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Universidade de Caxias do SulCentro de Ciências da Comunicação
Curso de Comunicação Social Disciplina: Introdução à Comunicação Social
Professora: Ms. Silvana Padilha FloresAcadêmicos: Daniela Castilhos; Luana Pessoa, Nestor Copeli; Paula Wegner; Vanessa
da Cunha
Jornal Contemporaneidade
1
Caxias do Sul, 28 de abril de 2010 Índice
Introdução..........................................................................................................................3Jornalismo e sua Evolução.................................................................................................4Produção Jornalística e Sociedade Contemporânea...........................................................5A Diferença de Literatura para Jornalismo.........................................................................6Comunicação e Complexidade...........................................................................................8Narradores e Leitores da Contemporaneidade...................................................................8Jornalista-Leitor do Mundo Contemporâneo....................................................................10Espaço Público Contemporâneo.......................................................................................11Jornal enquanto Veículo de Comunicação.......................................................................13Jornalismo na era da internet............................................................................................14Jornal Pioneiro..................................................................................................................15Considerações Finais........................................................................................................17Referência Bibliográfica...................................................................................................18
Resumo
A informação no mundo de hoje é muito importante e a forma como ela é divulgada é
primordial para o receptor e principalmente para quem a escreve. Assim, com o intuito
de apresentar o jornal contemporaneidade para a disciplina de Introdução a
Comunicação Social, este trabalho aborda a linguagem do jornalismo, como ele é feito,
suas matérias, reportagens e faz uma viagem entre o passado e o futuro do jornal
impresso. Um trabalho que faz da história do jornalismo o jornal de hoje.
Palavras-chave: Jornal Contemporaneidade, linguagem, jornal impresso.
Abstract
The information in today's world is very important and how it is distributed is vital for
the receiver and especially to those who write. Thus, in order to present the
contemporary newspaper for discipline Introduction to Mass Media, this paper addresses
the language of journalism, how it is done, the materials, reports and makes a journey
between past and future of the printed newspaper. A job that makes the history of
journalism today's newspaper.
Keywords: Journal Contemporary, language, printed newspaper.
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Introdução
O objetivo principal deste trabalho é o jornalismo na contemporaneidade. O
trabalho apresentado a seguir tem como compromisso relatar o modo e maneiras que são
fundamentais para a circulação da informação nos meios de comunicação
contemporânea. Buscando a afirmação em fatos da história jornalística. Estamos no ano
de 2010, o jornal impresso ainda vive entre as tecnologias, assim sendo, os últimos 15
anos tornam-se os mais importantes no mundo da comunicação, pelo fato da internet
estar inserida na forma de fazer jornalismo. Hoje não podemos falar de jornal
contemporâneo sem comentar sobre o surgimento da internet e todas suas
funcionalidades e facilidades para os meios da comunicação. Meios estes que são
fundamentais para a dinâmica desta sociedade. Dinâmica esta que faz com que o
jornalismo impresso, virtual e televisivo esteja sempre se atualizando, em busca da
informação e correndo contra o tempo, o que sempre é um risco.
O jornalismo sobrevive através do tempo lutando contra si e ao mesmo tempo
por unir forças com as novas maneiras de informar para seguir vivo e forte. Também, a
sociedade é importante para que as atividades jornalísticas passem por todas as
modificações necessárias para se fortalecer entre os meios de comunicações. Com tudo,
motivo para falar de jornal contemporâneo não faltam, assim sendo, os ingredientes para
este trabalho estão apresentados.
3
Jornalismo e sua Evolução
Desde Roma, 59 A.C que a informação circula entre os povos. Acta Diurna de
Julio César é o mais antigo “jornal” que se conhece. Utilizado para informar sobre os
importantes acontecimentos da época. No século VIII a China conheceu seus primeiros
jornais que surgiram em Pequim sob a forma de boletins escritos à mão. A grande
revolução no jornal acontece em 1447, quando Johann Gutenberg apresenta sua
invenção para o mundo, a prensa. Durante o final do século XV os boletins eram os
meios de comunicação que circula pelas cidades da Europa. Na primeira metade do
século XVII, os jornais começaram a surgir como publicações periódicas e freqüentes.
