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Edição maio / junho 2012 - ANO II - Número 07 Médicos do Hospital Vital Brazil denunciam através de um manifesto enviado a au- toridades e entidades médicas a situação da saúde na região do Vale do Aço. Os profissionais relatam existência de uma crise no setor, causada pelo fecha- mento do Hospital Siderúrgica. “Queremos mostrar, à socieda- de, o quanto nós estamos de mãos atadas diante da superlo- tação que o sistema de saúde vem sofrendo, nos colocando sob risco de um atendimento inadequado e inseguro à nossa comunidade”, declara Dr. Alys- son da Silveira Campos, do Vi- tal Brazil. Confira a reportagem completa nas página 04 e 05. Médicos repudiam situação da saúde no Vale do Aço Em manifesto enviado a autoridades e entidades médicas profissionais relatam crise resultante de fechamento do Hospital Siderúrgica Artigos: Você vai ser médico. Pág.07; Hospital Público? Onde?; Pág.04 Amvaço destaca homenagem a Dr. Pedro Guerra e também o homenageia com nome em medalha de honra ao mérito. Pág. 08 Amvaço e Univaço: Juntas pela ciência Amvaço e Univaço re- alizam pela primeira vez juntas nos dias 24 e 25 de setembro, no Centro Cultural Usiminas (Shopping do Vale), a X edição da Jornada Acadêmica do curso de Medicina da Univaço e o I Congresso Médico do Vale do Aço. “A participação e envolvi- mento da Associação Médica do Vale do Aço foi fundamen- tal para a concepção do I Con- gresso de Atualidades Médicas. Este congresso oportunizará a realização de debates de temas que estão em voga no contexto das políticas de saúde”, diz o professor e coordenador de ex- tensão do curso de Medicina da Univaço Vinícius Lana Ferreira. Leia a reportagem completa so- bre os eventos página 02. Hospital Vital Brazil sofre com o grande aumento no número de pacientes desde o fechamento do Siderúrgica

Jornal Amvaço - Junho 2012

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Jornal Amvaço - Ipatinga

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Page 1: Jornal Amvaço - Junho 2012

Edição maio / junho 2012 - ANO II - Número 07

Médicos do Hospital Vital Brazil denunciam através de um manifesto enviado a au-toridades e entidades médicas a situação da saúde na região do Vale do Aço. Os profissionais relatam existência de uma crise no setor, causada pelo fecha-mento do Hospital Siderúrgica. “Queremos mostrar, à socieda-de, o quanto nós estamos de mãos atadas diante da superlo-tação que o sistema de saúde vem sofrendo, nos colocando sob risco de um atendimento inadequado e inseguro à nossa comunidade”, declara Dr. Alys-son da Silveira Campos, do Vi-tal Brazil. Confira a reportagem completa nas página 04 e 05.

Médicos repudiam situação da saúde no Vale do AçoEm manifesto enviado a autoridades e entidades médicas profissionais relatam crise resultante de fechamento do Hospital Siderúrgica

Artigos: Você vai ser médico. Pág.07;

Hospital Público? Onde?; Pág.04

Amvaço destaca homenagem a Dr. Pedro Guerra e também o homenageia com nome em medalha de honra ao mérito.

Pág. 08

Amvaço e Univaço: Juntas pela ciência Amvaço e Univaço re-alizam pela primeira vez juntas nos dias 24 e 25 de setembro, no Centro Cultural Usiminas (Shopping do Vale), a X edição da Jornada Acadêmica do curso de Medicina da Univaço e o I Congresso Médico do Vale do Aço. “A participação e envolvi-mento da Associação Médica do Vale do Aço foi fundamen-

tal para a concepção do I Con-gresso de Atualidades Médicas. Este congresso oportunizará a realização de debates de temas que estão em voga no contexto das políticas de saúde”, diz o professor e coordenador de ex-tensão do curso de Medicina da Univaço Vinícius Lana Ferreira. Leia a reportagem completa so-bre os eventos página 02.

Hospital Vital Brazil sofre com o grande aumento no número de pacientes desde o fechamento do Siderúrgica

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maio / junho 2012Jornal da Amvaço

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Médicos, professores e estudantes de medicina terão um importante encontro neste segundo semestre de 2012, no Vale do Aço. Nos dias 24 e 25 de setembro serão realizados no Centro Cultural Usiminas (Shopping do Vale), a X edição da Jornada Acadêmica do curso de Medicina da Univaço e o I Congresso Médico do Vale do Aço.

