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Universidade Federal de Campina Grande
Programa de Pós-Graduação em Linguagem e Ensino 1
ANAIS ELETRÔNICOS ISSN 235709765
LITERATURA DE CORDEL NA SALA DE AULA: EXPRESSIVIDADE E CULTURA POPULAR EM VERSOS
Vera Lucia Oliveira CARDOSO1 [email protected]
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia – IFPB RESUMO
Este projeto teve como objetivo principal resgatar o valor da Literatura de Cordel como forma de expressão artística da cultura popular nordestina, procurando reconhecer as variantes linguísticas como traço de identidade sociocultural, visando combater o preconceito linguístico. Para isso, nos baseamos nos estudos de Pinheiro (2007), Silva (2008), Cosson (2006) sobre literatura na sala de aula; os estudos de Bagno (2001, 2007) sobre as variantes linguísticas, além da visão bakhtiniana de sujeito e de sua concepção de linguagem como forma de interação (BAKHTIN 2011). Realizamos diversas ações, visando a oferecer aos estudantes conhecimentos sobre esse gênero, tais como: mostrar a eles as origens dessa literatura, bem como alguns de seus ilustras representantes, conceitos de variação linguística como parte de nossas interações sociais, rodas de leitura, oficinas de produção de cordéis e noções de xilogravuras. Tudo isso aproveitando o ensejo de comemoração dos 90 anos de publicação do Romance do Pavão Misterioso, de José Camelo de Melo Resende, em 2013. Este projeto foi realizado com alunos de uma turma de 8º ano e mostraram que a presença da literatura de cordel no dia a dia das aulas de língua portuguesa pode se configurar como uma importante ferramenta pedagógica, ajudando na disseminação de hábitos de leitura e de respeito pelas diferentes formas de realização da linguagem.
PALAVRAS-CHAVE: Literatura de Cordel. Ensino de Língua Portuguesa. Formação de
Leitores.
1 Professora de Língua Portuguesa da rede pública estadual de ensino da Paraíba e professora substituta
no IFPB, campus Guarabira.
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INTRODUÇÃO
O presente trabalho nasceu do desejo de sensibilizar a comunidade escolar
sobre a necessidade de resgatar o valor da Literatura de Cordel como forma de
expressão artística da cultura popular nordestina, por entendermos que, dessa forma,
viabilizamos o desenvolvimento da competência comunicativa e colaboramos com a
prática de um ensino efetivamente significativo, democrático e comprometido com a
cidadania. Assim, aproveitamos o ensejo de comemoração dos 90 anos da publicação
do Romance do Pavão Misterioso, do guarabirense José Camelo de Melo Resende,
para levar o cordel à sala de aula.
Como qualquer outra forma de expressão da linguagem literária, o cordel tem
um estilo próprio, que a caracteriza e diferencia de outros tipos de composição
poética. Conforme Pinheiro (2007), “de todos os gêneros literários, provavelmente, a
poesia é o menos prestigiado no fazer pedagógico da sala de aula”. Isso é preocupante,
em especial no que se refere ao cordel, cuja musicalidade e vocabulário próprios
fazem parte do patrimônio cultural nordestino, e não pode ser ignorado em nossas
escolas.
Dessa forma, entendemos que o estudo de poemas de cordel na sala de sala se
constitui como importante ferramenta pedagógica de reconhecimento e valorização
de variedades não padrão da língua, que devem ser respeitadas como parte da
identidade cultural das comunidades que as utilizam, e entendidas como igualmente
ricas e expressivas por atenderem a todas as necessidades dos grupos sociais que delas
fazem uso.
Nesse sentido, entendemos que cabe à escola a função de ampliar o repertório
linguístico e cultural que o educando já traz consigo, possibilitando a ele o contato com
os mais variados gêneros textuais, em especial, os literários, a fim de promover a
formação de leitores competentes e conscientes das diversas formas de expressão da
linguagem por meio do uso artístico da palavra.