Os primeiros jornais modernos foram produto de países da Europa ocidental,
como a Alemanha (que publicou o Avisa Relation oder Zeitung em 1609), a França
(Gazette em 1631), a Bélgica (Nieuwe Tijdingen em 1616) e a Inglaterra (o London
Gazette, fundado em 1665, ainda hoje publicado como diário oficial do Judiciário).
Esses jornais traziam principalmente notícias da Europa e, ocasionalmente, incluíam
informações vindas da América ou Ásia. Somente a partir da segunda metade do século
XVII os jornais começaram a focalizar mais informações locais, entanto a censura era
forte sobre os jornais. Em 1884 com a invenção do telégrafo a imprensa escrita passou
por uma transformação, naquela situação as informações eram transmitidas, agora, em
questão de minutos. Em meados do século XIX os jornais tornaram se os principais
veículos de divulgação e recebimento de informação. O período entre 1890 e 1920 é
conhecido como “anos dourados” da mídia, seus barões eram William Randolph Hearst,
Joseph Pulitzer, e Lorde Northcliffe que construíram gigantescos impérios editoriais.
O jornal foi por muito tempo o principal meio de atividades jornalisticas. Em
1900 o jornal dá força para a divulgação de propagandas e nos anos 20 surge mais uma
mídia, o rádio, fazendo com que os jornais tivesse de se reavaliar como principal meio
de informação da sociedade para concorrer com a nova tecnologia da época. As editorias
e o formato dos jornais mudaram tornado-se mais atraentes e os textos mais
aprofundados nos assuntos.
Atualmente a revolução tecnológica, diariamente gera novos desafios e
oportunidades para a mídia tradicional. O volume e a atualização de informações na
Internet não têm paralelo, mas isso não decretou o fim da relevância dos jornais. Os
jornais em papel continuam sendo veículos populares e poderosos no relato e análise dos
eventos que afetam nossas vidas.
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Produção Jornalística e Sociedade Contemporânea
Traquina (2005) descreve produção jornalística como o processo que envolve
desde a seleção dos acontecimentos até sua construção final da notícia. Entre essas
etapas encontra-se o conceito valores-notícia. Baseado nos fundamentos de Wolf confere
que os valores-notícias fazem parte de todos os processos da produção jornalística.
Para Wolf, os valores-notícia de seleção referem-se aos critérios que os jornalistas utilizam na seleção dos acontecimentos, isto é, na decisão de escolher um acontecimento como candidato à sua transformação em notícia e esquecer outro acontecimento. Os valores-notícia de seleção estão divididos em dois subgrupos: a) os critérios substantivos que dizem respeito à avaliação direta dos acontecimentos em termos de sua importância e interesse como notícia, e b) os critérios contextuais que dizem respeito ao contexto de produção da notícia. Os valores-notícia de construção são qualidades da sua construção como notícia e funcionam como linhas guia para a apresentação do material, sugerindo o que deve ser realçado, o que deve ser omitido, o que deve ser prioritário na construção do acontecimento como notícia (TRAQUINA, 2005, p.78.)
Em cada uma das fases do processo há diferentes categorias de valores-notícia.
Critérios substantivos na seleção estão: notoriedade, proximidade, relevância, novidade,
tempo, notabilidade, inesperado, conflito (controvérsia) e infração (escândalo). Entre
critérios contextuais na seleção estão: disponibilidade, equilíbrio, visualidade,
concorrência e dia noticioso. A construção envolve os seguintes valores-notícia:
simplificação, amplificação, relevância, personalização, dramatização e consonância.
Para o autor, embora o leque de valores-notícias seja muito amplo e o conteúdo das
categorias possa mudar de acordo com o tempo, momento histórico e espaço
(localidade), temas que envolvem catástrofes, fatos inusitados, guerra, violência,
celebridade e morte se repetem ao longo da história do jornalismo.
O processo de produção jornalística é amplo e inicia-se no momento da seleção
do que é notícia passando pela construção até a publicação. Esse processo envolve
muitos conceitos e práticas que envolvem o mundo do jornalismo. E a apuração não é
simplesmente técnica, ela está intrinsecamente relacionada à ética, ao interesse público,
à responsabilidade social, ao compromisso com a informação, à veracidade, ao público,
e principalmente, ao exercício diário da profissão.