“A Jornada Acadêmica do curso de medicina da Univaço é um evento anual, de cunho acadêmico-científico ofereci-do aos docentes e discentes do curso de medicina da Univaço, extensivo aos profissionais de saúde da região. Objetiva ain-da a criação de um ambiente favorável à participação dos discentes na apresentação de trabalhos sob a forma de temas

orientados e dos docentes, me-diante apresentações de teses artigos publicados”, explica o professor e coordenador de ex-tensão do curso de Medicina da Univaço Vinícius Lana Ferreira.

Com o crescimento da Jornada Acadêmica no con-texto institucional, conforme o professor, houve a necessida-de de ampliação do escopo do evento, viabilizando a inserção do Congresso de Atualidades Médicas, através de uma par-ceria com a Associação Médica do Vale do Aço (Amvaço), com apoio de outras entidades.

“A participação e envol-vimento da Associação Médica do Vale do Aço foi fundamental para a concepção do I Congres-so de Atualidades Médicas”, ressalta Lana. “No ano em que nossa instituição comemora 10

anos de realização da Jornada Acadêmica, ofereceremos para a comunidade médica, demais profissionais de saúde, alunos e professores de nossa institui-ção e para a sociedade civil um evento que constituir-se-a em um marco para o desenvolvi-mento das políticas de saúde do Vale do Aço”, acrescenta o professor.

Além de Vinícius Lana, a coordenação do evento é con-duzida por um colegiado com-posto pelos seguintes membros: professora Vera Lúcia Venâncio Gaspar, diretora acadêmcia da Univaço; professor Eric Bassetti Soares, coordenador do curso de Medicina da Univaço; pro-fessor José Márcio Ribeiro, co-ordenador de pesquisa da Uni-vaço; professor Norberto de Sá Neto, professor do curso de me-

dicina da Univaço e presidente da Amvaço; professor José Ge-raldo Braga Mercante, professor do curso de medicina da Univa-ço e membro da Amvaço.

Finalizando, Lana enfati-za que este congresso oportu-nizará a realização de debates de temas que estão em voga no contexto das políticas de saú-de. “Entedemos que será um importante espaço para refle-xão e discussão, mas sobretudo de aprofundamento técnico. Busca-se a construção de uma agenda positiva entre o movi-mento médico e a sociedade do vale do aço de forma a enfrentar questões como a valorização do trabalho médico, a qualificação das condições de trabalho e da assistência a saúde, a formação médica e a política de gestão dos serviços de saúde”.

Univaço e Amvaço preparam grande evento científicoEntidades realizam 24 e 25 de setembro a X Jornada Acadêmica do curso de Medicina e 1º Congresso Médico do Vale do Aço

02

Palestrantes: • Consultor em Saúde

Pública - Dr. Eugênio Vilaça Mendes;

• Presidente da Socie-dade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade - Dr. Nulvio Lermen;

• Presidente da Associa-ção Médica de Minas Gerais - Dr. Lincoln Ferreira;

• Diretor do departa-mento de promoçaõ da saú-

de da Sociedade Brasileira de Cardiologia - Dr. Carlos Alberto Machado;

• Presidente da Socie-dade Mineira de Cardiologia - Dra. Maria da Consolação.

Atividades: • Conferência Magma:

“Os desafios dos sistemas de saúde do século XXI” - Eugênio Vilaça Mendes

• Mesa Redonda:

“Emergências Clínico-Cirúrgi-cas”: Ressuscitação Volêmica na Sala de Emergência; Cuida-dos pós-Ressuscitação na PCR; Dengue Hemorrágica e Síndro-me do Choque; Abordagem do TCE

•Mesa Redonda: “Ges-tão de Serviços de Saúde”: Re-des de Atenção à Saúde; Políti-ca Nacional de Atenção Básica: PNAB; Redes de Urgência e Emergência

•Mesa Redonda: “A Car-reira Médica e as Necessidades do SUS: Expectativas, Motiva-ções e Realidades”: Perspectivas do trabalho médico; Remune-ração médica; Carreira do mé-dico na APS/SUS; Mesa Redon-da (1h): Síndrome Metabólica; Abordagem não farmacológica: ? Via AMMG; Abordagem Far-macológica: Dr. Levimar Rocha Araújo; Tratamento cirúrgico da Obesidade Mórbida

Confira a prévia da programação oficial do evento:

Público lota auditório em edições anteriores da Jornada Acadêmica Palestrantes durante evento em edições anteriores

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maio / junho 2012 Jornal da Amvaço 03

Palavra do PresidenteDr. Norberto de Sá Neto

Presidente da Associação Médica do Vale do Aço

Caros colegas, é com imen-

so prazer que abro esta nova edi-

ção do Jornal da AMVAÇO anun-

ciando nosso primeiro Congresso

Regional. Em parceria com a Fa-

culdade de Medicina do Vale do

Aço, realizaremos em Setembro

próximo o I Congresso de Atuali-

dades Médicas juntamente com a

Jornada Acadêmica da Faculdade

de Medicina, evento este já conso-

lidado e consagrado pela qualida-

de científica e organizacional.

