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MaJs uma vez se lembra que, por benigna coocesslo da Santa. Sé, todos os Peregrinos poderão lucrar, nos dias 12 e 13 de Outubro deste ano, INDULGtNCIA PLENARIA- uma em cada dia -confessando-se e comungando. Devem ainda visitar a Baslllca ou a Ca pelinha das Aparições e ai rezar pelas intenções do Santo Padre. Haverá também um rosário de Mi ssas (ISO), na Baslllca, a manhã do dia 10 até ao meio-dia do dia 13. _} Director e Editor : Mons. Manuel Marques Proprietária e Administradora: «Gráfica de Leiria» - Largo nego Maia- Telef. 223361 A NO 13 de XXXVI-N.• OUTUBRO de 421 1957 I! Composto e impresso nas Oficinas da «Gráfica de Leiria» - Leiria Nossa Se nh () fJ da justi ça S. J os é e_ a_ v_ is_ã_o _m_ultiforme T tM sabor p articular as noções de justiça e de direito que os tratadistas delicia dame nte d esenvolvem - uns , ao ritmo antigo, sólido e clássico; outros, acomp anhando as manifestações re voluCionárias da vida mo- = derna, que procura fundar um mundo n ovo, com despr.e zo total do mundo velho. Ce rto é que as distinções de t e de juristas têm aua razão de ser. Mas um artigo de jorn al não é, positivamente, capítulo de moral ou tese de direito, e por isso lige iramente nos ficamos em n oções gené ricas ao alcance de toda a ge nte . E logo surge uma obse rvão preliminar: a justiça não é virtude de con- selho, que pode exe rcer-se ou o mitir-se, sem pr ejuízo de maior, mas virtude necessária, que obriga a todos ,. em todos os lug ares. ' Dir-se-á, com razão, que a .justiça não basta para o homem ser pe rf eito, e até pode acrescentar-s e que, sem a caridade a JUStiça torna hirtos os caract eres e perpendiculares as almas . Mas tamb ém p ode dizer -se , com igual razão, que não caridade contra a justiça, e que sem a justiça todo o edificio social e sobrena- tural ruirá fatalme nte. Estas simples conside raç ões bastariam p ara se concluir que Nossa Senhora praticou a justiça com aque la perfe ão de que Ela era capaz. Justa, no sentido lato, quer dizer cump ridora de todas as virtudes, - e nes te sentido justi ça equivale a santidade- , Maria, por isso mesmo: foi. supremamente justa no sentido estrito, em que justiça é a virtude mor al que mclina o ho mem a reconhe cer por pensame ntos, por p alavras e por a ctos, com me dida na equida de, o direito de cada um. Assim, ao direito dos outros corresponde sempre o nosso dever. Ora ninguém como De us te m dire itos sobre s. Pe rte ncemos-Lhe, p or . direito de criaç ão , d e conse rvaç ão e de E nem pelo facto de tal direito se realizar em amor, de1 xa de ser dem::1vo e absoluto. O objecto deste direito é o ho mem todo, com a sua inteligência, a sua von- tade , a sua se nsibilidade, quer dize r, o homem com to das as suas facu ld ades e potên Cias . E, no entanto, neste totalitarismo de amor, não há supressão da personali- dade humana, nem sequer diminuição da sua po tencialidade. Na medida em que o homem crê na palavra de Deus, obedece aos seus pr eceitos, realiza os seus conselhos, sobe acima das próp rias força s, par a se sobrenatura- lizar. Foi assim que S. João Baptista, diminuindo p ara que Cristo crescesse, prodigiosamente se aproximou do modelo divino . Tocamos aqui na perfeição do Nossa Se nhora. Deus que é a ver dade su- prema, tem o direito de revelar, iluminando e guiando. Fechar os ouVldos à revelação é loucura de orgulho. Se mpre a inteligê ncia de Maria se abriu candidamente à palavra do Senhor, de qualquer mane ira que chegou até Ela . Porque, se o Senhor se fez ouvir na voz das Escrituras, chega tamb ém até nós nos movimentos da consciência, nos sobressaltos do coração, na, magnificê ncia da natureza, e também, e às vezes principalmente, na agonia da dor. Verdade suprema, Deus é igualmente poder supremo e sabedoria infinita. Por isso, tudo o que manda é sempre o mais perf eito. Escrava do Senhor! A escrava era filha, dócil de inteligência e de coração, sempre abertos à grande luz que ilumina todo o homem que vem a est .e mundo . Em sua docilidade filial, queria o que Deus queria. Essa a razão por que nos caminhos da Senhora, não res quicios de poeira. Nem ao de leve c pecado ensombrou a sua alma. O peca do é desvio de Deus, e Maria segui\ , sempre a estrada direita do dever Nem para Ela houve distinção entn preceito e conselho. Na ordem ou na recome ndação de Deus, encontra-se a vontade divina. Tanto bastava para quE> Maria observasse o conselho com a mesma exactidão e alegria, com quE> observava a lei. Mas Deus é também v oem supremo que deve ser amado acima de tudo, e no qual se de vem amar as pessoas e as coisas. Nenhuma criatura amou a Deus com a intensid ade e a deli cadeza de Maria- pela perf eição d o conhe- cimento, pela g randeza de alma, pela de licadeza do cor ação. Também ne ste amor a Se nhora realizou plenamente a ·usuça. Em muitos dos nossos actos subter· fúgios e e nre dos, para fingir r ealizar a vontade de Deus quando na re alid ade se r ealiza a nossa vontade, obstinada e pecadora. Em O utubro de 1911, e nquanto o sol começava a dançar aos olhos dos 70 mil peregrinos, uma visão multi - forme se apresentava aos d os três pequemnos Videntes. lltnda não terá chegado o m omentlo de tmu conclusões sobre o mi stério das diversas fig uras q ue sucessiva- mente lhes apareceram, a um e outro lado do sol. Dizer que as trê s di fe- rentes formas (os três «naipes», no d izer da Lúcia) por que Nossa Senhor a se manifestou: Senhora do Rosário, Senhora das Dores e Senhora do Carmo evocam as três séries dos misténos do Santo Rosário , é uma explicação acei tavel; mas não nos p arece q ue ela abranja toda a riqueza da visão nem o significado compl eto do conjun to dos seus elemen tos. Tal aua/ como para o «cenário» das Aparições de Pontmam, será prudente, por agora, aguardar as luzes q ue o tempo não dei x ará de nos d ar sobre essa visão. bem como sobre o sentido p rofundo da dança do sol e o da sua repeti(:<io aos olhos do Padre Santo, nas festas da definicão do dogma da .t-.ssunçdo de Nossa Senhora. Se não temos o direito de da r à visão multiforme uma interpretaç§o racionailsta', vendo nela apenas uina proiecçJo do subconsciente da.s crian- r.as (porque teriam, entiio, visto os três as mesmas imagens?), faríamos mal, também, em querer aciarar a obscuridade do misterio com cações prematuras e portanto, com c ertos laivos de ilumimsmo. l''·tO rost'l dJlt•ída, contudo de q ue cada uma das figuras tem o seu valor i ntnnseco e pode e deve ser utilizada na p regaçJo da Mensagem da Fátima. Por hoje, note mos si mplesmente que S. José se manifesta e é glorificado com as outr as Pessoas da Sagrada Famflia : «Vimos ao lado do sol S. José com o Menino e Nossa Senhora ... S. José com Po demos enganar os homens ; a Deus é que o conseguimos enganar. «SOU A SENHORA DO RORÁRI O » f MANUEL, Arcebispo de Évora DIS SE NOSSA Sl:.NHORA EM 13 DE O UTUBRO DE 191" DESDE ENTAO, O TERÇO FOI SEMPRE A ORA ÇiiO PREDILECTA D OS PEREGRINOS o Menino pare ciam abençoar o mun- do .. » Dizia-nos, há p ouco, um Prelado estar conv encido de que S. José se encontra no centro da onda mlstica contemporânea e de que o conh eci- m ento e ful gor da sua per sonalidade não d eixar ão d e aume ntar nos dias que nós temos ain da par a viver. Imitador pe rf e ito da Santfssima Vir- g em, cu jas vi rtudes também repro- duziu do Mod el o comum que er a o próprio Fi lh o de Deus, ele é verda- deiramente o primei ro, o chefe dos fiéi s devotos de Nossa Senhora da Fátima. Se a Pr ovidência permitiu que ele n ão houvesse de participar nos sofri- mentos atrozes do Coração de Maria dur ante a realização dos mi stérios do- lorosos da sua corredenção, sentiu com Ela os esp inhos escondidos nas r osas dos mistér i os gozosos. Uma devoção de or igem franciscana torna lembradas as sete Dores e as sete Aleg rias do Cora ção do Santo; quer dizer, da vida de S. José , como tamm da nossa , jamais a Cruz fica ausente , e se ele não conheceu o mar- tírio d o san g ue ou o marrio do cora- çJo, como Jesus e como Maria , passou por .um sem n úmero de provas, sem ?squecer o sacrifício diário do dever de estado , do qual, até certo ponto, foi também màrtir. Je é, pois , o modelo perf eito das almas pacíficas, que Nossa Senhora deseja e veio recl amar na Fátima, almas que o- de realizar a paz futura, n ão tanto por meio de organizaç6es e colóquios i nternacionais, como pelo mérito diário e continuo das suas ta- ref as profis sionais e familiares. Assim como o Cor ação Imaculado de Maria, que se manif estou na Fátima rodeado de espinhos, também o Cora- ção puríssimo de S. José aceitou as feridas das mil penas e contratempos do dia a dia e fez delas a Deus, em jesus e por Jesus, permanente consa- gração. Fê-lo, como Maria, com o fiat entu- siasta duma alma de criança mente abandonada nas mãos do Pai do Céu, filia/mente confiada no Seu Amor e alegre só por cumprir a Sua Vontade. O Menino que S. José tru nos braços não é apenas o seu grande Amor, mas o modelo do seu amor. Diante do comunismo orgulhoso, que se esforça por opor a Deus um Homem por si mesmo liberto da Cruz, S. José aparece como o protótipo duma Humanidade que espera a salvaçle da sua confiança em Deus e do se• espfrito d e sacrif ício. Ele ap arecerá um dia, assim o es- peramos, como o Ve rdad ei ro Pai dos Povos, de qu e um outro José foi figura. Ele será o Protec tor duma Acção Católica Mariana, pedida pela Me dianeira de to- das as graças a Sant a Catari na Labouré, não apenas p ar a as r aparigas mas p ar a todas as categorias de fiéis. Então, a bênç§o do Menino Jesus terá, por S. José, rea/iz ad & no mundo todas pr omessa s q ue a visão da Fát ima deixava adivinhar. As Forças re- presentadas no u da Cova da Iria a 13 d e Ou tubro de 1917, terão a pouco e pouco transformado os cor6es e a face da ter ra ver-se-á renovada. Paris · (França) ABBÉ VAUTHRIN

