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Departamento de Pesquisa Macroeconômica Itaú Unibanco Nota Técnica NT 01/2009 Nota Técnica Guia de Inflação para o Brasil Laura Haralyi

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Departamento de Pesquisa Macroeconômica Itaú Unibanco

Nota Técnica

NT 01/2009

Nota Técnica

Guia de Inflação para o Brasil

Laura Haralyi

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Textos para Discussão Itaú Unibanco

Departamento de Pesquisa Macroeconômica Itaú Unibanco

Guia de Inflação para o Brasil

Laura Haralyi*

Setembro 2009

Resumo

O objetivo deste Guia de Inflação é oferecer uma referência única sobre os principais índices de inflação do Brasil. Esta nota técnica reúne, em um só documento, a evolução dos principais índices de inflação, as mudanças metodológicas recentes, além de detalhes sobre abrangência geográfica e faixa de renda. Traz, ainda, estudos cuidadosos sobre metodologia, notas técnicas, entre outras informações. Palavras Chaves: Inflação, IBGE, FGV, FIPE, IPCA, IGP, IPA, IPC, INCC

Analista do Departamento de Pesquisa Macroeconômica do Itaú Unibanco [email protected]

Esta Nota Técnica expressa unicamente a opinião do(s) autor(es) e não necessariamente as do Itaú Unibanco Holding.

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1 INTRODUÇÃO .................................................................................... 3

2 PRINCIPAIS ÍNDICES DE INFLAÇÃO POR INSTITUIÇÃO ................. 4

2.1 Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) 4 2.1.1 Introdução 4 2.1.2 Índices de preços 5

2.1.2.1 Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) e Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ..................................................... 5 2.1.2.2 Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo Especial (IPCA-E) 8 2.1.2.3 Índice de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15).................... 8

2.1.3 Resumo 9 2.1.4 Cálculo de itens específicos do IPCA 9 2.1.5 Núcleos de inflação 14

2.1.5.1 Núcleo por médias aparadas ...................................................... 14 2.1.5.2 Núcleo por exclusão .................................................................. 15 2.1.5.3 Comparação das medidas de núcleos de inflação para o IPCA ...... 15

2.2 Fundação Getúlio Vargas (FGV) 16 2.2.1 Índices Geral de Preços (IGP) 16

2.2.1.1 Índice de Preços por Atacado (IPA) ............................................ 18 2.2.1.2 Índice de Preços ao Consumidor (IPC) ....................................... 24 2.2.1.3 Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) .......................... 30

2.2.2 Outros índices de inflação da FGV 31 2.2.2.1 IPC-C1 ..................................................................................... 31 2.2.2.2 IPC-3i ....................................................................................... 31

2.3 Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE) 31

3 COMPARAÇÃO DOS PRINCIPAIS ÍNDICES DE INFLAÇÃO .............. 34

3.1 Índices de Preços ao Consumidor 34 3.1.1 Diferenças metodológicas relevantes entre os IPCs 36

3.2 Índice Geral de Preços x Índices de Preço ao Consumidor 36 3.2.1 Comparação da evolução dos IGPs x IPCA 37

BIBLIOGRAFIA ....................................................................................... 41

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1 INTRODUÇÃO

O período de alta inflação vivido pelo Brasil nas décadas de 80 e início de 90, levou ao surgimento de múltiplas formas de se aferir a evolução dos preços, através de indicadores com diferentes coberturas regionais, periodicidades, cestas de produtos e faixas de renda.

A maior parte desses índices de inflação foi criada para medir a variação de custo de vida de uma população-objetivo, para a qual se visava assegurar uma remuneração mínima. Isto é, funcionava como um indexador salarial.

Com o controle da economia e a superação do período de hiperinflação, algumas dessas medidas desapareceram com o tempo. Outras nunca saíram do radar: continuam a formar opiniões, quase diariamente, a respeito do futuro da inflação e da política monetária. Frequentemente traçam caminhos diferentes, em função de diferenças na cesta de produtos ou na forma como capturam mudanças de preço. Veja o resumo dos principais índices de inflação na tabela 1 abaixo.

Este Guia de Inflação reúne, em um só documento, a evolução dos principais índices de inflação brasileiros, as mudanças metodológicas recentes, além de detalhes sobre abrangência geográfica e faixa de renda.

TABELA 1 - Principais índices de inflação do Brasil

InstitutoRenda

(salário mínimo)Abrangência

Conceito - tarifas

públicas

Sistema de

ponderação

1 a 40 9 regiões metropolitanas +

Distrito Federal e Goiâniaconceito

competência 1

Pesos

variáveis

1 a 69 regiões metropolitanas +

Distrito Federal e Goiâniaconceito

competência 1

Pesos

variáveis

Fipe 1 a 20 Cidade de São Paulo conceito caixa 2 Pesos fixos

IPAs

(60%)

Principais regiões

produtoras do país (23

estados)

Pesos

variáveis

IPCs

(30%)1 a 33 7 capitais

conceito

competência 1

Pesos

variáveis

INCCs

(10%)7 capitais

Pesos

variáveis

IPC-Fipe

FGV IGPs

Índice

IBGE

IPCAMeta de Inflação

INPC

1 Conceito Competência: um reajuste tem impacto no resultado do índice a partir do dia em que começa a vigorar. 2 Conceito Caixa: um reajuste tem impacto no resultado do índice somente quanto

efetivamente impacta o consumidor (quando a conta com o reajuste é efetivamente paga pelo consumidor).

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2 PRINCIPAIS ÍNDICES DE INFLAÇÃO POR INSTITUIÇÃO

2.1 Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)

2.1.1 Introdução

Entre 1948 e 1978, o cálculo do Índice de Preços ao Consumidor para 13 capitais (Belém, Fortaleza, Natal, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Niterói, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba, Florianópolis, Porto Alegre e Cuiabá) esteve sob responsabilidade do Ministério do Trabalho.

A partir de julho de 1978, a Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) assumiu o cálculo desses índices, já identificando, nesse mesmo ano, diversas fragilidades no sistema e a necessidade da criação de um novo sistema. Dessa forma, ainda em 1978, o IBGE criou o Sistema Nacional de Índices de Preços ao Consumidor (SNIPC), com o objetivo de acompanhar a variação de preços de produtos e serviços utilizados pelas famílias e produzir contínua e sistematicamente o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) e o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). A implantação do SNIPC, incluindo as nove regiões metropolitanas e Brasília, foi feita ao longo dos dois anos seguintes. Nesse intermédio, os índices oficiais demandados (entre mar/1979 e set/1980) foram construídos utilizando-se os IPCs calculados pelo Ministério do Trabalho, para as áreas ainda não abrangidas pelo SNIPC, e os IPCs calculados pelo SNIPC, para as áreas já implantadas.

Cronograma de implantação do SNIPC:

Jan/1979: Rio de Janeiro

Jun/1979: Porto Alegre, Belo Horizonte e Recife

Jan/1980: São Paulo, Brasília e Belém

Out/1980: Fortaleza, Salvador e Curitiba.

Em 1991 incluiu-se, por fim, o município de Goiânia.

Os índices mensais resultam da comparação dos preços vigentes nos 30 (trinta) dias do período de referência contra os 30 (trinta) do período anterior (base).

Hoje o sistema abrange nove regiões metropolitanas (Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba), além do Distrito Federal e do município de Goiânia. O índice nacional resulta da agregação dos índices regionais referentes a uma mesma faixa de renda.

Para cada região, a estrutura de ponderação das populações-objetivo de cada índice é definida com base na Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF). A

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última atualização dessas ponderações ocorreu em julho de 2006, com base na POF 2002-2003.

O cadastro inicial de informantes da pesquisa foi confeccionado com base na Pesquisa de Locais de Compra (PLC), realizada no período de maio a junho de 1988. Esse cadastro é atualizado continuamente.

A definição dos produtos e serviços constantes da estrutura de ponderações ocorreu na época de implantação de cada uma das regiões com base na Pesquisa de Especificação de Produtos e Serviços (PEPS). Esse cadastro de produtos e serviços pesquisados é permanentemente atualizado com o objetivo de acompanhar a dinâmica de mercado. Os preços obtidos são os efetivamente cobrados ao consumidor, para pagamento à vista. A Pesquisa é realizada em estabelecimentos comerciais, prestadores de serviços, domicílios e concessionárias de serviços públicos. O sistema, na forma como é montado, possibilita o cálculo de vários índices.

A seguir estão descritos os Índices Nacionais de Preços ao Consumidor calculados pelo IBGE.

2.1.2 Índices de preços

2.1.2.1 Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) e Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA)

Primeiramente, em março de 1979, o IBGE iniciou o cálculo do INPC. Em um segundo momento, em dezembro de 1979, começou o cálculo do IPCA.

Desde junho de 1999, com a adoção do sistema de metas de inflação pelo Banco Central, o IPCA passou a ser um dos mais importantes índices de preços. O INPC, por sua vez, é utilizado para referência de reajustes salariais.

O período de coleta do INPC e do IPCA estende-se, em geral, do dia 01 a 30 do mês de referência. A única diferença entre eles é a população-objetivo.

A população-objetivo do INPC é referente a famílias com rendimento mensal compreendidos entre 1 e 6 salários-mínimos, cujo chefe é assalariado em sua ocupação principal e residente nas áreas urbanas das regiões pesquisadas.

O IPCA mede a variação de custo de vida para famílias com rendimento mensal entre 1 e 40 salários-mínimos, residentes nas áreas urbanas das regiões pesquisadas, qualquer que seja a fonte de rendimentos.

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TABELA 2 - Pesos regionais do IPCA e do INPC a partir de julho 2006

INPC IPCA

Rio de Janeiro 10,2% 13,7%

Porto Alegre 7,5% 8,9%

Belo Horizonte 11,1% 10,8%

Recife 7,1% 4,1%

São Paulo 25,6% 33,1%

Brasília 2,2% 3,4%

Belém 6,9% 4,2%

Fortaleza 6,4% 3,9%

Salvador 10,6% 6,9%

Curitiba 7,2% 7,4%

Goiânia 5,1% 3,7%

Pesos regionais a partir de jul/2006 *Área

Fonte: IBGE

*A variável de ponderação do INPC é a “população residente urbana” (Contagem Populacional

1996) e, a do IPCA, o “rendimento total urbano” (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios - PNAD/1996).

