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N.37 EDIÇÃO GRATUITA 12.2018 . TRIMESTRAL N.37 EDIÇÃO GRATUITA 12.2018 . TRIMESTRAL Longevidade, Vanguarda e Voz conjunta pela defesa e afirmação do Setor Leiteiro

Longevidade, Vanguarda e Voz conjunta pela defesa e afirmação … · desportiva. E são vários os estudos científicos que o referem, considerando até que o Leite com chocolate

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  • N.37 E D I Ç Ã O G R AT U I TA12.2018 . TRIMESTRALN.37E D I Ç Ã O G R AT U I TA12.2018 . TRIMESTRAL

    Longevidade,Vanguardae Voz conjunta pela defesa eafirmação do Setor Leiteiro

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  • REVISTA AGROS Nº37 . 3

    Editorial

    O ano de 2018 foi completamente atípico na AGROS, devido às medidas que tive-mos de implementar ao nível da Produção de Leite, nomeadamente, o processo de resgate voluntário, total ou parcial da pro-dução, para o qual a AGROS atribuiu uma compensação financeira por cada litro de leite reduzido, de forma a assegurarmos a redução efetiva do contrato com os Produ-tores, a fim de que as quantidades fossem ajustadas ao volume contratualizado com o nosso cliente - a Lactogal. Temos cons-ciência do impacto e das repercussões desta medida, e não posso deixar de real-çar o esforço, a capacidade de resiliência e a coragem de toda a fileira a montante – Produtores de leite, Cooperativas, bem como a forte entrega por parte de todos os colaboradores. Todos somos parte ativa na trajetória deste futuro, e por mais adversi-dades que possam surgir, a nossa história é a nossa inspiração. Com o balanço de 2018 feito, partilho a revisão às orientações estratégicas do qua-driénio 2018-2021:

    Garantir a estabilidade e sustentabilida-de da Produção de Leite, promovendo a eficiência das explorações leiteiras:Este continuará a ser o principal desígnio da AGROS e tudo faremos para que 2019 seja efetivamente um ano de estabilida-de, que tem teimado em não se concreti-zar, pelo menos, na medida pretendida e para a qual temos trabalhado, através de todas as ações desencadeadas nos últimos anos. Um dos objetivos das Organizações de Produtores é, efetivamente assegurar a programação e a adaptação desta procura, nomeadamente em termos de qualidade e de quantidade, com intuito de conse-guir superar as contingências do mercado e assegurar a melhor valorização do leite, após a grande reviravolta que foi o fim das quotas leiteiras em 2015. Assim, em 2019, será implementada uma gestão e monito-rização dos contratos mais clara e eficaz, que possibilitará que os Produtores dispo-nham de toda a informação relevante de forma atempada, para que estes possam tomar medidas de gestão, tendo em conta a produção efetiva da AGROS face ao vo-

    “Longevidade, Vanguarda e Voz conjunta pela defesa e afirmação do Setor Leiteiro”

    JOSÉ CAPELAPRESIDENTE DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO DA AGROS

    lume contratualizado com a Lactogal. Esta medida irá acarretar uma maior respon-sabilidade na gestão do cumprimento do contrato por parte de cada Produtor, mas esperamos que estejam reestabelecidas as condições para que se promova, crie e capte valor pela otimização do contrato ce-lebrado com o nosso cliente;

    Fortalecer o alinhamento estratégico através da melhoria na comunicação com as partes interessadas (com en-foque nas Cooperativas e Produtores): desejámos continuar a criar valor para o setor Cooperativo, tendo como pilar basi-lar o exemplo da nossa atuação conjunta - AGROS e Cooperativas. Quanto à AGROS, pretendemos comunicar mais e melhor, e de uma forma mais célere e explicativa;

    Prosseguir a inovação, consolidando as competências tecnológicas, de forma a promover um maior desempenho organi-zacional, assente na responsabilização, controlo e melhoria contínua: É imperativo manter a capacidade ino-vadora para dar resposta aos constantes desafios, visando sempre uma maior efi-ciência e eficácia nos processos internos e na gestão de recursos disponíveis, pois temos que continuar a otimizar e a alavan-car as inúmeras atividades desenvolvidas. Como exemplo, um dos muitos projetos relevantes que estão atualmente em curso nas Empresas do Grupo AGROS, é a imple-mentação do novo ERP até 2020. Sabemos que este arranque e adaptações até ao seu funcionamento normalizado, são difíceis, mas acreditamos que este investimento terá um impacto e retorno bastante signi-ficativo, assim como criar mais valor para o setor e para a Organização;

    Continuar a potenciar a AGROS e a Agro-Semana - Feira Agrícola do Norte, como referências no panorama nacional em prol da defesa do Leite e do setor Agro-pecuário Cooperativo: Apesar do incontestável valor do Leite, é perentório e estratégico continuarmos a promover e a sensibilizar, de forma asserti-va, as propriedades e os benefícios do con-

    sumo de Leite numa alimentação saudá-vel, pois os mitos e as notícias falaciosas continuam a tentar proliferar para des-credibilizarem um alimento tão completo e de tanta qualidade, como bem sabemos que é a nossa matéria-prima, em especial o Leite de excelência que é produzido nas nossas explorações. Continuaremos a de-sempenhar e assumir um papel ativo no desenvolvimento de um conjunto de ini-ciativas e ações de comunicação e divul-gação dos atributos do Leite e do maneio produtivo que demonstrem as boas prá-ticas de bem-estar animal desempenha-das pelos nossos Produtores, sendo este também um tema cada vez mais discu-tido pelo consumidor. O expoente máxi-mo destas iniciativas será a AgroSemana - Feira Agrícola do Norte, reconhecida já como evento de referência na defesa do setor agropecuário, e desde já, vos anun-cio que a 7.ª edição irá realizar-se entre 29 de agosto e 1 de setembro.Estamos plenamente seguros de que unidos, iremos encarar novos desafios, vamos estabelecer novas fronteiras de atuação e continuaremos a transformar riscos em oportunidades, e todos, sem exceção, somos parte interessada no tra-çar de um futuro ainda mais promissor! Por fim, o ano de 2019 assume-se como mais um marco histórico para a nossa União, pois serão comemorados 70 Anos de Longevidade, Vanguarda e Voz conjun-ta pela defesa e afirmação do setor leitei-ro. E para sinalizar esta data marcante se-rão dinamizadas diversas iniciativas, pois valorizar o verdadeiro desígnio da União de Cooperativas de Produtores de Leite de Entre Douro e Minho e Trás-os-Mon-tes e enraizar o orgulho e o sentimento de pertença à cultura e família AGROS são, o nosso principal trunfo!

  • 4 . REVISTA AGROS Nº37

    Ficha TécnicaPROPRIEDADE E EDITORAAGROS - União das Cooperativas de Produtores de Leite de Entre Douro e Minho e Trás-os-Montes, U.C.R.L.

    SEDELugar de Cassapos, 4490-258 Póvoa de VarzimTel. 252 241 000Fax. 252 241 009E-mail: [email protected] | Url: www.agros.pt

    DIRETORJosé Fernando Martins Capela

    PRODUÇÃO E COORDENAÇÃOServiço de Marketing

    SEDE DE REDAÇÃOLugar de Cassapos, 4490-258 Póvoa de Varzim

    N.º DE CONTRIBUINTE500291950

    DEPÓSITO LEGAL295758/09

    ISSN1647-3264

    REGISTO NA ERC125612

    ESTATUTO EDITORIALwww.agros.pt/revista-agros-estatuto-editorial

    DESIGN E COMPOSIÇÃO GRÁFICAServiço de Eventos e Gestão de Espaços

    IMPRESSÃO GRÁFICASersilito - Empresa Gráfica, Lda.Travessa Sá e Melo, 209Apartado 1208, Gueifães 4471 Maia

    TIRAGEM2200 exemplares

    PERIODICIDADEN.37 -Trimestral

    FOTOSAGROS, U.C.R.L.; iStockPhoto;Shutterstock; Freepik

    Consulte a Revista em PDF

    Os textos publicados nesta edição são da responsabilidade dos respetivos autores.

    Índice03 Editorial

    “Longevidade, Vanguarda e Voz conjunta pela defesa e afirmação do Setor Leiteiro”

    05 DestaqueLeite com Chocolate: O Aliado N.º1 na Recuperação Pós-exercício Físico

    06 Artigo TécnicoManual de Boas Práticas em Bem-Estar Animal: Capítulo 11-12

    10 Artigo TécnicoLeite: A Verdade Científica.

    12 Artigo TécnicoTendências Globais de Alimentação e Bebidas para 2019

    18 Segalab - Grupo AGROSA Seroprevalência de Neospora Caninum em Explorações Pecuárias Portuguesas

    19 Segalab - Grupo AGROSA Importância de Monitorizar o Estado da Neosporose nas Explorações Pecuárias – Estudo de Caso

    20 Artigo TécnicoO Papel da Mulher na Agricultura

    22 Artigo TécnicoPromoção dos Produtos Agroalimentares Europeus

    24 Ucanorte XXI - Grupo AGROSA Importância da Fertilização na Cultura da Batata

    28 Agros Comercial - Grupo AGROSAgropecuária Dantas, Lda

    29 Agros Comercial - Grupo AGROSFernando António dos Santos Martins

    32 Artigo TécnicoQualidade do Leite na Produção em Portugal Continental

    36 PEC Nordeste- Grupo AGROSCarne BarrosãEntrevista ao Sr. Presidente da Direção CAPOLIB - Eng.º Albano Alvares da Cooperativa Agrícola de Boticas

    38 PEC Nordeste- Grupo AGROSCarne CachenaEntrevista ao Sr. Presidente da Direção Coop. Agrí. Arcos Valdevez e Pt. Barca – Sr. José Carlos Ribas Gonçalves

    40 PEC Nordeste- Grupo AGROSCarne MaronesaEntrevista ao Sr. Presidente da Direção da Cooperativa Agrícola de Vila Real – Sr. Joaquim Costa

    42 PEC Nordeste- Grupo AGROSPrémio Intermarché Produção Nacional 2018

    44 Artigo Técnico2020: Ano Internacional da Fitossanidade

    46 Acontecimentos

    56 Espaço LúdicoSabores da Nossa TerraSopa de Letras

  • Graças a esta composição nutricional e à sua densidade ener-gética, o Leite é uma opção mais segura e natural de bebida desportiva. E são vários os estudos científicos que o referem, considerando até que o Leite com chocolate de baixo teor de gordura pode ser considerado a bebida de “ouro” de recupe-ração pós-treino (Clint Wattenberg – coordenador de nutrição desportiva da Universidade de Cornell).

    O Leite com chocolate faz o mesmo efeito – se não mesmo melhor – que os batidos proteicos!

    Para além de constituir um forte aliado da recuperação mus-cular, o Leite permite ainda repor os líquidos que se perderam na realização de exercício físico. Pois ademais da sua elevada densidade nutricional, é rico em água e tem um baixo valor calórico.

