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Natureza,que beleza!Vai acabar?
Humberto Martins
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em controle e que o paí optariapelo amplo de envolvimento. Ami éria não teve o seu perfil muítoalterado ne te 15 ano e o aldodessa política desenvolvimenti tapode ser entido em exemplos fúnebre como Cubatão e a devastação promovida em todos os redutos ecológicos do país. asseguraFábio Feldmann. "Cabe à Con tituinte resgatar o país de sua po tura autode trutiva da conferênciade' E tocolmo·'.
Um do ponto defendido também pelo parlamentar paulista para que a vi ão de desenvolvimentoseja modificada é as egurar atravé da nova Constituição a legitimidade proce sual das pessoa físicas e entidades cujos fIOS institucionai sejam a defesa dos intere es difusos. garantindo a formação de jurisprudência que a egure concretamente o respeito aodireitos básico. "Somente um Judiciário atuante - assegura FábioFeldmann - irá garantir a manutenção de um ambiente sadio eequilibrado" .
Fábio Feldmann, dessa forma,acredita que e impõe. como exigência social da maior relevãncia.a instituição dos delito ambientais, já que é inaceitável a condutade pessoas e instituições que. mesmo cientes dos risco a que submetem populações inteiras, ainda assim. a sumem práticas genocidas.O parlamentar citou inclusive oexemplo da multinacional Rhodia, que lançou em aterros clandestinos, na Baixada Santista, opentaclorofenol (pó-da-China).
Em resumo, Fábio Feldmannacha que somente haverá desenvolvimento se os processos a eleinerente forem as ociados à con-ervação dos recursos naturai vi
vos e inanimado. atendendo atrê finalidade específica: manutenção do proces o ecológicos edos i temas vitais essenciai ; preservação da diversidade genética;garantia do aproveitamento perene da e pécies e do eco si tema.Particularmente. ne te momento.em que o crescimento demográfico Implica maior pressão sobreos recursos naturais. para suprira necessidades da alimentação demilhõe de eres humanos.
Mas, e a questão ambiental deve ficar restrita a um Partido Verde ou estar disseminada por todosos partidos - indagou o parlamentar ao lembrar a existência daFrente Verde na Constituinte. quee tem mobilizado para verificar
a realidade da que tão em cadaregião. A Frente é suprapartidária, entretanto. apó a aprovaçãoda nova Carta, Fábio Feldmannacredita que a realidade partidáriado paí erá profundamente modificada e o Partido Verde poderásurgir no plano político. Mais importante, contudo, o constituinteprevê que uma nova prática política deverá surgir. ou seja. "novoatore preci am urgir no cenáriopolítico, de empenhando papéisdiferente. sem conchavos ou discur os eloqüente e vazios". conclui Fábio Feldmann.
Um deputado"maduro" faz adefesa do verde
"Seja maduro, defenda o verde". E te é o slogan defendido pelo deputado Fábio Feldmann, doPMDB de São Paulo. O parlamentar tem polarizado os esforçosem prol da defesa do meio ambiente na Assem bléia NacionalConstituinte, sendo, sem dúvida,o principal coordenador da FrenteVerde. Segundo Fábio Feldmann,a Frente procura arregimentarparlamentares de diver os partidos em torno das propostas ambientalista .
A proposta constantes do anteproJeto da Comi são de Si tematização, para Fábio Feldmann,se forem mantida . darão para oBrasil uma das legislações maisavançadas do mundo na questãoambientalista. Feldmann arri cadizer, inclusive, que esses artigoervirão de matriz para outro paí
se , além. é claro, de garantir umfuturo melhor para o nosso paí .
Fábio Feldmann considera importante que seja revisto o conceito de desenvolvimento hoje emvigor no Brasil. Para ele, atualmente o que se verifica é um u odas potencialidades, em termos derecursos naturais com um custo social e ecológico que será transferido para o amanhã, não muitodistante. O atual conceito, nas palavras de Feldmann, inviabiliza ocre cimento econômico com umarespectiva melhora da qualidadede vida.
