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    PORTUGUS NA INTERNET:QUESTES DE PLANEJAMENTO E PRODUO DE MATERIAIS*

    Janne Yukiko Y. Oeiras, Helosa V. daRocha

    Fax +55-019-2397470 ext 251{janne, heloisa}@dcc.unicamp.br

    Jos Carlos P. de AlmeidaFilho

    Fax [email protected]

    O ensino-aprendizagem de lnguas estrangeiras uma rea que vem recebendo cada vezmais importncia por ser imprescindvel, principalmente globalizao econmica. Oensino de Portugus como lngua estrangeira, apresenta alguns problemas como a falta derecursos humanos e materiais adequados a esse processo. Neste trabalho proposta a

    implementao de um ambiente computacional auxiliar ao ensino-aprendizagem de lnguaestrangeira tendo como fundamentao terica os conceitos de abordagens de ensinarlnguas estrangeiras e os princpios da Teoria da Atividade e que utilizando recursos decomunicao da Internet, tem como objetivo minimizar problemas de ensino-aprendizagemdo Portugus como lngua estrangeira.

    Introduo

    O ensino-aprendizagem de lnguas estrangeiras tem recebido maior importncia medida que surgem necessidades para acompanhar o ritmo acelerado dos processos de

    globalizao econmica e cultural.Nessas necessidades est includa a competncia especfica em lnguas eculturas estrangeiras para os mais variados profissionais, tornando o conhecimento delnguas estrangeiras indispensvel tanto aos indivduos como s empresas.

    Uma das lnguas que vem crescendo em importncia motivada pela globalizaoeconmica o Portugus. Os acordos poltico-econmicos como o Mercosul, trazem anecessidade de falar e escrever ambos Portugus e o Espanhol, j que o tradicionalPortunhol utilizado no mais suficiente para o grande volume de negcios a seremefetuados. Assim, nos pases de fala hispnica comeam a ser implantados cursos delngua portuguesa em faculdades de direito, economia, publicidade e propaganda entreoutras.

    Um outro fator para o crescimento do ensino de Portugus como lnguaestrangeira, o grande nmero de alunos estrangeiros nas universidades brasileiras,dentre os quais muitos so falantes de Espanhol. Essas instituies buscam ento

    *Este trabalho est em desenvolvimento no Instituto de Computao -UNICAMP e tem apoio financeiro doPICD/CAPES e do NIED - Ncleo de Informtica Aplicada Educao.

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    fornecer o curso de Portugus para estrangeiros de maneira que os alunos possamminimizar suas dificuldades de comunicao e compreenso na lngua portuguesa.

    Para ambos os casos de ensino de Portugus como lngua estrangeira, no exterior

    e no Brasil, existe a carncia de recursos humanos capacitados e materiais didticosatualizados de acordo com as tendncias no ensino de lnguas. Isto leva ao deslocamentode professores com formao terica mais elevada s localidades carentes paraministrarem cursos de atualizao com o objetivo de capacitar profissionais.

    Por essas dificuldades e necessidades, esta pesquisa prope o design de umambiente computacional auxiliar ao ensino-aprendizagem a distncia de lnguasestrangeiras usando a Internet. Este ambiente engloba ferramentas necessrias ao

    planejamento e produo de cursos de lnguas para rede e mecanismos de comunicaoque permitem a troca de conhecimentos e experincias de professores de lnguas.

    A implementao desse ambiente visa minimizar a falta de recursos humanos emateriais nas diversas localidades do Brasil e exterior, utilizando os recursos de

    comunicao da Internet. Esses recursos, por permitirem a interao, podem ser muitoteis num curso de lnguas, j que alunos e professores podem comunicar entre si etambm com falantes nativos da lngua-alvo. Por essa comunicao ocorrer de maneiramais rpida e com baixo custo em comparao a outros meios convencionais como ocorreio, seu uso pode propiciar a troca constante de conhecimentos e experincias entre

    professores e pesquisadores.Para desenvolver este ambiente, so importantes conhecimentos da rea de

    ensino de lnguas e uma estrutura terica que permita adequar o processo de ensino-aprendizagem para a rede. A seo Abordagens de Ensino de Lnguas Estrangeirasapresenta o conceito de abordagens de ensino de lnguas estrangeiras e sua influncia no

    planejamento de um curso e na produo de seus respectivos materiais. A seo Designdo Ambiente Computacional contm uma descrio inicial do ambiente, enfocando aTeoria da Atividade como a estrutura terica embasadora para adequar o processo deensino-aprendizagem rede; e as funcionalidades previstas neste ambiente. Por fim, altima seo sintetiza na forma de consideraes finais o que foi apresentado no corpodeste trabalho.

    Abordagens de Ensino de Lnguas Estrangeiras

    Ao propor um ambiente computacional que auxilie o ensino de lnguasestrangeiras, se faz necessrio conhecer alguns conceitos dessa rea. A partir dessesconceitos, possvel compreender as aes e decises tomadas pelo professor num cursode lnguas, e por que ele o faz assim.

    No ensino de lnguas existem paradigmas que influenciam e orientam a maneirade ensinar de um professor numa poca. Ao longo do tempo, esses paradigmas evoluramdevido aos diversos tratamentos recebidos, motivados exatamente por uma sntese dosconceitos de linguagem, isto , pelas abordagens de ensino.

