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EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) FEDERAL DA SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA DE MARABÁ – ESTADO DO PARÁ. Mandado de Segurança JONAS PEREIRA BEZERRAS JUNIOR, menor impúbere, nascido em 31 de Julho de 1998, neste ato representado por sua genitora, LUCIENE DO ESPÍRITO SANTO ALMEIDA BEZERRAS, casada, funcionária pública municipal, portadora da cédula de identidade RG nº 19700/73 PC/PA, inscrita no CPF/MF sob o nº 411.008.162-91, residente e domiciliada na Rua L, Quadra Norte 15, Lote 03, Km 07, Nova Marabá, por meio de seu advogado infra-assinado, ITAMAR GONÇALVES CAIXETA, com escritório profissional situado à rua Marechal Rondon, nº 174, Bairro Amapá, endereço que indica para fins do art. 39, I, do CPC, vem, respeitosamente, impetrar MANDADO DE SEGURANÇA c/c PEDIDO DE LIMINAR , com fulcro no art. 5º, LXIX da CRFB/88 e na Lei 12.016/09, em face de ato coator

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Mandado de Segurança Aprovado Enem

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EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) FEDERAL DA SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA DE MARABÁ – ESTADO DO PARÁ.

Mandado de Segurança

JONAS PEREIRA BEZERRAS JUNIOR, menor impúbere,

nascido em 31 de Julho de 1998, neste ato representado por sua genitora,

LUCIENE DO ESPÍRITO SANTO ALMEIDA BEZERRAS, casada, funcionária

pública municipal, portadora da cédula de identidade RG nº 19700/73 PC/PA,

inscrita no CPF/MF sob o nº 411.008.162-91, residente e domiciliada na Rua L,

Quadra Norte 15, Lote 03, Km 07, Nova Marabá, por meio de seu advogado

infra-assinado, ITAMAR GONÇALVES CAIXETA, com escritório profissional

situado à rua Marechal Rondon, nº 174, Bairro Amapá, endereço que indica

para fins do art. 39, I, do CPC, vem, respeitosamente, impetrar MANDADO DE

SEGURANÇA c/c PEDIDO DE LIMINAR, com fulcro no art. 5º, LXIX da

CRFB/88 e na Lei 12.016/09, em face de ato coator da Sra. DIRETORA

ALCINARA BERNARDINO DE SOUZA JADÃODA DA UNIDADE REGIONAL

DA SECRETARIA DE EDUCAÇÃO DO ESTADO DO PARÁ (SEDUC) , com

domicílio profissional situado à Rua Frei Raimundo Lambersart, nº 2178,

Cidade Nova, Marabá, Estado do Pará, pelos motivos de fato e de direito que a

seguir expõe:

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I – DOS FATOS

O impetrante do presente Mandado de Segurança, trata-se de

exemplar estudante – com média de nota não abaixo de nove (Boletim escolar

anexo) - e está cursando o terceiro ano do ensino médio. Isto posto e por já

obter conhecimentos suficientes e necessários para ingresso em ensino

superior, submeteu-se ao Exame Nacional de Ensino Médio (ENEM), em

novembro de 2014, a fim de avaliar-se e obter pontuação suficiente para

ingresso em uma universidade pública de Direito.

Diante disto, e com a nota obtida no referido Exame, inscreveu-se

através do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), no intuito de obter vaga na

Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa), no tão sonhado

curso de Direito. Assim sendo e com a valiosa nota obtida, - 832,99 pontos,

com média maior que 940,00 na redação, o impetrante conquistou o

inestimável 12º lugar, no tão concorrido processo de seleção para o curso de

Direito da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará.

Ocorre que, ao solicitar o Certificado de Conclusão de Ensino

Médio, junto a Secretaria de Educação do Estado do Pará (SEDUC/PA, com

sede em Marabá), instituição competente para isto, houve a negativa do

funcionário público, alegando motivos infundados não previstos em nenhuma

legislação pertinente.

II – DA TEMPESTIVIDADE

O ato coator ora praticado, ocorrera no dia 28/01/2015,

satisfazendo o requisito de 120 dias para impetração do mandamus, consoante

art. 23 da Lei 12.016/09.

III – DO PEDIDO DE LIMINAR

As inscrições na referida universidade à que pleiteia o impetrante,

tem início no dia 30 de janeiro encerram-se no mesmo dia para o curso de

direito, deste modo, necessário é que digne-se a conceder uma medida liminar

que assegure o direito líquido e certo.

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O fumus boni iuris é comprovado através da documentação

anexa, que comprova a inscrição do impetrante no Sistema de Seleção

Unificada, bem como sua imponderável nota obtida, o que demonstra o abuso

de poder por parte da autoridade coatora ao denegar a concessão do

Certificado de Conclusão do Ensino Médio, gerando a obliteração do direito

líquido e certo do impetrante em ter ingresso a Universidade Federal do Sul e

Sudeste do Pará.