Método de cálculo

O índice nacional é calculado a partir dos resultados dos índices regionais, utilizando-se a média aritmética ponderada.

A partir dos preços coletados mensalmente, calcula-se primeiramente a média aritmética simples dos preços de cada produto pesquisado em cada local da amostra. Comparando-se esta média em dois meses consecutivos, obtém-se a variação mensal deste determinado produto.

Agregando-se os relativos dos produtos através da média geométrica é calculada a variação de preços de cada subitem. O subitem constitui-se na menor agregação do índice que possui ponderação explícita.

A partir daí é aplicada a fórmula Laspeyres1, obtendo-se todos os demais níveis de agregação da estrutura item, subgrupo, grupo e, por fim, o índice geral da região.

1 O índice de Laspeyres pondera preços (p) de insumos (i) em dois períodos, inicial (0) e atual (t), tomando

como pesos quantidades (q) compradas destes produtos no período inicial.

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As estruturas de ponderação utilizadas para o cálculo dos índices resultam da consolidação dos orçamentos familiares, levantados pela POF. Atualmente, a estrutura de produtos e a ponderação do INPC e do IPCA foram definidos com base na POF 2002-2003.

Estrutura de ponderação do INPC e do IPCA

A diferença de faixa de renda pesquisada por cada índice é visível na estrutura de ponderação. Itens como transporte público e alimentação respondem por uma parcela maior dos gastos das famílias pesquisadas pelo INPC, enquanto que, para as famílias pesquisadas pelo IPCA, combustíveis têm um peso mais relevante.

TABELA 3 - Estrutura de ponderação do INPC e do IPCA

INPC* IPCA*

Índice geral 100,0% 100,0%

Alimentação e bebidas 29,9% 22,7%

Habitação 16,0% 13,2%

Artigos de residência 5,2% 4,2%

Vestuário 8,0% 6,7%

Transportes 16,4% 19,3%

Saúde e cuidados pessoais 9,2% 10,9%

Despesas pessoais 7,1% 10,1%

Educação 3,1% 7,1%

Comunicação 5,1% 5,8%

* Pesos jun/2009

Fonte: IBGE

Subgrupos do IPCA

Para efeito de análise, usualmente reagrupa-se o IPCA em preços administrados e preços livres. Preços livres, por sua vez, podem ser subdivididos em alimentos, serviços e outros bens:

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TABELA 4 - Abertura do IPCA

Pesos* 2003 2004 2005 2006 2007 2008

IPCA 9,3% 7,6% 7,0% 3,1% 4,5% 5,9%

Administrados 29,5% 13,2% 10,2% 9,0% 4,3% 1,6% 3,3%

Energia elétrica residencial 3,2% 21,4% 9,6% 8,1% 0,3% -6,2% 1,1%

Transporte público 6,3% 18,9% 4,7% 12,0% 7,1% 4,3% 4,4%

Combustíveis (gasol., diesel e gnv) 4,3% -1,6% 17,9% 7,4% 2,9% -0,5% 0,5%

Telefonia (Fixo e Celular) 4,7% 19,0% 14,3% 6,6% 0,1% 1,1% 1,7%

Outros preços administrados 10,9% 12,1% 9,2% 8,8% 6,5% 4,1% 5,2%

Livres 70,5% 7,9% 6,5% 4,3% 2,5% 5,7% 7,0%

Alimentação e bebidas 22,7% 7,5% 3,9% 2,0% 1,2% 10,8% 11,1%

Alimentos no domicílio 15,0% 6,7% 2,6% 0,6% -0,1% 12,4% 10,7%

Alimentação fora do domicílio 7,7% 10,5% 8,7% 6,9% 5,9% 7,7% 12,0%

Outros preços Llivres 47,8% 7,9% 7,8% 5,4% 3,2% 3,6% 5,2%

Serviços 23,8% 8,1% 6,8% 6,8% 5,7% 5,3% 6,3%

Outros preços 24,0% 7,7% 9,7% 4,5% 1,0% 2,0% 4,1%

*Pesos de jun/2009

Fonte: IBGE

2.1.2.2 Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo Especial (IPCA-E)

A partir do mês de 1991, o IBGE passou a disponibilizar trimestralmente o IPCA-E, cujo período de coleta de preços situa-se, aproximadamente, do dia 15 do mês anterior a 15 do mês de referência (mesmo período do IPCA-15). Com a divulgação mensal do IPCA-15 a partir de 2000 a importância do IPCA-E reduziu-se significativamente.

2.1.2.3 Índice de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15)

O IBGE, a partir do mês de maio de 2000, passou a disponibilizar o IPCA-15, cujo período de coleta de preços situa-se, aproximadamente, do dia 15 do mês anterior a 15 do mês de referência.

O IPCA-15 é calculado sobre a mesma coleta e segundo a mesma metodologia do IPCA, sendo o período de coleta a única diferença entre os dois índices.

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2.1.3 Resumo

TABELA 5 – Principais índices de inflação calculados pelo IBGE

ÍndiceFaixa de renda

(salário mínimo)

Período de cálculo

(aproximado)

IPCA 1 a 40 de 1 a 30 do mês de referência Mensalpor volta do dia 10 do mês seguinte

ao de referência

IPCA-15 1 a 40 de 15 do mês anterior a 15 do

mês de referência Mensal

por volta do dia 25 do mês de

referência

IPCA-E 1 a 40 de 15 do mês anterior a 15 do

mês de referência Trimestral

por volta do dia 25 do mês de

referência trimestral

INPC 1 a 6 de 1 a 30 do mês de referência Mensalpor volta do dia 10 do mês seguinte

ao de referência (junto com o IPCA)

Divulgação

Fonte: IBGE

2.1.4 Cálculo de itens específicos do IPCA

Jan/2000 – Alteração na metodologia de coleta de preços do subitem “automóveis novos”

O IBGE definiu que, a partir do IPCA e do INPC referentes ao mês de setembro de 2000, a variação do subitem "automóveis novos" seria calculada utilizando-se os preços coletados em concessionárias e, não mais, os preços das montadoras.

O teste realizado pelo IBGE revelou que o preço da concessionária resulta da equação: preço da montadora mais custo do frete deduzindo-se o bônus sugerido pelas fábricas e os descontos definidos pelas concessionárias. Frente a essa informação de formação de preço, identificou-se que o nível de variação de preços das montadoras tende a ser diferente do observado nas concessionárias nas 11 áreas pesquisadas. O requisito da permanência no mercado dos produtos para realização da coleta contínua, limitação que no passado levou o IBGE a trabalhar com a variação de preços das montadoras, não se mostrou mais um impedimento.

Fev/2001 – Metodologia de cálculo da variação de preços do subitem “energia elétrica”

A variação de preços do subitem “energia elétrica”, desde a implantação dos índices, é calculada a partir de uma conta teórica associada ao consumo médio mensal domiciliar de kWh obtido a partir da POF e de informações de preços obtidas junto às concessionárias. Os consumos médios são específicos para cada região e população-objetivo. Esse relativo é apropriado nos índices mensais

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segundo o critério de competência, ou seja, um reajuste tem impacto no resultado do índice a partir do dia em que ocorre.

TABELA 6 - Consumo domiciliar médio por área do INPC e IPCA (kWh)

Área INPC IPCA

Rio de Janeiro 116 210

Porto Alegre 144 199

Belo Horizonte 160 212

Recife 109 151

São Paulo 211 249

Brasília 166 221

Belém 181 222

Fortaleza 104 143

Salvador 131 171

Curitiba 137 196

Goiânia 174 220

Fonte: IBGE

Mar/2007 – Metodologia de cálculo da variação de preços do subitem “telefone fixo”

A partir de junho de 2002, a variação do subitem "telefone fixo" passou a ser calculada com base em uma cesta mais ampla de serviços (incluindo impostos): assinatura, pulsos excedentes, chamadas locais de fixo para móvel (VC1), chamadas de longa distância nacional de fixo para fixo e chamadas de longa distância internacional de fixo para fixo (vs. a cesta anterior que contemplava apenas a assinatura e o consumo médio, em pulsos excedentes, por faixa de renda, para cada área pesquisada).

Em 2007, com as novas regras do contrato de concessão, a forma de tarifação e de cobrança das chamadas locais partidas de telefones fixos para outros telefones fixos foi alterada. O IBGE optou por manter a estrutura da conta padrão pesquisada e fazer o ajustes necessário para a tarifação em minutos com base no Plano Básico.

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TABELA 7 - Participação, em valor, dos serviços da conta padrão para o cálculo de telefonia fixa (%)*

Área AssinaturaMinutos

excedentes

Fixo para

móvel

Longa distância

nacional

Longa distância

internacional

Rio de Janeiro 27 20 32 17 4

Porto Alegre 30 22 32 14 2

Belo Horizonte 28 30 20 19 3

Recife 35 21 25 16 3

São Paulo 28 30 20 19 3

Brasília 34 18 30 16 2

Belém 37 26 23 13 1

Fortaleza 34 25 24 16 1

Salvador 36 23 24 14 3

Curitiba 36 28 18 15 3

Goiânia 31 17 17 31 4 *

Conta padrão referente a dez/2001 divulgada na nota técnica 01/2002 e assumindo-se que,

com a mudança de tarifação de pulsos para minutos, a participação de minutos/pulsos excedentes permaneceu constante

Fonte: IBGE

Jan/2004 – Plano de saúde

Com a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de agosto de 2003, que determinou um reajuste diferenciado para planos anteriores a 1999 e posteriores, o IBGE ajustou, a partir de julho de 2004, a metodologia de “planos de saúde” para incorporar essa distinção.

A decisão do STF permite às operadoras utilizar os reajustes previstos nos contratos para os planos individuais e familiares assinados até 31 de dezembro de 1998, sobrepondo-se à Lei 9.656/98, que regula o setor de planos de saúde. Os planos posteriores a primeiro de janeiro de 1999 têm seu reajuste estipulado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).