·os - fatima.santuario-fatima.pt · Com posto e im resso nas Ofici as da «Gráfica de Leiri » - Leiria 1957 I! ... que o homem crê na palavra de Deus, obedece aos seus preceitos,

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MaJs uma vez se lembra que, por benigna coocesslo da Santa. Sé, todos os Peregrinos poderão lucrar, nos dias 12 e 13 de Outubro deste ano, INDULGtNCIA PLENARIA- uma em cada dia -confessando-se e comungando. Devem ainda visitar a Baslllca ou a Ca pelinha das Aparições e ai rezar pelas intenções do Santo Padre.

Haverá também um rosário de Missas (ISO), na Baslllca, ~sde a manhã do dia 10 até ao meio-dia do dia 13. _}

Director e Editor : Mons. Manuel Marques do~ ~Mntos Proprietária e Administradora: «Gráfica de Leiria» - Largo Cónego Maia- Telef. 223361 A NO

13 de

XXXVI-N.•

OUTUBRO de

421

1957 I! Composto e impresso nas Oficinas da «Gráfica de Leiria» - Leiria

Nossa Senh()fJ da justiça S. J osé e_a_ v_is_ã_o_m_ultiforme ================================~

T tM sabor p articular as noções d e justiça e de direito que os tratadistas

de liciadamente d esenvolvem - uns, ao ritmo antigo, sólido e clássico; outros, acomp anhando as manifestações re voluCionárias da vida mo­

= derna, que procura fundar um mundo novo, com despr.ezo total do mundo velho. Certo é que as distinções de t ~ólogos e de juristas têm

aua razão d e ser. Mas um artigo d e jornal não é, positivamente, capítulo de moral ou tese de direito, e por isso lige iramente nos ficamos em noções g ené ricas ao alcance d e toda a g ente.

E logo surge uma ob servação preliminar: a justiça não é virtude de con­selho, que pode exercer-se ou omitir-se, sem p r ejuízo de maior, mas virtude necessária, que obriga a todos,. em todos os lugares. '

Dir-se-á, com razão, que a .justiça não basta para o homem s er p erfeito, e até pode acrescentar-se que, s em a caridade a JUStiça torna hirtos os caracteres e perpendiculares as almas. Mas também pode dizer-se, com igual r azão, que não há caridade contra a justiça, e que sem a justiça todo o edificio social e sobrena­tural ruirá fatalmente.

Estas simples considerações bastariam para se concluir que Nossa Senhora praticou a justiça com aquela perfeição de que só Ela era capaz.

Justa, no sentido lato, quer dizer cump ridora d e todas as virtudes, - e neste sentido justiça equivale a santidade - , Maria , por isso mesmo: foi. supremamente justa no sentido estrito, em que justiça é a virtude moral que mclina o homem a reconhecer por pensamentos, por p alavras e por actos, com me dida na equidade, o dire ito de cada um. Assim, ao direito dos outros corresponde sempre o nosso dever .

Ora ninguém como Deus te m direitos sobre nós. Pe rtence mos-Lhe, p or . direito de criação, d e conse rvação e de rege~eração sobre~~tural. E nem

pelo facto de tal dire ito se realizar em amor , d e1xa de ser dem::1vo e abs oluto. O objecto deste direito é o homem todo, com a sua inteligência, a sua von­

tade , a sua sensibilidade, quer dizer, o homem com todas as suas faculdades e potênCias.

E, no entanto, neste totalitarismo de amor, não há supressão da personali­dade humana, nem sequer diminuição da s ua potencialidade. Na medida em que o homem crê na palavra de Deus, obedece aos se us p receitos, realiza os seus conselhos, sobe acima das próprias forças, para se sobrenatura­lizar. Foi assim que S. João Baptista, diminuindo para que Cristo crescesse, prodigiosamente se aproximou do modelo divino.

Tocamos aqui na perfeição do Nossa Senhora. Deus que é a verdade su­prema, tem o direito de revelar, iluminando e guiando. Fechar os ouVldos à revelação é loucura de orgulho. Sempre a inteligência de Maria se abriu candidamente à palavra do Senhor, de qualque r maneira que chegou até Ela. Porque, se o Senhor se fez ouvir na voz das Escrituras, chega também até nós nos movimentos da consciência, nos sobressaltos do coração, na, magnificência da natureza, e também, e às vezes principalmente, na agonia da dor.

Verdade suprema, Deus é igualmente poder supremo e sabedoria infinita. Por isso, tudo o que manda é sempre o mais perfeito. Escrava do Senhor! A escrava era filha, dócil de inteligência e de coração, sempre abertos à grande luz que ilumina todo o homem que vem a est.e mundo.

Em sua docilidade filial, só queria o que Deus queria. Essa a razão por que nos caminhos da Senhora, não há res quicios de poeira. Nem ao de leve c pecado ensombrou a sua alma. O peca do é desvio de Deus, e Maria segui\, sempre a estrada direita do dever Nem para Ela houve distinção entn preceito e conselho. Na ordem ou na recomendação de Deus, encontra-se a vontade divina. Tanto bastava para quE> Maria observasse o conselho com a mesma exactidão e alegria, com quE> observava a lei.

Mas Deus é também v oem supremo que deve ser amado acima de tudo, e no qual se d evem amar as pessoas e as coisas. Nenhuma criatura amou a Deus com a intensidade e a delicadeza de Maria- pela perfeição d o conhe­cimento, pela grandeza de alma, pela de licadeza do coração. Também neste amor a Senhora realizou p lenamente a ·usuça.