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    A abordagem de ensino de lnguas pode ser entendida como o conjunto decrenas, pressupostos e princpios sobre um conceito de ensinar e aprender uma lnguaestrangeira, uma fora potencial capaz de orientar, dar consistncia e rumo ao trabalho do

    professor [Almeida Filho, 1997].Essa abordagem orientadora das decises do professor pode ser implcita ou

    explcita. A abordagem implcita, refere-se ao conhecimento, muitas vezes intuitivo, que oprofessor possui; trata-se de um saber que mais se vincula prtica e imagem que setem de determinado fazer (crenas). O professor sabe que assim porque aprendeuassim. A abordagem explcita, representa o saber apoiado em teorias (com respaldo na

    prtica) que, com definies conceituais, permite a explicitao dos critrios utilizadospara as decises [Viana, 1997].

    As duas principais abordagens em uso atualmente so: a gramatical e acomunicativa.

    A abordagem gramatical o ensino com foco na forma, na estrutura, e tem como

    objetivo a capacitao lingstica do aluno, a prtica e exerccios com a forma. V alinguagem com autonomia sem vincul-la fortemente com a cultura, e menor ateno dada parte social ou sua importncia na construo do conhecimento.

    A abordagem comunicativa, por outro lado, est centrada no aluno e na suarelao com o professor, na sua realidade e no seu processo de aprendizado, com enfoqueno uso apropriado da lngua em interaes comunicativas. O professor atua como umfacilitador do processo de aprendizagem, sendo o ensino no mais visto como uma simplestransmisso de conhecimentos, mas como resultado do dilogo entre educador eeducando.

    A abordagem comunicativa sucede a abordagem gramatical que foi o paradigmano ensino de lnguas nas dcadas de 60 a 80. Com essa evoluo, professores e alunos

    passaram a assumir novas posturas quanto ao ensino-aprendizagem de lnguas. Ao tentarimplementar a abordagem comunicativa o professor transforma-se do elemento centro-

    perguntador para o de um condutor das tarefas postas em ao, estimulador,(co)participante, orientador e observador dentre outros. O professor deixa de dar aulas,

    passar ou transmitir conhecimentos para compartilhar, construir para e com os alunos.Outras alteraes ocorrem no papel do professor relativas autoridade, poder e

    controle. O poder dado ao professor descentralizado de maneira que os alunos tenham aoportunidade de controlar a direo da sua prpria aprendizagem. Assim os alunos

    passam de simples recipientes de ensino, para agentes ativos no processo deaprendizagem e assumem atitudes mais crticas e refletidas ao contribuir para aconstruo do seu aprendizado. O professor mantm o controle sobre si mesmo, comtomadas de decises e escolhas, ocupa a posio de um aprendiz facilitador, agente

    evidenciador e gerador de pressupostos. Ao professor, cabe a tarefa de alertar seusalunos quanto a sua responsabilidade individual com relao ao seu prprio aprendizado ea sua participao interativa desejada.

    Seja a abordagem gramatical ou comunicativa; explcita ou implcita, ela queorienta as decises do professor. A figura 1 apresenta o modelo de Operao Global de

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    Ensino de Lnguas [Almeida Filho, 1993], composto por grandes fases influenciadasdiretamente por uma abordagem de ensino, dentre as quais vamos analisar o planejamentode unidades e a avaliao/produo de materiais didticos influenciados pela abordagem

    comunicativa.

    Figura 1: Operao Global de Ensino de Lnguas. [Almeida Filho, 1993]

    1. Planejamento de UnidadesA fase de

    planejamento de unidades corresponde ao planejamento de um curso de lnguas no qual oprofessor define os objetivos a serem alcanados e as unidades que contm as amostrasdas experincias realizadas com e na lngua-alvo. O planejamento geralmente umdocumento escrito, explcito, que contm previses dos contedos-amostras e danatureza das experincias que se faro com e nalngua-alvo. Mesmo quando ha adoo de um material, ainda assim um planejamento (do produtor de materiais) estdado de forma subjacente ou implcita nesse material.

    Existem duas situaes em que o planejamento de curso pode ocorrer: onde jexistem planejamentos (inadequados em alguma medida) ou em situaes novas para asquais o planejamento um pr-requisito para a implementao de um processo de ensino-aprendizagem [Almeida Filho, 1996]. O planejamento composto por duas etapas distintas e interligadas pelos objetivosdo curso:

    1. Definio dos objetivos do curso a partir da descrio da situao de ensino eantecedentes.

    2. Organizao das unidades de trabalho/estudo/ensinoNa primeira etapa, para que o professor possa definir seus objetivos, necessrio

    conhecer antes a situao ou contexto de ensino. Para isto, o professor busca dados sobreos alunos, histria do curso, perfis de formao de professores que implementaro ocurso, cultura de aprender dos alunos e de ensinar da escola, papel da lngua-alvo na

    comunidade. Este levantamento de dados pode ser feito atravs de questionrios,entrevistas ou conversas com pessoas familiarizadas com a questo [Almeida Filho,1996].

    Diferentemente da abordagem gramatical, a abordagem comunicativa leva emconsiderao os interesses e necessidades dos alunos. Portanto, para se descobrir qual o

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    perfil dos alunos, realizado o levantamento de dados contextuais geralmente atravs dequestionrios ou conversas informais, focalizando interesses, necessidades, expectativas efantasias dos aprendizes [Viana, 1997].

