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Página 1 de 15 NOTÍCIAS FISCAIS Nº 3.051 BELO HORIZONTE, 16 DE ABRIL DE 2015. “Felicidade nada mais é que boa saúde e memória ruim.” Albert Schweitzer STJ ACEITA USO DE SEGURO-GARANTIA............................................................................................. 2 MINISTROS DO STF ANALISAM NORMAS QUE REGULAMENTAM AS ORGANIZAÇÕES SOCIAIS ........................................................................................................................................................... 3 SENADO APROVA PEC DO COMÉRCIO ELETRÔNICO ....................................................................... 4 PRODUTORES DE FRUTAS PEDEM LIBERAÇÃO DE DEFENSIVOS ............................................... 6 STJ AUTORIZA PENHORA DE IMÓVEL HIPOTECADO EM FAVOR DE EMPRESA ..................... 6 COMPLEXIDADE DE REGRAS CONFUNDE O CONTRIBUINTE ....................................................... 7 SUBSTITUIÇÃO DO BENEFICIÁRIO DO REGIME ADUANEIRO ESPECIAL .................................. 8 RECEITA AVANÇA EM MOBILIDADE NAS DECLARAÇÕES .............................................................. 9 ALTERAÇÕES NO CADASTRO DE AGENTES AUTÔNOMOS ...........................................................10 NOVA CRISE ECONÔMICA E INSOLVÊNCIA TRANSNACIONAL ....................................................10 CARF, REEMBOLSO DE AÇÕES OU AQUISIÇÃO PARA TESOURARIA E OUTRAS QUESTÕES12

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NOTÍCIAS FISCAIS Nº 33..005511 BELO HORIZONTE, 16 DE ABRIL DE 2015.

“Felicidade nada mais é que boa saúde e memória ruim.”

Albert Schweitzer

STJ ACEITA USO DE SEGURO-GARANTIA ............................................................................................. 2

MINISTROS DO STF ANALISAM NORMAS QUE REGULAMENTAM AS ORGANIZAÇÕES SOCIAIS ........................................................................................................................................................... 3

SENADO APROVA PEC DO COMÉRCIO ELETRÔNICO ....................................................................... 4

PRODUTORES DE FRUTAS PEDEM LIBERAÇÃO DE DEFENSIVOS ............................................... 6

STJ AUTORIZA PENHORA DE IMÓVEL HIPOTECADO EM FAVOR DE EMPRESA ..................... 6

COMPLEXIDADE DE REGRAS CONFUNDE O CONTRIBUINTE ....................................................... 7

SUBSTITUIÇÃO DO BENEFICIÁRIO DO REGIME ADUANEIRO ESPECIAL .................................. 8

RECEITA AVANÇA EM MOBILIDADE NAS DECLARAÇÕES .............................................................. 9

ALTERAÇÕES NO CADASTRO DE AGENTES AUTÔNOMOS ...........................................................10

NOVA CRISE ECONÔMICA E INSOLVÊNCIA TRANSNACIONAL ....................................................10

CARF, REEMBOLSO DE AÇÕES OU AQUISIÇÃO PARA TESOURARIA E OUTRAS QUESTÕES12

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STJ aceita uso de seguro-garantia

Fonte: Valor Econômico. O Superior Tribunal de Justiça (STJ) admitiu, pela primeira vez, o uso de seguro garantia em execução fiscal. Os ministros resistiam à aceitação desse meio de assegurar o pagamento de cobranças judiciais de tributos porque não estava previsto na Lei de Execuções Fiscais Lei nº 6.830, de 1980. Até então, todas as decisões do STJ eram contrárias a grandes empresas. Contudo, em novembro, a Lei nº 13.043 tratou de incluir o seguro garantia no rol das modalidades previstas na Lei de Execuções Fiscais. E, em decisão publicada no dia 6, a 2ª Turma decidiu a favor da aplicação imediata da lei. No caso, definiu que a Fazenda Estadual de São Paulo terá que aceitar o seguro garantia oferecido pelo Makro Atacadista para fazer frente a uma dívida tributária. Nas ações de execução fiscal, as empresas são obrigadas a oferecer algum bem em garantia, se quiserem se defender da cobrança perante o Judiciário. O seguro garantia é usado pelas companhias nessas situações para evitar a necessidade de depósito judicial, de dar bens em penhora ou ainda fazer uma carta fiança. Nas discussões que envolvem dívidas tributárias, apenas a União aceitava o seguro garantia. Estados e municípios resistiam com o argumento de que a modalidade não estava prevista na Lei de Execuções Fiscais, ainda que já esteja no novo Código de Processo Civil (CPC) desde 2006. Cabia ao juiz, portanto, decidir se aceitaria ou não o seguro. Com a nova lei, a 2ª Turma do STJ foi unânime em aceitar o seguro garantia. Segundo a decisão, a jurisprudência da Corte, "em atenção ao princípio da especialidade, era no sentido do não cabimento, uma vez que o artigo 9º da Lei de Execuções Fiscais não contemplava o seguro garantia como meio adequado a assegurar a execução fiscal". Contudo, os ministros consideraram que a Lei nº 13.043, de 2014, deu nova redação ao artigo 9º, inciso II, da Lei de Execuções Fiscais, que passou a expressamente prever a possibilidade de o executado "oferecer fiança bancária ou seguro garantia". Para os ministros, como a norma é de cunho processual, ela possui aplicabilidade imediata aos processos em curso. O relator foi Herman Benjamin. Segundo o advogado que defendeu a Makro Atacadista no caso, Tércio Chiavassa, sócio do Pinheiro Neto Advogados, essa é a primeira decisão do STJ que passa a adotar a nova lei como fundamento. "Antes o STJ limitava a sua argumentação no sentido de que o seguro garantia não estava previsto na Lei de Execuções Fiscais", diz. Para o advogado, é mais vantajoso para a empresa usar o seguro garantia, que costuma ser mais barato que a carta de fiança. "Agora não deve haver mais dificuldades com a previsão expressa na lei", afirma. O fato de o seguro garantia não estar previsto na Lei de Execuções Fiscais era "um drama para os contribuintes", segundo o tributarista Luiz Gustavo Bichara, sócio do

