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 0 UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA CENTRO DE EDUCAÇÃO SUPERIOR NORTE DO RIO GRANDE DO SUL DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS AGRONÔMICAS E AMBIENTAIS AVALIAÇÃO DA OCORRÊNCIA DO ÍON FLUORETO EM ÁGUAS DO AQUÍFERO SERRA GERAL UTILIZADAS PARA O ABASTECIMENTO PÚBLICO NA REGIÃO NOROESTE DO RIO GRANDE DO SUL TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO Joseane Kölzer Schroeder Frederico Westphalen, RS, Brasil 2014

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    UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA CENTRO DE EDUCAO SUPERIOR NORTE DO RIO GRANDE DO SUL

    DEPARTAMENTO DE CINCIAS AGRONMICAS E AMBIENTAIS

    AVALIAO DA OCORRNCIA DO ON FLUORETO EM GUAS DO AQUFERO SERRA GERAL UTILIZADAS PARA O ABASTECIMENTO PBLICO NA REGIO NOROESTE DO

    RIO GRANDE DO SUL

    TRABALHO DE CONCLUSO DE CURSO

    Joseane Klzer Schroeder

    Frederico Westphalen, RS, Brasil 2014

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    AVALIAO DA OCORRNCIA DO ON FLUORETO EM GUAS DO AQUFERO SERRA GERAL UTILIZADAS PARA O ABASTECIMENTO PBLICO NA REGIO NOROESTE DO

    RIO GRANDE DO SUL

    por

    Joseane Kolzer Schroeder

    Monografia apresentada para o Curso de Engenharia Ambiental e Sanitria, da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM, RS), como requisito parcial para

    obteno do grau de Engenheira Ambiental e Sanitarista.

    Orientadora: Prof. Dr. Malva Andrea Mancuso

    Frederico Westphalen, RS, Brasil 2014

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    2014 Todos os direitos autorais reservados a Joseane Kolzer Schroeder. A reproduo de partes ou do todo deste trabalho s poder ser feita mediante a citao da fonte. E-mail: [email protected]

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    Dedico meu trabalho aos meus pais Ari e Ins,

    meus amores.

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    AGRADECIMENTOS

    Pai e Me, sem dvidas para vocs o meu maior agradecimento. Sem a ajuda de vocs o meu sonho de estar em uma universidade jamais seria possvel, e esse trabalho a prova de toda minha dedicao e da confiana a mim depositada. Querida professora Dr Malva, muito devo a voc. Sem a sua sbia orientao e ajuda este trabalho no chegaria ao final. Obrigada pelo carinho com que sempre me recebeu e por dedicar sempre a mim um tempinho em meio a todos seus compromissos. Um agradecimento especial ao Bruno Flores, por toda ajuda nunca negada. Alm de namorado um grande amigo e colega. A equipe da CPRM Paulo Ribeiro da Silva e Mrio Wrege pela ajuda imprescindvel na coleta das amostras, sem vocs este trabalho no seria to completo. Obrigada de corao! Fernanda Volpatto pela ajuda na anlise das amostras. Obrigada pela sua ateno e pacincia durante meu trabalho. Andressa Gabriela Glusczak pela digitalizao das fichas de cadastro e por toda ajuda. Minha grande amiga Andrise Janana Follmann, uma das pessoas mais especiais e queridas que j tive a oportunidade de conhecer. Aos meus familiares, tios e tias, que com poucas palavras conseguiam animar meus

    dias. Com sbios conselhos me ajudaram a nunca desistir dos meus sonhos. A todos os professores que auxiliaram na minha formao: Aline Ferro Custodio Passini, Alessandra Pelizzaro Bento, Alexandre Couto Rodrigues, Arci Dirceu Wastowski, Bruno Segala Pizzolati, Eliane Pereira dos Santos, Juliana Scapin, Malva Andrea Mancuso, Mariza de Camargo, Orlando de Carvalho Junior, Pablo Heleno Sezerino, Pedro Kemerich e Raphael Corra Medeiros. 19 Coordenadoria Regional de Sade pelo fornecimento de dados do Programa Vigifluor, essenciais para a elaborao deste trabalho.

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    Aprender a nica coisa de que a mente nunca se cansa, nunca tem

    medo e nunca se arrepende.

    (Leonardo da Vinci)

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    RESUMO Monografia

    Universidade Federal de Santa Maria Centro de Educao Superior Norte do Rio Grande do Sul

    Departamento de Cincias Agronmicas e Ambientais

    AVALIAO DA OCORRNCIA DO ON FLUORETO EM GUAS DO AQUFERO SERRA GERAL UTILIZADAS PARA O ABASTECIMENTO PBLICO NA REGIO NOROESTE DO

    RIO GRANDE DO SUL

    AUTORA: JOSEANE KOLZER SCHROEDER ORIENTADORA: MALVA ANDREA MANCUSO

    CO-ORIENTADOR: JOS LUIZ SILVRIO DA SILVA Data e Local da Defesa: Frederico Westphalen, 30 de julho de 2014.

    O excesso de flor nas guas de abastecimento ocasiona a fluorose dental e ssea, sendo caracterizada como um srio problema de sade pblica. O trabalho objetivou analisar a ocorrncia de flor em poos de abastecimento pblico dos municpios de Frederico Westphalen, Cristal do Sul, Ametista do Sul, Rodeio Bonito, Taquaruu do Sul e Derrubadas, que explotam guas do Aqufero Serra Geral. Parte dos dados foram adquiridos junto a base de dados do VIGIFLUOR; e parte atravs de campanhas de cadastramento de poos e coleta de amostras de gua subterrnea para anlise de (F-), com o auxlio da Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais CPRM. Atravs dos dados do VIGIFLUOR percebeu-se o aumento significativo de amostras com concentraes acima de 1,5 mg/L, destacando Frederico Westphalen e Ametista do Sul como os municpios em situao mais preocupante. Das amostras coletadas, o grupo de poos enriquecidos com fluoreto compreende 22% do total, com registros de concentraes de 0,05 17,2 mg/L. Ametista do Sul foi o municpio com o maior percentual (56%) de amostras fora do padro de potabilidade, seguido por Frederico Westphalen com 28%. Os valores de pH encontrados nas amostras de gua subterrnea coletadas, em geral apresentaram-se bsicos, com mdias que variaram de 8,1 a 9,7. As maiores concentraes de fluoreto ocorreram em guas subterrneas que apresentaram temperaturas entre 20 e 22C. Observou-se a predominncia de camadas de solo argiloso pouco espessas, as quais variam de 0 a 11 m, sendo o restante constitudo por basalto, com registro de riolitos em Ametista do Sul, nos poos onde foram registradas as maiores concentraes de fluoreto. Os parmetros pH, temperatura, condutividade e profundidade de perfurao (cota de base) no apresentaram correlao satisfatria com as concentraes de flor registradas.

    Palavras chave: guas Subterrneas, Flor, Abastecimento Pblico, Fluorose.

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    ABSTRACT Final Paper

    Graduation in Environmental and Sanitary Engineering Santa Maria Federal University

    ASSESSMENT OF FLUORIDE IN GROUNDWATERS FROM SERRA GERAL AQUIFER USED FOR PUBLIC SUPPLY IN NORTHWEST OF

    RIO GRANDE DO SUL STATE

    AUTHOR: JOSEANE KOLZER SCHROEDER MASTERMIND: MALVA ANDREA MANCUSO

    CO-MASTERNMIND: JOS LUIZ SILVRIO DA SILVA

    The excess fluoride in the drinking water causes dental and skeletal fluorosis, and is characterized as a serious public health problem. The study aimed to analyze the occurrence of fluoride in public water supply wells of the counties of Frederico Westphalen, Cristal do Sul, Ametista do Sul, Rodeio Bonito, Taquaruu do Sul and Derrubadas, that explotam waters of the Serra Geral Aquifer. Part of the data acquired from the database VIGIFLUOR; and partly through the registration of wells and collection of groundwater samples for analysis (F-), with the assistance of the Company's Mineral Resources Research campaigns - CPRM. Through the data VIGIFLUOR realized there was a significant increase in samples with concentrations above 1.5 mg / L, highlighting Frederico Westphalen and Ametista do Sul as municipalities more worrying situation. Of the samples collected, the group enriched with fluoride wells comprises 22% of the total, with records of concentrations from 0.05 to 17.2 mg / L. Ametista do Sul was the city with the highest percentage (56%) samples outside the standard of potability, followed by Frederico Westphalen with 28%. The pH values found in groundwater samples collected in general is presented basic, with means ranging from 8.1 to 9.7. The highest concentrations of fluoride in groundwater occurred where temperatures were 20 and 22 C. There was a predominance of layers of slightly thick clay soil, which range from 0 to 11 meters, with the remainder consisting of basalt, with a record of Ametista do Sul rhyolites in the South, in wells which showed the highest concentrations of fluoride. The parameters pH, temperature, conductivity and depth of drilling (base dimension) showed satisfactory correlation with fluoride concentrations recorded.

    Keywords: Groundwater, Fluoride, Public Supply, Fluorosis.

