Upload
lekiet
View
226
Download
1
Embed Size (px)
Citation preview
MONITORAMENTO DE FAUNA TERRESTRE
UHE COLÍDER
Rio Teles Pires, MT
Empresa Executora: Ambiotech Consultoria
Equipe de execução:
Coordenação geral:
Biól. Raphael Eduardo Fernandes Santos
Herpetofauna:
Biól. Rafael Lucchesi Balestrin (Resp. técnico)
José Carlos Balestrin
Auxiliar local
Avifauna:
Biól. Raphael Eduardo Fernandes Santos (Resp. técnico)
Biól. Leonardo Weffort Patrial
Auxiliar local
Mastofauna:
Biól. Luana C. Munster (Resp. técnico)
Biól. Nathália Oliveira
Biól. João Eduardo C. Brito
I
SUMÁRIO
SUMÁRIO ........................................................................................................ I
ÍNDICE DE FIGURAS ..................................................................................... IV
ÍNDICE DE FOTOS .......................................................................................... V
ÍNDICE DE TABELAS .................................................................................... VII
ÍNDICE DE GRÁFICOS ................................................................................... IX
1 APRESENTAÇÃO ....................................................................................... 1
2 INTRODUÇÃO ........................................................................................... 2
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ........................................................ 4 3.1 LOCALIZAÇÃO DAS ÁREAS AMOSTRAIS ....................................................... 4 3.1.1 Canteiro de Obras (ADA) ..................................................................... 5 3.1.2 Reservatório ........................................................................................ 6 3.1.3 Área Controle ...................................................................................... 7 3.1.4 Manutenção das parcelas e transecções .............................................. 8 3.2 MÉTODOS ................................................................................................ 8 3.2.1 Trabalho de campo .............................................................................. 9 3.2.2 Análise dos dados ................................................................................ 9
4 RESULTADOS .......................................................................................... 10 4.1 HERPETOFAUNA...................................................................................... 10 4.1.1 Procedimentos Metodológicos ........................................................... 10 4.1.1.1 Métodos Sistematizados ...................................................................... 10 4.1.1.2 Métodos não sistematizados ................................................................ 12 4.1.2 Análise dos dados .............................................................................. 13 4.1.3 Parcela 1 – Área de Influência Direta (AID, canteiro de obras) ......... 14 4.1.3.1 Armadilhas de Interceptação e Queda (Pitfall Traps with Drift Fences)
(AIQ) ................................................................................................ 14 4.1.3.2 Procura Sistematizada Limitada por Tempo (PSLT) ................................. 15 4.1.3.3 Amostragem em sítio de reprodução (ASR) ........................................... 15 4.1.3.4 Registros não sistematizados ............................................................... 16 4.1.4 Parcela 2 - Área Diretamente Afetada (ADA, reservatório) ................ 17 4.1.4.1 Armadilhas de Interceptação e Queda (Pitfall Traps with Drift Fences)
(AIQ) ................................................................................................ 17 4.1.4.2 Procura Sistematizada Limitada por Tempo (PSLT) ................................. 18 4.1.4.3 Amostragem em sítio de reprodução (ASR) ........................................... 18 4.1.4.4 Registros não sistematizados ............................................................... 19 4.1.5 Parcela 3 – Área de Influência Indireta (AII, controle) ..................... 21
II
4.1.5.1 Armadilhas de Interceptação e Queda (Pitfall Traps with Drift Fences) (AIQ) ................................................................................................ 21
4.1.5.2 Procura Sistematizada Limitada por Tempo (PSLT) ................................. 22 4.1.5.3 Amostragem em sítio de reprodução (ASR) ........................................... 22 4.1.5.4 Registros não sistematizados ............................................................... 22 4.1.6 Espécies endêmicas, raras ou não descritas ...................................... 24 4.1.7 Espécies procuradas para caça .......................................................... 24 4.1.8 Espécies de interesse econômico ....................................................... 24 4.1.9 Espécies de interesse científico ......................................................... 24 4.1.10 Espécies de interesse médico-veterinário .......................................... 24 4.1.11 Espécies indicadoras de qualidade ambiental .................................... 25 4.1.12 Riqueza e abundância ........................................................................ 25 4.1.13 Similaridade entre as parcelas de amostragem durante a sétima
campanha .......................................................................................... 27 4.1.14 Suficiência amostral .......................................................................... 28 4.1.15 Considerações finais .......................................................................... 29 4.1 AVIFAUNA .............................................................................................. 31 4.1.1 Procedimentos Metodológicos ........................................................... 31 4.1.1.1 Identificação das Espécies ................................................................... 31 4.1.1.2 Avaliações Quantitativas ..................................................................... 32 4.1.1.3 Análise dos Dados .............................................................................. 34 4.1.2 Riqueza de espécies .......................................................................... 35 4.1.3 Espécies raras, ameaçadas de extinção ou protegidas por lei ............ 69 4.1.4 Espécies endêmicas ........................................................................... 69 4.1.5 Espécies migratórias ......................................................................... 69 4.1.6 Espécies relevantes ........................................................................... 69 4.1.7 Esforço amostral ................................................................................ 70 4.1.8 Comparação entre as áreas amostrais ............................................... 72 4.1.8.1 Parcela 1 – Área Diretamente Afetada (Canteiro de Obras) ...................... 72 4.1.8.2 Parcela 2 – Área Diretamente Afetada (Reservatório).............................. 72 4.1.8.3 Parcela 3 – Área de Influência Indireta (Área Controle) ........................... 73 4.1.9 Similaridade entre as áreas ............................................................... 74 4.1.10 Anilhamento ...................................................................................... 74 4.1.11 Índice Pontual de Abundância (IPA) ................................................. 78 4.1.12 Métodos não sistematizados .............................................................. 81 4.1.13 Índice de diversidade ........................................................................ 85 4.1.14 Espécimes coletados .......................................................................... 85 4.1.15 Considerações finais .......................................................................... 86 4.2 MASTOFAUNA ......................................................................................... 89 4.2.1 Procedimentos Metodológicos ........................................................... 89 4.2.1.1 Pequenos mamíferos não-voadores ...................................................... 89 4.2.1.2 Morcegos .......................................................................................... 89 4.2.1.3 Mamíferos de médio e grande porte ...................................................... 90
III
4.2.1.4 Análise dos dados ............................................................................... 90 4.2.2 Riqueza de espécies .......................................................................... 91 4.2.3 Espécies ameaçadas ........................................................................ 100 4.2.4 Espécies endêmicas ......................................................................... 101 4.2.5 Espécies raras ................................................................................. 101 4.2.6 Espécies migradoras e suas rotas .................................................... 101 4.2.7 Espécies Bioindicadoras .................................................................. 101 4.2.8 Espécies exóticas............................................................................. 102 4.2.9 Espécies cinegéticas ........................................................................ 103 4.2.10 Espécies de importância econômica ................................................ 103 4.2.11 Espécies de risco epidemiológico ..................................................... 104 4.2.12 Esforço amostral .............................................................................. 106 4.2.13 Comparação entre as áreas amostradas .......................................... 107 4.2.13.1 Parcela 1 – Área Diretamente Afetada (ADA) – Canteiro de obras ........... 107 4.2.13.2 Parcela 2 – Área Diretamente Afetada (ADA) – Reservatório .................. 107 4.2.13.3 Parcela 3 – Área de Influência Indireta (AII) – Controle ........................ 108 4.2.13.4 Comparação entre as áreas ............................................................... 108 4.2.13.5 Comparação entre as fases do monitoramento ..................................... 108 4.2.13.6 Pequenos mamíferos ........................................................................ 110 4.2.13.7 Morcegos ........................................................................................ 110 4.2.13.8 Mamíferos de médio e grande porte .................................................... 112 4.2.14 Considerações finais ........................................................................ 114
5 REFERÊNCIAS ....................................................................................... 115 5.1 HERPETOFAUNA.................................................................................... 115 5.2 AVIFAUNA ............................................................................................ 116 5.3 MASTOFAUNA ....................................................................................... 119
IV
ÍNDICE DE FIGURAS
FIGURA 1 – CROQUI COM A INDICAÇÃO DAS TRÊS ÁREAS AMOSTRAIS E PERÍMETRO PARCIAL DO FUTURO RESERVATÓRIO (AZUL) ................................................................... 4
FIGURA 2 – CROQUI INDICANDO A TRANSECÇÃO E OS PONTOS DE ESCUTA DA ÁREA DO CANTEIRO DE OBRAS .................................................................................................... 5
FIGURA 3 – CROQUI INDICANDO AS TRANSECÇÕES E OS PONTOS DE ESCUTA DA ÁREA DO RESERVATÓRIO. PONTOS COM SUFIXO “B” REFEREM-SE À AVIFAUNA, E PONTOS COM SUFIXO “A” REFEREM-SE À HERPETOFAUNA E MASTOFAUNA. ............................................. 6
FIGURA 4 – CROQUI INDICANDO A TRANSECÇÃO E OS PONTOS DE ESCUTA DA ÁREA CONTROLE ................................................................................................................... 8
FIGURA 5 – ANÁLISE DE SIMILARIDADE (BRAY-CURTIS) PARA A HERPETOFAUNA REGISTRADA POR MEIO DOS MÉTODOS APLICADOS NAS PARCELAS DE INTERESSE (ADI, ADA E AII) DURANTE A SÉTIMA CAMPANHA ..................................................................... 27
FIGURA 6 – ANÁLISE DE SIMILARIDADE (BRAY-CURTIS) PARA A HERPETOFAUNA REGISTRADA POR MEIO DOS MÉTODOS APLICADOS NAS PARCELAS DE INTERESSE (AID, ADA E AII) DURANTE A TERCEIRA CAMPANHA ................................................................. 28
FIGURA 7 – SIMILARIDADE DE BRAY-CURTIS APRESENTADA ENTRE AS ÁREAS DE ESTUDO DURANTE A SÉTIMA FASE. LEGENDA: CA = CANTEIRO DE OBRAS, RE = RESERVATÓRIO E CO = ÁREA-CONTROLE ............................................................................................... 108
V
ÍNDICE DE FOTOS
FOTO 1 – JUVENIL DE KENTROPIX CALCARATA REGISTRADO NAS ARMADILHAS DE QUEDA .. 15
FOTO 2 – ADULTO DE GONATHODES SP. REGISTRADO PELO MÉTODO DE PALT ................... 16
FOTO 3 – ADULTO DE IPHISA ELEGANS REGISTRADO PELO MÉTODO DE AIQ ...................... 18
FOTO 4 – SÍTIO REPRODUTIVO P4 COMPLETAMENTE SECO ............................................... 19
FOTO 5 – ADULTO DE XENODON MERREMI REGISTRADO PELO MÉTODO DE EO ................... 20
FOTO 6 – FÊMEA ADULTA DE LACHESIS MUTA REGISTRADA PELO MÉTODO DE EO .............. 23
FOTO 7 – ARIRAMBA-DA-MATA (GALBULA CYANICOLLIS) CAPTURADO NA ÁREA AMOSTRAL DO CANTEIRO DE OBRAS .............................................................................................. 77
FOTO 8 – ARAPAÇU-BARRADO (DENDROCOLAPTES CERTHIA) CAPTURADO NA ÁREA AMOSTRAL DO CANTEIRO DE OBRAS. ............................................................................. 77
FOTO 9 – BARRANQUEIRO-CAMURÇA (AUTOMOLUS OCHROLAEMUS) ANILHADO NA ÁREA-CONTROLE .................................................................................................................. 77
FOTO 10 – CHOCA-LISA (THAMNOPHILUS AETHIOPS), MACHO CAPTURADO NA ÁREA-CONTROLE .................................................................................................................. 77
FOTO 11 – MACHO DE CHOQUINHA-DE-GARGANTA-CLARA (MYRMOTHERULA HAUXWELLI) ANILHADO NA ÁREA DO CANTEIRO DE OBRAS ................................................................. 77
FOTO 12 – FÊMEA DE CHOQUINHA-DE-GARGANTA-CLARA (MYRMOTHERULA HAUXWELLI) ANILHADA NA ÁREA DO CANTEIRO DE OBRAS ................................................................. 77
FOTO 13 – MÃE-DE-TAOCA (PHLEGOPSIS NIGROMACULATA) ANILHADO NA ÁREA PREVISTA PARA O RESERVATÓRIO ................................................................................................ 78
FOTO 14 – ESTALADOR-DO-NORTE (CORYTHOPIS TORQUATUS) ANILHADO NA ÁREA PREVISTA PARA O RESERVATÓRIO ................................................................................. 78
FOTO 15 – BICO-CHATO-DE-RABO-VERMELHO (RAMPHOTRIGON RUFICAUDA) ANILHADO NA ÁREA-CONTROLE ..................................................................................................... 78
FOTO 16 – UIRAPURUZINHO (TYRANNEUTES STOLZMANNI) ANILHADO NA ÁREA PREVISTA PARA O RESERVATÓRIO ................................................................................................ 78
FOTO 17 – MACHO DE GAVIÃO-REAL (HARPIA HARPYJA) ENCONTRADO NA ENCOSTA DA MACROÁREA DO CANTEIRO DE OBRAS PELA EQUIPE DE RESGATE DE FAUNA ...................... 83
FOTO 18 – FÊMEA DE GAVIÃO-REAL (HARPIA HARPYJA) FLAGRADA EM UM TRECHO À JUSANTE DO LOCAL PREVISTO PARA A BARRAGEM .......................................................... 83
FOTO 19 – GAVIÃO-BRANCO (PSEUDASTUR ALBICOLLIS) FOTOGRAFADO NA ÁREA DO CANTEIRO DE OBRAS ................................................................................................... 83
FOTO 20 – GAVIÃO-VAQUEIRO (LEUCOPTERNIS KUHLI) FOTOGRAFADO NO PONTO AMOSTRAL DO RESERVATÓRIO, NA MARGEM DO RIO TELES PIRES .................................... 83
FOTO 21 – CORUJA-DE-CRISTA (LOPHOSTRIX CRISTATA) FOTOGRAFADA NA ÁREA DO CANTEIRO DE OBRAS ................................................................................................... 84
FOTO 22 – CURICA-DE-BOCHECHA-LARANJA (PYRILIA BARRABANDI) FOTOGRAFADA NA ÁREA DO CANTEIRO DE OBRAS ...................................................................................... 84
FOTO 23 – PEIXE-FRITO-PAVONINO (DROMOCOCCYX PAVONINUS) ENCONTRADO NA ÁREA DO CANTEIRO DE OBRAS .............................................................................................. 84
FOTO 24 – CAPITÃO-DE-CINTA (CAPITO DAYI) FLAGRADO NA ÁREA-CONTROLE. CASAL VOCALIZANDO NA COPA DA FLORESTA ........................................................................... 84
VI
FOTO 25 – ARIRAMBA-BRONZEADA (GALBULA LEUCOGASTRA) FOTOGRAFADA NA ÁREA DO CANTEIRO DE OBRAS ................................................................................................... 84
FOTO 26 – RAPAZINHO-ESTRIADO (NYSTALUS STRIOLATUS) FOTOGRAFADO NA ENCOSTA FLORESTAL DA ÁREA DO CANTEIRO ............................................................................... 84
FOTO 27 – IPECUÁ (THAMNOMANES CAESIUS) FOTOGRAFADO NA ÁREA DO CANTEIRO DE OBRAS ........................................................................................................................ 85
FOTO 28 – COROA-DE-FOGO (HETEROCERCUS LINTEATUS) FOTOGRAFADO NA ÁREA PREVISTA PARA O RESERVATÓRIO ................................................................................. 85
FOTO 29 – POLÍCIA-DO-MATO (GRANATELLUS PELZENI) FOTOGRAFADO NA ÁREA PREVISTA PARA O RESERVATÓRIO DA UHE COLÍDER ........................................................ 85
FOTO 30 – ARARA-VERMELHA-GRANDE (ARA CHLOROPTERUS) FOTOGRAFADA NA ÁREA DO CANTEIRO DE OBRAS ................................................................................................... 85
FOTO 31 – MORCEGO CHIRODERMA TRINITATUM, NOVO REGISTRO OBTIDO NA SÉTIMA FASE DO MONITORAMENTO ........................................................................................... 92
FOTO 32 – MORCEGO, THYROPTERA DISCIFERA, NOVO REGISTRO DE FAMÍLIA (TRYROPTERIDAE) ........................................................................................................ 92
FOTO 33 – GUIGÓ OU ZOGUE-ZOGUE (CALICEBUS VIEIRAI). NOVA ESPÉCIE DE PRIMATA RECENTEMENTE DESCRITA (GUALDA-BARROS ET AL., 2012) ............................................. 92
FOTO 34 – MACACO-ARANHA-DE-CARA-BRANCA (ATELES MARGINATUS), ESPÉCIE AMEAÇADA DE EXTINÇÃO SOB A CATEGORIA EN (EM PERIGO). ESSA ESPÉCIE OCORRE SOMENTE NA MARGEM DIREITA DO RIO TELES PIRES .................................................... 100
FOTO 35 – MACACO-ARANHA-DE-CARA-BRANCA (ATELES MARGINATUS), ESPÉCIE AMEAÇADA DE EXTINÇÃO SOB A CATEGORIA EN (EM PERIGO) ........................................ 100
FOTO 36 – MACACO-ARANHA-DE-CARA-PRETA (ATELES CHAMEK), ESPÉCIE RESTRITA À MARGEM ESQUERDA DO RIO TELES PIRES .................................................................... 100
FOTO 37 – CAPIVARA (HYDROCHOERUS HYDROCHAERIS), NA ÁREA DO RESERVATÓRIO.... 102
FOTO 38 – FOTO DE ARMADILHAMENTO FOTOGRÁFICO DE UMA ANTA (TAPIRUS TERRESTRIS) OBTIDA NA SÉTIMA CAMPANHA, ESPÉCIE DE INTERESSE CINERGÉTICO. ...... 103
VII
ÍNDICE DE TABELAS
TABELA 1 – ÁREAS AMOSTRAIS SELECIONADAS PARA O MONITORAMENTO DA FAUNA TERRESTRE .................................................................................................................. 4
TABELA 2 – AMBIENTES E COORDENADAS DOS SÍTIOS REPRODUTIVOS ONDE FOI APLICADO O MÉTODO DE ASR ....................................................................................... 12
TABELA 3 – ESPÉCIES DE ANUROS E RÉPTEIS REGISTRADOS NA PARCELA DE AID DA UHE COLÍDER, DURANTE A SÉTIMA CAMPANHA ...................................................................... 17
TABELA 4 – ESPÉCIES DE ANUROS E RÉPTEIS REGISTRADOS NA PARCELA DE ADA (RESERVATÓRIO) DURANTE A SÉTIMA CAMPANHA ........................................................... 21
TABELA 5 – ESPÉCIES DE ANUROS E RÉPTEIS REGISTRADOS NA PARCELA DE AII, DURANTE A SÉTIMA CAMPANHA ..................................................................................... 23
TABELA 6 – ÍNDICES DE RIQUEZA E DIVERSIDADE OBTIDOS PARA HERPETOFAUNA, POR PARCELA AMOSTRAL ..................................................................................................... 26
TABELA 7 – LISTA DAS ESPÉCIES ESPERADAS PARA A ÁREA DE INFLUÊNCIA DA UHE COLÍDER, COM A INDICAÇÃO DAS ESPÉCIES REGISTRADAS NAS SETE PRIMEIRAS FASES DE CAMPO, E AQUELAS CITADAS NO EIA DO PRESENTE EMPREENDIMENTO ........................ 36
TABELA 8 - ESFORÇO AMOSTRAL EMPREGADO DURANTE A SÉTIMA CAMPANHA .................. 70
TABELA 9 – NÚMERO DE ESPÉCIES DE AVES REGISTRADAS NA ÁREA DO CANTEIRO DE OBRAS EM CADA UMA DAS FASES DE CAMPO .................................................................. 72
TABELA 10 – NÚMERO DE ESPÉCIES DE AVES REGISTRADAS NA ÁREA DO RESERVATÓRIO EM CADA UMA DAS FASES DE CAMPO ............................................................................. 73
TABELA 11 – NÚMERO DE ESPÉCIES DE AVES REGISTRADAS NA ÁREA-CONTROLE EM CADA UMA DAS FASES DE CAMPO ........................................................................................... 73
TABELA 12 – NÚMERO DE CAPTURAS E DE ESPÉCIES CAPTURADAS DURANTE O ANILHAMENTO EM CADA UMA DAS FASES DE CAMPO ....................................................... 74
TABELA 13 – COMPARAÇÃO DO NÚMERO DE INDIVÍDUOS CAPTURADOS NAS TRÊS ÁREAS AMOSTRAIS, NAS SETE FASES DE CAMPO ....................................................................... 75
TABELA 14 – TAXA DE CAPTURA DAS ESPÉCIES CAPTURADAS DURANTE A SÉTIMA FASE DE CAMPO DO ANILHAMENTO REALIZADO NA ÁREA DE INFLUÊNCIA DIRETA ........................... 76
TABELA 15 – ÍNDICE PONTUAL DE ABUNDÂNCIA (IPA) DAS ESPÉCIES AMOSTRADAS PELO MÉTODO DE CONTAGENS EM PONTOS DE ESCUTA EM CADA UMA DAS TRÊS ÁREAS AMOSTRAIS ................................................................................................................. 79
TABELA 16 – REGISTROS INÉDITOS OBTIDOS NA SÉTIMA FASE DE CAMPO, COM A INDICAÇÃO DAS ESPÉCIES ENCONTRADAS POR MEIO DE MÉTODOS SISTEMATIZADOS E NÃO SISTEMATIZADOS ................................................................................................. 82
TABELA 17 - MAMÍFEROS REGISTRADOS NA ÁREA DE INFLUÊNCIA DA UHE COLIDER........... 93
TABELA 18 – PRINCIPAIS ZOONOSES ADQUIRIDAS DE MAMÍFEROS SILVETRES, RESPECTIVOS AGENTES ETIOLÓGICOS E VIAS DE TRANSMISSÃO (ADAPTADO DE BARBOSA ET AL. 2011.) ............................................................................................................. 104
TABELA 19 – ESFORÇO AMOSTRAL DESPENDIDO DURANTE AS FASES DO MONITORAMENTO DE FAUNA ................................................................................................................. 106
TABELA 20 - COMPARAÇÃO ENTRE A RIQUEZA E A DIVERSIDADE DE ESPÉCIES REGISTRADAS EM CADA ÁREA AMOSTRAL E EM CADA FASE DO MONITORAMENTO DA MASTOFAUNA. EM CADA CÉLULA É APRESENTADA A RIQUEZA, SEGUIDA PELA DIVERSIDADE ENTRE PARÊNTESES .............................................................................. 109
VIII
TABELA 21 - ESPÉCIES DE PEQUENOS MAMÍFEROS REGISTRADAS NA SÉTIMA FASE DO MONITORAMENTO, SEGUIDAS POR SUAS ABUNDÂNCIAS E ABUNDÂNCIAS RELATIVAS (%), SEPARADAS POR ÁREA DE ESTUDO .............................................................................. 110
TABELA 22 – ESPÉCIES DE MORCEGOS REGISTRADAS NA SÉTIMA FASE DO MONITORAMENTO, SEGUIDAS POR SUAS ABUNDÂNCIAS E ABUNDÂNCIAS RELATIVAS (%), DIVIDIDAS POR ÁREA DE ESTUDO ............................................................................... 111
TABELA 23 – ESPÉCIES DE MAMÍFEROS DE MÉDIO E GRANDE PORTE REGISTRADAS NA SÉTIMA FASE DO MONITORAMENTO, SEGUIDAS POR SUAS ABUNDÂNCIAS E ABUNDÂNCIAS RELATIVAS (%), E DIVIDIDAS POR ÁREA DE ESTUDO .................................................... 113
IX
ÍNDICE DE GRÁFICOS
GRÁFICO 1 – CURVA DO COLETOR ALEATORIZADA (500 RANDOMIZAÇÕES), CONSTRUÍDA COM BASE NA HERPETOFAUNA REGISTRADA PELOS MÉTODOS SISTEMATIZADOS APLICADOS NAS PARCELAS DE INTERESSE (ADA, AID, AII) DURANTE AS SETE CAMPANHAS 29
GRÁFICO 2 – GRÁFICO ILUSTRANDO A CURVA ACUMULADA DO NÚMERO DE ESPÉCIES REGISTRADAS AO LONGO DA SÉTIMA FASE, TOTALIZANDO 260 ESPÉCIES ......................... 71
GRÁFICO 3 – GRÁFICO ILUSTRANDO A CURVA ACUMULADA DO NÚMERO DE ESPÉCIES REGISTRADAS AO LONGO DO MONITORAMENTO. O PRIMEIRO VALOR FOI CITADO NO EIA DO REFERIDO EMPREENDIMENTO. ................................................................................. 71
GRÁFICO 4 – GRÁFICO ILUSTRANDO A CURVA DO COLETOR REFERENTE ÀS SETE PRIMEIRAS FASES DO MONITORAMENTO DA MASTOFAUNA DA UHE COLÍDER, MT ............. 107
GRÁFICO 5 – RIQUEZA DE ESPÉCIES REGISTRADAS POR ÁREA E NO TOTAL POR FASE DO MONITORAMENTO, MOSTRANDO UMA TENDÊNCIA À DIMINUIÇÃO DA RIQUEZA NO DECORRER DO TEMPO ................................................................................................ 110
GRÁFICO 6 – ABUNDÂNCIA RELATIVA (%) DOS MORCEGOS CAPTURADOS DURANTE A SÉTIMA FASE DO MONITORAMENTO ............................................................................. 111
GRÁFICO 7 – ABUNDÂNCIA RELATIVA (%) DOS MAMÍFEROS DE MÉDIO E GRANDE PORTE REGISTRADOS DURANTE A SÉTIMA FASE DO MONITORAMENTO DA MASTOFAUNA NA ÁREA DA UHE COLÍDER, MT ................................................................................................. 113
1
1 APRESENTAÇÃO
A UHE Colíder terá uma potência instalada de 300 MW e energia firme de 166,3 MW
médios. O reservatório possuirá área total de 143,5 km², abrangendo os municípios
de Nova Canaã do Norte, Itaúba, Colider e Cláudia, no estado de Mato Grosso.
A implantação da UHE Colíder alterará a riqueza, a abundância e a diversidade de
espécies faunísticas na sua área de implantação, devido às conseqüências produzidas
pelo desmatamento prévio da bacia de acumulação e de seu alagamento.
O programa de monitoramento é ferramenta fundamental para o estabelecimento de
estratégias de conservação de espécies e ambientes ameaçados – caso dos
remanescentes de Floresta da região do empreendimento – uma vez que permitem
conhecer tendências ao longo do tempo. Os resultados obtidos por meio deste tipo de
pesquisa podem indicar o papel dos remanescentes de floresta na região, incluindo
suas funções como corredores ecológicos no entorno imediato da área direta ou
indiretamente afetada pelo empreendimento. Tais informações irão compor a base de
dados para futuras atividades de manejo e conservação, incluindo o estabelecimento
de parâmetros para minimizar os impactos adversos das atividades de implantação do
empreendimento, sobre diferentes grupos animais.
Em 04/01/2011, o IBAMA expediu a Licença para Captura, Coleta e Transporte de
Material Zoológico sob o nº 02013004996/10-08. Após a emissão da Licença a Copel
iniciou o Monitoramento de Fauna que tem prazo de duração de cinco anos, com
campanhas trimestrais.
Em 30/05/2012, o IBAMA renovou a Licença para Captura, Coleta e Transporte de
Material Zoológico sob o nº 02013.001712/2010-11, permitindo a continuidade do
monitoramento.
O presente relatório refere-se aos resultados obtidos após a execução da sétima fase
de campo do monitoramento pré-enchimento de fauna terrestre na área de influência
da UHE Colíder, realizada no mês de julho de 2012, durante a estação seca.
2
2 INTRODUÇÃO
Estudos de monitoramento tem como principal objetivo conhecer a influência dos
principais impactos (positivos e negativos) gerados pela implantação de um
empreendimento sobre a fauna local. Além de tentar desvendar estes impactos,
estudos de monitoramento recomendam medidas mitigadoras ou compensatórias,
suportadas por uma base de dados consistente, gerada a partir de amostragens
realizadas em um gradiente de tempo. Alguns grupos faunísticos expressam de
maneira mais clara que outros os impactos causados a partir da implantação de um
empreendimento.
As aves são o grupo que melhor responde aos impactos causados em um ambiente,
pois a especificidade de hábitat permite avaliar impactos negativos por meio da
presença ou ausência de alguns táxons.
Anfíbios também constituem bons modelos para estudos de inventariamento e/ou
monitoramento de fauna em curto prazo, por serem animais de fácil visualização,
captura e manuseio, e taxonomia relativamente bem conhecida. Por ocuparem tanto
ambientes terrestres quanto aquáticos, os anfíbios são excelentes bioindicadores
ambientais, além de desempenharem importante função na dinâmica entre os
ecossistemas.
Em contrapartida, répteis são animais inconspícuos e de difícil amostragem, sendo
muitas vezes complexo avaliar os reais efeitos do empreendimento através deste
grupo. No entanto, são importantes por disponibilizarem relevantes subsídios ao
conhecimento do estado de conservação de regiões naturais (MOURA-LEITE et al.,
1993), pois ocupam posição ápice em cadeias alimentares (exigindo assim uma oferta
alimentar que sustente suas populações), funcionam como excelentes bioindicadores
de primitividade dos ecossistemas ou, por outro lado, de diferentes níveis de alteração
ambiental. A presença de espécies dependentes de algum tipo de ambiente (espécies
estenóicas), bem como a presença de espécies raras e formas endêmicas, são
fundamentais para a detecção do grau de primitividade do ambiente, enquanto que a
presença de espécies tolerantes a um amplo espectro de condições do meio
(eurióticas) pode determinar diferentes níveis de alteração.
A comunidade de mamíferos responde relativamente bem a impactos causados em
seu meio por serem um grupo bastante afetado com perdas ambientais. A
fragmentação florestal atinge expressivamente mamíferos de grande porte e o maior
3
problema é a falta de grandes porções florestais que possam sustentar uma
comunidade clímax (CHIARELLO, 2000; CULLEN et al., 2001). Além da perda de
habitats naturais a pressão de caça exercida sobre os mamíferos é maior que em
qualquer outro agrupamento animal (PERES, 1990; CHIARELLO, 2000; CULLEN et al.,
2001, LEITE & GALVÃO, 2002; WCS, 2004).
A Floresta Amazônica é a maior floresta tropical do mundo, e a despeito de sua
grande importância biológica vem sistematicamente sofrendo com sua redução,
transformação e fragmentação (HEYER et al., 1999). Esses impactos são ligados
direta ou indiretamente à expansão da fronteira agrícola, em especial no conhecido
arco do desmatamento amazônico, localizado ao noroeste do Mato Grosso e sul do
Pará (HEYER et al., 1999).
O Brasil conta com aproximadas 650 espécies de mamíferos (REIS et al., 2006),
sendo 69 (~10%) delas ameaçadas de extinção (CHIARELLO et al., 2008).
Aproximadamente 30% dessas espécies ameaçadas são amazônicas, refletindo por
um lado a grande riqueza ligada a esse bioma e por outro a ameaça já presente no
mais conservado dos biomas brasileiros (CHIARELLO et al., 2008).
Considerando o número de espécies de aves existentes em território nacional, o valor
atual é de 1.832 (CBRO, 2011), sendo que a ocorrência de mais de um terço deste
número é esperada para a área prevista para o empreendimento em questão.
É em uma das regiões mais ricas em espécies animais do mundo que está sendo
executado o monitoramento de fauna da UHE Colíder, no Rio Teles Pires, cujos
resultados da sétima campanha de campo serão apresentados na sequência.
O nível do Rio Teles Pires esteve baixo durante a sétima campanha do
monitoramento, e, consequentemente, a vegetação se encontrava bastante seca.
Apesar da mata ainda estar “verde”, especialmente as matas de transição e áreas de
Cerrado, a vegetação encontrava-se já bastante seca em virtude do baixo índice
pluviométrico. As matas de várzeas se encontravam sem acúmulo de água.
Entretanto, este ano apresentou características pluviométricas singulares, sendo
registradas algumas precipitações ainda na época de seca. Durante a campanha
ocorreu uma única chuva, breve, porém incomum para a época.
4
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
3.1 LOCALIZAÇÃO DAS ÁREAS AMOSTRAIS
As áreas amostrais que vêm sendo avaliadas durante as fases anteriores foram
mantidas para a sétima campanha. A Tabela 1 e a Figura 1 apresentam informações
gerais sobre as três áreas amostrais do monitoramento de fauna terrestre.
TABELA 1 – ÁREAS AMOSTRAIS SELECIONADAS PARA O MONITORAMENTO DA FAUNA TERRESTRE
Área Amostral Área de
Influência Margem do rio
Teles Pires Ambiente/Fisionomia
Localização (UTM, 21 L)
Canteiro de Obras AID Direita (MD) Floresta de terra firme 633.193 L
8.786.636 S
Reservatório ADA Esquerda (ME) Floresta de várzea 638.223 L
8.786.191 S
Controle AII Direita (MD) Floresta de terra firme 633.841 L
8.792.321 S
Legenda: AID – Área de Influência Direta; ADA – Área Diretamente Afetada; AII – Área de Influência Indireta.