    A ingestão de Leite com chocolate deve realizar-se aproxi-madamente 30 minutos após o término do treino, pois nesta altura o organismo está mais recetivo à absorção de nutrientes, permitindo uma recuperação eficaz em menor tempo!

    De um modo geral, a ingestão nutricional tem um papel fulcral no exercício físico e não deve ser des-curada. Garanta a adaptação da sua alimentação a cada momento:

    • Antes do exercício • Abastecimento adequado de energia;

    • Durante o exercício • Manter a hidratação;

    • Após o exercício • Reidratação e promoção da recupe-ração muscular.

    LEITE: UM ALIADO PARA QUEM PRATICA DESPORTO• O Leite apresenta-se como um alimento

    completo e representa uma riqueza nutri-cional que poderá ser de extrema utilidade para desportistas, sejam eles profissionais ou amadores.

    • Grande aceitação junto da maioria dos des-portistas e de todas as faixas etárias.

    Sabia que … o Leite com chocolateapresenta a combinação perfeitaentre hidratos de carbono e proteína, idêntica à das bebidas desportivas,numa relação de 3:1 ou 2:1?Pela sua composição nutricional rica, o Leite com chocolate é, provavelmente, o alimento ideal para a reposição ener-gética, maximização da síntese muscular e prevenção de lesões, garantindo ainda uma melhor adaptação e perfor-mance no treino seguinte.

    E sabe o porquê de ser um alimento tão completo?Tem todos os nutrientes que o corpo precisa para recuperar após o treino!

    ESPREITE A SUA CONSTITUIÇÃO:

    Fluídos e eletrólitos, como Sódio e Potássio,fundamentais na recuperação muscular;

    Nutrientes, como Cálcio, Fósforo e Magnésio;

    Fonte natural de vitamina B12;

    Hidratos de carbono simples,que restabelecem energia ao organismo;

    Rico em proteína,essencial para a recuperação muscular rápida e eficaz.

    Leite com Chocolate:

    o aliado n.º 1 na recuperaçã

    o pós-exercício físico

    Referências:

    https://www.record.pt/iniciativ

    as/c-studio/detalhe/o-que-beb

    er-apos-o-treino-um-batido-de

    -proteina-ou-leite.html

    https://builtwithchocolatemilk

    .com/

    Destaque

    REVISTA AGROS Nº37 . 5

  • 6 . REVISTA AGROS Nº37

    TEXTOJOAQUIM LIMA CERQUEIRA (ESA-IPVC)

    JOSÉ PEDRO ARAÚJO (ESA-IPVC)MARIA JORGE CORREIA (DGAV)

    ANTÓNIO GUERREIRO DA PALMA (DGAV)JESUS CANTALAPIEDRA (IBADER)

    ANTÓNIO FERREIRA (UCADESA)

    FONTEMANUAL DE BOAS PRÁTICAS BEM-ESTAR EM BOVINOS

    (ISBN: 978-989-20-7801-4)

    PARTE V

    Artigo Técnico

    11. INDICADORES DE BEM-ESTARUm sistema de avaliação de BEA relevante deve pos-sibilitar fazer um levantamento das condições de BEA no efetivo e permitir-lhe acompanhar a situação ao longo do tempo para responder a alguma carência de forma rápida e eficaz.Um modelo de avaliação de BEA deve respeitar as seguintes premissas:• Basear-se no conhecimento científico e expressar as

    alterações ao longo do tempo;• Ser composto por indicadores mensuráveis na explo-

    ração de modo fácil e suficientemente rigoroso;• Ser relevante como sistema de apoio e assessoria

    para o produtor.Os indicadores selecionados devem fornecer informa-ções objetivas sobre os principais problemas de BEA,

    de forma a indicar pistas para a sua resolução.Existe uma enorme diversidade de indicadores que podem ser incluídos num sistema de avaliação de BEA, contudo devem selecionar-se aqueles que revelam maior influência no bem-estar, saúde e produtividade dos animais.A escolha dos indicadores deve ser realizada de forma a obter uma combinação daqueles que melhor se complementam.A aplicabilidade de um indicador foca-se igualmente na precisão e consistência da avaliação, ou seja os avaliadores deverão ser técnicos com experiência acumulada, de forma a obter-se uma elevada repeti-bilidade (variabilidade da classificação no avaliador) e reprodutibilidade (variabilidade da classificação entre avaliadores) dos índices avaliados.

  • REVISTA AGROS Nº37 . 7

    11.1 Medidas baseadas nas instalações

    O dimensionamento das instalações é de crucial importância para o bem-estar dos animais, de forma a evitar excessiva densidade animal no estábulo, que poderá perturbar o comportamento natural dos ani-mais no que se refere aos atos de descansar, alimen-tação, movimentação e interação social. É importante monitorizar e limpar diariamente:

    • Corredores de passagem• Cubículos• Manjedouras• Bebedouros• Sala e máquina de ordenha• Outros recursos ambientais

    O dimensionamento das instalações e equipamentos animais devem ser ajustados ao tamanho e ao núme-ro de animais, de acordo com a sua aptidão produtiva.

    11.2 Medidas baseadas nos animais

    11.2.1 Comportamento

    A observação do comportamento dos animais é um importante indicador de BEA, quando comparado com o comportamento padrão da espécie. Assim as medi-ções e ensaios de comportamento podem revelar se os animais estão adaptados ao sistema de produção em que se encontram inseridos ou se revelam algum sinal de stresse. No entanto é necessário ter muita atenção ao momento e à forma de realização das observações, para obter resultados fiáveis.

    11.2.2 Condição corporal

    A condição corporal é uma excelente ferramenta de auxílio do maneio alimentar, bem como da existência de patologias ou outras condições que possam evi-denciar problemas de BEA.A condição corporal pode indicar desvios face aos pa-drões fisiológicos do animal, estando de alguma forma relacionada com os distúrbios metabólicos. A condi-ção corporal ao parto tem um importante efeito sobre o desempenho da lactação. É por isso um parâmetro de crucial importância para a saúde e produtividade dos animais. A condição corporal oscila em função da fase de lactação, contudo deve situar-se no intervalo entre 2,5 a 3,5 (Figura 10 e 11).

    11.2.3 Claudicação

    É um indicador extremamente importante, pois tem-se revelado um problema de saúde, económico e de BEA para a maioria das explorações leiteiras. Atual-mente a claudicação é uma das principais causas de refugo de vacas leiteiras. A claudicação é sinónima de condição dolorosa principalmente ao nível dos mem-bros posteriores, que afeta a liberdade de circulação do animal e dos seus comportamentos quotidianos (Figura 12). O sistema de pontuação da claudicação incide na postura e andamento do animal, atribuindo-se a classificação respetiva em função do desempenho observado. Existem diferentes sistemas de avaliação da claudicação, destacando-se que valores de claudi-cação superiores a 10% (pontuação ≥3 na escala de

    Figura 10 Figura 11

  • 8 . REVISTA AGROS Nº37

    Artigo Técnico

    Sprecher et al., 1997) no efetivo são indicadores de problemas de BEA

    11.2.4 Lesões na pele (curvilhão e outras)

    As lesões na pele, inflamações e tumefações refletem o impacto que o ambiente provoca sobre os animais. Os ferimentos normalmente resultam de contactos com pisos agressivos, principalmente nos cubículos e arestas existentes nas manjedouras e bebedouros, ou outros elementos existentes nos estábulos, capazes de causar lesões aos animais. A região mais afetada por este tipo de lesão é o curvilhão, o boleto, a cernelha, a arcada costal e as tuberosidades isquiáticas. Estas lesões aparecem sempre associadas a um fator de risco, por isso a sua monitorização permite atuar atempadamente na correção de anomalias que poderão evitar novas incidências. As lesões no curvilhão, avaliadas em diferentes níveis de gravidade, são muito utilizadas para aferir sobre o grau de conforto dos cubículos. As feridas e lesões no corpo são também um fator bem conhecido de dor e refugo de vacas leiteiras. Assim qualquer tipo de lesão observada nos animais deve ser interpretado como fator negativo para o BEA, levando o produtor a identificar os fatores de risco associados a essa lesão, para que o efetivo na sua generalidade não seja reincidente.

    11.2.5 Higiene da coxa e flanco

    A higiene das vacas e do ambiente que as rodeia influencia o risco de mastite e a qualidade do leite.

    Figura 14 Figura 12

    A falta de higiene na coxa e flanco dos animais foi associada a elevadas contagens de células somáticas, pelo que a sua monitorização é capaz de fornecer informação muito revelante acerca da saúde do úbere (Figura 14). Os animais são considerados conspurcados quando apresentam classificações ≥3 no sistema de pontuação proposto por Cook (2002). Os animais nestas condições nunca devem ultrapassar 20% do efetivo.

    11.3 Consequências da avaliação de BEA

    A avaliação de BEA ao ser executada deverá ter objetivos concretos, nomeadamente a obtenção de informação que após análise específica permita a implementação de ações corretivas e desenho de estratégias para melhoria do BEA. Por outro lado essa mesma informação poderá refletir-se, funcionando no âmbito de um esquema de certificação do produto final (leite) e para informação ao consumidor, de garantia do respeito pelas normas de BEA nos sistemas de produção de bovinos leiteiros. No Diagrama 1 poderá visualizar- se os princípios de funcionamento de um sistema de garantia das condições de BEA.O BEA é um atributo importante de estratégia global, no âmbito do conceito de qualidade alimentar.O conjunto de medidas incluídas no modelo de avaliação de BEA é de extrema importância, para que as causas de deficiente bem-estar possam ser identificadas e as medidas corretivas propostas (informação ao produtor) surtam efeitos práticos nas explorações leiteiras.

  • REVISTA AGROS Nº37 . 9

    Produto

    Consumidor Medidas de BEA

    Instalações

    Animal

    Produtor

    Técnicos

    Informação Ações corretivasEstratégias de melhoria

    Após a avaliação de BEA, as estratégias de melhoria a adotar nas explorações são de grande interesse para os produtores no que se refere aos esforços para melhorar o BEA.De referir que a União Europeia (UE) publicou o plano estratégico para o BEA (2012-2015) que enfatiza precisamente a necessidade de indicadores de base científica na avaliação de BEA e a implementação de um quadro legislativo da UE para melhorar a competitividade dos produtores.A implementação de estratégias de melhoria do bem-estar e de protocolos de monitorização fiáveis será favorável ao desenvolvimento de sistemas de produção que valorizam o BEA, contribuindo para a sustentabilidade da produção animal.

    12. SITES RECOMENDADOS

    Animal Welfare Indicators (AWIN). Disponível em:http://www.animal-welfare-indicators.net/site/ Autoridade Europeia de Segurança Alimentar (Painel de Saúde e Bem-estar Animal).