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    LISTA DE FIGURAS

    Figura 1- Provncias Hidrogeolgicas do Brasil ......................................................................... 19

    Figura 2- Mapa geolgico simplificado da Bacia do Paran, mostrando a extensa distribuio da ProvnciaMagmtica do Paran.............................................................................................. 20

    Figura 3- Percolao de gua atravs de fraturas no Aqufero Serra Geral na regio noroeste do Rio Grande do Sul. A) Percolao de gua em rocha aflorante no municpio de Boa Vista do Buric.B) Percolao de gua em rocha aflorante no municpio de Trs de Maio ..................... 21

    Figura 4 - Fluorose Moderada em paciente do sexo feminino .................................................... 26

    Figura 5 - Cadastramento de poos. A) Poo cadastrado em Asta do Sul, RS. B) Poo cadastrado em Crsital do Sul, RS ................................................................................................ 30

    Figura 6 - Mapa da Localizao dos municpios em estudo ....................................................... 31

    Figura 7 - Relatrio Parcial do VIGIFLUOR do ms de janeiro de 2010. ................................. 37 Figura 8 - Coleta de amostras. A) Abertura do poo com chave especial. B) gua do poo jorrando. C) Coleta da gua com auxlio de uma jarra. D) Coleta em dia de chuva em poo de difcil acesso................................................................................................................................ 38

    Figura 9 - Coleta de amostras. A) Coleta com instrumento confeccionado pela CPRM. B) Poo desativado ................................................................................................................................... 39

    Figura 10 - Mapa de localizao dos pontos de coleta ............................................................... 40

    Figura 11 - A e B) Determinaes de Condutividade Eltrica e Temperatura ........................... 41

    Figura 12 - A) Determinao de flor realizada no LARH (UFSM/FW). B) Fluormetro HANNA Instruments modelo HI 98402, com eletrodo de on Seletivo ..................................... 42 Figura 13 - Anlise estatstica das concentraes de flor nos poos de abastecimento dos municpios de Frederico Westphalen, Ametista do Sul, Cristal do Sul, Rodeio Bonito, Derrubadas e Taquaruu do Sul .................................................................................................. 48

    Figura 14 - Anlise estatstica das concentraes de flor nos poos de abastecimento dos municpios de Frederico Westphalen, Cristal do Sul, Rodeio Bonito, Derrubadas e Taquaruu do Sul .......................................................................................................................................... 49

    Figura 15 - Distribuio da concentrao de flor em poos de abastecimento localizados no SASG, na regio do Alto Uruguai (RS) ...................................................................................... 50

    Figura 16 - Relao entre as concentraes de fluoreto e as CE ................................................ 51

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    Figura 17 - Relao entre o flor e o pH das amostras analisadas ............................................. 52

    Figura 18 - Relao entre o flor e a temperatura da gua subterrnea do SASG ..................... 53

    Figura 19 - Distribuio de flor s em relao profundidade do poo ..................................... 54

    Figura 20 - Relao entre o on flor e a cota de base dos poos instalados no SASG .............. 55

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    LISTA DE QUADROS

    Quadro 1 Concentraes mdias de fluoreto nos principais ambientes aquticos ..................23 Quadro 2- Anlise das concentraes de flor no ano de 2010 ..............................................45 Quadro 3- Anlise das concentraes de flor no ano de 2011...............................................45 Quadro 4- Anlise das concentraes de flor no ano de 2012 ..............................................46 Quadro 5- Anlise das amostras com concentraes fora do padro de potabilidade ...............47 Quadro 6 - Valores de condutividade eltrica......................................................................51 Quadro 7 -Valores de pH das guas subterrneas coletadas .................................................52 Quadro 8- Valores de temperatura das guas subterrneas coletadas .....................................53

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    SUMRIO

    INTRODUO ...................................................................................................................................... 14 2 OBJETIVOS ....................................................................................................................................... 16

    2.1 Objetivo Geral .................................................................................................................................. 16 2.2 Objetivos Especficos ....................................................................................................................... 16 3 REVISO DE LITERATURA ............................................................................................................. 17

    3.1 guas Subterrneas ......................................................................................................................... 17 3.1.1 Ocorrncia de guas Subterrneas .................................................................................... 17 3.1.2 Qualidade das guas subterrneas ...................................................................................... 18 3.2 Hidrogeologia ................................................................................................................................... 19

    3.2.1 Provncias Hidrogeolgicas do Brasil ................................................................................ 19

    3.2.2 Formao Serra Geral ........................................................................................................ 20

    3.2.3 Sistema Aqufero Serra Geral (SASG) .............................................................................. 21 3.3 Fluoretos ........................................................................................................................................... 22

    3.3.1 Flor nos Ambientes Naturais ........................................................................................... 22

    3.3.2 Hipteses sobre a origem de teores anmalos de Flor em guas naturais ....................... 23

    3.3.3 Ocorrncias de concentraes anmalas de flor .............................................................. 24

    3.3.4 Efeitos do flor na sade.................................................................................................... 25

    3.4 Sistema de Abastecimento e Legislao ......................................................................................... 27

    3.5 Vigilncia da Qualidade da gua ................................................................................................... 28 3.5.1 Programa Vigilncia da Qualidade da gua para Consumo Humano ............................... 28 3.5.2 Programa Vigilncia dos Teores de Fluoreto na gua de Abastecimento ........................ 28 3.6 Sistema de Informao de guas Subterrneas ............................................................................ 29 4 REA DE ESTUDO ........................................................................................................................... 31 4.1 Frederico Westphalen...................................................................................................................... 32

    4.2 Ametista do Sul ................................................................................................................................ 32

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    4.3 Cristal do Sul .................................................................................................................................... 33

    4.4 Derrubadas ....................................................................................................................................... 33

    4.5 Rodeio Bonito ................................................................................................................................... 34

    4.6 Taquaruu do Sul ............................................................................................................................ 35

    5 METODOLOGIA ............................................................................................................................... 36

    5.1 Dados do VIGIFLUOR ................................................................................................................... 36

    5.2 Cadastramento e coleta de amostras .............................................................................................. 38

    5.2.1 Anlise Fsico- qumica das Amostras ............................................................................... 40

    5.2.2 Anlise dos resultados........................................................................................................ 42

    6 RESULTADOS E DISCUSSES ..................................................................................................... 44 6.1 Anlise de dados do VIGIFLUOR ................................................................................................. 44

    6.2 Anlise dos dados coletados campo ............................................................................................. 47

    CONCLUSES ...................................................................................................................................... 56 7 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS .............................................................................................. 59 ANEXOS ................................................................................................................................................. 65

    APNDICE ............................................................................................................................................ 67

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    INTRODUO

    Nos ltimos anos o Estado do Rio Grande do Sul vem enfrentando graves problemas envolvendo os seus recursos hdricos superficiais, onde a contaminao de mananciais e as constantes estiagens vem intensificando a busca por novas fontes de gua para abastecimento. Nesse sentido, as guas subterrneas se apresentam como uma alternativa em regies onde ocorrem problemas de potabilidade ou insuficincia das guas superficiais para suprir as necessidades de consumo.

    As caractersticas qumicas das guas subterrneas refletem os meios por onde percolam, guardando uma estreita relao com as litologias que mantm contato e com produtos das atividades humanas adquiridos ao longo do trajeto (NANNI, 2008).

    A gua subterrnea possui escoamento lento nos aquferos e, ao longo do seu trajeto no ambiente a composio qumica original modificada, em funo do contato com materiais de diversas tipologias, em decorrncia de eventos naturais ou induzidos pelo homem (eroso, minerao e agricultura). Devido a essas transformaes, as guas podem incorporar concentraes excessivas de metais e outras substncias (DE JESUS; OLIVEIRA; BRAGA, 2011).

    As guas do Sistema Aqufero Serra Geral -SASG so captadas por meio de poos tubulares, poos escavados (poos cacimba, na zona de intemperismo da rocha) ou atravs de fontes. Essas guas so utilizadas para abastecimento pblico, domstico e no desenvolvimento de atividades agropecurias nas zonas rurais (REGINATO; STRIEDER, 2006).

    Segundo Mancuso, Schroeder e Silvrio da Silva (2013), a regio Noroeste do Rio Grande do Sul vem enfrentando constantes problemas de abastecimento de gua. Um dos principais problemas para o abastecimento citado pela 19 Coordenadoria Regional de Sade (19CRS) e por rgos de Vigilncia Sanitria Municipais, refere-se existncia de concentraes anmalas de flor acima dos padres de consumo humano.

    O flor ingerido tem o papel fundamental de prevenir a crie dentria em crianas e adultos, no entanto a ingesto de gua contendo concentraes excessivas podem causar Fluorose dentria e ssea quando ingerido por um longo tempo de vida (MARIMON, 2006).

    Distintas hipteses tm surgido quanto origem dos teores anmalos de flor em guas explotadas do SASG (NANNI et al. ,2013; MANCUSO et. al, 2013). A ocorrncia do on pode ocasionar problemas de sade pblica, levando ao dispndio de finanas pblicas na busca de

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    alternativas para o abastecimento de municpios, fato este que se observa, sobretudo, no caso de comunidades rurais que carecem de recursos hdricos superficiais para suprir as suas necessidades de abastecimento.

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    2 OBJETIVOS

    2.1 Objetivo Geral

    Analisar a ocorrncia de flor em poos de abastecimento pblico dos municpios de Frederico Westphalen, Cristal do Sul, Ametista do Sul, Rodeio Bonito, Taquaruu do Sul e Derrubadas, que explotam guas do Aqufero Serra Geral- SASG.

    2.2 Objetivos Especficos

    Os objetivos especficos a serem atingidos so: Identificar as zonas do SASG com concentraes de flor fora do padro de

    potabilidade, e realizar anlise temporal e espacial do comportamento do on nos poos de abastecimento.

    Avaliar o perfil geolgico dos poos utilizados para o abastecimento pblico, e correlacionar a presena de flor com as caractersticas litolgicas do meio;

    Aplicar tcnicas de geoestatstica para analisar a distribuio espacial das concentraes de flor e analisar a hidroqumica dos poos;

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    3 REVISO DE LITERATURA

    3.1 guas Subterrneas

    O Conselho Nacional de Recursos Hdricos em sua resoluo n 15, de 11 de janeiro de 2011 art. 1, conceitua gua subterrnea como: As guas que ocorrem naturalmente ou artificialmente no subsolo (BRASIL, 2011). Ocorrem abaixo do solo preenchendo os poros das rochas sedimentares, ou fraturas, falhas e fissuras das rochas macias, e desemprenham papel fundamental na manuteno da umidade do solo, e no fluxo de rios, atravs das foras de adeso e gravidade (SANTIAGO, 2010). As guas subterrneas possuem importncia estratgica, pois em sua maioria apresentam elevado padro de qualidade fsico-qumica e bacteriolgica. Por serem naturalmente protegidas (mas no imunes) dos agentes de poluio e contaminao, essas guas dispensam, na maioria dos casos, tratamento fsico-qumico (MMA, 2007).

    Alm disso, no so afetadas por perodos de estiagem prolongada e evaporao e sua obra de captao (poo) pode ser construda prxima ao local da demanda, com custos e prazos geralmente inferiores s obras de captao de gua superficial (PNRH, 2009).

