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PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO MESTRADO EM AGRONOMIA DISCRIMINAÇÃO VARIETAL DE CULTIVARES DE UROCHLOA BRIZANTHA POR MARCADOR MOLECULAR ISSR INAÊ BRAGA Presidente Prudente – SP 2013

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PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO

MESTRADO EM AGRONOMIA

DISCRIMINAÇÃO VARIETAL DE CULTIVARES DE UROCHLOA BRIZANTHA POR MARCADOR MOLECULAR ISSR

INAÊ BRAGA

Presidente Prudente – SP 2013

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Presidente Prudente – SP

2013

DISCRIMINAÇÃO VARIETAL DE CULTIVARES DE UROCHLOA BRIZANTHA POR MARCADOR MOLECULAR ISSR

INAÊ BRAGA

Dissertação apresentada a Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação, Universidade do Oeste Paulista, como parte dos requisitos para obtenção do título de Mestrado em Agronomia - Área de Concentração: Produção Vegetal Orientador: Prof. Dr. Nelson Barbosa Machado Neto

PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO MESTRADO EM AGRONOMIA

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611.018 16 B813d

Braga, Inaê.

Discriminação varietal de cultivares em Urochloa brizantha por marcador molecular ISSR /Inaê Braga. – Presidente Prudente, 2013.

52 f.: il.

Disserteção (Mestrado em Agronomia) -Universidade do Oeste Paulista – Unoeste, Presidente Prudente, SP, 2013.

Bibliografia. Orientador: Nelson Barbosa Machado Neto

1. Urochloa brizantha. 2. Discriminação Varietal. 3. Marcador Molecular ISSR. I. Título.

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DISCRIMINAÇÃO VARIETAL DE CULTIVARES DE UROCHLOA BRIZANTHA POR MARCADOR MOLECULAR ISSR

INAÊ BRAGA

Dissertação apresentada a Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação, Universidade do Oeste Paulista, como parte dos requisitos para obtenção do título de Mestrado em Agronomia - Área de Concentração: Produção Vegetal. Presidente Prudente, 25 de Junho de 2013

BANCA EXAMINADORA

_______________________________________________ Prof. Dr.Luiz Gonzaga Esteves Vieira Universidade do Oeste Paulista – Unoeste Presidente Prudente-SP _______________________________________________ Prof. Dr. Rogério Fernandes de Souza. Universidade Estadual de Londrina Londrina - PR _______________________________________________ Profa. Dra. Alessandra Ferreira Ribas. Universidade do Oeste Paulista – Unoeste Presidente Prudente-SP

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DEDICATÓRIA

Este trabalho é dedicado aos meus pais, irmãos, cunhadas, ao meu noivo e amigos,

que sempre me ajudaram com palavras de incentivo e força, para que assim eu

pudesse continuar a minha caminhada.

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente, agradeço a Deus, por ter me capacitado, ter me dado

sabedoria e falado ao meu coração nas horas de desânimo e provação. Agradeço

aos meus pais por terem me dado apoio, permitindo que me dedicasse

exclusivamente aos estudos. Ao meu orientador por me acrescentar cada vez mais

conhecimento. A todos os familiares, amigos e ao meu noivo pela paciência. Aos

professores, que com muita dedicação me ensinou a como trilhar meus passos

nessa trajetória. E a todos os funcionários da Universidade que são sempre

prestativos.

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“Posso todas as coisas naquele que me fortalece”.

Filipenses 4:13

“Por isso não tema, pois estou com você;

não tenha medo, pois sou o seu Deus.

Eu o fortalecerei e o ajudarei;

eu o segurarei

com a minha mão direita vitoriosa”.

Isaías 41:10

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RESUMO

Discriminação Varietal de cultivares em Urochloa brizantha por marcador molecular ISSR

Aproximadamente 80 a 90% das áreas de pastagens no Brasil são constituídas por forrageiras do gênero Urochloa, sendo a espécie apomítica Urochloa brizantha [syn. Brachiaria brizantha (Hochst. ex A. Rich.) Stapf.] a mais utilizada. Alguns genótipos de Urochloa têm sido amplamente distribuídos com a nomenclatura equivocada, tanto para espécies como para cultivares. A identificação dos cultivares de Urochloa é fundamental para os programas de melhoramento e produção de sementes. Considerando a importância da pureza varietal em lotes de sementes comercializadas, o presente trabalho teve o objetivo verificar o potencial dos marcadores ISSR para a discriminação de U. brizantha (Xaraés; Piatã, Basilisk; MG4; MG5; Marandú) com a finalidade de determinar o grau de contaminação de lotes de sementes. Os marcadores ISSR apresentaram um baixo grau de polimorfismo. Todavia, os resultados mostraram ser possível identificar os cultivares em amostras puras de sementes de Urochloa, sendo necessários somente dez primers. O cultivar Basilisk foi confirmado como U. brizantha. Não foi possível diferenciar amostras contaminadas propositalmente nos níveis estipulados no trabalho. Novos estudos com outros primers e outros níveis de contaminação serão importantes para detectar misturas varietais em cultivares de U.brizantha.

Palavras-chave: Braquiaria, Marcadores Moleculares, Pureza Varietal.

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ABSTRACT

Varietal discrimination of cultivars Urochloa brizantha by ISSR molecular markers

Approximately 80-90% of grassland areas in Brazil consist of the forage Urochloa, genus and the apomictic species Urochloa brizantha [syn. Brachiaria brizantha (Hochst. ex A. Rich.) Stapf.] the most used. Some genotypes of Urochloa have being widely used with a wrong nomenclature, even for species as for cultivars. In this way, the Urochloa cultivar identification is primordial for breeding programs and seed production. Considering the importance of genetic purity in comercialized seed lots, the present study aimed to investigate the potential of ISSR markers for discrimination of U. brizantha (Xaraés; Piatã, Basilisk; MG4; MG5; Marandú) in order to determine the degree of contamination of seed lots. ISSR markers showed a low degree of polymorphism . However, results showed it is possible to identify cultivars in pure samples of seeds Urochloa, requiring only ten primers. The cultivar Basilisk was confirmed as U. brizantha cultivar. It was not possible to differentiate samples intentionally contaminated at levels stipulated in the work. Further studies with other primers and other contamination levels will be important to detect varietal mixtures in cultivars U. brizanhta.

Keywords: Braquiaria, Molecular Markers, Varietal Purity.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 10

2 REVISÃO DE LITERATURA .................................................................................. 12

2.1 Espécies do Gênero Urochloa Cultivadas no Brasil ............................................ 12

2.2 Cultivares de U. brizantha ................................................................................... 13

2.3 Discriminação e Pureza Varietal ......................................................................... 16

2.4 Marcadores Moleculares para Análise de Contaminação Varietal ...................... 19

2.5 Marcadores ISSR ................................................................................................ 21

3 MATERIAIS E MÉTODOS...................................................................................... 24

3.1 Extração de DNA ................................................................................................. 24

3.2 Reação de PCR com Primers ISSR .................................................................... 25

3.3 Discriminação Varietal por ISSR ......................................................................... 27

3.4 Análise de Pureza de Sementes por ISSR .......................................................... 27

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO .............................................................................. 28

5.1 Discriminação Varietal ......................................................................................... 28

5.2 Pureza de Lotes de Sementes ............................................................................ 32

6 CONCLUSÕES ...................................................................................................... 34

7 REFÊRENCIAS ..................................................................................................... 35

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1 INTRODUÇÃO

A pecuária brasileira baseia-se na utilização de pastagens tropicais,

pois o país oferece boas condições edafoclimáticas e grandes áreas disponíveis

para a atividade. Entre as espécies forrageiras, encontra-se o gênero Urochloa, que

ocupa grande área agricultável e sua utilização representa uma contribuição

marcante na produção de carne e leite no Brasil. Aproximadamente 80 a 90% das

áreas de pastagens brasileiras são constituídas por forrageiras do gênero Urochloa.

