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1 AS FUNÇÕES PROCURA E OFERTA AGREGADAS (1ª VERSÃO)

Oferta Agregada, AS

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Page 1: Oferta Agregada, AS

1

AS FUNÇÕES PROCURA E

OFERTA AGREGADAS

(1ª VERSÃO)

Page 2: Oferta Agregada, AS

2

A FUNÇÃO PROCURA AGREGADA

No final deste texto o leitor deverá ser capaz de:

Compreender o conceito de função de procura

agregada.

Entender a curva de procura agregada, o seu

declive e os deslocamentos a que pode estar sujeita.

Compreender a relação entre inflação esperada,

custos de produção e inflação verificada.

Page 3: Oferta Agregada, AS

3

I. A FUNÇÃO PROCUR AGREGADA

Neste ponto do programa, ultrapassaremos uma

limitação do modelo keynesiano básico.

Passaremos a admitir que os preços variam.

Utilizaremos o modelo procura agregada/oferta

agregada, numa exposição gráfica.

A função da procura agregada representa as

situações em que existe equilíbrio:

No mercado real ou de bens e serviços

(Y = A = D)...

... e simultaneamente...

... no mercado monetário e de títulos

(M s = M d).

Page 4: Oferta Agregada, AS

4

Y representa o produto e π a taxa de inflação

(ambos para o período corrente).

(.) Representa variáveis exógenas que afectam a

relação.

Como interpretá-la?

A função da procura agregada evidencia a relação

de equilíbrio que tem de existir entre o produto e a

inflação.

Como o produto (rendimento) de equilíbrio de curto

prazo é igual à despesa interna (ou procura agregada de

bens e serviços nacionais):

A curva da procura agregada é também uma

relação entre despesa interna de equilíbrio de curto

prazo e inflação.

Page 5: Oferta Agregada, AS

5

Para uma taxa de inflação superior: só haverá

equilíbrio simultâneo dos dois mercados se o produto

for menor.

Para uma taxa de inflação inferior: só haverá

equilíbrio simultâneo dos dois mercados se o produto

for maior.

Logo: a curva que representa a função de

procura agregada no espaço (Y, π) é

decrescente.

Representação gráfica da função de procura

Agregada (AD)

Page 6: Oferta Agregada, AS

6

Porque é que a curva da procura agregada

é negativamente inclinada?

Existem pelo menos três tipos de explicações

diferentes razões pelas quais as intenções de

despesa interna dependem da taxa de inflação.

Para já: vamos admitir que as expectativas de

inflação para o próximo período (π e) são

dadas:

Ou seja, não se alteram com o produto ou

a inflação deste período.

Explicação 1:O Poder Aquisitivo da

Moeda.

Compatível com a hipótese de controlo indirecto da

massa monetária (nomeadamente, utilização de

operações de mercado aberto “open market”).

Page 7: Oferta Agregada, AS

7

Uma mais elevada taxa de inflação (: a taxa

de crescimento de P) aumenta a procura de

moeda...

... Para uma oferta de moeda dada, o equilíbrio no

mercado monetário...

... Significa um aumento da taxa de juro nominal...

... E da taxa de juro real (π e dados).

...Logo: uma redução do investimento (e do

consumo)!

A despesa interna (A = D) reduz-se e...

... Para haver equilíbrio no mercado de bens e

serviços...

... O produto de equilíbrio tem de ser mais

baixo.

Page 8: Oferta Agregada, AS

8

Explicação 2: A Função de Reação do

Banco Central (BC)

Compatível com a hipótese de alteração da taxa de juro de referência/directora/básica do Banco Central.

. Uma mais alta taxa de inflação faz com que o

BC aumente a taxa de juro nominal…

…Fazendo subir a taxa de juro real…

…Logo: levando a uma redução do investimento (e do consumo!). A despesa interna (A = D) reduz-se e…

…Para haver equilíbrio no mercado de bens e

serviços…

…O produto de equilíbrio tem de ser mais

baixo.

Page 9: Oferta Agregada, AS

9

Explicação 3: A Competitividade (em

Economia Aberta).

Uma mais alta taxa de inflação faz com que os

bens e serviços nacionais percam competitividade

(taxa de câmbio real “valoriza”) face as moedas

estrangeiras...

... Logo: levando a uma redução do saldo da

balança de bens e serviços (as exportações caem e

as importações sobem)!

A despesa interna (A = D) reduz-se e...

... Para haver equilíbrio no mercado de bens e

serviços...

...O produto de equilíbrio tem de ser mais

baixo.

Page 10: Oferta Agregada, AS

10

A curva AD (a representação gráfica da função

procura agregada) é válida:

Quando todos os outros factores (.)

permanecem constantes.

Quando estes factores se alteram:

A curva AD desloca-se.

Outros factores que podem alterar a posição da

curva AD:

. Variáveis exógenas (G, TR, t, etc.)

. Parâmetros do modelo (c, b, etc.)

. Alterações no comportamento do Banco Central (Δ M s).

Page 11: Oferta Agregada, AS

11

A Procura Agregada Autónoma

É aquela parte que não depende de Y ou de π, ou seja,

é determinada exteriormente ao modelo.

Algumas das suas componentes são parâmetros de

comportamento dos agentes privados, como por

exemplo:

Consumo autónomo ( )

Exportações autónomas ( ).

Outras são instrumentos de política económica, e.g.:

Consumo público ( )

Massa monetária (oferta de moeda) ( ).

Page 12: Oferta Agregada, AS

12

Uma mudança no valor destas grandezas faz

deslocar a curva AD.

Para melhor vermos o seu efeito, vamos ver como

terá de reagir o produto de equilíbrio.

Para cada nível de taxa de inflação.

Um acréscimo na componente “z”da procura

autónoma (Δ z> 0) conduzirá a um

deslocamento da curva AD para a:

Direita: se “z” contribui para um aumento da

despesa interna (A = D).

Esquerda: se “z”contribui para uma redução da

despesa interna (A = D).

Page 13: Oferta Agregada, AS

13

Deslocamento da Curva de Procura

Agregada para a Direita:

Deslocamento da Curva de Procura

Agregada para a Esquerda:

Page 14: Oferta Agregada, AS

14

Uma situação idêntica se passa com outras

grandezas não fazem parte da procura autónoma

como:

Propensão marginal a consumir (c);

Propensão marginal a importar (m);

Sensibilidade do investimento à taxa de juro real (b);

Taxa (marginal) de imposto (t).

Movimentos ao Longo da Curva AD

O declive negativo da curva AD resulta da relação

negativa entre a inflação e a despesa interna.

Estes movimentos referem-se a:

- Variações da inflação ou do produto;

- Variações da taxa de juro real.

Page 15: Oferta Agregada, AS

15

Deslocamentos da Curva AD

Factores que alteram a procura agregada para um

dado nível de inflação (ou de produto).

Estes movimentos referem-se a:

- Variações da procura agregada autónoma;

- Alterações do comportamento do banco central;

- Variações de outras grandezas.

Page 16: Oferta Agregada, AS

16

II. A FUNÇÃO OFERTA AGREGADA

Inércia da Inflação

A inflação tende a alterar-se de forma

relativamente lenta.

- Enquanto a economia se encontrar muito perto do

pleno emprego.

- Não ocorrerem perturbações externas sobre o nível de

preços.

Três Factores que afectam a taxa de

inflação:

- Desvio do produto.

- Perturbação (“choque”) da inflação.

- Perturbação do produto potencial.

Page 17: Oferta Agregada, AS

17

. Expectativas de Inflação

Compradores e vendedores tomam a sua expectativa

de inflação em consideração quando negoceiam os

seus contratos.

Quanto maior for a taxa de inflação esperada mais

elevado será o preço real acordado entre as partes:

- Por exemplo, mais elevado será o salário nominal

acordado entre trabalhadores e empresas.

Se os salários e outros custos

aumentarem:

As empresas tenderão a aumentar os seus

preços para não perderem lucros.

Page 18: Oferta Agregada, AS

18

Uma taxa de inflação esperada baixa (alta)

contribui para uma taxa de inflação verificada

igualmente baixa (alta):

Page 19: Oferta Agregada, AS

19

PERTURBAÇÕES DA PROCURA E

DA OFERTA AGREGADAS

Objetivos:

Compreender o conceito de função de oferta

agregada e a sua ligação com o mercado de

trabalho.

Distinguir entre curvas de oferta de curto e longo

prazo.

Entender os equilíbrios de curto e longo prazo no

modelo AS-AD.

Compreender as modificações nesses equilíbrios em

resultado de choques de procura ou oferta.

Dominar os efeitos da política económica nesse

modelo.

Page 20: Oferta Agregada, AS

20

O desvio do produto (Y – Y p) é uma

variável essencial para saber o que acontece

à inflação a médio e longo prazo.

No curto prazo, podemos ter:

Y = Y p Não há desvio cíclico.

Y >Y p Há desvio expansionist/inflacionista.

Y <Y p Há desvio contracionista/deflacionista.

Desvio do produto nulo no período t:

(Y t = Y p, t):

As vendas das empresas estão a crescer ao seu nível

normal (a taxa de crescimento de longo prazo).

Page 21: Oferta Agregada, AS

21

Cada empresa não tem nenhum incentivo para

alterar os seus preços em relação aos outros preços...

... Incluindo os dos seus factores de produção

(salários preços das matérias-primas, etc.).

Neste caso a inflação tende a permanecer

constante.

Isto quer dizer que a inflação não tende nem a subir

nem a descer no próximo período em relação à que se

verificou neste período.