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escritório Bichara Advogados. "Muitos Estados e municípios refutavam o seguro garantia e exigiam a carta de fiança." Agora com a lei, Bichara tem tentado substituir as cartas de fiança pelo segurogarantia em processos em andamento. "A nossa argumentação é a de que as duas formas estão previstas na Lei de Execuções Fiscais", afirma. Para ele, o seguro garantia pode ser até mais eficaz, já que as seguradoras possuem resseguro. Para o advogado Breno Ferreira Martins Vasconcelos, do escritório Mannrich, Senra e Vasconcelos Advogados, a decisão do STJ é perfeita ao aplicar a lei imediatamente, já que se trata de questão processual. Ele acrescenta que nos Tribunais de Justiça de São Paulo e do Rio de Janeiro, o uso do seguro garantia também já tem sido mais aceito após a edição da lei. "Não encontramos mais dificuldade", diz. Por meio de nota, a Procuradoria Geral do Estado de São Paulo informou que a decisão do STJ decorreu de processo antigo, que entrou no STJ em 2014, antes da Lei nº 13.043, de 2014. "A partir da edição dessa lei, a Fazenda Pública do Estado de São Paulo aceita a oferta do seguro garantia, desde que o devedor comprometa-se a renová-lo sucessivamente, até a satisfação do crédito, sob pena da seguradora realizar o depósito judicial do valor segurado, em caso de negativa da renovação".

Ministros do STF analisam normas que regulamentam as organizações sociais

Fonte: Valor Econômico. O Supremo Tribunal Federal (STF) retomou ontem o julgamento sobre a constitucionalidade da lei que trata das organizações sociais e da norma que autoriza o poder público a contratá-las sem licitação. Em voto vista, o ministro Marco Aurélio manifestou posicionamento contrário às organizações sociais. Dois outros ministros já haviam votado. O julgamento deve ser retomado hoje. Os ministros analisam ação direta de inconstitucionalidade (Adin) contra a Lei nº 9.637, de 1998, proposta há mais de 15 anos pelo PT e PDT. O processo também questiona a alteração na Lei de Licitações Lei nº 8.666, de 1993 que facilita a celebração de contratos de prestação de serviços com as organizações sociais. Os partidos políticos alegam violação de vários artigos da Constituição Federal. Para eles, a lei tentava transferir atividades desenvolvidas por autarquias e fundações públicas para entidades de direito privado, sem licitação. O Supremo já havia negado a medida cautelar solicitada no processo. O julgamento da Adin havia sido suspenso em 2011. No voto proferido ontem, o ministro Marco Aurélio deu parcial provimento ao pedido feito na Adin. Ele considerou as leis questionadas inconstitucionais, salvo o artigo 21 da Lei das Organizações Sociais. O artigo diz respeito à extinção do Laboratório Nacional de Luz Síncrotron e da Fundação Roquette Pinto. Para ele, esse ponto não poderia ser questionado por meio desse tipo de ação.

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Marco Aurélio considerou que alguns dispositivos caracterizavam uma privatização "que ultrapassa as fronteiras permitidas pela Constituição". Segundo ele, o Estado não pode se eximir da execução direta de atividades ligadas à saúde, educação, cultura e preservação do meio ambiente por meio de celebração de parcerias com o setor privado. Para embasar seu posicionamento, citou alguns artigos da Constituição, como o 218, que delega ao Estado a promoção e incentivo do desenvolvimento científico, pesquisa, capacitação científica e tecnológica e inovação. De acordo com o ministro, o texto constitucional para saúde, ensino, cultura e preservação do meio ambiente não dispensa a atuação direta do Estado, de maneira que não são compatíveis com a Constituição leis e programas de governo que deem papel meramente indutor do Estado nessas áreas, consideradas de grande relevância pelo constituinte. "As balizas definidas pela constituição impedem a administração de se desobrigar da atuação direta nos serviços públicos socialmente relevantes”, afirmou. O ministro também considerou inconstitucional a dispensa de licitação para contratação de organizações sociais, na redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998, a um artigo da Lei nº 8.666, de 1993. "As exceções à obrigatoriedade de licitação que venham a ser concebidas pelo legislador só terão legitimidade se houverem razões que a justifiquem”, disse. O relator, ministro Ayres Britto, e o ministro Luiz Fux já votaram, considerando parcialmente procedente a Adin. Os ministros não foram completamente contrários à existência das organizações sociais mas indicaram algumas restrições à lei. O julgamento foi interrompido após o voto do ministro Marco Aurélio e deve ser retomado hoje.