Somente na região dos Cerrados, as espécies de Urochloa somam 51 milhões de

hectares, totalizando 85% das gramíneas forrageiras cultivadas nesse ecossistema.

Também em outras regiões e Estados, este grupo de forrageiras é muito importante,

sendo que, no Estado de São Paulo, a área ocupada com pastagens representa

39,37% do total. Desta porcentagem, 89% é cultivada com gramíneas do gênero

Urochloa, sendo a espécie apomítica Urochloa brizantha [(C. Hochst. ex A.Rich.) R.

Webster); syn. Brachiaria brizantha (Hochst. ex A. Rich.) Stapf.] a mais utilizada

(CATI / IEA, 2010).

Apesar da baixa diversidade genética, esse gênero apresenta potencial

para o desenvolvimento de cultivares superiores por intermédio do melhoramento.

Alguns genótipos de Urochloa têm sido amplamente distribuídos com a

nomenclatura equivocada, tanto para espécies como para cultivares. Discriminar

acessos baseado em um menor número de características é importante para agilizar

e dar maior confiabilidade aos diversos estudos com espécies do gênero Urochloa.

Além disto, o uso de poucas características discriminantes para diferencia-las, bem

como seus cultivares poderia reduzir a mão-de-obra e o tempo envolvido em tais

estudos.

A identificação dos cultivares de Urochloa também é fundamental para

os programas de melhoramento. Existem poucos exemplos de estudos

discriminantes com o objetivo de diferenciar espécies e cultivares de Urochloa.

Portanto, estudos morfológicos, agronômicos e moleculares detalhados para

estabelecer a identidade desses materiais são essências.

Entre as opções para a discriminação varietal, os marcadores

morfológicos, em alguns casos, podem se mostrar ineficientes, de baixa precisão e

sofrer grande influência do meio ambiente. Por outro lado, os marcadores

moleculares baseados em polimorfismos de DNA tem recebido destaque para essa

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avaliação. Entre os marcadores baseados em polimorfismo do DNA destaca-se os

marcadores ISSR (Inter Simple Sequence Repeat), que se baseiam na amplificação

de regiões entre sequências microssatélites adjacentes do DNA via PCR

(Polymerase Chain Reaction). Além de não exigir um conhecimento prévio do

genoma, esta técnica pode resultar em elevado grau de polimorfismo, apresentar

alta reprodutibilidade e baixo custo. Ainda, os ISSRs constituem-se em uma

alternativa promissora para análises laboratorias rápidas por se tratar de uma

técnica relativamente simples, com resolução adequada em matriz de agarose, que

necessita de pequena quantidade de DNA, além de não exigir conhecimento

apronfundado de biologia molecular e instalações sofisticadas de laboratório. Desta

maneira, pode ser adotada em programas de controle de qualidade realizados em

laboratórios de pesquisa e em empresas de melhoramento genético e de produção

de sementes com instalações e equipamentos menos sofisticados.

Considerando a importância da pureza varietal em lotes de sementes

comercializadas, o presente trabalho teve o objetivo de:

a) avaliar o uso de marcadores ISSR em seis cultivares da espécie de

U. brizantha (Xaraés; Piatã, Basilisk; MG4; MG5; Marandú) com a

finalidade de discriminar os genótipos.

b) verificar o potencial uso de marcadores ISSR para determinar o grau

de contaminação de lotes de sementes de U. brizantha.

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2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Espécies do Gênero Urochloa Cultivadas no Brasil

O gênero Urochloa (syn. Brachiaria) pertence à família Poaceae e foi

introduzido da África para o Brasil, tendo como o seu principal centro de origem e

diversificação o leste daquele continente, onde ocorre naturalmente nas savanas

(NUNES et al., 1985; VILELA, 2005), em regiões de clima tropical e solos de boa

fertilidade. Segundo Ferraz (2003) esse gênero constitui-se numa importante

forrageira tropical não só na África e no Brasil, mas também em diversas regiões da

Ásia, Austrália e da América do Sul.

As áreas dedicadas à pecuária ocupam 20% do território nacional

contra apenas 10% das áreas agrícolas (IBGE, 2006). As áreas de pastagens, com

aproximadamente 172 milhões de hectares, são responsáveis pela maior parte da

produção de carne e leite no Brasil (IBGE, 2006). Além do seu uso em pastagens,

atualmente espécies de forrageiras têm sido utilizadas para cobertura do solo em

integração lavoura-pecuária (CRUSCIOL et al., 2009). Do total de áreas utilizadas

com forrageiras, ~55% ou 94 milhões de hectares, são cultivadas especialmente

com espécies do gênero Urochloa (FERRAZ, 2003). Estima-se, atualmente, que

50% das áreas de pastagens cultivadas na região Centro-Oeste do País estejam

ocupadas com esta gramínea (MACEDO, 2005). Na região Norte, as estimativas são

de aproximadamente 65% (DIAS-FILHO; ANDRADE, 2005).

Destas áreas, apenas uma pequena parte tem recebido algum tipo de

fertilização, sendo que a formação dessas pastagens quase sempre é feita em solos

de baixa fertilidade (MACIEL et al., 2007). A maioria das forrageiras hoje disponíveis

no mercado brasileiro, sobretudo do gênero Urochloa destaca-se pela adaptação à

baixa ou, pelo menos, média disponibilidade de fósforo. No entanto, essas espécies

apresentam potencial de resposta à adubação a este nutriente, podendo assim

solucionar algumas dificuldades ocorrentes nas diferentes condições edafoclimáticas

(BONFIM–SILVA et al., 2012). Uma característica importante que se deve ressaltar é

que a U. brizantha possui um sistema radicular vigoroso e profundo, apresentando

tolerância à deficiência hídrica e potencial para a absorção de nutrientes em

camadas mais profundas do solo, desenvolvendo-se em condições ambientais em

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que a maioria das culturas produtoras de grãos e das espécies utilizadas para

cobertura do solo não se desenvolveriam adequadamente (BARDUCCI et al., 2009).

No Brasil, foram introduzidas dezesseis espécies, das quais as mais

importantes são: U. brizantha, U. decumbens, U. humidicola e U. ruziziensis (KARIA;

DUARTE; ARAUJO, 2006), que representam 87% das sementes comercializadas.

Os principais caracteres morfológicos que identificam o gênero

Urochloa são as espiguetas ovaladas a oblongas, inseridas em racemos unilaterais,

com a primeira gluma voltada em direção à ráquis. Sua inflorescência pode atingir

até 40 cm de comprimento, normalmente com 4 a 6 racemos, equidistantes ao longo

da ráquis, medindo de 7 a 10 cm de comprimento, podendo chegar até 20 cm em

plantas muito vigorosas (ASSIS et al., 2003). Em relação à altura, esta pode atingir

de 1,5 a 2,5 metros, apresentando colmos prostrados, mas produzindo perfilhos

cada vez mais eretos ao longo do crescimento da touceira, com perfilhamentos mais

intensos nos nós superiores, promovendo a multiplicação de inflorescências,

principalmente sob o regime de pastejo ou corte (NUNES et al.,1985; MEDEIROS,

2004).

