12
Pós-crise Perspectivas globais são de crescimento econômico gradual Pág. 10 História de São Paulo Edifício Altino Arantes é o nosso Empire State Building Pág. 7 Publicação trimestral da Jones Lang LaSalle Brasil • edição nº 19 • maio de 2010 Estratégia para comprar energia

Panorama 19

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Publicação trimestral da Jones Lang LaSalle Brasil • edição nº 19 • maio de 2010

Citation preview

Page 1: Panorama 19

Pós-crise

Perspectivas globais são de crescimento econômico gradual

Pág.10

História de São Paulo

Edifício Altino Arantes é o nosso Empire State Building

Pág.7

Publicação trimestral da Jones Lang LaSalle Brasil • edição nº 19 • maio de 2010

Estratégia para comprar energia

Page 2: Panorama 19

Editorial

Sustentabilidade na agendaAs mudanças climáticas e o uso racional dos recursos naturais são preocupações frequentes na agenda das discussões internacionais. E, cada vez mais, empresas de diversos setores em todo o mundo vêm realizando esfor-ços crescentes para minimizar o impacto de suas ativi-dades no meio ambiente, adotando práticas sustentáveis em suas operações. Engajada nestas discussões, a Jones Lang LaSalle participou pelo terceiro ano consecutivo da campanha mundial Hora do Planeta, no dia 27 de março, apagando as luzes de seus escritórios por uma hora em todo o mundo.

Ainda sobre o tema, você poderá conferir nesta edição como os edifícios comerciais brasileiros começam a perce-ber as vantagens da operação no mercado livre de energia elétrica, podendo optar pela compra de energia produzida de modo sustentável, resultando em benefícios financeiros e ambientais.

À medida que o ano avança, o mercado imobiliário global vai dando sinais de lenta recuperação, liderada pela região Ásia-Pacífico. Apresentamos também uma análise sobre a retomada do setor, destacando que o Brasil continua no foco dos investidores, em função de seu forte crescimento econômico.

Convidamos vocês a conhecerem o Edifício Torres Empre-sariais do Ibirapuera, em São Paulo, gerenciado pela Jones Lang LaSalle, e um exemplo de como a gestão participati-va aliada a serviços diferenciados assegura a competitivi-dade de um empreendimento.

Para finalizar, esta edição traz uma novidade: a estreia da série Edifícios: histórias verticais, contando sobre as cons-truções que marcam a paisagem e a história das principais cidades do País. Neste número, você conhecerá um pouco mais sobre o Edifício Altino Arantes, também conhecido como prédio do Banespa e um dos principais símbolos da cidade de São Paulo.

Boa leitura.

Publicação trimestral dirigida aos clientes e parceiros da Jones Lang LaSalle Brasil.

Tiragem: 5.000 exemplares

Redação e edição:Luciana Mello (MTb: 26.800/SP)www.reverbere.com.br [email protected] www.joneslanglasalle.com.br

Colaboração:Renata Cury e Renata Puleghini

Gerente de Comunicação e Marketing: Larissa Aranha

Fotos: Felipe Corvello e arquivo Comunicação e Marketing Jones Lang LaSalle

CuritibaRua Frederico Maurer, 574 81630-020 +55(41) 3202 1900

São PauloAv. das Nações Unidas, 12.551 23º andar • 04578-903 +55(11) 3043 6900

Rio de Janeiro Av. Pres. Wilson, 113 cjto. 1001 • 20030-020 +55(21) 2277 2700

Edição nº 19 maio de 2010

Nota de esclarecimento

O empreendimento Outlet Premium São Paulo, localizado em Itupeva, no interior de São Pau-lo, não possui nenhuma relação com o Outlet Premium em Novo Hamburgo, no Rio Grande do Sul. Trata-se de empreendimentos desenvolvidos por grupos de empresas totalmente distintas.

Pelo terceiro ano consecutivo, a Jones Lang LaSalle foi reco-nhecida como uma das empresas mais éticas do mundo, en-trando para a lista World’s Most Ethical Companies de 2010 do Instituto Ethisphere, um dos principais institutos interna-cionais dedicado à criação, promoção e compartilhamento das melhores práticas em ética empresarial, responsabilidade social corporativa, anticor-rupção e sustentabilidade.

Única empresa do setor imobiliário reconhecida pelo Ethisphere, a Jones Lang LaSalle garantiu seu lugar de destaque novamen-te, implementando práticas de negócios que beneficiam a comunidade e contribuem para elevar os padrões de ética no mercado imobiliário.