Essa modificação encontraapoio no relatório apresentado emabril último pela World Comissionon Environment and Development (criada pelas Nações Unidaem 1984), em Londres. Segundoo relatório, fica provado, para Fábio Feldmann, que "hoje as nações desenvolvidas têm plenacon ciência de que não podemcontinuar cre cendo ou manterua opulência às custa do endivi
damente externo dos paíse emde envolvimento. poi e te evêem obrigados a acelerar a deva tação de eu recursos naturai ea poluírem eu meio ambiente. gerando. dessa forma, o auto-extermínio coletivo e a multiplicaçãoda miséria. o que acabará vitimando os países credores, a médio p~azo, com as mesmas consequencias". Além disso afirma o parlamentar, este relatório está sendoencaminhado à Assembléia Geraldas Nações Unidas deste ano como fruto da mobilização da opinião pública mundial em torno danecessidade de fazer do de envolvimento um propulsor da conservação ambiental, uma vez que àluz da ciência e da economia modernas, a humanidade não terá futuro nenhum e não fizer do crescimento econõmico a ba e da proteção à flora e fauna silvestres. dadiver idade biológica e de todosos outro elementos que asseguram a obrevivência dos povos.
Aliá . ainda com referência àNações Unida. este ano completam-se 15 anos da conferência OHomem e a Bio fera. promovidapela ONU em Estocolmo. Na época. o governo brasileiro adotouuma posição hoje questionável. deque a maior poluição era a miséria
ao ordenamento intra-regional,prevenir e controlar a poluição eseus efeitos e a formas prejudiciais de erosão, enquanto consignao ordenamento do espaço terntorial, de forma a construir paisagens biologicamente equilibradas" .
Já o constituinte José Genoino,vice-líder do PT na A sembléiaNacional, acredita que a que tãodo respeito ao meio ambiente deve passar, além de todos o demaispontos já apresentados, tambémpelo direito a uma vida digna emque entraria a harmonia com oeco sistema. Um egundo pontodefendido pelo parlamentar é o docrime ecológico, que se for tolerado por muito mais tempo, comprometerá o própiro futuro dopaís e de seus habJlantes.
José Genoíno acredita igualmente que, embora haja um grande consenso em torno da questãoambientalista em meios aos con tituintes, essa ausência de polêmicaomente se manifesta quanto ao
princípios gerais .da que tão. EleconSidera que muitos conflito vãoexistir a partir do momento emque se fizer uma regulamentaçãorigoro a que puna com pesadosônu empresa e grupos que destruam o meio ambiente. Por e emotivo, o constituinte paulistapretende lutar para que todo o empreendimento que comprometa omeio ambiente passe primeiramente pelo crivo da população locai, ou, no mínimo, pelo Congre so Nacional. E finalmente, outroponto que Jo é Genoino con ideraImportante é o da proibição da instalação de usinas nucleares que tenham como finalidade a produçãode artefatos bélicos.
dores das imediações que despejamlixo doméstico no parque sem ensacar. Na terceira categoria estão os freqüentadores que destroem as poucasinstalações do parque, principalmente bebedouros gue são mais caros ede difícil repOSição. Bessa foi obrigado a instalar no parque uma centralde restos de materiais de construção,onde são improvisado os principaisequipamento do parque.
Esses pequenos exemplos do dia-adia ambientai da capital do país sereproduzem naturalmente, com suaspeculiaridade, em cada rincão e justificam, no seu conjunto, a preocupação do con tituintes em que, a nível constitucional, se fixem regras emdefesa do homem brasileiro e do meioambiente.
Na etapa final de elaboração dotexto constitucional, Gastone Righi defende três pontos fundamentai . O primeiro é o direitode todos ao meio ambiente, sendodever do Estado manter o equilíbrio ecológico, bem como defendê-lo. Segundo ponto: qualquerataque ao meio ambiente deve serconsiderado crime e as indenizaçõe para as tran gressões devemer pesada. E, finalmente, o di
reito a todo cidadão de exerceração judicial, fortalecendo dessaforma o dois pontos anteriores.
O líder do PDC na Con tituinte, Siqueira Campo (GO), porsua vez, lembrou a propostas desua autoria apresentadas e integrantes do texto do projeto desdea Subcomissão dos Estados. Poressas propo tas, de acordo com oparlamentar, era prevista a elaboração de projetos de desenvolvimento sempre com uma preocupação de preservar o meio ambiente. Em seu relatório apresentado à Comissão da Organizaçãodo E tado, o constituinte goianoafirmava: "A preocupação com aecologia leva a conferir ao estadomembro a faculdade de. com vistas ao desenvolvimento urbano e
a segunda categoria estâo os quefazem uso das churra queira, não seutilizando das latas de lixo, sobrecarregando os 56 funcionários do Parqueda Cidade durante toda a semana.Além disso, afirma Be sa, há mora-
Cidade, Caranambu Bessa. Segundoele, existem três tipos de problemasenfrentados: "São os pichadores, osdepredadores e os sujadores". Entreos representantes da primeira categoria encontram-se inclu ive algunscandidatos que durante suas campanhas não demonstraram muita preocupação com a pre ervação do parque, que é, de acordo com Caranambu Bessa, a maior área de lazer daAmérica Latina, com nada menosque 4,2 milhões de metro quadrados.
que não respeita o seu verdenhia de Água e Esgotos de Brasília-, que retira água de veios subterrâneos, o que comprometeria o níveldo curso d'água que cruza o JardimBotânico.
