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Método Kala Vidya E os mistérios secretos de Gaya (Volume I – O Chamado) Akshumi 1

Método Kala Vidya

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Método Kala Vidya - Akshumi

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  • Mtodo Kala VidyaE os mistrios secretos de Gaya

    (Volume I O Chamado)

    Akshumi

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  • Mtodo Kala Vidya

    Produzido por Amazon Company, 2014

    Autoria de Akshumi

    Todos os direitos reservados

    ISBN 15 024 76436

    ISBN 13: 978 1502476432

    Apresentao

    O Mtodo Kala Vidya foi criado com a finalidade de funcionar como um chamado, uma convocao real a todos aqueles que desejam contribuir, de alguma forma, com a alquimia, limpeza espiritual, sutilizao, Equilbrio das energias, pedido de bnos, corrente (seja qual for a linguagem do caro leitor, j que o chamado para todos), de que o nosso planeta tanto necessita.

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  • Mtodo Kala Vidya

    Estamos vivendo um momento por demais conturbado. Neste ciclo final da Kali-Yuga em que vivemos, todas as piores mazelas do ser humano j surgiram, seja de forma individual, seja de forma coletiva, dentro do conceito de sociedades, povos e naes. Mas neste exato momento, quando o negredo (as mazelas que precisam ser transmutadas) est mais visvel, que temos a chance de alquimiz-lo.

    Helena Petrovna Blavatsky, na Sntese da Doutrina Secreta, afirmou: Entre os mandamentos de Tsong-Kha-pa h um que ordena aos Arhats, fazerem um esforo cada sculo, em certo perodo do ciclo, para iluminar o mundo, inclusive o dos brbaros brancos. At hoje nenhuma destas tentativas teve bom xito. H uma profecia que diz que at que o Teshu-Lama (a Jia da Sabedoria) consista em renascer no pas dos ocidentais como conquistador espiritual, e dissipe os erros da ignorncia dos tempos, os filhos da Europa no escutaro ningum. Portanto, neste momento em que vivemos, no ontem e nem amanh, que precisamos nos unir, porque no a Europa que precisa se iluminar, o mundo todo.

    Esse o momento de reunirmos todas as foras necessrias, para deixar de falar sobre os problemas, a fim de resolver as suas causas. As Satya-Yugas, nada mais so do que os momentos cclicos, em que a fora espiritual prevalece na face do planeta, isso porque todo o planeta entra num ciclo de sublimao espiritual. Entretanto, embora o planeta tenha sua prpria vida e conscincia, a humanidade interfere em todos os seus ciclos, no apenas os naturais, como o clima, por exemplo, mas tambm os espirituais.

    Houve um tempo (num passado muito distante) em que o astral da Terra era completamente puro e cristalino, hoje o astral da Terra completamente carregado com as energias desequilibradas e de esferas negativas, egrgoras muito pesadas de violncia, raiva, dio, egosmo, invejas, dentre tantas outras coisas que prefiro nem comentar.

    preciso deixarmos de falar do quanto essa sociedade, a civilizao atual, est catica e doente, para comearmos, todos, cada um sua maneira, a fazer alguma coisa para mudar essa situao.

    Nenhuma grande revoluo acontece de forma totalmente isolada, sempre existe uma espcie de nvoa pairando no ar, onde todos aqueles que se identificam, de uma forma ou de outra, com aquela vibrao, acabam por agir, ou interagir, de acordo com ela.

    O perodo onde ocorreu a Revoluo Francesa, por exemplo, no foi diferente disso. A atmosfera que existia em torno da necessidade de transformaes era to grande, que ocorreram trs revolues simultneas na Europa, a revoluo cientfica, o Humanismo, a revoluo artstica, a Renascena e a revoluo poltico-social, o Iluminismo, que no s viria a realizar uma revoluo total, em toda a estrutura da Frana, como tambm viria a influenciar em outras revolues pelo mundo, como a Independncia dos Estados Unidos e at mesmo a Revoluo Russa.

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    De fato, as idias Iluministas revolucionaram, no apenas a Frana ou a Europa, mas todo o mundo, foi um verdadeiro marco, antes e depois do chamado perodo das Luzes.

    Para aquele perodo, tudo o que aconteceu foi fundamental, de fato clareou bastante a vibrao do mundo, mas embora tenha sido algo fenomenal, somente seria suficiente para a transformao poltico-social que, de fato era extremamente necessria que ocorresse, mas no chegou nem perto da Iluminao Espiritual, que o mundo todo tanto necessita.

    O pensamento racional foi muito importante para libertar a mente da humanidade dos dogmas, ignorncias e abusos que a suprimiam e esmagavam, esse pode ter sido apenas o incio de um caminho fundamentalmente importante para essa mesma humanidade, mas no pode ser o seu final. Porque o que difere a mente humana de um computador, justamente a capacidade de ir alm das lgicas concretas, ser capaz de intuir coisas e entender a existncia de pensamentos e emoes mais abstratos.

    A era das Luzes nunca terminou, a cincia no parou de se aprofundar, cada vez mais, em questes existenciais. Chegam a ser irnicas as buscas cientficas atuais, que de racionais e cientficas possuem bem pouco, como a busca pela chamada Partcula de Deus (o Bson de Higgs), a tentativa de compreender a existncia de outros Universos, outras dimenses (todas as religies do mundo tm como base a existncia de outras dimenses, no mnimo, nas mais populares: Cu, Inferno e Purgatrio; assim tambm como, o Astral, o Nirvana, alm de tantas outras dimenses que eu poderia citar). Isso sem sequer me referir a outro ramo da cincia atual, que a Teoria de Gaya, que parte do princpio de que todo o planeta um nico organismo, uma existncia planetria, um planeta que um ser vivo.

    Portanto, a razo tambm no pode ficar estagnada. A princpio, no existe nada mais racional que a cincia, que dentro do prprio Positivismo, precisa ser comprovado para que se possa acreditar, mas a cincia j possui diversas pesquisas que demonstram conscincia, inteligncia e emoes das plantas. A princpio, isso no parece to racional.

    A razo agora precisa acompanhar o ritmo das mudanas que ela mesma realizou, passar de Razo para Entendimento, assim como a terceira Sephirah da rvore da Vida Hebraica, Binah. De Iluminismo social e poltico, para Iluminao Espiritual, porque a Liberdade de Pensar (LPD) deve abarcar o prprio racional, para que a razo no se torne to passional quanto a emoo.

    Portanto, a cincia atual j aceita diversas coisas de que as cincias ocultas sempre afirmaram, hoje a cincia busca o que est alm da conscincia fsica do nosso Universo, agora o Iluminismo tambm precisa se Iluminar.

    Mas antes que algum pense, NO, eu no tenho NADA a ver com aqueles que so conhecidos como Iluminatti.

    O Mtodo Kala Vidya, portanto, se trata de uma cincia ancestral nos mistrios ocultistas que, como tal, sua origem se perde na noite dos tempos. Assim como as razes de uma rvore to antiga quanto o prprio tempo, que no seu desenvolvimento gerou caule, folha e flor. Mas como de sua prpria

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    natureza, sua generosidade ilimitada, tambm criou frutos para alimentar a todos aqueles que tivessem fome (... porque nem s de po viver o homem...). Toda vez que um de seus frutos servir de alimento a algum, suas sementes sero lanadas Terra e uma nova muda surgir. Foi por isso que resolvi escrever este livro, j que, embora as Razes permaneam ocultas, os frutos devem ser oferecidos a todos aqueles que tiverem fome de um aprimoramento interno, espiritual, capaz de lhe fazer viver melhor o seu destino. Porque o destino de um est entrelaado (ou Emaranhado, como o Emaranhamento Quntico da fsica) com o destino de todos.

    Alm disso, cada caminho sempre ter duas formas de ser vivenciado, da pior maneira possvel: a troncos e barrancos, tropeando em cada pedra, caindo em cada buraco e levantando e caindo o tempo todo; ou com passos conscientes. Conscientes e com as ferramentas e o conhecimento necessrios para se evitar os obstculos e ser feliz. Cada pessoa possui o seu prprio Caminho e todos os Caminhos so belos, todos com seus prs e contras, mas todos eles, para serem plenos e felizes, necessitam de que haja Sabedoria para que sejam percorridos. Mas todos os Caminhos se encontram, formando uma grande rede planetria, de vibraes mais ou menos elevadas. Se diversas pessoas comearem a vibrar em esferas mais luminosas, os canais energticos, da prpria Terra, assim como os meridianos do corpo, comearo a se iluminar, formando um efeito domin, ou efeito borboleta, que propiciar com que mais e mais pessoas ao redor do mundo, comecem a receber a influncia energtica dessa atmosfera que estaria sendo criada, de Iluminao Planetria. Se somos todos partes de um Grande Organismo, que o nosso Planeta, somos todos filhos de Gaya, e estaremos todos, contribuindo para a regenerao de toda a poluio psquica, que tornou o aspecto psico-etrico e astral da Terra to necessitado de Luz, ao longo de tantos milnios de existncia dessa mesma humanidade.

    O Mtodo Kala Vidya, traz como proposta de realizao desse objetivo, comum a todos aqueles que se identificarem com este chamado, um sistema tergico-alqumico, dentro da prpria cincia oculta, formado com o propsito de, atravs de uma linguagem simples, prtica e profunda, reunirmos foras, de forma coletiva, onde a participao de cada um far a diferena, numa verdadeira revoluo espiritual que a humanidade tanto precisa.

    No acredito que uma andorinha s seja capaz de fazer o vero, mas sim que de fato, a unio que faz a fora. No que diz respeito a um s planeta, uma s humanidade, no jargo dizer que acredito na mxima de que deve ser um por todos e todos por um.

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    ndice

    Introduo ............................................................. pg. 8 Captulos:

    1- Exerccios de Relaxamento ................................. pg. 27 2- Os Tatwas, ou os Elementos da Criao ........... pg. 41

    3- Prticas para a Potencializao do seu prprio Elemento ..................................... pg. 49

    - Terra - gua - Fogo - Ar

    4- Quem voc? .................................................... pg. 58

    5- O que o Caminho... .......................................... pg. 75

    6- Prticas para Equilibrar-se com o seu oposto natural .................................................... pg. 83

    7- Magia e a Magia Antiga ..................................... pg. 90

    8- As Antigas Escolas de Mistrio ............................. pg. 99

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    9- Formao de Altares ............................................. pg. 110

    10- Os Antigos Mistrios de Gaya ................................ pg. 137

    Bibliografia ......................................................... pg. 146

    Introduo

    recomendado que todas as prticas sejam lidas at o final, entendidas e memorizadas, antes de sua realizao.

    Entretanto, extremamente necessria, a compreenso de que, ao se iniciar a vivenciao da prtica, algo um pouco esquecido dever ser resgatado na memria biolgica do praticante.

    Nenhum ser existe separadamente da totalidade, uma coisa sempre interferir na outra. No apenas dentro da noo de Efeito Borboleta, que segundo a prpria cincia, um bater de asas aqui, com todas as condies propcias, pode se tornar um furaco do outro lado do mundo. Mas de forma ainda mais simples e natural. Cada ma que voc come traz consigo toda a experincia da macieira, seu cdigo gentico, sua ancestralidade, sua memria biolgica. Tudo isso estar contido numa nica mordida que voc d nessa ma. Ao ingeri-la, tudo isso passar a fazer parte da sua vida da para frente, j que a natureza da ma, aps a digesto, ser absorvida por cada clula do seu corpo.