Da imprensa à internet foram aproximadamente cinco séculos de história,
envolvendo transformações políticas, econômicas, sociais, culturais e tecnológicas. Com
a internet, o processo de informar deixou de se linear. Enquanto informar é produzir e
5
transmitir mensagens, a comunicação implica um processo de apropriação, de relação
entre emissor, mensagem e receptor.
Comunicar não é um ato simples, envolve a complexidade do receptor. Na
sociedade contemporânea tornou-se difícil identificar se o receptor absorve a mensagem
que realmente foi emitida pelo emissor. A mesma mensagem dirigida para milhares de
pessoas não é recebida da mesma forma por todas.
O jornalismo e a sociedade estão ligados. De acordo com Bourdieu (1997), o
jornalista é um funcionário da humanidade, sua função é manter a sociedade informada.
A sua função é tornar publica a informação. O jornalismo é uma atividade intelectual e
não tecnicista. Cabe ao jornalista entender a sociedade qual atua e conhecer o perfil do
público. Traquina (2005, p. 190) define os jornalistas como uma comunidade
transnacional, espalhada pelo mundo.
(...) a comunidade jornalística é uma transnacional em que os jornalistas nos diversos países partilham valores-notícias semelhantes e toda uma cultura profissional. Os dados empíricos apontam para o fato de que os jornalistas partilham, com variações de intensidade, um sistema de valores que fornece uma identidade clara do profissional, de tal modo que tribo jornalística é transnacional.
As definições do que é notícia estão relacionados ao momento histórico e a
definição da noticiabilidade de algo. O tempo sempre foi e ainda é uma das principais
preocupações do jornalismo. O relógio é o seu termômetro diário, e aliado, na
contemporaneidade, á concorrência frenética. O fato tempo condiciona todo o processo
de produção das notícias. Todas as nuances da sociedade atual, globalização, tecnologia,
convergência de mídias, públicos diversos, concorrência apurada, repercutem no
exercício diário da prática jornalística.
A Diferença entre Literatura e Jornalismo
Como disse Simone de Beauvoir, “não se nasce jornalista, torna-se jornalista”.
Fidalgo (2008, p.11) mostra que no ato do fazer também se desenvolve um saber “a
investigação pode nascer da própria prática e ser reclamada por ela”. O conhecimento
também pode nascer do estudo da prática na busca de aprimorá-la ou conceituá-la. O
autor argumenta sobre a importância da prática na aprendizagem do jornalismo, como
um saber profissional. É nesta logística que pode ser pensado o processo de apuração da
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notícia. Uma informação mal apurada gera uma informação errada, que na sociedade em
rede pode ter grandes repercussões. Os métodos de apuração e verificação da cultura
jornalística foram aprendidos na prática e não são generalizados nem sistematizados.
Para Pereira Junior (2006, p. 71) a apuração e a investigação da informação são o que
diferenciam o jornalismo da literatura.
A notícia é construída no cuidado com a verificação, sobre o alicerce do levantamento de informações. Mas, como toda matéria é calcada em mediações e discursos (entrevistas, relatos, interpretações de documentos, provas e contraprovas) uma voz anularia a outra, caso não houvesse evidência “consistente”.
A notícia espelha a realidade. A apuração implica na verificação dos fatos. O
jornalista é um contador de histórias reais e ele depende de interlocutores, “produtores”
de informação, que auxiliam na construção desta realidade. Para que a construção da
realidade torne-se o mais próximo possível do que realmente aconteceu, o jornalista
deve seguir alguns procedimentos nos processo de apuração da informação, que devem
ser sistemáticos e com fundamento. O método a seguir explica em quatro etapas a
correta maneira de planejar a apuração ou verificação, segundo Pereira Junior (2006).
São elas: elaboração da pauta, pré-produção, produção e pós-produção.
• A elaboração da pauta corresponde ao primeiro contato com a construção da
informação. Definem-se as possíveis fontes, pesquisa de dados sobre o assunto, pesquisa
de informações correlatas e se há documentos sobre o tema. Lage (2003) mostra que as
fontes podem ser pessoais, institucionais ou documentais. A pauta oferece também o
direcionamento da notícia de acordo com o que foi determinado na reunião de pauta e
em consonância com a linha editorial do veículo.
