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Animação e lazer
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CENTRO DE FORMAÇÃO - CEFORCÓRDIA
Animação e Lazer
Código da UFCD: 3534
Código da Área de Formação: 762
Local: Santa Casa da Misericórdia de Azinhaga
Formador:
2011
1
Introdução ........................................................................
.3
Conteúdos Programáticos ………………………………….....……..4
1. Enquadramento: Animação Social na 3ª Idade
………………........5
2. Conceitos de “animação” e “lazer” ......................................6
3. Actividades Ocupacionais…
…………………………………………….........7
a. Importância da
Ocupação……………………………………….........8
b. Recursos da comunidade ...........................................9
c. Actividades lúdicas – meios de expressão:……………………
10
Expressão escrita e oral
……………………………………….10
Expressão dramática
…………………………………………….11
Expressão plástica
…………………………………………………12
Expressão musical ……………….
……………………………….13
Expressão física e motora …….
………………………………14
Meios Audio-visuais ……………….
……………………………..15
Actividades no Exterior
………………………………………..15
d. Técnicas de animação
…………………………………………………….16
2
e. Jogos e actividade física
………………………………………………..17
4. Animação de Idosos.
…………………………………………….................18
a. Perfil do animador
……………………………………………………......18
b. Objectivos da Animação ……………………………..
…………….....19
c. O Desenvolvimento de Actividades Ocupacionais ……....20
d. O plano de actividades ocupacionais e recreativas ......20
Conclusão .........................................................................
21
Bibliografia ......................................................................
22
Anexos
IntroduçãoEste manual integra-se na componente de formação técnica referente
à unidade Animação e Lazer, cobre um vasto leque de técnicas necessárias
à prática da Animação Sociocultural, mais propriamente direccionada a
público adulto/idoso. Serão mencionados aspectos quanto ao saber saber,
saber-fazer e saber ser do perfil de um animador.
A Animação Sociocultural é uma forma de intervenção social, cultural e
educativa que possibilita o desenvolvimento de estratégias inovadoras e
interactivas. O animador é o agente que desenvolve estas estratégias, como
tal, este manual apresenta também formas de resposta para resolver e
transformar as condições dos utentes que usufruem dos serviços de
animação e lazer.
3
Pretende-se com esta formação contribuir para o desenvolvimento das
vertentes pessoal, social e profissional de cada formando preparando-o para
o exercício competente e consciente da sua profissão.
Este manual pretende ser um documento orientador que contempla um
conjunto de conteúdos programáticos que permitem adquirir competências
e desenvolver aptidões orientadas para o desenvolvimento de práticas de
animação.
Objectivo Geral:
- Reconhecer a importância da animação social no sentido de
manter ou até mesmo melhorar as capacidades físicas e mentais do
idoso
Objectivos específicos:
- Planificar actividades de ocupação/animação de idosos
- Desenvolver e executar diferentes técnicas de
ocupação/animação de idosos
Conteúdos Teóricos:
4
- A animação social na 3ª idade
- Conceitos de animação e Lazer
- Técnicas de Animação de idosos
- A planificação de actividades
Conteúdos Práticos:
- Técnicas de Colagem, Modelagem, Costura e Reciclagem
- Técnicas de Desenho e Pintura
- Jogos tradicionais; jogos musicais; jogos de psicomotricidade
- Música e danças populares
- Rimas, adivinhas, anedotas, contos e provérbios populares
1. A Animação Social na 3ª Idade
O Envelhecimento é um processo universal, inerente a todos os
seres vivos (Aiken, 1995). Vários autores dividiram o processo de
envelhecimento em três componentes, sendo o primeiro o processo
de envelhecimento biológico, resultante da crescente vulnerabilidade
e maior probabilidade de morrer, o segundo o envelhecimento social,
em relação aos papéis sociais adaptados às expectativas da
sociedade, e o terceiro o envelhecimento psicológico, definido pela
auto-regulação do indivíduo a nível da tomada de decisões e opiniões.
Estes três componentes do envelhecimento têm uma influência
decisiva no comportamento do Idoso.
Ao longo do processo de envelhecimento, as capacidades de
adaptação do ser humano vão diminuindo, tornando-o cada vez mais
sensível ao meio ambiente que, consoante as restrições implícitas ao
5
funcionamento do idoso, pode ser um elemento facilitador ou um
obstáculo para a sua vida.