    No Brasil, as guas subterrneas desempenham importante papel no abastecimento pblico e privado (indstrias), suprindo as mais variadas necessidades de gua em diversas cidades e comunidades. Segundo Hirata, Zoby e Oliveira (2010), os aquferos servem para o abastecimento de 20-40% da populao do pas, principalmente cidades de pequeno a mdio porte.

    3.1.1 Ocorrncia de guas Subterrneas

    A ocorrncia de gua subterrnea se d em formaes geolgicas conhecidas como aquferos. Considera-se aqufero uma unidade geolgica do subsolo, constituda por rochas permeveis, que armazena gua em seus poros ou fraturas. Quando a unidade aqufera formada por mais de uma formao geolgica, com caractersticas hidrogeolgicas semelhantes, pode ser considerada como um sistema aqufero (OLIVEIRA, 2013).

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    Segundo Borguetti; Borguetti e Rosa Filho (2004), quanto porosidade os aquferos so classificados em poroso, fissural e crstico.

    Poroso ou sedimentar: constitudo por rochas sedimentares onde a circulao da gua se faz nos poros. So considerados os mais importantes, pois armazenam grandes quantidades de gua e pela ocorrncia em grandes reas.

    Fraturado ou Fissural: formado por rochas gneas, metamrficas ou cristalinas, onde a circulao se faz nas fraturas, fendas e falhas (abertas devido ao movimento tectnico). Poos perfurados nessas rochas fornecem poucos metros cbicos de gua por hora.

    Crstico: constitudo por rochas calcrias ou carbonticas onde a circulao se d atravs de fraturas ou diaclases, resultantes da dissoluo do carbonato pela gua.

    J quanto presso, os aquferos podem ser livres (freticos) ou confinados (artesianos). Nos aquferos livres a superfcie superior da zona saturada est em equilbrio com a presso atmosfrica, com a qual se comunica livremente. J o aqufero confinado formado por duas camadas impermeveis ou semipermeveis, onde a presso da gua maior que a atmosfrica (BORGUETTI; BORGUETTI; ROSA FILHO, 2004).

    3.1.2 Qualidade das guas subterrneas

    As caractersticas qumicas das guas subterrneas refletem os meios por onde percolam (NANNI, 2008). A gua subterrnea possui escoamento lento nos aqufero e, ao longo do seu trajeto no ambiente, a composio qumica original modificada, em funo do contato com materiais de diversas tipologias, em decorrncia de eventos naturais ou induzidos pelo homem (eroso, minerao e agricultura)(DE JESUS; OLIVEIRA; BRAGA, 2011).

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    3.2 Hidrogeologia

    3.2.1 Provncias Hidrogeolgicas do Brasil

    As provncias Hidrogeolgicas so utilizadas como modo de classificao das guas subterrneas de uma determinada regio. Segundo Pessoa, Mente e Leal (1980), provncia hidrogeolgica uma regio de caractersticas semelhantes quanto s principais ocorrncias de guas subterrneas.

    No complexo geolgico do Brasil possvel identificar dez provncias hidrogeolgicas, (Figura 1). Entretanto, a regio Noroeste do Rio Grande do Sul, se encontra sobre a provncia Hidrogeolgica da Bacia do Paran, que abrange, ao todo, uma rea de 1.600.000 km2, dos quais aproximadamente 1.000.000 km2 esto situados em territrio brasileiro. A rea restante est dividida entre a Argentina (400.000 km2), o Paraguai (100.000 km2) e o Uruguai (100.000 km2) (FILHO et al., 2002).

    Figura 1- Provncias Hidrogeolgicas do Brasil Fonte: ABAS, 2014.

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    3.2.2 Formao Serra Geral

    Cerca de 75% da Bacia Sedimentar do Paran se encontra recoberta pela Formao Serra Geral, caracterizada por um extenso evento vulcnico de natureza fissural (Figura 2) (NARDY, et al., 2001). A Formao Serra Geral ocorre sob a forma de derrames, que se constituem numa srie de unidades superpostas, dando origem a extensos planaltos, atualmente profundamente dissecados pelos processos de intemperismo (CHANG et al., 1991). Faz parte da quinta sequncia de evoluo da Bacia do Paran, sendo de natureza bsica e carter toletico (MACHADO et al, 2005).

    Figura 2- Mapa geolgico simplificado da Bacia do Paran, mostrando a extensa distribuio da ProvnciaMagmtica do Paran Fonte: Nardyet al. (2001).

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    3.2.3 Sistema Aqufero Serra Geral (SASG)

    O Sistema Aqufero Serra Geral (SASG) composto por derrames baslticos da Formao Serra Geral, e transcende os limites do Estado do Paran, abrangendo os estados de Santa Catarina, Rio Grande do Sul, So Paulo e Mato Grosso do Sul, bem como a Argentina, Paraguai e Uruguai (SOUZA, 2004).

    Segundo Mocellin e Ferreira (2009), o SASG est sobreposto ao Sistema Aqufero Guarani (SAG), o qual encerra predominantemente arenitos das formaes Pirambia e Botucatu. A recarga principal do SASG ocorre pela pluviometria em reas preferencialmente com topografia pouco acidentada e considervel cobertura vegetal (mata nativa) e a percolao da gua se d por meio de fraturas, como mostra a Figura 3.

    Figura 3- Percolao de gua atravs de fraturas no Aqufero Serra Geral na regio noroeste do Rio Grande do Sul. A) Percolao de gua em rocha aflorante no municpio de Boa Vista do Buric.B) Percolao de gua em rocha aflorante no municpio de Trs de Maio

    Ocorre no SASG um aqufero livre ou fretico (na zona de intemperismo, prximo superfcie), e suas guas so captadas por meio de poos tubulares, poos escavados (poos cacimba) ou atravs de fontes. Essas guas so utilizadas para abastecimento pblico, domstico e para o desenvolvimento de atividades agropecurias nas zonas rurais (REGINATO; STRIEDER, 2006).

    O SASG ocupa a parte centro-oeste do Rio Grande do Sul. A regio dominada pelos derrames baslticos da Unidade Hidroestratigrfica Serra Geral (Sistema Aqfero Serra Geral I) no planalto rio-grandense. Do ponto de vista hidrogeolgico, a formao apresenta mdia a baixa possibilidade para guas subterrneas, que ocorre nas rochas com porosidade por fraturas

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    (CPRM, 2005). As capacidades especficas so muito variveis, existindo poos no produtivos prximos de outros com excelentes vazes. Predominam poos com capacidades especficas entre 1 e 4 m/h/m e as salinidades em geral so baixas, em mdia 200 mg/l (CPRM, 2005).

    No limite entre as rochas baslticas e o rio Uruguai a capacidade especfica inferior a 0,5 m/h/m, mas podem ser encontrados valores superiores a 2 m/h/m, enquanto que as salinidades apresentam, geralmente, inferiores a 250 mg/l (CPRM, 2005).

    O SASG na regio noroeste do estado pode atingir espessuras da ordem de 1200 m (Machado, 2005). Mas, segundo a CPRM (2005), poos que captam guas mais salinas, sdicas e de elevado pH (entre 9 e 10), provavelmente correspondem a pores do aqufero influenciadas por guas ascendentes do Sistema Aqufero Guarani.

    IBGE (1986) relata que as camadas de basalto so mais espessas no norte e leste do estado, chegando a 1.000 metros. Diminuem para oeste e sul, com espessura de 30 a 50 metros em Santa Maria. Em poos perfurados em municpios mais ao sul da regio Celeiro, tem sido encontrado o aqufero a profundidades de 180 a 200 metros, no arenito Botucatu. Como regra geral, tais rochas so pouco fissuradas superficialmente, pelos processos de ajustes das camadas, porque so de idades mais recentes, logo os ajustes da crosta foram menos intensivos. As diaclases (fraturas) das rochas ocorrem normalmente nas camadas mais profundas, nas quais o peso dos blocos rochosos conduz a ajustes que causam fraturas.

    As regies Noroeste do Rio Grande do Sul, o Oeste do Paran e Santa Catarina, possuem como principal fonte de gua para abastecimento as guas subterrneas do Sistema Aqufero Serra Geral (Scheibe; Hirata, 2008). Segundo dados obtidos do Departamento de Pesquisas e Desenvolvimento da Superintendncia de Recursos Hdricos e Meio Ambiente (DEPDE/SURHMA), cerca de 80% do abastecimento pblico das cidades situadas sobre a Formao Serra Geral realizado atravs da explotao de guas do SASG (NANNI, 2008).

    3.3 Fluoretos

    3.3.1 Flor nos Ambientes Naturais

    O flor um dos elementos mais abundantes na natureza, sendo muito importante bioquimicamente, pois faz parte da composio de ossos e dentes (MARIMON, 2006). A ocorrncia deste elemento est associado aos processos gneos, onde durante a evoluo magmtica, concentrou-se nas fases finais da evoluo em rochas alcalinas, carbonatitos,

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    depsitos hidrotermais, zonas de alterao, geralmente como fluorita e fluorapatita (ADREAZZINI, 2005). O flor contido em guas superficiais e subterrneas, em geral ocorrem em baixas concentraes, como mostra o Quadro 1 (SANTIAGO, 2010). Segundo Nanni (2008), devido ao intemperismo, a interao gua-rocha pode favorecer o enriquecimento de fluoreto nas guas subterrneas, alm de fontes antropognicas como a agricultura e indstrias de fertilizantes.

    guas no poludas Concentraes mdias (mg/L) guas Superficiais 0,1 0,4

    Maioria dos rios do mundo 0,01 0,02

    guas Subterrneas 0,1 3,0 Oceanos 0,3 1,3

    Quadro 1 - Concentraes mdias de flor nos principais ambientes aquticos Fonte: Nanni, 2008.

