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Dra. Verônica Morais Ximenes Profa. da Graduação e Pós-Graduação em Psicologia da UFC e
coordenadora do NUCOM
Primeiras Inquietações...
O Núcleo de Psicologia Comunitária (NUCOM-UFC) sempre atuou em comunidades pobres do Ceará, porém nunca discutiu de forma direta o conceito de pobreza.
Buscamos um conceito que abarcasse a complexidade da pobreza. Encontramos o economista Armatya Sen, que apresenta a pobreza multidimensional (monetária, educacional, de saúde, habitacional, nutricional).
Resolvemos discutir a dimensão subjetiva da pobreza partindo do pressuposto que as pessoas que vivem nessa situação possuem problemas e potencialidades.
Analisar implicações psicossociais da pobreza
nos contextos rural e urbano.
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Redução da pobreza somente à dimensão monetária
Culpabilização do pobre por sua
situação
Naturalização da Pobreza
Multidimensional
(Sen, 2000)
Implicações Psicossociais
Base de análise: Psicologia Comunitária,
Psicologia da Libertação e Psicologia
Histórico-Cultural
Visão de homem – social, com problemas e
potencialidades, desenvolvimento do
psiquismo acontece a partir da relação do ser
humano com a sua realidade material
Forma de análise: relacionar categorias
psicológicas com os problemas sociais (no
caso específico a pobreza)
Categorias relacionadas ao enfrentamento
à pobreza
Bem Estar Pessoal
Sentimento de
Comunidade
Apoio Social
Esperança
Categorias relacionadas às práticas
de opressão da pobreza
Transtorno Mental Comum
Vergonha
Humilhação
Fatalismo
Canafístula
208 participantes
(questionários)
30 participantes
(3 grupos focais)
QUESTIONÁRIO
Questionário de Pobreza Multidimensional;
Escala de Bem Estar Pessoal (CUMMINS et. al 2003);
Escala de Sentimento de Comunidade * (MCMILLAN;
CHAVIS, 1986);
Escala de Fatalismo * (DEL VILLAR; SOTO;
SAUCEDO, 2010);
SRQ-20 (MARI; WILLIAMS, 1986);
Escala de Vergonha e Humilhação (ZAVALETA, 2007);
Instrumento de Apoio Social;
Instrumento de Impactos da Seca (FAVERO, 2012); e
Escala de Esperança (SARTORE; GROSSI, 2008).
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Educação Hoje a educação ta
muito avançada, eu
acho, todos na escola
tem (...) você vai para
uma faculdade você
tem uma bolsa, aquela
bolsa ta ajudando você
e a família também, eu
conheço muita gente
que ajuda, os pais tem
menos condições, mas
futuramente os filhos
podem tá vindo trazer
melhores condições
para os pais (...) podem
ter menos condições,
mas o futuro é só
desenvolvimento
mesmo...(Grupo Focal
1, Canafístula)
Saúde
E hoje o nosso
principal problema
ainda é saúde, a
saúde é o que
mais atrapalha a
nossa convivência
(Grupo Focal 1,
Canafístula)
Autopercepção da Pobreza
“não me considero
pobre não, nem pobre
nem rica né, mas
razoável que dar pra
gente se manter”
(GFC).
“Pra pessoa ser considerada pobre mesmo, é a
pessoa não ter onde morar, não tem nenhuma
alimentação adequada pra comer. Não tem aonde
ela possa ter um socorro. São os moradores de
rua. Ali eu considero uma pobreza realmente”.
(GFBJ)
Índice de Pobreza Multidimensional - IPM
Construído com base no Índice de Pobreza Multidimensional
(PNUD, 2010); e no Índice de Carências de Porto Alegre (Comim et
al, 2007)
Dimensões Abordadas:
Educação – anos de escolaridade;
Habitação – serviços básicos, utensílios domésticos;
Trabalho e Renda – renda familiar e individual, necessidade,
comportamentos de vender e pedir para poder comer;
Saúde – mortalidade infantil, atendimento médico, desnutrição,
quantidade de refeições; e
Aspectos Subjetivos – autopercepção de pobreza.
“Eu digo, minha filha mais confie no Senhor, confie em Deus, que tudo
tá nas mãos dele. Deus está no comando de tudo, minha gente. Num cai
uma folha se ele num permitir, tá no comando dele, então agradeça a
Deus se você tiver um feijão, bote no fogo e agradeça que a mais tarde,
pode vim um arroz, pode vim, ter um ovo, agradeça você ter um ovo,
amanhã tá mior!” (GFBJ)
Seca
Pra cá pra Canafístula, pra nossa
comunidade, eu acho que a
dificuldade maior é a questão da
água... O meu pai, você sabe que
o meu pai é agricultor. E na época
dessa época de estiagem ele fica
emocionalmente, ele fica uma
pessoa triste, desanimado. Então
quando começa a chover, por
pouco que seja já é uma coisa
assim que a gente já ver que ele
muda sabe (GF 2)
Vergonha
Eu passei por uma situação que, coisa da minha cabeça, mas
eu não gostava não daquela bairro Aldeota por que o povo lá
são tudo rico né e eu fico com vergonha. Tinha vergonha, tinha
vergonha de andar lá né. Aí, não, isso é besteira! Porque as
roupa não vai dizer é, porque meu caráter não tá na minha
roupa né. ( Grupo Focal 1 Bom Jardim).
“O meu pai, você sabe que o meu pai é agricultor. E na
época dessa época de estiagem ele fica
emocionalmente, ele fica uma pessoa triste,
desanimado” (GFC).
Com relação ao Transtorno Mental Comum (TMC),
temos que a prevalência para TMC foi de 63% no
Bom Jardim (98 pessoas) e 36% (71 pessoas) na
Canafístula.
25
2,58 2,15
“Então eu vejo a
Canafístula como aquele
lugar, da região aqui,
talvez, como o lugar
mais calmo, faz muitos
anos que não ai crime,
né? Então eu vejo um
lugar bom de se morar”
(GFC).
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Fatalismo em
juventude Identidade de
moradores de rua
Saúde mental e pobreza
Protagonismo em jovens
pobres
Modo de vida de prostitutas
pobres
Implicações psicossociais
da seca
Processos de
Humilhação e vergonha e
pobreza
Mulheres, saúde
mental e pobreza
Construção de um instrumento
de Pobreza Multidimensional
Visão dos profissionais dos CRAS
sobre a pobreza
Discriminação e racismo de
jovens africanos pobres
Implicações psicossociais da pobreza
Dar visibilidade as análises psicossoci
ais da pobreza
Compreender como a
situação de pobreza está presente no
desenvolvimento do ser humano
Problematizar as visões
naturalizadas e
preconceituosas sobre as pessoas em situação de
pobreza
Discutir sobre
combate, erradicação
e enfrentamen
to da pobreza
dentro do capitalista
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Cartilha
NUCOM
• NÚCLEO DE PSICOLOGIA COMUNITÁRIA
• http://www.nucom.ufc.br/
OBRIGADA