.30). Nela, Paulo se encontrava com as pessoas, pregava e ensinava sem impedimento. Depois desses dois anos, o seu processo terminou sem uma sentença condenatória. Neste tempo o Imperador de Roma era Nero (54-68).  Assim que foi colocado em liberdade não permaneceu muito tempo em Roma. É provável que tenha  viajado para evangelizar na Espanh a por algum período, pois tinha este desejo (Rm 15,24.28). Paulo foi a Mileto e Colossos (Fm 22), Levou Tito a Creta (Ti 1,5) e Timóteo a Éfeso (1 Tim 1,3). Logo após foi a Macedônia, de onde provavelmente escreveu a primeira carta a Timóteo. Paulo voltou a Roma depois de certo tempo. Lucas estava em sua companhia. Por necessidade Tito também esteve na Dalmácia. (2 Tim 4,10). Nesta segunda volta a Roma, sua situaç ão ficou completame nte inversa da anter ior, pelo fato de pesar sobre os cristãos a acusação de terem incendiado Roma e Nero iniciar grande perseguição aos Cristãos. Por essa razão, Paulo foi tratado como malfeitor(2 Tm 2,9). Desta vez estava isolado e os irmãos de Roma não conseguiam visitá-lo tão facilmente. No “Primeiro Interrogatório” permitiram ao Apóstolo fazer a sua própria defesa, provavelmente da acusação de cumplicidade no incêndio de Roma. Mas ninguém o ajudou, senão Deus (2 Tim 4.16-17). Contudo, deve ter se saído bem, pois a audiência foi suspensa sem qualquer condenação e foi livre da “boca do leão”. No calabouço, reuniu as suas últimas forças e escreveu outra carta ao estimado discípulo Timóteo (a Segunda Epístola a Timóteo), a quem cuidava como um filho. Tinha esperança de vê-lo ainda uma vez, mas tinha receio de que fosse demasiado tarde. Todavia, pede que ele venha o mais depressa possível e que trouxesse Marcos em sua companhia. Pede também uma velha capa que deixara em Trôade, 1

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  • I TimteoParte 1

    I e II Timteo e Tito

    As epstolas de Primeira e Segunda Timteo e Tito (Filemom tambm) podem ser consideradas o grupo dos ltimos escritos de Paulo, numa poca em que havia uma tendncia de degradao nas igrejas estabelecidas pelo ministrio do apstolo no mundo gentio. Estas trs cartas so consideradas as cartas pastorais, por serem dirigidas a ministros do Senhor, com o propsito de instru-los para o governo e vida correta da Igreja.Ao escrever as trs epstolas, o apstolo tinha um s objetivo: como preservar a Igreja de Deus em tempos difceis. Para o cumprimento desse propsito, muitos itens bsicos e cruciais so enfatizados pelo apstolo nestas epistolas.Ao escrever suas ltimas epstolas (especialmente a ltima, II Timteo), Paulo percebia que as igrejas estavam em declnio. Entretanto, por ser algum que havia tomado posse da promessa da Vida Eterna, ele no estava desencorajado ou decepcionado. Ele tinha, em seu interior, algo que jamais mudaria: a Vida Eterna de Deus. No importa quanto o ambiente ao redor mude, essa Vida Eterna em nosso interior permanece para sempre.Que o estudo destas epstolas de Paulo nos sirvam de encorajamento espiritual nos tempos difceis em que vivemos. Que o Senhor nos conceda graa. Amm.

    1. Introduo

    A carta que estudaremos foi escrita a Timteo, companheiro e discpulo fiel de Paulo, aps o apstolo ter sido libertado de sua primeira priso em Roma. Os movimentos do apstolo depois desse acontecimento no podem ser traados com total certeza, existem probabilidades diversas, mas segundo os escritos da igreja podemos perceber certos movimentos do apstolo. Vejamos resumidamente a trajetria de Paulo em Roma:

    Paulo foi a Roma por ter apelado a Csar sua defesa contra os judeus (At. 25:10-12). Em Roma num regime especial de custdia, por ser cidado romano, as autoridades permitiram-lhe residir numa casa alugada (At 28.30). Nela, Paulo se encontrava com as pessoas, pregava e ensinava sem impedimento. Depois desses dois anos, o seu processo terminou sem uma sentena condenatria. Neste tempo o Imperador de Roma era Nero (54-68). Assim que foi colocado em liberdade no permaneceu muito tempo em Roma. provvel que tenha viajado para evangelizar na Espanha por algum perodo, pois tinha este desejo (Rm 15,24.28). Paulo foi a Mileto e Colossos (Fm 22), Levou Tito a Creta (Ti 1,5) e Timteo a feso (1 Tim 1,3). Logo aps foi a Macednia, de onde provavelmente escreveu a primeira carta a Timteo.Paulo voltou a Roma depois de certo tempo. Lucas estava em sua companhia. Por necessidade Tito tambm esteve na Dalmcia. (2 Tim 4,10).Nesta segunda volta a Roma, sua situao ficou completamente inversa da anterior, pelo fato de pesar sobre os cristos a acusao de terem incendiado Roma e Nero iniciar grande perseguio aos Cristos. Por essa razo, Paulo foi tratado como malfeitor(2 Tm 2,9). Desta vez estava isolado e os irmos de Roma no conseguiam visit-lo to facilmente.No Primeiro Interrogatrio permitiram ao Apstolo fazer a sua prpria defesa, provavelmente da acusao de cumplicidade no incndio de Roma. Mas ningum o ajudou, seno Deus (2 Tim 4.16-17). Contudo, deve ter se sado bem, pois a audincia foi suspensa sem qualquer condenao e foi livre da boca do leo. No calabouo, reuniu as suas ltimas foras e escreveu outra carta ao estimado discpulo Timteo (a Segunda Epstola a Timteo), a quem cuidava como um filho. Tinha esperana de v-lo ainda uma vez, mas tinha receio de que fosse demasiado tarde. Todavia, pede que ele venha o mais depressa possvel e que trouxesse Marcos em sua companhia. Pede tambm uma velha capa que deixara em Trade,

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  • provavelmente pela friagem do calabouo. O Segundo Interrogatrio terminou com a sentena de morte. Segundo escritos da igreja, Paulo foi decapitado por um golpe de espada.

    Em resumo, a primeira carta a Timteo foi inscrita para instru-lo nos deveres de como servir ao Senhor, como ministro, na vida correta da igreja, e tambm para anim-lo e previni-lo contra falsos ensinos e da degradao que se iniciava na igreja.

    2. Contedo da Epstola

    1. A S Doutrina (cap. 1)2. Orao Pblica (cap. 2)3. Qualidades Ministeriais (cap. 3: 1-13)

    4. Doutrinas Falsas (cap. 3.14 4.11)5. Instrues ministeriais (cap. 4.12 6.2)6. Exortaes (cap. 6. 3-21)

    3. CAPITULO 1 A S Doutrina

    3.1 Saudao (Versos 1 a 2)3.2 A Obra especial de Timteo em feso (Versos 3 a 11)

    Mostra a importncia da obra de Timteo e o quanto especial. Timteo deveria lutar pela s doutrina.A situao em feso no era boa. Apesar de Paulo ensinar em feso(At. 19:9-11, 17-20) por dois anos e lhes escrever uma epstola com uma maravilhosa revelao, acerca de Cristo e a Nova Aliana, a igreja entrou em declnio espiritual. Esta foi uma tendncia nas igrejas da sia menor (Ap. 2 e 3; 2 Tim. 1:15). A igreja em questo estava ameaada pelos seguintes erros:

    a. Heresias como o gnosticismo (verso 4): as teorias e genealogias interminveis do gnosticismo(genealogias dos poderes celestiais e de anjos intermedirios) provocam apenas especulaes inteis. O corao dos crentes no poderia ser seduzido por fbulas que no edificam em nada.

    b. Legalismo religioso (versos 5 a 11): o objetivo da instruo de Paulo era ensinar o amor que procede de Cristo a um corao puro, de boa conscincia e de uma f sincera (vs. 5). Alguns entretanto se afastaram do amor como poder principal da vida Crist. Ensinavam leis judaicas para justificao, mesmo estes, no conhecendo as escrituras profundamente (vs. 6, 7). Ignoram o fato de que a lei no est mais destinada para aqueles que so justos em Cristo (vs. 8-11). Fica claro que ensinar e praticar a lei uma forma de desviar a igreja da verdade de Deus em Cristo. A igreja na Galcia tambm um exemplo deste fato (Gl 1.6; 2.21; 5.4).

    3.3 O testemunho de Paulo a Timteo (Versos 12 a 17)

    Um dos maiores pecadores se torna um dos maiores santos. Um perseguidor da Igreja se tornou seu principal edificador. A ele, um grande pecador, foi mostrada misericrdia, para que fosse um exemplo vivo da misericrdia de Deus. Nos versculos 13 e 14 ele reconhece a "misericrdia" do Senhor (quando ainda no estava salvo). Paulo, antes de sua converso, fora um homem de excelente moral (Fp 3:6), mas ele havia odiado a Jesus Cristo, o que o tornara o pior dos pecadores. Paulo sempre reconheceu toda a graa de Deus sobre sua vida e seu ministrio (2 Co 1.8-9).

    3.4 Mandamentos a Timteo (Versos 18 a 20)

    Paulo exorta-o novamente, de forma semelhante ao verso 5, e refora mais dois fatos:

    a. As profecias sobre Timteob. advertncia do naufrgio da f de dois irmos (vs. 19, 20)

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