Desvio do produto expansionista no

período t : (Y t >Y p, t):

As vendas das empresas estão a crescer a um nível

superior ao normal.

Para responder a essa situação as empresas utilizam os

recursos (incluindo o trabalho) a um ritmo acima do seu

normal.

Page 22: Oferta Agregada, AS

22

Cada empresa tem um incentivo para aumentar os

seus preços em relação aos seus custos.

Mas a maior taxa de utilização dos recursos

(incluindo o trabalho) leva a uma maior subida dos

preços dos factores (incluindo os salários)...

Neste caso a inflação tende a aumentar

(acelerar) enquanto permanecer o desvio

expansionista.

Isto quer dizer que a inflação tende a subir no

próximo período em relação à que se verificou neste

período.

Desvio do produto recessivo no período t

(Y t < Y p, t):

As vendas das empresas estão a crescer a um nível

inferior ao normal.

Page 23: Oferta Agregada, AS

23

Para responder a essa situação, as empresas

utilizam os recursos (incluindo o trabalho) a um

ritmo abaixo do seu normal.

Cada empresa tem um incentivo para não aumentar

muito os seus preços de forma a não perder muitas

vendas.

Mas a menor taxa de utilização dos recursos

(incluindo o trabalho) leva a uma menor subida dos

preços dos factores (incluindo os salários)...

Neste caso a inflação tende a diminuir

(desacelerar)enquanto permanecer o

desvio recessivo.

Isto quer dizer que a inflação tende a descer no

próximo período em relação à que se verificou neste

período.

Page 24: Oferta Agregada, AS

24

Resumindo

O que determina a taxa de inflação no

curto prazo?

Resposta:

A inflação do período anterior (inércia)

e...o desvio cíclico do período anterior.

Este comportamento pode ser representado

pela seguinte função:

π t = πt-1 + γ* (Y t-1 – Y p, t-1) γ > 0

Page 25: Oferta Agregada, AS

25

Note-se que:

Yt-1 = Y p, t-1 π t = πt-1 (a inflação manteve-se).

Yt-1> Y p, t-1

π t > πt-1 (a inflação acelerou).

Yt-1 <Y p, t-1 π t < πt-1 (a inflação desacelerou).

Se: Y t diferente Y p, t

isso só terá efeito no

próximo período:

Ou seja: teremos π t+1 ≠ π t (a inflação acelerará ou

desacelerará).

A esta função chamamos: função de oferta

agregada de curto prazo:

Page 26: Oferta Agregada, AS

26

Referiremos como: SRAS (short-run

aggregate supply).

Esta função de comportamento não tem a ver com o

equilíbrio:

- Nem do mercado de bens e serviços...

- Nem do mercado monetário.

É determinado pelos (des) equilíbrios nos...

...mercados de factores (recursos) e em especial

no mercado de trabalho.

Lembram-se da lei de Okun?

Page 27: Oferta Agregada, AS

27

Representação Gráfica da Função de

Oferta Agregada de Curto Prazo

E o que determina a taxa de inflação no

longo prazo?

No longo prazo: o produto não pode estar

sistematicamente acima ou abaixo do seu

potencial.

Page 28: Oferta Agregada, AS

28

- Se estivesse sempre acima teríamos hiperinflação.

- Se estivesse sempre abaixo teríamos hiperdeflação.

Este comportamento pode ser representado pela

seguinte função:

Y = Y p

A esta função chamamos: função de oferta

agregada de longo prazo.

- Denotaremos como LRAS (long-run aggregate

supply).

- Esta função de comportamento tem a ver com o

equilíbrio do mercado de trabalho no longo prazo.

- Lembram-se da taxa natural de desemprego?

Page 29: Oferta Agregada, AS

29

Representação Gráfica da Função de Oferta

Agregada de Longo Prazo

Equilíbrio de Curto Prazo

Consideramos aqui que o “curto prazo” se

refere ao período onde existe alguma inércia

da inflação.

- Este período mede-se em trimestres...

- ...não nas décadas do crescimento económico!

A inflação é igual ao valor que resulta do

passado (desvio cíclico passado)...

Page 30: Oferta Agregada, AS

30

...e o produto é igual ao produto de curto prazo

compatível com essa taxa de inflação.

Graficamente: ocorre na intersecção da

Curva AD com a curva SRAS.

Representação gráfica do equilíbrio de

curto prazo para t = 1:

E será este um equilíbrio de longo

prazo?

- Não. Porque: Y1 <Y p...

Page 31: Oferta Agregada, AS

31

-... Ou seja: há um desvio recessivo.

Como se processa o ajustamento, ou

seja, a passagem do curto ao longo

prazo?

- Perante um desvio recessivo as empresas

estão a vender menos do que o normal.

- Os preços tenderão a subir a uma taxa menor...

-...ou seja: a inflação diminuirá no

próximo período.

Page 32: Oferta Agregada, AS

32

Representação gráfica do ajustamento do

equilíbrio de curto prazo (desvio recessivo)

a longo prazo.

E perante um equilíbrio de curto prazo com

desvio expansionista?

Perante um desvio expansionista:

As empresas estão a vender mais do que o normal.

- Os preços tenderão a subir a uma taxa maior...

Page 33: Oferta Agregada, AS

33

-...ou seja: a inflação aumentará no

próximo período.

Representação gráfica do ajustamento do

equilíbrio de curto prazo (desvio

expansionista) a longo prazo:

. No equilíbrio de longo prazo:

- O produto observado iguala o produto potencial...

-...ou seja: Y = Y p...

Page 34: Oferta Agregada, AS

34

-... e a taxa de inflação permanece estável...

-...ou seja: π = π*.

Graficamente: as curvas AD, SRAS

(para t = ∞) e LRAS cruzam-se no

mesmo ponto.

A economia tende a corrigir-se a si

própria.

- Com tempo suficiente: os desvios do produto

tendem a desaparecer sem alteração das políticas

monetária e orçamental.

Page 35: Oferta Agregada, AS

35

Isto não acontece no modelo keynesiano

básico.

- O modelo keynesiano básico é um modelo de

curto prazo em que os preços não se ajustam.

- Os ajustamentos de longo prazo não são

considerados.

Se a auto-correção for lenta:

- A utilização ativa das políticas monetária e

orçamental pode ser importante para a

estabilização do produto.

Se a auto-correção for rápida:

- As políticas de estabilização não se justificam tanto.

Page 36: Oferta Agregada, AS

36

Perturbações da Procura e da Oferta

Agregadas.

A economia está afastada do seu equilíbrio de

longo prazo quando a inflação varia.

O aumento da inflação pode-se ficar a dever:

A um “excesso” da procura agregada...

-...ou seja: “demasiada despesa para o volume

de bens e serviços produzidos normalmente”.

- Se esse “excesso” não foi motivado por uma

quebra do produto potencial...

-...este tipo de desequilíbrio (em relação ao

longo prazo) identifica-se como um choque ou

perturbação da procura agregada.

Page 37: Oferta Agregada, AS

37

Aumento da inflação devido a um

choque positivo (permanente) de

procura agregada.

O aumento da inflação também se pode

ficar a dever a uma perturbação ou choque

da oferta agregada:

- Um choque da oferta desloca a curva da

oferta agregada de curto prazo (perturbação

da inflação).

Page 38: Oferta Agregada, AS

38

- Neste caso: a curva AS de curto prazo é

temporariamente dada por:

Aumento da inflação devido a um

choque positivo (temporário):

. O aumento da inflação pode ainda dever-se a

um outro tipo de perturbação ou choque da

oferta agregada.

Page 39: Oferta Agregada, AS

39

- A curva da oferta agregada de longo prazo

pode se deslocar devido a uma perturbação

do produto potencial.

Neste caso: a curva AS de longo prazo é

permanentemente deslocada para a esquerda:

devido a uma redução de Y p.

Aumento da inflação devido a um

choque negativo (permanente) no

produto potencial:

Page 40: Oferta Agregada, AS

40

Que deve fazer um decisor político se

quiser reduzir a taxa de inflação?

- A inflação pode baixar se forem adoptadas

políticas de contracção da procura agregada.

- Existem custos de curto prazo da desinflação –

em produto perdido e em maior desemprego.

Política de desinflação: de redução

(permanente)da inflação.

Page 41: Oferta Agregada, AS

AS FUNÇÕES PROCURA E

OFERTA AGREGADAS

(2ª VERSÃO)

Page 42: Oferta Agregada, AS

- - 2

A FUNÇÃO PROCURA AGREGADA

No final deste texto o leitor deverá ser capaz:

De compreender o conceito de função de procura agregada.

De entender a curva de procura agregada, o seu declive e os

deslocamentos a que pode estar sujeita.

Page 43: Oferta Agregada, AS

- - 3

FUNÇÃO PROCURA AGREGADA

DO MODELO IS-LM AO MODELO

AS/AD

No modelo IS-LM: fizemos duas simplificações

drásticas:

1. Assumimos que o nível de preços era fixo.

2. As empresas produziam o volume necessário

para satisfazer a procura.

Ou seja: assumimos que as empresas estariam

dispostas a oferecer qualquer quantidade de produto

ao nível de preços actual.

Por maior que fosse a quantidade procurada, havia

sempre capacidade produtiva suficiente para a

satisfazer.

Page 44: Oferta Agregada, AS

- - 4

. O modelo IS-LM é um modelo que analisa

essencialmente, o lado da procura da

economia, ignorando o lado da oferta.