Desta forma, a pesquisa de preços continua a considerar, por hipótese, que um doze avos dos usuários da carteira de uma operadora têm seu contrato aniversariando em cada um dos meses do ano. Desde 2001, o IBGE obtém a variação média mensal junto às operadoras mais representativas do mercado (com maior número de usuários), porém ponderando-se agora os reajustes incidentes sobre dois grupos distintos de usuários. De acordo com as informações da ANS, os planos novos (posteriores a 1999) representam 58% do total, e os planos antigos representam 42% do total de planos.

Em outubro de 2005, tendo em vista a possibilidade, na ocasião, de optar entre valores calculados a partir de reajustes diferenciados para pagamento de uma mesma mensalidade de plano de saúde, o IBGE informou, em nota técnica

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adicional, que adotaria o menor reajuste que permitisse a continuidade de utilização dos serviços de saúde.

Abr/2005 – Método de cálculo dos itens sazonais (alimentícios)

Até meados de 2006, o cálculo dos itens sazonais era feito pelo método Paasche2 com peso mensal. O método Paasche buscava captar o comportamento sazonal de consumo das famílias, que é diferente ao longo dos meses do ano, através da construção do painel dos subitens sazonais. O objetivo básico desse painel era captar o fenômeno da substituição no consumo mês a mês.

Atualmente, o cálculo dos itens sazonais é feito pela fórmula de Laspeyres. A superioridade prática da fórmula de Laspeyres é evidenciada pela preponderância de seu uso na quase totalidade dos institutos de estatística internacionalmente. O peso anual utilizado na fórmula de Laspeyres garante maior estabilidade à estrutura de ponderação, sofrendo, assim, menor influência de mudanças de caráter conjuntural ocorridas pelo lado da oferta. Para tanto, as variações mensais de cada um dos itens sazonais são calculadas utilizando-se um peso médio anual para cada subitem, independente do consumo mensal de fato verificado no mercado. Outra vantagem da fórmula de Laspeyres é a homogeneidade com o método de cálculo dos demais itens da cesta.

Essa alteração metodológica foi desenvolvida para implantação no momento da atualização das estruturas de ponderações dos índices, com base na Pesquisa de Orçamentos Familiares – POF 2002-2003, que ocorreu em meados de 2006.

Jan/2007 – Metodologia de cálculo do subitem Mão-de-obra para Reparos do Domicílio a partir da Pesquisa Mensal de Emprego

O item Mão-de-obra para Reparos do Domicílio foi incluído no IPCA em julho de 2006 com a atualização da estrutura com base na POF 2002-2003. Até dezembro de 2006 foi utilizada variação zero para esse item. Janeiro e fevereiro de 2007 ainda tiveram variação zero, porém, em março, foi incorporada a variação referente ao período de janeiro a março de 2007.

O IBGE considera trabalhador em obra de acabamento e serviços auxiliares da construção a pessoa que trabalha prestando serviço dessa natureza remunerado em uma ou mais unidades domiciliares. Esse grupo inclui, entre outros, pedreiros, carpinteiros, gesseiros, eletricistas, pintores, aplicadores de impermeabilizantes, todos presentes nos códigos 45002, 45003 e 45004 da

2 O índice de Paasche pondera preços (p) de insumos (i) em dois períodos, inicial (0) e atual (t), tomando

como pesos quantidades (q) compradas destes produtos no período atual.

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Pesquisa Mensal de Empregos (PME), sob a restrição “pessoas ocupadas na semana de referência no empreendimento do trabalho principal que ocupa de 1 a 5 pessoas”.

A partir de março de 2007, a variação mensal desse item passou a ser calculada com base na comparação da estimativa da tendência da série de rendimentos brutos mensais habitualmente recebidos no mês T com a tendência da mesma série no mês T-1.

Entretanto, dada a defasagem de divulgação da PME, a variação dos rendimentos do subitem mão-de-obra para um mês T tem como referência as informações obtidas através da PME relativa ao mês T-2, cujos rendimentos investigados se referem ao mês T-3. Ou seja, a variação do subitem em janeiro, por exemplo, é resultante da comparação da tendência dos rendimentos extraídos da PME de novembro do ano anterior (quando foram investigados os rendimentos relativos ao mês de outubro do ano anterior).

Fev/2007 – Ajuste na metodologia de cálculo do subitem “empregados domésticos” a partir da Pesquisa Mensal de Emprego

O IBGE considera trabalhador doméstico a pessoa que trabalha prestando serviço doméstico remunerado para uma ou mais unidades domiciliares, executando qualquer tarefa no domicílio (tais como faxineiro, arrumador, lavador de roupa, passadeira e diarista no serviço doméstico, entre outros), podendo ter ou não carteira assinada. Essa descrição corresponde ao código de ocupação 95000 na Pesquisa Mensal de Emprego (PME).

Até o final de 2000, a variação do subitem “empregados domésticos” no IPCA e no INPC era calculada com base no salário mínimo nacional. Entretanto, estudos mostraram que o rendimento médio dos empregados domésticos não acompanhava mais a variação do salário mínimo. Ao mesmo tempo, verificou-se que a PME era a fonte de informações mais apropriada para estimar a variação do subitem, tendo em vista que investiga os rendimentos brutos usuais (não incluindo décimo terceiro salário, adicional de férias, hora extras trabalhadas, contribuição para a previdência ou descontos ocasionais como falta ao emprego) efetivamente recebidos pelos prestadores de serviços domésticos.

Em janeiro de 2001, a variação mensal do subitem passou a ser calculada a partir da comparação da estimativa da tendência da série de rendimentos médios da PME no mês T com a tendência da série de rendimentos médios no mês T-1. A tendência de uma variável constitui-se numa estatística derivada de sua série original relativa a um período longo de tempo. Indica a direção geral desta série. A opção pela tendência foi determinada pela presença de oscilações específicas observadas na série original.

Em dezembro de 2002, o IBGE passou a divulgar os resultados da PME revisada. Como o cálculo da variação do subitem “empregados domésticos” utilizava a pesquisa como fonte de informação, alguns ajustes foram necessários.

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A partir de maio de 2003, a variação mensal do subitem passou a ser calculada a partir da comparação de médias móveis de três meses dos rendimentos habituais médios (processo de médias móveis sucessivas). Ao efetuar a incorporação dessa modificação em maio de 2003, foi apropriada nos índices do mês a variação acumulada obtida a partir da aplicação desse método de cálculo para o período de janeiro a maio de 2003, deduzidos os resultados apropriados até abril.

Em março de 2007, o IBGE alterou novamente o cálculo da variação mensal do subitem “empregados domésticos” visando aprimorar sua mensuração. A partir de então, a variação mensal desse item é resultado da comparação da estimativa da tendência da série de rendimentos brutos mensais habitualmente recebidos no mês T com a tendência da série de rendimentos brutos mensais habitualmente recebidos no mês T-1.

Tendo em vista a defasagem de divulgação da PME, a variação dos rendimentos do subitem "empregados domésticos" para um mês T tem como referência as informações obtidas através da PME relativa ao mês T-2, cujos rendimentos investigados se referem ao mês T-3. Ou seja, a variação do subitem em janeiro, por exemplo, é resultante da comparação da tendência dos rendimentos dos empregados domésticos extraídos da PME de novembro do ano anterior (quando foram investigados os rendimentos relativos ao mês de outubro do ano anterior) com a tendência da série obtida na PME de outubro do ano anterior (rendimentos referentes a setembro do ano anterior). Essa é uma diferença importante entre o IPCA e os índices de preços calculados por outros institutos, como a FGV, por exemplo.

O resultado das variações de cada uma das seis áreas pesquisadas pela PME é apropriado na área correspondente do SNIPC. Assim, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo e Salvador expressam as características próprias do mercado de trabalho local. A variação dos rendimentos médios, obtidos a partir da totalidade das informações das seis áreas pesquisadas pela PME, é atribuída às demais cinco áreas do SNIPC que não são alvo da pesquisa (Brasília, Belém, Fortaleza, Curitiba e Goiânia).

2.1.5 Núcleos de inflação

2.1.5.1 Núcleo por médias aparadas

A metodologia de cálculo do núcleo de inflação por médias aparadas consiste na reestimação do índice após excluir-se as maiores e menores variações. Esse procedimento já recebeu críticas, por acabar excluindo sistematicamente, por exemplo, reajustes de tarifas que ocorrem somente uma vez por ano. Frente a esse argumento, atualmente, costuma-se calcular os núcleos por médias aparadas com e sem suavização. A suavização nada mais é que a distribuição em 12 meses da variação mensal de alguns itens que, teoricamente, só são reajustados um vez por ano. Os oito itens suavizados no IPCA são: (1)

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combustíveis domésticos, (2) energia elétrica, (3) transporte público, (4) combustíveis para veículos, (5) serviços pessoais, (6) fumo, (7) cursos e (8) comunicação.

O Banco Central utiliza para o cálculo do núcleo do IPCA um corte simétrico de 20% e a suavização desses oito itens, reestimando o índice com os 60% restantes.

É possível também se calcular o núcleo por médias aparadas somente para o subconjunto de preços livres, neste caso, sem suavização.

2.1.5.2 Núcleo por exclusão

A metodologia de cálculo do núcleo por exclusão consiste na reestimação do índice após excluir-se um conjunto fixo de produtos.

A metodologia adotada no Brasil é baseada na utilizada para o índice de preços ao consumidor americano, que exclui alimentos, devido ao seu comportamento sazonal, e energia, dada a sua periodicidade anual de reajustes.

No Brasil, esste conceito foi ampliado para preços administrados e alimentos no domicílio.

2.1.5.3 Comparação das medidas de núcleos de inflação para o IPCA

GRÁFICO 1 - Comparação dos núcleos de inflação para o IPCA

0

2

4

6

8

10

12

14

16

jan/98 jan/99 jan/00 jan/01 jan/02 jan/03 jan/04 jan/05 jan/06 jan/07 jan/08 jan/09

IPCA (12 meses) Médias aparadas com suavização

Médias aparadas sem suavização Exclusão

Fonte: IBGE, Banco Central

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2.2 Fundação Getúlio Vargas (FGV)

2.2.1 Índices Geral de Preços (IGP)

O IGP é o índice de preços com maior cobertura, pois mede as variações de preços ao longo de todo o processo produtivo, incluindo matérias-primas agrícolas e industriais, produtos intermediários (semi-elaborados) e bens e serviços finais.

