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CENTRO UNIVERSITÁRIO FAVENI QUÍMICA GERAL GUARULHOS SP

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CENTRO UNIVERSITÁRIO FAVENI

QUÍMICA GERAL

GUARULHOS – SP

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SUMÁRIO

1 PROPRIEDADES GERAIS DA MATÉRIA .................................................. 3

1.1 Transformações e uso da matéria ........................................................ 4

1.2 Propriedades gerais da matéria ........................................................... 4

1.3 Propriedades específicas da matéria ................................................. 10

2 ESTRUTURA ATÔMICA ........................................................................... 20

2.1 Cargas ................................................................................................ 20

2.2 Massa Atômica ................................................................................... 23

2.3 Modelos Atômicos .............................................................................. 24

2.4 Números Quânticos ............................................................................ 30

2.5 Configurações eletrônicas .................................................................. 38

3 PROPRIEDADES PERIÓDICAS .............................................................. 41

3.1 Raio Atômico ...................................................................................... 42

3.2 Energia de Ionização .......................................................................... 45

3.3 Eletronegatividade .............................................................................. 49

3.4 Eletropositividade ............................................................................... 52

3.5 Eletroafinidade ou afinidade eletrônica............................................... 54

4 LIGAÇÕES QUÍMICAS ............................................................................. 57

4.1 Ligações Iônicas ................................................................................. 59

4.2 Ligações Covalentes .......................................................................... 63

4.3 Ligações Metálicas ............................................................................. 68

5 GEOMETRIA MOLECULAR ..................................................................... 71

5.1 Geometria Linear ................................................................................ 71

5.2 Geometria Angular ............................................................................. 72

5.3 Geometria Trigonal Plana ................................................................... 76

5.4 Geometria Piramidal ........................................................................... 77

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5.5 Geometria Tetraédrica ........................................................................ 78

5.6 Geometria Bipiramidal ........................................................................ 79

5.7 Geometria octaédrica ......................................................................... 79

5.8 Interações Intermoleculares ............................................................... 80

6 REAÇÕES QUÍMICAS .............................................................................. 87

6.1 Lei da Conservação de Massas ......................................................... 87

6.2 Reações de Síntese ou Adição .......................................................... 88

6.3 Reações de decomposição ................................................................ 89

6.4 Reações de Simples Troca ................................................................ 90

6.5 Reações de Dupla-Troca .................................................................... 91

6.6 Reações de óxido-redução ................................................................. 91

7 ESTEQUIMOTERIA .................................................................................. 93

7.1 Fatores Estequiométricos ................................................................... 95

8 BIBLIOGRAFIA BÁSICA ........................................................................... 99

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1 PROPRIEDADES GERAIS DA MATÉRIA1

Matéria é tudo aquilo que ocupa lugar no espaço e possui massa. Porém, cada

matéria pode apresentar uma ou mais características (propriedades da matéria) que

são diferentes de outra matéria, como também pode apresentar características

semelhantes.

Quando misturamos óleo na água, ambos no estado líquido, percebemos

rapidamente que um não se dissolve no outro e posiciona-se de forma diferente no

recipiente.

Mistura formada por água e óleo

Fonte: brasilescola.com

Essa simples mistura é suficiente para visualizarmos diversas propriedades da

matéria, como a solubilidade (por não se dissolverem) e a densidade (por se

posicionarem de forma diferente). De uma forma geral, as propriedades da

matéria estão divididas em dois grupos, as gerais e as específicas.

1 DIAS, Diogo Lopes. "Propriedades da matéria"; Brasil Escola. Disponível em <https://brasilescola.uol.com.br/quimica/propriedades-materia.htm>. Acesso em 16 de novembro de 2018.

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4

1.1 Transformações e uso da matéria2

Transformamos e utilizamos a matéria de acordo com nossas necessidades.

Durante uma transformação, pode-se alterar a forma, o tamanho, a estrutura, etc. As

transformações podem ser químicas ou físicas.

Fonte: bemexplicado.pt

1.2 Propriedades gerais da matéria3

São as características que toda matéria apresenta, independentemente do

seu estado físico(sólido, líquido ou gasoso).

2 Extraído do site: http://www.cmidf.com.br/site/attachments/2208_9%20ANO%20-%20UNIDADE%201%20-%20PROPRIEDADES%20DA%20MAT%C3%89RIA.pdf 3 DIAS, Diogo Lopes. "Propriedades da matéria"; Brasil Escola. Disponível em <https://brasilescola.uol.com.br/quimica/propriedades-materia.htm>. Acesso em 16 de novembro de 2018.

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5

Fonte: brasilescola.uol.com.br

• Inércia

A inércia é a tendência natural de um objeto em resistir a alterações em seu

estado original de repouso ou movimento. Em outras palavras, um objeto parado

sempre tende a permanecer parado, e um corpo em movimento tende a manter o

movimento. Essa tendência natural que cada corpo tem de manter seu estado inicial

só pode ser alterada pela aplicação de uma força externa.

A inércia foi explicada por Isaac Newton em seu trabalho intitulado Philosophie

Naturalis Principia Mathematica (Princípios Matemáticos da Filosofia Natural),

publicado em 1687. Essa obra lançou as bases para o desenvolvimento dos conceitos

da Mecânica, ramo da Física que se dedica ao estudo dos movimentos.

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6

Fonte: brasilescola.uol.com.br

• Massa

Fisicamente, massa é uma grandeza que indica a medida da inércia ou da

resistência de um corpo de ter seu movimento acelerado. Porém, podemos, de uma

forma geral, associar a massa à quantidade de partículas existentes em uma matéria.

Fonte: cmidf.com.br

Page 8: QUÍMICA GERAL - ava.unifaveni.com.br

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• Volume4

O volume é uma grandeza que indica o espaço ocupado por uma quantidade

de matéria. No sistema internacional (SI), a unidade de volume é o metro cúbico (m3).

Também é comum a utilização do litro (L) ou do mililitro (mL) na medida de volume.

Fonte: pt.slideshare.net

• Extensão

É a capacidade de ocupar lugar no espaço, toda matéria ocupa um lugar no

espaço.

• Impenetrabilidade

Duas porções de matéria não podem ocupar o mesmo lugar ao mesmo tempo.

Podemos ver isso quando colocamos nossa mão em um copo cheio de água. O

volume de água que transborda do copo é o mesmo volume que nossa mão ocupa

dentro do copo.

• Divisibilidade

Qualquer matéria pode ser dividida em pedaços menores. Quando quebramos

algum objeto estamos partindo-o em pedaços menores que o inicial.

4 Extraído do site: http://ead.uenf.br/moodle/mod/page/view.php?id=788

Page 9: QUÍMICA GERAL - ava.unifaveni.com.br

8

Fonte: professorthiagorenno.blogspot.com

• Descontinuidade

Uma matéria ser descontínua significa que há espaços nela que não são

visíveis aos nossos olhos. Você pode olhar para uma folha de papel e ver seu início

em uma ponta e o fim na outra, porém, na própria folha existem vários inícios e vários

fins que equivalem ao início e ao fim da extensão moléculas que constituem o papel.

Fonte: pt.slideshare.net

• Compressibilidade

É a capacidade que toda matéria tem de diminuir seu volume quando uma força

é exercida sobre ela.

Page 10: QUÍMICA GERAL - ava.unifaveni.com.br

9

Fonte: manualdaquimica.uol.com.br

• Elasticidade

Por mais que a gente estique um elástico até o seu limite (antes que ele se

rompa) ao pararmos de fazer força ele volta a forma de quando o pegamos

inicialmente, isso é uma propriedade da matéria chamada elasticidade. Em outras

palavras, é a capacidade da matéria voltar ao seu volume e forma inicial depois que a

força exercida sobre ela acaba.

• Indestrutibilidade

Nenhuma matéria é destruída. Ela se transforma em alguma outra matéria.

Fonte: materiaesuaspropriedades.blogspot.com

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1.3 Propriedades específicas da matéria5

São características próprias de cada matéria, ou seja, se uma matéria

apresenta, não quer dizer que outra também apresentará a mesma característica.

1.3.1 Propriedades Organolépticas

É a característica que a matéria apresenta de estimular pelo menos um

dos cinco sentidos. Veja alguns exemplos:

- Paladar: quando ingerimos cloreto de sódio, sentimos o sabor salgado;

- Audição: o som produzido pelo bife sendo frito em uma panela;

- Tato: quando passamos uma toalha no rosto e sentimos que ela é áspera;

- Visão: luz percebida a partir da explosão de fogos de artifício;

- Olfato: o aroma liberado quando descascamos uma mexerica.

Fonte: slideshare.net

5 Extraído do site: DIAS, Diogo Lopes. "Propriedades da matéria"; Brasil Escola. Disponível em <https://brasilescola.uol.com.br/quimica/propriedades-materia.htm>. Acesso em 16 de novembro de 2018.

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1.3.2 Propriedades Funcionais

É a característica que algumas substâncias apresentam de desempenhar um

mesmo papel (função) ou promover uma mesma sensação.

Ácido6

Svante Arrehenius foi um químico sueco que, em 1887, realizou inúmeras

experiências com substâncias diluídas em água e observou que:

- Quando em solução aquosa, os ácidos se ionizam, isto é, dão origem a íons,

produzindo como cátion H+.

- Em solução aquosa, os ácidos conduzem eletricidade. Isso ocorre porque os

ácidos se desdobram em íons.

- Os ácidos têm sabor azedo. O limão, o vinagre, o tamarindo contêm ácidos; é

por isso que eles são azedos.

- Os ácidos alteram a cor de certas substâncias chamadas indicadores. Os

indicadores têm a propriedade de mudar a cor conforme o caráter ácido ou básico das

soluções. O tornassol e a fenolftaleína são indicadores de ácidos e bases. A solução

de fenolftaleína vermelha fica incolor em presença de um ácido. Já o papel de

tornassol azul fica vermelho.

- Os ácidos reagem com as bases, formando sais e água. Essa reação se

chama reação de neutralização.

Resumindo, a definição de Arrehenius ficaria assim: ácido é toda substância

que se ioniza em presença de água e origina, como um dos íons, o cátion H+.

Veja os exemplos de ácidos orgânicos (que fazem parte de nossa alimentação),

e onde podem ser encontrados:

6 SOUZA, Líria Alves de. "Ácidos"; Brasil Escola. Disponível em <https://brasilescola.uol.com.br/quimica/acidos.htm>. Acesso em 16 de novembro de 2018.

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Ácido acético = vinagre.

Ácido tartárico = uva.

Ácido málico = maçã.

Ácido cítrico = laranja, acerola, limão.

Ácido fosfórico = usado na fabricação de refrigerantes à base de cola.

Ácido carbônico = sob a forma de gás carbônico, é um dos constituintes das

águas minerais gaseificadas e dos refrigerantes.

Ácidos inorgânicos. Exemplos:

Ácido Clorídrico (HCl)--> O HCl impuro é comercializado com o nome de ácido

muriático e é utilizado principalmente na limpeza de pisos ou de superfícies metálicas

antes da soldagem. O HCl é um componente do suco gástrico, conferindo a ele um

pH adequado para a ação das enzimas digestivas gástricas.

Ácido Fluorídrico (HF) --> O HF tem a propriedade de corroer o vidro; por isso,

é usado para fazer gravações em vidros e cristais.