Senado aprova PEC do comércio eletrônico

Fonte: Valor Econômico. O Senado aprovou, em primeiro e segundo turnos, a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que cria regras para o compartilhamento do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) arrecadado com as operações por meio eletrônico — a chamada PEC do Comércio Eletrônico, que beneficia Estados compradores, ou seja, de destino de mercadorias e serviços. O Senado manteve o texto da Câmara dos Deputados e a PEC será promulgada pelo Congresso nesta quinta, em sessão convocada pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDBAL), para às 11h. As novas regras valerão a partir de 2016. Para os senadores dos Estados do Norte, Nordeste e CentroOeste, a PEC corrige uma distorção tributária. A emenda foi aprovada por unanimidade dos presentes, no primeiro e no segundo turnos (60 votos). Até os senadores de São Paulo — Estado que terá prejuízo com a mudança das regras — votaram a favor. A tramitação seguiu um rito especial, apoiado por todos os líderes partidários, que possibilitou a análise na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e no plenário em apenas dois dias, com quebra do prazo exigido.

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Pelo texto, os Estados de destino da mercadoria ou do serviço terão direito a uma parcela maior do tributo, se o consumidor final for pessoa física. Pela legislação em vigor, quando uma loja virtual vende ao consumidor final pessoa física localizado em outro Estado, o ICMS recolhido fica no Estado de origem, da loja. Essa alíquota do ICMS varia entre 17% (maioria), 18% (São Paulo, Minas Gerais e Paraná) e 19% (Rio de Janeiro). A PEC aprovada, que teve apoio do Confaz, estabelece que serão usadas as duas alíquotas (a interna e a interestadual) e a diferença entre elas será gradualmente direcionada ao Estado de destino do bem ou serviço, que após cinco anos ficará com 100%. No primeiro ano, o Estado de destino ficará com 20% e o de origem, 80%. No seguinte, esses percentuais serão, respectivamente, 40% e 60%. No terceiro ano, o Estado de destino ficará com 60% e o de origem, 40%. No outro, 80% ficarão com o Estado de destino e 20% com o de origem. E, no último, 100% do ICMS recolhido ficará no Estado de destino. "As regras do ICMS precisam ser alinhadas com a realidade, para que as receitas tributárias possam ser divididas progressivamente entre Estado de origem e Estado de destino, sem gerar mais imposto para a população. A PEC faz isso: viabiliza a repartição equilibrada, justa, do ICMS sobre o comércio eletrônico interestadual. Este é um dos melhores caminhos para a redução do que chamamos de guerra fiscal, porque evita o aumento da carga tributária e divide racionalmente o ICMS entre os Estados, de forma gradual. A proposta procura essencialmente equilibrar essa relação. Aprová-la significa promover uma redistribuição de receita pública em favor dos Estados menos desenvolvidos do Brasil", afirmou o relator, o líder do PMDB, Eunício Oliveira (CE). Segundo ele, o comércio eletrônico teve crescimento de 24% em 2014, em relação a 2013, chegando a 35,8 bilhões de reais de vendas no chamado comércio eletrônico. Até o final de 2015 o faturamento deve crescer mais 20%, chegando à casa dos 43 bilhões reais ao ano de vendas feitas por meio do comércio eletrônico. "O Nordeste é a segunda região com o maior número de compradores. A grande maioria das lojas virtuais, entretanto, está nos maiores centros onde se dá a arrecadação do ICMS. Dessa forma, os Estados mais pobres do Brasil, embora grandes consumidores, amargam um prejuízo cada vez maior, enquanto os Estados mais ricos acumulam cada vez mais receita. A atual regra, na nossa opinião, prejudica a sociedade em geral, pois resulta em transferência de riqueza para as regiões já industrializadas no Brasil", completou. José Serra (PSDBSP) votou a favor e deixou claro que esperava o apoio dos colegas dos outros Estados para propostas de repactuação federativo que beneficia São Paulo, como a regulamentação do indexador das dívidas dos entes da federação com a União e a reforma do ICMS para acabar com a guerra fiscal. Para ele, a PEC do Comércio Eletrônico faz parte de uma reforma do ICMS que precisa ser realizada. "De acordo com esta emenda, os Estados exportadores de produtos mediante comércio eletrônico saem perdendo. Estamos preocupados com finanças do Estado [São Paulo], mas

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também com a situação do país", disse Serra. Ele afirmou considerar um "equívoco" a cobrança na origem. "Essa medida entra num contexto da convalidação dos incentivos, da diminuição das alíquotas do ICMS e da mudança do indexador da dívida dos Estados e municípios com a União. São Paulo subscreveu essa proposta e espero que ela sirva de ponto de partida para maior celeridade à reforma do ICMS. Implica em concessões de todas as partes. Espero que esse entendimento se reflita em outros passos", afirmou o tucano, da tribuna. Pelo interesse na aprovação da PEC do Comércio Eletrônico, os senadores aprovaram, por unanimidade, a inversão da pauta de votações, para que essa proposta fosse votada antes do projeto que regulamenta a troca de indexador da dívida de Estados e municípios com a União. "Os recursos vão ser recebidos por todos os Estados. É o conceito da cobrança no destino. Uma questão de justiça. A PEC é um grande passo para buscar um pacto importante da federação", afirmou Delcídio Amaral (PT MS).