O IGP-DI (Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna) começou a ser divulgado em 1947 e sua série histórica está disponível desde 1944. Em um primeiro momento, o IGP-DI resultava da média entre o IPA (Índice de Preços por Atacado) e o IPC (Índice de Preços ao Consumidor). A partir de 1950, incorporou-se também o ICC (Índice de Custo da Construção).

Inicialmente, o IPC e o ICC abrangiam apenas a cidade do Rio de Janeiro. Em 1985, o ICC passou a ser um índice nacional, denominado INCC-DI (Índice Nacional da Construção Civil), incorporando sete capitais (Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, São Paulo, Curitiba e Porto Alegre). A partir da reestruturação ocorrida entre janeiro de 1986 e dezembro de 2000, o INCC passou a englobar 12 capitais (Belém, Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Florianópolis, Fortaleza, Goiânia, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo).

A abrangência do IPC foi inicialmente ampliada para a cidade de São Paulo a partir de janeiro de 1990. Em janeiro de 2001, o IPC passou a abrangir 12 capitais (Rio de Janeiro, São Paulo, Belém, Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Florianópolis, Fortaleza, Goiânia, Porto Alegre, Recife e Salvador). No início de 2005, a abrangência geográfica do IPC foi restrita às sete principais capitais (Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Brasília, Porto Alegre, Recife e Salvador), devido ao elevado custo da automatização implantada.

A partir de junho de 1989, a FGV passou a divulgar mensalmente, além do IGP-DI, o IGP-M e, posteriormente, em setembro de 1993, o IGP-10. Os três índices são calculados segundo a mesma metodologia e sobre a mesma coleta de preços, diferenciando-se apenas pelo período de coleta em cerca de dez dias, caracterizando uma média móvel de dez dias.

O IGP mede a variação dos preços pesquisados para variedade de produtos disponíveis no mercado interno ao longo do intervalo de tempo de referência (T) em comparação com os preços pesquisados no intervalo de igual amplitude imediatamente anterior ao de referência (T-1).

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TABELA 8 – Período de cálculo dos IGPs

11 21 1 11 21 1 10 20 30

IGP-10

IGP-M

IGP-DI

Mês de ReferênciaMês T-1Mês T-2

preço médio (T-1) preço médio (T)

preço médio (T)preço médio (T-1)

preço médio (T-1) preço médio (T)

Fonte: FGV

TABELA 9 – Resumo dos IGPs

Índice Período de cálculo

IGP-10de 11 a 10 do mês de

referênciaMensal

por volta do dia 15 do mês de

referência

IGP-Mde 21 a 20 do mês de

referênciaMensal

no penúltimo dia útil do mês de

referência

1a. Prévia IGP-Mde 11 a 10 do mês de

referência

próximo à divulgação do IGP-DI referente

ao mês anterior

2a. Prévia IGP-Mde 1 a 30 do mês de

referência

próximo à divulgação do IGP-10 do mês

de referência

IGP-DIde 1 a 30 do mês de

referênciaMensal

em geral, entre o dia 5 e 10 do mês

seguinte ao de referência

Divulgação

Fonte: FGV

Além do IGP-10, IGP-M e IGP-DI, a FGV calcula também as prévias do IGP-M. Diferentemente desses outros índices, as prévias do IGP-M não caracterizam uma média móvel, pois utilizam períodos de coleta com amplitude distintas:

• A 1ª prévia do IGP-M compara o preço médio dos produtos da cesta nos primeiros dez dias de coleta com o preço médio observado nos 30 dias anteriores.

• A 2ª prévia do IGP-M compara o preço médio dos produtos da cesta nos primeiros 20 dias de coleta com o preço médio observado nos 30 dias anteriores.

TABELA 10 – Período de cálculo das prévias do IGPs

21 30 1 11 21 30 1 10 20 30

1a. Prévia do IGP-M

2a. Prévia do IGP-M

IGP-M

preço médio (T)

Mês T-1 Mês de Referência

preço médio (T-1)

preço médio (T)

preço médio (T)

preço médio (T-1)

preço médio (T-1)

Fonte: FGV

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Em 1950, com a inclusão do ICC na composição do IGP, convencionou-se que os pesos dos índices que formam o IGP representariam a importância relativa de cada um no total da despesa interna bruta:

TABELA 11 – Composição dos IGPs

Índice Peso Justificativa

IPA 60%equivalem ao valor adicionado pela produção, transportes e comercialização de bens de

consumo e de produção, nas transações comerciais em nível de atacado

IPC 30% equivalem ao valor adicionado pelo setor varejista e pelos serviços de consumo

INCC 10% equivalem ao valor adicionado pela indústria da construção civil

Fonte: FGV

2.2.1.1 Índice de Preços por Atacado (IPA)

O Índice de Preços por Atacado mede as variações de preços praticados no nível de comercialização atacadista e nas transações inter-empresariais. Entre os produtos coletados, existem commodities agrícolas e industriais e insumos industriais.

O elevado peso dos bens comercializáveis no IPA (cerca de 90%) justifica o elevado grau de repasse da variação cambial para a inflação no IPA. Como o IPA responde por 60% dos IGPs, consequentemente, o grau de repasse da variação cambial para a inflação é significativamente superior nos IGPs, se comparado ao repasse observado nos IPCs.

Para o cálculo da variação de preços dos produtos do IPA, a FGV utiliza dois critérios específicos:

• o critério ponta a ponta no cálculo da evolução de preços de produtos industriais; e

• o critério média sobre média no cálculo da evolução de preços de produtos agrícolas.

O IPA, atualmente, pode ser analisado segundo duas estruturas distintas:

• o IPA-OG é a estrutura mais utilizada e define a ponderação segundo a origem de produção das mercadorias.

• o IPA-EP utiliza a estrutura de ponderação segundo os estágios de processamento.

Até o final de 2007 existia uma terceira estrutura de agregação - o IPA por destino, descontinuado na reestruturação do IPA em janeiro de 2008.

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Estrutura

O sistema de pesos do IPA foi baseado nos dados censitários sobre produção, exportação e importação. A sua estrutura de pesos fundamentada em dados do Censo Agropecuário de 1996 e do Produto Interno Bruto de 1999, fornecidos pelo IBGE. Além dessa fonte de informação, utilizaram-se também como fontes complementares entidades sindicais, associações regionais e a Confederação Nacional da Indústria (CNI). Os pesos são corrigidos mensalmente em função dos relativos acumulados de preços.

Ao longo da sua extensa existência, o IPA passou por alguns ajustes e atualizações:

Em janeiro de 2006 foram atribuídos novos pesos aos produtos agropecuários, sem, entretanto, alterar o peso desse grupo no total do IPA, visando refletir de maneira mais fiel a configuração da produção do setor. Para tal, utilizou-se a variável “Valor de Produção”, obtida através da média dos anos de 2002, 2003 e 2004 dos valores nominais dos levantamentos do IBGE: (i) Produção Agrícola Municipal (PAM); e (ii) Produção da Pecuária Municipal (PPM). Para os produtos da pecuária relativos à criação de animais foi adotada metodologia semelhante à utilizada nas contas nacionais, que leva em consideração compra, venda e abates, para estimar variações nos efetivos, e preços ao produtor, para atribuição de valor. Como as duas pesquisas mencionadas anteriormente não possuem informações sobre horticultura, pesca e oleaginosas, no caso dessas culturas utilizou-se como base o Censo Agropecuário de 1995/96, atualizados de acordo com a variação dos respectivos preços ao consumidor. A exceção foi o babaçu, para o qual somente são levantados preços ao produtor. Nesse caso específico, foram aplicadas as variações de preços relativas ao período que tem por base a média de julho de 1995 a junho de 1996 e se estende até a média do triênio 2002 a 2004. Frente aos novos pesos encontrados, a FGV decidiu por excluir juta, malva e pêra da coleta (baixa representatividade) e incluir o maracujá. Assim, após a alteração, o IPA-Agropecuário passou a ter na sua composição 50 produtos (vs. 52, anteriormente).

Em junho de 2006, a FGV aplicou a mesma metodologia para o sub-grupo de “Produtos Industriais – Extrativa Mineral”. Nesse caso, os pesos foram atualizados com base na média da produção mineral dos anos de 2002, 2003 e 2004, informada pelo Departamento Nacional da Produção Mineral (DNPM). Foram incluídos quatro itens (caulim, minério de manganês, minério de níquel e rochas ornamentais), transferidos dois (pedra britada, fosfatos naturais beneficiados) e excluídos dois (chumbo em formas primárias e enxofre em bruto).

Em janeiro de 2008, a FGV fez uma grande alteração na lista dos produtos pesquisados no IPA, na estrutura de ponderação e na base de informantes do IPA. Essa revisão foi feita com base nas pesquisas estruturais relativas aos setores agropecuário e industrial do IBGE e nas Contas Nacionais/IBGE.

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O principal impacto veio do aumento do peso dos produtos agropecuários (de 25,3%, em set/2007, para 27,9%, em jan/2008) e da redução do número de produtos pesquisados de 50 para apenas 25, mantendo-se apenas aqueles com maior valor de produção. Dessa forma, produtos como soja, bovinos e trigo tiveram seu peso relativo significativamente elevado.

TABELA 12 – Principais produtos na nova estrutura do IPA-Agropecuário

jan/08 set/07

PRODUTOS AGROPECUÁRIOS 27,89 25,32

LAVOURAS TEMPORÁRIAS 15,32

MILHO (EM GRÃO) 2,33 2,39

SOJA (EM GRÃO) 5,38 4,99

MANDIOCA (AIPIM) 0,86 0,53

CANA-DE-AÇÚCAR 2,47 1,72

ARROZ (EM CASCA) 1,20 1,04

LAVOURAS PERMANENTES 3,20

CAFÉ (EM GRÃO) 1,13 0,96

LARANJA 0,85 0,48

PECUÁRIA 9,37

LEITE IN NATURA 1,87 2,44

OVOS 0,92 0,89

BOVINOS 4,06 3,79

AVES 1,87 1,49

Ponderação

Fonte: FGV

No IPA-Industrial, a reestruturação limitou-se a alterar a cesta de produtos pesquisados de modo a aumentar o grau de cobertura e compatibilizar o IPA com padrões internacionais. O peso dos produtos alimentícios e bebidas industrializados aumentou de 9,4% para 13,7%, em jan/2008. Apesar do aumento do grau de cobertura, o tratamento mais agregado dos produtos permitiu a redução do número de produtos pesquisados para 331 (80 a menos).