A taxonomia do gênero Urochloa e de suas espécies não é ainda

suficientemente conhecida, tanto em relação à composição de espécies como na

inter-relação com outros gêneros (RENVOIZE; CLAYTON; KABUYE, 1998; ASSIS et

al., 2003). Por exemplo, o cultivar Basilisk foi introduzida no Brasil, em 1952, com o

nome de Brachiaria decumbens, mas pesquisas recentes com marcadores RAPD

têm colocado Basilisk como cultivar de U. brizantha e não de U. decumbens

(AMBIEL et al., 2008, 2010; ALMEIDA et al., 2011). E ainda, U. humidicola é tratada

muitas vezes como sinônimo de U. dictyoneura (MAASS, 1998).

2.2 Cultivares de U. brizantha

Os programas de melhoramento genético do gênero Urochloa têm

gerado conhecimentos e procedimentos que têm proporcionado tanto a liberação de

novos cultivares para diversificar as pastagens brasileiras, como o aumento da

produtividade por animal e por área (SILVA et al., 2012). Entre os quesitos

selecionados nesses programas, destacam-se: o aumento da produtividade, a

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resistência às pragas e às doenças, a produção de sementes de boa qualidade, o

uso eficiente de fertilizantes e a adaptação aos estresses edáficos e climáticos.

No gênero Urochloa há predominância da apomixia, um modo de

reprodução assexual por sementes na qual a progênie resultante é idêntica à planta-

mãe (MILES; MAASS; VALLE, 1996). Em geral as plantas apomíticas são

poliplóides, enquanto as sexuais, diplóides (VALLE; SAVIDAN, 1996). Em Urochloa,

a maioria dos cultivares comerciais é tetraplóide e apomítica. De acordo com

Guimarães (2008), o melhoramento genético deve visar o entendimento e controle

da apomixia visando permitir fixar genótipos de interesse em híbridos, variedades

adaptadas a ecossistemas muito restritos e genótipos-elite (RODRIGUES et al.,

2003); produzir sementes híbridas sem perder o vigor (SPILLANE; CURTIS;

GROSSNIKLAUS, 2004) e, desta forma, facilitar o acesso do pequeno pecuarista à

sementes de alta qualidade. Atualmente, a Embrapa Gado de Corte é responsável

pelo maior e mais importante Bancos Ativos de Germoplasma de Forrageiras do

gênero Urochloa. (VALLE et al., 2008) utilizado para o melhoramento de plantas

desse gênero.

Um dos cultivares com maior destaque no Brasil é o Basilisk, importado

no início da década de 1960 (PIZARRO et al., 1996). Na mesma época também

foram também introduzidos cultivares de U. ruziziensis de reprodução sexual e de U.

humidicola. O sucesso desses cultivares se deve à ampla adaptação aos solos

pobres, de baixa fertilidade natural, característicos das áreas reservadas ao plantio

de pastagens no Brasil Central (MACEDO, 1995, 2000; PIZARRO et al., 1996).

O cultivar denominado Marandú (Braquiarão) de U.brizantha foi

introduzido por Paul Rankin Raymon, em 1967, na região de Ibirarema no Estado de

São Paulo. No final de 1970, esta forrageira foi fornecida à Empresa Brasileira de

Pesquisas Agropecuárias (EMBRAPA) para avaliações e possíveis distribuição no

país; e em 1984 este cultivar foi disponibilizada para comercialização como

alternativa de planta forrageira adaptada às condições dos solos de cerrado, com

média a boa fertilidade (MILES et al., 1996). Este cultivar foi muito difundido entre os

pecuaristas brasileiros devido à sua boa adaptação e à alta produtividade de matéria

seca por área (ZIMMER; SILVA; MAURO, 2002). Além disso, Vilela (2005) ressalta

sua capacidade de supressão de ervas daninhas e adaptação à condição de baixa

luminosidade. Todavia, uma forte característica que tem contribuído para a

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dispersão deste cultivar no território brasileiro é a sua tolerância ao ataque da

cigarrinha-das-pastagens, praga que causa grandes danos às pastagens do cultivar

Basilisk (EMBRAPA, 2005). O cultivar Marandú é uma das plantas forrageiras mais

usadas nas áreas de pastagens cultivadas para pecuária no Brasil Central

(EUCLIDES et al., 2009). Estima-se, atualmente, que 50% das áreas de pastagens

cultivadas sejam ocupadas com este genótipo na região Centro-Oeste (MACEDO,

2006). Também é responsável por cerca de 30% das sementes comercializadas no

país (JANK et al., 2005; BASSO et al., 2009). A grande área ocupada por esse único

cultivar ocasiona, após algum tempo de uso com pastejo, patamares mais elevados

de pressão de seleção para pragas e doenças (MACEDO, 2005).

O cultivar Xaraés foi lançado pela Embrapa em 2003, sendo indicado

para regiões de clima tropical de Cerrados e de clima tropical úmido, podendo ser

cultivada nas regiões Centro-Oeste e Sudeste, no oeste baiano e na Mata Atlântica

deste estado (VALLE et al., 2004). É uma planta pentaplóide, o que o diferencia do

nível de ploidia tetraplóide predominantemente encontrada no gênero Urochloa. O

cultivar Xaraés é apomítico facultativo, ou seja, a reprodução sexual e apomítica

coexistem na mesma planta (PENTEADO et al., 2000).

Em 1996, a empresa Matsuda iniciou o trabalho de avaliação e seleção

de alguns acessos do Banco de Germoplasma de “braquiária” do CIAT (Centro

Internacional de Agricultura Tropical), realizando ensaios e seleção destes materiais

em diversos locais do Brasil. O primeiro resultado desta seleção foi o cultivar MG-5

Vitória de U. brizantha (RODRIGUES et al., 2006). É também um cultivar um

poliplóide de reprodução apomítica e possui uma ampla adaptação edafoclimática,

além de apresentar ciclo mais tardio (MATSUDA, 2005).

O cultivar MG-4, lançada também pela Matsuda em 1994, é

considerada um cultivar com bom comportamento em solos ácidos e de baixa

fertilidade, de textura arenosa ou argilosa, tolerando seca prolongada, tendo boa

recuperação após a queimada e excelente capacidade de rebrota, além de se

destacar pela alta produtividade, resistência à seca e capacidade de rebrota após o

pastejo (MATSUDA, 2005).

O cultivar Piatã, desenvolvido pela EMBRAPA Gado de Corte, pode ser

cultivado em praticamente todo o País, em regiões com bom regime de chuvas e

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sem invernos rigorosos, sendo também é indicado para solos de média fertilidade

(VALLE et al., 2007).

Outro cultivar importante comercialmente é o Basilisk, originário de

Uganda, levada para a Austrália em 1930 e produzido na região chamada Basilisk,

daí o seu nome, também conhecida como “australiana e registrada como cv. Basilisk

(MACKAY, 1982, VALLE et al., 2004, 2010). Este cultivar foi introduzida pelo

Instituto de Pesquisas Internacionais (IRI) em Matão, São Paulo, no início da década

de 1960. Tem como características marcantes a capacidade de cobertura rápida do

solo e a resistência a danos significativos de pragas como formigas cortadeiras,

entre outras. É uma gramínea pouco exigente quanto à fertilidade do solo e

responde muito bem a adubação, possuindo um índice de persistência significativo

na área. O cultivar Basilisk foi apontada como o cultivar comercial de Urochloa mais

adaptada aos solos ácidos e pobres (RAO et al., 2005).