    Daquele momento em diante, voc no mais um ser individual com relao macieira e toda a sua ancestralidade.

    Citei o exemplo da macieira e da ma, mas na verdade, isso acontece o tempo todo, com todas as coisas que nos rodeiam, com cada alimento que ingerimos, com cada molcula de ar que respiramos, com cada gota de gua que bebemos.

    Todos os elementos, tomos e experincias, que existem hoje, so os mesmos que sempre existiram, mesmo antes do surgimento da espcie hunama. Tudo sempre esteve interconectado. A Individuao uma mera iluso da mente que deseja sentir-se especial. O nico fato que essa mente ignora, que tudo e todos so especiais. A Vida o que h de mais especial na Criao, Ela que est, cria e nutre tudo ao seu redor. Ser parte de um todo, no tornar-se menos especial, mas se fundir quilo o que h mais especial na Existncia.

    Essa Existncia-Una, essa experincia, essa vivncia, essa verdade, algo que no tem tempo, algo atemporal, que existe mesmo antes desse

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    mundo existir e existir at que a ltima partcula do Universo desaparea. Querer negar isso, partir do princpio de que isso seja, ultrapassado ou primitivo, negar o bvio, querer restringir-se a uma realidade virtual onde um ser poderia, a sim, viver isolado do mundo, se relacionar com tudo sem nunca estar presente em lugar algum.

    Nenhuma existncia ultrapassada, nenhuma verdade provisria. O que seria do tempo atual sem o passado? O que seria de voc sem o seu DNA? O seu DNA a ponto de encontro entre voc e todos aqueles antepassados que existiram antes de voc. Negar a importncia das verdades ancestrais, negar a sua prpria existncia.

    O Presente no existiria sem o passado, assim como o futuro no existiria sem o presente, que um dia ser o seu passado. A memria da unidade da existncia, no nada mais, nada menos, que o DNA psquico que sustenta toda a vida manifestada, desde a sua, at a dos pssaros que voam l fora, como a das formigas que constroem seus formigueiros de tal forma, que as formigas que hoje o constroem, no so as mesmas que iniciaram aquela construo, j que o tempo de vida das formigas (com relao ao tempo da vida humana) muito curto, mas a prxima formiga sempre saber, no s que deve continuar construindo, saber como deve construir e em que direo seguir.

    Nosso tempo de vida muito maior que o tempo de vida dos insetos, mas no nada, perto do tempo das estrelas e das galxias.

    O tempo para a vida humana, como um rio fluindo sempre na mesma direo, sem olhar para trs, como se pudesse ignorar o que existiu antes de si mesmo, mas o fato que por mais que o rio corra para frente, para frente, sempre a mesma gua.

    Todas as prticas possuem variaes de si mesmas, com a finalidade de que haja uma adequao delas, com relao ao indivduo que ir realiz-la. J que cada pessoa nica e para o ocultismo real no existe receita de bolo, procuraremos passar (dentro das limitaes que a escrita de um livro possui, j que livros no respondem perguntas) algumas explicaes bsicas a respeito de cada Elemento, para que cada um, atravs de seu prprio exerccio de autoconhecimento, possa escolher aquele com que mais se identifica.

    Comeando pelo relaxamento, onde as variadas tcnicas apresentadas, tambm devero ser observadas luz de um autoconhecimento mnimo necessrio. Toda prtica dever, sempre, ser antecedida pelo exerccio de relaxamento com que se tenha identificado, sem que se descaracterize o horrio de cada um, ou seja, os exerccios de relaxamento da manh, ou do dia, no devem ser feitos noite e vive-versa.

    O exerccio de Relaxamento selecionado, no necessariamente precisa ter a mesma linha Elemental (o mesmo Elemento) da prtica escolhida. Isso se d, devido ao fato de que at mesmo a tnica individual de cada um, sofre variaes individualizadas de pessoa para pessoa, ou seja, pessoas ligadas ao Fogo, por exemplo, podem possuir caractersticas de outros Elementos, j que todos eles se comunicam entre si. O Ar quente, embora seja

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    Ar, possui diferenas em seu estado vibracional com relao ao Ar mais frio, tendo o Ar mais quente, portanto, uma maior presena do Elemento Fogo do que no mesmo Elemento Ar em estado mais frio. O Ar mais mido possui a presena maior do Elemento gua do que o Ar mais seco, onde se apresentaria uma maior presena do Elemento Terra. Assim ocorre com cada indivduo, cada ser nico dentro da criao, nem mesmo as folhas de uma mesma rvore so exatamente iguais umas s outras. Assim tambm no que diz respeito natureza humana, cada indivduo possui uma variada gama de fatores que compe a sua individualidade, embora no acreditemos que qualquer coisa, seja de que reino for, possua uma existncia isolada. Todas as coisas possuem sua individualidade sim, mas nenhuma individualidade existe sem a existncia das outras, perfeita a nomenclatura dada pela tradio budista, ao se referir a este fato que existe muito antes do mundo ser mundo, quando se referiu a este mistrio, lhe atribuiu o nome de Interdependncia, para designar aquela que uma verdade Universal, de que todas as coisas dependem uma das outras, tudo est interligado, tudo se encontra conectado no Universo.

    por essa razo que se deve compreender a necessidade de estar harmonizado, no apenas com seu Elemento regente, mas tambm com todos os outros. Entretanto, harmonizar-se com os quatro Elementos j um passo bem mais avanado do que a proposta, necessria, deste livro, no se pode comear nenhum procedimento mgico pela metade do caminho. Todo o Caminho deve ser coerente com as Leis da Criao, de tal forma, o Universo no foi criado em um s dia.

    De forma sustentvel e equilibrada, o que o incio do Caminho necessita, de uma harmonizao do indivduo com o Elemento que o rege, o que lhe permitir, em seguida, iniciar uma jornada de Equilbrio com o seu oposto natural, o que lhe possibilitar ter maior controle sobre seus pontos fracos, ou seja, aquilo o que seu micro-cosmo, a sua individualidade no vivencia de forma harmnica com a natureza do Elemento que o rege.

    Este ponto merece uma explicao um pouco mais aprofundada, para que de fato seja compreendido.

    O Mago Papus em suas obras, atravs do termo Natura Naturante, fez meno a uma determinada Fora da Criao que, embora esteja oculta para os olhos inexperientes, estaria por trs de todos os Elementos da Natureza Fsica, qual ele chamou de Natura Naturada. Aquela Fora citada anteriormente, Natura Naturante, tambm pode ser chamada de Natureza Divina da Criao. Cada Elemento possui uma Natureza Divina que lhe permite se manifestar como tal. No oriente essa Natureza Divina de cada Elemento recebeu o nome de Tatwa. Esses Tatwas, assim como os pontos cardeais, podem ser trabalhados em nmero de sete, e no apenas quatro, embora no se tenha absolutamente nada de errado em se trabalhar com apenas quatro, j que quatro so aqueles que se manifestam no mundo visvel. Toda vez que os quatro Elementos so ativados de forma plena e

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    harmnica, o quinto Elemento, a quinta essncia, to buscada pelos alquimistas, se faz presente.

    Entretanto, o propsito dessa explicao, demonstrar que os Elementos, por si mesmos, so divinos. Ao se condensar para a formao do corpo humano, com seus respectivos carmas, limitaes, ignorncias, que comea a passar a falsa impresso de possuir caractersticas negativas, mas essas caractersticas desequilibradas, desarmnicas, pertencem nica e exclusivamente natureza humana com relao quele Elemento. Por exemplo: um alimento saudvel, pronto para o consumo no possui nenhum aspecto negativo de fazer mal a algum, ou diminuir a vitalidade de ningum. Mas ao ser ingerido, cada corpo, cada indivduo reagir a esse mesmo alimento de forma individual e totalmente particular, por que uma determinada pessoa pode ter alergia a algum componente de que se constitui aquele alimento, o que nesse caso, seria a limitao especfica dessa pessoa. Um outro indivduo pode no saber que seu corpo no poderia ingerir nem um pouco de sal, sendo esse um alimento saudavelmente salgado, a ignorncia das necessidades do seu prprio corpo (falta de autoconhecimento), que faz com que esse alimento parea, para ele, ser algo ruim.

    A partir dessa necessria compreenso, adianto que mais para frente, nas pginas que se seguem, apresentaremos as principais caractersticas de cada Elemento manifestado na natureza humana, misturando-se, portanto, com as mazelas do ser humano assim como com suas virtudes, a fim de que o caro leitor possa se identificar mais fortemente com um ou com outro Elemento, sendo bem mais que necessrio uma percepo real de si mesmo, auto- sinceridade, caso contrrio a identificao poder no ser a mais adequada, o que comprometeria todo o trabalho proposto.

    Devemos alertar que, observar seus chamados defeitos (assim como aos dos outros) to importante quanto observao de suas virtudes, caso contrrio, uma pessoa que passe a maior parte do tempo olhando para os defeitos, observando as negatividades, no tem tempo e nem autoridade para viver as coisas positivas (o que os olhos no vem, o corao no sente).

    sempre necessrio que haja um Equilbrio, entre compreender o negativo e compreender o positivo. Porque se voc no sabe da existncia do negativo, voc pode ser pego por ele sem perceber, mas saber que algo existe, no significa ficar olhando naquela direo, como voc no precisaria ficar pensando, imaginando e nem esperando colocar a mo no fogo para saber que queimaria. Voc sabe que se colocar a mo no fogo queima e pronto, no precisa vibrar nessa frequncia para no ser pego(a) por ela. Isso no questo de ser alienado e nem de ficar pensando positivo, mas saber da existncia das coisas negativas, somente far sentido se for para voc realizar os procedimentos necessrios para evit-las e no para se prender a elas.

    Caso contrrio, se voc no olhar e compreender o positivo, ele escorrer pelas suas mos, sem que antes disso se soubesse aproveit-lo, ento de nada valer ter evitado o negativo, porque na sua experincia

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    somente ele ter existido. J vimos muitas pessoas perderem sonhos realizados, bnos adquiridas, simplesmente porque no souberam como lidar com elas...

    O propsito deve estar sempre no Equilbrio, somente se ter os ps no cho se a cabea estiver no ar e vice-versa.

    No caso dos opostos naturais, ser onde se encontrar a fora opostamente complementar e equilibrante para os excessos de seu Elemento, porque nos excessos que surgem os chamados defeitos (neste Mtodo no se convm utilizar o termo defeito, devido ao fato de que eles nada mais so que excessos, ao serem equilibrados deixam de ser negativos e passam a ser aliados do indivduo em questo), a presena excessiva to negativa quanto excessiva ausncia. Coragem demais imprudncia, coragem de menos covardia.

    O que chamamos de opostos naturais, so os Elementos filosoficamente opostos uns aos outros, digo filosoficamente, porque no so, nunca foram e jamais sero inimigos uns dos outros, so apenas opostos que, equilibrados, se complementam. Toda e qualquer possvel divergncia de opinio e atitude, ou at mesmo atrito entre pessoas regidas por Elementos opostos, passam por aquela mesma questo j mencionada, os limites e falta de compreenso mais profunda de si mesmas e do Elemento que as rege.

