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São Tomé e Príncipe Ficha de Mercado Abril 2017
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São Tomé e Príncipe - Ficha de Mercado (abril 2017)
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Índice
1. Dados Gerais 03
2. Economia 06
2.1. Situação Económica e Perspetivas 06
2.2. Comércio Internacional 09
2.3. Investimento Estrangeiro 12
2.4. Turismo 12
3. Relações Económicas com Portugal 14
3.1. Comércio de Bens e Serviços 14
3.1.1. Comércio de Bens 15
3.1.2. Serviços 18
3.2. Investimento 19
3.3. Turismo 19
4. Condições Legais de Acesso ao Mercado 19
4.1. Regime Geral de Importação 19
4.2. Regime de Investimento Estrangeiro 22
5. Informações Úteis 24
6. Contactos Úteis 26
7. Endereços de Internet 29
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1. Dados Gerais
Mapa:
Fonte: The Economist Intelligence Unit (EIU)
Área: 1 001 km2 (São Tomé - 859 km
2; Príncipe - 142 km
2)
População: 203 milhares de habitantes (FMI, 2015)
Densidade populacional: 202,8 hab./km2
Designação oficial: República Democrática de São Tomé e Príncipe
Chefe do Estado: Evaristo Carvalho (eleito em agosto de 2016)
Primeiro-Ministro: Patrice Trovoada (desde novembro de 2014)
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Data da atual Constituição: 5 de novembro de 1975
Principais Partidos Políticos: Ação Democrática Independente (ADI), liderada por Patrice
Trovoada, com 33 lugares na Assembleia Nacional (composta por 55
membros); Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe –
Partido Social Democrata (MLSTP-PSD), com 16 lugares; Partido da
Convergência Democrática (PCD), com 5 lugares; e a União para a
Democracia e Desenvolvimento (UDD), com 1 lugar. As próximas
eleições legislativas deverão ter lugar em 2018; as presidenciais
estão previstas para 2021
Capital: São Tomé - 64 981 habitantes (estimativa 2013, World Gazetteer)
Religião: A maioria da população professa o cristianismo e cerca de 83%
pertence à igreja católica
Língua: A língua oficial é o português, mas são falados alguns dialetos locais
(Lunga santomé, Ling`lé, Lunga ngolá, Crioulo)
Unidade monetária: Dobra (STD)
1 EUR = 24 500 STD (paridade fixa desde 1 de janeiro de 2010)
Risco de crédito: 7 (1 = risco menor; 7 = risco maior) - COSEC, abril 2017
Política de cobertura de risco: Operações de Curto Prazo – Análise caso a caso, numa base muito
restritiva – COSEC, abril 2017
Principais relações internacionais e regionais:
A República Democrática de São Tomé e Príncipe integra, entre
outros, o Banco Africano de Desenvolvimento (African Development
Bank – AfDB), a Organisation Internacionale de la Francophonie e a
Organização das Nações Unidas (United Nations – UN), assim como
as suas agências especializadas (Funds, Programmes, Specialized
Agencies and Others). Este país não é membro da Organização
Mundial do Comércio (World Trade Organization – WTO), embora
beneficie de estatuto de observador. São Tomé e Príncipe apresentou
a sua candidatura em 2005 com vista à sua adesão e os interessados
podem aceder a informação sobre o ponto de situação das
negociações no site da WTO. A nível regional faz parte da União
Africana (African Union – AU), da Comunidade Económica dos
Estados da África Central (Communauté Économique des États de
l’Afrique Centrale – CEEAC) e da Comunidade dos Países de Língua
Portuguesa (CPLP).
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Relacionamento com a União Europeia (UE):
As relações comerciais de São Tomé e Príncipe com a União
Europeia (UE) processam-se no âmbito do Acordo Cotonou (texto
consolidado do Acordo), o qual entrou em vigor a 1 de abril de 2003,
e que vem substituir as Convenções de Lomé que durante décadas
enquadraram as relações de cooperação entre a UE e os países de
África, Caraíbas e Pacífico (ACP).
Há mais de 30 anos que estes Acordos conferem um acesso
privilegiado dos produtos ACP ao mercado comunitário, no entanto,
no âmbito da parceria UE/Países ACP, as partes acordaram em
concluir novos convénios comerciais compatíveis com as regras da
OMC (Acordos de Parceria Económica – APE), eliminando
progressivamente os obstáculos às trocas comerciais e reforçando a
cooperação em domínios conexos como a normalização, a
certificação e o controlo da qualidade, a política da concorrência, a
política do consumidor, entre outros.
Nesta sequência, estão em curso negociações entre a UE e os
países da África Central com vista à celebração de um APE regional
que promova o comércio entre as partes (implantação de uma Zona
de Comércio Livre, que permita o acesso privilegiado dos produtos de
ambas as partes no território da outra parte), estimule o crescimento
económico desses países e reforce a integração regional. Até à data
apenas os Camarões assinaram o referido Acordo.
Enquanto São Tomé e Príncipe não fizer parte do APE regional os
seus produtos têm acesso privilegiado ao mercado comunitário, ou
seja, redução/isenção de direitos aduaneiros, através do regime
"Tudo Menos Armas" (Everything But Arms – EBA) do Sistema de
Preferências Generalizadas, não existindo qualquer acesso
privilegiado na entrada dos produtos comunitários no território de São
Tomé e Príncipe (Practical guide to the new GSP trade regimes for
developing countries).
Mais informação sobre o relacionamento bilateral entre as partes
pode ser consultada no Portal European External Action Service
(EEAS) – São Tomé and Príncipe and the EU e a evolução das
negociações entre a UE e os países da África Central no tema
Countries and Regions – Central Africa (European Commission).
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Ambiente de Negócios
Competitividade (Rank no Global Competitiveness Index 2016-17) -- Facilidade de Negócios (Rank no Doing Business Report 2017) 162º
Transparência (Rank no Corruption Perceptions Index 2016) 62º Liberdade Económica (Rank Economic Freedom Index 2016) - 124º
2. Economia
2.1. Situação Económica e Perspetivas
Com uma população avaliada, em 2015, em cerca de 203 mil habitantes distribuídos por 1 001 Km2, São
Tomé e Príncipe possui uma economia de dimensão reduzida, que se caracteriza por ter uma estreita
base de produção e exportação e por ser muito vulnerável aos choques externos e ainda fortemente
dependente dos fluxos de ajuda internacional.
Contudo, a sua localização privilegiada no Golfo da Guiné e o facto de estarem previstos ou em curso
diversos projetos estruturantes constituem fatores cruciais para o seu desenvolvimento e para converter
o arquipélago numa plataforma logística para os mercados da região, ricos em recursos minerais,
madeiras, café e cacau. Acresce que São Tomé e Príncipe beneficia ainda de um tratamento preferencial
no acesso a diversos mercados externos, especialmente à União Europeia (UE) e aos Estados Unidos
da América (EUA).
O país tem prosseguido uma estratégia tendente à abertura, modernização e desenvolvimento da sua
economia, no âmbito da qual se inserem diversas alterações estruturais relevantes, como seja a reforma
tributária e a modernização do sistema financeiro. Tais alterações estão ainda associadas a outras
iniciativas das autoridades são-tomenses, como é o caso dos programas macroeconómicos apoiados
pelo FMI (o Governo concluiu um acordo com o Fundo para a implementação de um programa
económico de médio prazo para 2015-2018, no valor de 6,2 milhões de dólares) e do Acordo de
Cooperação Económica firmado com Portugal, que é encarado como suporte do atual regime cambial,
assente no estabelecimento de uma taxa fixa entre a Dobra e o Euro1.
No plano macroeconómico, e num quadro de contenção do investimento público e de incerteza no que
respeita ao investimento estrangeiro2, segundo o Economist Intelligence Unit (EIU), em 2017-18 o
crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) deverá atingir uma média anual de 4,4%, em linha com os
índices registados nos últimos 5 anos. O crescimento da Zona Euro, ainda que modesto (a principal fonte
de comércio, investimento e turismo do país), bem como a estabilidade política, são fatores que
concorrem para o crescimento económico de São Tomé. Acrescem ainda os fluxos da ajuda externa e os
projetos infraestruturais com financiamento externo.
1 Portugal e São Tomé e Príncipe assinaram um contrato de paridade cambial da dobra ao euro que entrou em vigor em 1 de janeiro de 2010 (1 EUR = 24 500 STD), e que se tem revelado um instrumento importante de estabilidade financeira e de crescimento económico.