Ácido Sulfúrico (H2SO4) --> É utilizado nas baterias de automóvel, na

fabricação de corantes, tintas, explosivos e papel; é também usado na indústria de

fertilizantes agrícolas, permitindo a fabricação de produtos como o sulfato de amônio.

Ácido Nítrico (HNO3) --> É usado na fabricação de explosivos como o

trinitrotolueno (TNT) e a nitroglicerina (dinamite); é muito útil para a indústria de

fertilizantes agrícolas, permitindo a obtenção do salitre. É usado também na

identificação de amostras de ouro.

Ácido Cianídrico (HCN) --> Ácido utilizado em indústrias diversas, como nas de

plásticos, acrílicos e corantes, entre outras. Mas ele tem também um destino sinistro:

nos Estados Unidos, é usado nas "câmaras de gás" para executar pessoas

condenadas à morte, este ácido libera um gás extremamente tóxico.

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Bases

Base é toda substância que em solução aquosa sofre dissociação iônica,

liberando o ânion OH- (Hidróxido). A dissociação iônica está relacionada ao

comportamento das bases em presença de água.

Exemplo: a soda cáustica (NaOH) é uma substância sólida que em contato

com a água libera os íons Na+ e OH- que se dissolvem devido à atração pelos polos

negativos e positivos da molécula de H2O. Sendo assim, bases são substâncias

compostas pela combinação de um cátion (geralmente de um metal) com o ânion OH-

Uma das características das bases é seu sabor adstringente, que “amarra” a boca, ou

seja, diminui a salivação.

Da mesma forma que os ácidos, as bases também conduzem corrente elétrica

quando dissolvidas em água. Os indicadores fenolftaleína (solução) e papel de

tornassol também mudam de cor em presença de hidróxidos. A fenolftaleína incolor

torna-se vermelha; papel de tornassol vermelho fica azul: reações inversas às que

verificamos no caso dos ácidos.

Vejamos as principais bases:

- Hidróxido de Sódio (NaOH): Conhecida também como soda cáustica, essa

substância é utilizada na fabricação do sabão, celofane, detergentes e raiom, produtos

para desentupir pias e ralos, e também no processo de extração de celulose nas

indústrias de papel, etc.

- Hidróxido de Magnésio (Mg (OH)2): Está presente na solução que é

comercializada com o nome de “leite de magnésia.”

- Hidróxido de Cálcio (Ca (OH)2): Conhecida como cal hidratada ou cal extinta,

essa substância é usada na construção civil: na preparação de argamassa (areia +

cal) e na caiação (pintura a cal); as indústrias açucareiras utilizavam o hidróxido de

cálcio na purificação do açúcar comum .

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-Hidróxido de Amônio (NH4OH): Essa substância é obtida em solução

aquosa do gás de amônia e comercializada como amoníaco. É usado na fabricação

de produtos de limpeza doméstica, na revelação de filmes fotográficos, em

detergentes, na indústria têxtil, etc.

- Hidróxido de Potássio (KOH): Conhecida como potassa cáustica, é usada

para alvejamento, na fabricação de sabões moles e no processamento de certos

alimentos.

Sais

Os sais são compostos iônicos, têm sabor salgado e são sólidos.

Características dos sais:

- Conduzem corrente elétrica quando estão em solução.

- Os sais têm sabor salgado.

- Os sais reagem com ácidos, com hidróxidos, com outros sais e com metais.

- Ao reagir com um ácido, dão origem a outro sal e a outro ácido, se o ácido

formado for mais volátil que o empregado na reação.

- Quando reagem com hidróxido, dão origem a outro sal e a outro hidróxido, se

o hidróxido formado for menos solúvel que o empregado na reação.

- Se reagem com outros sais, dão origem a dois novos sais se um deles for

menos solúvel que os reagentes.

- E, por fim, quando reagem com um metal, dão origem a um novo sal e um

novo metal, se o metal reagente for mais reativo que o metal deslocado na reação.

Principais sais e suas utilizações:

Bicarbonato de Sódio (NaHCO3): É usado em medicamentos que atuam como

antiácidos estomacais. É também empregado como fermento na fabricação de pães,

bolos, etc., uma vez que libera gás carbônico aquecido, que permite o crescimento da

massa. É, ainda, usado para fabricar extintores de incêndio de espuma.

Page 16: QUÍMICA GERAL - ava.unifaveni.com.br

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Carbonato de Cálcio (CaCO3): Componente do mármore, é usado na

confecção de pisos, pias, etc. O carbonato de cálcio (calcário) é também empregado

na fabricação do vidro comum e do cimento.

Sulfato de Cálcio (CaSO4): É um sal usado na fabricação do giz e do gesso de

porcelana.

Cloreto de Sódio (NaCl): Esse sal é intensamente usado na alimentação e

também na conservação de certos alimentos; além disso, é um dos componentes do

soro caseiro, usado no combate à desidratação. No sal de cozinha, além do cloreto

de sódio existe uma pequena quantidade de iodeto de sódio (Nal) e de potássio (Kl).

Isso previne o organismo contra o bócio ou "papo", doença que se caracteriza por um

crescimento exagerado da glândula tireoide, quando a alimentação é deficiente em

sais de iodo.

Fluoreto de Sódio (NaF): É um sal usado na fluoretação da água potável e

como produto anticárie, na confecção de pasta de dente.

Nitrato de Sódio (NaNO 3): Conhecido como salitre do Chile, esse sal é um

dos adubos (fertilizantes) nitrogenados mais comuns.

1.3.3 Propriedades Químicas

É a característica que uma matéria apresenta de se transformar em outra, em

um processo denominado de fenômeno químico. Muitas vezes um fenômeno químico

só ocorre quando a matéria é submetida a determinadas condições (temperatura,

catalisadores, eletrólise etc.).

Uma matéria só se transforma em outra quando apresentam uma caraterística

química em comum, principalmente átomos de elementos químicos em comum. Se

queremos produzir iogurte, é preciso utilizar leite, e não suco de uva, por exemplo.

Page 17: QUÍMICA GERAL - ava.unifaveni.com.br

16

Outro exemplo clássico de fenômeno químico é a formação da água. Nesse

processo, submetemos os gases oxigênio (O2) e hidrogênio (H2) a altas pressões e

temperaturas, sendo o resultado a produção de uma substância completamente

diferente, a água.

Isso não é possível quando reagimos os gases cloro (Cl2) e hidrogênio (H2).

Nesse caso, o resultado é a formação de ácido clorídrico (HCl).

Fonte: alunosonline.uol.com.br

Exemplos de fenômenos químicos:

• -Produção de etanol a partir da cana-de-açúcar;

• -Produção de vinho a partir do suco de uva;

• -Transformação do vinho em vinagre;

• -Apodrecimento de frutas;

• -Amadurecimento de frutas;

• -Formação da ferrugem em um portão de aço;

• -Comprimido efervescente adicionado à água;

Page 18: QUÍMICA GERAL - ava.unifaveni.com.br

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Sinais que identificam um fenômeno químico:

• -Mudança de cor

• -Efervescência (desenvolvimento de bolhas em um líquido)

• -Liberação de energia na forma de calor ou luz

• -Formação de um sólido

• -Produção de fumaça

Processo de fermentação alcoólica:

Fonte: infoescola.com

1.3.4 Propriedades Físicas7

São características da matéria determinadas de forma experimental.

7 DIAS, Diogo Lopes. "Propriedades da matéria"; Brasil Escola. Disponível em <https://brasilescola.uol.com.br/quimica/propriedades-materia.htm>. Acesso em 16 de novembro de 2018.

Page 19: QUÍMICA GERAL - ava.unifaveni.com.br

18

Solubilidade

É a característica que uma determinada matéria apresenta de dissolver outra.

A água, por exemplo, tem a capacidade de dissolver o cloreto de sódio (sal de

cozinha). Vale ressaltar que a quantidade de soluto, solvente e a temperatura são

fatores que influenciam a solubilidade.

Um exemplo da influência da temperatura, quantidade de soluto e solvente está

descrito na tabela a seguir:

Fonte: brasilescola.uol.com.br

Na tabela, podemos observar que, se tivermos 100 mL de água, a 10oC,

dissolveremos 190,5 g de sacarose. Agora, se essa mesma quantidade de água

estiver a 50 oC, a quantidade de sacarose que poderá ser dissolvida é de 260,4 g.

Densidade (d)

É a relação entre a massa (m) da matéria e o espaço (volume) que ela ocupa.

Ela é calculada por meio da seguinte expressão:

Ponto de fusão (PF)

É a temperatura que indica quando uma matéria deixa de ser sólida e passa a

ser totalmente líquida. O ferro, por exemplo, deixa de ser sólido e passa a ser líquido

a 1535 oC.

Page 20: QUÍMICA GERAL - ava.unifaveni.com.br

19

Ponto de ebulição (PE)

É a temperatura que indica quando uma matéria deixa de ser líquida e passa a

ser totalmente gasosa. O metal mercúrio, por exemplo, deixa de ser líquido e passa a

ser gasoso a 356,9 oC.

Tenacidade

É a capacidade que uma matéria tem de resistir ao impacto com outra matéria.

Quando uma pedra é arremessada no vidro, este se quebra, ou seja, a pedra é mais

tenaz que o vidro.

Dureza

É a capacidade que uma matéria apresenta de riscar outra. Um exemplo é

quando uma pedra arranha o vidro de uma janela, ou seja, a pedra é mais dura que o

vidro.

Tabela com as características das partículas formadoras da matéria nos três

estados físicos:

Fonte: educacao.globo.com

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20

2 ESTRUTURA ATÔMICA8

O Átomo

Do grego, átomo significa indivisível. É a menor parte em que a matéria pode

ser dividida. Cada átomo é composto por um núcleo muito pequeno contendo prótons

e nêutrons envolvidos por elétrons em movimento.

Fonte: todamateria.com.br

2.1 Cargas

• Elétrons9

Elétron (e- ou β−) é uma partícula que constitui o átomo, ou seja, é uma partícula

subatômica. Ele tem carga negativa e se localiza na eletrosfera, em torno do núcleo

atômico, o que decorre da força eletromagnética.

8 Extraído e adaptado do site: http://paginapessoal.utfpr.edu.br/adalberto/ciencia-dos-materiais/Capitulo%201%20-%20Estrutura%20Atomica.pdf/at_download/file 9 Extraído e adaptado do site: https://www.todamateria.com.br/eletron/

Page 22: QUÍMICA GERAL - ava.unifaveni.com.br

21

A massa do elétron, ou eletrão (em português europeu), é irrelevante; tem cerca

de 1/1836,15267377 da massa do próton ou do nêutron, o mesmo que 10-30 kg. Por

esse motivo, a massa atômica resulta da soma apenas da massa dos prótons e dos

nêutrons.

A energia elétrica deve-se à movimentação dos elétrons que circulam pelos fios

de eletricidade. A carga positiva dos prótons junto com a carga negativa dos elétrons

dão origem à carga elétrica.

A unidade de medida de energia elétron-volt para joule equivale a 1,602 177 33

(49) x 10-19. O elétron-volt é utilizado quando a unidade de medida do sistema

internacional de energia (joule) é muito grande para ser considerada em certos

estudos microscópicos.

Quando o átomo perde elétrons, ele fica carregado positivamente em

decorrência dos prótons e formam cátions. Nessa condição, os elétrons são

chamados de elétrons livres, que é o mesmo que dizer que são mais externos porque

estão mais distantes do núcleo do átomo.

