7
ADVERTÊNCIA Este texto não substitui o publicado no Diário Oficial da União Ministério da Saúde Agência Nacional de Vigilância Sanitária RESOLUÇÃO Nº 2, DE 25 DE JANEIRO DE 2010 Dispõe sobre o gerenciamento de tecnologias em saúde em estabelecimentos de saúde. A Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, no uso da atribuição que lhe confere o inciso IV do art. 11 do Regulamento da ANVISA aprovado pelo Decreto nº 3.029, de 16 de abril de 1999, e tendo em vista o disposto no inciso II e nos §§ 1º e 3º do art. 54 do Regimento Interno aprovado nos termos do Anexo I da Portaria nº 354 da ANVISA, de 11 de agosto de 2006, republicada no DOU de 21 de agosto de 2006, em reunião realizada em 11 de janeiro de 2010, adota a seguinte Resolução da Diretoria Colegiada e eu, Diretor- Presidente, determino a sua publicação: Art. 1º Fica aprovado o regulamento técnico que estabelece os requisitos mínimos para o Gerenciamento de Tecnologias em Saúde em estabelecimentos de saúde. CAPÍTULO I DAS DISPOSIÇÕES INICIAIS Seção I Objetivo Art. 2º Este regulamento possui o objetivo de estabelecer os critérios mínimos, a serem seguidos pelos estabelecimentos de saúde, para o gerenciamento de tecnologias em saúde utilizadas na prestação de serviços de saúde, de modo a garantir a sua rastreabilidade, qualidade, eficácia, efetividade e segurança e, no que couber, desempenho, desde a entrada no estabelecimento de saúde até seu destino final, incluindo o planejamento dos recursos físicos, materiais e humanos, bem como, da capacitação dos profissionais envolvidos no processo destes. Seção II Abrangência Art. 3º Este Regulamento se aplica às seguintes tecnologias em saúde, utilizadas na prestação de serviços de saúde:

RDC 2

Embed Size (px)