Com o declínio progressivo das suas capacidades físicas, e
também devido ao impacto do envelhecimento, o idoso vai alterando
os seus hábitos e rotinas diárias, substituindo-os por ocupações e
actividades que exijam um menor grau de actividade.
Esta diminuição da actividade, ou mesmo inactividade, pode
acarretar sérias consequências, tais como redução da capacidade de
concentração, reacção e coordenação que, por sua vez, podem
provocar processos de auto-desvalorização, diminuição da auto-
estima, apatia, desmotivação, solidão e isolamento social. Estudos
recentes demostraram que realizar actividades intelectualmente
estimulantes reduzem em 47% a possibilidade dos idosos
desenvolverem a doença de Alzheimer.
Deve-se ajudar o idoso a encarar o seu envelhecimento como
um processo natural, de forma positiva e adequada, e a reconhecer a
necessidade da manutenção das actividades físicas e mentais após os
65 anos (idade a partir da qual se considera que o indivíduo entra na
Terceira Idade). (Morgenstern, 1992)
No interior da grande maioria dos Lares para idosos, a vida
destes é bastante pobre no que respeita a acontecimentos de vida. A
qualidade de vida pode também ser melhorada se se organizar
actividades de animação social, no sentido de manter ou até mesmo
melhorar as capacidades físicas e mentais do idoso.
2. C onceitos “animação” e “lazer”
A ANIMAÇÃO SOCIOCULTURAL é o conjunto de práticas
desenvolvidas a partir do conhecimento de uma determinada
realidade, que visa estimular os indivíduos de uma comunidade.
6
Instrumento decisivo para o desenvolvimento multidisciplinar
integrado (social, económico, cultural, educacional, etc.) dos
indivíduos e dos grupos.
Segundo Lobrot (1977), “animar implica, como o próprio sentido
etimológico regista, uma acção dinâmica, exercida de forma directa,
que produz movimento, vida, actividade, induzindo a propostas e
sugestões que orientem, seduzam, solicitem, despertem e
influenciem a imaginação, sem qualquer coercividade.”
Cit in Lança Rui (2004, pp 15), Animação Desportiva e Tempos Livres
Segundo a etiologia Lazer significa vagar, descanso,
passatempo.
No contexto da animação podemos dizer que o lazer é a ocupação
desses tempos de descanso através de estímulos agradáveis de
emoções combinados com um elevado grau de escolha individual.
Lança Rui (2004, pp 119), Animação Desportiva e Tempos Livres
Sendo a animação sociocultural uma profissão específica, é
também um estilo ou atitude de outras profissões. Num universo
amplo e diverso de actividades o módulo de animação e lazer
entende-se como um conjunto de práticas criativas e participativas.
3. Actividades ocupacionais
Ao nível da animação social para idosos
institucionalizados, podem ser desenvolvidos diversos tipos
de actividades, como por exemplo exercício físico ligeiro,
sessões de leitura de contos e poemas, visionamento de
filmes e posterior discussão sobre os mesmos, sessões de
7
discussão de temas propostos, actividades de trabalhos
manuais como corte e colagem, bordados, rendas e
tapeçaria, com posterior exposição dos trabalhos realizados,
culinária, passeios ao ar livre, visitas a museus, idas ao
teatro, passeios ao ar livre, ida ao jardim, missa ou café;
Histórias da vida; Ginástica e massagens; Cuidar do jardim;
Conversar; Jogos; palavras cruzadas; Jogos de cartas e de
mesa (damas, galo); Leitura de livros; Leitura e comentário
de jornais e revistas; Pequena ajuda nas tarefas da
instituição; Pequenos passeios a pé; Rezar o terço, fazer
Tricot, malha.
No fundo pretende-se ocupar o tempo livre do público-alvo da
forma mais adequada e eficaz possível, contribuindo para o bem-
estar e desenvolvimento dos idosos. Existe um vasto leque de
actividades possíveis de desenvolver estas terão sempre de ser
adaptadas às realidades existentes.
a) A importância da Ocupação
“O envelhecimento é uma lei universal
por se inscrever no ciclo biológico (...) o
significado social da velhice é definido
social e historicamente.”