Ao contrário, são chamados de ânions quando o átomo tem maior número de

elétrons e é carregado negativamente.

Fonte: ensinandoeaprendendo.com

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22

• Prótons10

O próton foi descoberto por Ernest Rutherford (1871-1937) no início do século

XX. Na sua teoria ele afirmou que o próton se concentrava no núcleo do átomo.

Ficou conhecida como Modelo Atômico de Rutherford e é a base da teoria

atômica. Próton (p+) é uma das pequenas partículas que constituem o átomo, que é a

menor partícula de um elemento químico.

O próton, ou protão (conforme português europeu), é formando por três quarks,

que são outras subpartículas. Dois quarks são do tipo upe um quark é do tipo down.

O próton é positivo; sua carga é de 1,6 x 10-19C. Ele se concentra no núcleo

do átomo junto com o nêutron, que é neutro porque não possui carga.

Quando o próton não está ligado ao elétron, ele é chamado de próton livre. Isso

acontece quando os prótons são submetidos a temperaturas muito altas, o que faz

com que se separem dos elétrons.

• Nêutrons11

Nêutron (n) é uma pequena partícula que constitui o núcleo do átomo. Não tem

carga e é formada por partículas ainda menores, as quais recebem o nome de quarks.

O nêutron, ou neutrão (em português europeu), é formado por dois quarks down e um

quark up.

Junto com os prótons (p+), que têm carga positiva, os nêutrons formam o centro

do átomo, o seu núcleo. Isso apenas não acontece com o hidrogênio, cujo núcleo é

formado por apenas um próton.

Pelo fato de formar o núcleo do átomo, nêutrons e prótons são chamados de

núcleons. É a carga positiva de um e a carga neutra do outro que propiciam a

estabilidade atômica.

Assim, a divisão do núcleo do átomo gera instabilidade e faz com que ele parta-

se em dois. Tem origem uma reação em cadeia chamada Fissão Nuclear, processo

que é utilizado no funcionamento das bombas nucleares.

10 Extraído do site: https://www.todamateria.com.br/proton/ 11 Extraído do site: https://www.todamateria.com.br/neutron/

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23

2.2 Massa Atômica

Massa Atômica (u) é a forma padrão para medir o peso dos átomos. Isso

porque o átomo é muito leve. Assim, foi preciso padronizar uma medida para que

fosse possível pesar essa unidade da matéria.

Os químicos resolveram tomar como base o carbono, por isso diz-se que a

massa atômica é relativa. Foi determinado que uma unidade de massa atômica

equivale a 1,66 * 10-24 g, o mesmo que 1/12 do carbono.

As massas dos átomos são comparadas com esse padrão de 1u, o que quer

dizer que a massa atômica indica quantas vezes um átomo pesa mais do que 1/12 do

carbono.

A massa atômica é o valor que aparece logo abaixo dos nomes de cada

elemento na tabela periódica.

Fonte: tabelaperiodica.org

Page 25: QUÍMICA GERAL - ava.unifaveni.com.br

24

Cada elemento químico possui seu número atômico (Z) caracterizado pelo

número de prótons do núcleo. A massa atômica (A) de um átomo é calculada pela

soma da massa de prótons (Z) e nêutrons (N) no interior de seu núcleo A=Z+ N12

2.3 Modelos Atômicos13

Ao longo dos séculos XIX e XX, grandes cientistas estudavam o

comportamento dos átomos e desenhavam modelos explicativos como resultados

experimentais que possibilitavam a realização de previsões de como seria a forma de

um átomo.

Modelo Atômico de Dalton

Fonte: biography.com

Em 1808, Dalton propôs a teoria do modelo atômico, onde átomo é uma

minúscula esfera maciça, impenetrável, indestrutível, indivisível e sem carga, dando

origem ao modelo da bola de bilhar.

12 Extraído do site: http://paginapessoal.utfpr.edu.br/adalberto/ciencia-dos-materiais/Capitulo%201%20-%20Estrutura%20Atomica.pdf/at_download/file 13Extraído do site: http://paginapessoal.utfpr.edu.br/adalberto/ciencia-dos-materiais/Capitulo%201%20-%20Estrutura%20Atomica.pdf/at_download/file

Page 26: QUÍMICA GERAL - ava.unifaveni.com.br

25

Segundo Dalton: “Toda matéria é composta por minúsculas partículas – os

átomos.

• “Os átomos de um determinado elemento são idênticos entre sí.”

• “Átomos de diferentes elementos apresentam massa e propriedades

diferentes.”

• “Átomos são permanentes e indivisíveis, não podendo ser criados nem

destruídos.”

• “As reações químicas correspondem a uma reorganização de átomos.”

• “Os compostos são formados pela combinação de átomos de elementos

diferentes em proporções fixas. ”

Fonte: slideplayer.com.br

Page 27: QUÍMICA GERAL - ava.unifaveni.com.br

26

Modelo Atômico de Thomson

Fonte: manualdaquimica.uol.com.br

Após a descoberta do elétron, em 1904, Thomson sugere o modelo do pudim

de passas. De acordo com esse modelo o átomo seria composto por elétrons que

giravam em círculos imersos em uma bolha esférica de uma substância carregada

positivamente.

Fonte: brasilescola.uol.com.br

Page 28: QUÍMICA GERAL - ava.unifaveni.com.br

27

Modelo Atômico de Rutherford

Em 1911, Ernest Rutherford, estudando a trajetória de partículas α emitidas pelo

elemento polônio, bombardeou uma fina lâmina de ouro e observou que:

• A maioria das partículas α atravessavam a lâmina de ouro sem sofrer desvio

em sua trajetória;

• Algumas partículas sofriam desvio em sua trajetória;

• Um número muito pequeno de partículas batia na lâmina e voltava.

Rutherford concluiu que a lâmina de ouro seria constituída por átomos

formados por um núcleo muito denso e pequeno carregado positivamente. Surgindo

a ideia de que os elétrons estariam em movimentos circulares ao redor do núcleo.

Fonte: paginapessoal.utfpr.edu.br

Modelo atômico de Bohr

O modelo proposto por Rutherford foi aperfeiçoado por Bohr. Os seguintes

postulados foram propostos:

• Na eletrosfera, os elétrons descrevem sempre órbitas circulares ao redor

do núcleo, chamadas de níveis de energia;

• Cada nível ocupado por um elétron possui um valor determinado de

energia;

Page 29: QUÍMICA GERAL - ava.unifaveni.com.br

28

• Os elétrons só podem ocupar os níveis que tenham uma determinada

quantidade de energia, não sendo possível ocupar estados

intermediários;

Ao saltar de um nível para outro mais externo, os elétrons absorvem uma quantidade definida de energia;

Fonte: paginapessoal.utfpr.edu.br

Ao retornar ao nível mais interno, o elétron emite um quantum de energia

Fonte: paginapessoal.utfpr.edu.br

• Cada órbita é denominada de estado estacionário e pode ser designada

por letras (K, L, M, N, O, P, Q). A energia cresce com o afastamento da

camada.

• Cada nível de energia é caracterizado por um número quântico que pode

assumir valores inteiros.

Page 30: QUÍMICA GERAL - ava.unifaveni.com.br

29

Fonte: portalsaofrancisco.com.br

Modelo atômico de Sommerfeld

Em 1916, ao pesquisar o átomo, Sommerfeld concluiu que átomos de um

mesmo nível ocupam órbitas de trajetórias diferentes. Essas órbitas foram

denominadas de subníveis (s, p, d, f).

Fonte: paginapessoal.utfpr.edu.br

Page 31: QUÍMICA GERAL - ava.unifaveni.com.br

30

Para cada camada eletrônica (n), há uma órbita circular e (n-1) orbitas elípticas.

Fonte: paginapessoal.utfpr.edu.br

2.4 Números Quânticos14

De acordo com a mecânica ondulatória, cada elétron é caracterizado por quatro

parâmetros, conhecidos como números quânticos. São os modelos que nos auxiliam

na localização e identificação da posição do elétron na órbita de um átomo.

São eles:

n: número quântico principal;

l: número quântico secundário;

ml: número quântico magnético;

ms: número quântico de spin.

Número quântico principal (n)

Está relacionado à distância de um elétron ao núcleo, ou à sua posição;

• Só assume valores inteiros: n=1; n=2; n=3...

14 Extraído do site: http://paginapessoal.utfpr.edu.br/adalberto/ciencia-dos-materiais/Capitulo%201%20-%20Estrutura%20Atomica.pdf/at_download/file

Page 32: QUÍMICA GERAL - ava.unifaveni.com.br

31

• As camadas são designadas pelas letras K, L, M, N, O, e assim por diante que

correspondem, respectivamente, a n = 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7

Fonte: paginapessoal.utfpr.edu.br

Número quântico secundário (l)

• Caracteriza a uma subdivisão de energia dentro de cada camada;

• A quantidade destas subcamadas está limitada pela magnitude de n.

Fonte:www.paginapessoal.utfpr.edu.br

Page 33: QUÍMICA GERAL - ava.unifaveni.com.br

32

Fonte: paginapessoal.utfpr.edu.br

Orbitais s

Fonte:paginapessoal.utfpr.edu.br

Page 34: QUÍMICA GERAL - ava.unifaveni.com.br

33

Orbitais p

Fonte: paginapessoal.utfpr.edu.br

Orbitais d

Fonte: paginapessoal.utfpr.edu.br

Page 35: QUÍMICA GERAL - ava.unifaveni.com.br

34

Número quântico magnético (ml)

• Caracteriza o orbital em que existe a probabilidade de se encontrar os

elétrons;

• Pode ter qualquer valor inteiro entre +3 e –3, inclusive zero.

Fonte: paginapessoal.utfpr.edu.br

Número quântico spin (mș)

Descreve a rotação do elétron em torno do seu eixo;

•Associado a cada elétron há momento de spin (momento de rotação), que

deve estar orientado para cima ou para baixo;

•Esse é o quarto número quântico, para o qual existem dois possíveis valores

(+1/2 e -1/2), um para cada uma das orientações de spin.

Page 36: QUÍMICA GERAL - ava.unifaveni.com.br

35

Fonte: paginapessoal.utfpr.edu.br

O modelo de Bohr foi refinado pelo modelo mecânico-ondulatório

Fonte: paginapessoal.utfpr.edu.br

O elétron não é mais tratado como uma partícula que se move em torno de um

orbital discreto, em lugar disso, a posição do elétron é considerada como

probabilidade de um elétron estar em vários lugares ao redor do núcleo.

Page 37: QUÍMICA GERAL - ava.unifaveni.com.br

36

Quanto menor é o número quântico principal, menor é o nível energético;

• Dentro de cada camada a energia de uma subcamada aumenta com o valor

do número quântico l;

• Podem existir superposições de energia de um estado em uma camada com

os estados em uma camada adjacente.

Fonte: paginapessoal.utfpr.edu.br

Page 38: QUÍMICA GERAL - ava.unifaveni.com.br

37

Exemplo 1:

Fonte: paginapessoal.utfpr.edu.br

Page 39: QUÍMICA GERAL - ava.unifaveni.com.br

38

Exemplo 2:

Fonte: paginapessoal.utfpr.edu.br

2.5 Configurações eletrônicas

• Estados Eletrônicos – valores de energia permitidos para elétrons;

• Determinar maneira que estes estados são preenchidos com elétrons

• Princípio da exclusão de Pauli - conceito quântico mecânico;

• Cada estado orbital eletrônico pode comportar um máximo de dois elétrons,

que devem possuir valores de spin opostos;

Subcamadas s, p, d e f acomodam 2, 6, 10 e 14 elétrons respectivamente.