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As atividades do projeto foram desenvolvidas tanto em sala de aula como fora
dela, no período de junho a setembro de 2013, com a participação de 20 alunos de
uma escola estadual da cidade de Guarabira, trabalhando, ora individualmente, ora em
grupo, utilizando estratégias variadas, tais como: leitura expressiva de cordéis,
pesquisas, aulas dialogadas, exibição de vídeos e oficinas de produção de textos, tudo
para enriquecer e otimizar o processo de ensinoaprendizagem.
Os resultados obtidos foram bastante significativos, pois percebemos o
envolvimento dos alunos nas leituras e demais atividades do projeto, bem como um
visível interesse em aprender mais sobre a literatura de cordel.
RELATO DE APLICAÇÃO DA SEQUÊNCIA DIDÁTICA
Este trabalho teve como corpus o cordel Romance do Pavão Misterioso, de
autoria de José Camelo de Melo Resende, que comemorou, em 2013, os 90 anos de
sua publicação. O projeto foi realizado em forma de sequência didática (SD), que, de
acordo com Dolz & Schneuwly (2004, p. 82) “é um conjunto de atividades escolares
organizadas, de maneira sistemática, em torno de um gênero textual oral ou escrito”.
Essa organização nos permitiu conduzir melhor as atividades e possibilitou aos alunos
conhecer melhor p gênero a ser estudado, fomentando o desenvolvimento de seus
conhecimentos linguísticos e de suas relações sociais.
Esquema da Sequência Didática (SD)
Figura 1: Esquema da Sequência Didática (SD) Fonte: DOLZ, J. & SCHNEUWLY, B. Gêneros orais e escritos na escola.
Tradução e organização Roxane Rojo e Glaís Sales. Campinas, SP: Mercado de Letras, 2004. p. 83
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Organizando nosso trabalho, conforme as indicações dos autores sobre o
passo-a-passo para execução das atividades, chegamos ao seguinte quadro:
Quadro 1: Descrição das atividades do projeto
Etapa do Trabalho Objetivos
Apresentação da situação inicial Sondar os alunos acerca dos conhecimentos que eles têm sobre Literatura de Cordel, apresentando-lhes, em seguida, informações sobre esse gênero.
Produção inicial Montar um cartaz sistematizando as
informações recebidas.
Módulo 1: Leitura do Romance do Pavão
Misterioso, de José Camelo de Melo
Resende e exibição da animação.
Familiarizar os alunos com a obra,
promovendo a interação entre eles e o
texto verbal e verbo-visual.
Módulo 2: Visita à exposição em
homenagem aos 90 anos de publicação do
Romance do Pavão Misterioso, no SESC
Guarabira
Mostrar aos alunos outras obras (literárias
e artísticas) inspiradas na obra original
estudada.
Módulo 3: Oficina de produção textual e
xilogravura; variantes linguísticas
Instigar os alunos a produzirem e ilustrarem cordéis, como também refletir sobre as variantes linguísticas não padrão e a necessidade de respeito a seus usuários.
Módulo 4: Leitura expressiva de poemas
de cordel
Desenvolver a oralidade.
Produção final Organizar uma mostra para compartilhar
com a comunidade escolar os
conhecimentos adquiridos com o projeto.
Fonte: Elaboração da autora, 2013.
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Conforme os autores, a apresentação da situação possibilita aos alunos obter
as informações necessárias para uma leitura significativa do gênero a ser estudado.
Esta etapa se deu com a sensibilização dos alunos em relação à Literatura de Cordel,
por meio de uma sondagem para saber os conhecimentos prévios que eles tinham
acerca desse gênero, já preparando a turma para a leitura compartilhada do clássico
escolhido. Instantaneamente, alguns alunos lembraram da novela “Cordel Encantado”,
exibida pela Rede Globo em 2011.
Pegando este gancho, explicamos para eles por meio de apresentação de slides
e vídeos: O que é cordel? Qual a sua origem? Como se constituem suas composições
poéticas? Quem são seus principais representantes? O que é xilogravura? A partir das
respostas a esses questionamentos, os estudantes tiveram acesso ao conhecimento
sobre as origens do cordel, a biografia de alguns cordelistas, como também de algumas
obras e compreenderam que esse gênero literário é um tipo de literatura popular
bastante característico do Nordeste, que carrega traços marcantes dessa região não só
em seu vocabulário, mas também na forma de pronunciar as palavras.