Em muitos dos nossos actos há subter· fúgios e enredos, para fingir r ealizar a vontade de Deus quando na r ealidade se realiza a nossa vontade, obstinada e pecadora.

Em Outubro d e 1911, enquanto o sol começava a dançar aos olhos dos 70 mil peregrinos, uma visão multi­forme se apresentava aos dos três pequemnos Videntes.

lltnda não terá chegado o m omentlo de tmu conclusões sobre o mi stério das diversas figuras q ue sucessiva­mente lhes apareceram, a um e outro lado do sol. Dizer que as três dife­rentes formas (os três «naipes», no dizer d a Lúcia) por que Nossa Senhora se manifestou: Senhora do Rosário, Senhora das Dores e Senhora do Carmo evocam as três séries dos misténos do Santo Rosário, é uma explicação aceitavel; mas não nos p arece q ue ela abranja toda a riqueza d a visão nem dê o significado completo do conjunto dos seus e lem entos.

Tal aua/ como para o «cenário» das Aparições de Pontmam, será prudente, por agora, aguardar as luzes q ue o tempo não deix ará d e nos dar sobre essa visão. bem como sobre o sentido p rofundo da dança do sol e o da sua repeti(:<io aos olhos do Padre Santo, nas festas da definicão do dogma da .t-.ssunçdo de Nossa Senhora.

Se não temos o direito d e dar à visão multiforme uma interpretaç§o racionailsta', vendo nela apenas uina proiecçJo do subconsciente da.s crian­r.as (porque teriam, entiio, visto os três as mesmas imagens?), faríamos mal, também, em querer aciarar a obscuridade do misterio com expli~ cações prematuras e portanto, com certos laivos de ilumimsmo.

l''·tO rost'l dJlt•ída, contudo de q ue cada uma das figuras tem o seu valor intnnseco e pode e deve ser utilizada na p regaçJo d a Mensagem da Fátima.

Por hoje, notemos simplesmente que S. José se manifesta e é glorificado com as outras Pessoas da Sagrada Famflia : «Vimos ao lado do sol S. José com o Menino e Nossa Senhora ... S. José com

Podemos enganar os homens ; a Deus é que não conseguimos enganar.

« SOU A SENHORA DO RORÁRIO »

f MANUEL, Arcebispo de Évora DISSE NOSSA Sl:.NHORA EM 13 DE O UTUBRO DE 191" DESDE ENTAO,

O TERÇO FOI SEMPRE A ORAÇiiO PREDILECTA D OS PEREGRINOS

o Menino pareciam abençoar o mun­do .. »

Dizia-nos, há p o uco, um Prelado estar con vencido de que S. José se encontra no centro da onda mlstica contemporânea e de que o conheci­m ento e ful gor da sua personalidade não d eixar ão d e aumentar nos dias que nós temos ainda para viver.

Imitador perfeito da Santfssima Vir­g em, cujas virtudes também repro­d uziu d o Modelo comum que er a o próprio Fi lho de Deus, ele é verda­deiram ente o primeiro, o chefe dos fiéis devotos de Nossa Senhora da Fátima.

Se a Pr ovidência permitiu que ele não houvesse de participar nos sofri­mentos atrozes do Coração de Maria durante a realização d os mistérios do­l orosos da sua corredenção, sentiu com Ela os esp inhos escondidos nas r osas dos mistér ios gozosos.

Uma devoção de origem franciscana torna lembradas as sete Dores e as sete Alegrias do Coração do Santo; q uer dizer , da vida d e S. José , como também da nossa , jamais a Cruz fica ausente, e se ele não conheceu o mar­tírio d o sang ue ou o martírio do cora­çJo, como Jesus e como Maria , passou por .um sem número de provas, sem ?squecer o sacrifício diário do dever de estado, do qual, até certo ponto, foi também màrtir.

Je é, pois, o modelo perfeito das almas pacíficas, que Nossa Senhora deseja e veio r eclamar na Fátima, almas que hão-de realizar a paz futura, não tanto por meio de organizaç6es e colóquios i nternacionais, como pelo mérito diário e continuo das suas ta­refas profissionais e familiares.

Assim como o Coração Imaculado d e Maria, que se manifestou na Fátima rodeado de espinhos, também o Cora­ção puríssimo de S. José aceitou as feridas das mil penas e contratempos do dia a dia e fez d elas a Deus, em jesus e por Jesus, permanente consa­gração.

Fê-lo, como Maria, com o fiat entu­siasta duma alma de criança c~ndida­mente abandonada nas mãos do Pai do Céu, filia/mente confiada no Seu Amor e alegre só por cumprir a Sua Vontade. O Menino que S. José tru nos braços não é apenas o seu grande Amor, mas o modelo do seu amor.

Diante do • comunismo orgulhoso, que se esforça por opor a Deus um Homem por si mesmo liberto da Cruz, S. José aparece como o protótipo duma Humanidade que só espera a salvaçle da sua confiança em Deus e do se• espfrito d e sacrifício.

Ele ap arecerá um dia, assim o es­peramos, como o Verdadeiro Pai dos Povos, de que um outro José foi figura. Ele será o Protector duma Acção Católica Mar iana, pedida pela Medianei ra de to­das as graças a Santa Catarina Labouré, não apenas p ar a as r aparigas mas p ar a todas as categorias de fiéis.

Então, a bênç§o do Menino Jesus terá, por S. José, rea/izad& no mundo todas a~ p romessas q ue a visão da Fátima deixava adivinhar. As Forças re­presentadas no céu d a Cova da Iria a 13 d e Outubro de 1917, terão a pouco e pouco transformado os coraç6es e a face da terra ver-se-á renovada.

Paris ·(França) ABBÉ VAUTHRIN

2 VOZ DA FÁTIMA

·os dias 12 e 13 de Setembro no Santuário Dos cinco meses das aparições já pas­

sad•s, Maio a Setembro, foi este o menos concorrido na sua peregrinação oficial. Notava-se claramente a falta dos grandes aJlomerados populares: número conside­rhel de automóveis, grande número de camionetas, mas ausência quase total dos caracterlsticos ranchos de peregrinos, faméis e mantas ao ombro, uns de mais perto, outros de mais longe.

O elemento estrangeiro é notável, so­bretudo o francês. Em primeiro lugar Mons. Alexandre Roy, da Congregação dos «Padres Brancos». Missionou 30 anos no Norte de África e encontra-se actualmente na sua terra natal. O agru­pamento mais importante é o do «Mou­W~ment pour I' Unité», de Paris, presidido espiritualmente pelo Rev. P. André Richard, presidente nacional francês do Exército Azul e director de <<L' Homme No1n·eau« e, técnicamente pelo Rev. A. Piano!. São 90 perearinos, dos quais mais 8 sacerdotes; entre estes Mons. Huet, Vigário &eral de Nancy, e o Cónego Hess, de Reims. Justo é apontar tam­bém o Comandante Chaix, director de <<Fátima>> movimento para a conversão dos muçulmanos, o Dr. Do van Hoanh, personalidade vietnamiana, e o notável artista pintor parisiense M. Beltamy. Havia mais três ou quatro peregrinações francesas organizadas.

O elemento alemão é o segundo em nómero. Mons. Dr. Hamm, de Werl, luaar notável de pereannações a Nossa Senhora e onde anuem anualmente cerca de 400.000 peregrinos, veio com mais 4 sacerdotes. O Dr. Hegcner, de Dortmund, como de costume em todos os meses de Maio a Outubro, trouxe 40 peregrinos a passar 6 dias na Fátima. Mons. Dr. Brinktrine, director do Seminário de Paderborn, veio com 60 peregrinos dos «Amigos de Nossa Senhora de Lourdes)) de Colónia, entre os quais I O sacerdotes. De Munique 35, com as suas tendas de campanha e cozinha rolante.

De Espanha, o grupo mais notável, embora não o mais numeroso (JS), é o da Resid!ncia Eclesiástica de Puerto de Béjar (Salamanca).

Entre os ingleses veio um grupo diri­gido pelo P. Fogarty, da paróquia de Whitehaven (Norte), onde nos dias 12/13 de todos os meses se observa rigorosa­mente o programa das solenidades da Fátima. E a sua 5.• peregrinação a este Santuário. A esse grupo associava-se Miss Rosateen McEiwee, vinda directa­mente da Nova Zelândia, onde a devoção de Nossa Senhora da Fátima está tam­bém muito difundida.

