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Tributos O CAT e suas funcionalidades Hortifruti Os desafios do setor no Estado Logística As vantagens da Plataforma de Transposição A T A C A D I S T A ATACADISTA Informativo do Sindicato do Comércio Atacadista no Estado de Goiás Ano I / Nº 2 Maio / Junho 2012 LEIA 9912287436 DR/GT SINAT

Leia Atacadista | Ano I Nº 2 / Maio - Junho 2012

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Informativo do Sindicato do Comércio Atacadista no Estado de Goiás | Ano I Nº 2 / Maio - Junho 2012

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Tributos

O CAT e suas funcionalidades

HortifrutiOs desafios do

setor no Estado

LogísticaAs vantagens da

Plataforma de Transposição

ATACADISTAATACADISTAInformativo do Sindicato do Comércio Atacadista no Estado de Goiás Ano I / Nº 2 Maio / Junho 2012

L E I A

9912287436DR/GT SINAT

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DIRETORIAPresidente: Paulo DinizEx-Presidente Imediato: Júlio Faria Neto1º Vice-Presidente: Fernando Lima SousaSuplente: Marwan Elias Youssef4º Vice-Presidente: José Divino da SilvaSuplente: Cleuza Alves de Rezende Vieira5º Vice-Presidente: Juarez Martins FonsecaSuplente: Fabrício de Freitas Domingos7º Vice-Presidente: André WatanabeSuplente: João José Felipe8º Vice-Presidente: Dalton de Souza Barros ThomazSuplente: Flávio Aloísio Miranda9º Vice-Presidente: Oladir Rodrigues dos SantosSuplente: Willian Fernandes do Amaral

10º Vice-Presidente: Marco Aurélio Alves MeloSuplente: Murilo Fernandes de Paula

Secretários1º Secretário: Silvio Zerbetto2º Secretário: Albenir Pinheiro Borges Machado3º Secretário: João Nunes Borges

Tesoureiros1º Tesoureiro: Hélio Capel Galhardo2º Tesoureiro: Manuel da Cruz Mourão3º Tesoureiro: Afrânio Lopes Rabelo

Conselho Fiscal1º Conselheiro: Alexandre Ferreira Silva2º Conselheiro: Odenir Rodrigues dos Santos3º Conselheiro: Edgar Segato Neto

Suplentes EspeciaisYuri Henrique Figueiredo DinizThiago Ala YagiMarcelo Pessoa CavalcanteMilena Jezenka Rodrigues Di SantosSilvio Gustavo ZerbettoGabriel Teixeira de Rezende

Suplentes do Conselho FiscalWagner Martins de MouraFernando Lima Sousa Filho Chrystiane Ilda dos Reis Vieira

Representantes junto à FecomércioEfetivos: Paulo Diniz e Hélio Capel GalhardoSuplentes: Manuel da Cruz Mourão e Silvio Zerbetto

Sindicato do Comércio Atacadista no Estado de Goiás

Endereço: Rua 90, no 404, Setor Sul, Goiânia (GO) / Telefone: 62 3281-2033

Site: www.sinat.com.br / Fale com o Presidente: [email protected]

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MENSAGEM EDITORIAL

Paulo DinizPresidente do Sinat

Mais uma edição da Revista Leia Atacadista chega às suas mãos, com o objetivo de informá-lo e contextualizá-lo com assuntos importantes para o nosso setor. Neste sentido, o presidente do Conselho Administrativo Tributário (CAT) e o ad-vogado tributarista Paulo Adriano Elias Magalhães nos brindam com uma esclarecedora entrevista acerca das atribuições do CAT. Outra matéria que aborda a questão de tributos é a Substituição Tributária, com os prós e os contras da medida que entrou em vigor em abril deste ano.

A venda de balcão, que resiste a agressiva inserção do e-commerce, mereceu matéria espe-cial, com os pontos de vista de quem sabe da sua relevância para a fidelização de clientes. A expan-são e os desafios do setor hortifrutigranjeiro em Goiás também são temas presentes nesta edição.

Não podemos deixar de mencionar A era da Integração, uma análise sobre as plataformas logísticas e seu papel no desenvolvimento eco-nômico do Estado. No rol de leituras não menos imprescindíveis, os artigos do psicólogo Eduardo Mesquita e do assessor jurídico do Sinat, Dr. Hélio Capel Filho.

Por meio da Leia Atacadista, esperamos contribuir com mais uma ferramenta de fortale-cimento do mercado atacadista e também com o nosso Sindicato.

Boa leitura!

Caro leitor,

ATACADISTAATACADISTAL E I A

Publicação do Sindicato do Comércio Atacadista no Estado de Goiás

Desenvolvimento

62 8524-5513 / [email protected]

Jornalista responsávelKarla Rady JP 01147 GO

Edição e direção de arteKarla Rady

ReportagensLetícia Marina

Projeto gráfico e diagramaçãoGustavo Nascimento

FotografiasEudenes Romão

RevisãoMartha Castanheiro

ImpressãoPoligráfica

ComercialObjetiva Comunicação e Marketing62 3094-3664 / [email protected]

Assessora de Capacitação e Marketing do SinatJusciene H. Rodrigues

Tiragem6 mil exemplares

A revista Leia Atacadista não se responsa-biliza pelos conceitos e opiniões emitidas pelos entrevistados ou pelos autores de artigos, nem mantém vínculo empregatí-cio com os mesmos. É permitida a repro-dução total ou parcial de seu conteúdo, desde que citada a fonte.

Foto: Eudenes Romão

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ENTREVISTA

Os dois lados da moeda

Conselho Administrativo Tribut ário (CAT)

odo contribuinte que já foi autuado pelo Fisco estadual precisou recorrer aos servi-ços do Conselho Administrativo Tributário

(CAT) e de um advogado tributarista para lega-lizar a situação. Uma simples questão jurídica pode ser entendida de várias formas, por isso, convidamos um entrevistado de cada lado do processo para evidenciar ao contribuinte as duas visões sobre o tema. De um lado, o presidente do CAT, Domingos Caruso. Antes de ser nome-ado por decreto do governador Marconi Perillo, o auditor fiscal já era um conselheiro efetivo. De outro, o advogado Paulo Adriano Elias Maga-lhães, especializado em Direito Tributário pela PUC-GO. Seu escritório, Marques, Magalhães e Lopes Advogados Associados, presta assessoria jurídico-tributária a pessoas físicas, empresas e entidades do terceiro setor nas áreas de direito privado e público.

Como atua o Conselho Adminis-trativo Tributário?Domingos Caruso: A fiscalização tri-butária estadual pode exigir tributo e penalidade do contribuinte, que este entenda não ser devido. Esta irresignação do administrado pode advir de fato novo – que a adminis-tração desconhecia no momento do lançamento; por alguma imperfeição material ou formal do ato adminis-trativo; ou ainda por divergência na interpretação do direito aplicável ao fato. Se assim for, o autuado pode, na esfera administrativa, apresentar reclamações e recursos apropriados a cada caso. O CAT, como integrante da Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz-GO), aprecia as argumenta-ções dos sujeitos passivos, decidindo pela manutenção ou pela nulidade dos lançamentos.

O senhor poderia descrever, de for-ma simplificada, o fluxograma da

T

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Os dois lados da moeda

Conselho Administrativo Tribut ário (CAT)

tramitação processual no conten-cioso administrativo tributário?Paulo Adriano: Para que se com-preenda o fluxograma da tramita-ção processual no CAT é necessário, antes, fazer uma breve exposição acerca da estrutura desse órgão no que diz respeito a sua atividade-fim de julgar, a saber: (a) Corpo de Jul-gadores de Primeira Instância, (b) quatro Câmaras Julgadoras, cada uma composta por quatro con-selheiros, dois representantes do Fisco e dois dos contribuintes, que realizam o julgamento em segunda instância; (c) Conselho Pleno, com-posto por conselheiros integrantes das Câmaras Julgadoras, que realiza o julgamento em instância especial e última, cuja sessão é presidida pelo presidente do CAT; e (d) Repre-sentação Fazendária, que defende os interesses da Fazenda Estadual na segunda instância e no Conselho Pleno. As autoridades julgadoras de

primeira instância, os conselheiros representantes do Fisco – entre estes o Presidente do CAT – e os integrantes da Representação Fa-zendária são pertencentes à carrei-ra do Fisco Estadual; ao passo que os conselheiros representantes dos contribuintes, conhecidos por “con-selheiros classistas”, são indicados pelas Federações do Comércio, da Indústria e da Agricultura, e pelos Conselhos Regionais de Economia, Contabilidade e Administração e OAB-GO. Pois bem, oferecida a im-pugnação da exigência fiscal, quem se pronunciará acerca da matéria discutida será um único julgador, chamado “julgador singular”, do Corpo de Julgadores de Primeira Instância, que proferirá decisão, materializada em uma sentença. Se essa decisão for desfavorável ao contribuinte, este poderá acessar a segunda instância do CAT mediante a interposição de recurso, chamado de “recurso voluntário”; se for desfa-vorável ao Fisco, não só a Represen-tação Fazendária poderá interpor recurso para acessar a segunda instância, mas também caberá ao julgador singular submeter sua decisão à segunda instância para que a confirme ou a reforme. Re-metido para a segunda instância, o processo será distribuído para uma das Câmaras Julgadoras, que profe-rirá decisão (acórdão). Do acórdão poderá ainda ao contribuinte ou a Representação Fazendária, em determinados casos, conforme a decisão da Câmara Julgadora seja desfavorável àquele ou à esta, o direito à interposição de recurso para o Conselho Pleno. Se houver empate na votação no Conselho Pleno, o presidente do CAT proferirá voto de desempate (voto minerva).

O acórdão proferido pelo Conselho Pleno é definitivo.

Quais são os custos para o contri-buinte se defender junto ao CAT?Domingos Caruso: Como forma de dar efetividade à utilidade social do processo administrativo tributário, não há custos para o contribuinte apresentar suas reclamações ou recursos no CAT.Paulo Adriano: A solução dos processos administrativos tributá-rios no CAT é gratuita, não impõe custas ao contribuinte, que, inclu-sive, pode se defender atuando em causa própria.

Existe um valor mínimo para de-finição dos processos que serão julgados pelo CAT?Domingos Caruso: A adminis-tração tem o dever de garantir a prestação judicante ao administra-do, independentemente do valor do crédito tributário lançado. O processo será julgado em instância única, quando se referir a Auto de Infração cujo valor atualizado do crédito tributário não exceda a R$8.180,55, na data de sua lavra-tura. Garante-se o duplo grau para os demais.