    Disponível em:www.efsa.europa.eu/en/panels/ahaw.htm

    Direção Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV). Disponível em:http://www.dgv.minagricultura. pt/portal/page/portal/DGV

    Organização Mundial de Sanidade Animal (OIE). Disponível em:http://www.oie.int/en/animal welfare/animal-welfare-at-a-glance/

    Welfare Quality. Disponível em:www.welfarequality.net/

    Diagrama 1Diagrama ilustrativo da integração de estratégias de melhoria de BEA

  • 10 . REVISTA AGROS Nº37

    Sabe o que os nutrientes do leite podem fazer por si?

    CálcioO Cálcio ajuda a construir e a manter os ossos e dentes fortes. Este mineral também desempenha um papel importante na função nervosa, contração muscular e coagulação do sangue.

    ProteínasAs Proteínas do Leite são de alto valor biológico pois contêm todos os aminoácidos essenciais (aminoáci-dos que apenas conseguimos obter através da alimentação).

    PotássioO Potássio regula o equilíbrio dos fluídos corporais e ajuda a manter a pressão arterial normal. É também necessário para a atividade e contra-ção muscular.

    FósforoO Fósforo ajuda a fortalecer os ossos e os dentes, e gera energia nas célu-las do organismo.

    Vitamina B12A Vitamina B12 ajuda a desenvolver os glóbulos vermelhos que transpor-tam oxigénio dos pulmões para os músculos, e no normal funcionamen-to dos sistemas nervoso e imunitário.

    RiboflavinaA Riboflavina tem um papel na pro-teção das células contra as oxidações indesejáveis, no normal metabolismo produtor de energia e contribui para a redução do cansaço e da fadiga.

    IodoO Iodo previne a malformação con-génita, partos prematuros e contribui para o normal desenvolvimento cognitivo.

    Artigo Técnico

    Leite:a verdade científica

    O consumo diário de Leite é fundamental, integrado numa alimentação saudável e equilibrada, sendo um ali-mento de extrema riqueza nutricional - proteínas, vitaminas, minerais e constitui a nossa maior e melhor fonte de cálcio na alimentação. Além disso, o Leite pode ser adaptado de acordo com as necessidades e preferências de cada indivíduo.

    • Um copo de 250 ml de Leite meio-gordo oferece 119 kcal e 9 nutrientes essenciais que contribuem para assegurar parte das necessidades nutricionais.

    • O Leite oferece uma boa relação entre nutrientes essenciais e calorias, sendo por isso considerado um alimento de elevada densidade nutricional.

    • O Leite também ajuda à hidratação diária e, para além disso, oferece uma grande variedade de nutrientes comparativamente a outras bebidas.

    TEXTO Adaptado por

    AGROS

    FONTE CNAM – Centro

    de Nutrição e Alimentação

    Mimosa; APN - Associação

    Portuguesa de Nutrição

  • REVISTA AGROS Nº37 . 11

    Mitos e VerdadesO LEITE AJUDA A DORMIR MELHOR.Um dos aminoácidos do Leite, o triptofano, é responsável por modular a produção de se-rotonina (um neurotransmissor que dá sensação de bem-estar) que, por sua vez, é percur-sor da melatonina, a qual induz o sono. Para ser mais eficaz, é necessário que o Leite seja ingerido a temperatura tépida e acompanhado de uma fonte de hidratos de carbono (p.e. tostas, pão, cereais integrais).

    VERDADE

    O LEITE ENGORDA.Diversos trabalhos de investigação sugerem que a inclusão de produtos lácteos magros em planos alimentares para perda de peso pode auxiliar na diminuição do peso e também na diminuição da massa gorda. Desta forma, a inclusão de Leite num plano alimentar para perda de peso poderá ser interessante no âmbito de uma alimentação saudável, completa, variada e equilibrada.

    MITO

    O LEITE É DAS MELHORES FONTES DE CÁLCIO.Os produtos lácteos são uma das melhores fontes de cálcio biodisponível. Os outros ali-mentos com cálcio podem conter componentes quelantes, ou seja, que reduzem a absor-ção de cálcio, como por exemplo fitatos e oxalatos. Seria necessário consumir cerca de 2,5 chávenas de brócolos, 7 chávenas de feijão vermelho ou 170 g de amêndoas torradas, de forma a ser absorvido o cálcio equivalente a uma chávena de leite (250 ml).

    VERDADE

    O LEITE PODE SER UMA BEBIDA INTERESSANTE PARA DESPORTISTAS.Recentemente, vários estudos científicos têm vindo a demonstrar que o Leite pode ser visto como uma bebida desportiva, na medida em que o seu perfil nutricional apresenta vários benefícios na recuperação física pós-exercício. O Leite oferece hidratos de carbono (lactose) que ajudam a recuperar energia; é rico em proteínas que ajudam a reduzir a depleção mus-cular e estimulam o crescimento muscular; para além disso é uma bebida naturalmente rica em eletrólitos (sódio, potássio, cálcio) que contribuem para a reidratação após o exercício. Após o exercício, a ingestão de Leite com baixo teor de gordura permite:

    • Recuperar as reservas de energia com hidratos de carbono.• Interromper a degradação proteica e estimular o crescimento muscular com proteínas de alto valor biológico.• Reidratar o corpo com água e eletrólitos.

    Além do Leite simples, também o Leite com chocolate (com menor teor de gordura) tem sido indicado como uma forma eficaz, e a baixo custo, que permite a recuperação muscular, pois apresenta uma relação entre proteína e hidratos de carbono idêntica à das bebidas desportivas que são utilizadas para esse fim. O Leite com chocolate também fornece eletró-litos (p.e. sódio), os quais são fundamentais na recuperação muscular.

    VERDADE

    UM INTOLERANTE À LACTOSE NÃO PODE BEBER LEITE.Os intolerantes à lactose podem conseguir digerir quantidades variáveis de Leite ou de outros produtos lácteos sem sintomas, consoante o grau de intolerância. De acordo com a Autoridade Europeia para a Segurança Alimentar (EFSA), a maioria dos indivíduos diagnos-ticados com intolerância à lactose consegue tolerar 12 g de lactose numa única toma, que equivale aproximadamente a 1 copo de Leite de 250 ml!(1) Para quem sente desconforto abdominal, já existe no mercado um leque variado de opções lácteas “sem lactose”.

    MITO

    (1) EFSA Panel on Dietetic Products, Nutrition and Allergies (NDA)

    "O leite é um alimento muito próximo da perfeição" Hipócrates

  • 12 . REVISTA AGROS Nº37

    Tendências globais de alimentação e bebidas para 2019TEXTO: Adaptado por AGROS FONTE: Mintel

    A Mintel, empresa de renome mundial na área de estudos de mercado, apresentou três mega tendências que irão liderar as inovações na área da alimentação e bebidas a nível global.As previsões realizadas para o ano de 2019 têm como base as perceções de mais de 90 analistas e especialistas na indústria da alimentação e bebidas.

    Artigo Técnico

    Consumo SustentávelUma visão circular da sustentabilidade que abrange todo o ciclo de vida do produto exige ação dos fornecedores para os consumidores.

    Qual é a oportunidade?

    A definição de sustentabilidade começa a integrar todo o ciclo de vida do produto. Esta abordagem mais circular, exigirá que empre-sas, retalhistas e consumidores assumam o seu papel no forneci-mento, produção, distribuição, consumo e descarte de produtos.Existe um movimento em direção à circularidade, à medida que novas abordagens de sustentabilidade incluem toda a vida de um produto, desde o fornecimento de ingredientes até ao design, o descarte ou a reutilização de embalagens.Esta abordagem de 360 graus reflete os princípios de uma eco-nomia circular, onde os recursos são utilizados durante o maior período de tempo possível, extraindo assim o seu valor máximo e, no final da sua utilização, os materiais são recuperados.A colaboração entre fornecedores, fabricantes, governos, organizações sem fins lucrativos, retalhistas e consumidores pode ajudar a garantir que a sustentabilidade se estenda desde as explorações de produtores até ao retalhista, do garfo até ao caixote do lixo e, idealmente resulte no renascer como uma nova planta, ingrediente, produto ou embalagem.

    Os consumidores começaram a "repensar o plástico".

    A atenção global dedicada aos resíduos plásticos, incluindo a proibição de sacos plásticos e palhas de plástico, está a criar uma nova dinâmica em direção a uma compreensão mais ampla da sustentabilidade. Encontra-se em movimento uma mudança profunda na forma como os consumidores percecionam o

    plástico, na medida em que se estão a tornar mais conscientes do impacto que este tem no planeta.Muitas coligações, governos, fabricantes e indústria de embalagens, comprometeram-se a melhorar a circularidade dos materiais das embalagens, prometendo favorecer a reciclagem, a reutilização ou a compostagem de embalagens de alimentos e bebidas, nas próximas décadas.Os materiais de embalagens com compostos biológicos serão componentes essenciais para a próxima geração de embalagens ecologicamente responsáveis. A empresa Australiana Coles já se encontra a utilizar nas suas embalagens de carne uma forma de poliéster, reciclável e com base biológica, que é altamente durável e sustentável.

    Os esforços de prevenção de desperdício alimentar demonstram o potencial de colaboração.

    O movimento para reduzir o desperdício alimentar mostra que tanto entidades governamentais, como empresas e consumidores podem unir-se com o objetivo de se tornarem mais sustentáveis. A Tendência Global de Alimentos e Bebidas da Mintel de 2017, "Não Desperdice", observa a necessidade de mais ações para reduzir a tremenda quantidade de alimentos que são perdidos ou desperdiçados globalmente.

    Em 2018, a Tesco tornou-se a primeira retalhista do Reino Unido a lançar uma linha própria de sumo de frutas, “Waste NOT”, feita a partir de frutas e vegetais fora das especificações que o retalhista definiu para serem vendidos como produtos frescos, também conhecidos como produtos “feios”, e que, de outra forma, iriam para o lixo.

    A saúde do solo e a agricultura regenerativa ganham destaque.

    Um solo saudável e rico em nutrientes fornece a base para a vida, produz alimentos saudáveis e é importante para a gestão hídrica e as alterações climáticas. No entanto, o solo está a ser perdido mais rapidamente do que pode ser reabastecido.Seguindo uma abordagem holística à agricultura orgânica, a agricultura regenerativa é projetada com o objetivo de melhorar

  • REVISTA AGROS Nº37 . 13

    a fertilidade do solo, assim como aumentar a biodiversidade, beneficiar os ecossistemas, a qualidade da água, reverter as mudanças climáticas e fortalecer as comunidades agrícolas.

    O que pensam os consumidores?

    Fatores importantes ao decidir o que torna uma empresa ou marca ética:

    Transparência na providência da informação

    Desperdício reduzido

    Reduzida pegada de carbono

    Embalagem amiga do ambiente

    Publicidade honesta

    Bem-estar animal

    47%

    44%

    42%

    41%

    41%

    26%

    Consumidores chineses urbanos (20-49 anos) – Dados de Março de 2017

    Os consumidores têm uma visão ampla da sustentabilidade e muitos estão dispostos a alterar comportamentos para se tornarem mais eco-conscientes.

    58%dos consumidores urbanos na Índia levam os seus próprios sacos quando vão às compras de alimentação e bebidas.