No modelo AS-AD (“aggregate supply” –

“aggregate demand”) já se considera a capacidade

produtiva da economia como um factor relevante.

As empresas passam a decidir o volume de

produção com o objectivo de maximizar os seus

lucros.

No modelo AS-AD: o nível de preços deixa de

ser um dado fixo, passando a ser uma variável

explicada pelo modelo.

Page 45: Oferta Agregada, AS

- - 5

De certa forma: no modelo AS-AD alargamos o

horizonte temporal da análise, dando tempo aos

preços para se ajustarem.

Isso permite-nos estudar o impacto das diferentes

características da economia, e de choques exógenos

(incluindo a política monetária e orçamental) sobre o

nível de preços.

No curto prazo: o equilíbrio macroeconómico

caracteriza-se por:

1) Equilíbrio no mercado de bens e serviços.

2) Equilíbrio no mercado monetário.

3) Empresas produzem o volume que maximiza o

lucro.

Page 46: Oferta Agregada, AS

- - 6

No longo prazo, exige-se, adicionalmente:

4) Equilíbrio no mercado de trabalho.

No modelo AS-AD: além do equilíbrio no

mercado de bens e serviços (1) e no mercado

monetário (2), que determinam a procura (AD).

Consideramos também a maximização do lucro por

parte das empresas (3) e o equilíbrio no mercado de

trabalho (4), que determinam a oferta (AS).

Page 47: Oferta Agregada, AS

- - 7

DEDUÇÃO GRÁFICA E ANALÍTICA

DA FUNÇÃO PROCURA AGREGADA

No modelo IS-LM: para um nível de preços

fixo, obtém-se um produto de equilíbrio.

Como este produto é determinado apenas pela

procura (ignora-se a capacidade produtiva),

designa-se por quantidade procurada agregada.

A curva da procura agregada (AD): relaciona

o nível de preços com a quantidade procurada

de produto agregado (de equilíbrio do modelo

IS-LM):

Quando todas as outras variáveis são constantes.

Page 48: Oferta Agregada, AS

- - 8

Uma alteração do nível de preços: tem impacto no

modelo IS-LM porque modifica a oferta real de

moeda, e, portanto, as condições do mercado

monetário.

Um aumento do nível geral de preços: faz

diminuir a oferta real de moeda:

Tendo, portanto: um efeito semelhante ao

da política monetária restritiva: aumento da

taxa de juro e diminuição do produto.

Page 49: Oferta Agregada, AS

- - 9

P1

P

i0

i1

Y1

i

AD

Y0 Y

Y1 Y0 Y

P0

IS

LM (P0)

LM (P1)

• O equilíbrio no modelo IS-LM

depende do nível de preços.

• Se os preços subirem, diminui a

oferta real de moeda, MS/P.

• O nível geral de preços e a

quantidade procurada (produto de

equilíbrio do modelo IS-LM) estão

inversamente relacionados.

• A curva AD é constituída pelas

combinações de produto e nível de

preços que são compatíveis com o

equilíbrio conjunto no mercado de

bens e serviços e no mercado

monetário.

Page 50: Oferta Agregada, AS

- - 10

Significado dos pontos fora da curva AD

• Em qualquer ponto situado à direita da função

ou curva AD:

Verifica-se um excesso de oferta de bens e serviços: para

qualquer P.

Y deveria ser inferior para haver equilíbrio.

O que significa que há produção em excesso

face à procura de bens e serviços.

• Em qualquer ponto situado à esquerda da função

ou curva AD:

Verifica-se um excesso de procura de bens e serviços:

para qualquer P.

Y deveria ser superior para haver equilíbrio.

Page 51: Oferta Agregada, AS

- - 11

O que significa que há produção insuficiente face

à procura de bens e serviços.

• Em qualquer ponto situado fora da função ou

curva AD:

Verificam-se pressões para o ajustamento: por exemplo:

Num ponto à direita da curva AD: o excesso de

produção face à procura de bens e serviços conduz à

existência de investimento (em stocks) não planeado (I u>0):

Levando as empresas a reajustar:

1. Reduzindo, a sua produção.

2. OU: as empresas tentarão elevar as vendas,

baixando os seus preços.

Page 52: Oferta Agregada, AS

- - 12

Política Monetária

AD0

P0

P

i1

i0

Y0

i

Y1 Y

Y0 Y1 Y

IS

LM1

LM0

AD1

• Uma política monetária expansionista

(aumento da oferta de moeda) faz com que

aumente o produto e diminua a taxa de juro,

no contexto do modelo IS-LM (preços fixos).

• P = P0 Y0 (Y1 -Y0) = *M

• Portanto, para o mesmo nível de

preços, P0, aumenta o produto de

equilíbrio (IS-LM), dado o

multiplicador monetário global “ ”.

• Ou seja, uma política monetária expansionista

faz deslocar a curva AD para a direita

deslocamento horizontal da curva AD.

• Se Y = Y0 face ao aumento da oferta

monetária “∆ M (+)”, o nível geral de preços

“P” deverá subir proporcionalmente a “∆ M

(+)” inicial oferta real de moeda ( M / P )

mantém-se deslocamento vertical da curva AD.

Page 53: Oferta Agregada, AS

- - 13

Política Orçamental

• P = P0 Y0 = Y1 -Y0 = *G

Deslocamento Horizontal da Curva AD.

IS0

AD1

AD0

P

i0

i1

Y0

i

Y1 Y

LM

• Uma política orçamental expansionista

(aumento da despesa pública) faz com

que aumente o produto e a taxa de

juro, no modelo IS-LM (preços fixos).

• Para o mesmo nível de preços, P0,

aumenta o produto de equilíbrio

(IS-LM)

• A curva AD desloca-se para a direita

(desloca-se menos do que a Δ IS,

devido ao efeito “crowding-out”

parcial), dado o multiplicador global

da política orçamental “ ”.

Y0

P0

Y1 Y

IS1

Page 54: Oferta Agregada, AS

- - 14

• Se Y = Y0:

Face ao aumento das despesas públicas

G (+):

O nível geral de preços “P”: deverá subir numa medida

tal que redução da oferta real de moeda:

Subida da taxa de juro suficiente:

I (-) = G (+) inicial

Deslocamento Vertical da Curva AD

(Efeito Deslocamento “Crowding-out”Total).

Page 55: Oferta Agregada, AS

- - 15

SÍNTESE:

DEDUÇÃO ANALÍTICA DA FUNÇÃO

PROCURA AGREGADA (AD)

(1) Mercado Real ou de Bens e Serviços (IS)

Y = * A - * b* i = * ( A – b* i)

(1) Função (IS) -1

i = [( A /b) – (1 / * b)* Y]

(2) Função (IS)

► = 1 / [1- c* (1 - t) + m] = multiplicador de

rendimento da procura agregada autónoma.

Page 56: Oferta Agregada, AS

- - 16

(II) Mercado Monetário e de Títulos (LM)

Y = (1/k)* [(M / P ) - L ] + (h/k)* i

(3) Função LM - 1

i = - (1/h)* [(M / P ) - L ] + (k/h)* Y

(4) Função LM

(III) Equilíbrio Global (IS=LM)

Y0 = (h* / * b* k + h) * A + (b* / * b* k + h) * [( M / P ) - L ]

β λ

i 0 = (k* / * b* k)* A - (1 / * b* k + h)* [( M / P ) - L ]

β ´ λ´

Page 57: Oferta Agregada, AS

- - 17

(IV) Função Procura Agregada

(IS=LM com Preços Variáveis)

P = λ* M / (Y - β* A + λ* L)

Page 58: Oferta Agregada, AS

- - 18

■ FUNÇÃO OFERTA AGREGADA

No final deste texto o leitor deverá ser capaz de:

Compreender o conceito de função de oferta

agregada e a sua ligação com o mercado de trabalho.

Distinguir entre curvas de oferta de curto e longo

prazo.

Entender os equilíbrios de curto e longo prazo no

modelo AS/AD.

Compreender as modificações nesses equilíbrios em

resultado de choques de procura ou oferta.

Dominar os efeitos da política económica nesse

modelo.

Page 59: Oferta Agregada, AS

- - 19

A FUNÇÃO OFERTA AGREGADA

A curva da oferta agregada descreve a relação

entre a quantidade oferecida de produto e o nível de

preços (quando todas as outras variáveis estão

constantes).

Como é necessário tempo para que os preços e

salários se ajustem ao nível de longo prazo:

A curva da oferta agregada difere entre o curto

e o longo prazo.

Page 60: Oferta Agregada, AS

- - 20

A Curva da Oferta Agregada de Longo

Prazo (LRAS/ASLP)

Quantidade de produto que uma economia pode produzir

no longo prazo é determinada pela quantidade de capital,

de oferta de trabalho (pleno emprego) e de tecnologia

disponível.

No longo prazo, o nível de produto agregado é

produzido à taxa natural de desemprego “NAIRU”

(economia no longo prazo) e designado por produto

normal ou natural (Y n).

Page 61: Oferta Agregada, AS

- - 21

A Curva da Oferta Agregada de

Curto Prazo (AS/ASCP)

No curto prazo, uma vez que os preços e salários

são mais “rígidos”, então:

A curva da procura agregada terá declive

positivo.

Sendo o objectivo das empresas maximizar os

lucros:

- A quantidade oferecida de produto será determinada

pelo lucro obtido em cada unidade de produto.

- Se os lucros aumentam, mais produto agregado será

produzido e portanto a quantidade oferecida de

produto irá aumentar.