• Na pré-produção, o jornalista irá analisar as fontes quanto à credibilidade,
representatividade, relações com o fato, o real valor da informação da fonte para o
público e o real interesse da fonte. Antes de abordar as fontes principais, o jornalista
deve levantar informações sobre elas e sobre o tema por meio de fontes secundárias e
documentos. Fontes não oficiais também devem ser ouvidas. Para Lage (2003) sempre
ao consultar a fonte, o jornalista deve pensar em duas questões: qual o interesse dele em
me informar isso? E por que ele não teria interesse em inventar algo?
• Produção, momento em que o jornalista deve detectar possíveis erros, verificar o que
está faltando e a precisão das informações oferecidas pelas fontes. É importante conferir
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novamente os dados, pois podem passar erros. O jornalista deve consultar todos os lados
interessados no fato. Os dados levantados devem ser conferidos com outras fontes.
• A pós-produção refere-se à redação final e produção visual (quando necessário).
Entre outros autores temos os exemplos também de Kovach e Rosenstiel (2004,
p. 123) que definem cinco conceitos básicos para verificação da informação: “1. Nunca
acrescente nada que não exista. 2. Nunca engane o público. 3. Seja o mais transparente
possível sobre os seus métodos e motivos. 4. Confie só no seu próprio trabalho de
reportagem. 5. Seja humilde.”
O processo de apuração demanda tempo, para se refletir as propostas e inserir o
aprendizado jornalístico como construção da história, do conhecimento da sociedade,
pois a comunicação transforma-se em um possível meio de consenso do sentido do
mundo social.
Comunicação e Complexidade
Dessa forma, a reflexão sobre a Comunicação Social tendo o jornal enquanto
meio de comunicação como pano de fundo, parte do pressuposto de que tanto o veículo
jornal quanto o jornalista sejam, na contemporaneidade, articuladores - concomitantes à
existência de vários outros - das relações sociais que se estabelecem no espaço público
contemporâneo, fator que também nos obriga a repensar a relação sujeito/objeto. Além
disso, qualquer movimento no sentido de fazer desse veículo um ato comunicativo
implica uma série de acontecimentos que, contextualizados, geram significados que dão
ao próprio jornal lugar de relevância no contexto narrativo contemporâneo. Contexto
complexo, rico em variáveis comunicacional que, muitas vezes, parece inviabilizar uma
ação comunicativa integradora, inserindo a Comunicação Social no amplo espectro das
manifestações textuais que expressam a contemporaneidade. Há que se entender a
comunicação em estado processual, nunca estanque. Assim, um redimensionamento do
fenômeno comunicacional requer trabalhar com a noção de troca, inerente à própria
ação comunicativa.
Narradores e Leitores: Sujeitos da Contemporaneidade
A rigidez imposta pelos modelos teóricos de comunicação parece justificar-se na
hipótese, e na impossível missão, de ter o processo controlado. Para que o processo de
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comunicação seja de fato constituído por sujeitos produtores, que podem exercer os
papéis, concomitantemente, de emissores e receptores, dignos de serem vozes que
expressam e reformulam saberes da contemporaneidade. A comunicação e o processo
em que ela se dá, desse modo, corporificam-se numa atitude muito menos teórica do que
prática.
Entender o processo de comunicação como dinâmica na qual se dá a ação em si,
ainda que possa parecer estar fazendo chover no molhado, é bastante significativo. Para
Morin, a subjetividade só pode ser pensada dentro de uma rede - tecida por fios
significantes que se juntam formando novos significados, a cada ponto que para ele, não
são nós. O autor defende a racionalidade que, contrária à racionalização, faz-se crítica e
argumentativa. A reforma de pensamento que é por ele proposta não busca soluções
totalizantes, nem conclusivas ou deterministas. Ele acredita na incerteza, no
imprevisível, no acaso fundador, no imponderável como instrumentos de reflexão que
ajudam a compreender a sociedade contemporânea. Ele preocupa-se com o modo como
tem sido organizado o conhecimento: linear, sistemático. A leitura que se tem feito do
mundo não apreende a complexidade do real. A complexidade do real não pode ser
absorvida por processos de exclusão, mas pela noção de integração, movimento que dá
significado menor.