Por outro lado, a população tambêm interfere nessa reserva. Segundoinformou funcionário que ali trabalha, várias vezes empregado daCAESB foram obrigados a retirarpessoas que estavam acampando nolocal, ou mesmo praticantes de Enduro, que têm trilhas mapeadas da região. A própria integndade da áreado Jardim Botânico está comprometida, pois a pre ença de posseiros érotineira e cada vez que são expulsosvoltam a ocupar áreas do jardim.
Me mo dentro da cidade, não é tarefa fácil manter uma área verde,lembra o administrador do Parque da
Jornal da Constituinte• I
ques e Jardins; da Secretaria de Serviços Públicos do GDF. Do Serviço deParques e Jardins, entretanto, foramdevolvidos para o DETRAN e ne evaivém, os veículos continuam invadindo a área verde.
Outro exemplo de descaso é o doJardim Botânico de Brasília. A áreade mais de cinco mil hectares contaapenas com cinco funcionários. Agora, com a umidade relativa do ar noDistrito Federal a níveis muito baixos, os incêndios sâo constante e onúmero de funcionários é insuficientepara uma ação rápida. O re ultadopode er visto nos últimos ano emque incêndio de truíram mais da metade da área do Jardim Botânico. Umdos incêndio verificados na área e teano, aliá, começou dentro da áreareservada para a Caesb - Compa-
Uma capital gramadaEm torno da Assembléia Nacional
Constituinte está Brasília. Uma cidade que, segundo dados do própriogoverno doUistrito Federal, é a possuidora da maior área verde por habitante no mundo. Mas nem por issoBrasília deixa de ter seus problemas,pois o respeito ao verde ainda nãoestá incluído no dia-a-dia de sua população.
Um caso corriqueiro é a invasãodos gramados, que são literalmentedestruídos em muitos pontos, por carros, caminhões e motocicletas. Osmoradores do bloco A, da Superquadra Sul 111, por exemplo, tentaram,durante algum tempo, entrar em contato com a autondades para evitaro tráfego de veículos obre a grama.Foram ao DETRAN, ma de lá foram mandado para o Serviço de Par:
cional no caso do meio ambiente.Para o parlamentar, se os artigospertinentes à questão forem aprovados, o BraSil terá a legislaçãomais avançada do mundo no tratoda questão ambientalista.
Gastone Righi analisa tambéma proposta de limitação do uso daenergia nuclear. A proposição quenão foi incluída no texto do projeto, segundo ele, apresentava falhas. Por exemplo, exigia, para aimplantação de uma usina nuc1ear, um plebiscito entre a população interessada. O parlamentarpauli ta propõe que essa instalação de usina fique subordinadaantes aO'Congre so Nacional, que,de acordo com Gastone Righi, éo fórum maior onde estarão parlamentares de todos os recantos dopaís e não apenas a população,que pode votar mais na criaçãode empregos que na avaliação doimpacto ambiental da medida.
Gastone Righi acha que não sedeve colocar muita amarras nadeterminação do uso da energianuclear, pois um avanço tecnológico futuro que permita uma utiliZ<tção meno dano a dessa formadê energia encontraria uma normarígida a impedir o seu aproveitamento pleno.
exemplo, a Barreira do Inferno,no RIO Grande do Norte, onde,segundo ele, existe uma reservade 18 km de extensão. Soluçõescomo essa, no seu entender, deveriam ser adotadas nas cidades demaior porte. "Isso sem contar coma preservação de bosques e fontesnaturais já existentes no interiordos núcleos urbanos".
O segundo tipo de zoneamentopropo to por Gerson Peres diz respeito à legislação do meio ambiente, que deve ser amplamente reformulada. O parlamentar citaexemplo como a exploração mineral, que, da forma como vemsendo feita no país, contribuienormemente para a poluição dosrios e córregos. Essa poluição,continua Gerson Peres, traz prejuízos diretos para o homem, sejam na forma de deformidades físicas ou em atividades econômicas, tais como a pesca. Outra alteração importante, no seu ponto devista, é a que permita um controleainda na fase de implantação dosprojetos industriais, aliado a umaeficiente fi calização das leis deproteção.