FIGURA 1 – CROQUI COM A INDICAÇÃO DAS TRÊS ÁREAS AMOSTRAIS E PERÍMETRO PARCIAL DO FUTURO RESERVATÓRIO (AZUL)
FONTE: ADAPTADO DE GOOGLE EARTH, 2012
5
3.1.1 Canteiro de Obras (ADA)
Para avaliar o canteiro de obras, os esforços foram concentrados na mata próxima ao
local onde está instalado o Centro Provisório de Triagem de Animais Silvestres. A
transecção parte da estrada de acesso ao canteiro de obras, em seu trecho mais
íngreme e pedregoso, do local de maior movimentação de veículos da obra e segue
em direção ao rio Teles Pires, terminando na mata de várzea deste rio.
A Figura 2 exibe a transecção e pontos de escuta da área do canteiro de obras.
FIGURA 2 – CROQUI INDICANDO A TRANSECÇÃO E OS PONTOS DE ESCUTA DA ÁREA DO CANTEIRO DE OBRAS
FONTE: ADAPTADO DE GOOGLE EARTH, 2012
O principal objetivo da confecção da transecção neste local foi cobrir três diferentes
formações florestais ao longo do trajeto: mata de transição em local de solo rochoso
em seu trecho inicial; mata de terra firme na parte intermediária da transecção; e
mata de várzea do trecho final. Os pitfalls foram instalados no trecho central da
transecção do canteiro de obras.
As áreas a serem utilizadas pelo maquinário e para a construção da barragem foram
evitadas para não ser necessária a realocação das armadilhas de queda após o início
das obras.
6
3.1.2 Reservatório
A área selecionada para amostrar o local previsto para o reservatório se localiza na
margem esquerda do rio Teles Pires, em torno de 5.300 m (por água) a montante do
eixo da barragem. As transecções são linhas aproximadamente perpendiculares ao
sentido do rio, partindo da floresta ciliar presente na margem.
A Figura 3 exibe as transecções e pontos de escuta da área do reservatório da UHE
Colíder.
FIGURA 3 – CROQUI INDICANDO AS TRANSECÇÕES E OS PONTOS DE ESCUTA DA ÁREA DO RESERVATÓRIO. PONTOS COM SUFIXO “B” REFEREM-SE À AVIFAUNA, E PONTOS COM SUFIXO “A” REFEREM-SE À HERPETOFAUNA E MASTOFAUNA.
FONTE: ADAPTADO DE GOOGLE EARTH, 2012
O trajeto de ambas transecções cobre principalmente mata de terra firme, no entanto,
a floresta deste local apresenta algumas particularidades como, por exemplo, a
grande quantidade de palmeiras presente no estrato médio do ambiente florestal e o
solo bastante arenoso. Uma via de acesso à beira do rio foi utilizada como transecção
linear devido à possibilidade de se deslocar sem fazer ruídos e também por o solo
exposto deste trecho propiciar uma grande quantidade de registros de pegadas de
mamíferos. Os pitfalls foram instalados próximos ao leito do Rio Teles Pires.
7
Durante a primeira campanha a transecção “B” foi utilizada por todos os grupos, no
entanto, a partir da segunda campanha foi observado que a presença de
trabalhadores e/ou pescadores no rancho onde se localiza o início da transecções
inviabilizava a coleta de dados devido à intensa movimentação de pessoas e do ruído
produzido pelos mesmos e pelo gerador de energia elétrica. Desta forma, optou-se
por escolher outra transecção na mesma região que tivesse as mesmas características
e estivesse localizada na mesma margem do rio para a aplicação dos métodos de
pesquisa em local livre de “reservatório” ou ADA. Desta forma, a partir da segunda
campanha, o trabalho de captura de aves e morcegos, e a busca direta por
exemplares da herpetofauna é realizado na transecção “A”. Apenas o armadilhamento
não é possível, pois em duas das quatro fases de campo anuais a trilha permanece
alagada devido à cheia do rio Teles Pires.
3.1.3 Área Controle
O local selecionado para a Área Controle é a porção de floresta remanescente mais
extensa nas proximidades da barragem, contendo mais de 15 km ininterruptos de
floresta no sentido leste-oeste.
A Figura 4 mostra a transecção e pontos de escuta da área Controle da UHE Colíder.
O trecho coberto pela transecção apresenta formações florestais secundárias, onde
ocorreu corte seletivo de árvores de grande porte conforme projeto de exploração
sustentável da área. No entanto, mesmo sendo uma formação florestal secundária, a
área é rica e diversificada. As armadilhas de queda foram instaladas inicialmente na
porção inicial da transecção, porém, a estrada de acesso à usina foi construída à
poucos metros deste local. Desta forma, foi necessário construir outra linha de pitfalls
na porção intermediária da transecção para se evitar influências da estrada sobre os
resultados. Após isso, a primeira linha de pitfalls foi desativada, estando em atividade
apenas a nova linha.
8
FIGURA 4 – CROQUI INDICANDO A TRANSECÇÃO E OS PONTOS DE ESCUTA DA ÁREA CONTROLE
FONTE: ADAPTADO DE GOOGLE EARTH, 2012
3.1.4 Manutenção das parcelas e transecções
As cercas-guia dos pitfalls foram integralmente substituídas nesta sétima campanha
com o objetivo de substituir as lonas perfuradas e deterioradas por lona nova,
garantindo,desta forma, a efetividade do método. Um total de 750 metros de lona
foram repostos, considerando as três áreas amostrais (250 m por área). Foram
despendidos três dias apenas para a substituição do material. Os baldes foram
abertos para o início das capturas somente após a reforma dos pitfalls, e o mesmo
esforço habitualmente aplicado foi obtido nesta campanha.
3.2 MÉTODOS
Durante a sétima campanha, os métodos sistematizados utilizados para todos os
grupos faunísticos abordados foram replicados nos mesmos ambientes, moldes e
locais das campanhas anteriores e serão citados nos itens referentes aos resultados
para cada grupo. Os métodos não sistematizados foram aplicados em ambientes
9
novos, com o objetivo de melhor investigar as áreas e descobrir populações ou
espécies de interesse específico.
3.2.1 Trabalho de campo
A sétima fase de campo do referido monitoramento foi realizada entre os dias 13 e 26
de julho de 2012. Todo o trabalho de fauna terrestre foi realizado simultaneamente,
com as equipes dos três grupos faunísticos trabalhando nas áreas amostrais. Com o
objetivo de maximizar o esforço de observação direta cada equipe amostrou uma área
amostral, fazendo um rodízio que permitiu com que as três áreas fossem monitoradas
ao longo de toda a fase.
3.2.2 Análise dos dados
Após a obtenção dos dados em campo, as informações obtidas e os animais coletados
foram levados aos laboratórios para análise e correta identificação. Foram feitas
algumas análises estatísticas para efeito comparativo com as fases anteriores. Estas
análises seguem o mesmo padrão apresentado nos relatórios anteriores.
10
4 RESULTADOS
4.1 HERPETOFAUNA
Durante esta campanha os métodos sistematizados foram replicados nos mesmos
ambientes e locais da campanha anterior. Os métodos não sistematizados foram
aplicados em ambientes novos no objetivo de melhor investigar as áreas, descobrir
populações ou espécies de interesse específico e mitigar os efeitos de distribuições
disjuntas.
4.1.1 Procedimentos Metodológicos
4.1.1.1 Métodos Sistematizados
Os métodos sistematizados foram aplicados entre os dias 17 e 22 de julho, quando
cada parcela de interesse foi amostrada durante dois dias.
Armadilhas de Interceptação e Queda (AIQ) (Pitfall Traps with Drift Fences,
adaptado de Cechin & Martins, 2000)
Em cada parcela de amostragem foram instaladas, duas linhas de pitfalls traps with
drift fences, sendo uma delas em sentido ortogonal à transecção principal e a outra
em posição paralela em relação à mesma. Cada linha foi composta por 12 baldes de
60 litros (pitfalls), os quais foram instalados a uma distância de 10 metros um do
outro, interligados por uma cerca-guia de lona plástica (drift fence) com 50 cm de
altura, enterrada cerca de 5 cm de profundidade no solo e mantida em posição
vertical por estacas de madeira às quais foi fixada. Para evitar acúmulo de água, os
baldes tiveram seu interior perfurado. Em cada balde foi colocado um pedaço de
isopor (10 cm x 10 cm), o qual manteve-se suportado por quatro pequenos palitos.
Esta estrutura serviu de abrigo para os animais em dias de muito sol e/ou flutuador
em períodos de muito acúmulo de água.
Cada linha de armadilha permaneceu aberta durante seis noites consecutivas e foram
revisadas, periodicamente, duas vezes ao dia, ao amanhecer e entardecer. Ao final do
período de amostragem obteve-se um esforço de 144 horas/balde por parcela e um
total de 432 horas/balde de amostragem na região de implantação da UHE Colíder.
11
As armadilhas de interceptação e queda foram instaladas em ambientes que
correspondiam principalmente à formação vegetal predominante em cada parcela de
amostragem.
Procura Sistematizada Limitada por Tempo (PSLT) (adaptado de Martins &
Oliveira, 1999)
Este método consistiu em percorrer as transecções principais de todas as parcelas (2
km por parcela), onde uma área de até 50 metros de cada lado da linha central foi
vasculhada, mediante o revolvimento do folhiço e de troncos caídos, visando o
registro visual ou auditivo dos animais. Cada parcela teve sua transecção amostradas
durante dois dias por três pesquisadores. Em cada dia foram realizadas duas horas de
procura diurna e uma hora de procura à noite, totalizando um esforço de captura de
18 horas/homem de busca por parcela e 54 horas/homem de busca nas parcelas de
amostragem.
Para anfíbios, foram contabilizados todos os machos anuros em atividade de
vocalização, assim como os indivíduos visualizados em repouso. Como para a maioria
das espécies de anuros não é possível uma contagem precisa do número de indivíduos
vocalizando, porque muitos machos vocalizam ao mesmo tempo (coro), ou porque
vocalizam muito próximos um do outro, foram empregadas as seguintes categorias de
vocalização, modificadas de Lips et al. (2001 apud Rueda et al. 2006):
• 0 – nenhum indivíduo da espécie vocalizando;
• 1 – número de indivíduos vocalizando estimável entre 1-5;
• 2 – número de indivíduos vocalizando estimável entre 6-10;
• 3 – número de indivíduos vocalizando estimável entre 10-20;
• 4 – formação de coro em que as vocalizações individuais são indistinguíveis e
não se pode estimar o número de indivíduos (>20).
Para estimar a abundância dos anfíbios, foi extrapolado o valor máximo de cada
categoria amostral.
Amostragem em sítio de reprodução (ASR) ("Survey at Breeding site"; s.
adaptado de Scott Jr. & Woodward, 1994)
Esse método consistiu na realização de transecções visuais e auditivas ao longo do
perímetro de corpos d’água (e.g. poças temporárias, lagoas, brejos, córregos, rios e
veredas) onde geralmente as populações de anfíbios se agregam para a reprodução.
12
Os anfíbios foram contabilizados seguindo os mesmos critérios descritos na
metodologia de Procura Sistematizada Limitada por Tempo. Alguns grupos de répteis
(serpentes, quelônios e crocodilianos) também são comumente registrados por este
método, já que muitas espécies utilizam os corpos d’água como sítios de
forrageamento e/ou reprodução. Durante o período de estudo, foram amostrados seis
sítios de reprodução (e.g. brejos, riachos, veredas e poças) (Tabela 2), dois por
parcela. As amostragens ocorreram à noite onde três pesquisadores realizaram as
transeções durante uma hora. Desta forma obteve-se um esforço de captura de seis
horas/homem de amostragem por parcela e um total de 12 horas de amostragem nas
áreas de interesse.
TABELA 2 – AMBIENTES E COORDENADAS DOS SÍTIOS REPRODUTIVOS ONDE FOI APLICADO O MÉTODO DE ASR
Ponto Localidade Ambiente/Fisionomia Coordenadas (UTM 21L)
P1 Parcela 1 (AID) Lêntico / floresta 632.683 8.786.066
P2 Parcela 1 (AID) Lêntico / área aberta 634.065 8.786.153
P3 Parcela 2 (ADA) Lótico / área aberta 638.221 8.785.502
P4 Parcela 2 (ADA) Lótico / floresta 638.492 8.784.710
P5 Parcela 3 (AII) Lótico / campo 638.492 8.784.710
P6 Parcela 3 (AII) Lótico / floresta 635.387 8.792.388
4.1.1.2 Métodos não sistematizados
Os métodos não sistematizados foram utilizados para categorizar os animais
encontrados de forma aleatória nas áreas de interesse e complementar a lista de
riqueza. Estes métodos foram aplicados desde o primeiro instante da equipe nas áreas
de interesse até a partida (dia 13 a 26 de julho de 2012).
Procura Aleatória Limitada por Tempo (PALT)
Esse método consistiu em executar caminhadas ao longo de todas as áreas passíveis
de se encontrar répteis e anfíbios (e.g. interior da floresta, estradas de acesso às
parcelas, áreas antropizadas, margens do rio, poças temporárias, açudes, entre
outros). Durante este método, os locais foram vistoriados detalhadamente, havendo
inspeção de tocas, serrapilheira, poças temporárias, locais abrigados sob pedras,
troncos caídos, entulhos, interior de bromélias, galhos de árvores e outros possíveis
sítios utilizados como abrigos por répteis e anfíbios, conforme recomendado por
Vanzolini et al. (1980). Esse método tem por objetivo ampliar o inventário das
espécies, assim como obter informações sobre riqueza, distribuição no ambiente e
13
padrões de atividade. A procura ativa com coleta manual é um método bastante
versátil e generalista de detecção e coleta de vertebrados em campo (Heyer et al.,
1994).
Assim como para o método de PSLT, foram empregadas as mesmas categorias de
vocalização para o senso de anfíbios anuros, modificadas de Lips et al., 2001 apud
Rueda et al., 2006.
Procura com Carro (PC)
A procura com carro correspondeu ao encontro de anfíbios e répteis avistados ou
atropelados em estradas da região (Sawaya et al, 2008). O deslocamento da equipe
em toda a AII do empreendimento contemplou este método, diariamente.
Encontros ocasionais (EO)
Como a observação de répteis é de caráter fortuito e demanda muito tempo em
campo, necessita-se tanto da interação com os demais membros da equipe do
monitoramento como de moradores ou trabalhadores locais para que se tenha
obtenção de mais evidências da presença destes animais. Este método contemplou
todas aqueles espécimes encontrados por terceiros ou quando a equipe não estava
realizando as atividades supracitadas.
4.1.2 Análise dos dados
Suficiência amostral: foi avaliada mediante a curva de registros acumulados das
espécies. As curvas de acumulação de espécies ou curvas do coletor são um excelente
procedimento para avaliar o quanto o método testado se aproximou de identificar as
espécies da área de estudo. A curva formada exibe o seguinte padrão: uma curva
inicial ascendente de crescimento acelerado, que prossegue cada vez mais devagar de
acordo com o aumento do esforço amostral até formar um platô ou assíntota (Martins
e Santos, 1999). Quando a curva se estabiliza (ponto assintótico), aproximadamente
a riqueza total da área foi amostrada (Santos, 2004). As análises foram realizadas
com base na matriz de dados de presença/ausência das espécies ao longo dos dias de
amostragem, utilizando 500 adições aleatórias das amostras no programa EstimateS
7.52 (Colwell 1994-2005). A estimativa da riqueza foi calculada a partir do número de
espécies identificadas em função dos dias de amostragem. O índice de estimativa da
riqueza das espécies foi calculado pelo índice de Jacknife, descrito em Krebs (1989).
14
Taxa de captura: A abundância de espécies foi calculada dividindo o número de
indivíduos avistado pelo número total horas de procura nos pontos. No caso de
espécies de vida social (ex. anfíbios), a abundância foi estimada extrapolando o valor
máximo de cada categoria amostral.
Índice de Diversidade: a partir dos dados quantitativos foi feita uma média do número
observado nos ambientes amostrados e assim calculado o índice de diversidade pelo
método de Shannon-Wiener (Krebs, 1989) para cada ponto amostral.
Similaridade: foi utilizada para comparar a riqueza de espécies entre as parcelas,
através do índice de similaridade de Bray-Curtis (Krebs, 1989), usando o modo de
agrupamento Group Average, o qual permite maximizar a correlação entre as
amostras. A abundância das espécies foi transformada [log (x+1)] para diminuir o
peso das espécies quantitativamente dominantes. Os dendrogramas propostos foram
elaborados através do pacote estatístico Primer V5 (Clarke & Gorley 2001).
4.1.3 Parcela 1 – Área de Influência Direta (AID, canteiro de obras)
4.1.3.1 Armadilhas de Interceptação e Queda (Pitfall Traps with Drift
Fences) (AIQ)
Nas armadilhas de queda da AID foram registrados cinco espécimes de duas espécies,
sendo uma espécie de anfíbio (Leptodactylus hylaedactyla, n = 2) e uma espécie de
lagarto (Kentropix calcarata, n = 3, Foto 1). A taxa de captura foi de 0,03
espécimes/hora/balde ou o equivalente a, aproximadamente, um espécime a cada 32
horas de funcionamento das armadilhas.
A taxa de captura atual foi semelhante àquela registrada no período equivalente do
ano de 2011 (campanha 3, taxa de captura = 0,02). Esses valores estão,
provavelmente, relacionados à estação seca quando a atividade dos anuros é menor.
15
FOTO 1 – JUVENIL DE Kentropix calcarata REGISTRADO NAS ARMADILHAS DE QUEDA
FONTE: RAFAEL L. BALESTRIN, 2012
4.1.3.2 Procura Sistematizada Limitada por Tempo (PSLT)
Por meio deste método foram registrados seis espécimes de quatro espécies, sendo
duas espécie de anuros (Leptodactylus hylaedactyla e Osteocephalus leprieurii) e duas
espécies de lagartos (Ameiva ameiva e Kentropix calcarata). As espécies
apresentaram abundâncias equivalentes. A taxa de captura correspondeu a 0,33
espécimes/hora/homem ou o equivalente a, aproximadamente, quatro exemplares,
registrados a cada hora de procura, um pouco inferior àquela observada no período
equivalente do ano de 2011 (campanha 3). Apesar de inferior, a riqueza de espécies,
observadas durante esta campanha, foi bastante semelhantes àquela observada na
campanha 3, realizada em julho do ano de 2011
4.1.3.3 Amostragem em sítio de reprodução (ASR)
Não foi observada nenhuma espécie nos sítios reprodutivos durante a atual campanha
de monitoramento de fauna. Aqueles sítios que correspondem a ambientes lênticos
apresentavam-se praticamente secos, da mesma forma que as matas de várzea do
Rio Teles Pires. Associado a isso, a presença de uma frente fria pode ter inibido a
atividade de alguma espécie euriótica que eventualmente permanecem atividade
durante a estação seca. Este método expressou as maiores diferenças em comparação
com o período equivalente do ano de 2011. Como já mencionado, associado aos
16
efeitos provocados pela estação seca, que naturalmente promove uma redução na
atividade de anuros e alguns répteis, a ocorrência de uma frente fria, pode ter
contribuído para a obtenção dos valores observados. Ainda, a significativa alteração
do sítio reprodutivo P2, por parte das obras do canteiro, também pode ter
influenciado, significativamente nos resultados obtidos.
4.1.3.4 Registros não sistematizados
Por meio do método de PALT foram registradas três espécies, sendo duas espécies de
anuros (Leptodactylus hylaedactyla e Hypsiboas boans) vocalizando em corpo de água
lótico, e uma espécie de lagarto (Gonathodes sp.) (Foto 2).
FOTO 2 – ADULTO DE Gonathodes sp. REGISTRADO PELO MÉTODO DE PALT
FONTE: RAFAEL L. BALESTRIN, 2012
Por meio do método de EO foram registradas duas espécies, o anuro Leptodactylus
fuscus e o lagarto Tupinambis sp., esta última registrada pela primeira vez na parcela
do canteiro de obras.
Com a soma dos resultados obtidos por todos os métodos, foram registrados 24
espécimes de oito espécies, sendo quatro espécies de anuros e quatro espécies de
lagarto. Dentre os anuros, as famílias Hylidae e Leptodactylidae foram aquelas com
representatividade (duas espécies cada). (Tabela 3). O índice de diversidade de
Shannon-Wiener foi de SW = 1,76.
17
TABELA 3 – ESPÉCIES DE ANUROS E RÉPTEIS REGISTRADOS NA PARCELA DE AID DA UHE COLÍDER, DURANTE A SÉTIMA CAMPANHA
Táxon Espécie Nome poplular Método
AMPHIBIA
ANURA
Bufonidae Rhinella marina sapo-cururu AQ, BSR
Hylidae Hypsiboas boans Perereca PALT
Osteocephalus leprieurii Perereca PSLT
Leptodactylidae Leptodactylus hylaedactyla Razinha AQ,PSLT,PALT, EO
Leptodactylus fuscus Rã-assoviadoraâ EO
REPTILIA
SQUAMATA
Teiidae Ameiva ameiva Calango PSLT
Kentropix calcarata Lagarto AQ, PSLT
Tupinambis sp. Tejú EO
Gekkonidae Gonathodes sp. Lagartixa EO
4.1.4 Parcela 2 - Área Diretamente Afetada (ADA, reservatório)
4.1.4.1 Armadilhas de Interceptação e Queda (Pitfall Traps with Drift
Fences) (AIQ)
As armadilhas de queda registraram um total de três espécimes de três espécies,
sendo uma espécie de anuro (Rhinella margaritifera) e duas espécies de lagartos
(Iphisa elegans e Mabuya nigropunctata). Atenção especial deve ser dada para Iphisa
elegans, registrada pela primeira vez durante as campanhas de monitoramento de
fauna (Foto 3). Este registro pode corresponder ao primeiro para esta região no
estado do Mato Grosso.
A taxa de captura foi de 0,02 espécime/hora/balde, o que equivale a,
aproximadamente, um espécime capturado a cada 32 horas de funcionamento das
armadilhas. Em comparação com o período equivalente do ano passado (campanha 3)
pode-se observar valores bastante semelhantes entre as taxas de captura
observadas.
18
FOTO 3 – ADULTO DE Iphisa elegans REGISTRADO PELO MÉTODO DE AIQ
FONTE: RAFAEL L. BALESTRIN, 2012
4.1.4.2 Procura Sistematizada Limitada por Tempo (PSLT)
Através deste método foram registrados cinco espécimes de quatro espécies, sendo
três espécies de anuros (Leptodactylus hylaedactyla, Osteocephalus leprieuriii e
Rhinella margaritifera) e uma espécie de lagarto (Kentropix calcarata). Devido à baixa
representatividade, as espécies apresentaram abundâncias equivalentes. A taxa de
captura foi de 0,28 espécime/hora/homem ou o equivalente a um espécime registrado
a cada quatro horas de procura. A taxa de captura, observada nesta campanha, foi
inferior àquela observada no período equivalente do ano de 2011 (campanha 3, taxa
de captura = 0,31), o que pode estar relacionado às baixas temperaturas observadas
nesta campanha por ocasião de uma frente fria.
4.1.4.3 Amostragem em sítio de reprodução (ASR)
Da mesma forma que observado nos sítios reprodutivos da área do canteiro de obras,
não foram registradas espécies nos sítios reprodutivos da ADA. Como já mencionado,
existe uma grande variação vertical no volume de águas nos sítios reprodutivos da
ADA durante a estação chuvosa os quais secam completamente durante a estação
seca (Foto 4).
19
FOTO 4 – SÍTIO REPRODUTIVO P4 COMPLETAMENTE SECO
FONTE: RAFAEL L. BALESTRIN, 2012
4.1.4.4 Registros não sistematizados
Por meio do método de PALT foram registrados 38 espécimes de quatro espécies na
ADA. Destas, duas espécies de anuros (Leptodactylus hylaedactyla n=3 e Hypsiboas
boans n=33) e duas espécies de crocodilianos uma delas que ainda requer
confirmação (Paleosuchus trigonatus e Caiman crocodilus). Nesta campanha,
Hypsiboas boans entrou em atividade de vocalização às margens do Rio Teles Pires
sugerindo inicio do período reprodutivo que se estende por toda estação seca (Lima et
al., 2005). Durante a estação chuvosa os indivíduos foram observados às margens do
rio, porém sem atividade de vocalização. Durante os dois dias de amostragem na ADA
pôde-se verificar uma acentuada redução na atividade desta espécie diretamente
20
proporcional à queda da temperatura ambiente. No primeiro dia de amostragem
foram registrados 24 indivíduos em coro. Após a entrada de uma frente fria, no
segundo dia, ocorreu uma redução da atividade de vocalização, sendo registrados
apenas nove indivíduos. A atividade de vocalização só retornou aos padrões originais
quando a temperatura ambiente regularizou em virtude do término da frente fria.
Quanto à espécie Caiman crocodilus, foi visualizado um possível espécime que
ultrapassava dois metros de comprimento, às margens do Rio Teles Pires. Devido ao
seu tamanho avantajado, descarta-se a espécie Paleosuchus trigonatus e sugere-se a
espécie Caiman crocodylus sustentado pelo fato desta última espécie já ter sido
registrada pela equipe de resgate de fauna.
Mais uma vez destaca-se a real necessidade da implantação de projetos específicos
para as espécies de crocodilianos e quelônios que ocorrem no Rio Teles Pires Essa
necessidade torna-se ainda mais evidente durante a fase pré-enchimento, a fim de
produzir dados mais robustos para comparações futuras com o período de pós-
enchimento do reservatório. Desta forma, sugere-se um esforço direcionado
especificamente a estes dois grupos.
Por meio do método de EO foram registradas duas espécies de serpentes para a ADA,
ambas ainda não registradas nas campanhas de monitoramento. Foram elas
Hydrodinastes gigas e Xenodon merremii.
FOTO 5 – ADULTO DE Xenodon merremi REGISTRADO PELO MÉTODO DE EO
FONTE: RAFAEL L. BALESTRIN, 2012
21
Com a soma dos resultados obtidos por todos os métodos, foram registrados 48
espécimes de 11 espécies da herpetofauna na parcela ADA (Tabela 4). Do total de
espécies registradas, quatro corresponderam a anuros, três espécies de lagartos, duas
espécie de serpentes e duas espécie de jacarés. O índice de diversidade de Shannon-
Wiener foi de SW = 1,28.
TABELA 4 – ESPÉCIES DE ANUROS E RÉPTEIS REGISTRADOS NA PARCELA DE ADA (RESERVATÓRIO) DURANTE A SÉTIMA CAMPANHA
Táxon Espécie Nome poplular Método
AMPHIBIA
ANURA
Bufonidae Rhinella margaritifera Sapo PSLT Hylidae Hypsiboas boans Perereca PALT
Osteocephalus leprieuriii Perereca PSLT
Leptodactylidae Leptodactylus hylaedactyla Razinha PSLT
REPTILIA
SQUAMATA Iphisa elegans AQ
Mabuia nigopunctata AQ
Kentropix calcarata PSLT
CROCODiLIA
Alligatorydae Caiman crocodylus jacaré PALT
Paleosuchus trigonatus Jacaré-coroa PALT
4.1.5 Parcela 3 – Área de Influência Indireta (AII, controle)
4.1.5.1 Armadilhas de Interceptação e Queda (Pitfall Traps with Drift
Fences) (AIQ)
Não foram registrados espécimes nas AIQ da AII. Em comparação com a campanha 3,
realizada em período equivalente do ano de 2011, também observou-se uma baixa
abundância de espécimes capturados. No geral, as armadilhas de queda,
independentemente da parcela amostrada, registraram uma baixa diversidade e
abundância de espécimes e espécies, menor ainda do que aquelas observadas em
julho de 2011, provavelmente em virtude das baixas temperaturas registras durante a
22
atual campanha o que, provavelmente, implicou em uma menor mobilidade por parte
da herpetofauna.
4.1.5.2 Procura Sistematizada Limitada por Tempo (PSLT)
Por meio deste método foram registrados apenas cinco exemplares da espécie
Leptodactylus hylaedactyla. A taxa de captura foi de 0,28 espécies/hora/homem ou o
equivalente a, aproximadamente, quatro espécies capturados a cada hora de
amostragem. No período equivalente do ano de 2011 foram registrados dados muito
semelhantes, quando apenas a espécie Leptodactylus hylaedactyla foi registrada em
uma taxa de captura de 1,66 espécime/hora/homem.
4.1.5.3 Amostragem em sítio de reprodução (ASR)
Não foi registrada nenhuma espécie nos sítios reprodutivos da AII.
4.1.5.4 Registros não sistematizados
O método de PALT registrou dez espécimes de cinco espécies, três espécies de anuros
(Hypsiboas boans, Osteocephalus leprieurii e Leptodactylus hylaedactyla), a serpente
Thaeniophalus sp. e o lagarto Cnemidophorus sp. (Tabela 5). As espécies de serpente
e lagarto foram registradas pela primeira vez nas campanhas de monitoramento,
ambas em uma área de Cerrado na AII.
Vale destacar dois registros realizados por meio de encontros ocasionais. Mais uma
vez foi registrado um exemplar da serpente Lachesis muta (Foto 6) termorregulando
junto à cerca-guia das armadilhas de queda. A área da AII tem se revelado muito
produtiva quanto à ocorrência desta espécie chave. Além desta espécie, foi registrado
o anuro Phyllomedusa vailant cruzando a trilha no chão da floresta, durante a noite.
Vale destacar que todos os exemplares desta espécie registrados na AII foram
encontradas perambulando pelo solo da floresta, o que sugere que há um sítio
reprodutivo desta espécie pelas proximidades, mas ainda não encontrado.
23
FOTO 6 – FÊMEA ADULTA DE Lachesis muta REGISTRADA PELO MÉTODO DE EO
FONTE: RAFAEL L. BALESTRIN, 2012
Com a soma dos resultados obtidos por meio de todos os métodos de amostragem,
foram registrados 17 exemplares de sete espécies, sendo quatro espécies de anuros,
duas espécies de serpentes e uma espécie de lagarto. O índice de diversidade de
Shannon-Wiener foi de SW = 1,65.
TABELA 5 – ESPÉCIES DE ANUROS E RÉPTEIS REGISTRADOS NA PARCELA DE AII, DURANTE A SÉTIMA CAMPANHA
Táxon Espécie Nome poplular Método
AMPHIBIA
ANURA
Hylidae Hypsiboas geographicus Perereca PALT Osteocephalus leprieurii. Perereca PALT
Phyllomedusa vailant Perereca-macaco EO
Leptodactylidae Leptodactylus hylaedactyla Rãzinha PSLT, PALT
REPTILIA
SQUAMATA
Teiidae Cnemidophorus sp. Calango PALT
Colubridae Taeniophalus sp. Corredeira PALT
Viperidae Lachesis muta* Pico-de-jaca EO
24
4.1.6 Espécies endêmicas, raras ou não descritas
Deve-se atenção especial à serpente pico-de-jaca ou surucucu (Lachesis muta),
frequentemente encontrada nos fragmentos de mata da área-controle. Ainda vale
destacar aquelas espécies ubiquitárias que podem corresponder à complexos de
espécies. Além daquelas mencionadas em outras campanhas, destacam-se, também,
as espécies do gênero Cnemidophorus.
4.1.7 Espécies procuradas para caça
Até o momento, pelo menos cinco espécies que compõem a herpetofauna da região
estudada podem sofrer pressão de caça: a rã Leptodactylus labirinticus, os jacarés
Caiman crocodilus e Paleosuchus trigonatus, o jabuti Chelonoides denticulatae e o
lagarto Tupinambis sp. Mesmo não representando animais utilizados na caça de
subsistência, serpentes são alvos frequentes da população, provavelmente, por serem
animais estigmatizados desde o gênesis. Desta forma, representam animais de
interesse sempre que existir sobreposição de ocorrência com intensa atividade
humana.
4.1.8 Espécies de interesse econômico
Deve-se dar atenção especial para as espécies citadas nos itens “Espécies procuradas
para caça” e “Espécies de interesse veterinário” por representarem animais que fazem
parte da dieta dos moradores locais e que infringem acidentes ofídicos, o que afeta
diretamente a força de trabalho humano, possuindo assim viés econômico.
4.1.9 Espécies de interesse científico
Como já mencionado, devido a escassez de estudos realizados na região, as
taxocenoses de répteis e anfíbios são de inquestionável relevância para a ciência.
4.1.10 Espécies de interesse médico-veterinário
Das espécies com ocorrência confirmada e prevista para a área, oito serpentes (as
jararacas, Bothrops atrox, Bothrops moojeni e Bothropoides taeniatus; Lachesis muta;
e as corais Micrurus sp., Micrurus lemniscatus, Micrurus paranaensis e Micrurus
25
surinamensis) são consideradas de interesse médico-veterinário, por ocasionarem
acidentes ofídicos envolvendo humanos e animais de criação.
Além das serpentes, existem algumas espécies de sapos venenosos (Rhinella cf.
schneideri, R. margaritifera, Rhaebo guttatus) que podem ocasionar intoxicação em
animais domésticos, como cães e gatos, caso sejam abocanhados e/ou ingeridos.
