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Jornal Vitae nº103 - Julho, Agosto, Setembro 2008

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Jornal da Paróquia de Gueifães - Maia

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Edição103 julho agosto setembro

outubro2008 anoXIII

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Estamos a começar um novo ano de trabalho. Fazê-lo é um motivo de alegria, porque motivo de esperança. Julgo que este sentimento não é apenas meu, mas de todos os que se esforçam por animar a comuni-dade. É uma nova etapa para relançar o que já vem de trás e para irmos mais longe. Utilizando uma imagem de S. Paulo, colhida dos jogos olímpicos, direi que é mais uma prova no combate que trava-mos todos os dias, não contra os outros nem contra nós próprios, mas contra o que nos incomoda, porque está mal e porque queremos uma prestação mais favorável e mais satisfatória.

Durante este ano, vamos celebrar o Ano Paulino, dedicando-o à figura e ao testemunho do grande Apóstolo, modelo de evangelização. Curiosamente, dentro de dias, e na cidade de Roma, os Bispos vão reunir-se em sínodo para se debruçarem sobre a Palavra de Deus e a missão da Igreja em anunciá-la, dentro e fora dela mesma. Não pode-mos alhear-nos deste acontecimento, até porque, por vontade do nos-so bispo, o ano de 2010 vai ser marcado pela “Missão Diocesana”. Não sei bem como se realizará, mas é indiscutível, da parte do nosso bispo a vontade esclarecida e firme de provocar uma mudança na vida da nossa Diocese.

Bem necessário é. E não há dúvida que as mudanças na Igreja não se operam pela substituição de pessoas e alteração de estruturas, mas pela transformação das mentalidades e dos corações, como fruto do poder da Palavra.

Também este ano se cumprem vinte anos da minha entra-da na paróquia. Não parece verdade já ter passado tanto tempo. Olhando para trás, tenho a certeza que não foi inútil o trabalho da sementeira. É o que continuaremos a fazer, razão por que me motivo a mim e a vós à esperança.

pe. Orlando Santos

www.grupovitae.com www.grupovitae.com Novo

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Eu tenho um sonho – que um dia as pessoas consigam relacionar-se num contacto directo umas com as outras, olhos nos olhos. Que não precisem de coisinhas que lhes facilitem a vida e ao mesmo tempo lhe tirem o gozo todo. Eu tenho um sonho que implica que todos sejam irmãos, que dêem as mãos, que se abracem, que se beijem, que sorriam com sorrisos verdadeiros e não com carinhas amarelas a mostrar os dentes. Que implica que olhem em fren-te e não dêem atenção ao chão, onde não vão encontrar nada que possam amar. Eu tenho um sonho, um sonho onde vejo acção. Um sonho em que as pessoas não ficam para-das, de braços cruzados, que se levantam e fazem crescer o amor entre elas. Eu tenho um sonho onde não há palavreados. Há palavras, que se fazem Palavra em cada um. Há palavras vindas do coração, e que transformam corações. Há palavras de amor, de carinho, afecto. Há palavras como mediação entre um coração e outro, porque os põem a falar. Tenho um sonho, sim. Tenho um sonho onde não há estranhos, mas amigos. Onde não há conhecidos nem colegas, mas amigos. Tenho um sonho em que nos vemos como iguais. Em que não vemos os outros todos como iguais mas diferentes de nós. Um sonho em que nos vemos a nós como iguais ao outro, e por isso damos na medida do que somos. No meu sonho não há atarefados. Há pessoas que por mais coisas que façam, arranjam sempre tempo para as coisas importantes. Há pessoas com o dom da multiplicação das horas, porque as aproveitam a todas para crescer. O meu sonho está povoado de sorrisos sinceros, porque cada coração não é capaz de fazer outra coisa. Porque no meu sonho até as lágrimas conseguem transformar-se em serenidade, junto do amigo que as acalma. Tenho um sonho em que cada um é livre para ser. Em que cada um pode escolher o que o faz mais feliz, e em que a liberdade de cada um não se resume a um mero “livre arbítrio”. Porque é uma liberdade que liberta por dentro, que não é um simples “poder escolher entre isto e aquilo”. Tenho um sonho. Um sonho em que todos são felizes porque se fazem felizes. E fazem-se feli-zes porque têm a consciência de que serem felizes implica darem-se. E dão-se. Inteiros. No meu sonho, nada é repetitivo, tudo é novo. Porque tudo é verdadeiro. E o que é verdadeiro arranja sempre formas de se vestir com roupa nova, para que em cada manhã tudo ganhe nova vida. Não sou uma revolucionária a tentar libertar um povo. Mas quem me dera que, pelo menos, o meu sonho te fizesse sonhar também a ti, e talvez amanhã o nosso dia fosse feliz.

Maria Inês Rocha

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Teresa Ascensão

Como em qualquer início de ano lectivo, o ensino é o principal tema da comunicação social,

da rua e das nossas casas, sendo a crítica e a censura o método mais usado para o fazer.

Esquecemo-nos, muitas vezes, que, por detrás de factos menos positivos, existe a entrega e

o esforço de profissionais que lutam para que as coisas corram e cresçam da melhor forma.

É o caso dos professores. “Este mês” temos o testemunho de uma professora da nossa

paróquia e, como não podia deixar de ser, a visão de um estudante face a esta

profissão…ora um professor só o é se existir um aluno e este se

existir um professor…

Sempre quis ser professora. Ao escrever este artigo, reflecti, uma vez mais, nos porquês: ter a oportunidade de lidar com crianças e jovens, acender nelas a motivação para a aprendizagem das línguas que, ainda hoje, me apaixonam, o Português e o Inglês, e, por fim, a razão mais aliciante, influenciar positi-vamente a vida dos meus alunos.

Ser professor hoje, como ontem, é estar pron-to para a mudança, é partilhar o saber e as experiências pedagógicas, é ser ouvinte e conselheiro, é ser educador e remar muitas vezes contra a maré - mas nunca baixar os braços -, é abraçar as diferenças, é ser firme nas suas convicções, mas receptivo às suges-tões e propostas vindas dos alunos, é prepa-rar os alunos para a vida activa e ser paciente com aqueles que tardam em encontrar o seu caminho, é ser humilde e reconhecer os seus erros.