    De tal forma, o oposto natural ao Fogo a gua, bem como o oposto natural Terra o Ar, embora esse assunto seja extremamente vasto, tanto no mbito da magia quanto em seu aspecto filosfico, para o presente livro essa informao se faz suficiente.

    Vamos, portanto, s caractersticas de cada Elemento dentro do reino humano, com suas respectivas relaes com seus opostos naturais dentro deste mesmo reino:

    TerraAs pessoas mais ligadas Terra, possuem uma forte tendncia a no

    gostar de mudanas, manter hbitos antigos, fazer coisas antigas perdurarem, o que de uma forma desequilibrada leva a uma forte teimosia, melancolia e apego a objetos, circunstncias e vivncias que j no lhe trazem proveito algum. Qualquer objeto, assim como emoes, ou lembranas estagnadas, tornam-se foco de energias negativas na vida da pessoa, porque o tempo corre sempre para frente, ele no pra, a pessoa que no consegue acompanhar suas modificaes, passam a t-lo como inimigo. Uma casa (bem como o corpo, a mente e a emoo) onde no ocorre movimento, se torna abandonada, cria teias de aranha, como verdadeiros ns, que dificultam e impossibilitam ainda mais qualquer possvel tentativa de movimento na vida da pessoa em questo. O que, de forma harmnica, equilibrada, possibilita a presena de fortes ideais, de fortaleza em suas convices, incorruptibilidade, honestidade inabalvel, uma pessoa em que se pode confiar. No so pessoas que mudam de idia muito facilmente, mais lutam por aquilo o que acreditam.

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    De forma harmnica so muito generosas, de forma excessiva, extremamente egostas e materialistas.

    A forte capacidade de trabalhar, a convico e a responsabilidade so capazes de criar algo de forma sustentvel e duradoura, em excesso, leva a uma morosidade gerada pela priso, por tempo demais, aos detalhes, muitas vezes no to importantes quanto possam parecer, alm dos apegos que os impedem de caminhar. Enquanto que, de forma harmnica, equilibrada, possibilita com que projetos sejam concludos, com ps no cho, prudncia e obstinao.

    Como aquela semente, que ao se unir Terra pacientemente se sustenta, cria razes firmes e com convico inicia, lenta e progressivamente a sua jornada para o alto, at concluir o seu objetivo, conseguindo, atravs de sua certeza e objetividade, superar todas as barreiras at irromper para fora da Terra. Neste caso, de forma harmnica, o tempo foi seu aliado e a prudncia sua companheira.

    ** *

    Tendo, portanto, o excesso do Elemento Terra uma tendncia a pesar demais situaes que poderiam ser observadas de uma forma mais leve, por exemplo, que se faz to necessria a presena complementar do Ar, para tornar mais leves seus pontos de vista, possibilitando uma maior maleabilidade tambm em seus procedimentos e julgamentos, fazendo, dessa forma, com que sua noo de justia seja mais justa. A Terra, sem a presena complementar do Ar, possui grande dificuldade de se movimentar, tanto na vida cotidiana, quanto mental e emocionalmente. Alm de permitir a diminuio da concretude de conceitos e filosofias mais materialistas de vida.

    Feliz daquele que possui os ps bem firmes no cho e a cabea elevada aos cus...

    guaAs pessoas mais ligadas gua possuem uma tendncia natural de

    evitar confrontos, possuindo uma caracterstica naturalmente pacfica. A sua capacidade de se adaptar s situaes e obstculos que se apresentem sua frente, possibilitam que haja a manuteno das experincias vividas, mesmo que de forma diferenciada do ponto de partida. Vivem-se histrias, a princpio diferentes, mas com bases extremamente similares. O excesso desta caracterstica, leva o indivduo a uma conformidade desarmnica diante das experincias negativas da sua vida. Gerando a manuteno de coisas, situaes, circunstncias e at mesmo pessoas que lhe fazem mal. Conseguir se adaptar quilo que lhe faz mal, quando se pode viver sem aquilo, no algo aconselhvel. Quando a pessoa vive uma boa faze, para se manter nela existe uma grande dificuldade, j que quem se adapta demais pode acabar perdendo sua prpria identidade e por consequncia os mritos que a colocaram ali.

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    Entretanto, de uma forma harmnica e equilibrada, essa mesma caracterstica propicia ao indivduo, a capacidade de superar todos os obstculos que aparecerem em seu caminho, de forma sbia e tranquila, sem se permitir perder tempo com aquilo que lhe obstaculiza. A passividade ali presente, evita guerras e confrontos desnecessrios, o que aumenta muito a propenso ao dilogo, da comunicao que faz com que as pessoas se entendam e se respeitem.

    A mesma caracterstica que, em excesso, faz com que surja uma determinada frieza, algumas vezes at maliciosa, de uma forma harmnica e equilibrada, leva a uma grande tranquilidade na hora de resolver problemas (tanto os seus quanto de situaes coletivas), j que possuem a capacidade de acalmar, de esfriar os nimos. Em excesso, no pensa nas consequncias de suas escolhas, de forma harmnica e equilibrada persistente, no desiste dos seus objetivos.

    Em excesso, envolve as pessoas para lev-las a fazer o que se quer, ou acaba absorvendo para si as negatividades (tanto energticas quanto morais) de outras pessoas, de forma harmnica, essa pessoa piedosa e companheira, consegue sentir a dor e a dificuldade do outro, trazendo a generosidade material, mental e emocional para a relao com as pessoas.

    ** *

    Tendo, portanto, o excesso do Elemento gua uma tendncia frieza, estagnao e ser uma pessoa altamente influencivel e depressiva. O que faz com que seja to fundamental o Equilbrio com o Elemento Fogo, que possibilitar um maior dinamismo, coragem e energia para sair de situaes estagnadas por aquele mesmo excesso de passividade. O calor do Fogo leva fluidez e movimento s guas excessivamente frias e congeladas, leva bem estar e bom humor a um emocional depressivo. Por consequncia levando sade, alegrias e prosperidade a quem conseguir alcanar a alquimia desse Equilbrio.

    A gua se equilibra com o Fogo para gerar a Vida, porque a gua congelada no fertiliza a Terra...

    FogoAs pessoas mais ligadas ao Fogo possuem um forte calor humano,

    senso de lealdade e companheirismo. Possuem um dinamismo, por vezes inebriante, capaz de gerar uma grande satisfao, algumas vezes apenas momentnea, mas, nesses casos, frequentemente seguida de arrependimento. Porque o Elemento Fogo, desarmonizado, normalmente no pra para pensar no que vai dizer ou fazer, a impulsividade algumas vezes possibilita a quebra de inrcias, mais em excesso desequilibra todo o acontecimento, por ser ela

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    mesma o extremo oposto da inao. Tanto a ao quanto a inao, que so dois lados de uma mesma balana, quando possuem peso maior que sua fora oposta, desequilibram esta mesma balana. Portanto, caracterstico das pessoas mais ligadas ao Elemento Fogo se perderem em seus prprios atos, por no terem medido as conseqncias, ao mesmo tempo em que, na tentativa de resolver tudo sozinha, acaba tentando abarcar mais do que seus braos alcanam. Entretanto, de forma harmnica e equilibrada, as pessoas mais ligadas ao Elemento Fogo, possuem uma grande alegria de viver, otimistas convictos, fortes e destemidos, lutam por tudo aquilo o que acreditam, permitem-se mudar de opinio, s precisam de um pouco de tempo para admitir esta mudana, j que o orgulho uma forte caracterstica. Mas conforme j mencionamos, nenhuma caracterstica boa ou ruim, a questo sempre se estar ou no equilibrada; o orgulho, do jeito e na hora certa, um excelente conselheiro, ao evitar que situaes daninhas sua individualidade, ou de outros, se mantenha, queimando assim as negatividades, injustias, maldades em questo, neste caso, o orgulho se transforma em nobreza. Caso contrrio, as boas coisas de sua vida que sero queimadas. Porque sem controle e conscincia, o Fogo pode se tornar um Elemento muito perigoso, porque ele queima, simplesmente, as pessoas que devem definir o que querem queimar em suas vidas, para no se arrepender depois, alm de que reconhecer seus erros sempre mais importante que aos dos outros, essa a primeira grande nobreza que permite o controle e o Equilbrio do Fogo.

    Amigo leal, o indivduo mais ligado ao Fogo capaz de lutar vigorosamente pela causa do outro, como por si mesmo, s sempre necessrio saber qual a causa do outro e se ele quer aquela ajuda, caso contrrio, a nobreza se torna arrogante e autoritria. Por outro lado, o Fogo vitalizador, harmonizado, anima tudo o que toca. Leva alegria, bom humor e bem estar a todos os lugares, com sua calorosa existncia.

    ** *

    Tendo, portanto, o excesso da presena do Elemento Fogo, uma energia com alto potencial destrutivo, e mesmo auto-destrutivo, a grande dificuldade de control-lo, leva necessidade de equilibrar-se com a gua. Entretanto, ao equilibrar-se com a gua, seu oposto natural, o mesmo fogo abrasador, amornado pela presena da gua e associado sua capacidade de sentir as necessidades do outro, se torna calor humano, compaixo, alegria e afeto. Seu grande poder de criar aparece com todo o seu brilho, j que so os calorosos, porm amenos, raios do sol que permitem com que a Terra fertilizada pela gua gere seus frutos.

    O Fogo se equilibra com a gua, porque a grande nobreza do ser humano est em criar e defender aquilo o que levar justia, alegria e bem estar ao meio em que vive.

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  • Mtodo Kala Vidya

    ArAs pessoas mais ligadas ao Ar possuem uma tendncia natural de

    ser sonhadoras, gostarem muito de planejar, idealizar coisas e situaes, mas frequentemente apresentam dificuldade, algumas vezes enorme, de concretizar seus planos e agir de forma objetiva, seja na concretizao destes mesmos planos, seja na resoluo de problemas. Envolver-se com pessoas uma caracterstica prpria, mas manter esses laos j algo mais complicado. Principalmente porque, para as pessoas mais ligadas ao Elemento Ar, existe uma grande dificuldade de criar laos, mas se conseguir faz-lo, a grande dificuldade ser de manter sua existncia. So pessoas leves e descontradas, estando em desequilbrio, por vezes at demais, chegando a ser realmente desatentas. De forma desarmnica, este indivduo acaba por apresentar uma certa irresponsabilidade diante da vida como um todo, incluindo-se a trabalho, famlia, atitudes... Mesmo que no seja por m inteno. Colocar o dedo na tomada sem os devidos cuidados para isso, sabendo o que est fazendo, por ignorncia, ou simples falta de ateno, ter o mesmo choque como consequncia.