A procissão de velas, não obstante o vento bastante fresco, produziu belo efeito, sobretudo naqueles que, pela primeira vez, assistiam a essa cerimónia. À hora de reparação nacional, no intervalo dos mis­térios gozosos, pregou o Rev. P. João Soares cabeçadas, sobre a M~nsagem da F'tima aplicada às necessidades da Famnia na vida contemporânea.

SeiUiram-se até ao romper do dia vários turnos, em que os peregrinos se associavam por llnguas, visto as horas serem insuficientes para os pedidos que havia de marcação. Os franceses do «Movimento pela Unidade» e «Exército Azul» tiveram a sua Hora Santa na ca­pela do Hospital Novo, das 11 à meia noite, seguida de Missa. Os da Peregri­nação organizada pelos Padres Monfor­tinos, a que presidia Mons. Roy, fizeram a Hora Santa na capela da Casa dos Rotiros velha, seguida de Missa também.

A Missa de Comunhão Geral foi oe­lebrada pelo Senhor Bispo Auxiliar de Leiria. Vários sacerdotes distribulram nessa altura centenas de sagradas par­tlculas. Mas a administração dos sacra­mentos da Penitencia e da Comunhão foi incessante, até mesmo depois da Missa dos Doentes, precedida de uma procissão onde despertavam a atenção as bandeiras estranaciras, sobretudo a da «Liga AJe­mã doe Amigos de Lourdes)), azul som­brio com a cruz dupla a preto, disposta obllquamente. .

Celebrou o Santo Sacrifício Mons. Roy. Ladclan do o altar viam-se o Senhor D.

João Pereira Venâncio, Mons. Huet, intenções do Santo Padre e Paz mundial. Cónego Dr. Namm, P. António da Silva Em conclusão, o Senhor D. João Pc­Prior, S. J. Director da secção da Llogua reira Venâncio rezou por S. Santidade, Portuguesa da Rádio-Vaticano, P. Oras- pelo Senhor D. José Alves Correia da sety, cavaleiro de Isabel a Católica, tau- Silva, pela paz, peta conversão dos in­reado pela Academia Francesa da Mar- fiéis e pelos pecadores por quem Nossa tinica, P. W. Shipley, professor da Uni- Senhora pediu que rezássemos. versidade Católica de S. Pedro (Cali- À bênção episcopal seguiu-se a procissão fórnia) , Cónego Eládio Leirós, de S. do «Adeus)) e, já de joelhos em redor da Tiago de Compostela, e outras individuali- capelinha, cantou-se a «Salve Regina». dades, algumas já acima mencionadas. De tarde o Senhor Bispo Auxiliar ben­Pregou o Rev. P. João Soares Cabeçadas. zeu várias imagens de Nossa Senhora da

«Não se encontra a miníma contradição Fátima destinadas a palses estrangeiros, entre Fátima e o Evangelho», disse o entre as quais três, adquiridas pelo pregador. E assim como a Igreja há Exército Azul da Bélgica, uma para a 2.000 anos prega incessantemente o Evan- Basllica de Bruxelas, (que acompanhou a gelho, que é sempre actual, assim a men- procissão do «Adeus») e outra para o sagem da Fátima - porque Fátima é Congo Belga. no mundo a presença de Deus. Deus P~recia, como de. costume, terminado vem até nós pelas graças que distribui . o dta 13 no Santuárto. ~elas _22 ~-· po­e o homem vai até Deus peta oração, meio rém, apenas com a capehnha t~ununada, único de O encontrarmos. surgem em fita dupla os peregrmos fran-

«Nas grandes multidões que vêm à ceses. À fr~nte, ef!lpunhando fachos .de Fátima, talvez se encontrem alguns chama colonda, dots mancebos de túmca devotos que não fazem o que Nossa Se- bra.nca. Posta~-se um d~ cada lado, a nhora aqui veio pedir. E quem não pro- meto _da escad~na _da Baslltca, e enquanto cura realizar a Mensagem da Fátima é, a meto, no pnmetro de~u, se sucedem no seu Santuário uma presença hipó- lu~es de. dtversos cambtantes, ~s pere-crita>>. ' grmos, dtspostos agora e~ semJ-<:frculo,

. . . . rezam ou entoam o terço tntcrcalados os DtngJt:tdo-se aos ?oentes, fez o encómto mistérios de breves considerações do P.

do s9fnmento fl~tco: o homem com Richard. Cantando seguem para a grande saúde esquece . multas vezes a DEUS; na azinheira, ao lado da capelinha. A grade d~ença, aprox1ma-se dEle, r~gressa ao ca- está aberta; já, entretanto, se fez uma cova, nunho, à luz, à verdade, ~ vtda. . Quanto e após curta explicação do P. Richard, ali aos doentes da alma, muitos. ~QUt encon- se enterram 20.000 assinaturas de membros trarão a sua cura, a sua punficação, peta do Exército Azul (13.804 de França c recepção dos sa~mentos. Quantos ou- Colónias). os peregrinos dirigiram-se em tros, porém, dommado~ apenas pelo or- seguida à capelinha, cantando 0 «Ave gulho - or~lho . maldtto - permanecem Maris Stella>>. afastados, tmpedtdos cegamente de se M. de F. aproximarem de Deus.

«A conssagração que Maria nos pede é para, por meio dela, nos levar a Jesus. Cu r• extr•ord 1• na' r,· 0 ~ um apelo de Mãe. Ama-nos, dá-se- u .., -nos, sofre por nós».

Ao ofertório, oa pescadores de Setúbal subiram ao altar a entregar ao Prelado celebrante, num pequeno e airoso barco, um livro contendo 200 compromissos da reza diária do terço, mesmo no alto mar. Ao microfone um dos pescadores leu a curta e singela fórmula de compromisso:

<<Virgem Santlsslma, Mlle de Deus e Mãe dos HomeiiS, nós os pescadores da freguesia de S. Domingos de Setúhal, queremos todos os dias rezar o nosso terço dentro dos nossas barcas, no mar. Aju­dai-nos, Senhora, a bem cumprir esta promessa)),

No fim da Missa, Mons. Roy falou aos peregrinos de llnlJUa francesa, recordando a Mensagem trazida por Nossa Senhora há 40 anos, nalgun~ dos seus pontos capi­tais, como a recomendação da reza do terço, a apresentação aos videntes do seu Coração Imaculado, o Inferno onde caem as almas dos pobres pecadores. «0 mundo não escutou as palavras da Virgem Santlssima e por isso Ela chorou em Si­racusa ... ))

Após referências a S. Domingos, a S. Simão de Montfort e à figura blblica dos dez justos necessários para evitar o dilóvio, o Prelado recomendou a fideli­dade na reza diária do terço, meditando os mistérios: «Perdemos tanto tempo a fazer nadas! a dizer palavras inúteis ... Que no vosso regresso a França sejais apóstolos da Mensagem da Fátima e não esqueçais os povos da África amea­çados pelo comunismo e por ideologias de ódio similares. Quando se desenvolver este movimento de expiação e reparação, a França erguer-so-á de novo espiritual e materialmente e teremos trabalhado para a JSaz mundial>>.

Então o Senhor Bispo Auxiliar de Leiria renovou a consagração a Nossa Senhora pela fórmula de S. S. Pio XII e depois da bênção dos doentes, que deu em conjunto com Mons. Roy, S. Ex.• Rev.m• informou os peregrinos do seguinte:

Às cerimónias do 12/13 de Outubro pro­sidirá S. Em.• o cardeal Cicognani, Pre­feito da Sagrada Congregação dos Ritos, encerrando as comemorações do 40. o aniversário das Aparições com solene Pontifical. Um rosário de Missa ser4 previamente celebrado na Basnica pelas

«Maria Elisa da Silva Malhtiro, de 17 anos, solteira, natural desta freguesaia de canidelo, Vila do Conde, sofria, há dez longos anos, de osteomielite. Claudicava tanto, na marcha, que era considerada por todos como uma aleijada.