    47%dos consumidores do Reino Unido identificam a poluição com plástico como uma questão ambiental que é importante para eles.

    Muitos consumidores gostariam de receber um benefício ou vantagem pessoal para ajudar ativamente a indústria de alimentos e bebidas a ser mais circular e sustentável.

    67%Dos consumidores britânicos concordam que é mais apelativo atuar com respeito ao meio ambiente quando vêm os resultados de suas ações.

    46%Dos consumidores brasileiros de classe média gostariam de trocar pacotes vazios/produtos usados por um desconto em compras futuras.

    43%Dos consumidores indianos urbanos estão preocupados com os efeitos da poluição do ar na sua saúde.

    O que é que se segue?

    1

    Em 2019, o apoio e a procura por mais programas de sustentabilidade corporativa, provavelmente, irão crescer à medida que os consumidores compreendem os vários papéis necessários a desempenhar para existir a aproximação a uma economia verdadeiramente circular. Esses esforços de sustentabilidade incluirão, não só melhorar o acesso à reciclagem, mas incentivar os consumidores a reciclar embalagens e a oferecer produtos reciclados.

    2

    Coligações, entidades governamentais, fabricantes e a indústria de embalagens continuarão a comprometer-se em melhorar a circularidade dos materiais. Além da inovação em materiais reutilizáveis e renováveis, as organizações precisam de continuar a melhorar a reciclagem, a reutilização ou a compostagem de embalagens de alimentos e bebidas, nas próximas décadas.

    3Esforços para melhorar a poluição do ar, restaurar a saúde do solo e abraçar a agricultura regenerativa irão surgir como elementos fulcrais dos programas holísticos de sustentabilidade que são relevantes para empresas e consumidores.

  • 14 . REVISTA AGROS Nº37

    Artigo Técnico

    Através do tempoA alimentação e bebidas irão ser estruturadas no diálogo atual sobre o bem-estar e a transição para mais soluções de envelhecimento saudável.

    Qual é a oportunidade?

    O envelhecimento saudável surge como uma oportunidade para os alimentos e bebidas em 2019. Preparar-se para uma vida mais longa e saudável é particularmente relevante, pois os consumidores veem a saúde e o bem-estar como uma busca holística, proativa e contínua. O envelhecimento é particularmente relevante, dado que a proporção da população global com 60 anos ou mais continua a crescer. Vidas mais longas apresentam oportunidades para os fabricantes de alimentos e bebidas se inspirarem na indústria da beleza e criarem produtos que ajudam as pessoas a sentirem-se jovens. Os produtos alimentares e as bebidas podem ajudar pessoas de todas as idades a melhorar sua saúde óssea, articular e cerebral, bem como abordar proativamente outros problemas de saúde relacionados à idade.

    Abordar o envelhecimento saudável através de ingredientes fortificantes e funcionais.

    Cada vez mais formulações de alimentos e bebidas podem ser desenvolvidas para pessoas de todas as idades consumirem, de forma eficiente, vitaminas, minerais e outros ingredientes potencialmente benéficos para os ossos, articulações, sistema imunológico e saúde do cérebro. A preocupação com a saúde ocular também está a aumentar de importância, numa cultura centrada na tecnologia, onde muitos dos consumidores passam maior parte do dia a olhar para ecrãs.Os fabricantes de alimentos e bebidas podem recorrer a pesquisas emergentes sobre nutrição e longevidade, bem como a práticas de medicina tradicional, e também reposicionar os seus produtos.

    A empresa norte americana Fairlife relançou o seu leite ultrafiltrado com 2% de gordura reduzida e DHA Omega-3 em 2018. A bebida láctea contém ácidos gordos omega-3, que são importantes para indivíduos de todas as idades.

    Oportunidades saudáveis de envelhecimento começam com os séniores.

    Os indivíduos séniores do mundo são um grupo demográfico que tem necessidade imediata de alimentos e bebidas para lidar com os efeitos do envelhecimento. Numa altura em que um número recorde de pessoas vive até aos 100 anos de idade, as empresas de alimentos e bebidas são desafiadas a abordar a grande varieda-de de estados de saúde de consumidores com 55 anos ou mais.A diversidade de necessidades desta faixa etária pode ser tratada através de alimentos e bebidas para fins medicinais, bem como com produtos projetados para a prevenção, com formulações que são nutritivas, saborosas e fáceis de consumir.

    Em 2018, a empresa de laticínios polaca Bakoma lançou uma linha de iogurtes sólidos e líquidos, especificamente para séniores, que é isenta de lactose e enriquecida com cálcio e vitamina D para ajudar a manter os ossos saudáveis e apoiar o funcionamento dos músculos e do sistema imunológico.

    Fabricantes de alimentos e bebidas podem inspirar-se na beleza e cuidados pessoais.

    A beleza e os cuidados pessoais estabeleceram com sucesso um modelo para o envelhecimento saudável ao projetar produtos proativos que são comercializados com linguagem positiva para pessoas de todas as idades.As marcas de alimentos e bebidas podem seguir modelos semelhantes e direcionar produtos de envelhecimento saudável para consumidores de qualquer idade que queiram preparar os seus corpos para uma vida mais longa.

    O que pensam os consumidores?Os consumidores europeus de alimentos e bebidas funcionais são motivados a procurar estes produtos para o envelhecimento saudável com os seguintes benefícios (Dados de Julho de 2018):

    Para apoiar e manter a função cerebral saudável:

    FrançaAlemanhaItáliaEspanhaPolónia

    30%33%

    42%

    29%24%

    Para fortalecer os ossos:

    FrançaAlemanhaItáliaEspanhaPolónia

    21%30%

    38%

    28%34%

    Para manter/ melhorar a saúde digestiva:

    FrançaAlemanhaItáliaFrançaPolónia

    34%54%

    45%

    39%45%

    Para manter um coração saudável (por exemplo, pressão arterial/ colesterol mais baixo):

    FrançaAlemanhaItáliaEspanhaPolónia

    36%39%

    39%

    34%36%

  • REVISTA AGROS Nº37 . 15

    Os adultos em geral estão interessados em fórmulas para o envelhecimento saudável, não sendo uma preocupação exclusiva de faixas etárias com idade avançada.

    38%dos consumidores urbanos tailandeses associam alimentos e bebidas com alto teor de proteína a serem capazes de substituir a perda muscular derivada do envelhecimento.

    35%dos chineses consumidores de sumo (entre os 20 e 49 anos) estariam interessados em sumos embalados que tivessem benefícios antienvelhecimento.

    18%dos consumidores do Reino Unido comprariam uma bebida desportiva que apoia a saúde óssea.

    Os séniores da atualidade, a nível global, têm uma série de preocupações com a saúde, oferecendo uma variedade de oportunidades para novas fórmulas.

    56%dos consumidores britânicos com mais de 55 anos estão preocupados com o desenvolvimento de demência.

    55%de consumidores polacos com mais de 55 anos consomem alimentos e bebidas funcionais para manter um coração saudável.

    20%dos consumidores dos EUA com mais de 65 anos utilizam um suplemento para a saúde das articulações.

    O que é que se segue?

    1Os fabricantes de alimentos e bebidas podem procurar inspiração na área da saúde e na indústria de cuidados pessoais para o desenvolvimento de produtos, que são centrados na linguagem positiva em todas as fases da vida e demografias, rejeitam termos como “antienvelhecimento” pela conotação negativa, e abordam a longevidade.

    2Com cada vez mais consumidores a terem um interesse ativo na sua saúde a longo prazo, espera-se ver um am-plo grupo de suplementos como L-theanine, vitaminas B, colina e omega-3, que afirmam aumentar o poder do cérebro, foco, estado de alerta e bem-estar geral.

    3

    À medida que os consumidores procuram alimentos e bebidas que reduzem a inflamação, em 2019 mais produtos terão gengibre, açafrão, extrato de chá verde e cogumelos medicinais, apoiando dietas como MIND diet e Whole 30. A dieta mediterrânea e o seu foco em frutas, legumes, o peixe e o azeite, também vão atrair cada vez mais consumidores preocupados com a saúde do cérebro.

    Elevada conveniênciaPara corresponder às expectativas premium dos consumidores, a comida e bebidas de conveniência terão um upgrade.

    Qual é a oportunidade?Uma nova geração moderna de comida e bebida de conveniência está a surgir à medida que os fabricantes respondem às crescentes prioridades de alimentação saudável, maior interesse por produtos personalizados e a concorrência dos serviços de entrega rápida. As preferências premium dos consumidores de hoje estão a aumentar a procura por produtos mais naturais, nutritivos ou personalizados que ajudam as pessoas a manter o ritmo das agendas ocupadas, sem sacrificar as suas metas no que concerne à saúde, ou a curiosidade por

    novos ingredientes, sabores ou formatos.Além disso, os consumidores da atualidade, sempre

    em movimento, estão a comprar lanches rápidos e soluções para o jantar. Os produtos de conveniência aprimorados devem ser distribuídos amplamente, uma vez que os consumidores podem ser tentados a economizar tempo recorrendo a restaurantes

  • 16 . REVISTA AGROS Nº37

    Artigo Técnico

    de serviço rápido ou entrega rápida de serviços alimentícios, aumentando a necessidade de alimentos e bebidas embalados para se manterem competitivos.

    Foodies impulsionam a atualização de produtos de conveniência.

    Comida e bebida de conveniência, premium, fresca e saudável são fundamentais, agora que muitas pessoas se consideram foodies, o que aumenta as suas expectativas quanto à qualidade, aos sabores e aos formatos dos alimentos. A iGeneration, como os Millennials antes deles, inclui pessoas que são apaixonadas por comida, mas podem não ter as habilidades, equipamentos ou tempo para preparar os alimentos que estão habituados a ver em programas de culinária ou comer fora de casa. Isso cria uma abertura para produtos de conveniência mais sofisticados projetados para essa geração obcecada por alimentos.

    A nova geração de produtos de conveniência permite que os consumidores tenham mais tempo para se dedicarem a outras atividades.

    As opções mais diversificadas de alimentos e bebidas de conveniência aprimorados são importantes numa época em que os consumidores têm uma infinidade de opções. Uma abundância de escolhas de alimentos e bebidas convenientes, frescos e saudáveis, será esperada pelos consumidores que estão pressionados pelo tempo, mas que não querem sacrificar a qualidade. Os kits de refeições, que geralmente são associados ao jantar, podem resolver dilemas para os consumidores, com tempo limitado, a qualquer hora do dia.

    No segundo semestre de 2018, a Quaker introduziu seu Morning Go-Kit nos EUA para os consumidores que procuravam conveniência e nutrição sem gastar tempo na preparação do pequeno-almoço.