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TABELA 13 – Principais produtos na nova estrutura do IPA-Industrial

NOVA ESTRUTURAPonderação

jan/08ESTRUTURA ANTIGA

Ponderação

set/07

PRODUTOS INDUSTRIAIS 72,11 PRODUTOS INDUSTRIAIS 74,68

INDÚSTRIA EXTRATIVA 2,83 EXTRATIVA MINERAL 2,32

MINÉRIO DE FERRO 1,44 MINÉRIO DE FERRO 1,05

MINÉRIO DE COBRE 0,09 MINÉRIO DE COBRE 0,04

MINÉRIO DE NÍQUEL 0,09 MINÉRIO DE NÍQUEL 0,06

INDÚSTRIA DE TRANSFORMAÇÃO 69,28 INDÚSTRIA DE TRANSFORMAÇÃO 72,37

PRODUTOS ALIMENTÍCIOS E BEBIDAS 13,66

CARNES, PRODUTOS DE CARNE E

PESCADOS3,11 CARNES E PESCADOS 1,09

ÓLEOS E GORDURAS VEGETAIS 2,02

LATICÍNIOS 1,21

PRODUTOS AMILÁCEOS E ALIMENTOS

PARA ANIMAIS 2,04

BEBIDAS 1,87 BEBIDAS 1,20

PRODUTOS TÊXTEIS 1,86

CELULOSE, PAPEL E PRODUTOS DE PAPEL 2,55

PRODUTOS DERIVADOS DO PETRÓLEO 6,24

ÓLEO DIESEL 2,57 ÓLEO DIESEL 4,99

GASOLINA AUTOMOTIVA 1,24 GASOLINA 1,82

ÁLCOOL 0,86 1,63

PRODUTOS QUÍMICOS 9,95

ARTIGOS DE BORRACHA E DE MATERIAL

PLÁSTICO 2,55

PRODUTOS DE MINERAIS NÃO-METÁLICOS 1,98

METALURGIA BÁSICA 6,85

PRODUTOS SIDERÚRGICOS 4,39

PRODUTOS DE METAL 2,00

MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS 3,79

MATERIAL ELETRÔNICO, APARELHOS E

EQUIPAMENTOS DE COMUNICAÇÃO 2,08

VEÍCULOS AUTOMOTORES, REBOQUES,

CARROCERIAS E AUTOPEÇAS 7,82

AUTOMÓVEIS, CAMIONETAS E UTILITÁRIOS 3,87

AUTOMÓVEIS PARA PASSAGEIROS 3,23 AUTOMÓVEIS 0,40

PEÇAS E ACESSÓRIOS PARA

VEÍCULOS AUTOMOTORES 2,56

Fonte: FGV

O cálculo das prévias do IPA-M também sofreu ajuste. A variação média dos preços coletados uma vez por mês, na sua maioria associados aos produtos industriais, passou a ser feita pelo critério “ponta a ponta”. Para a variação média dos preços diários, em associados aos produtos agropecuários, foi mantido o cálculo comparando-se a média aritmética do período de referência com a média dos 30 dias anteriores.

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TABELA 14 – Cálculo das prévias do IPA-M pelo critério „ponta a ponta‟ para preços mensais

21 30 1 11 21 30 1 10 20 30

1a. Prévia do IPA-M

2a. Prévia do IPA-M

IPA-M

Mês T-1 Mês de Referência

preço médio (T-1) preço médio (T)

preço médio (T)

preço médio (T-1) preço médio (T)

preço médio (T-1)

Fonte: FGV

TABELA 15 – Cálculo das prévias do IPA-M pelo critério „média aritmética‟ para preços diários

21 30 1 11 21 30 1 10 20 30

1a. Prévia do IPA-M

2a. Prévia do IPA-M

IPA-M

Mês T-1 Mês de Referência

preço médio (T-1) preço médio (T)

preço médio (T-1) preço médio (T)

preço médio (T-1) preço médio (T)

Fonte: FGV

Em março de 2009, a FGV atualizou a ponderação do IPA (introduzida em 2008). Com base no Valor Adicionado Bruto, calculado pelo IBGE no âmbito das Contas Nacionais 2002-2006, foi definido o peso do IPA-Agropecuário, IPA-Industrial Extrativa Mineral e IPA-Industrial Indústria de Transformação. Em seguida, distribuíram-se as ponderações dessas atividades segundo classes e produtos, de acordo com os respectivos valores de produção calculados pela média de 2004 a 2006 (vs. a média 2003 a 2005 utilizada até então).

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TABELA 16 – Estrutura atual do IPA organizado pela Origem de Produção das Mercadorias

Ponderação

ago/09

IPA por Origem 100%

      Produtos agropecuários 24,87%

         Lavouras temporárias 12,42%

         Lavouras permanentes 2,93%

         Pecuária 9,52%

      Produtos industriais 75,13%

         Indústria extrativa 2,88%

            Carvão mineral 0,07%

            Minerais metálicos 1,81%

            Minerais não-metálicos 1,01%

         Indústria de transformação 72,25%

            Produtos alimentícios e bebidas 14,98%

            Produtos do fumo 0,66%

            Produtos têxteis 1,76%

            Artigos do vestuário 0,67%

            Couros e calçados 1,33%

            Produtos de madeira 1,08%

            Celulose, papel e produtos de papel 2,41%

            Produtos derivados do petróleo e álcool 8,81%

            Produtos químicos 9,19%

            Artigos de borracha e de material plástico 2,22%

            Produtos de minerais não-metálicos 2,05%

            Metalurgia básica 7,28%

            Produtos de metal 1,50%

            Máquinas e equipamentos 3,03%

            Equipamentos de informática 0,58%

            Máquinas, aparelhos e materiais elétricos 1,69%

            Material eletrônico, aparelhos e equipamentos de comunicação 1,98%

            Veículos automotores, reboques, carrocerias e autopeças 9,64%

            Outros equipamentos de transporte 0,66%

            Móveis e artigos do mobiliário 0,71%

Fonte: FGV

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TABELA 17 – Estrutura atual do IPA organizado pelos Estágios de Processamento

Ponderação

ago/09

IPA por Estágio 100%

      Bens finais 34,74%

         Bens de consumo 30,36%

            Alimentação 12,82%

            Combustíveis 2,58%

            Bens de consumo não duráveis exceto alimentação e combustíveis 7,20%

               Bebidas e fumo 2,30%

               Vestuário, calçados e acessórios 1,71%

               Medicamentos e artigos para residência, higiene e limpeza 3,19%

            Bens de consumo duráveis 7,76%

               Utilidades domésticas 3,05%

               Veículos e acessórios 4,72%

         Bens de investimento 4,38%

            Veículos pesados 0,93%

            Máquinas e equipamentos 3,45%

      Bens intermediários 40,59%

         Materiais e componentes para a manufatura 24,01%

         Materiais e componentes para a construção 6,34%

         Combustíveis e lubrificantes para a produção 4,66%

         Embalagens 1,89%

         Suprimentos 3,70%

      Matérias-primas brutas 24,67%

         Mat. primas brutas agropecuárias 21,79%

         Minerais 2,88%

Fonte: FGV

2.2.1.2 Índice de Preços ao Consumidor (IPC)

A Fundação Getúlio Vargas (FGV) iniciou o cálculo do IPC em 1947, retroativo a 1944. Inicialmente, a coleta era restrita à cidade do Rio de Janeiro e procurava refletir os padrões de consumo da classe média da época. Em 1949, foi feita a primeira revisão da estrutura do IPC da FGV, ampliado de 25 para 45 itens pesquisados. Em março de 1958, a estrutura do IPC sofreu nova revisão. Desta vez o número de itens pesquisados foi ampliado para 85 e a estrutura de ponderação atualizada com base nos inquéritos sobre consumo familiar (mediante o preenchimento de cadernetas domiciliares) realizados pela FGV.

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Em 1966, foi incorporado ao IPC o resultado de uma grande pesquisa de orçamento familiar feita entre os anos de 1961 e 1963 pelo Instituto Brasileiro de Economia, associado ao Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, e financiado pela Fundação Ford. A partir de então, o índice passou a conter 368 itens de despesas para famílias com renda entre um e cinco salários mínimos. Além disso, o índice sofreu importantes inovações na sua concepção metodológica, passando a utilizar o método de Laspeyres modificado, de relativos em cadeia, em lugar da média aritmética de relativos ponderados por valores da época base. Em janeiro de 1972, foi feita nova atualização na estrutura do IPC, desta vez com base na pesquisa de orçamento familiar realizada pelo IBRE entre 1967 e 1968. Nessa revisão, o IPC passou a ter 411 itens de despesas e um painel sazonal de ponderações para hortaliças, legumes e frutas. Em janeiro de 1974, foi feito novo ajuste no índice, ampliando-se a coleta para 432 itens. Em março de 1977, adotou-se uma fórmula mista para o IPC: média geométrica, para produtos alimentares, e fórmula de Laspeyres modificada, de relativos em cadeia, para os demais agrupamentos. Em consequência, a ponderação tornou-se fixa, para o primeiro caso, e móvel, no segundo. Essa metodologia foi empregada até dezembro de 1989, quando se encerrou a série histórica do Índice de Custo de Vida na cidade do Rio de Janeiro para o nível de renda de um a cinco salários mínimos.

A partir de janeiro de 1990, o IPC da FGV passou a ter nova estrutura de bens e serviços e a refletir o custo de vida para famílias com renda entre 1 e 33 salários mínimos, dando origem ao IPC-BR. Num primeiro momento, a coleta era restrita às cidades do Rio de Janeiro e São Paulo. Em janeiro de 1994, a cesta de produtos do IPC-BR foi ampliada de 319 para 381 itens. Em março de 1995,foi alterado o sistema de cálculo dos IPCs visando atenuar a variância no cálculo dos relativos de produtos, passando de média aritmética dos relativos para média geométrica dos relativos.