Mas, mantendo nossa pos-

tura de entidade de classe, não

podemos deixar de nos posicio-

nar sobre a preocupante situação

da saúde no Vale do Aço. Péssi-

mas condições de trabalho, baixo

investimento em capacitação e

ausência de uma política pública

séria, com planejamento. O “Ma-

nifesto Médico”, realizado pelos

colegas Médicos do hospital Vital

Brazil é a tradução simples e clara

de nossa saúde pública. Apoiamos

o movimento e levantamos a dis-

cussão sobre a saúde macrorregio-

nal.

Porquê somente em anos

políticos conseguimos avançar

em reformas e estruturações de

hospitais, rodovias e outros? Au-

sência de representação local?

Acho que não. A classe médica

deve dar uma demonstração à

sociedade de sua insatisfação. Tra-

dicionalmente nossa classe pouco

se envolve em política, o que nos

dá credibilidade para cobrarmos

mesmo em ano eleitoral.

Outro assunto aborda-

do nesta edição, e que deve ser

incentivado pela AMVAÇO, é a

criação da Regional da Sociedade

de Cardiologia. As Sociedades de

Especialidades Médicas são vin-

culadas à Associação Médica Bra-

sileira, concedendo seus Títulos

de Especialistas, de acordo com

critérios próprios. A maior partici-

pação dos Médicos na AMMG /

AMVAÇO só aumenta nossa força

e legitimidade como entidade re-

presentativa de classe.

Estamos abertos para apoio

logístico, operacional e adminis-

trativo a todas as Especialidades

Médicas do Vale do Aço que qui-

serem criar sua regional. E por úl-

timo, mas não menos importante,

adianto que este ano estaremos

realizando a Semana do Médico,

com eventos em homenagem ao

dia do Médico. O Congresso de

Atualidades Médicas, o Baile de

Gala e um evento esportivo farão

parte desta semana.

PRESIDENTE: Dr. Norberto de Sá Neto VICE-PRESIDENTE: Dr. Divino de BarrosSECRETÁRIO: Sandro do Carmo CarvalhoDIRETOR FINANCEIRO: Dr. Mauro Marzem MoraisDIRETOR CIENTÍFICO: Dr. José Geraldo Braga MercanteDELEGADOS: Dr. Ademir Dutra Garcia e Dr. Marco Antônio Nazaré CastroSECRETÁRIA DA AMVAÇO: Maria VieiraEndereço: Rua Argemiro José Ribeiro, nº42, SL 503, bairroSanta Helena - Coronel Fabriciano. Fone: (31) 3842-1088

Direção: Honofre Campos de Souza (DRT/MG 10946) Contato: (33) 9976-3874 (Vivo) / 9154-2839 (Tim) email: [email protected] Impressão: Gráfica Modelo Periodicidade: BimestralTiragem: 1000 exemplares Distribuição gratuita

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Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores e não refletem necessariamente a opinião da Associação Médica do Vale do Aço, bem como do Jornal da Amvaço.

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maio / junho 2012Jornal da Amvaço04

Médicos do Hospital e Ma-ternidade Vital Brazil, em Timóteo, lançaram um manifesto no final de junho contra as condições de traba-lho proporcionadas pela instituição em razão da alta demanda de pa-cientes da região. Direcionado à co-munidade do Vale do Aço e cidades circunvizinhas, além de autoridades públicas, privadas e entidades mé-dicas, o documento expressa “pro-funda tristeza e indignação para com as mazelas do Sistema de Saúde no Vale do Aço”.

Os profissionais alegam que vivem um momento difícil desde o fechamento do Hospital Siderúrgica, uma vez o Vital Brazil passou a ser a principal referência para os pacien-tes da região, resultando em uma demanda maior do que a capacida-de de atendimento, colocando-os em situação de risco.