2 No final de 2016, dois dos maiores investidores no país anunciaram cortes na atividade e investimentos no arquipélago.
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O aumento da produção agrícola está limitado pelos baixos níveis de investimento em novas plantações
de cacau e óleo de palma (em parte, devido à disponibilidade limitada de terra e à baixa cotação destes
produtos), embora se verifique, da parte dos projetos comerciais existentes, um esforço no aumento da
produtividade.
No que diz respeito aos recursos petrolíferos, ainda não se iniciou a produção de petróleo na plataforma
offshore ZDC3. Apesar da subida da sua cotação em 2017-18, o preço continuará significativamente
abaixo do alcançado no período 2010-14, o que condicionará, no médio prazo, o arranque da exploração
petrolífera, quer na plataforma JDZ, quer ainda na Zona Económica Exclusiva (ZEE) de São Tomé.
São Tomé e Príncipe é fortemente dependente das importações, e qualquer variação na cotação das
commodites tem um impacto significativo na taxa de inflação do país. A descida pronunciada do preço
das commodites, a partir de meados de 2014, ajudou a controlar a inflação (que atingiu 5,2% em 2015 e
5,4% em 2016), o valor mais baixo em mais de 2 décadas; no entanto, o previsível aumento do preço do
petróleo e produtos alimentares, em 2017-18, a que se junta uma moeda mais fraca no ano em curso,
deverá provocar a subida deste indicador para uma média anual de 6,5%. A capacidade limitada do
principal porto do país aumenta o risco de faltas periódicas de bens de consumo, provocando uma
subida temporária dos preços.
De salientar que a economia santomense continua marcada por deficiências estruturais significativas,
que se traduzem numa base produtiva e num sector exportador muito reduzidos e que estão na origem
dos elevados desequilíbrios externos. A base exportadora do país, constituída principalmente pelo
cacau, pelas reexportações (de mercadorias que passam pelo seu território) e pelo sector emergente do
turismo, embora em crescimento, é diminuta e está fortemente dependente de bens importados, o que
torna a economia muito dependente da ajuda externa. Em 2017-18, as exportações deverão registar
uma subida modesta, graças à flutuação do preço do cacau e ao aumento da sua produção. No mesmo
período, a fatura das importações deverá, igualmente, crescer, em linha com a tendência de preços das
commodities e aquisição de bens de equipamento destinados aos projetos de investimento.
Com a abertura de novas unidades hoteleiras aumentam as receitas do turismo, com reflexos positivos
no saldo da balança de serviços, com este a compensar a subida da importação de serviços destinados
a projetos de infraestruturas e desenvolvimento do sector hoteleiro. Um crescimento continuado das
economias de países desenvolvidos (em especial de Portugal, onde trabalha um número significativo da
diáspora santomense) contribuirá para um aumento modesto das remessas dos emigrantes. O país
continua a beneficiar de uma significativa ajuda externa de caráter multilateral, assim como bilateral
(Portugal, Angola, China, Nigéria, Brasil, EUA, entre outros países). Os fluxos de capital estrangeiro
3 Para os fins de exploração de petróleo e gás natural, as autoridades dividiram o país (e as suas águas internacionais) em duas
zonas: uma Zona de Desenvolvimento Conjunto (ZDC), que cobre uma zona marítima pertencente a S. Tomé e Príncipe e à Nigéria, e uma Zona Económica Exclusiva (ZEE), totalmente controlada por S. Tomé e Príncipe. Um acordo firmado em 2001 instituiu a ZDC e prevê a exploração conjunta de hidrocarbonetos e o seu desenvolvimento, cabendo a ambos a partilha dos custos e receitas associados. A participação da Nigéria equivale a 60% e a de S. Tomé e Príncipe a 40%. A colaboração entre os dois países tem sido difícil e a produção de petróleo e gás na zona offshore permanece distante.
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oriundos dos países ocidentais e das instituições multilaterais deverão permanecer significativos, embora
se preveja um declínio ao nível da ajuda ao desenvolvimento.
Um dos problemas estruturais da economia de São Tomé e Príncipe reside no elevado défice da balança
corrente (20,9% do PIB em 2016, segundo estimativas do EIU), em virtude do forte desequilíbrio da
balança comercial. Em 2017, deverá agravar-se para 23,5% do PIB, com a subida do preço do petróleo e
dos produtos alimentares e com a diminuição dos fluxos de ajuda externa, esbatendo o impacto do
aumento das receitas do cacau e do turismo. Para 2018, e mantendo-se o aumento das chegadas de
turistas, este défice deverá cair para 22% do PIB. Os défices da balança corrente continuarão a ser
financiados, essencialmente, por empréstimos das instituições multilaterais e dos parceiros bilaterais.
A política governamental aposta no aumento da competitividade da economia, reforçando o investimento
em infraestruturas – sobretudo, transportes e energia –, e promovendo a agricultura, as pescas e o
turismo, enquanto sectores essenciais para o crescimento e a criação de emprego4. Globalmente, a
política económica será orientada pelo crédito concedido pelo FMI (2015-18), pondo em prática a
reforma estrutural das finanças públicas e o impulso ao desenvolvimento do sector privado. O Executivo
procura ainda tirar partido da posição geoestratégica do país, tentando captar investimento para o
desenvolvimento portuário5.
Tendo em conta que a receita fiscal se situa abaixo da de países similares, o Governo procurará
aumentar a cobrança fiscal em 2017-18, através de um controlo mais apertado e do alargamento da
base tributária; por outro lado, foi adiado, até 2018, a introdução do Imposto sobre o Valor Acrescentado
(IVA)6.
Principais Indicadores Macroeconómicos
Unidade 2014a 2015
a 2016
b 2017
c 2018
c 2019
c
População Milhares 198 203 208 213 217 222
PIB a preços de mercado 109
STD 6 227 7 030 7 774 8 248 8 839 9 533
PIB a preços de mercado 106
USD 337 318 351 375 403 437
PIB per capita (em PPP) USD 1 704 1 569 1 690 1 763 1 851 1 964
Crescimento real do PIB % 4,5 4,0 4,4 4,3 4,5 5,5
Taxa de inflação (média) % 6,4 5,2 5,4 6,5 6,4 3,0
Saldo do sector público % do PIB -5,5 -6,6 -4,3 -3,8 -3,4 n.d.
Saldo da balança corrente 106
USD -76 -55 -44 -50 -51 -48
Saldo da balança corrente % do PIB -22,6 -17,2 -12,7 -13,3 -13,0 -10,9
Taxa de desemprego % 13,5 13,0 12,6 12,2 11,7 11,3
Taxa de câmbio – média 1USD=xSTD 18 466 22 091 22 085 23 223 23 005 n.d.
Taxa de câmbio – média 1EUR=xSTD 24 500 24 500 24 500 24 500 24 500 24 500
Fontes: The Economist Intelligence Unit (EIU); Fundo Monetário Internacional (FMI) Notas: (a) Valores efetivos; (b) Estimativas; (c) Previsões; n.d. – não disponível STD – Dobra
4 O país concentra esforços no sentido de melhorar o ambiente de negócios, simplificando o quadro regulamentar e reduzindo a
burocracia (no índice Doing Business 2017, São Tomé ocupa o 162º lugar, entre 190 países). 5 O projeto está estimado em 800 milhões de USD, mais de o dobro do PIB do país.
6 Na proposta de Orçamento de Estado para 2017, a ajuda externa representa cerca do 50% da receita total.
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Grande parte da despesa corrente destina-se aos vencimentos da administração pública e a
transferências de âmbito social, mas o compromisso assumido com o FMI obriga a um controlo mais
apertado da despesa provocando, em termos relativos, a sua diminuição. A despesa de capital é
financiada, na quase totalidade, pelos doadores e está, consequentemente, dependente dos fluxos de
ajuda externa. Apesar da volatilidade desses fluxos, uma menor despesa corrente contribuirá para um
aumento da despesa em investimento. Neste enquadramento, o EIU perspetiva que o défice orçamental
contraia de 4,3% do PIB em 2016 para 3,4% em 2018, refletindo um maior controlo sobre a despesa,
algumas reformas de mobilização da receita e um acesso mais limitado ao financiamento da economia7.
O mercado apresenta oportunidades de negócio em diversas áreas como a agricultura e pesca, turismo
e serviços. A construção civil tem crescido (associada ao turismo), existindo a expetativa de novos
projetos de recuperação, manutenção e construção de infraestruturas (estradas, portos, aeroportos,
projetos de agroturismo, turismo e habitação).
2.2. Comércio Internacional
No que se refere às transações comerciais, São Tomé e Príncipe ocupou, em 2015, a 195ª posição do
ranking de exportadores e de importadores a nível mundial. A balança comercial é fortemente deficitária
e, em 2015, o défice situou-se em 135 milhões de USD, registando um desagravamento de 11,8% face
ao ano anterior.