Nem tudo é fácil, há dias de desânimo, mas também há dias em que brotam palavras poderosas que fazem renascer, palavras de gratidão e de apoio, palavras de coragem e de amor. É com essas palavras que o profes-sor volta a acreditar, a lutar, a ensinar que os sonhos não se matam, e que é nas fraquezas que construímos um novo percurso e cami-nhamos mais fortes.

Acredito firmemente que o professor tem um grande poder nas mãos. Isso significa que deve usá-lo bem. Para isso, deve procurar formação contínua, em diversas áreas, para poder corresponder aos desafios dos seus alu-nos e estar sempre a par dos acontecimentos, nunca se deixando ultrapassar.

Em suma, e apesar de todas as mudanças na educação, são sempre os alunos que movem o trabalho de um professor, pois são eles que o fazem crescer e ser melhor como pessoa. Sinto-me, pois, grata e honrada pela profissão que escolhi.

Susana Moreira (professora)

Professor !

Mal ouvimos esta palavra, lembramo-nos daqueles “tipos/tipas” que nos dão para “gramar" no início do ano lá na escola. É qua-se como um casamento, daqueles à antiga, “arranjado” logo à nascença.

Quantas vezes damos por nós a pensar: “ Que mal fiz eu a Deus para estar a aturar isto?”

E assim deixamos de lado a importância de um professor.

Se não fosse um professor o que sabíamos hoje?

Basicamente não sabíamos nada! Quem nos ensinou a ler? A escrever? O que significam as palavras ?

Parece tanta coisa, mas não é tudo. Quem nos incutiu o espírito de grupo? O valor da amizade? Tudo isto nos foi ensinado por eles, ao longo destes anos todos naqueles T1 mobilados à pressa, a que alguns chamam de sala de aula. Quantas horas do nosso dia não são passadas com professores? Quantas vezes são eles que têm de aturar o nosso mau feitio num dia mau?

Não vou dizer que todos os professores são uns “amores de pessoas” e que dão as aulas da melhor maneira, ou que têm cabeça para nos aturar, mas nem todos são assim. Cada professor é um professor, como cada aluno é um aluno.

Nunca nenhum professor te deu um conse-lho? Muitos deram e foram úteis. Ajudaram-nos a decidir o que fazer num determinado momento.

Não são os professores muitas vezes capazes de saltar da fronteira de professor para serem apenas um amigo? Um amigo que se preocu-pa e quer ajudar.

Por isso neste Dia Internacional do Professor gostava de agradecer a todos os professores que saltaram essa barreira para nos ajudar!

Telmo Pinto (aluno)

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Vânia Oliveira

Um feto de seis semanas responde ao toque antes de os olhos e os ouvidos estarem formados, sendo a pele o primeiro órgão sensorial a ser desenvolvido.

A massagem é uma forma de toque e é das mais antigas formas de tratamento fazendo, já, parte da rotina diária do bebé por todo o mundo.

Foram realizados vários estudos nesta área, nomeadamente em bebés pré-termo ou com pato-logia. Para além destes, cada vez mais se começa a estudar este tipo de intervenção em bebés de termo e saudáveis e os benefícios foram já provados.

Suzanne Adamson realizou um estudo que consistia no ensino aos pais da massa-gem ao bebé. Dez meses após o início das sessões, foi realizado um questionário em que se verificou que 93% das mães continuaram a fazer massagem aos filhos em casa e 93,3% delas acharam as sessões relaxantes; 100% das mães ficaram a achar que os seus bebés saíram beneficiados com a massagem e, por fim, 76,7% referiram que as sessões fizeram com que se sentissem mais seguras nos cuidados aos seus bebés.

A massagem não tem só benefícios físicos mas também pode promover o desenvol-vimento psicológico. Endorfina e serotonina são libertadas durante a massagem o que causa alívio da dor, do mal-estar, pode melhorar os ciclos do sono e dar uma sensação de bem-estar. Os bebés pré-termo, quando massajados regularmente, ganham peso mais rapidamente.

A directora do TRI (Touch Research Institute) refere que a massagem abranda a frequência car-díaca, diminuiu o stress, facilita o crescimento e a digestão. A massagem não é apenas algo que acalma, que relaxa, que faz os bebés sentirem-se bem, mas sim algo com um impacto significa-tivo na saúde.

Massagem ao bebé

♥ Facilitação do crescimento, ♥ Diminuição das cólicas, ♥ Relaxamento, ♥ Diminuição da depressão e da ansie-

dade, ♥ Indução do sono e melhoria da quali-

dade do mesmo, ♥ Aumento do estado de alerta, ♥ Promoção da ligação pais/filho e cria-

ção do vínculo, ♥ Aumento do peso, ♥ Promoção do neuro-desenvolvimento, ♥ Promoção da sensação de bem-

estar.

Benefícios

Benefícios

Benefícios B

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O Toque foi, é e sempre será a verdadeira revolução. 

Se tiver dúvidas ou quiser saber mais sobre o assunto não hesite em contactar-me através do email: [email protected]

fxÇà|ÅÉá? tÅtÅÉá x Éw|tÅÉá xÅ ä|Üàâwx wÉá vÉÜÑØávâÄÉá àövàx|á wt ÇÉáát ÑxÄxAÊ J. Lionel Tayler  

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Nazaré Marques

Outubro … Outono… tempo de nostalgia…

Esta página é reservada a memórias, mais ou menos distan-

tes. Memória dos tempos, não muito longínquos, em que a

nossa terra era predominantemente agrícola e esta época

outonal era especialmente cheia de acção. Os campos há meses que tinham o pão a crescer… sim, o pão era o que

resultava da cultura do milho. O milho que, após ser semeado era

sachado, regado, mondado, … uma sequência de trabalhos árduos

que os agricultores realizavam com amor. Depois o verde dos

campos começava a vestir-se de amarelo com a bandeira ou pen-

dão, que por aqui se dizia “pundão”. Como todos tinham pelo

menos uma vaca para fornecer leite ou uma parelha de bois de

trabalho, e não se recorria a alimentação artificial para alimentar o

gado, estas hastes floridas do milho eram cortadas e oferecidas como

refeição aos animais. As espigas iam crescendo agora com mais sol para as amadurecer. E eis

que chegava o Outono. O”pão” à espera de ser colhido. As espigas eram desfolhadas em

ambiente de festa. Os vizinhos juntavam-se para se ajudarem mutuamente nesta importante

tarefa. Depois era preciso debulhar (fazer soltar os grãos do milho do casulo). E era lindo ver as

eiras cobertas de milho amarelo a secar ao sol, para poder ser guardado posteriormente. Há uns

40 anos ainda funcionava em Gueifães pelo menos uma azenha, movida pela água do rio Leça,

onde se levava o milho e se trocava por farinha para cozer a saborosa broa. E que saudades do

cheiro da broa acabada de cozer no forno aquecido a lenha…!