Page 40: QUÍMICA GERAL - ava.unifaveni.com.br

39

Número máximo de elétrons que pode ocupar cada uma das quatro primeiras

camadas.

Fonte: Callister, 2011.

Nem todos os estados eletrônicos são preenchidos por elétrons;

• Para a maioria dos átomos, os elétrons preenchem os estados

eletrônicos de energias mais baixas nas camadas e subcamadas, dois

elétrons (spins) por estado;

• Quanto todos os elétrons ocupam as menores energias possíveis o

átomo está no seu estado fundamental;

• A configuração eletrônica é a representação da maneira segundo a qual

esses estados são ocupados.

Page 41: QUÍMICA GERAL - ava.unifaveni.com.br

40

Fonte: Russel,1994.

Notação convencional

• Número de elétrons em cada subcamada é indicado por um índice

sobescrito após a indicação da camada e subcamada.

• H – 1s1

• He – 1s2

• Na – 1s22s22p63s 1

Elétrons de Valência

• Os elétrons de valência são aqueles que ocupam a camada mais

externa;

• Os elétrons de valência participam da ligação atômica, de maneira a

formar agregados de átomos ou moléculas e muitas propriedades físicas

e químicas estão baseadas nestes elétrons.

Page 42: QUÍMICA GERAL - ava.unifaveni.com.br

41

Elétrons de Valência – Gases Nobres

• Átomos como Neônio, Criptônio, Argônio são conhecidos pela

configuração eletrônica estável

• Camada de Valência completamente preenchida, totalizando oito

elétrons;

• Exceção He – apenas dois elétrons 1s;

• Gases inertes ou gases nobres.

Elétrons de Valência - Íons

• Alguns átomos dos elementos que possuem camadas de valência não

totalmente preenchidas assumem configurações estáveis pelo ganho

ou perda de elétrons para formar íons carregados ou através do

compartilhamento de elétrons com outros átomos.

• Esta é a base para algumas reações químicas e também para as

ligações atômicas em sólidos.

• Orbitais s e p formam híbridos spn sob circunstancias especiais;

• n indica o número de orbitais p envolvidos e pode assumir os valores 1,

2 ou 3;

Grupos 3A, 4A e 5A da tabela periódica formam esses híbridos com maior

frequência.

3 PROPRIEDADES PERIÓDICAS15

A Tabela Periódica organiza os elementos químicos até então conhecidos em

uma ordem crescente de número atômico (Z – quantidade de prótons no núcleo do

átomo).

15 Extraído e adaptado do site: https://manualdaquimica.uol.com.br/quimica-geral/propriedades-periodicas.htm

Page 43: QUÍMICA GERAL - ava.unifaveni.com.br

42

Muitas propriedades químicas e físicas dos elementos e das substâncias

simples que eles formam variam periodicamente, ou seja, em intervalos regulares em

função do aumento (ou da diminuição) dos números atômicos. As propriedades que

se comportam dessa forma são chamadas de propriedades periódicas.

As principais propriedades periódicas químicas dos elementos são: raio

atômico, energia de ionização, eletronegatividade, eletropositividade e

eletroafinidade. Já as físicas são: pontos de fusão e ebulição, densidade e volume

atômico.

3.1 Raio Atômico16

Medir o tamanho de um átomo é algo muito difícil porque a sua eletrosfera

(região onde os elétrons ficam girando ao redor do núcleo) não possui um limite

específico. Por isso, a forma mais comum é por meio do raio atômico, em que se

considera o átomo como se ele fosse uma esfera (modelo atômico de Dalton).

O raio é a distância compreendida entre o centro e a extremidade da

circunferência e é a metade do diâmetro da circunferência, como mostrado a seguir:

Algo similar aplica-se ao conceito de raio atômico. Consideram-se dois átomos

de um mesmo elemento químico como esferas que devem estar o mais próximo

possível um do outro, sem estarem ligados quimicamente. O raio atômico (r) é a

metade da distância (d) entre os dois núcleos desses átomos vizinhos.

16Extraído do site: https://manualdaquimica.uol.com.br//quimica-geral/raio-atomico.htm

Page 44: QUÍMICA GERAL - ava.unifaveni.com.br

43

Fonte: manualdaquimica.uol.com.br

Para conseguir essa medida, usa-se a técnica de difração por raios X. Nela,

esses raios atravessam uma amostra de um material sólido de um único elemento

químico (como um pedaço de ferro, pois ele é sólido e é formado somente por átomos

de ferro), e os átomos ou íons que constituem esse material provocam um desvio na

trajetória dos raios X. Depois os raios X incidem sobre uma chapa fotográfica e

registram a posição dos núcleos dos átomos no material e a distância entre eles.

Assim, basta dividir esse valor por dois para obter o raio atômico, que, em geral, é

medido em nanômetros (1 nanômetro é igual à bilionésima parte de um metro (10 -

9 m)).

O raio atômico é uma propriedade periódica porque ele varia periodicamente

em função dos números atômicos. Podemos dizer que, na tabela periódica, o raio

atômico dos elementos cresce de cima para baixo e da direita para a esquerda:

Fonte: manualdaquimica.uol.com.br

Page 45: QUÍMICA GERAL - ava.unifaveni.com.br

44

Para entender porque o aumento do raio atômico segue essa ordem periódica,

considere separadamente os elementos de uma mesma família e de um mesmo

período. Elementos de uma mesma família: De cima para baixo vai aumentando o

número de camadas eletrônicas. Por exemplo, na família 1, o hidrogênio possui uma

camada, o lítio possui duas camadas, o sódio possui três camadas e assim

sucessivamente. Nesse sentido, aumenta também o número atômico e, por isso, o

raio do átomo também aumenta.

Fonte: manualdaquimica.uol.com.br

Elementos de um mesmo período: Da esquerda para a direita a quantidade de

elétrons na camada de valência (camada mais externa ao núcleo) vai aumentando e

todos possuem a mesma quantidade de camadas. Por exemplo, o potássio (K) possui

quatro camadas eletrônicas e dezenove elétrons, o cálcio (Ca) possui também quatro

camadas eletrônicas, mas apresenta vinte elétrons, o escândio (Sc) também possui

quatro camadas eletrônicas, mas possui 21 elétrons, e assim por diante.

Page 46: QUÍMICA GERAL - ava.unifaveni.com.br

45

Quando a quantidade de elétrons aumenta, a sua atração pelo núcleo, que é

positivo, também aumenta. Assim, nesse sentido, em razão da atração entre o núcleo

e a camada de valência, há uma contração do átomo, o que causa a diminuição do

raio atômico. É por isso que o átomo cresce no sentido contrário: da direita para a

esquerda.

Fonte: manualdaquimica.uol.com.br

3.2 Energia de Ionização17

Os átomos no estado fundamental possuem a mesma quantidade de prótons

(cargas positivas) e de elétrons (cargas negativas), ou seja, são neutros. Mas na

formação das ligações iônicas, ocorre a extração de um ou mais elétrons da camada

de valência do átomo, que são transferidos para outro átomo, resultando na formação

de íons. O átomo que perdeu os elétrons transforma-se em um cátion (espécie

carregada positivamente).

Para “arrancar” esses elétrons do átomo isolado ou de um íon, é necessário

aplicar uma determinada quantidade de energia, que é chamada de energia de

ionização (porque houve a formação de íons) ou potencial de ionização. Assim,

podemos fazer a seguinte definição:

17Extraído e adaptado do site: https://manualdaquimica.uol.com.br//quimica-geral/energia-ionizacao.htm

Page 47: QUÍMICA GERAL - ava.unifaveni.com.br

46

“Energia de ionização ou potencial de ionização é a energia aplicada para

retirar um elétron do átomo (ou do íon) isolado no estado gasoso. ”

Os valores das energias de ionização podem ser expressos em eletrovolts (eV),

mas de acordo com o SI (Sistema Internacional de Unidades), eles devem ser

expressos em kJ/mol.

Quando se retira o primeiro elétron de um átomo neutro, há a primeira energia

de ionização (I1). Já a energia necessária para retirar o segundo elétron desse cátion

que foi formado é chamada de segunda energia de ionização (I2) e assim por

diante. A primeira energia de ionização é sempre menor que a segunda energia de

ionização e assim sucessivamente. Isso acontece porque, no primeiro caso, o elétron

está na camada mais externa ao núcleo e, como está mais longe dos prótons, a

atração entre eles é menor, sendo mais fácil retirar o elétron.

Por exemplo, consideremos um átomo de cobre (Cu(g)) que possui quatro níveis

de energia no estado fundamental e um elétron no subnível mais externo (4s1):

Veja que a segunda energia de ionização foi maior do que a primeira. Isso nos

mostra que a energia de ionização é uma propriedade periódica, que varia conforme

o número atômico dos átomos dos elementos da Tabela Periódica. Podemos notar

também que essa propriedade segue um padrão de variação relacionado com o

do raio atômico, pois depende da distância que os elétrons estão do núcleo, ou

seja, quanto maior o raio atômico, menor a energia de ionização e vice-versa.

Page 48: QUÍMICA GERAL - ava.unifaveni.com.br

47

Isso quer dizer que os valores das energias de ionização dos elementos

crescem no sentido oposto ao crescimento do raio atômico, ou seja, aumenta de baixo

para cima e da esquerda para a direita. Os valores das energias de ionização são

medidos experimentalmente e podemos comparar esses valores para confirmarmos

esse padrão de variação mencionado:

Fonte: manualdaquimica.uol.com.br

Considerando os elementos em uma mesma família: A primeira energia de

ionização aumenta de baixo para cima. Isso acontece porque, conforme vai descendo,

os níveis de energia e o raio atômico vão aumentando e os elétrons vão ficando mais

distantes do núcleo, por isso fica mais fácil retirá-los. Por exemplo, o H (hidrogênio)

possui somente uma camada eletrônica, então seu elétron está bem próximo ao

núcleo. Já o Cs (césio) possui seis camadas eletrônicas, estando seus elétrons bem

distantes do núcleo. É por isso que a energia de ionização do H é bem maior (1312)

que a do Cs (376).

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48

Fonte: manualdaquimica.uol.com.br

Considerando os elementos em um mesmo período: A primeira energia de

ionização18 aumenta da esquerda para a direita. Isso ocorre porque, conforme vai

caminhando para a direita, a quantidade de níveis permanece a mesma, mas a

quantidade de elétrons vai aumentando, ou seja, a atração pelo núcleo aumenta e seu

raio diminui. Com isso, a energia necessária para vencer essa força de atração

precisará ser maior. Por exemplo, o Na (sódio) e o Ar (argônio) pertencem ao terceiro

período, o que significa que ambos possuem três camadas eletrônicas, mas o Na

possui somente um elétron na sua camada mais externa, enquanto o Ar possui oito

elétrons nessa camada. Por isso, a primeira energia de ionização do Ar será bem

maior (1521) que a do Na (496).