Evolução da Balança Comercial
(106
USD) 2011 2012 2013 2014 2015
Exportação fob 11 12 13 17 15
Importação fob 134 131 152 170 150
Saldo -123 -119 -139 -153 -135
Coeficiente de cobertura (%) 8,2% 9,2% 8,6% 10% 10%
Posição no “ranking” mundial
Como exportador 196ª 195ª 195ª 196ª 195ª
Como importador 194ª 196ª 195ª 195ª 195ª
Fontes: The Economist Intelligence Unit (EIU) e Organização Mundial de Comércio (OMC)
Em 2015, as exportações atingiram 15 milhões de USD (-11,8 face a 2014) e segundo as projeções da
EIU é expectável que em 2016 se verifique um acréscimo da ordem dos 3%, tendência que se deverá
manter no ano seguinte.
7 Com um stock de dívida externa estimado, em 2016, em mais de 66% do PIB, o Governo terá de depender fortemente da
concessão de empréstimos por parte das instituições multilaterais e dos parceiros bilaterais, e por outro lado de uma melhor gestão das finanças públicas.
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Relativamente às importações, que ascenderam a 150 milhões de USD em 2015 (-11,2% face ao ano
anterior), as previsões apontam para um acréscimo da ordem dos 4,5% em 2016, devendo voltar a
crescer no próximo ano.
Salienta-se, ainda, que nos últimos cinco anos, a taxa média de crescimento das exportações de São
Tomé e Príncipe foi de 9,1% ao ano, e a das importações foi de 3,5% ao ano.
De acordo com os dados do International Trade Centre (ITC), verifica-se que os Países Baixos
ultrapassaram a Bélgica em 2015, enquanto principal destino das exportações são-tomenses, em
consequência do aumento das aquisições de cacau.
É de salientar que, em 2015, os cinco principais mercados clientes de São Tomé e Príncipe – Países
Baixos, Bélgica, Espanha, França e Portugal concentraram 80,7% do total exportado (comparando com
os 79,5% de 2014).
Portugal subiu para a 5ª posição em 2015 (5,2% do total, contra 1,1% em 2014), recuperando a posição
alcançada em 2013.
O conjunto dos dez principais clientes representou 97,2% das exportações de São Tomé e Príncipe em
2015 (contra 94% em 2014).
Principais Clientes
Mercado 2013 2014 2015
% Total Posição % Total Posição % Total Posição
Países Baixos 29,2 2ª 21,2 2ª 36,1 1ª
Bélgica 20,6 1ª 24,0 1ª 24,6 2ª
Espanha 11,9 4ª 19,9 3ª 9,6 3ª
França 11,4 3ª 13,3 4ª 5,2 4ª
Portugal 6,3 5ª 1,1 10ª 5,2 5ª
Fonte: International Trade Centre (ITC)
Portugal constitui-se como principal fornecedor de São Tomé e Príncipe, tendo representado 58,6% do
total das importações em 2015 (contra 61,4% em 2014 e 59,2% em 2013), seguido, a larga distância, de
Angola, da China, do Japão e de Espanha, com quotas de 21%, 3,2%, 2,2% e 2%, respetivamente.
Portugal e Angola assumem, tradicionalmente, os dois primeiros lugares do ranking de fornecedores de
São Tomé e Príncipe, tendo representado 79,6% do total importado em 2015 (comparando com 82,9%
em 2014 e 84,1% em 2013).
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O conjunto dos cinco principais fornecedores representou 87% das importações são-tomenses em 2015
(86,3% em 2014). Quanto aos dez maiores fornecedores, representaram 93,5% das importações do país
em 2014 (contra 91,7% em 2014).
Principais Fornecedores
Mercado 2013 2014 2015
% Total Posição % Total Posição % Total Posição
Portugal 59,2 1ª 61,4 1ª 58,6 1ª
Angola 24,9 2ª 21,5 2ª 21,0 2ª
China 1,6 5ª 1,6 3ª 3,2 3ª
Japão 1,4 6ª 0,5 13ª 2,2 4ª
Espanha 0,3 16ª 1,3 7ª 2,0 5ª
Fonte: International Trade Centre (ITC)
As exportações de São Tomé e Príncipe estão muito concentradas num único produto – cacau – que
representou cerca de 89% do valor total das vendas ao exterior em 2015. Dos restantes produtos
exportados destacam-se as máquinas e equipamentos elétricos e eletrónicos, que representaram 2,8%
das vendas ao exterior.
A composição das importações é, naturalmente, mais diversificada, e apresenta cinco grupos de
produtos dominantes: combustíveis (22,6% do total em 2015, contra 22,9% em 2014), bebidas (7,0% em
2015, contra 8% em 2014), máquinas e equipamentos elétricos (6,9%, contra 6,7% em 2014), veículos
automóveis (6,7% contra 7% em 2014), e máquinas e equipamentos mecânicos (4,6% em 2015, a
mesma quota de 2014).
Os dez principais produtos importados concentraram 64,8% das importações de São Tomé e Príncipe
em 2015.
Principais Produtos Transacionados – 2015
Exportações Peso
% Importações
Peso
%
Cacau e suas preparações 88,9 Combustíveis minerais 22,6
Máquinas e equipamentos elétricos e eletrónicos
2,8 Bebidas
7,0
Frutos, avelãs, cascas de citrinos, melões
1,8 Máquinas e equipamentos elétricos e eletrónicos
6,9
Café, chá, especiarias 1,4 Veículos automóveis 6,7
Ferro fundido, ferro e aço 1,3 Máquinas e equipamentos mecânicos 4,6
Fonte: International Trade Centre (ITC)
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2.3. Investimento Estrangeiro
A reduzida dimensão de São Tomé e Príncipe, aliada à sua escassez de recursos humanos e
financeiros, tem dificultado a atração de investimento direto estrangeiro (IDE). De acordo com o World
Investment Report, publicado pela UNCTAD, o país recebeu fluxos de IDE da ordem dos 30 milhões de
USD (média anual) no período 2005-2007. Em 2010 o fluxo de IDE atingiu perto de 51 milhões de USD,
o valor mais elevado dos últimos anos. Entre 2011 e 2015 atingiu-se uma média anual de 23,2 milhões
de USD. Em termos de stock total de IDE, este ascendeu a cerca de 400 milhões de USD em 2015
(125,8% do PIB).
Investimento Direto
( 106
USD) 2011 2012 2013 2014 2015
Investimento estrangeiro em São Tomé e Príncipe 32 23 6 27 28
Investimento de São Tomé e Príncipe no estrangeiro 0 0 1 4 3
Posição no “ranking” mundial
Como recetor 176ª 174ª 171ª 182ª 172ª
Como emissor 138ª 129ª 138ª 127ª 123ª
Fonte: UN Conference on Trade and Development (UNCTAD)
Para o incremento de fluxos de investimento contribuiu, fundamentalmente, o sector petrolífero, com o
início das atividades na Zona de Desenvolvimento Conjunto (ZDC) resultante de uma parceria entre São
Tomé e Príncipe e a Nigéria. Previa-se que uma vez iniciada a exploração petrolífera, e a fim de fazer
face aos investimentos de capital relacionados com o sector, se verificasse um aumento substancial dos
fluxos de investimento estrangeiro, o que não se veio ainda a concretizar.
Como referido, preveem-se investimentos na modernização das infraestruturas de transportes do país
(portuárias, aeroportuárias e rodoviárias), na agricultura e pescas, na energia, nos serviços ligados ao
turismo, transportes e telecomunicações.
O país pretende aumentar a cooperação com potências regionais e com investidores estrangeiros,
especialmente no desenvolvimento das infraestruturas e no sector petrolífero.
2.4. Turismo
O sector do turismo representa cerca de 5% do PIB de São Tomé e Príncipe. Apesar de diversos
investimentos estrangeiros realizados no sector, o desenvolvimento do turismo tem ficado aquém das
expetativas das autoridades locais.
Segundo a Organização Mundial de Turismo (OMT), o número de turistas que visitaram o país em 2012
(último ano disponível) não foi além de treze mil. Portugal foi o principal emissor de turistas, tendo
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representado cerca de 45% do total, seguindo-se Angola (14%), França (6%), Estados Unidos da
América (4%), Cabo Verde (3%) e Reino Unido (3%). Por regiões, a Europa contribuiu com 64% dos
turistas, ficando o continente africano em segundo lugar, com 27% do total.
