Upload
others
View
2
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
NÍVEL DE SEDENTARISMO DOS INTEGRANTES DO CORPO DE
BOMBEIRO E POLÍCIA MILITAR DO MUNICÍPIO DE IMBITUBA. *
Amanda Vieira Da Silveira**
Resumo: Este trabalho tem por objetivo abordar a temática da atividade física, procurando
compreender como o Bombeiro e Policia Militar se comportam diante do sedentarismo. Assim,
pretende-se investiga o nível de sedentarismo dos integrantes do Bombeiro e Polícia Militar do
município de Imbituba, diante da importância de ser fisicamente ativo, e, a importância do
Corpo de Bombeiro Militar e a Policia Militar têm para a sociedade, é de suma importância
saber qual é o nível de sedentarismo de seus integrantes. Para realizar a analise utilizou-se o
questionário IPAQ na versão Curta. De acordo com os resultados apresentados pode se concluir
que, o Grupo do Civil teve um escore preocupante, pois apresentaram Nível de Sedentarismo
Alto, segundo o IPAQ. Esse alto nível de Sedentarismo apresenta um risco moderado ou alto
para a saúde de seus integrantes.
Palavras-chave: Sedentarismo. Militar. Saúde.
1. INTRODUÇÃO
O instrumento utilizado para determinar a prevalência de inatividade física leva
em consideração as atividades físicas realizadas no momento de lazer, na ocupação,
como meio de locomoção e no trabalho doméstico (OPAS/OMS, 2005).
Sedentarismo é a falta ou a grande diminuição da atividade física. Na realidade, o
conceito não é associado necessariamente à falta de uma atividade esportiva, pois do
ponto de vista da Medicina Moderna, o sedentário é o indivíduo que gasta poucas
calorias por semana com atividades ocupacionais (MATTOS et al., 2006).
____________________________________
Artigo apresentado como trabalho de conclusão de curso de Graduação da Universidade do Sul
de Santa Catarina, como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel. Orientador: Prof.
Marcos Paulo Huber, Msc. Tubarão, 2018.
Acadêmica Amanda Vieira da Silveira do curso de Educação Física Bacharelada Universidade
do Sul de Santa Catarina. [email protected]
O estilo de vida sedentário é um fator de risco independente para enfermidade
coronariana e acidente vascular, principal causa de morte em todo mundo. O risco de
doença cardíaca para pessoas não ativa pode ser o dobro se comparado às pessoas mais
ativas. Os números referentes às doenças crônicas no Brasil estão relacionados às
mudanças profundas no modo de vida das pessoas (APARECIDO, 2009).
Para a Organização Mundial de Saúde (OMS), é fundamental alertar as
populações sobre os benefícios dos exercícios físicos regulares. O ideal para quem não
faz atividades físicas é começar de forma gradual e frequente (OMS, 2010).
A promoção da atividade física e de hábitos de vida saudáveis é efetiva para
prevenção de doenças crônicas. Os custos com problemas de saúde oneram desde
instituições governamentais ate empresas dos mais variados ramos (FONSECA, 2009)
Segundo Da Silva e Pelozato (2013), os militares tiveram papel importante
para a formação de uma doutrina de Educação Física no Brasil, o que acarretou a
fundação do curso de educação física no país. Ainda se pode notar a constante
preocupação em se buscar novos mecanismos para avaliar a aptidão física no
corpo de tropa.
Onde para se ingressar nos concursos do Bombeiro e da Policia Militar é
exigido um Teste de Aptidão Física (TAF) para avaliar os indivíduos, observando
se são aptos para tal função. Após o ingresso é exigido TAF novamente para
mudança de graduação para as praças e posto para os oficiais. Lembrando que
para exercer suas funções é exigido que estivessem aptos para o exercício da
função.
Segundo Santos et al. (2017), as elevadas cargas horárias de trabalho policial
evidenciam a importância do processo de adequação das ferramentas de trabalho a seus
usuários. O uso constante e inadequado dos coletes gera desconforto, dificulta a
movimentação e aumenta o tempo de locomoção, o que compromete a segurança, a
eficiência e afeta a saúde, o bem-estar e a qualidade de vida do trabalhador militar.
Ainda Teixeira (2014) ressalta que o colete pesa 12 kg a 14 kg, e completa que gera um
suor “danado".
De acordo com Moretti (2009) o treino dos Bombeiros é aeróbio (corrida, pedal,
natação) e musculação. O autor explica que a boa condição física é fundamental para a
profissão. "Só a roupa - jaqueta, calça, capacete, bota e balaclava (capuz) - pesa 15
quilos, o que equivale a uma perda de 20% na capacidade cardiorrespiratória. Mais o
equipamento para incêndio, máscara e cilindro de ar, soma 27 quilos. Só a mangueira de
30 metros, sem a força da água, pesa mais 12 quilos. Se o bombeiro não estiver em uma
ótima condição física, não aguenta", explica. A tese de mestrado do capitão foi sobre o
Impacto dos equipamentos de proteção respiratória nos bombeiros.