A própria relação estabelecida pelos sujeitos da ação comunicativa: o emissor e
o receptor. Os dois sujeitos - aqui, voltando a Touraine, penso ser necessário marcar a
palavra “sujeitos” - distinguem-se pela alteridade, qualidade que lhes é intrínseca, e
complementam-se pelo próprio fato de serem a expressão do mundo que vive. O eu
emissor/receptor concebe o mundo que o concebe, lê o mundo que vive, fala do mundo
que lê. Desse modo, a operacionalização da comunicação, quando verdadeiramente
reflete o complexo ato de estar no mundo, demanda a compreensão de que os sujeitos
contemporâneos, ao produzirem os atos comunicativos, estão também, reproduzindo as
visões que têm do mundo, visões essas que nascem de leituras outras. Requer mais
ainda, que se compreenda que as histórias contemporâneas são multifocais, pois são
tecidas a partir de pluralidades narrativas que se fazem presente no cotidiano, e porque
não dizer na alma, dos seus contadores. E, para que a prática não se distancie dessa
realidade, faz-se necessário que a comunicação seja ao mesmo tempo a fala e a escuta, e
que os atos comunicativos sejam significantes sempre prontos a ganharem significados,
seja na emissão ou na recepção.
9
Sob a base que os atos comunicativos - literários, jornalísticos, pictóricos,
cinematográficos ou quaisquer outros - são produzidos: são os sujeitos produtos
produtores dando forma ao mundo que lêem. Ou ainda, é tanto a emissão quanto a
recepção se apresentando enquanto modos de ler o mundo. Ambas as atitudes parte de
um mesmo processo, ambas decorrentes de uma mesma ação. Histórias que simulam o
real, ou, como diria Barthes, que significam o real. Relatos, fios que tecem a ação
comunicativa e que nela são tecidas. Tecidas pelos sujeitos-artesãos, recriadores do real,
construtores do passado, do presente ou de algo maior ainda: da contemporaneidade.
Jornalista - Leitor do Mundo Contemporâneo
Morin ajuda-nos a entender que os sujeitos que narram à contemporaneidade são
os mesmos que se apropriam do saber contemporâneo. Nesse lugar encontramos o
jornalista, mediador social, emissor e receptor, contador de histórias do cotidiano,
sujeito ajustado, desse modo, ao momento em que vive.
Entretanto, na chamada era da informação, (já que o relevante é a quantidade e a
rapidez com que se transmite o novo), o jornalista pode estar fadado a narrar o óbvio.
Na rede de acontecimentos na qual está imbricado o fenômeno comunicacional, o fato
jornalístico, é construído é fabricado), mas é fundamental saber que ele é construto de
outros fatos, outras histórias que lhe dão o lugar de notícia. Mais ainda, por serem fios
que tecem a ação comunicativa - expressão do “mundo vivido”- os fatos jornalísticos
não são ilhas de acontecimentos, isoladas, como parece supor o fazer jornalístico
contemporâneo. São, sim, linhas contínuas que alinhavam o mundo, costura que deve
contribuir para que o homem sinta-se parte e, se possível entenda, o objeto que ele
mesmo constrói. O fato, como o seu grande motor que é a comunicação, está em
constante processo, é em acontecência.
No jornalismo, o problema da objetividade está ligado ao fato de ser esta
vinculada ao real, real enquanto sinônimo de presente, real enquanto sinônimo de
verdade. O texto jornalístico é construído a partir desse pressuposto, fator que muito
contribui para o empobrecimento do jornalismo enquanto ato comunicativo complexo e
também processual.
Dessa forma, o jornalista não se coloca como mediador, ele assume a condição
de quem pode narrar à história de um lugar distanciado, legitimando o ideal positivista
de dissociar sujeito/objeto. E em consequência disso, ele acaba relatando o fato de
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maneira superficial, muitas vezes isolado de todos os outros que dele são decorrentes,
praticando um jornalismo voltado para a mais ‘pura’ informação. Assim, acredita-se
poder distanciar da ambigüidade e do indeterminismo que envolve o processo
comunicacional; assim deixa-se de praticar comunicação. O jornalista-máquina, nesse
contexto, não é emissor nem leitor, não pratica a ação comunicativa como sugere
Habermas, e menos ainda consegue explorar, textualmente, a complexidade do real; é
mero fantoche, boneco nas mãos de um real dissimulado.