Produtores de frutas pedem liberação de defensivos

Fonte: Valor Econômico. Entidades que representam os produtores de frutas solicitaram ao Ministério da Agricultura a liberação de agroquímicos mais adequados ao uso em pequenas culturas — também chamadas de “minor crops”. O presidente da Associação Brasileira de Produtores e Exportadores de Frutas (Abrafrutas), Luís Roberto Barcellos, e da Comissão Nacional de Fruticultura da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Tom Prado, reuniramse ontem com a ministra Kátia Abreu para tratar do tema. Hoje, somente a empresa que detém a patente do defensivo pode pedir a extensão do uso no país — o que, muitas vezes, esbarra na falta de interesse das indústrias em atender pequenas culturas, defendem as duas entidades. Sem produtos específicos, muitos produtores acabam tendo de utilizar agroquímicos voltados a grandes culturas, como soja e milho. Em nota, a CNA informou que em outros países, agricultores, agrônomos e pesquisadores podem solicitar a extensão do uso de defensivos. Ainda de acordo com a confederação, a ministra Kátia Abreu disse que vai analisar a solicitação.

STJ autoriza penhora de imóvel hipotecado em favor de empresa

Fonte: Valor Econômico. É válida a hipoteca prestada por empresa que oferece bem imóvel de sua propriedade para garantir empréstimo de outra empresa. Mesmo que ambas as firmas tenham a mesma sócia como representante legal. Assim decidiu a 3ª Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ).

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Por maioria, os ministros rejeitaram um recurso em que a sócia e seu marido alegavam impenhorabilidade do imóvel por constituir bem de família. A maior parte dos ministros da 3ª Turma acompanhou o voto do ministro Marco Aurélio Bellizze. Ele afirmou que a alegação de impenhorabilidade é descabida, pois é impossível desconsiderar a personalidade jurídica da empresa. O casal era sócio na empresa e residia em imóvel de propriedade da firma, o qual foi dado como garantia hipotecária em favor de outra empresa – da qual a esposa também é sócia –, em contrato de empréstimo celebrado com o Banco do Brasil. Os dois também assinaram como avalistas. Em virtude da inadimplência e da execução da garantia hipotecária oferecida pela empresa, o casal invocou a impenhorabilidade do imóvel com base na Lei nº 8.009, 1990. Alegou que servia de residência para sua família. Segundo o ministro Marco Aurélio Bellizze, o reconhecimento da impenhorabilidade exigiria que se afastasse a personalidade jurídica da empresa, para assim aplicar a proteção da Lei 8.009. “Convém relembrar, porém, que a desconsideração da personalidade jurídica tem como objetivo a proteção do credor, de modo que não me parece razoável a aplicação do instituto em seu prejuízo”, observou o ministro. Ainda que a desconsideração fosse possível, o ministro disse que isso levaria à aplicação da regra que retira a proteção do bem de família quando ele é oferecido como garantia em hipoteca pelo casal, já que a dívida foi contraída em benefício próprio.

Complexidade de regras confunde o contribuinte

Fonte: DCI. A evolução na forma de apresentação da declaração de Imposto de Renda tem um significado expressivo. "Os números por si só mostram essa relevância", constata o supervisor nacional de Imposto de Renda da Receita Federal, Joaquim Adir. Nos anos 1990, quando os microcomputadores começaram a fazer parte do cotidiano dos brasileiros, apenas 3% dos declarantes enviavam a obrigação em disquete. Hoje a entrega é 100% via internet para os 27,5 milhões de declarantes. Até para quem está habituado ao avanço tecnológico e facilidade no preenchimento da entrega da declaração, como o vice-presidente administrativo do Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis e das Empresas de Assessoramento, Perícias, Informações e Pesquisas no Estado de São Paulo (Sescon-SP), Wilson Gimenez Júnior, ainda se impressiona com a agilidade das informações transmitidas, cruzamento das mesmas e a identificação de erros que acarretam em retificações e multas. E para cair na malha, é um passo. Pesquisa da multinacional holandesa Wolters Kluwer Prosoft indicou que, entre duas mil empresas contábeis de 21 estados, 84,65% sempre fazem algum tipo de retificação após a entrega das declarações ao Fisco. Outras 15,35% disseram não registrar malha fina nas declarações de seus clientes.