Após duas quedas, aos 7 anos, foi in­ternada no hospital de Vila do Conde, onde permaneceu cinco meses, tendo os m~dicos insistido com os pais · para lhe amputar a perna direita, t1nico processo de lhe salvar a vida.

Os pais, porém, não concordaram e ela deixou então o hospital, com a perna a purgar muito e dela tinham saldo várias esqulrotas.

Aos 8 anos, como o seu estado fosse muito melindroso, consegue entrar no hospital do Matosinhos. AI está cerca de dois anos, sofre umas três operações, além doutras intervenções cirúrgicas de menor importância e um especialista de ossos declara-a Incurável. Vem depois para casa, sempre a sofrer muito, e como a Medicina não lho podia dar a saúdo desejada, volta-se para Nossa Senhora da Fátima.

Numa das fases em que o seu estado não é tão mau, vai servir, visto que é pobre, com a perna, porém, sempre a purgar abundantemente duma grande flstula que tinha. Começa a tratar-se do novo com o médico da casa para evitar o agravamento do seu mal o dum dia para o outro, Inesperadamente, aparece curada.

O médico, actualmente ausente em África, ao v!-la de novo, atónito, exclama:

«Que é Isto? ... Tu estás curada/ ... Isto é um milagre ... Tu és santa ou tens alguma santa a pedir .P()r ti)).

Isto passou-se já há alguns meses e nunca mais a Maria Elisa teve qualquer dor ou incómodo na perna, cammhando naturalmente como qualquer pessoa. Cheia de reconhecimento e alegria, foi no pas­sado 13 de Junho à Cova da Iria, agra­decer a Nossa Senhora o grande favor da aua cura, operada em circunstlnciu ver­dadcJramente extraordinárias».

Faz este relato c autentica-o convenien­temente o próprio Pároco de Cnnidelo, Rov. Dr. Abel Moreira Maia, o qual, con­tudo, lamenta nllo poder juntar outros doc:umentoa sobre esto caso estranho.

PALAVRAS DUM MtDICO

p, tCisamos da Enfermeiras CoiiStruiu-se em Lisboa um grandioso

Hospital para 1.500 camas, há muito poucos anos inaugurado: é o Hospital de Santa Maria, em que a Faculdade de Me­dicina ministra aos seus alunos o eiiSino das Cllnicas. Foi, assim, coroada de ~xito a benemérita campanha do corpo docente daquew Escola, e o Prof. Francisco Gentil, que nela se salientou, teve a satisfação de ver o Governo decretar, em Julho de 1953, a COIIStruçiJo dum hospital escolar anexo à sua Faculdade de Medicina.

Esse mesmo decreto determinou, também. que no Porto se dotasse igualmente a Faculdade de Medicina dum hospital es­colar. E, de facto, dentro de alguns meses estará concluldo, no lugar da Asprela, junto da Estrada da Circunva/açllo, o Hospital de S. João, com lotação para mais de mil camas, ficando deste modo sa­tisfeita, finalmente. a já centenária aspi­ração do professorado da Escola portuense que por ela tanto lutou. ·

Mas, para que esse grande hospital de Lisboa possa encher de doentes todas as camas e para que o hospital do Porto possa entrar em breve em pleno funcionamento, é preciso que um e outro disponham de pessoal de enfermagem habilitado e em número suficiente. Ora, sabe-se que em Portugal, e também na estrangeiro, há falta de enfermeiras competentes e é por isso que eu venho hoje chamar para o facto a atençllo dos pais de famllia, lem­brando-lhes a conveni~ncla de animarem as sum filhas a seguir tllo nobre profissllo. Bem gostaria de niJo lhe chamar assim e que fosse, nllo a necessidade de ganhar a vldo, mas apenas o desejo de se dedicar ao serviço dos doentes que movesse a gente moça a frequentar as Escolas de enfermagem e a servir nos hospitais, com esse espfrito de sacriflcio pelos que sofrem que levou aos altares o nosso S. Jollo de Deus.

Para exercer dignamente a missllo de erifermeira, é preciso Caridade, isto é, amor a Deus e ao nosso semelhante, e é preciso saber especializado, que se adquire seguindo o Curso numa Escoro qualificada e praticando nas enfermarias, nas consultas e nas salas de operaçlJes de boiiS hospitais, nas serviços de médicos distintos.

A mlssllo de tratar doentes, de confortar almas aflitas, de COIISolar os que sofrem, de alegrar os tristes, de acalentar as crian­ças que choram e de animar os velhos que já nada esperam da vida, deve ser grata ao coraçllo de toda a mulher bem formada. Por Isso, é natural que nas Escolas dd En­fermagem dos Hospitais de Santa Maria, em Lisboa, e de S. Jollo, no Porto, se IIIS· creva grande número de alunas que, pelo seu comportamento exemplar e pela sua ap/it:açllo ao estudo, venham a tornar-se elementos valiosos do quadro daquele dois Hospitais escolares.

Assim o desejo e espero. E deixo o aviso neste jornal de tão larga difusão, para que tados saibam que Portugal luta com falta de boas enfermeiras que no:t hospitais e dispensárlos possam tratar com t/edicarllo e compet~ncla os doentes que a eles acorrerem. Se nllo se preparar um grupo condigno de enfermeiras, e doutro pessoal técnico, os dois grande:t hospitaL! escolares de Lisboa e Porto nllo poderllo ®r o rendimento que deles esperamos e de que o pais tanto precisa.

Porto, 21 de Agosto de 1951.

Hemlni Monteiro

AGRADECEM GRAÇAS A NOSSA SENHORA

Mn. Ter- ele Mello, Amfrlea D. Maria Al:rinl La«rda, Ced-, Faial, Açer. D. Maria Roaa p.,.eira, Lanbelaa D. laabel da Enearuçlo Soara~ PaWn, Olllle D. Maria Gabriela Ramoe. U.boa D. L. Pedro Teixeira, 1Au14 D. MaO. do Cio N'polea, Fos do n­JNqorim An6~ da su .. Carreira, ~ A_._ Gotna1 BraadJo, Aro-D. JMita Lourtin R......., Gruial D. Luclau ele ......... Velroo ,_. Go-"<M Pirea, 8. ~ ...... D. Aacela FerTu, Battaloaa, ElopuM D. Clara Tatxelra ele Olirelra. P-D. MariaJadata Vel• ialle, c-ala D. Maria A.walele 8 ....... Ollftlin. Pwte D. Maria y...,. H_... Sím6aa, MoiiiiMa D . Maria E.....u- Vaa, .......... D. !Ada c.NNe. ll» T..-

VOZ DA FÁTIMA

PÁGIN.AS DE ONTEM Em Outubro de 1917, quatro homens, pequenos proprietários agrf­

colas, da freguesia de S. Simão de Litém (concelho de Pombal), dois dos quais já faleceram e dois ainda vivem, - partiram para Fátima atrafdos pelo que se dizia das aparições de Nossa Senhora.

DOS GRAÇAS

SERVOS DF DEUS

Chegados a Espite, dirigiram-se ao respectivo Pároco, que ainda boje se encontra à frente daquela populosa freguesja.

Porém nenhuma palavra de entusiasmo ou alento ouviram àquele venerando sacerdote, aliás muito activo e zeloso. Pelo contrário, ouvi­ram-lhe dizer que a verdade das aparições ainda se não tinha confirmado e que, por isso, melhor seria voltarem para trás; enfim, que bem podia haver ilusão da parte dos pastorinhos da Serra.

Porém os homens não voltaram para trás. Quiseram ir até à Fá­tima, para se certificarem do que por lá se passava.

Chegando ao local das aparições, viram a multidão constitufda por muitos milhares ; sentiram a chuva que os molhou; viram o sol bai­xando, girando, engrossando e parecendo precipitar-se sobre o povo; notaram o colorido variado e forte, que se estampava à sua volta, e, finalmente, encontraram-se enxutos sem saberem como isso fora possfvel. ..

Nossa Senhora, porém, não a viram nem a ouviram, nem sequer puderam ver os videntes, em razão de tanto aperto de povo.