Luís Silva Pereira
OBJECTIVOS DOS CUIDADOS AOS IDOSOS
Prevenir a perda desnecessária de aptidões funcionais
8
Manter a qualidade de vida
Dar suporte à família do idosos
Proporcionar assistência de qualidade
Manter o idoso no local que ele mais deseje
Proporcionar uma morte digna
b) Recursos da comunidade
Para se proceder à realização de actividades de animação e lazer deve
efectuar-se um levantamento rigoroso dos recursos de que dispomos para
realizar actividades.
É importante descrever-se quais as actividades possíveis de realizar em
cada um dos espaços, assim como, verificar a necessidade de proceder a
alguma adaptação ou alteração.
A realização de actividades responde à necessidade de transformação e
progresso do público-alvo, para estimular os participantes no
desenvolvimento de jogos lúdico-pedagógicos e actividades culturais e
artísticas existe necessidade de para além de desenvolver várias
aprendizagens estimular e reforçar o campo da autonomia.
9
Recursos
Equipamentos Desportivos
Equipamentos escolares
Associações e colectividades
locais
Tradições e cultura
Equipamentos de Lazer
Características socio-
económicas
Instituições e Serviços Públicas
Independentemente da perspectiva que se adopta perante o
envelhecimento é importante não esquecer que ter um idoso na
família não é uma catástrofe – É uma realidade humana que deve ser
encarada de uma forma activa.
OU SEJA,
É fundamental criar respostas para as NECESSIDADES DE OCUPAÇÃO
das pessoas idosas.
MAS...
Quando se pensa em OCUPAÇÃO é importante não esquecer que:
O IDOSO NÃO EXISTE
EXISTEM SIM IDOSOS, TODOS DIFERENTES.
No entanto, podemos encontrar características comuns...
Lentificação dos processos intelectuais
Diminuição da capacidade de memorização
Diminuição da capacidade de abstracção
Rigidez intelectual
Dificuldade na resolução de problemas
c) Actividades lúdicas – meios de expressão
Expressão escrita e oral
Objectivos: - Despertar o interesse e a curiosidade,
explorar diferentes meios de representação e comunicação e
estimular o interesse pela leitura e escrita.
10
Exemplos de actividades: Jogos de memória através de
imagens, através de imagens construir textos, dar palavras soltas
para formar histórias, mostrar imagens e discutir em grupo o que
sugerem, inventar rimas e explorar provérbios
são algumas das actividades possíveis de
realizar nesta área.
Expressão dramática:
Objectivos: Promover o convívio entre as pessoas,
fornecer experiências diferenciadas relativamente à exploração dos
sentidos, explorar situações imaginárias a partir de diversos temas,
levando à vivência de diferentes papéis, proporcionar improvisações
e estimular a capacidade de falar e ouvir, bem como, a organização e
o trabalho em equipa.
Exemplos de actividades: A partir de uma história contada,
esboçar e iniciar a construção de um teatro portátil, com personagens
e adereços feitos com materiais diversos.
Ler uma história, acrescentar personagens ou inverter as
acções. Representar duas ou três acções ou acontecimentos,
evidenciando uma separação entre momentos/paragens, o “público”
comenta acções e expressões utilizadas. Realizar representações
através de mímica, por exemplo, escrever em pequenos pedaços de
cartões ou colocar imagens de animais e profissões que devem ser
representadas. Montar uma história e representá-la. Fazer jogos de
representação de objectos ou sentimentos.
11
Actividades de teatro de sombras, marionetas, fantoches de
luvas, de meias, reciclados…
Expressão plástica:
Objectivos: Exprimir plasticamente diferentes
tipos de ilustração e conhecer as características,
possibilidades, limitações e formas de utilização de
diferentes materiais empregues nas construções.
Desenvolver o gosto e interesse pelas criações próprias e a
valorização e o respeito pelos trabalhos dos outros. Experimentar cor,
textura, superfície e composição para o desenvolvimento de
destrezas manipulativas e estimular a partilha. Desenvolver diversas
técnicas e destrezas manipulativas, estimular a imaginação e
criatividade dos participantes, promover a interacção social e a
partilha de experiências.