    O que pensam os consumidores?Os consumidores dos EUA consideram uma série de fatores para determinar qual o melhor atributo de ingredientes e embalagem nos snacks que mais lhes interessam (Dados de julho de 2017):

    Contém fruta

    Contém grãos integrais

    Contém vegetais

    Contém sementes ou nozes

    Embalagem reciclável

    Embalagem on-the-go

    39%

    39%

    38%

    36%

    23%

    18%

    O ritmo frenético da vida moderna já tem alguns consumidores preocupados em economizar tempo - e outros dispostos a pagar mais para tal:

    43%dos utilizadores chineses de entrega de alimentos (entre 20 e 49 anos) pedem comida para economizar tempo.

    27%dos consumidores dos EUA concordam que demora muito tempo para preparar alimentos saudáveis.

    Marcas embaladas de alimentos e bebidas podem trabalhar para garantir a disponibilidade de refeições prontas premium, lanches nutritivos e bebidas saudáveis em lojas de conveniência:

    62%dos visitantes de lojas de conveniência nos EUA estariam interessados numa loja de conveniência especializada em alimentos saudáveis.

    34%dos consumidores chineses (entre 20 e 49 anos) gostariam de ter mais comida fresca nas lojas de conveniência.

    22%

    dos consumidores britânicos, que compram com maior frequência em lojas de conveniência, dizem que gostariam de ver mais opções pequeno-almoço on-the-go.

    O que é que se segue?

    1Em 2019 e nos anos que se seguem, o crescente segmento de consumidores que estão em movimento e, inversamente, aqueles que querem passar mais tempo em casa, aumentarão a procura por produtos embalados ou restaurantes de qualidade com comida e bebidas prontas para consumir.

    2

    Uma nova onda de “atalhos” estará disponível, oferecendo novas conveniências como a expansão de mealkits vendidos individualmente em retalhistas e uma nova geração de refeições preparadas, acompanhamentos e molhos que emulam os sabores, e novos formatos de refeições nos restaurantes. O interesse pela conveniência premium não se limitará ao horário do jantar, criando oportunidades para cada refeição, snack e intervalos para a bebida.

    3 Assim como as lojas de conveniência automatizadas, os avanços na tecnologia elevarão as expectativas para opções de conveniência.

  • Staphylococcus aureus

    Staphylococcus spp (inclui coagulase negativos)

    Streptococcus agalactiae

    Streptococcus dysgalactiae

    Streptococcus uberis

    Escherichia coli

    Enterococcus spp

    Klebsiella oxytoca e/ou K. pyogenes

    Serratia marcescens

    Corynebacterium pyogenes

    Trueperella pyogenes e/ou Peptoniphilus indolicus

    Staphylococcus ß lactamase

    Mycoplasma bovis

    Mycoplasma spp

    Leveduras

    Prototheca spp

    Validado para Bovinos e Pequenos Ruminantes

  • 18 . REVISTA AGROS Nº37

    Segalab - Grupo AGROS

    A seroprevalência de Neospora caninum em Explorações Pecuárias PortuguesasTEXTO: Dr.ª Abigail Barbosa, Dir. Técnica - Segalab | Dr.ª Adelaide Pereira, Médica Veterinária - Serviços Técnicos de Apoio à Produção - Segalab | Dr.ª Carla Afonso - Imunodiagnóstico e Biologia Molecular - Segalab

    Intr

    oduç

    ão

    Neospora caninum é um parasita protozoário de animais, re-sponsável pela neosporose com distribuição a nível mundial. Para controlar a infeção, é importante identificar animais seropositivos e implementar as medidas apropriadas. Em Portugal, desde 2009, ao abrigo de um programa de controlo voluntário (Bovicontrol®) todas as fêmeas e machos para reprodução presentes na exploração são testados para anticorpos Neospora.

    Mét

    odo

    Todas as fêmeas e machos para reprodução (35933) presentes nas 403 explorações sob o programa Bovicontrol® foram testadas para anticorpos Neospora, entre março de 2009 e abril de 2018. Bovicontrol® é um programa voluntário que inclui IBR, BVD, Paratuberculose e Neosporose, que se iniciou em 2009, com principal incidência de implementação no norte do país. A maioria das amostras foi analisada utilizando o kit de teste ELISA CIVTEST® BOVIS NEOSPORA (LABORATÓRIOS HIPRA, ESPANHA), considerado um dos ELISA melhor ajustado com Se (Sensibilidade) e Sp (Especificidade)> 95%. Os re-sultados são expressos em positivo e negativo, de acordo com o fabricante.

    Dis

    cuss

    ão d

    os R

    esul

    tado

    s

    O norte de Portugal é dominado por pequenas e médias explorações agrícolas, o que explica o grande número com efetivos abaixo dos 100 animais (65,8%) (tabela 1). A proporção de amostras positivas foi de 16,3% (5840/35933); os valores são bastante se-melhantes entre as diferentes dimensões do efetivo (tabela 1). Todas as explorações no programa Bovi-control ®, com mais de 100 animais possuem, pelo menos, um animal neospora seropositivo.

    Dimensão do Efetivo

    N.º Total de Explorações

    Explorações Seropositivas (N, % e proporção)

    N.º Total de Animais

    % de Animais Seropositivos

    200 35 (8,7%) 35 (100,0%) 9,9% 9525 (26,5%)1728

    (18,1%) 29,6%

    TOTAL: 403 352 (87,3%) 35933 5840 (16,3%)

    Distribuição dos animais e explorações testadas por dimensão do efetivo.

    Todas as amostras apresentaram resultados nega-tivos em 52 (12,9%) explorações, que possuem 100 ou menos animais. Até 5% dos animais seroposi-tivos foram encontradas 66 (16,4%) explorações, entre 5% e 10%, 92 explorações (22,8%), na faixa de 10%-20%, 91 (22,6%), na faixa de 20%-50%, 89 (22,1%) e com mais de 50% de animais positivos, 13 (3,2%) explorações (tabela 2). A percentagem média de animais seropositivos nos diferentes in-tervalos foi de 3,1% (0-5%), 7,5% (5%-10%), 14,6% (10%-20%), 30,4% (20%-50%) e 60,2 (

  • REVISTA AGROS Nº37 . 19

    A importância de monitorizar o estado da neosporose nas Explorações Pecuárias – Estudo de CasoTEXTO: Dr.ª Abigail Barbosa, Dir. Técnica - Segalab | Dr.ª Adelaide Pereira, Médica Veterinária - Serviços Técnicos de Apoio à Produção - Segalab | Dr.ª Carla Afonso - Imunodiagnóstico e Biologia Molecular - Segalab

    Intr

    oduç

    ão

    Os programas de controlo da neosporose bovina baseiam-se no serodiagnóstico e no manejo do efetivo. Nas Explorações leiteiras que aderem ao Bovicontrol®, todos os animais presentes, nascidos e comprados, são testados para anticorpos Neospora.

    Mét

    odo

    A Exploração sobre o qual recaiu o estudo em questão, aderiu ao programa em 2012 e todos os animais presentes foram testados para o anticorpo Neospora. Os animais foram distribuídos por 2 unidades, em diferentes áreas; a 1.ª unidade incluiu as vacas adultas, novilhas e vitelas até o desmame; na 2.ª unidade, as vitelas e novilhas até 7 meses de gestação. A cada ano, após o desmame, os animais são testados para N. caninum, assim como todos os animais abortados. Todas as relações entre mães e filhas foram registadas. Para o teste de anticorpos Neospora, foi utilizado o kit de teste ELISA CIVTEST® BOVIS NEOSPORA (LABORATÓRIOS HIPRA, ESPANHA). Os resultados são expressos em dois grupos, positivos e negativos, de acordo com o fabricante.

    Dis

    cuss

    ão d

    os R

    esul

    tado

    s

    Em dezembro de 2012, a prevalência de N. caninum foi de 6,7% (12/180). O Produtor foi aconselhado a implementar as medidas apropriadas; o abate dos animais seropositivos foi a melhor opção, devido à baixa prevalência de Neosporose. Assim, o Produtor optou por abater alguns dos animais e utilizar o sêmen bovino em outros. Entre janeiro de 2013 e abril de 2017, das 183 fêmeas que nasceram e foram testadas, apenas 2 se revelaram positivas e, posteriormente, abatidas; estes 2 animais possuíam uma mãe também seropositiva (tabela 3). Existiam apenas duas vacas seropositivas na Exploração em abril de 2017, ambas detetadas na primeira intervenção. Em novembro de 2017, 6 vitelas positivas resultaram de 31 animais testados, na monitorização de rotina; todas as mães desses animais seropositivos eram novilhas (seronegativas em 2015 e novamente testadas em janeiro de 2018 para confirmar a seropositividade).Todos os restantes animais da unidade 2 e todas as vacas da primeira lactação da unidade 1, com partos em 2017, previamente testadas e com resultados negativos, foram re-testadas e 50 novas infeções (61,7%-50/81) foram observadas. 20 desses 50 novos animais seropositivos já foram abatidos. Nenhum animal foi comprado entre 2012 a 2018 e o Produtor não possuía cães, mas, em meados do ano de 2017, um cão errático apareceu na 2.ª unidade e foi adotado. Este cão foi testado para N. caninum por IFI (imunofluorescência indireta) com um resultado positivo.

    Datas Animais TestadosN.º de Animais Seropositivos

    % de Animais Seropositivos

    1.ª Intervenção Dezembro 2012 180 12 6,7%

    Monitorização

    Maio 2013 19 1* 5,3%

    Novembro 2013 16 0 0,0%

    Abril 2014 19 0 0,0’%

    Fevereiro 2015 26 1* 3,8%

    Julho 2015 20 0 0,0%

    Março 2016 38 0 0,0%

    Outubro 2016 24 0 0,0%

    Abril 2017** 21 0 0,0%

    VigilânciaNovembro 2017 31 6 19,4%

    Janeiro 2018 81 50 61,7%

    Prevalência de animais Neospora seropositivos durante o período 2012-2018.

    * mãe também seropositiva; animal abatido;** Abril 2017: apenas dois animais seropositivos da 1.ª intervenção.

    Con

    clus

    ões

    Assim, os resultados demonstram a importância de testes individuais para N. caninum para a monitorização e deteção precoce, mas também para a intensificação de medidas de biossegurança; neste caso, a entrada de um cão, que provou ser N. caninum positivo, foi o provável fator de risco.

  • 20 . REVISTA AGROS Nº37

    Artigo Técnico

    N o dia 15 de outubro assinala-se, anualmente, o Dia Internacional das Mulheres Rurais. A coincidir com a celebração desta ocasião, a CortevaTM Agriscience, a Divisão de Agricultura da DowDuPontTM, levou a cabo um estudo que se realizou em 17 países, incluindo a Península Ibérica, para destacar a importância das mulheres na agricultura e identificar as barreiras a uma participação plena e bem-sucedida. O estudo comporta os resultados de 4.160 inquiridas que vivem tanto em países desenvolvidos, como em países em desenvolvimento, nos cinco continentes.