Existem levantamentos esta-tísticos capazes de informar ao contribuinte e ao Poder Público os números sobre a atuação do contencioso administrativo? Domingos Caruso: A produção do CAT é essencialmente intelectual, sendo confeccionadas, em primei-ra e segunda instância, peças de qualidade, algumas referenciadas por operadores de direito em geral, como auditores fiscais, advogados e juízes de fazenda pública estadual.

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A Primeira Instância de Julgamento teve, recentemente, a oportunidade de alterar paradigmas, incremen-tando a qualidade de suas decisões. No Conselho Pleno tivemos um aumento de 17% no número de julgamentos realizados, que cor-responderam a 94% de acréscimo nos valores analisados. A carga de trabalho foi muito intensificada e os Conselheiros responderam com elevado espírito público. Com o esforço dos julgadores e dos demais integrantes do CAT, no ano passa-do, foram realizadas cerca de 12 mil apreciações de processos, que totalizaram aproximadamente 8,4 bilhões de reais.Paulo Adriano: Sabe-se que há números levantados dentro do CAT que se destinam ao controle geren-cial interno, porém esses números não são divulgados. Não há informa-ções destinadas aos contribuintes, nem para a sociedade em geral, acerca da produtividade do CAT.

Existem diferenças entre o CAT, no modelo que temos hoje em Goiás, e o Tribunal de Impostos e Taxas (TIT), como adotado em algumas unidades da Federação? Domingos Caruso: O CAT e o TIT apresentam estruturas muito seme-lhantes. Possuem duplo grau de ju-risdição e seus julgadores são nome-ados pelo governador para exercício por tempo determinado. A principal diferença entre eles é a subordinação administrativa. O TIT é subordinado à Coordenação de Administração Tributária, órgão que na estrutura da Sefaz-GO corresponderia à Su-perintendência de Administração Tributária ou Superintendência da Receita Estadual. Por seu turno, o CAT é subordinado diretamente ao Secretário da Fazenda.Paulo Adriano: Não existem di-ferenças porque os Tribunais de Impostos e Taxas (TITs), assim como

o CAT, também estão vinculados ao gabinete dos respectivos secre-tários da Fazenda. Independente-mente da denominação que lhes seja dada – Tribunal, Conselho etc. –, os órgãos administrativos de julgamento de litígios tributários que viessem a ser diretamente vin-culados aos gabinetes dos chefes do Poder Executivo das unidades da Fe-deração, portanto fora da estrutura das secretarias da Fazenda, fariam, sim, diferença, porque, por razões evidentes, implicariam mais inde-pendência dos julgadores adminis-trativos, sejam os de primeira ou de segunda instância, principalmente daqueles pertencentes às carreiras dos Fiscos estaduais. Não se quer dizer com isso que os julgadores do CAT não tenham independência; quer-se dizer que teriam mais in-dependência se desempenhassem suas funções em um órgão admi-nistrativo de julgamento vinculado diretamente ao gabinete do chefe do Poder Executivo.

Sobre a participação, de um lado, de julgadores designados por enti-dades representantes de empresas e, de outro, de representantes do Fisco, qual é a importância dessa dupla composição? O que faz cada um desses atores processuais?Domingos Caruso: A composição mista dá maior legitimidade às de-cisões. Os representantes do Fisco contribuem com seu conhecimento da legislação e dos levantamentos realizados. Já os representantes dos contribuintes trazem para o Conselho sua experiência na ativi-dade empresarial, na advocacia e na contabilidade. Todos devem possuir notório saber jurídico, e com respei-to mútuo constroem a imagem do Conselho, junto aos sujeitos passi-vos e à sociedade em geral.Paulo Adriano: O CAT cuida de de-cidir litígios tributários, de extremo

Os órgãos administra-tivos de julgamento

de litígios tributários, se vinculados direta-mente aos gabinetes dos chefes do Poder Executivo, fariam a diferença pois impli-

cariam em mais inde-pendência dos julga-

dores administrativos, principalmente da-

queles pertencentes às carreiras dos Fiscos estaduais

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Paulo Adriano

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conflito de interesses, onde, de um lado, o Fisco busca sempre arrecadar o máximo valor a título de tributo que, segundo a sua interpretação, a lei tributária autoriza; e, de outro, o contribuinte pretende recolher o mínimo que, consoante a sua inter-pretação, aquela mesma lei permite. Assim, por ocasião dos julgamentos, é natural que os conselheiros represen-tantes do Fisco, por serem auditores fiscais do Estado, tendam, de várias interpretações possíveis da lei tribu-tária, a adotar aquela que maximize a satisfação dos interesses de arre-cadação da Fazenda estadual. Igual-mente, é natural que os conselheiros representantes dos contribuintes, indicados por entidades privadas representativas de setores econô-micos e por conselhos regionais de profissões liberais, pendam, diante das mesmas interpretações possíveis, a adotar a que maximize a satisfação dos interesses dos contribuintes. A dupla composição do CAT, portanto, não só é recomendável, é medida necessária mesmo, para que esses lití-gios sejam solucionados com máximo sopesamento de entendimentos que tendem a ser antagônicos diante de mais de uma interpretação possível da lei tributária.

Na sua visão, como é a receptivi-dade dada ao defensor do contri-buinte que atua no CAT?Domingos Caruso: No CAT são apre-ciadas as questões de fato e de di-reito apresentadas pelos defensores dos contribuintes. Considerando as avaliações positivas realizadas pelos advogados que operam no CAT, em especial aqueles que são mais atu-antes, avalio que são bem atendidos, pelos julgadores e pelo quadro de apoio do Conselho. Mas sempre se deve avançar, e por isso, nos esme-ramos no atendimento às reivindi-cações apresentadas pela OAB e por advogados, individualmente.

Paulo Adriano: De modo geral, o defensor do contribuinte é muito bem atendido no Conselho Admi-nistrativo Tributário. A ressalva que nós, advogados, fazemos é a falta de espaço e horário para sermos atendidos pelos conselheiros fora das sessões de julgamento. Esse atendimento é essencial quando há necessidade de se esclarecer ou de se pedir a atenção especial para alguma particularidade do litígio administrativo que irá colaborar para a busca da verdade dos fatos e, portanto, para a justa solução desse litígio. Não é demais lembrar que a própria Lei Orgânica da Ma-gistratura Nacional (LOMAN – Lei Complementar nº 35/79) impõe ao juiz o dever de atender partes e advogados. É necessário acabar de uma vez por todas com a idéia de que há algo de errado no fato de o julgador administrativo ou judicial atender o advogado, fora das ses-sões de julgamento, para tratar de assunto relacionado ao processo administrativo tributário ou judicial.

Existem dificuldades encontradas por contribuintes e representan-tes no contencioso administrativo tributário?Domingos Caruso: Sim. As princi-pais se relacionam à compreensão da legislação aplicável. Os próprios

fatos tributáveis pelos tributos es-taduais, muitas vezes demandam levantamentos complexos, de difícil entendimento.Paulo Adriano: De uma maneira geral, não. Colabora muito para a minimização dessas dificuldades a boa qualidade da lei que regula o processo administrativo tributário no âmbito do Estado de Goiás (Lei nº 16.469/2009), reconhecida por todos que atuam no CAT. Deve-se dizer também que, dada a informa-lidade que até certo ponto preside o processo administrativo tributário, os meios de defesa do contribuinte são até mais amplos que no proces-so judicial. Nas sessões de julgamen-to, por exemplo, dependendo da complexidade da matéria a decidir, inúmeras diligências são determina-das para que se busque a verdade dos fatos; não há rigor obsessivo na observância do tempo previsto em lei para a sustentação oral das razões da Representação Fazendá-ria e do contribuinte e, não raro, os conselheiros concedem a ampliação desse tempo. Pode-se afirmar, com toda a segurança, que o processo contencioso administrativo tribu-tário goiano é bastante avançado.

O conselheiro tem total liberdade de julgamento para ser imparcial? Existe a possibilidade de haver, no

Paulo Adriano Elias Magalhães, advogado especializado em Administração Tributária

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julgamento de processos pelo CAT, alguma forma de “julgamen-to encomendado” ou favoreci-mento parcial motivado por algu-ma espécie de pressão política ou econômica?Domingos Caruso: O Conselheiro tem garantia de imparcialidade ofe-recida pela lei e pela própria adminis-tração. O governador tem optado por uma gestão eminentemente técnica, e isso nos é evidenciado diretamente pelo Secretário da Fazenda. Pressões políticas ou econômicas podem ocorrer no CAT, como podem ocorrer em qualquer órgão julgador, admi-nistrativo ou do poder judiciário. Mas a transparência de procedimentos e as decisões colegiadas minimizam a possibilidade de influência efetiva nas nossas decisões, até pelo seu caráter preponderantemente técnico e vinculado à lei.Paulo Adriano: Existem dois princí-pios no processo judicial que, feliz-mente, também vigoram no nosso processo administrativo tributário: o da livre apreciação das provas e o de que toda decisão deve ser

fundamentada, atendidos os fatos e circunstâncias constantes dos autos do processo. Esses princípios assegu-ram aos conselheiros a liberdade de julgamento e, se bem observados, levam naturalmente à imparciali-dade das decisões do CAT. Sobre a possibilidade de haver alguma forma de “julgamento encomendado” ou favorecimento por alguma espécie de pressão política ou econômica, desconheço que isso tenha ocorrido. O que se espera é que nunca ocorra, sob pena de o CAT perder sua credi-bilidade, amplamente reconhecida por todos que nele atuam.