4.1.11 Espécies indicadoras de qualidade ambiental
Como já descrito, anfíbios são excelentes bioindicadores ambientais, além de
desempenharem importante função na dinâmica entre os ecossistemas. Entretanto,
segundo Dufrêne & Legendre (1997), uma boa espécie bioindicadora necessita
apresentar alta abundância e frequência de ocorrência em determinada área. Neste
sentido, espécies de encontro ocasional (e.g. serpentes), ou que ocorrem em baixa
abundância nas áreas amostradas não possuem valor como bioindicadores, apesar de
poder ser afetadas por impactos ambientais decorrentes da implantação e
funcionamento da UHE Colíder. Espécies que ocorrem habitualmente às margens do
Rio Teles Pires seriam bons modelos para tentar estabelecer comparações entre os
momentos pré e pós-enchimento do reservatório. Destas, destacariam-se Hypsiboas
boans (extremamente frequente na vegetação arbustiva ripária do Rio Teles Pires),
Leptodactylus rhodomistax e algumas espécies de sapos que parecem utilizar as
partes alagadas do rio para a reprodução (e.g. Rhinella margaritifera e Rhaebo
guttatus).
Por ser de fácil visualização e captura, além de ocuparem posição ápice na cadeia
alimentar (exigindo assim uma oferta alimentar que sustente suas populações), o
jacaré Paleosuchus trigonatus poderá funcionar como excelente bioindicador de
primitividade dos ecossistemas ou, por outro lado, de diferentes níveis de alteração
ambiental ao longo do processo de implantação da usina hidrelétrica de Colíder. No
entanto, sugere-se a elaboração de projetos que atendam especialmente esta espécie,
assim como projetos direcionados à fauna de quelônios da região.
4.1.12 Riqueza e abundância
Como esperado, por ocasião da estação seca, a atividade das espécies da
herpetofauna apresentou significativa redução em comparação com a campanha
anterior (abril/2012), implicando em valores baixos de riqueza e abundância das
26
espécies. Mesmo quando estes valores são comparados com aqueles obtidos no
período equivalente do ano de 2011 (campanha 3) são bastante baixos, o que poderia
ser explicado, pelo menos em partes, pelas baixas temperaturas ambientais,
consequentes de uma frente fria que se instalou no estado no momento das
amostragens. (Tabela 6). A junção do período seco com as baixas temperaturas
ambientais, provavelmente, explicariam a baixa riqueza e abundâncias observadas.
TABELA 6 – ÍNDICES DE RIQUEZA E DIVERSIDADE OBTIDOS PARA HERPETOFAUNA, POR PARCELA AMOSTRAL
Parcela
Método
Riqueza (espécies) Taxa de captura (espécimes/hora/homem) Diversidade
(SW) AIQ PSLT ASR AIQ PSLT ASR
AID (1) 8 8 11 0,05 1,5 16,5 2,29
AID (2) 4 4 9 0,05 1,5 11,33 2,03
AID (3) 3 5 4 0,02 0,8 0,5 2,08
AID (4) - - - - - - -
AID (5) 4 4 9 0,04 0,28 26 2,27
AID (6) 10 3 5 0,24 0,67 4,5 2,28
AID (7) 2 4 - 0,03 0,33 - 1,76
ADA (1) 5 8 2 0,11 0,94 1,08 2,19
ADA (2) 8 12 2 0,20 2,5 3,50 1,88
ADA (3) 4 6 5 0,03 3,1 6,17 2,08
ADA (4) - - - - - - -
ADA (5) 4 10 6 0,27 1,28 4,3 1,84
ADA (6) 6 6 1 0,09 1,33 0,02 2,40
AID (7) 3 4 - 0,02 0,28 - 1,28
AII (1) 5 6 7 0,09 0,38 2,66 2,39
AII (2) - 2 8 - 1,16 5,5 1,67
AII (3) 4 1 3 0,04 1,6 6,5 1,79
AII (4) - - - - - - -
AII (5) 2 3 8 0,01 0,28 14,8 2,09
AII (6) 1 3 6 0,05 0,17 3,5 2,41
AII (7) - 1 - - 0,06 -
Nota: Em negrito os resultados obtidos entre os períodos equivalentes da terceira e sétima campanhas. AID = canteiro de obras, ADA = reservatório e AII = área controle; método sistematizado: AIQ = armadilhas de interceptação e queda, PSLT = procura sistematizada limitada por tempo e ASR = amostragens em sítio reprodutivo e diversidade (SW = índice de Shannon-Wiener); (1) = primeira campanha, (2) = segunda campanha, (3) = terceira campanha, (4) = quarta campanha, (5) = quinta campanha, (6) sexta campanha, (7) sétima campanha.
27
4.1.13 Similaridade entre as parcelas de amostragem durante a
sétima campanha
Nesta sétima campanha, a análise de Cluster separou ao nível de similaridade de,
aproximadamente, 33% as parcelas em dois grupos. Dos grupos formados, o que
apresentou maior índice de similaridade está unido no nível de, aproximadamente
47% e constituído pelas parcelas ADA e AID. A parcela da AII está separada em um
grupo a parte (Figura 5).
FIGURA 5 – ANÁLISE DE SIMILARIDADE (BRAY-CURTIS) PARA A HERPETOFAUNA REGISTRADA POR MEIO DOS MÉTODOS APLICADOS NAS PARCELAS DE INTERESSE (ADI, ADA E AII) DURANTE A SÉTIMA CAMPANHA
Em comparação com a campanha 3, realizada em um período equivalente do ano de
2011, pode-se observar que a análise de Cluster (Figura 6) arranjou as parcelas de
forma semelhante, porém com menor similaridade entre os grupos. Naquela
oportunidade, a análise de Cluster separou ao nível de similaridade de,
aproximadamente, 9% as parcelas em dois grupos. Destes, o agrupamento que
apresentou o maior índice de similaridade esteve unido no nível de,
aproximadamente, 28% e constituido, também, pelas parcelas ADA e AID. A parcela
de AII esteve separada em um grupo à parte. Naquela campanha, as parcelas
estabeleceram similaridade com valores bastante baixos, o que poderia estar
refletindo a baixa diversidade amostrada naquele momento.
28
FIGURA 6 – ANÁLISE DE SIMILARIDADE (BRAY-CURTIS) PARA A HERPETOFAUNA REGISTRADA POR MEIO DOS MÉTODOS APLICADOS NAS PARCELAS DE INTERESSE (AID, ADA E AII) DURANTE A TERCEIRA CAMPANHA
4.1.14 Suficiência amostral
A curva de suficiência amostral foi elaborada com base apenas nos registros obtidos
através dos métodos sistematizados aplicados nas parcelas de amostragem. Até o
momento estes métodos registraram um total de 61 espécies. A curva de suficiência
amostral continua em formato ascendente, indicando que o número de espécies da
herpetofauna, nas parcelas de interesse, é superior ao registrado pelos métodos
sistematizados até o momento (Gráfico 1). Este fato pode ser confirmado pelas
espécies registradas, exclusivamente, pelos métodos não sistematizados. O estimador
de riqueza Jacknife projetou um total de, aproximadamente, 77 espécies (SD = 3,55)
para as parcelas até o momento. Em comparação com a riqueza observada (61
espécies), pode-se afirmar que os métodos sistematizados aplicados amostraram,
aproximadamente, 79% do total de espécies estimadas para as parcelas até o
momento.
29
GRÁFICO 1 – CURVA DO COLETOR ALEATORIZADA (500 RANDOMIZAÇÕES), CONSTRUÍDA COM BASE NA HERPETOFAUNA REGISTRADA PELOS MÉTODOS SISTEMATIZADOS APLICADOS NAS PARCELAS DE INTERESSE (ADA, AID, AII) DURANTE AS SETE CAMPANHAS
No Gráfico 1, a primeira campanha corresponde aos dias 1 a 6, a segunda campanha
aos dias 7 a 12, a terceira campanha aos dias 8 a 18, a quinta campanha aos dias 19
a 24, a sexta campanha aos dias 25 a 30, e a sétima campanha aos dias 31 a 36. A
quarta campanha foi interrompida logo no início das atividades e não está
contabilizada na análise. A linha contínua representa a curva média e as linhas
pontilhadas representam os intervalos de confiança (95%).
4.1.15 Considerações finais
Os resultados obtidos parecem de acordo com o esperado para o período seco. No
entanto, associado à sazonalidade imposta pelo regime de chuvas na atividade das
espécies, também deve-se considerar outros fatores ecológicos que, de forma mais
restrita, podem promover variações na atividade e, consequentemente, nos valores
observados de riqueza e abundância das espécies (Carvalho, 2008). Por exemplo, as
baixas temperaturas observadas nesta campanha, certamente contribuíram com a
baixa riqueza e abundâncias registradas para as espécies da herpetofauna. Isso pode
ser sugerido com base nos resultados obtidos através da metodologia de coleta
passiva, as AIQs, que produziu resultados abaixo do esperado, provavelmente em
função da baixa mobilidade das espécies por ocasião da baixa temperatura
ambiental. Esta redução da atividade foi diretamente foi observada em algumas
30
espécies, como por exemplo, Hypsiboas boans ao longo das margens do Rio Teles
Pires na ADA. A espécie estava em plena atividade de vocalização antes da variação
da temperatura. Após a entrada da frente fria, esta atividade foi reduzida
drasticamente, retornando aos padrões originais somente após a passagem da frente
fria, com a regulação da temperatura.
No geral, até o presente momento, foram registradas durante o monitoramento 41
espécies de anfíbios anuros, 30 espécies de serpentes, 11 espécies de lagartos, três
espécies de quelônios e duas espécies de crocodilianos, totalizando 87 espécies da
herpetofauna. No entanto, tanto a curva de suficiência amostral quanto o estimador
de riqueza Jacknife sugerem que o número de espécies nas parcelas de amostragem
seja superior ao observado até o momento, o que pode ser comprovado pelas
espécies registradas no resgate de fauna que ainda não compõem a lista de riqueza
do monitoramento de fauna.
31
4.1 AVIFAUNA
4.1.1 Procedimentos Metodológicos
4.1.1.1 Identificação das Espécies
A identificação das espécies de aves ocorreu basicamente por meio de três métodos
distintos, descritos a seguir:
Registro Visual (Observação Direta)
Durante todo o período de permanência na área de estudo houve contatos visuais
com elementos da avifauna. Todos os táxons foram identificados até o nível de
espécie após observação de caracteres de diagnose específicos de cada ave.
Equipamentos ópticos foram utilizados para a correta identificação, como binóculos
8x42 mm e lunetas 30x60 mm.
Registro Auditivo (Bioacústico)
O registro auditivo consiste no reconhecimento das emissões vocais das espécies em
questão. Cada espécie de ave possui vocalizações exclusivas e a experiência dos
pesquisadores permite sua correta identificação. Para gravar espécies importantes
localmente ou mesmo para solucionar alguma eventual dúvida auditiva, foram
utilizados equipamentos profissionais de gravação: dois gravadores Olympus Digital
Recorder LS-10 e um gravador Sony TCM-5000, além de três microfones Sennheiser
ME-66. As gravações foram armazenadas em acervo particular dos pesquisadores, e
em caso de dúvidas a respeito de emissões vocais não conhecidas, os arquivos serão
analisados em laboratório e comparados com gravações semelhantes. As gravações
serão editadas em softwares específicos e sonogramas serão obtidos utilizando-se
softwares de edição de áudio.
A técnica do playback foi utilizada para se obter uma melhor visualização de aves
crípticas, ou mesmo registrá-las fotograficamente. Para tanto foram utilizadas
prioritariamente vocalizações gravadas na área de estudo. Além disso, a mesma
técnica foi utilizada para a verificação da presença de algumas espécies esperadas
para a região, conforme análise dos hábitats disponíveis. Para tanto, gravações de
32
outras localidades foram tocadas em hábitats propícios à detecção de cada espécie-
alvo. Para aplicar a técnica de playback foram utilizados aparelhos para a reprodução
de arquivos sonoros contendo bancos de dados dos próprios pesquisadores e
amplificadores portáteis de alta qualidade.
Registro por Captura
Algumas espécies de aves somente foram registradas por meio de capturas em redes
de neblina. Este método é eficiente para espécies crípticas que habitam o sub-bosque
da floresta, pois podem passar despercebidas durante as contagens nos pontos fixos
ou durante os deslocamentos pelas transecções devido ao hábito ou por não estarem
em atividade vocal.
4.1.1.2 Avaliações Quantitativas
As avaliações quantitativas foram realizadas utilizando dois métodos distintos:
anilhamento e contagens em pontos de escuta. Abaixo serão descritos os dois
métodos.
Anilhamento (Captura/Marcação)
Foram instaladas 12 redes de neblina (12 x 3 m; malha 15 e 20 mm) em cada uma
das três áreas amostrais (canteiro de obras, reservatório e área controle). Foram
despendidos dois dias inteiros de rede em cada área, ou seja, duas manhãs e duas
tardes. As redes foram abertas ao amanhecer, permanecendo em funcionamento até
o horário mais quente do dia, sendo reabertas no meio da tarde e mantidas em
funcionamento até anoitecer. As revisões foram efetuadas a cada 30 minutos. Foram
despendidos três dias adicionais apenas para remoção e instalação das redes nas
demais áreas amostrais para que o horário de maior movimentação das aves não
fosse prejudicado pela atividade de instalação dos petrechos de captura.
Todos os indivíduos capturados foram acondicionados em sacos de pano para
posterior marcação com anilhas metálicas coloridas e numeradas. Foram anotadas em
ficha de campo as seguintes informações: local de captura (parcela amostral),
espécie, sexo, faixa etária, massa corpórea, medidas morfométricas (cúlmen exposto,
comprimento do tarso, asa, cauda e total), presença de muda de penas (rêmiges
primárias, rêmiges secundárias, retrizes e tetrizes), presença de placa de incubação,
33
ectoparasitas e anomalias. Após o anilhamento, todas as aves foram fotografas e
soltas no local onde foram capturadas.
A taxa de captura equivale ao número de capturas para cada 100 horas-rede (número
de capturas*100 / esforço de horas-rede). A taxa de captura total indica o valor geral
para as três áreas amostrais e foi calculada a partir do número total de capturas, sem
distinção de local.
Pontos de Escuta
Com o objetivo de se obter dados quantitativos adicionais aos obtidos com capturas e
marcação, foi utilizado o método de censos em pontos fixos, proposto por Blondel et
al. (1970), adaptado por por Viellard & Silva (1990) e Bibby (1992). Os censos em
pontos fixos foram conduzidos nas três áreas amostrais. Em cada área foi aberta uma
picada de 2 km de comprimento onde foram estabelecidos seis pontos de contagem. A
distância entre cada ponto foi de no mínimo 300 m para garantir a independência
amostral. As contagens foram conduzidas apenas pela manhã, pois o período da tarde
apresenta baixa movimentação de aves, dando a falsa impressão dos táxons não
estarem presentes. O tempo de duração em cada ponto de escuta foi de 15 minutos.
O raio de detecção estipulado foi de 150 m de cada lado da linha central.
Os dados obtidos com este método foram apresentados pelo Índice Pontual de
Abundância (IPA). O IPA de cada espécie foi obtido dividindo-se o número de contatos
de cada espécie pelo número de amostras, sendo, portanto, um valor médio de
contatos de determinada espécie por ponto de amostragem. Este valor indica a
abundância de cada espécie em função de seu coeficiente de detecção naquele
período do ano.
As contagens tiveram início ao amanhecer, prosseguindo até as 11:00 h. Qualquer
espécie da avifauna identificada visual e/ou auditivamente em cada ponto foi
considerada. Um cuidado adicional com o deslocamento de cada ave foi tomado para
se evitar sobrecontagens. Espécies coloniais ou que se reúnem para rituais de corte
(comportamento de lek) foram registradas como um único contato.
A localização de cada ponto de contagem pode ser conferida nos croquis das áreas
amostrais, apresentados no item 3.1 (Figura 2, Figura 3, Figura 4).
34
Cabe ressaltar que foram despendidos outros dois dias de amostragem apenas para
coleta de dados não-sistematizados. Este método é muito eficiente, pois propicia a
amostragem de locais de interesse, com dedicação total à busca de espécies
importantes para o estudo, sem a preocupação de desconsiderar dados ou hábitats
importantes para ficar restrito apenas aos métodos descritos acima.
4.1.1.3 Análise dos Dados
Após a obtenção dos dados em campo, foram feitas algumas análises para efeito
comparativo com as fases subsequentes. Abaixo são descritas as análises
consideradas.
Curva do Coletor
As curvas de acumulação de espécies ou curvas do coletor são um bom procedimento
para avaliar o quanto um inventário se aproxima de identificar todas as espécies
esperadas para a área de estudo. A curva formada exibe o seguinte padrão: uma
curva inicialmente ascendente, de crescimento acelerado, que prossegue cada vez
mais devagar de acordo com o aumento do esforço amostral, até formar um platô ou
assíntota (Martins & Santos, 1999). Quando a curva se estabiliza (ponto assintótico),
grande parte da riqueza total da área foi amostrada (Santos, 2004).
Similaridade entre as áreas amostrais
A análise de Cluster foi utilizada para comparar a riqueza de espécies entre as três
áreas amostrais, através do índice de similaridade de Bray-Curtis (Krebs, 1989),
usando o modo de agrupamento Group Average, o qual permite maximizar a
correlação entre as amostras. Os dados foram compilados em uma matriz de presença
ausência e os dendrogramas propostos foram elaborados através do pacote estatístico
Primer V5 (Clarke & Gorley, 2001).
O índice de similaridade entre as áreas pode variar entre 0 e 100%. Quanto maior for
o valor percentual obtido com a análise de similaridade, mais semelhantes são as
áreas comparadas.
35
4.1.2 Riqueza de espécies
Durante a sétima fase de campo do monitoramento pré-enchimento da avifauna na
área prevista para a UHE Colíder foram registradas, no total, 260 espécies. Este valor
é muito semelhante aos observados nas campanhas anteriores (259 espécies na sexta
fase e 264 espécies na quinta). Com as informações obtidas, foram acrescentadas 20
espécies à lista de aves, totalizando uma riqueza de 425 táxons (424 espécies e duas
subespécies de uma mesma espécie) para as sete primeiras fases de campo. Com os
resultados obtidos até então, 68.2% de toda a avifauna esperada para a região já foi
registrada.
A Tabela 7 apresenta todos os táxons esperados para a região norte do estado de
Mato Grosso, conforme pesquisa bibliográfica realizada. Nesta mesma tabela podem
ser consultados todas as espécies registradas durante as sete primeiras fases, (com a
indicação da área amostral onde cada uma foi encontrada), a indicação dos dados
citados no EIA e quais das espécies são endêmicas do Brasil.
36
TABELA 7 – LISTA DAS ESPÉCIES ESPERADAS PARA A ÁREA DE INFLUÊNCIA DA UHE COLÍDER, COM A INDICAÇÃO DAS ESPÉCIES REGISTRADAS NAS SETE PRIMEIRAS FASES DE CAMPO, E AQUELAS CITADAS NO EIA DO PRESENTE EMPREENDIMENTO
Táxon Nome em Português Canteiro Reservatório Controle Entorno EIA
Struthioniformes
Rheidae
Rhea americana (Linnaeus, 1758) ema
Tinamiformes Tinamidae
Tinamus tao Temminck, 1815 azulona 7 3,7 3,4,5,6,7
Tinamus major (Gmelin, 1789) inhambu-de-cabeça-vermelha
Tinamus guttatus Pelzeln, 1863 inhambu-galinha 7 5,6 X
Crypturellus cinereus (Gmelin, 1789) inhambu-preto 1,2 1,6 3
X
Crypturellus soui (Hermann, 1783) tururim 1,2,3,5,7 3 3,7
X
Crypturellus obsoletus (Temminck, 1815) inhambuguaçu 1,2,3,5,6,7 1 1,2,3,4,5
Crypturellus undulatus (Temminck, 1815) jaó X
Crypturellus strigulosus (Temminck, 1815) inhambu-relógio 1,2,5,6,7 1,5,6,7 1,2,3,4,5,6,7
Crypturellus variegatus (Gmelin, 1789) inhambu-anhangá 1 3 5
Crypturellus parvirostris (Wagler, 1827) inhambu-chororó 5
2,5,6,7 X
Crypturellus tataupa (Temminck, 1815) inhambu-chintã 1,2,3,5,6 3 6 Rhynchotus rufescens (Temminck, 1815) perdiz
Nothura maculosa (Temminck, 1815) codorna-amarela
3
Taoniscus nanus (Temminck, 1815) inhambu-carapé
Anseriformes
Anhimidae
Anhima cornuta (Linnaeus, 1766) anhuma
Anatidae
37
Táxon Nome em Português Canteiro Reservatório Controle Entorno EIA
Dendrocygninae Reichenbach, 1850 Dendrocygna bicolor (Vieillot, 1816) marreca-caneleira
Dendrocygna viduata (Linnaeus, 1766) irerê
Dendrocygna autumnalis (Linnaeus, 1758) asa-branca
3
Anatinae
Cairina moschata (Linnaeus, 1758) pato-do-mato
5
7
Sarkidiornis sylvicola Ihering & Ihering, 1907 pato-de-crista
Amazonetta brasiliensis (Gmelin, 1789) pé-vermelho
1,5
Galliformes Cracidae
Ortalis guttata (Spix, 1825) aracuã
Ortalis motmot (Linnaeus, 1766) aracuã-pequeno
Penelope superciliaris Temminck, 1815 jacupemba X
Penelope jacquacu Spix, 1825 jacu-de-spix 1,3,6,7 1,2,3,5,6 1,2,4,5
X
Aburria cujubi (Pelzeln, 1858) cujubi 3,5,6 1,2,3,6,7
X
Pauxi tuberosa (Spix, 1825) mutum-cavalo
2,3,6,7
X
Crax fasciolata Spix, 1825 mutum-de-penacho 3,7 X
Odontophoridae
Odontophorus gujanensis (Gmelin, 1789) uru-corcovado
6 2,3,5,7 6 X
Podicipediformes
Podicipedidae Tachybaptus dominicus (Linnaeus, 1766) mergulhão-pequeno
Podilymbus podiceps (Linnaeus, 1758) mergulhão-caçador
Ciconiiformes
Ciconiidae
38
Táxon Nome em Português Canteiro Reservatório Controle Entorno EIA
Jabiru mycteria (Lichtenstein, 1819) tuiuiú 3 Mycteria americana Linnaeus, 1758 cabeça-seca
3,7
3,7
Suliformes
Phalacrocoracidae
Phalacrocorax brasilianus (Gmelin, 1789) biguá 1,5,6,7
Anhingidae
Anhinga anhinga (Linnaeus, 1766) biguatinga 1,5 1,5,7
Pelecaniformes
Ardeidae Tigrisoma lineatum (Boddaert, 1783) socó-boi 1,6 3
Agamia agami (Gmelin, 1789) garça-da-mata
Cochlearius cochlearius (Linnaeus, 1766) arapapá
1,3,4
1
Zebrilus undulatus (Gmelin, 1789) socoí-zigue-zague 1 1,5 Ixobrychus exilis (Gmelin, 1789) socoí-vermelho
Nycticorax nycticorax (Linnaeus, 1758) savacu
Butorides striata (Linnaeus, 1758) socozinho 1 1,2,6
1,2,7
Bubulcus ibis (Linnaeus, 1758) garça-vaqueira 1 1,2,3,4,5,6,7
Ardea cocoi Linnaeus, 1766 garça-moura
3,6,7
Ardea alba Linnaeus, 1758 garça-branca-grande 1 1,5
1,2,4,5,7
Syrigma sibilatrix (Temminck, 1824) maria-faceira
Pilherodius pileatus (Boddaert, 1783) garça-real 1,5 2,3,4,5,7 1 Egretta thula (Molina, 1782) garça-branca-pequena 1 1,3,6
1
Threskiornithidae
Mesembrinibis cayennensis (Gmelin, 1789) coró-coró
5
Theristicus caudatus (Boddaert, 1783) curicaca
39
Táxon Nome em Português Canteiro Reservatório Controle Entorno EIA
Platalea ajaja Linnaeus, 1758 colhereiro Cathartiformes
Cathartidae
Cathartes aura (Linnaeus, 1758) urubu-de-cabeça-vermelha 1 1
1,5
Cathartes burrovianus Cassin, 1845 urubu-de-cabeça-amarela 1 1 1 1,7 X
Cathartes melambrotus Wetmore, 1964 urubu-da-mata 1,2,3,4,5,6,7 1,2,3,4,5,6,7 1,2,3,5,6,7 1,2,4,5,6,7 X
Coragyps atratus (Bechstein, 1793) urubu-de-cabeça-preta 1,2,4,5,6,7 1,5 1,5 1,2,4,5,6,7
Sarcoramphus papa (Linnaeus, 1758) urubu-rei 5 2,5,7 7 7 X
Accipitriformes Pandionidae
Pandion haliaetus (Linnaeus, 1758) águia-pescadora
Accipitridae
Leptodon cayanensis (Latham, 1790) gavião-de-cabeça-cinza 7
Chondrohierax uncinatus (Temminck, 1822) caracoleiro
Elanoides forficatus (Linnaeus, 1758) gavião-tesoura 2 3,7
X
Gampsonyx swainsonii Vigors, 1825 gaviãozinho
1,7 X
Elanus leucurus (Vieillot, 1818) gavião-peneira 2 Harpagus bidentatus (Latham, 1790) gavião-ripina
Accipiter poliogaster (Temminck, 1824) tauató-pintado
Accipiter superciliosus (Linnaeus, 1766) gavião-miudinho 3 6
Accipiter striatus Vieillot, 1808 gavião-miúdo Accipiter bicolor (Vieillot, 1817) gavião-bombachinha-grande
Ictinia mississippiensis (Wilson, 1811) sauveiro-do-norte 7
Ictinia plumbea (Gmelin, 1788) sovi
1
X
Busarellus nigricollis (Latham, 1790) gavião-belo
40
Táxon Nome em Português Canteiro Reservatório Controle Entorno EIA
Rostrhamus sociabilis (Vieillot, 1817) gavião-caramujeiro Geranospiza caerulescens (Vieillot, 1817) gavião-pernilongo
Heterospizias meridionalis (Latham, 1790) gavião-caboclo
Urubitinga urubitinga (Gmelin, 1788) gavião-preto
3
1,7
Rupornis magnirostris (Gmelin, 1788) gavião-carijó 1,5,6,7 1 1 1,2,3,4,5,6,7 X
Parabuteo unicinctus (Temminck, 1824) gavião-asa-de-telha
Geranoaetus albicaudatus (Vieillot, 1816) gavião-de-rabo-branco 1
1,3,4,5,7 X
Geranoaetus melanoleucus (Vieillot, 1819) águia-chilena
3
Pseudastur albicollis (Latham, 1790) gavião-branco 1,2,7 1 3 Leucopternis kuhli Bonaparte, 1850 gavião-vaqueiro
3,7
Buteo nitidus (Latham, 1790) gavião-pedrês 1,2,3,5,6 3
5,6 X
Buteo brachyurus Vieillot, 1816 gavião-de-cauda-curta 5
3 X
Buteo swainsoni Bonaparte, 1838 gavião-papa-gafanhoto X
Buteo albonotatus Kaup, 1847 gavião-de-rabo-barrado
Morphnus guianensis (Daudin, 1800) uiraçu-falso
Harpia harpyja (Linnaeus, 1758) gavião-real 7
Spizaetus tyrannus (Wied, 1820) gavião-pega-macaco 2 1,5,6 Spizaetus melanoleucus (Vieillot, 1816) gavião-pato 5
5,6 3
Spizaetus ornatus (Daudin, 1800) gavião-de-penacho
1,2,7
Falconiformes
Falconidae
Daptrius ater Vieillot, 1816 gavião-de-anta 1,5 1,2,3,5,6 7
X
Ibycter americanus (Boddaert, 1783) gralhão
X
Caracara plancus (Miller, 1777) caracará 1,5
3 1,3,4,5,6,7 X
Milvago chimachima (Vieillot, 1816) carrapateiro 1
41
Táxon Nome em Português Canteiro Reservatório Controle Entorno EIA
Herpetotheres cachinnans (Linnaeus, 1758) acauã 1,3,7 5,6 3,5 1,5,7 X
Micrastur ruficollis (Vieillot, 1817) falcão-caburé
7
X
Micrastur gilvicollis (Vieillot, 1817) falcão-mateiro
X
Micrastur mintoni Whittaker, 2002 falcão-críptico 1 2,3,6,7 3
Micrastur mirandollei (Schlegel, 1862) tanatau 7 2,5 Micrastur semitorquatus (Vieillot, 1817) falcão-relógio 2 3
3
Falco sparverius Linnaeus, 1758 quiriquiri 1,5,7
1,3,5,6
Falco rufigularis Daudin, 1800 cauré 1,2,3,4,5,6,7 1,2,3,4,5,6,7 2,3,4,5 3,4,5,7 X
Falco deiroleucus Temminck, 1825 falcão-de-peito-laranja X
Falco femoralis Temminck, 1822 falcão-de-coleira
5
Falco peregrinus Tunstall, 1771 falcão-peregrino
Eurypygiformes
Eurypygidae Eurypyga helias (Pallas, 1781) pavãozinho-do-pará 3 1,5,6
Gruiformes
Aramidae
Aramus guarauna (Linnaeus, 1766) carão 2
Psophiidae
Psophia viridis Spix, 1825 jacamim-de-costas-verdes
X
Rallidae
Aramides cajanea (Statius Muller, 1776) saracura-três-potes X