“O comprometimento da Jones Lang LaSalle para promover um ambiente de negócios norteado por práticas éticas é um destaque entre as empresas do setor e demonstra um claro entendimento de que estas práticas estão intimamente ligadas ao desempenho e à rentabilidade do negócio”, declara Alex Brigham, Diretor Executivo do Instituto Ethisphere.

Notas

Jones Lang LaSalle novamente entre as mais éticas do mundoÚnica empresa do setor imobiliário na lista do Instituto Ethisphere por três anos consecutivos

Page 3: Panorama 19

Em janeiro deste ano, entrou em vigor a Lei nº 12.112/09 que altera parcialmente a Lei nº 8.245/91 - Lei do Inquilinato. Melhorias foram acrescentadas em vários aspectos da relação de locação, gerando boas expecta-tivas para o setor imobiliário. Isso porque, após um longo período de insegurança jurídi-ca e processos infindáveis de cobrança ou despejo, as alterações prometem acelerar a retomada do imóvel e garantir que a locação continue sendo um investimento seguro.

Neste sentido, uma das maiores inovações foi a redução do prazo para desocupação do imóvel pelo locatário inadimplente. Antes da alteração da lei, uma ação de despejo poderia durar em média 14 meses, agora, a expectativa é de que este prazo médio caia para seis meses.

A inclusão de quatro novas situações em que se permite a ação de despejo com liminar também representa um importante avanço em favor do locador. Atualmente, por exem-plo, se o contrato estiver desprovido de ga-rantias e o locatário ficar inadimplente, o lo-cador poderá ingressar com ação de despejo com liminar para desocupação do imóvel em 15 dias. Para o locatário suspender a ordem liminar de despejo, terá que efetuar depósito judicial do total devido dentro deste prazo de 15 dias. Se o locatário ficar inadimplente no-vamente nos 24 meses subsequentes, poderá ser despejado de imediato. Anteriormente, o pagamento em juízo dos débitos relacionados à locação era permitido duas vezes a cada período de 12 meses, o que era tido como um incentivo para maus pagadores.

As mudanças relacionadas às garantias loca-tícias geraram a expectativa de que será mais fácil conseguir um fiador. De fato, a fiança passou a ser uma obrigação menos arriscada, pois foram introduzidas novas possibilida-des de exoneração do fiador. Outra questão é que a celeridade dos processos de despejo refletirá diretamente no montante da dívida do locatário, que tenderá a ser menor.

Em relação à Ação Renovatória, a nova lei dispõe que, não sendo renovada a locação, o juiz determinará o despejo, que conterá o prazo de 30 dias para a desocupação e não mais de até seis meses como anteriormente. Já no procedimento da Ação Revisional de aluguel, houve a introdução de um limitador para o aluguel provisório, nas ações propos-tas tanto pelo locatário quanto pelo locador.

Por fim, a multa aplicável ao locatário pela devolução do imóvel antes do término da locação passa a ser proporcional ao período de cumprimento do contrato.

Outras mudanças foram trazidas pela nova lei, mas o ponto relevante certamente foi a simplificação dos processos. Historicamen-te, todas as normas relacionadas à locação sempre visaram a atenuar conflitos entre lo-cadores e locatários para motivar investimen-tos no mercado imobiliário e as alterações propostas pela Lei nº 12.112/09 demonstram esta busca por equilíbrio social, já que a lei anterior atribuía proteção exacerbada aos locatários.

Com efeito, as alterações esclareceram pontos divergentes na jurisprudência e prometem trazer maior segurança jurídi-ca para os contratantes, notadamente para os locadores. Contudo, as alterações são recentes e só vamos saber se realmente serão efetivas no decorrer da vigência da lei, dado que sua eficácia dependerá essencialmente da agilidade do judiciário no cumprimento das novas regras.

“As mudanças esclareceram

pontos divergentes na jurisprudência e

prometem trazer maior segurança jurídica para

os locadores ”

Artigo

Alterações na Lei do Inquilinato aperfeiçoam regras sobre locação

Aline Ribeiro, Gerente do departamento Jurídico e Compliance da Jones Lang LaSalle

Este artigo tem natureza exclusivamente informativa e não deve ser entendido com uma opinião legal ou parecer jurídico. Para questões específicas recomendamos a consulta a um advogado.

panorama• maio 2010 3

Page 4: Panorama 19

Capa

Mercado livre possibilita redução de custos com energia

Prédios comerciais e shoppings começam a perceber as vantagens de estabelecer estratégias também para a compra de energia elétrica

A iniciativa privada e a competição de mercado entraram para o setor elétrico nacional somente na metade dos anos 90, na esteira das privatizações do Programa Nacional de De-sestatização (PND) do Governo Federal. Até então, geração, transmissão e distribuição de energia elétrica eram prerroga-tivas exclusivas do Estado e os recursos eram predominante-mente públicos.