Em janeiro de 2001, o IPC-BR foi ampliado para 12 capitais (Rio de Janeiro, São Paulo, Belém, Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Florianópolis, Fortaleza, Goiânia, Porto Alegre, Recife e Salvador). E, por fim, em janeiro de 2005, a abrangência geográfica do IPC foi restrita às sete principais capitais (Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Brasília, Porto Alegre, Recife e Salvador), devido ao elevado custo da automação implantada.

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TABELA 18 – Pesos regionais do IPC da FGV a partir de março de 2005

ÁreaPesos regionais a

partir de mar/2005

Belo Horizonte 9,61%

Brasília 0,85%

Porto Alegre 5,67%

Recife 6,11%

Rio de Janeiro 25,15%

Salvador 10,48%

São Paulo 42,13%

Fonte: FGV

Além do IPC-10, do IPC-M e do IPC-DI (que compõem os respectivos IGPs), a FGV divulga semanalmente o IPC-S (Índice de Preços ao Consumidor Semanal). O IPC-S é calculado segundo a mesma metodologia dos demais IPCs e sobre a mesma coleta de preços nas sete capitais pesquisadas atualmente, diferenciando-se apenas pelo período de coleta em cerca de sete dias, caracterizando uma média móvel semanal. A quadragésima quadrissemana do IPC-S coincidente com o IPC-DI.

TABELA 19 – Períodos de cálculo do IPC-S

7 15 22 31 7 15 22 31 7 15 22 31

1a. Quadri do IPC-S

2a. Quadri do IPC-S

3a. Quadri do IPC-S

4a. Quadri do IPC-S = IPC-DI

preço médio (T-1) preço médio (T)

Mês T-2 Mês T-1 Mês Referência

preço médio (T)preço médio (T-1)

preço médio (T-1) preço médio (T)

preço médio (T-1) preço médio (T)

Fonte: FGV

O IPC-S é o único índice de preços com abrangência nacional divulgado semanalmente. Entretanto, como o IPC-S utiliza a ponderação do IPC-DI ao longo de todo o mês, normalmente a curva do IPC-S e a curva dos IPC-10, IPC-M e IPC-DI encadeados mostra variações diferentes nas primeiras quadrissemanas de cada mês.

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GRÁFICO 2 - IPC-S quadrissemanal vs. IPC-10, IPC-M e IPC-DI encadeados (% a.m.)

0,0%

0,2%

0,4%

0,6%

0,8%

1,0%

1,2%

jan/07 mai/07 set/07 jan/08 mai/08 set/08 jan/09 mai/09

IPC-S IPCs FGV

Fonte: FGV

2.2.1.2.1 Coleta de preços

A sistemática de pesquisa de preços é executada em cinco segmentos:

1. Os preços de gêneros alimentícios, de material de limpeza, de artigos de higiene, de cuidados e de serviços pessoais são coletados por donas de casa especialmente treinadas para esta finalidade, na condição de prestadoras autônomas de serviço à FGV. Trata-se de um trabalho que se repete sistematicamente, a cada dez dias, nos mesmos estabelecimentos, com idêntica lista de insumos e conforme calendário prévio.

2. Os insumos não investigados no segmento anterior são pesquisados por funcionários do IBRE, uma vez por mês, diretamente nos estabelecimentos informantes. Ressalta-se que essa pesquisa mensal ocorre de modo uniforme ao longo do mês e, em cada decêndio, tem aproximadamente 1/3 do total das informações.

3. As tarifas públicas (eletricidade, taxa de água e esgoto, telefone-assinatura, gás encanado, correio, metrô, trens, barcas, ônibus urbanos e táxi) obedecem ao regime de competência. Isto é, a tarifa mensal resulta da média aritmética ponderada das tarifas diárias vigentes.

4.Os tributos (IPTU e IPVA) obedecem às seguintes regras:

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• para o IPTU, utiliza-se a média aritmética dos valores de imposto e taxa de limpeza urbana, fornecidos anualmente pelas secretarias de finanças das prefeituras municipais das capitais; e

• para o IPVA, utiliza-se a média geométrica de variações de valores anuais do imposto, por tipo de automóveis, dos modelos básicos nacionais e importados nos últimos cinco anos, em conformidade com tabelas fornecidas pelos departamentos de trânsito.

5. Os bens e serviços especiais (aluguel, empregados domésticos, condomínios, cursos formais, jornais, loterias) seguem as seguintes regras:

• para aluguel residencial, utiliza-se a média aritmética ponderada das variações mensais de valores de aluguéis residenciais, conforme painel fixo, em nível de município, fornecida por administradoras de imóveis;

• para empregados domésticos, pesquisa-se os salários nas agências e residências locais;

• para condomínio residencial, compõe-se um painel contendo as seguintes contas condominiais: salários e encargos, manutenção e reparos, água e esgoto, energia elétrica, material de expediente, material de limpeza e taxa de administração; e

• os demais bens e serviços têm seus preços cotados diretamente dos informantes.

2.2.1.2.2 Estruturas de ponderação

Os pesos dos insumos foram definidos com base na Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF). A última atualização dessas ponderações ocorreu em janeiro de 2004, com base na POF realizada em 2002-2003. O IPC em nível agregado nacional resulta da média aritmética ponderada dos índices regionais.

2.2.1.2.3 Cálculo de itens específicos dos IPCs da FGV

Telefonia Fixa

Da mesma forma que o IBGE, a FGV utiliza uma conta teórica para simular os gastos efetivos das famílias com telefonia fixa em cada uma das sete capitais pesquisadas. Essa conta foi construída com base em informações cedidas pela Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL) e é composta por cinco serviços básicos, todos com impostos inclusos: assinatura, consumo excedente (pulsos e, atualmente, minutos), chamadas locais de telefone fixo para celular, ligações DDD de fixo para fixo e ligações DDI de fixo para fixo.

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Em 2007, com a mudança do sistema de tarifação das ligações locais de telefonia fixa de pulsos para minutos, a FGV adotou como hipótese o Plano Básico para todos os usuários.

TABELA 20 – Percentual gasto com cada serviço telefônico em relação ao valor total de conta teórica

Área AssinaturaMinutos

Excedentes

Fixo para

móvel

Longa distância

nacional

Longa distância

internacional

São Paulo 40,61 19,57 24,13 14,28 1,41

Rio de Janeiro 43,40 22,49 20,30 12,15 1,66

Belo Horizonte 42,70 18,04 14,69 21,32 3,25

Porto Alegre 46,45 14,03 27,26 11,24 1,02

Brasília 46,26 20,82 13,60 18,03 1,29

Recife 48,86 19,00 15,63 15,27 1,24

Salvador 42,83 16,19 16,96 20,09 3,93

Fonte: FGV

Plano de Saúde

A metodologia adotada pela FGV divide o reajuste autorizado pela ANS pelos 12 meses subsequentes ao início da vigência.

A partir do IPC-DI de junho de 2007, o subitem Plano e Seguro Saúde passou a ser estimado considerando-se os reajustes diferenciados para contratos posteriores à vigência da Lei 9656/98 (planos novos), e anteriores (planos antigos). A variação média mensal dos planos novos continua a ser calculada com base no reajuste máximo autorizado pela ANS a cada ano, dividido pelos 12 meses subsequentes. Para os planos antigos, convencionou-se utilizar 1/12 da inflação acumulada pelo IGP-M nos 12 meses imediatamente anteriores à data de reajuste do contrato.

TABELA 21 – Proporção de planos novos e antigos por capital (dados da ANS referentes a 2006)

Área Planos Novos Planos Antigos

São Paulo 62,18 37,82

Rio de Janeiro 70,66 29,34

Salvador 80,89 19,11

Belo Horizonte 56,68 43,32

Recife 49,64 50,36

Porto Alegre 65,42 34,58

Brasília 70,75 29,25

Fonte: FGV

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2.2.1.3 Índice Nacional de Custo da Construção (INCC)

O Índice de Construção Civil da cidade do Rio Janeiro começou a ser calculado pela FGV em janeiro de 1950, retroativo a janeiro de 1945. No início, o índice restringia-se a pesquisar o custo de 16 itens específicos na construção de um edifício de três pavimentos sem elevador (padrão da época).

Em fevereiro de 1985, com o agravamento do processo inflacionário, o ICC, antes restrito à cidade do Rio de Janeiro, passou a chamar-se INCC (ìndice Nacional da Construção Civil) e a incorporar mais sete capitais. Em janeiro de 1986, uma nova atualização na estrutura e na ponderação do INCC ampliou a cobertura para 18 capitais, 56 tipos de materiais de construção (vs. 28 anteriormente) e 16 categorias de mão-de-obra (vs. tres, anteriormente) e definiram-se os três padrões de construção habitacional a serem pesquisados:

• H1 - casa de um pavimento, com sala, um quarto e demais dependências, medindo em média 30 metros quadrados;

• H4 - edifício habitacional de quatro pavimentos, constituído por unidades autônomas de sala, três quartos e dependências, com área total média de 2520 metros quadrados;

• H12 - edifício habitacional de 12 pavimentos, composto de apartamentos de sala, três quartos e dependências, com área total média de 6013 metros quadrados.

Em janeiro de 2001, a abrangência geográfica do INCC foi novamente restrita a 12 capitais e, posteriormente, em março de 2009, para apenas sete capitais. Nessa última revisão foram atualizados também a lista de itens e os respectivos pesos com base em orçamentos de edificações previstas pela ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas).

TABELA 22 – Pesos Regionais do INCC

ÁreaPesos regionais

mar/2009

São Paulo 43,29

Rio de Janeiro 9,49

Belo Horizonte 11,13

Brasília 10,50

Porto Alegre 11,04

Salvador 9,31

Recife 5,24

Fonte: FGV

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O INCC desdobra-se em dois outros índices: índice de mão-de-obra (cerca de 46%) e índice de materiais e serviços (cerca de 54%).

Na identificação da amostra do INCC, a FGV usa orçamentos analíticos de empresas de engenharia civil. Essas empresas fornecem, como base de cálculo, planilhas de composição de custos de materiais, de serviços e de mão-de-obra, além de orçamentos de construções habitacionais, segundo tipos, padrões e localizações específicas.