O processo administrativo tributá-rio eletrônico vem sendo alardeado como uma meta a ser cumprida pe-los órgãos julgadores administra-tivos. Afinal, quais são os possíveis efeitos, positivos e negativos, na prática da rotina processual, seus custos, bem como na entrega da justiça tributária ao contribuinte?Domingos Caruso: Sem dúvida, o processo eletrônico é excelente al-ternativa ao tradicional, já adotada por diversos tribunais e órgãos judi-cantes administrativos. Trata-se de substituir o processo em papel pelo virtual, com acesso e envio de peças através da rede mundial de compu-tadores. Todavia, se faz necessário muito cuidado em seu planejamento e implantação, para que se tenha se-gurança e qualidade na nova solução, de forma a efetivamente facilitar e diminuir o custo para os administra-dos, além de tornar mais eficiente a prestação judicante, na busca pela justiça fiscal. Paulo Adriano: É bastante salutar a implantação do processo eletrô-nico ou digital, porque proporciona mais celeridade ou rapidez aos atos processuais e custos menores para o Estado e para o contribuinte. Por exemplo, ao possibilitar o protocolo de petições e intimações por meio

eletrônico, não só se evitam deslo-camentos de contribuintes, advo-gados e servidores estaduais, mas também se proporciona economia de tempo para todos. A implanta-ção do processo digital, portanto, traz vantagens para todos. Devem ser tomadas, entretanto, algumas precauções na sua implantação. Em primeiro lugar, deve-se assegurar o acesso fácil dos contribuintes, seus advogados e demais interessados ao processo eletrônico. Em segundo lugar, há que se elaborar um sistema operacional de simples compreen-são. Finalmente, seria recomendável que, durante um certo tempo, após a implantação do processo digital, se mantenha à disposição dos in-teressados o processo físico como alternativa, até que eventuais falhas sejam sanadas e haja uma ampla assimilação deste novo conceito de processo. É que, como tudo que resulta de uma inovação não nasce perfeito, há dificuldades que só a prática vai revelar. O processo ad-ministrativo tributário eletrônico, uma vez implantado, demandará, inevitavelmente, aperfeiçoamentos. Isso é o que foi adotado pelo Poder Judiciário na implantação do pro-cesso judicial eletrônico.

Durante o Congresso Brasileiro de Contencioso Administrativo Tribu-tário, realizado em dezembro de 2011 em São Paulo, o presidente do Conselho Superior de Direito da Fecomércio-SP, tributarista Ives Gandra Martins, declarou que o País vive um momento crítico em relação às garantias processuais constitucionais no contencioso ad-ministrativo tributário. De acordo com Ives Gandra, desde a Emenda Constitucional no 45, os julgadores administrativos tem obrigação de decidir conforme orientações resultantes dos processos de reper-cussão geral (muitas vezes ainda

Domingos Caruso, presidente do Conselho Administrativo Tributário (CAT)

Foto: Ascom CAT

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nem transitados em julgado) e das súmulas vinculantes. Qual é o seu entendimento sobre o tema? O Conselho Administrativo Tribu-tário de Goiás vem adotando tal procedimento?Domingos Caruso: Entendemos que é positiva qualquer medida que, res-peitando o direito à ampla defesa, incremente a celeridade e contribua com a razoável duração do proces-so, tanto na esfera judicial quanto administrativa. Sendo o Supremo Tribunal Federal o guardião da Cons-tituição Federal, é conveniente que as suas decisões definitivas tenham efeito vinculante relativamente aos órgãos do Judiciário e do Executivo, nas diferentes esferas. Como até o momento foram aprovadas poucas súmulas vinculantes relacionadas ao direito tributário material, e so-mente uma diretamente relacionada ao ICMS, ainda não tivemos a opor-tunidade de aplicar este instituto processual no CAT, mas certamente o faremos, futuramente.Paulo Adriano: O tema não é unâ-nime entre juízes, órgãos adminis-trativos de julgamento, advogados, enfim, entre todos que atuam no Direito. Há uma corrente que é favorável às decisões com repercus-são geral e às súmulas do STF, com efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, por entender que elas conferem maior rapidez aos proces-sos judiciais ou administrativos, de forma que as respectivas soluções finais são mais breves e no mesmo sentido. Há uma segunda corrente que é contra, pois, no seu enten-dimento, conferir efeito vinculante às decisões com repercussão geral e às súmulas do STF se traduziria em engessar a interpretação e aplicação do Direito, tolhendo dos demais órgãos aplicadores das leis

a sua independência quanto ao julgamento de causas de suas res-pectivas competências. Não se pode negar razão a qualquer das correntes. É insustentável, hoje, o volume de processos que estão em curso nos órgãos de julgamento, principal-mente nos judiciais, cujas soluções finais levam longos anos. Todos são unânimes em afirmar que “a entrega da justiça tardia não é justiça”. Por outro lado, as leis regulam os fatos que ocorrem na vida da sociedade e esses fatos estão em permanente estado de mudança, de forma que estão a reclamar, igualmente, a per-manente evolução da interpretação e aplicação do Direito por parte dos órgãos judiciais e administrativos de julgamento. Como se vê, o tema é complexo. De qualquer forma, por razões pragmáticas, filio-me àquela primeira corrente, com ressalvas. O caso concreto a ser julgado deve guardar, com todas as suas particu-laridades, estreita semelhança com o que foi decidido com repercussão geral e com os precedentes da súmu-la do STF, sob pena de se aplicar uma norma legal onde ela não é aplicável e, portanto, não se realizar a justiça. Exigem-se, portanto, muito critério e atenção redobrada dos órgãos ju-diciais e administrativos por ocasião do julgamento, principalmente na investigação dos precedentes do STF. No que diz respeito ao CAT, há um recomendação legal para que acate, em julgamento, a jurisprudência consolidada dos tribunais superiores, em suas composições unificadas, obedecidos os critérios de conven-cimento da autoridade julgadora. Não se pode esquecer, todavia, que, em se tratando de decisões com re-percussão geral e de súmulas do STF, impõe-se o seu efeito vinculante para os julgamentos do CAT que vierem a versar sobre a mesma matéria objeto dos precedentes do STF, por expresso mandamento constitucional.

O Conselheiro tem garantia de imparcia-lidade oferecida pela lei e pela própria ad-ministração. O gover-nador tem optado por uma gestão eminen-temente técnica, e

isso nos é evidencia-do diretamente pelo Secretário da Fazen-da. Pressões políticas ou econômicas po-

dem ocorrer no CAT, como podem ocorrer

em qualquer órgão julgador,

administrativo ou do poder judiciário

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Domingos Caruso

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EMPRESAS EM DESTAQUE

Conheça as iniciativas e os investi-mentos de empresas que sabem que o segredo do sucesso passa por uma combinação de boas ideias e execução primorosa. O cuidado na prestação de serviço e a capacitação do quadro profissional são outros diferenciais de quem se destaca no cenário empresarial.

Quando uma ideia se torna um negócio de sucesso

A PC Sistemas é uma empresa es-pecializada em desenvolver soluções de gestão empresarial para toda a cadeia de distribuição, em especial o atacado distribuidor, no qual é líder absoluto no segmento, atendendo pequenos, médios e grandes distribuidores. Há 26 anos no mercado e 30% de Market sha-re, a companhia investe em tecnologia e qualidade para melhorar ainda mais o seu serviço. Segundo Selva Tassara, diretora de comunicação e marketing do Grupo PC Sistemas, a empresa inves-tiu mais de R$ 2,4 milhões no CEILOG Ana Patrus – Centro de Excelência e Inovação em Logística Ana Patrus, em Goiânia. O espaço contempla um dos primeiros laboratórios de RFID da Amé-rica Latina de iniciativa privada.

Agora, a companhia se prepara para a maior feira do segmento ataca-dista, a ABAD 2012, apresentando ao mercado suas soluções de mobilidade e de alta tecnologia, aptas a atender com 100% de aderência as demandas sempre crescentes do segmento. Neste ano, o

Gestão empresarialGrupo ainda pretende investir ainda mais na qualidade de seus produtos e no apoio aos parceiros e clientes, através do seu Centro de Ensino, núcleo qualificado do Grupo PC, que oferece aos usuários do WinThor treinamento e capacitação para o melhor uso da solução, o que pode ser feito presencialmente, nas unidades da PC Sistemas, ou remotamente através do ensino à distância.

Especializada na fabricação e comercialização de tendas e coberturas especiais, a Visual Tendas é conhecida por traba-lhar com os melhores fornecedores de matérias-primas e pela utilização de materiais com aditivação anti-UV e retardante de chamas para coberturas de todas as proporções. “A qualidade dos produtos é o nosso maior diferencial”, afirma Marcelo Gonçalves, Diretor Comercial da Visual Tendas. Ele conta que a empresa utiliza estruturas metálicas galvanizadas, antioxidantes e altamente resistentes. Sempre pensando na segurança de seus clientes, a empresa inaugura seu Departamento Técnico de Engenharia. O local é registrado no Conselho Regional de

Investimento em tecnologia

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Quando uma ideia se torna um negócio de sucesso

Engenharia e Agronomia de Goiás (Crea-GO) e funciona em tempo inte-gral. O departamento será responsável por testar a qualidade de todos os produtos da empresa.

Quanto aos produtos, Marcelo Gonçalves conta que a empresa está inovando na fabricação de galpões para armazenagem, tanto para venda quanto para locação. Outros investimentos abrangem tendas sanfonadas e piramidais, telas de sombreamento e coberturas para palcos. Inovação e tecnologia – palavras-chaves da empresa para 2012.

A Pharma Distribuidora tem muito a comemorar. Várias mudanças foram anunciadas para 2012, dentre elas, a transferência da sede para Aparecida de Goiânia, em local cuja área é duas vezes maior do que a atual. A mudança possibilita a busca de no-vas parcerias e contratos. Quanto aos parceiros, os números continuam cres-cendo. Segundo o diretor-comercial, George Luiz de Freitas (foto), o volume de negócios aumentou 50% em rela-ção ao ano anterior.

A empresa iniciou uma grande parceria com a Hypermarcas e con-solidou a distribuição e operação

Crescimento em altalogística do Laboratório Kley Hertz – um trabalho com descontos diferen-ciados em todos os medicamentos da Farmácia Popular (Governo Federal).

Outra novidade é que a Pharma implantou uma linha completa de produtos, a Neo Química Genéricos, e conta com lançamentos dos La-boratórios Teuto (40 produtos), Kley Hertz (12 produtos) e Multilab (linha genérica). A aposta da empresa é no treinamento de seus colaboradores. “Estamos nos aperfeiçoando por meio de vários cursos e treinamentos disponibilizados pelo Sinat”, conta o diretor-comercial. A empresa acredi-. A empresa acredi-

ta que a satisfação do cliente é o principal diferencial. Por isso, conta com um portfólio de mais de 2 mil itens e mais de 100 pes-soas empenhadas em atender bem o cliente.

A empresa Tecidos Tita tem mais de meio século de história. Nesse período, se consolidou no mercado, sempre apresentando novidades, com preços baixos e valorizando a qualidade dos seus produtos. A empresa é, hoje, líder no mercado de Tecidos, Confec-ções, Cama, Mesa e Banho. Tam-bém é uma grande importadora de tecidos, sempre focada nas tendências da moda.