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"Somente em 2014 o Leão pegou 937 mil contribuintes por causa de inconsistências nas informações prestadas", diz o coordenador da pesquisa, Danilo Lollio, gerente da Wolters Kluwer Prosoft. A pesquisa revela que 68,20% das empresas entrevistadas desconsideram o emprego de soluções que garantam - ou ao menos minimizem - a possibilidade de que seus clientes caiam na malha fina. Com 25 anos de atividade na prestação de serviços contábeis e financeiros, a NTW considera a modernização fator indispensável para atender às necessidades da Receita Federal. "Hoje a Receita possui praticamente toda a movimentação do indivíduo (pessoa física), o que ele recebeu e pagou, de quem e para quem. Por isso, orientamos nossos clientes atentarem para a relação gastos x receitas e guardarem uma série de documentos. Assim sendo, é mais fácil fazer a declaração com seus devidos lançamentos", sintetiza o gerente da NTW de Belo Horizonte, André Jorge de Araújo. Segundo o executivo, as mudanças inseridas na declaração de IRPF 2015 desfavorecem as pessoas que receberam o 13º salário. "Elas estão sendo prejudicadas, uma vez que o mesmo não está sendo contemplado na base de cálculo, interferindo no valor a restituir ou a pagar", comenta.

Substituição do beneficiário do regime aduaneiro especial

SOLUÇÃO DE CONSULTA COSIT Nº 93, DE 07 DE ABRIL DE 2015 (Publicado(a) no DOU de 15/04/2015, seção 1, pág. 13) ASSUNTO: REGIMES ADUANEIROS EMENTA: ADMISSÃO TEMPORÁRIA - UNIDADES DE CARGA. Na vigência do regime aduaneiro especial de admissão temporária de unidades de carga, poderá ser autorizada a substituição do beneficiário do regime, assim como a mudança de finalidade dos bens admitidos temporariamente. São responsáveis solidários por infrações relativas às unidades de carga, importadas sob o regime de admissão temporária, os beneficiários do regime, salvo se comprovada que a irregularidade ocorreu após a regular transferência, caso em que somente o novo beneficiário será responsável. A alienação, para o mercado nacional, dos bens admitidos em regime de admissão temporária só poderá ocorrer com a extinção do regime, realizada com o despacho para consumo. DISPOSITIVOS LEGAIS: Decreto-Lei nº 37, de 18 de novembro de 1966; Decreto nº 6.759, de 5 de fevereiro de 2009 - Regulamento Aduaneiro; Instrução Normativa RFB nº1.361, de 21 de maio de 2013; Instrução Normativa nº 1.396, de 16 de setembro de 2013.

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Receita avança em mobilidade nas declarações

Fonte: DCI. A cada ano a Receita Federal oferece novos recursos para facilitar o acerto de contas com o Fisco. Em 2015, o contribuinte ganhou flexibilidade no preenchimento da declaração do Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF). O processo pode ser iniciado em um equipamento e concluído em outro, seja um desktop, um tablet ou um smartphone; os dados ficam armazenados em um ambiente privado, e um novo acesso pode ser feito utilizando senha. A declaração também pode ser preenchida on-line diretamente na página da Receita Federal e enviada sem a necessidade de fazer o download do programa. Outro recurso do Imposto de Renda da Pessoa Física 2015 foi o Rascunho, que permite fazer antecipadamente o lançamento dos dados e depois transportar automaticamente para a declaração. O documento ficou disponível a partir de outubro do ano passado e até janeiro deste ano 32 mil Cadastros de Pessoas Físicas (CPFs) fizeram uso dessa facilidade, 12 mil acessos foram feitos via aparelhos móveis. A opção foi suspensa no início do prazo de entrega da declaração e deve ser aberta novamente depois de concluí- da a entrega, no fim deste mês. A Receita Federal também acrescentou informações na declaração pré-preenchida, que neste ano, além dos dados da Declaração do Imposto de Renda Retido na Fonte (Dirf), passou a incorporar informações da Declaração de Serviços Médicos e de Saúde (DMED) e da Declaração de Informações sobre Atividades Imobiliárias (Dimob). "A cada ano novas informações devem ser agregadas", diz o auditor fiscal e supervisor regional do Imposto de Renda no Estado de São Paulo, Valter Koppe. Para utilizar a declaração pré-preenchida o contribuinte precisa ter o certificado digital. O uso é opcional e, de acordo com a Receita Federal, no ano passado 120 mil contribuintes fizeram essa opção, acrescenta o especialista. O consultor tributário do IOB/Sage, Antonio Teixeira Bacalhau, ressalta que mesmo que a opção seja pela declaração pré-preenchida não se pode descuidar, a responsabilidade pela entrega é do contribuinte, que deve checar cuidadosamente as informações e incluir o que for necessário. Para o executivo, a iniciativa deve reduzir os problemas com a malha fina, pois evitará erros. "A tendência é de que daqui a algum tempo toda a declaração passe a ser oferecida pelo próprio Estado, mas vai demorar um pouco. Será preciso incluir outros dados, como os negócios realizados entre pessoas físicas", afirma o professor do CBA Finanças de Controladoria do Ibmec/DF, Humberto Castro, acrescentando que o contribuinte terá menos poder de decisão em relação a suas ações na hora de declarar. DICAS A declaração também pode ser preenchida on-line Outro recurso do IRPF foi o Rascunho, que permite lançar antes os dados da declaração Para a declaração pré-preenchida o contribuinte precisa de certificado digital

