22
Federação Portuguesa de Ténis 1925-2015 Notícias do ténis EDIÇÃO ONLINE MAIO 2015 Outra final GENEVA OPEN

NT Maio 2015

Embed Size (px)

DESCRIPTION

 

Citation preview

Page 1: NT Maio 2015

Federação Portuguesa de Ténis 1925-2015

Notícias do ténis

EDIÇÃO ONLINE MAIO 2015

Outra final

GE

NE

VA

OP

EN

Page 2: NT Maio 2015

Em todo o mundo, e também

nas provas organizadas em Portugal, os executan-tes portugue-ses, seja em que escalão

etário for, demonstram valor. E mos-

tram que o trabalho de fundo,

metódico e competente,

existe

2 FEDERAÇÃO PORTUGUESA DE TÉNIS

Federação Portuguesa de Ténis

Rua Ator Chaby Pinheiro, 7A — 2795-060 Linda-a-Velha | Tel.: 214 151 356 | Fax: 214 141 520 | [email protected]

EDIÇÃO ONLINE Direção: Vasco Costa | Coordenação: José Santos Costa

J oão Sousa voltou a ser notí-cia. O percurso do número um português em Genebra

terminou com o título de vice-campeão em singulares. O vima-ranense realizou cinco encontros e apenas foi travado pelo brasilei-ro Thomaz Bellucci.

Com a presença na final indivi-dual do torneio suíço de categoria 250 — a quarta na carreira do por-tuguês treinado por Frederico Mar-ques —, João Sousa amealhou mais 150 pontos para o «ranking» mundial, aproximando-se do máxi-mo pessoal e do ténis luso: 35.º posto.

Não falta muito tempo para com-pletar-se um ano do recorde de João Sousa, assim como a distân-cia para o 35.º lugar alcançado a 14 de julho do ano passado encurta-se com os pontos con-quistado pelo vimaranense com a presença na eliminatória dois do quadro principal de singulares de Roland Garros, a segunda prova do «Grand Slam» da temporada.

O registo de João Sousa na hie-rarquia mundial é importante não só a nível pessoal, mas também para o ténis português. Já o disse neste espaço que os êxitos de João Sousa constituem um estí-mulo para os mais jovens, um motivo de orgulho para todos os entusiastas da modalidade, e não só, e uma marca indelével do ténis conjugado em português.

Em todo o mundo, e também nas provas organizadas em Portu-gal, os executantes portugueses, seja em que escalão etário for,

Um desejo comum Editorial

VASCO COSTA

Presidente da Federação Portuguesa de Ténis

demonstram valor. E mostram que o trabalho de fundo, metódico e competente, existe. Tudo isto nos leva a um desígnio: um ténis por-tuguês de qualidade. E, já agora, o mesmo para o ténis de praia, o ténis em cadeira de rodas e o padel.

É certo que há obstáculos a con-tornar, barreiras a transpor. Isso é indissociável, mesmo na vida de cada um de nós. Mas a nossa for-ça — a de todos, sem fronteiras e motivos de divisão muitas vezes injustificadas — permitirá criar obras. Possibilitará outros valores despontarem, outros Sousas, nas cíclicas renovações geracionais e que os recordes se continuem a bater e o nome de Portugal se continue e a elevar.

É esse o desejo que deve ser comum.

Page 3: NT Maio 2015

Em Genebra, João Sousa jogou a quarta final em singulares no ATP World Tour. Com o brasileiro Thomaz Bellucci como

oponente, o vimaranense foi vice-campeão na prova helvética, de categoria 250, disputada em terra batida. Foi a quinta final indivi-

dual no ténis português, que regista oito na variante de pares. Retrospetiva nas páginas seguintes.