Neste ano, a meta é inves-tir forte na linha hotel, a fim

Valorização dos profissionaisde atender as necessidades dos clientes e ampliar os negócios neste setor. O grande diferencial desse produto é que a linha é completa e profiline, ou seja, é bem mais re-sistente que as demais. A empresa mantém contato direto com os grandes fornecedores e, por isso, o seu estoque é sempre diversificado.

Maria Fernandes de Góes Ma-druga, presidente da empresa, acom-panha de perto os negócios e diz que o diferencial da empresa é a valorização dos seus funcionários.

Ela faz questão de compartilhar momentos de alegria com os cola-boradores, pessoas por quem nutre imenso carinho. Por isso, não abre mão de comemorar com eles datas importantes como o Natal, a Festa Junina e o Dia das Crianças.

Segundo Cleuza A. Rezende Vieira, gerente de Recursos Humanos que trabalha na empresa há 32 anos, “um dos motivos primordiais para o crescimento e o sucesso da empresa é a motivação e o apoio que a equipe recebe de seus administradores”.

Foto: Eudenes Romão

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PLATAFORMA DE TRANSPOSIÇÃO

A era da integração

riadas em 1960 pelo Grou-pement Européan D’intérêt Economique, na França, a

fim de substituir os serviços presta-dos pelos terminais de carga (tidos como ineficientes já à época), as pla-taformas logísticas também tinham como intuito melhorar a concorrên-cia entre as empresas, desenvolver a economia e contribuir para a criação de empregos diretos e indiretos, significando um importante avanço ao desenvolvimento.

Dentre alguns de seus benefícios estão a racionalização da atividade lo-gística, o fomento da intermodalidade, a promoção de ganhos ambientais, a contribuição para o desenvolvi-mento sustentável, o aumento da competitividade das operações logísticas – sejam elas de suprimen-tos, de produção, de distribuição ou de desafogamento do tráfego nos centros urbanos – e a melhora da acessibilidade e da modalidade.

Segundo o presidente do Sin-

Dinamizar e otimizar processos internos e ex-ternos são alguns dos objetivos das gestões logísticas que, por meio de várias ferramentas, dentre elas a plataforma de transposição, contribuem para uma maior competitividade diante da internacionalização do processo pro-dutivo e de consumo, além da minimização dos impactos ambientais.

C Goiás no centr o das atençõesSituado no coração do

País, o Estado tem atraído cada vez mais o interesse de grandes indútrias, que encontram em sua logística extremamente favorável, uma boa oportuni-dade de redução de custos e consequente aumento de lucro. Este fato tem impulsionado os governos federal e, principal-mente, estadual a investirem na infraestrutura goiana, a fim de garantir a instalação de um número crescente de indústrias e o incremento de suas divisas. A construção das ferrovias Norte-Sul e Leste-Oeste são bons exemplos disso.

Esse potencial também tem garantido a instalação de

dicato das Empresas de Transportes de Cargas do Estado de Goiás (SE-TCEG), Paulo Afonso Rodrigues da Silva Lustosa, a plataforma logística de transporte ainda “possibilita maior oferta de transportes multimodais, reduz custos totais, proporciona maior disponibilidade de armazenamento especializado e concentra serviços acessórios para transporte de carga, trazendo maior acessibilidade”.

As vantagens são realmente atraentes para os empresários e para a sociedade que necessitam do ser-viço. Além dos itens citados acima, estimativas mostram que a redução de custos logísticos em plataformas pode chegar a até 12%.

O transporte de cargas em Goiânia

A capital do Estado tem um grande número de empresas que necessitam do serviço de transporte para as atividades de comércio. Mas será que Goiânia consegue suprir as

16 I LEIA ATACADISTA

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necessidades deste setor?Segundo o presidente da SETCEG,

a cidade ainda precisa melhorar o seu transporte de mercadorias. “Como toda grande cidade, Goiânia sofre com a falta de infraestrutura. No tocante ao transporte de carga, a falta de infraestrutura viária é a que mais impacta o serviço de distribuição e de entregas”, diz. “É claro que outros aspectos da organização urbana afetam demasiadamente o segmento de transporte de carga, um deles é

Goiás no centr o das atençõesempresas especializadas em logís-tica, como é o caso do Porto Seco de Anápolis, um terminal privado de uso público. Os Portos Secos, ao lado das Zonas de Atividades Logísticas Portuárias (ZALs), dos Centros de Carga Aérea (CCAs) e das Plataformas Logísticas Inter-modal ou Multimodal (PLIs ou PLMs), constituem tipos diferentes de plataformas logísticas de trans-posição, segundo definição dada pela Europlataforms, a Associação Europeia de Plataformas Logísticas.

A movimentação do Porto Seco de Anápolis nos últimos anos evidencia a crescente demanda de Goiás no que tange a utilização das plataformas logísticas. Somente em 2010, operando com apenas 37%

da importação goiana, a empresa movimentou mais de U$2,05 bi-lhões em produtos.

Apesar disso, a situação tem muito que melhorar. Mesmo sendo o Porto Seco de Anápolis o terceiro maior em movimentação dentre os outros 62 do mesmo tipo existentes no Brasil, a maioria da carga ainda é desembaraçada no Espírito Santo, em São Paulo e no Rio de Janeiro, fato que diminui a geração de em-pregos e de dividendos para Goiás. Quanto maior o desembaraço de carga no Estado, maior a retenção, aqui, do Imposto Internacional (II), do IPI, do ICMS e do Imposto de Renda. Ainda assim, o desembaraço da carga no Estado ainda não é uma exigência do governo goiano.

Fotos: Ascom/ Porto Seco Centro-Oeste

Presidente do SETSEC, Paulo Afonso Rodrigues

Foto

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Rom

ão

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LEIA ATACADISTA

Promessa de integração totalA construção da primeira

central de inteligência logística do Brasil, anunciada pelo go-verno do Estado em 2010, tem sido aguardada com otimismo, pois visa à integração de todos os eixos logísticos. A Platafor-ma Logística Multimodal de Goiás (PLMG) será instalada em Anápolis.

“Este conceito é bastante interessante para os operado-res de transporte, bem como

para os usuários do sistema. Uma vez estruturada, a plataforma oferecerá todas as condições necessárias para o desenvolvimento da atividade de transporte em seus vários modais. Isto fará com que mais empresas especializadas em distribuição avan-çada se interessem em estabelecer suas unidades em Goiás”, diz Paulo Afonso sobre o projeto.

O projeto visa à integração entre todos os meios de transporte existentes no País. Terá a Ferro-via Centro Atlântica, Porto Seco Centro-Oeste S.A., Ferrovia Norte-Sul, Rodovias e uma Hidrovia; e é dedicado, especialmente, aos ope-radores logísticos, transportadoras, redes atacadistas, varejistas e cen-tros de distribuição de empresas.

ViabilidadeO projeto prevê instalações

físicas adequadas para atender cada perfil de usuário. Além disso, o local é próximo aos principais polos de consumo do Centro-Oeste e Sudeste, com destaque para Goiânia, Brasília e Triângulo Mineiro.

A Plataforma Logística Mul-timodal de Goiás significa, ainda, otimização de tráfego e cargas, variação da integração logística, diversificação de serviços e acesso à tecnologia de informação para as empresas que se instalarem no local. Com isso, o processo de logística de transposição deverá atingir novos patamares em Goi-ás, em um ritmo irreversível de progresso e desenvolvimento, com avanço em vários setores da economia, tanto para os setores primário, secundário e terciário quanto para a população.

Além de otimizar serviços, as plataformas de transposição são uma fonte de divisas para Goiás

Emanoel Jovino Silva, gerente comercial da Nisa Hyundai: “Proibição aumentou as vendas do modelo de pequeno porte”

o transporte urbano de passageiros. A falta de oferta de serviços com qualidade e em quantidade necessárias nesta vertente faz com que as nossas vias estejam sistematicamente sobrecarregadas, dificultando a locomoção”, acrescenta.

Outro aspecto muito comen-tado pelo setor de transporte recen-temente foi a proibição de veículos pesados na Capital. Apesar da classe empresarial atacadista ter esboçado certa preocupação quanto à medida, o presidente da SETCEG garantiu que a prestação de serviços não foi preju-dicada. “A proibição é somente para veículos com mais de 8 metros e mais de 7 toneladas, o que não prejudica a distribuição e as entregas na zona delimitada”, conclui.

A proibição trouxe, ainda, oportunidade de negócios para al-guns. O Gerente Comercial da Nisa Hyundai, Emanoel Jovino da Silva, afirma que a proibição de veículos pesados na capital aumentou a ven-da do modelo HR Hyundai, um cami-

nhão de pequeno porte e, por isso, livre da restrição. “A alta nas vendas foi de 50%. Antes, vendíamos 5 veículos. Hoje, a média aumentou para 15. Quem tem que andar nesse trânsito intenso optou pelo nosso modelo”, explica Emanoel.

Foto: Eudenes Romão

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as últimas décadas do século XX, vivemos sob o te-mor do fim do mundo. Muitas crenças alimentavam a certeza de que tudo acabaria antes da virada do

século, o que felizmente se provou um equívoco. Agora temos novas crenças, afirmando que tudo acabará em 2012, mais precisamente, no dia 21 de dezembro. Acredito que finalmente alcançamos um grau de entendimento que nos permite decifrar esse fim do mundo, que não será uma destruição em larga escala, mas sim uma grande mudança de forma abrangente, geral e irreversível.

Já vemos isso sendo gestado nas organizações. Ou alguém ainda alimenta a tola ilusão de que os compor-tamentos e padrões válidos no século passado ainda são úteis atualmente? As organizações que possuem a firme intenção de sobreviver às grandes transformações que o mercado exige já iniciaram seu movimento de melhoria, desenvolvimento e aprimoramento para poder vivenciar as oportunidades que se avizinham no vaticínio de 21 de dezembro. Estou falando das relações da empresa. Afinal de contas, empresas são feitas de relações. Relações das pessoas que compõem essa empresa, relações com clientes, fornecedores, parceiros e com a comunidade. Em última instância, falamos da relação da equipe com a marca da empresa. Relações que não se tornam belas e prósperas com o toque de uma vara de condão ou com o grito furioso de um chefinho tirano. Relações são construídas e geridas ao longo do tempo.