Page 62: Oferta Agregada, AS

- - 22

O lucro obtido em cada unidade de produto é igual ao

preço menos o custo de produção.

- Como no curto prazo o custo é fixo o lucro

depende apenas do preço.

Quanto maior for o preço, maior será o lucro.

Page 63: Oferta Agregada, AS

- - 23

A Curva da Oferta Agregada de Curto

Prazo (AS/ASCP):

Deslocações da Curva AS

A quantidade oferecida depende do lucro obtido

numa unidade de produto” :

- Um aumento do custo de produção leva a uma

diminuição do lucro por unidade de produto:

Logo, a quantidade oferecida de produto, a

cada nível de preço, diminui também.

- Um aumento dos custos de produção desloca a

curva AS para a esquerda.

- Uma diminuição dos custos de produção

desloca a curva AS para a direita.

Page 64: Oferta Agregada, AS

- - 24

Factores que deslocam a curva AS são os

mesmos que afectam os custos de produção.

. Mercado de Trabalho

Economia está a crescer rapidamente:

Y> Y n:

Empregadores têm dificuldade em contratar novos

trabalhadores e mesmo em manter os actuais:

Procura de trabalho> Oferta de trabalho.

Os salários vão aumentar os custos de

produção vão aumentar lucro por unidade de

produto a cada preço vai diminuir.

Page 65: Oferta Agregada, AS

- - 25

EM SUMA:

“Quando o produto agregado está acima da taxa

natural, a curva AS curto prazo desloca-se para

a esquerda”.

“Quando o produto agregado está abaixo da taxa natural

(recessão), a curva AS curto prazo desloca-se

para a direita”.

• Nível de Preços Esperado

Trabalhadores e empresas interessam-se pelos

salários reais (em termos dos bens e serviços que

podem comprar):

Se os preços aumentam o mesmo salário

nominal permite comprar menos bens e serviços.

Page 66: Oferta Agregada, AS

- - 26

Se um trabalhador espera uma subida de preços então

vai procurar salário nominal mais elevado para

manter o mesmo salário real.

Os salários nominais vão aumentar

(se o aumento dos preços permite aos empregadores

pagar mais)

Os custos de produção vão aumentar.

“Se é esperada uma subida dos preços a curva AS

curto prazo desloca-se para a esquerda.

“Se é esperada uma descida dos preços então a AS curto

prazo desloca-se para a direita.

Page 67: Oferta Agregada, AS

- - 27

• Pressão dos trabalhadores para subida

dos salários

Se os trabalhadores fazem greve e esta é bem

sucedida ao obterem salários mais elevados

haverá aumento dos custos de produção.

“Uma pressão para subida dos salários bem

sucedida desloca a curva AS curto prazo

para a esquerda.

• Alteração dos custos de produção não

relacionada com os salários

Uma diminuição da oferta de matérias-primas

(choque de oferta negativo):

Page 68: Oferta Agregada, AS

- - 28

Aumento do preço destes factores de produção

Aumento dos custos de produção.

Por outro lado, o desenvolvimento de uma nova

tecnologia

Diminuição dos custos de produção.

“ Um choque de oferta negativo que leve a um

aumento dos custos de produção faz deslocar a

curva AS curto prazo para a esquerda.

“ Um choque de oferta positivo que leve a uma

diminuição dos custos de produção faz deslocar

a curva AS curto prazo para a direita.

Page 69: Oferta Agregada, AS

- - 29

SÍNTESE:

Page 70: Oferta Agregada, AS

- - 30

Equilíbrio no Modelo da

Procura e Oferta Agregadas

Page 71: Oferta Agregada, AS

- - 31

Equilíbrio no Curto Prazo

Equilíbrio no Longo Prazo (1) Mesmo que a quantidade de produto agregado

procurada iguale a quantidade de produto agregado

oferecida.

Se Y ≠ Yn então forças irão operar fazendo com

que o equilíbrio se mova ao longo do tempo.

Page 72: Oferta Agregada, AS

- - 32

Porquê?

Alterações nos custos de produção levam a

deslocações da curva da oferta agregada

(AS curto prazo).

Quando o produto agregado (Y) e a taxa de

desemprego (u) estão ao nível da sua taxa

natural:

Não há pressão no mercado de trabalho

para subida ou descida de salários.

Page 73: Oferta Agregada, AS

- - 33

Page 74: Oferta Agregada, AS

- - 34

Equilíbrio no Longo Prazo (2)

Mecanismo de auto-correcção:

. Independentemente do nível de produto inicial.

. Este retorna ao nível da taxa natural.

Para os decisores de política económica

interessa a rapidez com que isso acontece.

Muitos economistas consideram que é um

processo:

. Que leva muito tempo e por isso o processo de

atingir o equilíbrio de longo prazo é lento.

Page 75: Oferta Agregada, AS

- - 35

. Os salários são pouco flexíveis: o ajustamento dos

preços e salários é lento.

. A curva AS curto prazo move-se lentamente

para restabelecer o equilíbrio.

Equilíbrio no Longo Prazo (3)

Mecanismo de autocorreção lento

(predominante):

- Salários não são flexíveis, especialmente para

descidas quando u é elevada.

- Necessidade de uma política ativa do governo.

- Keynesianos/Intervencionistas.

Page 76: Oferta Agregada, AS

- - 36

Mecanismo de autocorreção rápido:

- Salários e preços são flexíveis.

- Menor necessidade de intervenção governamental.

- Clássicos/Liberais/Monetaristas.

Alterações do Equilíbrio causadas por

Choques na Procura Agregada

Page 77: Oferta Agregada, AS

- - 37

Apesar do efeito de curto prazo inicial (resultante

da deslocação da curva AD para a direita) ser o:

(1) Aumento do produto e (2) dos preços.

O último efeito e de longo prazo é apenas o

aumento dos preços.

Alterações do Equilíbrio causadas por

Choques na Oferta Agregada

Page 78: Oferta Agregada, AS

- - 38

Apesar da deslocação da curva AS curto prazo

para a esquerda levar (1) ao aumento dos preços

e (2) a diminuição do produto.

O último efeito e de longo prazo leva a produto

e preços inalterados (mantendo curva AD

constante).

Page 79: Oferta Agregada, AS

- - 39

Conclusões:

1.Deslocações da Curva AD

(e.g., política monetária, política orçamental ou

comércio internacional):

Afectam o produto no curto prazo mas:

não causam qualquer efeito no longo prazo.

2. Deslocações da Curva AS

(e.g., inflação esperada, pressão exercida pelos

trabalhadores para subir os salários):

Page 80: Oferta Agregada, AS

- - 40

Afectam o produto e os preços apenas no

curto prazo não causando qualquer efeito no

longo prazo (curva AD constante).

3. A Economia tem um Mecanismo de

Autocorreção:

Que a faz voltar aos níveis de desemprego

e produto agregado naturais ao longo do

tempo.

Para os Keynesianos tal processo de

ajustamento gradual de preços e salários

pode ser mais ou menos longo.

Page 81: Oferta Agregada, AS

- - 41

. Com custos económicos e sociais mais ou

menos elevados), que:

Justifica a adopção de políticas ativas

de gestão sobre a procura agregada.

(e.g., monetária e/ou orçamental) visando a

sua acelerar o retorno da economia ao seu nível

normal ou natural.

Ou de pleno emprego ou à taxa natural de

desemprego

Page 82: Oferta Agregada, AS

AS FUNÇÕES PROCURA E

OFERTA AGREGADAS

(3ª VERSÃO)

Page 83: Oferta Agregada, AS

- - 2

No final deste TEXTO o LEITOR deverá ser capaz de:

Compreender o conceito de função de procura

agregada.

Entender a curva de procura agregada, o seu declive

e os deslocamentos a que pode estar sujeita.

Page 84: Oferta Agregada, AS

- - 3

FUNÇÃO PROCURA AGREGADA

DO MODELO IS-LM AO MODELO

AS/AD

No modelo IS-LM: fizemos duas simplificações

drásticas:

1. Assumimos que o nível de preços era fixo.

2. As empresas produziam o volume necessário para

satisfazer a procura.

Ou seja: assumimos que as empresas estariam

dispostas a oferecer qualquer quantidade de produto

ao nível de preços actual.

Por maior que fosse a quantidade procurada, havia

sempre capacidade produtiva suficiente para a

satisfazer.

Page 85: Oferta Agregada, AS

- - 4

O modelo IS-LM é um modelo que analisa,

essencialmente, o lado da procura da economia,

ignorando o lado da oferta.

No modelo AS-AD (“aggregate supply” –

“aggregate demand”) já se considera a capacidade

produtiva da economia como um factor relevante.

As empresas passam a decidir o volume de

produção com o objectivo de maximizar os seus

lucros.

No modelo AS-AD, o nível de preços deixa de

ser um dado fixo, passando a ser uma variável

explicada pelo modelo.

Page 86: Oferta Agregada, AS

- - 5

De certa forma, no modelo AS-AD alargamos o

horizonte temporal da análise, dando tempo aos

preços para se ajustarem.

Isso permite-nos estudar o impacto das diferentes

características da economia, e de choques exógenos

(incluindo a política monetária e orçamental) sobre o

nível de preços.

No curto prazo, o equilíbrio macroeconómico

caracteriza-se por:

1) Equilíbrio no mercado de bens e serviços.

2) Equilíbrio no mercado monetário.

3) Empresas produzem o volume que maximiza o

lucro.

Page 87: Oferta Agregada, AS

- - 6

No longo prazo, exige-se, adicionalmente:

4) Equilíbrio no mercado de trabalho.