    Aps conhecido o contexto de ensino, o professor pode estabelecer os objetivos aserem alcanados com o curso, procurando levantar o uso que a lngua vai ter para osalunos. Uma forma de estabelecer esses objetivos atravs dos recortes comunicativos,como por exemplo resumir um texto; ouvir um texto, ler, compreender, lngua oral e tomarnotas; conversar sobre anotaes e compar-las etc. A partir dos objetivos definidos, o professor passa etapa de organizao dasunidades. Nessa etapa so estabelecidas quais experincias sero promovidas e oscontedos implcitos nessas experincias. Nesse momento importante imaginar o quedar unidade ou coeso ao conjunto das unidades (coeso inter-unidades). possvel queas unidades se desenvolvam em torno de um tema maior, uma histria ficcional ou de umadisciplina. Concluda esta etapa, o professor pode exemplificar como o curso vai se

    materializar ilustrando uma unidade inteira com textos, exerccios, problemas e sugestes.Para um melhor entendimento, sero detalhados os processos de planejamento decurso e de produo/avaliao de materiais de um curso de Portugus, descritos na

    pesquisa de Sternfeld [Sternfeld, 1996].Nessa pesquisa encontra-se a produo de um material didtico de Portugus

    para estrangeiros denominado A Gente Brasileira. A produo desse material foimotivada pelas concluses de uma anlise sobre cinco materiais didticos da mesmalngua-alvo detalhada na subseo seguinte.

    O planejamento de unidades que levaria a produo de A Gente Brasileiraocorreu de maneira virtual, pois no havia um planejamento escrito prvio e sim umendereamento mental, um planejamento subjacente, implcito que guiava a produo do

    material. As idias foram se concretizando medida que o material ia sendo construdo e,o documento que formaliza o planejamento foi apenas concretizado aps concludo omaterial didtico e antes da implementao do curso piloto cujo objetivo era avaliar omaterial produzido.

    Assim, Sternfeld realizou entrevistas com professores e alunos, coletandoinformaes como grupo alvo, necessidades dos alunos, nvel educacional dos aprendizes,objetivos de proficincia na lngua estrangeira, estilos de aprender, tipo de curso entreoutras.

    Os principais resultados esperados com o curso piloto consistiam em:1. desenvolver com os alunos as habilidades integradas de compreenso e

    produo da lngua portuguesa em contexto de interao e uso comunicativo;2.permitir aos alunos maior reflexo crtica sobre a realidade social brasileira e

    um alargamento dos seus horizontes culturais;3.promover a comunicao intercultural em sala de aula.A concretizao do curso piloto envolveu ao mesmo tempo objetivos lingsticos,

    cognitivos, culturais, psicolgicos e educacionais; e as unidades previstas consistiam dasduas unidades contidas no material didtico.

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    Na subseo a seguir, apresentamos a fase de avaliao e produo de materiaisdidticos exemplificando esse processo com a construo do material A Gente Brasileira.

    2. Avaliao e Produo de MateriaisNa fase de avaliao e produo de materiais de ensino, com os objetivos

    definidos, o professor avalia os materiais existentes no mercado e caso no encontrealgum que satisfaa suas necessidades, parte para a produo de um novo.

    Para produzir um material, o professor pesquisa e coleta textos que comporo asunidades previstas na fase anterior, e elabora as atividades de acordo com os objetivosque deseja alcanar. Na abordagem comunicativa as atividades priorizadas so aquelasque proporcionam alm das interaes professor-aluno e aluno-texto, as interaes dotipo aluno-aluno pouco exploradas na abordagem gramatical. As atividades maisinteressantes so consideradas aquelas que propiciam entre os participantes do discursoexpresso pessoal dos fatos, expresso ideacional e imaginativa (idias e fantasias), maior

    autonomia na expresso lingstica (gramatical e textual) e negociao de significadosrelevantes para os participantes.Na produo de seu material, Sternfeld [Sternfeld, 1996] utilizou a tendncia de

    ensinar por meio de contedos, na qual aprender uma lngua estrangeira, nesta linha detendncia comunicativa, apreender outros conhecimentos para aprender a lngua nestecontexto. Ao desenvolver A Gente Brasileira, Sternfeld tinha como objetivo criar ummaterial que trouxesse informaes sobre o Brasil e que gerasse para os participantes do

    processo em sala de aula uma experincia intercultural de lngua em uso.A pesquisadora elaborou o contedo do seu material sobre trs tpicos

    informativos: os ndios, os negros e os imigrantes. Por esses contedos o material foidenominado A Gente Brasileira.

    As atividades encontradas nesse material procuram proporcionar maior interaoentre os participantes do contexto estimulando o raciocnio, a emisso de opinio e aformao de grupos entre os alunos propiciando interaes do tipo aluno-aluno. A autoraclassifica as atividades propostas em trs categorias:Atividades de lacuna:envolvem transferncia de informao de uma pessoa outra,quase no envolvem significados pessoais do aluno e por isso geram pouca negociao.Por exemplo: (pg. 5, b) Cada grupo deve procurar escrever um pargrafo sobre oassunto exposto e em seguida l-lo para os outros.Atividades de raciocnio:Estas tambm envolvem transmisso de informao, mas sodiferentes pois um significado pessoal derivado de um significado dado. Por exemplo:(pg. 5, c) Que tipos de motivos, interesses, voc acha que Portugal tinha emrelao colnia do Brasil? (At esta questo apenas os interesses de Portugal emrelao frica haviam sido abordados.)Atividades opinativas: envolvem identificar e articular uma preferncia pessoal,sentimento ou atitude em resposta a uma situao dada, com resultados abertos. Porexemplo: (pg. 12, 1) Escolha aquela representao do grupo que achar melhor eargumente a sua escolha.