Se observarmos as funções dos militares que são: desde correr atrás de pessoas
que infligiram alguma lei, até correr para salvar uma vítima que está se afogando, entre
outras funções e ações do cotidiano destas profissões, é possível observar que o mínimo
de preparo físico é exigido. Com essa pesquisa pode-se identificar o nível de
sedentarismo dos integrantes do Bombeiro e Policia Militar do município de Imbituba,
sendo que ainda não existem estudos publicados sobre esta relação de sedentarismo dos
integrantes dos quartéis militares do município de Imbituba.
O Corpo de Bombeiro Militar (BM) e Polícia Militar (PM) são de suma
importância para o funcionamento da sociedade. Estas instituições atuam em diferentes
situações. Essa diversidade em suas atuações exige destes profissionais diferentes
capacidades, desde cognitiva até motora, por conseguinte, saber se seus integrantes têm
nível nulo de sedentarismo, ou possuem algum índice, pode ser útil para nossa
sociedade, ainda nas suas instituições para saber em que nível do sedentarismo seus
militares e os outros integrantes se encontram.
Da Silva e Pelozato (2013) criaram o manual de Educação Física da Policia
Militar dada pela importância que o condicionamento físico é, sem dúvida, uma das
mais relevantes dimensões do capital humano de uma instituição policial militar, pois
somente com policiais militares saudáveis conseguiremos proteger, de forma mais
efetiva, o povo catarinense. E ainda para consolidar um conhecimento sobre educação
física militar que vem sendo construído por policiais militares dedicados ao tema ao
longo de décadas, dentre os quais, destacam-se os seus autores, a quem devoto meus
agradecimentos e congratulações pela qualidade do trabalho desenvolvido.
Na Corporação da Policia Militar (PM) existe um projeto para incentivo de
atividade física, onde é exigido que todos os policiais realizem “TAF de Aniversário”
que os PMs têm que realizar todos os anos no mês de seu aniversário. Ainda no Pelotão
de Patrulhamento Tático (PPT), é obrigado à realização de 2 horas de atividades físicas
antes de assumir serviço.
O departamento “DEFID” é um departamento que cuida dos TAFs a nível
Estadual. Este departamento é responsável pela criação, promoção, organização e
desenvolvimento de assuntos e projetos para incentivo da prática de educação física na
PM. Depois, de forma mais regional, têm os centros de “CEFID” onde se aplicam os
TAFs e são responsáveis por cuidar de seus efetivos nos seus Batalhões a incentivos e
até mesmo nas práticas da atividade física. Ambos os departamentos são gerenciados e
cuidados por PM que são legalmente aptos, Graduados em Educação Física
Bacharelado, são Policiais militares que fizeram todo ingresso na PM de acordo com os
editais, tem graduação e atualmente com a criação dos projetos foram designado para
cuidar dessa área, sendo que normalmente onde se tem este centro de incentivo os
quarteis possuem academias dentro da própria estrutura.
Nas Corporações da PM e BM, existem Normas Internas (IN) que dão total
liberação para seus Militares fazerem a prática de atividade física, para incentivá-los a
terem uma melhor qualidade de vida, tanto profissional e particular.
Melhorar o nível de atividade física constitui um fator fundamental de melhoria da
saúde pública, pois muitas pessoas morrem por doenças cardiovasculares, diabetes,
câncer, de doenças respiratórias e outras que são atualmente as principais causas de
óbito em países desenvolvidos e em desenvolvimento. Sabe-se que essa transformação
nas taxas de morbidade e mortalidade deve-se a inatividade física crescente e a
alimentação inadequada desses indivíduos. (APARECIDO, 2009).
A importância das publicações científicas está crescendo, tanto na publicação
quanto na sua relevância, se percebe que os resultados obtidos são informações as quais
geram conteúdos científicos que podem ser usados em toda e qualquer área,
principalmente na área da saúde. Uma pesquisa que avalia o nível de sedentarismo dos
integrantes do Corpo de Bombeiro e Policia Militar do município de Imbituba-Sc ainda
não existe.
As mudanças fisiológicas no organismo são constantes, sendo que a prática de
atividade física é uma variável para prevenir ou adaptar o indivíduo na sua limitação, ou
ainda promover ao indivíduo capacidade física para realização de suas tarefas
funcionais. Ainda retardando o aparecimento de doenças cardiovasculares, o “mal do
século” câncer, doenças respiratórias e entre outras que atualmente estão entre as
principais causas de óbito.