Outra final

FEDERAÇÃO PORTUGUESA DE TÉNIS 3

GE

NE

VA

OP

EN

João Sousa sagrou-se vice-campeão em Genebra,

na quarta final individual no ATP World Tour

Page 4: NT Maio 2015

PUBLICIDADE ………….………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………….…………………

4 FEDERAÇÃO PORTUGUESA DE TÉNIS

J oão Sousa jogou a quarta final em singulares no ATP World Tour. No pó de tijolo do

torneio de Genebra, de categoria 250, o número um português na atualidade e de sempre terminou como vice-campeão. No evento suíço, João Sousa disputou a primeira final em singu-lares no circuito ATP nesta tempo-rada, depois de, no ano passado, ter inscrito o nome nos derradeiros encontros de Bastad (Suécia) e Metz (França), sem que tenha conseguido averbar o segundo título, juntando-o ao conquistado em Kuala Lumpur (Malásia), em 2013. Na competição malaia, João Sousa — voltou a garantir a pre-sença na segunda ronda de Roland Garros, a segunda prova do “«Grand Slam» do ano — tor-nou-se no primeiro tenista portu-guês a vencer um torneio em sin-gulares do calendário do ATP World Tour. Mas outros portugue-ses estiveram em finais do circuito profissional da associação de tenistas. O primeiro português na atribui-ção de um título individual de um torneio do ATP World Tour foi Fre-derico Gil, em 2010. . Nessa altura, o treinador de Gil era João Cunha e Silva, que, con-

juntamente com João Sousa, apresenta quatro finais no circuito da associação profissional de tenistas. No entanto, o número um júnior mundial em 1985 discutiu o título apenas em pares.

No ano passado, João Sousa jogou os encontros decisivos de

Bastad (Suécia) e

Metz (França), sem que tenha

conseguido

juntar o título ao

conquistado em Kuala

Lumpur, na Malásia, em

2013

No dia em que festejou o 30.º aniversário, Frederico

Gil recebeu a comunicação de atribuição de «wild

card» para a fase prévia

D.R

.

Page 5: NT Maio 2015

PUBLICIDADE ………….………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………….…………………

FEDERAÇÃO PORTUGUESA DE TÉNIS 5

João Cunha e Silva foi o primei-ro tenista português a jogar uma final no circuito organizado pela ATP. Foi em 1989, em Nancy, ao lado do belga Eduardo Masso, nascido na Argentina. Os dois

tiveram de contentar-se com o tro-féu destinado aos vice-campeões. Em 1992, Cunha e Silva con-quistou o primeiro título de um português no principal circuito pro-fissional do mundo. Com Mike

João Cunha e Silva foi o primeiro

tenista português

a jogar uma

final no circuito

ATP. Aconteceu em 1989,

em França, em pares. Em 1992,

Cunha e Silva

somou o primeiro de

dois títulos, o último ao lado

de Nuno Marques

João Sousa e Frederico Marques

exibem o troféu conquistado em Genebra

Page 6: NT Maio 2015

PUBLICIDADE ………….………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………….…………………

6 FEDERAÇÃO PORTUGUESA DE TÉNIS

Bauer, dos Estados Unidos, como parceiro, o tenista português ven-ceu em Tel Aviv, em Israel. Cunha e Silva acabou por con-seguir a presença em mais duas finais, ambas em Casablanca (Marrocos). Em 1995, com Ema-nuel Couto a seu lado, sagrou-se vice-campeão, para dois anos vol-vidos arrecadar o título, com Nuno Marques. O atual selecionador nacional na Taça Davis tem outras duas finais no circuito, ambas também em pares e sem lograr o título. Nuno Marques jogou o encontro de atri-buição do torneio de Newport, em 1995, com o australiano Paul Kil-derry, e, no ano seguinte, esteve na decisão de Bournemouth, ao lado do francês Rodolphe Gilbert. Além da final com João Cunha e Silva, em 1995, em Casablanca, Emanuel Couto, atualmente trei-nador de Portugal na Taça Davis e selecionador de sub-18, venceu um torneio no circuito ATP, con-juntamente com Bernardo Mota. Os dois venceram no Porto, em 1996.