Fonte: manualdaquimica.uol.com.br

18Caso queira aprofundar o tema, acesse os links: https://youtu.be/UoTe2lwXoYU ; https://youtu.be/8eR-tO82QUQ

Page 50: QUÍMICA GERAL - ava.unifaveni.com.br

49

Isso significa que os maiores valores para a energia de ionização são dos

elementos situados próximos ao Hélio, ou seja, na parte superior à direita da Tabela

Periódica. Por outro lado, os menores valores são dos elementos situados próximos

ao césio, na parte inferior à esquerda da Tabela Periódica.

Fonte: manualdaquimica.uol.com.br

Isso explica algumas propriedades dos elementos, como o fato de os elementos

próximos ao Césio serem metais e os elementos próximos ao hélio serem ametais.

Os metais são formados por aglomerados de átomos neutros e cátions mergulhados

em uma “nuvem” ou “mar” de elétrons deslocalizados. Isso significa que eles devem

ter maior facilidade de perder elétrons e, por isso, somente os elementos com baixa

energia de ionização podem formar sólidos metálicos. Por outro lado, os elementos

no canto superior à direita não possuem essa facilidade de perder elétrons, porque

possuem altas energias de ionização e, por essa razão, são ametais.

3.3 Eletronegatividade19

A eletronegatividade é definida como a força que determinado átomo possui de

atrair os elétrons de uma ligação covalente para si.

19 Extraído e adaptado do site: https://manualdaquimica.uol.com.br//quimica-geral/eletronegatividade.htm

Page 51: QUÍMICA GERAL - ava.unifaveni.com.br

50

Isso significa que a eletronegatividade é uma grandeza relativa, pois ela é

analisada por meio de uma comparação entre a capacidade que dois átomos ligados

possuem de atrair os elétrons. Além disso, ela é uma propriedade periódica, uma vez

que, à medida que o número atômico aumenta, ela adquire valores semelhantes para

intervalos regulares. Existem várias formas de medir a eletronegatividade dos

elementos, mas a forma mais conhecida e usada é a que foi determinada pelo cientista

Linus Pauling. Os valores obtidos por ele estão presentes na imagem a seguir:

Fonte: manualdaquimica.uol.com.br

Veja que os valores da eletronegatividade crescem de baixo para cima e da

esquerda para a direita.

Fonte:manualdaquimica.uol.br

Page 52: QUÍMICA GERAL - ava.unifaveni.com.br

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Significa que a eletronegatividade cresce com a diminuição do raio de

um átomo.

Por exemplo, quando consideramos os elementos pertencentes a uma mesma

família (coluna), vemos que o raio dos átomos vai aumentando de cima para baixo,

isso ocorre porque o número de camadas eletrônicas também vai aumentado. Com o

aumento do raio atômico, a distância entre o núcleo (positivo) e os elétrons (negativos)

da última camada eletrônica (camada de valência), que realiza a ligação covalente,

fica maior e, consequentemente, a atração entre eles diminui. Assim, a

eletronegatividade dos elementos de cima é maior que a dos elementos que ficam

mais abaixo.

Agora, quando consideramos os elementos pertencentes ao mesmo período

(linhas), todos eles têm a mesma quantidade de camadas eletrônicas, a diferença é

que a quantidade de elétrons na última camada aumenta da esquerda para a direita.

Nesse sentido cresce, então, a atração entre os elétrons e o núcleo, ficando menor o

raio atômico e aumentando a eletronegatividade.

Desse modo, o elemento mais eletronegativo é o Flúor (4,0) e o menos

eletronegativo é o césio (0,7).

Existe uma forma de você saber a ordem de eletronegatividade dos elementos

mais eletronegativos, que são:

F > O > N > Cl > Br > I > S > C > P > H

Os valores de suas eletronegatividades são, respectivamente:

4,0 > 3,5 > 3,0 > 3,0 > 2,8 > 2,5 > 2,5 > 2,5 < 2,1

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52

3.4 Eletropositividade20

Uma característica interessante da grande maioria dos elementos químicos é a

necessidade de adquirir estabilidade (obedecer à regra do octeto)21, já que poucos

são gases nobres (apresentam oito elétrons na camada de valência) e, portanto,

estáveis. Essa estabilidade é adquirida quando os átomos estabelecem entre si uma

ligação química (interação entre átomos por meio dos seus elétrons e orbitais).

Um exemplo de ligação química é a que ocorre entre um átomo de sódio e um

átomo de cloro, formando o cloreto de sódio (sal de cozinha). Nessa ligação temos o

envolvimento de um átomo metálico (sódio) e um átomo ametal (cloro). A seguir temos

a fórmula que representa o cloreto de sódio:

NaCl

Ao avaliar a posição de um elemento químico na tabela periódica, podemos

prever o seu comportamento durante uma ligação química. Esse tipo de avaliação é

possível com o auxílio das propriedades periódicas (características dos elementos que

dependem do período da tabela e do número atômico). Uma dessas propriedades

periódicas é a chamada eletropositividade ou caráter metálico.

Denomina-se eletropositividade ou caráter metálico a capacidade que um

átomo apresenta de perder elétrons quando está ligado a outro átomo.

Essa capacidade está intimamente relacionada com três fatores importantes:

1. Raio atômico: quanto maior for o raio atômico, maior será a

eletropositividade. Se o átomo é grande, a força de atração do núcleo em relação aos

elétrons da periferia é pequena, o que torna a perda do elétron mais fácil.

2. Período: quanto menor for o número atômico, maior será a

eletropositividade. Isso ocorre porque, se o número de elétrons no núcleo é pequeno,

a força de atração tende a ser menor, facilitando a perda do elétron. Assim, nos

períodos da Tabela Periódica, a eletropositividade cresce da direita para a esquerda.

20 Extraído e adaptado do site: https://manualdaquimica.uol.com.br/quimica-geral/eletropositividade.htm 21 Para compreender melhor esse tema acesse: https://manualdaquimica.uol.com.br/quimica-geral/teoria-octeto.htm

Page 54: QUÍMICA GERAL - ava.unifaveni.com.br

53

Fonte: manualdaquimica.uol.com.br

3. Família: quanto maior for o número atômico e o número de níveis, maior

será a eletropositividade. Nas famílias da Tabela Periódica, os elementos localizados

abaixo uns dos outros apresentam maior número atômico e maior número de níveis

em seus átomos, o que favorece uma menor força de atração do núcleo em relação

aos elétrons da periferia. Assim, nas famílias da tabela periódica, a eletropositividade

cresce de cima para baixo.

Fonte:manualdaquimica.uol.com.br

Com esses conhecimentos, ao avaliar o exemplo do NaCl, temos a certeza de

que nessa molécula quem perde elétrons na ligação química é o sódio, pois este

apresenta maior eletropositividade que o cloro.

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54

Fonte: manualdaquimica.uol.com.br

3.5 Eletroafinidade ou afinidade eletrônica22

A afinidade eletrônica ou eletroafinidade, que é uma das propriedades

periódicas existentes, avalia a quantidade de energia liberada quando um átomo em

seu estado fundamental (neutro) recebe um elétron. A equação a seguir representa a

afinidade eletrônica:

X(g) + e → X-(g) + energia

A afinidade eletrônica é uma propriedade extremamente difícil de ser medida.

Muitos elementos não apresentam o valor dela definido experimentalmente e, em

alguns casos, essa propriedade é teórica ou foi calculada em função do número

atômico. Em outros casos, ela é simplesmente ignorada, como no caso dos gases

nobres, que apresentam orbitais completos (ns2 np6) na camada de valência e são

muito estáveis.

22Extraído e adaptado do site: https://manualdaquimica.uol.com.br/quimica-geral/afinidade-eletronica.htm

Page 56: QUÍMICA GERAL - ava.unifaveni.com.br

55

Existem casos em que o valor da afinidade eletrônica é negativo, o que significa

que, ao receber um segundo elétron, o átomo absorve energia, e não a libera (isso

ocorre principalmente quando o átomo tornou-se um ânion após receber um primeiro

elétron). Veja as equações a seguir que representam esse fato:

O(g) + e- → O-(g) + energia

O-(g) + e- → O-2(g)

Observação: Existe força de repulsão entre o ânion formado na primeira adição

e o segundo elétron que está sendo adicionado. Isso faz com que uma energia seja

gasta para que esse novo elétron entre no ânion.

Ao estudar a Tabela Periódica, é possível comparar a afinidade eletrônica de

vários elementos químicos. Para isso, vamos levar em consideração três aspectos:

Raio atômico: quanto menor for o tamanho de um átomo, maior será a sua

afinidade eletrônica. Isso ocorre porque a força de atração do núcleo em relação aos

elétrons da periferia é maior.

↓R. A – ↑A.E

↑R.A – ↓A.E

1. Período: em um mesmo período, quanto maior for o número atômico, maior será

a afinidade eletrônica. Isso ocorre porque quanto mais prótons existirem no

núcleo, maior será a força de atração nuclear em relação aos elétrons da periferia.

Por isso, no período, a afinidade eletrônica cresce da esquerda para a direita.

Fonte:manualdaquimica.uol.com.br

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56

2. Família: em uma mesma família, quanto menor for o número atômico e o

número de níveis, maior será a afinidade eletrônica. Na família, os elementos

localizados acima um do outro apresentam menor número atômico e menor número

de níveis em seus átomos, o que favorece uma maior força de atração do núcleo em

relação aos elétrons da periferia. Assim, em uma família da Tabela Periódica, a

afinidade eletrônica cresce de baixo para cima.

3.

Fonte: manualdaquimica.uol.com.br

Após todas essas informações passadas, é fácil chegar à conclusão de que o

elemento químico com a menor afinidade eletrônica é o Frâncio, enquanto o elemento

de maior afinidade eletrônica é o flúor. Todavia, como toda regra tem exceções, a

análise do comportamento dessa propriedade periódica diretamente na tabela é

apenas uma previsão, já que o elemento de maior afinidade eletrônica é o Cloro.

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57

Abaixo temos um esquema geral da afinidade eletrônica na Tabela Periódica:

Fonte:manualdaquimica.uol.com.br

4 LIGAÇÕES QUÍMICAS23

Os átomos dificilmente ficam sozinhos na natureza. Eles tendem a se unir uns

aos outros, formando assim tudo o que existe hoje.

Alguns átomos são estáveis, ou seja, pouco reativos. Já outros não podem ficar

isolados, precisam se ligar a outros elementos. As forças que mantêm os átomos

unidos são fundamentalmente de natureza elétrica e são chamadas de ligações

químicas.

Toda ligação envolve o movimento de elétrons nas camadas mais externas dos

átomos, mas nunca atinge o núcleo.

Estabilidade dos gases nobres

De todos os elementos químicos conhecidos, apenas 6, os gases nobres ou

raros, são encontrados na natureza na forma de átomos isolados. Os demais se

encontram sempre ligados uns aos outros, de diversas maneiras, nas mais diversas

combinações.

23 "Ligações químicas" em SóQ. Virtuous Tecnologia da Informação, 2008-2018. Consultado em 19/11/2018 às 14:45. Disponível na Internet em http://www.soq.com.br/conteudos/ef/ligacoesquimicas/

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58

Os gases nobres são encontrados na natureza na forma de átomos isolados

porque eles têm a última camada da eletrosfera completa, ou seja, com 8 elétrons.

Mesmo o hélio, com 2 elétrons, está completo porque o nível K só permite, no máximo,

2 elétrons.