2.3 Discriminação e Pureza Varietal

Existem sete importantes coleções de Urochloa no mundo, todas ex

situ, que possuem um total de 987 acessos de 33 espécies atualmente descritas. No

entanto, problemas relacionados com classificações incorretas ainda são freqüentes

entre as espécies deste gênero, assim como entre os acessos das coleções de

germoplasma (ASSIS et al., 2003). Também, o intercâmbio de germoplasma de

Urochloa tem causado certa confusão sobre a identidade dos acessos. Diversos

autores (LOCH, 1977; MAASS, 1998; RENVOIZE et al., 1998) destacaram a

necessidade da classificação de acessos e discriminação correta de espécies,

inclusive, para que os bancos de germoplasma possam ser utilizados com eficiência

no melhoramento genético desse gênero (KELLER-GREIN; MAASS; HANSON,

1998). Entretanto, entre os cultivares de U. brizantha, não existe um padrão para

discriminação varietal. Por causa disto, muitas vezes, o consumidor acaba

adquirindo produto com alto nível de mistura varietal, pois até mesmo empresas

fornecedoras de sementes de U. brizantha possuem dificuldades técnicas para

identificar o grau de contaminação das sementes comercializadas (ZANINE et al.,

2007).

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Nas sementes estão contidas as tecnologias obtidas com o

melhoramento de plantas. Por este motivo, esta deve ter alta qualidade fisiológica e

ser geneticamente pura (RABEL et al., 2010). A garantia da pureza genética é

primordial para a produção de sementes. A determinação da pureza genética é

complexa, pois freqüentemente as contaminações, provocam elevadas alterações

fenotípicas. Porém a pureza varietal é uma característica de um lote de sementes, e

a presença de sementes de outros cultivare acarreta a perda de sua pureza varietal

(RAMOS et al., 2006).

A comercialização de sementes de cultivares no Brasil segue a

Instrução Normativa n º 30, de 21 de Maio de 2008 (MAPA, 2008), no qual os

padrões para produção e comercialização de sementes de espécies forrageiras de

U. brizantha devem possuir uma porcentagem mínima de pureza e germinação de

60%. Portanto, as técnicas para a discriminação e pureza varietal são importantes

para o controle de qualidade em muitos pontos na produção e utilização de espécies

e cultivares vegetais. Estudos e estimativas de parâmetros de variabilidade genética

e pureza varietal são fundamentais, pois permitem distinguir genótipos de forma

eficaz, uma vez que facilitam identificações de casos de sinonímias e homonímias

entre cultivares e auxiliam na seleção dos indivíduos que poderão ser utilizados para

compor bancos de germoplasma ou serem utilizados no melhoramento genético (DE

PAULA; BIANCHI; FACHINELO, 2012).

Além do aspecto relacionado ao controle de qualidade de sementes,

outro motivo que tem aumentado significativamente o interesse pela caracterização

de cultivares nas últimas décadas é a crescente necessidade de proteção de

cultivares comerciais, em mercados econômicos cada vez mais competitivos. No

Brasil, a Lei de Proteção de Cultivares n.º 9.456, sancionada em 25 de abril de 1997,

abriu uma nova perspectiva e interesse na proteção e lançamento de materiais

genéticos (MILACH, 1998; BONOW, 2007). Afim de regulamentar esta necessidade,

entrou também em vigor a Portaria nº 38, de 7 de fevereiro de 2006, a qual

regulariza o regimento interno do Laboratório Nacional de Análise, Diferenciação e

Caracterização de Cultivares. Desta forma, os laboratórios poderam ter critérios para

suas análises, atendendo assim a legislação, em especial, aprimorando atividades e

programas relativos a proteção ao cultivar.

Assis et al. (2003) obteveram êxito ao utilizarem marcadores

morfológicos para diferenciar seis espécies de Urochloa (U. brizantha, U. humidicola,

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U. decumbens, U. jubata, U. ruziziensis e U. dictyoneura) utilizando características

vegetativas, reprodutivas e de pilosidade. Neste caso, os caracteres vegetativos e

reprodutivos foram mais eficientes em relação a pilosidade para a classificação e

discriminação de espécies. Esse estudo revelou diferenças entre os grupos de

Urochloa, permitindo estabelecer funções para classificação e discriminação de

genótipos dentro de uma espécie. Apesar de que a discriminação varietal também

pode ser feita usando estes mesmos descritores morfológicos, muitas vezes esses

se apresentam ineficientes e de baixa precisão para a caracterização de cultivares

dentro de cada espécie. Isto porque, eles sofrem influência das condições

ambientais, são poucos, complexos e demorados para análise.

Outra forma para análise de discriminação e pureza varietal é através

de dados genômicos, que podem permiter que qualquer cultivar de diferentes

espécies seja identificado via comparações de sequências de DNA. Além disso,

discriminação varietal por meio da análise de DNA não é afetada por fatores

ambientais, como por exemplo as condições do local e das épocas de plantio e

crescimento (HENRY et al., 2007). Os métodos de análise de DNA com base em

abordagens genômica oferecem oportunidades para testar o nível de pureza ou

confirmação da identidade dos cultivares (HENRY et al., 2007). Os marcadores

moleculares e a tecnologia baseada em polimorfismo de DNA têm recebido

destaque para avaliação de discriminação e pureza varietal, pois a análise ao nível

do DNA, é precisa, sendo realizada a partir do genoma, além de não sofrer

interferência externa. Essas novas abordagens, envolvem as escolhas de

marcadores específicos (KAISSON; SIRIAMORNPUN; MEESO, 2008).

Os testes de pureza genética com marcadores moleculares podem ser

realizados com a formação de grupos de sementes, como sugerido por Schuster et

al. (2004), que avaliaram a possibilidade do uso de DNA isolado a partir de um “bulk”

de sementes de soja. A análise em “bulks” forneceu resultados com maior rapidez e

com a mesma precisão da análise individual das sementes, além de reduzir tempo e

custos. Nos resultados obtidos por aqueles autores, as amostras compostas por

DNA extraído de 5 a 8 sementes amplificaram satisfatoriamente as regiões

microssatélites, identificando a presença de misturas entre os cultivares. Em

diversas espécies de Urochloa, Ambiel et al. (2008, 2010) também trabalharam com

“bulks” de sementes.

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Devido ao aprimoramento das técnicas de marcadores moleculares, e

a maior exigência do mercado de sementes, estas ferramentas tornaram-se uma

alternativa viável para análise de rotina de pureza varietal. A associação desta

técnica com outras análises discriminatórias têm como objetivo agilizar a rotina de

trabalho em empresas de produção de sementes.

2.4 Marcadores Moleculares para Análise de Contaminação Varietal

Os marcadores moleculares são fenótipos moleculares originários de

um gene expresso, como as isoenzima ou de um segmento específico de DNA que

pode ou não corresponder à regiões expressas do genoma. Esses marcadores são

utilizados para identificação de genótipos, avaliação de germoplasma, mapeamento

genético (FERREIRA; GRATTAPAGLIA, 1998) e, também, para análise de pureza

genética e varietal em lotes de sementes (MCDONALD; ELLIOT; SEEENEY, 1994;

RONGEWEN et al., 1995; CARVALHO, 2000; MEESANG et al., 2001; VIEIRA;

BITTENCOURT; PANOBIANCO, 2001; RAMOS et al., 2004).

Das principais técnicas moleculares existentes encontram-se as

baseadas em proteínas e isoenzimas. As proteínas podem ser usadas como

marcadores para os genes que as codificam (FERREIRA; GRATTAPAGLIA, 1998).