O periculum in mora é comprovado também através da prova

pré-constituída (anexa), em que indica o prazo para inscrições na referida

Universidade, que se findam em 03 de Fevereiro de 2015, para os demais

cursos, mas para o curso de direito será realizada somente no dia 30/01. Deste

modo, há imperiosa necessidade em ser concedida a liminar requerida, a fim

de assegurar a emissão do Certificado de Conclusão do Ensino Médio, haja

vista o trâmite legal da presente ação, o que tornaria inapto o direito líquido e

certo do impetrante pelo transcorrer natural do tempo.

IV – DO DIREITO LÍQUIDO E CERTO

Como narrado anteriormente, o impetrante é exímio estudante e

está matriculado no terceiro ano do ensino médio, conforme declaração da

instituição de ensino (anexa).

Ao prestar o Exame Nacional de Ensino Médio (ENEM), efetuou

inscrição no Sistema de Seleção Unificada (Sisu), optando, dentre as opções

que haviam, o curso de Direito na Universidade do Sul e Sudeste do Pará

(Unifesspa).

Foi o que o Impetrante fez: dirigiu à SEDUC deste Estado, mas,

para seu dissabor, esta Secretaria ainda não definiu os procedimentos de

recepção do pedido de certificado para os aprovados no ENEM, e nem em que

momento serão disponibilizados. Além da SEDUC não estabelecer as diretrizes

para a emissão do certificado, outro fato agravou mais ainda a situação do

Impetrante que se vê impossibilitado de cumprir o prazo estabelecido pela

UNIFESSPA, pois o próprio Edital, em anexo, afirma que só serão aceitas as

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matrículas de quem estiver com certificado de conclusão do ensino médio ou

documento equivalente.

Portanto, requer-se a concessão da LIMINAR para que a SEDUC

Pará emita a conclusão de curso do Impetrante uma vez que aprovado no

ENEM demonstrou ter conhecimentos mais que suficientes para ter o seu

certificado de conclusão do ensino médio, conforme preceitua as normas que

regem o ENEM, e somente o fato do Impetrante não possuir 18 (dezoito) anos

não é empecilho para decretar a conclusão de curso, conforme já houve vários

julgados Brasil a fora.

Caso contrário, o impetrante estaria impedido de cursar um curso

que por direito e capacidade foi aprovado, o que tornaria o ato praticado não de

difícil reparação, mais sim de impossível reparação, deste modo caracterizando

mais uma vez a necessidade do presente pedido de liminar determinando a

expedição de conclusão do ensino médio. Já existe jurisprudência a respeito do

tema, vejamos:

MANDADO DE SEGURANÇA - EXAME NACIONAL DO ENSINO MÉDIO (ENEM) - ALUNA QUE OBTEVE APROVAÇÃO, ALCANÇANDO MÉDIA SUFICIENTE PARA CONVOCAÇÃO DE MATRÍCULA EM CURSO SUPERIOR - NEGATIVA DA AUTORIDADE COATORA EM EMITIR CERTIFICADO SUBSTITUTIVO DE CONCLUSÃO DO ENSINO MÉDIO, EM RAZÃO DE SER A IMPETRANTE MENOR DE 18 ANOS DE IDADE - ARTIGO 38,§ 1º, DA LEI DE DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO (LEI Nº 9.394/96) QUE DEVE SER INTERPRETADO DE FORMA HARMÔNICA COM OS DISPOSITIVOS CONSTITUCIONAIS - AFRONTA AOS ARTS. 205 E 208, INCISO V, AMBOS DA CF- ARTIGO 47, § 2º, DA LEI Nº 9.394/96 - DIREITO LÍQUIDO E CERTO À OBTENÇÃO DO CERTIFICADO - SEGURANÇA CONCEDIDA.

1 Em substituição ao Desembargador GUILHERME LUIZ GOMES. 1) A submissão e consequente aprovação no Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), sem que o candidato tenha 18 anos de idade e comprovante da conclusão do ensino médio, basta para que seja expedido em favor do impetrante a certidão substitutiva da aprovação no ensino médio, pela presunção da adequada capacidade intelectual e cognitiva do estudante.

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2) O impedimento do estudante ao acesso a estágio superior de ensino não se coaduna com o sentido das normas protetivas do direito à educação, além de contrariar os princípios constitucionais erigidos como norteadores do sistema nacional de ensino, frustrando a realização do direito e o desempenho concreto de sua função social. TJ-PR : 9075652 PR 907565-2.

Diante do exposto, e exibindo segunda via desta petição e dos

documentos que a instruem, requer a notificação da instituição da coatora, na

forma do artigo 7º, I e que Vossa Excelência determine à autoridade coatora

através da SEDUC a expedição de certificação do ensino médio ou submeta o

impetrante há uma prova especial a fim de conceder a certificação, mediante a

concessão de liminar initio litis, em face das dificuldades e transtornos, até

decisão da causa (artigo 7º, II) esperando que, procedido regularmente, seja ao

final concedida a segurança ora impetrada.

Dá-se à causa simplesmente para efeitos de alçada R$ 100,00

(cem reais).

Nestes Termos,

Pede deferimento.

Marabá, 29 de Janeiro de 2015.

Itamar Gonçalves Caixeta

OAB/PA 10613