Assim, um profissional preparado fisicamente para sua função terá mais
praticabilidade em suas funções. Lembrando que para os militares, para ingressarem,
são exigidos Teste de Aptidão Física – TAF. Depois, na escola de formação dos
militares, é exigido que os alunos fossem aptos para as funções, desta forma o indivíduo
que tem auxílio de um profissional da educação física para se mantiver bem
condicionado fisicamente terá mais facilidade que o indivíduo que não tem auxilia.
Desta forma, abrem-se mais oportunidades para a atuação do profissional de educação
física, para que possa estar auxiliando esses indivíduos a se prepararem para estarem
ativos e competentes para qualquer situação que exige do seu esforço físico.
O profissional da saúde prescreve saúde, ajuda a sociedade a ter hábitos
saudáveis. Assim, consequentemente com hábitos saudáveis é possível ter uma vida
saudável dentro do possível com as limitações de cada indivíduo. Com isso, o resultado
do nível destes integrantes pode ser um alerta para os seus comandos e para os próprios,
um alerta para mudança de hábitos e possibilidade de incluir um profissional de
educação Física para ajudar os militares, prevenir e orientar em suas atividades. Ou
pode ser encontrado um mecanismo que funciona na prática para a prevenção do
sedentarismo, e assim, uma janela de possibilidade na prevenção do sedentarismo para
ser estudado, com isso vem à dúvida de qual o nível de sedentarismo dos integrantes do
Bombeiro e Policia Militar dos municípios de Imbituba?
2. OBJETIVO GERAL
Classificar o nível de sedentarismo dos integrantes do Bombeiro e Polícia
Militar do município de Imbituba.
3. OBJETIVO ESPECÍFICO
Verificar o nível de atividade física dos Militares e Civis; Bombeiros Militares e
Bombeiros Comunitários Profissional, Policiais e Bombeiros da área Administrativa,
Bombeiros e Policiais militares da área Operacional, Policiais e Agentes Temporários
da Polícia Militar, Militares e Civis.
4. MATERIAIS E MÉTODOS
A presente pesquisa utilizou-se nível de estudo descritivo com corte transversal
(GAYA, 2008). Este tipo de estudo de abordagem quantitativa, sendo de forma
qualitativa na interpretação dos resultados obtidos a partir do Questionário Internacional
de Atividade Física (IPAQ – International Physical Activity Questionnaire), no formato
curto. Sendo esta uma pesquisa de estudo de campo, com o desenho metodológico
classificado com Ex Post Facto.
A população deste trabalho foi delimitada por funcionários que trabalham
regularmente dentro do quartel do Corpo de Bombeiro Militar e da Policia Militar do
município de Imbituba – SC.
Este estudo ofereceu risco mínimo aos participantes, podendo causar algum tipo
de constrangimento durante o preenchimento do questionário, entretanto, o sigilo das
informações coletadas será preservado sendo de conhecimento apenas do pesquisador,
sendo que nem o nome dos integrantes lhes foi solicitado, para preservar qualquer tipo
de constrangimento. Como benefício, responsável pelos seus respectivos integrantes
receberam os resultados do nível que se encontrou sua qualidade de vida, conforme as
respostas do IPAQ (versão curta) informação sobre inatividade ou atividade física dos
mesmos, para assim utilizar estas informações para auxiliar a preservação de sua
qualidade de vida.
A amostra foi constituída por participantes de ambos os sexos, com idade
mínima de 18 (dezoito) anos. Para os critérios de inclusão foram considerados
integrantes do quartel do Corpo de Bombeiro Militar e da Policia Militar do município
de Imbituba – SC, que serão selecionados por aceitar participar da pesquisa via Termo
de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), estarem atuado na função no mínimo 07
dias anterior o preenchimento do questionário, não estando de atestado, licença,
dispensa, reserva remunerada ou reforma.
Assim formando os grupos para análise estatística de uma amostra não
probabilística, Bombeiro Militar da área administrativa e operacional, Policial Militar da
área administrativa e operacional, Agentes Temporários da Polícia Militar (AGT) e
Bombeiros Comunitários Profissionais (BCP). Sendo que o Corpo de Bombeiro Militar
possui 23 integrantes e a Policia Militar 78 integrantes. Onde são 16 BMs e 07 BCPs,
no Quartel do Corpo de Bombeiro de Imbituba e no Quartel da Policia Militar são 76
PMs e 02 AGTPs.
Contudo os indivíduos que ficaram de fora da pesquisa estavam de férias,
licença, curso fora da cidade, dispensa, folga por excesso de hora banco de hora,
atestado, entrado em reserva remunera restrições ou proibições médicas de prática de
atividade física, ou estavam retornando e não estavam no mínimo 07 dias de retorno da
função.