A primeira final. A primeira

final individual de um tenista portu-guês no circuito da associação de tenistas foi disputada por Frederi-co Gil, no Jamor, em 2010, no Estoril Open. Perante uma assistência que

Em 2010, no Jamor,

Frederico Gil jogou

a primeira

final em singulares de

um tenista

português no principal

circuito sob égide

da ATP

GE

NE

BR

A O

PE

N

não se cansou de apoiar o portu-guês, Frederico Gil não conseguiu ultrapassar o espanhol Albert Montañes em encontro de três partidas e sagrou-se vice-campeão. Dois anos depois, Frederico Gil voltou a um embate de atribuição de um título no ATP World Tour. No Chile, no evento de Viña del Mar, o tenista natural de Lisboa e residente em Sintra e o espanhol Gimeno-Traver foram campeões. O êxito alcançado na América do Sul por Frederico foi o quarto em pares de tenistas portugueses no circuito. Ao todo, jogaram-se oito finais. Em singulares, jogaram-se cinco derradeiros encontros no conjunto de provas sob a égide da ATP — quatro de João Sousa e uma de Frederico Gil (não se inclui os con-frontos de atribuição do título em categoria «Challenger»). Somando as finais de singula-res com as de pares no circuito ATP, o ténis português tem, até à atualidade, um total de 13 encon-tros decisivos, nos quais participa-ram seis tenistas: João Cunha e Silva (quatro finais em pares), Nuno Marques (três em pares), Emanuel Couto (duas em pares), Bernardo Mota (uma em pares), Frederico Gil (uma em singulares e outra em pares) e João Sousa (quatro em singulares.

Page 7: NT Maio 2015

PUBLICIDADE ………….………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………….…………………

FEDERAÇÃO PORTUGUESA DE TÉNIS 7

GE

NE

BR

A O

PE

N

As finais de João Sousa

Metz (França)

Setembro de 2014

David Goffin (Bel)-João Sousa 6-4 e 6-3

Genebra (Bélgica)

Maio de 2015

Thomaz Bellucci (Bra)-João Sousa 7-6 (4) e 6-4

Bastad (Suécia)

Julho de 2014

Pablo Cuevas (Uru)-João Sousa 6-2 e 6-1

Kuala Lumpur (Malásia)

Setembro de 2013

João Sousa-Julien Benneteau (Fra) 2-6 7-5 e 6-4

Page 8: NT Maio 2015

Em 2017, a ITF perspetiva que os torneios possam ter «prize money» entre 15 mil e 125 mil dólares. Valores que aumentam em 2018. «O ITF Pro Circuit é a base do ténis profissional. Estes aumentos de ‘prize money’ terão um efeito considerável e positivo nos joga-dores, em todos os níveis do

Os torneios de 10 mil

dólares nos

circuitos profissionais

da ITF, em masculinos e

femininos, acabam no final deste

ano. Para 2018, a federação

internacional prepara um

conjunto de outras alterações

8 FEDERAÇÃO PORTUGUESA DE TÉNIS

PUBLICIDADE ………….…………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………...………………………

N o próximo ano, a cor do dinheiro vai mudar no cir-cuito profissional da ITF,

ao mesmo tempo em que a distri-buição dos torneios com diferente «prize money» obedecerá a crité-rios geográficos. A decisão das alterações no cir-cuito profissional da ITF foi toma-da após uma exaustiva consulta a cerca de oito mil tenistas, treina-dores e federações nacionais. O objetivo é criar mais oportunida-des para os jogadores em todo o mundo, considerando que o ITF Pro Circuit, em masculinos e femi-ninos, é o primeiro patamar do profissionalismo. No circuito profissional reserva-do a tenistas masculinos, os tor-neios dotados de prémios monetá-rios no valor de 10 mil dólares acabam. Estes eventos passam a distribuir 15 mil dólares pelos par-ticipantes, em singulares e nos pares, a partir de janeiro de 2016. Os torneios de 15 mil dólares atualmente existentes aumentam o «prize money» para 25 mil dóla-res e a ITF prepara um conjunto de outras alterações para 2018. No ITF Women, que consagra provas de 10 mil a 100 mil dóla-res, a categoria de competições de 15 mil dólares é extinta no pró-ximo ano, passando estes torneios a disponibilizar prémios monetá-rios no valor de 25 mil dólares.

A outra cor do dinheiro

Page 9: NT Maio 2015

jogo» considerou o presidente da ITF, Francesco Ricci Bitti, que não se vai recandidatar a um novo mandato. Ricci Bitti assinalou que o circui-to profissional da ITF, em masculi-nos e femininos, «é a base do pro-fissionalismo, no qual a próxima geração de profissionais de topo será desenvolvido».