Sob forte regulamentação, todos os consumidores do País eram cativos, ou seja, não tinham opção senão comprar eletricidade das concessionárias locais no mercado regulado, ficando sujeitos às condições de fornecimento e aos preços praticados pelas estatais.

A escassez de investimentos públicos, que reduzia a possibi-lidade de modernização e expansão do sistema, trazia à tona a defasagem do modelo estatal e expunha o desgaste do setor elétrico. Em 1995, o Governo deu os primeiros passos rumo à revitalização do setor, permitindo a entrada da iniciativa privada na geração de energia, que passou também a ser vendida a preços orientados pelo mercado.

O novo ambiente de negócios do setor elétrico dava ao consumidor – que atendesse a certos pré-requisitos técnicos e legais – a liberdade de escolher seu fornecedor e negociar as melhores condições de fornecimento. Nascia o conceito de consumidor livre de energia elétrica.

Transmissão e distribuição, por sua vez, são monopólios naturais que foram mantidos sob regime de concessão do Estado, já que as distribuidoras são as únicas provedoras de infraestrutura no País.

Liberdade para comprarPara os consumidores do mercado livre, não há qualquer mudança na forma de recebimento de energia elétrica, pois quem continua garantindo o fornecimento é a distribuidora.

Como o sistema elétrico nacional é uma grande rede, toda interligada, à qual as empresas de geração, transmissão e distribuição estão conectadas, a mesma energia chegará tanto para os consumidores cativos quanto para os do mercado livre. O fornecimento só será interrompido se ocorrer algum problema que desconecte alguma parte deste sistema. “Neste caso, todos os consumidores ficarão sem energia elétrica”, explica Carlos Alberto Schoeps, da Replace, consultora da Jones Lang LaSalle para projetos de energia.

Schoeps ressalta que a vantagem da operação no mercado livre de energia é puramente comercial. Se na parte da infraestrutura os serviços são regulados, com preços tabelados para transmissão e distribuição, na geração e comercialização há competitividade e os preços são cotados no mercado. O preço da energia praticado pela distribuidora passa a ser o teto e o consumidor fica livre

4 panorama• maio 2010

Page 5: Panorama 19

para ir ao mercado buscar opções mais econômicas. “Portanto, a migração para o mercado livre passa a ser vantajosa quando, nas cotações de mercado, o consumidor encontrar energia a um preço menor que o da distribuidora local”, explica.

Atualmente, o mercado livre representa 25% do consumo nacional de energia elétrica. E mais de 80% dos consumidores livres são usuários industriais. No setor de serviços, o consultor diz que shopping centers e prédios comerciais estão apenas começando a per-ceber as vantagens da migração. O mercado livre não é disponível para consumidores residenciais.

Ainda segundo o consultor, o processo de migração de uma indústria para o mercado livre dura cerca de um ano. Já no caso dos condomínios comerciais, a situação é dife-rente, pois, como normalmente as decisões são tomadas por um grupo, o caminho é mais longo. Neste sentido, é fundamental a parceria entre a consultoria de energia, a administradora e o gerente de condomínio no processo de convencimento dos decisores.

PioneirismoO edifício Continental Square Faria Lima, em São Paulo, sob gestão da Jones Lang LaSalle desde 2003, foi o primeiro condomínio do País a entrar para o mercado livre de energia elé-trica, em 2007. Com consultoria da Replace, foram estudadas várias opções para redução de custos em energia, e o mercado livre foi a mais atraente. O condomínio fechou contrato com a Sykué Bioenergya, termelétrica baiana movida a biomassa vegetal renovável.

A decisão do Continental Square de migrar para o mercado livre levou a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) – que viabiliza as operações de compra e venda de energia elétrica – a ter de criar os procedimentos para a adesão de condomínios ao mercado livre.

Alternativa sustentável: energia gerada a partir de

biomassa renovável é limpa pode fazer parte de estratégias

de redução de custos

panorama• maio 2010 5

Page 6: Panorama 19

Para oferecer mais segurança aos proprietários e condô-minos com relação ao nível de risco inerente às operações no mercado livre, a modalidade de contratação adotada foi a de economia garantida, que prevê, durante a vigência do contrato, um desconto de 8% mensais sobre o valor da conta da Eletropaulo. Com um gasto mensal em torno de R$ 300 mil, o Continental Square passou a economizar uma conta de energia elétrica por ano.