Esse momento foi muito produtivo e nos permitiu seguir para o próximo
estágio: a produção inicial. Segundo os autores, nessa etapa, os alunos devem tentar
elaborar um texto, que pode ser feito de forma oral ou escrita, individual ou
coletivamente, demonstrando seus conhecimentos prévios sobre o gênero a ser
estudado.
Por isso, solicitamos que os alunos sistematizassem as informações acerca da
literatura de cordel montando um painel. Eles se reuniram e produziram uma pequena
definição para Literatura de Cordel (Literatura popular em versos, que pode ser oral ou
escrita. Ganhou este nome por ser pendurada em barbantes para a venda.), como
também para xilogravura (A xilogravura é a técnica que utiliza uma matriz em madeira
para reproduzir a imagem gravada.). Ademais, colocaram os nomes de alguns
representantes e suas obras mais famosas (José Camelo de Melo Resende – Romance
do Pavão Misterioso, Manuel Camilo dos Santos – Viagem a São Saruê, Leandro Gomes
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de Barros – O Cachorro dos Mortos, Manuel D’Almeida Filho – Vicente, o Rei dos
Ladrões.).
Nos módulos, a proposta é trabalhar detalhadamente as características e
peculiaridades do gênero. Assim, a caracterização do Cordel como um gênero literário,
com linguagem e estilo próprios, deve ficar clara neste momento para sanar possíveis
“problemas” encontrados pelos alunos durante o processo de leitura, compreensão e
produção dos textos no desenvolvimento da Sequência Didática. Por isso, cada módulo
foi pensado de forma a possibilitar aos alunos conhecimentos suficientes para
prosseguir com o projeto.
No módulo 1, cada aluno recebeu o texto do Romance do Pavão Misterioso em
formato de folheto de cordel impresso, com a capa em branco para futura confecção
de ilustração. A leitura foi feita de forma compartilhada com os alunos sentados em
círculo, em que cada um lia uma das estrofes, de forma cadenciada e respeitando as
rimas. Foi uma experiência muito gratificante, pois os alunos interagiram entre si e
com o texto, envolvendo-se com o enredo e familiarizando-se com a linguagem do
cordel.
Em seguida, os alunos assistiram a uma animação, conforme descrição no canal
de Sérgio Roccaze no Youtube, acessada em 10/05/2013, se constitui como um:
Curta-metragem realizado pelo Núcleo de Animação de São Bernardo, mantido pela
Secretaria de Cultura da cidade e formado por voluntários oriundos das Oficinas de Animação, com coordenação e direção de Mário Galindo. Baseado no cordel "O Romance do Pavão Misterioso", o filme foi feito com a técnica Stop-Motion e lançado em 2006.
Os alunos ficaram admirados com o curta, que os encorajou, ainda mais, a
aprender sobre a obra do conterrâneo guarabirense, difundida nacionalmente e
inspiradora de composições para outros gêneros.
Após a leitura do texto verbal e do verbo-visual, foi feita uma explanação
acerca de noções de versificação (PASCHOALIN & SPADOTO, 2008) para explicar aos
alunos sobre:
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1. Tipos de versos, que são definidos pelo número de sílabas poéticas que possuem
(monossílabo, dissílabo, trissílabo, tetrassílabo, pentassílabo, hexassílabo,
heptassílabo, octossílabo, eneassílabo, decassílabo, hendecassílabo, dodecassílabo e
verso bárbaro – aquele com mais de doze sílabas poéticas);
2. Tipos de estrofes, definidas pelo número de versos que possuem (monóstico,
dístico, terceto, quarteto ou quadra, quintilha, sextilha ou sexteto, septilha ou sétima,
oitava, nona e décima);
3. Tipos de rima, que são representadas por letras do alfabeto e classificadas quanto
às combinações (emparelhadas, alternadas ou cruzadas, interpoladas ou opostas e
mistas), à posição do acento tônico (agudas ou masculinas, graves ou femininas e
esdrúxulas), à coincidência de sons (soante ou assoante) e valor atribuído (ricas,
pobres, raras e preciosas). Há ainda o chamado verso branco, aquele que não possui
rima.