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    Ao final de sua pesquisa, Sternfeld obteve um material com a seguintecomposio: um livro organizado a partir de textos, tarefas e gramtica; trs fitas de vdeo sobre ndios, negros e imigrantes; uma fita de udio com o depoimento de uma antroploga sobre os ndios caiaps e fitas de udio gravadas para a compreenso da linguagem oral reproduzindo textos

    inclusos no material. importante ressaltar que produtor de materiais ao elaborar as atividades, tenha

    o cuidado de permitir que tanto o professor e os alunos contribuam com seus insumos afim de completar os insumos fornecidos pelo material impresso. Isto relevante pois, o

    professor ao contribuir com o seu insumo, dinamiza a estaticidade do insumo impresso(material). No entanto, o seu insumo por si s no suficiente para a ocorrncia de umainterao dinmica de construo de sentidos e vivncia plena da linguagem se nohouver espao para a contribuio dos insumos dos alunos. Essa a diferena entre a

    abordagem comunicativa e a gramatical. A partir do momento que o professor formulaatividades sem respostas previsveis, e que permitam ao aluno contribuir com oconhecimento que possui, que se pode desenvolver uma troca intercultural, deexperincias entre os participantes do curso e ver o aluno como um todo, levando emconsiderao os insumos que ele pode oferecer e seus aspectos afetivos.

    Design do Ambiente Computacional

    Nesta pesquisa propomos a implementao de um ambiente computacionalauxiliar ao ensino a distncia de lngua estrangeira, utilizando os recursos de comunicaoda Internet.

    Esse ambiente no tem como propsito extinguir o ensino presencial da sala deaula, e sim oferecer uma alternativa atravs do ensino em rede, minimizando dificuldadesda rea de lnguas atravs da extenso das habilidades de professores e alunos deaprender e ensinar com o auxlio de recursos computacionais. Para isto as funcionalidades

    previstas no ambiente so: Uma aplicao que permita desenvolver cursos para rede, de maneira

    que o professor possa desenvolver o seu prprio curso e material, oucompletar um existente com outros insumos e

    Mecanismos de comunicao para rede como apoio troca deexperincias e conhecimentos entre professores.

    Os mecanismos de apoio aos professores consistem nos recursos de comunicao

    da Internet que se divulgados e bem utilizados podem ser teis na formao deprofessores. Em princpio os mecanismos de apoio a professores no ambiente so: Endereos de suporte ao correio-eletrnico e pginas na Internet

    gratuitos Listas de discusso Chat para dilogos em tempo real

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    Quadro que permita a colocao de mensagens para questionamentos ediscusso

    A maioria desses mecanismos simples, existentes h algum tempo na rede e

    muito utilizados por pessoas que no esto envolvidas necessariamente no meioacadmico. Mesmo assim, no so todos os professores e pesquisadores que conhecem o

    potencial de comunicao e interao que esses mecanismos propiciam.A seo anterior apresentou alguns conceitos importantes sobre o ensino de

    lnguas para o design deste ambiente. Da mesma forma, faz-se necessrio uma estruturaterica que nos permita compreender as aes humanas e o papel dos recursoscomputacionais no auxlio a elas, de maneira que as funcionalidades mencionadas acima

    possam ser fornecidas.A seguir discute-se a Teoria da Atividade, suas principais caractersticas e

    princpios que juntamente com os conceitos da rea de lnguas, embasaram odesenvolvimento do ambiente.

    1. Teoria da atividadeNa rea de pesquisa de interao homem-computador existem paradigmas que

    procuram fornecer uma direo terica para a pesquisa, atravs de um esquemaconceitual forte o suficiente para incorporar ambos seres humanos e a tecnologia decomputadores dentro de uma estrutura terica coerente.

    Uma das abordagens existentes a abordagem contextual que assume que onecessrio para fazer da rea de interao homem-computador um campo de pesquisaconceitualmente integrado, uma teoria que descreva e explique o contexto maior dainterao do homem com o computador. Uma caracterstica comum entre homem ecomputador que essa abordagem explora, que ambos esto envolvidos na realizao de

    uma atividade do mundo real do uso do computador. Essa abordagem parte do princpioque se pudermos fornecer uma avaliao do contexto geral do uso do computador eidentificar o lugar dos seres humanos e computadores dentro deste esquema, ns

    poderemos compreender a interao entre eles.Uma das concretizaes dessa abordagem a Teoria da Atividade . Essa teoria

    tem como unidade bsica de anlise a atividade, que representa o contexto mnimosignificativo para compreender as aes que os indivduos realizam no mundo real.

    A atividade uma forma de fazer direcionada a um objetivo, e transformar esseobjetivo numa sada o que motiva a existncia da atividade.