    As mulheres são a espinha dorsal da vida no mundo rural.Elas lidam em pé de igualdade com as tarefas no campo e na pecuária, cuidam da família e são uma parte ativa na sociedade.Estas mulheres, que já percorreram um caminho importante na sua formação técnica e específica para as tarefas que levam a cabo, apresentam um perfil que, globalmente e apesar das diferenças entre países desenvolvidos e em desenvolvimento é muito semelhante entre si.Estão orgulhosas de trabalhar no setor agrícola, mas também ambicionam um maior reconhecimento e consciência social do seu trabalho e das diferenças de género.Para elas, é vital que a sociedade entenda a importância da conciliação e que, juntamente com o desenvolvimento da vida profissional, coexistam conceitos-chave como a família, a estabilidade financeira e a própria saúde.

    Discriminação de género na agricultura é transversal e persistente.É o que revela o referido estudo, sendo esta perceção muito alta na Península Ibérica, onde mais de três quartos das mulheres acreditam que não existem as mesmas oportunidades nem as mesmas possibilidades de tomada de decisão sobre questões fundamentais, como a utilização dos recursos ou benefícios.Os resultados na Península Ibérica encontram-se equiparados à Índia, com 78% do total das inquiridas referindo a discriminação de género. O mais baixo valor é o dos Estados Unidos, com 52%.Apenas metade das inquiridas afirma ter o mesmo sucesso que seus pares do sexo masculino, com 42% a considerar ter as mesmas oportunidades que os homens e 38% a sentirem-se empoderadas para tomar decisões sobre como investir na agricultura e pecuária.

    TEXTO Adaptado por

    AGROS

    FONTE CortevaTM

    Agriscience, a Divisão de

    Agricultura da DowDuPontTM

    O PAPEL DA MULHERNA AGRICULTURA

  • REVISTA AGROS Nº37 . 21

    40% com rendimentos mais baixos que os seus pares masculinos.Quase 40% das inquiridas afirmam ter rendimentos mais baixos que os homens e menos acesso a finan-ciamento. No topo das suas preocupações surgem a estabilidade financeira, o bem-estar de suas famílias e alcançar um equilíbrio entre trabalho e vida pessoal.Muitas mulheres afirmam que necessitam de mais for-mação para tirar partido da tecnologia agrícola, que se tornou essencial para o sucesso económico e gestão do meio ambiente. Este desejo de maior formação surge como o fator mais referido entre as respostas quando se trata de eliminar os obstáculos perante a diferen-ciação de género. Os números excedem significativa-mente os 50% nos 17 países do estudo, com Brasil, Nigéria, Quénia, México e África do Sul à cabeça.

    Necessidade de eliminar obstáculos.A maioria das mulheres vê progressos na igualdade de género, mas 72% afirmam que levará entre uma a

    três décadas ou mais para atingir a plena igualdade. De acordo com as respostas das inquiridas, cinco ações-chave são identificadas para eliminar os obstáculos à igualdade:

    80% Mais formação em tecnologia.

    79% Maior formação académica.

    76%Mais apoio - legal e de outro tipo - para ajudar as mulheres agricultoras que sofrem discriminação por género.

    75%Aumentar a consciencialização pública sobre os sucessos das mulheres na agricultura.

    74% Aumentar a consciência social da discriminação de género na agricultura.

    As mulheres representam quase metade dos agricultores mundiais e ORGULHAM-SE em trabalhar neste setor.

    89%América Latina

    91%América do Norte

    89%Europa

    93%África

    92%Ásia

    ORGULHO NÃO É O MESMO QUE FELICIDADESomente metade, ou menos, destas agricultoras se sentem felizes, reconhecidas e ouvidas.

    O QUE É PRECISO FAZER: EMPODERAMENTO

    DISCRIMINAÇÃO É PERCECIONADA COMO GENERALIZADAcom variações entre países, mas globalmente com níveis significativos, variando de 78% na Índia a 52% nos EUA.

    EXISTEM BARREIRAS PARA A IGUALDADE

    AS PREOCUPAÇÕES COM A VIDA TÊM A SUA IMPORTÂNCIA.

    DADOS DO ESTUDO:

    • Foi realizado entre agosto e setembro de 2018.• Foram realizados aproximadamente 4.160 inquéritos em 17

    países da Ásia-Pacífico (24%), América do Norte (21%), América Latina (21%), Europa (19%) e África (15%).

    • A maioria das mulheres está envolvida na agricultura e outras estão envolvidas noutras atividades agrícolas ou relacionadas com a agricultura.

    • As explorações agrícolas variam de pequenas propriedades de subsistência a empresas com mais de 300 trabalhadores.

    • As suas funções vão de proprietárias e diretoras a funcionárias e trabalhadoras.

    • A idade média das entrevistadas é de 34 anos.• Os países incluídos no estudo foram: Ásia-Pacífico - China, Índia,

    Indonésia, Austrália; América do Norte - EUA, Canadá; América Latina - Brasil, México, Argentina; Europa - França,

    50% 42% 38%

    Embora tenha havido progresso no sentido da igualdade de género, 34% afirma que será necessário, pelo menos uma década, ou possivelmente muito mais, para alcançar a igualdade total.

    62% 31%

    Acredita que exista menos discriminação hoje do que há 10 anos atrás.

    Acredita que não existiu qualquer mudança em 10 anos ou mais descriminação neste período.

    Afirma que mulheres e homens são igualmente bem sucedidos na lavoura e agricultura.

    Afirma que mulheres e homens, na generalidade, têm as mesmas oportunidades.

    Afirma poder tomar decisões na forma como o investimento é aplicado na agricultura.

    Família

    Estabilidade Financeira

    Saúde Pessoal 59%61%65%

    37% acredita que os salários das mulheres são mais baixos que os dos homens.

    36% acredita ter menos acesso ao financiamento que os homens.

    88% afirma que tem acesso a tecnologias, mas apenas 78% diz ter a formação necessária para a utilizar eficientemente.

  • 22 . REVISTA AGROS Nº37

    Os programas para 2019 que visam a promoção dos produtos agroalimentares europeus centrar-se-ão sobretudo nos mercados situados fora da UE que apresentam o potencial de crescimento mais elevado.A Comissão Europeia adotou, com data de 14 de novembro, o programa de trabalho para 2019 no âmbito da política de promoção, o qual inclui uma dotação de 191,6 milhões de euros para programas selecionados para cofinanciamento da União Europeia – o que significa um aumento de 12,5 milhões de euros comparativamente a 2018. Destes, 89 milhões de euros serão afetados a campanhas nos países com forte crescimento, nomeadamente o Canadá, a China, a Colômbia, o Japão, a Coreia, o México e os Estados Unidos. Uma parte destes fundos destina-se à promoção de produtos específicos, como as azeitonas de mesa.

    “A Europa é o primeiro produtor mundial de produtos de qualidade do setor alimentar e das bebidas. Apraz-me registar que, ao dedicarmos uma ainda maior atenção ao esforço de promoção em 2019, conseguiremos dar melhor a conhecer esta realidade, tanto na UE como nos países terceiros com elevado potencial de crescimento, em benefício dos nossos agricultores e dos produtores do setor agroalimentar. Com o aumento do número de acordos comerciais crescem as possibilidades de acesso a novos mercados e a Comissão está empenhada em apoiar os produtores europeus na promoção e exportação dos seus produtos.”

    Phil Hogan, Comissário responsável pela Agricultura e Desenvolvimento Rural

    A nível interno, é dedicada especial atenção às campanhas de promoção dos diferentes sistemas e rótulos de qualidade, incluindo as denominações de origem protegida (DOP), as indicações geográficas protegidas (IGP) e as especialidades tradicionais garantidas (ETG), assim como aos produtos biológicos. Além disso, uma parte do financiamento destina-se a setores específicos como o arroz, a fruta e os produtos hortícolas produzidos de forma sustentável. Estes produtos foram especificamente selecionados para se promover uma alimentação saudável junto dos consumidores da UE.

    NOTA

    Programa Simples: é um programa de promoção apresentado por uma ou mais organizações proponentes de um mesmo Estado-Membro.

    Programa Multi: programa apresentado por, pelo menos, duas organizações proponentes de, pelo menos, dois Estados-Membros, ou por uma ou mais organizações europeias.

    Artigo Técnico

    Promoção dos Produtos Agroalimentares Europeus191 milhões de euros para promoção dos produtos agroalimentares europeus, na União Europeia e no estrangeiro.

    TEXTOAdaptado por AGROS

    FONTEComissão Europeia

    PROGRAMAS SIMPLES NO MERCADO INTERNO

    20Milhões

    12 M

    8 M

    Programas relativos aos regimes de qualidade da União Europeia (Denominação de Origem Protegida, Indicações Geográficas Protegidas, Especialidades Tradicionais Garantidas, MQF), Produtos Biológicos, RUP.

    Programas que destacam as características específicas dos métodos de produção agrícola na União (segurança alimentar, rastreabilidade, autenticidade, rotulagem, aspetos nutricionais e sanitários, bem-estar animal, respeito pelo ambiente e sustentabilidade) e dos produtos da UE em termos de qualidade, sabor, diversidade ou tradições (= não abrangidos pelos regimes de qualidade da UE).

    PROGRAMAS MULTI NOS PAÍSES TERCEIROS

    43.3Milhões

    5 M

    38.3 M

    Programas relativos aos regimes de qualidade da UE [(DOP, IGP, ETG, MQF), produtos biológicos, RUP ou programas que destacam as características específicas dos métodos de produção agrícola da União (segurança alimentar, rastreabilidade, autenticidade, rotulagem, aspetos nutricionais e sanitários, bem-estar animal, respeito pelo ambiente e sustentabilidade, e dos produtos da UE em termos de qualidade, sabor, diversidade ou tradições.

    Carne de Bovino.

  • REVISTA AGROS Nº37 . 23

    Repartição dos orçamentos por prioridade para os

    programas cofinanciados no âmbito do programa de trabalho anual para 2019

    Montantes Previstos (em milhões de €)

    PROGRAMAS SIMPLES NOS PAÍSES TERCEIROS

    75Milhões

    25.25 M

    2.5 M

    25.25 M

    22 M

    China, Japão, Coreia, Sudeste Asiático e Ásia do Sul.

    Canadá, EUA, México e Colômbia.

    Outras zonas geográficas.

    Azeitonas de mesa.

    PROGRAMAS SIMPLES EM CASO DE PERTURBAÇÃO DO MERCADO/CONVITE À

    APRESENTAÇÃO DE PROPOSTAS ADICIONAL PROGRAMAS MULTI NO MERCADO INTERNO

    43.3Milhões

    32.8 M

    2.5 M

    8 M

    Programas relativos aos regimes de qualidade da UE [(DOP, IGP, ETG, MQF), produtos biológicos, RUP ou programas que destacam as características específicas dos métodos de produção agrícola na União (segurança alimentar, rastreabilidade, autenticidade, rotulagem, aspetos nutricionais e sanitários, bem-estar animal, respeito pelo ambiente e sustentabilidade, e dos produtos da UE em termos de qualidade, sabor, diversidade ou tradições.

    Alimentação saudável: fruta e produtosHortícolas.

    Arroz produzido de forma sustentável.