Dando continuidade aos estudos, pedimos que os alunos identificassem o tipo
de estrofe utilizado na composição do folheto, como também o tipo de rima, em
relação à combinação entre versos. Eles reconheceram a sextilha, estrofe com seis
versos, como o tipo constituinte do poema, como também a presença de rimas
intercaladas e com a constante presença do verso branco.
Essas constatações nos encorajaram a continuar os estudos, não obstante, não
consideramos necessário levar os alunos a classificar os outros tipos de rima, sob pena
de tornar a atividade cansativa, em vez de prazerosa, como era nosso intuito.
No módulo 2, os alunos tiveram a oportunidade de visitar a exposição em
homenagem aos 90 anos de publicação da obra Romance do Pavão Misterioso, que
aconteceu no SESC Guarabira. Nessa ocasião, eles aprenderam um pouco sobre a
biografia do autor e conterrâneo José Camelo de Melo Rezende, guarabirense ilustre,
cuja obra prima tem inspirado outros artistas. A exposição continha não apenas
folhetos de cordel, mas também diversos quadros e esculturas baseados na obra.
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Para a maioria dos alunos, foi a primeira visita a uma exposição, o que os fez
ficar muito ansiosos e também curiosos para apreciar as obras expostas. Eles puderam
ver os vários cordéis, em que um dos expositores trazia diferentes versões do Pavão
Misterioso, e nos outros, havia cordéis de diversos autores. Além disso, puderam
apreciar as várias pinturas e esculturas feitas por artistas da região em homenagem à
obra celebrada.
Figura 2: Cordéis na Exposição de 90 anos do Pavão Misterioso,
SESC Guarabira/PB, 2013
Figura 3: Artista: Wilson Figueiredo; Obra: Cordel, Mistério e Paixão
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Figura 4: Artista: Dadá Venceslau
Figura 5: Artista: Alighieri Damião
No módulo 3, os alunos participaram de uma oficina de produção textual, em
que receberam instruções de como fazer rimas e escolher um vocabulário
característico do Nordeste para produzir um cordel. Nessa oportunidade, eles
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puderam estudar um pouco sobre variantes linguísticas e como essas realizações se
constituem como expressão de cultura e identidade de uma comunidade linguística.
Foi uma rica oportunidade de conversar sobre o preconceito linguístico e o
bullying, práticas presentes no cotidiano escolar. Os alunos ficaram surpresos ao saber
que os chamados “erros” de troca de “L” por “R” (pranta, bicicreta) são um fenômeno
denominado rotacismo investigado por linguistas renomados. Puderam também
refletir sobre atitudes de discriminação por colegas ou funcionários da escola que
fazem uso de variantes não padrão.
Houve relatos de alunos sobre familiares e amigos que desistiram de estudar
por causa das constantes “brincadeiras” que faziam com sua maneira de falar. Mais
que isso, eles se questionaram sobre como eles mesmos praticam isso com os outros e
como são vítimas em outras situações.
Esta atividade rendeu excelentes frutos, pois mexeu com a sensibilidade dos
alunos e os mostrou a eles a necessidade de respeito aos diferentes modos de falar,
entendendo que todos atendem às necessidades de seus usuários, embora saibamos
que a utilização de variantes estigmatizadas ainda provoque discriminação a seus
falantes. Assim, os alunos criaram um cordel sobre a importância do respeito às
diferentes formas de falar. O resultado foi este:
Cordel da Variação Linguística2
Seu moço eu trago uma história
Pra relatar ao senhor
Trata de um assunto importante
Que é muito assustador
É de quem fala “errado”
Na visão de um amostrado
Que é metido a doutor.
O preconceito linguístico
2 Cordel produzido pelos alunos do 8º ano participantes do projeto.
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Faz muita gente sofrer
Tem vergonha de falar
Com medo de cometer
Algum erro de gramática
E correção receber.