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Alterações no cadastro de agentes autônomos

Fonte: CVM. A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) editou ontem, 15/4/2014, a Instrução CVM 562, alteradora da Instrução CVM 510, que dispõe sobre o cadastro de participantes do mercado de valores mobiliários. O objetivo é tornar possível que entidades credenciadoras e autorreguladoras conduzam todo o processo de verificação e acompanhamento da consistência e da atualização cadastral dos agentes autônomos de investimento. “A CVM entendeu que, em casos nos quais essas entidades já prevejam uma dinâmica de gestão cadastral de participantes de mercado regulados, há significativa sinergia nesse processo”, complementou o gerente de estrutura de mercado e sistemas eletrônicos, Daniel Maeda. Para tanto, as entidades devem estar especificamente autorizadas pela CVM a realizar esse procedimento, conforme regras que necessitam, igualmente, ser submetidas e aprovadas pela Autarquia. Assim, em linha com recente decisão do Colegiado da CVM, além da necessidade já vigente de manter seus cadastros atualizados na Associação Nacional das Corretoras e Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários, Câmbio e Mercadorias – ANCORD, os agentes autônomos também deverão, a partir de agora, prestar a declaração anual de conformidade prevista na Instrução CVM 510/11 diretamente àquela entidade autorreguladora. Acesse a íntegra da Instrução CVM 562.

Nova crise econômica e insolvência transnacional

Por Richard S. Kebrdle e Fabiana Solano para o Valor Econômico. A complicada crise financeira que assolou algumas das maiores empresas do país trouxe à tona os novos desafios enfrentados no cenário da insolvência transnacional. Há um número crescente de casos nas cortes norte-americanas visando estender os efeitos de recuperações e falências brasileiras nos Estados Unidos, por meio dos novos mecanismos de cooperação internacional adotados pelo "Bankruptcy Code”, o Código de Falências norte-americano. Se no Brasil 2005 foi um marco para selar os novos rumos da insolvência, com a promulgação da Lei nº 11.101, nos Estados Unidos foi o ano em que se introduziu o conceito de Chapter 15 no Bankruptcy Code, como um dos mecanismos que trouxeram uma solução aos casos de insolvência no mundo globalizado. No Brasil, a lei de recuperação e falências foi uma boa solução para as empresas em crise, e veio junto com os bons ventos da economia brasileira, que em 2010 cresceu 7,5%, na contramão do tsunami econômico de 2008. Com as captações externas em alta, e os Estados Unidos liderando o ranking entre investidores, as empresas brasileiras passaram a ter maior alavancagem. E os reveses econômicos sofridos nos últimos meses comprometeram a capacidade de adimplemento de grandes conglomerados no país. Foi

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então que surgiu o novo ingrediente ao pacote da insolvência: as obrigações dos devedores brasileiros com seus investidores estrangeiros. Bancos internacionais e investidores que adquiriram notas emitidas no exterior os bondholders passaram a atuar no Brasil para proteger e maximizar o recebimento dos seus créditos, no ambiente propício criado pela Lei nº 11.101/05. Já as devedoras brasileiras, com bens e credores no exterior, precisaram de uma resposta rápida, principalmente da Justiça norte-americana, para ver seus planos de restruturação funcionarem. No Brasil, por exemplo, ao dar início à recuperação, o juiz determina a suspensão das execuções contra o devedor por 180 dias para por fim à corrida desenfreada dos credores e à dilapidação do patrimônio da empresa, enquanto o processo de negociação da dívida avança. A decisão judicial brasileira, contudo, não é suficiente para estancar a sangria nos Estados Unidos. O ajuizamento de um Chapter 15 se faz necessário para brecar execuções e cobranças no exterior. Outro problema das devedoras é como lidar de modo eficiente com a restruturação das suas obrigações. Nos casos de títulos de dívida (bonds) regulados pela lei norte-americana, que constituem a grande maioria de bonds emitidos por investidores brasileiros, os investidores em geral detêm interesses em uma "nota global" mantida por um agente intermediário (trustee). Para que esse agente intermediário possa efetuar a troca dessa "nota global" e pagar os investidores nos termos de um plano de recuperação aprovado no Brasil, ele normalmente exige que seja proferida uma ordem pela corte americana. Não bastasse, sem que haja uma ordem da corte americana dando plenos efeitos ao plano aprovado pela Justiça brasileira, os bondholders podem assumir que a recuperação não se aplica a eles, e iniciar medidas como a penhora de bens nos Estados Unidos, ainda que anos após a aprovação e cumprimento de um plano de recuperação no Brasil. Nesse contexto, o Chapter 15 norteamericano caiu como uma luva para as devedoras brasileiras e investidores internacionais, agregando valor à recuperação das devedoras brasileiras. O Chapter 15 nada mais é que a adoção nos Estados Unidos da Lei Modelo de Insolvência Transnacional da Uncitral Comissão das Nações Unidas sobre o Direito do Comércio Internacional. É medida auxiliar aos casos de insolvência ajuizados pelo devedor no seu país de origem, com o objetivo de facilitar a recuperação de negócios em crise financeira e promover a justa e eficiente administração de insolvências transnacionais. Nesse contexto, a Corte norte-americana adquire poderes para não só suspender as execuções contra a devedora, fazendo valer as decisões proferidas pela justiça brasileira, como também reconhecer e dar efeitos aos planos de recuperação homologados no Brasil nos Estados Unidos. A ideia é cooperar com as decisões da Justiça brasileira, desde que tratem os credores de forma justa e seus interesses estejam suficientemente protegidos, sem violar a ordem pública norte-americana.