Schoeps ressalta que, com a assessoria adequada, os riscos são avaliados e controlados. “Vale o mesmo raciocínio utili-zado em qualquer outra operação financeira: quanto maior benefício que se busca, maior o risco que se deve assumir”.

Sykué: a energia do capim

Situada no município de São Desidério, na Bahia, em uma área de 11 mil hectares, a Sykué Bioenergya é a primeira usina termelé-trica no País a utilizar o capim-elefante para geração de energia. Gramínea de origem africana, que chega a atingir cinco metros de altura, o capim-elefante é largamente utilizado por aqui como alimento para o gado. Já totalmente vendida, a capacidade inicial da primeira usina da Sykué é de 30 MW.

Depois do processo natural de corte e secagem, o capim é picado e transportado até a usina, onde é queimado em caldeira, ge-rando vapor que posteriormente é convertido em eletricidade, por meio de turbinas. No processo, apenas 5% de gás carbônico são jogados na atmosfera e absorvidos pelo próprio capim da fazenda, por meio da fotossíntese, zerando o balanço de emissões.

Paulo Puterman explica que a iniciativa de utilizar o capim-elefante foi decorrente de uma série de estudos que demonstraram ser esta a biomassa com maior potencial de crescimento por hectare, no período de tempo necessário. Demandando menor área para cultivo, a planta possibilita a produção de energia mais barata.

SustentabilidadePara o consumidor, o produto final adquirido é energia e, em temos financeiros, não importa a maneira como ela é gerada. Qual a vantagem, então, de se optar pela compra de energia produzida de modo sustentável? Paulo Puterman, sócio-diretor da Sykué, explica que há um incentivo do Governo para os consumidores livres, o que reduz as tarifas de uso das linhas de transmissão e distribuição do sistema elétrico. “Em linhas gerais, ao comprar energia o cliente paga pela energia em si, por encargos setoriais e pelo uso das linhas. É nesta última parcela que ele recebe um desconto por usar energia alternativa”, diz.

6 panorama• maio 2010

Page 7: Panorama 19

Edifício Altino ArantesMesmo com futuro incerto e a possibilidade de ser vendido, prédio continua um ícone da cidade de São Paulo

A partir desta edição, começa a série Edifícios:histó-riasverticais, que mostrará os prédios que marcam a paisagem e ajudam a contar a história das principais cidades brasileiras. A estreia da seção destaca um cartão-postal da cidade de São Paulo, o Edifício Altino Arantes, também conhecido como o prédio do Banespa. Símbolo de uma época em que a cidade começava a se consagrar como metrópole industrial, o Altino Arantes retrata a grandiosidade do pensamento dos empresários paulistas, dos ideais de futuro e de progresso, refl etidos na mudança radical da paisagem urbana de São Paulo, que ganhava seus primeiros arranha-céus.

Inaugurado em 1947 e construído para abrigar a então nova sede do Banco do Estado de São Paulo, que, devido à grande expansão, precisava de um local mais amplo, o edifício está localizado na Rua João Brícola, no centro histórico da cidade, região que, na época, era

também o coração fi nanceiro da cidade e onde se concentravam ainda as principais autarquias.

O projeto inicial, desenvolvido pelo arquiteto e enge-nheiro Plínio Botelho do Amaral, sofreu modifi cações para tornar o edifício mais parecido com o Empire Sta-te Building. Se até então a inspiração para as edifi ca-ções da cidade vinha da Europa, agora, o modelo a ser seguido vinha dos Estados Unidos, mais precisamente de Nova York, ícone da metrópole global e do triunfo do capitalismo, com seus modernos arranha-céus como o próprio Empire State e o Chrysler Building.

As obras do edifício iniciaram em 1939, sob respon-sabilidade da construtora Camargo & Mesquita, e o prédio demorou oito anos para ser concluído, já que durante a Segunda Guerra Mundial os trabalhos foram interrompidos. Os números impressionam e mostram a grandiosidade do projeto: em seus 161,22 metros de altura, o edifício abriga 35 andares, 14 elevadores, 900 degraus e 1.119 janelas. Com 45,5 mil toneladas, sua estrutura foi toda construída em concreto, valendo-lhe o título de maior edifi cação de concreto armado do mundo, já que a estrutura dos ícones norte-americanos era metálica.