Vejo essa preocupação nas campanhas de Formação de Lideranças e Desenvolvimento Gerencial que condu-zimos nas nossas empresas-clientes, quando criamos um padrão de desenvolvimento e treinamento para propor-cionar verdadeiras lideranças às organizações. E digo que vejo isso porque a principal necessidade de melhoria dos atuais gerentes e gestores reside no estabelecimento, cul-tivo e manutenção das relações. Não basta mais acreditar que a autoridade será suficiente para manter uma equipe coesa e produtiva, ou que mimos e presentinhos baratos serão suficientes para manter clientes leais e lucrativos, ou ainda que o peso de uma marca ou o tamanho de uma empresa serão suficientes para manter parceiros dedicados e comprometidos.

2012, o fim do mundo (como o conhecemos)

Precisamos de maior dedicação às relações. Isso é feito diariamente, cotidianamente e em cada opor-tunidade de contato que temos. Se estamos pensando em nossas equipes profissionais, já é óbvio que pagar salários em dia, proporcionar benefícios tímidos e bo-nificações por produtividade não são mais suficientes. Precisamos criar vínculos com nossos profissionais que os provem valiosos, importantes e parte do processo. Precisamos de menos chefes e mais de verdadeiros líde-res que se envolvam na operação junto de suas equipes, que se mostrem parceiros e orientadores, que sejam rigorosos na cobrança dos resultados, mas humanos no trato com os profissionais. Precisamos, enfim, deixar o mundo que conhecíamos morrer e descansar em paz. Chega de gritos, chega de contratos leoninos, chega de oportunismo maldoso, chega de achar que para um ga-nhar outro precisa perder. Nesse novo mundo que temos prenhe, prestes a nascer, as pessoas são orgulhosas de suas funções e das empresas que trabalham. Nesse novo mundo já experimentado por muitas organizações, o investimento no conhecimento e na capacitação passa a ser parte estratégica da operação. Nesse novo mundo, teremos pessoas sendo tratadas como seres humanos, resultados sendo tratados como desafios e o retorno de nossos esforços poderá ser chamado de lucro. Sem ne-nhuma vergonha de termos sucesso com o nosso suor.

Esse novo mundo que se esparrama no mercado pede por profissionais novos, de posturas novas e com uma visão de mundo e de pessoas baseada na parceria, na confiança e no ganho mútuo. Esse novo mundo é o nosso mundo. E ele se constrói a cada aperto de mão, a cada sorriso sincero, a cada equipe que se une para novas conquistas.

Eduardo Mesquita

N

Eduardo Mesquita é psicólogo, consutor de RH e diretor da IDEA.

facebook.com/eduardoinimigoTwitter: @eduardoinimigo

[email protected]

Foto: Marina Marques

LEIA ATACADISTA I 19

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HORTIFRUTIGRANJEIRO

Éum bom momento para o cres-cimento do setor Hortifruti-granjeiro em Goiás. Os índices

registrados em 2011 só comprovam este fato. O agronegócio, em geral, conseguiu alavancar o Produto In-terno Bruto (PIB) brasileiro em 5,7%. O crescimento do setor registrado neste mesmo período foi de 7,36%, um índice considerado muito bom quando analisamos a atual situação do mercado europeu.

Não é surpresa que Goiás se destaque neste quesito. O Estado é considerado o 4º maior produtor agrí-cola do País e contribui imensamente para os resultados positivos citados acima. Segundo o diretor-técnico da Central de Abastecimento de Goiás S.A. (Ceasa-GO), Orlando Kumagai, a instituição comercializou cerca de 800 mil toneladas de produtos em 2011. Esse número representa uma parti-cipação de Goiás em torno de 53%.

“A economia ligada à produção hortifrutigranjeira não é planificada, como qualquer outro produto de ori-gem agropecuária. Ainda assim, pude-mos observar o aumento de consumo

de frutas finas (sul do Brasil) em Goiás, embora somente a uva tenha crescido em produção no Estado. Expandiu-se, também, a área plantada de laranja, banana e maracujá. Em contrapartida, houve um decréscimo na oferta de abacaxi e grande oscilação na oferta de legumes e verduras”, explica.

O presidente da União de Ata-cadistas e Produtores de Hortifruti-granjeiros de Goiás (Uniap), Wilton César Sousa, pontua a importância do Estado para a produção nacional. “Goiás é um grande produtor de hor-tifrutigranjeiro, sua participação no mercado nacional, hoje, já é bem re-levante. Este setor está modernizando na forma de produção, com aquisição de novos equipamentos e manuseios mais eficientes”.

Pesquisas indicam que a pro-dução hortifrutigranjeira aumentou consideravelmente nos últimos anos. Um aspecto importante, já que a população também cresce continu-amente. Sobre esta questão, Orlando Kumagai confirma que a safra goiana consegue suprir a necessidade do Estado. No entanto, alguns produtos

Apesar de se destacar como o 4º maior produtor agrícola do País, Goiás precisa de investimentos para poder crescer mais. Em reunião recente entre produtores e órgãos públicos estaduais, a classe reclamou da falta de incentivos à pesqui-sa, fomentos governamentais e da pouca oferta de mão-de-obra qualificada, dentre outros.

Bons frutos: o agronegócio alavancou o PIB brasileiro em 5,7% em 2011

20 I LEIA ATACADISTA

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dependem dos fatores climáticos, por isso, é necessário recorrer a outros Estados produtores.

“Existem produtos para os quais Goiás não oferece aptidão à produção, como a maçã, a nectarina e o pêssego. Outros têm períodos específicos de safra local. Um exemplo é a melancia: há períodos do ano em que pratica-mente só existe produção em Goiás e Tocantins. Há, ainda, os que são produzidos aqui o ano todo, mas que, normalmente, não têm seus períodos de safra coincidentes com os de ou-tras regiões”, afirma.

Já o presidente da Uniap acres-centa um novo tópico à esta discus-são. Ele questiona a baixa tecnologia empregada na produção de frutas, verduras e legumes como um dos fatores que atrapalham o comércio Hortifrutigranjeiro no Estado.

Orlando Kumagai, diretor-técnico

da Ceasa

21 I LEIA ATACA-

Foto: Divulgação

Foto: Eudenes Romão

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LEIA ATACADISTA I 22

Para resolver esta questão, ele cobra maior integração entre o setor produtivo e o comercial. Para Wilton César isso traria maior esta-bilidade de preços e a melhoria da qualidade dos produtos. “Também traria benefícios e vantagens para o consumidor”, conclui.

Qualidade acima de tudoUma questão que se reflete na

mesa e na saúde do consumidor é a fiscalização para controle da quali-dade dos produtos comercializados. Para garantir que as pessoas recebam sempre o melhor em suas casas, é preciso fiscalizar a distribuição. Para tanto, a Ceasa efetua, periodica-mente, fiscalizações com intuito de verificar a seleção de verduras, frutas e legumes que serão distribuídos à população goiana por meio da rede comercial. Cada produto tem uma classificação que possibilita ao órgão acompanhar se não são vendidos

produtos de segunda linha mistu-rados aos produtos de primeira, por exemplo. Para garantir isso, a central utiliza testes de amostragem.

“A Ceasa recebe produtos de lavouras diversas e em estágios di-versos. As empresas aqui instaladas e produtores revendem, normal-mente, toda a gama de classifica-ções contidas por produto, pois são atendidos desde hipermercados para clientes com alto grau de exigência

O SOBE-E-DESCE DO MERCADO EM 2011

CAÍRAM OU OSCILARAM

ABACAXI - CAIU

VERDURAS - OSCILARAM

LEGUMES - OSCILARAM

AUMENTOU EM ÁREA PLANTADA

LARANJA

BANANA

MARACUJÁ

Ceasa tem classificação para controlar qualidade de frutas e verduras distribu-ídas para a rede de hipermercados e verdurões de Goiânia

de qualidade até estabelecimentos de periferia que têm necessidade de preços mais acessíveis”, explica Orlando Kumagai.

Sobre o assunto, Wilton César completa que existem normas e leis que regem essas questões, e tanto produtores como comercian-tes se enquadram nas instruções. São questões que envolvem a clas-sificação, embalagens, sanidade e outros quesitos.

22 I LEIA ATACADISTA

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Pesquisas recentes mos-tram que o brasileiro não ingere a quantidade ideal de hortifruti por dia. O consumo médio é de apenas 150 gramas por pessoa, enquanto o ideal seria consumir 400 gramas. Já é fato consumado que o baixo consumo de frutas e hortaliças encontra-se no ranking dos dez principais fatores de risco da mortalidade global. É um as-sunto muito sério e que deve ser debatido com mais frequência.

Tendo em vista a melhoria da alimentação do brasileiro, o projeto Mesa Brasil, do Sesc, pro-move ações educativas em todo País. Um dos temas abordados é justamente o melhor aproveita-mento dos alimentos, além de incentivar o consumo de horti-fruti. Segundo Maria Auxiliadora, nutricionista do projeto em Goiás, as frutas, legumes e verduras são essenciais e devem estar presen-tes na alimentação.

“Eles são responsáveis pelo bom funcionamento do corpo, contribuem para a proteção e ma-nutenção da saúde e ainda pro-tegem contra infecções”, orienta.

Mas não basta ingerir esses

Brasileiro consomepoucas frutas

alimentos. É preciso higienizá-los corretamente. A nutricionista en-sina que folhas, frutas e verduras sejam lavados em água corrente e individualmente. Ela também orienta que esses produtos se-jam colocados de molho, por 15 minutos, em água clorada. Há no mercado produtos adequados para este fim, mas a solução pode ser preparada em casa. Basta uma colher de sopa de água sanitária para cada litro de água. Utensílios também devem ser higienizados para não ocorrer contaminação. Após esses passos, mantenha os produtos sobre refrigeração até a hora de servir e bom apetite!

Ingestão diária de frutas, verduras, folhas e legumes ainda é pequena entre os brasileiros

Maria Auxiliadora, nutricionista do projeto Mesa Brasil

no PIB Brasil em 2011,

no mesmoperíodo. Goiás destaca-se como o

do País.4º maior produtor

800.000 toneladas, com de participação no mercado

Só a Ceasa comercializou

MERCADO EM ASCENSÃO

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Foto: Eudenes Romão

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BAIXO CONSUMO DE FRUTAS E VERDURAS

CONSUMO NO BRASIL

CONSUMO IDEAL

HORTIFRUTI MÉDIA/ DIA

150 g400 g

O BRASILEIRO AINDA CONSOME ABAIXO DO PERCENTUAL SUGERIDO PELA

ORGANIZAÇÃO MUDIAL DE SAÚDE (OMS).