Assim a população é de 101 indivíduos, sendo que 68 participaram da pesquisa
desta forma temos confiabilidade de 90%, sendo margem de erro de 5,75% (SOLVIS,
2011).
Para a realização de tais medidas o instrumento utilizado foi o Questionário
Internacional de Atividade Física (IPAQ – International Physical Activity
Questionnaire), versão curta, sendo este um instrumento preciso. Sendo que o IPAQ é
fruto de um esforço conjunto, um instrumento padronizado para que possa ser aplicado
em populações e grupos específicos, permitindo assim a realização de análises
comparativas entre eles, um grupo de trabalho com pesquisadores da Ásia, Austrália,
América do Norte e do Sul, África e Europa, em reunião na cidade de Genebra, no ano
de 1998, propôs o desenvolvimento de um questionário que pudesse ser utilizado em
levantamentos nacionais para a avaliação da saúde relacionada à atividade física e que
permitisse a comparação entre países distintos. Tal instrumento recebeu a denominação
de Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ – International Physical
Activity Questionnaire). (AMORIM, FARIA, et al., 2006).
Em anexo com o questionário IPAQ-Curto haverá uma breve introdução da
diferença entre as categorias de intensidade de exercício físico, ainda assim terá
questões para ter informações sobre a amostra, sendo: sexo; Idade; Função Operacional
(OP) ou Administrativa (ADM); Policial Militar ou Agente Temporário da Policia
Militar, Bombeiro Militar ou Bombeiro Comunitário Profissional; Militar Oficial ou
Praça e Tempo de Serviço.
Após aprovação do projeto Comitê de Ética e Pesquisa - CEP será entregue os
Termos de Consentimento Livre e Esclarecido aos participantes e assim foi iniciada a
coleta de dados. No início foi aplicado o questionário com os participantes nas trocas de
serviço das guarnições e de seus integrantes. Tendo todos os dados coletados, desta
forma início a análise de dados e finalização do trabalho. Após o término da pesquisa,
os resultados foram apresentados aos participantes da amostra e ao comando dos
quarteis aos quais participaram, para terem conhecimento do nível do sedentarismo de
seus integrantes.
Os resultados são exibidos como média e desvio padrão entre militares e civis,
sendo estes grupos Bombeiro Militar da função administrativa, Bombeiro Militar da
função operacional, Bombeiros Comunitário Profissional, Policial Militar da função
administrativa, Policia Militar da função operacional e Agentes Temporários da Policia
Militar. Sendo que os integrantes da amostra serão classificados como ativos ou inativos
(sedentários) de acordo com os resultados do questionário aplicado.
As variáveis desse estudo serão consideradas os grupos que cada integrante faz
parte; Prática de Exercício Física classificada como independentes e a variável
dependente será o índice de sedentarismo. A estatística descritiva será realizada levando
em consideração os valores de média e desvio padrão das variáveis quantitativas e
frequência absoluta e relativa das variáveis qualitativas. Os dados coletados serão
transferidos para o programa Excel 2016 para análise. Na estatística inferencial, a
comparação das variáveis independentes com a variável dependente será através do
teste t para amostras independentes quando observado a distribuição normal da amostra,
caso contrário será utilizado uma estatística não paramétrica equivalente.
O instrumento aplicado envolveu questões sobre o tempo despendido em
atividades moderadas, vigorosas e caminhadas, referentes à última semana. Com base
nessas informações os indivíduos foram classificados em diferentes níveis de atividades
físicas utilizando-se para tanto os critérios propostos pela pesquisadora. Os voluntários
foram alocados inicialmente duas categorias: sedentário ou ativo. Posteriormente. No
que se refere à categorização pelo escore, foi computada a soma dos minutos gastos em
caminhadas e atividades moderadas ao dobro dos minutos despendidos em atividade
vigorosa. No grupo suficientemente ativo foram incluídos indivíduos com escore ≥ 150
minutos/semana, enquanto aqueles com escore inferior foram alocados no grupo
sedentário (DA SILVA, 2017).