No modelo AS-AD, além do equilíbrio no mercado

de bens e serviços (1) e no mercado monetário (2),

que determinam a procura (AD).

Consideramos também a maximização do lucro

por parte das empresas (3) e o equilíbrio no

mercado de trabalho (4), que determinam a

oferta (AS).

DEDUÇÃO GRÁFICA E ANALÍTICA

DA FUNÇÃO PROCURA AGREGADA

No modelo IS-LM, para um nível de preços fixo,

obtém-se um produto de equilíbrio.

Page 88: Oferta Agregada, AS

- - 7

Como este produto é determinado apenas pela procura

(ignora-se a capacidade produtiva), designa-se por

quantidade procurada agregada.

A curva da procura agregada (AD) relaciona o

nível de preços com a quantidade procurada de

produto agregado (de equilíbrio do modelo IS-

LM)

Quando todas as outras variáveis são constantes.

Uma alteração do nível de preços tem impacto no

modelo IS-LM porque modifica a oferta real de

moeda, e, portanto, as condições do mercado

monetário.

Um aumento do nível geral de preços,

faz diminuir a oferta real de moeda:

Page 89: Oferta Agregada, AS

- - 8

Tendo, portanto, um efeito semelhante ao da

política monetária restritiva: aumento da taxa de

juro e diminuição do produto.

P1

P

i0

i1

Y1

i

AD

Y0 Y

Y1 Y0 Y

P0

IS

LM (P0)

LM (P1)

• O equilíbrio no modelo IS-LM

depende do nível de preços.

• Se os preços subirem, diminui a

oferta real de moeda, MS/P.

• O nível geral de preços e a

quantidade procurada (produto de

equilíbrio do modelo IS-LM) estão

inversamente relacionados.

• A curva AD é constituída pelas

combinações de produto e nível de

preços que são compatíveis com o

equilíbrio conjunto no mercado de

bens e serviços e no mercado

monetário.

Page 90: Oferta Agregada, AS

- - 9

Significado dos Pontos Fora da Curva AD

• Em qualquer ponto situado à direita da curva AD:

Verifica-se um excesso de oferta de bens e serviços: ~

para qualquer P Y deveria ser inferior para haver

equilíbrio.

O que significa que há produção em excesso

face à procura de bens e serviços.

• Em qualquer ponto situado à esquerda da curva AD:

Verifica-se um excesso de procura de bens e serviços:

para qualquer P Y deveria ser superior para haver

equilíbrio:

O que significa que há produção insuficiente face

à procura de bens e serviços.

Page 91: Oferta Agregada, AS

- - 10

• Em qualquer ponto situado fora da curva AD:

Verificam-se pressões para o ajustamento. Por exemplo:

Num ponto à direita da curva AD: o excesso de

produção face à procura de bens e serviços conduz à

existência de investimento (em stocks) não planeado

(I u>0):

Levando as empresas a reajustar:

1. Reduzindo, a sua produção.

2. OU: as empresas tentarão elevar as vendas,

baixando os seus preços.

Page 92: Oferta Agregada, AS

- - 11

Política Monetária

AD0

P0

P

i1

i0

Y0

i

Y1 Y

Y0 Y1 Y

IS

LM1

LM0

AD1

• Uma política monetária expansionista

(aumento da oferta de moeda) faz com que

aumente o produto e diminua a taxa de juro,

no contexto do modelo IS-LM (preços fixos).

• P = P0 Y0 (Y1 -Y0) = *M

• Portanto, para o mesmo nível de

preços, P0, aumenta o produto de

equilíbrio (IS-LM), dado o

multiplicador monetário global “ ”.

• Ou seja, uma política monetária expansionista

faz deslocar a curva AD para a direita

deslocamento horizontal da curva AD.

• Se Y = Y0 face ao aumento da oferta

monetária “∆ M (+)”, o nível geral de preços

“P” deverá subir proporcionalmente a “∆ M

(+)” inicial oferta real de moeda ( M / P )

mantém-se deslocamento vertical da

curva AD.

Page 93: Oferta Agregada, AS

- - 12

Política Orçamental

• P = P0 Y0 = Y1 -Y0 = *G

Deslocamento Horizontal da Curva AD.

IS0

AD1

AD0

P

i0

i1

Y0

i

Y1 Y

LM

• Uma política orçamental expansionista

(aumento da despesa pública) faz com

que aumente o produto e a taxa de

juro, no modelo IS-LM (preços fixos).

• Para o mesmo nível de preços, P0,

aumenta o produto de equilíbrio

(IS-LM)

• A curva AD desloca-se para a direita

(desloca-se menos do que a Δ IS,

devido ao efeito “crowding-out”

parcial), dado o multiplicador global

da política orçamental “ ”.

Y0

P0

Y1 Y

IS1

Page 94: Oferta Agregada, AS

- - 13

• Se Y = Y0

Face ao Aumento das Despesas Públicas

G (+):

O nível geral de preços “P”: deverá subir numa medida

tal que redução da oferta real de moeda:

Subida da taxa de juro suficiente:

I (-) = G (+) inicial.

Deslocamento Vertical da Curva AD

(Efeito Deslocamento “Crowding-out”Total).

Page 95: Oferta Agregada, AS

- - 14

SÍNTESE:

DEDUÇÃO ANALÍTICA DA FUNÇÃO PROCURA

AGREGADA (AD)

(I) Mercado de Bens e Serviços – Modelo IS

Y = * A - * b* i = * ( A – b* i)

(1) Função (IS) -1

i = [( A /b) – (1 / * b)* Y]

(2) Função (IS)

► = 1 / [1- c* (1 - t) + m] ► multiplicador de rendimento da

procura agregada autónoma.

Page 96: Oferta Agregada, AS

- - 15

(II) Mercado Monetário e de Títulos – Modelo LM

Y = (1/k)* [(M / P ) - L ] + (h/k)* i

(3) Função (LM) -1

i = - (1/h)* [(M / P ) - L ] + (k/h)* Y

(4) Função LM

(III) Equilíbrio Global (IS=LM)

Y0 = (h* / * b* k + h) * A + (b* / * b* k + h) * [( M / P ) - L ]

β λ

i 0 = (k* / * b* k)* A - (1 / * b* k + h)* [( M / P ) - L ]

β ´ λ´

Page 97: Oferta Agregada, AS

- - 16

(IV) Função Procura Agregada (IS=LM com

Preços Variáveis)

P = λ* M / (Y - β* A + λ* L )

Page 98: Oferta Agregada, AS

- - 17

■ FUNÇÃO OFERTA AGREGADA

No final deste texto o leitor deverá ser capaz de:

Compreender o conceito de função de oferta agregada e a

sua ligação com o mercado de trabalho.

Distinguir entre curvas de oferta de curto e longo prazos.

Entender os equilíbrios de curto e longo prazo no modelo

AS/AD.

Compreender as modificações nesses equilíbrios em

resultado de choques de procura ou oferta.

Dominar os efeitos da política económica nesse modelo.

Page 99: Oferta Agregada, AS

- - 18

I. OFERTA AGREGADA DE CURTO PRAZO (ASCP)

Page 100: Oferta Agregada, AS

- - 19

INTRODUÇÃO

A relação entre o nível de preços e o volume de produção

pretendido (quantidade oferecida de produto) pelas

empresas (Oferta Agregada, AS) é alvo de uma

profunda controvérsia.

O modelo keynesiano simples (MKS) e o modelo

IS/LM: assumem que as empresas estão dispostas a

produzir qualquer quantidade ao nível de preços em vigor

produzir Curva AS Horizontal.

De acordo com a teoria clássica/liberal o volume de

produção oscila em torno do produto natural,

independentemente do nível de preços Curva AS

Vertical.

No longo prazo, esta hipótese é aceitável.

Page 101: Oferta Agregada, AS

- - 20

Como é necessário tempo para que os preços e salários se

ajustem ao nível de longo prazo:

Modelos de Ajustamento Gradual de Preços e

Salários: Expectativas Adaptativas (Monetaristas)

e Informação Imperfeita (Ilusão Monetária): Nova

Economia Keynesiana).

A curva da oferta agregada difere entre o

curto e o longo prazo.

No curto prazo: é mais realista considerar que a

quantidade oferecida está positivamente relacionada com o

nível de preços A curva AS tem inclinação

positiva.

No curto prazo: uma vez que os preços e salários

são mais “rígidos” a curva AS terá

declive positivo.

Page 102: Oferta Agregada, AS

- - 21

Sendo o objectivo das empresas maximizar os

lucros:

A quantidade oferecida de produto será determinada

pelo lucro obtido em cada unidade de produto.

Se os lucros aumentam, mais produto agregado será

produzido e portanto a quantidade oferecida de

produto irá aumentar.

O lucro obtido em cada unidade de produto é igual ao

preço menos o custo de produção:

Como no curto prazo o custo é fixo o lucro depende

apenas do preço: quanto maior for o preço,

maior será o lucro.

Page 103: Oferta Agregada, AS

- - 22

OFERTA AGREGADA DE CURTO

PRAZO

Vamos estudar a curva AS de curto prazo

supondo que as empresas decidem o volume de produção

com o objectivo de maximizar o lucro, e que os salários

nominais são fixos.

Sendo o salário nominal fixo: um aumento do

nível de preços “P”:

Faz com que o salário real diminua.