Lucien Sfez chama atenção para o fato de que a mídia, assim como o receptor, está no
mundo, mundo que é também constituído pela mídia e pelo receptor. Importante
observação - repito - principalmente em se tratando do nosso momento atual, momento
que revela variáveis - uma infinitude de possíveis atos comunicativos - que criam
significados para a vida. As notícias de jornais, sendo um dos possíveis produtos de um
desses atos comunicativos, não podem ser fatos acabados. São ‘modos’ que os
jornalistas usam para relatar o cotidiano. Jornalistas, leitores e contadores de histórias,
atores sociais que participam do ato comunicativo do mesmo modo que participam da
vida.
Espaço Público Contemporâneo
Globalização, mercado, economia, cultura e espaço
A relevância dada ao mercado, substitui a linguagem mais elaborada por uma
menos prosaica, mais rápida e pronta a atender as demandas de uma sociedade em
crescente processo de compressão de tempo. O jornalismo, no século XX, incorpora o
ideal modernista: construir o progresso, a qualquer custo, pela via da “ordem”,
normatização e compactação dos textos. O jornal dá aos leitores o necessário para
acompanhar a evolução do mundo (é o caráter informativo que se adequou à frenética
corrida contra o tempo).
O mundo contemporâneo hoje apresenta relações muito complexas. Não só a
imprensa escrita é constitutiva de um espaço sempre em construção, nesse lugar, os
atores da comunicação não só têm rostos, mas também bocas, porque bradam por todos
os cantos e de todas as formas possíveis. O espaço público contemporâneo é o espaço
do conflito. Ele nasce das relações dentro do Estado, o mercado, além dos
comunicadores e dos meios de comunicação.
O Movimento dos Sem-Terra, o grupo Afro-Reggae da Favela do Vigário Geral
no Rio de Janeiro (com representantes internacionais) - que nasce com a ideia de dar
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voz aos que sofreram com a chacina - e as várias OnG’s, vozes que têm cada vez mais
ocupado os meios de comunicação, e ainda vários outros movimentos que vêm se
fazendo presentes e partes da sociedade como um todo, são formas de organização que
revigoram o processo de formação de cidadania. Formas que sublinham vozes de atores
sociais, daqueles que de alguma forma sempre foram excluídos do mundo. Vozes desses
que, mesmo incipientes, parecem começar a entender a condição de “sujeitos políticos
(...) múltiplos e heterogêneos que compartilham alguns princípios básicos sobre a
participação popular, a cidadania e a construção democrática (...)”, como sugere
Dagnino.
É interessante notar que são essas as mesmas vozes que também formam a
chamada sociedade de massa. Alguns estudiosos, baseados nas teorias da Escola de
Frankfurt, ainda insistem na idéia de um processo de massificação e alienação da
sociedade através dos meios de comunicação social.
A indústria cultural, o ideal de progresso. Como não rever essa concepção
moderna de um mundo dividido entre dominados e dominantes? Com alteração de
poderes. O papel dos meios de comunicação na sociedade, entendendo-a como parte
constitutiva deles, eles como parte dela. Uma sociedade que vem construindo
discursos/atos que nela repercutem também através dos meios, formas que muitas vezes
se constroem com os meios. Não há como desvincular a evolução por que vem passando
da comunicação do moda como vem se configurando o espaço público contemporâneo,
inserindo a comunicação social. E dessa forma, refletir sobre esse espaço, gerado por
relações de conflito, com suas novas noções de direito e cidadania, também significa
refletir sobre os novos modos que os sujeitos sociais utilizam para, nele, adquirir direitos
e cidadania; e a cultura industrializada não pode ficar à deriva desse projeto.
No espaço público contemporâneo, a comunicação, se verdadeiramente vista e
praticada como processo, é ‘elemento contributivo’ porque tece e desenrola os fios
locais e globais; é ‘indicativo de ação’ porque, através dos meios, apresenta a trama,
fazendo com que seus atores a (re)conheçam; é ‘mediador de culturas’ porque, com os
meios, viabiliza a troca de conhecimentos. Nesse contexto, os meios enquanto espaço de
configuração do processo, antes de serem os vilões dominadores, são parte do jogo de
poder, jogo que entra em cena junto com a eclosão de novas possibilidades de
negociação de sobrevidas.