Muita gente acha bonito
Falar difícil e ficar
Corrigindo todo mundo
Que não sabe assim falar
Da criança ao idoso
Arranjam do que caçoar.
Todo jeito de falar
Possui o seu valor
Não podemos discriminar
Aquele que não estudou
Nem achar que sua fala
Não tem o seu esplendor.
É preciso respeitar
Toda forma de expressão
Que ache bonito ou feio
O que importa é a função
De fazer comunicar
E gerar interação.
RESPEITO NUNCA É DE MAIS!!!!
Encerrando este módulo, os alunos fizeram uma ilustração em estilo de
xilogravura para tornar a capa do cordel que haviam recebido em branco. Eles se
divertiram desenhando e pintando as imagens que desenharam.
No módulo 4, os alunos foram instigados a fazer a leitura expressiva de alguns
poemas de cordel, a fim de desenvolver sua oralidade e a leitura em voz alta. Foram
expostos alguns folhetos pendurados em barbante e os estudantes puderam escolher
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um exemplar para ler. Nem todos se sentiram à vontade para fazer essa leitura
expressiva diante dos outros. Entretanto, os que se dispuseram, interpretaram muito
bem, lendo, respeitando as entonações, as rimas e arrancando risadas dos colegas.
Essa atividade se configurou como um momento de descontração e
aprendizagem, em que os alunos animaram-se a criar alguns versos de improviso. Isso
mostrou o quanto a literatura de cordel pode ser utilizada na sala de aula como
recurso pedagógico para auxiliar no desenvolvimento da criatividade no uso da
linguagem.
A produção final é um parâmetro avaliativo que possibilita ao professor
verificar os conhecimentos construídos pelo aluno durante o desenvolvimento da SD.
Assim, pretende-se que, nesta etapa, os alunos envolvidos no projeto tenham
conhecimento consistente acerca da obra estudada, e sejam capazes de compartilhar
esses conhecimentos com os colegas, assim como com a comunidade local,
expressando-se com desenvoltura.
Por esse motivo, na culminância do projeto, os alunos apresentaram à
comunidade escolar, os conhecimentos que adquiriram durante o período de
realização dessas atividades.
Figura 6: Culminância do Projeto
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os resultados obtidos com esse projeto foram satisfatórios e gratificantes para
toda a comunidade escolar. Os alunos se envolveram verdadeiramente e isso foi
determinante para o sucesso na execução das atividades propostas.
Tivemos a oportunidade de levar para os alunos um pouco da cultura e da arte
nordestina por meio do Romance do Pavão Misterioso e das outras obras que esta
inspirou ao longo do tempo, além de refletir sobre a utilização da linguagem como
forma de expressão de uma comunidade linguística e sobre como isso pode interferir
positiva ou negativamente nas nossas relações sociais.
Os alunos enriqueceram sua bagagem cultural e linguística, estudando sobre as
variações não padrão e o preconceito sofrido por usuários de variantes estigmatizadas.
Essa discussão foi muito importante para despertar nos estudantes o interesse por
explicações acerca dos fenômenos linguísticos apontados por estudiosos da
sociolinguística, como também a consciência de que é preciso respeitar todas a
variantes e aprender a utilizar cada uma delas adequadamente, sabendo que isso
envolve vários fatores extralinguísticos.
A visita à exposição possibilitou aos alunos o contato com obras de artistas
diversos, levando-os a apreciar um tipo de imagem ao qual não estavam habituados, o
que se configurou como uma experiência agradável e favorável à aquisição do gosto
por esse tipo de manifestação artística.
Acreditamos ter conseguido atingir os objetivos deste projeto, fomentando o
gosto pela cultura nordestina, por meio da Literatura de Cordel, auxiliando os alunos
no desenvolvimento de sua competência comunicativa e no respeito aos falantes de
variantes não padrão da língua, ao mesmo tempo que nos mantemos longe de esgotar
conclusões sobre as infinitas possibilidades de trabalho com esse gênero tão rico e
expressivo que é o Cordel.
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REFERÊNCIAS
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