    Adreazzini (2005) tambm ressalta que existem alguns fatores que controlam as concentraes de flor nas guas naturais como: temperatura, pH, minerais que contm flor, tipos de formaes geolgicas, capacidade de troca inica, entre outros. Pases como a ndia, Paquisto, China, Qunia, entre outros, registram srios problemas de fluorose associados com o consumo de guas subterrneas. Frequentemente essas anomalias so associadas contaminao antropognica geradas por fontes pontuais como indstrias (fertilizantes, usinas termoeltricas, etc.); ou por fontes difusas como a agricultura (excessiva fertilizao); e tambm associadas origem geognica, pelas caractersticas hidrogeolgicas e hidroqumicas dos aquferos.

    3.3.2 Hipteses sobre a origem de teores anmalos de Flor em guas naturais

    Segundo Nanni, (2008), uma intensa discusso tem surgido quanto origem de teores anmalos de flor em guas explotadas do SASG. Essa ocorrncia tm causado srios problemas de sade pblica e dispndio de finanas pblicas na busca de alternativas para o abastecimento de comunidades. O mesmo autor afirma ainda que o registro de flor em guas subterrneas advindo de fatores como o quimismo da rocha, hidrotermalismo, tempo de

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    residncia, profundidade de captao, trajetrias de fluxo e condies hidrolgicas das trajetrias.

    Costa (2008) considera que os fluoretos so frequentemente encontrados em pequenas concentraes nas guas subterrneas, onde o mineral fluorita (CaF2) a principal fonte em rochas gneas, podendo chegar em at 10 mg/L , e muito raramente 50 mg/L.

    Outra hiptese, proposta por Machado (2005), baseia-se na conexo hidrulica entre diferentes Aquferos, por intermdio de estruturas tectnicas que possibilitam a ascenso de guas de Aquferos sotopostos ao SASG, neste caso s unidades pertencentes ao Sistema Aqufero Guarani - SAG. Como produtos tm-se guas com diversas condies de mistura.

    A hiptese de Nanni (2008) est alicerada no enriquecimento por intermdio de estruturas geolgicas de mbito regional, sendo o fluoreto nesse caso oriundo de outras formaes geolgicas sotopostas Formao Serra Geral.

    Frank et al. (2007) consideram que a origem do flor pode estar relacionada desgaseificao de intrusivas da Formao Serra Geral. Associa o flor aos grandes delineamentos tectnicos, medida que estes so os caminhos naturais de circulao vertical de guas na Bacia do Paran.

    O enriquecimento de fluoreto em guas subterrneas, atravs da interao gua-rocha com prolongado tempo de residncia, aceito por Fraga (1992). O mesmo autor tambm associou teores anmalos de flor nas guas do Aqufero Serra Geral a contribuies do Aqufero Botucatu, em guas com teores de flor entre 0,5 a 2,4 mg/L.

    3.3.3 Ocorrncias de concentraes anmalas de flor

    No Brasil, de acordo com Santiago e Silvrio da Silva (2009), j foram identificadas guas subterrneas contendo concentraes anmalas de flor superiores a 1,5 mg/L nos estados de Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paran, So Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Gois, Tocantins e Rio de Janeiro).

    Na bacia do Paran e no seu embasamento cristalino, h diversas regies que apresentam anomalias de flor nos aquferos associados (KIMMELMANN, SILVA, 1990; LICHT, 2001; SRACEK, HIRATA, 2002; SILVRIO DA SILVA et al., 2006; NANNI, 2008).

    Silvrio da Silva et al. (2006) e Santiago (2010) indicaram a existncia de guas subterrneas com concentraes anmalas de F- nos trs tipos de aquferos: a) poroso/sedimentar (Sistema Aqufero Guarani); b) fraturado/fissural (Cristalino Estados de So

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    Paulo e Rio de Janeiro) e nas rochas vulcnicas da Formao Serra Geral, c) Crstico/karst (Grupo Bambu) no Estado de Minas Gerais.

    Nanniet al., (2013) estudou as guas subterrneas com teores anmalos de flor e os padres de mistura do Sistema Aqufero Serra Geral, utilizando uma interpretao dos componentes principais de dados qumicos de gua de 309 poos profundos. No estudo foram encontradas concentraes anmalas (acima de 1,5 mg/L), nos municpios de Uruguaiana, Passo Fundo, Erechim e Santa Rosa, com 3,03 mg/L, 2,6 mg/L, 1,96 mg/L e 2,03 mg/L, respectivamente.

    3.3.4 Efeitos do flor na sade

    O flor ingerido tem o papel fundamental de prevenir a crie dentria em crianas e adultos (SANTIAGO, 2010), no entanto estudos tem demostrado que a ingesto de gua contendo concentraes superiores a 1mg/L podem causar Fluorose dentria, e acima de 4 mg/L podem causar leses sseas quando ingerido por um longo tempo de vida (MARIMON, 2006).

    A Fluorose dentria um distrbio que afeta o esmalte durante sua formao e se manifesta por meio de manchas esbranquiadas a amarronzadas na superfcie do esmalte dentrio ou, at mesmo, por perdas em sua estrutura (CARDOSO et al., 2001; UNICEF 2003; FRAZO et al., 2004; FRAZO). J a Fluorose esqueletal desenvolve endurecimento ou aumento anormal da densidade ssea em pessoas que ingerem, de forma continuada teores maiores que 3 ou 4 mg/L F-. Os efeitos adversos so detectados nas articulaes do pescoo, costas, joelho, plvis e ombros, e tambm so afetadas articulaes das mos e dos ps (GUPTA; DESHPANDE, 1998).

    A Fluorose dentria parece estar se tornando cada vez mais frequente (ROZIER,, 1999; SILVA, MALTS, 2001) e est despertando a ateno dos rgos responsveis pela sade pblica. um problema importante, pois provoca alteraes funcionais e estticas que interferem na formao da personalidade, na insero no mercado de trabalho, exige tratamento odontolgico de alta complexidade em casos mais graves, tem etiologia conhecida e pode ser prevenida (CANGUSSU et al., 2001).

    Segundo Frazo, Peres e Cury, (2010), o efeito do flor sobre o esmalte dose-dependente, ou seja, sempre que houver ingesto de flor durante a formao do esmalte,

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    haver certo nvel de Fluorose que por sua vez depender das vrias fontes a que o indivduo estiver exposto e do tempo que essa exposio durar. Quanto maior a dose de flor a que a criana exposta, as opacidades ficam ainda mais visveis, podendo caracterizar a Fluorose dentria num grau mais severo.

    A Figura 4 apresenta um caso de Fluorose diagnosticada como moderada, com manchas amareladas e esbranquiadas em todos os dentes.

    Figura 4 - Fluorose Moderada em paciente do sexo feminino Fonte: Bosquiroli, Ueda e Baseggio, 2006.

    Em estudo realizado por Toassi e Abegg, (2005) foi verificado a prevalncia e a severidade da Fluorose dentria em 259 escolares de 4 a 18 anos de idade do Municpio de Santa Tereza, Rio Grande do Sul, a fluorose foi detectada em 63,7% dos escolares, com grau de severidade predominando o grau muito leve (43,6%), leve (12,08%), moderado (7,7%), questionvel (7,3%) e severo (0.4%).

    Segundo Ely (2002), o Sistema de Vigilncia dos Teores de Flor nas guas de Abastecimento Pblico das SES tem acompanhado e alertado os municpios para ocorrncias de fluorose, solicitando providncias que incluem, em muitos casos, o fechamento dos poos quando o teor de flor for maior que 1,5 mg/L. Alm disso, j foram identificados pontos de distribuio de gua com excessivo teor de flor em Venncio Aires, Santa Cruz, Vera Cruz, Vicente Dutra, Faxinal do Soturno, General Cmara, Encantado, Nonoai, Alecrim, Santa Tereza, Boa Vista do Buric e Pinhal.

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    3.4 Sistema de Abastecimento e Legislao

    Segundo o Manual de procedimentos de Vigilncia em Sade Ambiental relacionada qualidade da gua para consumo humano do Ministrio da Sade, (2006), entende-se por sistema de abastecimento de gua (SA), as solues clssicas alm de incluir a distribuio de gua por meio de rede.

    A Portaria do Ministrio da Sade n 2914, 11 dezembro 2011 (BRASIL, 2011) dispe sobre os procedimentos de controle e de vigilncia da qualidade da gua para consumo humano e se aplica gua destinada ao consumo humano proveniente de sistema e soluo alternativa de abastecimento de gua, definindo-a como:

    Toda modalidade de abastecimento coletivo de gua distinta do abastecimento

    de gua, incluindo, entre outras, fonte, poo comunitrio, distribuio por veculo transportador, instalaes condominiais horizontal e vertical.

    A principal diferena entre o Sistema de Abastecimento e a Soluo Alternativa reside no fato de que, em todo sistema de abastecimento de gua, o responsvel pela prestao do servio o municpio. As solues alternativas coletivas podem ser providas ou desprovidas de distribuio por rede. As solues desprovidas de distribuio por rede, em geral, encontram-se associadas a fontes, poos ou chafarizes comunitrios e distribuio por veculo transportador. Entretanto, existem muitos casos de instalaes particulares, condomnios horizontais e verticais, hotis, clubes, dentre outros exemplos, que optam por implantar e operar instalaes prprias, por vezes completas.

    A Portaria n 2914/2011 (BRASIL, 2011) define ainda Soluo Alternativa Coletiva (SAC) e Soluo Alternativa Individual (SAI) como:

    Soluo Alternativa Coletiva de abastecimento de gua para consumo humano:

    modalidade de abastecimento coletivo destinada a fornecer gua potvel, com

    captao subterrnea ou superficial, com ou sem canalizao e sem rede de distribuio.

    Soluo Alternativa Individual de abastecimento de gua para consumo

    humano: modalidade de abastecimento de gua para consumo humano que

    atenda a domiclios residenciais com uma nica famlia, incluindo seus agregados familiares.

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    A mesma portaria, juntamente coma Resoluo Conama N 396/2008 estabelecem ainda como Valor Mximo Permissvel (VMP) para on fluoreto na gua de abastecimento a concentrao de 1,5 mg/L, valores superiores apresentam risco para a sade (BRASIL, 2008).

    A Portaria Estadual N 10/99 (BRASIL, 1999) define os teores de concentrao do on fluoreto nas guas para consumo humano fornecidas por Sistemas Pblicos ou Privados de Abastecimento (SAA). A Portaria considera dentro do Padro de potabilidade as guas que apresentam a concentrao de on fluoreto dentro da faixa de 0,6 a 0,9 mg/L, e ainda julga como ideal a concentrao de 0,8 mg/L de flor na gua de abastecimento.