Todavia sentiam-se contentes, não obstante a longa caminhada de mais de 14 léguas, de ida e volta, e, de regresso à sua terra, um deles repetia com simplicidade e entusiasmo: «Não vi Nossa Senhora; mas nem por cem mil réis trocava esta viagem». ,

A posse de cem mil réis; naquele tempo, seria alvo de grandes es­forços da parte dum pobre camponês. No entanto, que representava essa quantia em comparação do gozo celeste de que vinham cheios ?I

... E DE HOJE O que se sentia intimamente na Fátima, há quarenta anos, sente-se

ainda hoje, embora nem sempre se verifiquem milagres propriamente ditos. Consomem-se energias e dinheiro nas viagens, suporta-se o sono e

o cansaço; fazem-se, por vezes, sacriflcios que espantam. Todavia, no regresso, não há ninguém que se não julgue feliz por ter vindo, e não sinta vontade de voltar. Não se vê lá a Senhora viva, articulando pa­lavras, como a viram e ouviram os düosos Pastorinhos; mas não há ninguém que não sinta um ambiente saturado de sobrenatural, que eleva e diviniza.

Dizia Nosso Senhor aos Apóstolos: «É conveniente que Eu me vá, para que venha sobre vós os Paráclito. Quando ele vier, convencerá o mundo quanto ao pecado, quanto à justiça e quanto ao juizo».

FRANCISCO D. Mariana de Jesus Furtado, Ribeira

Grande, Açores, escreve: «Tendo meu neto, havia já um ano, sem trabalho, recorri ao Servo de Deus Francisco Marto, para que lhe aparecesse trabalho, o que não demorou muito tempo. Pro­meti uma novena, mandar publicar a graça e, do primeiro ordenado, enviar 20$00 para ajuda da Beatificação, o que faço».

D. Ester Vargas Cabido, Ribeira Grande, S. Miguel, Açores, diz que tendo um filho casado ausente no Brasil, dele não recebia noticias havia dois anos. Rc>­correu confiadam.:nte à intercessão do Servo de Deus Francisco Marto e foi ouvida. Não só escreveu, o que não fazia há muito, mas mandou ir para junto dele a esposa e a filha. Confonne prometeu, toma pública a graça e envia 70$00 para a sua Beatificação.

D. Ana Aml/la Moutinho Telxt!ira, Ma­tosinhos, em carta de 13 de Outubro de 1953, manda uma esmola para o processo de Beatificação do Francisco c diz que teve uma innamação na boca durante três meses, a qual não obedeceu aos tra­tamentos feitos e só desapareceu por com­pleto quando recorreu ao bem-aventurado Pastorinho. Prometera a publicação da graça.

M. B: C., de Lisboa, escreve: «Tendo feito, em Janeiro de 1954, uma grave operação de doença considerada incurável, recorri, por intenn~dio do Servo de Deus Francisco Marto, a Nossa Senhora, pro­metendo, se passados três anos não vol· tasse a ter qualquer manifestação dessa horrível doença e Nossa Senhora me curasse, como curou, ir à Fátima agrad_c>­cer a Nossa Senhora, fazer publicar esta enonnc graça para a mais rápida beatifi­cação do querido Pastorinho e entregar mil escudos para auxilio do seu pro­cesso. Entreguei igual importância para a Beatificação da Jacinta».

~ACINTA

M. L. M. C. F., da Guarda, escreve: Em cumprimento de uma promessa feita, venho pedir o favor de publicar na «Voz da Fátima>), o relato de duas graças obti­das de Nossa Senhora da Fátima por in­termédio da sua Serva Jacinta Marto.

Estava completamente desiludida quan­to à possibilidade de colocação de meu marido, quando me veio às mãos uma estampa de Nossa Senhora da Fátima com a Jacinta c respectiva oração no verso.

Recorri a ela, fazendo-lhe várias no­venas c a promessa de publicar a graça caso intercedesse por nós junto de Deus, pois há mais de dois anos estávamos separados, por dificuldades económicas, c perdido pouco tempo antes as esperanças que nos restavam de melhorar a situação, pois lhe tinham negado a posse de um lugar há muito ansiado, a que tinha direito por concurso.Tinha, depois disto, aparecido a possibilidade de colocação em África, para onde tinha já feito vários concursos.

Foi neste estado de desânimo que re-­corri à Jacinta e dai a algum tempo apareceu uma pessoa até af desconhecida que imediatamente nos conduziu ao caminho de alcançar legalmente o lugar que um ano antes lhe tinha sido negado por excesso de idade, tornando-se a colo­cação em breve um facto.

Voltei novamente a recorrer à Jacinta dai a algum tempo, para que meu marido não fosse para as Dhas, para onde tinha sido destacado

Tudo parecia imposslvel, mas a ida foi-lhe sendo adiada e meses depois era definitivamente colocado numa cidade do Continente.

Em vista desta manifesta protecção c ainda ao facto de depois ter sido convi­dado para dois bons lugares em África, sendo-nos assim dado escolher o que mais nos convinha, não tenho dúvida alguma em atribuir esta protecção repentina a uma graça enonnc do Céu, pela inter­ferência de Jacinta, conforme os meus rogos.

É verdade também que a Senhora se retirou para o Céu; mas de lá tem influência decisiva para que venha sobre nós o Espirito Santo, e na­quele ambiente sagrado, as almas sentem as arguições fortes dos seus pecados; compreendem como Deus é rico de misericórdia, e, nos con­fessionários, desabafam; dizem tudo; sentem pena de ter desgostado o Senhor; propõem emenda.

Agradecem e enviam esmolas

Ali nunca há confessores a mais. As bichas de penitentes são inter­mináveis. A paciência dos que esperam vez é surpreendente e edificante. Até no meio da multidão se ouve a cada passo: «Padre, desejo confes­sar-me. Venho de longe ... »

Os sacerdotes, comovidos, não têm coragem para se furtarem ao trabalho: sacrificam o repouso, as comodidades, para se entregarem ao sagrado ministério durante horas seguidas, alegres por poderem libertar grande número d~ cativos opressos sob o jugo de Satanás.

Oh! Se os confessionários da Fátima falassem, que maravilhosas conversões não publicariam! Que milagres da graça se não descobririam! Basta, porém, atender ao número de Comunhões. Este é o banquete preparado para festejar a volta de tantos pródigos. Ali tudo é grande e maravilhoso: o Pão Celeste, que alimenta a vida divina, a promessa da ressurreição e glória eterna, que se nos dá.

O espectáculo das grandiosas procissões e tudo o mais quanto é exterior, só por si não é nada, em comparação com o movimento das almas em busca de Cristo e unindo-se com Ele pelos sacramentos e a oração. Bem diz a Imitação de Cristo: «Estar com Jesus é doce pa­raíso».

Fr. J. G. (De «Hospitalidade»).

Joio do Med~ Garda. 10$00 O. Matla VeriHimo ele Borba, VIla ela Calheta,

Açor-. 30$00 O. Maria Manuela Rodri.,- Graça, uroa. 10$00 O. Maria Rota de P. Paleio Varujlo, ~ do Vai­

..... ~. tOSOO O. Filomena Amllla Canalbo. Pieo do CeleftO,

Praia da Vit6ria, AçorM, 10$00 Maouel Atvea, Verdoejo do Míobo, 10$00 ArutidM PeliclllliO Saota Marta de P-pilo, 20$00 Ao6nlmo ele Paro, 15$00 O. uura Barbou, S. Geai, Senhora da Hora, 15$00 O. Alclnda de Cutro Re1ado Marquea, Ermeziod.,

30$00 O. Maria J6Ua Vieira Vl<t6ria, Bra1a. 10$00 O. Catarina da Gl6ria Clman, Pico, Aço-, 20$00 EduaJ'do Mota, Utboa, 10$00 O. Maria da R-uiTeiçlo MeudM, S. Mlpel,

Açorée, 50$00 O. Aluaodrina da c-ta ~ JllliCI1Mfra, VUa

do Conde, 20$00 O. Maria Lalla Bet-art Leite, Poeta Delpda,

Açor-. 5$00 O. Maria da Graça Diu, Falai, Aço-, 25$()0 O. Maria doo Pruere1 Pereira, Oliveira elo H01Pital,

10$00 Albino de Almelde Fruto, A•eiro, 5$00 O. Maria Al•ee Mota, Rlbein ele Peaa, 20$00 Franclaco Loureço Bota-. RJO.U. ele Peua, 10$00