Amaurolimnas concolor (Gosse, 1847) saracura-lisa
Laterallus viridis (Statius Muller, 1776) sanã-castanha
5
Laterallus melanophaius (Vieillot, 1819) sanã-parda
Laterallus exilis (Temminck, 1831) sanã-do-capim 1,7
42
Táxon Nome em Português Canteiro Reservatório Controle Entorno EIA
Porzana albicollis (Vieillot, 1819) sanã-carijó 1 1 Neocrex erythrops (Sclater, 1867) turu-turu
Pardirallus nigricans (Vieillot, 1819) saracura-sanã
Gallinula galeata (Lichtenstein,1818) frango-d'água-comum
3
Porphyrio martinica (Linnaeus, 1766) frango-d'água-azul
Heliornithidae
Heliornis fulica (Boddaert, 1783) picaparra 5 3
Cariamiformes
Cariamidae Cariama cristata (Linnaeus, 1766) seriema
Charadriiformes
Charadriidae
Vanellus cayanus (Latham, 1790) batuíra-de-esporão Vanellus chilensis (Molina, 1782) quero-quero 1,2,3,4,5,6,7 5
1,2,3,4,5,6,7
Recurvirostridae
Himantopus mexicanus (Statius Muller, 1776) pernilongo-de-costas-negras
Scolopacidae
Gallinago paraguaiae (Vieillot, 1816) narceja
Gallinago undulata (Boddaert, 1783) narcejão
Actitis macularius (Linnaeus, 1766) maçarico-pintado
Tringa solitaria Wilson, 1813 maçarico-solitário Tringa melanoleuca (Gmelin, 1789) maçarico-grande-de-perna-amarela
Tringa flavipes (Gmelin, 1789) maçarico-de-perna-amarela
Jacanidae
Jacana jacana (Linnaeus, 1766) jaçanã 1,6,7
43
Táxon Nome em Português Canteiro Reservatório Controle Entorno EIA
Sternula superciliaris (Vieillot, 1819) trinta-réis-anão Phaetusa simplex (Gmelin, 1789) trinta-réis-grande
7
Rynchopidae
Rynchops niger Linnaeus, 1758 talha-mar
Columbiformes
Columbidae
Columbina minuta (Linnaeus, 1766) rolinha-de-asa-canela
Columbina talpacoti (Temminck, 1811) rolinha-roxa 1,3,4,5,6,7
1,2,3,4,5,6,7
Columbina squammata (Lesson, 1831) fogo-apagou 1,2 1,2,3,4,6,7 Columbina picui (Temminck, 1813) rolinha-picui
Claravis pretiosa (Ferrari-Perez, 1886) pararu-azul 2,3,7 3 3,6
X
Uropelia campestris (Spix, 1825) rolinha-vaqueira
Patagioenas speciosa (Gmelin, 1789) pomba-trocal 1,2,3,4,5,6,7 1,3,4,5,6,7 1,2,3,4,5,6,7 1,2,3,4,5,6,7 X
Patagioenas picazuro (Temminck, 1813) pombão 1,6
1,2,4,5,6,7 X
Patagioenas cayennensis (Bonnaterre, 1792) pomba-galega
X
Patagioenas plumbea (Vieillot, 1818) pomba-amargosa 1,2,3,4,5,6,7 1,3,4,5,6,7 1,2,3,4,5,6,7
Patagioenas subvinacea (Lawrence, 1868) pomba-botafogo 1,2,3,4,5,6,7 1,3,4,5,6,7 1,3,4,5,6,7 X
Zenaida auriculata (Des Murs, 1847) pomba-de-bando
Leptotila verreauxi Bonaparte, 1855 juriti-pupu
X
Leptotila rufaxilla (Richard & Bernard, 1792) juriti-gemedeira 1,2 1,3,5,6,7 1,3 1 X
Geotrygon violacea (Temminck, 1809) juriti-vermelha Geotrygon montana (Linnaeus, 1758) pariri 1,3 7
X
Psittaciformes
Psittacidae
Anodorhynchus hyacinthinus (Latham, 1790) arara-azul-grande
44
Táxon Nome em Português Canteiro Reservatório Controle Entorno EIA
Ara ararauna (Linnaeus, 1758) arara-canindé 1,3,4,5,6,7 5 1,2,3,5,6,7 X
Ara macao (Linnaeus, 1758) araracanga 1,2,3,4,5,6,7 3,5,6,7 5,6,7 1,2,3,4,5,6,7 X
Ara chloropterus Gray, 1859 arara-vermelha-grande 7
X
Ara severus (Linnaeus, 1758) maracanã-guaçu 1,2,3,4,5,6,7 3,4,5,6,7 3,5,6,7 1,2,4,5,6,7 X
Orthopsittaca manilata (Boddaert, 1783) maracanã-do-buriti 1,3,5 6,7 5 1,2,3,4,5,7 X
Primolius maracana (Vieillot, 1816) maracanã-verdadeira 2,5,6 6,7 3,7 3,4,5,6,7 X
Diopsittaca nobilis (Linnaeus, 1758) maracanã-pequena 1,2,3,4,5,6,7 3,6,7 2,5,6,7 1,2,4,5,6 X
Aratinga acuticaudata (Vieillot, 1818) aratinga-de-testa-azul
Aratinga leucophthalma (Statius Muller, 1776) periquitão-maracanã 1,2,3,5 6,7 2 2,3,4,5 X
Aratinga aurea (Gmelin, 1788) periquito-rei
Pyrrhura snethlageae Joseph & Bates, 2002 tiriba-do-madeira 1,2,3,4,5,6,7 3,5,7 2,3,4,5,6,7 1,3,5,6 X
Forpus xanthopterygius (Spix, 1824) tuim
Forpus modestus (Cabanis, 1848) tuim-de-bico-escuro 1,2 Brotogeris chiriri (Vieillot, 1818) periquito-de-encontro-amarelo 2,3,4,5,6,7 3 3,4,5 1,3,4,5,6,7
Brotogeris chrysoptera (Linnaeus, 1766) periquito-de-asa-dourada 1
1 X
Touit huetii (Temminck, 1830) apuim-de-asa-vermelha 6 6,7 3,5,6
Touit purpuratus (Gmelin, 1788) apuim-de-costas-azuis Pionites leucogaster (Kuhl, 1820) marianinha-de-cabeça-amarela 1,2,3 1,3,5,7 1,2,3,4,5,6,7
Pyrilia vulturina (Kuhl, 1820) curica-urubu
Pyrilia aurantiocephala (Gaban-Lima, Raposo &
Höfling, 2002) papagaio-de-cabeça-laranja
Pyrilia barrabandi (Kuhl, 1820) curica-de-bochecha-laranja 3,6,7 2,5,6 3,5,6
Alipiopsitta xanthops (Spix, 1824) papagaio-galego
Pionus menstruus (Linnaeus, 1766) maitaca-de-cabeça-azul 1,2,3,4,5,6,7 1,3,5,6,7 1,2,3,4,5,6,7 1,3,5,6,7 X
Amazona kawalli Grantsau & Camargo, 1989 papagaio-dos-garbes Amazona farinosa (Boddaert, 1783) papagaio-moleiro
X
45
Táxon Nome em Português Canteiro Reservatório Controle Entorno EIA
Amazona amazonica (Linnaeus, 1766) curica 5 X
Amazona ochrocephala (Gmelin, 1788) papagaio-campeiro 1,2,3,4,5,6,7 3 3,6,7 1,2,3,4,5,6,7 X
Amazona aestiva (Linnaeus, 1758) papagaio-verdadeiro
Deroptyus accipitrinus (Linnaeus, 1758) anacã 1,2,3,5,6,7 3,5,6,7 1,3,4,5
Opisthocomiformes Opisthocomidae
Opisthocomus hoazin (Statius Muller, 1776) cigana
Cuculiformes
Cuculidae Cuculinae
Coccycua minuta (Vieillot, 1817) chincoã-pequeno
Piaya cayana (Linnaeus, 1766) alma-de-gato 5,6,7 3,6,7 3
X
Piaya melanogaster (Vieillot, 1817) chincoã-de-bico-vermelho 1,2,5,6 1 1,3,5 Coccyzus melacoryphus Vieillot, 1817 papa-lagarta-acanelado
X
Crotophaginae
Crotophaga major Gmelin, 1788 anu-coroca 7 2,3
X
Crotophaga ani Linnaeus, 1758 anu-preto 1,2,5,6,7 1,2,3,4,5,6,7 Guira guira (Gmelin, 1788) anu-branco 1,5
1,2,3,4,5,6,7
Taperinae
Tapera naevia (Linnaeus, 1766) saci
Dromococcyx phasianellus (Spix, 1824) peixe-frito-verdadeiro Dromococcyx pavoninus Pelzeln, 1870 peixe-frito-pavonino 7
Neomorphinae
Neomorphus sp. jacu-estalo
Strigiformes
46
Táxon Nome em Português Canteiro Reservatório Controle Entorno EIA
Tytonidae Tyto alba (Scopoli, 1769) coruja-da-igreja 3,7
1,2
Strigidae
Megascops choliba (Vieillot, 1817) corujinha-orelhuda
1,4,5,6,7
Megascops usta (Sclater, 1858) corujinha-relógio 2,3,4,5,6,7 3,5,7 1,2,3,4,5,7 1,3 X
Lophostrix cristata (Daudin, 1800) coruja-de-crista 1,2,7 2,3,5
Pulsatrix perspicillata (Latham, 1790) murucututu
3
Bubo virginianus (Gmelin, 1788) jacurutu
Strix virgata (Cassin, 1849) coruja-do-mato Strix huhula Daudin, 1800 coruja-preta
Glaucidium hardyi Vielliard, 1990 caburé-da-amazônia 1
X
Glaucidium brasilianum (Gmelin, 1788) caburé 5
Athene cunicularia (Molina, 1782) coruja-buraqueira 3 1,2,3,4,5,7 Asio clamator (Vieillot, 1808) coruja-orelhuda
Asio stygius (Wagler, 1832) mocho-diabo
Caprimulgiformes
Nyctibiidae
Nyctibius grandis (Gmelin, 1789) mãe-da-lua-gigante 5 4
Nyctibius griseus (Gmelin, 1789) mãe-da-lua
3,7
X
Caprimulgidae
Nyctiphrynus ocellatus (Tschudi, 1844) bacurau-ocelado 2,3,5,6,7 3,7 1,2,3,4,5,7 Antrostomus sericocaudatus Cassin, 1849 bacurau-rabo-de-seda
Lurocalis semitorquatus (Gmelin, 1789) tuju 6,7
1
X
Hydropsalis leucopyga (Spix, 1825) bacurau-de-cauda-barrada
7
Hydropsalis nigrescens (Cabanis, 1848) bacurau-de-lajeado 1,7 3,5,7 3 4 X
47
Táxon Nome em Português Canteiro Reservatório Controle Entorno EIA
Hydropsalis albicollis (Gmelin, 1789) bacurau 1,2,3,4,5,6,7 1,3 1,2,3,4,5,6 1,2,3,5,6 X
Hydropsalis parvula (Gould, 1837) bacurau-chintã
3,7 3
Hydropsalis maculicauda (Lawrence, 1862) bacurau-de-rabo-maculado
Hydropsalis climacocerca (Tschudi, 1844) acurana
Hydropsalis torquata (Gmelin, 1789) bacurau-tesoura 3 3,6 Chordeiles pusillus Gould, 1861 bacurauzinho
Chordeiles nacunda (Vieillot, 1817) corucão
6
Chordeiles minor (Forster, 1771) bacurau-norte-americano
Chordeiles acutipennis (Hermann, 1783) bacurau-de-asa-fina
Chordeiles sp. bacurau
3
Apodiformes
Apodidae
Cypseloides fumigatus (Streubel, 1848) taperuçu-preto Cypseloides senex (Temminck, 1826) taperuçu-velho
Streptoprocne zonaris (Shaw, 1796) taperuçu-de-coleira-branca
Chaetura cinereiventris Sclater, 1862 andorinhão-de-sobre-cinzento
X
Chaetura egregia Todd, 1916 taperá-de-garganta-branca 1,2,6 Chaetura chapmani Hellmayr, 1907 andorinhão-de-chapman 6 1 2
Chaetura meridionalis Hellmayr, 1907 andorinhão-do-temporal
Chaetura brachyura (Jardine, 1846) andorinhão-de-rabo-curto 1,6
1 X
Tachornis squamata (Cassin, 1853) andorinhão-do-buriti 7 1,5 X
Panyptila cayennensis (Gmelin, 1789) andorinhão-estofador
7
Trochilidae
Phaethornithinae
Glaucis hirsutus (Gmelin, 1788) balança-rabo-de-bico-torto 3 2,6 3 3 X
48
Táxon Nome em Português Canteiro Reservatório Controle Entorno EIA
Threnetes leucurus (Linnaeus, 1766) balança-rabo-de-garganta-preta Phaethornis ruber (Linnaeus, 1758) rabo-branco-rubro 1,2,3,4,5,6,7 1,3,5,6,7 1,2,3,4,5,6,7
X
Phaethornis pretrei (Lesson & Delattre, 1839) rabo-branco-acanelado
Phaethornis superciliosus (Linnaeus, 1766) rabo-branco-de-bigodes
7
X
Phaethornis malaris (Nordmann, 1835) besourão-de-bico-grande 3 Trochilinae
Campylopterus largipennis (Boddaert, 1783) asa-de-sabre-cinza 3 1 2,3
X
Eupetomena macroura (Gmelin, 1788) beija-flor-tesoura
Florisuga mellivora (Linnaeus, 1758) beija-flor-azul-de-rabo-branco Anthracothorax nigricollis (Vieillot, 1817) beija-flor-de-veste-preta 3,7 3
3 X
Avocettula recurvirostris (Swainson, 1822) beija-flor-de-bico-virado
Lophornis chalybeus (Vieillot, 1822) topetinho-verde
Discosura langsdorffi (Temminck, 1821) rabo-de-espinho Thalurania furcata (Gmelin, 1788) beija-flor-tesoura-verde 1,4,5,6 1,3,5,7 2,4,5
X
Hylocharis sapphirina (Gmelin, 1788) beija-flor-safira
7
Hylocharis cyanus (Vieillot, 1818) beija-flor-roxo
6 2,3
Amazilia versicolor (Vieillot, 1818) beija-flor-de-banda-branca 3 2,3 3 Amazilia fimbriata (Gmelin, 1788) beija-flor-de-garganta-verde
Heliodoxa aurescens (Gould, 1846) beija-flor-estrela
3
Heliothryx auritus (Gmelin, 1788) beija-flor-de-bochecha-azul 1,6 1,5,7 5
X
Heliactin bilophus (Temminck, 1820) chifre-de-ouro Heliomaster longirostris (Audebert & Vieillot,
1801) bico-reto-cinzento 7
Calliphlox amethystina (Boddaert, 1783) estrelinha-ametista
Trogoniformes Trogonidae
49
Táxon Nome em Português Canteiro Reservatório Controle Entorno EIA
Trogon melanurus Swainson, 1838 surucuá-de-cauda-preta 1,2,3,4,5,6,7 3,5 1,2,3,4,5,7 Trogon viridis Linnaeus, 1766 surucuá-grande-de-barriga-amarela 1,2,3,5,6,7 1,2,3,5,6,7 2,3,4,5,6,7
X
Trogon ramonianus Deville & DesMurs, 1849 surucuá-violáceo 2,5,6,7 1,5 6
Trogon curucui Linnaeus, 1766 surucuá-de-barriga-vermelha 6,7
3
X
Trogon rufus Gmelin, 1788 surucuá-de-barriga-amarela 7 1 X
Trogon collaris Vieillot, 1817 surucuá-de-coleira 5,6,7 1,2,3,5,6,7
X
Pharomachrus pavoninus (Spix, 1824) surucuá-pavão
3
X
Coraciiformes
Alcedinidae Megaceryle torquata (Linnaeus, 1766) martim-pescador-grande 2 1,2,3,4,5,6,7
1,2
Chloroceryle amazona (Latham, 1790) martim-pescador-verde 2 1,2,3,4,5,6,7
1,2
Chloroceryle aenea (Pallas, 1764) martinho 2 5
X
Chloroceryle americana (Gmelin, 1788) martim-pescador-pequeno 6 1,2,3,4,5,6,7 Chloroceryle inda (Linnaeus, 1766) martim-pescador-da-mata
3,5
X
Momotidae
Electron platyrhynchum (Leadbeater, 1829) udu-de-bico-largo
3,5
Baryphthengus martii (Spix, 1824) juruva-ruiva Momotus momota (Linnaeus, 1766) udu-de-coroa-azul 1,2,3,4,5,6,7 6 6,7
X
Galbuliformes
Galbulidae
Brachygalba lugubris (Swainson, 1838) ariramba-preta 2 X
Galbula cyanicollis Cassin, 1851 ariramba-da-mata 1,7 3,6 1
Galbula ruficauda Cuvier, 1816 ariramba-de-cauda-ruiva
1,2,3,4,5,7
5,6 X
Galbula leucogastra Vieillot, 1817 ariramba-bronzeada 1,2,3,5,6,7
1
Galbula dea (Linnaeus, 1758) ariramba-do-paraíso 1,2,3,6,7 1 1,2,3 X
50
Táxon Nome em Português Canteiro Reservatório Controle Entorno EIA
Jacamerops aureus (Statius Muller, 1776) jacamaraçu 2,3,4,5,6,7 1,2,4,5,6,7 Bucconidae
Notharchus hyperrhynchus (Sclater, 1856) macuru-de-pescoço-branco 1,3 5 2,5,7
Notharchus ordii (Cassin, 1851) macuru-de-peito-marrom 2,3,7
1,2
Notharchus tectus (Boddaert, 1783) macuru-pintado 2,6,7 3,5,6,7 5
Bucco tamatia Gmelin, 1788 rapazinho-carijó
3,6
Bucco capensis Linnaeus, 1766 rapazinho-de-colar
1,7
Nystalus striolatus (Pelzeln, 1856) rapazinho-estriado 1,2,3,5,6,7
1,2,3,4,5
Nystalus chacuru (Vieillot, 1816) joão-bobo Nystalus maculatus (Gmelin, 1788) rapazinho-dos-velhos
Malacoptila rufa (Spix, 1824) barbudo-de-pescoço-ferrugem
1
Nonnula ruficapilla (Tschudi, 1844) freirinha-de-coroa-castanha 2,3
2,4,3,6
Monasa nigrifrons (Spix, 1824) chora-chuva-preto 1,2,5,7 1,2,3,4,5,6,7 3 X
Monasa morphoeus (Hahn & Küster, 1823) chora-chuva-de-cara-branca 1,2,5,6 5 1,2,3,4,5,6
Chelidoptera tenebrosa (Pallas, 1782) urubuzinho 1,5,6,7 1,2,3,4,5,6,7 1,5 1,5,6 X
Piciformes
Capitonidae Capito dayi Cherrie, 1916 capitão-de-cinta 1,5 2,5,6,7 1,2,3,4,5,6,7
Ramphastidae
Ramphastos toco Statius Muller, 1776 tucanuçu
Ramphastos tucanus Linnaeus, 1758 tucano-grande-de-papo-branco 1,2,3,4,5,6,7 1,2,3,4,5,6,7 1,2,3,4,5,6,7 X
Ramphastos vitellinus Lichtenstein, 1823 tucano-de-bico-preto 1,3,4,5,6,7 1,2,3,4,5,6,7 1,3,4,5,6
X
Selenidera gouldii (Natterer, 1837) saripoca-de-gould 1,3,5 1,2,3,6,7 1,2,3,5,6
Pteroglossus inscriptus Swainson, 1822 araçari-miudinho-de-bico-riscado 1,7 1 2,3 1 X
Pteroglossus bitorquatus Vigors, 1826 araçari-de-pescoço-vermelho 3,6,7 7 3,6 X
51
Táxon Nome em Português Canteiro Reservatório Controle Entorno EIA
Pteroglossus aracari (Linnaeus, 1758) araçari-de-bico-branco 7 X
Pteroglossus castanotis Gould, 1834 araçari-castanho 1,2,3,6,7 1,3 2,6 1,2,4,6 X
Pteroglossus beauharnaesii Wagler, 1832 araçari-mulato 2,3,5,6,7
1,4,5,6
Picidae
Picumnus aurifrons Pelzeln, 1870 pica-pau-anão-dourado 1,7 1,3,4 5 X
Picumnus albosquamatus d'Orbigny, 1840 pica-pau-anão-escamado
Melanerpes candidus (Otto, 1796) pica-pau-branco
1,3,4
Melanerpes cruentatus (Boddaert, 1783) benedito-de-testa-vermelha 1,2,3,4,5,6,7 1,3,4,5,6,7 1,2,3,4,5,6,7 1,3,5,6,7 X
Veniliornis affinis (Swainson, 1821) picapauzinho-avermelhado 1,2,3,5 1,2,3 2,3,4,5,7 X
Veniliornis passerinus (Linnaeus, 1766) picapauzinho-anão
Piculus flavigula (Boddaert, 1783) pica-pau-bufador 3,5,6,7 1,2,3,5,6 1,2,3,4,5,6
X
Piculus chrysochloros (Vieillot, 1818) pica-pau-dourado-escuro
5
Colaptes melanochloros (Gmelin, 1788) pica-pau-verde-barrado Colaptes campestris (Vieillot, 1818) pica-pau-do-campo
Celeus grammicus (Natterer & Malherbe, 1845) picapauzinho-chocolate
2,5
Celeus elegans (Statius Muller, 1776) pica-pau-chocolate
X
Celeus lugubris (Malherbe, 1851) pica-pau-louro Celeus flavus (Statius Muller, 1776) pica-pau-amarelo
2,3,7
X
Celeus torquatus (Boddaert, 1783) pica-pau-de-coleira
1
Dryocopus lineatus (Linnaeus, 1766) pica-pau-de-banda-branca 1,2,3,6,7
5 X
Campephilus rubricollis (Boddaert, 1783) pica-pau-de-barriga-vermelha 2,7 1,3,5,6,7 1,4,5 1,3 X
Campephilus melanoleucos (Gmelin, 1788) pica-pau-de-topete-vermelho
X
Passeriformes
Thamnophilidae
Myrmornithinae
52
Táxon Nome em Português Canteiro Reservatório Controle Entorno EIA
Myrmornis torquata (Boddaert, 1783) pinto-do-mato-carijó Pygiptila stellaris (Spix, 1825) choca-cantadora 2,3 1,2,3,4,5,6 1,2,4,5,6
Thamnophilinae
Microrhopias quixensis (Cornalia, 1849) ssp.
emiliae papa-formiga-de-bando
1,6
Microrhopias quixensis (Cornalia, 1849) ssp.
bicolor papa-formiga-de-bando 1 3,5 1 X
Myrmeciza hemimelaena Sclater, 1857 formigueiro-de-cauda-castanha 1,2,3,4,5,6,7 1,2,3,4,5,6,7 1,2,3,4,5,6,7 Myrmeciza atrothorax (Boddaert, 1783) formigueiro-de-peito-preto 1,2,3,6,7 1 1,3,4,5,6
Neoctantes niger (Pelzeln, 1859) choca-preta
Epinecrophylla leucophthalma (Pelzeln, 1868) choquinha-de-olho-branco 1,2,3,5 1,2,5,7 1,3,4,5,6,7
Epinecrophylla ornata (Sclater, 1853) choquinha-ornada 6 Myrmotherula brachyura (Hermann, 1783) choquinha-miúda 1,2,3,5,6,7 1,2,3,4,5,6,7 1,2,3,4,5,6,7 X
Myrmotherula sclateri Snethlage, 1912 choquinha-de-garganta-amarela 1,2,3,4,5,6,7 1,2,3,4,5,6,7 1,2,3,4,5,6,7
Myrmotherula multostriata Sclater, 1858 choquinha-estriada-da-amazônia 1,2,3,4,5,7 1,2,3,4,5,6,7
Myrmotherula hauxwelli (Sclater, 1857) choquinha-de-garganta-clara 5,7 1,2,5,6,7 5 Myrmotherula axillaris (Vieillot, 1817) choquinha-de-flanco-branco 1,2,3,4,5,6,7 1,2,3,4,5,6,7 2,3,5,6 X
Myrmotherula longipennis Pelzeln, 1868 choquinha-de-asa-comprida 1 1
X
Myrmotherula menetriesii (d'Orbigny, 1837) choquinha-de-garganta-cinza 5 1,2,5 5,6
Formicivora grisea (Boddaert, 1783) papa-formiga-pardo 1,3,5 3,6 2,5,6 Formicivora rufa (Wied, 1831) papa-formiga-vermelho
Thamnomanes saturninus (Pelzeln, 1878) uirapuru-selado
Thamnomanes caesius (Temminck, 1820) ipecuá 1,2,7 1,2,3,5 1,3,5,6,7
X
Dichrozona cincta (Pelzeln, 1868) tovaquinha Megastictus margaritatus (Sclater, 1855) choca-pintada Herpsilochmus longirostris Pelzeln, 1868 chorozinho-de-bico-comprido
X
53
Táxon Nome em Português Canteiro Reservatório Controle Entorno EIA
Herpsilochmus rufimarginatus (Temminck, 1822)
chorozinho-de-asa-vermelha 1,2,3,4,5,6 1,2,3,4,5,6,7 1
Sakesphorus luctuosus (Lichtenstein, 1823) choca-d'água 2,5,7 1,2,3,4,5,6,7
X
Thamnophilus doliatus (Linnaeus, 1764) choca-barrada 6
2,3,5,6,7
Thamnophilus palliatus (Lichtenstein, 1823) choca-listrada 1,5 1,2,3,4,5,6,7 X
Thamnophilus schistaceus d'Orbigny, 1835 choca-de-olho-vermelho 1,2,3,4,5,6,7 1,3,5,7 1,2,3,4,5,7
Thamnophilus stictocephalus Pelzeln, 1868 choca-de-natterer 1,2,5,6,7
3,7 6 X
Thamnophilus pelzelni Hellmayr, 1924 choca-do-planalto
Thamnophilus aethiops Sclater, 1858 choca-lisa 1,5,7 1,2,3,4,5,6,7 1,2,5,6,7 Thamnophilus amazonicus Sclater, 1858 choca-canela 1,3,5 1,2,4,5,6,7
Cymbilaimus lineatus (Leach, 1814) papa-formiga-barrado 1,3,5 1,2,3,5,6,7 6
X
Taraba major (Vieillot, 1816) choró-boi 5
3 X
Sclateria naevia (Gmelin, 1788) papa-formiga-do-igarapé 2,5,6 X
Hypocnemoides maculicauda (Pelzeln, 1868) solta-asa 7 1,2,3,4,5,6,7
X
Hylophylax naevius (Gmelin, 1789) guarda-floresta
6
X
Hylophylax punctulatus (Des Murs, 1856) guarda-várzea 3,5 1,2,5,6 6
Pyriglena leuconota (Spix, 1824) papa-taoca 2,3 5 6 X
Myrmoborus leucophrys (Tschudi, 1844) papa-formiga-de-sobrancelha
6
Myrmoborus myotherinus (Spix, 1825) formigueiro-de-cara-preta 3,5 2,3,4,5,6,7 1,2,3,4,5,6,7
X
Cercomacra cinerascens (Sclater, 1857) chororó-pocuá 1,2,3,5,6,7 1,2,3,4,5,6,7 1,3,4,5,6,7
X
Cercomacra nigrescens (Cabanis & Heine, 1859)
chororó-negro 3,5 1,3,5,6
X
Cercomacra manu Fitzpatrick & Willard, 1990 chororó-de-manu
X
Drymophila devillei (Menegaux & Hellmayr, 1906)
trovoada-listrada
X
Hypocnemis striata (Spix, 1825) cantador-ocráceo 6,7 2,3,5,6 1
X
Hypocnemis hypoxantha Sclater, 1869 cantador-amarelo
54
Táxon Nome em Português Canteiro Reservatório Controle Entorno EIA
Willisornis poecilinotus (Cabanis, 1847) rendadinho 1,2,3,5,6,7 1,2,5,6,7 1,2,3,4,5,6,7 Phlegopsis nigromaculata (d'Orbigny &
Lafresnaye, 1837) mãe-de-taoca 1,2,5,6 7 1,6
Rhegmatorhina gymnops Ridgway, 1888 mãe-de-taoca-de-cara-branca
3 1,4,5
Melanopareiidae Melanopareia torquata (Wied, 1831) tapaculo-de-colarinho
Conopophagidae
Conopophaga aurita (Gmelin, 1789) chupa-dente-de-cinta
Conopophaga melanogaster Ménétriès, 1835 chupa-dente-grande
Grallariidae
Grallaria varia (Boddaert, 1783) tovacuçu
Hylopezus whittakeri (Carneiro et al., 2012) torom-carijó
1,2
Hylopezus berlepschi (Hellmayr, 1903) torom-torom Myrmothera campanisona (Hermann, 1783) tovaca-patinho
X
Formicariidae
Formicarius colma Boddaert, 1783 galinha-do-mato
1,5
X
Formicarius analis (d'Orbigny & Lafresnaye, 1837)
pinto-do-mato-de-cara-preta
X
Chamaeza nobilis Gould, 1855 tovaca-estriada
X
Scleruridae Sclerurus mexicanus Sclater, 1857 vira-folha-de-peito-vermelho 5 X
Sclerurus rufigularis Pelzeln, 1868 vira-folha-de-bico-curto
Sclerurus caudacutus (Vieillot, 1816) vira-folha-pardo
Sclerurus albigularis Sclater & Salvin, 1869 vira-folha-de-garganta-cinza Dendrocolaptidae
Sittasominae
55
Táxon Nome em Português Canteiro Reservatório Controle Entorno EIA
Dendrocincla fuliginosa (Vieillot, 1818) arapaçu-pardo 1,2,3,4,5,6,7 1,3,5,7 2,3,4,5,7 X
Dendrocincla merula (Lichtenstein, 1829) arapaçu-da-taoca 2,3 1,3,6 6
Deconychura longicauda (Pelzeln, 1868) arapaçu-rabudo 2 1,3,5,6 5
Sittasomus griseicapillus (Vieillot, 1818) arapaçu-verde 1,3,4,5,6 3,5,7 2,7
X
Certhiasomus stictolaemus (Pelzeln, 1868) arapaçu-de-garganta-pintada 2,3,6,7 7 Dendrocolaptinae
Glyphorynchus spirurus (Vieillot, 1819) arapaçu-de-bico-de-cunha 1,2,3,4,5,6,7 1,2,3,4,5,6,7 1,2,3,4,5,6,7
X
Xiphorhynchus ocellatus (Spix, 1824) arapaçu-ocelado
Xiphorhynchus elegans (Pelzeln, 1868) arapaçu-elegante 1,2,3,4,5,6,7 1,2,3,4,5,6,7 1,2,3,4,5,6,7 Xiphorhynchus spixii (Lesson, 1830) cf. arapaçu-de-spix
Xiphorhynchus obsoletus (Lichtenstein, 1820) arapaçu-riscado 6 1,2,3,4,5,6,7
X
Xiphorhynchus guttatus (Lichtenstein, 1820) arapaçu-de-garganta-amarela 1,2,3,5,6,7 1,2,3,5,6,7 1,2,3,4,5,6,7
Campylorhamphus procurvoides (Lafresnaye, 1850)
arapaçu-de-bico-curvo 5 6
Dendroplex picus (Gmelin, 1788) arapaçu-de-bico-branco 1,3,6 3
2,3,5,6,7 X
Lepidocolaptes angustirostris (Vieillot, 1818) arapaçu-de-cerrado
Lepidocolaptes albolineatus (Lafresnaye, 1845) arapaçu-de-listras-brancas 1,2,3,5,6 3,5 1,2,3,4,5 6 X
Nasica longirostris (Vieillot, 1818) arapaçu-de-bico-comprido
5,6
Dendrexetastes rufigula (Lesson, 1844) arapaçu-galinha 1,2,5,6,7 3,5
Dendrocolaptes certhia (Boddaert, 1783) arapaçu-barrado 2,5,7 1
Dendrocolaptes picumnus Lichtenstein, 1820 arapaçu-meio-barrado 2,3 3 X
Xiphocolaptes promeropirhynchus (Lesson, 1840) arapaçu-vermelho 6 1,3 X
Hylexetastes uniformis Hellmayr, 1909 arapaçu-uniforme 2,6 5 Furnariidae
Xenops tenuirostris Pelzeln, 1859 bico-virado-fino
56
Táxon Nome em Português Canteiro Reservatório Controle Entorno EIA
Xenops minutus (Sparrman, 1788) bico-virado-miúdo 1,2,3,6 2,6 1,2,3,4,5,7 X
Xenops rutilans Temminck, 1821 bico-virado-carijó
X
Berlepschia rikeri (Ridgway, 1886) limpa-folha-do-buriti
Pygarrhichinae
Microxenops milleri Chapman, 1914 bico-virado-da-copa Furnariinae
Furnarius rufus (Gmelin, 1788) joão-de-barro
Ancistrops strigilatus (Spix, 1825) limpa-folha-picanço 1
Hyloctistes subulatus (Spix, 1824) limpa-folha-riscado
Automolus ochrolaemus (Tschudi, 1844) barranqueiro-camurça 1 1 1,2,3,4,5,6,7
Automolus paraensis Hartert, 1902 barranqueiro-pardo
Automolus rufipileatus (Pelzeln, 1859) barranqueiro-de-coroa-castanha
X
Hylocryptus rectirostris (Wied, 1831) fura-barreira Anabazenops dorsalis (Sclater & Salvin, 1880) barranqueiro-de-topete
Philydor ruficaudatum (d'Orbigny & Lafresnaye,
1838) limpa-folha-de-cauda-ruiva 2,7 2
Philydor erythrocercum (Pelzeln, 1859) limpa-folha-de-sobre-ruivo 1,5,6 5 3 X
Philydor erythropterum (Sclater, 1856) limpa-folha-de-asa-castanha
Philydor pyrrhodes (Cabanis, 1848) limpa-folha-vermelho 1
Simoxenops ucayalae (Chapman, 1928) limpa-folha-de-bico-virado
Synallaxinae Certhiaxis cinnamomeus (Gmelin, 1788) curutié
Synallaxis albescens Temminck, 1823 uí-pi
1,2
Synallaxis rutilans Temminck, 1823 joão-teneném-castanho
1,2,3,7 1,2,4,5,7
Synallaxis cherriei Gyldenstolpe, 1930 puruchém
Synallaxis cabanisi Berlepsch & Leverkuhn, joão-do-norte
57
Táxon Nome em Português Canteiro Reservatório Controle Entorno EIA
1890
Synallaxis gujanensis (Gmelin, 1789) joão-teneném-becuá
Cranioleuca vulpina (Pelzeln, 1856) arredio-do-rio
7
X
Cranioleuca gutturata (d'Orbigny & Lafresnaye, 1838)
joão-pintado
Pipridae
Neopelminae
Neopelma pallescens (Lafresnaye, 1853) fruxu-do-cerradão
3 3,5
Tyranneutes stolzmanni (Hellmayr, 1906) uirapuruzinho 1,2,3,4,5,6,7 1,3,5,6,7 1,2,3,4,5,6,7 X
Piprinae
Pipra fasciicauda Hellmayr, 1906 uirapuru-laranja 3,5 2,5,6
X
Pipra rubrocapilla Temminck, 1821 cabeça-encarnada 1,2,3,4,5,6,7 1,2,3,4,5,6,7 1,2,3,4,5,6,7
X
Lepidothrix nattereri (Sclater, 1865) uirapuru-de-chapéu-branco 1,2,3,4,5,6,7 1,2,3,4,5,6,7 1,2,3,4,5,6,7 X
Manacus manacus (Linnaeus, 1766) rendeira 2,6,7
2,3
X
Heterocercus linteatus (Strickland, 1850) coroa-de-fogo
1,5,7
X
Machaeropterus pyrocephalus (Sclater, 1852) uirapuru-cigarra 1,2,3,4,5,6,7 1,2,3,4,5,6,7 1,2,3,4,5,6,7
X
Dixiphia pipra (Linnaeus, 1758) cabeça-branca X
Ilicurinae
Chiroxiphia pareola (Linnaeus, 1766) tangará-falso
2,6
X
Antilophia galeata (Lichtenstein, 1823) soldadinho
Tityridae Oxyruncinae
Onychorhynchus coronatus (Statius Muller,
1776) maria-leque 2 1,2,6
Terenotriccus erythurus (Cabanis, 1847) papa-moscas-uirapuru 1,5 3,5,6 1,5,6 X
Myiobius barbatus (Gmelin, 1789) assanhadinho
58
Táxon Nome em Português Canteiro Reservatório Controle Entorno EIA
Laniisominae Schiffornis major Des Murs, 1856 flautim-ruivo
Schiffornis amazona (Sclater, 1860) flautim-da-amazônia 1,2,3,4,5,6,7 1,2,3,4,5,6,7 1,2,3,4,5,6,7
X
Laniocera hypopyrra (Vieillot, 1817) chorona-cinza 1,2,3,5,6,7 3 2,5,7
Tityrinae Iodopleura isabellae Parzudaki, 1847 anambé-de-coroa 1,2,5,6,7 1,2 2
Tityra inquisitor (Lichtenstein, 1823) anambé-branco-de-bochecha-parda 1
Tityra cayana (Linnaeus, 1766) anambé-branco-de-rabo-preto
2
X
Tityra semifasciata (Spix, 1825) anambé-branco-de-máscara-negra 1,5,6,7 7 3 7 X
Pachyramphus castaneus (Jardine & Selby, 1827) caneleiro
Pachyramphus polychopterus (Vieillot, 1818) caneleiro-preto 1,2 1,3,7 3 5,6
Pachyramphus marginatus (Lichtenstein, 1823) caneleiro-bordado 6 1,2 Pachyramphus minor (Lesson, 1830) caneleiro-pequeno
3
Pachyramphus validus (Lichtenstein, 1823) caneleiro-de-chapéu-preto
2 5