    O objetivo diferencia as atividades umas das outras, e pode ser material ou algomenos tangvel, como uma idia ou um plano, que aos poucos pode ser compartilhado

    para manipulao e transformao pelos participantes da atividade.As atividades no so entidades rgidas ou estticas e esto em constante

    mudana e desenvolvimento no linear ou direto. Desta maneira cada atividade possuiuma histria sobre si, que permanece embutida quando a atividade se desenvolve e queauxilia na compreenso da situao atual em que ela est ocorrendo.

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    A figura 2 apresenta um modelo sistmico que representa a estrutura de umaatividade.

    Figura 2: Estrutura bsica de uma atividade[Kuutti, 1996]

    Uma atividade sempre contm vrios artefatos que podem ser instrumentos,

    procedimentos, mquinas, mtodos e leis entre outros. Os artefatos possuem o papelmediador dentro da atividade, sendo as relaes entre os elementos da atividade mediadase no diretas. Os artefatos so criados e transformados durante o desenvolvimento da

    prpria atividade e carregam consigo uma cultura particular: um resduo histrico daqueledesenvolvimento. Uma importante assero da teoria da atividade que a natureza dequalquer artefato pode ser entendida somente dentro de um contexto de atividadehumana, identificando as maneiras que as pessoas usam este artefato, para que ele servee a histria de seu desenvolvimento.

    Assim, no modelo o relacionamento entre sujeito e objetivo mediado por umaferramenta que pode ser qualquer coisa usada no processo de transformao, incluindoferramentas materiais e de raciocnio. As ferramentas so tanto capacitadoras comolimitadoras. Os sujeitos so capacitados no processo de transformao com a experinciacoletada historicamente e com as habilidades inerentes a ela, e so limitados na interaodevido perspectiva daquela ferramenta particular, pela maneira que ela foi desenvolvidae pelas funes que ela permite o indivduo realizar.

    A relao entre o sujeito e a comunidade mediada por regras que cobremnormas, convenes e relaes sociais implcitas ou explcitas dentro de umacomunidade, e por fim, a relao entre comunidade e objetivo mediada pela divisodotrabalho que refere-se a organizao explcita ou implcita de uma comunidaderelacionada ao processo de transformao do objetivo na sada.

    As atividades so formaes de longo termo e seus objetivos so transformadosem sada atravs de um processo constitudo de vrios passos ou fases. Elas consistemde aes ou cadeias de aes, que por sua vez so formadas por um conjunto de

    operaes como demonstrado na figura 3.

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    Figura 3: Nveis hierrquicos de uma atividade [Kuutti,1996]

    As atividades so imaginadas como aes individuais ou cooperativas, e cadeiasou redes de tais aes esto relacionadas umas com as outras pelo mesmo objetivo.Participar em uma atividade realizar aes convenientes que tm uma meta imediata edefinida. A atividade pode ser realizada usando aes diferentes e, dependendo dasituao uma mesma ao pode pertencer a diferentes atividades, sendo que os diferentesmotivos para a atividade faro a ao ter um senso pessoal diferente no contexto de

    cada atividade. Por exemplo, uma ao relatando o progresso do desenvolvimento de umsistema ter uma conotao diferente se pertence a atividade de gerenciamento internodo projeto ou se pertence a atividade em que existem pessoas competindo por uma

    promoo no emprego.Antes de uma ao ser realizada no mundo real, ela tipicamente planejada na

    conscincia usando um modelo e, quanto melhor o modelo mais sucesso ter a ao. Estafase chamada de orientao e os modelos e planos nesta fase no so descriesrgidas e precisas da execuo dos passos, mas so sempre incompletas e no sentido detentativas.

    As operaes so rotinas bem definidas usadas para responder condiesencontradas durante a realizao da ao. Cada operao , inicialmente uma ao

    consciente, consistindo de ambas fases de orientao e execuo, mas quando o modelo bom o suficiente e a ao foi praticada o bastante, a fase de orientao passa a noexistir mais, e a ao se transforma em uma operao. Ao mesmo tempo uma nova aoque possui um escopo maior criada e engloba aquela operao que acabou de seformar.

    No entanto, se o contexto da operao muda, a operao pode se desdobrar evoltar a ser uma ao consciente. Este fato chamado de dinmica de ao-operaona teoria da atividade e essa flexibilidade dos conceitos bsicos os tornam teis paradescrever processos em desenvolvimento. Por outro lado, Kuutti [Kuutti, 1996] argumentaque impossvel fazer uma classificao geral do que uma ao e uma atividade, poisestas definies so totalmente dependentes dos sujeitos e dos objetivos da situao real.

    Por exemplo, para uma equipe de desenvolvimento de software o projeto pode ser umaatividade, enquanto o gerente executivo da companhia de software pode ver cada projetocomo uma ao dentro da sua atividade na empresa.

    Outro conceito importante na teoria da atividade o de rgos funcionais. Deacordo com essa teoria, as pessoas so dotadas de recursos internos e no mundo existemrecursos externos. Como exemplos de recursos internos temos os olhos, as mos e a

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    memria; e de recursos externos culos, tesouras e cadernos. As ferramentas externastm a capacidade de dar suporte e complementar habilidades humanas naturais narealizao de uma nova funo ou de uma funo j existente com maior eficincia. Por

    exemplo, a tesoura pode ampliar a capacidade das mos de cortar papis. Quando existeuma integrao de uma ferramenta interna e a uma externa diz-se que um novo rgofuncional foi desenvolvido [Kaptelinin, 1996].