5. RESULTADO
Foram considerados para análise somente os questionários respondidos de forma
completa e correta, ainda aqueles que possuíam algumas restrições médica. Assim, a
amostra final foi composta por 68 indivíduos com idade entre 23 e 66 anos, com idade
média de 37,99 anos, sendo 61 (95,59%) homens e 07 (4,41%) mulheres. Sendo que
integrantes ficaram fora da pesquisa, pois estava de férias, licença, transferência,
restrição médica ou reserva remunerada. Assim a amostra foi composta por 18
integrantes do Corpo de Bombeiro Militar de Santa Catarina (CBMSC) 2ªCBM/8ºBBM,
sendo 13 Bombeiros Militar, 05 Bombeiros Comunitários Profissionais. Já na Policia
Militar de Santa Catarina GEIB (Guarnição Especial de Imbituba), sendo 48 Policiais
Militar, 07 Policiais Militares do Pelotão de Patrulhamento Tático de Imbituba e 02
Agentes Temporários da Policia Militar, consentiram participar do estudo tendo uma
amostra de 68 indivíduos.
Os militares apresentaram média de idade de ± 37,48 anos e média de tempo de
serviço 15,19 anos, já os Civis uma média de 36 anos e 5,22 anos de serviço.
De acordo com a classificação dos níveis de atividade física proposta, a maior
parte dos sujeitos foi alocada na categoria Ativo com 57 integrantes, em seguida 11
indivíduos na categoria sedentários.
Na figura 1 verifica- se que de toda a amostra de 68 indivíduos, são 61 Militares
onde 77,94% deste são ativos e 11,76 são sedentários, já dos 07 civis ±5,88% são ativos
e 4,41% são considerados sedentários, da amostra total. Em geral ±83,82% da amostra
obteve um Nível Ativo e ±16,18% Nível Sedentário/Inativo.
FIGURA 1- Relação entre Militar e Civil e nível de sedentarismo.
Fonte: Autoria própria (2018).
Com base nestas informações que 66,67% dos integrantes Civis foram
considerados ativos, já os outros 33,33% foram alocados no grupo sedentário. Já nos
Militares 86,89% desta amostra militar foram considerados ativos, os outros 13,11%
sedentários, tendo valor de p= 0.0182004, sendo significante seu resultado.
8
3
53
4
0
10
20
30
40
50
60
1 2
1
2
- Sedentario/Inativo
- Ativo
Militar Civil
FIGURA 2- Relação entre classe, área de atuação e nível de sedentarismo.
Fonte: Autoria própria (2018).
De acordo com os dados analisados os integrantes do Corpo de Bombeiro
Militar e Policia Militar foram divididos em dois grupos de acordo com sua área de
atuação e tipo de classe de acordo com a FIGURA 2.
No Grupo 1 (SEDENTÁRIO/INATIVOS) foram alocados 01 (1,47%) BM da
área administrativa; 01(1,47%) BM da área administrativa e operacional; 01(1,47%)
BCP da área operacional; 01(1,47%) BCP da área administrativa e operacional; 02
(2,94%) PM da área administrativa; 03 (4,41%) PM da área administrativa e
operacional; 01(1,47%) PM da área administrativa e operacional; 01 (1,47%) AGT da
área administrativa, no grupo de comparação o valor p= 0.000882067.
No Grupo 2 (ATIVO) foram alocados 02 (2,94%) BM da área administrativa;
07(10,29%) BM da área operacional; 02 BM da área administrativa e operacional
(2,94%); 03 (4,41%) BCP da área operacional; 12 PM da área administrativa (17,65%);
13 (19,12%) PM da área operacional; 10 (14,71%) PM da área administrativa e
operacional; 01 (1,47%) AGT da área administrativa; 07 (10,29) PPT da área
operacional, no grupo de comparação o valor de p= 0.0182004.
Dividindo pela Área de atuação foi na Área Operacional (N=34) que se
encontrou menor índice de sedentarismos referente no total do grupo onde 11,76% de
Sedentário e 88,14% teve escore de Ativo. Na Área Administrativa e Operacional
(N=15) foi o 2 º (segundo) menor escore de sedentarismo, onde teve 20% Sedentário e
1 1 1 1 2
3
1 1 2
7
2 3
12 13
10
1
7
0
2
4
6
8
10
12
14
1 2 3 2 3 1 2 3 1 2
1 2 3 4 5
CLASSE/ÁREA
1
2BM BCP PM AGTP PPT
Ativo
Sedentário
80% Ativo. Na Área Administrativa teve maior escore de sedentarismo entre os grupos
analisado de área de atuação, onde teve 31,82% de escore sedentário e 68,18% de
Ativos.
Ainda se observou que os 07 integrantes do Grupo PPT e os 07 integrantes do
Grupo BM da área operacional tiveram escore 100% ativo.
Correlacionando Militares PM e BM, a PM obteve apenas 12,5% de seus
militares com escore sedentário, já no BM 15,39% de seus militares. Tendo que os Civis
que trabalham no BM escorem de 40% sedentários e os Civis que trabalham na PM
50%, sendo estes quase metades dos dois grupos diferença de 10% apenas. De modo
geral os Militares obtiveram 86,89% da amostra sendo Ativo e 13,11% sedentário, já na
amostra dos Civis teve 57,14% Ativo e 42,86% sedentário.