O manifesto que teve apoio de mais de 100 médicos diz ainda que apesar da instituição ter toman-do algumas medidas como a con-tratação de mais profissionais e ter mantido baixos os índices de morta-lidade, elas não são suficientes para solucionar o que chamam de crise na no sistema de saúde no Vale do Aço. Com salários atrasados e dívidas acumuladas, os profissionais do Vital Brazil alertam no documento para um eventual risco de fechamento do hospital caso medidas urgentes não sejam tomadas. Após discussão inicial com a imprensa do Vale do Aço e repercussão nas mídias so-ciais, os médicos elaboraram uma segunda parte do manifesto médico, trazendo à comunidade “informa-ções e propostas reais que objetivam adequada evolução e progresso de nosso Sistema de Saúde e melhor atendimento à população”.

De acordo com Alysson da Silveira Campos, médico da gestão de qualidade do Vital Brazil, a deci-são de lançar o manifesto foi tomada após uma reunião realizada no dia 27 de junho entre o corpo clínico,

o conselho de ética e vários outros profissionais.

“Queremos mostrar, à so-ciedade, o quanto nós estamos de mãos atadas diante da superlotação que o sistema de saúde vem sofren-do, nos colocando sob risco de um atendimento inadequado e inseguro à nossa comunidade”, declarou.

Campos reforça que os mé-dicos não estão mais dispostos a continuar calados diante da caótica situação do atendimento hospitalar, por entenderem que a população merece uma explicação sobre o que vem ocorrendo. “Nós profissionais nos sentimos tão vítimas do sistema de saúde quanto a própria comu-nidade e pacientes que nos procu-ram”, lamentou.

Na opinião do corpo clínico, a crise do Vital Brazil teve seu ápice na semana passada, quando a admi-nistração municipal de Timóteo de-cidiu reduzir o contrato em mais de 50% do valor repassado para atendi-mentos do Sistema Único de Saúde (SUS). O prefeito Sérgio Mendes jus-tificou a decisão de reduzir o repasse informando que o município passa por sérias dificuldades e, portanto, não seria justo que a prefeitura seja a única a pagar pelo atendimento feito à população de outros sete municí-pios.

Já o prefeito de Fabriciano, Francisco Simões (PT), concordou com a posição dos médicos. Ele adiantou que a sua administração não vai repassar nenhum recurso para o Vital Brazil já que essa é uma obrigação acertada pelo Governo do Estado em audiência realizada na Justiça Federal. “Ficou definido que o Estado de Minas Gerais pagaria ao Vital Brazil por todos os atendimen-tos realizados ao povo de Fabricia-no”. Simões garante que o Estado vem recebendo, do fundo federal de saúde, cerca de R$ 300 mil por mês pelo atendimento do hospital do município, mesmo com a unida-de fechada há quase um ano.

Médicos protestam por condições de saúde no Vale do AçoProfissionais do Vital Brazil lançam manifesto relatando crise como consequência do fechamento do hospital Siderúrgica

Toda a população do Vale do Aço, principalmente a de Coronel Fa-briciano, convive frequentemente com problemas graves no atendimento às urgências e emergências. Isto é fato. O sucateamento financeiro e posterior falência do Hospital Siderúrgica trouxe uma situação de instabilidade, que se propagou para todos os serviços que atendem SUS em nossa região. Todos nós, médicos e entidades médicas, observamos este processo com muito receio e desconfiança, mas sempre notícias de reabertura, re-estruturação e construção de novas unidades, fez com que a classe desse um crédito aos gestores públicos pois havia esperança de dias melhores.

Mas estes dias não vieram. A forma como foi conduzida a reabertura do Hospital é um desrespeito ao cidadão comum. O que será este Hospital São Camilo? Público? Privado? Atenderá somente SUS? Parcialmente? Quem vai definir isto? Esta “privatização”da saúde pública feita pelo Estado de Minas, em nossa região é uma maneira clara do Estado transferir responsabilidades e se afastar de suas atribuições constitucionais.

Imaginemos uma situação simples. Passa-se o ano eleitoral e o prefeito “do governador” ou o deputado “do governador” não são reeleitos. Os investi-mentos serão mantidos no Hospital? O Estado vai arcar com toda a manuten-ção da unidade, mesmo que ela supere a capacidade de atendimento, o que é perfeitamente esperado imaginando que se trata de atendimento à população em geral? E se faltar custeio? A população vai reclamar de quem? Da Fundação São Camilo? Do prefeito de Coronel Fabriciano? Do governador? Claro que vai ser da administração do hospital, pois não haverá na frente do hospital uma placa com o nome de HOSPITAL ESTADUAL SÃO CAMILO.