No ano passado, o ITF Pro Cir-cuit, em masculinos e femininos, que ajuda à transição de tenistas juniores para seniores, teve um total de 1.231 torneios, distribuí-dos por 80 países. Nas provas competiram cerca de 13.300 tenis-tas e o total de «prize money» nos ITF Futures e ITF Women fixou-se em 18 milhões de dólares.

FEDERAÇÃO PORTUGUESA DE TÉNIS 9

PUBLICIDADE ………….…………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………...………………………

A outra cor do dinheiro Desde o início do ano, mês de fevereiro, dis-putaram-se já em Por-tugal os «Futures» de Vale do Lobo, Faro, Loulé, Caldas da Rain-ga, Coimbra, Pombal e Idanha-a-Nova (o Cir-cuito Internacional de Ténis de Idanha-a-Nova integrou dois torneios seguidos), enquanto no ITF Women decorreram as provas de Ponta Delgada (duas sema-nas consecutivas, em

abril). Por agora, estão con-firmados mais três «Futures»: em Castelo Branco e o clássico Porto Open, em setem-bro. Em femininos, vão disputar-se os tradicio-na i s Can t an hed e Ladies Open e Amaran-te Ladies Open, ambos na segunda quinzena de Junho, um a seguir

ao outro. O número total de «Futures» em Portugal neste ano, até setem-bro, será de 11 even-tos, enquanto o circuito profissional feminino da ITF terá apenas qua-tro etapas no país até

ao mesmo mês.

Futuro em Portugal

O Clube de Ténis do Pombal organi-zou este ano a segunda edição

do torneio de categoria «Future»

Page 10: NT Maio 2015

C astro Rocha geriu a Fede-ração Portuguesa de Ténis com a mesma preocupação

dos seus antecessores na presi-dência: limitação de apoios. Mui-tas «ambições ficaram pelo cami-nho», disse.

— O que o levou a assumir a presidência da Federação Por-tuguesa de Ténis, para um man-dato de dois anos? O gosto

pelo ténis? — Na ocasião, eu tinha um forte envolvimento no ténis. Durante vários anos, presidi ao Clube de Ténis do Porto, onde realizámos uma obra ambiciosa, traduzida na ampliação das instalações, com destaque para a construção do «court» central. Naquela altura, vivia-se no Clube de Ténis do Por-to um grande momento, com a emergência de jogadores de quali-dade, apoiados numa equipa téc-nica competente. Paralelamente, presidia à mesa da assembleia-geral da Federação Portuguesa de Ténis e, perspeti-vando-se a saída de Alexandre Vaz Pinto, a Associação de Ténis do norte achou que era o momen-to de a direção da estrutura fede-rativa ser presidida por alguém com ligações a clubes seus afilia-dos. — Foi um espírito de missão

que abraçou? — Foi, pois, o gosto pelo ténis, a ambição de fazer melhor e as cir-cunstâncias que determinaram a missão de presidir à Federação Portuguesa de Ténis. Nessa época, a minha atividade profissional à frente da EDP obri-

«A Federação vivia manietada na sua ação»

José Manuel Castro Rocha presidiu à Federação Portuguesa de Ténis em

1989 e 1990. Mais de um quarto de século volvido, Castro Rocha aludiu à falta de apoios na sua gestão, uma

realidade amarga que, sublinhou,

eram «uma preocupação constante». Castro Rocha tentou também que

fosse entregue à Federação Portuguesa de Ténis os dez por cen-to da herança deixada por Enrique Mantero Belard, estrangeiro radica-do em Portugal. Enredada em buro-

cracias e dificuldades várias, a «Herança Artur Mantero», assim

designada em homenagem ao irmão de Enrique, não foi desbloqueada

pela direção de Castro Rocha. «A Federação Portuguesa de Ténis

tinha poucos recursos e vivia manie-tada na sua ação», referiu Castro

Rocha, que, pese embora vicissitu-des diversas, conseguiu concretizar o objetivo de criação do Centro de

Treino Nacional, no Estádio Nacional, para o qual contratou o

técnico checo Ian Sokup para coordenar todo o trabalho. O objetivo era «potenciar a

emergência de novos e melhores valores» para os anos vindouros.