InvestimentoDE ACORDO COM PRODUTORES, OS PRINCIPAIS DESAFIOS DO SETOR DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA EM GOIÁS, HOJE, SÃO:FALTA DE INVESTIMENTO EM PESQUISASPOUCOS INCENTIVOS GOVERNAMENTAISINFORMAÇÕES TÉCNICAS INSUFICIENTES AO PRODUTORAUSÊNCIA DE EXTENSÃO RURALFALTA DE MÃO-DE-OBRA QUALIFICADA

Wilton César Sousa, presidente da UNIAP

Não é possível crescer sem os investimentos e ambiente adequa-dos. Para incentivar ainda mais o crescimento, o setor público agríco-la do Estado (composto pela Secre-taria de Agricultura, Ceasa, Emater e Agrodefesa) promoveu reuniões para discutir o apoio ao setor de produção goiano. Nesses encontros, as principais questões levantadas foram a falta de investimento em pesquisas, poucos incentivos go-vernamentais, informações técnicas insuficientes ao produtor, ausência de extensão rural e dificuldades na obtenção de mão-de-obra qualifi-cada. Orlando Kumagai concorda que esses itens constituem as prin-cipais dificuldades em Goiás.

“Caso reuníssemos essas questões, poderíamos dizer que precisamos de definição de uma política agrícola, em especial, para os hortifrutigranjeiros no Estado. Resolvendo esses problemas, talvez consigamos vislumbrar soluções para melhorar os investimentos para o setor e, consequentemente, tenhamos na mesa do consumidor produtos de origem hortícola em quantidade e qualidade”, pontua.

O presidente da Uniap tam-bém acredita no desenvolvimento do setor no Estado, mas aponta a importância das questões eco-nômicas para o crescimento da

produção hortifrutigranjeira na região. “O melhor incentivo para o desenvolvimento de qualquer se-tor, incluindo o de horticultura, é o preço remunerador para o produtor e o comerciante. Os incentivos neste setor são de extrema necessidade. As linhas de crédito para a aquisi-ção de máquinas e equipamentos, incentivos fiscais e qualificação da mão-de-obra são alguns exemplos disso”, explica.

Os investimentos, entretanto, não se restringem ao fomento dos governos. O consumidor goiano,

em geral, também precisa aprender a consumir mais os produtos prove-nientes da horticultura, fruticultura ou de granjas. Uma pesquisa norte-americana divulgada em março deste ano mostra que o consumo diário de carne vermelha aumenta em até 20% o risco de morte. A dieta pode ser balanceada com a troca da carne bovina por frango ou peixe em alguns dias da semana. O brasileiro ainda consome poucas verduras e frutas e deve aprender a variar os elementos de seu cardápio para bus-car uma alimentação mais saudável.

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COMÉRCIO E IMPOSTOS

Substituição Tributária

Governo do Estado aderiu ao regime de Substituição Tributária acordado pelo

Confaz para as operações de venda de materiais de construção e elé-tricos. Qual é a visão que o senhor tem dessa sistemática?

Ela penaliza e desincentiva as empresas, principalmente as peque-nas, menos capitalizadas. Qualquer empreendimento  gasta boa parte de seus esforços para  capitalizar-se. No Brasil, onde o custo do dinheiro e dos  impostos  é sabidamente um dos mais altos do planeta, esta não é uma tarefa fácil. E aí vem o governo e cobra também o ICMS antes da venda, exigindo mais capital de giro para um estoque ainda mais caro. O governo facilitou? O governo incen-tivou? Acho que não.

As regras estão claras do pon-to de vista operacional?

Não, a lei é complexa. São 81 ta-xas para diferentes ítens do material

dições e benefícios já arraigados na prática de apuração do ICMS, como a redução da base de cálculo do atacadista goiano. Com a Subs-tituição Tributária, o que isso muda em relação à concorrência com empresas do mesmo segmento instaladas em estados vizinhos?

Continuamos menos competiti-vos; o que é péssimo para o Estado. E o pior é que o custo da mercadoria fica mais alto em um segmento com tanto peso social como é este do material de construção. Quem paga é o consumidor final que apanha para levantar a casa de sua família.

 Existe alguma forma de abran-

dar os efeitos da medida para as empresas sediadas em Goiás?

Manter o benefício de 10% para a mercadoria substituída, aumentar a competitividade das empresas de Goiás, gerar mais emprego e impos-to. Este é o foco da questão; o que realmente importa.

A comercialização de materiais de construção e elétricos passa a ter ICMS cobrado na fonte. Entenda mais sobre o assunto na entrevista com Luiz Antônio, proprietário da empresa Rei da Ferragem.

SuéciaGOIÂNIA (GO)TEL.: 62 4005 5959

ARAGUAÍNA (TO) TEL.: 63 2112 5959

RIO VERDE (GO) TEL.: 64 2101 5959

BRASÍLIA (DF) TEL.: 61 4009 5959

UBERLÂNDIA (MG) TEL.: 34 3228 6211

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de construção. Mais 34 para ítens de material elétrico. Se considerarmos que criaram o MVA de origem e os ajustados, temos que multiplicar por três, o que dá nada menos que 345 taxas. Isto para se obter a base de cálculo do imposto. Se for micro-empresa tem diferenças. Tem estado que aderiu, outros não.

Quanto às condições impos-tas, acerca de alíquotas e IVAs, o regime expressa realmente o que se aplica no mercado desses produtos?

Nem sabemos direito. São tantas as condições! Mas uma coisa é certa: engessa o custo das merca-dorias em patamares altos. Tem MVA de 89.64%. Uma mercadoria com uma margem desta correria risco muito alto de cair de preço devido à concorrência.

 Sabe-se que a modalidade de

antecipação de tributos anula con-

O

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VENDA DE BALCÃO

De portas abertas para o clienteAs novas tecnologias impactaram a forma como vemos o mundo. E mais, alteraram a forma como nos relacionamos com o outro. É necessário ape-nas um aparelho ou um clique para nos conectar-mos com alguém há milhares de quilômetros. Se por um lado as tecnologias ampliaram a comu-nicação, por outro influenciaram no modo como fazemos compras e vendemos nossos produtos.

egundo dados da pesquisa E--commerce School, realizada em 2010, o número de pessoas

que compravam produtos on-line passou de 1 milhão para 23 milhões de consumidores em 9 anos. Isso significa um faturamento real acima dos R$ 13 bilhões. No entanto, mesmo com essa expansão, o comércio on-line enfrenta alguns obstáculos pelos quais os convencionais nunca passaram. O principal deles é a segurança. Nem todos os sites oferecem os requisitos necessários para seus clientes efetu-arem a transação de forma segura. Outro ponto questionável é a entrega da mercadoria, que nem sempre é feita no prazo e pode não atender aos anseios do consumidor. Não são raros os casos em que um cliente pede um

produto pelo site e nunca o recebe. Com esses entraves do mundo digital, o resultado final pode ser uma grande dor de cabeça para quem compra e prejuízo para quem vende.

Mas, além disso, um fator que pode ser crucial para a satisfação geral é a participação de um profissional para indicar as melhores soluções e dar informações acerca dos produtos que as pessoas almejam. A figura do vendedor é, para muitos, essencial na hora de bater o martelo entre uma mercadoria e outra. É comum ter dú-vida entre dois aparelhos de marcas diferentes. Mas a grande questão é: qual dos dois produtos vai suprir a minha necessidade?

Um vendedor está preparado para sanar dúvidas e indicar ao

cliente a melhor escolha de acordo com a sua necessidade. É na questão humana que a chamada “venda de balcão” aposta.

Atendimento personalizado

Na venda de balcão, ao entrar na loja, o consumidor é recebido por um vendedor e tem, com isso, um atendimento personalizado. Por meio de uma conversa, o vendedor vai iden-tificar o que o cliente está procurando e ajudá-lo na seleção das mercadorias. O vendedor também poderá sugerir outros produtos, como suplementos adicionais e dar ao cliente dicas de como manter adequadamente o pro-duto que ele está comprando. Para muitos consumidores, isso vale ouro.

S

Sidney Gomes, gerente da JC Distribuição

Fotos: Eudenes Romão

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De portas abertas para o clienteA venda de balcão tem a qua-

lidade de atendimento superior à venda assistida no auto-serviço. O que, em algumas regiões do País, é vital para o negócio.

Mais que um vendedor“Esse contato pessoal, entre

cliente e vendedor, é o principal fa-tor que mantém a venda de balcão ainda muito forte. O comprador gosta desse lado humano da nego-ciação. O vendedor bem preparado passa a ser também um consultor, prestando-lhe informações de mer-cado, novos produtos, mudanças nas embalagens, e, muitas vezes, até se torna um confidente”, conta Sid-ney Gomes, gerente de distribuição da empresa JC Distribuição.

A venda com o atendente ainda é a preferida dos goianos. Ainda citan-do os dados da E-commerce School, o estado de São Paulo é o que mais compra pela internet. Goiás não entra na lista dos cinco estados que mais realizam comércio on-line. Os dados do comércio no Estado são muito bons e mostram que as vendas digitais não impactaram os comerciantes. Segun-do dados da Federação do Comércio do Estado de Goiás (Fecomércio), o crescimento geral do terceiro setor foi de 13% em 2011. O número envolve todos os tipos de comércio, inclusive, a venda de balcão.

A venda humanizada“O consumidor não quer apenas

comprar o produto e recebê-lo. Ele quer visualizar informações, imagens, pesquisar fontes, comparar preços em várias empresas, especular definições e aplicações, verificar experiências de outros consumidores destes produtos

Grande parte dos comer-ciantes que trabalha com a venda de balcão acredita que as vendas on-line não vieram para “tomar” o espaço dos ou-tros tipos de negociação. Pelo contrário. Ela é vista como uma importante ferramenta para incrementar o emaranhado de técnicas que envolvem a gestão comercial dos negócios. O gran-de objetivo é atender a públicos cada vez mais diversos.

Outro ponto citado pelos

Simbiosecomerciantes é o tipo do pro-duto comercializado. As vendas digitais, em sua maioria, são de produtos eletrônicos, roupas e livros. Então, nem todo o setor será afetado. “Essa ‘ameaça’ ain-da não preocupa tanto, até por-que a venda de balcão tem as suas particularidades. O cliente que vem no balcão, geralmente, busca produtos da cesta básica como: óleo, açúcar e, principal-mente, as verduras na Ceasa”, afirma Sidney Gomes.