Mas a riqueza desta cultura não se limitava ao que já referi. Tudo era aproveitado. Ecologica-

mente aproveitado…

Os caules do milho eram devidamente armazenados para alimentar

os animais durante o Inverno. Os grãos, para além de ali-

mentar os donos da casa também serviam de alimen-

to às aves de capoeira. Mas até aqui não há gran-

des novidades. O que a maioria dos jovens não

saberá é o que se fazia com as folhas das espi-

gas (o folhelho). Eram utilizadas para encher os

colchões. E os fragmentos de palha solta dos

grãos do milho (moinha) eram utilizados para

encher as almofadas da cama.

Não se podia viver mais em consonância com a

natureza…

Era Outono, a azáfama era enorme, nas ruas cruza-

vam-se carros de bois com os seus ruídos característicos.

Era mesmo outro século…

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o conteúdo destes textos é da responsabilidade dos seus autores

Em Louvor aos Avós com Mais de Sessenta Anos

Numa altura em que os horários escolares são o que todos nós

sabemos e, para ajudar, os ATL das IPSS estão a ser vítimas

de um atentado de destruição por parte do Serviço Públi-

co, que não tem capacidade de resposta, mas não deixa

trabalhar quem sabe e pode, os avós assumem um

papel de grande relevo no apoio aos netos. Daí a minha

homenagem.

Para isso, vou contar uma história, resumo de um e-mail

que recebi.

«Uma tarde, um neto estava a falar com o avô sobre aconteci-

mentos actuais. A dada altura, perguntou: - Avô, que idade tens?

O avô respondeu: - Bem, deixa-me pensar um minuto... Nasci antes da televisão, das comidas

congeladas, da fotocopiadora, do fax, das lentes de contacto, da pílula anticonceptiva. Não exis-

tiam radares, nem cartões de crédito, nem raios laser, nem telemóveis. Não se tinha inventado

o ar condicionado, os microondas, as máquinas de secar e lavar a roupa. "Gay" era uma palavra

respeitável em inglês e significava uma pessoa alegre e não homossexual. De lésbicas, nunca

ouvira falar. Conhecíamos as diferenças entre os sexos, mas ninguém se lembrava de mudar o

seu. SIDA não significava nada, AIDS, em inglês, era um ajudante de escritório. Os casamentos

não se combinavam por computador, coisa que nem existia. A tua avó e eu casamos e só

depois vivemos juntos e em cada família havia um pai e uma mãe. O homem não tinha ido à

Lua e não havia aviões a jacto. Não se faziam transplantes de coração e desentupiam-se os

canos e não as artérias. "Chip" significava um pedaço de madeira, "hardware" era a loja de fer-

ragens e "software" não existia. Até aos 25 anos, chamei a cada homem "senhor" e a cada

mulher "senhora" ou "menina". Ter uma relação era dar-se bem com os primos ou simplesmen-

te ter amizade. No meu tempo, a virgindade não causava cancro. As nossas vidas eram orienta-

das pelos 10 Mandamentos e o senso comum. Ensinaram-me a distinguir o bem do mal e a ser

responsável pelos meus actos. A salsa era um condimento e não uma dança. Não havia café

instantâneo, nem adoçante. A gasolina custava 30 centavos o litro e uma família governava-se

com um só carro. "Erva" era algo que se cortava e não que se fumava. "Coca" era uma gasosa e

não se inalava. Fomos a última geração que acreditava que uma senhora precisava de marido

para ter um filho.

Agora diz-me: quantos anos pensas que eu tenho?

O menino respondeu: - De certeza, mais de 100!

- Não, meu amor... Tenho só 60!»

A. Pereira

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Sociedade Actual vs Sociedade Antiga O nosso mundo presenciou vários tipos de mudanças, vários tipos de evoluções e transforma-ções... Para além da evolução da indústria, dos transportes, dos meios de comunicação, dos seres vivos, das habitações e mesmo da evolução fisica e mental do homem descendente dos prima-tas, temos também a sua forma de conviver... Surgem novos temas, como a posição da mulher na sociedade. Antigamente, esta tinha já um papel definido mal nascia, só por ser mulher tinha de agradar ao marido, criar os filhos e ser o mais perfeita possivel em relação a isso para deste modo ser vista com bons olhos. A homossexualidade, o uso de contraceptivos, o sexo em si, o direito de liberdade de expres-são, o direito a voto e ao conhecimento, relativamente à mulher eram assuntos tabus. Felizmente, nos dias de hoje, estes assuntos a pouco e pouco foram sendo mais falados e foram-se tomando iniciativas fazendo com que a mentalidade da sociedade fosse mudando permitin-do assim uma liberdade muito maior para a partilha de opiniões. Apesar disso, ainda há, nor-malmente pessoas de mais idade que ainda se sentem um pouco menos à vontade para falar destes tabus que, no seu tempo, causaram e muitas vezes ainda causam tanta polémica. Também a convivência entre as pessoas foi mudando muito ao longo dos anos. Actualmente, as pessoas são muito mais individualistas e egoístas, chegando a desprezar a comunidade, o grupo em que estão inseridas, na grande corrida até ao topo onde, segundo a sociedade, só um pode ficar. A comunidade foi abandonada e cada vez mais o colectivismo é posto de parte por várias ques-tões. As pequenas aldeias, onde todos se conheciam e se ajudavam mutuamente, vivendo com o cheiro a terra molhada, foram substituídas por cimento escuro e duro. À medida que os grandes prédios se erguiam e as estradas se apoderavam da calçada também o mundo se tornou mais pequeno. Devido a todos estes meios de transportes mais desenvolvidos e velozes e a toda a tecnologia, como os telefones e a internet, é muito mais fácil comunicar com todos os cantos do mundo. Possibilita-nos um maior conhecimento de tudo o que nos rodeia, permitindo assim que uma pessoa enriqueça e desenvolva a sua cultura assim como as suas relações e conhecimentos, tanto com familiares como com amigos. Até a busca de um emprego ainda que bastante distan-te tudo esteja. Mas nem tudo é positivo... Os denominados amigos virtuais, feitos por todos estes novos meios de comunicação, são um aspecto que causa grande polémica por ser diferente dos métodos normais e também por ser um novo método... Grande parte da população é da opinião que não se deve chamar amigo a uma pessoa que nun-ca vimos, tocamos, acariciamos, abraçamos ou ouvimos a sua voz... A verdadeira amizade é aquela que se mostra um pouquinho de cada vez, todos os dias com pequenos gestos que nos permitam saber quem aquela pessoa é realmente. No futuro não saberemos como se irá comportar a sociedade... Não sabemos se irá haver outro êxodo urbano com o desejo de voltar aos velhos tempos onde todos se conheciam e viviam em comunidade nos campos e aldeias, ou se os espaços verdes serão substituídos na sua totalidade por árvores de cimento e caminhos de betão... Será que o individualismo irá permanecer ou voltaremos a conseguir confiar nos outros o sufi-ciente de modo a voltar a formar uma comunidade? O resultado deste combate depende de cada um, e só o tempo o dirá...