RESPEITEMOS o SANTUARIO DA

O. Oaudlna MoDYio,. Ribeira do p..,.. 5$00 O. Maria Filomena. Barceloe. 5$00 O. Maria Ollna Ca"alhalo, Po"o, 10$00 P.• Manuel Ta•aree de Parla, CaodeUria, A-O. O.Oiincla do Nudm•to Cabral, S. M.t.-1

Açor• 2CISOO

O. Maria Lul .. do Ca"alho, Cualo, 5$00 Manuel da Mota Teixeira, Gulmarlea, 10$00 O. Coecelçlo Diu. Sela, 5$00 O. Aurora Mlll'llas, Seia, 5$00 O. C..ltiu Burlo, Tarira, lOSOO O. El•ira Saatos GomH, t•ora. 40$00 O. Aaa Maria Noronha Ramalho. Portel, 10$00 O. Aelelina do J- P•reira, Cutolo No•o, 5$01 O. freoa da Sll•a. Vila No•a da Praia, 10$00 O. Alnaodrioa de Je.us, Llaboa, 50$00 o: Emllla da Graça, Paro O. Maria Cordeiro Piauoirodo, Vila elo Porto, 20$00 O. LaclotiDa Áautcla Machado, Poota Delpda, 34$00

O. Maria C. ele l..udet Doree Lapeo, Campo Maior, 50$00

O. EJ.. Maria Baptilta L 11M Saotoe, Leiria O. Maria Roealina, Canu do SMborlm, lO$OO O. Joaefina M. Maoao, Valpereiro JoM Teixeira, Nordaotinho, 10$00

O. Amélia ele lMDoe Per-. Porto, 10$00

O. Beatru BIU'I'OI Lima, Punc:hat, 100$00

FÁTIMA De"is que se demoliram os muros de vedaçilo, sem dar non defesa ao Santuário, começou a vériftcar-se, como era fatal, ama

crescente falta de respeito pelo recinto sagrado. ' Mistura-se a fé e piedade, com que tantos vêm a p6 ou de camioneta, com nm ar de romaria que profana o recinto sagrado

du aparições. Come-se, bebe-se, dorm~se em qualquer sitio, conversa-se de rijo, fuma-se, etc .. Precisamos de trabalhar todos para fazer respeitar este local. Nada justifica a atitude contrária. Para guardar os cestos bi ama artecadaçlo oOcial : perguntem onde é. Ninpém recalcitre e todos compreendam e colaborem. Pede-o a sanddade do local e o respeito derido à presença real do Senhor e mlstlca da Sellhora, neste Sea «Altar elo M~.

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Notícias do Santuá r iO ~ DE SETEMBRO

Primeira peregrinação de católicos da Checoslováquia

Durante 4 dias, estivera m no Santuário 44 pcregrmos de nacionalidade checa que se encontra m refugiados na Fra nça, sobretudo em Pa ris, o na Áustria. Reali­zaram d i..,ersas cenmónias presididas pelo P .• Pavetha, rea o r das comunidades checa e eslovaca em Paris. Este sacer­do te, que esteve preso durante 5 anos, celebrou missa na Capelinha segundo o r ito checo, sendo a mtssa acompanhada a cânttcos na mesma língua. Durante a sua esta dia, os peregrinos rezaram pela sua Pá tria e pela li berdade religiosa nos pa íses dominados pelo jugo comunista.

Primeira peregrinação grega No d ia I , a lgumas dezenas de peregrinos

da Grécia, so bretudo de Atenas, estiveram na Cova da Ina. É a primeira vez que se desloca à Fá tima uma peregrinação deste pa is. Prestdiu às cer imónias rea­lizadas, procissão com a imagem de Nossa Senhora e missa, o P.• Nikoforos Dounavios, relig ioso dos Agostinhos da Assunção, de Atenas. No seu convento venera-se uma imagem de Nossa Senhora da Fátima ~da para a li directamente do Santuário dà Cova da Iria.

Diversas peregrinações estrangeiras No dia 2, esteve um grupo de pere­

grinos de Paris, dirigidos pelo Rev. P.• Roy, da Associação de Notre-Dame du Salut.

No dia 9, nova peregrinação francesa composta de 63 pessoas, organizada pelos Pad res da mesma Associação.

Um grupo de escutetros dirigidos pelo P.• Wa mier este~e no Santuário onde ouviram. missa na Capela das Ap~rições.

No dta 11 , um grupo de raparigas de Nice visitaram Nossa Senhora.

O grupo de pequenos cantores de Asti esteve na Cova da Iria. Trata-se de um grupo de cr ianças de a mbos os sexo<, que se deslocaram a d iversos países da Europa para exibições de cânticos e da nças de Itália, sob a direcção do maestro Guido Ginella, d irector do Colégio.

Retiros e cursos de form:!ção religioo;a

Na segunda semana de Setembro es­tiveram em retiro mais de 200 senhoras de diversos pontos do pais, umas 100 fa­zendo pane da Ordem Terceira Domini­cana e outras 100 da Associação do Ro­sário. Ambos os retiros foram dingidos por sacerdotes Dommtcanos. Ao das rosaristas assistiu o Promotor Naciona l do Rosário .

Na primeira semana reuniram-se em retiro 80 senhoras e meninas, filiadas na Liga lntensificado ra da Acção Missio­ná ria, cujo director, P. • José Felício rea­lizou diversas conferências sobre o ~pos­tolado missionário.

Com a assistência dos dirieentes nacio­nais, gerais e di~nos efectuou-se· de 2 a 5 a XVII reuntào anual do Conselho Geral da Liga Agrária Católica. Tomou parte o assistente nacional, P.• Aurélio Gra nada Escudeiro.

N o Seminá rio do Verbo Divino efec­tuou-se o III Curso Missionário de F érias para Seminaristas. Proferiram lições diversos alunos de diversos seminários. As sessões fora m presid idas pelo Sr. Bispo Auxiliar de Leiria, por D. António de Campos e pelo Sr. Arcebispo de Cízico.

Realizaram-se durante o mês os Con­selhos Gerais e Nacionais de dtversos Organismos da Acção Católica, com a comparência do asststentes e dirtgentes nacionais, gera is e d tocesanos.

Um actor amt-ricano veio pedir a cura de seu fHho

O grande actor americano Red Skelton tem um filho atacado da ternvel doença de leucemia. Depois de ter percorrtdo

(Coatilwa a 3.• cal-.)

VOZ DA P~TTMA

Grupo de portugueses da região parisiense, reunidos após uma festa realizada em bonra de Nossa Senhora da Fátima, no dia 2.2. de Abril, na Igreja de Notre­·Dame du Rosaire de Saint-Oucn (Paris).

Nessa festa juntaram-se alguns milhares de portugueses que fizeram a sua comunhão pascal, tendo sido preparados para Isso com conferências pelos Rev. Dr. Francisco lnácio e Dr. Manuel Cabral, da Guarda.

Muitos destes portugueses são assinantes da ((Voz da Fátima» e membros dos Cruzados da Fátima.

MENSAGEM DE AM O R 91 O triunfo do seu Coração (3)

(~Or fim o meu Imaculado Coração triunfará>>. Este ((por fim» fechará um período de tempo indeterminado. E quais serão os

acontecimentos alegres ou tnstes, que dessa hora nos separam ? Não sabemos. Fá­tima a inda não nos desvendou todos os seus segredos.

Nesta incerteza em que vivemos do dta de amanhã, é consolado r ouvir o Patriarca de Lisboa, Senhor Cardeal Cerejei ra. manifestar a sua confiança em que, pelo Cora­ção Imaculado da Ra tnha de Mtserieórdia, grandes coisas nos espera m e que não parece excessivo ver-se nos benefícios trazJdos a Portugal pela Mensagem de Maria, ((0 sinal e o penhor dos que Ela reserva ao mundo».

Mas, para tsso. temos de lutar. Maria. que a todos quer salvar, não o poderá fazer sem o esforço generoso da

nossa coopcraç.ãu. Visto que um atetsmo agressivo tudo invade e tudo põe em accão para no• desvtar

de Deus, o nosso dever ê 1~rut'ar-nos e prepar.tr-nos para a reststência sob o estan­darte r,lorioso da VJrgcm

Pam ISSO se fundou a Pia Untào dos Cruzados da Fátima e, ultimamente, o Exér­cito Azul. Agrupam as almas de boa vontade e pedem-lhes que trabalhem duma mane1ra eficaz na conversão da Rússia. por uma vida cristã conforme com as extgên­cias da sua própria consal{rdçào ao Coração Imaculado de M:1ria.