Contato humano: o grande diferencial da venda de balcão

LEIA ATACADISTA I 29

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e clientes das empresas pesquisa-das. Enfim, o cliente quer ter à mão o controle de poder realizar sua compra com segurança e confian-ça. E, por ter o poder de pesquisar, comparar e negociar, ele provoca uma verdadeira reviravolta na ges-tão comercial das empresas”, explica Murilo Fernandes, diretor executivo da empresa Social Distribuidora.

De frente para o clienteO principal objetivo de um esta-

belecimento de comércio, seja local ou virtual, é conquistar o seu cliente. E, quando isso acontece, promover a sua fidelização. O desafio é saber como, em meio a tanta concorrência, fazer o seu produto e o seu estabelecimento serem essenciais para o consumidor.

Murilo Fernandes conta que sua empresa se preocupa em atender com excelência sua carteira de clientes, buscando soluções inteligentes de acordo com as necessidades deles e fidelizando-os não somente em relação aos produtos, mas também no atendimento oferecido. “É por isso que acompanhamos as tendências atuais e as novas formas de gestão das informações”, pontua.

A fidelização do cliente também é vista como uma forma de fortalecer a venda de balcão. “Neste segmento, usamos o relacionamento como principal processo de fidelização de clientes, mas só isso não basta; é preciso desenvolver confiança entre as partes. Para isso, deve-se manter toda equipe bem motivada e com-prometida, desde a administração aos movimentadores de mercadorias. O objetivo que deve ser único e comum a todos é a satisfação plena do cliente”, afirma Sidney Gomes.

InvestimentosPor esse motivo, as empresas

têm se esforçado cada vez mais para capacitar os funcionários que aten-dem ao público. O aumento da con-

corrência fez com que o comércio atacadista modificasse alguns fatores e priorizasse outros investimentos. Mas, quem mais ganha com isso é o consumidor, que recebe um bom atendimento e compra um produto de qualidade e com preço justo.

“O mercado está a cada dia mais competitivo e o cliente mais exigente, por isso, os investimentos são ine-vitáveis e constantes. É importante investir principalmente em tecnolo-gia da informação, treinamentos dos funcionários, logística, em campanhas para o vendedor e para o cliente, em visita a clientes e, principalmente, no pós-venda”, destaca Sidney.

A opinião é a mesma para a maioria dos comerciantes. “Destina-mos grande parte de nosso lucro no P&D (Pesquisa e Desenvolvimento), que envolve o desenvolvimento hu-mano dos colaboradores da empresa, de modo a qualificá-los para melhor atender às necessidades dos clientes. Investimos em pesquisas de mercado e nas tendências de curto, médio e longo prazo que atingirão nosso ne-gócio, para tomar medidas efetivas a antecipar as necessidades dos clien-tes”, pontua Murilo Fernandes.

Pensando no futuroÉ difícil prever como estaremos

daqui a dez anos. Não sabemos as tecnologias que teremos até lá e como elas nos afetarão. Há vinte

anos, o que temos hoje não passava de um sonho. Mas a grande dúvida é: será que a venda de balcão se manterá forte por muito tempo? O mercado de venda on-line irá tomar o seu lugar? Sobre essas dúvidas, os comerciantes não podem dar certe-za, mas as expectativas são otimistas.

“Não posso dizer se isto real-mente irá acontecer ou quando irá acontecer, pois o público com acesso a essas informações ainda é novo, sendo a maioria dos consumidores ainda aderentes à venda de balcão. É importante ponderar que apesar da disseminação tecnológica que vivemos, ela não chegou a todas as localidades. E devemos considerar que a maioria das pessoas vê o con-tato humano como a melhor forma de negociação e, acima de tudo, confiam ao usar todos os sentidos na presença do produto que deseja, e não somente a visão, como é o caso da compra on-line”, diz Murilo.

“Em função do grande cresci-mento do mercado on-line, a venda de balcão está sofrendo constantes mudanças, procurando se adaptar ao mercado. Mas acredito que o Atacado de Balcão irá permanecer forte ainda por muito tempo. Há muitos anos, já se falava sobre a extinção desse segmento, no entanto, aqui estamos firmes e fortes. E isso só mostra a ca-pacidade de nos adaptar rapidamente às mudanças”, finaliza Sidney Gomes.

Murilo Fernandes, diretor executivo da Social Distribuidora

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Paulo Diniz

C

Paulo Diniz Presidente do SINAT

Mezzo cascattimezzo metzaloni

ento e cinquenta dias de trabalho é o esforço de cada brasileiro para suprir anualmente os cofres da ganância do governo com recursos denomi-

nados impostos, contribuições, taxas, licenças e outros tantos que, apenas considerando o primeiro quadrimes-tre deste ano, já entulharam as burras com mais de 600 bilhões de reais.

Em 2011 o comércio atacadista distribuidor, man-tendo a tendência de situar sua expansão nas cercanias do crescimento do PIB, elevou a 2,2% – contra 2,7%.Faturou acima dos 170 bilhões de reais e recolheu aos cofres perto de 20 bilhões de reais nas mais de cinquen-ta modalidades da malha tributária. Isto nos credencia, como representante qualificado da categoria, pelo menos no Estado de Goiás, a condições legais e morais para o questionamento sobre a aplicação real desses recursos, que nos custam muito caro.

Não nos convence as alegações de falta de recursos para, literalmente, tirar da merda mais de 18 milhões de brasileiros que vivem à margem de esgotos à céu aberto, para aliviar o sofrimento de milhões de flagelados pela seca ou pelas enchentes, para promover o socorro à educação de jovens, prover de moradia digna e saúde a tantos necessitados que se empilham diuturnamente nas degradantes filas suplicando favores, como se não fosse desses o legítimo direito.

Enquanto ostentamos a quase maior carga tributária do mundo, dispomos das piores estradas, de uma educa-ção medíocre, de insignificante investimento em pesquisa e tecnologia – o que se demonstra pelo fundamento de nossas exportações em comódities, nos impondo à men-dicância por precificação e nos obrigando à importação de bugigangas para a contra partida, custeando a mão de obra lá de fora. Uma Coreia que, ainda outro dia, se encontrava arrasada pela guerra, hoje nos dá lição de tecnologia com 13.239 patentes registradas nos Estados Unidos e um PIB per capita de 33.000 dólares. Enquanto isso, permanecemos escavando os morros e vendendo pedra. O PNUMA da ONU já registra perda de 25% nas reservas naturais brasileiras de 1990 a 2008.

Então perguntamos: onde andam os recursos? Fosse depoimento na CPMI, reivindicaríamos o direito do silêncio – “nemo tenetur se detegere” – do Direito Romano, mas é o grito das massas que clama por transparência. Ela quer entender porque a reforma de um estádio de futebol, que deverá abrigar jogos da Copa de 2014, inicialmente contratada por 500 milhões, sofre um reajuste para 1,3 bi? Uma transposição iniciada com orçamento de 17 bi, cus-tará quase 50bi? Uma casa (minha vida) em apenas dois anos de uso já começa a degradar? Uma estrada, uma rua não resiste a uma safra? Toneladas de medicamentos são atiradas no lixo? Jovens mal educados são covardemente empurrados para a marginalidade, para as drogas, daí para a criminalidade e condenados à morte?

Temos duas situações que poderão dar luz aos questionamentos, a CPMI do silêncio e o julgamento não abençoado do Mensalão. Lembramos que no último 23 de maio a Itália reverenciou o magistrado Giovanni Falcone, dinamitado há 20 anos pela Cosa Nostra Siciliana. Ele foi o criador e introdutor na legislação italiana do direito pre-mial por meio da delação premiada, que logrou reverter a cultura do silêncio e permitiu o desbaratamento das várias facções mafiosas, fazendo retornar aos cofres públicos, na operação antimáfia, 60 bilhões de Euros (cerca de 150 bilhões de Reais). Por que aumentar mais a carga tributária?

Não acreditamos que precisemos de um mártir, eis que já temos alguns, mas para bons estrategistas que de-monstram ser, não será difícil aceitarem a condição premial de abrir a caixa preta da fartura. Se conseguirmos reverter o realinhamento de preços apenas das obras da copa, já teremos feito ótimo negócio.

Nessa mesa do jogo econômico, nós empresários estamos no papel de otários, pagamos a rodada e sequer nos convidam para a pizza. Temos que imitar a fortaleza alemã da resistência à gastança, Angela Merkl, e instituir-mos o nosso....é Nein, nein e NEIN!

Foto: Eudenes Romão

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SOCIAL

Confraternização do SINAT

HomenageadosSinat premia e presta homenagem a empresários do segmento atacadista e autoridades do Estado de Goiás.

Vice-presidente do Sinat, Fernando Lima de Sousa, entrega homenagem ao excelentíssimo desembargador e presidente do Tribunal de Justiça de Goiás, Dr. Vitor Barboza Lenza.

Gáudio Fleury recebe do presidente do Sinat, Paulo Diniz, homenagem ao senador Cyro Miranda.

Presidente do Sinat, Paulo Diniz, e João Meireles de Oliveira, assessor do governador Marconi Ferreira Perillo Júnior.

José Evaristo dos Santos, Dr. Vitor Lenza, Paulo Diniz e Manuel da Cruz Mourão.

Presidente do Sinat, Paulo Diniz, e sua esposa, Marcila Figueiredo Diniz.

Presidente do Sindicato dos Representantes Comerciais e das Empresas de Representação Comercial no Estado de Goiás, Antônio Lopes Trindade, recebe homenagem do diretor do Sinat, José Onírio de Rezende.

Vereador Anselmo Pereira da Silva Sobrinho recebe homenagem do diretor do Sinat, Hélio Capel Galhardo.

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Momento Mérito Participativo

Elmo Ribeiro Silva (Pacto Soluções Tecnológicas) recebe troféu de Janice Cecílio.

José Divino da Silva entrega troféu a Paulo Sérgio de Oliveira (Mix Componentes Aumotivos).

Dr. Hélio Capel Galhardo Filho entrega troféu para Fábio Augusto Cecílio Tambury (Fabiamce Importação e Distribuição).

Adhemar Gonzales Filho (Distribuidora Central de Produtos Alimentícios) recebe troféu de Renato Fernandes Lima.

Eliane Aparecida Guimarães (Dampp Perfumes e Cosméticos) recebe troféu de Murilo Fernandes de Paula.