Page 104: Oferta Agregada, AS

- - 23

Esta diminuição do custo de produção levará as

empresas a aumentar o volume de produção

MAXIMIZAÇÃO DO LUCRO

PROCURA DE TRABALHO

A procura agregada de trabalho: traduz a quantidade

de factor trabalho que as empresas pretendem utilizar para

cada nível salarial, com tudo o resto constante.

Page 105: Oferta Agregada, AS

- - 24

As empresas adquirem unidades adicionais de factor

trabalho enquanto o benefício da sua utilização for

superior ao seu custo.

Page 106: Oferta Agregada, AS

- - 25

OFERTA AGREGADA DE CURTO

PRAZO

Deslocações da Curva AS

Em geral: A quantidade oferecida de produto

depende do lucro obtido numa unidade de produto:

Page 107: Oferta Agregada, AS

- - 26

Um aumento do custo de produção leva a uma

diminuição do lucro por unidade de produto.

Logo: a quantidade oferecida de produto, a cada

nível de preço, diminui também.

Um aumento dos custos de produção desloca a

curva AS para a esquerda.

Uma diminuição dos custos de produção desloca

a curva AS para a direita.

“Factores que deslocam a curva AS são os

mesmos que afetam os custos de produção”.

Page 108: Oferta Agregada, AS

- - 27

Deslocações da curva AS dependem, assim,

dos custos de produção:

Mercado de Trabalho

Economia está a crescer rapidamente [Y > Y*]:

empregadores têm dificuldade em contratar novos

trabalhadores (e mesmo em manter os actuais).

Procura de trabalho> oferta de trabalho:

salários nominais (W) vão aumentar.

Page 109: Oferta Agregada, AS

- - 28

Custos de produção vão aumentar: lucro por unidade

de produto vai diminuir.

“Quando o produto agregado está acima da taxa

natural então a curva AS curto prazo desloca-se

para a esquerda.

“Quando o produto agregado está abaixo da taxa

natural (recessão) então a curva AS desloca-se para

a direita”.

Nível de Preços Esperado

Trabalhadores e empresas interessam-se pelos

salários reais (W/P), em termos dos bens e serviços

que podem comprar):

Page 110: Oferta Agregada, AS

- - 29

Se os preços aumentam: o mesmo salário nominal

permite comprar menos bens e serviços.

Se um trabalhador espera uma subida de preços:

então vai procurar salário nominal mais elevado para

manter o mesmo salário real.

Salários nominais (W) vão aumentar

(se o aumento dos preços permite aos empregadores pagar

mais): custos de produção vão aumentar.

“Se é esperada uma subida dos preços A curva

AS desloca-se para a esquerda”.

“Se é esperada uma descida dos preços A curva

AS desloca-se para a direita”.

Pressão dos trabalhadores para subida dos

Salários

Page 111: Oferta Agregada, AS

- - 30

Se os trabalhadores fazem greve e esta é bem

sucedida.

Ao obterem salários nominais mais elevados:

aumento dos custos de produção.

“Uma pressão para subida dos salários bem

sucedida desloca a curva AS curto prazo para a

esquerda”.

Alteração dos Custos de Produção Não

Relacionada com os Salários

Uma diminuição da oferta de matérias primas

(incluindo petróleo) choque de oferta negativo:

Aumento do preço destes factores de produção:

aumento dos custos de produção.

Page 112: Oferta Agregada, AS

- - 31

Por outro lado: o desenvolvimento de uma nova

tecnologia (progresso técnico):

Diminuição dos custos de produção.

“Um choque de oferta negativo que leve a um

aumento dos custos de produção faz deslocar a curva

AS curto prazo para a esquerda.

Um choque de oferta positivo que leve a uma

diminuição dos custos de produção faz deslocar a curva

AS curto prazo para a direita”.

Page 113: Oferta Agregada, AS

- - 32

EQUILÍBRIO “AS/AD” DE CURTO

PRAZO

O equilíbrio de curto prazo do modelo AS/AD:

corresponde ao cruzamento das curvas AD e AS de

curto prazo.

Page 114: Oferta Agregada, AS

- - 33

O produto e o nível de preços são tais que:

(AD): Tanto o mercado de bens e serviços como o

mercado monetário estão em equilíbrio.

(ASc p): Dado que o salário nominal em vigor, as

empresas produzem a quantidade que

maximiza os seus lucros.

Page 115: Oferta Agregada, AS

- - 34

II. OFERTA AGREGADA DE LONGO PRAZO (ASLP) _____________________

Page 116: Oferta Agregada, AS

- - 35

INTRODUÇÃO

Para definir a oferta agregada de curto prazo

assumimos salário nominais são fixos.

No longo prazo, essa hipótese não é aceitável:

O salário é determinado no mercado de trabalho como

resultando do equilíbrio entre a oferta e a procura de

trabalho.

Um equilíbrio de longo prazo verifica uma hipótese

adicional:

O mercado de trabalho está em equilíbrio.

Isto é: o salário real é tal que são iguais a quantidade

procurada e oferecida de trabalho.

Já estudamos a função procura de trabalho: as

empresas procuram uma quantidade de trabalho tal que a

produtividade marginal coincida com o salário real.

Page 117: Oferta Agregada, AS

- - 36

Precisamos agora de considerar também a função

oferta de trabalho.

A oferta agregada de trabalho: relaciona o salário real

com a quantidade de trabalho que os agentes estão

dispostos a oferecer.

A oferta de trabalho resulta da escolha dos agentes

entre trabalho e lazer:

Aumentando se aumentar a população activa ou se diminuir

o gosto pelo tempo de lazer.

Observa-se que um maior salário real implica uma

maior quantidade oferecida de trabalho (declive positivo

da curva NS).

Page 118: Oferta Agregada, AS

- - 37

OFERTA AGREGADA DE LONGO

PRAZO

Page 119: Oferta Agregada, AS

- - 38

MERCADO DE TRABALHO

☺Um aumento da produtividade marginal do trabalho

faz aumentar a procura de trabalho:

Fazendo aumentar o salário real de equilíbrio, o emprego

de equilíbrio e o produto natural.

Se aumentasse a população activa, aumentaria a

oferta de trabalho, o que levaria à diminuição do salário

real de equilíbrio e ao aumento do emprego de equilíbrio e

do produto natural.

Page 120: Oferta Agregada, AS

- - 39

OFERTA AGREGADA DE LONGO

PRAZO

Page 121: Oferta Agregada, AS

- - 40

CHOQUES NA PROCURA AGREGADA: AS POLÍTICAS MONETÁRIA E ORÇAMENTAL ___________________________________

Page 122: Oferta Agregada, AS

- - 41

EQUILÍBRIO DO MODELO AS/AD

As condições de equilíbrio de curto prazo são:

1. Equilíbrio no mercado de bens e serviços (IS).

2. Equilíbrio no mercado monetário (LM)

3. Maximização do lucro das empresas (ASCP).

Um equilíbrio de longo prazo verifica uma

condição adicional: equilíbrio no mercado de

trabalho, que implica que o produto seja igual ao

produto natural (ASLP).

Page 123: Oferta Agregada, AS

- - 42

Equilíbrio no Longo Prazo

Mesmo que a quantidade de produto agregado

procurada iguale a quantidade de produto agregado

oferecida:

Se Y ≠ Y* então forças (de mercado) irão operar

fazendo com que o equilíbrio se mova ao longo do tempo.

Page 124: Oferta Agregada, AS

- - 43

Porquê? Alterações nos custos de produção

(nomeadamente nos salários nominais, W) levam a

deslocações da curva agregada (curva AS de

curto prazo).

Quando o produto agregado e a taxa de

desemprego (u) estão ao nível da sua taxa

normal ou natural:

Não há pressão no mercado de trabalho para a

subida ou descida de salários.

Page 125: Oferta Agregada, AS

- - 44

Page 126: Oferta Agregada, AS

- - 45

Equilíbrio no Longo Prazo:

Mecanismo de Autocorreção

Mecanismo de auto-correcção: independente do

nível de produto inicial este retorna ao nível da taxa

natural.

Para os decisores de política económica interessa a

rapidez com que isso acontece (devido aos custos

económicos e sociais).

Muitos economistas consideram que é um processo

que leva muito tempo, e, por isso, o processo de

atingir o equilíbrio de longo prazo é lento.

Page 127: Oferta Agregada, AS

- - 46

Os salários são pouco flexíveis: ajustamento dos preços e

salários é lento.

A curva AS curto prazo move-se lentamente para

restabelecer o equilíbrio de longo prazo.

Mecanismo de Autocorreção Lento:

Salários não são flexíveis, especialmente para

descidas quando “u” é elevada .

Necessidade de uma política activa do

governo.

Keynesianos (e a hipótese de informação

imperfeita, da existência de ilusão monetária por

parte dos trabalhadores).

Page 128: Oferta Agregada, AS

- - 47

Mecanismo de Autocorreção Rápido:

Salários e preços são flexíveis (embora não

perfeitamente flexíveis).

Menor necessidade de intervenção

governamental.

Monetaristas (e a hipótese de existência de

expectativas adaptativas).

Page 129: Oferta Agregada, AS

- - 48

POLÍTICA MONETÁRIA

Uma política monetária expansionista provoca

um aumento da procura agregada (recorde que a

procura agregada corresponde ao equilíbrio do

modelo IS-LM, para cada nível de preços).

A curva AD desloca-se para a direita e para

cima, tanto mais quanto maiores forem os efeitos da

política monetária → (Deslocamento Horizontal da

Curva AD).