    3.5 Vigilncia da Qualidade da gua

    3.5.1 Programa Vigilncia da Qualidade da gua para Consumo Humano

    No estado do Rio Grande do Sul a Secretaria Estadual de Sade atravs do Centro Estadual de Vigilncia em Sade, possui o programa Vigilncia da Qualidade da gua para Consumo Humano (VIGIAGUA), que objetiva garantir populao o acesso gua em quantidade suficiente e qualidade compatvel com o padro de potabilidade estabelecido pela legislao vigente, de forma a prevenir doenas de veiculao hdrica (SES, 2014).

    O programa desenvolve aes para assegurar a qualidade dos sistemas e solues alternativas de abastecimento de gua, identificando e intervindo em situaes de risco sade dos consumidores.

    Para avaliao das aes realizadas pelos municpios utilizado o SISGUA (Sistema de Informao de Vigilncia da Qualidade da gua para Consumo Humano). No SISAGUA so alimentadas as informaes coletas pelos municpios do cadastramento das fontes de abastecimento de gua, do controle de qualidade realizado pelos SAA e SAC e ainda os dados do monitoramento da qualidade da gua realizado pelos municpios.

    3.5.2 Programa Vigilncia dos Teores de Fluoreto na gua de Abastecimento

    Outro programa de extrema importncia o VIGIFLUOR- Programa de Vigilncia dos Teores de Fluoreto na gua de Abastecimento Pblico, que executado complementarmente ao VIGIAGUA. O objetivo do programa o conhecimento do teor de flor na gua destinada

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    para consumo humano em todas as formas de abastecimento disponveis para a populao do Estado do Rio Grande do Sul, efetivando a vigilncia determinada por normas legais especficas e pelos termos da regulamentao do Sistema nico de Sade (CEVS, 2012).

    Cada municpio, atravs da Secretaria Municipal de Sade responsvel por anlises mensais de gua quanto diversos parmetros, dentre eles o flor. As amostras de gua para anlise so coletadas por servidores das Secretarias Municipais de Sade e enviados ao laboratrio da respectiva Coordenadoria Regional de Sade, no caso da regio em estudo a 19 CRS.

    No VIGIFLUOR, os relatrios mensais recebidos dos laboratrios so processados e analisados e, quando ocorrem resultados fora dos padres determinados para fluoreto, os responsveis pelo VIGIGUA das Coordenadorias envolvidas, so comunicados e solicitados tomar as providncias cabveis para a adequao desses teores.

    Nas situaes em que se constata persistncia dos resultados fora das normas estabelecidas para a fluoretao e havendo inao da vigilncia municipal, de forma complementar e em conjunto com a respectiva CRS, a coordenao estadual da vigilncia intervm, atravs de aes estratgicas e de mobilizao at mesmo com o envolvimento do Ministrio Pblico Estadual, buscando o cumprimento da legislao vigente (CEVS, 2012).

    3.6 Sistema de Informao de guas Subterrneas

    A Companhia de Pesquisa em Recursos Minerais (CPRM), tambm conhecida como Servio Geolgico do Brasil, desenvolveu o Sistema de Informaes de guas Subterrneas- SIAGAS, com o objetivo de subsidiar e apoiar a gesto dos recursos hdricos no Brasil e aglutinar os dados e informaes de captaes de guas subterrneas dispersas em bancos regionais e particulares (VIERO; FREITAS; CAYE, 2002).

    O SIAGAS um sistema de cadastro nacional de poos permanentemente atualizado e disponvel para o uso por parte de pesquisadores, gestores e o pblico em geral, na rea da hidrogeologia, concentrando uma grande quantidade de dados de poos tubulares. So mais de 200 mil (218.981 em maio/2012,) pontos cadastrados em todo o Brasil (RIBEIRO, 2012).

    A base de dados atualizada atravs do cadastramento de poos em campo, onde so verificadas as coordenadas geogrficas do poo e cota da boca, situao do poo, dados do

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    proprietrio, nveis, aspectos de construo do poo, uso da gua, vazo, etc., como pode ser exemplificado na Figura 5.

    Figura 5 - Cadastramento de poos. A) Poo cadastrado em Asta do Sul, RS. B) Poo cadastrado em Crsital do Sul, RS

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    4 REA DE ESTUDO

    A rea de estudo est localizada na zona Transfronteiria do compartimento Norte Alto Uruguai do Sistema Aqufero Guarani/SAG, que se encontra confinado pelo Sistema Aqufero Serra Geral (OEA, 2009a, b), e compreende os municpios de Frederico Westphalen, Ametista do Sul, Cristal do Sul, Rodeio Bonito, Derrubadas e Taquaruu do Sul, todos pertencentes regio Noroeste do Rio Grande do Sul (Figura 6).

    Figura 6 - Mapa da Localizao dos municpios em estudo

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    4.1 Frederico Westphalen

    O municpio de Frederico Westphalen est localizado na regio do Noroeste do Rio Grande do Sul. Possui extenso territorial de 264,975 km, conforme o censo do IBGE de 2010 (IBGE, 2011), populao de 28.848 habitantes e densidade demogrfica de 108,87 hab/km.

    Segundo Strecket al. (2008), a poro sudoeste do Rio Grande de Sul possui um embasamento geolgico regional do Planalto, formada por uma sucesso de pacotes de rochas vulcnicas (basaltos e riolitos da Formao Serra Geral). Essas rochas se apresentam em um relevo aproximadamente tabular, muito escavado pelos rios em alguns pontos formando escarpas e vales profundos; a sequncia de derrames identificada na forma de patamares nas encostas dos vales.

    O clima da regio descrito como subtropical mido (Cfa), com chuva bem distribuda durante o ano e temperatura mdia do ms mais quente superior a 22C (IBGE, 1985 apud GIOVENARDI et al., 2008 ). Possuindo uma precipitao mdia anual de 1.828,1 mm. O solo classificado como latossolo vermelho aluminofrrico tpico, de textura argilosa, ou seja, solos profundos, porosos, bem drenados, bem permeveis mesmo quando muito argilosos, assim favorecendo a infiltrao da gua (EMBRAPA, 2007). De acordo com o IBGE (2008), o municpio possui 7.637 economias residenciais abastecidas. Conforme o levantamento realizado a partir de dados do Sistema de Informao da Ateno Bsica (SIAB) do Ministrio da Sade, em 2009 das famlias cadastradas, 847 famlias possuiam rede de abastecimento de gua, 342 famlias eram abastecidas atravs de poo/nascente, e 6 famlias utilizavam outro meio de abastecimento (SIAB, 2009).

    4.2 Ametista do Sul

    O municpio de Ametista do Sul pertence Microrregio de Frederico Westphalen, situado no noroeste do estado do Rio Grande do Sul, possui uma rea de 93 km e altitude mdia de 505 m. Limita-se ao Norte com Ira, ao Sul com Rodeio Bonito e Cristal do Sul, a Leste com Planalto e a oeste com Frederico Westphalen. Sua populao de aproximadamente 7300 habitantes sendo cerca de 3500 habitantes residentes na zona rural e 3800 na zona urbana (IBGE, 2010).

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    O clima do municpio do tipo Cfa, subtropical com veres quentes sem perodos de secas, e a precipitao bem distribuda ao longo do ano.A principal atividade econmica do municpio, com aproximadamente 75% do movimento, o setor extrativista mineral, com a extrao de pedras preciosas, gatas e ametistas, alm vrios tipos de minerais para coleo.

    Segundo o IBGE (2008), o municpio possui 1.646 economias residenciais abastecidas (domiclios). Das famlias cadastradas no Sistema de Informao da Ateno Bsica, 1.137 famlias possuem rede de abastecimento, 711 famlias so abastecidas por poo/nascente e, 29 famlias so abastecidas por outras fonte (SIAB, 2009).

    4.3 Cristal do Sul

    O municpio localiza-se na parte norte da bacia hidrogrfica do rio Uruguai, no Rio Grande do Sul, a uma latitude 272714 sul, longitude 531447 oeste e a uma altitude de 369 metros. Segundo o IBGE (2010), possui uma populao de 2.915 habitantes.

    A economia do municpio baseada na lavoura e em garimpos de pedras preciosas e semi-preciosas (gata e ametista). Atualmente apresenta pequenas propriedades que se fragmentaram ao longo do tempo com uma agricultura de pequenos produtores nas reas de mata com solos muito frteis, ngremes, com rochas e seus fragmentos (Cunha et al., 2010).

    Segundo o IBGE (2008), o municpio possui 752 economias residenciais abastecidas (domiclios). Das famlias cadastradas no Sistema de Informao da Ateno Bsica, 770 famlias possuem rede de abastecimento e 187 famlias so abastecidas por poo/nascente (SIAB, 2009).

    4.4 Derrubadas

    Pequeno municpio localizado no Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, com rea de 363,40 km, incluindo a rea do Parque Estadual do Turvo (174 Km). Est situado a 471 metros de altitude, nas coordenadas 271557 sul e 535145 oeste (BRASIL,2011).

    A base econmica de Derrubadas o setor primrio, com destaque para as culturas de soja (7.900 ha), trigo (2.800 ha) e milho (2.400 ha). A populao residente de aproximadamente 3.190 habitantes, sendo que 2.205 habitantes residem no meio rural (EICKHOFF; COTRIM, 2013).

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    O solo do municpio caracterizado como Neossolos Regolticos Eutrficos tpicos e Cambissolos Hplicos Eutrofrricos chernosslicos, devido aos processos intensivos de desagregao das superfcies, constituindo solos rasos e muito frteis nas bordas dissecadas. A vegetao atual que cobre o municpio praticamente toda de uma sucesso de culturas regionais de inverno (trigo e aveia) e vero (soja, principalmente, alm de milho e poucos outros cultivos) (CUNHA; SILVEIRA; SEVERO, 2006).