Em 1960, o empreendimento teve seu nome alterado de Edifício do Banco do Estado de São Paulo para Edifício Altino Arantes, em homenagem ao primeiro presidente do Banespa. Ao longo dos anos, o prédio sofreu algumas pequenas intervenções como nova iluminação, instalação de luminosos, reconstituição e limpeza da fachada, e continuou reinando como um dos principais cartões-postais da cidade.

Foi considerado durante quase vinte anos o prédio mais alto da cidade, passando o Edifício Martinelli, primeiro arranha-céu de São Paulo, inaugurado em 1929, com 130 metros. Em 1960, o Altino Arantes perdeu o posto para o edifício Mirante do Vale, também no centro da cidade, que, com 170 metros, passou a ser o mais alto do Brasil.

Mesmo após a aquisição do Banespa pelo Santander, em 2000, a torre do Altino Arantes continua aberta à visitação pública. Do mirante, com acesso a partir do 34º andar, é possível ter uma vista panorâmica da

cidade. Localizado em um dos pontos mais altos de São Paulo, é conhecido como um dos principais mirantes da cidade. H

istóriasverticais

Inaugurado em 1947 e construído para abrigar a então nova sede do Banco do Estado de São Paulo, que, devido à grande expansão, precisava de um local mais amplo, o edifício está localizado na Rua João Brícola, no centro histórico da cidade, região que, na época, era

As obras do edifício iniciaram em 1939, sob respon-sabilidade da construtora Camargo & Mesquita, e o prédio demorou oito anos para ser concluído, já que durante a Segunda Guerra Mundial os trabalhos foram interrompidos. Os números impressionam e mostram a grandiosidade do projeto: em seus 161,22 metros de altura, o edifício abriga 35 andares, 14 elevadores, 900 degraus e 1.119 janelas. Com 45,5 mil toneladas, sua estrutura foi toda construída em concreto, valendo-lhe o título de maior edifi cação de concreto armado do mundo, já que a estrutura dos ícones norte-americanos era metálica.

Em 1960, o empreendimento teve seu nome alterado de Edifício do Banco do Estado de São Paulo para Edifício Altino Arantes, em homenagem ao primeiro presidente do Banespa. Ao longo dos anos, o prédio sofreu algumas pequenas intervenções como nova iluminação, instalação de luminosos, reconstituição e limpeza da fachada, e continuou reinando como um dos principais cartões-postais da cidade.

Foi considerado durante quase vinte anos o prédio mais alto da cidade, passando o Edifício Martinelli, primeiro arranha-céu de São Paulo, inaugurado em 1929, com 130 metros. Em 1960, o Altino Arantes perdeu o posto para o edifício Mirante do Vale, também no centro da cidade, que, com 170 metros, passou a ser o mais alto do Brasil.

Mesmo após a aquisição do Banespa pelo Santander, em 2000, a torre do Altino Arantes continua aberta à visitação pública. Do mirante, com acesso a partir do 34º andar, é possível ter uma vista panorâmica da H

istóriasverticais

Foto

de

2006

panorama• maio 2010 7

Page 8: Panorama 19

Gerenciamento de Propriedades

Torres Empresariais do Ibirapuera

Gestão participativa, tecnologia e serviços diferenciados garantem inovação contínua

O condomínio Torres Empresariais do Ibirapuera está situado num dos pontos mais valorizados da cidade de São Paulo. Finalizado em 2007, o complexo, hoje totalmente ocupado, é composto por duas torres de escritórios corporativos com 10.500 m2 de área privativa e 14 pavimentos cada, dispondo de 28 vagas de garagem por andar. Implantadas num terreno na esquina da Avenida Ibirapuera com a Alameda Lavandis-ca, as torres foram construídas com grande área de recuo em relação às vias públicas. O projeto, concebido com amplos jardins e espelhos d’água, proporcionou ainda a revitalização paisagística da Praça do Pombo.

Além de abrigar sistemas tecnológicos de última geração, como o gerenciamento total do empreendimento por meio do BMS (Building Management System), o edifício dispõe de elevado-res exclusivos de acesso às garagens e de três geradores que suprem totalmente a demanda de energia das áreas privativas e comuns, garantindo conforto e estabilidade aos ocupantes.

A climatização é garantida por duas centrais de água gelada instaladas em cada uma das torres, com controle e distribuição por meio de dez controladoras de volume de ar variável (VAV) por andar, de comando privativo ou por meio do BMS, oferecendo maior comodi-dade, eficiência energética e economia.

Os escritórios são equipados com luminárias de alto rendimento e maior conforto visual. As lajes preparadas para receber piso elevado permitem maior praticidade e flexibilidade na disposição dos layouts de cada escritório.