    Apesar do modelo em tringulo parecer rgido, desta maneira apenas paragarantir a simplicidade da representao e convenincia. bom lembrar que a teoria daatividade considera as atividades dinmicas e no estticas, pois as atividades estosempre mudando e se desenvolvendo. O desenvolvimento tem lugar em todos os nveis daatividade; novas operaes so formadas de aes prvias medida que as habilidadesdo usurio crescem; correspondentemente, ao nvel de aes o escopo de novas aes crescente, e aes totalmente novas so inventadas, experimentadas e adequadas emresposta a novas situaes ou possibilidades encontradas no processo de transformao

    do objetivo.

    2 Ambiente de ensino-aprendizagem de lngua estrangeira em redeNa seo anterior, foram apresentados o planejamento de unidades e a avaliao

    e produo de materiais didticos de maneira a observar as aes do professor naproduo do seu material. Em seguida, foram abordados os princpios da teoria daatividade, evidenciando seus principais conceitos.

    Um conceito muito importante dessa teoria o de rgos funcionais,combinaes dos recursos internos do homem com as ferramentas externas pertencentesao mundo real, que surgem para ampliar as habilidades humanas na realizao de umanova operao, ou de uma j existente com maior eficincia.

    O ambiente proposto com suas funcionalidades, tem como objetivo estender ashabilidades humanas de ensinar, aprender, comunicar-se e interagir, atravs de rgosfuncionais formados pela agregao de ferramentas computacionais e capacidadeshumanas no processo de ensino-aprendizagem de lnguas.

    De maneira que se possa encaixar o papel dos recursos computacionais no auxlioao professor no desenvolvimento de um curso para rede, a seguir as duas fases de

    planejamento de unidades e avaliao e produo de materiais so coadunadas com osprincpios da teoria da atividade, de forma que as aes e decises do professor possamser analisadas sob a forma de atividades a fim de estabelecer as ferramentascomputacionais necessrias a cada etapa da produo de um curso de lnguas para rede.

    2.1 Atividade de planejamento de unidades

    Nesta atividade o objetivo do professor fazer o planejamento de um curso delnguas. Dentro desta atividade temos as aes de definio de contexto e objetivos e adefinio das unidades.

    Cada uma dessas aes pode ser vista como uma atividade, levando-se emconsiderao que cada uma possui um objetivo diferente. Esses objetivos so relacionados

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    um com o outro e sua realizao resulta na concretizao do objetivo maior da atividadede planejamento de curso.

    Na estrutura de uma atividade, a unidade bsica de anlise da Teoria da

    Atividade, a transformao do objetivo num resultado realizada atravs de umaferramenta. Assim, para o professor realizar estas atividades para o ambiente de rede,so necessrias ferramentas computacionais que o auxiliaro na concretizao dos seusobjetivos.

    No ambiente proposto, as ferramentas que possibilitam o professor realizar aatividade de planejamento de unidades so:

    1. Para a definio de contexto e objetivos : aplicao para elaborao dequestionrios para a rede (Internet); correio-eletrnico escrito e/ou falado,chat, e softwares de vdeoconferncia para realizar as entrevistas; e aplicaoque guarde o histrico da definio dos objetivos.

    2. Para a definio das unidades: aplicao que guarde o histrico da definiodas unidades e que permita a elaborao de uma unidade amostra com textose atividades.

    Essas ferramentas em conjunto com as habilidades naturais do professor podemvir a gerar rgos funcionais, medida que o professor possa estender a sua capacidade

    presencial para realizar estas atividades, como a coleta de informaes, sem lugares e/ouhorrios pr-estabelecidos.

    2.2 Atividade de Avaliao e Produo de MateriaisNesta atividade o objetivo e resultado a produo de um material sensvel ao

    contexto, aos objetivos e s unidades definidas.As aes realizadas nesta atividade so resumidamente: o levantamento e coleta

    de textos; a elaborao das atividades a partir dos textos selecionados e a elaborao deoutros materiais didticos como fitas cassete e de vdeo.Assim como no planejamento de unidades, cada uma dessas aes pode ser

    considerada como uma atividade que possue um objetivo e portanto ser realizada com oauxlio de uma ferramenta.

    As ferramentas contidas para mediar a relao do professor e seu objetivo so: Levantamento e coleta de textos : softwares de busca na Internet (figura

    4); listas de endereos de jornais e revistas j que estes so os meios maisutilizados para seleo de textos (figura 5); aplicao para gerenciamento dearquivos e edio de textos.

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    Figura 4: Softwares de Busca Figura 5: Lista de Endereos

    Elaborao de atividades: aplicao para elaborar exerccios de pergunta eresposta, de completar lacunas e de mltipla escolha para os exercciosrelacionados interpretao de texto e gramaticais. Para as atividades maisenvolventes (discusso, emisso de opinio) so disponibilizados o correio-eletrnico escrito e falado e o chat escrito e falado.