De acordo com as estimativas do World Travel & Turism Council8, no período 2014-2016 o número de
chegadas de turistas que visitaram o país terá, anualmente, atingido perto de 50 000.
Quanto às receitas do turismo, e segundo a OMT, atingiram os 31 milhões de USD em 2013 (último ano
disponível).
Indicadores do Turismo
2009 2010 2011 2012 2013
Turistas (103) 15 8 12 13 n.d.
Receitas (106
USD) 8 11 16 15 31
Fonte: Organização Mundial de Turismo – OMT
Nota: Dados de chegadas de turistas em 2013 e anos seguintes não disponíveis
De salientar que a partir de 2000 verificou-se uma preocupação particular, por parte das autoridades
são-tomenses, com a dinamização do turismo, passando a ser oficialmente considerado como sector
estratégico e importante promotor de transformações socioeconómicas internas, fundamentalmente ao
nível da educação, da saúde e das infraestruturas, contribuindo assim para a melhoria das condições de
vida da população.
O turismo é uma das grandes potencialidades do arquipélago, que permanece com oportunidades a
explorar, em particular, nas áreas do Ecoturismo e do Turismo balnear e de cidade.
Apesar de alguns investimentos estrangeiros terem sido concretizados ou estarem previstos, continuam
a existir alguns constrangimentos à expansão do sector, entre os quais são de referir:
Pouca promoção do destino turístico no mercado internacional (campanhas de marketing
consideradas inadequadas);
A insularidade e a dimensão limitada do mercado dificultam a redução de custos do lado da oferta;
Carência de infraestruturas (como água, esgotos, energia e estradas);
Infraestruturas turísticas escassas e serviços de apoio ainda caros (ex. aluguer de transportes e
oferta de centros de lazer);
Falta de conservação do património arquitetónico;
Falta de pessoal qualificado;
Custos de transportes elevados e insuficiência de voos de ligação com outros países da Europa (à
exceção de Portugal), ou da região (exceto com Angola).
8 As projeções do WT&TC apontam para um contributo do turismo no PIB do país de 14,8%; em 2017, este contributo poderá
crescer cerca de 7%.
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14
3. Relações Económicas com Portugal
3.1. Comércio de Bens e Serviços
Em 2016, a quota de São Tomé e Príncipe no comércio internacional português de bens e serviços foi de
0,11% enquanto cliente e de 0,03% como fornecedor.
Quota de São Tomé e Príncipe no Comércio Internacional Português de Bens e Serviços
Unidade 2012 2013 2014 2015 2016
São Tomé e Príncipe como cliente de Portugal
% Export.
0,09 0,09 0,10 0,09 0,11
São Tomé e Príncipe como fornecedor de Portugal
% Import.
0,01 0,01 0,02 0,02 0,03
Fonte: Banco de Portugal
As exportações de bens e serviços de Portugal para São Tomé e Príncipe aumentaram em 2013 (1,5%),
em 2014 e em 2016 (variações percentuais, respetivamente, de 18,4% e 14,5%), diminuindo em 2015
(uma variação percentual de -4,8%). O crescimento médio anual no período 2012-2016 foi de 9%.
Ao nível das importações, registou-se uma redução em 2015 (uma variação percentual de -4,5%),
verificando-se acréscimos de 21,6% e de 43,9%, respetivamente, em 2013 e 2014 e de 30,2% em 2016.
A taxa média de crescimento anual foi, neste caso, de 36,3%.
O saldo da balança comercial é bastante favorável a Portugal, tendo-se verificado, em 2016, um
excedente de 59,8 milhões de euros. O coeficiente de cobertura das importações pelas exportações, em
sentido descendente no período em análise, fixou-se em 378,1% em 2016.
Balança Comercial de Bens e Serviços de Portugal com São Tomé e Príncipe
(106
EUR) 2012 2013 2014 2015 2016 Var % 16/12
a
Var % 16/15
b
Exportações 58,7 59,6 73,0 69,5 81,3 9,0 16,9
Importações 6,9 8,8 15,7 15,0 21,5 36,3 43,5
Saldo 51,8 50,8 57,3 54,5 59,8 -- --
Coef. Cobertura (%) 853,1 679,0 465,1 464,0 378,1 -- --
Fonte: Banco de Portugal
Notas: (a) Média aritmética das taxas de crescimento anuais no período 2012-2016
(b) Taxa de variação homóloga 2015-2016
Devido a diferenças metodológicas de apuramento, o valor referente a "Bens e Serviços" não corresponde à soma ["Bens" (INE) +
"Serviços" (Banco de Portugal)]. Componente de Bens com base em dados INE, ajustados para valores f.o.b.
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3.1.1. Comércio de Bens
As relações comerciais entre Portugal e São Tomé e Príncipe assumem algum significado na vertente
das exportações portuguesas (0,13% do total exportado em 2016), não tendo qualquer relevância o peso
das importações com origem no mercado são-tomense.
No âmbito dos PALOP9, São Tomé e Príncipe ocupou o último lugar enquanto cliente e como fornecedor
de Portugal em 2016, representando 3% das exportações portuguesas para este grupo de países e
0,04% das importações.
Posição e Quota de São Tomé e Príncipe no Comércio Internacional Português de Bens
2012 2013 2014 2015 2016
São Tomé e Príncipe como cliente de Portugal
Posição 55 56 53 52 52
% Export. 0,10 0,11 0,12 0,12 0,13
São Tomé e Príncipe como fornecedor de Portugal
Posição 147 164 153 152 149
% Import. 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Fonte: Instituto Nacional de Estatística (INE)
Ao longo dos últimos cinco anos assistiu-se a uma evolução positiva das exportações portuguesas de
bens para o mercado, com acréscimos sucessivos. O crescimento médio anual ao longo do período em
análise foi de 8,7%.
As importações, pouco mais que residuais, registaram o seu melhor resultado em 2016. A taxa de
crescimento médio anual no período 2012-2016 foi de 63,9%.
A balança comercial é estruturalmente muito desequilibrada e favorável a Portugal, sendo o saldo, em
2016, de 63,8 milhões de euros, o valor mais elevado dos últimos cinco anos. No período 2012-2016, as
percentagens referentes ao coeficiente de cobertura das importações pelas exportações situaram-se
acima de 1000%.
Balança Comercial de Bens de Portugal com São Tomé e Príncipe
(106 EUR) 2012 2013 2014 2015 2016
Var % 16/12
a
Var % 16/15
b
Exportações 46,1 50,3 56,6 57,5 64,1 8,7 11,6
Importações 0,2 0,0 0,1 0,2 0,3 63,9 107,0
Saldo 45,8 50,3 56,5 57,3 63,8 -- --
Coef. Cobertura (%) § § § § § -- --
Fonte: Instituto Nacional de Estatística (INE) Notas: (a) Média aritmética das taxas de crescimento anuais no período 2012-2016 (b) Taxa de variação homóloga 2012 a 2014: resultados definitivos; 2015: resultados provisórios; 2016: resultados preliminares § - Coeficiente de cobertura > 1000%
9 Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe
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Nas exportações portuguesas para São Tomé e Príncipe por grupos de bens, os produtos alimentares
ocupam a primeira posição (21,1% do total em 2016), seguindo-se as máquinas e aparelhos (20,9%), os
produtos agrícolas (18,2%), os metais comuns (7,8%) e os produtos químicos (7,5%). Os cinco primeiros
agrupamentos representaram, em conjunto, 75,5% do valor global das exportações.
À exceção dos produtos agrícolas, que sofreram uma quebra, as exportações dos restantes principais
grupos de produtos mencionados anteriormente tiveram uma evolução positiva em 2016 face ao ano
anterior. As exportações de máquinas e aparelhos e de produtos químicos aumentaram, respetivamente,
52,2% e 33,7%, situando-se os acréscimos dos produtos alimentares e dos metais comuns entre 4,8% e
5,7%.