Xenopsaris albinucha (Burmeister, 1869) tijerila
Cotingidae Cotinginae
Lipaugus vociferans (Wied, 1820) cricrió 1,2,3,4,5,6,7 1,2,3,4,5,6,7 1,2,3,4,5,6,7
X
Porphyrolaema porphyrolaema (Deville & Sclater, 1852)
cotinga-de-garganta-encarnada
1
Gymnoderus foetidus (Linnaeus, 1758) anambé-pombo 3,6,7 3,5,6
X
Xipholena punicea (Pallas, 1764) anambé-pompadora 1,5,6 1,2,6 1,2,3,4,5,6
Cotinga cayana (Linnaeus, 1766) anambé-azul 2,6,7 1,3,5,7 2 Querula purpurata (Statius Muller, 1776) anambé-una 1,2,3,4,5,6,7 3,6 1,5 X
Cephalopterus ornatus Geoffroy Saint-Hilaire, 1809 anambé-preto 7
59
Táxon Nome em Português Canteiro Reservatório Controle Entorno EIA
Rupicolinae Phoenicircus nigricollis Swainson, 1832 saurá-de-pescoço-preto
Tyrannoidea
Platyrinchus saturatus Salvin & Godman, 1882 patinho-escuro
5,6
Platyrinchus coronatus Sclater, 1858 patinho-de-coroa-dourada
Platyrinchus platyrhynchos (Gmelin, 1788) patinho-de-coroa-branca
3,6,7 2
Piprites chloris (Temminck, 1822) papinho-amarelo 6,7 1,2,5,7 5 1 X
Neopipo cinnamomea (Lawrence, 1869) enferrujadinho
1,6
Rhynchocyclidae Taeniotriccus andrei (Berlepsch & Hartert,
1902) maria-bonita
Pipromorphinae
Mionectes oleagineus (Lichtenstein, 1823) abre-asa 5,6 4,5 X
Leptopogon amaurocephalus Tschudi, 1846 cabeçudo 1 2,3 2,3
Corythopis torquatus (Tschudi, 1844) estalador-do-norte
3,6,7
Rhynchocyclinae
Rhynchocyclus olivaceus (Temminck, 1820) bico-chato-grande Tolmomyias sulphurescens (Spix, 1825) bico-chato-de-orelha-preta 1
6 X
Tolmomyias assimilis (Pelzeln, 1868) bico-chato-da-copa 1,2,3,4,5,6,7 1,2,3,5,7 1,2,3,4,5,6,7
Tolmomyias poliocephalus (Taczanowski, 1884) bico-chato-de-cabeça-cinza
6
Tolmomyias flaviventris (Wied, 1831) bico-chato-amarelo 7 3 3,6 X
Todirostrinae
Todirostrum maculatum (Desmarest, 1806) ferreirinho-estriado
6
1,3,4,5,6,7 X
Todirostrum cinereum (Linnaeus, 1766) ferreirinho-relógio
Todirostrum chrysocrotaphum Strickland, 1850 ferreirinho-de-sobrancelha 7 Poecilotriccus capitalis (Sclater, 1857) maria-picaça
60
Táxon Nome em Português Canteiro Reservatório Controle Entorno EIA
Poecilotriccus latirostris (Pelzeln, 1868) ferreirinho-de-cara-parda 1,2,5,6 5 Myiornis ecaudatus (d'Orbigny & Lafresnaye,
1837) caçula 1,2,3,5,6,7 2,3,5,7 1,2,3,4,5,6,7
Hemitriccus minor (Snethlage, 1907) maria-sebinha 7 1,2,3 1
X
Hemitriccus griseipectus (Snethlage, 1907) maria-de-barriga-branca 2 Hemitriccus margaritaceiventer (d'Orbigny &
Lafresnaye, 1837) sebinho-de-olho-de-ouro 3,5
Hemitriccus minimus (Todd, 1925) maria-mirim 2,3,5,6,7 1,2,3,4,5,6,7 2,3,5,6,7 Lophotriccus galeatus (Boddaert, 1783) caga-sebinho-de-penacho 1,2,3,4,5,6,7 1,2,3,4,5,6,7 1,2,3,4,5,6,7
Tyrannidae
Hirundineinae
Hirundinea ferruginea (Gmelin, 1788) gibão-de-couro Elaeniinae
Zimmerius gracilipes (Sclater & Salvin, 1868) poiaeiro-de-pata-fina 1
1
Inezia subflava (Sclater & Salvin, 1873) amarelinho
Euscarthmus meloryphus Wied, 1831 barulhento X
Ornithion inerme Hartlaub, 1853 poiaeiro-de-sobrancelha 1,2,3,5,6,7 1,2,3,4,5,6,7 1,2,3,4,5,6,7 Camptostoma obsoletum (Temminck, 1824) risadinha 1,2,3,5 1,2,3,4,5,6,7
3,5,6,7
Elaenia flavogaster (Thunberg, 1822) guaracava-de-barriga-amarela
Elaenia spectabilis Pelzeln, 1868 guaracava-grande Elaenia chilensis Hellmayr, 1927 guaracava-de-crista-branca Elaenia parvirostris Pelzeln, 1868 guaracava-de-bico-curto
Elaenia cristata Pelzeln, 1868 guaracava-de-topete-uniforme
3,5 X
Elaenia chiriquensis Lawrence, 1865 chibum 3 Myiopagis gaimardii (d'Orbigny, 1839) maria-pechim 1,2,3,4,5,6,7 1,2,3,4,5,6,7 1,2,3,4,5,7 Myiopagis caniceps (Swainson, 1835) guaracava-cinzenta 2 5
61
Táxon Nome em Português Canteiro Reservatório Controle Entorno EIA
Myiopagis viridicata (Vieillot, 1817) guaracava-de-crista-alaranjada Tyrannulus elatus (Latham, 1790) maria-te-viu
6
X
Capsiempis flaveola (Lichtenstein, 1823) marianinha-amarela
Phaeomyias murina (Spix, 1825) bagageiro
Tyranninae Attila cinnamomeus (Gmelin, 1789) tinguaçu-ferrugem
1
Attila spadiceus (Gmelin, 1789) capitão-de-saíra-amarelo
2,5,6,7 1,3
X
Legatus leucophaius (Vieillot, 1818) bem-te-vi-pirata 5,7 1,7 7
Ramphotrigon megacephalum (Swainson, 1835)
maria-cabeçuda
Ramphotrigon ruficauda (Spix, 1825) bico-chato-de-rabo-vermelho 6,7 1,2,3,6,7 3,7
Ramphotrigon fuscicauda Chapman, 1925 maria-de-cauda-escura
Myiarchus tuberculifer (d'Orbigny & Lafresnaye, 1837)
maria-cavaleira-pequena 1,2,3,6,7 2,5,7 1,2,3,4,5
X
Myiarchus swainsoni Cabanis & Heine, 1859 irré
X
Myiarchus ferox (Gmelin, 1789) maria-cavaleira 5,6 2,7 3,5,6 Myiarchus tyrannulus (Statius Muller, 1776) maria-cavaleira-de-rabo-enferrujado 3
Sirystes sibilator (Vieillot, 1818) gritador
2
X
Rhytipterna simplex (Lichtenstein, 1823) vissiá 1,3,5,6,7 1,3,6,7 2,3,5,6,7
Casiornis rufus (Vieillot, 1816) maria-ferrugem 3 5 Pitangus sulphuratus (Linnaeus, 1766) bem-te-vi 1,2,5,7 1,2,3,4,5,6,7 X
Philohydor lictor (Lichtenstein, 1823) bentevizinho-do-brejo
6
Machetornis rixosa (Vieillot, 1819) suiriri-cavaleiro
Myiodynastes maculatus (Statius Muller, 1776) bem-te-vi-rajado 3 X
Tyrannopsis sulphurea (Spix, 1825) suiriri-de-garganta-rajada Megarynchus pitangua (Linnaeus, 1766) neinei 2,3,5 3,5,7 2,3,6,7 3,5 X
62
Táxon Nome em Português Canteiro Reservatório Controle Entorno EIA
Myiozetetes cayanensis (Linnaeus, 1766) bentevizinho-de-asa-ferrugínea 1,5,6 2,3,7 3,5,6 X
Myiozetetes granadensis Lawrence, 1862 bem-te-vi-de-cabeça-cinza
Myiozetetes luteiventris (Sclater, 1858) bem-te-vi-barulhento 1,2,3,5,6,7 1,2,3,4,5,6,7
Tyrannus albogularis Burmeister, 1856 suiriri-de-garganta-branca
Tyrannus melancholicus Vieillot, 1819 suiriri 1,2,3,4,5,6 1,2,3,5,6 1,3,5,6 1,3,4,5,6 X
Tyrannus savana Vieillot, 1808 tesourinha
5
Tyrannus tyrannus (Linnaeus, 1766) suiriri-valente
Griseotyrannus aurantioatrocristatus (d'Orbigny & Lafresnaye, 1837)
peitica-de-chapéu-preto
Empidonomus varius (Vieillot, 1818) peitica 5
5 X
Fluvicolinae
Colonia colonus (Vieillot, 1818) viuvinha 1
X
Myiophobus fasciatus (Statius Muller, 1776) filipe 2 Sublegatus obscurior Todd, 1920 sertanejo-escuro
Pyrocephalus rubinus (Boddaert, 1783) príncipe
Fluvicola albiventer (Spix, 1825) lavadeira-de-cara-branca
Arundinicola leucocephala (Linnaeus, 1764) freirinha
Gubernetes yetapa (Vieillot, 1818) tesoura-do-brejo
Ochthornis littoralis (Pelzeln, 1868) maria-da-praia 1,2,3,4,5,6,7 1,2,3,4,5,6,7
Cnemotriccus fuscatus (Wied, 1831) guaracavuçu
Lathrotriccus euleri (Cabanis, 1868) enferrujado 5 2,3,5,6,7 X
Contopus cooperi (Nuttall, 1831) piui-boreal
Contopus virens (Linnaeus, 1766) piui-verdadeiro
Satrapa icterophrys (Vieillot, 1818) suiriri-pequeno
Xolmis cinereus (Vieillot, 1816) primavera Xolmis velatus (Lichtenstein, 1823) noivinha-branca
63
Táxon Nome em Português Canteiro Reservatório Controle Entorno EIA
Vireonidae Cyclarhis gujanensis (Gmelin, 1789) pitiguari
5 X
Vireolanius leucotis (Swainson, 1838) assobiador-do-castanhal
X
Vireo olivaceus (Linnaeus, 1766) juruviara 2,5,6 1,2,5 1,2,5,6,7
X
Vireo altiloquus (Vieillot, 1808) juruviara-barbuda Hylophilus semicinereus Sclater & Salvin, 1867 verdinho-da-várzea 1,5,7 1,2,3,5,6,7 2,3 3 X
Hylophilus hypoxanthus Pelzeln, 1868 vite-vite-de-barriga-amarela 1,3,5,6,7 1,2,5,6 1,2,3,4,5,6,7
X
Hylophilus muscicapinus Sclater & Salvin, 1873 vite-vite-camurça
Hylophilus ochraceiceps Sclater, 1860 vite-vite-uirapuru 2 X
Corvidae
Cyanocorax cristatellus (Temminck, 1823) gralha-do-campo
Cyanocorax cyanopogon (Wied, 1821) gralha-cancã
3 5
Hirundinidae Pygochelidon cyanoleuca (Vieillot, 1817) andorinha-pequena-de-casa 5 2
2,5
Atticora fasciata (Gmelin, 1789) peitoril
Atticora tibialis (Cassin, 1853) calcinha-branca
Stelgidopteryx ruficollis (Vieillot, 1817) andorinha-serradora 5,6,7 2,3,5,6,7 3,5,7
Progne tapera (Vieillot, 1817) andorinha-do-campo 7 7
Progne subis (Linnaeus, 1758) andorinha-azul
Progne chalybea (Gmelin, 1789) andorinha-doméstica-grande 1,3,5,6 1,3
1,3,5,6
Tachycineta albiventer (Boddaert, 1783) andorinha-do-rio 1,2,5,6,7 1,2,3,4,5,6,7 Tachycineta leucorrhoa (Vieillot, 1817) andorinha-de-sobre-branco
Riparia riparia (Linnaeus, 1758) andorinha-do-barranco
Petrochelidon pyrrhonota (Vieillot, 1817) andorinha-de-dorso-acanelado
Troglodytidae
64
Táxon Nome em Português Canteiro Reservatório Controle Entorno EIA
Microcerculus marginatus (Sclater, 1855) uirapuru-veado 5,7 1,2,5 1,3,5,6 X
Odontorchilus cinereus (Pelzeln, 1868) cambaxirra-cinzenta 1 1,3
Troglodytes musculus Naumann, 1823 corruíra 1,3,5,6,7
1,2,3,4,5,6,7 X
Campylorhynchus turdinus (Wied, 1831) catatau 1,5,6,7
X
Pheugopedius genibarbis (Swainson, 1838) garrinchão-pai-avô 1,2,3,5,6,7 2,3,5 1,2,3,4,5,7 3 Cantorchilus leucotis (Lafresnaye, 1845) garrinchão-de-barriga-vermelha 5,6 1,2,3,4,5,6,7
X
Cyphorhinus arada (Hermann, 1783) uirapuru-verdadeiro
Donacobiidae
Donacobius atricapilla (Linnaeus, 1766) japacanim 1 Polioptilidae
Ramphocaenus melanurus Vieillot, 1819 bico-assovelado 1,2,3,4,5,6,7 1,2,3,4,5,7 2,3,4,5,6,7
X
Polioptila paraensis Todd, 1937 balança-rabo-paraense
2
X
Turdidae Catharus fuscescens (Stephens, 1817) sabiá-norte-americano
1
Catharus minimus (Lafresnaye, 1848) sabiá-de-cara-cinza
Turdus leucomelas Vieillot, 1818 sabiá-barranco
X
Turdus fumigatus Lichtenstein, 1823 sabiá-da-mata 1 X
Turdus lawrencii Coues, 1880 caraxué-de-bico-amarelo
Turdus amaurochalinus Cabanis, 1850 sabiá-poca
Turdus albicollis Vieillot, 1818 sabiá-coleira
2,3 5,6
Mimidae Mimus saturninus (Lichtenstein, 1823) sabiá-do-campo 2
2
Motacillidae
Anthus lutescens Pucheran, 1855 caminheiro-zumbidor
Coerebidae
65
Táxon Nome em Português Canteiro Reservatório Controle Entorno EIA
Coereba flaveola (Linnaeus, 1758) cambacica 3 1 1,2,3,4,5 X
Thraupidae
Saltator grossus (Linnaeus, 1766) bico-encarnado 5 1,3,6,7
X
Saltator maximus (Statius Muller, 1776) tempera-viola 1,6
1,2,7 2,3,5 X
Saltator similis d'Orbigny & Lafresnaye, 1837 trinca-ferro-verdadeiro Saltatricula atricollis (Vieillot, 1817) bico-de-pimenta
Parkerthraustes humeralis (Lawrence, 1867) furriel-de-encontro
Lamprospiza melanoleuca (Vieillot, 1817) pipira-de-bico-vermelho
X
Nemosia pileata (Boddaert, 1783) saíra-de-chapéu-preto X
Thlypopsis sordida (d'Orbigny & Lafresnaye, 1837) saí-canário
Tachyphonus rufus (Boddaert, 1783) pipira-preta
7
Ramphocelus carbo (Pallas, 1764) pipira-vermelha 1,2,3,5,6,7 1,2,3,4,5,6,7 3,5,6,7 X
Lanio luctuosus (d'Orbigny & Lafresnaye, 1837) tem-tem-de-dragona-branca 1,2,5,6 1,2,3,4,5,7 2,5,7 1 X
Lanio cristatus (Linnaeus, 1766) tiê-galo 1,2,3,5,6,7 1,2,3,5,7 2,3,5,7
X
Lanio cucullatus (Statius Muller, 1776) tico-tico-rei
Lanio versicolor (d'Orbigny & Lafresnaye, 1837)
pipira-de-asa-branca
Lanio penicillatus (Spix, 1825) pipira-da-taoca
Tangara gyrola (Linnaeus, 1758) saíra-de-cabeça-castanha 2,5,6 1,2,3,6 2,4,5 Tangara schrankii (Spix, 1825) saíra-ouro
Tangara mexicana (Linnaeus, 1766) saíra-de-bando 1,2,5,6,7 1,3,5,7 2 2,3,6
Tangara chilensis (Vigors, 1832) sete-cores-da-amazônia 2,3,5,6,7 1,2,3,4,5,7 2,3,4,5,7
X
Tangara velia (Linnaeus, 1758) saíra-diamante 5,6,7 1,3,5,7 1 X
Tangara punctata (Linnaeus, 1766) saíra-negaça 7 2,7 Tangara episcopus (Linnaeus, 1766) sanhaçu-da-amazônia 5,7 7
1,3,5,6,7
66
Táxon Nome em Português Canteiro Reservatório Controle Entorno EIA
Tangara palmarum (Wied, 1823) sanhaçu-do-coqueiro 1,2,3,5,6,7 1,2,3,4,5,7 1,2,3,4,5,7 X
Tangara nigrocincta (Bonaparte, 1838) saíra-mascarada 3 1,6 1
Tangara cyanicollis (d'Orbigny & Lafresnaye, 1837) saíra-de-cabeça-azul 1,2,5,6,7 1,5,7 2 3,6
Tangara cayana (Linnaeus, 1766) saíra-amarela X
Cissopis leverianus (Gmelin, 1788) tietinga 5,6
X
Schistochlamys melanopis (Latham, 1790) sanhaçu-de-coleira
3,5
Paroaria gularis (Linnaeus, 1766) cardeal-da-amazônia 1 1,2,3,6
X
Tersina viridis (Illiger, 1811) saí-andorinha 3,7 6 X
Dacnis albiventris (Sclater, 1852) saí-de-barriga-branca
1
Dacnis lineata (Gmelin, 1789) saí-de-máscara-preta 2,3 1,3,5,7 2,6
Dacnis flaviventer d'Orbigny & Lafresnaye, 1837
saí-amarela
1,3 7
X
Dacnis cayana (Linnaeus, 1766) saí-azul 2,5 1,3,5 2,3,4,5,7
X
Cyanerpes nitidus (Hartlaub, 1847) saí-de-bico-curto 3,5,6 1,3 2,3,4,5
Cyanerpes caeruleus (Linnaeus, 1758) saí-de-perna-amarela 2,5,6 1,2,5,7 1,2,4,5 Cyanerpes cyaneus (Linnaeus, 1766) saíra-beija-flor 5 Chlorophanes spiza (Linnaeus, 1758) saí-verde 6 1,2,3,7 1,2
Hemithraupis guira (Linnaeus, 1766) saíra-de-papo-preto
2 6
X
Hemithraupis flavicollis (Vieillot, 1818) saíra-galega 2,6,7 1,2,3,5,7 1,2,3 Conirostrum speciosum (Temminck, 1824) figuinha-de-rabo-castanho X
Emberizidae
Zonotrichia capensis (Statius Muller, 1776) tico-tico
1,2,3,4,5,6
Sicalis flaveola (Linnaeus, 1766) canário-da-terra-verdadeiro Volatinia jacarina (Linnaeus, 1766) tiziu 1,2,5,6,7 1,2,5,6 Sporophila plumbea (Wied, 1830) patativa
67
Táxon Nome em Português Canteiro Reservatório Controle Entorno EIA
Sporophila lineola (Linnaeus, 1758) bigodinho Sporophila nigricollis (Vieillot, 1823) baiano 1,6
1,5,6
Sporophila caerulescens (Vieillot, 1823) coleirinho
1
Sporophila angolensis (Linnaeus, 1766) curió 1,5 3
1,5,6
Sporophila sp. coleirinho 7
Arremon taciturnus (Hermann, 1783) tico-tico-de-bico-preto 3,5,6 2,6,7 1,2
Cardinalidae
X
Piranga flava (Vieillot, 1822) sanhaçu-de-fogo
Habia rubica (Vieillot, 1817) tiê-do-mato-grosso 1 Granatellus pelzelni Sclater, 1865 polícia-do-mato 1,3,6 1,2,5,6,7
X
Cyanoloxia cyanoides (Lafresnaye, 1847) azulão-da-amazônia 1,2,3,4,5,6,7
2,5 X
Parulidae
Basileuterus culicivorus (Deppe, 1830) pula-pula Basileuterus flaveolus (Baird, 1865) canário-do-mato
3
X
Phaeothlypis rivularis (Wied, 1821) pula-pula-ribeirinho
X
Icteridae
Psarocolius decumanus (Pallas, 1769) japu 1,5,6,7 1,3,5,6,7 Psarocolius bifasciatus (Spix, 1824) japuaçu
1,2,3,7
Procacicus solitarius (Vieillot, 1816) iraúna-de-bico-branco
X
Cacicus chrysopterus (Vigors, 1825) tecelão
Cacicus haemorrhous (Linnaeus, 1766) guaxe 5 Cacicus cela (Linnaeus, 1758) xexéu 1,3,5,7 1,3,4,5,6,7
Icterus cayanensis (Linnaeus, 1766) inhapim 7 1
3 X
Gnorimopsar chopi (Vieillot, 1819) graúna
1 X
Molothrus rufoaxillaris Cassin, 1866 vira-bosta-picumã
68
Táxon Nome em Português Canteiro Reservatório Controle Entorno EIA
Molothrus oryzivorus (Gmelin, 1788) iraúna-grande 1 3,6 Molothrus bonariensis (Gmelin, 1789) vira-bosta
Fringillidae
Euphonia chlorotica (Linnaeus, 1766) fim-fim 1,2,5,6,7 1,2 7 2,3,4,5,6,7
Euphonia laniirostris d'Orbigny & Lafresnaye,
1837 gaturamo-de-bico-grosso
Euphonia chrysopasta Sclater & Salvin, 1869 gaturamo-verde 2,5 1,3,5,6 5,7
Euphonia minuta Cabanis, 1849 gaturamo-de-barriga-branca
7
Euphonia xanthogaster Sundevall, 1834 fim-fim-grande Euphonia rufiventris (Vieillot, 1819) gaturamo-do-norte 1,2,3,4,5,6,7 1,2,3,4,5,7 2,3,4,5,6,7
X
Legenda: CA = Área do Canteiro de obras, RE = Área do Reservatório, CO = Área Controle, EN = Entorno (para aquelas espécies registradas na AI do empreendimento, no entanto, fora das três áreas amostrais). Também são indicadas as espécies endêmicas do Brasil (Endem. BRA)
69
4.1.3 Espécies raras, ameaçadas de extinção ou protegidas por lei
Uma espécie que pode ser considerada rara em toda a região e que foi registrada
recentemente na área da UHE Colíder é a harpia, ou também conhecida como gavião-
real (Harpia harpyja). Um indivíduo macho adulto foi visto e fotografado pela equipe
de resgate na encosta florestal presente imediatamente ao lado da área denominada
no presente estudo como área amostral do canteiro de obras. Apesar de sua
ocorrência ser esperada para a região, a harpia é um predador florestal topo de cadeia
e possui um baixo contingente populacional em toda sua área de distribuição. Desta
forma, o registro desta espécie pode ser considerado o de maior relevância para este
período em que a sétima fase de campo foi executada. Além deste indivíduo, uma
fêmea subadulta foi vista e fotografada no início de julho deste mesmo ano em outra
porção do rio Teles Pires, à jusante do eixo da barragem (obs. pess. Raphael E. F.
Santos).
4.1.4 Espécies endêmicas
Das espécies registradas apenas na sétima fase, nenhuma é considerada endêmica do
Brasil.
4.1.5 Espécies migratórias
Uma espécie migratória foi registrada nesta sétima campanha: o sauveiro-do-norte
(Ictinia mississippiensis). Este gavião se desloca dos Estados Unidos até a região do
Estado de Mato Grosso em busca de clima quente e grande oferta de alimento. Além
de predar pequenos mamíferos e répteis, consome uma grande quantidade de
insetos, abundantes na região. É comum observar a espécie se deslocando em grupos
de muitos indivíduos, no entanto, apenas um foi visto sobrevoando a área do canteiro
de obras.
4.1.6 Espécies relevantes
Das espécies registradas durante a sétima campanha, merecem destaque aquelas que
possuem poucos registros para a região e aquelas que foram registradas pela primeira
vez durante o estudo. As espécies que representam registros inéditos para o estudo
são: Leptodon cayanensis, Ictinia mississippiensis, Harpia harpyja, Micrastur ruficollis,
70
Phaetusa simplex, Ara chloropterus, Dromococcyx pavoninus, hydropsalis leucopyga,
Panyptila cayennensis, Phaethornis superciliosus, Hylocharis sapphirina, Heliomaster
longirostris, Pteroglossus aracari, Cranioleuca vulpina, Cephalopterus ornatos,
Todirostrum chrysocrotaphum, Progne tapera, Tachyphonus rufus, Sporophila sp. e
Euphonia minuta. Uma espécie que pode ser citada como incomum na área é o
rapazinho-de-colar (Bucco capensis), registrado pela segunda vez na região, na área
prevista para o reservatório.
4.1.7 Esforço amostral
O esforço amostral da sétima fase foi o mesmo empregado nas demais campanhas,
com exceção da quarta fase, que foi interrompida já no início, conforme exigido pela
SEMA e indicado pela COPEL. A Tabela 8 apresenta o esforço de cada método de
pesquisa.
TABELA 8 - ESFORÇO AMOSTRAL EMPREGADO DURANTE A SÉTIMA CAMPANHA
Método Quantidade /
área amostral
Nº de áreas
amostrais
Nº dias amostrais por fase
No da fase
Esforço total
Redes de neblina 12 3 2/área 6 864 horas-rede (31.104 h.m²)
Pontos de escuta 6 3 2/área 6 12 h
Coleta de dados não-sistematizados
- 3 2/área 6 80 h
O Gráfico 2 mostra a curva acumulada do número de espécies de avifauna registradas
durante a sétima campanha, totalizando 260 espécies.
O gráfico do número acumulado de espécies (Gráfico 3) ainda está em ascensão. Após
o incremento inicial, a curva está iniciando uma forma mais horizontal, no entanto vai
continuar ascendente em função do número de espécies ainda esperadas para o local
monitorado. A área de estudo está inserida em uma das zonas mais ricas em espécies
de aves de toda a Amazônia brasileira, portanto, presume-se que haverão inclusões
na lista de espécies até mesmo após alguns anos de pesquisa. Esta região apresenta
uma grande quantidade de espécies florestais e uma (relativamente) baixa
abundância na maioria destas espécies. Desta forma, é necessário um grande esforço
de pesquisa para que seja possível a detecção de um percentual satisfatório desta
riqueza. Considerando que a extensão dos hábitats florestais de interesse é grande,
torna-se provável que espécies inconspícuas e raras venham a ser detectadas
71
gradualmente, a medida em que o esforço aumenta e novas localidades da área de
influência do empreendimento sejam visitadas.
GRÁFICO 2 – GRÁFICO ILUSTRANDO A CURVA ACUMULADA DO NÚMERO DE ESPÉCIES REGISTRADAS AO LONGO DA SÉTIMA FASE, TOTALIZANDO 260 ESPÉCIES
GRÁFICO 3 – GRÁFICO ILUSTRANDO A CURVA ACUMULADA DO NÚMERO DE ESPÉCIES REGISTRADAS AO LONGO DO MONITORAMENTO. O PRIMEIRO VALOR FOI CITADO NO EIA DO REFERIDO EMPREENDIMENTO.
72
4.1.8 Comparação entre as áreas amostrais
4.1.8.1 Parcela 1 – Área Diretamente Afetada (Canteiro de Obras)
Na área do canteiro de obras foi registrado, novamente, o maior valor de riqueza
dentre os três sítios amostrais: 154 espécies, valor semelhante ao observado na fase
anterior (153 espécies). Já na fase realizada na mesma época do ano passado o valor
foi de 132 espécies. Apesar da interferência da obra (ruídos, explosões, trânsito de
trabalhadores e de máquinas, entre outros) o remanescente florestal apresenta uma
grande riqueza pela diversidade de hábitats existentes ao longo da transecção
avaliada. No entanto, foi observada uma menor abundância de espécies antes tidas
como comuns no local e a ausência de alguns elementos que frequentemente
frequentavam a área.
TABELA 9 – NÚMERO DE ESPÉCIES DE AVES REGISTRADAS NA ÁREA DO CANTEIRO DE OBRAS EM CADA UMA DAS FASES DE CAMPO
Etapa do monitoramento Número de espécies
Fase 01 178
Fase 02 143
Fase 03 132
Fase 04 50
Fase 05 171
Fase 06 153
Fase 07 154
4.1.8.2 Parcela 2 – Área Diretamente Afetada (Reservatório)
A riqueza obtida na área do reservatório durante a sétima campanha foi de 152
espécies, valor superior ao encontrado na campanha anterior (133 espécies).
Comparando os dados de riqueza desta sétima fase com a campanha realizada na
mesma época de 2011, o valor atual é expressivamente inferior (Tabela 10).
73
TABELA 10 – NÚMERO DE ESPÉCIES DE AVES REGISTRADAS NA ÁREA DO RESERVATÓRIO EM CADA UMA DAS FASES DE CAMPO
Etapa do monitoramento Número de espécies
Fase 01 159
Fase 02 122
Fase 03 171
Fase 04 58
Fase 05 154
Fase 06 133
Fase 07 152
4.1.8.3 Parcela 3 – Área de Influência Indireta (Área Controle)
A Área-controle, novamente, apresentou o menor número de espécies registradas
(n=86), valor ainda mais baixo que aqueles observados nas duas campanhas
anteriores e na fase realizada no mesmo período de 2011 (n=124) (Tabela 11). A
movimentação geral de aves nesta área esteve muito baixa. Este fato pode estar
relacionado a três principais fatores: 1) a modificação do ambiente florestal devido à
construção da estrada de acesso à usina, e o consequente aumento do efeito de borda
no local permitiram a colonização de espécies invasoras e generalistas (e.g. Rupornis
magnirostris, Nyctibius griseus, Megarynchus pitangua) em uma área que antes era
um remanescente contínuo de floresta de terra firme; 2) muitas espécies de aves
estão no auge do período reprodutivo, despendendo esforços no choco e criação dos
ninhegos. Desta forma, muitas aves se tornam menos conspícuas, pois não defendem
o território com muita agressividade e não encontram-se em atividade vocal; 3) uma
forte frente fria atingiu o sul e sudeste do país, chegando com menos intensidade ao
Estado de Mato Grosso, o que ocasionou uma expressiva queda nas temperaturas e
fortes ventos. Diante de condições climáticas adversas, muitas aves reduzem muito
sua atividade (em especial os insetívoros de interior da mata).
TABELA 11 – NÚMERO DE ESPÉCIES DE AVES REGISTRADAS NA ÁREA-CONTROLE EM CADA UMA DAS FASES DE CAMPO
Etapa do monitoramento Número de espécies
Fase 01 100
Fase 02 106
Fase 03 124
Fase 04 74
Fase 05 114
Fase 06 87
Fase 07 86
74
4.1.9 Similaridade entre as áreas
Os dados obtidos após a execução da sétima fase de campo, analisados por meio da
similaridade de Bray-Curtis, geraram um gráfico semelhante ao apresentado na
primeira fase, não havendo diferenças expressivas. Uma nova análise de presença e
ausência será efetuada após o término do monitoramento pré-enchimento para que as
similaridades sejam melhor avaliadas. Durante a execução de cada fase de campo
haverão apenas pequenas oscilações nos dados.
4.1.10 Anilhamento
Durante a sétima fase de campo do monitoramento da avifauna na área da UHE
Colíder, o mesmo esforço total de 792 horas-rede foi mantido. O número total de aves
capturadas foi de 59 indivíduos, pertencentes a 32 espécies (Tabela 12). Estes valores
são inferiores àqueles obtidos na fase anterior. Após a execução de seis campanhas, o
número total de capturas é de 484.
TABELA 12 – NÚMERO DE CAPTURAS E DE ESPÉCIES CAPTURADAS DURANTE O ANILHAMENTO EM CADA UMA DAS FASES DE CAMPO
Etapa do monitoramento Número de capturas Espécies capturadas
Fase 01 75 30
Fase 02 80 37
Fase 03 78 34
Fase 04 42 18
Fase 05 66 25
Fase 06 84 34
Fase 07 59 32
TOTAL 484
Nesta etapa, foram obtidas 20 recapturas de aves marcadas em campanhas
anteriores, sendo seis na área do canteiro de obras, cinco na área-controle e nove na
área do reservatório.
A área amostral que apresentou maior número de capturas foi novamente a do
reservatório, com 27 no total (Tabela 13). A área-controle apresentou o menor
número de capturas (n=14). Por fim, a área do canteiro de obras obteve 18 capturas.
Oscilações no número de espécies capturadas são normais, sendo influenciadas por
inúmeros fatores bióticos e abióticos. Diferenças nas condições climáticas existentes
em cada dia interferem expressivamente no sucesso do método, mas como não é
75
possível padronizar o fator “clima”, as coletas ocorrem em dias consecutivos e os
resultados são tratados igualmente. Mesmo assim, é importante destacar o número
bem maior de capturas obtidas na área prevista para o reservatório em comparação
com as demais áreas amostrais. Notavelmente, a área que apresenta o maior número
de capturas coincide com a área que será completamente suprimida para a formação
do reservatório. Este dado reforça o tamanho do impacto ambiental que ocorrerá
sobre as populações de aves que habitam as margens do Rio Teles Pires.