Os serviços diferenciados e os sistemas tecnológicos privilegiam o conforto dos ocu-pantes e possibilitam às empresas economi-zar tempo na realização de tarefas cotidia-nas. Entre as facilidades estão o serviço de valet-parking, lavagem de veículos a seco, salão de beleza, carro gourmet com serviço personalizado de alimentação e distribuição centralizada de correspondências. Tudo isso, sem perder de vista a máxima segurança de todo o empreendimento, que conta com pessoal terceirizado e devidamente treinado, aproximadamente 130 câmeras de monitora-mento e rígido controle de acesso.

Outro destaque é o ambulatório, que será inaugurado ainda este ano, e atenderá as empresas interessadas em contratar serviços de saúde ocupacional. “A ideia é possibilitar às em-presas ocupantes a facilidade de não precisar deslocar o fun-cionário para exames periódicos ou campanhas de vacinação, por exemplo”, explica a síndica, Andréa Ottonicar. O ambula-tório também contará com um enfermeiro para atendimento de urgências, além de convênio com ambulância.

Gestão participativaGerenciado pela Jones Lang LaSalle desde o início da opera-ção, o empreendimento conta com a experiência do Gerente Predial Fábio Gushiken e com o apoio de José Roberto Freitas, Gerente Regional da Jones Lang LaSalle, que atua auxiliando nas decisões rela-cionadas a fechamentos de contratos e inovações de

8 panorama• maio 2010

Page 9: Panorama 19

Rodrigo Ferrari e Renata Burti: acompanharam o amadurecimento

imobiliário de Moema e decidiram o melhor momento de empreender

serviços, entre outros. As empresas proprie-tárias majoritárias, representadas, respecti-vamente, por seus diretores Rodrigo Ferrari e Renata Burti, também participam ativamente das decisões, deliberando em conjunto com a equipe de gerenciamento, com a qual atuam em total sinergia. “Além das qualidades da Jones Lang LaSalle como gestora do Torres Ibirapuera, destaco a importância da atuação em parceria com a síndica Andréa Ottonicar e com o Conselho Administrativo”, reforça Ferrari, que preside o Conselho.

A decisão dos proprietários de investir no mercado imobiliário corporativo de São Paulo foi cuidadosamente pensada desde o início. Ferrari conta que acompanharam o amadurecimento imobiliário da região de Moema até decidirem pelo melhor momento de colocar o projeto em execução. Com o crescimento da economia mundial e, notada-mente, do Brasil, as análises indicavam que haveria carência de escritórios corporativos de alto padrão nesta região. Para os empresá-rios, a incorporação foi a melhor alternativa para maximizar o potencial do imóvel.

Ferrari e Renata têm a mesma opinião sobre os principais desafios que enfrentam como investidores do mercado imobiliário atual-mente. Ambos apontam a falta de terrenos para novos projetos como um dos principais entraves. Sobre este ponto, Ferrari acrescenta

ainda que a legislação vigente é cada vez mais restritiva, principalmente com relação à gestão ambiental, o que torna ainda mais difícil encontrar terrenos para desenvolvi-mentos corporativos que sejam adequados para atender esta nova demanda.

Os executivos também ressaltam que outro grande desafio é a escolha de um modelo de gestão do empreendimento capaz de maxi-mizar receitas, minimizar custos e sugerir a implementação de melhorias que mantenham a competitividade frente à concorrência. Daí a importância de se contar com uma gestão profissional, com equipes treinadas para analisar e sugerir as melhores soluções para agregar valor ao imóvel. “Num empreendi-mento do porte do Torres Ibirapuera, com toda sua complexidade, ficou claro para nós desde o início que a melhor opção seria a gestão terceirizada”, analisa Renata Burti.

“A busca por melhor rentabilidade é fator permanente e preponderante em qualquer atividade econômica. Neste sentido, a parceira entre proprietários e consultorias produz sinergia capaz de atender as melhores práticas de mercado, sempre objetivando a plena satisfação dos ocupantes corporativos”, conclui Ferrari.

Andrea Ottonicar: síndica profissional do Torres Empresariais do Ibirapuera

panorama• maio 2010 9

Page 10: Panorama 19

Análise | Investimentos

Economia global mostra recuperação lenta e desigual

No decorrer de 2010, os fundamentos da economia e do mercado imobiliário global parecem já ter superado o perí-odo mais crítico e a maioria das economias está crescendo, embora lentamente. A postura dos líderes mundiais na Con-ferência de Davos, que aconteceu em janeiro, parece ter sido de um otimismo cauteloso. A profundidade da crise sobre os mercados continua limitando a confiança que, embora venha melhorando, ainda justifica a postura de alerta.