Regra do Octeto – Os elementos químicos devem sempre conter 8 elétrons na

última camada eletrônica ou camada de valência. Na camada K pode haver no

máximo 2 elétrons. Desta forma os átomos ficam estáveis, com a configuração

idêntica à dos gases nobres.

Observe a distribuição eletrônica dos gases nobres na tabela a seguir:

Fonte: soq.com.br

A estabilidade dos gases nobres deve-se ao fato de que possuem a última

camada completa, ou seja, com o número máximo de elétrons que essa camada pode

conter, enquanto última. Os átomos dos demais elementos químicos, para ficarem

estáveis, devem adquirir, através das ligações químicas, eletrosferas iguais às dos

gases nobres.

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59

4.1 Ligações Iônicas24

A ligação iônica é resultado da alteração entre íons de cargas elétricas

contrárias (ânions e cátions). Esta ligação acontece, geralmente, entre os metais e

não metais.

Metais – 1 a 3 elétrons na última camada; tendência a perder elétrons e formar

cátions. Elementos mais eletropositivos ou menos eletronegativos.

Não metais – 5 a 7 elétrons na última camada; tendência a ganhar elétrons e

formar ânions. Elementos mais eletronegativos ou menos eletropositivos. Então:

METAL + NÃO METAL → LIGAÇÃO IÔNICA

Exemplo: Na e Cl

Na (Z = 11) K = 2 L = 8 M = 1

Cl (Z = 17) K = 2 L = 8 M = 7

O Na quer doar 1 é → Na + (cátion)

O Cl quer receber 1 é → Cl – (ânion)

O cloro quer receber 7é na última camada. Para ficar com 8é (igual aos gases

nobres), precisa de 1é.

As ligações iônicas formam compostos iônicos que são constituídos de

cátions e ânions. Tais compostos iônicos formam-se de acordo com a capacidade de

cada átomo de ganhar ou perder elétrons. Essa capacidade é a valência.

Observe a tabela com a valência dos elementos químicos (alguns alcalinos,

alcalinos terrosos, calcogênios e halogênios):

24 "Ligação iônica" em SóQ. Virtuous Tecnologia da Informação, 2008-2018. Consultado em 19/11/2018 às 15:23. Disponível na Internet em http://www.soq.com.br/conteudos/ef/ligacoesquimicas/p1.php

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60

Fonte: soq.com.br

Valência de outros elementos químicos:

Fonte: soq.com.br

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61

Exemplo: Mg e Cl

Pode-se utilizar a “regra da tesoura”, onde o cátion passará a ser o número de

cloros (não metal) na fórmula final e o ânion será o número de magnésio (metal).

Outro exemplo: Al e O

Neste caso, também foi utilizada a “regra da tesoura”. A fórmula final será

chamada de íon fórmula.

Fórmula Eletrônica / Teoria de Lewis

A fórmula eletrônica representa os elétrons nas camadas de valência dos

átomos.

Ex. NaCl

A fórmula eletrônica é também chamada de fórmula de Lewis, por ter sido

proposta por esse cientista.

4.1.1 Características dos compostos químicos formados por ligação iônica25

• De uma forma geral, os compostos iônicos, isto é, substâncias formadas

mediante ligação iônica, apresentam as seguintes características:

• São sólidos à temperatura ambiente;

• Seus átomos organizam-se de uma maneira a produzir um retículo

cristalino (um cristal).

• São solúveis em água;

25Extraído do site: https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/quimica/ligacao-ionica.htm

Page 63: QUÍMICA GERAL - ava.unifaveni.com.br

62

• São capazes de realizar o fenômeno da dissociação (liberação de íons)

quando sofrem fusão, ou seja, quando passam do estado sólido para o

estado líquido, ou quando estão dissolvidos em água;

• Apresentam elevados pontos de fusão e de ebulição;

• Possuem brilho;

• Conduzem corrente quando dissolvidos em água ou após sofrerem o

processo de fusão.

Obs.: Nos compostos iônicos, os átomos aglomeram-se de forma a ocupar os

vértices de estruturas cristalinas. No cloreto de sódio, por exemplo, um ânion cloreto

(esfera roxa) interage ao mesmo tempo com seis cátions sódio (esferas verdes):

Fonte: mundoeducacao.bol.uol.com.br

Page 64: QUÍMICA GERAL - ava.unifaveni.com.br

63

4.2 Ligações Covalentes26

A ligação covalente geralmente é feita entre os não metais e não metais,

hidrogênio e não metais e hidrogênio com hidrogênio. Esta ligação é caracterizada

pelo compartilhamento de elétrons.

O hidrogênio possui um elétron na sua camada de valência. Para ficar idêntico

ao gás nobre hélio, com 2 elétrons na última camada, ele precisa de mais um elétron.

Então, 2 átomos de hidrogênio compartilham seus elétrons, ficando estáveis:

Ex. H (Z = 1) K = 1

H – H → H2

O traço representa o par de elétrons compartilhados.

Nessa situação, tudo se passa como se cada átomo tivesse 2 elétrons em sua

eletrosfera. Os elétrons pertencem ao mesmo tempo aos dois átomos, ou seja, os dois

átomos compartilham os 2 elétrons. A menor porção de uma substância resultante de

ligação covalente é chamada de molécula.

Então, o H2 é uma molécula ou um composto molecular. Um composto é

considerado composto molecular ou molécula quando possui apenas ligações

covalentes. Observe a ligação covalente entre dois átomos de cloro:

Fonte: soq.com.br

26 "Ligação covalente" em SóQ. Virtuous Tecnologia da Informação, 2008-2018. Consultado em 19/11/2018 às 15:32. Disponível na Internet em http://www.soq.com.br/conteudos/ef/ligacoesquimicas/p2.php

Page 65: QUÍMICA GERAL - ava.unifaveni.com.br

64

Conforme o número de elétrons que os átomos compartilham, eles podem ser

mono, bi, tri ou tetravalentes.

A ligação covalente pode ocorrer também entre átomos de diferentes

elementos, por exemplo, a água.

Fonte: soq.com.br

A água, no exemplo, faz três ligações covalentes, formando a molécula H2O. O

oxigênio tem 6é na última camada e precisa de 2é para ficar estável. O hidrogênio tem

1 é e precisa de mais 1é para se estabilizar. Sobram ainda dois pares de elétrons

sobre o átomo de oxigênio.

A ligação covalente pode ser representada de várias formas. As fórmulas em

que aparecem indicados pelos sinais. ou x são chamadas de fórmula de Lewis ou

fórmula eletrônica.

Quando os pares de elétrons são representados por traços (-) chamamos de

fórmula estrutural plana, mostrando o número de ligações e quais os átomos estão

ligados. A fórmula molecular é a mais simplificada, mostrando apenas quais e quantos

átomos têm na molécula. Veja o modelo:

H . . H (fórmula de Lewis ou eletrônica)

H – H (fórmula estrutural plana)

H2 (fórmula molecular)

Page 66: QUÍMICA GERAL - ava.unifaveni.com.br

65

Observe a tabela de alguns elementos com sua valência (covalência) e a sua

representação.

Fonte: soq.com.br

4.2.1 Ligações Covalentes Simples27

Neste tipo de ligação covalente, os átomos “dividem” um elétron de cada

elemento buscando a estabilidade de ambos, de acordo com a regra do octeto. Na

formação do gás cloro (Cl2), há o compartilhamento de um elétron de cada átomo de

Cloro:

27https://www.infoescola.com/quimica/ligacao-covalente/

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66

Fonte: infoescola.com

4.2.2 Ligação Covalente dupla

Neste tipo de ligação covalente, os átomos “dividem” dois elétrons de cada

elemento buscando a estabilidade de ambos, de acordo com a regra do octeto. No

caso da água (H2O), há o compartilhamento de um elétron de cada átomo

de hidrogênio com os elétrons de apenas um átomo de oxigênio:

Fonte: infoescola.com

4.2.3 Ligação Covalente Tripla

Neste tipo de ligação covalente, os átomos “dividem” três elétrons de cada

elemento buscando a estabilidade de ambos, de acordo com a regra do octeto. No

caso do gás nitrogênio (N2), quando há a formação da molécula do gás, há o

compartilhamento de três elétrons de cada átomo de nitrogênio entre si:

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67

Fonte: infoescola.com

4.2.4 Ligação Covalente Coordenada ou Dativa

Neste tipo de ligação covalente, os átomos “dividem” os elétrons da camada de

valência e, quando há pares de elétrons disponíveis, é feito a “doação” destes elétrons

com outro átomo, é o que ocorre com o dióxido de enxofre (SO2), quando há a

formação da molécula do gás, há o compartilhamento de dois elétrons de oxigênio

com um átomo de enxofre e há a doação de um par de elétrons do oxigênio para outro

átomo de enxofre:

Fonte: www.infoescola.com

Page 69: QUÍMICA GERAL - ava.unifaveni.com.br

68

4.3 Ligações Metálicas

Ligação metálica é a ligação entre metais e metais. Formam as chamadas ligas

metálicas, que são cada vez mais importantes para o nosso dia a dia.

No estado sólido, os metais se agrupam de forma geometricamente ordenados,

formando as células, ou grades ou retículo cristalino. Uma amostra de metal é

constituída por um grande número de células unitárias formadas por cátions desse

metal.

Na ligação entre átomos de um elemento metálico, ocorre liberação parcial dos

elétrons mais externos, com a consequente formação de cátions, que formam as

células unitárias. Esses cátions têm suas cargas estabilizadas pelos elétrons que

foram liberados e que ficam envolvendo a estrutura como uma nuvem eletrônica. São

dotados de um certo movimento e, por isso, chamados de elétrons livres.

Essa movimentação dos elétrons livres explica por que os metais são bons

condutores elétricos e térmicos. A consideração de que a corrente elétrica é um fluxo

de elétrons levou à criação da Teoria da Nuvem Eletrônica ou Teoria do “Mar” de

elétrons.

Pode-se dizer que o metal seria um aglomerado de átomos neutros e cátions,

mergulhados numa nuvem ou "mar" de elétrons livres. Esta nuvem de elétrons

funcionaria como a ligação metálica, que mantém os átomos unidos.

Fonte: soq.com.br

Page 70: QUÍMICA GERAL - ava.unifaveni.com.br

69

São estas ligações e suas estruturas que os metais apresentam uma série de

propriedades bem características, como por exemplo o brilho metálico, a

condutividade elétrica, o alto ponto de fusão e ebulição, a maleabilidade, a ductilidade,

a alta densidade e a resistência à tração.

As ligas metálicas são a união de dois ou mais metais. Às vezes com não-

metais e metais. As ligas têm mais aplicação do que os metais puros. Algumas ligas:

- Bronze (cobre + estanho) – usado em estátuas, sinos.

Fonte: soq.com.br

- Aço comum (ferro + 0,1 a 0,8% de carbono) – com maior resistência à

tração, é usado em construção, pontes, fogões, geladeiras.

Fonte: soq.com.br

- Aço inoxidável (ferro + 0,1 de carbono + 18% de cromo + 8% de níquel),

não enferruja (diferente do ferro e do aço comum), é usado em vagões de metrô,

fogões, pias e talheres.

Page 71: QUÍMICA GERAL - ava.unifaveni.com.br

70

Fonte: soq.com.br

-Latão (cobre + zinco) – usado em armas e torneiras.