Exemplos de actividades: Pintura com guache, aguarelas, lápis de cor
e cera, marcadores, telas pintadas com tintas acrílicas em lápis pastel 12
ou pinturas em tecido. Existem inúmeros materiais possíveis de
utilizar para desenhar ou pintar. É também viável efectuar
montagens ou seja misturar a pintura com as colagens, por
exemplo.
Se por outro lado, se pretende passar aos utentes
alguns conhecimentos sobre artistas famosos é engraçado
mostrar várias obras e tentar reproduzi-las, ou na
totalidade, ou partes das mesmas. Ainda na pintura pode
utilizar-se a técnica do pontilhismo, ou seja, fazer uma
reprodução com marcadores ou pincel mas só com pontos.
A expressão plástica, uma vez que é uma área
bastante vasta, inclui também:
- Colagens;
- Modelagem de massa de sal, pasta de modelar,
barro, gesso;
- Desenho;
- Costura;
- Técnica de decoupage ou guardanapo;
- Digitintas;
- Montagens e construções com material reutilizável;
- Impressões com objectos ou alimentos;
Podem explorar-se diferentes materiais e
misturar inúmeras técnicas. A costura, por exemplo,
permite construções diversas e até a reciclagem de
materiais. Realizar caricaturas, auto-retratos ou desenhos livres.
Expressão musical:
13
Objectivos: Desenvolver a musicalidade através da
percussão corporal e os aspectos essenciais da voz. Experimentar
diferentes maneiras de produzir sons e vivenciar
diferentes formas e atitudes corporais. Adquirir
conceitos relacionados com a linguagem musical e
um reportório de canções de diferentes estilos e
géneros musicais. Conhecer e experimentar
diferentes instrumentos.
Exemplos de actividades: Realizar jogos de canções
(ceder palavras soltas para os utentes “montarem” canções),
concursos de karaoke, inventar letras para canções já conhecidas.
Pode-se também utilizar instrumentos de percussão, e
até mesmo construi-los, para percutir a pulsação de
canções variadas, evidenciar a intensidade e
andamentos das músicas. Organizar concursos
musicais, de olhos fechados ouvir instrumentos e objectos e adivinhar
o nome. Distinguir sons graves e agudos, marcar a pulsação e/ou
ritmo de lengalengas, canções e melodias, utilizando percussão
corporal, voz, movimento.
Pode simplesmente escutar-se música como uma forma de terapia,
desenhar as canções ou o que estas transmitem ou utilizá-las para
realizar jogos, por exemplo, murmurando
para os outros adivinharem a canção, ou
“mimar” a canção. Na dança podem
explorar-se os tipos e estilos de dança, bem
como, os métodos de dançar.
Expressão física e motora
14
Objectivos: Promover actividades físicas e
recreativas de modo a reforçar e valorizar a
identidade cultural. Estimular as competências
físicas e proporcionar momentos de bem-estar e diversão. Retardar o
processo do envelhecimento e promover a participação dos utentes
na dinâmica da instituição.
Exemplos de actividades: Dentro das
actividades físicas e motoras podemos distinguir dois
tipos de actividades, as que são realizadas no interior ou no exterior,
mas ambas podem também permitir a exercitação da
mente para além de promover a inovação e o convívio.
Exemplos: Caça ao tesouro, peddy paper, jogos
tradicionais, de memória, socialização, de tabuleiro, cartas, loto, jogos
de roda, realizar um pic-nic, cultivar e preparar terrenos, plantar
sementes, derrubar latas ou praticar exercícios físicos adequados às
dificuldades de cada utente.
Meios Audio-visuais
Objectivo: Promover actividades com recurso às novas tecnologias.
Estimular as competências cognitivas e proporcionar momentos de
bem-estar e diversão, ao mesmo tempo que se desenvolvem novas
competências digitais.
Exemplos: Televisão, Cinema, Vídeo; DVD
Actividades no Exterior
Promover actividades físicas, culturais,
recreativas de modo a reforçar e valorizar a
identidade cultural e o contacto com a comunidade local. Valorizar o
património e cultura portuguesa. Estimular a curiosidade e espírito de
aventura.
15
Exemplos: Actividades no Exterior, excursões, colónias de férias,
exposições; Actividades e trabalho em grupo; Observação Directa;
entrevista…
d) Técnicas de animação Sociocultural
A Animação Sociocultural caracteriza-se por uma metodologia
participativa, destinada a gerar processos auto-organizativos e que
exige ao indivíduo a capacidade de contemplar a realidade social
através da reflexão-acção.