    Segundo o IBGE (2010), o municpio possui 311 economias residenciais abastecidas (domiclios). Das famlias cadastradas no Sistema de Informao da Ateno Bsica, 767 famlias possuem rede de abastecimento e 273 famlias so abastecidas por poo/nascente e, 3 famlias so abastecidas por outras fonte (SIAB, 2009).

    4.5 Rodeio Bonito

    O municpio de Rodeio Bonito est localizado na regio fisiogrfica do Alto Uruguai, RS. Rodeio Bonito, a 26 km Sul-Leste de Frederico Westphalen. Situado a 354 metros de altitude, a uma latitude de 27 28' 9'' Sul e Longitude: 53 10' 8'' Oeste (CIDADE-BRASIL, 2012).

    Segundo o Censo Demogrfico de 2010 (IBGE), a populao do municpio de aproximadamente 5.800 habitantes, em uma rea de 83,199 Km.

    Assim como os municpios vizinhos que compem a microrregio, est situado sobre rochas efusivas bsicas provenientes de derrames de lava basltica que constituram, pela natureza fluida do magma, um imenso plat regional que evoluiu no tempo. As terras esto cobertas por culturas sucessivas anuais de vero e inverno (milho e poucos outros cultivos), com predominncia de uma agricultura familiar. A vegetao nativa possui espcies ocasionais apenas em algumas propriedades, nas bordas dos lajeados.

    Segundo o IBGE (2008), o municpio possui 1.438 economias residenciais abastecidas (domiclios). Das famlias cadastradas no Sistema de Informao da Ateno Bsica, 1.683 famlias possuem rede de abastecimento, 274 famlias so abastecidas por poo/nascente (SIAB, 2009).

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    4.6 Taquaruu do Sul

    O municpio de Taquaruu do Sul localiza-se na regio noroeste do Rio Grande do Sul, a uma distncia de 420 km da capital do estado. Tem rea de 77,74 km e populao de 2970 habitantes, distribuda em, aproximadamente, 1100 domiclios, dos quais cerca de 68% esto localizados na zona rural (PTDRS, 2010).

    O relevo ondulado e predominam os solos tipo Ciraco (Brunizem avermelhado Arigiudoll) e Charrua (Litlico Eutrfico Hapludoll). (LOURENO et al., 2000). No municpio prevalecem as pequenas propriedades rurais de cunho familiar, nas quais a criao de animais (bovinos de leite e sunos) tem grande importncia, juntamente com a produo de fumo, milho e soja em reas reduzidas devido ao tamanho das propriedades.

    Segundo o IBGE (2008), o municpio possui 740 economias residenciais abastecidas (domiclios). Das famlias cadastradas no Sistema de Informao da Ateno Bsica, 567 famlias possuem rede de abastecimento e 365 famlias so abastecidas por poo/nascente e, 5 famlias so abastecidas por outras fonte (SIAB, 2009).

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    5 METODOLOGIA

    O presente estudo divide-se em duas etapas: a primeira refere-se interpretao de dados referentes s concentraes de flor adquiridos junto 19 Coordenadoria Regional de Sade do Rio Grande do Sul (CRS), s quais esto inseridas no sistema VIGIFLUOR; e a segunda, campanhas de cadastramento de poos e coletas de guas subterrneas, realizada diretamente nos poos de abastecimento dos municpios em estudo, e posterior anlise de flor (F-).

    5.1 Dados do VIGIFLUOR

    Na primeira etapa do trabalho foram adquiridos junto 19 CRS, dados das anlises mensais de concentrao de flor nas guas subterrneas utilizadas para o abastecimento pblico nos anos de 2010, 2011 e 2012. Esses dados compem os relatrios mensais das Vigilncias Sanitrias municipais, processados por meio do Sistema de Vigilncia do Flor na gua para Consumo Humano VIGIFLUOR. Os relatrios so alimentados com dados obtidos a partir da coleta de amostras de gua da rede de distribuio, realizada por servidores das Secretarias Municipais de Sade e incluem os resultados da anlise de flor (F-) realizada por laboratrios credenciados pela Secretario de Sade do estado (Figura 7).

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    Figura 7 - Relatrio Parcial do VIGIFLUOR do ms de janeiro de 2010.

    As secretarias de sade de cada municpio possuem um nmero limitado de coletas e anlises que devem ser realizadas mensalmente. Essas coletas so realizadas ao longo da rede de distribuio. A interpretao dos dados fornecidos pela 19 CRS foi realizada seguindo as Portarias N10/99 (BRASIL, 1999) e N 2914/2011 (BRASIL, 2011), que definem as concentraes mximas e mnimas de flor para os Sistemas Pblicos ou Privados (SAA), e Soluo Alternativa Coletiva e Individual (SAC/SAI), respectivamente. Considerando os valores mximos e mnimos permissveis, de acordo com a legislao, a anlise dos resultados das concentraes de flor foi realizada a partir da seguinte classificao:

    a) Seleo de amostras com concentrao de flor abaixo de 0,6 mg/L (SAA); b) Seleo de amostras com concentrao de flor acima de 0,9 mg/L (SAA); c) Seleo de amostras com concentrao de flor o acima de 1,5 mg/L (SAC/SAI); d) Seleo de amostras com concentraes mximas e mnimas em cada municpio

    estudado.

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    5.2 Cadastramento e coleta de amostras

    Em 2013, foram realizadas campanhas de cadastramento de poos e coleta de amostras de gua subterrnea para anlise de flor (F-), com o auxlio da Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais CPRM. Os dados coletados constam atualmente no Sistema de Informaes de guas Subterrneas (SIAGAS), da CPRM. As anlises de (F-) existentes foram complementadas no Laboratrio de Recursos Hdricos da UFSM/FW. Foram coletadas 103 amostras diretamente da fonte de abastecimentos (poos) de cada municpio estudado. As campanhas de cadastramento e coleta de amostras ocorreram durante os meses de abril, maio e julho de 2013(Figura 8).

    Alm das amostras coletadas em poos utilizados para o abastecimento pblico, foram coletadas tambm amostras de poos desativados, mediante o uso de equipamentos confeccionados pelos funcionrios da CPRM (Figura 9). Estes poos apesar de no estarem em uso, apresentam informaes complementares sobre a presena de flor do aqufero.

    Figura 8 - Coleta de amostras. A) Abertura do poo com chave especial. B) gua do poo jorrando. C) Coleta da gua com auxlio de uma jarra. D) Coleta em dia de chuva em poo de difcil acesso

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    Figura 9 - Coleta de amostras. A) Coleta com instrumento confeccionado pela CPRM. B) Poo desativado

    Durante a coleta das amostras e o cadastramento dos poos realizado pela CPRM, foram preenchidas as fichas de cadastramento (Anexo A) para posteriormente, proceder digitalizao e interpretao dos dados. Em cada ponto de coleta tambm foram obtidas as coordenadas geogrficas com auxlio de um GPS, as quais foram utilizadas na elaborao de mapas com a localizao dos pontos de coleta (Figura 10).

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    Figura 10 - Mapa de localizao dos pontos de coleta

    5.2.1 Anlise Fsico- qumica das Amostras

    Durante as coletas foram realizadas as seguintes anlises fsico-qumicas: Condutividade Eltrica (CE), pH, temperatura da gua e temperatura do ar. (Figura 11).

  • 41

    Figura 11 - A e B) Determinaes de Condutividade Eltrica e Temperatura

    Para realizar as determinaes do on fluoreto, as amostras foram encaminhadas para o Laboratrio de Recursos Hdricos da Universidade Federal de Santa Maria campus Frederico Westphalen, onde se utilizou Fluormetro marca HANNA Instruments, modelo HI 98402, com eletrodo de on Seletivo (Figura 12).

    De acordo com o procedimento do instrumento, foram utilizados 15 mL de cada amostra, dissolvidos em 15 mL de soluo TISAB (soluo padro utilizada para determinao de flor).

    Soluo TISAB

    Em aproximadamente 700 ml de gua foram dissolvidos 58g de cloreto cido, 84g de cido ctrico e 57 Ml de cido actico glacial. O pH da soluo foi ajustado entre 5,0 e 5,5 com hidrxido de sdio. A soluo foi avolumada para 1.000 ml.

  • 42

    Figura 12 - A) Determinao de flor realizada no LARH (UFSM/FW). B) Fluormetro HANNA Instruments modelo HI 98402, com eletrodo de on Seletivo

    5.2.2 Anlise dos resultados

    A partir dos dados adquiridos junto 19 CRS, foram analisadas a distribuio e a concentrao de flor (F-) em guas de abastecimento, durante o perodo de 2010 a 2012, nos municpios de Frederico Westphalen, Ametista do Sul, Cristal do Sul, Rodeio Bonito, e Taquaruu do Sul. A anlise teve por objetivo identificar as concentraes de flor acima ou abaixo da exigida pelos padres de potabilidade nas guas de abastecimento pblico. Identificaram-se tambm os locais que apresentaram as concentraes extremas.

    Os dados obtidos em campo foram correlacionados com os dados constantes nas fichas dos perfis construtivos dos poos. As concentraes de flor foram relacionadas com Temperatura da gua (T), pH, Condutividade Eltrica (CE), Profundidade (Prof) e Cota de Base do poo. Foram aplicadas tcnicas de geoestatstica para analisar a distribuio espacial das concentraes de flor e avaliar a hidroqumica das guas dos poos, utilizando o Software Excel -2010. Mediante o uso do Software ArcGis (ESRI, 2014), foram elaborados os mapas com a indicao da concentrao de flor encontradas em cada ponto de coleta.

  • 43

    Dados de perfis construtivos foram adquiridos junto ao Sistema de Informaes de guas Subterrneas- SIAGAS (CPRM), visando uma anlise simplificada da localizao das zonas de fratura e entradas de gua.

  • 44

    6 RESULTADOS E DISCUSSES

    6.1 Anlise de dados do VIGIFLUOR

    A primeira etapa da discusso dos resultados refere-se anlise dos dados adquiridos junto 19 CRS. Nas Tabelas 1, 2 e 3 esto sintetizados os resultados das anlises da concentrao de flor presentes nas guas de abastecimento dos municpios em estudo que enviaram amostras de gua, coletadas na rede de distribuio, para anlise em laboratrio credenciado pela Secretaria Estadual de Sade. Nem todos os municpios enviam amostras mensais de gua para anlise, em alguns casos devido dificuldade na coleta e outras por desinteresse.