Sofia Augusto

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A propósito do reinicio da Catequese... Antes de mais, gostaria de, certamente em nome de todos os catequistas da Paróquia, dar as boas vindas a um novo ano de Catequese, desde os mais pequeninos até aos mais “crescidinhos”, não esquecendo os pais. Aliás, é precisamente por não podermos esquecer os pais que me lembrei de escrever este pequeno texto. Muito gostaria que TODOS os pais que têm os seus filhos a frequentar a catequese (ou não), tives-sem acesso àquilo que vou passar a transmitir. Sim, porque para além de um simples texto, trata-se de um estado de espírito, que julgo, é partilhado por muitos (senão todos) os meus colegas catequistas. Assim, a propósito da forma como muitos pais (felizmente não todos) encaram e tratam a catequese e os catequistas, aqui vai:

“Dez coisas que gostaria de dizer aos pais e que não ajudam em nada a catequese” 1º - Os pais não são obrigados a inscrever os seus filhos na catequese. Por isso, se nos procuram

de livre e espontânea vontade, por favor, aceitem as regras de funcionamento e não estejam sempre a reclamar por tudo.

2º - Os catequistas dos vossos filhos são pessoas normais, que têm família, trabalho, estudo, acti-vidades pessoais, problemas, alegrias, frustrações, desânimo, ou seja, sentimentos comuns a qualquer pessoa. Por isso, tratem-no com mais carinho e com mais respeito. Pelo menos ten-tem saber o nome dele. Isso já seria de grande valia.

3º - Quando organizamos encontros, reuniões, convívios, é porque queremos construir uma ponte de relacionamento convosco. Se não quiserem participar, temos pena, não participem. Mas se quiserem, venham com vontade e com um sorriso e não fiquem à nossa frente a olhar para o relógio para ver se falta muito para acabar.

4º - A catequese não é, e desculpem a expressão, depósito de crianças e jovens que não têm que fazer. A catequese é um lugar de aprofundamento dos assuntos de Deus, onde se transmitem valores e uma forma de ser e estar na vida. Eles precisam aprofundar aquilo que já deveriam saber através dos primeiros catequistas, os pais.

5º - A catequese é um processo contínuo. Não reclamem do tempo de duração, isso deixa-nos tristes. São dez anos de caminhada para conhecer melhor a pessoa de Jesus. Fará sentido casar com alguém por amor e prever uma data de término do casamento, porque já se conhece a pessoa e o relacionamento com ela deixará de ser “necessário”?

6º - Não ensinem os vossos filhos a mentir. Estamos cansados de saber que alguns pais “contornam” as regras da catequese, não participam em encontros, em reuniões e em nada do que se passa “dentro da Igreja”. Optam pelo café, pelo jogo de futebol, pelo passeio ou até pela preguiça. Sejam verdadeiros e coerentes, não mintam ao catequista e não deixem que os vossos filhos aprendam o mesmo.

7º - Se forem ateus, sejam bons ateus, mas não queiram ser católicos também, ainda por cima só durante o tempo que, segundo vocês decidiram, é o necessário para que os vossos filhos pas-sem pela catequese.

8º - Antes de culpar a Igreja por isto ou por aquilo, tenham presente que a Igreja são vocês tam-bém. Não valerá mais a pena, em vez de procurar e apontar defeitos, tentar participar em algo onde possam ser úteis e colocar ao serviço dessa Igreja aquilo que têm de melhor? Já alguma vez pararam para observar com mais atenção o imenso esforço que muitos leigos fazem?

9º - Os dias das Festas da Catequese não são apenas pretexto para uma reunião de família em volta de uma mesa. Se estão apenas preocupados com a roupa e com o almoço, então os vossos propósitos são completamente opostos aos da Igreja, da pessoa de Jesus e dos cate-quistas.

10º - Não pedimos para que tratem a catequese de forma especial. Basta que a tratem com o fazem com a escola, o curso de Inglês, o futebol, a natação, o ballet, etc. Não precisam de prescindir de nada por causa da catequese. É só dar a mesma importância.

A Evangelização é a primeira tarefa da Igreja. Entre nós, ela depende muito do trabalho que se faz através da catequese. Por isso o nosso apelo a todos os pais. Participem, sejam activos, sejam colaboradores, transmitam as vossas opiniões, apresentem sugestões, estejam PRESENTES, os catequistas precisam e agradecem. Não esqueçam que é da formação dos vossos filhos que esta-mos a tratar.