Exportações por Grupos de Produtos
(106 EUR) 2012 % Tot 12 2015 % Tot 15 2016
% Tot 16
Var % 16/15
Alimentares 10,8 23,4 12,8 22,3 13,5 21,1 5,7
Máquinas e aparelhos 6,6 14,4 8,8 15,3 13,4 20,9 52,2
Agrícolas 7,9 17,2 12,0 20,9 11,7 18,2 -2,6
Metais comuns 3,6 7,8 4,8 8,3 5,0 7,8 4,8
Químicos 3,5 7,6 3,6 6,3 4,8 7,5 33,7
Plásticos e borracha 2,1 4,5 2,7 4,7 2,8 4,4 5,6
Minerais e minérios 2,5 5,3 2,9 5,1 2,3 3,6 -21,4
Veículos e outro mat. transporte 2,6 5,6 2,7 4,6 2,2 3,5 -15,5
Instrumentos de ótica e precisão 0,8 1,7 0,9 1,6 1,0 1,6 11,8
Combustíveis minerais 1,2 2,6 1,2 2,2 0,9 1,4 -26,0
Matérias têxteis 0,4 0,9 0,4 0,8 0,8 1,2 78,4
Pastas celulósicas e papel 0,7 1,5 0,8 1,5 0,8 1,2 -5,1
Vestuário 0,7 1,6 0,3 0,6 0,7 1,0 108,4
Madeira e cortiça 0,2 0,5 0,3 0,6 0,6 0,9 68,0
Calçado 0,3 0,7 0,3 0,5 0,4 0,6 31,0
Peles e couros 0,1 0,2 0,1 0,2 0,1 0,2 -0,5
Outros produtos (a) 2,1 4,5 2,8 4,8 3,1 4,8 12,4
Total 46,1 100,0 57,5 100,0 64,1 100,0 11,6
Fonte: Instituto Nacional de Estatística (INE)
Notas:§ - Coeficiente de variação >= 1000% ou valor zero em 2013
(a) Tabaco, chapéus, guarda-chuvas, pedras e metais preciosos, armas, mobiliário, brinquedos, obras de arte, obras diversas.
Numa análise mais detalhada, a quatro dígitos da Nomenclatura Combinada, verifica-se que, em 2016,
as seis categorias de produtos mais representativas (por ordem decrescente) foram as seguintes: vinhos
de uvas frescas (5,4% do total); grupos eletrogéneos e conversores rotativos (4,3%); farinhas de trigo ou
de mistura de trigo com centeio (3,2%); arroz (3,1%); águas, águas minerais e gaseificadas, adicionadas
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de açúcares (2,7%); óleo de soja e respetivas frações, mesmo refinado, mas não quimicamente
modificado (2,3%).
Os dados do Gabinete de Estratégia e Estudos do Ministério da Economia (GEE), relativos a 2015
(último ano disponível), indicam que 49,8% das exportações portuguesas para São Tomé e Príncipe de
produtos industriais transformados (96,7% das exportações totais) incidiram em produtos classificados
como de baixa intensidade tecnológica. Seguiram-se os produtos com graus de intensidade tecnológica
média-alta (23,7%), média-baixa (21%) e alta (5,5%).
Segundo os dados do INE, nos últimos cinco anos, o número de empresas portuguesas exportadoras de
bens para São Tomé e Príncipe aumentou quase sempre, diminuindo apenas em 2014 face ao ano
anterior (uma variação percentual de -1,1%). Assim, o número de empresas exportadoras registou um
crescimento de 11,1% de 2011 para 2015, passando de 1 120 empresas para 1 260 empresas.
As importações originárias de São Tomé e Príncipe são mais concentradas do que as exportações
portuguesas para o mercado, constituindo os metais comuns (61,3% do total em 2016), os veículos e
material de transporte (19,3%) e os produtos alimentares (15,9%) os principais grupos de produtos
importados. Estes três grupos de produtos foram responsáveis por 96,5% do valor global importado em
2016. Os valores desses grupos de produtos aumentaram, significativamente, em 2016 face\ ao ano
anterior.
Importações por Grupos de Produtos
(106 EUR) 2012
% Tot 12
2015 % Tot
15 2016
% Tot 16
Var % 16/15
Metais comuns 0,0 0,8 0,1 60,5 0,2 61,3 109,6
Veículos e outro mat. transporte 0,1 37,4 0,0 2,0 0,1 19,3 §
Alimentares 0,0 16,4 0,0 15,5 0,1 15,9 112,7
Máquinas e aparelhos 0,0 3,0 0,0 2,8 0,0 1,2 -11,2
Instrumentos de ótica e precisão 0,0 9,4 0,0 0,6 0,0 1,1 277,9
Agrícolas 0,0 19,9 0,0 2,2 0,0 0,7 -36,4
Químicos 0,0 0,5 0,0 13,3 -100,0
Peles e couros 0,0 8,5 §
Matérias têxteis 0,0 0,1 -100,0
Vestuário 0,0 4,0 §
Outros produtos 0,0 3,0 0,0 0,5 -63,1
Total 0,2 100,0 0,2 100,0 0,3 100,0 107,0
Fonte: Instituto Nacional de Estatística (INE)
Notas: § - Coeficiente de variação >= 1000% ou valor zero em 2015
(a) Tabaco, chapéus, guarda-chuvas, pedras e metais preciosos, armas, mobiliário, brinquedos, obras de arte, obras diversas.
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A quatro dígitos da Nomenclatura Combinada, a principal categoria de produtos das importações
portuguesas de produtos de São Tomé e Príncipe, em 2016, respeitou a desperdícios, resíduos e
sucatas de ferro fundido, ferro ou aço, representando 42,1% do respetivo montante total.
Segundo a informação do GEE, os produtos classificados como de baixa intensidade tecnológica
representaram 50,6% das importações portuguesas de São Tomé e Príncipe, em 2015, de produtos
industriais transformados (37,4% das importações totais). Seguiram-se os produtos com graus de
intensidade tecnológica média-alta (43,5%), média-baixa (3,1%) e alta (2,8%).
3.1.2. Serviços
As exportações portuguesas de serviços para São Tomé e Príncipe e as importações desse país são
pouco relevantes, no contexto do comércio internacional português de serviços.
Em 2016, a quota de São Tomé e Príncipe como cliente de Portugal, em termos de serviços, foi de
0,07%, sendo a respetiva percentagem, enquanto fornecedor, de 0,16%, que foi o maior valor percentual
dos últimos cinco anos.
Quota de São Tomé e Príncipe no Comércio Internacional Português de Serviços
Unidade 2012 2013 2014 2015 2016
São Tomé e Príncipe como cliente de Portugal
% Export.
0,06 0,04 0,07 0,05 0,07
São Tomé e Príncipe como fornecedor de Portugal
% Import.
0,05 0,07 0,12 0,11 0,16
Fonte: Banco de Portugal
No que concerne às exportações, verificaram-se acréscimos em 2014 (43,6%) e em 2016 (29,2%),
registando-se reduções nos valores de 2013 e 2015 (variações percentuais, respetivamente, de -26,2% e
-26,7%). O crescimento médio anual nos últimos cinco anos foi de 16,6%, situando-se o montante das
exportações, em 2016, em 17,1 milhões de euros.
As importações portuguesas de serviços de São Tomé e Príncipe, em sentido ascendente ao longo do
período 2012-2016, averbaram uma taxa média de crescimento anual de 45,4%. Assim, as importações
passaram de 5,2 milhões de euros em 2012 para 20,8 milhões de euros em 2016.
A balança comercial de serviços bilateral, favorável a Portugal entre 2012 e 2014, registou um saldo
negativo nos últimos dois anos, com o défice a atingir 3,7 milhões de euros em 2016. O coeficiente de
cobertura das importações pelas exportações oscilou entre 243,5%, em 2012, e 82,4% em 2016.
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Balança Comercial de Serviços de Portugal com São Tomé e Príncipe
(106
EUR) 2012 2013 2014 2015 2016 Var % 16/12
a
Var % 16/15
b
Exportações 12,6 9,3 16,5 12,1 17,1 16,6 42,2
Importações 5,2 7,4 14,4 14,5 20,8 45,4 43,7
Saldo 7,4 1,9 2,1 -2,4 -3,7 -- --
Coef. Cobertura (%) 243,5 125,7 114,7 83,3 82,4 -- --
Fonte: Banco de Portugal
Notas: (a) Média aritmética das taxas de crescimento anuais no período 2012-2016
(b) Taxa de variação homóloga 2015-2016
3.2. Investimento
Não existem dados disponíveis que permitam fazer uma análise dos fluxos relativos ao investimento.
Deve, no entanto, ser assinalada a presença de mais de 50 empresas portuguesas representadas no
mercado, com destaque para os sectores dos serviços e distribuição e turismo.
3.3. Turismo
O turismo de São Tomé e Príncipe em Portugal tem muito pouca expressão. As receitas (único indicador
disponível) diminuíram significativamente entre 2013 e 2015, registando um acréscimo de 473,9% em
2016. Desta forma, o montante das receitas passou de 3,6 milhões de euros em 2012 para 1,32 milhões
de euros em 2016.