Deve ter-se em atenção os idosos que se encontrem acamados
na Instituição, e desenvolver algumas actividades em que os mesmos
possam participar.
Esta não é uma tarefa fácil mas, por exemplo, pode ser
elaborado um "Jornal da Instituição", com histórias, poemas, frases,
ditados populares, anedotas e receitas, recolhidas junto dos idosos,
acamados ou não. O jornal pode também ter um espaço destinado a
uma breve apresentação de novos utentes das Instituição, datas de
aniversário, calendário das actividades a desenvolver, sugestões,
enfim…
Outro aspecto fundamental é o de que as actividades de
animação devem ser realizadas com o maior número possível de
participantes, pelo que se deve também fazer um estudo sobre quais
as actividades que mais agradam aos utentes da Instituição e, logo,
aquelas em que eles se sentem mais motivados a participar.
Um terceiro aspecto a considerar é a própria disponibilidade da
Instituição, bem como se a mesma tem capacidade em termos de
espaço físico para realização das actividades.
Como conclusão, reafirma-se a importância da manutenção de
alguma actividade nos idosos e o facto de as sugestões de
16
actividades presentes neste texto serem apenas algumas das
diversas actividades que podem vir a ser realizadas. Tudo depende
do número de idosos, da sua capacidade física e psicológica,
da imaginação e capacidade de adaptação dos animadores , e
também da própria Instituição.
e) Jogos e actividades físicas
Antes da passagem à prática de actividades físicas, ou
outras que se revelem adequadas à situação, é fundamental que
seja realizada uma avaliação de cada um dos indivíduos, no
sentido de perceber quais as capacidades reais de cada idoso
relativamente a cada uma das actividades propostas (Jacob,
Luís, 2003)
Uma vez que se pretende melhorar a auto-estima do idoso,
valorizar o próprio idoso, o seu trabalho e esquecer os problemas,
nada melhor que a prática de algum exercício físico ou a realização
de jogos. Havendo grandes limitações por parte dos idosos pode-se
simplesmente construir com eles bolas anti-stress e realizar pequenos
movimentos sentados.
Na animação com idosos convém seguir as seguintes regras:
- Perguntar-lhes o que gostam de fazer e querem fazer
- Não desistir de trabalhar com eles mas ao mesmo tempo
não insistir demasiado
- Tentar realizar as actividades no mesmo horário no
mesmo dia, não alterando muito as rotinas
- Muitos dos jogos para crianças e jovens podem ser
adaptados aos idosos
17
- Ser paciente e alegre
4. Animação de Idosos
Animar: dar vida; impulsionar; dar força e vigor; encorajar
Animador: é aquele que permite ao outro progredir, fazendo nascer
actividades com uma finalidade social, educativa, cultural e/ou desportiva.
Favorece a auto-educação, graças à qual aqueles que o rodeiam fazem as
suas próprias escolhas; não é um “distribuidor” de passatempos.
a) Perfil do animador
Inovador
Descontraído
Confiante
Competente
Respeitador
Impulsionador/Dinâmico
Tolerante/Paciente
Princípios do animador:
Dar o exemplo
Descobrir “talentos”
Favorecer a autonomia/independência
Compreender as necessidades e desejos
Possibilitar a participação activa de cada um dos membros
Mediar e facilitar as relações
O papel do animador consiste em desenvolver a auto-estima,
confiança e a personalidade dos participantes, fazendo com que estes
tomem a iniciativa de levar a cabo actividades sociais, culturais e
educativas. O animador deve criar um dinamismo comunitário que
reforce o conjunto social e as redes sociais, e ainda despertar o
interesse dos participantes por uma formação persistente.
Para desempenhar bem a sua função o animador deve
ter em conta: o ser (identidade pessoal, maturidade, modo de estar
18
com os outros, filosofia de vida), o saber (conhecimentos para
desempenhar tarefas – métodos e comunicação) e o saber-fazer
(metodologia para dar vida ao grupo).