As diferenças nas mobilidades das proteínas quando submetidas a um campo

elétrico resultam das sequências distintas de nucleotídeos que codificam tais

proteínas, há também modificações na sequências peptídicas, pois mutações

simultâneas não são detectadas por essa técnica. Contudo têm uma base molecular

complexa, que pode incluir substituições, inserções e deleções, e ainda podem ser

resultado de modificações pós-transcricionais e pós-traducionais. Portanto, assume-

se que diferenças nos padrões eletroforéticos das proteínas possuem base genética

e são herdáveis (MURPHY et al., 1990), sendo assim recomendadas para análise de

certificação de pureza genética e contaminação varietal (COOKE, 1995). Porém, as

técnicas baseadas em eletroforese de proteínas e isoenzimas apresentam

inconvenientes, como alteração de comportamento devido à variações no ambiente,

no potencial fisiológico e da sanidade das sementes (CARVALHO, 2000; RAMOS et

al., 2006). Os descritores de DNA apresentam a vantagem de representar todo o

genótipo, mantendo consistência nos resultados e evitando o problema da

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20

expressão do fenótipo (WÜNSCH; HORMAZA, 2002). A possibilidade de acessar a

variabilidade genética diretamente em nível de DNA vêm fazendo com que, cada vez

mais, sejam disponibilizadas técnicas precisas que auxiliam os processos de

proteção intelectual de materiais genéticos (PADILHA, 2002, ALMEIDA et al., 2009).

As técnicas que envolvem DNA apresentam alto poder de resolução, com as

diferenças entre os indivíduos detectadas nas seqüências de nucleotídeos

distribuídas pelo genoma (FERREIRA; GRATTAPAGLIA, 1998), o que permite a

distinção entre genótipos com elevada facilidade.

Entre as técnicas disponíveis, as baseadas na reação em cadeia da

polimerase (PCR - Polymerase Chain Reaction) oferecem vantagens em relação a

outros métodos, dentre elas estão a utilização de quantidades reduzidas de DNA e

os perfis eletroforéticos são obtidos com maior rapidez (FERREIRA;

GRATTAPAGLIA, 1998; RAMOS, 2006). Esta técnica, baseada no uso da DNA

polimerase termoestável de Thermus aquaticus (Taq), foi desenvolvida por Mullis e

Faloona (1987), e permite a síntese enzimática de milhões de cópias de um

determinado fragmento de DNA. O desenvolvimento de variantes dessa técnica

possibilitou o surgimento de vários tipos de marcadores moleculares, sendo os mais

comuns: RAPD (WILLIAMS et al.,1990; WELSH et al., 1990), AFLP (VOS et

al.,1995), microssatélites ou sequências simples repetidas (SSR) (MORGANTE;

OLIVIERI, 1993 ) e o ISSR (Inter Simple Sequence Repeat). Este último tem sido

amplamente utilizado em estudos para identificação varietal e também na área de

produção de tecnologia de sementes, por ser uma técnica simples, eficiente por

gerar altos índices de polimorfismo (REDDY; SARLA; SIDDIQ, 2002).

Quando uma cultivar apresenta diferenças em um descritor da

semente, nem sempre essas diferenças são genéticas, ou seja, se tratam de mistura

varietal (RABEL et al., 2010). Muitas vezes as sementes estão fora do padrão da

cultivar, devido às influências do ambiente. Nessas circunstâncias, lotes de

sementes de elevado padrão correm o risco de serem descartadas, causando

prejuízos para os produtores de sementes. Para esclarecer questões como essa, os

marcadores moleculares vêm se destacando como importante tecnologia no controle

de qualidade em diversas empresas (SCHUSTER; VIEIRA; PADILHA, 2006).

Embora no Brasil o registro de cultivares não exija caracterização

molecular, em outros países com sistemas de certificação de material vegetal

consolidados, as técnicas moleculares têm permitido elaborar um tipo de impressão

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21

digital molecular da planta ("fingerprinting" varietal), o que facilita o controle de

qualidade em qualquer etapa do processo produtivo (BIANCHI et al., 2004;

WICKERT et al., 2007; DE PAULA; BIANCHI; FACHINELLO, 2012).

2.5 Marcadores ISSR

Os marcadores moleculares dominantes ISSR foram desenvolvidos por

Gupta et al. (1994) e Zietkiewicz, Rafalski e Labuda (1994), e são baseados na

técnica da reação em cadeia da polimerase (PCR). Os produtos amplificados da

reação de PCR produzidos na reação de ISSR correspondem a sequências de

diferentes tamanhos que se localizam entre regiões repetidas de microssatélites

idênticas e orientadas em direções opostas, ou seja, o oligonucleotídeo iniciador

amplifica o fragmento de DNA delimitado por dois microssatélites invertidos, o que

gera um alto nível de polimorfismo. Na reação, utiliza-se um único iniciador que

contém de 16 a 25 pares de bases e é composto de dinucleotídeos ou

trinucleotéideos que se ancoram na extremidade 5’ ou 3’ da fita de DNA, como

mostra a Figura 1 (WOLFE; LISTON, 1998).

Figura 1- Princípio do funcionamento do marcador molecular ISSR Fonte: do autor.

PRINCÍPIOS DO ISSR NNNN(GA)n

(GA)nNN

DNA GENOMICO NNNNNNNNNNNGAGAGAGAGANNNNNNNNNNNCTCTCTCTCTCTNNNNNNNNN NNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNCTCTCTCTCTCTNNNNNNNNNNNGAGAGAGAGANNNNNNNNN

Repetição de GA

(GA)nNNN

NN(GA)n

Região entre a repetição

DNA GENÔMICO

Produto do PCR primers ancorado em 3’

Produto do PCR primer ancorado em 5’

Amplificação da simples sequência entre a repetição usando segmentos 5’e 3’ ancorados a primers com a repetição GA. As setas indicam os primers e as linhas duplas indicam os produtos das amplificações.

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O ISSR é uma técnica simples e pode ser utilizada para estudos

genéticos em quaisquer grupos de organismos. Além de apresentar altos níveis de

polimorfismo, esta é mais robusta devido ao fato dos primers possuirem maior

superfície de ancoragem e também maiores temperaturas de reassociação,

produzindo assim um aumento na reprodutibilidade dos produtos de PCR

(TSUMURA; OHBA; STRAUSS, 1996; WOLFE; XIANG; KEPHART, 1998; WOLFE et

al., 2001; CANO et al., 2005; NARAYANAN et al., 2006; HAO et al., 2002; HAO et

al., 2006; BASHA; SUJATHA, 2007; NIU; CUI; WANG, 2008; SANTANA et al., 2009;

IKEGAMI et al., 2009; LIN et al., 2010; QUELOZ et al., 2011; HAQ et al., 2011). As

vantagens da utilização da técnica de ISSR estão na pequena demanda de

quantidade de DNA por reação, na rapidez, na obtenção das informações genéticas

relevantes para os estudos de diversidade genética em populações e também

porque requerem pouca infra-estrutura de equipamentos de laboratórios para a

execução dos experimentos comparados com outros marcadores (WOLFE; XIANG;

KEPHART,1998).

Hao et al. (2002) utilizaram os marcadores ISSR para estudar as

relações taxonômicas entre as espécies de Allium sacculiferum (Alliaceae)

encontrando alto grau de polimorfismo entre os táxons estudados (HAO et al., 2002).