Nuno Maia (catequista 3ªano)

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21 de Junho | Festa do Envio do 10º Ano de Catequese e Celebração do 13º Aniversário do Grupo Vitae Este ano, mais um grupo de jovens do 10º ano terminou a catequese, na nossa paróquia, momento assinalado pela Festa do Envio que se realizou no passado dia 21 de Junho, na Eucaristia das 19h15. Esta festa marca o fim de uma etapa de vida cristã, onde juntos trilhámos caminhadas enraizadas no amor e por isso somos enviados no amor para o amor, com toda a coragem de que precisarmos. Os cerca de vinte e três jovens, orientados pelas catequistas Susana Leite e Teresa Fonseca, empenharam-se realmente na participação e enriquecimento da sua própria festa, pois tanto os comentários às leituras, o acto penitencial, como as preces, os símbolos do ofertório e a acção de graças foram pensados e preparados pelos jovens, de modo a tornar esta última Eucaristia mais personalizada, aconchegante e inesquecível para os que enviaram e para os que foram enviados. Também os cânticos foram meticulosamente escolhidos em conjunto com o Coro Vitae. O Vitae Dança participou com uma pequena dinâmica em que as juvenis dançarinas traziam na mão um cartão diferente com o nome de cada um dos jovens que, naquela Eucaristia, assinalavam o fim da sua caminhada em catequese. Ao longo da Eucaristia, foi possível sentir o amor e a gratidão destes jovens para com a paróquia, que os acolheu há dez anos, para com o Padre Orlando, que recebeu uma pequena lembrança deste grupo de catequese, para com as duas catequistas da adolescência, que foram homenageadas na acção de graças, assim como os catequistas da infância, que não foram esquecidos, pois foram os primeiros orientadores e formadores da fé destes adolescentes.

Nesta celebração também festejámos o 13º aniversário do Grupo Vitae, que é para nós exemplo de caminhada, de compromisso e amor, pois é um grupo que nasceu da vontade de alguns jovens que terminavam os seus 10 anos de catequese e quiseram continuar a crescer juntos na fé. E terminámos a celebração com a certeza que sabemos

que DEUS nos vai acompanhar por toda a vida, porque sentimo-nos verdadeiramente enviados, enviados pelo e no Seu AMOR.

Dulce Rua

26 e 27 de Junho e 1 e 2 de Julho | Curso Bíblico sobre o Livro de Isaías pelo pe. António Couto Nos últimos dias de Junho e primeiros de Julho, o pe. António Couto, agora Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Braga, visitou-nos mais uma vez para os já habituais Cursos Bíblicos. Desta vez, o tema foi o Livro do Profeta Isaías. Toda a história bíblica está profundamente marcada pela figura dos profetas. No Antigo Testamento são 17 os livros proféticos e, embora de profetas diferentes e escritos em épocas diferentes, todos giram em torno do mesmo apelo: reatar a fidelidade à Aliança de Deus com o Seu povo. Como o tempo não dava para “estudarmos” todos os profetas, ficamos por Isaías, mas mesmo assim o tempo não chegou para o tanto que havia a dizer. Muitos foram os que aproveitaram esta oportunidade de, através da linguagem simples do pe. Couto, ficar a entender um pouco melhor este tema.

Ricardo Ascensão

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1 de Junho | Retiro no Santuário de San Campio “de Lonxe” (Figueiró – Espanha) organizado pela Comissão Cultural da nossa Paróquia Organizado pelo grupo da cultura da nossa paróquia, realizou-se no passado dia 01 de Junho de 2008 um retiro no Santuário de San Campio “de Lonxe”- Figueiró – Espanha, com partida de Gueifães às 7 horas. Como sempre foram chegando os cerca de 36 convidados, alegres, bem dispostos, com algo nas sacas para a merenda convívio, enquanto os membros do grupo da cultura carregavam para a camioneta os ingredientes e utensílios para o churrasco com que nos presentearam. Lá partimos e a primeira paragem foi em Viana do Castelo para o pequeno-almoço. Contudo apesar de estar uma manhã de sol que convidava para um passeio à beira rio, fomos até uma pastelaria comer uns deliciosos doces da região. Continuámos a viagem até Vila Nova de Cerveira, rumo a Espanha pela ponte da amizade até ao nosso destino que era San Campio. Chegados, visitámos o Santuário, as belas instalações envolventes, cheias de espiritualidade e recolhimento. Tudo era paz e muito silêncio. Estava combinado para essa manhã um momento de reflexão orientado pelo Sr. Padre Carlos Gonçalves (professor na faculdade de psicologia) que devido a um imprevisto só se realizou na parte da tarde. Entretanto e enquanto alguns membros do grupo da cultura assavam a carne e preparavam o saboroso almoço, recolhidos numa sala dedicada à misericórdia do Senhor, rezámos o Santo Terço, agradecendo estes magníficos momentos de reflexão e convívio. Depois foi o almoço. Estava muito bom, não faltou nada. Só com a boa vontade de pessoas empenhadas no serviço e bem-estar dos outros, se conseguem estas coisas. O Sr. Padre Carlos Gonçalves falou à tarde. Como é vulgar nos nossos dias, o tema foi a família. Bela palavra nos foi dada, fruto de estudo, vivência,

conhecimento e partilha. Conclusão: rezar, rezar, rezar. Muito bem Sr. Padre Carlos é necessário rezar. Mas quem reza e como se reza nos nossos dias? É urgente ensinar a rezar. Um dia li num artigo, que dizia assim: “ A minha mãe quando chega a casa e vem de comungar, beija-nos e cheira a Jesus”. Mais adiante: “É magnifico levar deste mundo a memória de uma boa e santa mãe”. É simples afinal. Quando as mães cheirarem a Jesus, quando a sociedade cheirar a Jesus, quando o mundo cheirar a Jesus, as famílias serão famílias de Jesus. Tivemos de seguida a Eucaristia. Momento l indo, pausadamente celebrada, animada pelas meninas do grupo da cultura. Homilia simples, bem falada. Não vale a pena falar muito. Meditações curtas e profundas ficam nos nossos corações. A seguir lá fomos comer (lanche partilhado). A viagem não é longa, mas temos que levar algo para o caminho. Foi um bom dia. Parabéns. Muito obrigado à organização e ficámos à espera de mais.