Relativamente ao perfil de competências, uma pessoa que
presta serviços de animação deve gostar de comunicar e estar com
pessoas, ou seja, ter fortes competências sociais. Uma vez que é
alguém que constantemente é desafiado a tomar atitudes, logo tem
de apelar para a imaginação. Espírito de adaptação. É fundamental
envolver-se nas actividades com energia e emoção e contagiar o
grupo. Para tomar decisões adequadas deve ser capaz de se colocar
no lugar dos outros. Deverá também explicar com clareza as
actividades e demonstrar qualidades de liderança, sabendo o que vai
fazer, como e porquê.
O animador deve ser positivo e valorizar o que for realizado
correctamente.
Deve salientar o que cada um tem de melhor e ser honesto ao fazê-lo.
É fundamental incentivar, fomentar e estimular as iniciativas dos
indivíduos.
Uma planificação adequada e uma orientação rigorosa são a
chave para o sucesso é também fundamental ser entusiasta,
promover o trabalho de grupo, a cooperação e a comunicação.
Melhorar as relações e favorecer a aprendizagem.
b) Objectivos da Animação do idoso:
- Promover a inovação e novas descobertas
- Valorizar a formação ao longo da vida para a adaptação ás
transformações da sociedade actual
- Proporcionar uma vida mais harmoniosa, atractiva e dinâmica
com a participação e envolvimento do idoso
19
- Incrementar a ocupação adequada do tempo livre para evitar
que o tempo de ócio seja alienante, passivo e despersonalizador
- Rentabilizar os serviços e recursos comunitários para melhorar
a qualidade de vida do idoso
- Valorizar as capacidades, competências, saberes e cultura do
idoso, aumentando a sua auto-estima e auto-confiança.
c) Para o desenvolvimento de actividades ocupacionais é
importante:
- Conhecer os idosos: as suas características pessoais, valores,
princípios, cultura, capacidades, dificuldades, gostos pessoais…
- Conhecer a instituição: horários, funcionamento, espaços
disponíveis, recursos materiais, financeiros e humanos, prioridades e
objectivos da direcção…
- Conhecer a comunidade local: a sua cultura, modos de vida,
outras instituições, equipamentos e organizações sociais e culturais.
d) O plano de actividades ocupacionais e recreativas
O plano de actividades ocupacionais e recreativas deverá ser construído
anualmente, de modo a poder existir uma planificação dos recursos
necessários a cada actividade.
São diversas as formas de apresentar um plano de actividades, pelo que se
apresenta um exemplo:
Mês Dia Actividade Objectivo LocalRecursos
humanos
Recursos
materiais
20
Conclusão
O mais importante em todo o trabalho da ajudante familiar é a
PESSOA.
Assim, o que distingue a ajudante familiar de uma “mulher-a-dias” é
fundamentalmente a capacidade que a ajudante familiar deve ter
para conseguir fazer o utente sentir-se MAIS PESSOA.
Se por acaso algo tiver de ficar por fazer, que seja o serviço, mas
NUNCA A RELAÇÃO.
A animação e o lazer são um estimulo mental, físico e afectivo da
pessoa idosa. Incentiva o desenvolvimento de actividades e contribui
para que os idosos sintam que pertencem a uma sociedade em cuja
evolução eles continuam a contribuir.
Bibliografia e Fontes21
Ander-Egg, E. (2001), Metodologia y prática de la animacion sociocultural,
16ªEdição, Editorial CCS, Madrid.
Jacob, L. (2007), Animação de Idosos, 2ª Edição, Ambar, Porto.
Lança, R. (2004), Animação Desportiva e Tempos Livres, Perspectivas de
Organização, Editora Caminho, Lisboa.
AnexosSessão 3/27
22
1ª PROPOSTA DE TRABALHO
Pretende-se que os formandos realizem duas técnicas de
pintura tendo em conta o tema do Natal.
A primeira técnica será a do pontilhismo e a segunda a pintura
de lápis de cera com tinta-da-china. Em baixo encontram-se dois
exemplos com a utilização das técnicas apresentadas.
AnexosSessão 6/27
2ª PROPOSTA DE TRABALHO23
Pretende-se que os formandos realizem técnicas de modelagem
utilizando pasta de modelar, folhas de jornal e massa de sal.
Moldar pasta:
Moldar jornal:
Moldar massa de sal:Fornecer a receita, fazer a massa, proceder à modelagem, deixar
seca e pintar.