Queremos Hospital Público, Estadual, Regional, 100% SUS, com Médicos, Enfermeiros e demais profissionais concursados, devidamente capa-citados e bem remunerados. De quem é mesmo a responsabilidade? Com exceção de Ipatinga, os demais Municípios da Região Metropolitana do Vale do Aço não são de Gestão Plena, portanto, estão isentos da obrigatoriedade do investimento em Urgência e Emergência, pois têm de enfatizar a atenção básica. Na verdade o que está acontecendo no Vale do Aço, é uma irresponsa-bilidade e omissão política. No anseio de ”inaugurar” um Hospital às vésperas de uma eleição Municipal, todos os preceitos básicos de Regionalização, Estru-turação da Rede de Urgência, Contratação criteriosa, Capacitação e outros, foram deixados de lado.

A população necessita urgente da abertura da Urgência? Sim. Mas ela precisa que esta Urgência abra com qualidade, equipamentos e, principal-mente, equipe Médica Mista, com Clínicos, Pediatras, Ortopedistas e Cirurgi-ões, além de Obstetras. Os partos serão realizados em Timóteo? A ortopedia também? Quem vai transportar estes pacientes? Ainda não temos um SAMU regional, nem possibilidade de tê-lo a curto prazo.

Resumo; Precisamos de uma ampla estruturação de nossa Rede de Urgências do SUS, com envolvimento de todos os gestores locais, equipe téc-nica e Governo do Estado. Nós, Associação Médica do Vale do Aço, afiliada à Associação Médica de Minas Gerais e AMB, estamos cumprindo nossa função de fiscalização e preservação da qualidade assistencial praticada por médicos. Estaremos acompanhando o desenrolar desta situação e cobrando das auto-ridades medidas sérias e responsáveis para a criação de uma saúde pública de qualidade, com o cumprimento das diretrizes do SUS.

Dr. Norberto de Sá NetoPresidente da Associação Médica do Vale do Aço

Hospital Público? Onde?

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maio / junho 2012 Jornal da Amvaço 05

1- Presença de um Cirur-gião Geral compondo a equipe de plantonistas nos Plantões Noturnos, inclusive nos finais de semana, pois essa ausência é grave e compromete a seguran-ça de nossa comunidade.

2- Presença de um Or-topedista compondo a equipe de plantonistas nos Plantões de Fim de Semana, pois essa au-sência é grave e compromete a segurança de nossa comunida-de.

3- Presença de mais um Pediatra em tempo integral, de segunda a segunda, dia e noite, compondo a equipe de planto-nistas (02 pediatras de plantão), pois a ausência desse segundo plantonista pediátrico é grave e compromete a segurança das crianças de nossa comunidade.

4- Presença de mais um Clínico Emergencista (Médico Hospitalista) na equipe, de se-gunda a sexta-feita, de 13h00 às 19h00, para dar melhor atendimento e maior seguran-ça aos pacientes internados nas enfermarias, corredores e sala de urgência.

5- Adequada estrutura-ção de um serviço básico de Ortopedia na rede pública de Timóteo e igual conduta por parte da Prefeitura de Coronel Fabriciano, pois esse vazio as-sistencial na rede básica tem sobrecarregado os Hospitais, prejudicando profundamente a qualidade da assistência, e desperdiçando recursos precio-sos que deveriam ser usados no atendimento aos pacientes gra-vemente enfermos.

6- O antigo Hospital Si-

derúrgica precisa ser reaberto o mais rápido possível e ele deve, obrigatoriamente, ter seu Pró-prio Serviço de Ortopedia, pois o Hospital Vital Brazil não dá, nunca deu, e não dará conta sozinho da demanda ortopé-dica de nossa microrregião. A ortopedia no Vale do Aço está um caos e sabemos que o nú-mero de acidentes está em pro-gressão, com uma necessidade crescente de atendimentos or-topédicos.

7- Necessitamos ade-quar em número nossa equipe de Enfermagem e de Nutrição, pois esses profissionais estão exauridos e consumidos pela sobrecarga de trabalho, o que compromete a qualidade e a segurança do trabalho e, conse-quentemente, das pessoas por elas atendidas.

8- Solicitamos ao Gover-no do Estado que nos permita fazer, e que pague ao Hospital Vital Brazil os procedimentos de Alta Complexidade Vascular e Neurológico de URGÊNCIA, pois as tentativas de transfe-rência dos pacientes não saem em tempo hábil e o burocráti-co SUS nos impede de salvar a vida das pessoas. Não concor-damos e não pactuamos com essa lesiva falta de flexibilidade do sistema, e nesse sentido, ar-gumentação puramente técnica não convence, pois a questão aqui é moral e ética – preceitos básicos da boa prática médica (justiça, beneficência, não-ma-leficência).