    As pessoas mais ligadas ao Elemento Ar possuem uma grande dificuldade de concentrao, a mente que no consegue se focar, possui uma grande dificuldade de absorver as experincias que a vida oferece, deixando de aprender aqueles que so os maiores ensinamentos que se pode receber. Entretanto, de forma harmnica e equilibrada, o Elemento Ar oferece a possibilidade de se possuir uma viso ampla e clara das circunstncias, oferecendo ao indivduo, a chance de enxergar longe e elevar sua conscincia s questes mais transcendentes da vida. Mas, em desequilbrio, leva a uma excessiva desconexo da parte prtica dessa mesma vida, levando a filosofia a se restringir em sua teoria. Sua inteligncia caracterstica, mas precisa estar harmonizado para no se tornar prolixo.

    A presena do Elemento Ar na vida das pessoas oferece a fundamental facilidade de enxergar a vida de cima, conseguir ver de fora os problemas, as circunstncias de uma forma geral, uma grande virtude. Uma viso ampla favorece a caminhada de quem pode ver o caminho por onde vai passar.

    ** *

    O Ar se equilibra com a Terra, para que a prudncia e a ateno favoream sua inteligncia e dando-lhe as condies necessrias para realizar aquilo o que idealizou. Mas importante que aprender colocar em prtica o que aprendeu. Enxergar o caminho s realmente vlido para aqueles que esto atentos aos seus prprios passos.

    A grande beleza da Filosofia est na realizao de suas idias...

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  • Mtodo Kala Vidya

    fundamental ressaltar o fato de que cada Elemento possui verdades e mistrios enormemente mais abrangentes, alm de potncias ocultas extremamente poderosas, que no condizem com a proposta deste livro. Entretanto, no adiantaria em nada saber os mistrios ocultos nos Elementos da Criao, se no houver as devidas condies de utiliz-los. No adianta desejar acionar as Foras Ocultas da Criao sem ter o Equilbrio bsico necessrio para tal feito, toda Luz possui sua sombra, acionar as Potncias Ocultas sem estar harmonizado com elas, algo que nenhum ocultista srio recomendaria a ningum.

    Conforme j mencionamos, embora cada indivduo possua uma maior ligao com um, ou com outro Elemento, se faz necessrio compreender uma outra informao, que tambm j mencionamos, que o fato de que todos os quatro Elementos se comunicam entre si, de tal forma, embora um ou outro prevalea (sempre tem um) deve-se ler atentamente as caractersticas bsicas dos quatro, porque algo dos outros tambm pertence sua natureza individual. Todos possuem um que prevalece, entretanto todos possuem um pouco de cada. por isso, que em passos um pouco mais adiantados neste Mtodo (o que no se enquadra na proposta deste livro), o trabalho de Equilbrio j no mais apenas entre os dois opostos, mas entre os quatro Elementos.

    A Sabedoria contida na compreenso de como as caractersticas de cada Elemento se expressa no ser humano, de uma forma geral, est em saber onde eles se comunicam, para da saber onde se equilibram para sustentar a sua existncia, tais quais os ps de uma mesa.

    necessrio ser forte para que se saiba a hora em que deve ser frgil. necessrio ser sbio para saber a que questes se ignoram, somente assim elas podero ser aprendidas sem projees. necessrio ser justo para saber que, mesmo sem querer e com boas intenes, em algum momento sua opinio ou atitude pode ser injusta.

    Saber a justa medida de cada caracterstica, comportamento ou atitude, a grande arte do bom-viver, embora inicialmente possa parecer difcil, ela no indecifrvel.

    Saber, Ousar, Querer e Calar, os quatro atributos da grande Esfinge que guarda o Vale dos Reis no Egito. Porque Saber sem Ousar fazer o que certo, o que justo, o mesmo que ignorar, tanto quanto Ousar sem Saber o que est fazendo. Querer sem Ousar fazer, no gera nenhum fruto; mas Calar fornece o acmulo necessrio de energia para que se possa realizar aquilo o que se Sabe, ou que se Quis. Pois sempre que se fala demais sobre um determinado assunto, desgasta-se a energia e o potencial criador do indivduo com relao a essa mesma questo, o que permite com que se esvaia pela boca, toda a emanao do Poder do Verbo Criador de todas as coisas (No princpio era o Verbo e o Verbo era Deus e o Verbo estava com Deus, com Ele, o Verbo, todas as coisas foram feitas, sem Ele, o Verbo, nada do que foi feito de fez), que se encontra presente no interior de cada criatura. Falar, assim como todas as quatro atribuies da Esfinge, possui a

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  • Mtodo Kala Vidya

    necessidade de ser decifrado. Saber, Ousar, Querer e Calar, na hora certa, a coisa certa, do jeito certo. A antiga Esfinge j diria: Decifra-me ou te devoro.

    Da a necessidade da bela Arte:

    Saber saberSaber ousarSaber quererSaber Calar

    Ousar saberOusar ousarOusar quererOusar calar

    Querer saberQuerer ousarQuerer quererQuerer calar

    Calar o saberCalar o ousarCalar o quererCalar o calar

    De onde o 4 x 4 = 16

    A se resume toda a Sabedoria do bom viver ( o aspecto mgico oculto neste mistrio no est em questo neste momento, embora este Mtodo o conhea muito bem...).

    Para os arcanos mgicos do Tar, a Casa de Deus, quando est Harmonizada (decifra-me), mas se estiver desarmonizada (ou te devoro), a Torre fulminada por um raio divino que desce dos cus. Para os altos mistrios Yorub, a belssima definio dos 16 caminhos que governam a vida humana.

    A Antiga Sabedoria vai muito alm de qualquer palavra que possamos vir a escrever. A Antiga Sabedoria se expressa atravs da misteriosa rvore da Vida, presente no Jardim do dem. Mas, justamente por ser a prpria Sabedoria, no poderia deixar de ter o conhecimento do Bem e do Mal...

    Quatro so os atributos da Esfinge, como quatro so as potncias que a compe (como j foi no passado), a guia, o Touro, o Leo e o Anjo. Cada um como expresso de um dos quatro Elementos.

    Todo o Universo gira, foi criado e se mantm, sob a gide dos mistrios ocultos nos quatro Elementos. Tudo o que existe surgiu das combinaes existentes entre as quatro potncias que apareceram logo aps o

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    Big Bang: Gravidade, Eletromagnetismo, Fora Nuclear Forte e Fora Nuclear Fraca. Mais uma vez os quatro se combinam, se multiplicam entre si para criar todas as coisas visveis no Universo. Cada tomo que se une na formao de uma molcula, possui o mesmo propsito: alcanar o Equilbrio, se Harmonizar.

    Querer agir de forma incoerente com estes mistrios, querer agir dissociado das Leis que mantm a Harmonia e o Equilbrio de todas as coisas, no mnimo incoerente e certamente a ignorncia e a infantilidade, de que o ego humano portador. Se tudo est dentro desta Lei, no coerente, no lgico, o ser humano desejar viver fora dela. A Harmonia e o Equilbrio so as bases de tudo quanto existe, so as Foras que comunicam todas as coisas entre si, o que intercomunica desde as mais gigantescas estrelas at o mais simples tomo, o que mantm a interdependncia que existe desde o Universo Macro-csmico at a mais simplria forma manifestada.

    No que diz respeito ao Caos que governaria a fsica quntica, j comeam a surgir as primeiras suspeitas de que no interior deste caos, em algum lugar existe uma ordem, tal fato se comprovar assim que, cientificamente for possvel se compreender onde, esta mesma fsica quntica, se comunica com a Relatividade Geral de Einstein, porque at mesmo essas duas opostas naturais se comunicam, possibilitando assim a Harmonia que existe entre o extremamente grande e o extremamente pequeno, micro-cosmo e macro-cosmo, se o Equilbrio entre estas duas potncias no existisse, todo o universo seria catico.

    Em seu anseio por liberdade, em sua determinao por agir de forma independente, auto-afirmadora, acaba por desconsiderar a Antiga Sabedoria que une todas as coisas, ao invs de separ-las.

    Essa mesma Sabedoria se expressa atravs dos quatro Elementos e do Equilbrio Harmnico de suas emanaes, tanto no mundo externo quanto em seu interior (seus pensamentos e emoes). Ao virar as costas para Ela (dentro de um processo progressivo que no teramos como explicar neste momento, por se tratar de um assunto to vasto quanto delicado), que se formou esta humanidade atual, doente psiquicamente e espiritualmente enfraquecida.

    Se entendermos que cada criatura uma clula da grande Criao, o indivduo que faz questo de agir de forma independente das Leis Naturais da Vida, acaba por se comportar como uma clula que, dentro do corpo humano, comea a agir de forma independente das outras, se auto-afirmando como individualidade e criando um cncer naquele mesmo corpo.

    Tudo o que acontece no mundo fsico, de forma sustentvel e duradoura (para o bem ou para o mal), comea no astral. Todos os desequilbrios mentais e emocionais, do ser humano, acarretaram diversos efeitos, formaram egrgoras, formas pensamento, que criaram tendncias negativas na Luz astral, de maneira que, mais cedo ou mais tarde, o plano fsico, necessariamente receberia o impacto desses mesmos desequilbrios,

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  • Mtodo Kala Vidya

    como uma doena psico-somtica que acaba tomando forma e se expressando fisicamente.

    Muitos milnios se passaram desde as origens da civilizao humana, grandes imprios existiram no mundo antigo (Egito, ndia, China, Prsia, Akshum, Incas, Maias...), todos viviam em muito maior Harmonia com as Foras Naturais. At a Revoluo Industrial, onde esse Equilbrio desapareceu.

    por tudo isso que essa humanidade atual est doente. As doenas psquicas (TOC, Stress, Pnico, Ansiedade...) se tornam a cada dia mais comum. Ao mesmo tempo em que a crueldade aumenta por todos os lados. Pessoas individualistas no conseguem sentir a dor do outro, por isso fazer algo que possa levar dor, ou sofrimento, ao outro no doer nada em si mesmo.

    por tudo isso que essa humanidade est espiritualmente enfraquecida. Quanto mais desarmonizado o indivduo estiver, menor a sua possibilidade de comungar com as Foras da Harmonia. algo que ocorre numa crescente, numa bola de neve. Atualmente a situao j chegou a um ponto onde at mesmo a sade do corpo se encontra prejudicada. Porque alm da falta de conexo com as Foras Divinas do Ar, o ar est poludo... Alm da falta de conexo com as Foras Divinas da gua, a gua que bebemos est cheia de substncias qumicas. Alm da falta de conexo com as Foras Divinas da Terra, ns sequer a tocamos, andamos sobre asfaltos e pisos, alm de sapatos com sola de borracha, mas mesmo que o fizssemos, nossa imunidade j no mais a mesma.

    Se reconectar com as Foras que mantm toda a Harmonia, passa no s por compreender a sua existncia, mas por toda uma mudana de vida, de estado de conscincia. Por tudo isso que peo, antes de mudar o mundo, o mundo precisa que voc mude a si mesmo. Ningum pode oferecer aquilo o que no possui. O seu Equilbrio que vai contribuir com o Equilbrio do Mundo, a sua Luz que vai ajudar a iluminar o mundo.

    A Divina Fora Criadora de todas as coisas (conhecida pelos Xams como o Grande Esprito, que o Tao para os taostas, Olodumar para os Yorub, All para os Islmicos, Deus para os cristos...), est em todos os lugares, todo o tempo. Mas existem os lugares onde as Divinas Foras da Criao (Natura Naturante) se expressam com mais liberdade, onde os cdigos, ou linguagem, que permitem com que o ser humano se comunique com elas tambm se fazem mais presentes. Essa linguagem muito antiga, anterior confuso das lnguas que levou a queda Torre de Babel...