Fonte: soq.com.br

Ouro / em joias (75% de ouro ou prata + 25% de cobre) - usado para fabricação

de joias. Utiliza-se 25% de cobre para o ouro 18K. E o ouro 24K é considerado ouro

puro.

Fonte: soq.com.br

As substâncias metálicas são representadas graficamente pelo símbolo do elemento: Exemplo: Fe, Cu Na, Ag, Au, Ca, Hg, Mg, Cs, Li.

Page 72: QUÍMICA GERAL - ava.unifaveni.com.br

71

5 GEOMETRIA MOLECULAR28

Geometria molecular é o formato adotado por uma molécula constituída

por ligação covalente no plano espacial. Essa forma baseia-se na maneira como os

átomos que compõem a molécula, que deve apresentar mais de dois átomos, estão

dispostos em torno do átomo central.

A disposição dos átomos em uma molécula está baseada na teoria da repulsão

de pares eletrônicos (TREPV), que afirma que os elétrons presentes nas nuvens

eletrônicas ao redor de um átomo central repelem-se (afastam-se), alterando o

posicionamento dos átomos, determinando, assim, a geometria molecular.

Obs.: Nuvem eletrônica é o par de elétrons formado por uma ligação entre dois

átomos ou entre elétrons da camada de valência do átomo central que não estejam

participando de uma ligação química.

Geometria linear, angular, trigonal plana, tetraédrica, bipiramidal, octaédrica

são exemplos de geometrias moleculares. Para facilitar a determinação da geometria

das moléculas de uma substância, o químico inglês Ronald James Gillespie criou, em

1954, algumas regras baseadas na TREPV, que serão descritas abaixo.

5.1 Geometria Linear

Modelo-padrão de representação de geometria linear

Essa geometria molecular ocorre quando há uma molécula diatômica (dois

átomos) ou triatômica (três átomos) na qual o átomo central está ligado diretamente a

outros dois átomos. No caso da molécula triatômica, não há nuvem eletrônica não

ligante.

28DIAS, Diogo Lopes. "Geometria molecular"; Brasil Escola. Disponível em <https://brasilescola.uol.com.br/quimica/geometria-molecular.htm>. Acesso em 20 de novembro de 2018.

Page 73: QUÍMICA GERAL - ava.unifaveni.com.br

72

Exemplo 1: Iodo (I2)

Fórmula estrutural do I2

Exemplo 2: Dissulfeto de carbono (CS2)

Fórmula estrutural do CS2

Na molécula do CS2, há três átomos: um átomo de carbono ligado a dois

átomos de enxofre. Nessa estrutura, todos os quatro elétrons da camada de valência

do carbono estão participando das ligações químicas.

5.2 Geometria Angular

A geometria angular é um dos vários tipos de geometria molecular, que é a

forma como os átomos de uma molécula estão organizados no espaço. Ela apresenta

como principal propriedade o fato de o átomo central orientar a forma como os outros

átomos da molécula deve ser organizado no espaço.

Trata-se de um tipo de geometria que apresenta características bem

particulares, a saber:

Ocorre apenas em moléculas triatômicas, ou seja, aquelas que apresentam

apenas três átomos (iguais ou diferentes) em sua composição;

O átomo central da molécula deve apresentar seis elétrons de valência;

No átomo central deve existir pelo menos um par de elétrons que não

participam de ligações químicas;

O padrão da fórmula estrutural das moléculas que possuem essa geometria é

o seguinte:

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73

Ângulos possíveis na geometria angular

De acordo com a teoria da repulsão de pares eletrônicos, quando em uma

molécula existem dois ou mais pares de elétrons em volta de um átomo central,

automaticamente essas nuvens eletrônicas repelem-se entre si. Essa repulsão entre

os pares eletrônicos promove a organização dos átomos em volta do átomo central.

Como um par eletrônico repele o outro, entre eles surgem um distanciamento

e, consequentemente, um ângulo. De forma geral, os valores dos ângulos

determinados para a geometria molecular angular são 120o e 109o 28', de acordo com

os seguintes critérios:

• Ângulo de 120o: quando o átomo central da molécula apresenta um par

de elétrons não ligantes;

• Ângulo de 109o 28': quando o átomo central da molécula apresenta dois

pares de elétrons não ligantes.

Obs.: Vale ressaltar que os valores dos ângulos propostos acima são

padronizados para facilitar o aprendizado, mas cada molécula apresenta uma

particularidade e, consequentemente, um valor de ângulo entre suas nuvens

eletrônicas.

Exemplos

Moléculas de água (H2O)

A água é uma substância cujas moléculas apresentam duas ligações simples

entre o átomo de oxigênio e cada um dos átomos de hidrogênio, como podemos

observar na fórmula estrutural a seguir:

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74

Como cada ligação simples representa o compartilhamento de dois elétrons,

podemos construir a fórmula eletrônica da molécula de água da seguinte forma:

A água é uma substância cujas moléculas possuem geometria angular porque

ela apresenta as seguintes características:

Molécula triatômica (três átomos);

O átomo central apresenta elétrons não ligantes (dois pares), já que dois dos

seus seis elétrons de valência participam das ligações com os hidrogênios;

Possui um ângulo geral de 109o 28' entre as nuvens eletrônicas do átomo

central.

Moléculas do dióxido de enxofre (SO2)

O dióxido de enxofre é uma substância cujas moléculas apresentam uma

ligação dupla e uma ligação covalente dativa entre o átomo de enxofre e cada um dos

átomos de oxigênio, como podemos observar na fórmula estrutural a seguir:

Page 76: QUÍMICA GERAL - ava.unifaveni.com.br

75

Como a ligação dupla representa o compartilhamento de quatro elétrons e

a ligação dativa representa o compartilhamento de dois elétrons, a fórmula eletrônica

da molécula do dióxido de enxofre é a seguinte:

O dióxido de enxofre apresenta geometria angular porque possui as seguintes

características:

Molécula triatômica (três átomos);

O átomo central apresenta elétrons não ligantes (um par apenas), já que quatro

dos seus seis elétrons de valência participam das ligações com os oxigênios;

Possui um ângulo geral de 120o entre as nuvens eletrônicas do átomo central.

Moléculas de ozônio (O3)

O ozônio é uma substância cujas moléculas apresentam uma ligação dupla e

uma ligação covalente dativa entre o átomo de enxofre e cada um dos átomos de

oxigênio, como podemos observar a seguir:

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76

Como a ligação dupla representa o compartilhamento de quatro elétrons e a

ligação dativa representa o compartilhamento de dois elétrons, a fórmula eletrônica

da molécula do ozônio é a seguinte:

O ozônio apresenta geometria angular porque possui as seguintes

características:

• Molécula triatômica (três átomos);

• O átomo central apresenta elétrons não ligantes (um par apenas), já que

quatro dos seus seis elétrons de valência participam das ligações com

os oxigênios;

• Possui um ângulo geral de 120o entre as nuvens eletrônicas do átomo

central.

5.3 Geometria Trigonal Plana

Modelo-padrão de representação de geometria trigonal plana

Essa geometria molecular ocorre quando se tem uma molécula tetratômica

(quatro átomos) na qual o átomo central liga-se diretamente a três outros átomos.

Nessa estrutura, não há nuvem eletrônica não ligante.

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77

Exemplo: Tri-hidreto de boro (BH3)

Fórmula estrutural do BH3

A molécula do BH3 é formada por quatro átomos: um átomo de boro ligado a

três átomos de hidrogênio. Nessa molécula, todos os três elétrons da camada de

valência do boro estão participando das ligações químicas.

5.4 Geometria Piramidal

Modelo-padrão de representação de geometria piramidal

Essa geometria molecular ocorre quando há uma molécula tetratômica (quatro

átomos) cujo átomo central liga-se diretamente a três outros átomos. Essa estrutura

apresenta, obrigatoriamente, uma nuvem eletrônica não ligante.

Exemplo: Hidreto de fósforo (PH3)

Fórmula estrutural do PH3

Page 79: QUÍMICA GERAL - ava.unifaveni.com.br

78

Na molécula do PH3, há quatro átomos: um átomo de fósforo ligado a três

átomos de hidrogênio. Nessa formação, apenas três dos cinco elétrons da camada de

valência do fósforo estão participando das ligações químicas. Logo, há uma nuvem

não ligante.

5.5 Geometria Tetraédrica

Modelo-padrão de representação de geometria tetraédrica

Essa geometria molecular ocorre quando há uma molécula pentatômica (cinco

átomos) cujo átomo central, que não apresenta nuvem eletrônica não ligante, liga-se

diretamente a quatro outros átomos.

Exemplo: Tetra-hidreto de silício (SiH4)

Fórmula estrutural do SiH

4 Na molécula do SiH4, há cinco átomos: um átomo de silício ligado a quatro

átomos de hidrogênio. Todos os quatro elétrons da camada de valência do silício estão

participando das ligações químicas.

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79

5.6 Geometria Bipiramidal

Modelo-padrão da representação de uma geometria bipiramidal

Essa geometria molecular ocorre quando há uma molécula hexatômica (seis

átomos) cujo átomo central liga-se diretamente a cinco outros átomos. Nesse caso,

não há nuvem eletrônica não ligante.

Exemplo: Penta-hidreto de fósforo (PH5)

Fórmula estrutural do PH5

Na molécula do PH5, há seis átomos: um átomo de fósforo ligado a cinco

átomos de hidrogênio. Todos os cinco elétrons da camada de valência do fósforo

estão participando das ligações químicas.

5.7 Geometria octaédrica

Modelo-padrão de representação de geometria octaédrica

Page 81: QUÍMICA GERAL - ava.unifaveni.com.br

80

Essa geometria molecular ocorre quando há uma molécula heptatômica (sete

átomos) na qual o átomo central liga-se diretamente a seis outros átomos. Nesse caso,

não há nuvem eletrônica não ligante.

Exemplo: Hexafluoreto de enxofre (SF6)

Fórmula estrutural do SF6

Na molécula do SF6, há sete átomos: um átomo de enxofre ligado a seis átomos

de flúor. Todos os seis elétrons da camada de valência do enxofre estão participando

das ligações químicas.

5.8 Interações Intermoleculares29

A intensidade das forças intermoleculares em diferentes substâncias varia em

uma grande faixa, mas elas são muito mais fracas que ligações iônicas covalentes. É

necessário menos energia para vaporizar um líquido ou fundir um sólido do que para

quebrar ligações covalentes em moléculas.

29 Extraído e adaptado do site: http://docente.ifsc.edu.br/michael.nunes/MaterialDidatico/Analises%20Quimicas/Quimica%20Geral/For%C3%A7as%20intermoleculares.pdf

Page 82: QUÍMICA GERAL - ava.unifaveni.com.br

81

Fonte: docente.ifsc.edu.br

Propriedades dos líquidos:

• Ponto de Ebulição - Ponto de Fusão

• Refletem a intensidade das forças intermoleculares.

• Quanto mais forte as forças de atração, maior é a temperatura na qual

o líquido entra em ebulição.

• O ponto de fusão aumenta à medida que as forças intermoleculares

ficam mais fortes.

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82

Fonte:docente.ifsc.edu.br

Forças eletrostáticas por natureza, envolvendo atrações entre espécies

positivas e negativas (15% menos fortes que as ligações covalentes e iônicas).