O mundo reconhece, por exemplo, que o volume das dívidas soberanas, principalmente na Europa e no Japão, pode atrapalhar o crescimento econômico, além de colocar em teste um sistema financeiro já enfraquecido e que vem impactando a atividade e a confiança tanto dos consumidores quanto dos negócios. Existem, porém, alguns pontos de destaque na Ásia e na América Latina. Apesar das dificuldades, há um grande movimento de valorização dos ativos imobiliários, e a renovada concorrência no mercado vem pressionando os preços. Sinais – ainda fracos – apontam para a volta da securitização, componente importante de qualquer mercado imobiliário que se pretenda dinâmico.

O mais recente Indicador da Saúde do Mercado Imobi-liário Global (GREHM, na sigla em Inglês) mostra o início de uma recuperação, mesmo que desigual, nas principais economias mun-diais, a maioria registrando

Nível geral de dívida ainda limita a confiança; região Ásia-Pacífico puxa retomada no setor imobiliário

crescimento. A recuperação vem sendo liderada pela região Ásia-Pacífico, que teve performance melhor que a de outras regiões e registrou crescimento anualizado de mais de 7% no quarto trimestre de 2009 (excluindo-se o Japão). Os dados mais recentes indicam a volta da confiança tanto das empre-sas como dos consumidores, além de melhores perspectivas para o aumento do nível de emprego, dois fatores que con-tribuem para aumentar os volumes de atividade locatícia. O crescimento do PIB da China atingiu 10,7% no período de 12 meses que se encerrou no final de 2009.

Nos Estados Unidos e na Europa, o ritmo de recuperação vem se mostrando mais lento. Embora a economia america-na tenha crescido respeitáveis 5,7%, a força e a forma desta

200

180

160

140

120

100

80

60

40

20

0

Investimentos diretos no mercado imobiliário corporativo 2005-2009

1º sem 05 1º sem 06 1º sem 07 1º sem 08 1º sem 092º sem 05 2º sem 06 2º sem 07 2º sem 08 2º sem 09

Américas Europa Ásia / Pacífico

Bilh

ões

US

$

10 panorama• maio 2010

Page 11: Panorama 19

350

300

250

200

150

100

50

0

Investimentos diretos no mercado imobiliário corporativo 2005 - 2010

Américas Europa Ásia / Pacífico

2005 2006 2007 2008 2009 Estimativa 2010

Bilh

ões

US

$

+50-60%

+20-30%

+40-50%

recuperação continuam indefinidas. A perspectiva para o crescimento nas duas regiões dependerá do enfrentamento de um cenário desafiador, que inclui diminuição do consumo, grandes déficits orçamentários, extinção de estímulos gover-namentais e altas taxas de desemprego.

Volumes de investimentos no setor imobiliário tendem a aumentarNo auge da euforia do mercado, investidores internacionais buscavam propriedades comerciais fora de seus países de origem. Já no final de 2009, o volume de transações interna-cionais ficou reduzido à metade, registrando US$ 79 bilhões, ou somente 38% do total de transações realizadas – a menor proporção desde 2006.

O volume de transações continuou a cair na maioria das regi-ões, em ritmo e em momentos diferentes ao longo do ano. Nas Américas, diminuiu 64%, totalizando somente US$ 45 bilhões. A região Ásia-Pacífico mostrou o menor declínio em termos de volume total em 2009, caindo 23%, para US$ 66 bilhões. Houve uma impressionante recuperação nos mercados de capitais na região, já que a retomada econômica fez com que os valores parassem de cair e o aquecimento começasse mais cedo que nas outras regiões.

Na Europa, o volume total de transações imobiliárias fechou o ano em US$ 98 bilhões, o que representa uma queda de 41% comparando-se aos níveis de 2008. Porém, houve uma grande recuperação no segundo semestre, liderada pelo Rei-no Unido, e melhorias significativas foram notadas também na França, Alemanha e Holanda.

Para 2010, os estudos da Jones Lang LaSalle preveem aumento de 30% a 40% no volume global de investimentos

imobiliários comerciais. A maior taxa de crescimento deve ser registrada nas Américas – entre 50% e 60%. A projeção é de que o volume de investimentos cresça de 30% a 40% na Ásia-Pacífico e de 20% a 30% na Europa.