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No atual contexto de crise econômica, é um alívio poder contar com os recursos da Lei 11.101/05 e do Chapter 15 que, juntos, permitem que os investidores estrangeiros e devedores brasileiros renegociem suas dívidas num ambiente que promove segurança jurídica, rapidez, preservação de valores e consolidação das relações econômicas transnacionais. Aguardemos os próximos capítulos, na esperança de que solidifiquem a jurisprudência nos dois países, trazendo resposta a temas controvertidos, que ainda geram muita insegurança nesse relevante mercado de ativos de risco.

Carf, reembolso de ações ou aquisição para tesouraria e outras questões

Por Mary Elbe Queiroz e Antonio Elmo Queiroz para o Conjur. O perfeito enquadramento jurídico dos fatos permite a devida tributação, como se percebe no caso abaixo, em que uma autuação tratou uma aquisição de ações, por parte de companhia, como reembolso a acionista (artigo 45 da Lei 6.404/76), o que provocou a tributação do ganho na operação. Por sua vez, a empresa defendeu-se apontando que era uma compra de ações para manter em tesouraria (artigo 30 da Lei 6.404/76), operação que não é base de cálculo para a tributação pois não transita por conta de resultado. Julgando a questão, Turma do Carf decidiu, ante a similitude das duas operações, pela desoneração porque o diferencial está na previsão especial da lei, já que só se caracterizaria como reembolso se a aquisição ocorresse por força do direito de retirada de acionista, o que não era o caso; assim ementado: Acórdão 1102-001.219 (publicado em 24.02.2015) RECURSO DE OFÍCIO. OMISSÃO DE RECEITAS. AQUISIÇÃO DE AÇÕES PELA PRÓPRIA COMPANHIA. A aquisição de ações pela própria Companhia não pode ser equiparada à operação de reembolso de que trata o art. 45 da Lei das S.A. (pagamento feito a acionistas dissidentes de deliberação de assembleia especial). O artigo 442 do RIR/99 dispõe que não será computado na determinação do lucro real eventual lucro na venda de ações em tesouraria.

Cartão de incentivo O marketing de premiação, via cartão de incentivo para colaboradores de empresas, vem sendo caracterizado pelo fisco federal como remuneração a segurado obrigatório; como no caso abaixo, de uma autuação de contribuição previdenciária. Todavia, apreciando o caso, Turma do Carf afastou a autuação, porque, nesses casos, não se pode fazer logo um arbitramento da base de cálculo (artigo 33, parágrafo 3º da Lei 8.212/91) sem providências prévias mínimas; assim ementado e fundamentado: Acórdão 2803-004.165 (publicado em 24.03.2015)

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RECURSO VOLUNTÁRIO. SISTEMA DE PREMIAÇÃO POR CARTÃO DE PROGRAMA DE INCENTIVO E MARKETING. AUSÊNCIA DE DEMONSTRAÇÃO DA RELAÇÃO ENTRE A RECORRENTE E OS SUPOSTOS BENEFICIÁRIOS. BENEFICIÁRIOS CARACTERIZADOS EMPREGADOS SEM A DEMONSTRAÇÃO DOS PRESSUPOSTOS LEGAIS. FALTA DE DEMONSTRAÇÃO QUE OS VALORES PAGOS SÃO VERBAS REMUNERATÓRIAS/SALÁRIOS. NECESSIDADE DE USO DE OUTROS MEIOS DE INVESTIGAÇÃO E PROVA. O FISCO PODERIA OBTER AS INFORMAÇÕES DE OUTRA FORMA A DEMONSTRAR SUAS ALEGAÇÕES E CONCLUSÕES COM MAIOR ROBUSTEZ E EM BASES MAIS SÓLIDAS. Recurso Voluntário Provido. Voto (...) Para a consideração dos beneficiários na qualidade de segurados empregados o fisco tem o dever de demonstrar a ocorrência/existência dos pressupostos da relação de emprego, nos termos do artigo 3º, do Decreto-Lei 5.452/1943 c/c o artigo 229, §2º, do Decreto 3.048/99. Mas, não é só nos termos do contrato de prestação de serviços a “MM” tinha o dever contratual de fornecer mensalmente a listagem dos beneficiários e os respectivos valores a serem repassados. Assim sendo, cabia ao fisco ter solicitado a recorrente o fornecimento de tais informações e não a GFIP, folha de pagamento e GPS, pois sabidamente tais documentos não teriam essas informações. Na recusa da recorrente em fornecer os documentos e informações utilizados com base no contrato para informar a “EE” os beneficiários e valores repassados a cada um deles, cabia ao fisco autuá-la (a recorrente) por descumprimento de dever instrumental e a partir daí intimar a “EE” a fazê-lo, nos termos do artigo 197, da Lei 5.172/66 c/c artigo 33, §2º, da Lei 8.212/91, isto é, solicitar a “EE” a apresentação dos documentos, uma vez que era ela quem promovia os pagamentos, tendo assim como identificar os beneficiários, atuando-a, também, em caso de recusa. (...) Assim com esses esclarecimentos, ainda, em preliminar entendo que o fisco não demonstrou adequadamente a ocorrência do fato gerador e muito menos serem os supostos beneficiados do programa de incentivo e marketing colaboradores da recorrente e ainda que tais valores possuam a natureza remuneratória, pois não investigou adequadamente os elementos fáticos da relação jurídica, embora fosse possível fazê-lo.