Em orquídeas, ISSR foi utilizado para caracterizar a diversidade genética entre e

dentro das populações de Cattleya coccinea e C. mantiqueirae, mostrando um baixo

índice de diversidade genética entre os indivíduos e maior diversidade entre as

populações (RODRIGUES, 2010). A exemplo dos microssatélites, os marcadores

ISSR têm tido atualmente grande aplicabilidade em trabalhos de melhoramento de

plantas. Culturas de maior importância econômica têm sido avaliadas com esses

marcadores em relação à variabilidade genética de acessos e espécies silvestres,

visando obter dados que auxiliem programas de melhoramento para estas espécies

(ALMEIDA, 2006). Bornet e Branchard (2004), ao utilizar nove ISSRs, observaram

diferentes níveis de polimorfismo entre Brassica e Arabidopsis, e maior abundância

de sequências de microssatélites no genoma de Brassica. Silva et al. (2011) utilizou

marcadores ISSR para identificar a variabilidade inter e intraespecífica de acessos

de Mandioca (M. esculenta, M. caerulescen, M. dichotoma e M. flabellifoli). Contudo,

a utilização de marcadores ISSR em estudos visando identificar eventos de

hibridização e diversidade genética em populações naturais vem crescendo

gradativamente, como mostram os trabalhos de Souza et al. (2005), Woods et al.

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(2005) e Souza et al. (2008). Também houve um aumento considerável de estudos

que utilizam os marcadores ISSR como ferramenta para a delimitação de espécies

de plantas (DOGAN; DURAN; HAKKI, 2007; WOOD; NAKAZATO, 2009; ANAND;

SRIVASTAVA; CHAUDHARY, 2010; RODRIGUES, 2010). Sendo assim, os

marcadores ISSR demonstram um grande potencial em estudos, tanto para análise

filogenética quanto de genética de populações naturais de plantas, e também a sua

grande utilidade em análises de espécies cultivadas (WOLFE; LISTON; 1998).

Os marcadores moleculares ISSR (Inter Simple Sequence Repeat), é

portanto, de elevado interesse pois possuem características específicas, como por

exemplo, são de herança dominante, são fragmentos de DNA de 100 a 3000 pb

amplificados via PCR usando um único primer (16-20 pb), construído a partir de um

microssatélite. Suas principais pesquisas e estudos são para Fingerprinting,

diversidade genética, análise filogenética e em análises de pureza varietal e

genética. Assim, o presente trabalho teve como objetivo verificar o potencial do uso

de marcadores ISSR para discriminar seis cultivares de U. brizantha disponíveis no

mercado de sementes e verificar se este tipo de marcador molecular teria potencial

para determinar o grau de contaminação varietal em lotes de sementes de U.

brizantha.

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3 MATERIAIS E MÉTODOS

Sementes genéticas de Urochloa brizantha dos cultivares Piatã,

Basilisk, Xaraés, MG4, MG5 e Marandú foram fornecidas pela EMBRAPA – Campo

Grande (MS) e Sementes Matsuda (Tabela 1).

Tabela 1- Lista dos cultivares de U. brizantha utilizados neste estudo ESPÉCIE CULTIVAR

N° DO REGISTRO

DATA DO REGISTRO MANTENEDOR

OBTENTOR VEGETAL

U. brizantha XARAÉS 4509 11/09/2001 EMBRAPA/GERMISUL/MATSUDA DOMÍNIO PÚBLICO

U. brizantha PIATÃ 15978 23/06/2003 EMBRAPA EMBRAPA

U. brizantha* BASILISK 2277 10/05/1999 MATSUDA DOMÍNIO PÚBLICO

U.brizantha MG4 2256 10/05/1999 MATSUDA DOMÍNIO PÚBLICO

U. brizantha MG5 4509 02/06/2000 EMBRAPA/GERMISUL/MATSUDA DOMÍNIO PÚBLICO

U.brizantha MARANDÚ 2250 10/05/1999 EMBRAPA DOMÍNIO PÚBLICO

* Classificado erroneamente como U. decumbens cv. Basilisk Fonte: MAPA, 2003.

3.1 Extração de DNA

Foram realizadas cinco extrações de DNA de bulks de 15 sementes

para cada cultivar após a retirada das glumas e glumelas. Foi utilizado o método

CTAB com 1.5 mL de tampão de extração (2,0 g de CTAB, 10,0 mL 1M Tris pH 8,0,

0.5 M EDTA pH 8,0, 28 mL 5,0 M NaCl, 40 mL H2O e 1,0 g de polivinilpirrolidona 40 -

PVP 40). As amostras foram levadas para uma centrífuga refrigerada e processadas

a 12.000 rpm por 5 min. Após, foi acrescentado 250 µL de clorofórmio isoamílico

(24:1), centrifugando-se por 2 min (13.000 rpm) a 4ºC. A fase aquosa foi transferida

para um novo tubo e a cada tubo foi adicionado 50 µL de acetato de amônia 7,5 M e

500 µL de etanol a -20ºC. As amostras foram deixadas por 1 h a -20 ºC e

centrifugadas por 13000 rpm por 5 min a 4ºC para formação do pellet, que foi lavado

três vezes com etanol 70%. Após a secagem do pellet, foi adicionado 10µL da

solução RNase (20µg/mL) e 90 µL de água ultra pura para a hidratação do pellet,

deixando-se cerca de 30 min, sendo em seguida colocado em banho-maria por 20

Page 26: PRÓ -REITORIA DE PESQUISA E PÓS GRADUAÇÃO MESTRADO …

25

min a 65 ºC. A quantificação do DNA foi realizada via espectrofotômetro a 260/280

(Eppendorf BioPhotometer plus) e a sua integridade foi analisada via eletroforese

em gel de agarose 0,8%.

3.2 Reação de PCR com Primers ISSR

Foram testados um total de vinte e oito primers ISSR (Tabela 4). As

reações de cadeia em polimerase (PCR) foram realizadas em volume total de 25 µL

contendo: 25 ng de DNA, (10X) tampão Taq (Invitrogen), 50 mM de MgCl, 1,25 mM

de dNTPs, 0,5 µM de cada primer (Fermentas) e 2,5 U de Taq polimerase. As

amplificações foram realizadas em um ciclador térmico (PCT – 100 Programmable

Thermal Controller, MJ Research) programado para um ciclo a 94 ºC por 1,5 min

para desnaturação inicial, seguindo de 40 ciclos a 94 ºC por 40 s, 45ºC por 45 s, e

72ºC por 1,5 min, além de um ciclo final a 94ºC por 45 s, 44ºC por 45 s e 72ºC por 5

min para o alongamento ou extensão final.

A separação dos fragmentos amplificados foi realizada em gel de

agarose a 1,5%, com tampão SB 0,5 X (5 mmol L-1 de hidróxido de sódio, ajustado

para pH 8 com ácido bórico). Os géis foram corados com brometo de etídeo e

visualizados usando o sistema Eletroforese Analysis Sistem (Biosystems)

A análise das bandas foi realizada com o programa Quantum - Capt.

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Tabela 2- Sequência de 28 primers ISSR utilizados neste estudo PRIMERS SEQUÊNCIAS (5’ – 3’)

P1 CTCTCTCTCTCTCTCTRG

P2 ATATATATATATATATATT

P3 AGAGAGAGAGAGAGAGG

P4 GAGAGAGAGAGAGAGAT

P6 CTCTCTCTCTCTCTCTA

P7 ACACACACACACCACACT

P8 TGTGTGTGTGTGTGTGG

P9 AGAGAGAGAGAGAGAGYT

P10 GAGAGAGAGAGAGAGAGAYC

P11 GAGAGAGAGAGAGAGAYG

P12 CTCTCTCTCTCTCTCTRA

P13 CTCTCTCTCTCTCTCTRC

P15 CACACACACACARY

P16A CACACACACACARG

P18 GTGTGTGTGTGTYR

P19 GTGTGTGTGTGTAY

P20 CAAGAGAGAGAGA

P21 GTGTGTGTGTGTYG

P22 GAGGAGGAGGAGRC

P23 AGAGAGAGAGAGYC

P24 GAGAGAGAGAGARG

P25 CACACACACACACAYG

P26 CTCCTCCTCCTCRC

P27 GTGTGTGTGTGTRG

P28 GTGGTGGTGGTGRC

P29 CACACACACACACAYC

P30 CACCACCACCACCCRC

P31 GGGCGAGAGAGAGAGA

R= (G ou A); Y= (C ou T) Fonte: do autor.