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Jornal enquanto Veículo de Comunicação
Não se produz notícias meramente a partir de interesses políticos, econômicos
e/ou sociais, ou ainda, os bens simbólicos não são meros produtos à venda como
pareciam fazer crer os pensadores críticos da comunicação. Lidamos hoje, no final do
século XX, com uma necessidade tão quantitativamente absurda de troca de
conhecimentos que criamos um grande paradoxo. Nessa sociedade, a produção de bens
simbólicos encontra tantas variáveis possíveis que o ato de produzir notícias implica
uma reflexão: como contar ao homem as histórias contemporâneas?
O ‘como narrar’, que em tempos pós-modernos tornou-se uma das grandes
questões, é a dúvida que trazemos juntos para o próximo milênio, dúvida que nasce de
uma aglutinação de modos narrativos, mas que também deriva de um outro processo
que, àquele, é concomitante: o da criação de um leitor enfastiado pelo excesso e que,
por conseguinte, parece entrar no ano 2000 à cata de um saber que lhe faça
contemporâneo. não só o jornalista - leitor da contemporaneidade - deixa de ser o
intermediário , mas também o jornal.
No veículo jornal, desse modo, estabelece-se uma relação triádica, também
integrada: ele é campo - lugar onde os fatos se apresentam enquanto expressões do saber
contemporâneo - é sujeito - pois também conta e participa das histórias - e é objeto -
fonte de conhecimento para os leitores do mundo. Desse modo, parece-me, acolhemos o
jornal enquanto meio de comunicação e como ato comunicativo de fato, lugar em que se
faz circular tanto a difusão, quanto a construção e a apropriação das mensagens.
Jornalismo na era da Internet
Num sistema complexo de produção jornalística, diria, de profusão da
informação, da notícia, o jornalismo midiatizado. Segundo Soster, “este jornalismo se
inicia em 1995 com a transposição dos jornais para a internet”. Fabiana Piccinin,
apresenta uma nova realidade do jornalismo televisivo que é influenciado pela internet e
que busca atender a uma perspectiva de serviço e de entretenimento. A tecnologia no
lugar da notícia determina uma tentativa de “furar” e se garantir na preferência da
audiência em relação à produção de notícia na internet. Para isso, a mídia televisiva
busca a integração com a internet. Um exemplo, se observarmos nestes últimos meses,
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quase todos os âncoras de telejornais no final de cada edição terminam dizendo: “O
jornal tal não termina aqui, ele continua 24 horas na internet”.
Piccinin, diz que “a televisão assume lugar central na sociedade contemporânea
em sintonia com a sobrevalorização do instantâneo, do presente e do veloz que marcam
o tempo atual”. Ainda, Piccinin é consonante com Soster ao afirmar que “os diferentes
media se autoestimulam. Quanto mais falam de um assunto, mais se convencem
coletivamente de que o assunto é indispensável”. E destaca que “ao ser afetado pelas
mudanças do jornalismo da era tecnológica, o telejornal também entra na esfera da
relativização da sua própria natureza, fazendo o jornalismo de televisão caminhar para
uma formatação cada vez mais orientada pela prestação de serviço e pelo
entretenimento”.
As características do jornalismo contemporâneo promoveram a alteração do
modelo de representação do telejornal, o que gerou certa confusão entre o que é
entretenimento e o que é jornalismo, notícia. A televisão e o telejornalismo atravessam
um momento muito particular. As condições tecnológicas de digitalização das
informações e vão fazer da TV o meio de comunicação que não só influencia e exerce
dominância dentro do sistema midiático, como também passa a sofrer a influência de
outros media, neste caso a Internet.
José Afonso da Silva destaca que o texto procura demonstrar “que nem todas as
características identificadas no jornalismo na ‘web’ representam aspectos realmente
novos”. O autor lembra que muitos deles já existiam em outras mídias e que sua
utilização no novo suporte são revestidas de atualidades. Destaca também que somente
com a internet, as agências começam a dispor conteúdo diretamente para o leitor final.
Esta metamorfose jornalística das agências de notícias é objeto de sua pesquisa e
trabalho, pois até então toda a produção jornalística das agências somente era distribuída
às empresas midiáticas por meio de assinaturas do serviço. Aponta ainda que “o que
diferencia os jornais na web das agências são três aspectos: a projeção de características
de formatos precedentes, a configuração no uso da rede, a orientação da disponibilização
de conteúdo”.