TABELA 13 – COMPARAÇÃO DO NÚMERO DE INDIVÍDUOS CAPTURADOS NAS TRÊS ÁREAS AMOSTRAIS, NAS SETE FASES DE CAMPO
Fase do monitoramento
Canteiro de obras Reservatório Controle
Fase 01 22 27 26
Fase 02 22 45 13
Fase 03 29 23 26
Fase 04 02 00 40
Fase 05 23 40 03
Fase 06 15 50 19
Fase 07 18 27 14
Totais 131 212 141
As espécies mais capturadas durante a sétima campanha foram o arapaçu-de-bico-de-
cunha (Glyphorhynchus spirurus) (n=06), o rendadinho (Willisornis poecilinotus)
(n=06), a choquinha-de-garganta-clara (Myrmotherula hauxwelli) (n=04), o uirapuru-
de-chapéu-branco (Lepidothrix nattereri) (n=04) e o caga-sebinho-de-penacho
(Lophotriccus galeatus) (n=03). As demais espécies apresentaram um número igual
ou inferior a duas capturas.
A Tabela 14 exibe todas as espécies amostradas pelo método de captura com redes
neblina, a quantidade de indivíduos capturados de cada espécie e a taxa de captura
por parcela e total de cada espécie.
76
TABELA 14 – TAXA DE CAPTURA DAS ESPÉCIES CAPTURADAS DURANTE A SÉTIMA FASE DE CAMPO DO ANILHAMENTO REALIZADO NA ÁREA DE INFLUÊNCIA DIRETA
Espécie Capt CA
Taxa CA
Capt RE
Taxa RE
Capt CO
Taxa CO
Total capt.
Taxa total
Automolus ochrolaemus 0 0,00 0 0,00 1 0,38 1 0,13
Cantorchilus leucotis 0 0,00 1 0,38 0 0,00 1 0,13
Corythopis torquatus 0 0,00 2 0,76 0 0,00 2 0,25
Dendrocincla fuliginosa 1 0,38 1 0,38 0 0,00 2 0,25
Dendrocolaptes certhia 1 0,38 0 0,00 0 0,00 1 0,13
Galbula cyanicollis 1 0,38 0 0,00 0 0,00 1 0,13
Galbula ruficauda 0 0,00 1 0,38 0 0,00 1 0,13
Geotrygon montana 0 0,00 1 0,38 0 0,00 1 0,13
Glyphorynchus spirurus 2 0,76 2 0,76 2 0,76 6 0,76
Hypocnemoides maculicauda 0 0,00 1 0,38 0 0,00 1 0,13
Lepidothrix nattereri 2 0,76 2 0,76 0 0,00 4 0,51
Lophotriccus galeatus 1 0,38 1 0,38 1 0,38 3 0,38
Machaeropterus pyrocephalus 0 0,00 0 0,00 1 0,38 1 0,13
Myiopagis gaimardii 0 0,00 1 0,38 0 0,00 1 0,13
Myrmeciza hemimelaena 0 0,00 0 0,00 1 0,38 1 0,13
Myrmotherula axillaris 0 0,00 1 0,38 0 0,00 1 0,13
Myrmotherula hauxwelli 4 1,52 0 0,00 0 0,00 4 0,51
Phlegopsis nigromaculata 0 0,00 2 0,76 0 0,00 2 0,25
Pipra rubrocapilla 1 0,38 0 0,00 0 0,00 1 0,13
Ramphotrigon ruficauda 1 0,38 1 0,38 0 0,00 2 0,25
Schiffornis amazona 1 0,38 1 0,38 0 0,00 2 0,25
Sittasomus griseicapillus 0 0,00 1 0,38 0 0,00 1 0,13
Stelgidopteryx ruficollis 0 0,00 1 0,38 0 0,00 1 0,13
Synallaxis rutilans 0 0,00 0 0,00 1 0,38 1 0,13
Thalurania furcata 0 0,00 2 0,76 0 0,00 2 0,25
Thamnomanes caesius 0 0,00 0 0,00 1 0,38 1 0,13
Thamnophilus aethiops 0 0,00 0 0,00 1 0,38 1 0,13
Tolmomyias assimilis 0 0,00 2 0,76 0 0,00 2 0,25
Tyranneutes stolzmanni 0 0,00 2 0,76 0 0,00 2 0,25
Willisornis poecilinotus 3 1,14 0 0,00 3 1,14 6 0,76
Xenops minutus 0 0,00 0 0,00 2 0,76 2 0,25
Xiphorhynchus elegans 0 0,00 1 0,38 0 0,00 1 0,13
Nota: Taxa de captura das espécies capturadas durante a sétima fase de campo do anilhamento realizado na Área de Influência Direta da UHE Colíder. A taxa de captura equivale ao número de capturas para cada 100 horas-rede (número de capturas*100 / esforço de 792 horas-rede). A taxa de captura total indica o valor geral para as três áreas amostrais e foi calculada a partir do número total de capturas, sem distinção de local. Legenda: Capt CA = número de indivíduos capturados na área do canteiro de obras; Capt RE = número de indivíduos capturados na área do reservatório; Capt CO = número de indivíduos capturados na área controle; Total capt = número total de indivíduos capturados por espécie.
O intervalo entre a Foto 7 e a Foto 16 mostra os indivíduos capturados na sétima fase
de campo do monitoramento da avifauna, nas áreas de controle, do reservatório e do
canteiro de obras.
77
FOTO 7 – ARIRAMBA-DA-MATA (Galbula cyanicollis) CAPTURADO NA ÁREA AMOSTRAL DO CANTEIRO DE OBRAS
FOTOS: RAPHAEL E. F. SANTOS, 2012
FOTO 8 – ARAPAÇU-BARRADO (Dendrocolaptes certhia) CAPTURADO NA ÁREA AMOSTRAL DO CANTEIRO DE OBRAS.
FOTOS: RAPHAEL E. F. SANTOS, 2012
FOTO 9 – BARRANQUEIRO-CAMURÇA (Automolus ochrolaemus) ANILHADO NA ÁREA-CONTROLE
FOTOS: RAPHAEL E. F. SANTOS, 2012
FOTO 10 – CHOCA-LISA (Thamnophilus Aethiops), MACHO CAPTURADO NA ÁREA-CONTROLE
FOTOS: RAPHAEL E. F. SANTOS, 2012
FOTO 11 – MACHO DE CHOQUINHA-DE-GARGANTA-CLARA (Myrmotherula hauxwelli) ANILHADO NA ÁREA DO CANTEIRO DE OBRAS
FOTO: RAPHAEL E. F. SANTOS, 2012
FOTO 12 – FÊMEA DE CHOQUINHA-DE-GARGANTA-CLARA (Myrmotherula hauxwelli) ANILHADA NA ÁREA DO CANTEIRO DE OBRAS
FOTO: RAPHAEL E. F. SANTOS, 2012
78
FOTO 13 – MÃE-DE-TAOCA (Phlegopsis nigromaculata) ANILHADO NA ÁREA PREVISTA PARA O RESERVATÓRIO
FOTO: RAPHAEL E. F. SANTOS, 2012
FOTO 14 – ESTALADOR-DO-NORTE (Corythopis torquatus) ANILHADO NA ÁREA PREVISTA PARA O RESERVATÓRIO
FOTO: RAPHAEL E. F. SANTOS, 2012
FOTO 15 – BICO-CHATO-DE-RABO-VERMELHO (Ramphotrigon ruficauda) ANILHADO NA ÁREA-CONTROLE
FOTO: RAPHAEL E. F. SANTOS, 2012
FOTO 16 – UIRAPURUZINHO (Tyranneutes stolzmanni) ANILHADO NA ÁREA PREVISTA PARA O RESERVATÓRIO
FOTO: RAPHAEL E. F. SANTOS, 2012
4.1.11 Índice Pontual de Abundância (IPA)
Durante a sétima fase de campo do monitoramento da avifauna na área da UHE
Colíder, um total de 107 espécies foram contabilizadas pelo método de contagens por
pontos de escuta.
Os dados obtidos por meio dos censos, nas três parcelas amostrais, geraram uma
tabela com o Índice Pontual de Abundância (IPA) de cada espécie registrada nas
contagens. As espécies mais frequentes, considerando o IPA geral (somatório dos
resultados obtidos nas três áreas amostrais) foram: Lipaugus vociferans (IPA=1,083),
Pipra rubrocapilla (IPA=0,583), Machaeropterus pyrocephalus (IPA=0,389),
79
Lepidothrix nattereri (IPA=0,278), Myrmotherula brachyura (IPA=0,389), Rhytipterna
simplex (IPA=0,250) e Tyranneutes stolzmanni (IPA=0,250).
Todas as demais espécies registradas por meio deste método podem ser visualizadas
na Tabela 15. Nesta tabela também pode ser consultado o número de registros que
cada espécie conteve em cada área amostral. Além do IPA geral, obtido com o
somatório de todos os contatos com todas as espécies, nas três áreas amostrais,
divididos pelo número total de amostras (n=36), foi obtido também o IPA individual
para cada área amostral. Todos estes dados podem ser comparados na Tabela 15.
TABELA 15 – ÍNDICE PONTUAL DE ABUNDÂNCIA (IPA) DAS ESPÉCIES AMOSTRADAS PELO MÉTODO DE CONTAGENS EM PONTOS DE ESCUTA EM CADA UMA DAS TRÊS ÁREAS AMOSTRAIS
Nome do táxon CA IPA CA
RE IPA RE
CO IPA CO
Total IPA
Geral Lipaugus vociferans 15 1,250 11 0,917 13 1,083 39 1,083 Pipra rubrocapilla 13 1,083 1 0,083 7 0,583 21 0,583
Machaeropterus pyrocephalus 7 0,583 5 0,417 2 0,167 14 0,389 Lepidothrix nattereri 9 0,750 1 0,083 0 0,000 10 0,278
Myrmotherula brachyura 0 0,000 4 0,333 6 0,500 10 0,278 Rhytipterna simplex 2 0,167 1 0,083 6 0,500 9 0,250
Tyranneutes stolzmanni 0 0,000 4 0,333 5 0,417 9 0,250 Cercomacra cinerascens 2 0,167 4 0,333 1 0,083 7 0,194
Myiopagis gaimardii 1 0,083 4 0,333 2 0,167 7 0,194 Myrmeciza hemimelaena 5 0,417 2 0,167 0 0,000 7 0,194
Trogon viridis 0 0,000 3 0,250 4 0,333 7 0,194 Hylophilus hypoxanthus 0 0,000 4 0,333 2 0,167 6 0,167
Myrmoborus myotherinus 4 0,333 0 0,000 2 0,167 6 0,167 Patagioenas plumbea 0 0,000 1 0,083 5 0,417 6 0,167
Thamnophilus aethiops 1 0,083 2 0,167 3 0,250 6 0,167 Melanerpes cruentatus 0 0,000 5 0,417 0 0,000 5 0,139 Pyrrhura snethlageae 3 0,250 2 0,167 0 0,000 5 0,139
Ramphotrigon ruficauda 2 0,167 2 0,167 1 0,083 5 0,139 Xiphorhynchus guttatus 3 0,250 0 0,000 2 0,167 5 0,139
Ara macao 1 0,083 1 0,083 2 0,167 4 0,111 Patagioenas subvinacea 0 0,000 3 0,250 1 0,083 4 0,111
Ramphastos tucanus 0 0,000 0 0,000 4 0,333 4 0,111 Tersina viridis 0 0,000 0 0,000 4 0,333 4 0,111
Tolmomyias assimilis 4 0,333 0 0,000 0 0,000 4 0,111 Diopsittaca nobilis 0 0,000 1 0,083 2 0,167 3 0,083
Hylophilus semicinereus 0 0,000 0 0,000 3 0,250 3 0,083 Lanio cristatus 2 0,167 1 0,083 0 0,000 3 0,083
Lophotriccus galeatus 2 0,167 0 0,000 1 0,083 3 0,083 Myrmotherula multostriata 0 0,000 0 0,000 3 0,250 3 0,083
Myrmotherula sclateri 0 0,000 2 0,167 1 0,083 3 0,083 Pionites leucogaster 3 0,250 0 0,000 0 0,000 3 0,083 Pionus menstruus 0 0,000 1 0,083 2 0,167 3 0,083
Schiffornis amazona 3 0,250 0 0,000 0 0,000 3 0,083 Thamnophilus schistaceus 1 0,083 0 0,000 2 0,167 3 0,083
Ara severus 0 0,000 2 0,167 0 0,000 2 0,056
80
Nome do táxon CA IPA CA RE
IPA RE CO
IPA CO Total
IPA Geral
Campephilus rubricollis 0 0,000 1 0,083 1 0,083 2 0,056 Cantorchilus leucotis 0 0,000 0 0,000 2 0,167 2 0,056
Crypturellus strigulosus 0 0,000 1 0,083 1 0,083 2 0,056 Dacnis cayana 2 0,167 0 0,000 0 0,000 2 0,056
Epinecrophylla leucophthalma 2 0,167 0 0,000 0 0,000 2 0,056 Euphonia chlorotica 2 0,167 0 0,000 0 0,000 2 0,056 Euphonia rufiventris 2 0,167 0 0,000 0 0,000 2 0,056
Falco rufigularis 0 0,000 2 0,167 0 0,000 2 0,056 Hemitriccus minimus 0 0,000 2 0,167 0 0,000 2 0,056 Hylocharis sapphirina 1 0,083 0 0,000 1 0,083 2 0,056
Hypocnemoides maculicauda 0 0,000 2 0,167 0 0,000 2 0,056 Leucopternis kuhli 0 0,000 0 0,000 2 0,167 2 0,056
Megarynchus pitangua 2 0,167 0 0,000 0 0,000 2 0,056 Monasa nigrifrons 0 0,000 1 0,083 1 0,083 2 0,056
Myiozetetes luteiventris 0 0,000 0 0,000 2 0,167 2 0,056 Myrmeciza atrothorax 0 0,000 2 0,167 0 0,000 2 0,056
Myrmotherula hauxwelli 0 0,000 2 0,167 0 0,000 2 0,056 Orthopsittaca manilata 0 0,000 1 0,083 1 0,083 2 0,056 Patagioenas speciosa 1 0,083 0 0,000 1 0,083 2 0,056
Phaethornis ruber 2 0,167 0 0,000 0 0,000 2 0,056 Pheugopedius genibarbis 0 0,000 2 0,167 0 0,000 2 0,056
Picumnus aurifrons 1 0,083 1 0,083 0 0,000 2 0,056 Piprites chloris 0 0,000 1 0,083 1 0,083 2 0,056
Querula purpurata 2 0,167 0 0,000 0 0,000 2 0,056 Ramphastos vitellinus 0 0,000 0 0,000 2 0,167 2 0,056
Ramphocaenus melanurus 0 0,000 2 0,167 0 0,000 2 0,056 Ramphocelus carbo 0 0,000 1 0,083 1 0,083 2 0,056 Selenidera gouldii 0 0,000 0 0,000 2 0,167 2 0,056
Stelgidopteryx ruficollis 0 0,000 0 0,000 2 0,167 2 0,056 Synallaxis rutilans 1 0,083 0 0,000 1 0,083 2 0,056
Thamnophilus stictocephalus 1 0,083 1 0,083 0 0,000 2 0,056 Tolmomyias flaviventris 0 0,000 0 0,000 2 0,167 2 0,056
Trogon collaris 0 0,000 2 0,167 0 0,000 2 0,056 Amazilia versicolor 1 0,083 0 0,000 0 0,000 1 0,028
Campylopterus largipennis 0 0,000 1 0,083 0 0,000 1 0,028 Celeus flavus 0 0,000 1 0,083 0 0,000 1 0,028
Certhiasomus stictolaemus 0 0,000 0 0,000 1 0,083 1 0,028 Chlorophanes spiza 0 0,000 0 0,000 1 0,083 1 0,028
Cnemotriccus fuscatus 0 0,000 1 0,083 0 0,000 1 0,028 Cranioleuca vulpina 0 0,000 0 0,000 1 0,083 1 0,028 Cyanerpes caeruleus 1 0,083 0 0,000 0 0,000 1 0,028 Cymbilaimus lineatus 0 0,000 0 0,000 1 0,083 1 0,028
Dendrocincla fuliginosa 0 0,000 0 0,000 1 0,083 1 0,028 Dromococcyx pavoninus 0 0,000 1 0,083 0 0,000 1 0,028
Euphonia minuta 0 0,000 0 0,000 1 0,083 1 0,028 Hypocnemis striata 0 0,000 1 0,083 0 0,000 1 0,028
Lanio luctuosus 0 0,000 0 0,000 1 0,083 1 0,028 Legatus leucophaius 0 0,000 1 0,083 0 0,000 1 0,028
Leptotila rufaxilla 0 0,000 0 0,000 1 0,083 1 0,028 Manacus manacus 0 0,000 1 0,083 0 0,000 1 0,028
81
Nome do táxon CA IPA CA RE
IPA RE CO
IPA CO Total
IPA Geral
Microcerculus marginatus 1 0,083 0 0,000 0 0,000 1 0,028 Momotus momota 0 0,000 1 0,083 0 0,000 1 0,028
Myrmotherula axillaris 0 0,000 1 0,083 0 0,000 1 0,028 Ornithion inerme 1 0,083 0 0,000 0 0,000 1 0,028
Pachyramphus polychopterus 0 0,000 0 0,000 1 0,083 1 0,028 Piaya cayana 1 0,083 0 0,000 0 0,000 1 0,028
Platyrinchus platyrhynchos 0 0,000 0 0,000 1 0,083 1 0,028 Primolius maracana 0 0,000 1 0,083 0 0,000 1 0,028
Psarocolius bifasciatus 0 0,000 0 0,000 1 0,083 1 0,028 Pteroglossus beauharnaesii 0 0,000 1 0,083 0 0,000 1 0,028
Pyrilia barrabandi 0 0,000 1 0,083 0 0,000 1 0,028 Tangara chilensis 0 0,000 0 0,000 1 0,083 1 0,028
Tangara velia 0 0,000 1 0,083 0 0,000 1 0,028 Thalurania furcata 1 0,083 0 0,000 0 0,000 1 0,028 Tinamus guttatus 0 0,000 0 0,000 1 0,083 1 0,028
Tinamus tao 0 0,000 1 0,083 0 0,000 1 0,028 Tityra semifasciata 1 0,083 0 0,000 0 0,000 1 0,028 Trogon melanurus 0 0,000 1 0,083 0 0,000 1 0,028 Trogon ramonianus 0 0,000 1 0,083 0 0,000 1 0,028 Veniliornis affinis 1 0,083 0 0,000 0 0,000 1 0,028
Xiphorhynchus elegans 1 0,083 0 0,000 0 0,000 1 0,028 Willisornis poecilinotus 0 0,000 0 0,000 1 0,083 1 0,028
Nota: CA = canteiro de obras; RE = reservatório; CO = área controle) e o IPA geral. As espécies estão listadas em ordem decrescente de IPA geral
4.1.12 Métodos não sistematizados
Por meio de métodos não sistematizados, aplicados aleatoriamente durante toda a
fase de campo, algumas informações puderam ser obtidas. Um total de 15 espécies,
das 20 registradas exclusivamente na sétima fase de campo, foi encontrado somente
por meio de buscas livres, sem que fosse aplicado algum tipo de método quantitativo.
Este dado reforça a importância de se aplicar buscas livres.
A Tabela 16 apresenta todos os registros inéditos obtidos durante a fase e indica
aquelas que foram encontradas por meio de métodos não sistematizados.
82
TABELA 16 – REGISTROS INÉDITOS OBTIDOS NA SÉTIMA FASE DE CAMPO, COM A INDICAÇÃO DAS ESPÉCIES ENCONTRADAS POR MEIO DE MÉTODOS SISTEMATIZADOS E NÃO SISTEMATIZADOS
Táxon Nome popular Registro por método
Não sistematizado Sistematizado
Leptodon cayanensis gavião-de-cabeça-cinza X
Ictinia mississippiensis sauveiro-do-norte X
Harpia harpyja gavião-real X
Micrastur ruficollis falcão-caburé X
Phaetusa simplex trinta-réis-grande X
Ara chloropterus arara-vermelha-grande X
Dromococcyx pavoninus peixe-frito-pavonino X
Hydropsalis leucopyga bacurau-de-cauda-barrada X
Panyptila cayennensis andorinhão-estofador X
Phaethornis superciliosus rabo-branco-de-bigodes X
Hylocharis sapphirina beija-flor-safira X
Heliomaster longirostris bico-reto-cinzento X
Pteroglossus aracari araçari-de-bico-branco X
Cranioleuca vulpina arredio-do-rio X
Cephalopterus ornatus anambé-preto X
Todirostrum chrysocrotaphum ferreirinho-de-sobrancelha X
Progne tapera andorinha-do-campo X
Tachyphonus rufus pipira-preta X
Sporophila sp. coleirinho X
Euphonia minuta gaturamo-de-barriga-branca X
O intervalo entre a Foto 17 e a Foto 30 exibe os indivíduos capturados na sétima fase
de campo do monitoramento da avifauna, nas áreas de controle, do reservatório e do
canteiro de obras.
83
FOTO 17 – MACHO DE GAVIÃO-REAL (Harpia harpyja) ENCONTRADO NA ENCOSTA DA MACROÁREA DO CANTEIRO DE OBRAS PELA EQUIPE DE RESGATE DE FAUNA
FOTO: RAFAEL NOEL E GUILHERME C. MARAIS, 2012
FOTO 18 – FÊMEA DE GAVIÃO-REAL (Harpia harpyja) FLAGRADA EM UM TRECHO À JUSANTE DO LOCAL PREVISTO PARA A BARRAGEM
FOTO: RAPHAEL E. F. SANTOS, 2012
FOTO 19 – GAVIÃO-BRANCO (Pseudastur albicollis) FOTOGRAFADO NA ÁREA DO CANTEIRO DE OBRAS
FOTO: RAPHAEL E. F. SANTOS, 2012
FOTO 20 – GAVIÃO-VAQUEIRO (Leucopternis kuhli) FOTOGRAFADO NO PONTO AMOSTRAL DO RESERVATÓRIO, NA MARGEM DO RIO TELES PIRES
FOTO: RAPHAEL E. F. SANTOS, 2012
84
FOTO 21 – CORUJA-DE-CRISTA (Lophostrix cristata) FOTOGRAFADA NA ÁREA DO CANTEIRO DE OBRAS
FOTO: RAPHAEL E. F. SANTOS, 2012
FOTO 22 – CURICA-DE-BOCHECHA-LARANJA (Pyrilia barrabandi) FOTOGRAFADA NA ÁREA DO CANTEIRO DE OBRAS
FOTO: RAPHAEL E. F. SANTOS, 2012
FOTO 23 – PEIXE-FRITO-PAVONINO (Dromococcyx pavoninus) ENCONTRADO NA ÁREA DO CANTEIRO DE OBRAS
FOTO: RAPHAEL E. F. SANTOS, 2012
FOTO 24 – CAPITÃO-DE-CINTA (Capito dayi) FLAGRADO NA ÁREA-CONTROLE. CASAL VOCALIZANDO NA COPA DA FLORESTA
FOTO: RAPHAEL E. F. SANTOS, 2012
FOTO 25 – ARIRAMBA-BRONZEADA (Galbula leucogastra) FOTOGRAFADA NA ÁREA DO CANTEIRO DE OBRAS
FOTO: RAPHAEL E. F. SANTOS, 2012
FOTO 26 – RAPAZINHO-ESTRIADO (Nystalus striolatus) FOTOGRAFADO NA ENCOSTA FLORESTAL DA ÁREA DO CANTEIRO
FOTO: RAPHAEL E. F. SANTOS, 2012
85
FOTO 27 – IPECUÁ (Thamnomanes caesius) FOTOGRAFADO NA ÁREA DO CANTEIRO DE OBRAS
FOTO: RAPHAEL E. F. SANTOS, 2012
FOTO 28 – COROA-DE-FOGO (Heterocercus linteatus) FOTOGRAFADO NA ÁREA PREVISTA PARA O RESERVATÓRIO
FOTO: RAPHAEL E. F. SANTOS, 2012
FOTO 29 – POLÍCIA-DO-MATO (Granatellus pelzeni) FOTOGRAFADO NA ÁREA PREVISTA PARA O RESERVATÓRIO DA UHE COLÍDER
FOTO: RAPHAEL E. F. SANTOS, 2012
FOTO 30 – ARARA-VERMELHA-GRANDE (Ara chloropterus) FOTOGRAFADA NA ÁREA DO CANTEIRO DE OBRAS
FOTO: RAPHAEL E. F. SANTOS, 2012
4.1.13 Índice de diversidade
Considerando os dados de abundância, obtidos por meio das contagens em pontos
fixos, obteve-se um índice de diversidade de H’=4.169 para a sétima fase de campo.
4.1.14 Espécimes coletados
Um indivíduo de Dendrocolaptes certhia foi coletado com o objetivo de avaliar
variações individuais na espécie.
86
4.1.15 Considerações finais
Os resultados obtidos na sétima fase de campo foram satisfatórios. Apesar do número
total de aves capturadas (n=59) ter sido inferior à média, foram obtidas várias
recapturas e 20 espécies foram registradas pela primeira vez durante o estudo. Muitas
espécies puderam ser registradas fotograficamente e devidamente documentadas
para a área de estudo. A harpia (Harpia harpyja) foi finalmente registrada no local sob
avaliação, representando uma importante informação sobre a espécie. A presença de
predadores topo de cadeia indica que os ambientes encontram-se íntegros e
disponibilizam oferta de espécies-presa suficientes para manter populações viáveis
destes predadores.
Apesar dos bons resultados obtidos, foi observado que alguns fatores estão
interferindo na coleta de dados. O número de aves capturadas, principalmente na
área-controle, está diminuindo substancialmente. Este fato pode estar associado à
construção e utilização da estrada principal de acesso à usina. É notável que algumas
espécies que eram frequentes neste ponto amostral antes da construção da estrada
desapareceram e não foram mais registradas no local (e.g. Hylopezus whittakeri,
Xipholena punicea). A movimentação geral de aves neste ponto também reduziu
bastante, e esta redução é notada no trabalho de anilhamento, pois poucas aves têm
sido capturadas nas últimas campanhas.
Em contrapartida, o ponto amostral da área prevista para o reservatório é a que
sempre apresenta os maiores valores de abundância e taxas de captura. Isso indica
que é o local mais rico em aves e que o impacto do alagamento será expressivo. Além
disso, muitas espécies de aves possuem ocorrência restrita à mata de várzea,
presente às margens do rio Teles Pires. Espécies como Heterocercus linteatus,
Hylophylax punctulatus, Xiphorhynchus obsoletus, Nasica longirostris, entre muitas
outras, estarão completamente comprometidas com o alagamento do reservatório,
pois não terão ambiente similar nas proximidades para se estabelecer. Pode-se dizer
que as populações destas espécies estarão muito prejudicadas, até mesmo
condenadas. Para estimar o número de populações ou mesmo o tamanho populacional
destas espécies na área de supressão, seria necessário um monitoramento específico
com as mesmas. Contudo, espera-se que este número seja alto, visto que a
população total destas espécies habita especificamente a mata de várzea, e não
ocorrem em matas de terra firme. Dentre estas espécies, nenhuma é listada como
ameaçada de extinção, contudo, algumas são consideradas como raras em toda a
87
região, inclusive em áreas conservadas como o Parque Estadual do Cristalino e na
Serra do Cachimbo. Um exemplo de espécie que pode ser considerada rara e somente
foi registrada neste tipo de ambiente é o surucuá-pavão ou quetzal (Pharomachrus
pavoninus). O impacto sobre estas populações será dificilmente amenizado, visto que
os ambientes em que elas habitam será completamente suprimido para o enchimento
do futuro reservatório. Com a supressão vegetal, estas populações devem procurar
novos ambientes apropriados à sua sobrevivência. Contudo, não existem ambientes
próximos com características adequadas, e aquelas que ocorrem a jusante do
empreendimento são ocupadas por indivíduos da mesma espécies, com territórios já
demarcados.
O impacto real poderá ser adequadamente mensurado somente após o alagamento,
por meio de monitoramento específico destas populações. O monitoramento deve ser
realizado por meio de formas diferenciadas de marcação, utilizando mecanismos de
transferência de dados através de um chip instalado nos indivíduos capturados, que
registra dados sobre sua localização. Contudo, a dificuldade neste método é que o
mesmo indivíduo deve ser recapturado para remoção do chip e leitura dos dados. Para
espécies de maior porte, pode-se instalar um receptor GPS, que transmite a
localização do indivíduo com frequência diária.
Em relação à riqueza registrada durante a sétima campanha, os valores têm se
mantido muito semelhantes quando comparados às fases anteriores. Foram
registradas 260 espécies, sendo que na quinta fase foram encontradas 264, e durante
a sexta campanha foram registradas 259 espécies.
Em relação ao método de captura e marcação de aves silvestres, 59 indivíduos,
pertencentes a 32 espécies foram capturados durante a sétima campanha do
monitoramento da avifauna. Destas, 20 aves já haviam sido anilhadas em campanhas
anteriores e representam recapturas, sendo que até o momento têm-se um total de
484 capturas obtidas. Desta forma, pode-se afirmar que o anilhamento está se
aproximando do esforço ideal, quando a quantidade de capturas representam o dobro
das recapturas em cada campanha. Por outro lado, a alta taxa de recapturas pode
tanto indicar que o esforço está sendo eficiente, como também indicar que algumas
espécies estão se tornando escassas na área.
Os índices de captura em redes de neblina e de abundância foram baixos quando
comparados à outras fases, e este fato pode estar associado à intensa movimentação
da estrada de acesso (área-controle). O período reprodutivo também interfere nos
88
resultados, pois muitas espécies estavam em atividade de choco ou confecção dos
ninhos. Desta forma, não se expõe com tanta frequência e não se mostram agressivos
quando provocados pela técnica de playback.
Pouquíssimos bandos mistos foram observados, e nestes, as espécie nucleares foram
Thamnomanes caesius e Hypocnemis striata. Algumas espécies se reúnem em bando
mistos nesta época do ano com o objetivo de maximizar a obtenção de alimento por
meio do forrageamento ativo.
Diante dos dados apresentados no presente relatório, pode-se concluir que os
resultados obtidos na sétima fase de campo do monitoramento foram satisfatórios.
Espera-se que a próxima etapa, a ser realizada em outubro/novembro deste ano de
2012, apresente dados ainda melhores, pois coincidirá com o período de recrutamento
dos filhotes nascidos na presente temporada reprodutiva. Desta forma, espera-se um
maior número de aves capturadas nas redes de neblina e uma maior movimentação
geral nos ambientes avaliados.
89
4.2 MASTOFAUNA
4.2.1 Procedimentos Metodológicos
Durante a sétima fase do monitoramento da mastofauna na área da UHE Colíder
foram amostradas as mesmas três áreas ou parcelas amostrais: (1) canteiro de obras,
(2) reservatório e (3) área-controle. Os esforços de campo permaneceram os mesmos
em todas as fases.
4.2.1.1 Pequenos mamíferos não-voadores
Foram empregados dois conjuntos de métodos complementares: (1) três linhas de
armadilhas de interceptação e queda (pitfalls) e (2) 150 armadilhas de captura viva
(live traps) de dois tipos: Tomahawk® e Shermann® , sendo 50 unidades em cada
área amostral. As armadilhas de captura viva foram iscadas com uma mistura
composta por banana, paçoca de amendoim, farinha de milho, pedaços de toucinho e
sardinha. Ambos tipos de armadilhas foram revisados pela manhã a cada dia e re-
iscados conforme a necessidade.
Os dois conjuntos de métodos empregados para a captura de pequenos mamíferos
não-voadores permaneceram em funcionamento durante seis dias consecutivos,
simultaneamente nas três áreas amostrais. Todos os indivíduos capturados foram
pesados, e tomadas as seguintes medidas: comprimento da cabeça e corpo (CC),
comprimento da cauda (CA), e comprimento do pé (PÉ).
Os pequenos mamíferos não-voadores foram identificados segundo as chaves de
identificação de Gardner (2007), Bonvicino et al. (2008) e Weksler & Percequillo
(2011) e das descrições apresentadas em Rossi et al. (2011) e Oliveira & Bonvicino
(2011).
4.2.1.2 Morcegos
Para a captura de morcegos foram utilizadas 12 redes de neblina (6x3 m) que
pemaneceram abertas do pôr-do-sol até às 00:00 horas. As redes foram armadas por
duas noites consecutivas em cada parcela amostral. Os animais capturados foram
pesados e também foram tomadas as medidas de seus antebraços. Os primeiros
morcegos capturados por espécie foram sacrificados e preparados em via úmida e
90
depositados na Coleção Científica de Mastozoologia da UFPR como material
testemunho e para uma melhor definição taxonômica. Os demais indivíduos foram
identificados, marcados com anilhas numeradas em seus antebraços.
Os morcegos foram identificados segundo as chaves para a identificação de morcegos
de Vizzoto & Taddei (1973), Lim & Engstron (2001), Gardner (2007) e Miranda et al.
(2011), associada às descrições apresentadas por Simmons & Voss (1998), Barquez
et al. (1999), Reis et al. (2007) e Peracchi et al. (2011).