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3.3 Discriminação Varietal por ISSR

Os produtos de PCR com primers ISSR das amostras de DNA de cada

um dos seis cultivares analisados foram separados em gel de agarose a 1,5%. A

marcação das bandas e o padrão dos produtos amplificados foram tabulados como

presença (1) e ausência (0) para cada fragmento polimórfico. As análises foram

realizadas pelo programa Quantum-Capt sendo gerada uma matriz de similaridade

genética utilizando o coeficiente de Jaccard e construído um dendrograma pelo

método de agrupamento UPGMA (unweighted pair-group method using arithmetic

averages), utilizando o software NTSYS v. 2.02.

3.4 Análise de Pureza de Sementes por ISSR

Foi realizada uma simulação de contaminação de DNA em diferentes

níveis em lotes de sementes de U. brizantha foi realizada uma simulação de

contaminação de DNA em extrações de DNA de sementes do cultivar Marandú.

Amostras de DNA de Marandú foram contaminadas com DNA dos demais cultivares

Xaraés, Piatã, Basilisk, MG4 e MG5 nas seguintes concentrações: 1%, 2,5% e 5%,

estas três porcentagens de contaminação para cada cultivar. Este experimento foi

realizado em triplicata, com extrações de DNA de três amostras de cada cultivar

estudado, com a finalidade de observar o poder da técnica de identificação em

diferentes níveis de contaminação.

Após a contaminação do DNA das amostras de Marandú foi realizada a

reação de PCR com os primers que apresentaram polimorfismo, sendo escolhidos

os que discriminavam o cultivar Marandú dos demais cultivares (P4, P7, P9, P10,

P15, P23 e P24).

Os produtos de PCR das amostras de DNA intencionalmente

contaminadas foram separados em gel de agarose a 1,5 % para verificar a possível

presença da banda pertencente ao cultivar contaminante. As análises foram

realizadas utilizando o programa Quantum – Cap, conforme o item 3.2.

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5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

5.1 Discriminação Varietal

Neste trabalho, foram utilizados 28 primers ISSR, em seis cultivares de

U. brizantha (Xaraés, Basilisk, Piatã, MG4, MG5 e Marandú), com o intuito de

determinar seus perfis moleculares, diferenciando assim cada um deles. Dos

primers utilizados, 10 apresentaram-se polimórficos. Usando esses primers, foi

gerado um total de 65 bandas com tamanhos que variam de 120 a 2274 pb, das

quais somam 28 número de bandas polimórficas (Tabela 3).

A partir dos primers de ISSR amplificados, foi gerado um dendrograma

pelo agrupamento UPGMA, com base no cálculo do coeficiente de similaridade de

Jaccard, o qual foi possível identificar a similaridade dos cultivares de U. brizantha

(Figura 2). Apesar do alto coeficiente de similaridade, alguns cultivares de U.

brizantha apresentarão diferenças genéticas Os cultivares Xaraés e MG5 tem a

mesma origem (CIAT 26110) e possuem o mesmo registro (04509), no número de

Registro Nacional de Cultivares -RNC, tendo como Mantenedor Embrapa e Matsuda

e apresentam reprodução apomítica. No entanto, nossos dados mostram que esses

cultivares possuem divergência genética, o que foi também constatado por Ambiel et

al. (2008) utilizando marcador RAPD.

Tabela 3- Descrição dos primers, sequência, tamanho dos fragmentos, número total de bandas e número total de bandas polimórficas dos primers utilizandos em análises de ISSR – PCR em cultivares de U. brizantha

PRIMERS SEQUÊNCIA

Y=(C ou T); R=(G ou A)

TAMANHO DOS FRAGMENTOS

NÚMERO TOTAL DE BANDAS

NÚM. TOTAL DE BANDAS

POLIMÓRFICAS

P4 (GA) 8 T 813-1889 4 4 P7 (AC) 9 T 380 -1256 7 7 P9 (AG) 8 YT 430 - 2274 7 7 P10 (GA)8 YC 163 -1663 8 7 P15 (CA) 6 RY 423 - 2129 5 4 P16A (CA) 6 RG 113-433 3 2 P20 CAA(GA) 5 140-1664 14 7 P23 (AG) 7 YC 120-240 4 2 P24 (GA) 6 RG 140-555 4 1 P26 (CTC) 4 RC 309-1538 9 7 TOTAL 65 28 Fonte: do autor.

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Podemos observar pela Figura 2 que os cultivares Basilisk,

erroneamente classificado como um genótipo de U. decumbens, e MG4 de U.

brizantha mostraram-se geneticamente iguais baseados nos polimorfirmos obtidos

com os dez primers ISSR selecionados. Estes resultados confirmam o observado

por outros autores usando diferentes tipos de marcadores moleculares. Ambiel et al.

(2008) mostrou, por meio de marcadores RAPD, que o genótipo denominado

Basilisk ficou agrupado com os acessos de U. brizantha. Isto foi novamente relatado

por Almeida et al. (2011) também utilizando marcadores RAPD. Reinvoize et al.

(1996) já tinham sugerido que o cultivar ‘Basilisk’, amplamente utilizado e

comumente identificado como U. decumbens é na verdade um cultivar de U.

brizantha. Portanto, este erro de identificação taxonômico foi constatado também

neste trabalho usando marcadores ISSR. Os demais cultivares de U. brizantha

apresentaram-se molecularmente divergentes.

É importante mencionar que foi possível identificar e diferenciar todos

os cultivares da espécie de Urochloa estudados neste trabalho com a utilização dos

10 primers ISSR selecionados.

Figura 2- Dendrograma de seis cultivares de U. brizantha construído a partir do produtos dos de amplificação de 10 primers ISSR polimórficos Fonte: NTSYS v. 2.02, [s.d.]

Azevedo et al. (2011) pesquisaram a variabilidade genética dentro do

genótipo de U. ruziziensis por meio de marcadores ISSR. Estes marcadores

mostram-se eficientes para tal avaliação pelo alto polimorfismo apresentado,

sugerindo que populações desta espécie de Urochloa possuem ampla base

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genética. No caso de U. brizantha, apesar da grande importância comercial desta

espécie como planta forrageira, e estudos realizados para análise de divergência

genética, ainda há a grande confusão na identificação dos acessos existentes nas

coleções de germoplasma no Brasil. Também, ao contrário de U. ruziziensis, a

maioria dos cultivares comerciais de U. brizantha possuem uma reprodução

apomítica o que justifica a menor divergência entre as poucas introduções

existentes. Dos 10 primers utilizados para a distinção dos cultivares, não foi

encontrado um único primers que fosse suficiente per se para identificar todos os

cultivares. Os primers P4, P10 e P24 mostraram-se polimórficos entre Marandú e

MG4, o primer P7 diferencia Marandú de Xaraés, o primer P9 discrimina Marandú de

MG5 (Figura 3), o primer P15 apontou diferenças entre Marandú e Piatã, enquanto

que o primer P23 foi polimórfico para Marandú e Basilisk (Figura 3). Assim, mesmo

com a baixa divergência entre os cultivares comerciais de U. brizantha, nosso

trabalho mostrou que o uso de primers ISSR permite a diferenciação entre estes

genótipos.