Anexos
Sessão 9/27
3ª PROPOSTA DE TRABALHO
24
Pretende-se que os formandos mediante a construção de uma
peça de teatro, para a época natalícia, construam um cenário e
adereços necessários para a apresentação.
Sessão 12/27
4ª PROPOSTA DE TRABALHO
Pretende-se que os formandos formando grupos de 2 efectuem
o planeamento de uma excursão, espectáculo ou exposição e criem
para além do roteiro, um plano de actividades.
Anexos
Sessão 15/27
5ª PROPOSTA DE TRABALHO
25
Pretende-se que os formandos através de garrafas de pet,
caixas de ovos, pacotes de leite ou frascos de plástico construam
artigos decorativos, de artesanato ou jogos.
Anexos
Sessão 18/27
6ª PROPOSTA DE TRABALHO
26
Pretende-se que os formandos efectuem colagens originais em
folhas brancas A4, cartolinas e em bolas de natal.
Utilizando papel seda, lustre, tecidos, jornais, purpurinas e cola
branca vão efectuar montagens sobre temas livres.
Anexos
Sessão 21/27
7ª PROPOSTA DE TRABALHO
27
Pretende-se que os formandos efectuem trabalhos de costura
utilizando tecidos e folhas de feltro colorido. Serão realizados motivos
de natal para decorar uma árvore, um porta-chaves e uma tela.
Moldes
Anexos
Sessão 24/27
8ª PROPOSTA DE TRABALHO
Pretende-se que os formandos realizem o seu auto-retrato, uma
caricatura, um desenho em espelho e a silhueta de um colega.
28
Anexos
Sessão 27/27
9ª PROPOSTA DE TRABALHO29
Pretende-se que os formandos realizem a técnica de
decoupage, ou técnica do guardanapo. Depois de explicado o
material necessário e o processo, cada formando irá aplicar o
guardanapo num suporte de madeira.
Exemplos de Actividades:
- Jogos de Apresentação: nome e árvore; características pessoais letra a letra; o grupo apresenta…; e coisas mais e menos. - Jogos musicais: troca de pares; adivinhar sons de instrumentos; adivinhar cantiga e cantores; dança de espelhos; quem é o maestro;
30
mímica de canções; karaoke; coreografia de danças populares; canções de natal; coreografia de canção natalícia; - Jogos de acção: manobra geral; jogos com bola (por cima e por baixo; ficar sem bola; tentar enganar; dançando com bola…)
- Jogos com provérbios: mímica dos provérbios; completar provérbio; inventar provérbios; imagens e provérbios; representar provérbios…
- Jogos de memorização: o que falta?; Quem se mexeu?; número mágico; eu fui acampar e…; de quem é essa voz? Quem és tu?
- Actividade física: exercícios de aquecimento; exercícios com diferentes partes do corpo.
- Jogos tradicionais e populares: jogo do garrafão; jogo das latas; jogo das colheres; jogo da garrafa; jogos de mesa (cartas, dominó, bingo…)
- Trabalhar a capacidade de expressão com as Adivinhas; lenga-lengas; anedotas e poemas.
- Confecção de Biscoitos para moldar;
- Dramatização da lenda de S. Martinho;
31
Grelha de Avaliação Actividades: expressão musical, corporal, dramática; jogos pedagógicos, tradicionais e populares.
Nome Participação e envolvimento nas actividades
Planificação, organização e desenvolvimento das actividades
Capacidade de expressão e comunicação
Criatividade e espírito critico do “Diário de Bordo” *
32
1- Nunca 2- Raramente 3- Às Vezes 4- Frequentemente 5- Sempre*Diário de Bordo: Documento elaborado pelas formandas onde registam e reflectem acerca das actividades desenvolvidas em cada uma das sessões.
Grelha de Avaliação Actividade: Pintura, modelagem, reciclagem construções, colagem, costura, desenho e decoupage.
Nome Participação e iniciativa Autonomia e organização no desenvolvimento das técnicas
Capacidade técnica, destreza manual e originalidade
Criatividade e espírito crítico do “Diário de Bordo” *
33
2- Nunca 2- Raramente 3 - Às Vezes 4- Frequentemente 5- Sempre
*Diário de Bordo: Documento elaborado pelas formandas onde registam e reflectem acerca das actividades desenvolvidas em cada uma das sessões.
34