O líder do PTB, constituinteGastone. Righi, de São Paulo, vêcom otimismo o projeto constitu-
is o, diz Paulo Ramos, a fim depreparar o solo para as pasta~ens,
caminho certo para a desertlficação da região.
Já o constituinte Roberto Cardoso Alves, do PMDB de SãoPaulo. acredita que é po sível conciliar o desenvolvimento com apreservação do ecossistema e, neste caso. a nova Con tituição deve,em seu modo de ver, garantir aexi tência de mec,\nismos de defea do patrimõnio ecológico, com
fórmulas,que permitam o de frutedos recurso minerais, em que iso implique necessariamente em
prejUlzo ou destruição da faunae da flora.
Roberto Cardoso Alves acredita também ser importante a preervação de áreas específicas den
tro do território nacional que econstituiriam em "verdadeirosantuários da vida animal e da I?reervação de eSp'écies vegetaIs".
Sobre a possibIlidade de sereminstituídos os crimes contra a natureza, o parlamentar r.aulista é direto e ressalta que 'todo ato decrueldade deve ser criminalizadoe o direito penal brasileiro crimi-
naliza, inclusive, a violência contra a coisa ao instituir o crime dedano". E conclui I?erguntando:"Como deixar de Criminalizar umato de violência praticado contraum ser vivo".
A fúria com que tem sido devastado o meio ambiente no país também encontra no constitumte Gerson Peres, do PDS do Pará, umdefensor de que a nova Constituição deva criar normas que permitam deter essa devastação e garantir a preservação da ecologiapara o bem-estar da própria humanidade.
Ger on Peres, do PDS paraen-e, propõe dois tipos de zonea
mento para a questão ambientalista. Primeiramente, um zonemaento do tipo fí ico, através dadeterminação de locai onde serãoe tabelecida as reserva naturais.O parlamentar lembrou, como
A que tão ambiental como força política organizada não faz parte da realidade apenas do paísesde envolvidos. Prova da mobilização popular em torno da proteçãodo meio ambiente como definidora do próprio futuro da nação é,por exemplo, a apre entação deemenda popular defendendo o desarmamento nuclear e o u o pacífico dessa forma de energia. Alémdi o, é bom lembrar a participação do Partido Verde na disputapelo governo do Rio de Janeiro,ou me mo a eleição do con tituinte Fábio Feldmann, do PMDB deSão Paulo, mas que teve como plataforma a defe a da natureza.
Ma e o movimento ecológicoganhou e paço na campanha eleitoral do ano pa sado, vejamo como a questão está sendo tratadadentro da Constituinte através dodepoimento de alguns parlamentare . Para o constituinte PauloRamos, do PMDB do Rio de Janeiro, por exemplo, o país dispõede uma ampla legislação sobre oassunto, mas não há um mínimo
. de respeito para com o meio ambiente, por falta de uma consciência plena por parte expressiva dasociedade brasileira. As autoridades, por sua vez, segundo.o parlamentar carioca, que deveriam buscar o cumprimento desta legi lação são coniventes com a devastação. O Brasil, assiin, nas palavras de Paulo Ramos, caminha para a autode truição, com florestasde truídas e o avanço da poluiçãocomo em Cubatão, a Baía de Guanabara e o bairro de São Cristóvão, no Rio de Janeiro.
A nova Con tituição, para Paulo Ramos, vai tratar de forma adequada a questão, mas afirmou quenão ba ta um compromis o formai. "o governo deve de envolveruma ampla campanha de con cientização da sociedade para queesta se envolva e~ apoio efetivopara a pre ervaçao óo meIO ambiente". Mesmo assim, Paulo Ramos acredita que o tema da pre ervação não tem sido objeto de muita polêmica dentro da Constituinte, o que, no seu entender, refletea opinião de muitos de que estaé uma questão secundária.
A realidade do país, entretanto,lembra Paulo Ramos, já dá mostras da destruição do meio ambiente através do estímulo dadopelo modelo econõmico, onde oBrasil se assume como uma re evade recur o naturais dos países desenvolvidos. O parlamentar lembrou o fato de grandes jazidas brasileira estarem sob o domínio deempre as estrangeiras e citou como exemplo o de ca o que as multinacional têm pelo paí o epi ódio recente em que a Volkswagen,detentora de vasta propriedade naregião amazõnica, fez uma queimada de tal vulto que chegou aer regi trada por atélite . Tudo
8 Jornal da Constituinte: órgão oficial de divulgação da Assembléia Nacional Constituinte, n. 14, p. 8-9, 6 set. 1987.