Citation preview

ADVERTNCIAEste texto no substitui o publicado no Dirio Oficial da Unio

Ministrio da SadeAgncia Nacional de Vigilncia SanitriaRESOLUO N 2, DE 25 DE JANEIRO DE 2010Dispe sobre o gerenciamento de tecnologias em sade em estabelecimentos de sade.A Diretoria Colegiada da Agncia Nacional de Vigilncia Sanitria, no uso da atribuio que lhe confere o inciso IV do art. 11 do Regulamento da ANVISA aprovado pelo Decreto n 3.029, de 16 de abril de 1999, e tendo em vista o disposto no inciso II e nos 1e 3 do art. 54 do Regimento Interno aprovado nos termos do Anexo I da Portaria n 354 da ANVISA, de 11 de agosto de 2006, republicada no DOU de 21 de agosto de 2006, em reunio realizada em 11 de janeiro de 2010, adota a seguinte Resoluo da Diretoria Colegiada e eu, Diretor-Presidente, determino a sua publicao:Art. 1 Fica aprovado o regulamento tcnico que estabelece os requisitos mnimos para o Gerenciamento de Tecnologias em Sade em estabelecimentos de sade.CAPTULO IDAS DISPOSIES INICIAISSeo IObjetivoArt. 2 Este regulamento possui o objetivo de estabelecer os critrios mnimos, a serem seguidos pelos estabelecimentos de sade, para o gerenciamento de tecnologias em sade utilizadas na prestao de servios de sade, de modo a garantir a sua rastreabilidade, qualidade, eficcia, efetividade e segurana e, no que couber, desempenho, desde a entrada no estabelecimento de sade at seu destino final, incluindo o planejamento dos recursos fsicos, materiais e humanos, bem como, da capacitao dos profissionais envolvidos no processo destes.Seo IIAbrangnciaArt. 3 Este Regulamento se aplica s seguintes tecnologias em sade, utilizadas na prestao de servios de sade:I - produtos para sade, incluindo equipamentos de sade;II - produtos de higiene e cosmticos;III - medicamentos; eIV - saneantes.1 Excluem-se das disposies deste regulamento os equipamentos de sade definidos como equipamentos gerais.2 A aplicabilidade deste regulamento se restringe aos estabelecimentos de sade em mbito hospitalar, ambulatorial e domiciliar e aqueles que prestam servios de apoio ao diagnstico e terapia, intra ou extra-hospitalar. 3 Excluem-se das disposies deste regulamento as farmcias no privativas de unidade hospitalar ou equivalente de assistncia mdica e drogarias, por possurem regulamentao especfica.Seo IIIDefiniesArt. 4 Para efeito deste regulamento tcnico so adotadas as seguintes definies:I - cosmtico: produto de uso externo, destinado proteo ou ao embelezamento das diferentes partes do corpo;II - educao continuada em estabelecimento de sade: processo de permanente aquisio de informaes pelo trabalhador, de todo e qualquer conhecimento obtido formalmente, no mbito institucional ou fora dele;III - equipamento de proteo individual: dispositivo ou produto de uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado proteo de riscos suscetveis de ameaar a segurana e a sade no trabalho;IV - equipamento de sade: conjunto de aparelhos e mquinas, suas partes e acessrios utilizados por um estabelecimento de sade onde so desenvolvidas aes de diagnose, terapia e monitoramento. So considerados equipamentos de sade os equipamentos de apoio, os de infra-estrutura, os gerais e os mdico-assistenciais;V - equipamento de apoio: equipamento ou sistema inclusive acessrio e perifrico que compe uma unidade funcional, com caractersticas de apoio rea assistencial. So considerados equipamentos de apoio: cabine de segurana biolgica, destilador, deionizador, liquidificador, batedeira, banho-maria, balanas, refrigerado rautoclave, dentre outros;VI - equipamento de infra-estrutura: equipamento ou sistema inclusive acessrio e perifrico que compe as instalaes eltrica, eletrnica, hidrulica, fluido-mecnica ou de climatizao, de circulao vertical destinadas a dar suporte ao funcionamento adequado das unidades assistenciais e aos setores de apoio;VII - equipamentos gerais: conjunto de mveis e utenslios com caractersticas de uso geral, e no especfico, da rea hospitalar. So considerados equipamentos gerais: mobilirio, mquinas de escritrio, sistema de processamento de dados, sistema de telefonia, sistema de preveno contra incndio, dentre outros;VIII - equipamento mdico-assistencial: equipamento ou sistema, inclusive seus acessrios e partes, de uso ou aplicao mdica, odontolgica ou laboratorial, utilizado direta ou indiretamente para diagnstico, terapia e monitorao na assistncia sade da populao, e que no utiliza meio farmacolgico, imunolgico ou metablico para realizar sua principal funo em seres humanos, podendo, entretanto ser auxiliado em suas funes por tais meios;IX - estabelecimento de sade: denominao dada a qualquer local destinado a realizao de aes e servios de sade, coletiva ou individual, qualquer que seja o seu porte ou nvel de complexidade;X - evento adverso: agravo sade ocasionado a um paciente ou usurio em decorrncia do uso de um produto submetido ao regime de vigilncia sanitria, tendo a sua utilizao sido realizada nas condies e parmetros prescritos pelo fabricante;XI - gerenciamento de tecnologias em sade: conjunto de procedimentos de gesto, planejados e implementados a partir de bases cientficas e tcnicas, normativas e legais, com o objetivo de garantir a rastreabilidade, qualidade, eficcia, efetividade, segurana e em alguns casos o desempenho das tecnologias de sade utilizadas na prestao de servios de sade. Abrange cada etapa do gerenciamento, desde o planejamento e entrada no estabelecimento de sade at seu descarte, visando proteo dos trabalhadores, a preservao da sade pblica e do meio ambiente e a segurana do paciente;XII - gerenciamento de risco: aplicao sistemtica de polticas de gesto, procedimentos e prticas na anlise, avaliao, controle e monitoramento de risco;XIII - medicamento: produto farmacutico, tecnicamente obtido ou elaborado, com finalidade profiltica, curativa, paliativa ou para fins de diagnstico;XIV - plano de gerenciamento: documento que aponta e descreve os critrios estabelecidos pelo estabelecimento de sade para a execuo das etapas