    As prticas contidas neste livro, trazem sinais cifrados que possibilitam com que (havendo uma sinceridade coracional) o indivduo possa, progressivamente, iniciar o processo de reconexo. O que no se dar de forma instantnea e nem se deve ter pressa para observar seus efeitos, deve-se apenas fazer a sua parte para, a cada dia mais, se desintoxicar das experincias anteriores, vcios de comportamento, vcios mentais e emocionais. Cada um sentir os efeitos de forma proporcional sinceridade de seus

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  • Mtodo Kala Vidya

    esforos ( necessrio que haja disciplina para se manter a continuidade sem interrupes, algumas prticas so dirias), no apenas da realizao contnua das prticas, como tambm na sua busca interna pelo Equilbrio e pela Harmonia. Para tudo o que se faz na vida, necessrio uma boa dedicao. Seja para se obter uma profisso, para conseguir dinheiro, ou para se destacar na sociedade. Mas costuma-se negligenciar tudo aquilo o que abarca as noes de espiritualidade, parece que para tudo o que diga respeito ao seu amadurecimento espiritual, sua paz interna, sua felicidade real, sempre se tem pressa de resultados sem esforos, ou ento, se pode deixar para depois.

    O processo de desintoxicao parte da juno de trs fatores fundamentais:

    1- Somente se faz possvel a entrada de uma nova substncia quando o recipiente est aberto a receber;

    2- Uma nova substncia que entra, se mistura com a vibrao anterior do recipiente, da a necessidade do terceiro fator;

    3- fundamental abrir mo de antigos padres de comportamento, para que, progressivamente, a gua limpa que entra no pote, ao levantar a areia que estava acomodada no fundo, possa preencher completamente esse mesmo recipiente, fazendo com que essa nova gua possa transbordar, retirando, cada vez mais, a areia que se misturou com ela. Mantendo-se sempre na direo de uma constante renovao onde, quanto mais gua limpa entrar, mais areia sair.

    Abrir mo de antigos padres previamente estabelecidos, opinies, verdades, atitudes, eu sou assim, ou sou humano... Qualquer um que deseje ter uma vida verdadeiramente nova, somente conseguir se abrir mo da vida antiga. O que no significa que, atributos que lhe eram positivos antes, no possam ser mantidos. Se o que compe os fatores de uma vida o que voc agrega a ela, ento adquira novos agregados, que possam caracterizar como deve ser a vida nova que voc escolheu.

    Se o indivduo deseja uma vida farta de alegrias, ento seja mais gentil com as pessoas ao seu redor, seja menos radical em suas opinies. Seja uma pessoa mais alegre para que o mundo ao seu redor possa espelhar, refletir de volta, essa mesma alegria para voc.

    O que o budismo menciona de que o mundo projeo da sua mente, um fato indiscutvel, entretanto, fundamental a compreenso de que se deve entender por mente, tudo aquilo que o caracteriza por dentro, pensamento, emoes, energia, em suma, toda vibrao emanada por voc.

    A pessoa sempre atrair para si o mesmo tipo de vibrao que ela emanou. Por isso uma pessoa que no consegue ter paz internamente, que no se dispe a ser uma pessoa de emoes serenas, acaba sempre se envolvendo, sendo envolvida e muitas vezes criando situaes conturbadas, mesmo que no saiba o que est fazendo, pois o que caracteriza o chamado ato-falho, justamente algo que realmente se gostaria de dizer, ou fazer, mas normalmente se evitaria, por educao, ou por qualquer outro motivo, mas sem querer acaba falando, ou fazendo.

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  • Mtodo Kala Vidya

    Cada vez que esse tipo de situao conturbada, por exemplo, se repetir, ser a boa justificativa para continuar pensando como antes. Para frases do tipo: eu sabia que no poderia confiar em ningum, por isso que eu no gosto, desse, ou daquele, tipo de pessoa, por isso que eu sou assim etc.

    Por isso se faz necessrio que a areia do fundo do recipiente seja retirada. Ao abrir mo dela, o indivduo se d a chance, no de reafirmar quem , mas de escolher quem deseja ser.

    O ego humano leva as pessoas a acreditar que seus padres de pensamentos e emoes so a prpria pessoa, mas posso afirmar: No so! Cada padro de pensamento ou emoo, nada mais que uma escolha, mudar esses padres no nada mais, nada menos, que se permitir mudar de opinio, deixar o orgulho de lado e admitir que ser diferente pode ser melhor para si mesmo, baseando-se numa melhor compreenso de sua prpria vida, do que lhe faz bem e o que lhe faz mal. Uma mudana de opinio, baseada em sua prpria escolha de viver melhor.

    Todas as iniciaes dos tempos antigos, assim como aquelas que ainda existem nos dias de hoje, mas verdadeiramente mantm viva a sua linhagem, tinham como ponto de partida, a necessidade de se passar por uma transformao em sua noo de existncia, morrer para nascer de novo. Mas a Lei do carma sempre justa e perfeita, cada vez que o indivduo reencarna sem compreender seus erros e corrigi-los, sempre ocorrero situaes que faam com que a histria se repita, num verdadeiro crculo vicioso. Por isso, muitas vezes acaba no adiantando morrer (fisicamente) e nascer de novo, porque uma pessoa que no aprende com as experincias dos outros e nem com seus prprios erros, dificilmente conseguir criar para si histrias muito diferentes das anteriores. Mas, vale ressaltar, que os aprendizados, os acertos tambm se faro sempre presentes. Erros se somam e formam um verdadeiro crculo vicioso, mas os acertos tambm, formando, neste caso, um crculo virtuoso.

    Sinto-me na obrigao de esclarecer: s se modifica, verdadeiramente, uma histria, a partir da modificao do seu protagonista, caso contrrio, personagens diferentes, em cenrios diferentes, contaro sempre as mesmas histrias.

    Nunca se deve comear nada em sua vida duvidando do seu sucesso, ou da eficcia do que se almeja. ilgico, alm de que a dvida e as incertezas drenam a energia capaz de realizar aquilo o que sequer comeou. Portanto, se o indivduo comea um negcio acreditando que dar certo, se o indivduo se casa acreditando que dar certo, se o indivduo d um passo aps o outro acreditando que chegar ao seu destino, assim tambm se deve iniciar os exerccios contidos neste livro. Consciente de que, se o caro leitor possui o objetivo de buscar viver em Harmonia, tendo a disciplina necessria na manuteno diria dos exerccios, o Mtodo Kala Vidya bsico, fornece todas as ferramentas necessrias para o incio dessa jornada.

    Sejam bem vindos ao caminho...

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  • Mtodo Kala Vidya

    Para meditar:

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  • Mtodo Kala Vidya

    Haver um dia em que se olhar para trs e ver, no caminho j percorrido, aquilo o que, j tendo sido superado, deixou de ser to grande e poderoso.

    Nada, jamais, ser to grande e poderoso que o impea de caminhar. A nica coisa que poderia faz-lo a sua prpria escolha de seguir ou no em frente.

    Nenhum destino intangvel para aquele que no se arrepende e nem desiste do que vir.

    Mas como desistir de alguma coisa que ainda nem se alcanou? Essa que justamente a questo. Desistir daquilo o que ainda no foi alcanado, to ilgico quanto abrir mo de algo que no seu.

    Consiga primeiro antes de se arrepender e desistir. Mas posso garantir que todos aqueles que alcanaram o seu destino, de forma nobre e consciente, no tiveram do que se arrepender.

    No horizonte existe uma linha, tnue, que divide a noite do dia, abaixo (o outro lado do mundo) noite, quando a cima dia. Assim como um ser humano que caminha, movendo-se um lado aps o outro (uma perna aps a outra), tambm a Terra ininterrupta em sua caminhada. O dia ser sempre o futuro da noite, tanto quanto a noite o futuro do dia.

    de pao a pao que se alcana o horizonte, do Equilbrio do que h de mais belo e verdadeiro no passado, no presente e no futuro, um pao aps o outro, sem se prender ao que ficou no passado, porque quando voc sabe que o que se deve imortalizar no tempo, no est fora de voc, te prendendo a alguma coisa, deixa de ser um peso ou uma corrente, para estar junto de voc a cada pao, dessa forma que se vive o presente. Da o presente ser to importante, porque somente nele voc pode Equilibrar o passado e o futuro

    O futuro nada mais que a presente caminhada.Existe apenas um limite que define os destinos, no so os tempos

    nem os espaos, mas a esperana que espera parada o dia chegar...

    Captulo 1

    Exerccios de Relaxamento

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  • Mtodo Kala Vidya

    Importante: todas as sequncias respiratrias devero sempre comear a partir dos pulmes previamente sem ar, ou seja, antes de qualquer sequncia respiratria dever ocorrer uma expirao profunda preliminar.

    Exerccio I

    Este exerccio deve ser feito de p; Todo este exerccio pode ser feito, em cerca de cinco minutos,

    somente ser necessrio mais tempo durante o processo de aprendizado; Este exerccio recomendado para pessoas mais ligadas a

    qualquer um dos quatro Elementos, entretanto, pessoas mais ligadas ao Ar, podero ter maior dificuldade de realiz-lo, mas recomendvel que persista;

    Este exerccio constitudo por quatro passos, os dois primeiros devem ser realizados pela manh, ao acordar, oferecendo maior nimo, energia, disposio e firmeza para o dia que se inicia. O exerccio completo deve ser realizado noite, antes de dormir, o que favorece um sono profundo e recompensador, a pessoa pode vir a ter sonhos mais ntidos, tambm podendo vir a ter uma maior lucidez nas experincias astrais;

    O Exerccio completo fortemente recomendado como preparao para prticas mgicas. Tambm possui uma larga abrangncia de atuaes, inclusive para o aumento da concentrao e clareza mental, o que o faz tambm ser recomendado antes de provas ou entrevistas de emprego;

    A realizao diria deste exerccio com seus dois processos, ao acordar e antes de dormir, recomendado para pessoas saudveis que queiram ter mais energia, vitalidade, disposio, concentrao e Equilbrio para o dia a dia. Como tambm amplamente recomendado para pessoas com depresso (que queiram realmente se libertar dela), ansiedade ou stress, assim como para pessoas inseguras que possuam dificuldade de tomar decises.

    1. Passo:

    Devem-se tencionar, progressivamente, uma a uma, cada parte do corpo (no se deve tencionar demais, essa contrao deve ser realizada delicadamente). Comeando sempre da esquerda para a direita. Primeiro deve-se colocar toda a sua ateno no lado esquerdo do crebro, no mentaliz-lo, sentir a sua presena, como se voltasse seus olhos para dentro do seu corpo e pudesse v-lo, voltando tambm o sentido do tato para dentro do corpo, para poder senti-lo. Depois de feito isso o tencione, como se quisesse apert-lo, durante cerca de trs segundos e depois solte. Faa o mesmo processo com o lado direito do crebro, depois siga descendo pelo pescoo, realizando o mesmo processo, pegando toda a parte externa do trax (incluindo os ombros), pulmo esquerdo, pulmo direito, glndula Timo (no centro do peito) NO deve ser feito com o corao.