O que hoJe nos faz lalta, com efetto- d izia Pio XII num discurso, j;í citado, à Ri11asC'ita Cri.ltia11a -é a ~andeza dum cristianismo vivido na sua plenitude, com uma constância perseverante; são valentes legtões de homens c mulheres que, vtvendo no mundo, esteJam prontos. a cada insta nte. a combater pela sua fé, pela lei de Deus, por Je:.us Cristo. Comentá rio eloquente do pensamento do mártir Santo Jnácto, d ingmdo-se aos cristãos de Roma· Num momento em que ele é o bjecto do ód io do mundo, o Cnstianismo não pode ser assunto de palavras persuasivas, mas de gran­deza de a lma.

Um ponto de muita importãncia, aqui como em tudo, é o de ver com clareza. Saibamos reconhecer os intmigos da nossa Santa Religião, pelo que eles real­

mente são. Nada de inquietação nem de hesitações dia nte dos sem-Deus. Nós bem sabemos

que o seu principal objectivo é o de m111ar a fé naqueles mesmos a quem prometem a felicidade temporal. Nada de hesitações, tãopouco, a nte esse capitalismo nefasto. cujas consequências permciosas a Igreja ma is de uma vez denunciou.

Nada de compromtssos com o erro . O comunismo é intrinsecamente perverso e em campo nenhum se pode admit ir a colaboração com ele, por parte de quem quer que deseje salva r a c1vili7açào cristã.

À voz do Vigário de C risto, uma vez mais é a divina Medianeira que dirige os nossos passos, Aquela de quem a Litrugia canta ter sido a Vencedora de todas as hert> sias. A obediência às normas de Roma será a nossa mais segura garantia de êxito.

E ta mbém a nossa fé inquehra nrável na força invencfvel do sobrenatural. Pensando no poder, huma namente colossal, dos Estados perseguidores, talvez

uma sentença de condenação nos possa pa recer um bem fraco factor de vitória. Mas desenganemo-nos. Tudo aquilo que a Igreja tiver marcado com o seu anatema, está irremediàvelmente perdido. O erro poderá ainda durar -e isso na medida em que seJa uti l, para bem dos eleito~ que o joio continue mtsturado com o bom tnl!o - mas os seus efettos ser;1o limttado~. suJettos à vomade omninotente d \quele a .JUem, de boa ou Mamente. tudo obedece no céu e na tcrm, e que prometeu estar com a sua Igreja ate à consum.t<;ao dos seculo~. E esta. enquanto vai lutando e esperando, sai da prova semore muts viva e ma•~ rejuvenesctoa.

Não era ponentura a f~ nesta indefectível a,sistência que a nimava o Santo Padre. quando. ao terminar a sua Mensal!em aos peregnno~ d 1 f ·,um• nor no, ·ttadJ no pnncip to deste capítulo, pedta u Vtrgem lmacuJ,ul;l. ((1\..liie e Ramna uo munJo», que o seu amor e a sua prote<:~ao ((apres~assem a vmda do Rc1no de Deus» e <(~ue todas as gcraçóes humana~. pacificadas entre si c com Deus», emoas~cm com fll, <(uum rolo ao outro da terra o eterno MAC.Nl f'J(.. '\r oe clona. de amor e de rcconhect­mento ao divtno Coraçao de Jesus, no qual ~omcnte poucrno" én,.;onlrar a \ croade, a Vida e a Paz».

FR. EsTANISLAU, o. F. M. CAP.

« F1PI escravo de Mariq »

«Em Novembro de 1956, por ser súbdito britânico, /ui expulso do Egipto. Sou agora um refugiado na Inglaterra. TodoJ os meus haveres no Egipto se perderam. Perdi também o meu emprego e agora, com 50 anos de idade, tenho de recomeçar tudo ... Sim, tudo se f oi, menos a minha fé em Nossa Senhora; não somente não se perdeu, mas ainda mais se radicou em mim. Con­tinuo o fiel escravo de Maria e farei tudo o que estiver em minhas posses para prosu­guir a obra que iniciei há dez anos onde quer que me encontre: a difusão da Men­sagem de Fátima. E nunca me cansarei de o fazer.

Mando uma libra, sendo parte para re­novar a minha assinatura da (( Voice of Fatima>> e o resto, oferta de minha mulher para Nossa Senhora da Fátima por fa· vores recebidos. De acordo com o seu desejo, é para uma Missa por aqueles que ainda são ((t/bio.r», isto é, que não têm ainda a graça de conhecer o poder de Maria.

Também minha mulher era um pouco indiferente, ou antes, ainda não tinha sido tocada pelo ((Varinha mágica de Maria». Seja como for, as nossas graves ad1·ersidade.r tanto no Egipto como agora na Inglaterra, prejudicaram grandemente a sua soúde. Teve um ataque repemino de neurite que o médico mais tarde disse ser consequência das aflições recentes. O mal começou com o que ela descreve como uma dor na perna direita ((/{Ue a fazia retorcer-.,·e em agonia>>, e que se lhe reflectia no rorto. Aquela hora (8 da manhã), numa terra estranha, eu não sabia o que havio dr fazer e por isso recorri à ó:rua de Fátima, que tinira conseguido sonegar à alfándl!rra do Egipto. A água operou quase mstan­taneamente e nlio foi preciso aplicar maiJ nada.

Alllun.t meset depoiv. novos sillfomaJ se man;,estaram de ahatimento m•noso geral· dores de cabeça, zumbidor no~ ou­vidos amnésia, temor da solidilo, cn/ra­quecunento, etc. Isto no momento em que eu mais pn:crsa1·a do seu auxilio. Devo dizer que o seu estado era dt·pior hei e que dentro de poucos dias se nw tomou quase um farao, a juntar ao mt•u próprio sem imemo de projumía droressào. INsta vez não quis tm apltcar a ugua nuracult•sa. Dei-,!re o frasqum!ro collfl!ndo a.r tiltima.t otas c perguntâ-lhe: «Crês que t•:ossa

Senhora te pona curar?» Nilo sei o que se panou, pmr foi tudo na minha aushrda. O que St!l t qut! quando voltei a caJo nessa ,,.. • n achl'i aiegrt, radiante, bem di.,po.sta, comp/etaml!ntt transformada. Em breve voltou a partilhar dos meus cuidados e preo­cupaçties, a que as recentes e deploráveis c~rctmvtandas nos expuseram.

Nc1o lhe qui.v fazer perguntas sohre a ((mágica>> mudança na sua saúde. Mas o que é certo I que ela mesma te1•e a iniâativa de mandar aquela pequena oferta a que adma faço referénâa. Sinal de que a água actuou maravilhosamtllfe e di' que minha mulher se sente reconhecida a Nossa Senhora da Fátima>>.

Londres, 4 de Julho de 1951.

R ICHARD FI!NECH

médicos e hospttais por diversos países de todo o mundo, desenganado da medi­cina humana , o pai do pequeno doente veio a Nossa Senhora da Fátima pedir a cura de ~eu fi lho. Ajoelhou na Capela das Apa rições e esteve na Basflica a rezar dia nte dos túmulos dos videntes Jacinta e Francisco.

1.00 sacen!otes espanhóis No dia 21, chegou ' r'tím:t uma pere·

grinação composta de 200 sacerdotes. de F.spanh:t <.JIIc \tcram encerrar aoui o Con~c,so a;1 Um.to Misston,\na do Clero re lh r.ado em Sul a manca sob a prest­<~~m. do Nun::to Apostólico cm Mndml, -cie 3 Arceb•spos e 4 Bisr~>s de Espanha, e Que teve participação de ma1s uc 700 s<ux::uotes s.,;eulares e religiosos, &cmma­ristas, etc . • ~ '>c'lectdotes espanhóis realil..lra m di­

ver"< ecnmonta -:10 Santuário, entre as. quais uma hora ~nta na Ba:.ilica.