Afonso Júnior observa também que com essa metamorfose, as agências passam a
ser mais do que distribuidoras de notícias: tornam-se distribuidoras de informações. As
tecnologias nas agências superam o suporte web, pois as informações são distribuídas
para o impresso, o eletrônico e o digital, com linguagens distintas. Para distinguir o que
chama de material de caráter hardcopy e softcopy, “como material hardcopy temos
14
conteúdos que seguem uma lógica menos flexível, em que, mesmo sendo produzidos em
bases digitais, têm como destino formas culturais não necessariamente digitais. No caso
de conteúdos preparados para a internet, temos o que se pode caracterizar como sendo
conteúdo softcopy – um material para ser usado em contextos digitais, já com um
tratamento que envolve, por exemplo, links, matérias relacionadas que tenham
eventualmente sido publicadas, etc”.
Jornal Pioneiro
O jornal Pioneiro é o mais lido da Serra gaúcha. Integrante do grupo RBS de
Porto Alegre, completou 52 anos de existência em 2010. Segue alguns dados sobre o
jornal para conhecermos melhor nosso “companheiro do dia-a-dia”. São
aproximadamente 281 mil leitores em toda a região. Fundado no ano de 1948 como
semanário e somente no ano de 1981 passou a ser diário.
Suas principais colunas são: Caixa Forte, Toque de Bola, Coluna Social, Mirante,
Memória, Expresso, Página 3, 3POR4 e Gastronomia. Seus produtos Editoriais são:
KZUKA (sextas), Sete Dias (Segundas a Sextas), Turismo (mensal), Vida Saudável
(mensal), Revista Casa&Cia (mensal) e Almanaque (sábados). Seus principais eventos
são: Feijoada do Pulita (Julho), Mostra Casa&Cia Serra (abril a junho), Iguatemi Serra
Fashion (maio)e Jornalista por um dia (agosto a novembro).
Ibope
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A REGIÃO DE CAXIAS DO SUL É A LOCALIDADE ONDE MAIS SE LÊ JORNAL, COM 83,7% DA POPULAÇÃO.
Perfil do Pioneiro na Serra Gaúcha
16
Considerações Finais
O Jornal Contemporaneidade abrange todos os meios de comunicação.
Apresentando as evoluções do impresso no decorrer das últimas décadas e suas
artimanhas para sobreviver, conseguindo permanecer forte dentro da era da informação
digital. A nova maneira de informar com a Internet, a forma como usar a linguagem
mais próxima da sociedade, isto se, o jornalista conhecer o espaço (local), onde está
inserido e o meio social para qual escreve. Tudo faz parte do estudo jornalístico. O
tempo não deixa brecha para a informação parar, ele correr trazendo consigo os
acontecimentos, os fatos, mas sabemos também, que não é todo fato que é notícia.
Os elementos da produção jornalística fazem com que o fato transforme-se em
noticia. As tecnologias nos meios de comunicação de hoje são primordial para a rápida
divulgação da informação e as redações de todos os jornais, telejornais, webjornais
(estes sem comentário), etc... Não conseguem mais viver sem esta ferramenta. Com
estudos e um trabalho cada vez mais amplo no mundo da informação, o século XX é
conhecido como fenômeno, por conta da rápida transformação e alterações da história
jornalística.
O homem escreve o real e em nenhuma hipótese pode ser literário quanto à
veracidade da informação. O jornalista apresenta-se sem rosto e ao mesmo tempo com
rosto, não pode demonstrar sua opinião, esta é uma regra de estudo da comunicação
social, mas é formador de opinião. Eis a questão do profissional ser ético.
Os meios de comunicação estão sempre buscando a “perfeição”, só que acabam
pecando por esta busca pelo fator tempo. Contra o tempo não há velocidade de
informação que consiga vence-lo ou para-lo. Assim, dinâmica do jornal tem participação
importante na maneira como informar e manter a busca pela atualização em favor da
sociedade, pois, é para este público que os meios jornalísticos escrevem e vivem para
informar. O jornalista não vive para si, mas sim para a sociedade.
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