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  • Mtodo Kala Vidya

    Desa para o brao, antebrao e mo esquerdos; brao, antebrao e mo direitos.

    Siga realizando o mesmo processo em toda a parte externa, muscular, do abdmen, depois passando aos rins, bao, fgado, estmago, intestinos.

    No caso das mulheres, desa para o tero e ovrios (tencione trs vezes com delicadeza contrair NO o mesmo que forar para baixo, o que NO deve ser feito); no caso dos homens desa at os testculos, realizando trs vezes o mesmo processo (com delicadeza).

    Continue descendo, v at o perneo, coxa, perna e p esquerdos, coxa, perna e p direitos.

    2. Passo:

    Solte todo o ar, inspire lenta e profundamente, prenda a respirao e tencione (com um pouco mais de presso que no passo anterior) todo o corpo de uma s vez. Mantenha tudo tencionado at dar vontade de soltar o ar (se demorar mais do que 10 segundos para dar vontade, solte o ar assim mesmo), quando o momento chegar, solte o ar (pela boca) e toda a musculatura ao mesmo tempo.

    Concentre-se, agora, somente na sua respirao lenta e profunda, sentindo, ao mesmo tempo, a forte vibrao em que o seu corpo se encontra.

    Faa trs respiraes profundas, puxando e soltando o ar muito lentamente. Cada inspirao deve ser simultnea expanso progressiva do abdmen, assim como cada expirao simultnea sua progressiva contrao. Durante estas trs respiraes, sua ateno deve permanecer no ponto central que existe entre o umbigo e sua altura equivalente nas costas (no centro do corpo).

    Terminadas as trs respiraes, sinta como esse ponto formado no centro do seu corpo se conecta com a sola de seus ps, formando um tringulo bastante slido.

    3. Passo:

    Com os ps separados, mais ou menos, na mesma largura dos ombros e as mos na cintura, incline lentamente a parte superior do seu corpo para frente, iniciando-se o movimento a partir da inclinao da cabea para frente, em seguida todo o movimento para frente deve partir da cintura, ela que deve se inclinar para frente, de forma que a coluna se mantenha ereta, at seu corpo alcanar uma linha vertical entre seus olhos e o cho (a inclinao ideal em torno de quinze a trinta graus, o que cada um dever sentir em seu prprio corpo, qual o ideal para si, sem se prender a essas medidas, j que elas so apenas uma forma de se compreender qual o movimento).

    A mesma coisa deve ser feita para trs, mantendo a coluna ereta, at que se forme uma linha vertical entre seus olhos e o teto.

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  • Mtodo Kala Vidya

    Esse movimento pendular (lentamente realizado) para frente e para trs, deve ser repetido trs vezes, com a respirao ritmada, onde, antes do primeiro movimento, voc deve encher os pulmes de ar, vai para frente soltando o ar, volta puxando o ar e pra no centro, continua, vai para trs soltando o ar e volta puxando o ar, pra no centro e com isso conta um movimento completo.

    Assim deve ser administrada a contagem das trs repeties. Para frente e para trs, um; para frente e para trs, dois...

    Depois se inicia um movimento pendular da esquerda para a direita, ainda com as mos na cintura, sem que haja necessidade de inclinar o pescoo, mantendo a coluna ereta (chegando quela mesma mdia de quinze a trinta graus de inclinao). Esse movimento deve ser feito trs vezes, iniciando-se pelo lado esquerdo, sem se esquecer que todo o movimento deve partir da cintura.

    As repeties devem ser similares s anteriores, com a respirao ritmada e o mesmo tipo de contagem (esquerda, centro, direita, um movimento completo)

    Sem retirar as mos da cintura, dever fazer, agora, trs vezes um movimento giratrio torcendo a cintura, como quem tenta olhar para traz, comeando pelo lado esquerdo (os ps, durante todo o tempo devem ficar bem fixados ao cho).

    Mantendo a mesma mtrica de contagem e respirao dos movimentos anteriores.

    4. Passo:

    Solte os braos e todo o ar dos pulmes, em seguida faa uma respirao muito lenta e profunda (tanto para a inspirao quanto para a expirao). Na continuidade, se espreguice, esticando o mximo possvel (sem se machucar) todos os msculos do corpo e v dormir.

    OBS: Na realizao deste exerccio noite, antes de comear, deve-se realizar movimentos bruscos (sempre sem se machucar), abruptos, para desprender de si as toxinas energticas acumuladas ao longo do dia. Comeando pela cabea, braos, perna esquerda e direita, pequenos saltos com todo o corpo (realizando sete vezes cada movimento). Em seguida deve-se soltar todo o ar e inspir-lo lentamente. Ento comece o exerccio.

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  • Mtodo Kala Vidya

    Exerccio II

    Este exerccio indicado para indivduos dos quatro Elementos (entretanto, as pessoas mais ligadas ao Fogo NO devem realiz-lo em momentos de grande stress ou ira, devendo se acalmar primeiro)

    Este exerccio (sendo bem feito) reverte de forma instantnea crises de ansiedade e stress. Oferece maior segurana e tranquilidade antes de uma prova ou entrevista de emprego, ou simplesmente para se tomar uma deciso importante.

    Tambm muito bem utilizado como exerccio preparatrio para meditaes individuais de autoconhecimento (o que fundamental para se viver bem);

    Pode ser feito a qualquer hora do dia, ou at as vinte e uma horas, podendo ser realizado quantas vezes forem necessrias ao longo do dia.

    Posicione-se sentado(a) numa cadeira, ou qualquer superfcie que permita com que os joelhos formem um ngulo de noventa graus em relao ao solo, ou seja, os joelhos devem estar na mesma altura das coxas. Se no for possvel faa de p.

    Esvazie os seus pulmes de todo o ar. Coloque toda a sua ateno no abdmen. Comece a inspirar lenta e profundamente enquanto infla seu abdmen, quando ele estiver completamente inflado, prenda a respirao contando at dez, depois comece a soltar o ar medida que pressionar o abdmen (o abdmen deve funcionar como uma espcie de fole, se expandindo quando puxa o ar e se contraindo quando solta o ar).

    Cada vez que inspirar, absorva junto com o ar pequenos flocos de energia dourada vindas do mesmo, cada vez que expirar relaxe o corpo com a conscincia que est esvaziando-se de tudo aquilo que impede o seu Equilbrio interno, no se deve mentalizar nada, apenas ter essa conscincia que junto com as tenses do corpo, expiram-se todos os bloqueios e ndulos energticos, sejam eles compostos de energia fsica, etrica, emocional ou

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  • Mtodo Kala Vidya

    mental, tanto faz, apenas deixe que saiam todos esses agregados (sem qualquer pensamento ou emoo, apenas um relaxamento profundo).

    Mantenha-se sem ar contando (mentalmente) at cinco. Inspire novamente, bem lenta e profundamente, ao mesmo tempo inflando o abdmen. Prenda a respirao contando at dez.

    Repita dez vezes a respirao completa. Dez inspiraes e dez expiraes.

    Exerccio III:

    Este exerccio mais indicado para pessoas mais ligadas ao Fogo e gua;

    Deve ser realizado de manh ou tarde; recomendado para pessoas com depresso, inseguras, ou

    que simplesmente desejam aumentar a sua vitalidade e bem estar, retirar as tenses cotidianas, colocando energia e bem estar em seu lugar. Por outro lado, NO recomendado para pessoas estressadas ou nervosas.

    1. Passo:

    Ficar de p, com os ps descalos (de preferncia em uma superfcie que no seja fria, pode-se inclusive (caso o cho seja frio) cobri-lo com algum tecido de algodo (desde que no haja o risco de escorregar). Faa dez respiraes bem lentas e profundas.

    2. Passo:

    Comece a relaxar a partir da cabea, sentindo-se ao mesmo tempo, como todos os pensamentos se transformam num lquido, escorrendo como gua do topo da cabea at chegar ao pescoo e descendo at os ombros, ao mesmo tempo em que os ombros relaxam e todas as tenses dos ombros se somam ao lquido anterior.

    Relaxe completamente essa regio do pescoo e ombros, permitindo com que esse lquido escorra at a altura do trax, dissolvendo os ns energticos existentes na altura da glndula Timo. Observe como o centro do trax fica leve.

    Siga relaxando o abdmen, enquanto esse mesmo lquido continua escorrendo, descendo at o baixo ventre, onde voc continua relaxando e o lquido continua escorrendo, descendo at os quadris, onde voc relaxa, o que faz com que esse lquido continue escorrendo pelas pernas. Relaxe as pernas e deixe esse lquido escorrer at os joelhos, que voc relaxa e deixa esse lquido escorrer at o cho, onde ele ser absorvido pela terra.

    Respire muito profundamente e solte muito lentamente o ar, enquanto comea a colocar sua ateno no plexo solar (boca do estmago). Dever manter sua ateno a por algum tempo, no mesmo instante em que percebe e sente uma energia dourada da Terra, subindo pelos seus ps, por

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    dentro das pernas, subindo at chegar s coxas, os quadris, subindo pelo baixo ventre at chegar ao plexo solar, ativando ainda mais a energia ali presente. Sinta como se forma ali uma pulsante e aconchegante energia, morna e agradvel. Sinta como o pulsar da energia aumenta e se expande, tomando todo o corpo e o tornando completamente relaxado.

    Sinta como ela aquece, com ternura, seus rgos vitais, seu corao, sua glndula timo e comece a retornar a ateno at o plexo solar, fixando o ponto central do corpo entre o plexo solar e o seu equivalente nas costas.

    OBS: Para as pessoas mais ligadas ao Fogo se a energia se aquecer demais, deve-se colocar novamente a ateno nos ps e devolver para a Terra o excesso do calor, at que a temperatura se torne agradvel.

    Exerccio IV:

    Este exerccio mais recomendado para pessoas mais ligadas a qualquer um dos quatro Elementos, principalmente a Terra;

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    Possibilita com que a pessoa se torne mais centrada, mais consciente e com melhor discernimento das coisas ao seu redor. O que tambm possibilita um maior Equilbrio;

    Tambm favorece uma melhor concentrao para os estudos e os trabalhos artsticos, assim como os trabalhos manuais e os esportes;

    Pode ser realizado nos trs horrios, de manh, tarde e noite (neste ltimo caso, de preferncia at as 20h00min hs).

    1. Passo:

    Visualize o cu de uma noite completamente estrelada. Observe a beleza do brilho das estrelas. Sinta esse mesmo cu estrelado chegando at o topo da sua cabea.

    Comece, aos poucos, a perceber como que, cada vez mais, do topo da sua cabea at a altura da sua cintura, voc est completamente envolta(o) por esse cu.

    Voc, agora, est junto s estrelas.

    2. Passo:

    Da cintura para cima, voc comea a se tornar da mesma cor, com o mesmo brilho, textura e consistncia das estrelas que voc v. Procure sentir nitidamente essa sensao por algum tempo.

    3. Passo:

    Agora volte a sua ateno para a sola dos ps. Visualize a terra debaixo dos seus ps. Ela vai se tornando, cada vez mais, uma pulsante e gigantesca esfera dourada.