9- Solicitamos às Autori-dades Públicas de Timóteo que mantenham o repasse previa-

mente pactuado há anos, pois a súbita retirada ou redução desse aporte financeiro é o su-ficiente para agravar ainda mais a atual crise, pois essa atitude que julgamos imprudente já culminou em varias demissões, piorando ainda mais o aten-dimento. Acreditamos que tal redução ou retirada deve ser construída ao longo de alguns meses ou anos, não podendo ser algo tão rápido e imediatis-ta. Em momento algum o Corpo Clínico do Hospital Vital Brazil aponta culpados – nosso foco é a solução dos problemas e não as pessoas envolvidas nos pro-blemas. Precisamos de ajuda honesta – a comunidade anseia por isso.

10- Solicitamos ao Go-verno do Estado que pague fielmente o extra-teto de pro-dução do Hospital Vital Brazil e que nos ajude a providenciar real aporte financeiro para exe-cutarmos as mudanças acima descritas, pois acreditamos ser do Estado o dever legal. Aos de-mais municípios recai o dever moral em ajudar, devendo tam-bém, e obrigatoriamente, estru-turar suas redes básicas e nelas incluir atendimentos de ortope-dia – caso contrário, devem sim pagar pelo que não são capazes de ofertar sem suas cidades.

11- Solicitamos à Pro-motoria Pública que atue como moderador nessa discussão, nos ajudando a cobrar as solicita-ções feitas, pois entendemos tratar-se de órgão dotado do dever legal de proteger a co-munidade tanto da má prática médica quanto da má prática

política.12- À comunidade e ci-

dadãos de bem agradecemos pelo apoio e compreensão, e solicitamos que continuem nos ajudando. Não mais aceitem ou se submetam a atendimentos medíocres. Apurem os motivos do caos e lembre-se que recla-mar na porta do Hospital não resolve nada.

Por fim, objetivamos também, desvincular a Prática Médica da Prática Político-Par-tidária. O corpo clínico do Hos-pital Vital Brazil deseja única e exclusivamente praticar uma medicina de qualidade e bem atender à comunidade. Acredi-tamos que parte dessa histórica crise na Saúde do Vale do Aço deve-se ao equivocado envol-vimento médico em questões político-partidárias e não mais pactuamos com tal prática – não apoiamos nenhum político ou partido, mas queremos e acei-tamos a ajuda de todos. Julga-mos como nosso dever primário e prioritário cuidar das pessoas em seus leitos de enfermidades, sendo nossa obrigação cobrar as condições necessárias para a boa prática médica, benefician-do assim nossa comunidade. Es-tamos dispostos a discutir com qualquer liderança política de forma unicamente técnica, éti-ca e moral – totalmente emba-sados por princípios bioéticos. Não agiremos de forma impru-dente e temos a paralisação dos serviços médicos como a última via de resolução, e acreditamos que chegar a esse ponto signi-fica incompetência de todas as partes envolvidas.

Saiba o que reivindicam os médicos em II Manifesto

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maio / junho 2012Jornal da Amvaço06

Page 7: Jornal Amvaço - Junho 2012

maio / junho 2012 Jornal da Amvaço

Fonte: Revista Médico Residente

07

O futuro médico nasceu. Quer tomar leitinho, nenê? Pode tomar, mas só um pouco. Não se acostume com muito. Você vai ser médico. Está apren-dendo a andar. Ande com cuidado. Olhe bem onde pisa para não cometer erros. Você vai ser médico. Primeiro ano na escola. Prepare-se para ser vigia-do, cobrado, avaliado e provavelmente repreendido se não corresponder às expectativas.

Você vai ser médico. Já está crescidinho. Trate bem os pais, os pro-fessores, os coleguinhas, os animais. Aprenda a ter respeito por todos. E não espere recompensas por isso. Não está fazendo nada além de sua obrigação. Você vai ser médico. Adolescência. Tempos difíceis. Estude muito e se di-virta pouco. Gaste sua juventude nas bibliotecas e cursinhos. O vestibular se aproxima. No final, talvez valha a pena. E nem pense em escolher outro curso. Nada de Engenharia ou Direito. Já de-cidimos. Você vai ser médico.