4.2.1.3 Mamíferos de médio e grande porte
Esses mamíferos foram registrados com o seguinte conjunto de métodos: (1) busca
ativa por vestígios (pegadas, rastros, fezes, tocas, etc.) e por registros diretos da
presença de mamíferos (visualizações, contatos auditivos, carcaças, etc.), essas
buscas se deram, a pé, de carro e de barco, distribuídas de forma equivalente entre
as três áreas amostrais; e (2) armadilhamento fotográfico, onde foram armadas
quatro armadilhas fotográficas (Trophy Cam Trail Camera – Bushnell®), sendo uma
em cada área amostral e uma quarta câmera é armada em um ponto oportunístico.
As pegadas e os rastros foram identificados segundo os guias de pegadas de González
(2001), Oliveira & Cassaro (2005), Carvalho Jr. & Luz (2008) e Mamede & Alho
(2008).
4.2.1.4 Análise dos dados
Os mamíferos foram analisados quanto ao número de espécie, famílias e ordens,
número de indivíduos (pequenos mamíferos terrestres e voadores) e número de
registros (médios e grandes mamíferos) observados em cada área de influência.
A classificação taxonômica e nomenclatura das espécies seguem Wilson & Reeder
(2005), Reis et al. (2011) e Alfaro et al. (2012).
Na avaliação da mastofauna foram utilizados os índices apresentados a seguir:
Curva de rarefação
O número de espécies é influenciado pelo número de indivíduos capturados, isto é,
quanto mais indivíduos são capturados, maior pode ser o número de espécies
registrado. De acordo com Gotelli & Colwell (2001), para minimizar esse problema, é
interessante ilustrar o aumento do número de espécies por meio de uma curva de
91
rarefação, a qual representa a expectativa estatística de uma curva de acúmulo de
espécies. A curva de acúmulo de espécies inclui o número total de espécies
observadas, durante o processo de coleta de dados, conforme são adicionados
indivíduos ou amostras ao conjunto total de dados.
De forma simplificada, a curva de rarefação é produzida por repetidas re-
amostragens, ao acaso, desse conjunto total de dados, a fim de se obter uma média
do número de espécies encontradas nas re-amostragens. Esta análise foi realizada
utilizando o programa PAST® (Hammer et al. 2011).
Índice de Diversidade e Similaridade
Foi calculado, para cada área amostral, o índice de diversidade de Shannon-Wiener
(Krebs, 1989). A comparação da riqueza e abundância de espécies entre as parcelas
foi realizada através do índice de similaridade de Bray-Curtis (Krebs, 1989).
4.2.2 Riqueza de espécies
Nessa fase do monitoramento da mastofauna foram registradas 38 espécies de
mamíferos silvestres, apresentando uma diversidade de H’=2,198. Foram obtidos
quatro novos registros nesta sétima campanha do monitoramento, sendo três
morcegos: Artibeus fimbriatus, Chiroderma trinitatum (Foto 31) e Thyroptera discifera
(Foto 32); e uma espécie de primata recentemente descrita: Callicebus vieirai (Foto
33). O registro de C. vierai foi obtido através do método de observação direta, e para
a identificação foram usados os caracteres diagnósticos citados por Gualda-Barros et
al. (2012): coloração pálida castanho acinzentado principalmente na “coroa”, nuca,
cauda, dorso e os lados dorsal dos membros; mãos, pés e ponta da cauda branco;
barriga e nos lados ventral dos membros alaranjado e coloração branca na testa e
barba, em torno do rosto escuro. As espécies registradas em todas as fases do
monitoramento, somadas àquelas registradas no EIA do mesmo empreendimento,
totalizam 116 espécies, pertencentes a 10 ordens e 31 famílias (Tabela 17).
92
FOTO 31 – MORCEGO Chiroderma trinitatum, NOVO REGISTRO OBTIDO NA SÉTIMA FASE DO MONITORAMENTO
FOTO: NATHALIA Y. K. OLIVEIRA, 2012
FOTO 32 – MORCEGO, Thyroptera discifera, NOVO REGISTRO DE FAMÍLIA (TRYROPTERIDAE)
FOTO: NATHALIA Y. K. OLIVEIRA, 2012
FOTO 33 – GUIGÓ OU ZOGUE-ZOGUE (Calicebus vieirai). NOVA ESPÉCIE DE PRIMATA RECENTEMENTE DESCRITA (GUALDA-BARROS ET AL., 2012)
FOTO: RAPHAEL E. F. SANTOS, 2012
93
TABELA 17 - MAMÍFEROS REGISTRADOS NA ÁREA DE INFLUÊNCIA DA UHE COLIDER
TÁXON Nome popular Método de Registro
Área amostral Fase do
Monitoramento EIA
Status de conservação
ORDEM DIDELPHIMORPHIA Família Didelphidae
Caluromys lanatus (Olfers, 1818) cuíca-lanosa OD Co 2 - -
Caluromys phylander (Linnaeus, 1758) cuíca-lanosa CP Re 3 - -
Didelphis marsupialis Linnaeus, 1758 gambá-de-orelha-preta - - - X -
Gracilinanus agilis (Burmeister, 1854) guaiquica - - - X -
Cryptonanus sp. guaiquica CP Re,Co 1 - -
Marmosa murina (Linnaeus, 1758) guaiquica CP Re,Co 1,2,3 X -
Marmosops bishopi (Pine, 1981) cuica CP Re 7 X -
Marmosops parvidens (Tate, 1931) cuíca - - - X -
Marmosops sp. cuíca - - - X -
Micoureus demerarae (Thomas, 1905) cuíca - - - X -
Micoureus constantiae (Thomas, 1904) cuíca CP Re 1 - DD Monodelphis brevicaudata (Erxleben,
1777) cuica CP Re,Co 1,6 X -
Monodelphis kunsi Pine, 1975 cuica CP Co,Re 1,5 X DD
ORDEM CINGULATA
Família Dasypodidae
Dasypus novemcinctus Linnaeus, 1758 tatu-galinha PE,TO,ENT Ca,Re,En 1,3,5 X -
Dasypus kappleri (Desmarest, 1804) tatu-quinze-
quilos OD,TO,ENT Ca,Co,En 1,2 X -
Euphractus sexcinctus (Linnaeus, 1758) tatu-peba OD,PE,TO Ca,Re,Ca,En 1 X -
Tolipeutes matacus (Desmarest, 1804) tatu-bola - - - X DD
Cabassous unicinctus (Linnaeus, 1758) tatu-de-rabo-mole
CP Ca 2,5 - -
94
TÁXON Nome popular Método de Registro Área amostral
Fase do Monitoramento EIA
Status de conservação
Priodontes maximus (Kerr, 1792) tatu-canastra PE,ENT,AF,TO Re,Ca,Co 1,3,5,7 X VU
ORDEM PILOSA Família Myrmecophagidae
Tamandua tetradactyla (Linnaeus, 1758) tamanduá-mirim OD,ENT,AF Ca,Re,Co 1,5,6,7 X -
Myrmecophaga tridactyla (Linnaeus, 1758)
tamanduá-bandeira ENT En 1 X VU
Família Megalonychidae
Choloepus hoffmanni Peters, 1858 preguiça-real RES Ca 3 - -
ORDEM PRIMATES Família Atelidae
Ateles marginatus (É. Geoffroy, 1809) macaco-aranha-de-cara-branca
OD,CA Ca,Re,Co,En 1,2,3,4,5,6,7 - EN
Ateles chamek (Humboldt, 1812) macaco-aranha OD,CA Re 1,2,3,5,6 X -
Alouatta discolor (Sipx 1823) bugio OD Ca,Co 3,6 - -
Família Cebidae
Mico emiliae (Thomas, 1920) sagui OD,CA Ca, Em 1,3,5,6 X -
Sapajus apella (Linnaeus, 1758) macaco-prego OD,CA Ca,Re,Co,En 1,2,3,4,5,6,7 X -
Sapajus albifrons (Humboldt, 1812) caiarara - - - X DD
Família Pitheciidae
Callicebus molock (Hoffmannsegg, 1807)
guigó, zogue-zogue OD,CA Re,Co 1,2,3,6 X -
Callicebus vieirai Gualda-Barros, Nascimento & Amaral, 2012
guigó, zogue-zogue
OD Re 7 _ _
Chiropotes albinasus (I. Geoffroy & Devile, 1848)
cuxiú-de-nariz-vermelho OD,CA Ca,Re,Co 2,3,5 - -
Pithecia irrorata Gray, 1842 parauacú - - - X -
Família Aotidae Aotus infulatus (Khul, 1820) macaco-da-noite OD,CA Ca 2,3 X -
95
TÁXON Nome popular Método de Registro Área amostral
Fase do Monitoramento EIA
Status de conservação
ORDEM CHIROPTERA
Família Embalonuridae Rhynchonycteris naso (Wied-Neuwied,
1820) morcego CP,OD Re 1,2 - -
Família Mormoopidae Peropteryx macrotis (Wagner, 1842) morcego - - - X -
Família Phyllostomidae
Phyllostomus hastatus (Pallas, 1767) morcego CP Ca,Re,Co 1,2,3,5,6 X -
Phyllostomus discolor Wagner, 1843 morcego CP Ca,Re,Co 1,3,6 X - Phyllostomus elongatus (É. Geoffroy,
1810) morcego CP Ca,Re,Co 1,2,3,6,7 - -
Phyllostomus latifolius (Thomas, 1901) morcego CP Ca 3,5 - DD
Phylloderma stenops Peters, 1865 morcego CP Co 2 - -
Chrotopterus auritus (Peters, 1856) morcego RES - 3 X -
Lophostoma silvicolum d’Orbigny, 1836 morcego - - - X -
Lophostoma brasiliense Peters, 1866 morcego CP Ca 5 X -
Trachops cirrhosus (Spix, 1823) morcego CP Co,Re 1,6 X -
Micronycteris megalotis Gray, 1842 morcego - - - X -
Trinycteris nicefori (Sanborn, 1942) morcego CP Co,Re 1,7 - - Lampronycteris brachyotis (Dobson,
1879) morcego CP Co 3 - -
Glyphonycteris silvestris (Thomas, 1896)
morcego CP Re 3 - -
Lionycteris spurrelli Thomas, 1903 morcego - - - X -
Lonchophylla mordax Thomas, 1903 morcego - - - X DD
Lonchophylla thomasi Allen, 1904 morcego CP Co 5 - -
Glossophaga soricina (Pallas, 1766) morcego CP Ca 7 X -
Choeroniscus minor (Peters, 1868) morcego CP Ca,Re 3 X -
96
TÁXON Nome popular Método de Registro Área amostral
Fase do Monitoramento EIA
Status de conservação
Desmodus rotundus (É. Geoffroy, 1810) morcego-vampiro CP,VE Ca,Re 1,2,7 X -
Carollia perspicillata (Linnaeus, 1758) morcego CP Ca,Re,Co,En 1,2,3,5,6,7 X -
Rhinophylla pumilio Peters, 1865 morcego CP Ca,Re,Co 1,2,3,5,6,7 X -
Rhinophylla fischerae Carter, 1966 morcego - - - X DD
Dermanura cinerea (Gervais, 1856) morcego - - - X -
Dermanura gnoma Handley, 1987 morcego CP Ca,Re,Co 1,2,3,5,6,7 - -
Artibeus lituratus (Olfers, 1818) morcego CP Ca,Re,Co 1,3,5,6,7 X -
Artibeus planirostris (Spix, 1823) morcego CP Ca,Co,Re 1,2,3,5,6,7 X -
Artibeus obscurus (Schinz, 1821) morcego CP Ca,Co,Re 1,2,3,5,6,7 X -
Artibeus fimbriatus Gray, 1838 morcego CP Co 7 - -
Chiroderma trinitatum Goodwin,1958 morcego CP Re 7 - -
Mesophylla macconnelli Thomas, 1901 morcego CP Ca,Co 3,7 X -
Platyrrhinus lineatus (É. Geoffroy, 1810) morcego - - - X - Platyrrhinus fusciventris Velazco,
Gardner & Patterson, 2010) morcego CP Co 5 - -
Platyrrhinus sp.
CP Ca,Re 6,7 - -
Uroderma magnirostrum Davis, 1968 morcego - - - X -
Uroderma bilobatum Peters, 1866 morcego CP Ca,Re,Co 1,2,3,5,7 X -
Vampyressa pusilla (Wagner, 1843) morcego CP Ca 1,2 - -
Familia Mormoopidae
Pteronutus parnellii (Gray, 1843) morcego CP Ca,Re,Co 1,2,3,5,6,7 X -
Pteronotus personatus (Wagner, 1843) morcego CP Re 5 - -
Família Noctilionidae
Noctilio albiventris Desmarest, 1818 morcego-pescador-pequeno
OD Re 2,7 - -
Família Thyropteridae
97
TÁXON Nome popular Método de Registro Área amostral
Fase do Monitoramento EIA
Status de conservação
Thyroptera discifera Lichtenstein e Peters, 1855 morcego CP Co 7 - -
Familia Molossidae
Molossus molossus (Pallas, 1766) morcego RES Ca 3 X -
Molossus rufus (É. Geoffroy, 1805) morcego RES Ca 3 - -
Família Vespertilionidae Myotis nigricans (Schinz, 1821) morcego CP,RES Ca,Re,Co 1,3
- -
Myotis cf. riparius Handley, 1960 morcego CP Co 3 - -
Myotis sp. morcego CP Co,Re 7 - -
ORDEM CARNÍVORA
Família Canidae
Cerdocyon thous (Linnaeus, 1766) graxaim PE,OD,AF,ENT Ca,Re,Co,En 1,2,3,4,5,6,7 X -
Atelocynus microtis (Sclater, 1883) cachorro-deo-
mato-de-orelha-curta
OD Ca 1 X DD
Speothos venaticus (Lund, 1842) cachorro-vinagre - - - X VU
Família Felidae
Leopardus pardalis (Linnaeus, 1758) jaguatirica PE,ENT,AF Ca,Co,Re 1,3,5,6,7 X VU
Leopardus tigrinus (Schreber, 1775) gato-do-mato - - - X VU
Puma yagouaroundi (Lacépède, 1809) gato-mourisco OD,ENT Ca,Em 1,2,5 X -
Puma concolor (Linnaeus, 1771) puma PE,ENT Re,Em 1,7 X VU
Panthera onca (Linnaeus, 1758) onça-pintada OD,PE,CA,ENT,AF,FE
Re,Ca 1,2,3,5,6 X VU
Família Mustelidae Eira barbara (Linnaeus, 1758) irara OD,RES Ca,Co 3,4,6,7 X -
Galictis vittata (Schreber, 1776) furão CÇ Em 3 - -
Lontra longicaudis (Olfers, 1818) lontra ENT,PE Re 1,2 X -
98
TÁXON Nome popular Método de Registro Área amostral
Fase do Monitoramento EIA
Status de conservação
Pteronura brasiliensis (Gmelin, 1788) ariranha ENT,OD,AF Re 1,2,3,6,7 X VU
Mustela africana Desmarest, 1818 doninha-
amazônica OD Ca 3 - DD
Família Procyonidae
Procyon cancrivorus (Cuvier, 1798) mão-pelada PE Re,Co 1,2,3 X -
Nasua nasua (Linnaeus, 1766) quati ENT,CÇ Ca 1,2,7 X -
Potos flavus (Schreber, 1774) jupará OD,ENT,CA Ca,Re,Co 1,3,4,5,6 X -
ORDEM ARTIODACTYLA
Família Cervidae Mazama gouazoubira (Fischer, 1814)
veado-catingueiro
OD,PE,ENT Ca,En,Co 1,2,3,5,6,7 X -
Mazama americana (Erxleben, 1777) veado-mateiro ENT Ca,En 1 X -
Família Tayassuidae Pecari tajacu (Linnaeus, 1758) cateto PE,OD,ENT,AF Ca,Re,Co,En 1,2,3,5,6 X -
Tayassu pecari (Link, 1795) queixada PE,OD,AF,ENT,CÇ
Ca,Re,Co 1,2,3,5,6,7 X -
ORDEM PERISSODACTYLA Familia Tapiridae
Tapirus terrestris (Linnaeus, 1758) anta OD,PE,ENT,AF Ca,Re,Co,En 1,2,3,5,6,7 X -
ORDEM RODENTIA Família Sciuridae
Guerlinguetus gilvigularis (Wagner, 1842)
caxinguelê OD,CÇ Ca,Em,Re 1,2,3 - -
Sciurillus pusillus (É. Geoffroy, 1803) coatipuruzinho OD Co 4 - -
Família Caviidae
Hydrochoerus hydrochaeris (Linnaeus, 1766)
capivara CÇ,OD,PE,ENT,FE
Ca,Re 1,2,3,5,7 X -
Cavia porcellus (Linnaeus, 1758)* preá - - - X -
99
TÁXON Nome popular Método de Registro Área amostral
Fase do Monitoramento EIA
Status de conservação
Família Erethizontidae
Coendou prehensilis (Linnaeus, 1758) ouriço-cacheiro OD Ca,Re 1,5 X -
Família Dasyproctidae
Dasyprocta leporina (Linnaeus, 1758) cotia PE,ENT,AF,OD Ca,Co,En 1,2,3,5 X -
Família Cuniculidae
Cuniculus paca (Linnaeus, 1758) paca ENT,PE,AF Ca,Re 1,2,5,7 X -
Família Cricetidae
Neacomys spinosus (Thomas, 1882) rato-de-espinho-pequeno
- - - X -
Oecomys bicolor (Thomas, 1860) rato-da-árvore CP Re,Co 1,2,3,5 X -
Oecomys cf. trinitatis Thomas, 1903 rato-da-árvore - - - X -
Oecomys roberti (Thomas, 1904) rato-da-árvore - - - X -
Eurioryzomys nitidus (Thomas, 1884) rato-do-mato - - - X -
Necromys lasiurus (Lund, 1841) rato-do-mato CP Co 1 - - Hylaeamys megacephalus (Fischer,
1814) rato-do-mato - - - X -
Rhipidomys emiliae (J.A. Allen 1916) rato-do-mato CP Re 1 X -
Família Echimidae
Proechimys longicaudatus (Rengger, 1830)
rato-de-espinho CP Co 1,2,3,5 - -
ORDEM LAGOMORPHA Família Leporidae
Silvilagus brasiliensis (Linnaeus, 1758) tapeti OD En 1 X -
Nota: Táxons/Espécie, seguida de seu nome popular; do método de registro (OD = observação direta, PE = pegada, FE, fezes, CÇ = carcaça, CA = Contato auditivo, CP = Captura, AF = armadilha fotográfica, ENT = entrevista, TO = toca, VE = vestígios, RES = capturada pelo resgate de fauna); área amostral (Ca = Canteiro de Obras, Re = Reservatório, Co = Área controle e En = entorno da área de influência); Fase de campo em que ocorreu o registro (em números arábicos respectivos às fases de campo do monitoramento de fauna); EIA (espécie registrada pela equipe do EIA) e Status de conservação no Brasil (segundo Chiarello et al. 2008) (CR = Criticamente em Perigo, EN = Em perigo, VU = Vulnerável e DD = Dados insuficientes).
100
4.2.3 Espécies ameaçadas
Foi registrada uma espécie ameaçada de extinção durante a sétima campanha: o
macaco-aranha-da-cara-branca (Ateles marginatus) (EN) (Foto 34). Entre as espécies
ameaçadas, os animais de grande porte, como carnívoros e primatas, representam os
grupos sob o maior risco de extinção (Drummont et al. 2005). O macaco-aranha-de-
cara-branca, assim como os demais primatas, sofre com a fragmentação e
descaracterização ambiental uma vez que são essencialmente arborícolas e
dependentes de ambientes florestados e contínuos.
FOTO 34 – MACACO-ARANHA-DE-CARA-BRANCA (Ateles marginatus), ESPÉCIE AMEAÇADA DE EXTINÇÃO SOB A CATEGORIA EN (EM PERIGO). ESSA ESPÉCIE OCORRE SOMENTE NA MARGEM DIREITA DO RIO TELES PIRES
FOTO: RAFAEL BALESTRIN, 2012
FOTO 35 – MACACO-ARANHA-DE-CARA-BRANCA (Ateles marginatus), ESPÉCIE AMEAÇADA DE EXTINÇÃO SOB A CATEGORIA EN (EM PERIGO)
FOTO: RAFAEL BALESTRIN, 2012
FOTO 36 – MACACO-ARANHA-DE-CARA-PRETA (Ateles chamek), ESPÉCIE RESTRITA À MARGEM ESQUERDA DO RIO TELES PIRES
FOTO: RAPHAEL E. F. SANTOS, 2012
101
4.2.4 Espécies endêmicas
As espécies endêmicas registradas durante a sétima campanha foram aquelas
endêmicas da Amazônia: Ateles marginatus e Dermanura gnoma (van Roosmalen et
al. 2002; Reis et al. 2007, 2008, 2011). Essas espécies sofrem com a perda de
hábitat e são vulneráveis à fragmentação e descaracterização ambiental (Chiarello et
al., 2008).
4.2.5 Espécies raras
Não foram registradas espécies consideradas raras na sétima fase do monitoramento.
Ainda não é conhecido o real status do primata descrito recentemente (Callicebus
vieirai), portanto não é possível classificá-lo como raro, mesmo tendo sido encontrado
somente agora na região. Avaliações futuras mais precisas poderão contribuir com a
determinação de seu status local.
4.2.6 Espécies migradoras e suas rotas
Não foram registradas espécies migradoras dentre os mamíferos em nenhuma das
fases do monitoramento.
4.2.7 Espécies Bioindicadoras
As diferentes espécies de mamíferos apresentam diferentes exigências ecológicas em
nichos temporal, espacial e trófico. As espécies de mamíferos indicadoras de
qualidade ambiental para esse tipo de empreendimento podem ser aquelas de hábitos
aquáticos e semi-aquáticos, por estarem diretamente relacionadas aos impactos de
um represamento. Entre essas espécies destacam-se a lontra (Lontra longicaudis), a
ariranha (Pteronura brasiliensis), a capivara (Hydrochoerus hydrochaeris) e a paca
(Cuniculus paca).
A paca comumente habita o ambiente ribeirinho e está diretamente associada à
existência de florestas ciliares em bom estado de conservação (Nowak, 1999). Em
locais muito alterados, onde este tipo de formação florestal inexiste ou já foi muito
modificada, esta espécie pode se tornar escassa ou até mesmo extinta localmente,
devido às exigências da espécie.
102
A capivara (Foto 37) é um animal que geralmente se adapta bem a alterações
ambientais, em especial em empreendimentos hidrelétricos, podendo ser afetada
positivamente com a presença de um lago (Ibama, 2000). Inclusive, o aumento
desequilibrado em suas populações, pode causar até mesmo prejuízos econômicos e
sanitários.
Além das espécies ligadas ao ambiente aquático, as espécies florestais também
sofrem impactos ligados à supressão dos ambientes florestados e perda de habitat.
Em especial os primatas podem ser considerados bons indicadores por serem
exclusivamente florestais, sofrendo bastante com a descaracterização, a
fragmentação e a redução florestal. Grandes carnívoros também são importantes
bioindicadores, por suas necessidades ambientais e de uma comunidade estruturada
de presas (Rodrigues et al. 2002).
FOTO 37 – CAPIVARA (Hydrochoerus hydrochaeris), NA ÁREA DO RESERVATÓRIO
FONTE: JOÃO E. BRITO, 2012
4.2.8 Espécies exóticas
Não foram registradas espécies exóticas vivendo de forma livre nas áreas de estudo
durante a sétima fase de campo.
103
4.2.9 Espécies cinegéticas
Mamíferos de médio e grande porte são grandes alvos de práticas de atividades
cinegéticas que incluem caças esportivas, profissionais e para fins de subsistência. Na
área de estudo ocorrem espécies as quais sofrem grande pressão de caça, como a
paca (Cuniculus paca), a anta (Tapirus terrestris) (Foto 38), o cateto (Pecary tajacu) e
o queixada (Tayassu pecari). A caça ilegal é um dos principais fatores causadores de
ameaças às populações brasileira destes animais (Chiarello et al., 2008). Além de
extinções locais, a intensa pressão de caça também promove a ruptura de interações
ecológicas que garantem a manutenção da diversidade biológica (Travassos, 2011).
FOTO 38 – FOTO DE ARMADILHAMENTO FOTOGRÁFICO DE UMA ANTA (Tapirus terrestris) OBTIDA NA SÉTIMA CAMPANHA, ESPÉCIE DE INTERESSE CINERGÉTICO.
FOTO: CAMERA TRAP, 2012
4.2.10 Espécies de importância econômica
Algumas espécies podem ter alguma importância econômica como por exemplo os
macacos do gênero Cebus, que podem causar algum prejuízo econômico em
plantações de mandioca, milho e cana-de-açúcar. Espécies de carnívoros podem ter
importância econômica, quando ligados a predação de animais domésticos. A
alteração e destruição de ambientes naturais podem reduzir a disponibilidade de
presas naturais e forçar grandes carnívoros a viver em contato com estoques de
animais domésticos, que podem ser usados como presas (Conforti, 2006). A
104
retaliação contra animais que predam estoques domésticos tem sido um meio de
redução de populações de grandes carnívoros (Azevedo, 2006).
4.2.11 Espécies de risco epidemiológico
Mamíferos podem ser reservatórios e portadores de zoonoses de potencial
significância para a saúde pública. A fauna silvestres, de hábitos sinantrópicos, podem
atuar como reservatórios, facilitando o surgimento de novos casos de doenças
parasitarias em humanos. Perturbações na demografia de populações silvestres
causadas por ação antrópica em ambientes naturais podem promover o contato de
populações humanas com epizootias, antes restritas ao ciclo silvestre. Na Tabela 18
são apresentadas algumas das principais zoonoses que podem ser transmitidas por
mamíferos silvestres.
TABELA 18 – PRINCIPAIS ZOONOSES ADQUIRIDAS DE MAMÍFEROS SILVETRES, RESPECTIVOS AGENTES ETIOLÓGICOS E VIAS DE TRANSMISSÃO (ADAPTADO DE BARBOSA ET AL. 2011.)
DOENÇA NO HOMEM AGENTE ETIOLÓGICO RESERVATÓRIOS
ANIMAIS VIAS DE
TRANSMISSÃO
BACTÉRIAS
Anthrax Bacillus anthracis Mamíferos Fecal-oral e vetores
Botulismo Toxinas de C. botulinum Aves e mamíferos Fecal-oral
Brucelose Brucella spp. Ungulados, marsupiais e
mamíferos Fecal-oral
Campilobacteriose Campilobacter jejuni Aves e mamíferos Digestiva
Cinomose Pseudomonas mallei Equídeos e carnívoros Aerógena
Clostridiose Clostridium spp. Animais silvestres em geral Diversas formas
Colibacilose Escherichia coli Animais silvestres em geral Fecal-oral
Doença de Lyme Borrelia burgdorferi Mamíferos Picada de vetores
Febre maculosa Ricketsia rickettsii Marsupiais, roedores e
lagomorfos Picada de carrapato
Hanseníase Mycobacterium leprae Primatas, tatus Inalação, contato direto
Leptospirose Leptospira interrogans Mamíferos Contato direto
Micobacterioses atípicas Mycobacterium spp. Peixes, aves mamíferos e
répteis Aerógena e digestiva
Pasteurelose Pasteurella multocida Aves e mamíferos Aerógena e digestiva
Peste Yersinia pestis Roedores e marsupiais Vetores ou contato com
feridas
Pseudotuberculose Yersinia
pseudotuberculosis Aves e mamíferos Fecal-oral
Salmonelose Salmonella spp. Aves, mamíferos e répteis Fecal-oral
Shiguelose Shiguela dysenteriae Primatas Fecal-oral
Tétano Clostridium tetani Mamíferos Contato com feridas
Tuberculose Mycobacterium spp. Mamíferos e aves Aerógena, digestiva
VÍRUS
Dengue silvestre Flavivirus Cebídeos Vetor-mosquito
Encefalite equina do Leste Alphavirus Aves e roedores Vetor-mosquito
105
DOENÇA NO HOMEM AGENTE ETIOLÓGICO RESERVATÓRIOS
ANIMAIS VIAS DE
TRANSMISSÃO
Febre Aftosa Aphtovirus Artiodátilos Aerógena e secreções
Febre Amarela Flavivirus Primatas Vetor-mosquito
Febre de Mayaro Alphavirus Saguis, bugios Vetor-mosquito
Hepatite A Picornavirus Primatas Fecal-oral
Herpes Herpesvirus simiae Primatas Saliva, arranhadura
Herpes simples tipo I Herpesvirus hominis Primatas Saliva
Raiva Lyssavirus Mamíferos Saliva, mordida, arranhadura
Sarampo Morbilivirus Primatas Aerógena
Varíola Orthopoxvirus Primatas Direta
PROTOZOÁRIOS
Criptosporidiose Criptosporidium spp. Peixes, aves mamíferos e répteis
Fecal-oral
Doença de Chagas Trypanosoma cruzi Mamíferos Contato com fezes de vetores
Giardíase Giardia lambia Aves e mamíferos Fecal-oral
Leishmaniose cutânea Leishmania braziliensis Roedores e marsupiais Picada do vetor flebotomíneo
Leishmaniose visceral Leishmania chagasi Canídeos Picada do vetor flebotomíneo
Malária dos primatas Plasmodium spp. Primatas Picada do vetor
Sarcocistose Sarcocystis spp. Felídeos e animais endotérmicos
Fecal-oral
Toxoplasmose Toxoplasma gondii Felídeos Fecal-oral
Dentre os mamíferos registrados no presente estudo que podem ser potenciais
transmissores de doenças estão os roedores silvestres, que podem ser reservatórios
de diversas doenças como a hantavirose e a leptospirose e os primatas, que podem
servir como reservatórios de doenças como a febre amarela e o morcego hematófago
(D. rotundus), pela sua importância na transmissão da raiva em animais herbivoros.
Grandes roedores como as capivaras (H. hydrochaeris) podem ainda ser reservatório
de doenças como a febre maculosa e a doença de Lime, sendo transmitida por seus
carrapatos a humanos e a animais domésticos.
Em empreendimentos hidroelétricos, a derrubada de mata nativa e formação de lagos
pode possibilitar o aumento das populações de capivaras, fato que se agrava pela
ausência de predadores naturais, pelo seu hábito alimentar e potencial reprodutivo
(Ibama, 2000). Assim, podem apresentar um risco potencial a saúde pública quando
em populações grandes e/ou crescentes (Governo de SP, 2002).
106
4.2.12 Esforço amostral
O esforço amostral despendido em todas as fases de campo realizadas somou 54 dias
de campo, sendo 10 dias na primeira fase (15 a 24 de fevereiro de 2011), nove dias
na segunda fase (27 de abril a 8 de maio de 2011), sete dias na segunda fase (10 a
17 de julho de 2011), quatro dias na quarta fase (21 a 24 de setembro de 2011)
(campanha foi interrompida pela SEMA), oito dias na quinta fase (8 a 15 de fevereiro
de 2012), oito dias na sexta fase (18 a 25 de abril de 2012) e oito dias na sétima fase
(17 a 24 de julho). Os dias de amostragem sistematizados permaneceram os mesmos
seis dias por fase (exceto na fase 4) e os dias de busca livre (métodos não
sistematizados) variaram conforme a possibilidade em cada campanha. Os métodos
sistematizados são priorizados desde o início da fase, e caso haja tempo ao final da
aplicação dos métodos sistematizados, o restante do período é destinado à coleta de
dados não sistematizados. O esforço amostral dividido por método é apresentado na
Tabela 19.
TABELA 19 – ESFORÇO AMOSTRAL DESPENDIDO DURANTE AS FASES DO MONITORAMENTO DE FAUNA
Método Quantidade
/ área amostral
Nº de áreas
amostrais
Nº dias amostrais por fase
No de fases
realizadas Esforço total
Armadilhas Sherman + Tomahawk
35 + 15 = 50
3 6 7 5.400 armadilhas/noite
Armadilhas de interceptação e queda
24 baldes 240 m 3 6 7
2.592 baldes/dia 25.920m/dia
Redes de neblina 12 3 6 (2 / área) 7 432 redes/noite
7.776m2/h
Armadilhas fotográficas*
1 3 6 7 168 armadilhas/dia
* Mais uma armadilha fotográfica em um lugar oportunístico, somando 4 armadilhas por fase.
A curva de acumulação de espécies ou curva do coletor aleatorizada, construída
considerando-se a mastofauna amostrada nas sete fases do monitoramento de fauna
ainda não apresenta uma estabilização, uma vez que nessa última fase foram
acrescentadas novas espécies (Gráfico 4). A curva apresentou um formato
ascendente, sem apresentar uma assíntota, sugerindo que novos registros podem ser
esperados para a região. Segundo, SANTOS (2006) é praticamente impossível
determinar a riqueza total de um ambiente, principalmente em florestas tropicais,
onde a diversidade é muito alta.
107
GRÁFICO 4 – GRÁFICO ILUSTRANDO A CURVA DO COLETOR REFERENTE ÀS SETE PRIMEIRAS FASES DO MONITORAMENTO DA MASTOFAUNA DA UHE COLÍDER, MT
4.2.13 Comparação entre as áreas amostradas
4.2.13.1 Parcela 1 – Área Diretamente Afetada (ADA) – Canteiro de obras
Na área do canteiro de obras foram registradas 10 espécies de mamíferos silvestres
durante a sétima fase do monitoramento. Esse total gerou um índice de diversidade
de H’=0,8819. A maioria das espécies amostradas no canteiro de obras foi também
registrada nas outras áreas, apenas uma espécie foi registradas exclusivamente nesse
sítio amostral: Glossophaga soricina. Este morcego foi o primeiro registro para o
monitoramento.