    Comece aos poucos, a perceber como que essa energia, essa terra pulsante e dourada comea a se expandir. Seus ps comeam a ficar completamente imersos nessa energia dourada e pulsante.

    De forma Harmnica e suave, ela continua se expandindo at chegar altura da sua cintura. Sinta o seu corpo, dos ps at a cintura, completamente imersos nessa energia.

    4. Passo:

    Sinta o seu corpo, dos ps at a cintura, se tornando, cada vez mais, da mesma cor, textura e consistncia dessa energia dourada e pulsante que te envolve. Procure sentir nitidamente por algum tempo.

    5. Passo:

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    Lembre-se do cu estrelado que envolveu o seu corpo, do topo da cabea at a sua cintura. Lembre-se que, cercada(o) por esse cu estrelado, at a cintura, seu corpo se tornou uma estrela.

    Agora sinta as duas energias ao mesmo tempo. Da cintura para baixo dourado(a) e pulsante junto terra, da cintura para cima, uma estrela junto ao cu estrelado.

    6. Passo:

    Depois de sentir nitidamente as duas coisas ao mesmo tempo, observe como, somente no seu abdmen, as duas energias comeam a girar formando um crculo semelhante ao smbolo do Yin e Yang, girando no sentido horrio, at as duas energias se fundirem e se tornarem uma coisa s.

    7. Passo:

    Relaxe e fixe essa energia resultante da fuso das outras duas, no centro do seu corpo, no interior do corpo, no ponto central entre o umbigo e o seu equivalente nas costas.

    Relaxe mais uma vez e encerre a prtica.

    Exerccio V:

    Este exerccio recomendado para pessoas mais ligadas a todos os quatro Elementos. Deve ser realizado de manh ou tarde;

    recomendado para quem deseja fortalecer sua sade ou superar algum trauma emocional recente, assim como quem deseja recomear sua vida, ou dar um novo sentido a ela.

    1. Passo:

    Visualize um lindo dia de Primavera. Cu azul, sol ameno e agradvel, o vento balanando as folhas das rvores...

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    Visualize voc sentado(a) num gramado verdejante e suave. Observe como as rvores esto repletas de frutos, saudveis, saborosos e apetitosos.

    2. Passo:

    Voc deve escolher um fruto de uma das rvores para comer.Logo na primeira mordida, voc percebe Luz irradiando de dentro da

    fruta que voc mordeu. Mastigue lentamente, sentindo o sabor delicioso da fruta. Coma-a

    por inteira, saboreando completamente cada mordida.

    3. Passo:

    As semente que sobrarem da fruta devem ser lanadas terra, para que germinem e gerem uma nova rvore com novos frutos, to sadios quanto este.

    Respire fundo, erga a cabea e saiba que, uma vida nova comear para voc da para frente.

    Exerccio VI:

    Este exerccio pode ser realizado por pessoas dos quatro Elementos;

    indicado antes da realizao de prticas mgicas, como tambm intelectuais, propiciando uma melhor concentrao e energia para as suas atividades. Tambm fortalece o sistema imunolgico e a vitalidade, dando mais fora e entusiasmo para o dia a dia;

    Os melhores horrios para a sua realizao so pela manh, ao acordar, como tambm pode ser realizado antes de dormir;

    1. Passo:

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    Visualize, apenas em sua mente, a chama de uma vela. Observe como ela suave e delicada. Observe seus movimentos, suas oscilaes de cor e forma.

    Observe como voc vai ficando cada vez mais leve. Leve e suave como a chama da vela.

    2. Passo:

    Perceba um calor ameno e aconchegante que te envolve.Esse calor ameno e aconchegante, faz voc se sentir seguro(a) e

    protegido(a).Essa ternura, da chama da vela, preenche seu corao com alegria,

    felicidade, e transborda como carinho, compreenso e compaixo pelo prximo.

    Observe como voc mesmo(a) comea a irradiar essas emoes to sublimes, que preenchem todo o seu corpo por dentro e transborda, para o mundo e todos os seres viventes.

    3. Passo:

    Perceba como esse calor ameno e aconchegante, traz consigo a mesma beleza e ternura do nascer do Sol.

    Um novo dia se inicia, repleto de amor, de alegria e de esperana.

    Exerccio VII:

    Este exerccio pode ser realizado por pessoas dos quatro elementos, principalmente do Ar;

    indicado para o fortalecimento interno, maior Equilbrio mental e emocional e firmeza para a realizao de sonhos e objetivos;

    Os melhores horrios para a sua realizao, so de manh, ao acordar, como tambm noite, antes de dormir.

    1. Passo:

    Medite sobre o smbolo abaixo.

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    2. Passo:

    Se estiver fazendo antes de dormir, procure relaxar enquanto medita sobre o smbolo. Se permita, gradativamente, ir adormecendo, ainda com a imagem do smbolo na mente.

    Se estiver fazendo ao acordar, fixe bem a imagem do smbolo na mente. Visualize a imagem na sua testa, em seguida faa com que ela entre no seu crebro e se fixe na parte posterior do mesmo (Lobo Occipital).

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    Captulo 2

    Os Tatwas, ou os Elementos Criadores.

    Ainda no se sabe, com total certeza, qual a origem, definitiva, da vida. A teoria mais utilizada, j h dcadas, a de que os primeiros microorganismos, teriam surgido nas guas do mar. Aps uma srie de desenvolvimentos evolutivos, teriam se dirigido tambm terra seca. Mas para frente, essa teoria comeou a no ser mais suficiente para explicar como foi que tudo comeou, ento outras teorias foram surgindo, com a inteno de chegar, cada vez mais longe, no que diz respeito aos primrdios da existncia.

    Da surgiu uma teoria, que ainda no foi de fato aceita pela comunidade cientfica, mas que tambm no chegou a ser negada por ela, que a teoria da Panspermia, que afirmaria que, na verdade, os primeiros microorganismos teriam surgido, em nosso planeta, trazidos em meteoros ou cometas.

    O fato que mais para frente, surge uma nova teoria, que afirma que os primeiros cinco tipos de aminocidos (base fundamental para a formao de organismos vivos), teriam surgido no nos mares, mas no interior

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    do prprio planeta, atravs das aes vulcnicas. Todas essas teorias, Luz do Ocultismo, mereceriam um livro apenas sobre esse assunto.

    O ponto onde quero chegar, que, at mesmo no que diz respeito discutvel teoria da Evoluo, de Darwin, tudo o que a cincia tenta alcanar ou descobrir, ignora, por total e completamente a existncia e a atuao de foras imateriais, tanto no que diz respeito formao do Universo, como um todo, como tambm neste caso mais especfico, no que diz respeito formao da vida.

    Para os povos antigos, a Magia era o que sustentava a cincia, como o fato dos egpcios (como tantos outros povos antigos) realizarem cirurgias com a proteo dos deuses, sem que ocorresse aquilo o que, com todo aparato cientfico atual acontece, infeco hospitalar.

    No passado a cincia existia entre o Cu e a Terra, equilibrando os, conhecimentos prticos e cientficos, com os sagrados e espirituais. Embora, hoje, com o absurdo avano da tecnologia que ocorreu nas ltimas dcadas, se consiga entender, ou pelo menos tentar entender, muitas coisas antes incompreensveis aos olhos humanos, ainda assim, sua viso da vida se encontra muito afastada da sua prpria origem, da origem da prpria cincia.

    A Magia, e os Conhecimentos Antigos, eram a Cincia do passado. Ambos caminhavam sempre juntos, lado a lado. No se poderia mensurar qualquer efeito fsico, sem que houvesse, o consentimento, ou mesmo a participao das Foras anteriores prpria matria, em sua atuao.

    No foi sem fundamento, que o Mago Eliphas Levi, questionava tanto as discusses entre a cincia e a religio. No caso dele, religio, a Igreja Catlica da qual ele chegou a fazer parte, mas o fato, que os antigos Magos eram tambm os mdicos, artistas, cientistas e arquitetos (construtores, gemetras). Porque, embora se pudesse realizar cirurgias das mais complexas (o que algo j comprovado), a Magia que trazia a proteo dos Deuses para aquela obra humana.

    Sem a presena das Foras Antigas, anteriores existncia humana, como tambm do prprio Universo Fsico, nenhuma obra, ou coisa criada possuiria a Sabedoria capaz de manter o Equilbrio necessrio dos Trs Mundos (da Terra Mundo Fsico, do Cu Mundo Espiritual e do Meio Mundo Humano), sem o qual nada dura, nada se mantm. Qualquer coisa se torna no mnimo fugaz, diante da existncia do que anterior manifestao concreta.

    Os Tatwas so as Foras Sutis da Natureza, o que est alm de toda e qualquer concretude. So, em sua totalidade, o que cria e mantm a Criao, abarcando desde dimenses mais sutis, at o plano da concretude material, ou seja, o Universo fsico em que vivemos.

    No processo de criao, a Fora original, a que tambm podemos nos referir como Fora Criadora, ou como Luz Criadora, de todas as coisas, se projeta dentro de um processo dual, onde ao se expandir (utilizando-me de um exemplo fsico que possa descrever algo imaterial) vai, gradativamente se resfriando (assim como o chamado Big Bang), de tal forma que, dentro desse

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    processo de resfriamento, vai alterando o seu estado vibracional, j que, quanto mais frio, mais lenta se torna a vibrao das molculas, quanto mais lento se torna o movimento molecular, mais densa e slida a substncia se torna.

    A cincia tambm sabe que, alterar o estado vibracional, tambm altera a mtrica para a passagem do tempo, quanto mais lento, maior a noo de passagem do tempo.

    A partir da compreenso das transformaes que ocorreriam dentro do continuo espao-tempo, realizadas pelo resfriamento da projeo daquela mesma Fora Criadora, citada anteriormente, poderemos compreender a formao das diferentes expresses tatwicas que, descendo, degrau a degrau, dentro da escala de densificao da Criao, formaria diferentes dimenses, ou estados de matria, que vo desde o mais sutil, mais espiritual, at a matria concreta do mundo fsico.

    De tal forma, a vida, assim como todas as coisas criadas pela natureza universal, vai existindo, ou co-existindo de dimenso em dimenso. Co-existindo, devido ao fato de que, esse processo no se d nem de trs para frente, nem de cima para baixo, mas de dentro para fora.

    Essas diferentes substncias, dimenses, ou estados vibracionais citados, que foram chamados de Tatwas.

    Essas diferentes vibraes vo se sobrepondo umas s outras, criando diferentes vestes, ou corpos, para tudo aquilo o que vir a existir, tambm, de forma material.

    Portanto, so os Tatwas que vo criar os chamados sete corpos, que no s o ser humano possui, mas importante ressaltar, que todo o Universo, que todos os outros reinos (mineral, vegetal e animal) tambm possuem.