    As Tabelas apresentam o nmero de amostras considerados fora do padro estabelecido pela legislao nos sistemas SAC, SAI e SAA, coletadas no decorrer dos anos de 2010 a 2012. Os resultados compem o banco de dados do Programa de Vigilncia dos Teores de Flor (VIGIFLUOR) na gua de Abastecimento Pblico do Estado do Rio Grande do Sul, que expressa de forma, quantitativa e qualitativa, o teor de flor na gua distribuda para consumo humano.

    Conforme a anlise dos resultados (Quadro 2), em 2010 do total de amostras coletadas pelos municpios de Ametista do Sul, Cristal do Sul, Frederico Westphalen e Taquaruu do Sul, 19,11% esto fora do padro de potabilidade para consumo humano. Deste total, oito excedem o limite mximo permissvel para consumo humano (1,5mg/L) de acordo com a Portaria N 2.914/2011. O valor mximo encontrado foi de 8,31 mg/L no municpio de Frederico Westphalen, em amostra coletada no Sistema Alternativo Coletivo (SAC).

  • 45

    Ano de 2010

    MUNICPIO Total de Amostras

    Amostras fora do padro de potabilidade para on Fluoreto

    SAC/SAI* SAA** Amostras fora do padro

    Max. Flor

    (mg/L)

    Sistema (Mx.

    Fluoreto) >1,5 mg/L >0,9 mg/L 1,5 mg/L >0,9 mg/L

  • 46

    fora do padro de potabilidade para consumo humano, considerando os sistemas analisados (Quadro 4). Das 309 amostras analisadas, vinte apresentaram valores acima de 1,5 mg/L, mximo permitido pela Portaria N 2.914/2011 (BRASIL 2011), sendo 9,96 mg/L o valor mximo, encontrado do municpio de Ametista do Sul, em amostra coletada no Sistema de Abastecimento Alternativo Individual (SAI) e Pblico/Privado (SAC).

    Ano de 2012

    MUNICPIO Total de Amostras

    Amostras fora do padro de potabilidade para on Fluoreto

    SAC/SAI* SAA* Amostras fora do padro

    Max. Flor

    (mg/L)

    Sistema (Mx.

    Fluoreto) >1,5 mg/L >0,9 mg/L

  • 47

    6.2 Anlise dos dados coletados campo

    Dos 103 poos em que foram coletadas amostras de gua subterrnea, o grupo de poos enriquecidos com fluoreto compreende 22% do total, com registros de concentraes de 0,05 17,2 mg/L, caracterizando valores elevados para a regio de estudo. Ametista do Sul foi o municpio com o maior percentual (56%) de amostras fora do padro de potabilidade, seguido por Frederico Westphalen com 28% das amostras nessa situao (Quadro 5). Baseado no levantamento realizado em campo, nas anlises realizadas em laboratrio e a pesquisa no site do SIAGAS, foi possvel elaborar uma base de dados referente aos poos em estudo, estes apresentados no Apndice A.

    MUNICPIOS POOS AMOSTRAS FORA DO PADRO DE

    POTABILIDADE PARA F- TOTAL >1,5 %>1,5

    Rodeio Bonito 29 6 21% Ametista do Sul 16 9 56% Taquaruu do Sul 10 0 0% Cristal do Sul 17 2 12% Derrubadas 13 1 8% Frederico Westphalen 18 5 28% TOTAL 103 23 22%

    Quadro 5- Anlise das amostras com concentraes fora do padro de potabilidade

    As concentraes de flor nos municpios em estudo variaram 0,09 mg/L a 17,20 mg/L, j as mdias mais elevadas foram encontradas nos municpios de Ametista do Sul (3,47 mg/L) e Frederico Westphalen (1,17 mg/L); em 90% das amostras analisadas as concentraes se apresentaram inferiores a 6,90 mg/L e 3,54 mg/L respectivamente (Figura 13).

  • 48

    Figura 13 - Anlise estatstica das concentraes de flor nos poos de abastecimento dos municpios de Frederico Westphalen, Ametista do Sul, Cristal do Sul, Rodeio Bonito, Derrubadas e Taquaruu do Sul

    As medianas (valor central) das concentraes ficaram prximas umas das outras, com exceo do municpio de Ametista do Sul (2,16 mg/L). Na mediana ocorre menor interferncia das concentraes extremas, ao contrrio da mdia.

    Considerando a influncia da amplitude dos valores extremos observados no municpio de Ametista do Sul, elaborou-se a Figura 14. Considerando apenas os cinco municpios, a concentrao mxima de flor (F-) de 6,2 mg/L em Cristal do Sul, seguido por Frederico Westphalen com 5,90 mg/L. Em relao a mediana, todos os valores esto prximos uns dos outros. O valor mnimo encontrado pertence ao municpio de Frederico Westphalen, correspondendo a 0,061 mg/L, seguido por Rodeio Bonito com 0,09 mg/L.

  • 49

    Figura 14 - Anlise estatstica das concentraes de flor nos poos de abastecimento dos municpios de Frederico Westphalen, Cristal do Sul, Rodeio Bonito, Derrubadas e Taquaruu do Sul

    Nanni (2008), em sua pesquisa sobre a origem e o condicionamento geolgico do flor em guas do Sistema Aqufero Serra Geral, registrou concentraes de flor da ordem de 5,6 e 3,03 mg/L no municpio de Ametista do Sul, confirmando que o problema no recente. Segundo o mesmo autor, diferenas expressivas de concentraes podem ocorrer em curto espao de distncia, caso este tambm registrado neste estudo.

    A espacializao das concentraes de flor encontrados nos 103 poos est apresentada no mapa da Figura 15, onde observa-se a concentrao de poos com anomalias nos municpios de Frederico Westphalen, Ametista do Sul e Rodeio Bonito.

    No total, cerca de 575 famlias so abastecidas com guas contendo concentraes de flor acima de 1,5 mg/L, que o mximo permitido pela legislao.

  • 50

    Figura 15 - Distribuio da concentrao de flor em poos de abastecimento localizados no SASG, na regio do Alto Uruguai (RS)

    A Condutividade Eltrica (CE) das guas subterrneas variou de 40 a 1.800 mhos/cm (Quadro 6). Segundo Lima, Frana e Loiola (2013), a CE a medida da facilidade da gua em conduzir a corrente eltrica, havendo uma relao de proporcionalidade entre o teor de sais dissolvidos e a condutividade eltrica. Condutividades acima de 1000 mhos/cm foram registrados nos poos JC 728 e 729 em Ametista do Sul; JC 714 em Cristal do Sul e JC 682 em Derrubadas (Apndice A).

  • 51

    Conforme registros em campo, os moradores que so abastecidos por estes poos com CE elevadas, sofrem com constantes problemas de sade e perdas materiais relacionados aos sais presentes nas guas.

    CONDUTIVIDADE ELTRICA (mhos/cm) Municpios Rodeio Bonito Ametista do Sul Taquaruu do Sul Cristal do Sul Derrubadas

    Frederico Westphalen

    Mnimo 40,00 156,00 179,00 160,00 150,00 177,00 Mximo 482,00 1800,00 660,00 1440,00 1076,00 473,00 Mdia 188,50 547,67 446,88 359,93 349,54 276,00

    Mediana 173,50 397,00 452,50 281,50 265,00 276,00 P10 133,50 216,40 258,10 175,90 156,20 166,30 P90 266,30 1070,00 625,00 438,80 556,40 440,20

    Quadro 6 - Valores de condutividade eltrica em gua de poos localizados no SASG, na regio noroeste do Rio Grande do Sul

    A concentrao de flor (F-) e a Condutividade Eltrica (CE) no apresentaram correlao (R2) satisfatria (Figura 16). Para dados de campo pode-se considerar R2=0,40 como sendo satisfatrio, j para condies de laboratrio R2=0,90. Percebe-se que a maioria das concentraes de flor esto situadas entre as CE de 100 a aproximadamente 500 mhos/cm, inclusive as mais elevadas, com exceo de alguns valores.

    Figura 16 - Relao entre as concentraes de fluoreto e as CE

  • 52

    De acordo com Saxena (2001), os parmetros qumicos de CE entre 100-200 mhos/cm, e pH entre 7,5 e 8,5 , favorecem a dissoluo de fluoreto no meio. Em relao aos valores de pH registrados, pode-se dizer que, no geral, as guas apresentaram carter alcalino, com mdias entre 8,1 e 9,7 (Quadro 7). Foram registradas concentraes mximas (superiores a 9,80) em todos os municpios. Sendo os valores mdios superiores a 8,1, e em alguns casos, as medianas ultrapassam pH de 10,00.

    pH

    Municpios Rodeio Bonito Ametista do Sul Taquaruu do Sul Cristal do Sul Derrubadas Frederico

    Westphalen Mnimo 6,5 5,6 8 4,8 7,2 7,1 Mximo 9,80 10,90 10,40 10,90 10,50 9,90 Mdia 8,1 9,1 9,7 8,3 9,5 8,3

    Mediana 7,75 10,00 10,15 8,30 9,90 8,10 P10 6,97 7,20 8,21 7,76 8,06 7,46 P90 9,43 10,60 10,40 9,70 10,50 9,58

    Quadro 7 -Valores de pH das guas subterrneas do SASG no noroeste do Rio Grande do Sul

    No entanto no se observa correlao (R2) satisfatria entre o pH e as concentraes de flor (Figura 17). Em geral, concentraes de flor superiores a 2,3 mg/L so observadas entre pH de 9,3 e 10,6 com exceo de 2 poos, com pH de 7,3 e 7,4.

    Figura 17 - Relao entre o flor e o pH das amostras analisadas

  • 53

    Marimon (2006) em estudo realizado na formao Santa Maria obteve baixa correlao entre o pH e as concentraes de flor. Segundo Wenzel e Blum (1992), o fluoreto possui baixa mobilidade nas guas com pH nos intervalos entre 4,9 a 5,9. No se observam pH dessa ordem no presente estudo, nas guas subterrneas da Formao Serra Geral. Quanto temperatura das guas subterrneas registradas na boca dos poos cadastrados, observa-se a proximidade entre os valores. A temperatura mxima registrada foi de 24 C e a

    mnima de 14 C. As mdias e medianas tambm possuem proximidade (Quadro 8).