Brasil e México na rota dos investidoresUm dos poucos países fora da região Ásia-Pacífico a apresentar forte crescimento econômico, o Brasil continua atraindo a atenção dos investidores. Com crescimento previsto de 5% para 2010, sua economia se beneficia dos muitos anos de reformas estruturais. A recente descoberta de grandes reservas de petróleo e a escolha para sediar a Copa do Mundo em 2014 e as Olimpíadas em 2016 serão pontos positivos para o País e beneficiarão os mercados imobiliários no longo prazo. O setor residencial vem crescendo fortemente e a classe média em expansão aumentará a demanda por imóveis, infraestrutura de varejo e galpões. Investidores nacionais e internacionais estão se esforçando para adquirir propriedades ou investir em fundos, e as gestoras de investimentos vêm captando recursos de fundos internacionais. Entretanto, a escassez de propriedades de alta qualidade poderá brecar o ritmo de capitalização desses players no curto prazo.

No mercado de escritórios, as taxas de vacância estão baixas, se comparadas com os atuais padrões internacionais, e os valores de locação vêm crescendo. A maioria dos edifícios de escritórios é composta por condomínios com múltiplos proprietários; portanto os investidores estão optando pelo caminho da incorporação.

O México também voltou a figurar no radar de vários investidores estrangeiros, principalmente dos fundos alemães, embora o país tenha sido duramente impactado pela recessão global, o que resultou em uma queda de 7% do

PIB em 2009. As taxas de capitalização dos imóveis de alta qualidade vêm se revelando interessantes frente às taxas declinantes verificadas nos EUA e na Europa e os investidores voltam a procurar no país ativos imobiliários para investimento, o que há poucos meses não era sequer considerado atraente.

panorama• maio 2010 11

Page 12: Panorama 19

Highlights

Conquistas recentes da Jones Lang LaSalle

� International Plaza II A Jones Lang LaSalle será responsável pelo gerencia-mento predial do Edifício International Plaza II. Com 22 andares e 18 mil m² úteis, está localizado na esquina mais valorizada de São Paulo, entre as Ave-nidas Juscelino Kubitschek e Brigadeiro Faria Lima. O edifício dispõe de sistemas de ar-condicionado e auto-mação, com destaque para os elevadores inteligentes, que reduzem o tempo de espera e trajeto dos usuá-rios, além de economizar energia.

� West PointEntrou em operação em janeiro de 2010, o edifício West Point, localizado em Alphaville (SP). A Jones Lang LaSalle, que res-pondeu pelos trabalhos de comissionamento, também é responsável pelo geren-ciamento predial. Com 23,5 mil m2 de área útil total e lajes de 1.300 m2 úteis, o empreendimento possui 17 pavimentos, ideal para ocupantes em busca de imagem corporativa.

� ConcalA construtora e incorpora-dora carioca Concal, grife tradicional no mercado residencial de alto padrão, leva agora sua expertise para o segmento corporati-vo. A empresa está desen-volvendo novos empreen-dimentos no Leblon, o m2 mais caro do País. A Jones Lang LaSalle foi escolhida para formatar um produto diferenciado e acompanhar o projeto desde o início do desenvolvimento até a comercialização. O obje-tivo é que o prédio entre em operação já ocupado. A localização privilegia-da aliada à marca Concal posicionará o empreendi-mento no topo do mercado da Zona Sul.

� GlobalTech CampinasA Jones Lang LaSalle re-alizará a comercialização dos novos edifícios cor-porativos do GlobalTech Campinas. Desenvolvido pela São Carlos e Cariba, o empreendimento está situado no Polo II de Alta Tecnologia, numa região considerada como o novo vetor de crescimento da ci-dade, próximo à Unicamp, Alphaville e ao Shopping Dom Pedro. A previsão é de que sejam erguidos novos prédios, totalizan-do cerca de 30 mil m2 de área locável. Atualmente, o empreendimento já está operando e possui mais de 12 mil m2 construídos, em um terreno de 130 mil m2.

Nosso mundo,NNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNosso mu

Consultoria em uso racional de água

[11] [email protected]

nossa água.

Tecnologia e Atitude

H2C: a nova fórmula da água.

Ao começar a ler este texto, imaginamos que os seus olhos também estarão atentos à imagem da Terra.

São seis bilhões de pessoas que habitam o mundo, sendo que mais de um bilhão vivem consumindo água sem qualidade. Ou seja, uma em cada seis pessoas no mundo não tem acesso a água limpa.

Para piorar o quadro, mais de um milhão de crianças morrem anualmente vitimadas pela diarréia, uma a cada vinte segundos.

Você pode ser parte da mudança que o mundo necessita.

Pense nisso!

12 panorama• maio 2010