    5MPROGRAMAS SIMPLES EM CASO DE PERTURBAÇÃO DO MERCADO/CONVITE À APRESENTAÇÃO DE PROPOSTAS ADICIONAIS

    5MPROGRAMAS MULTI EM CASO DE PERTURBAÇÃO DO MERCADO/CONVITE À APRESENTAÇÃO DE PROPOSTAS ADICIONAL

    9,5M INICIATIVAS DA PRÓPRIA COMISSÃO

    TOTAL DAS AÇÕES DE PROMOÇÃO

    201.1 MILHÕES EUROS

  • 24 . REVISTA AGROS Nº37

    Ucanorte XXI - Grupo AGROS

    A batata, Solanum tuberosum, é uma espécie da família das Solanáceas originária da América do Sul, a que pertence também o pimenteiro, o tomateiro e a beringela. A batata foi introduzida na Europa pelos espanhóis, aquando da conquista do império Inca. Crê-se que a difusão da cultura na Europa e no mundo tenha surgido a partir de Espanha e Inglaterra.Em Portugal, o início da expansão da batata ter-se-á iniciado em meados do século XIX, embora existam referências anteriores a esta data da sua presença no nordeste do país, onde substitui a castanha na alimentação. A cultura produz-se por quase todo o país, embora predomine nas regiões de Trás-os-Montes, Beira Litoral e Ribatejo e Oeste. Trata-se de uma cultura importante, apesar de ter sofrido um decréscimo acentuado nas últimas décadas. Representou no ano de 2017 cerca de 23.735 ha de superfície cultivável, com uma produção de 515.030 toneladas (fonte: INE, Estatísticas Agrícolas – 2017). A batata é uma planta herbácea de carácter vivaz, mas cultivada como anual. O produto de valor comercial são os seus tubérculos que têm vários tipos de utilização: para alimentação humana em fresco ou processada, para alimentação animal, como matéria-prima para várias indústrias não alimentares e para a obtenção de batata semente.

    A Importância da fertilização na cultura da batata

    TEXTO Dulce Medeiros, Eng.ª Agrícola –

    Ucanorte XXI

    A cultura da batata

    Esta cultura prefere solos de textura franca com boa drenagem e terra arejada. São de evitar terrenos pedregosos e com zonas baixas, já que estas são susceptíveis de ficarem alagadas.

    A fertilização das plantas é de extrema importância para a obtenção de maiores produções e melhor qualidade dos produtos finais e, por conseguinte, maior rentabilidade das explorações. É importante salientar que uma planta bem nutrida possui uma maior resistência a carências hídricas, ataques de pragas e doenças e melhores índices de conservação pós-colheita.

    Assim, para se maximizar a produção da batata deve-se fazer uma análise de solo para compreender as correções a fazer para que, de uma forma sustentável, apenas se apliquem os nutrientes necessários ao terreno em questão, tendo sempre em conta as extrações da cultura. Desta forma, minimiza-se o impacto ambiental, ao mesmo tempo que se diminui os custos de produção.Em situações de solos ácidos, é importante proceder à sua correção para garantir a diminuição dos efeitos tóxicos de alguns micronutrientes, bem como para aumentar a eficiência da utilização dos macronutrientes (Figura 1).

  • REVISTA AGROS Nº37 . 25

    FIGURA 1

    Contudo, é importante fazer esta correção na cultura que antecede a batata para não se criarem condições favoráveis ao desenvolvimento da sarna comum (Strep-tomyces scabiei), doença causada por um fungo que provoca perdas no valor comercial das batatas. De uma forma geral, deve-se dar preferência a um calcário de origem dolomítica pelos teores que este apresenta em magnésio, nutriente extremamente importante para a batata e muito deficitário nos solos da nossa região. A batata beneficia da fertilização orgânica. A matéria orgânica melhora a estrutura do solo, aumentando a capacidade de retenção de água e o aquecimento do solo, favorável à cultura. Também aumenta a capacida-

    de de troca catiónica, indispensável para uma boa ab-sorção dos nutrientes por parte das plantas, para além de que contém, ela própria, nutrientes necessários às mesmas. É ainda o suporte da atividade microbiana existente no solo, importante para o cumprimento do ciclo dos principais macronutrientes.A batateira tem um crescimento rápido e com grande exigência nutricional num curto período de tempo. Num ciclo de 90 a 150 dias, a absorção máxima de azoto, potássio, magnésio e enxofre ocorre normal-mente entre os 40 e 50 dias após a emergência. O fósforo e o cálcio são absorvidos continuamente até 80 dias após a emergência (Pádua et al., 2012). Durante a tuberização a planta absorve cerca de 50% dos macronutrientes principais, o azoto, o fósforo e o potássio (Almeida, 2006). Os valores de extração dos nutrientes pela cultura são variáveis, dependendo de vários fatores, como o tipo de solo, o clima, a variedade, a época de plantação, entre outros, mas de uma forma geral, pode-se ter em conta as necessidades que se encontram no quadro 1.

    TipoProdutividade

    esperada (ton/ha)

    Azoto (N, kg/ha)

    Fósforo(P2O5, kg/ha)

    Potássio (K2O, kg/ha)

    Conservação 25 103 47 210

    QUADRO 1

    Macronutrinentes

    O azoto é um nutriente primordial na fertilização de qualquer planta. Promove o aumento da área foliar e, por conseguinte, a superfície disponível para a fo-tossíntese e o teor de hidratos de carbono. Como faz parte da molécula da clorofila, os sintomas da sua de-ficiência demonstram um amarelecimento das folhas, principalmente das mais velhas. Contudo, o excesso de fertilização com este nutriente pode aumentar o vigor da planta, criando condições de falta de areja-mento que favorecem o aparecimento de fungos. Este excesso também condiciona a formação de células maiores e paredes celulares mais finas, o que torna as folhas mais suculentas e frágeis, ficando assim mais susceptíveis ao ataque de pragas e doenças. Este nutriente não deve ser aplicado no final do ciclo de forma a não afetar a tuberização.

    FIGURA 2

    FIGURA 1Disponibilidade de nutrientes para as plantas em função do valor do pH do solo.

    QUADRO 1Extração de nutrientes pela cultura da batata (J. Quelhas dos Santos, 1983).

    FIGURA 2Sintomas de carência de azoto, com um amarelecimento das folhas mais velhas.

  • 26 . REVISTA AGROS Nº37

    O fósforo é muito importante no período vegetativo inicial, pois determina o desenvolvimento do sistema radicular, o que irá condicionar o número de tubérculos por planta, logo, a sua produção final. Apresenta uma importante relação na absorção de outros nutrientes, como o potássio, azoto e cálcio para além que estimula a tuberização e acelera a maturação dos tubérculos.

    FIGURA 3

    Outro macronutriente muito importante para a batata é o potássio. É essencial para a formação do amido, o qual melhora as qualidades culinárias de conservação. É determinante na quantidade e qualidade da produção esperada e na resistência a várias doenças. Intervém na maioria das funções fisiológicas que ocorrem nas plantas, sendo por isso muito importante na regularização do regime hídrico das mesmas.

    FIGURA 4

    O magnésio desempenha diversas funções, salientando-se a sua presença na composição da clorofila. Os sintomas de carência verificam-se inicialmente nas folhas mais velhas com um amarelecimento entre as nervuras. A sua presença permite melhorar o aumento da produção de tubérculos, assim como o seu volume e teor em matéria seca. O enxofre intervém na síntese de proteínas, sendo muito importante na qualidade e na conservação dos tubérculos, e na redução da incidência da sarna. As necessidades em enxofre da batata são muito idênticas às do magnésio.

    Na divisão celular e na formação da parede celular, o cálcio exerce um papel fundamental, sendo por isso responsável pela maior resistência ao rachamento e à presença de deformações. Há que ter em conta que é um nutriente com baixa mobilidade na planta, pelo que deve ser disponibilizado o mais cedo possível, de forma a garantir a sua presença em estados fenológicos mais avançados das plantas. O sistema radicular é também afectado pela sua carência.

    Micronutrientes

    A cultura é também sensível às carências de manganês, zinco e ferro. São designados de micronutrientes pela pequena quantidade que é necessária para o normal funcionamento das plantas. São, assim, indispensáveis às plantas, sendo que a sua ausência provoca o aparecimento de sintomas de carência e o seu excesso fitotoxicidade, pelo que a sua fertilização deve ser bastante controlada. A batata é muito sensível à carência de boro. Este micronutriente é responsável pelo fortalecimento e coesão dos tecidos celulares, melhorando assim a qualidade dos tubérculos pós-colheita e diminuindo a presença de deformações aquando da tuberização.

    FIGURA 5

    O sucesso da produção da batata, como de qualquer outra cultura, é o reflexo de uma série de condições bióticas e abióticas. Destas, algumas são passíveis de controlar como é o caso da fertilização, cuja base é o solo, o principal suporte físico e nutritivo das plantas. A fertilização não pode ser vista como uma ciência matemática, dada a grande interacção de processos que ocorrem no solo, mas como uma forte aliada para a obtenção de maiores e melhores produções. Com base nas exportações estabelecidas para a cultura da batata e com o conhecimento das condições edafo-climáticas da região, a Ucanorte XXI elaborou uma fórmula especial de adubo granulado, o Ucafert 12-7-24 (NPK) + 2 Magnésio + 5 enxofre.

    NOTA A autora fornece bibliografia sob solicitação.

    FIGURA 3 A deficiência em

    fósforo confere uma cor arroxeada

    às folhas mais velhas.

    FIGURA 4As folhas mais

    velhas revelam necroses nas

    margens devido a carências de

    potássio.

    FIGURA 5As folhas mais

    novas apresentam-se enroladas

    quando o boro é deficitário.

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  • 28 . REVISTA AGROS Nº37

    Casimiro Loureiro Dantas com família, e Alexandre Oliveira (funcionário).

    Tendo em consideração o investimento realizado com a aqui-sição da Máquina de Ordenha Nova BouMatic, quais foram as principais razões que o levaram a optar pelas soluções dispo-nibilizadas pela Agros Comercial?A ordenha anterior que tinha na Exploração era muito morosa e optei por esta Máquina de Ordenha da BouMatic para reduzir as horas de ordenha. Este investimento foi incluído num proje-to, assim como a construção do Estábulo.

    Está satisfeito com os resultados obtidos pelo equipamento na sua Exploração? Aconselharia este equipamento a outros Produtores? Pela relação qualidade vs. preço? Ou outro fator?Sim, encontro-me satisfeito com o equipamento e aconselhava a sua utilização a outros Produtores, tanto pela qualidade como pelo preço, uma vez que é uma Máquina muito rentável e de prática utilização.

    Quais as principais diferenças em relação a equipamentos an-teriores? E em relação à concorrência?Não há comparação, uma vez que esta é uma Máquina de Orde-

    Agros Comercial - Grupo AGROS

    nha que possui identificação do animal, o que é indispensável numa Exploração, e todo o histórico fica registado. Além, claro, da rapidez com que decorre o momento da ordenha. Cheguei a avaliar a compra de outras Máquinas, no entanto, a BouMatic é uma marca de eleição na área.