Maria Amélia

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15 a 17 de Agosto | Elementos do Vitae Música animaram celebração festiva em Sta. Comba de Rossas e aproveitaram para umas férias A convite dos mordomos da festa em honra da Nossa Senhora do Pereiro, o Vitae Música partiu bem cedo, no dia 15 de Agosto, rumo a Santa Comba de Rossas, Bragança, para animar a celebração desse mesmo dia. Chegados a Rossas a meio da manhã, apenas houve tempo para um lanchinho para logo seguirmos para a igreja a tempo de afinarmos os instrumentos e as vozes! A procissão chegou, com os bonitos andores, e era então hora de a celebração começar. Missão cumprida! A celebração tinha chegado ao fim e tudo tinha corrido como o previsto. A barriga começava já a “dar horas”! Fomos divididos por várias casas da aldeia, onde almoçámos e conhecemos um pouco das gentes e costumes daquela simpática localidade. O nosso grande objectivo tinha já sido realizado. Mas como estávamos de férias, aproveitámos a ocasião para acamparmos durante o fim de semana. A meio da tarde chegámos ao parque de campismo, situado em pleno Parque Natural do Montesinho, e entre montar tendas, banhos e jantar, vimos a noite cair e o dia chegar ao fim. A manhã acordou chuvosa e nós acordámos desanimados, com uma manhã encarcerados nas tendas! Mas S.Pedro ouviu as nossas preces e pôs-se uma tarde simpática que foi aproveitada com uma ida à Feira Medieval no castelo de Bragança. Para além das várias tendas de artesãos e a visita à torre-mor do castelo e ao Museu Militar, pudemos assistir a uma encenação do assalto ao castelo, aquando da reconquista deste aos espanhóis pelo duque de Bragança. Pela energia e entusiasmo mostrados pelo Vitae Música a dar ânimo aos cavaleiros e a festejar a vitória, damos já como certa a contratação como figurantes para eventos futuros! Com a mesma alegria, o dia terminou, com animadas conversas ao serão. O domingo chegou cedo para assim nos despedirmos do campismo e voltarmos a Rossas para a celebração de domingo. De seguida, a barragem do Azibo estava já à nossa espera, onde passamos uma tarde muito animada, onde não faltaram mergulhos para os mais corajosos e calorentos, um churrasco e um jogo de voleibol digno de profissionais! O fim de semana acabou depressa... Mas o balanço foi muito positivo! Nós gostámos e as pessoas de Santa Comba de Rossas também! Conhecemos a realidade de outra comunidade, conhecemo-nos melhor e crescemos como grupo. Uma experiência a repetir! Porque, afinal, fizemos aquilo que gostamos: louvámos Deus e Maria com a nossa música e alegria e divertimo-nos com os nossos amigos!

Susana Lopes

9 de Setembro | Pe. Orlando “toma posse” como Vigário da Maia Desde o dia 9 de Setembro que o nosso Pe. Orlando é o novo vigário da

Vigararia da Maia, tendo como adjunto, o Pe. José Silva das paróquias de Vermoim e Silva Escura. Apesar do trabalho que virá acrescentar-se ao já muito que tem nas paróquias de Gueifães e Folgosa, desejamos que consiga encontrar a força e

a sabedoria necessárias para o bom desempenho do cargo na grande e importante tarefa de evangelizar.

Ricardo Ascensão

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Universidade Sénior de Gueifães

"Os anos enrugam a pele, mas renunciar ao entusiasmo faz enrugar a alma." Albert Schweitzer

É a máxima que caracteriza a recentemente criada “Universidade Sénior de Gueifães”. Depois do sucesso e objectivos alcançados pela “Academia Sénior de S. Mamede”, esta instituição expande os seus horizontes e vem criar raízes precisamente aqui em Gueifães. Este projecto surge numa luta constante de proporcionar à terceira idade diversas actividades físicas e inte-lectuais específicas para esta nova fase das suas vidas… Para isso, a “Academia Sénior de S. Mamede” com a sua experiência e profissionais qualificados, fez uma parceria com a Paróquia de Gueifães, a fim de proporcionar aos seus alunos as melhores condições para a prática das mais variadas actividades. Se se enquadra nesta faixa etária e pretende continuar uma caminhada de aprendizagem ou simples curiosidade pela novidade, tem agora uma oportunidade bem perto de casa. Escolha as áreas que lhe despertam “o bichinho”:

Informática, Internet, Inglês, Teatro, Artesanato, Artes Plásticas, Yoga, Chi Kung, Dança Sénior, Classes de Movimento, Hidroterapia, Viver com Saúde/Fisioterapia.

Para fazer a sua inscrição ou obter mais informações, dirija-se à secretaria da igreja de Gueifães, todos os dias úteis entre as 15h e as 19h. Pode ainda visitar o sítio na internet em www.universidadesenior.com

Porquê a actividade sénior?

Estar enquadrado na Terceira Idade, até há pouco tempo, era sinónimo de exclusão do processo produtivo, da economia e, consequentemente, suprimiam-se as possibilidades de prosperar no mundo globalizado.

Porém, hoje em dia vivemos numa sociedade de informação. Ora, neste contexto vigora a Edu-cação ao Longo de Toda a Vida, ou seja, o desafio da construção de uma organização social onde o processo educativo tem lugar em todas as etapas da vida e não apenas numa fase ini-cial da vida humana.

Este conceito de educação ao longo de toda a vida é a chave que abre as portas do século XXI.

Nesta lógica, muito se tem falado e escrito em relação à Terceira Idade, no sentido de demons-trar a vontade de viver desta faixa etária, de participar activamente na sociedade e mesmo de a transformar.

A Academia e Universidade Sénior oferece a este público uma nova e diferente compreensão da vida e um viver mais interventivo na fase designada “Melhor Idade”.

Fundamentalmente o objectivo é contribuir para uma valorização do Homem nesta bela etapa da vida, ajudando na luta pelos direitos e pela melhoria da qualidade de vida.

Pedro Graça

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O discípulo Tomé Hoje, centramos a nossa aten-ção sobre S. Tomé. Aparecen-do sempre nas quatro listas, que nos oferece o N.T., é colo-cado pelos Sinópticos ao lado de Mateus, enquanto os Actos o situam junto de Filipe. O seu nome vem do hebraico – Tá am, que significa “gémeo”.