George Luiz de Freitas (Pharma Distribuidora) recebe troféu de Oladir Rodrigues dos Santos.

João José Felipe entrega troféu para Divino Carlos de Sousa (Makro Atacadista).

Marinês de Fátima Pimenta Oliveira (ME Bijoute-rias) recebe troféu de Fernando Lima Sousa Filho.

Manuel da Cruz Mourão entrega troféu para Odilon Vieira (Tecidos Tita).

Grandes empresas foram homenageadas em 2011 com o “Mérito Participativo”, uma iniciativa que tem como principal intuito dar visibilidade aos empreendimentos e empresários que mais se destacaram nas ações do Sinat. Em mais uma edição, a instituição se orgulha em contar com grandes empresários, os quais cumpriram, com brilhantismo, a profícua tarefa de movimentar os instrumentos do Sindicato na defesa dos interesses da coletividade empresarial goiana. Conheça, abaixo, os destaques de 2011. O troféu foi entregue a cada homenageado por diretores do Sinat.

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A ficção imita a realidade ou a reali-dade imita a ficção? Em filmes de his-tórias de sucesso tudo pode ser real. A história de um gerente criativo e de um empresário com a vida arruina-da podem ensinar lições para a vida inteira. O homem que mudou o jogo e A felicidade não se compra são as dicas da revista Leia Atacadista para esta edição.Confira!

O homem que mudou o jogo (moneyball)

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Matarazzo - edição especialA travessia / Colosso brasileiro

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esponsabilidade, para o direito, é a obrigação exis-tente para todo aquele que lesar direito de outra pessoa, devendo compensar a perda através da

assunção de uma conduta ditada pelo poder coercitivo do Estado. Ou seja, o causador de um dano deverá repará-lo ou compensá-lo na medida da gravidade da perda causada.

No plano civil, em alguns casos, o dever de reparação do dano exige a comprovação da culpa do causador do dano (teoria da responsabilidade subjetiva). Noutros casos, não há que se falar em culpa, bastando demonstrar o nexo de causa entre a conduta do agente e o dano causado (responsabilidade objetiva).

A responsabilidade civil objetiva se funda nas teorias do risco, vale dizer, o responsável deve reparar o dano porque assumiu o risco da conduta, visando alguma van-tagem. Em alguns casos, nem mesmo o caso fortuito ou força maior afastará sua responsabilidade direta.

A Constituição Federal, nossa Norma Maior, prevê a reparação do dano como um dos direitos fundamentais:

“Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros (...)

....................X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a

honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;”

O Código Civil regula a matéria no plano infra-constitucional:

“Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.

Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem.”

E explica o ato ilícito nos arts. 186 187:“Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária,

negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.

E vem aí ... O dano existencial

Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.”

E sobre a responsabilidade objetiva (independente de culpa) do empresário:

“Art. 931. Ressalvados outros casos previstos em lei es-pecial, os empresários individuais e as empresas respondem independentemente de culpa pelos danos causados pelos produtos postos em circulação.

Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil:.......................III - o empregador ou comitente, por seus empregados,

serviçais e prepostos, no exercício do trabalho que lhes competir, ou em razão dele;

......................Art. 933. As pessoas indicadas nos incisos I a V do artigo

antecedente, ainda que não haja culpa de sua parte, res-ponderão pelos atos praticados pelos terceiros ali referidos.”

Neste ponto já nos compete concluir que a empresa, ao exercer a atividade econômica típica de sua natureza, além de assumir objetivamente os riscos da atividade perante a sociedade (quanto a direitos sociais, coletivos e difusos, como os de consumo, ambientais e outros), assume de forma também objetiva responsabilidades inerentes às relações de trabalho, independente se a conduta lesiva foi do próprio empresário ou de um subordinado.

Quanto às espécies de danos, estes podem ser:1. Materiais – quando atinge o patrimônio da pes-

soa, seus atributos econômicos e financeiros, podendo ser referente àquilo que efetivamente já se perdeu (dano emergente), ou àquilo que a vítima deixou de ganhar durante certo tempo (lucro cessante e dano pela perda de uma chance de ganho econômico);

2. Imateriais – quando o dano causado é extrapatri-monial, atingindo substancialmente a pessoa da vítima em sua liberdade, igualdade, solidariedade, personalida-de, honra, integridade físico-psíquica, dignidade, privaci-dade, intimidade, imagem, etc.).

Dr. Hélio Capel Filho

R

Foto: Eudenes Romão

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Dentre os danos imateriais está o Dano Moral, que por sua vez é gênero de algumas espécies, individuais e coletivas, delineadas pelo Direito, especialmente pelas doutrina e jurisprudência. Assim temos o dano estético (que atinge a integridade física da pessoa, alterando sua morfologia corporal externa, com severas cicatrizes ou amputações); danos morais coletivos, danos sociais, da-nos biológicos, e agora, vejam, o novo ‘dano existencial’. Este último é o ponto para o qual chamamos a atenção.

O dano existencial é espécie de dano imaterial sofri-do pela vítima quando conduta alheia lhe impõe impe-dimentos à execução, prosseguimento ou reconstrução de seus planos pessoais não laborativos, podendo atingir, em dimensões diversas, tanto o seu projeto de vida em si, quanto sua vida de relações interpessoais. Envolve fatores como o convívio familiar, a realização afetivo-sexual, o lazer, as relações sociais, formação intelectual, científica, educacional, desportiva, artística, profissional e mais uma gama de outras perdas na vida particular.

Pode ser descrito, assim, como uma ameaça que se concretiza na frustração das escolhas que se faz para um projeto de vida (autorrealização) e convivência (relações interpessoais), resultando na renúncia involuntária às aspirações, sonhos, metas, ou seja, tolhendo da pessoa o próprio sentido espiritual de vida.

Existem fartos exemplos, nacionais e internacionais, de condenação na esfera civil. Contudo, nossa maior pre-ocupação é que a teoria tende a invadir e se disseminar na esfera trabalhista, onde, por cultura geral e jurídica, no Brasil, o terreno é muito fértil para sua aplicação.

A Consolidação das Leis do Trabalho – CLT – prevê no seu art. 483, diversas hipóteses em que o empregado poderá considerar rescindido o contrato de trabalho e

pleitear a devida indenização. Dentre elas situações em que lhe forem exigidos mais do que no normal ou que lhe afetem diretamente a dignidade.

Recentemente publicamos no informativo eletrô-nico semanal – Leia – uma matéria sobre a condenação, pela 1ª Turma do TRT da 4ª Região (RS), da rede de su-permercados Walmart, em indenização de R$ 24,7 mil a uma trabalhadora que sofreu dano existencial ao ter sido submetida a jornadas de trabalho com duração entre 12 e 13 horas diárias, com intervalo diário de apenas 30 minutos e apenas uma folga semanal, durante mais de oito anos. O desembargador relator daquele processo explica que nas relações de trabalho o dano existencial ocorre quando o trabalhador sofre prejuízo na sua vida fora do serviço, em razão de condutas ilícitas praticadas pelo empregador.

Desta forma, posta nossa preocupação, resta o alerta às empresas associadas, no sentido de se atentarem para potenciais riscos e situações internas, se fazendo sempre vigilantes, multiplicando este conhecimento entre os cargos de direção e supervisão.

Embora saibamos que o empresário é por natureza uma vítima de dano existencial nas relações com o Poder Público, da mesma forma notória é a superior probabili-dade de condenação nas relações trabalhistas, enquanto nossos projetos de vida, de patrões e de empregados, se enterram nos bolsos dos representantes corruptos deste Paraíso da Politicagem.

Hélio Capel FilhoAssessor Jurídico do SINAT

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AÇÃO

Balanço de atividades

Sinat cada vez mais forte!O balanço da atualização ca-

dastral das empresas atacadistas goianas feito pelo Sinat revela um resultado satisfatório. Hoje, o sin-dicato conta com 4.517 empresas cadastradas e atualizadas em seu banco de dados. Em 2011, o número de cadastro de novos associados foi de 1.433. Este ano o Sinat deverá superar, em muito, esses números. Somente no período de janeiro a 16 de março de 2012, já foram cadas-tradas e atualizadas 912 empresas.

ProfissionalizaçãoUma das bandeiras levantadas

pelo Sinat é promover a capacita-

ção empresarial e profissional. Para isso, o sindicato ofereceu 24 cursos e palestras que, no total, contaram com 1.200 participantes. Os eventos foram realizados com instrutores de alta performance, com o intuito de promover a melhoria da atuação do segmento atacadista goiano em diversas áreas.

ParceriasTambém foram firmados con-

vênios com várias entidades, bene-ficiando mais de 1.300 usuários. A Assessoria Jurídica do Sinat (ASJUR)realizou cerca de 1.030 atendimentos durante o ano de 2011.

Associados Sinat colhem os frutos de mais um período de trabalho em equipe. O balanço de atividades é fechado com metas que a princípio foram vistas como utópicas, mas que, com tra-balho, esforço, perseverança e ousadia, foram cumpridas de forma eficaz. Acompanhe! É prerrogativa dos sindi-

catos a negociação coletiva dos direitos e deveres inerentes às relações de trabalho. Anual-mente, o Sindicato do Comércio Atacadista no Estado de Goiás negocia e firma convenções co-letivas de trabalho com diversos sindicatos laborais. São eles:

Convenções coletivas de trabalho

1. Sindicato dos Empregados no Comércio no Estado de Goiás2. Sindicatos dos Empregados no Comércio de Rio Verde, Jataí, Iporá, Itumbiara, Santa Helena e Caldas Novas3. Sindicato dos Rodoviários da Região Integrada de DesenvolvimentoEconômico4. Sindicato dos Empregados no Comércio da Região do Entorno do Distrito Federal5. Sindicato dos Trabalhadores Condutores de Veículos de Duas Rodas (motociclistas) do Estado de Goiás6. Sindicato dos Trabalhadores na Movimentação de Mercadorias em Geral de Goiânia7. Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Rodoviário – Goiânia e Interior8. Sindivendas – Sindicato dos Empregados Vendedores e Viajantes, Propagandistas, Propagandistas Vendedores e Vendedores de Produtos Farmacêuticos no Estado de Goiás 9. Sindicato dos Farmacêuticos no Estado de Goiás

Promoção de cursos e convênios: investimentos do sindicato na capacitação profissional e geração de benefícios para o segmento atacadista

Foto: Eudenes Romão

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