Tabela 1- Média de Tempo Sentado
Indivíduos Tempo Total Média p/ Indivíduo
Militar 61 20470 Min ±335,57 Min (5H 59MIN)
Civil 07 1890 Min 270min (4H 5MIN)
Fonte: Autoria própria (2018).
De acordo com a Tabela 1 e análise realizada seria incorreto caracterizar
indivíduos com elevado tempo sentado/dia como fisicamente inativos, pois os Militares
se encontram com média de tempo mais sentada, no entanto é o grupo mais ativo na
pesquisa.
6. DISCUSSÃO
Deve-se informar que as limitações deste estudo estão associadas às pesquisas
envolvidas com populações vulneráveis, neste caso: a necessidade de considerar a não
identificação nas respostas a determinadas variáveis; perda amostral relacionada à
participação integralmente voluntária; sendo uma pesquisa que trará dados positivo ou
negativo para seus superiores;
A partir do objetivo deste estudo foi possível analisar os dados de 61 Militares e
07 Civis que atenderam aos critérios de elegibilidade e que foram coletados através do
IPAQ-Curto, os quais apresentaram consistência interna, validez e fidedignidade
estatisticamente adequadas, demonstrando associações da qualidade de vida com a
atividade física de lazer.
Em estudo de MINAYO EL AT (2011) mostrou que a prática de exercícios foi
mais destacada por policiais militares em frequência igual ou superior a uma vez na
semana, do que em policiais civis, assim o sedentarismo estavam mais presente nos
policiais civis.
Podemos relacionar os dados obtidos com estudo acima que os indivíduos Civis
já estão sendo relacionados com os militares e obtiveram um escore baixo em pratica de
atividade física em relação aos Militares.
O estudo de SILVA e BATISTA (2018) caracterizou o estilo de vida dos
policiais militares do 3º Batalhão de Porangatu (GO) quanto ao sedentarismo. A
pesquisa de campo realizada com os policiais militares do 3º BPM de Porangatu – 12º
CRPM - permitiu caracterizar o perfil do estilo de vida dessa população em ralação ao
estado de sedentarismo através da aplicação do questionário IPAQ – versão curta e
questionário de Anamnese.
Também SANTOS, LOPES & CAVALHEIROS (2013) verificou quem relação
aos níveis de atividade física, constatou-se que a maioria dos militares obteve a
classificação Irregularmente Ativo, de acordo com o IPAQ. Onde sedentário (N=04)
10,8%, Irregularmente Ativo (N=22) 59,4% e Ativo (N=11) 29,7%. Tais achados põe
em evidência uma incompatibilidade ao que prega as funções laborais do militar e a
realidade observada entre esses sujeitos. Dessa forma, é possível apontar falhas na
estrutura de recursos humanos no sistema militar de Alagoas.
Já no estudo atual mostrou só 12,5% são sedentários, sendo que a pesquisa de
SILVA e BATISTA mostra 35% dos PM sedentários, então essa diferença de 22,5%
pode ser levada em consideração que a pesquisa comparada fora feita em dois estados
diferentes.
Ainda comparado com de SANTOS, LOPES & CAVALHEIROS (2013) que
teve uma amostra de 34 PM e apenas 29,7% Ativo, na pesquisa realizada foram com 48
PM e foi encontrado um escore de 87,5% de PM Ativos, sendo somente 12,5%
sedentário.
Assim comparados com outros dois estudos de dois diferentes estados, o estudo
atual teve melhor índice de pratica de atividade física em relação a Policiais Militares
que praticam atividade física regular. Sendo que há varias variável, onde podemos
considerar que o Comando da Instituição pode ser o responsável por essa diferença, pois
como bem sabemos a Policia Militar de Santa Catarina (PMSC) criou departamentos
para incentivo a pratica de atividade física, TAFs de aniversário, dentre outros meios
para incentivar os seus PM a estarem regularmente ativos e manter uma qualidade de
vida.
Segundo JUNIOR (2009) em seu estudo mostrou melhora do PPT com o passar
dos anos tanto individual, como do grupo, pois afirma que o tipo de intervenção do PPT
exige muito da capacidade física de seus militares, pois suas ocorrências são
imprevisíveis e a quantidade de vezes em que os policiais sobem e descem os morros,
correm, pulam até mesmo nadam em seu horário de serviço.
Sendo está uma variável para o resultado encontrado, que 100% dos integrantes
do PPT encontrou-se em Nível Ativo, 0% de sedentarismo no Pelotão de Patrulhamento
Tático.