Mas Castro Rocha reconheceu que «haveria muito a fazer em matérias de desenvolvimento da modalidade,

nomeadamente no incentivo aos clubes como viveiro de jogadores que eram».

Testemunhos de presidentes

10 FEDERAÇÃO PORTUGUESA DE TÉNIS

Page 11: NT Maio 2015

gava-me a residir em Lisboa. — Uma das questões que transitou da direção anterior, liderada por Alexandre Vaz Pin-to, foi a «Herança Artur Mante-ro». No seu consulado, as ver-bas continuaram a não ser des-

bloqueadas... — A «Herança Artur Mantero», ou melhor, o acesso aos dinheiros daquela, foi sempre uma preocu-pação. A Federação tinha poucos recur-sos e, por isso, vivia, manietada na sua ação. Os projetos que qui-sesse implementar para desenvol-vimento da modalidade eram con-dicionados pela situação financei-

ra. A minha direção envolveu-se ativamente junto da entidade tute-lar, no sentido de obter aqueles meios. A esta distância — já lá vão 25 anos — não tenho com precisão o que se conseguiu, mas alguma coisa foi. — Referiu já que não ter aces-so à verba da «Herança Artur Mantero» era uma condicionan-te. No entanto, houve objetivos que a sua direção concretizou,

nos dois anos de gestão? — Um dos nossos objetivos, entre outros, foi a criação de um Centro Nacional de Treino, em Lisboa. A Federação Portuguesa de Ténis entendia que esta escola

«A Federação vivia manietada na sua ação»

anos

90

FEDERAÇÃO PORTUGUESA DE TÉNIS 11

D.R

.

«Os apoios eram muito limitados e

quase que se resumiam aos

oficiais. (…) Outras

ambições ficaram pelo

caminho, pela insuficiência

de meios»

Page 12: NT Maio 2015

não chegam, é necessário ter con-dições para as realizar. Nesses tempos, as preocupa-ções financeiras era uma constan-te e limitava a ação da Federação Portuguesa de Ténis.

iria potenciar a emergência de novos e melhores valores. E, embora fossem significativos os custos que envolvia, foi isso mes-mo que se fez. Contratou-se na altura um profissional estrangeiro [Ian Sokup] e, com ele, se arran-cou com o Centro Nacional de Treino, no Estádio Nacional.

— E os outros projetos? — Outras ambições, porém, ficaram pelo caminho, pela insufi-ciência de meios. — Debateu-se também com a

falta de apoios? — Os apoios eram muito limita-dos e quase que se resumiam aos oficiais. — Muita coisa havia para

fazer? — Tínhamos a noção de que muito haveria a fazer em matéria de desenvolvimento da modalida-de, nomeadamente no incentivo aos clubes como viveiro de joga-dores que eram, mas, sem recur-sos, a ação da Federação Portu-guesa de Ténis estava bastante condicionada. — Com essas vicissitudes, que balanço dos dois anos em que esteve a presidir à Federa-

ção Portuguesa de Ténis? — Ao fim de dois anos, cessei funções e senti que a minha mis-são tinha ficado aquém do que eram os propósitos iniciais. Como tudo na vida, as ambições

PUBLICIDADE ………….…………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………….………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………...…..

«Ao fim de dois anos,

cessei funções

e senti que a minha

missão tinha ficado aquém do que eram

os propósitos iniciais. Como tudo na vida, as ambições

não chegam, é necessário

ter condições

para as realizar»

12 FEDERAÇÃO PORTUGUESA DE TÉNIS

D.R

.

Page 13: NT Maio 2015

Creio que, hoje, os tempos são muito diferentes e para melhor. Ainda bem, porque o ténis é uma modalidade muito bonita e entu-siasmante. — Ainda tem uma ligação ao

ténis nos dias no presente? — Hoje, mantenho, apesar da idade, uma relação de proximi-dade com o ténis, jogando regularmente com os meus ami-gos.