    Elaborao de complementos didticos : o professor poder relacionararquivos de som e/ou imagem a um texto atravs do programa gerenciador dearquivos ou no momento em que estiver preparando o ndice de textos do seu

    material (figura 6).Assim como em sala de aula, o professor ministrando um curso em rede necessita

    de outros recursos que o ajude na tarefa de dar aulas. Por isso, alm das ferramentasmencionadas, o professor pode incluir no seu material como apoio ao aluno dicionrioseletrnicos, glossrios, enciclopdias, corretores ortogrficos, correio-eletrnico, listas echat para a comunicao nos trabalhos em grupo (figura 7) alm do que o professor pode

    preparar uma lista com sugestes de links que ele ache interessantes (figuras 8 e 9).

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    Figura 8: Incluir sees de links interessantes Figura 9: Incluir links interessantes

    Outras ferramentas disponibilizadas no ambiente so: um quadro para perguntas erespostas que pode ser consultado por todos os alunos, uma pgina para exposio dostrabalhos do curso e um quadro para divulgao das notas.

    Uma caracterstica importante do chat permitir a gravao sempre quenecessria dos dilogos que o professor mantm com os alunos. Isto relevante para a

    pesquisa, medida que o professor pode recuperar estes registros coletando amostras dasua aula e fazer uma avaliao crtica sozinho ou com outro professor. Esse registroserve para o professor avaliar o seu desempenho e observar criticamente a sua atuao

    em sala de aula e a partir disto, poder entrar em constante questionamento edesenvolvimento.Com o uso dessas ferramentas o professor constri o material de seu curso, como

    o exemplificado a seguir, que foi baseado no j mencionado trabalho de Sternfeld[Sternfeld, 1996]. Algumas telas finais so mostradas onde tem-se, por exemplo, na figura10 o questionrio preliminar para que o professor possa conhecer seus alunos einteresses. A figura 11 apresenta a pgina inicial de acesso ao curso, e as figuras 12 e 13exemplificam uma das telas de contedo do material produzido e sua atividaderespectivamente. Este curso vem sendo preparado para um curso piloto onde ametodologia ser testada.

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    Figura 10: Questionrio para os alunos Figura 11: Pgina de Acesso

    Figura 12: Tela de contedo Figura 13:Exemplo de atividade

    2.3 Mecanismos de apoio comunicao de professores

    Com base no conceito de rgos funcionais possvel justificar quanto o usodesses mecanismos pode tornar mais eficientes a comunicao, interao e troca deexperincias entre os pesquisadores e professores de vrias partes do mundo. Esses

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    recursos podem permitir uma comunicao mais rpida entre professores buscandoconhecimento e aperfeioamento de suas competncias quanto a ensinar e outros

    professores mais capacitados, a fim de levantarem questionamentos e encontrarem

    respostas para suas dvidas. A simples divulgao e propagao desses mecanismospode contribuir para o avano de pesquisas e consequentemente o progresso naEducao.

    Consideraes Finais

    Os alunos falantes de Espanhol formam um grupo considerado especial, poiscomo o Portugus e o Espanhol so lnguas muito prximas, estes alunos possuem emtese maior facilidade em aprender a lngua Portuguesa. Na verdade, essa proximidade

    pode trazer ao contrrio complicaes especficas ao aprendizado. Os falantes deEspanhol no so considerados alunos principiantes verdadeiros, isto sem nenhum ou

    quase nenhum conhecimento na lngua-alvo, pois contam naturalmente comconhecimentos e habilidades comuns entre a lngua-alvo e a lngua de partida.Essas caractersticas podem dificultar o ensino e podem ser enganosas para os

    falantes de Espanhol quando estes tentam produzir ou falar em Portugus e noconseguem ser compreendidos. O fato de quase falar leva alunos e autoridadesdesavisadas a pensarem que estas pessoas no precisam aprender Portugus, pois j osabem naturalmente [Almeida Filho, 1995].

    A semelhana entre Portugus e Espanhol leva os alunos a perceberem maisfacilmente as semelhanas do que as diferenas. Isso os fazem falar uma mistura dePortugus e Espanhol, acreditando que esto realmente falando a lngua-alvo. Assim,torna-se difcil ensinar a lngua a algum que j acha que a fala [Ferreira, 1997].

    Por essas caractersticas deve-se ser mais cuidadoso com o ensino de Portugusa esses alunos a fim de evitar problemas como a fossilizao da lngua.

    A fossilizao o nvel estacionrio da interlngua, sistema intermedirio entre alngua-alvo e a lngua materna e que possue caractersticas prprias, no qual o aprendizdeixa de progredir em direo a lngua-alvo e no distingue entre os dois sistemaslingsticos da lngua-alvo e da sua lngua materna [Ferreira, 1997].

    Algumas sugestes que podem ser teis neste caso so: Estimular a interao com falantes nativos da lngua-alvo e a intensificao de

    exerccios de leitura gravados e auto-corrigidos Tarefas contrastivas (orais e escritas) O aluno deve ouvir sua gravao e comparar com o texto escrito Mais interao com fitas cassete (msicas, palestras, entrevistas etc.) Dilogo a distncia atravs de fitas de udio. Trata-se de um importante procedimento

    em que o professor e aluno interagem de forma significativa e real ao mesmo tempoem que os alunos praticam a linguagem oral e a fala.

    Trabalhar com textos mais curtos e especficos que apresentam maior dificuldade paraexpandir a interlngua, um trabalho mais individualizado.

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    Propor tarefas escritas, pois no momento da produo escrita o aluno tem maioroportunidade de refletir sobre a lngua-alvo.