Industrialização A busca pelo perfeito enquadramento jurídico dos fatos pode levar à multiplicidade de enfoques, como pode ser observado no caso abaixo, de contribuinte que importava

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embalagens, fazia a rotulagem, para vendê-las para terceiros utilizarem para acondicionar ovos. O fisco tributou o contribuinte em IPI já que, por não realizar operação típica de industrialização (artigo 3ª da Lei 4.502/64), não podia se beneficiar de regime de suspenção de IPI, destinado apenas para estabelecimentos industriais (artigo 29 da Lei 10.637/02); em que pese poder ser tributado em IPI, pois equiparado a industrial (artigo 4º, inciso I, da Lei 4.502/64). Já o contribuinte recorreu, apontando que não fazia apenas rotulagem, e sim a industrialização de estojos, via modificação do acabamento do produto importado, conforme laudo técnico juntado; logo enquadrando-se na norma suspensiva. Apreciando a questão, Turma do Carf adotou outro enfoque, observando que o contribuinte foi contratado para fornecer um produto industrializado, e não apenas para realizar uma atividade-meio; o que levou ao cancelamento da tributação ante o regime de industrialização e suspensão; assim ementado e fundamentado: Acórdão 3301-002.611 (publicado em 13.04.2015) IPI, ISS OU ICMS. INCIDÊNCIA Somente o negócio jurídico do qual se obtém a contraprestação contratada é que pode ser tributado. As atividades subsidiárias do negócio não podem ser tributadas porque não têm cunho econômico. Cada contribuinte deve ser tributado de acordo com suas manifestações objetivas de riqueza que estão representadas na contraprestação da operação entabulada. Recurso Voluntário Provido Voto Vencedor (...) Quanto ao mérito, tenho me posicionado que para fins de tributação é a essência do negócio jurídico entabulado é o que importa para se saber qual é o tributo incidente. Assim, sobre as atividades nas quais a essência é a prestação de serviços, incidirá ISS. Nas operações aonde a obrigação for de dar um produto, incide o ICMS e/ou o IPI. (...) O que pode ser tributado, portanto, é somente o negócio jurídico do qual se obtém a contraprestação contratada, não as atividades subsidiárias, porque essas não têm cunho econômico e cada contribuinte deve ser tributado de acordo com suas manifestações objetivas de riqueza que estão representadas na contraprestação da operação entabulada, do negócio jurídico. Por isso o artigo 116 do Código Tributário Nacional expressa que considera-se ocorrido o fato gerador, desde o momento em que o se verifiquem as circunstâncias materiais necessárias a que produza os efeitos que normalmente lhe são próprios. Assim, no caso em exame, para considera-se ocorrido o fato gerador desde o momento em que se verifiquem as circunstancias materiais necessárias a que produza os efeitos que normalmente lhe são próprios, tem-se por ocorrido o fato gerador somente quando da entrega do produto industrializado em condições para utilização adequada de armazenamento dos ovos.

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A atividade, mesmo que simples, de ajustar a embalagem para permitir o uso da mesma é que, em essência, representa o negócio jurídico entabulado. Não há mera revenda porque o produto, sem as modificações realizadas na fase industrial não se presta para os fins do negócio entabulado. Trata-se de industrialização, não de mera compra e venda. Para efeito de incidência do ISS ou do IPI, vale apontar, somente pode ser tributado o fato (circunstância necessária) que produziu a riqueza (representação da capacidade econômica). Destarte, aonde incidir ISS não incide IPI. Tenho que a atividade-fim sempre poderá ser tributada pelo IPI, ICMS ou pelo ISS, porém a atividade-meio não, uma vez que a relação consequente tem como objeto uma prestação pecuniária, uma obrigação, que somente pode incidir sobre fatos. A atividade-fim é a prestação ao qual se propôs o contribuinte a realizar mediante remuneração financeira (a contraprestação), de modo que a contribuinte receberá dinheiro para realizar aquela determinada atividade-fim contratada e somente ela pode ser tributada, independentemente de quais ou quantas atividades-meio existirem. Repito, no caso da atividade em comento o fato econômico tributado é a industrialização, não o serviço. Para nada serviriam as caixas se os ovos nelas não servissem. Nesse sentido voto por dar provimento ao recurso voluntário. O boletim jurídico da BornHallmann Auditores Associados é enviado gratuitamente para clientes e usuários cadastrados. Para cancelar o recebimento, favor remeter e-mail informando “CANCELAMENTO” no campo assunto para: <[email protected] >.