Várias vezes, S. João põe-lhe o sobrenome de “Dídimo”, que em grego também significa “gémeo”. A razão deste adjec-tivo não é clara. Sobretudo, o quarto Evangelho fornece-nos dados que desenham a sua personalidade de maneira sig-nificativa. O primeiro relaciona-se com a exortação que fez aos companheiros quando Jesus, no momento crítico da sua vida, decidiu ir a Betânia, para ressuscitar Lázaro, apro-ximando-se perigosamente de Jerusalém. Mc 10-32. Nessa altura, Tomé diz aos condiscí-pulos “vamos para também morrermos com Ele. Jo. 11-16

A sua determinação em seguir o Mestre é verdadeiramente exemplar e dá-nos este preci-so ensinamento: - revela a sua total disponibilidade em aderir a Jesus a ponto de fazer sua a sorte dEle e com Ele par-tilhar a suprema provação da morte.

O mais importante é o nunca separar-se de Jesus. Por outro lado, quando os Evangelhos empregam a palavra “seguir” é para significarem que para onde Ele se dirige também deve ir o seu discípulo. A vida cristã define-se como uma vida passada com Jesus. Ser cristão é morrer e viver com Ele, é estar no seu coração, como Ele está no nosso.

Uma segunda intervenção de

Tomé leva-nos à Última Ceia. Nessa ocasião, prevendo a sua partida iminente, Jesus anun-cia que vai preparar um lugar para os discípulos, para que estejam aonde Ele se encon-tra. E precisa: “Para onde Eu vou, vós sabeis o caminho”. Nessa altura, Tomé pergunta: “Se não sabemos para onde vais, como sabemos o cami-nho?” Estas palavras dão a Jesus a oportunidade para acrescentar “ Eu sou o Cami-nho, a Verdade e a Vida”.

Esta revelação, primeiramen-te, é dirigida a Tomé, mas vale para todos nós e para todos os tempos. Simultanea-mente, esta questão confere-nos o direito de pedir explica-ções a Jesus. Muitas vezes, também nós não compreen-demos. Ao dizê-lo a Jesus, exprimimos a nossa pobre capacidade em compreender, e ao mesmo tempo, a con-fiança de obter luz e força dAquele que é capaz de a dar.

Mais conhecida é a cena de Tomé incrédulo, que ocorre oito dias depois da Páscoa. Não estando presente quando Jesus apareceu aos compa-nheiros, e ao receber essa notícia, diz: “se eu não vir, se eu não tocar...não acredita-rei”.

O que ressalta destas palavra é que Jesus ressuscitado é reconhecível não apenas pelo seu rosto, mas também pelas chagas, pelas quais Ele nos amou. Nisto não se engana.

Oito dias depois, estando os discípulos reunidos no mesmo lugar, Jesus aparece e diz a Tomé: “ Põe os teus dedos, põe a tua mão e vê... não sejas incrédulo, mas crente”, a que Tomé responde: “ Meu Senhor e meu Deus”. A este respeito diz S. Agostinho: “Viu e tocou o Homem, mas con-

fessa a sua fé em Deus, que não via nem tocava. O que viu e tocou levou-o a acreditar naquilo de que duvidara” depois, Jesus acrescenta: “Felizes os que acreditam sem terem visto”.

Poderá dizer-se que com esta frase Jesus enuncia um princí-pio fundamental para todos os gémeos de Tomé, que somos nós. No séc. XIII, S. Tomás de Aquino liga esta frase a uma outra fórmula: aquele que crê sem ver é mais digno de mérito do que aquele que crê vendo. A carta aos Hebreus define a fé como “um meio de possuir o que já se espera e de conhecer as realidades que não se vêem”.

O caso de Tomé é importante pelo menos, por três razões: primeiramente porque nos reconforta nas nossas insegu-ranças. Segundo, porque nos mostra que toda a dúvida pode desembocar numa saída luminosa, para além de toda a incerteza. Por fim, porque as palavras de Jesus nos incitam a prosseguir, apesar da dificul-dade que encontramos no caminho da adesão à sua pes-soa.

No Evangelho de S. João, ao ser referido logo a seguir a Pedro, isto significa que Tomé gozava de grande importância nas primeiras comunidades cristãs. A confirmá-lo encon-tramos os livros apócrifos dos Actos e Evangelho de S. Tomé, que são muito importantes para conhecer as origens cris-tãs. Segundo uma tradição antiga, Tomé evangelizou a Síria e a Pérsia e terá morrido na Índia Ocidental. Que o seu exemplo fortaleça a nossa fé em Cristo, Senhor e Deus.