Em janeiro de 2006, a FGV alterou a metodologia de cálculo das variações da mão-de-obra. Até então, os reajustes salariais só eram incorporados ao INCC após a homologação da convenção coletiva – o que, em muitos casos, demorava. A partir de janeiro de 2006, as variações da mão-de-obra passaram a ser obtidas através de pesquisa salarial aplicada às empresas de construção.

2.2.2 Outros índices de inflação da FGV

2.2.2.1 IPC-C1

O Índice de Preços ao Consumidor – Classe 1 (IPC-C1) começou a ser divulgado a partir de 2008, mas sua série histórica é retroativa a jan/2004. Esse novo indicador teve sua estrutura baseada na POF realizada pela FGV entre 2002 e 2003. Ele é o único índice mensal destinado a medir a variação de preços de uma cesta de produtos e serviços para famílias com renda entre 1 e 2,5 salários mínimos, e sua principal finalidade é a de orientar a ação de políticas sociais com ênfase redistributiva.

2.2.2.2 IPC-3i

O Índice de Preços ao Consumidor da Terceira Idade (IPC-3i) foi estruturado com base na POF-FGV 2002/2003, e sua série histórica calculada desde jul/1994. Esste indicador visa acompanhar a variação do custo de vida para famílias compostas, majoritariamente, por indivíduos com mais de 60 anos. Apesar de sua divulgação ser trimestral, a apuração é feita em base mensal.

2.3 Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE)

O índice de Preços ao Consumidor do Município de São Paulo é o mais tradicional indicador da evolução do custo de vida das famílias paulistanas, e um dos mais antigos do Brasil. A FIPE calcula semanalmente (desde 1939) a variação dos preços no município de São Paulo.

O ponto de partida para a estruturação de um índice de custo de vida veio do ideário da Revolução de outubro de 1930, ratificado pela Constituição de 1934 e 1937. Entre outros pontos, ambas defendiam, de formas distintas, assegurar

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direitos sociais com o estabelecimento de uma remuneração mais justa, baseada nas necessidades mínimas dos trabalhadores e de suas famílias. Com base na pesquisa de padrão de vida realizada entre o final de 1936 e meados de 1937 e um incipiente sistema de acompanhamento de preços já existente, deu-se início, em janeiro de 1939, à série do Índice de Preços ao Consumidor do Município de São Paulo. Até 1968, o cálculo desse índice coube à Prefeitura de São Paulo, que o utilizava para reajustar os salários dos servidores municipais. A partir de então, a responsabilidade pelo cálculo do Índice de Custo de Vida (ICV) foi transferida para o então IPE-USP (Instituto de Pesquisas Econômicas da Universidade de São Paulo), posteriormente sucedido pela FIPE (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, criada em 1973).

1939 a 1956 – Inicialmente, o sistema de levantamento foi baseado na coleta de gêneros de primeira necessidade. A partir de 1942, foi adicionada ao índice a coleta de produtos não-alimentares em estabelecimentos de atacado e semi-atacado. Para o cálculo, num primeiro momento, utilizou-se o preço modal de cada item e uma fórmula de Laspeyres de base fixa para calcular os relativos de preços.

1956 a 1971 – Em 1956 foi introduzida uma nova estrutura de ponderação baseada na pesquisa de padrão de vida em São Paulo, realizada em 1951. Em 1968, com a transferência do cálculo do índice para o então IPE-USP, foi substituído no sistema de cálculo o uso da moda pela média aritmética.

1972 a 1983 – Nesse período, ocorreu o grande salto metodológico do índice. Inicialmente, uma pesquisa piloto de orçamento familiar, realizada entre maio e junho de 1971, gerou uma estrutura provisória de ponderação, que serviu de base para a geração do índice entre 1972 e 1974. Nesse período assistiu-se também à alteração gradativa do sistema de cálculo do índice com a introdução da fórmula de elasticidades unitárias, “Índice Geométrico”, para a agregação final. Ao mesmo tempo, entre set/1971 e ago/1972, uma nova POF foi realizada. Com base nessa pesquisa, escolheu-se a renda familiar entre dois e seis salários mínimos, por representar a moda de renda das famílias paulistanas como base para o índice.

Finalmente, em 1975, foi concluída a revisão da estrutura e transformou-se o indicador em índice de preços ao consumidor. A coleta de preços no nível de atacado foi completamente eliminada, e a coleta de bens duráveis deixou de compor o índice. Houve um sensível aumento no número de cotações mensais e adotou-se a agregação desses preços em conglomerados semanais. Em termos metodológicos, a adoção do princípio de emparelhamento de preços, de um painel de domicílios para coletar diretamente os preços praticados de aluguel à coleta de dados de contas de serviços públicos e empregados domésticos e à coleta por intervalo para artigos de vestuário e calçados, foram as principais evoluções.

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1983 a 1993 – uma nova Pesquisa de Orçamento Familiar (POF), realizada entre nov/1981 e jan/1983, incorporou também o questionamento de marcas e locais de compra, permitindo a introdução no índice de pesos mais específicos que os até então existentes, para subitens como marca, tipo, modelo, unidade, etc... Essa nova POF confirmou a classe de renda familiar entre dois e seis salários mínimos (moda) como base para o cálculo do IPC.

Finalmente, em 1986, substituiu-se, com efeito, a média aritmética ponderada como promédio para o cálculo dos relativos mensais de cada item pela média geométrica ponderada - utilizada até hoje.

1994 – A partir de jan/1994, uma nova estrutura de ponderação (baseada na POF feita entre mar/1990 e fev/1992) foi aplicada ao índice, e a faixa de renda das famílias objeto da pesquisa foi ampliada para um a 20 salários mínimos.

A última alteração, ainda que marginal, do índice foi em julho de 2009, quando o departamento técnico do IPC-FIPE informou que, em decorrência da adoção de meios eletrônicos (palms) para o levantamento de preços, 60 itens - equivalentes à 0,7763% do índice total – foram retirados do índice, e o peso redistribuído dentro de cada grupo.

TABELA 23 – Comparativo das Ponderações das Várias Estruturas do IPC no município de São Paulo

Agregado do Índice 1936/37 1951 1971/72 1981/82 1990/91

Alimentação 53,34 42,90 43,53 37,67 30,81

Habitação 15,33 27,50 22,69 18,35 26,51

Artigos de Limpeza Doméstica 2,03 2,20 - - -

Combustível para Residência 4,05 1,59 - - -

Fumo e Despesas Pessoais 3,48 7,23 - - -

Despesas Pessoais - - 13,63 19,56 12,52

Vestuário 10,56 7,75 6,40 8,06 8,66

Transportes 1,86 3,90 6,28 10,54 12,97

Assistência Médico-farmo-dentária 2,15 3,70 - - -

Saúde - - 5,28 3,78 4,58

Educação 0,25 0,11 2,20 2,04 3,95

Móveis 1,48 2,90 - - -

Diversos 5,47 0,22 - - -

Fonte: FIPE

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Hoje, o IPC-FIPE é calculado semanalmente utilizando-se média geométrica e pesos fixos, diferentemente dos demais índices, que utilizam média aritmética e pesos ajustáveis mensalmente.

TABELA 24 – Período de coleta do IPC-FIPE quadrissemanal

7 15 22 31 7 15 22 31 7 15 22 31

1a. Quadri do IPC-Fipe

2a. Quadri do IPC-Fipe

3a. Quadri do IPC-Fipe

4a. Quadri do IPC-Fipe preço médio (T-1) preço médio (T)

preço médio (T-1) preço médio (T)

preço médio (T-1) preço médio (T)

Mês T-2 Mês T-1 Mês Referência

preço médio (T-1) preço médio (T)

Fonte: FIPE

Outra peculiaridade do IPC-FIPE é a utilização do conceito caixa (ao invés de competência como no IPCA e nos IPCs da FGV) para a contabilização dos reajustes de tarifas. O conceito caixa consiste em considerar o impacto dos reajustes de tarifas somente quanto eles começam a afetar o consumidor. Isto é, quando as contas com o reajuste chegam ao consumidor e não imediatamente após sua entrada em vigor, como nos outros IPCs. Na prática, esta diferença faz com que o impacto dos reajustes de tarifas só comece a aparecer no IPC-FIPE após duas ou três semanas do seu anúncio e, na maioria dos casos, de forma mais diluída e por um período mais extenso. O período mais prolongado de impacto dos reajustes no IPC-FIPE justifica-se pela estratégia da maioria das empresas de prestação de serviços públicos de dividirem a data de vencimento da conta de seus clientes ao longo do mês, não concentrando os vencimentos em um mesmo dia para todos os consumidores.

3 Comparação dos principais Índices de Inflação

3.1 Índices de Preços ao Consumidor

Como discutido anteriormente, os principais índices de preços ao consumidor no Brasil são o IPCA, os IPCs da FGV e o IPC-FIPE.

A faixa de renda e as capitais pesquisadas pelo IBGE e pela FGV não são idênticas, mas são semelhantes. As diferenças na composição das cestas de produtos fazem com que, muitas vezes, a variação mensal dos índices apure níveis distintos de inflação. Entretanto, a inflação acumulada em 12 meses suaviza estas diferenças e, dada a relevância de São Paulo nesses índices, até o IPC-FIPE se aproxima dos demais.

Dada a semelhança entre os IPCs da FGV e o IPCA no longo prazo, para horizontes mais longos, as projeções podem ser consideradas iguais. Para o IPC-

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FIPE o raciocínio similar também é válido, porém com o cuidado de verificar se os reajustes de tarifas públicas na cidade de São Paulo serão similares à média nacional. Isto é, em um ano eleitoral, por exemplo, em que não houve reajuste de transporte público em São Paulo, mas ocorreu em outras regiões metropolitanas, a variação do IPC-FIPE será menor que a apurada pelos IPCs com abrangência nacional. Ou ainda, em ano de revisão tarifária da Eletropaulo, o reajuste de energia elétrica em São Paulo pode ser bem diferente da média nacional, fazendo com que o IPC-FIPE tenha comportamento diferente dos demais IPCs na inflação acumulada do ano.