5.8.1 Forças íon-dipolo

• Uma FORÇA ÍON-DIPOLO existe entre um íon e a carga parcial em

certo lado de uma molécula polar.

• Moléculas polares: são dipolos.

Fonte: docente.ifsc.edu.br

Page 84: QUÍMICA GERAL - ava.unifaveni.com.br

83

5.8.2 Forças dipolo-dipolo

• Moléculas polares neutras se atraem quando o lado positivo de uma

molécula está próximo do lado negativo da outra.

• Forças dipolo-dipolo são efetivas tão somente quando moléculas polares

estão próximas.

• Em líquidos as moléculas polares estão livres para movimentar-se em

relação às outras.

• Estarão algumas vezes em uma orientação que é atrativa e em outras

em orientação que é repulsiva.

• O efeito como um todo é uma atração líquida.

• Massas moleculares, momentos de dipolo e pontos de ebulição de várias

substâncias orgânicas comuns:

Fonte:docente.ifsc.edu.br

• Para moléculas de massas e tamanhos aproximadamente iguais, a força

das atrações intermoleculares aumenta com o aumento da polaridade.

Page 85: QUÍMICA GERAL - ava.unifaveni.com.br

84

5.8.3 Ligação de Hidrogênio

• O ponto de ebulição aumenta com o aumento da massa molecular

(aumento das forças de dispersão)

• Exceção: H2O

Fonte: docente.ifsc.edu.br

• Pontos de ebulição normalmente altos.

• Características que os distingue de outras substâncias de massa

molecular e polaridade análogas.

Page 86: QUÍMICA GERAL - ava.unifaveni.com.br

85

Água

• Alto ponto de ebulição.

• Alto calor específico.

• Alto calor de vaporização.

• Forças intermoleculares fortes de maneira incomum.

É um tipo especial de atração intermolecular entre o átomo de hidrogênio em

uma ligação polar (particularmente uma ligação H-F, H-O ou H-N) e um par de elétrons

não compartilhado em um íon ou átomo pequeno e eletronegativo que esteja próximo

(geralmente um átomo de F, O ou N em outra molécula).

Fonte: docente.ifsc.edu.br

Exemplos de ligação de hidrogênio. As linhas sólidas representam ligações

covalentes, as linhas vermelhas pontilhadas representam ligações de hidrogênio.

Fonte:docente.ifsc.edu.br

Page 87: QUÍMICA GERAL - ava.unifaveni.com.br

86

• Energias das ligações de hidrogênio: 4 kJ/mol a 25 kJ/mol ou mais.

• São muito mais fracas que as ligações químicas ordinárias.

• No entanto, as ligações de hidrogênio são geralmente mais fortes que

as forças dipolo-dipolo e de dispersão.

5.8.4 Comparando as forças

Fonte: docente.ifsc.edu.br

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87

6 REAÇÕES QUÍMICAS30

É processo de mudanças químicas, onde ocorre a conversão de uma

substância, ou mais, em outras substâncias.

Fonte: docente.ifsc.edu.br

6.1 Lei da Conservação de Massas

A massa total de uma reação química é constante. Os átomos não são

criados nem destruídos em uma reação química, simplesmente eles mudam de

parceiro. Como os átomos não são criados nem destruídos em uma reação química,

multiplicam-se as fórmulas por fatores para mostrar o mesmo número de átomo de

cada elemento em cada lado da reação. Esta operação matemática é conhecida

como BALANCEAMENTO.

Fonte: iqm.unicamp.br

30 Extraído e adaptado do site: https://iqm.unicamp.br/sites/default/files/reacoes%20quimicas.pdf

Page 89: QUÍMICA GERAL - ava.unifaveni.com.br

88

Em uma equação química pode-se representar os estados físicos de cada

reagente e produto.

Fonte: iqm.unicamp.br

Para indicar que a reação requer calor (Temperatura) utiliza-se a letra grega Δ.

Fonte: iqm.unicamp.br

Para indicar que a reação precisa de um catalisador utiliza-se a fórmula do

catalisador sobre a flecha da reação.

Fonte: iqm.unicamp.br

6.2 Reações de Síntese ou Adição

Quando 2 ou mais substâncias originam 1 único produto.

Fonte: iqm.unicamp.br

Page 90: QUÍMICA GERAL - ava.unifaveni.com.br

89

Exemplo: o magnésio reage com o oxigênio do ar, produzindo óxido de

magnésio.

Fonte: iqm.unicamp.br

6.3 Reações de decomposição

Como o próprio nome diz, este tipo de reação é o inverso da anterior

(composição), ou seja, ocorrem quando a partir de um único composto são obtidos

outros compostos. Estas reações também são conhecidas como reações de análise.

Veja a ilustração e em alguns exemplos:

Fonte: iqm.unicamp.br

Page 91: QUÍMICA GERAL - ava.unifaveni.com.br

90

Fonte: iqm.unicamp.br

6.4 Reações de Simples Troca

Estas reações ocorrem quando uma substância simples reage com uma

substância composta para formar outra substância simples e outra composta.

Fonte: iqm.unicamp.br

Page 92: QUÍMICA GERAL - ava.unifaveni.com.br

91

6.5 Reações de Dupla-Troca

Estas reações ocorrem quando duas substâncias compostas resolvem fazer

uma troca e formam-se duas novas substâncias compostas. Veja os exemplos:

Fonte: iqm.unicamp.br

6.6 Reações de óxido-redução

Uma reação de Oxirredução é a combinação de uma reação de oxidação e uma

reação de redução. Reações como a combustão, a corrosão, a fotossíntese, o

metabolismo do alimento e a extração dos metais dos minérios são reações de

oxirredução;

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Nesta reação o átomo de magnésio (Mg) também sofreu oxidação, porém, em

presença do gás cloro (Cl2 ). Os dois elétrons do Mg foram transferidos para cada

átomo de Cl. Desta forma, o Mg sofreu oxidação e o Cl redução.

O átomo de zinco metálico (Zn) perdeu dois elétrons, sofreu oxidação (Zn2+),

provocou a redução do íon cobre (Cu2+) para cobre metálico (Cu), portanto é o

AGENTE REDUTOR. O íon cobre (Cu2+) recebeu dois elétrons do átomo de zinco

metálico (Zn), sofreu redução (Cu), provocou a oxidação do zinco metálico (Zn) para

íon zinco (Zn2+ ), portanto é o AGENTE OXIDANTE.

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Fonte: iqm.unicamp.br

7 ESTEQUIMOTERIA31

O cálculo estequiométrico pode ser feito conforme as seguintes etapas:

1. Escrever a equação química

Escreva a equação química conforme apresentado no problema ou exercício

proposto.

2. Balanceamento da equação química

O balanceamento das equações químicas informa a quantidade de átomos

envolvidos na reação.

Ele é importante pois garante que exista o mesmo número de átomos dos

elementos em cada lado da equação, ou seja, entre reagentes e produtos.

Nesse momento, você deve acertar os coeficientes estequiométricos, eles são

os números multiplicadores recebidos pelas espécies químicas em uma equação

balanceada e indicam os números de mols.

31 Extraído e adaptado: https://www.todamateria.com.br/calculos-estequiometricos/

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3. Estabelecer a regra de três

Como se trata de relações de grandezas, é preciso estabelecer uma regra de

três simples entre os dados e a pergunta do problema.

Exemplos:

1. Qual o número de mols de moléculas de O2 necessário para reagir com 5

mols de átomos de ferro?

1° Passo - Escrever a equação química:

2° Passo - Balancear a equação:

3° Passo - Realizar Regra de três:

2. Considerando a síntese de amônia, qual a massa de NH3 que pode ser

produzida a partir de 0,4 mol de N2?

1° Passo - Escrever a equação química:

2° Passo - Balancear a equação:

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Consultando a massa dos elementos na tabela periódica e fazendo a relação

com o número de mols, temos:

Observe que a soma da massa dos reagente é igual à do produto, isso obedece

a Lei de Proust, um dos princípios da estequiometria.

3° Passo - Realizar Regra de três:

Com base nas informações dadas no problema, temos a seguinte regra de três:

7.1 Fatores Estequiométricos32

Utiliza-se o símbolo para indicar as relações estequiométricas entre reagentes

e produtos. Podemos definir que na reação do hidrogênio com o oxigênio, as

quantidades relativas dos reagentes e produtos estão relacionadas da seguinte

maneira:

A partir desta relação podemos obter os fatores estequiométricos.

32 http://www.cesadufs.com.br/ORBI/public/uploadCatalago/13292207052012Fundamento_de_Quimica_Aula_09.pdf

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É importante identificar que a equação também mostra a seguinte relação:

Logo, os fatores estequiométricos são:

Os fatores estequiométricos ou fatores unitários, como exemplificados acima,

são utilizados para calcular a quantidade de reagentes e produtos consumidos e

produzidos respectivamente em reações químicas. Seguindo este raciocínio, observe

o exemplo abaixo:

Exemplo 1:

Calcule a quantidade de oxigênio necessária para consumir completamente

2,45 g de Fe. Qual será a quantidade em massa e mols de Fe2 O3 produzido?

Etapa 1: Inicialmente, escreva a equação balanceada da reação química. Esta

é sempre a primeira etapa de resolução em relação a cálculos estequiométricos.

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Etapa 2: Calcular o número de mols a partir da massa de Fe.

Etapa 3: Utilizar o fator estequiométrico para calcular a quantidade de oxigênio

necessária. A quantidade de oxigênio está relacionada com a quantia disponível de

ferro de acordo com a equação balanceada.

É importante identificar que, para a execução desse cálculo, a quantidade de

Fe foi multiplicada pelo fator estequiométrico. De acordo com os cálculos, são

necessários 0,033 mol de O2 para reagir com a quantidade de ferro disponível.

Etapa 4: A partir do número de mols de O2 calcular a massa de O2.

Etapa 5: Utilizar o fator estequiométrico para converter a quantidade de Fe

9disponível na quantidade de Fe2 O3 produzida.

Etapa 6: Utilizar o número de mols de Fe2 O3 produzido para calcular sua

massa.

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Dicas: Partindo do princípio de que a matéria é conservada durante a reação,

a massa de Fe2 O3 produzida pode ser calculada somando as massas de Fe e O2

utilizadas.

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8 BIBLIOGRAFIA BÁSICA

MCMURY, John. Química orgânica. 6ed; v.01. Cengage Learning, São Paulo,2008. RUSSELL, John Blair. Química geral: v.1. 2. ed. São Paulo: Makron Books, c1994. 2v., il., 24 cm.

TREICHEL JR, Paul. Química geral e reações químicas. V.1; 5.ed São Paulo: Thomson, 2005. 2v.(1018p.), il. col., 28 cm

BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR

KOTZ, John C; TREICHEL, Paul M.; TOWNSEND, John R.; TREICHEL, David A. Química geral e reações químicas. v. 2, 9. ed. Cengage Learning, 2015. ROCHA, Júlio Cesar. Introdução à química ambiental. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2009. 256p., il. (algumas col.), 25 cm. Inclui bibliografia e índice. ISBN 9788577804696 (broch.). ROZENBERG, Izrael Mordka. Química Geral. 1. ed. Editora Bluncher, 2002. SALOMONS, T.W. Graham; FRYLE, Craig B. Química orgânica, 10. ed. LTC Editora, 2012. TRINDADE, Diamantino Fernandes. Química básica experimental. 6. ed. Editora Ícone, 2016.