PUBLICIDADE ………….…………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………….………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………...…..

anos

90

FEDERAÇÃO PORTUGUESA DE TÉNIS 13

«Os apoios eram muito limitados e

quase que se resumiam aos

oficiais. (…) Outras

ambições ficaram pelo

caminho, pela insuficiência

de meios»

Page 14: NT Maio 2015

PUBLICIDADE ………….………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………….…………………

Os tenistas do Centro de Alto

Rendimento

(CAR) dispõem

agora de uma oportunidade com vanta-

gens para prosseguirem os estudos. Condensar

três anos de ensino

secundário em apenas

dois é uma das

possibilidades

desta parceria

14 FEDERAÇÃO PORTUGUESA DE TÉNIS

A Federação Portuguesa de Ténis e a Escola dos Mes-tres celebraram um acordo

de cooperação com um tipo espe-cífico de enquadramento escolar, permitindo aos atletas no Centro de Alto Rendimento (CAR), no Jamor, poderem estudar. O coordenador técnico nacional, André Lopes, ressalvou «as condi-ções muito vantajosas» para os atletas de alto rendimento pode-rem prosseguir os estudos na Escola dos Mestres. «Este acordo entre a Federação Portuguesa de Ténis e a Escola dos Mestres vai permitir treinar durante todo o dia e estudar à noi-te, condensar os três anos do ensino secundário em dois anos — dependendo do ritmo de cada um — e outras facilidades, sendo que tudo isto terá um custo muito mais reduzido para os atletas do

que o preço praticado pela Escola dos Mestres para o público em geral», frisou André Lopes. Com este acordo celebrado entre a Federação Portuguesa de Ténis e a Escola dos Mestres será possível conciliar a prática do ténis com a necessária formação académica, dotando os atletas de alto rendimento de competências para o futuro. «Esta parceria vem dar resposta às necessidades dos atletas que treinam no CAR, mas a grande vantagem é a de que todos os atletas no percurso do alto rendi-mento poderão usufruir dessas mesmas condições», acrescentou André Lopes, realçando que os atletas podem ter «uma carga horária de treinos superior e melhorarem a qualidade do seu trabalho, sem que deixem de lado o seu percurso escolar».

A alta competição

na escola

Page 15: NT Maio 2015

PUBLICIDADE ………….………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………….…………………

André Lopes declarou ainda que «o sistema modular é uma modali-dade de ensino que permite» con-densar em dois anos os 10.º, 11.º e 12.º anos, «dependendo do rit-mo de cada aluno» do CAR que frequentar a Escola dos Mestres, em Lisboa. O desconto resultante da parce-ria entre a Federação Portuguesa de Ténis e a Escola dos Mes-tres é de cerca de 40 por cento relativamente aos preços pratica-dos pelo estabelecimento de ensi-no. O acompanhamento dos atletas de alto rendimento/alunos será assegurado pela diretora pedagó-gica da Escola dos Mestres, estando salvaguardados, desde que comunicadas de forma atem-pada, os períodos de ausência dos tenistas, devido a estágios ou participação em competições.

A Escola dos Mestres é uma instituição com uma experiência de 25 anos. Pelas instalações do estabelecimento passaram muitos alunos, não só desportistas como também de profissões de horários flexíveis.

FEDERAÇÃO PORTUGUESA DE TÉNIS 15

A alta competição

na escola

A Escola dos Mestres tem

experiência de quarto de século

D.R

.

Page 16: NT Maio 2015

16 FEDERAÇÃO PORTUGUESA DE TÉNIS

A vice-presidente da Federa-ção Portuguesa de Ténis Leonor Chastre foi desig-

nada para o Tribunal Arbitral do Desporto, entidade jurisdicional independente, com competência específica para administrar a Jus-tiça relativamente a litígios na esfera desportiva, quer os relacio-nados com a prática desportiva quer os que relevam do ordena-mento jurídico desportivo. A jurista Leonor Chastre foi indi-cada para o colégio de 40 árbitros do Tribunal Arbitral do Desporto, indicados pelo Conselho de Arbi-tragem do organismo, presidido pelo juiz conselheiro António Madureira. Leonor Chastre, vice-presidente da Federação Portuguesa de Ténis desde novembro de 2012, foi empossada no Tribunal Arbi-tral do Desporto a 20 de maio, em cerimónia realizada no Comi-té Olímpico de Portugal, em Lis-boa. A sessão foi presidida pelo ministro da Presidência e dos Assuntos Parlamentares, Luís Marques Guedes, que augurou «sólida implantação» do tribunal e salientou o «excelente e altamente qualificado» grupo de juristas que

formam o grupo de árbitros do Tri-bunal Arbitral do Desporto. O presidente do Comité Olímpi-co de Portugal, José Manuel Constantino, aludiu à capital importância do Tribunal Arbitral do Desporto.