Para NOGUEIRA (2016) Os bombeiros avaliados se mostram fisicamente mais
ativos do que a população em geral, assim como relataram ficar menos tempo sentado
do que a média Populacional. Sendo que no estudo atual está informações também
foram encontrados.
Para IBGE (2017) A falta de prática esportiva ou atividade física é mais
frequente entre as mulheres: duas em cada três não se exercitaram (66,6%). Entre os
homens, em 2015, esse percentual foi de 57,3%. Os Militares obtiveram 86,89% da
amostra sendo Ativo e 13,11% sedentário, já na amostra dos Civis teve 57,14% Ativo e
42,86% sedentário, assim observamos que os militares tiveram escore maior que os
dados do IBGE mostram, mas os Civis ficaram abaixo até mesmo do dado do IBGE.
Para REZENDE (2016) ficar sentado por mais de três horas é um hábito
associado ao risco aumentado de óbito em todos os lugares analisados, que, juntos,
representam 25% da população adulta mundial. Em média, os habitantes desses países
passam 4,7 horas/dia nessa posição, variando de 4,2 horas (países americanos) há 6,2
horas (países do Pacífico Ocidental). No geral, ficar mais de três horas por dia sentado
foi responsável por 433 mil mortes, ou 3,8% de todos os óbitos registrados nas 54
nações analisadas, com percentuais variando de 2% no sudeste asiático para 5,7% no
Pacífico Ocidental. Encontraram uma relação que não é linear: para quem fica sentado
entre 04 e 07 horas por dia, o risco de morte aumenta em 2% para cada hora sentado.
“Por exemplo, ficar sentado 4 horas, aumenta o risco em 2%; 5 horas, 4%; 6 horas, 6%;
07 horas, 8%. A partir de 07 horas sentado, o risco aumenta para 5%; 8 horas, 13%; e 9
horas, 18%”, esclarece o pesquisador.
Com base nos dados obtidos em outros estudos o Grupo dos Civis deixou uma
preocupação, pois além de terem escore alto no nível de sedentarismo (42,86%),
tiveram também uma média de 4H 5MIN por pessoa de tempo sentado, assim seus
riscos de morte aumentam em 3%.
7. CONCLUSÃO
De acordo com os resultados apresentados, pode-se concluir que, os Militares
estão classificados, a maioria, no Nível Ativo, incluso todos os integrantes do grupo
PPT onde é exigida a prática 2 horas de exercício antes de assumir o serviço e os BM
que trabalham na área operacional. Já o Grupo dos Civis foi o mais preocupante, onde
tiveram um escore alto no Sedentarismo, segundo o IPAQ, assim apresentando alto ou
moderado risco a saúde.
É necessário urgentemente que novas políticas de qualidade de vida sejam
adotadas na Corporação para seus integrantes Civis, visando à preservação do seu bem
mais precioso que é o homem, sofre pena de não cumprir de forma satisfatória a sua
missão constitucional e ainda submeter todos os seus integrantes da atividade fim (área
operacional) a contrair doenças que iram promover a sua aposentadoria precoce a
diversos afastamentos para tratamentos médicos.
Ainda reavaliar o método de inclusão dos integrantes a Civis na corporação, pois
os militares para ingressar, realizam TAFs, sendo que os Civis não são submetidos a
nenhum desses TAFs de inclusão ou de promoção. Ainda a sugestão de criação de
academias ou apoio de um profissional de educação Física no quartel para auxilio
destes.
Portanto, tendo em vista os resultados encontrados neste estudo, recomendam-
se outras investigações, analisando a associação do estado nutricional, variáveis
antropométricas e nível de atividade física em estudos com um número maior de
militares e civis, além da realização de estudos longitudinais e outros testes para melhor
avaliação de tal capacidade.
8. REFERÊNCIA
BOÇON, Marilys. Nível de atividade física de policiais militares operacionais da
cidade de Curitiba. 2015. Trabalho de Conclusão de Curso. Universidade Tecnológica
Federal do Paraná
BOLDORI, Reinaldo et al. Aptidão física e sua relação com a capacidade de trabalho
dos bombeiros militares do estado de Santa Catarina. 2001.
BRITO, Robeilton Pires. Os benefícios da prática regular da atividade física em idosos
do Programa Mais Viver do município y. 2015.
DA SILVA, Edésio; PELOZATO DA ROSA, Aurélio Jóse. ESTADO DE SANTA
CATARINA Secretaria de Estado da Segurança Pública Polícia Militar do Estado
de Santa Catarina Manual de Educação Física da Polícia Militar de Santa
Catarina: Departamento de Educação Física e Desportos. 1. ed. FLORIANÓPOLIS:
DIOESC, 2013. 108 p. Disponível em:
<http://www.aprasc.org.br/downloads/manual_pm_atualizado.pdf>. Acesso em: 04 ago.