Sucesso. Cabelo raspado, nome estampado nas páginas do jor-nal, internet, corredores. Agora é oficial. Você vai ser médico. Faculdade de Medicina. Agora ninguém te segura. E quando eu digo ninguém, em se tra-tando de Brasil, quero dizer ninguém mesmo. Nem a polícia. Você só não vai receber seu diploma se fizer algo mais que esfaquear uma colega, se-questrar um ônibus, roubar a comissão de formatura ou se filiar a um grupo de degoladores. No Brasil é assim. Entrou, só sai morto ou médico. Preso, nunca (o que é um absurdo, mas na prática é mais ou menos isso que estamos vi-vendo). Mas não pense que essa regalia te dá o direito de relaxar e esquecer os seus compromissos. É o momento de estudar e se dedicar. Corpo e alma vol-tados para o cumprimento do dever hipocrático. Absorva todo o conheci-mento, pois você precisará dele. Você vai ser médico.

Formatura. Juramentos. Ago-

ra a história é outra. Agora o carimbo é seu. Agora é a sua cara na frente do tapa. E é melhor dar a outra face. É o mínimo que esperam de você. Co-branças. Atenda bem, atenda rápido, atenda todos, atenda no hospital, no posto de saúde, no corredor, na lan-chonete, na rua, no telefone, de ma-nhã, de tarde, à noite, de madrugada, nos intervalos, nos feriados e finais de semana, no natal, duran-te as férias. E não reclame. Agora você é médico.

Se j a paciente, seja cortês, seja humilde e, acima de tudo, seja cauteloso. Come-teu um erro? Erro médico! O paciente não melhorou? Erro médico! Não es-creveu direito? Erro médico! Chegou atrasado? Erro médico! Não tem vaga no CTI? Erro médico! Os anjos levaram pelas mãos aquela senhora de 98 anos que sofria de 115 doenças diferentes? Erro médico! Você nem imaginava que iria errar tanto, não é mesmo? Se existem médicos envolvidos, prova-velmente pensarão que o erro partiu deles. Não se envolva em acidentes de trânsito. Mesmo se baterem na sua traseira, por praticar medicina você já estará errado.

De acordo com a nova refor-ma ortográfica, “erro” se tornou termo composto, sempre acompanhado pelo “médico”, separados ou não por um hífen. Não existe médico que não esteja errado, nem erro que não tenha relação com um médico. Não demora muito e a qualidade de médico irá se tornar agravante ou qualificador de to-dos os crimes. “Soltar balão = 3 meses

de detenção, salvo quando praticado por médico, quando a pena deverá ser triplicada”. Muita cobrança e mui-tos erros. Lembra quando você estava na faculdade e nem a polícia te para-va? Acabou. Agora você está sendo vigiado. Errou? Cadeia! Mesmo que por pouco tempo. Não pegou cadeia?

Então vai perder a carteira de médico! Escapou d e s s a também? Então pas-sa a gra-na! Todo m u n d o quer pro-cessar um cara rico, e rezam as lendas que

o médico é um indivíduo abastado, que passa as noites contando moedas de ouro em sua cobertura quadruplex. Mas será isso a verdade? Os médicos estão nadando em dinheiro? E esse dinheiro todo saiu de onde? Heran-ça? Loteria federal? Votação secreta na câmara, de madrugada, para triplicar seus próprios salários? Será que estão recebendo propina e escondendo nas cuecas e meias? Parece que não. Pes-quisadores acreditam que a maioria dos médicos recebe dinheiro em troca do seu trabalho.

E o trabalho deles é valorizado? Claro! O governo paga verdadeiras fortunas para os médicos (na Inglater-ra). No Brasil, exige-se muito e paga-se pouco. E o médico que não se atreva a entrar de greve. Se o fizer, sua foto sairá em todos os jornais ao lado de uma nota que provavelmente o tratará como mercenário, desumano, sem éti-ca, ou coisa pior. O salário até poderia ser maior, mas nesse caso algum polí-tico não teria o que colocar nas meias

durante as noites frias de inverno. E além do mais, as leis de responsabilida-de fiscal não permitem aumentos para o funcionalismo público em ano par, ano eleitoral, ano de copa do mundo, meses quentes, meses mornos, meses frios, dias nublados ou no carnaval.

Por sorte, o médico ainda pode contar com seu consultório particular, apesar de paciente particular ser artigo raro e disputado hoje em dia, desses que se você consegue pegar tem que mandar empalhar e exibir na parede da sala. Hoje, quem tem dinheiro paga plano de saúde. E paga caro. E fica achando que a maior parte daquele dinheiro vai para o médico, que deve estar acendendo cigarro com nota de cem reais. Na verdade, o pacien-te atendido hoje através do plano de saúde ainda passará pelo faturamento, serão abatidos os descontos e impostos devidos e, depois de dois ou três me-ses, o pagamento vai bater na conta do médico, que precisará completar o va-lor para poder cortar o cabelo (o pior é saber que nem estou exagerando).