A jurista Leonor

Chastre integra o

colégio de

árbitros do Tribunal Arbitral do

Desporto, com competência

específica para adminis-trar a Justiça

na esfera desportiva

Chastre no Tribunal do Desporto

PUBLICIDADE ……………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………...……………………ANEIRO 2014

Page 17: NT Maio 2015

FEDERAÇÃO PORTUGUESA DE TÉNIS 17

«O Tribunal Arbitral do Desporto tem a maior importância na credi-bilização da Justiça desportiva», referiu, acrescentando que a mes-ma é «tantas vezes devassada na praça pública». O Tribunal Arbitral do Desporto é um anseio de há muitos anos e

tem como propósito contribuir, em tempo útil, para a verdade despor-tiva. O colégio de árbitros do Tribunal Arbitral do Desporto, agora em funções, foi escolhido de entre uma lista com 80 juristas indica-dos.

Chastre no Tribunal do Desporto

PUBLICIDADE ……………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………...……………………ANEIRO 2014

Leonor Chastre foi designada

para um grupo que reúne 40

juristas, escolhidos de uma lista inicial que tinha 80

nomes candidatos a integrar o

Tribunal Arbitral do

Desporto

Page 18: NT Maio 2015

P ela primeira vez, Portugal inscreveu uma prova de nível um no ITF Beach Ten-

nis Tour. No final da primeira semana de maio, a praia da Póvoa de Varzim recebeu um tor-neio com um «prize money» de 7.500 euros. Anteriormente, Beach Tennis Explosion organizou provas no areal da Póvoa de Varzim sob a égide da ITF e foi a experiência adquirida que levou a se abalan-çar-se num projeto de dimensões diferentes. «A organização de um torneio internacional de nível um só foi possível face às opiniões muito positivas que nos foram chegando pelos atletas e ao excelente traba-lho nas provas organizadas em 2013 e 2014, que nos foram dan-do a experiência necessária para abraçar este grande desafio», explicou Álvaro Gomes. O responsável de Beach Tennis Explosion sublinhou que, desde o primeiro torneio, realizado há dois anos, que se «direciona todos os esforços para que os atletas que participam nas provas tenham um acompanhamento logístico de excelência». Álvaro Gomes enfatizou que o foco está «no bem-estar do atleta e na hospitalidade». É que, acen-tuou, esse é o segredo para se «poder competir com organiza-ções como as de Aruba». «É necessário criar mecanismos qu que nos distingam», frisou, acrescentando que a edição de 2015 do Open Póvoa de Varzim «decorreu de forma incrível». No entender de Álvaro Gomes, «o ambiente que se viveu nas areias da Póvoa de Varzim foi dig-no de um torneio do nível um». «O nível competitivo foi muito elevado e as condições atmosféri-

cas foram muito apelativas. Para nós, organização, foi muito desa-fiante encarar esta prova. E o retorno dos atletas e do público é o melhor estimulante possível», salientou. Contudo, Álvaro Gomes lembrou que não há facilidades na organi-zação de eventos em Portugal e vincou que, para o torneio de nível de um numa escala de quatro, «o ‘prize money’ é encarado apenas como um requisito» que a Beach Tennis Explosion faz «questão de cumprir». Para tanto, os parceiros são essenciais, entre os quais «a Câmara Municipal da Póvoa de Varzim e a Impetus». «Têm sido fantásticos», afirmou Álvaro Gomes, da Beach Tennis

O primeiro nível um

ITF

18 FEDERAÇÃO PORTUGUESA DE TÉNIS

Page 19: NT Maio 2015

PUBLICIDADE ………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………JANEIRO 2014

Explosion, que, nesse mesmo fim de semana, promoveu o Open Vila Euracini, de nível grau quatro, com triunfo dos portugueses Hen-rique Freitas e Pedro Maio em pares masculinos.