2018.
DE JESUS, Bianca Pereira et al. RELAÇÃO ENTRE NÍVEL DE ATIVIDADE
FÍSICA, CONDIÇÕES DE SAÚDE E OCUPACIONAIS ENTRE BOMBEIROS
MILITARES DOI: http://dx. doi. org/10.5892/ruvrd. v13i1. 1841. Revista da
Universidade Vale do Rio Verde, v. 13, n. 1, p. 77-86, 2015.
DORNELES, Ademir Jones Antunes; DE LIMA DALMOLIN, Graziele; DE SOUZA
MOREIRA, Maria Graziela. SAÚDE DO TRABALHADOR MILITAR: UMA
REVISÃO INTEGRATIVA. Revista Enfermagem Contemporânea, v. 6, n. 1, p. 73-
80, 2017.
JASINSKI, Ricardo. Solvis: cálculo amostral. 2011. Disponível em:
<http://www.solvis.com.br/calculos-de-amostragem/>. Acesso em: 10 out. 2017.
JUNIOR, PEDRO CARLOS MACHADO. ORGANIZAÇÃO DE PESSOAL E
MATERIAL DOS PELOTÕES DE PATRULHAMENTO TÁTICO DA POLÍCIA
MILITAR DE SANTA CATARINA.
MALTA, Deborah Carvalho et al. A construção da vigilância e prevenção das doenças
crônicas não transmissíveis no contexto do Sistema Único de Saúde. Epidemiologia e
Serviços de Saúde, v. 15, n. 3, p. 47-65, 2006.
MENDES, Carlos Maximiano Leite; DA CUNHA, Rubens Cesar Lucena. As novas
tecnologias e suas influências na prática de atividade física e no sedentarismo. Revista
Interfaces: Saúde, Humanas e Tecnologia, v. 1, n. 2, 2013.
MEDEIROS, Fausto Júnior et al. Aptidão física de policiais militares do 4° pelotão de
patrulhamento tático de Florianópolis. 2009.
NETA, Eurides Soares De Araújo Reis; FERNANDES FILHO, José; CORTEZ,
Antonio Carlos Leal. NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA E ESTADO NUTRICIONAL
DE POLICIAIS MILITARES NA CIDADE DE FLORIANO-PI. Kinesis, v. 34, n. 1,
2016.
OFICIAL, Posicionamento et al. A quantidade e o tipo recomendados de exercícios para
o desenvolvimento e a manutenção da aptidão cardiorrespiratória e muscular em adultos
saudáveis. Revista Brasileira de Medicina do Esporte. São Paulo, v. 4, n. 3, 1998.
OLIVETO, Paola. IBGE: Maioria dos brasileiros é sedentária a partir da
adolescência. 2017. Disponível em: <http://abran.org.br/2017/06/09/ficar-sentado-
mais-de-3-horas-por-dia-e-associado-a-433-mil-mortes-por-ano>. Acesso em: 15 set.
2017.
SALES, Robson. IBGE: Maioria dos brasileiros é sedentária a partir da
adolescência. 2017. Disponível em: <http://Quebra de
Páginahttps://www.valor.com.br/brasil/4971304/ibge-maioria-dos-brasileiros-e-
sedentaria-partir-da-adolescencia>. Acesso em: 14 ago. 2017.
SANTOS, Mairana Maria Angélica; DE SOUZA, Erivaldo Lopes; DE LIMA
BARROSO, Bárbara Iansã. Análise sobre a percepção de policiais militares sobre o
conforto do colete balístico. Fisioterapia e Pesquisa, v. 24, n. 2, p. 157-162, 2017.
SAUER, Deborah et al. Efeito de três periodizações do treinamento aeróbio sobre o
limiar ventilatório. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, v. 36, n. 3, p. 663-670,
2014.
SILVA, R. et al. Aspetos relacionados à qualidade de vida e atividade física de policiais
militares de Santa Catarina-Brasil. Motricidade, v. 8, n. 3, p. 81-89, 2012.
SILVA, MARCOS. ESTRESSE, SEDENTARISMO E O ESTILO DE VIDA DO
POLICIAL MILITAR. 2018.
SILVA, Wellyvelton Teles da; BATISTA, Uanderson Martins. O PERFIL DO ESTILO
DE VIDA DOS POLICIAIS MILITARES DO 3º BATALHÃO DE PORANGATU 12º
CRPM ENVOLVENDO O SEDENTARISMO. 2018.
ZAMAI, Carlos Aparecido et al. Impacto das atividades físicas nos indicadores de saúde
de sujeitos adultos: Programa Mexa-se. 2009.