A remuneração realmente é baixa. Claro, não tem nenhum médi-co passando fome por aí (ainda), mas é absurdo que se pague mais pela filma-gem do parto do seu filho do que pelo serviço do médico de trazer o peque-no artista ao mundo. E se você parar de atender este ou aquele plano que paga menos pela consulta, os pacientes guar-darão mágoa eterna, pois acharão que você ficou rico e se esqueceu deles. A culpa é sempre sua. Sobra sempre para o médico, esse ser injustiçado, conde-nado a vagar por um mundo de deve-res, privado de qualquer direito, exceto o de permanecer trabalhando calado. Errado por natureza, desvalorizado economicamente, cobrado por todos e ainda estampado no jornal como mercenário. Agora você é médico (in-dignado, mas ainda médico).

VOCÊ VAI SER MÉDICO

Anônimo (extraído da internet)

Page 8: Jornal Amvaço - Junho 2012

maio / junho 2012Jornal da Amvaço08

A Associação Médica do Vale do Aço (Amvaço) parabeniza a Prefei-tura de Coronel Fabriciano pela home-nagem ao Dr. Pedro Guerra, realizada em junho, por indicação do vereador Marcos da Luz. Pioneiro na medicina no Vale do Aço, Dr. Pedro que fale-ceu recentemente, teve Unidade de Saúde recém inaugurada batizada com seu nome e terá também em seu nome uma medalha de honra conce-dida pela Amvaço, que será conce-dida a profissionais médicos e outros profissionais de saúde de destaque na região.

“Ele foi responsável pela cria-ção do Hospital Nossa Senhora do Carmo (hoje Unimed), pela criação do Metasita, foi Presidente da Associação Médica do Vale do Aço e vice-presi-dente da AMMG. Exerceu a Medicina com coragem, dedicação e amor”, destacou o presidente da Amvaço, Dr. Norberto de Sá Neto.

Médico tradicional, pioneiro

no município de Coronel Fabriciano e do Vale do Aço, fundador de impor-tantes instituições do Vale do Aço, Pe-dro Sampaio Guerra deixou saudades entre familiares, amigos e uma legião de admiradores. A família lembra com orgulho de importantes iniciativas do clínico que trabalhou até os 80 anos de idade e viveu com lucidez até os últimos dias de vida. Dr. Pedro Guerra faleceu no último dia 25 de dezem-bro, em Fabriciano, onde vivia com a filha, Terezinha Pinheiro Guerra Cotta. Mineiro de Itabira, Pedro Sampaio Guerra iniciou seus primeiros pas-sos na Medicina ainda na década de 1930, ao ingressar na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Pioneirismo Por seus inúmeros trabalhos

prestados à população, Dr. Pedro re-cebeu títulos e honrarias ao longo de toda a sua carreira. Recebeu o título de “Cidadão Honorário” de Coronel

Fabriciano, foi presidente da Regional da Associa-ção Médica do municí-pio e ocupou também a vice-presidência da Asso-ciação Médica de Minas Gerais. Pedro deixou três filhos: Terezinha, Beatriz e Eduardo. A esposa, Jeny Pinheiro Guerra, também faleceu no ano passado. Pedro Guerra completa-ria 98 anos no dia 27 de junho.

A filha Terezinha Pinheiro Guerra Cota foi quem cuidou do pai até os últimos dias de vida. Ela conta com emoção o orgulho que sente pela tra-jetória vivida pelo pai. “Nos reuníamos à noite e ele contava várias histórias so-bre a formação de Coronel Fabriciano e da região, me sinto muito orgulhosa por tudo o que ele fez”, recorda.

O genro e também médico,

Cantídio Cotta de Figueiredo, lembra que Pedro Guerra foi um dos pio-neiros na área da saúde na região e sempre se empenhou muito pelo de-senvolvimento da Fabriciano e outros municípios. “Ele tinha muito prazer naquilo que fazia, trabalhou até os 80 anos e, sem dúvida, deixou uma gran-de história no Vale do Aço”, avalia.

Associação Médica destaca homenagem a Dr. Pedro GuerraMédico teve Unidade de Saúde batizada com seu nome e nomeará medalha de honra entregue pela entidade a profissionais de destaque

Dr. Pedro Guerra