Silva et al. (2011) utilizaram marcadores moleculares ISSR para o

gênero Manihot, o que permitiu observar alta reprodutibilidade de tais marcadores,

revelando grande divergência intra e interespecífica nos acessos estudados.

Estudos com orquídeas, também mostraram que tanto para análise filogenética

como para diversidade genética, os marcadores ISSR podem responder otimamente

a questões evolutivas em complexos de espécie de forma consistente e com valores

de confiabilidade alta (RODRIGUES, 2010). Especificamente em Urochloa, Vigna et

al. (2011) desenvolveram 15 marcadores microssatélites para estudar a variabilidade

genética dentro de U. brizantha em uma coleção de germoplasma e observaram que

esta coleção não exibe uma variabilidade considerável. Deste modo, nosso trabalho

mostra que o uso de marcadores ISSR pode complementar as informações obtidas

com outros tipos de marcadores, pois cada marcador molecular possue

características diferentes e pode amplificar diferentes regiões no genoma.

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Figura 3- Polimorfismo de ISSR dos genótipo de Xaraés ;Piatã; Basilisk; MG4; MG5 e Marandú utilizando P 9 e P 23 Fonte: Quantum-Cap, [s.d.].

Por meio do uso de perfis de DNA, empregando vários marcadores

moleculares, tais como RFLP, RAPD e microssatélites, a identidade genética de

acessos ou cultivares podem ser determinadas (BROWN; KRESOVICH,1996).

Marcadores ISSR têm sido amplamente empregados para detectar polimorfismos

intraespecíficos em plantas, como citros, amendoim e arroz (PHARMAWATI; YAN;

MACFARLANE, 2004). Blair, Rabina e Hofton (1999) obtiveram, em arroz, maior

porcentagem de fragmentos polimórficos com marcadores ISSR quando

comparados a marcadores AFLP. Apesar de serem marcadores dominantes, os

ISSR podem ser utilizados para analisar loci múltiplos em uma única reação

(GOULÃO; OLIVEIRA, 2001) e para produzir fragmentos com grande

reprodutibilidade em comparação a outros marcadores não-específicos com base

em PCR, como o RAPD (WOLFE ; LISTON, 1998).

Técnicas moleculares como as baseadas em microssatélites e ISSR

exigem quantidade mínimas de DNA para a amplificação via PCR (FERREIRA;

GRATTAPAGLIA, 1998), sendo que podem utilizar sementes como material

fornecedor de DNA, mesmo que a quantidade extraída seja reduzida, desde que a

qualidade seja satisfatória.

P9 P23

XAR PIA BAS MG4 MG5 MAR MCD 100pb

XAR

PIA BAS

MG4

MG5

MAR MCD 100pb

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Mcdonald, Elliot e Seeeney (1994) demonstrou que a qualidade e a

quantidade do DNA extraído de sementes secas de milho, algodão, soja, trigo e

trevo vermelho foram satisfatórias para a análises moleculares. Apesar de ser mais

fácil extrair maior quantidade a partir de tecidos de plantas, em laboratórios de

análises de sementes, este protocolo se torna inviável, pois o período necessário

para o desenvolvimento dessas estruturas é indesejável e pode comprometer o uso

de técnicas moleculares em análises de rotina.

Porém, tanto a semente como o tecido foliar podem ser adequados

para o isolamento de DNA; no entanto, para análise de rotina em Laboratório de

sementes, e Empresas, a semente, se torna mais interessante, com custo inferior,

devido a economia de tempo na obtenção dos resultados, sendo, portanto, o mais

recomendado.

5.2 Pureza de Lotes de Sementes

O segundo objetivo do trabalho foi verificar o potencial do uso de

marcadores ISSR para determinar o grau de contaminação de lotes de U. brizantha.

Para esta análise foram feitas as simulações de contaminação de 1%, 2,5% e 5% de

DNA de cada genótipo de U. brizantha no cultivar Marandú. Os marcadores ISSR

utilizados neste trabalho para a identificação dos níveis de contaminação cruzada de

DNA entre os cultivares não foram eficientes para a determinação a contaminação

nos níveis estipulados.

Segundo a Instrução Normativa nº 30, de 9 de junho de 2011, para a

análise de pureza em amostras de trabalho de U. brizantha (Hochst. ex A. Rich)

Stapf, o nível máximo permitido de outras sementes de gramíneas forrageiras

(Poaceae/Gramineae) a cada 18 gramas é de 180 sementes, ou seja, o nível

máximo de contaminação é 0,38 a 0,45% (considerando o número médio de

sementes em um grama de sementes de U. brizantha como 105 sementes,

aproximadamente) (Tabela 4).

Neste trabalho, mesmo com níveis de contaminação superiores às

permitidas, 1%, 2,5% e 5%, os primers ISSR não foram capazes de diferenciar e

identificar os níveis de contaminação de DNA. Assim, esta técnica de PCR não

demonstrou eficiência para amplificar a banda dos cultivares contaminantes a partir

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33

dos três níveis de contaminação testados. Assim, esta técnica de PCR não

demonstrou eficiência para amplificar a banda dos cultivares contaminantes a partir

dos três níveis de contaminação testados.

Tabela 4- Determinação de peso mínimo da amostra em gramas para teste de análise de pureza

Espécie Peso Mínimo da Amostra de Trabalho em

gramas

Nome Científico Nome Comum Análise de Pureza Determinação de

Outras Sementes por

número (1) e (2)

Brachiaria brizantha

(Hochst. ex A. Rich)

Stapf

Brizanta, Braquiarão 18 180

Fonte: Associação Paulista dos Produtores de Sementes e Mudas, 2011.

Diversos autores têm estudado níveis de pureza varietal em diversas

espécies comerciais. Jorgensen, Hauser e Jorgensen (2007) analisaram a pureza

em lotes de sementes com marcadores ISSR, sendo que seus resultados indicaram

que a possibilidade de separar as variedades com estes marcadores estimar a

pureza varietal de Brassica napus na maioria dos casos. Estes autores observaram

que dos lotes analisados de sementes certificadas, três continham outras variedades

acima o limite permitido (0,03% para alimentos).

Convém ressaltar que para a produção e comercialização de sementes

o nível permitido para contaminação varietal é de 40% para sementes certificadas

S1 e S2 (sementes de 1 e 2 geração, respectivamente), segundo a Instrução

Normativa n° 30, de 21 de Maio de 2008. Portanto, sugere-se que novos estudos de

contaminação em U.brizantha seja realizado a níveis próximos a 40%, valor

permitido para comercialização e produção, referentes a Instrução Normativa de

2008, para verificar se os marcadores ISSR podem ser capazes de detectar misturas

varietais em níveis mais elevados, apesar de que tal grau de contaminação varietal

só torna-se aceitável frente às dificuldades técnicas atuais para a produção de

sementes de Urochloa.

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34

6 CONCLUSÕES

Marcadores moleculares ISSR mostraram-se úteis para a identificação

varietal de cultivares de U. brizantha, podendo determinar diferenças genéticas entre

os cultivares comercialmente utilizados.

Foi possível reconfirmar a identificação do cultivar Basilisk como um

cultivar de U. brizantha, ao contrário do que é comumente disposto na literatura

científica e em folhetos comerciais que denominam este genótipo de U. brizantha

como um cultivar de U. decumbens.

Os marcadores moleculares microssatélites ISSR não se mostraram

eficientes para determinar contaminação em níveis de 1%, 2,5% e 5% de DNA entre

genótipos de U. brizantha.

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