    TEMPERATURA DA GUA (C) Municpios Rodeio Bonito Ametista do Sul

    Taquaruu do Sul Cristal do Sul Derrubadas

    Frederico Westphalen

    Mnimo 18 19 19,5 14 19,5 19 Mximo 24,00 26,00 21,50 21,00 21,00 22,00 Mdia 19,86 21,18 20,19 19,76 20,38 20,75

    Mediana 20,00 21,00 20,00 20,25 20,50 21,00 P10 18,00 19,50 19,85 19,00 19,60 20,00 P90 21,60 22,00 20,80 21,00 21,00 21,75

    Quadro 8 -Valores de temperatura das guas subterrneas coletadas no SASG, a noroeste do estado do Rio Grande do Sul

    A Figura 18 apresenta a disperso entre as concentraes de flor e a temperatura das guas subterrneas, medida na boca dos poos. Observa-se que as mesmas no apresentam correlao satisfatria. As concentraes de flor esto situadas entre as temperaturas de 18 a 24C. O maior valor de flor registrado (17,2 mg/L) foi encontrado a temperatura de 21C.

    Figura 18 - Relao entre o flor e a temperatura da gua subterrnea do SASG

  • 54

    guas termais de at 36C, muitas vezes contendo elevados teores de flor, so observadas em reas afetadas por tectonismo como ocorre ao longo do alinhamento do Rio Uruguai (HAUSMANN, 1962; MARTINS, 1979). Na rea de estudo, as maiores concentraes de flor ocorrem em gua subterrneas que apresentam temperaturas entre 20 e 22C.

    As profundidades dos poos variaram de 16 a 288 m, com mdia de 144,98 m, ressaltando que nem todos os poos apresentaram dados de profundidade.

    A anlise da variao de flor de acordo com a profundidade (Figura 19), indica que no ocorreu correlao satisfatria entre as variveis. As profundidades das captaes com concentraes de flor superiores a 2,3 mg/L apresentam valores entre 42 e 270 m. Na profundidade de 100 m (218 m de cota de base do poo) foi encontrada a maior concentrao de flor (17,2 mg/L).

    Os resultados obtidos no esto de acordo com concluses de Nanni (2008), que afirma que com o aumento da profundidade de captao de gua subterrnea, maiores sero as concentraes de flor.

    Figura 19 - Distribuio de flor s em relao profundidade do poo

    Quanto s cotas de base, observa-se que as concentraes de flor acima de 1,5 mg/L esto entre as cotas de -5 a 231 m (Figura 20). J as concentraes abaixo de 1,5 mg/L esto situadas entre as cotas de -36 a 467 m.

  • 55

    O poo com cota de base mais elevada (467 m) apresenta 0,48 mg/L de flor e o de menor cota de base (-5m), apresenta concentrao de 3,55 mg/L, entretanto, em termos gerais, a correlao entre os parmetros no foi satisfatria.

    Figura 20 - Relao entre o on flor e a cota de base dos poos instalados no SASG

    Percebe-se que ocorre elevada variao na concentrao de flor onde a cota de base varia de 34 m a 231m. Os poos com cota de base superior a 240 apresentam concentraes inferiores a 1,5 mg/L.

    Os poos perfurados no SASG possuem entrada de gua por fraturas. As profundidades de entrada de gua registradas nas fichas de perfurao dos poos variaram de 5 a 228 m. Observa-se a grande predominncia de entradas de gua sendo a mdia de 76,65 m. Os dados construtivos e geolgicos dos poos so apresentados na Tabela 2-A no Apndice B.

    Quanto litologia observa-se a predominncia de camadas de solo argiloso pouco espessas, as quais variam de 0 a 11 m, sendo o restante constitudo por basalto. Nos municpios de Ametista do Sul, os poos JC 742, JC 732, JC 738, JA 971 e JC 739 esto perfurados sob riolitos, rocha gnea vulcnica tambm chamada de Quartzo (comum na regio). Nos poos citados foram encontradas elevadas concentraes de flor, inclusive a mais elevada registrada no estudo. As entradas de gua ocorrem entre as cotas 42 a 446 m, entretanto, nas guas com concentraes de flor superiores a 1,5 mg/L, as cotas das fraturas mais profundas esto localizadas entre os 42 m e os 320 m (cota das entradas de gua mais profundas).

  • 56

    CONCLUSES

    Os dados obtidos no sistema do programa VIGIFLUOR, fornecidos pela 19 Secretaria Regional de Sade Pblica do Rio Grande do Sul indicam que 14% das amostras guas distribudas por meio de Sistemas de Abastecimento e Solues Alternativas (oriundas de poos), entre 2010 e 2012, para o abastecimento pblico de comunidades dos municpios de Frederico Westphalen, Ametista do Sul, Cristal do Sul, Rodeio Bonito, Derrubadas e Taquaruu do Sul, regio Noroeste do Rio Grande do Sul, apresentaram concentraes de flor superiores ao Valor Mximo Permissvel (Portaria N 2.914/2011 do Ministrio da Sade) indicado para a gua de consumo humano.

    Ao longo dos anos de 2010 a 2012 o percentual de amostras de gua subterrnea com concentraes de flor fora dos padres de potabilidade diminuiu mesmo com o aumento de amostras coletadas. Os municpios que apresentaram as maiores concentraes foram Ametista do Sul, Cristal do Sul e Frederico Westphalen, sendo que para Ametista do Sul as concentraes mximas encontradas em cada ano aumentaram de um ano para outro (2,8 em 2010; 5,9em 2011e 9,96 em 2012), contrrio do que ocorreu com Frederico Westphalen e Cristal do Sul onde as concentraes mximas encontradas diminuram ao longo dos 3 anos analisados.

    Entretanto, as amostras de gua, coletadas pelas Vigilncias Sanitrias municipais ao longo das redes de distribuio, no permitem identificar (pela ausncia de indicao precisa do local de coleta e pelo fato desta no ocorrer diretamente nas fontes), a real extenso e localizao de zonas aquferas que apresentem contaminao de guas subterrneas por fluoretos inviabilizando a sua distribuio sem prvio tratamento. Este fato dificulta a tomada de deciso quanto melhor localizao para a perfurao de novos poos de abastecimento, assim como a profundidade estimada para a captao de gua.

    De acordo com os resultados deste estudo, as campanhas de amostragem realizadas em 2013 e as anlises de flor nas guas subterrneas coletadas no SASG, indicam uma situao preocupante, pois aproximadamente 22% do total de 103 amostras de guas de poos coletadas no seis municpios estudados, apresentaram valores superiores ao mximo permissvel para consumo humano sem prvio tratamento (1,5 mg/L, de acordo com a Portaria N 2.914/2011 do Ministrio da Sade). As concentraes de flor atingiram 17,2 mg/L, muito acima dos valores de potabilidade exigidos.

  • 57

    De acordo com o estudo, foram observadas concentraes de 0,05 17,2 mg/L de F-, nas guas subterrneas da regio O municpio de Ametista do Sul apresentou o maior percentual (56%) de amostras com concentraes superiores a 1,5 mg/L, seguido pelo municpio de Frederico Westphalen com 28%., Rodeio Bonito com 21%, Cristal do Sul 12%, Derrubadas com 8% e Taquaruu do Sul com nenhuma amostra.

    Ao todo, cerca de 575 famlias so abastecidas com guas contendo concentraes de flor acima de 1,5 mg/L.

    Os valores de pH encontrados nas amostras de gua subterrnea coletadas, em geral apresentaram-se bsicos, com valores de mdia que variaram de 8,1 a 9,7. As maiores concentraes de flor ocorreram em guas subterrneas que apresentaram temperaturas entre 20 e 22C.

    Os parmetros pH, temperatura, condutividade e profundidade no apresentaram correlao satisfatria com as concentraes de flor registradas.

    No se observa uma clara correlao entre a profundidade da perfurao (e a cota de base) e a concentrao do on. Em geral, houve uma grande predominncia de entradas de guas nos poos estudados, as quais variaram de 5 a 228 m.

    Quanto litologia observou-se a predominncia de camadas de solo argiloso pouco espessas, as quais variam de 0 a 11 m, sendo o restante constitudo por basalto. Apenas no municpio de Ametista do Sul foi registrada a presena de riolitos, onde tambm foram registradas as maiores concentraes de flor. Nos poos perfurados sob riolitos as entradas de gua ocorrem entre as cotas 42 a 446 m, entretanto, nas guas com concentraes de flor superiores a 1,5 mg/L, as cotas das fraturas mais profundas esto localizadas entre os 42 m e os 320 m (cota das entradas de gua mais profundas).

    O excesso de flor nas guas de abastecimento caracterizada como um srio problema de sade pblica. O meio rural a zona que mais sofre com doenas relacionadas anomalia de fluoreto, muitas vezes por falha das vigilncias em sade, mas principalmente pela falta de conscientizao dos moradores que se negam a autorizar ou colaborar com o tratamento indicado para guas de abastecimento, por mistificao de que a gua subterrnea sempre de boa qualidade para consumo.

    As Secretarias de Vigilncia em Sade tem o papel fundamental de alertar e auxiliar s comunidades que sofrem com esse problema, e assim instru-las quanto necessidade de tratamento da gua. As autoridades pblicas devem incentivar as empresas de saneamento e

  • 58

    demais responsveis a assegurar a distribuio de gua para abastecimento pblico com concentraes de flor prximas dos teores timos.

    A explotao de gua subterrnea para consumo direto requer cuidados especiais e monitoramento da sua qualidade, incentivando a outorga das fontes de abastecimento que, em muitos casos, carecem de autorizao para o uso. Recomenda-se, portanto, a realizao de estudos de carter geolgico, hidrogeolgico e hidrogeoqumico que possam contribuir para a

    distrubuio de gua com qualidade adequada para o abastecimento pblico.

  • 59

    7 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

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