Turismo de São Tomé e Príncipe em Portugal
2012 2013 2014 2015 2016 Var % 16/12
a
Var % 16/15
b
Receitasc (10
6 EUR) 3,60 1,95 0,41 0,23 1,32 76,3 473,9
% do totald 0,04 0,02 0,00 0,00 0,01 -- --
Fonte: Banco de Portugal
Notas: (a) Média aritmética das taxas de crescimento anuais no período de 2012-2016; (b) Taxa de variação homóloga 2015-2016;
(c) Inclui apenas a hotelaria global; (d) Refere-se ao total de estrangeiros
4. Condições Legais de Acesso ao Mercado
4.1 Regime Geral de Importação
De um modo geral não existem restrições à entrada de mercadorias em São Tomé e Príncipe.
Existem, no entanto, algumas mercadorias cuja importação é proibida por razões de moral, de segurança
ou necessidade de proteção da vida humana, da fauna e flora selvagens, do património industrial e
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comercial, do património nacional, artístico, histórico e arqueológico e da propriedade intelectual (por
exemplo, bebidas destiladas que contenham essências ou produtos reconhecidos como nocivos, tais
como absinto, aldeído benzoico, badia, éteres salicílicos, hissopo e tuionama; substâncias alimentícias
contendo sacarina; mercadorias com direitos de autor pirateados e com marcas imitada, etc.).
Qualquer pessoa ou entidade pode ser importador, contudo, todas as pessoas singulares, coletivas
privadas, mistas, estatais e cooperativas que pretendam realizar operações de importação a título
comercial devem estar obrigatoriamente inscritos como importadores na Direção do Comercio, devendo
atualizar anualmente a sua inscrição e possuir o devido alvará emitido pela Direção do Comércio
(Decreto-Lei n.º 13/2004, de 30 de novembro).
No envio da mercadoria podem ser solicitados documentos específicos pelo importador ou outros
organismos oficiais, tais como certificados de origem, veterinários ou fitossanitários, pelo que todos os
aspetos associados à operação devem ser conferidos com o importador local para que não surjam
problemas na entrada da mercadoria no país.
Quanto à exportação de produtos de origem animal (ex.: carnes; lacticínios; ovos) e de produtos de
origem vegetal (ex.: plantas; frutas; sementes; e legumes), as empresas portuguesas devem inquirir,
respetivamente, junto da Divisão de Internacionalização e Mercados e Direção de Serviços de Sanidade
Vegetal, da Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV), sobre a possibilidade de realizar a
exportação dos seus produtos para São Tomé e Príncipe. Com efeito, pode não ser possível, desde
logo, exportar produtos de origem animal ou vegetal para este mercado pelo facto de Portugal não se
encontrar habilitado para a exportação (necessidade de acordo entre os serviços
veterinários/fitossanitários de Portugal e país de destino no que se refere ao procedimento e/ou modelo
de certificado sanitário/fitossanitário).
As barreiras não tarifárias às exportações do setor agroalimentar podem ser consultadas no Portal
GlobalAgriMar, do GPP - Gabinete de Planeamento, Políticas e Administração Geral, tutelado pelo
Ministério da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural e Ministério do Mar (ver tema “Facilitação
da Exportação” e, depois, “Constrangimentos” / “Constrangimentos à Exportação””). O facto de
determinados produtos não constarem na lista de constrangimentos à exportação não significa que
Portugal esteja habilitado a exportar para o mercado. Eventualmente, pode nunca ter existido qualquer
intenção de exportação por parte de empresas portuguesas, condição indispensável para a DGAV iniciar
o processo de habilitação (Formulário de Exportação). Para melhor entendimento das várias fases
destes processos, consultar, no referido Portal, as apresentação esquemática sobre os processos de
habilitação para a exportação de:
• Animais, Produtos Animais e Produtos/Subprodutos de Origem Animal;
• Vegetais e Produtos Vegetais com Risco Fitossanitário.
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Em 2000 São Tomé e Príncipe implementou um novo regime tarifário com três níveis: 5% aplicado a
produtos de primeira necessidade, 20% a produtos de luxo e 10% a outros bens. O leite e a farinha de
trigo estão isentos de direitos aduaneiros. De referir que este país aplica os direitos aduaneiros numa
base “ad valorem” e a classificação das mercadorias baseia-se no Sistema Harmonizado de Designação
e Codificação das Mercadorias (Decreto-Lei n.º 1/2000, de 28 de janeiro, com alterações posteriores, e
Decreto n.º 12/2009, de 24 de junho).
A Pauta Aduaneira de São Tomé e Príncipe pode ser consultada no site da aicep Portugal Global.
Sobre os produtos importados recai, ainda:
• A Contribuição Comunitária de Integração, à taxa de 0,4% (Decreto-Lei n.º 23/2005, de 28 de
novembro).
• Para determinadas mercadorias há ainda lugar à aplicação de uma sobretaxa, que pode variar
dependendo dos bens – ex.: veículos motorizados de 0% a 20% (dependendo da idade do
veículo); bebidas alcoólicas: 50% (vinho), 110% (vinho espumante e bebidas espirituosas) e
cerveja (82%)10
; tabaco: 55%.
• No final de 2013, entrou em vigor uma Taxa de Impacto Ambiental cujo mecanismo de aplicação
é baseado no sistema alfandegário e que deve ser paga por todos os agentes económicos
importadores de embalagens, produtos e artigos que se incluam na lista anexa ao Decreto-Lei
n.º 64/2013, de 31 de dezembro 2013 (sobre a maioria dos produtos recai uma taxa de 1,25% -
ex.: sumos, águas, cerveja - ou de 2,5% - ex.: tabaco, alguns produtos são taxados a 5% - ex.:
rolhas, tampas, cápsulas e outros dispositivos para fechar recipientes, de plásticos, sendo a taxa
dos instrumentos musicais de 0,5% e a dos pneumáticos novos de borracha de 2%).
• Por fim, em 2016, foi criado o Imposto sobre Consumo de Bebidas Espirituosas, Alcoólicas e
Tabaco, que incide sobre os produtos importados e é cobrado no ato de desalfandegamento a
taxas variáveis consoante o produto (Decreto-Lei n.º 13/2016, de 16 de novembro).
Ao nível do relacionamento comercial com a União Europeia (UE) é de destacar que estão em curso
negociações entre a UE e os países da África Central com vista à celebração de um Acordo de Parceria
Económica (APE) regional que promova o comércio entre as partes (implantação de uma Zona de
Comércio Livre, que permita o acesso privilegiado dos produtos de ambas as partes no território da outra
parte), estimule o crescimento económico desses países e reforce a integração regional mas, até à data,
apenas os Camarões assinaram o referido Acordo.
Enquanto São Tomé e Príncipe não fizer parte do APE regional os seus produtos têm acesso privilegiado
ao mercado comunitário, ou seja, redução/isenção de direitos aduaneiros, através do regime "Tudo
Menos Armas" (Everything But Arms – EBA) do Sistema de Preferências Generalizadas, não existindo
10
Decreto-Lei n.º 21/2016, de 17 de novembro, que altera as taxas aduaneiras aplicáveis para a cobrança dos direitos aduaneiros devidos pela importação de bebidas alcoólicas.
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qualquer acesso privilegiado na entrada dos produtos comunitários no território de São Tomé e Príncipe
(Practical guide to the new GSP trade regimes for developing countries).
4.2 Regime de Investimento Estrangeiro
Para estimular o investimento privado no país, nomeadamente o estrangeiro, foi publicado, em 17 de
novembro de 2016, o Código de Investimentos (Decreto-Lei n.º 16/2016) que define os termos,
condições, modalidades, garantias e incentivos aplicáveis aos investimentos realizados em São Tomé e
Príncipe e estabelece os seguintes princípios:
• Respeito pela propriedade privada;
• Respeito pelas regras do mercado livre e sã concorrência entre os agentes económicos;
• Respeito pela livre iniciativa, exceto as áreas reservadas ao Estado;
• Garantia de segurança e proteção do investimento;
• Garantia da igualdade de tratamento entre nacionais e estrangeiros;
• Garantia da promoção da livre circulação de bens e capitais, nos termos e limites legais;
• Respeito e integral cumprimento de acordos e tratados internacionais.
De acordo com este quadro legal é considerado investimento direto estrangeiro qualquer das formas de
contribuição do capital suscetível de avaliação pecuniária, que constitui recurso próprio ou sob conta e
risco do investidor, provenientes do estrangeiro e destinado à incorporação no investimento para a
realização de um projeto de atividade económica através de uma sociedade comercial registada em São
Tomé e Príncipe e a operar a partir do território nacional.
O regime previsto no Código de Investimentos apenas se aplica aos projetos de investimento cujo valor
global seja igual ou superior a 50 000 Euros. Isto não impede investimento estrangeiro de valor inferior,
contudo, este não beneficia dos incentivos previstos no Código.