    Considera positivo o apoio técnico prestado pela Agros Co-mercial? Em que medida?Sim, sempre que existiu necessidade foi prestado o devido apoio.

    Têm trabalhado com a Agros Comercial em mais alguma gama de produtos? (Material Tubular, Produtos de Higiene, Máqui-nas Agrícolas, Equipamentos de Refrigeração, Manutenção e Assistência Técnica, etc.) Quais os motivos?Sim, alguns dos equipamentos do novo estábulo foram adquiri-dos à Agros Comercial.

    Pretendem manter a Agros Comercial como parceira da sua Exploração?Sim, estou satisfeito com a Agros Comercial como parceira.

    EmpresaAgropecuária Dantas,LdaFreixo, Ponte de Lima

    Nº de Animais175 dos quais 100 vacas lactantes

    Quantidade Contratualizada790 853 Lts

    Ano da Fundação2018 (em nome coletivo)

    Cliente Agros ComercialDesde 1995 (em nome individual)

    Cliente Empresas Grupo AGROSSegalab, Ucanorte XXI

  • REVISTA AGROS Nº37 . 29

    EmpresaFernando António dos S. MartinsMaia

    Nº de Animais330 dos quais 130 vacas lactantes

    Quantidade Contratualizada1.337.427 Lts

    Ano da Fundação1986

    Cliente Agros ComercialDesde 2008

    Cliente Empresas Grupo AGROSSegalab, Ucanorte XXI e PEC Nordeste

    Fernando Martins e família.

    Tendo em consideração o investimento realizado com a aquisição da Grade de disco Lemken Rubin 8/300, quais foram as principais razões que o levaram a optar pelas soluções disponibilizadas pela Agros Comercial?Em primeiro lugar, foi a marca em si. Oferece uma excelente garan-tia, sendo uma empresa alemã, existindo diversos estudos sobre o equipamento em questão. Outra das principais razões deveu-se à inclinação que os discos possuem e permitem, assim, uma me-lhor penetração do solo, mesmo nos mais difíceis. Os pentes dis-tribuem a terra na largura da grade e, com a passagem dos rolos, o terreno fica pronto para a próxima sementeira que, neste caso, será azevém.

    Está satisfeito com os resultados obtidos pelo equipamento na sua Exploração? Aconselharia este equipamento a outros Produ-tores? Pela relação qualidade vs. preço? Ou outro fator?Sim, estou satisfeito. É um equipamento que, apesar de ter um investimento inicial bastante elevado, a sua performance permi-te trabalhar uma área maior em menos tempo do que o usual (aproximadamente 2 hectares por hora). Já utilizo a Grade de dis-co Lemken Rubin 8/300 há cerca de um ano e tem despertado a curiosidade dos “vizinhos”, que depois de a verem em ação tam-bém se demonstram agradavelmente surpreendidos, uma vez que se destaca pela sua qualidade de desempenho.

    Quais as principais diferenças em relação a equipamentos ante-riores? E em relação à concorrência?Sim, existe uma diferença substancial e são grades completamente diferentes e com conceitos diferentes. Tínhamos uma anterior que com uma passagem deixava o solo bastante desnivelado e não fi-cava automaticamente preparada para a sementeira seguinte. Ou seja, era necessário mais do que uma passagem, o que implicava

    consideravelmente mais tempo despendido nessa tarefa. Depois de pesquisar diversos equipamentos, no momento da decisão não hesitamos em escolher a Lemken.

    Considera positivo o apoio técnico prestado pela Agros Comer-cial? Em que medida?Não tenho nada a apontar, pelo contrário. Sempre que necessito mostram-se disponíveis para resolver qualquer questão o mais rá-pido possível, a qualquer hora do dia.

    Têm trabalhado com a Agros Comercial em mais alguma gama de produtos? (Material Tubular, Produtos de Higiene, Máquinas Agrícolas, Equipamento de Refrigeração, Manutenção e Assis-tência Técnica, etc.) Quais os motivos?Tenho trabalhado principalmente com os Produtos de Higiene pela relação qualidade vs. preço e pela gama alargada e produtos que possuem e que correspondem às nossas necessidades. Tam-bém montamos um Grupo de Vácuo com a Agros Comercial há cerca de dois anos.

    Em face do conhecimento que tem da gama de produtos e de serviços prestados pela Agros Comercial, tem alguma sugestão a fazer para que a Agros Comercial possa continuar a manter-se como parceira da sua Exploração?No fundo, o que aconselho é que continuem a zelar pelo trabalho dos Produtores e a disponibilizar produtos de qualidade, com uma gama elevada e preços competitivos para que possamos continuar a concretizar negócios com a empresa. As marcas que a Agros Co-mercial representa também são uma das principais mais-valias, para que seja possível ter o retorno do investimento em equipa-mentos de excelência que proporcionam segurança no desempe-nho das funções inerentes a trabalho agropecuário.

  • 30 . REVISTA AGROS Nº37

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  • REVISTA AGROS Nº37 . 31

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  • 32 . REVISTA AGROS Nº37

    Artigo Técnico

    Qualidade do Leite na Produção em Portugal ContinentalA valorização da qualidade do leite constitui um fator de extrema importância no preço final pago ao produtor e tem como objetivo favorecer o desenvolvimento de programas de melhoria de eficiência nas explorações, aumentar os rendimentos no processo de transformação e garantir ao consumidor final a ausência de riscos sanitários.

    O Laboratório Interprofissional utiliza a tecnologia mais moderna existente em matéria de análise do leite, não descurando os meios informáticos e automáticos indispensáveis para que todo o processo funcione eficazmente. É acreditado desde 2011, de acordo com a NP EN ISO/IEC 17025 (Anexo técnico nº L0512).Conta com uma equipa de 20 pessoas altamente qualificadas, ao serviço da interprofissão leiteira e que foi formada para responder às necessidades e exigências de toda a fileira do leite.

    Atividade do Laboratório da ALIP

    O laboratório analisa atualmente cerca de 5.000 amostras diárias de leite cru, em que cerca de 3.000 a 3.500 são amostras de contraste leiteiro e cerca de 1.000 a 1.500 são amostras de classificação. A análise de alimentos animais, mais recente na atividade da ALIP, representa também uma das áreas principais no laboratório e tem-se verificado uma procura crescente pelos serviços, neste departamento.As análises de águas para consumo, conforme DL306/2007, alterado pelo 152/2017, são também realizadas no laboratório da ALIP, por métodos acreditados. O intuito da oferta deste serviço foi sempre o de preencher as necessidades do setor, pois é obrigatório o controlo da água de consumo nas vacarias, não sendo da rede pública.

    Legislação na Qualidade do Leite

    A legislação comunitária exerce grande pressão sobre o Produtor de leite para que se obtenha matéria-prima de qualidade, sem colocar em causa a saúde pública e a segurança alimentar.A regulamentação comunitária em matéria de higiene alimentar, consagra a responsabilidade dos distintos agentes da cadeia alimentar na produção de alimentos seguros, estabelecer o controlo oficial que se deve realizar em cada etapa da produção e transformação e a supervisão do dito controlo pelas autoridades competentes. No âmbito da produção leiteira, refira-se os Regulamentos CE nº 852/2004, relativo à higiene dos géneros alimentícios, e o Regulamento CE nº 853/2004, que estabelece regras específicas de higiene aplicáveis aos géneros alimentícios de origem animal, ambos de 29 de abril e suas alterações.Os operadores das empresas que produzam leite ou que procedam à recolha devem assegurar que o leite cru obedeça aos seguintes critérios:

    a) Leite cru de vaca: Contagem em placas a 30º C (por ml) ≤ 100.000 *Contagem de células somáticas (por ml) ≤ 400.000 *** Média Geométrica constatada ao longo de um período de dois meses, com, pelo menos, duas colheitas mensais.** Média Geométrica constatada ao longo de um período de três meses, com pelo menos,

    TEXTODra. Lúcia

    Medeiros, Diretora-Geral da ALIP - Associação Interprofissional

    do Leite e Lacticínios.

  • REVISTA AGROS Nº37 . 33

    uma colheita mensal, a não ser que a autoridade competente especifique outra metodologia para atender às variações sazonais nos níveis de produção.

    b) Leite cru de outras espécies:Contagem em placas a 30º C (por ml) ≤ 1.500.000 *Todavia, se se pretender utilizar este tipo de leite cru no fabrico de produtos por um processo que não inclua nenhum tratamento térmico, os operadores das empresas do setor alimentar devem tomar as medidas necessárias para assegurar que o leite cru utilizado obedeça ao seguinte critério:Contagem em placas a 30º C (por ml) ≤ 500.000 **Média geométrica constatada ao longo de um período de dois meses, com, pelo menos, duas colheitas mensais.Relativamente à presença de inibidores no leite, os operadores das empresas devem adoptar procedimentos destinados a garantir que não é colocado leite cru no mercado:- Cujo teor de resíduos de antibióticos ultrapasse os níveis autorizados para qualquer uma das substâncias referidas nos anexos I e II do Regulamento (CE) nº 2377/90, ou, que o total de resíduos de todas as substâncias antibióticas ultrapasse qualquer valor máximo permitido.Quando o leite cru não estiver conforme o disposto, os operadores das empresas têm que comunicar às Direções de Serviço de Veterinária.

    Qualidade média do Leite Cru na área de influência da ALIPCom base no total das amostras analisadas na ALIP, representando cerca de 95% do volume de leite de vaca produzido no Continente, os indicadores de qualidade continuam a apontar para níveis muito elevados de cumprimento relativamente a parâmetros de saúde e higiene.Como se pode observar na tabela abaixo (tabela 1) não existem diferenças significativas para os diferentes pa-râmetros analisados no período de 2008 a 2018, princi-palmente no que diz respeito à composição do leite.

    Tabela 1Evolução da qualidade média do leite com base nas amostras analisadas na ALIP de 2008 a 2018.

    Parâmetros 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018

    Gordura (%m/m) 4,0 3,9 3,8 3,9 3,8 3,9

    Proteína (%m/m) 3,3 3,2 3,3 3,2 3,2 3,3

    Ureia (ppm) 247 232 229 220 244 247 237 239 235 255 256

    Micro. (ufc/ml)x100076 47 47 53 56 57 57 64 60 34 36

    92% < 100 93% < 100 94% < 100 93% < 100 94% < 100 94% < 100 94% < 100 94% < 100 94% < 100 97% < 100 97% < 100

    Células Somáticas (cel/ml)x1000

    376 343 331 317 318 322 322 286 280 247 250

    72% < 400 78% < 400 81% < 400 82% < 400 84% < 400 84% < 400 83% < 400 87% < 400 89% < 400 92% < 400 91% < 400

    Inibidores (% Amos. Positivas) 0,4% Pos 0,4% Pos 0,3% Pos 0,3% Pos 0,3% Pos 0,3% Pos