O deslocamento da curva AD para cima é tal que:

Para cada valor do produto, os preços aumentam

proporcionalmente ao aumento da oferta nominal de

moeda: Deslocamento Vertical da Curva AD.

Page 130: Oferta Agregada, AS

- - 49

Na situação conhecida como “armadilha da

liquidez”: a curva AD é vertical e não se desloca

(tente perceber porquê).

O resultado é um aumento temporário do

produto.

No longo prazo todas as variáveis reais

regressam aos seus valores iniciais.

Page 131: Oferta Agregada, AS

- - 50

POLÍTICA MONETÁRIA (CURTO PRAZO)

POLÍTICA MONETÁRIA (LONGO PRAZO)

Outro efeito de curto prazo é a diminuição do

salário real (W/P):

O nível de preços aumenta enquanto que o salário

nominal (W) é fixo.

Page 132: Oferta Agregada, AS

- - 51

A renegociação salarial irá fazer aumentar o

salário nominal:

Alterações nos custos de produção levam a

deslocações da curva da oferta agregada

(AS curto prazo).

No caso: deslocando-se a curva ASCP para cima

(as empresas vão procurar menos trabalho para o mesmo

nível de preços).

O novo equilíbrio de curto prazo é tal que o

produto diminui (em direcção ao produto normal ou

natural) e o nível de preços sobe novamente.

Em resultado deste novo aumento de preços,

o salário real volta a estar aquém do seu valor de

equilíbrio.

Page 133: Oferta Agregada, AS

- - 52

Uma nova renegociação levará a um novo aumento do

salário nominal, e, portanto, a um novo deslocamento da

curva ASCP para cima.

Este processo continua até que o produto regresse

ao valor do produto normal ou natural:

Aumento dos preços a longo prazo proporcional

ao aumento inicial da oferta monetária nominal.

Cruzando-se as três curvas:

AD

ASCP

ASLP

Page 134: Oferta Agregada, AS

- - 53

POLÍTICA ORÇAMENTAL

Uma política orçamental expansionista

provoca um aumento da procura agregada (recorde-se

que a procura agregada corresponde ao equilíbrio do

modelo IS-LM, para cada nível de preços).

Page 135: Oferta Agregada, AS

- - 54

A curva AD desloca-se para a direita, tanto mais

quanto maior for o efeito da política orçamental:

O deslocamento da curva AD é menor que o da IS, já

que incorpora o efeito de “crowding-out”

(Deslocamento Horizontal da Curva AD).

Os efeitos são: um aumento temporário do produto

e um aumento permanente do nível de preços (tal

como no caso da política monetária), e também um

aumento da taxa de juro.

A taxa de juro aumenta de forma permanente,

fazendo com que diminua o investimento e o

consumo.

O “crowding-out” é parcial no curto prazo

(sendo superior ao previsto pelo modelo IS-LM),

E, total no longo prazo.

Page 136: Oferta Agregada, AS

- - 55

POLÍTICA ORÇAMENTAL

(CURTO PRAZO)

POLÍTICA ORÇAMENTAL

(LONGO PRAZO)

Tal como no caso da política monetária

expansionista, outro efeito de curto prazo da política

orçamental expansionista é a diminuição do salário

real devido ao aumento do nível de preços.

Page 137: Oferta Agregada, AS

- - 56

A renegociação salarial leva ao aumento do

salário nominal (W):

Deslocando-se a curva ASCP para cima, o que implica

um novo equilíbrio de curto prazo: no qual o produto

é menor (mais próximo do produto natural) e o nível de

preços ainda maior.

Em resultado do novo aumento de preços, o salário

real volta a estar abaixo do salário real de equilíbrio:

Sucessivas rondas renegociais levam a aumentos do

salário nominal, e, portanto, a deslocamentos da

curva ASCP para cima.

No fim do processo de ajustamento a subida dos

preços (longo prazo) implica:

Page 138: Oferta Agregada, AS

- - 57

Numa redução da oferta real de moeda de forma a que

a subida da taxa de juro seja tal que:

Reduza o investimento privado numa medida igual

ao aumento das despesas públicas (G) iniciais

(neutralização, a longo prazo).

Estes ajustamentos diminuem gradualmente o

produto, até que este regresse ao valor do

produto natural.

Page 139: Oferta Agregada, AS

- - 58

Page 140: Oferta Agregada, AS

- - 59

☺ CHOQUES NA OFERTA AGREGADA

Alterações do Equilíbrio Causadas por

Choques na Oferta Agregada.

Deslocações na curva AS, como vimos,

podem resultar de alterações nos custos de

produção:

Relacionadas com os Salários:

Produção agregada acima/abaixo da produção de

pleno emprego (Y> Y*) e (Y< Y*), respetivamente.

Inflação esperada.

Pressão exercida pelos trabalhadores para subir os

salários (greves bem sucedidas).

Page 141: Oferta Agregada, AS

- - 60

Não Relacionadas com os Salários:

Redução da quantidade disponível (aumento dos

preços) das matérias primas, incluindo o petróleo:

choques petrolíferos de 1973 e 1979 ( Estagflação).

Alterações na produtividade marginal do trabalho

(choques tecnológicos).

Exemplo de um Choque na Oferta Agregada (Negativo)

Page 142: Oferta Agregada, AS

- - 61

“ Apesar da deslocação da curva AS curto prazo para a esquerda aumento dos preços e diminuição do produto:

“O último efeito e de longo prazo produto e preços inalterados (mantendo a curva AD constante)”.

Deslocações da Curva de Oferta Agregada de Longo Prazo (ASLP)

. Crescimento Económico.

. Teoria dos Ciclos Económicos Reais

“Business Cycles” (de inspiração clássica):

Page 143: Oferta Agregada, AS

- - 62

- Choques de oferta reais (nomeadamente,

choques na produtividade) conduzem a flutuações de curto prazo na taxa de produto

normal ou natural (deslocações ASLP).

- Não há necessidade de intervenção do Estado.

. Histerese de Desemprego (modelo

incluídos “insiders” – excluídos “outsiders” (de inspiração keynesiana):

Procura explicar o elevado e persistente desemprego na Europa (em confronto com o EUA).

Longos períodos de alto desemprego aumenta a

taxa natural de desemprego (a taxa natural de produto cai abaixo do pleno emprego inicial).

Page 144: Oferta Agregada, AS

- - 63

- Devido, entre outros factores:

. Ação sindical (mercado de trabalho pouco flexível): E a defesa primordial do nível de vida dos trabalhadores “incluídos” . E, assim, passagem automática dos desempregados devido a choques negativos à condição de “excluídos”.

. Desemprego de longa duração:

- Desencorajados (e não se esforçar ao máximo para encontrar um emprego). - Trabalhadores que beneficiam de subsídios de desemprego podem se acostumar a não trabalhar.

Page 145: Oferta Agregada, AS

- - 64

- As empresas evitam contratar esses trabalhadores devido a possibilidade de perda de energia e de qualificações para trabalhar.

Política expansionista para deslocar a procura agregada.

CONCLUSÕES:

. Deslocações da curva AD (política

monetária, política orçamental ou comércio internacional) afetam o produto no curto prazo.

MAS não causam qualquer efeito no longo prazo.

Page 146: Oferta Agregada, AS

- - 65

. Deslocações da curva AS (inflação

esperada, pressão exercida pelos trabalhadores para subir os salários) afetam o produto e os preços no curto prazo.

MAS não causam qualquer efeito no longo prazo (curva AD constante).

. A economia tem um mecanismo de

autocorreção: que a faz voltar aos níveis de desemprego e produto agregado naturais ao longo do tempo.

Page 147: Oferta Agregada, AS

- - 66

Page 148: Oferta Agregada, AS

- - 67

Page 149: Oferta Agregada, AS

- - 68

Page 150: Oferta Agregada, AS

- - 69

Page 151: Oferta Agregada, AS

- - 70

Page 152: Oferta Agregada, AS

- - 1

ANEXO:

AS CURVAS DE PHILLIPS ORIGINAL E

AQUMENTADA DAS EXPECTATIVAS

Page 153: Oferta Agregada, AS

- - 2

■ Em Macroeconomia, a Curva de Phillips é um

dilema/menu “trade-off” entre inflação e desemprego.

Que permite analisar a relação entre ambas, no curto

prazo.

■ Esta curva mostra ► quanto mais alta a taxa de

desemprego menor a taxa de inflação (e vice-versa).

Menos desemprego pode ser alcançado obtendo-se

mais inflação ou a inflação pode ser reduzida

permitindo-se mais desemprego.

■ Baseando-se em dados da economia do Reino Unido

no período de 1957 a 1961:

Willian Phillips ► economista neozelandês mostrou

haver uma correlação negativa entre a inflação e o

desemprego “trade-off” produto real /output e

inflação.

Page 154: Oferta Agregada, AS

- - 3

Poucos anos depois, outros dois cientistas americanos,

Paul Samuelson e Robert Solow confirmaram a

descoberta ao utilizarem dados da economia dos EUA

E resolveram chamar o modelo como curva de Phillips.

Inflação versus desemprego nos Estados

Unidos, 1900-1960

No período 1900-1960, nos Estados Unidos, uma taxa de

desemprego baixa estava tipicamente associada a uma alta

taxa de inflação.

Page 155: Oferta Agregada, AS

- - 4

E, inversamente, o alto desemprego a uma inflação baixa ou

negativa.

A curva de Phillips, baseada nos dados acima,

mostra uma relação negativa entre inflação e

desemprego.