pe. Orlando Santos

o conteúdo destes textos é da responsabilidade dos seus autores

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A “Alzira Sabichona” pensava que sabia tantas coisas, que já tinha perdido a capacidade de aprender… Era muito faladora, mas era muito difícil conversar com ela. Gostava de falar como quem ensina as suas próprias certezas e não como quem põe a vida em comum. Sempre que alguém falava sabiamente sobre algum assunto lá na aldeia, a “Alzira Sabichona” nun-ca faltava! E adorava estar nas filas da frente… Mas a Alzira nunca ia escutar ninguém por gostar de aprender, mas apenas para confirmar as suas próprias certezas. Por isso, mal entrava nos seus ouvidos alguma coisa diferente do que tinha dentro do “quadradinho” da sua mente, nem se dava a si própria tempo para pensar naquilo… Abria a boca e corrigia imediatamente! Era tão imprudente que havia os que já não suportavam os seus dogmas, e os outros que se riam deles. E dela! Mas ela nem notava… Sentia-se bem acompanhada pelos sabichões que habitavam a sua mente e lhe diziam como é que havia de pensar e viver. Confundia Autoridade com Poder! Por isso, os sabichões que na sua mente tinham autoridade para dizer infalivelmente o que era a Verdade, eram exactamente aqueles que estavam investidos de Poder… Às vezes havia quem dissesse à “Alzira Sabichona” que a Verdade não é propriedade de ninguém e, se uns estão mais perto dela do que outros, então temos que ter muita disponibilidade para escutar as pessoas simples e aquelas que servem os outros com Coração generoso, e temos que ter uma vigilante distância em relação aos que têm poder, seja ele qual for… A Verdade vê-se melhor nos que servem do que nos que mandam. Às vezes havia quem lhe dissesse estas coisas todas… Mas quem o fazia, no fim, sentia sempre que tinha falado para a muralha de uma fortaleza… Na cabeça da Alzira, quem pensava e agia de modo diferente dos seus dogmas estava errado. Quem lho garantia eram os “grandes donos da verdade” a quem ela seguia de olhos vendados e Coração submisso… Não conseguia resistir à tentação de corrigir as pessoas… E não conseguia resistir também ao vício de dizer sempre a última palavra nessas conversas… Falava de uma maneira engraçada: apanhava a última frase que tinha sido dita, repetia-a e acres-centava-lhe um “mas” de modo a continuá-la com a respectiva correcção… Coitada da “Alzira Sabichona”… Nestes “diálogos” não conseguia dizer mais que três frases segui-das sem citar o que alguém tinha dito “numa vez que não sei quê” ou que tinha lido num “livro qualquer que agora não me lembro bem”… Não tinha em si própria a raiz da Verdade e o motivo das suas certezas! Todo o seu “edifício da Ver-dade” estava construído sobre alicerces alheios, fora de si… Sentia que vivia dentro de uma fortaleza onde era mais um dos peões com a responsabilidade de defender os “grandes donos da verdade” que viviam no andar mais alto da torre central da fortale-za… Mas a Verdade nunca nos põe a defender os donos de nada ou os poderosos de alguma coisa! A Verdade põe-nos atentos ao lado escondido da Vida, dá-nos uma especial sensibilidade de Coração para sintonizarmos com os problemas dos irmãos, sobretudo os mais pequenos, e uma discreta Sabedoria para fazer por eles o que está ao nosso alcance… Eu gostava de dizer à “Alzira Sabichona” que a Verdade não se disputa; prova-se! E a maneira con-creta de o fazer tem a ver com o Serviço, a Tolerância e o Acolhimento incondicional dos outros… Sei bem que lá na aldeia, havia gente que vivia assim… Já tinham chegado de tal modo ao Coração da Verdade, que sabiam muito bem que ela não se pode escrever num bocado de papel e ser imposta a ninguém… Mas isso é outra coisa… Por estes, a “Alzira Sabichona” não sentia especial afeição. E eu sei que muitas vezes rezava para que eles mudassem e descobrissem “a sua verdade”… Entretanto, ouvi dizer que Deus andava ocupado demais com a Verdade para dar valor às verdades da Alzira e dos seus mestres sabichões, os “grandes donos da verdade”...

Rui Santiago, cssr

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Susana Leite

“O que representa para os pais a catequese dos filhos?”

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Rita Fonseca

1, 2, 3... Vamos começar?! Puxa... já estás tão crescido... Será que ainda te lembras?

Amar é Viver, sorrir e brincar...

E a liberdade? Quase que se escapa da pétala...

Mas a amizade faz com que ela volte! Amar é perdoar...

Amar é... 

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Leituras Dominicais

5 | XXVII Domingo do T. Comum

Is 5, 1-7 | Sl 79,9.12.13-16.19-20 Fl 4,6-9 | Mt 21,33-43

12 | XXVIII Domingo do T. Comum

Is 25,6-10 | Sl 22,1-6 FI 4,12-14.19.20 | Mt 22,1-14

19 | XXIX Domingo do T. Comum

Is 45,1.4-6 | Sl 95,1.3.4-5.7-10 1Tes 1,1-5 | Mt 22,15-21

26 | XXX Domingo do T. Comum

Ex 22,20-26 | Sl 17,2-3.7.47.51 1Ts 1,5-10 | Mt 22,34-40

Actividades da Paróquia / Agenda Cultural

Serviços da Paróquia

Atendimento do Pároco Terça, Quinta e Sexta 17h às 19h

Secretaria

Seg. a Sexta 15h às 19h

Biblioteca Sábado 17h30 às 19h

Bar Sábado 9h às 12h 14h às 19h

Acolhimento das Crianças

Celebrações Sábado - 16h30, 19h15 Domingo - 19h

Ficha Técnica

Editorial pe. Orlando Santos

Coordenador Ricardo Ascensão

Design | Montagem Ricardo Ascensão Teresa Ascensão

Revisão Lígia Lopes

Equipa de Redacção Francisco Miranda Luís Moreira Maria Inês Rocha Rita Fonseca Susana Leite Teresa Ascensão

Colaboradores Nazaré Marques Pedro Graça Vânia Oliveira

Publicidade Altina Borges

Impressão Tipografia Araújo

Publicação On-line Pedro Graça

www.grupovitae.com

[email protected] [email protected]

Horário das Celebrações

2ª e 4ª feira - 9h 3ª, 5ª e 6ª feira - 19h Sábado - 16h30, 19h15 Domingo - 9h, 19h

Actividades da Paróquia / Agenda Cultural

"Quando ficou a sós com eles, Jesus explicou-lhes todas as suas Palavras e Parábolas..." (Mc 4, 34)

www.ASosComEles.blogspot.com

Domingo a Domingo a explicação das leituras.

Periodicidade mensal | Distribuição gratuita | 700 exemplares

Outubro 1 Dia Mundial da Música | Dia Internacional do Idoso

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4 Reunião de Catequistas | Dia Mundial do Animal

5 Implantação da República | Dia dos Habitantes dos Bairros de Lata Dia Internacional do Professor

6 Dia Mundial do Habitat

7 Dia Mundial da Ciência | Dia Nacional da Cultura Científica

8 Dia Internacional para a Prevenção dos Desastres Naturais

9 Início do Curso de Iniciação para Catequistas

10 Dia Mundial da Saúde Mental | Dia Mundial Contra a Pena de Morte

11 Dia Mundial de Combate à Obesidade

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16 Início do Curso Geral para Catequistas | Dia Mundial da Alimentação

17 Colheita de Sangue das 16h00 às 19h30 Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza

18 Colheita de Sangue das 9h00 às 12h30

19 Celebração do Baptismo | Dia Mundial das Missões

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21 Reunião de MEC’s

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23

24 Dia da ONU | Dia Mundial da Informação sobre o Desenvolvimento

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26 Reunião de Acólitos

27 Dia Internacional das Bibliotecas Escolares

28 Reunião de Leitores

29

30

31 Dia Mundial da Poupança

Novembro

1 Festa de Todos os Santos

2 Fiéis Defuntos 3 4 Reunião da Equipa Vicarial

5 6