GRÁFICO 3 - Inflação acumulada em 12 meses

1%

3%

5%

7%

9%

11%

13%

15%

17%

19%

dez/01 dez/02 dez/03 dez/04 dez/05 dez/06 dez/07 dez/08

IPCA IPC-DI FIPE

Fonte: IBGE, FGV e FIPE

TABELA 25 – Comparação da composição do IPCA e dos IPCs da FGV:

IPC-DI* IPCA*

Índice geral 100,0% Índice geral 100,0%

Alimentação 28,8% Alimentação e bebidas 22,7%

Habitação 30,6% Habitação 13,2%

Comunicação 5,8%

Artigos de residência 4,2%

Vestuário 4,7% Vestuário 6,7%

Transportes  12,0% Transportes 19,3%

Saúde e cuidados pessoais 10,6% Saúde e cuidados pessoais 10,9%

Despesas diversas  4,7% Despesas pessoais 10,1%

Educação, leitura e recreação  8,7% Educação 7,1%

* Pesos jun/2009 * Pesos jun/2009

Fonte: IBGE e FGV

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3.1.1 Diferenças metodológicas relevantes entre os IPCs

TABELA 26 – Comparação das diferenças mais marcantes entre o IPCA, os IPCs da FGV e o IPC-FIPE

IPCA / INPC IPCs - FGV IPC-FIPE

São Paulo São Paulo São Paulo

Rio de Janeiro Rio de Janeiro

Belo Horizonte Belo Horizonte

Porto Alegre Porto Alegre

Salvador Salvador

Recife Recife

Distrito Federal Distrito Federal

Goiânia

Belém

Curitiba

Fortaleza

IPTU

O impacto era distribuido

durante o ano. A partir de

jul/2006 o IBGE excluiu o IPTU

da cesta do IPCA.

Impacto distribuido

durante o ano.

Assume pagamento a

vista.

Impacto, normalmente,

em fevereiro.

Planos de

Saúde

Assume 1/12 das variações de

preços ocorridas por mês -

impacto distribuido ao longo do

ano (vide item 2.1.3.4.)

Semelhante ao IPCA,

o impacto é distribuido

ao longo do ano (vide

item 2.2.1.2)

Assume o reajuste

anunciado pela ANS -

impacto, normalmente,

em julho.

EducaçãoImpacto principal, da matrícula

escolar, em fevereiro.

Impacto principal, da

matrícula escolar, em

janeiro.

Impacto principal, da

matrícula escolar, em

janeiro.

Empregados

Domésticos

O impacto é distribuido ao

longo do ano devido à

metodologia de médias móveis

sucessivas com base nos

dados na PME defasada em 2

meses (vide item 2.1.3.7.).

O impacto principal

ocorre, normalmente,

na ocasião do reajuste

do salário mínimo.

O impacto principal

ocorre, normalmente, na

ocasião do reajuste do

salário mínimo.

Abrangência

Efeito em

tarifas

públicas

Fonte: IBGE, FGV e FIPE

3.2 Índice Geral de Preços x Índices de Preço ao Consumidor

Apesar os IPCs da FGV serem semelhantes ao IPCA, o elevado peso dos produtos ao atacado (60%) fazem com que os IGPs e os IPCs (IPCA ou IPC-DI) tenham comportamentos muito distintos, dependendo do cenário macroeconômico. Da mesma forma, um reajuste de preços administrados com grande impacto nos IPCs (IPCA e IPC-DI) tem sua relevância diluída nos IGPs, pois o IPC representa apenas 30% do peso total dos IGPs.

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37

GRÁFICO 4 – Comparação da composição dos IGPs e do IPCA

Livres -

Alimentação e

Bebidas

23%

Preços

Administrados

29%

Outros preços

livres

24%

Livres -

Serviços

24%

IGPsIPCA

Fonte: IBGE e FGV

3.2.1 Comparação da evolução dos IGPs x IPCA

O comportamento da taxa de câmbio e das commodities internacionais (agrícolas e metais) são os principais determinantes do IPA e, consequentemente dos IGPs.

GRÁFICO 5 –IGPs x IPCA: Número Índice (ago/1994 = 100)

0

50

100

150

200

250

300

350

400

450

jan/94 mai/95 out/96 fev/98 jun/99 nov/00 mar/02 ago/03 dez/04 mai/06 set/07 jan/09 jun/10

IPCA

IGP-M

Variação cambialVariação CRB (US$)

Variação CRB (R$) Fonte: IBGE, FGV, Banco Central do Brasil, Bloomberg

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38

Na comparação da média móvel em 12 meses dos índices de inflação, observamos que a flutuação da taxa de câmbio no início de 1999 e a forte depreciação cambial no final de 2002 levaram os IGPs a registrarem inflação bem superior à dos IPCs.

GRÁFICOS 6 – Média Móvel de 12 meses

-10%

-5%

0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

35%

ago-95 ago-97 ago-99 ago-01 ago-03 ago-05 ago-07 ago-09

IGP-M - IPCA IPCA IGP-M

Fonte: IBGE e FGV

Já em uma comparação mais longa, da média móvel dos índices em 60 meses, por exemplo, observa-se uma convergência da variação dos IGPs e IPCs no longo prazo.

GRÁFICOS 7 – Média Móvel de 60 meses

-10%

10%

30%

50%

70%

90%

ago/99 abr/01 dez/02 ago/04 abr/06 dez/07 ago/09

IGP-M - IPCA IPCA IGP-M

Fonte: IBGE e FGV

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39

Para o período que engloba fortes movimentos da taxa de câmbio, observa-se, em um primeiro momento, um distanciamento entre os IGPs e o IPCA, e, posteriormente, uma estabilização da diferença entre as séries.

GRÁFICOS 8 – Inflação acumulada desde ago/1994

-30%

20%

70%

120%

170%

220%

270%

320%

370%

420%

ago/95 dez/97 abr/00 ago/02 dez/04 abr/07 ago/09

-10%

-5%

0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

35%

IGP-M - IPCA (dir) IPCA (esq) IGP-M (esq)

Fonte: IBGE e FGV

Na comparação da inflação acumulada desde jan/2004 verifica-se um descolamento entre os IGPs e o IPCA entre o final de 2007 e ao longo do ano de 2008. Este movimento não se explica pela variação cambial, mas sim pela forte alta do preço das commodities agropecuárias com a desestabilização dos estoques mundiais de grãos (programa de etanol de milho nos EUA).

GRÁFICOS 9 – Inflação acumulada desde jan/2004

5%

10%

15%

20%

25%

30%

35%

40%

45%

50%

dez/04 out/05 ago/06 jun/07 abr/08 fev/09

-10%

-5%

0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

35%

IGP-M - IPCA (dir) IPCA (esq) IGP-M (esq)

Fonte: IBGE e FGV

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A boa produção mundial e a normalização dos estoques levaram ao arrefecimento das commodities agrícolas e consequente convergência dos IGPs para o IPCA. A análise de períodos mais curtos evidencia este ponto.

GRÁFICOS 10 – Inflação acumulada desde jan/2005

0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

35%

40%

jan-06 jul-06 jan-07 jul-07 jan-08 jul-08 jan-09 jul-09

-6%

-4%

-2%

0%

2%

4%

6%

8%

10%

IGP-M - IPCA (dir) IPCA (esq) IGP-M (esq)

Fonte: IBGE e FGV

GRÁFICOS 11 – Inflação acumulada desde jan/2006

0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

35%

40%

45%

50%

jan-07 jul-07 jan-08 jul-08 jan-09 jul-09

-1%

0%

1%

2%

3%

4%

5%

6%

7%

8%

9%

IGP-M - IPCA (dir) IPCA (esq) IGP-M (esq)

Fonte: IBGE e FGV

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BIBLIOGRAFIA

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FGV, Nota Técnica – Alteração de Composição e Pesos dos itens componentes do subgrupo “ Produtos Industriais – Extrativa Mineral” do índice de Preços por Atacado (IPA), junho 2006

FGV, Nota sobre o Novo Reajuste do item Plano e Seguro Saúde, maio 2006

FGV, Nota Técnica – Plano e Seguro Saúde Alteração Metodológica, junho 2007

FGV, Metodologia do item Tarifa de Telefone Fixo do índice de Preços ao Consumidor

FGV, Nota Técnica – Impacto no IPC da conversão de Pulso para Minuto na tarifação das Ligações Locais de Telefonia Fixa, julho 2007

FGV, Nota Técnica – Alteração na lista de produtos e nas ponderações do índice de Preços por Atacado (IPA), outubro 2007

FGV, Nota Técnica – Alteração nas ponderações do Índice de Preços por Atacado (IPA), dezembro 2008

FIPE, Comunicado aos Assinantes do Boletim Quadrissemanal do IPC, julho 2009

IBGE, Notas Metodológicas – IPCA/INPC, http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/indicadores/precos/inpc_ipca/informet.shtm

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IBGE, Nota Técnica – Empregados Domésticos, janeiro 2001

IBGE, Nota Técnica – Metodologia de Cálculo de Energia Elétrica, fevereiro 2001

IBGE, Nota Técnica – Energia Elétrica – Esclarecimentos sobre o plano de racionamento, março 2001

IBGE, Nota Técnica – Telefone Fixo, janeiro 2002

IBGE, Nota Técnica – Empregados Domésticos, fevereiro 2003

IBGE, Nota Técnica – Plano de Saúde , janeiro 2004

IBGE, Nota Técnica – Plano de Saúde , janeiro 2005

IBGE, Nota Técnica – Atualização das estruturas de ponderação a partir da POF 2002-2003, fevereiro 2005

IBGE, Nota Técnica – Atualização das estruturas de ponderação a partir da POF 2002-2003 – Continuação, janeiro 2006

IBGE, Nota Técnica – Metodologia de cálculo do subitem Mão-de-obra para Reparos do Domicílio no SNIPC, a partir da PME, janeiro 2007

IBGE, Nota Técnica – Ajuste na metodologia de cálculo do subitem Empregados Domésticos no SNIPC, a partir da PME, fevereiro 2007

IBGE, Nota Técnica – Serviço telefônico fixo pulsos para minutos - Transição – SNIPC, março 2007

RIZZIERI, J.; CARMO, H. Retrospectiva Histórica e Metodológica do IPC-FIPE, FIPE, 1995