■ A Equação Matemática

A partir da relação existente entre o nível de preços,

o nível de preços esperado/antecipado e a taxa de

desemprego:

P = f (P e, u)

P = nível de preços

P e = nível de preços esperados/antecipados

u = taxa de desemprego

Page 156: Oferta Agregada, AS

- - 5

■ Pode-se deduzir uma nova função relacionando: a taxa

de inflação, a taxa de inflação esperada/antecipada e

a taxa de desemprego, na forma:

π = f (πe, u)

Assim: a taxa de inflação tenderá a variar

positivamente com a inflação esperada

e negativamente com a taxa de desemprego.

É válido lembrar que existem coeficientes que dão maior

ou menor peso a esses factores determinantes da taxa de

inflação.

Expressão analítica da curva de Phillips

(de curto prazo):

π t = πe t – γ (u t – u* t)

Page 157: Oferta Agregada, AS

- - 6

γ = Parâmetro que mede a sensibilidade da inflação

observada face a desvios entre a taxa de

desemprego observado e a taxa de desemprego

normal ou natural “NAIRU”.

■ Na curva de Phillips original ► embora não ocorra em

tempos actuais:

A inflação média nos períodos pesquisados por Phillips

e depois por Samuelson e Solow tendia para zero.

■ Com uma inflação média tendendo para zero em

períodos passados ► levantou-se a hipótese de que a

taxa de inflação esperada também seria zero.

■ De forma que a relação descrita anteriormente

passaria a ser:

π t = f (u)

Page 158: Oferta Agregada, AS

- - 7

π t = - γ (u t – u* t)

Taxa de inflação apenas em função da taxa de

desemprego.

■ Assim, nesta primeira versão da curva de Phillips:

► Inexistência de uma eventual espiral de salários e

preços, períodos em que elevações no salário nominal

provocam elevações no nível geral de preços e, vice versa.

Gráfico: Curva de Phillips Original

* 0

= Taxa de inflação (observada)

= Taxa de desemprego (observado)

* = Taxa natural de desemprego “NAIRU”

e t = Taxa de inflação esperada = 0

t = e t - γ ( t - n)

π t = - γ (u t – u * t)

Page 159: Oferta Agregada, AS

- - 8

A Taxa de Desemprego e a Curva de

Phillips

A relação negativa entre desemprego e inflação

perdurou ao longo da década de 1960, mas

desapareceu depois desse período, por duas razões:

Um aumento no preço do petróleo: os choques

na oferta agregada, choques petrolíferos de 1973 e

1979, a “estagflação”.

Uma mudança na forma como os fixadores de

salário formavam suas expectativas, devido a uma

mudança no comportamento da taxa de

inflação.

A taxa de inflação tornou-se consistentemente

positiva.

A inflação tornou-se mais persistente.

Page 160: Oferta Agregada, AS

- - 9

Inflação versus desemprego nos Estados

Unidos, 1948-1969

O declínio contínuo do desemprego nos Estados

Unidos durante a década de 1960 esteve associado

a um aumento também contínuo da inflação.

Page 161: Oferta Agregada, AS

- - 10

Inflação versus desemprego nos Estados

Unidos, 1970-2000

A partir de 1970, a relação entre a taxa de desemprego

e a taxa de inflação desapareceu nos Estados Unidos.

Page 162: Oferta Agregada, AS

- - 11

Inflação versus desemprego nos Estados

Unidos, 1970-2000

Desde a década de 1960, a inflação americana esteve

consistentemente positiva.

A inflação também tornou-se mais persistente: a

inflação alta de um ano provavelmente será alta no ano

seguinte.

Page 163: Oferta Agregada, AS

- - 12

A Curva de Phillips Aumentada das

Expetativas (Adaptativas)

Suponha que as expectativas sobre a inflação sejam

formadas de acordo com:

O parâmetro θ captura o efeito da taxa de inflação do ano

passado, πt-1, sobre a taxa de inflação prevista para este

ano, πet.

O valor de θ aumentou continuamente na década de

1970, de zero a um.

πt = πet – δ* (ut - u*t)

πet = θ* πt -1 (teoria das expectativas adaptativas)

πt - π t – 1 = - δ* (ut - u*t) para : θ = 1

1π θπe

t t-=

Page 164: Oferta Agregada, AS

- - 13

Quando θ = 1, a taxa de desemprego não afeta a

taxa de inflação, mas sim a variação da taxa de

inflação.

A partir de 1970, surgiu uma relação negativa entre a

taxa de desemprego e a variação da taxa de inflação

nos Estados Unidos.

NOTA:

Para o período analisado por Phillips e Samuelson

e Solow (até a década de 60 do século passado):

θ = 0 π t = - δ* (u t – u t*)

Page 165: Oferta Agregada, AS

- - 14

Variação da Inflação versus desemprego

nos Estados Unidos, 1970-2000

Desde 1970, há uma relação negativa entre a taxa de

desemprego e a variação da taxa de inflação nos

Estados Unidos.

Page 166: Oferta Agregada, AS

- - 15

A curva original de Phillips é:

πt = - δ (ut - u*t).

A curva de Phillips modificada, ou curva de Phillips

aumentada pelas expectativas, também chamada de curva

de Phillips aceleracionista1, é:

πt - πt-1 = - δ (ut - u*t)

Esta é uma relação importante porque proporciona outra

maneira de pensar sobre a curva de Phillips, em termos de

taxa de desemprego actual, da taxa natural de

desemprego e da variação da inflação.

Friedman e Phelps questionaram a existência dessa

alternância/dilema/”trade-off” entre desemprego e inflação.

1 M. Friedman e E.S. Phelps.

Page 167: Oferta Agregada, AS

- - 16

Eles argumentaram que a taxa de desemprego não poderia

ser mantida abaixo de um determinado nível que

chamaram de "nível natural de desemprego".

O nível natural de desemprego é a taxa de desemprego em

que a taxa inflação corrente é igual à taxa de inflação

esperada.

πt - πt-1 = - δ* (ut - u*t)

A equação acima proporciona outra maneira de

pensar sobre a taxa natural de desemprego:

A taxa de desemprego não-aceleradora da

inflação, (ou NAIRU), é a taxa de desemprego

necessária para manter a inflação constante.

Page 168: Oferta Agregada, AS

- - 17

■ A Curva de Phillips de Curto e de Longo

Prazo:

A Curva de Phillips Modificada/Aumentada

das Expectativas /Aceleracionista

■ No curto prazo é possível para o PIB flutuar em torno a

sua tendência de crescimento de longo prazo.

E tais flutuações são acompanhadas por movimentos da

inflação em torno da inflação esperada.

Tudo o resto igual:

O produto e a inflação deslocam-se

no mesmo sentido (dilema/menu ou “trade-off”

produto/inflação).

Page 169: Oferta Agregada, AS

- - 18

■ A Curva de Philips e o Dilema/Menu “Trade-off”

inflação e Produto/Desemprego

(do curto para o longo prazo)

´

O Mecanismo de Transmissão entre o Curto

e o Longo prazo.

Para um dado nível de expectativas sobre a

inflação futura:

A

Curva de Philips

de longo prazo

(NAIRU)

E1

E0

* 0

1

0

(Inicial Curva de Phillips de curto prazo)

= e0 - γ ( - *)

(Nova Curva de Phillips de curto prazo)

= e1 - γ ( - *)

Page 170: Oferta Agregada, AS

- - 19

A expansão (com origem monetária ou orçamental) da

procura agregada.

Estimula o aumento do produto, do emprego e da

inflação.

À medida que os trabalhadores começam a ter uma

percepção mais correcta do valor efectivo da inflação

tendem a ajustar as suas expectativas.

As negociações salariais levarão em consideração este

novo valor para a inflação no estabelecimento dos

salários nominais, W.

Porque o que interessa aos trabalhadores em

última instância é a evolução do salário real, W/P).

Por isso, os salários ajustam-se de modo a

entrarem em consideração com o novo valor da inflação

esperada.

Page 171: Oferta Agregada, AS

- - 20

Porém, o aumento de preços e salários

de forma gradual recoloca a oferta agregada

ao seu nível tendencial de longo prazo.

■ Friedman e Phelps, anteciparam o

problema do dilema/menu entre

produto/desemprego e inflação.

. A tentativa de colocar o desemprego de forma

persistente abaixo da taxa natural de desemprego

“NAIRU” ► taxas de inflação cada vez maiores.

. A curva de Phillips de curto prazo desloca-se

para cima ao longo do tempo.

. A curva de Phillips de longo prazo é vertical.

Page 172: Oferta Agregada, AS

- - 21

■ A NAIRU é a taxa de desemprego à qual é associada

inflação estável.

u* = NAIRU

u = taxa de desemprego observada/actual/efectiva

. u < u *:

As expectativas inflacionárias aumentam e a inflação

tende a acelerar.

Tendência aceleracionista: pois a inflação se

acelera quanto mais distante da NAIRU for o

desemprego observado/corrente.

Page 173: Oferta Agregada, AS

- - 22

. u > u *:

As expectativas inflacionárias caem e a inflação

tende a se desacelerar.

. u = u*

A taxa de inflação tende a permanecer a mesma

(a não ser que ocorra algum choque exógeno).

Page 174: Oferta Agregada, AS

- - 23

REVISÃO E APLICAÇÕES PRÁTICAS

Page 175: Oferta Agregada, AS

- - 24

Page 176: Oferta Agregada, AS

- - 25

Page 177: Oferta Agregada, AS

- - 26

Page 178: Oferta Agregada, AS

- - 27

Page 179: Oferta Agregada, AS

- - 28