O Estado assegura, entre outras, as seguintes garantias aos investidores:
• Pagamento de uma indemnização justa, prévia, e efetiva, quando proceda a expropriação ou
requisição dos bens objeto do projeto de investimento (em função de ponderosas e razões
devidamente justificadas de interesse público);
• Direito de transferência de lucros e dividendos para o exterior, nos termos da legislação cambial
aplicável, depois de liquidados os impostos devidos.
No que respeita aos incentivos, o Código determina que os projetos de investimento abrangidos pelo seu
âmbito beneficiam dos incentivos fiscais e aduaneiros previstos no Código de Benefícios Fiscais, sob a
forma de isenção e redução de taxas de impostos e contribuições, de deduções à matéria coletável e à
coleta, de amortizações e reintegrações aceleradas, de crédito fiscal, etc, sendo o direito ao gozo destes
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incentivos irrevogável durante o período da sua duração e acumulável com quaisquer outros incentivos
de natureza financeira ou outros criados em legislação especial.
Podem beneficiar dos incentivos previstos no Código dos Benefícios Fiscais os projetos de investimento
cujos promotores preencham os seguintes requisitos: ter no mínimo 20% do capital disponível;
demonstrar que possui uma situação económica e financeira estável para a realização do projeto,
apresente certidão negativa de dívidas ao Estado e à Segurança Social; apresente um estudo de
viabilidade do projeto que demonstre a criação de postos de trabalho de carácter permanente e
direcionado à ocupação de mão-de-obra nacional e contribua no âmbito da responsabilidade social; e
apresente um relatório de análise e demonstração do impacto económico do investimento para o país.
Consoante o valor do investimento, e com o objetivo de enquadrar os benefícios fiscais, o regime do
investimento pode ser simplificado (valor global compreendido entre 50 000 Euros e 249 999 Euros),
geral (valor global compreendido entre 250 000 Euros e 4 999 999 Euros) ou especial (montante global
igual ou superior a 5 000 000 Euros).
Relativamente ao processo de candidatura todas as propostas de investimento devem ser apresentadas
junto da Agência responsável pelos investimentos. Aprovado o projeto de investimento, a referida
Agência emite um Certificado de Registo de Investimento (CRIP), que confere ao seu titular o direito de
investir nos termos nele referidos.
A Agência de Promoção de Comércio e Investimento (APCI), criada em 2012, é o órgão de promoção e
implementação das políticas em matéria do comércio, exportação e atração de investimentos, em
concertação com os departamentos governamentais competentes, que tem por missão o
desenvolvimento dos serviços de apoio direto às empresas nacionais, a melhoria do ambiente de
negócios, a promoção internacional de produtos “made in São Tomé e Príncipe” e a implementação de
políticas com vista à atração de investimentos (Decreto-Lei n.º 2/2012, de 14 de fevereiro e Decreto-Lei
n.º 57/2013, de 18 de dezembro). Apesar de ter sido criada por diploma legal em 2012 esta agência
ainda carece de operacionalização, estando a mesma prevista no âmbito das Grandes Opções do Plano
aprovadas para o ano económico de 2017 (consultar página 22).
Ao nível do ambiente de negócios cumpre realçar a implementação do Guichet Único para criação de
Empresas (GUE), com sede na cidade de São Tomé, como um serviço público sob tutela do Ministério
da Justiça, Administração Pública e Direitos Humanos, que tem por objetivo conferir celeridade nos
processos de constituição, alteração ou extinção de sociedades ou atos afins (Decreto-Lei n.º 37/2009,
de 13 de outubro, alterado pelo Decreto-Lei n.º 6/2010, de 8 de junho, e Decreto n.º 7/2010, de 8 de
junho).
Com efeito, São Tomé e Príncipe tem vindo a implementar reformas com vista a melhorar o ambiente de
negócios (ex.: alteração do regime jurídico que regula o exercício da atividade comercial pelo Decreto-
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Lei n.º 11/2011, de 18 de maio; novo regime jurídico das atividades industriais aprovado pelo Decreto-Lei
n.º 15/2012, de 19 de junho; etc.).
Também é de destacar a publicação do primeiro Código da Propriedade Industrial de São Tomé e
Príncipe em fevereiro de 2017 (Decreto-Lei n.º 23/2016, de 9 de fevereiro).
Em São Tomé e Príncipe foram criadas duas zonas francas (Aeroporto Internacional de São Tomé e
Baía das Agulhas) e um Centro de Negócios Offshore, como incentivo ao estabelecimento de
investidores estrangeiros. Contudo, não tendo conseguido transformar São Tomé e Príncipe num centro
de negócios de classe mundial, a atividade da Autoridade das Zonas Francas foi suspensa em 2013,
cabendo à Agência de Promoção de Comércio e Investimento (APCI) gerir todos os assuntos pendentes
da referida Autoridade, bem como os bens, equipamentos e arquivos afetos à mesma (cfr. Decreto-Lei
n.º 36/2011, de 15 de novembro e artigo 3.º do Decreto-Lei n.º 57/2013, de 18 de dezembro).
De referir, também, que de forma a promover e a reforçar o desenvolvimento das relações de
investimento entre os dois países, foi celebrado entre Portugal e São Tomé e Príncipe o Acordo sobre
Promoção e Proteção Recíproca de Investimentos e a Convenção para Evitar a Dupla Tributação e
Prevenir a Evasão Fiscal em Matéria de Impostos sobre o Rendimento, que ainda aguardam a troca dos
instrumentos de ratificação para a respetiva entrada em vigor.
Ao nível bilateral foram, igualmente celebrados os seguintes acordos/convenções:
• Acordo de Cooperação Económica (em vigor desde 11 de março de 2011);
• Convenção sobre a Segurança Social (retificação) e Acordo Administrativo Relativo às
Modalidades de Aplicação da Convenção (aguarda a troca de instrumentos de ratificação para a
respetiva entrada em vigor);
• Acordo de Cooperação no Domínio do Turismo (aguarda a troca de instrumentos de ratificação
para a respetiva entrada em vigor);
• Acordo de Cooperação no Domínio da Indústria (aguarda a troca de instrumentos de ratificação
para a respetiva entrada em vigor).
Para mais informação sobre mercado de São Tomé e Príncipe consulte o site da aicep Portugal Global.
5. Informações Úteis
Formalidades na Entrada
É necessário um visto válido ou autorização de trabalho, que em Portugal pode ser obtido na Embaixada
de São Tomé e Príncipe em Lisboa e nos Consulados em Coimbra ou no Porto. Os vistos de curta-
duração, podem ser solicitado através de um pedido de autorização no website dos Serviços de
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Migração e Fronteiras de São Tomé e Príncipe (http://www.smf.st/virtualvisa/). Caso seja aprovado, o
requerente receberá uma autorização, via email, que deverá ter consigo à chegada a São Tomé e
Príncipe para lhe ser concedido o visto, com um custo administrativo de 20€. Aguarda-se que
brevemente seja extinta a necessidade de visto, a aplicar em estadias por um período de 15 dias.
É necessário ter em atenção que o passaporte deve ser válido, pelo menos, 6 meses a contar da data de
entrada em São Tomé e Príncipe, e que a permanência, para além da validade do visto, bem como
atividades fora do seu âmbito, acarretam o pagamento de uma multa.
Os estrangeiros que pretendam exercer atividade laboral ou empresarial em São Tomé e Príncipe
deverão solicitar um visto de trabalho. Este visto exige a existência prévia de um vínculo a uma empresa
sedeada em São Tomé e Príncipe.
É aconselhável abordar o processo de concessão do visto com alguma antecedência, para garantir que
o mesmo seja concedido atempadamente. De notar que, à saída do país, é cobrada uma taxa
aeroportuária de 20€.
Hora Local
Corresponde ao UTC. Em relação a Portugal, São Tomé e Príncipe tem a mesma hora no horário de
inverno e menos uma hora no horário de verão.
Horários de Funcionamento
Serviços Públicos:
Os serviços públicos funcionam de segunda-feira a sexta-feira, entre as 7h00 e as 15h30. Encerram para
almoço entre as 12h00 e as 14h00.
Comércio:
O comércio tradicional funciona de segunda-feira a sexta-feira, entre as 6h00 e as 17h30/20h,
dependendo do negócio. A hora de almoço ocorre entre as 12h00 e as 15h00.
Bancos:
Os bancos funcionam de segunda-feira a sexta-feira (algumas agências abrem ao sábado), abrindo às
7h45 e encerrando entre 15h00 e as 16h00. Não encerram para almoço.