    Segundo a Tradio Hindu, esses sete corpos so:

    Atm

    Budhi Manas-Arrupa

    Kama-Rupa Manas-Rupa

    Linga-Sharira Stula-Sharira

    Dentro de um ponto de vista mais simples, para uma compreenso mais democrtica, Stula-Sharira refere-se ao corpo fsico, o corpo material, Linga-Sharira refere-se ao duplo-etrico, ou o corpo energtico que existe dentro do ser, mas que tambm permeia todo o corpo fsico. Kama-Rupa, ou

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    corpo dos desejos, refere-se ao corpo emocional, onde residem as bases de todas as emoes, Manas-Rupa refere-se ao corpo mental, onde residem as bases para todos os pensamentos mais concretos, relacionados raciocnios lgicos, como calcular, decorar informaes, conceitos e opinies. Manas-Arrupa refere-se ao corpo mental abstrato, onde residem as bases dos pensamentos, e compreenses capazes de transcender a chamada lgica concreta, o que o impulso necessrio, para o incio da compreenso das verdades espirituais, enquanto que Budhi, referente ao corpo de intuio, j possibilita um verdadeiro mergulho nessas mesmas verdades. O estado de conscincia ligado a este corpo, no precisa de qualquer lgica, seja ela concreta ou abstrata, para entender Atm, a essncia espiritual, tambm conhecida como centelha crstica, importante repetir, no apenas do ser humano, mas de todas as coisas criadas.

    O corpo fsico e o duplo-etrico, tambm conhecido como perisprito, so muito prximos, essa a energia capaz de realizar inclusive efeitos fsicos, enquanto que , na juno do corpo emocional e do mental concreto, que se forma aquilo que conhecido como alma por uns, ou esprito por outros, mas a juno desses dois corpos que passa pela chamada segunda morte, descrita no Livro Egpcio dos Mortos, a parte do ser que existe no mundo astral, seja ele dentro (enquanto se tem um corpo), ou fora, quando se est dormindo, ou depois que se realiza o processo de morte fsica. Enquanto que a chamada Trade Superior, que armazena todas as informaes necessrias, relacionadas s experincias vividas e aos carmas acumulados, a fim de reproduzir, tudo aquilo o que for necessrio no momento e durante, a nova reencarnao.

    So os quatro estados vibracionais mais densos, em ordem de descida: Vayu, Tejas, Apas e Pritivi, que daro o bijam, ou o cumpra-se, da existncia dos quatro Elementos, Ar, Fogo, gua e Terra, respectivamente.

    O quinto Ttwa, o Akasha, tambm conhecido como Quinta-Essncia, permeia e transcende a natureza dos 4 Elementos. ela que faz a ponte que une e desune o divino do terreno, tambm conhecido como o ter, ou o Elemento Espao.

    Os dois restantes so, a cima (mais sutil) do Akasha, Anupadaka, e mais em cima, est Adi, o chamado Primum Mbile, o Primeiro Movimento, a Luz Branca que irrompe a no existncia para passar a existir. o chamado Ancio das Idades, aquele que em imagens cabalsticas, aparece como um ancio com metade do corpo na manifestao, luminoso, e a outra metade oculto.

    Como todas essas dimenses se interpem, co-existem, no interior de uma mesma criatura, todas as criaturas possuem os sete Tatwas em seu interior, entretanto, o que vai definir a tnica da existncia, ou o caminho, a deidade, o totem, de cada ser, ser o prevalecimento de uma ou de outra dessas Foras, na composio geral daquele corpo. Porque cada esfera, cada dimenso, cada estado vibracional, possui diversas Hierarquias, Entidades, Mentores, Elementais, Djins, Gnios. Cada um desses planos csmicos um

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    verdadeiro Universo de informaes, Sabedoria e seres, ou conscincias, que o compe. Esse prevalecimento, de uma ou de outra dessas foras, vai acontecer com cada ser humano, com cada planta, cada pedra.

    A Antiga Sabedoria conhece muitssimo bem, todos os fundamentos da Cincia Sagrada, do trabalho mgico e das verdades, de cada uma dessas projees da Luz Criadora. So todas projees, porque ao final das contas, esses sete planos, so oriundos dessa Luz branca que, ao se projetar no prisma da criao, se expande como sete espectros de luzes coloridas, que neste exemplo, formam as sete cores do arco-ris que faz a ponte entre o Cu e a Terra, ou entre as verdades Celestes e Terrenas.

    Os Mistrios dos Tatwas, em seus arcanos maiores, so os mistrios daquilo o que os Xams das Amricas chamaram de Grande Esprito. A Conscincia Csmica Universal, o Adam-Kadmon da tradio cabalstica, A Entidade, de cuja existncia se emanam todas as coisas, ou ainda, dentro da qual tudo foi criado.

    Todas as almas existentes, so fragmentos, centelhas, dessa Grande Alma Universal, que no s cria e mantm, como tambm anima, concede o Hlito da Vida a toda a sua criao.

    Toda a Criao a Existncia de um nico ser, com suas sete expresses de si mesmo, seus sete corpos, de onde tudo e todos, so como as clulas e rgos dessa Existncia maior.

    O mundo concreto, sem os mistrios dos Ttwas, to vivo quanto um corpo sem seu Esprito.

    Os Ttwas no s oferecem vida para todas as coisas criadas, como, a cima de tudo, jamais algo teria sido criado sem a presena dessas energias, ... Porque sem Ele, o Verbo, nada do que foi feito se fez.

    Ttwa, de forma prtica e objetiva, indo at mais alm do que alguns conceitos puramente filosficos (sem vida) que chegaram ao ocidente, a matria prima de tudo o que possa vir a se manifestar no mundo fsico, enquanto que a Lei de Causas e Efeitos (o carma) o molde.

    Sem o devido respeito Fora Criadora, de que trata este captulo, de nada adianta a compreenso da existncia da chamada Luz Astral, to buscada pelos estudiosos da Magia Cabalstica. Sem um considervel domnio (no meramente terico) dos mistrios, hierarquias e energias contidas nos Ttwas, nenhum efeito , de fato, gerado na Luz Astral. At mesmo no que diz respeito chamada Energia Nervosa, a que se referem aqueles mesmos cabalistas, ou a energia sexual, como utilizada pela linha Crawliana, se caso o indivduo conseguir, realmente acess-la, sem a compreenso profunda e visceral dos dons e Leis relacionados a esses mesmos mistrios ttwicos, no mximo geraria algum efeito catico, totalmente desordenado, desequilibrado e desarmnico, sobre o qual no se teria qualquer domnio, como uma fora cega, que se o indivduo no puder control-la (o que neste caso realmente no poderia), seria melhor nem arriscar...

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    Muitos tm se aventurado por aquele caminho. Aquele um caminho extremamente perigoso. Pode gerar um mal, muito grande, para si mesmo e aos que lhe rodeiam. Alm do que, prefiro nem comentar, o que encontraro no astral, quando deixarem o corpo fsico.

    Pior do que destruir o corpo fsico, a destruio que pode ocorre na alma. Uma alma fragmentada, pela constante m utilizao das energias de seu prprio corpo, com finalidades inapropriadas sua sade psquica, sem a compreenso, nem a conexo com as Leis que mantm a Harmonia que sustenta o Equilbrio Universal.

    Para tornar sua vida uma bela melodia, se faz necessrio mergulhar nos sagrados mistrios das sete notas musicais, que assim como as sete cores do arco-ris, conectam os mistrios Celestes com a face da Terra, ou assim como os dois braos que apontam um para cima e outro para baixo (dissolvendo e coagulando), mantendo a perfeita Harmonia entre as notas mais graves e as mais agudas. Conforme afirma a Tbua de Esmeraldas, escrita por Hermes o Trismegisto:

    verdade, sem mentira, certo e muito verdadeiro,O que est embaixo como o que est em cimaE o que est em cima como o que est em baixo,Para realizar o milagre da coisa Una.E assim como todas as coisas vieram do Um,Assim todas as coisas so nicas, por adaptao.O Sol o seu pai, a Lua sua me,O Vento o embalou em seu ventre,A Terra a sua nutridora.O Telesma (perfeio) de todo o mundo est a.Seu poder no tem limites sobre a Terra.Separars a Terra do Fogo, o sutil do denso,Suavemente e com grande destreza.Sobe da Terra para o Cu e desce novamente TerraE recolhe foras superiores e inferiores.Desse modo obters a glria do mundo.E as trevas se afastaro de ti.Esta a fortaleza forte de todas as foras,Pois vence toda coisa sutil e penetra toda coisa slida.Assim o mundo foi criado.Esta a fonte das inmeras e admiradas adaptaes, cujo meio est aqui.Por esta razo sou chamado Herms Trismegisto, Pois possuo as trs partes da Filosofia Universal.O que eu disse da Operao Solar est completo.

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    Mas, para todos aqueles, que ainda acreditarem que, todas as informaes deste livro, so subjetivas demais para se aceitar como verdade, costumo dizer que aprendi na escola, que algo subjetivo, algo muito abstrato, uma coisa que no se possui um parmetro concreto para se definir, logo, no possui uma forma, eu no posso ver, nem tocar.

    Certo! Gravidade. Todos concordam, a cincia concorda, que a gravidade uma das leis fundamentais do universo, voc s existe por causa dela, esse mundo s existe por causa dela, o universo como se conhece s existe por causa dela. Ningum tem como negar a sua existncia, mas ela , certamente, algo que eu no posso ver, nem tocar. Alm de que, antes de Isaac Newton descobri-la, ou melhor, comprovar a sua existncia matematicamente, todos diriam que era algo meramente subjetivo.

    Um parte, que tambm muito importante ressaltar, que Isaac Newton, o pai da cincia moderna, era um ocultista de mo cheia. Sua cincia acadmica, foi a menor parte da sua vida e dos livros que ele escreveu, j que a maior parte do seu tempo, era destinado ao ocultismo e alquimia.

    Seguindo na explicao, todos tambm concordam que, a gravidade da Lua realiza um efeito direto nas mars dos oceanos como um todo. Todos tambm concordam que os oceanos so compostos por gua. Se quem lida com a terra, leva a vida plantando e colhendo, afirma que plantar na lua correta define como ser a sua colheita, como negar o que tantas pessoas passaram a vida observando e constatando? Se aprofundando um pouco mais neste exemplo, existe toda uma cincia para o plantio, de acordo com a ao da lua sobre a terra. Por exemplo, os mais velhos, assim como as artes mgicas, costumam afirmar que na lua minguante, as coisas que crescem para fora da terra mnguam, e as coisas que crescem de fora para dentro vigoram. Pesquisadores da Rede de Agricultura Sustentvel, puderam constatar esse fato. O que passaram a recomendar aos agricultores, que durante a lua minguante plantassem razes, tubrculos (rabanetes, beterrabas, cenouras etc.), porque nessa fase da lua eles se desenvolvem mais, enquanto que a planta em si (a parte de fora da terra), se desenvolve menos. Assim como, nessa mesma fase da lua, a planta absorve menos seiva (que o sangue da planta), o que faz desse, o melhor momento para a retirada de bambus, ou madeiras para a construo.

    Por tudo isso, agora as questes so: Por que que a lua exerceria tanta influncia, nas guas do oceano, e nas plantas, mas no ser humano, que possui mais de setenta por cento do seu corpo composto por gua, no? Se, durante a lua cheia, at mesmo os ndices de criminalidade aumentam? Dentre tantos outros exemplos que poderiam ser citados.

    O fato que Albert Einstein concluiu e comprovou que, o tempo e o espao so relativos,