Dois torneios no fim de semana e o mesmo êxito, o que leva a sonhar alto. Gomes referiu que Beach Tennis Explosion recebeu «inclusive convites para organizar provas fora da Póvoa de Varzim».

O primeiro nível um

No início deste mês,

Beach Tennis Explosion organizou uma prova com 7.500

euros em prémios

monetários, no areal da

Póvoa de Varzim. Um evento

que permite pensar em

outros voos

O areal da Póvoa de Varzim recebeu a primeira prova de nível máximo do circuito mundial de ténis de praia

FEDERAÇÃO PORTUGUESA DE TÉNIS 19

Page 20: NT Maio 2015

20 FEDERAÇÃO PORTUGUESA DE TÉNIS

duplas, João Lobo e Garreth Greene sagraram-se campeões, após 5-3 e 4-2 aplicados ao par formado por Carlos Leitão e Joel Mendes. Nas meias-finais, João Lobo e Garreth Greene impuseram-se a Eduardo Maia e Pedro Silva, enquanto Joel Mendes e Carlos Leitão superiorizaram-se à dupla constituída por Diana Machado e João Sanona. Neste ano, Carlos Leitão apre-senta-se como o septacampeão nacional, título conquistado em setembro do ano passado, no CIF, na Semana do Ténis & Padel, organizada pela Federação Portu-guesa de Ténis pelo segundo ano consecutivo. Na final do último Campeonato Nacional de Ténis em Cadeira de

A competição de ténis em cadeira de rodas regressa no segundo fim de sema-

na de junho, na Beira Baixa, com a realização do Open Cidade Castelo Branco. Na terceira edição, Carlos Lei-tão, campeão nacional em título, tem presença assegurada, assim como João Sanona, vice-campeão . A estes junta-se Paulo Espírito Santo, que conquistou o título nacional de ténis em cadeira de rodas de 2004 a 2007, período em que criou hegemonia na modalida-de tutelada pela Federação Portu-guesa de Ténis. Outra participação confirmada na prova albicastrense, que se disputa a 13 e 14 de junho, é a de Francisco Aguiar, um praticante recente de ténis em cadeira de rodas. O Open Cidade Castelo Branco, organizado por Desporto & Ativi-dade Física e Associação de Ténis de Castelo Branco, com o apoio da Câmara Municipal de Castelo Branco e do Instituto Poli-técnico de Castelo Branco, ocor-reu pela primeira vez em 2013. Carlos Leitão, na altura cam-peão nacional também, foi o pri-meiro vencedor da prova albicas-trense, realizada nos «courts» da Associação de Ténis de Castelo Branco. A primeira edição, que contou ainda com as prestações de João Sanona, João Lobo e Pedro Silva, teve a colaboração da Escola Superior de Educação, através dos alunos e docentes da Área Científica de Desporto e Bem-estar. No ano passado, João Sanona discutiu o título com Carlos Leitão e venceu o campeão nacional em título, por 3-6, 7-5 e 10-8. Na competição reservada a

De regresso à competição

D.R

. Lobo, Leitão, Silva e Sanona em Castelo Branco, no ano passado

Page 21: NT Maio 2015

FEDERAÇÃO PORTUGUESA DE TÉNIS 21

Rodas/Taça Angelini, Carlos Lei-tão disputou o título com João Sanona, que voltou a ser vice-campeão nacional pelo segundo ano consecutivo.

De regresso à competição

O Campeonato Nacional de Ténis em Cadeira de Rodas/Taça Angelini disponibilizou um total de mil euros em prémios monetários para os participantes.

Carlos Leitão, campeão

nacional, João

Sanona, vice-campeão, Paulo Espírito

Santo e Francisco Aguiar estão confirmados na terceira edição do

Open Ténis em Cadeira de Rodas Cidade

de Castelo

Branco

PUBLICIDADE ………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………JANEIRO 2014

Page 22: NT Maio 2015

Associações Regionais

AÇORES ALGARVE ALENTEJO

AVEIRO CASTELO BRANCO COIMBRA

LEIRIA LISBOA MADEIRA PORTO

SETÚBAL VILA REAL VISEU