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Feriados
Datas fixas:
1 de janeiro – Dia de Ano Novo
4 de janeiro – Dia do Rei Amador
3 de fevereiro – Dia dos Mártires
1 de maio – Dia do Trabalhador
12 de julho – Dia da Independência
6 de setembro – Dia das Forças Armadas
30 de setembro – Dia da Reforma Agrária
21 de dezembro – Dia de São Tomé e Príncipe
25 de dezembro – Dia de Natal
Datas móveis:
Sexta-feira Santa
Domingo de Páscoa
Corrente Elétrica
220 volts AC.
Pesos e Medidas
É utilizado o sistema métrico.
6. Contactos Úteis
Em Portugal
Embaixada de São Tomé e Príncipe em Portugal
Av. 5 de Outubro, Nº 35, 4º andar
1050-047 Lisboa
Tel.: +351 218 461 917 | Fax: +351 218 461 895
E-mail: [email protected] | http://www.emb-saotomeprincipe.pt/
aicep Portugal Global, Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal, EPE
Rua Júlio Dinis, 748 9º Dto.
4050-012 Porto – Portugal
Tel.: +351 226 055 300 | Fax: 351 226 055 399
E-mail: [email protected] | http://www.portugalglobal.pt
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aicep Portugal Global, Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal, EPE
Av. 5 de Outubro, 101
1050-051 Lisboa – Portugal
Tel.: +351 217 909 500
E-mail: [email protected] | http://www.portugalglobal.pt
COSEC – Companhia de Seguro de Créditos, SA
Direção Internacional
Av. da República, 58
1069-057 Lisboa
Tel.: +351 217 913 700 | Fax: +351 217 913 720
E-mail: [email protected] | http://www.cosec.pt
CPLP - Comunidade dos Países de Língua Portuguesa
Palácio Conde de Penafiel,
Rua de S. Mamede (ao Caldas), nº 21
1100-533 Lisboa
Tel.: +351 213 928 560 | Fax: +351 213 928 588
http://www.cplp.org/
SOFID - Sociedade para o Financiamento do Desenvolvimento
Instituição Financeira de Crédito, S.A.
Av. Casal Ribeiro, nº 14 - 4º
1000-092 Lisboa
Tel.: +351 213 137 760 | Fax: +351 213 137 779
E-mail: [email protected] | http://www.sofid.pt/
Em São Tomé e Príncipe
Embaixada de Portugal em São Tomé e Príncipe
Av. Marginal 12 de julho
C.P. 173 São Tomé - São Tomé e Príncipe
Tel.: +239 222 11 30
E-mail: [email protected]
aicep Portugal Global - São Tomé e Príncipe
Av. Marginal 12 de julho
C.P. 173 São Tomé - São Tomé e Príncipe
Tel.: +239 222 11 30/ 988 81 55
E-mail: [email protected]
aicep Portugal Global
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Instituto Nacional de Estatística de São Tomé e Príncipe
Largo das Alfândegas
Caixa Postal 256 - São Tomé - São Tomé e Príncipe
Tel.: +239 224 18 50 / 222 13 13
E-mail: [email protected] | http://www.ine.st
Câmara de Comércio, Indústria, Agricultura e Serviços
Av. 12 de Julho, C.P. 527 – São Tomé
Tel: +239 222 27 23 | Fax: +239 222 14 09
Email: [email protected]
Associação Empresarial de São Tomé e Príncipe
Av. 12 de Julho, C.P. 149 – São Tomé
Tel: +239 997 52 42
Email: [email protected] | http://www.aestp.st
Agência para a Promoção do Comércio e Investimento (APCI)
Avenida Marginal 12 de julho
Edifício da Direção-Geral do Turismo e Hotelaria, 1º andar
São Tomé - São Tomé e Príncipe
Telefone: +239 222 26 42 / 222 61 63
E-mail: [email protected]
AGER - Autoridade Geral de Regulação
Rua da Paz, Bairro de Hospital
C.P. 1047 São Tomé - São Tomé e Príncipe
Tel.: +239 222 73 59 / 60 | Fax: +239 222 73 61
http://www.ager-stp.org/
Agência Nacional do Petróleo de São Tomé e Príncipe
Av. das Nações Unidas
C.P. 1048 São Tomé - São Tomé e Príncipe
Tel.: +239 224 33 50
E-mail: [email protected] | http://www.anp-stp.gov.st/pt/
Banco Central de São Tomé e Príncipe
Praça da Independência, C.P. 13 – São Tomé
Tel: +239 224 37 00 | Fax: +239 222 27 77
Email: [email protected] I http://www.bcstp.st/
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Banco Internacional de São Tomé e Príncipe
Praça da Independência, C.P. 536 – São Tomé
Tel: +239 224 31 00
Email: [email protected] I http://www.bistp.st/
Direção Geral de Turismo de São Tomé e Príncipe
Av. Marginal 12 de Julho, C. P. 40 – São Tomé
Tel: +239 222 15 42 I Fax: +239 222 20 20
Email: [email protected]
7. Endereços de Internet
A informação online aicep Portugal Global pode ser consultada no site da Agência, nomeadamente, nas
seguintes páginas:
• Guia do Exportador
• Guia de Internacionalização
• Temas de Comércio Internacional
• Mercados Externos (São Tomé e Príncipe)
• Livraria Digital
Outros endereços:
• African Development Bank (AfDB)
• African Union (AU)
• Agência Nacional do Petróleo
• Agência STP Press
• Alfândegas São Tomé e Príncipe
• Assembleia Nacional de São Tomé e Príncipe
• Autoridade Geral de Regulação (AGER)
• Banco Central de São Tomé e Príncipe
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• Banco Internacional de S. Tomé e Príncipe
• Câmara de Comércio Industria Agricultura e Serviços (CCIAS)
Communauté Économique des États de l’Afrique Centrale (CEEAC)
• Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP)
• Délégation de l'Union européenne au Gabon, pour la Guinée équatoriale, Sao Tomé-et-Principe
et la CEEAC
• Diário Digital Téla Nón
• Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) / Direções de Serviços de Alimentação e
Veterinária Regionais (DSAVR)
• Doing Business in São Tomé and Príncipe 2017 / Doing Business in São Tomé and Príncipe –
Starting a Business 2016 / Doing Business in São Tomé and Príncipe – Business Reforms 2017 /
Trading Across Borders in São Tomé and Príncipe 2016 (Doing Business Project – World Bank
Group)
• Economic Partnership Agreements (European Commision)
• Embaixada de Portugal em São Tomé e Príncipe
• Embaixada de São Tomé e Príncipe em Portugal
• European External Action Service (EEAS) – São Tomé and Príncipe and the EU / Trade
Relations EU – Central Africa
• Guia Prático – Destacamento de Trabalhadores de Portugal para Outros Países (Instituto da
Segurança Social)
• Instituto Nacional de Estatística de São Tomé e Príncipe
• JuriSTEP (a informação mais recente data de 2010)
• Legis Palop (acesso mediante assinatura)
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31 Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal, E.P.E. – Av. 5 de Outubro, 101, 1050-051 LISBOA
Tel. Lisboa: + 351 217 909 500 Contact Centre: 808 214 214 [email protected] www.portugalglobal.pt
Capital Social – 114 927 980 Euros • Matrícula CRC Porto Nº 1 • NIPC 506 320 120
• Ministério das Finanças, Comércio e Economia Azul
• Ministério dos Negócios Estrangeiros e Comunidades
• Miranda – Notícias do Direito – São Tomé e Príncipe
• Notícias Lusófonas
• Novo Quadro de Apoio Portugal 2020 / Programa Operacional Competitividade e
Internacionalização (Compete 2020)
• Organisation Internacionale de la Francophonie
• Portal das Comunidades Portuguesas (Ministério dos Negócios Estrangeiros) / Trabalhar no
Estrangeiro / Trabalhar no Estrangeiro - Folheto Genérico / Brochura Trabalhar no Estrangeiro
2015 / Conselhos aos Viajantes (São Tomé e Príncipe)
• Portal GlobalAgriMar (Gabinete de Planeamento, Políticas e Administração Geral - GPP) /
Constrangimentos, Formulário de Exportação, Fichas de Internacionalização (produto e
mercado) / Ministério da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural / Ministério do Mar
• Segurança Social (Destacamento de Trabalhadores para Países com os quais não foram
celebrados Acordos Bilaterais / Convenções, como é o caso de São Tomé e Príncipe)
• Serviço de Migração e Fronteiras
• STP Digital
• United Nations (UN) / Funds, Programmes, Specialized Agencies and Others