    Essas sugestes podem ser implementadas tambm em um curso em rede, pois

    os mecanismos de comunicao da Internet propiciam principalmente a interao comfalantes nativos da lngua-alvo, seja atravs de suporte escrito ou falado. Alm disso,existe a facilidade de disponibilizar arquivos textos e de som na rede.

    Nesta pesquisa buscou-se apresentar o embasamento terico necessrio paradesenvolver um ambiente computacional auxiliar ao ensino de lngua estrangeira utilizandorecursos de comunicao da Internet.

    Para propor as funcionalidades do ambiente, foi realizado um estudo sobre asfases de planejamento de cursos e produo de materiais direcionados pela abordagemcomunicativa, a fim de fornecer os recursos computacionais que permitam o professorrealiz-las para o ambiente de rede.

    A motivao para fornecer uma ferramenta para a produo de cursos para a

    rede vem do fato que no existem materiais perfeitos para todos os contextos de ensino,sendo necessrio estimular professores a produzirem seus materiais ou completar osexistentes com outros insumos.

    A opo por um curso de leitura e produo escrita se justifica na importnciaque tem, devido ao fato que existem diversos alunos estrangeiros em universidades

    brasileiras, principalmente falantes de Espanhol, que precisam ter uma fluncia maior naescrita dos vrios trabalhos acadmicos que devem ser realizados. A oralidade devido slimitaes que o ambiente de rede impe comunicao em tempo real, ser trabalhadautilizando arquivos de som.

    Este ambiente est em fase de implementao e as ferramentas descritas nestetrabalho fazem parte de uma viso inicial do ambiente, pois a partir da avaliao com um

    curso piloto em rede a ser realizado ser possvel definir outras ferramentas necessriasas duas ltimas fases da operao global de ensino de lnguas, principalmente a fase deprocedimentos de ensinar e aprender lnguas, pois esta fase que corresponde aimplementao do curso piloto.

    Como mencionado anteriormente, este ambiente no visa substituir o ensinopresencial e sim ampliar, estender a capacidade de professores, pesquisadores e alunosquanto ensinar, aprender, comunicar-se e interagir. Ao desenvolver um ambientecomputacional que permita o ensino-aprendizagem de lnguas por pessoas que no

    possuam recursos em sua cidade, estado ou pas; e que permita a comunicao entreprofessores e pesquisadores de maneira mais rpida, gerando a troca de experincias econhecimentos, pode-se contribuir para o progresso da educao e estimular a pesquisacom a ajuda de recursos computacionais.

    REFERNCIAS

    [Almeida Filho, 1993]Almeida Filho Jos C. P. de, A Operao Global no Ensino

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    de Lnguas, inDimenses Comunicativas no Ensino de Lnguas, Jos CarlosP. De Almeida Filho (org.), (Campinas - So Paulo: Editora Pontes, 1993).

    [Almeida Filho, 1995] Almeida Filho Jos C. P. de, Uma metodologia especfica

    para o ensino de lnguas prximas? , in Portugus para EstrangeirosInterface com o Espanhol, Jos Carlos P. De Almeida Filho (org.), (Campinas -So Paulo: Editora Pontes, 1995).

    [Almeida Filho, 1996] Jos C. P. de Almeida Filho, O Planejamento de um Cursode Lnguas: A Harmonia do Material-Insumo com os processos de Aprender eEnsinar (Mmeo, Universidade Estadual de Campinas, So Paulo, 1996).

    [Almeida Filho, 1997] Almeida Filho Jos Carlos P. de, A Abordagem Orientadorada Ao do Professor de Lnguas, in Parmetros Atuais no Ensino de

    Portugus Lngua Estrangeira. 1 SAPEC, Jos Carlos P. de Almeida Filho(org.), (Campinas - So Paulo: Editora Pontes, 1997).

    [Ferreira, 1997] Ferreira Itacira A., Interface Portugus/Espanhol, in Parmetros

    Atuais no Ensino de Portugus Lngua Estrangeira. 1 SAPEC, Jos CarlosP. de Almeida Filho (org.), (Campinas - So Paulo: Editora Pontes, 1997).

    [Kaptelinin, 1996]Kaptelinin Victor, Computer-Mediated Activity: FunctionalOrgans in Social and Developmental Contexts, in Context and Conciousness -

    Activity Theory and Human-Computer Interaction, Bonnie A. Nardi (org),(Massachussets: The MIT Press, 1996).

    [Kuutti, 1996]Kuutti Kari, Activity theory as a potential framework for human-computer interaction research, in Context and Conciousness - Activity Theoryand Human-Computer Interaction, Bonnie A. Nardi (org.), (Massachussets:The MIT Press, 1996).

    [Viana, 1997] Viana Nelson, Planejamento de Unidades em Cursos de Portugus,

    in Parmetros Atuais no Ensino de Portugus Lngua Estrangeira. 1SAPEC, Jos Carlos P. de Almeida Filho (org.), (Campinas - So Paulo: EditoraPontes, 1997).

    [Sternfeld, 1996]Liliana Sternfeld, Aprender Portugus - Lngua Estrangeira emAmbientes de Estudo sobre o Brasil: A Produo de um Material (Dissertaode Mestrado, IEL, Universidade Estadual de Campinas, So Paulo, 1996).