4.2.13.2 Parcela 2 – Área Diretamente Afetada (ADA) – Reservatório
Na área do reservatório foram registradas 24 espécies durante a sétima fase do
monitoramento. Esse total gerou um índice de diversidade de H’=2,678. Poucas
espécies amostradas no reservatório foram também registradas nas outras áreas, e
algumas outras foram registradas exclusivamente nessa área, sendo elas: Marmosops
bishopi, Callicebus vierai, Phyllostomus elongates, Trinycteris nicefori, Desmodus
rotundus, Chiroderma trinitatum, Noctilio albiventris, Puma concolor, Pteronura
brasiliensis e Mazama gouazoubira.
108
4.2.13.3 Parcela 3 – Área de Influência Indireta (AII) – Controle
Na área-controle foram registradas 18 espécies durante a sétima fase do
monitoramento. Esse total gerou um índice de diversidade de H’=2,315. A maior parte
das espécies amostradas na área controle foi também registrada nas outras áreas,
porém algumas foram registradas exclusivamente nesse sítio amostral, como por
exemplo: Nasua nasua, Thyroptera discifera, Uroderma bilobatum, Mesophylla
macconnelli, Artibeus fimbriatus, Priodontes maxiimus e Tamandua tetradactyla.
4.2.13.4 Comparação entre as áreas
A maior similaridade entre as áreas amostrais se deu entre a área do reservatório e a
área-controle, seguida pela similaridade entre o canteiro de obras e o controle, e por
último, a similaridade entre o reservatório e a área-canteiro (26%) (conforme os
resultados da similaridade de Bray-Curtis) (Figura 7).
0 0.4 0.8 1.2 1.6 2 2.4 2.8 3.2 3.6 4
0.32
0.4
0.48
0.56
0.64
0.72
0.8
0.88
0.96
Sim
ilarid
ade
reservatorio
controlecanteiro
FIGURA 7 – SIMILARIDADE DE BRAY-CURTIS APRESENTADA ENTRE AS ÁREAS DE ESTUDO DURANTE A SÉTIMA FASE. LEGENDA: CA = CANTEIRO DE OBRAS, RE = RESERVATÓRIO E CO = ÁREA-CONTROLE
4.2.13.5 Comparação entre as fases do monitoramento
Percebe-se uma diminuição tanto na riqueza quanto na diversidade das espécies no
decorrer das sete primeiras fases do monitoramento (Tabela 20 e Gráfico 5).
109
Entretanto, apesar de se observar que no canteiro esta riqueza diminui de 33 para 10,
e a diversidade de 3,088 para 0,8819; não podemos inferir ainda se este resultado
representa a resposta ao impacto direto das obras iniciadas na UHE Colíder.
TABELA 20 - COMPARAÇÃO ENTRE A RIQUEZA E A DIVERSIDADE DE ESPÉCIES REGISTRADAS EM CADA ÁREA AMOSTRAL E EM CADA FASE DO MONITORAMENTO DA MASTOFAUNA. EM CADA CÉLULA É APRESENTADA A RIQUEZA, SEGUIDA PELA DIVERSIDADE ENTRE PARÊNTESES
Área Fase 1 Fase 2 Fase 3 Fase 4 Fase 5 Fase 6 Fase 7
Canteiro 33 22 24 4 22 16 10
(3,088) (2,418) (2,571) (1,242) (2,561) (2,593) (0,8819)
Reservatório 30 25 17 5 22 12 25
(2,17) (2,855) (2,447) (1,445) (2,68) (2,224) (2,678)
Controle 26 12 20 7 17 15 18
(2,907) (1,987) (2,728) (1,54) (2,373) (2,532) (2,315)
Total 45 41 49 13 37 32 38
(3,219) (2,936) (3,275) (2,261) (2,937) (3,098) (2,198)
A análise de variância entre as três áreas não foi significativa (p < 0,07). Ou seja,
quando comparamos as três áreas, a relativa diminuição do número de registros de
espécies no canteiro de obras, não representa uma diferenciação das demais áreas.
Portanto, podemos entender que, estatisticamente, a área do canteiro ainda não
apresenta uma resposta diferente, quanto ao número de espécies, das demais áreas,
mesmo com o impacto do início das obras. Mas esta resposta depende de
amostragens maiores, portanto espera-se que com o contínuo monitoramento
poderemos observar a diferença de acordo com os impactos em cada área.
110
GRÁFICO 5 – RIQUEZA DE ESPÉCIES REGISTRADAS POR ÁREA E NO TOTAL POR FASE DO MONITORAMENTO, MOSTRANDO UMA TENDÊNCIA À DIMINUIÇÃO DA RIQUEZA NO DECORRER DO TEMPO
NOTA: F1 = 1ª FASE DE CAMPO, F2 = 2ª FASE DE CAMPO, ... , F4* = 4ª FASE DE CAMPO (FASE DE CAMPO INTERROMPIDA), ..., F7 = 7ª FASE DE CAMPO
4.2.13.6 Pequenos mamíferos
Nesta sétima fase de campo foram capturados apenas dois pequenos mamíferos, da
mesma espécie (Tabela 21).
TABELA 21 - ESPÉCIES DE PEQUENOS MAMÍFEROS REGISTRADAS NA SÉTIMA FASE DO MONITORAMENTO, SEGUIDAS POR SUAS ABUNDÂNCIAS E ABUNDÂNCIAS RELATIVAS (%), SEPARADAS POR ÁREA DE ESTUDO
Espécies Canteiro de obras Reservatório Controle Total
AB % AB % AB % AB %
Marmosops bishopi 0 0 2 100 0 0 2 100
Total 0 2 0 2
4.2.13.7 Morcegos
Foram capturados 166 morcegos, representados por 18 espécies. A espécie mais
abundante foi Carollia perspicillata, contando com 63% das capturas, seguida por
Artibeus lituratus (7,8%), A. obscurus (6,6%) e A. planirostris (5,4%). As demais
espécies representaram menos que 5% das capturas (Tabela 22 e Gráfico 6).
111
Destaca-se o registro das espécies Chiroderma trinitatium, Artibeus fimbriatus e
Thyroptera discifera, não capturadas em outras etapas do monitoramento.
TABELA 22 – ESPÉCIES DE MORCEGOS REGISTRADAS NA SÉTIMA FASE DO MONITORAMENTO, SEGUIDAS POR SUAS ABUNDÂNCIAS E ABUNDÂNCIAS RELATIVAS (%), DIVIDIDAS POR ÁREA DE ESTUDO
Espécie canteiro reservatório controle total
AB % AB % AB % AB %
Phyllostomus elongatus 0 0 1 1.9 0 0 1 0.6
Glossophaga soricina 1 1.4 0 0 0 0 1 0.6
Desmodus rotundus 0 0 1 1.9 0 0 1 0.6
Carollia perspicillata 67 92 21 39 17 44 105 63.3
Rhinophylla pumilio 0 0 4 7.4 1 2.6 5 3.0
Dermanura gnoma 0 0 5 9.3 1 2.6 6 3.6
Artibeus lituratus 0 0 6 11 7 18 13 7.8
Artibeus planirostris 2 2.7 5 9.3 2 5.1 9 5.4
Artibeus obscurus 1 1.4 5 9.3 5 13 11 6.6
Artibeus fimbriatus 0 0 0 0 2 5.1 2 1.2
Mesophylla macconnelli 0 0 0 0 1 2.6 1 0.6
Platyrrhinus sp. 0 0 1 1.9 0 0 1 0.6
Uroderma bilobatum 0 0 0 0 1 2.6 1 0.6
Chiroderma trinitatium 0 0 1 1.9 0 0 1 0.6
Pteronutus parnellii 2 2.7 1 1.9 0 0 3 1.8
Myotis sp. 0 0 1 1.9 1 2.6 2 1.2
Thyroptera discifera 0 0 0 0 1 2.6 1 0.6
Trinycteris nicefori 0 0 2 4 0 0 2 1.2
TOTAL 73
54
39
166
GRÁFICO 6 – ABUNDÂNCIA RELATIVA (%) DOS MORCEGOS CAPTURADOS DURANTE A SÉTIMA FASE DO MONITORAMENTO
112
4.2.13.8 Mamíferos de médio e grande porte
Nesta sétima fase de campo foram registradas 14 espécies de mamíferos de médio e
grande porte. A espécie mais abundante foi o graxaim (Cerdocyon thous), contando
com 24,3% dos registros, seguido pelo macaco-aranha-da-cara-branca (Ateles
marginatus) que contou com 13,5% dos registros e pelo queixada (T. pecari) e
macaco-prego (S. apella), ambos contando com 10,8% dos registros. As demais
espécies contaram com menos que 10% dos registros (Tabela 23 e Gráfico 7).
113
TABELA 23 – ESPÉCIES DE MAMÍFEROS DE MÉDIO E GRANDE PORTE REGISTRADAS NA SÉTIMA FASE DO MONITORAMENTO, SEGUIDAS POR SUAS ABUNDÂNCIAS E ABUNDÂNCIAS RELATIVAS (%), E DIVIDIDAS POR ÁREA DE ESTUDO
Espécie canteiro reservatório controle total
AB % AB % AB % AB %
Phyllostomus elongatus 0 0 1 1.9 0 0 1 0.6
P. maximus 0 0.0 0 0.0 1 10.0 1 2.7
T. tetradactyla 0 0.0 0 0.0 1 10.0 1 2.7
A. marginatus 1 9.1 1 6.3 3 30.0 5 13.5
S. paella 1 9.1 1 6.3 2 20.0 4 10.8
C. vieirai 0 0.0 1 6.3 0 0.0 1 2.7
C. thous 7 63.6 2 12.5 0 0.0 9 24.3
P. concolor 0 0.0 3 18.8 0 0.0 3 8.1
P. brasiliensis 0 0.0 1 6.3 0 0.0 1 2.7
N. nasua 0 0.0 0 0.0 1 10.0 1 2.7
M. gouazoupira 0 0.0 1 6.3 0 0.0 1 2.7
T. pecari 1 9.1 2 12.5 1 10.0 4 10.8
T. terrestris 0 0.0 2 12.5 1 10.0 3 8.1
H. hidrochaeris 0 0.0 2 12.5 0 0.0 2 5.4
C. paca 1 9.1 0 0.0 0 0.0 1 2.7
TOTAL 11
16
10
37
GRÁFICO 7 – ABUNDÂNCIA RELATIVA (%) DOS MAMÍFEROS DE MÉDIO E GRANDE PORTE REGISTRADOS DURANTE A SÉTIMA FASE DO MONITORAMENTO DA MASTOFAUNA NA ÁREA DA UHE COLÍDER, MT
114
4.2.14 Considerações finais
Nessas sete fases do monitoramento foi amostrada uma gama de espécies, que
acrescentadas aos esforços do EIA, soma um montante de 116 espécies. Novas
espécies continuam sendo incorporadas ao estudo e a curva do coletor não está
caracterizada por uma estabilização horizontal, o que indica que ainda é necessária a
aplicação de um grande esforço de pesquisa para se acessar a real riqueza que existe
no local. Destaca-se que foi encontrada uma nova espécie de primata nesta última
campanha, indicando que ainda há muito o que se descobrir durante o estudo,
prioritariamente antes do processo de desmatamento e alagamento do reservatório
ocorrerem. Os quatro novos registros demostram a importância de continuar os
esforços para registrar a riqueza da mastofauna na área de estudo.
Apesar dos mamíferos serem considerados um grupo bem estudado, diversas espécies
são descritas a cada ano, como no caso de Callicebus vieirai. O conhecimento acerca
da biologia, comportamento e a ameaça à conservação da maioria das espécies de
mamíferos é pequeno. Considerando ainda o crescente nível de degradação
ambiental, a ameaça à mastofauna é preocupante.
Além dos novos registros, merecem destaque também as espécies ameaçadas e as
endêmicas apresentadas acima. Essas espécies caracterizam a região como portadora
de uma importante fauna de mamíferos, contando com muitas espécies características
da porção sul da Amazônia. Portanto, deve-se empregar um grande esforço na
proteção de áreas naturais que garantam uma grande diversidade de espécies de
mamíferos.
115
5 REFERÊNCIAS
5.1 HERPETOFAUNA
CARVALHO, M. A. Composição e História Natural de uma Comunidade de serpentes em Área de Transição Amazônia-Cerrado, Ecorregião Florestas Secas do Mato Grosso, município de Claudia, Mato grosso, Brasil. 91 p. Tese (Doutorado) – Programa de Pós-Graduação em Zoologia, Faculdade de Biociências, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, 2008.
CECHIN, S. Z. & M. MARTINS. Eficiência de armadilhas de queda (Pitfall traps) em amostragens de anfíbios e répteis no Brasil. Revista Brasileira de Zoologia 17: 729-749. 2000.
CLARKE, K.R. & GORLEY, R.N. 2001. Primer v.5., User manual / Tutorial. Primer-E:Plymouth. 91 p.
COLWELL, R. K. 1994-2005. EstimateS, Version 8.0: Statistical Estimation of Species Richness and Shared Species from Samples (Software and User's Guide). Persisten URL(purl.oclc.org/estimates).
DUFRÊNE, M. & LEGENDRE, P. 1997. Species assemblages and indicator species: the need for a flexible asymmetrical approach. Ecological monographs v. 67, n.3, p. 345-366.
HEYER, W.R.; M.A. DONELLY; R.W. MCDIARMID & M.S. FOSTER, 1994. Measuring and Monitoring Biological Diversity. Standard methods for Amphibians. Smithsonian Institution Press, Washington and London, 364p.
KREBS, C. J. 1989. Ecological Methodology . New York: Harper-Collins Publ. 370p.
LIMA, A.P.; MAGNUNSSON, W.E.; MENIN, M.; ERDTMANN, L.K.;RODRIGUES, D.J.; KELLER, C.; HÖDI, W., 2005 Guia de sapos da Reserva Adolpho Ducke, Amazônia Central, [et al.]. – Manaus : Áttema Design Editorial 168 p. : il.
MARTINS, M. & OLIVEIRA, E.M. 1998. Natural history of snakes in Forests of the Manaus Region, Central Amazonia, Brazil. Herpetological Natural History 6: 78-150
MARTINS, F.R. & SANTOS, F.A.M. 1999. Técnicas usuais de estimativa da biodiversidade. Holos 1:236-267.
MARTINS, M., ARAUJO, M.S., SAWAYA, R.J. & NUNES, R. 2001. Diversity and evolution of macrohabitat use, body size and morphology in a monophyletic group of Neotropical pitvipers (Bothrops). J. Zool. 254(4):529-538
RUEDA, J. V.; F. CASTRO & C. CORTEZ. 2006. Técnicas para el inventario y muestreo de anfibios: una compilación. In: A. ANGULO; J.V. RUEDA-ALMONACID; J.V. RODRIGUEZ-MAHECHA & E. LA MARCA (Eds). Técnicas de inventário y monitoreo para los anfíbios de la región tropical andina. Conservación Internacional. Serie Manuales de Campo n°2. Panamericana Formas e Impresos S.A., Bogotá D.C. 300pp.
116
SANTOS, A. J. 2004. Estimativas de riqueza em espécies. In: Cullen Jr., L.; Rudran, R. & Valladares-Padua, C. (Ed.) Métodos de estudos em biologia e manejo da vida silvestre. Curitiba, editora da UFPR, Fundação O Boticário, pp. 19-42.
SAWAYA, R. J., O. A. V. MARQUES & M. MARTINS. 2008. Composition and natural history of a Cerrado snake assemblage at Itirapina, São Paulo state, southeastern Brazil. Biota Neotropica 8:129-151.
SCOTT JR., N. J. & WOODWARD, B. D. 1994. Surveys at breeding sites, In: Heyer, W.R., Donnelly, M.A., Mcdiarmid, R.W., Hayek, L.A.C. & Foster, M.S. (Eds.). Measuring and Monitoring Biological Diversity – Standard Methods for Amphibians. Smithsonian Institution Press. p. 118-125.
VANZOLINI, P. E., RAMOS-COSTA, A. M. M. & VITT, L. J. 1980. Répteis das Caatingas. Academia Brasileira de Ciências. Rio de Janeiro.
5.2 AVIFAUNA
BIBBY, C. J.; BURGESS, N. D.; HILL, D. A. 1992. Bird Census Techniques. 257p. Great Britain: Academic Press.
BLONDEL, J.; FERRY, C.; FROCHOT, B. 1970. La method des indices ponctuels d’abondance (I.P.A.) ou des relevés d’avifaune par “stations d’écoute”. Alauda 38: 55-71.
BONVICINO, C.R.; OLIVEIRA, J.A. & D`ANDREA, P.S. 2008. Guia dos roedores do
Brasil: com chaves para gêneros baseadas em caracteres externos. Organização
Pan-Americana de Saúde, Rio de Janeiro.
BOUTE, P.; CARLOS, B. 2007. Lista Preliminar das Aves do Estado de Mato Grosso. Cuiabá: Ed. própria.
CARVALHO, M. A., 2006. Composição e história natural de uma comunidade de serpentes em áreas de transição Amazônia-Cerrado, ecorregião florestas secas de Mato grosso, Município de Cláudia, Mato Grosso, Brasil. Tese de Doutorado, Instituto de Biociências, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 92 p
CBRO – COMITÊ BRASILEIRO DE REGISTROS ORNITOLÓGICOS. 2011. Lista das Aves do Brasil, versão 2011. Disponível em: <http://www.cbro.org.br>. Acesso em: 12 fev. 2011.
CECHIN, S. Z. & M. MARTINS. Eficiência de armadilhas de queda (Pitfall traps) em amostragens de anfíbios e répteis no Brasil. Revista Brasileira de Zoologia 17: 729-749. 2000.
CHIARELLO A. G. 2000. Influência da caça ilegal sobre mamíferos e aves das matas
de tabuleiro do norte do estado do Espírito Santo. Boletim do Museu de Biologia
Mello Leitão 11/12: 229-247.
CHIARELLO, A. G.; AGUIAR, L. M. S; CERQUIERA, R.; MELLO, F. R.; RODRIGUES, F. H. G. & SILVA, V. M. F. 2008. Mamiferos ameaçados de extinção no Brasil, p. 681-874. In: Machado, A.; Drummond, G.M. & Paglia, A.P. (Eds.). Livro Vermelho da
117
fauna brasileira ameaçada de extinção. FNMA / Fundação Biodiversitas, Belo Horizonte.
CLARKE, K. R. & GORLEY, R. N. 2001. Primer v.5., User manual / Tutorial. Primer-E: Plymouth. 91 p.
COLWELL, R. K. 1994-2005. EstimateS, Version 8.0: Statistical Estimation of Species Richness and Shared Species from Samples (Software and User's Guide). Persisten URL(purl.oclc.org/estimates).
CRISTALINO. 2007. Lista de aves do Cristalino Jungle Lodge e Parque Estadual do Cristalino. Alta Floresta: Hotel Floresta Amazônica e Cristalino Jungle Lodge.
CULLEN JR., L.; BODMER, E. R. & VALLADARES-PÁDUA, C. 2001. Ecological consequences of hunting in Atlantic Forest patches, São Paulo, Brazil. Oryx 35: 137-144.
DAVIS, J.; LANG, A. 2003. Revisão da lista de aves do Cristalino Jungle Lodge e Parque Estadual do Cristalino baseada em relatórios de birders. Alta Floresta: Cristalino Jungle Lodge.
DI-BERNARDO, M.; M. BORGES-MARTINS; R.B. OLIVEIRA & G.M.F. PONTES. 2007. Taxocenoses de serpentes de regiões temperadas do Brasil. In: L.B. NASCIMENTO; A.T. BERNARDES & G.A. COTTA (Eds). Herpetologia no Brasil 2. PUCMG. Belo Horizonte.
GARDNER, A.L. 2007. Mammals of South America. Volume 1. Marsupials, Xenarthrans, Schrews and bats. Londres e Chicago, The University of Chicago Press.
GONZÁLEZ, E. M. 2001. Guía de campo de los mamíferos de Uruguay. Vida Silvestre, Montevideo, 339p.
HEYER, W. R.; CODDINGTON, J. A.; KRESS, W. J.; ACEVEDO, P.; COLE, D.; ERWIN, T. L.; MEGGERS, B. J.; POGUE, M.; THORINGTON, R. W.; VARI, R. P.; WEITZMAN, M. J. & WEITZMAN, S. H. 1999. Amazonian biotic data and conservation decisions. Ciência e Cultura 51(5/6): 372-385.
JGP CONSULTORIA E PARTICIPAÇÕES LTDA. 2009. Estudo de Impacto Ambiental do Aproveitamento Hidrelétrico Colíder – 300 MW, Rio Teles Pires. São Paulo: Contrutora Andrade Gutierrez S.A., Centrais Elétricas do Norte do Brasil S.A. – ELETRONORTE, e Furnas Centrais Elétricas S.A.
KREBS, C. J. 1989. Ecological Methodology . New York: Harper-Collins Publ. 370p.
LEITE, M. R. & GALVÃO, F. 2002. El jaguar, el puma y el hombre em três áreas protegidas Del bosque atlántico costero de Paraná, Brasil. p. 237-250. In: Medellín, R. A., C. Equihua, C. L. B. Chetkiewicz, P. G. Crawshaw Jr., A. Rabinowitz, K. H. Redford, J. G. Robinson, E. W. Sanderson & Taber A. B. (Eds.). El Jaguar en el Nuevo Milenio. Cidade do México, Fondo de Cultura Econômica/Universidad Nacional Autônoma de México/Wildlife Conservation Society, 647p.
LIM, B. K. & ENGSTRON, M. D. 2001. Species diversity of bats (Mammalia: Chiroptera) in Iwokrrama Forest, Guyana, and the Guianan subregion: Implications for Conservation. Biodiversity and Conservation 10: 613-657.
118
MAMEDE, S. B. & ALHO, C. J. R. 2008. Impressões do Cerrado & Pantanal: subsídios para a observação de mamíferos silvestres não voadores. Editora UFMS, Campo Grande.
MARQUES, O. A. V.; ETEROVIC, A. & ENDO, W. 2000. Seasonal activity of snakes in the Atlantic forest in southeastern Brazil. Amphibia-Reptilia 22: 103-111.
MOURA-LEITE, J. C.; BÉRNILS, R.S. & MORATO, S.A.A. 1993. Método para a caracterização da herpetofauna em estudos ambientais. Maia, 2: 1-5.
OLIVEIRA, J. A. & BONVICINO, C. R. 2006. Ordem Rodentia, p. 347-406. In: Reis, N.R.; Peracchi, A. L.; Pedro, W. A. & Lima, I.P. (Eds.). Mamíferos do Brasil. SEMA, Londrina.
OLIVEIRA, T. G. & CASSARO, K. 2005. Guia de campo dos felinos do Brasil. Instituto Pró-Carnívoros/Fundação Parque Zoológico de São Paulo/Sociedade de Zoológicos do Brasil/Pró-Vida Brasil, São Paulo, 80p.
PARDINI, R.; DITT, E. H.; CULLEN JR., L.; BASSI, C.; RUDRAN, R. 2003. Levantamento rápido de mamíferos terrestres de médio e grande porte, p. 181-202. In: Cullen Jr., L.; Valladares-Padua, C.; Rudran, R. (Orgs.). Métodos de estudo em biologia da conservação e manejo da vida silvestre. Curitiba: Ed. da UFPR, Fundação O Boticário de Proteção à Natureza, 667p.
PERES, C. A. 1990. Effects of hunting on western Amazonian primate communities. Biological Conservation 54: 47-59.
REIS, N. R., PERACCHI, A. L. & ANDRADE, F. R. 2008. Primatas do Brasil. Nélio R. Reis, Londrina.
REIS, N. R., PERACCHI, A. L., PEDRO, W. A. & LIMA, I. P. 2006. Mamíferos do Brasil. SEMA, Londrina.
REIS, N. R., PERACCHI, A. L., PEDRO, W. A. & LIMA, I. P. 2007. Morcegos do Brasil. Nélio R. Reis, Londrina.
RIDGELY, R. S.; TUDOR, G. 1989. The Birds of South America. Vol I. The Oscine Passerines. Austin: University of Texas Press.
RIDGELY, R. S.; TUDOR, G. 1994. The Birds of South America. Vol II. The Suboscine Passerines. Austin: University of Texas Press.
RIDGELY, R. S.; TUDOR, G. 2009. Songbirds of South America. The Passerines. Austin: University of Texas Press.
ROSSI, R. V.; BIANCONI, G. V. & PEDRO, W. A. 2006. Ordem Didelphimorphia, p. 27-66. In: Reis, N.R., Peracchi, A.L., Pedro, W.A. & Lima, I.P. (Eds.). Mamíferos do Brasil. SEMA, Londrina.
van ROOSMALEN, M.G.M., van ROOSMALEN, T. & MITTERMEIER, R.A. 2002. A taxonomic review of the titi monkeys, genus Callicebus Thomas, 1903 with the description of two new species, Callicebus bernhardi and C. stephennashi, from Brazilian Amazonia. Neotropical Primates 10 (supl.): 1-52.
RUEDA, J. V.; F. CASTRO & C. CORTEZ. 2006. Técnicas para el inventario y muestreo de anfibios: una compilación. In: A. ANGULO; J.V. RUEDA-ALMONACID; J.V. RODRIGUEZ-MAHECHA & E. LA MARCA (Eds). Técnicas de inventário y monitoreo
119
para los anfíbios de la región tropical andina. Conservación Internacional. Serie Manuales de Campo n°2. Panamericana Formas e Impresos S.A., Bogotá D.C. 300pp.
SANTOS, A. J. 2004. Estimativas de riqueza em espécies. In: Cullen Jr., L.; Rudran, R. & Valladares-Padua, C. (Ed.) Métodos de estudos em biologia e manejo da vida silvestre. Curitiba, editora da UFPR, Fundação O Boticário, pp. 19-42.
SAWAYA, R. J., O. A. V. MARQUES & M. MARTINS. 2008. Composition and natural history of a Cerrado snake assemblage at Itirapina, São Paulo state, southeastern Brazil. Biota Neotropica 8:129-151.
SCOTT JR., N. J. & WOODWARD, B. D. 1994. Surveys at breeding sites, In: Heyer, W.R., Donnelly, M.A., Mcdiarmid, R.W., Hayek, L.A.C. & Foster, M.S. (Eds.). Measuring and Monitoring Biological Diversity – Standard Methods for Amphibians. Smithsonian Institution Press. p. 118-125.
SEPLAN – SECRETARIA DE ESTADO DO PLANEJAMENTO E COORDENAÇÃO GERAL. 2001. Zoneamento Sócio-Econômico Ecológico (ZEE) do Estado de Mato Grosso. Cuiabá: PRODEAGRO.
VANZOLINI, P. E., Ramos-Costa, A. M. M. & VITT, L. J. 1980. Répteis das Caatingas. Academia Brasileira de Ciências. Rio de Janeiro.
VIELLIARD, J. E. M.; SILVA, W. R. 1990. Nova metodologia de levantamento quantitative da avifauna e primeiros resultados no interior do Estado de São Paulo, Brasil. Pp. 117-151. In: MENDES, S. (ed.). Anais do IV Encontro de Anilhadores de Aves. Recife: Editora da Univ. Federal Rural de Pernambuco.
VIZOTTO, L. D. & TADDEI, V. A. 1973. Chave para determinação de quirópteros brasileiros. Gráfica Francal, São José do Rio Preto, 72p.
WCS. 2004. A caça em Florestas Neotropicais. Wildlife Conservation Society, La Paz.
ZIMMER, K. J.; PARKER III, T. A.; ISLER, M. L.; ISLER, P. R. 1997. Survey of a southern Amazonian avifauna: the Alta Floresta Region, Mato Grosso, Brazil. Ornithological Monographs, 48:887-918.
5.3 MASTOFAUNA
BONVICINO, C.R.; OLIVEIRA, J.A. & D`ANDREA, P.S. 2008. Guia dos roedores do Brasil: com chaves para gêneros baseadas em caracteres externos. Organização Pan-Americana de Saúde, Rio de Janeiro.
CHIARELLO A. G. 2000. Influência da caça ilegal sobre mamíferos e aves das matas de tabuleiro do norte do estado do Espírito Santo. Boletim do Museu de Biologia Mello Leitão 11/12: 229-247.
CHIARELLO, A. G.; AGUIAR, L. M. S; CERQUIERA, R.; MELLO, F. R.; RODRIGUES, F. H. G. & SILVA, V. M. F. 2008. Mamiferos ameaçados de extinção no Brasil, p. 681-874. In: Machado, A.; Drummond, G.M. & Paglia, A.P. (Eds.). Livro Vermelho da fauna brasileira ameaçada de extinção. FNMA / Fundação Biodiversitas, Belo Horizonte.
120
CULLEN JR., L.; BODMER, E. R. & VALLADARES-PÁDUA, C. 2001. Ecological consequences of hunting in Atlantic Forest patches, São Paulo, Brazil. Oryx 35: 137-144.
GARDNER, A.L. 2007. Mammals of South America. Volume 1. Marsupials, Xenarthrans, Schrews and bats. Londres e Chicago, The University of Chicago Press.
GONZÁLEZ, E. M. 2001. Guía de campo de los mamíferos de Uruguay. Vida Silvestre, Montevideo, 339p.
HEYER, W. R.; CODDINGTON, J. A.; KRESS, W. J.; ACEVEDO, P.; COLE, D.; ERWIN, T. L.; MEGGERS, B. J.; POGUE, M.; THORINGTON, R. W.; VARI, R. P.; WEITZMAN, M. J. & WEITZMAN, S. H. 1999. Amazonian biotic data and conservation decisions. Ciência e Cultura 51(5/6): 372-385.
LEITE, M. R. & GALVÃO, F. 2002. El jaguar, el puma y el hombre em três áreas protegidas Del bosque atlántico costero de Paraná, Brasil. p. 237-250. In: Medellín, R. A., C. Equihua, C. L. B. Chetkiewicz, P. G. Crawshaw Jr., A. Rabinowitz, K. H. Redford, J. G. Robinson, E. W. Sanderson & Taber A. B. (Eds.). El Jaguar en el Nuevo Milenio. Cidade do México, Fondo de Cultura Econômica/Universidad Nacional Autônoma de México/Wildlife Conservation Society, 647p.
LIM, B. K. & ENGSTRON, M. D. 2001. Species diversity of bats (Mammalia: Chiroptera) in Iwokrrama Forest, Guyana, and the Guianan subregion: Implications for Conservation. Biodiversity and Conservation 10: 613-657.
MAMEDE, S. B. & ALHO, C. J. R. 2008. Impressões do Cerrado & Pantanal: subsídios para a observação de mamíferos silvestres não voadores. Editora UFMS, Campo Grande.
OLIVEIRA, J. A. & BONVICINO, C. R. 2006. Ordem Rodentia, p. 347-406. In: Reis, N.R.; Peracchi, A. L.; Pedro, W. A. & Lima, I.P. (Eds.). Mamíferos do Brasil. SEMA, Londrina.
OLIVEIRA, T. G. & CASSARO, K. 2005. Guia de campo dos felinos do Brasil. Instituto Pró-Carnívoros/Fundação Parque Zoológico de São Paulo/Sociedade de Zoológicos do Brasil/Pró-Vida Brasil, São Paulo, 80p.
PARDINI, R.; DITT, E. H.; CULLEN JR., L.; BASSI, C.; RUDRAN, R. 2003. Levantamento rápido de mamíferos terrestres de médio e grande porte, p. 181-202. In: Cullen Jr., L.; Valladares-Padua, C.; Rudran, R. (Orgs.). Métodos de estudo em biologia da conservação e manejo da vida silvestre. Curitiba: Ed. da UFPR, Fundação O Boticário de Proteção à Natureza, 667p.
PERES, C. A. 1990. Effects of hunting on western Amazonian primate communities. Biological Conservation 54: 47-59.
REIS, N. R., PERACCHI, A. L. & ANDRADE, F. R. 2008. Primatas do Brasil. Nélio R. Reis, Londrina.
REIS, N. R., PERACCHI, A. L., PEDRO, W. A. & LIMA, I. P. 2006. Mamíferos do Brasil. SEMA, Londrina.
REIS, N. R., PERACCHI, A. L., PEDRO, W. A. & LIMA, I. P. 2007. Morcegos do Brasil. Nélio R. Reis, Londrina.
121
ROSSI, R. V.; BIANCONI, G. V. & PEDRO, W. A. 2006. Ordem Didelphimorphia, p. 27-66. In: Reis, N.R., Peracchi, A.L., Pedro, W.A. & Lima, I.P. (Eds.). Mamíferos do Brasil. SEMA, Londrina.
van ROOSMALEN, M.G.M., van ROOSMALEN, T. & MITTERMEIER, R.A. 2002. A taxonomic review of the titi monkeys, genus Callicebus Thomas, 1903 with the description of two new species, Callicebus bernhardi and C. stephennashi, from Brazilian Amazonia. Neotropical Primates 10 (supl.): 1-52.
VIZOTTO, L. D. & TADDEI, V. A. 1973. Chave para determinação de quirópteros brasileiros. Gráfica Francal, São José do Rio Preto, 72p.
WCS. 2004. A caça em Florestas Neotropicais. Wildlife Conservation Society, La Paz.