do gerenciamento das diferentes tecnologias em sade submetidas ao controle e fiscalizao sanitria abrangidas nesta Resoluo, desde o planejamento e entrada no estabelecimento de sade, at sua utilizao no servio de sade e descarte;XV - produto mdico: produto para a sade, de uso ou aplicao mdica, odontolgica ou laboratorial, destinado preveno, diagnstico, tratamento, reabilitao ou anticoncepo e que no utiliza meio farmacolgico, imunolgico ou metablico para realizar sua principal funo em seres humanos, podendo, entretanto, ser auxiliado em suas funes por tais meios;XVI - produto para diagnstico de uso in vitro: produtos que so utilizados unicamente para prover informao sobre amostras obtidas do organismo humano e contribuem para realizar uma determinao qualitativa, quantitativa ou semi-quantitativa de uma amostra proveniente do corpo humano desde que no estejam destinados a cumprir alguma funo anatmica, fsica ou teraputica, eno sejam ingeridos, injetados ou inoculados em seres humanos;XVII - produto para sade: aquele enquadrado como produto mdico ou produto para diagnstico de uso in vitro;XVIII - produto de higiene: produto para uso externo, antisptico ou no, destinado ao asseio ou desinfeco corporal, compreendendo os sabonetes, xampus, dentifrcios, enxaguatrios bucais, antiperspirantes, desodorantes, produtos para barbear e aps o barbear, estpticos e outros;XIX - rastreabilidade: capacidade de traar o histrico, a aplicao ou a localizao de um item por meio de informaes previamente registradas;XX - saneante: substncia ou preparao destinada higienizao, desinfeco ou desinfestao domiciliar, em ambientes hospitalares ou no, coletivos, pblicos e privados, em lugares de uso comum e no tratamento da gua; eXXI - tecnologias em sade: conjunto de equipamentos, de medicamentos, de insumos e de procedimentos utilizados na prestao de servios de sade, bem como das tcnicas de infra-estrutura desses servios e de sua organizao.CAPTULO IIDO GERENCIAMENTO DE TECNOLOGIAS EM SADEArt. 5 O estabelecimento de sade deve definir e padronizar critrios para cada etapa do gerenciamento de tecnologias em sade abrangidas por este regulamento tcnico e utilizadas na prestao de servios de sade.Pargrafo nico. O estabelecimento de sade deve possuir, para execuo das atividades de gerenciamento de tecnologias em sade, normas e rotinas tcnicas de procedimentos padronizadas, atualizadas, registradas e acessveis aos profissionais envolvidos, para cada etapa do gerenciamento.Art. 6 Os estabelecimentos de sade devem elaborar e implantar Plano de Gerenciamento para as seguintes tecnologias em sade abrangidas por este regulamento tcnico:I - produtos para sade, incluindo equipamentos de sade;II - produtos de higiene e cosmticos;III - medicamentos; eIV - saneantes. 1 A elaborao do Plano de Gerenciamento, bem como, as etapas e critrios mnimos para o gerenciamento de cada tecnologia em sade abrangida por este regulamento deve ser compatvel com as tecnologias em sade utilizadas no estabelecimento para prestao de servios de sade, obedecer a critrios tcnicos, legislao sanitria vigente e seguir as orientaes dispostas no Guia de Gerenciamento de Tecnologias em Sade publicado pela Anvisa. 2 Para o estabelecimento de sade composto por mais de um servio, com alvars de licenciamento Sanitrios individualizados, o Plano de Gerenciamento pode ser nico e contemplar todos os servios existentes, sob a responsabilidade tcnica do estabelecimento. 3 O Plano de Gerenciamento pode ser nico abrangendo todas as tecnologias utilizadas pelo servio de sade ou individualizado para cada tecnologia e deve estar disponvel para consulta sob solicitao da autoridade sanitria competente.Art.7 A execuo das atividades de cada etapa do gerenciamento pode ser terceirizada, quando no houver impedimento legal, devendo a terceirizao obrigatoriamente ser feita mediante contrato formal.Pargrafo nico. A terceirizao de qualquer das atividades de gerenciamento no isenta o estabelecimento de sade contratante da responsabilizao perante a autoridade sanitria.Art.8 O estabelecimento de sade deve designar profissional com nvel de escolaridade superior, com registro ativo junto ao seu conselho de classe, quando couber, para exercer a funo de responsvel pela elaborao e implantao do Plano de Gerenciamento de cada Tecnologia utilizada na prestao de servios de sade. 1 permitida a designao de profissionais distintos para coordenar a execuo das atividades de cada etapa do gerenciamento das diferentes tecnologias de sade. 2 O profissional definido no caput deste artigo deve monitorar a execuo do Plano de Gerenciamento e promover a avaliao anual da sua efetividade.Art. 9 O estabelecimento de sade deve registrar de forma sistemtica a execuo das atividades de cada etapa do gerenciamento de tecnologias em sade.Art. 10. O estabelecimento de sade deve manter disponveis, a todos os profissionais envolvidos, os resultados da avaliao anual das atividades de gerenciamento constantes neste regulamento.Art. 11. O estabelecimento de sade deve possuir estrutura organizacional documentada, com as atividades de gerenciamento definidas em seu organograma.Art. 12. O estabelecimento de sade deve elaborar, implantar e implementar um programa de educao continuada para os profissionais envolvidos nas atividades de gerenciamento, com registro de sua realizao e participao.Art. 13. O estabelecimento de sade deve garantir que todas as atribuies e responsabilidades profissionais estejam formalmente designadas, descritas, divulgadas e compreendidas pelos envolvidos nas atividades de gerenciamento.Art. 14. O estabelecimento de sade deve fornecer e assegurar que todo profissional faa uso de equipamento de proteo individual e coletiva, compatveis com as atividades por ele desenvolvidas.Art. 15. O estabelecimento de sade deve garantir que nasreas destinadas ao recebimento, armazenagem, preparo e distribuio de medicamentos e insumos farmacuticos, produtos para sade, inclusive equipamentos de sade, produtos de higiene, cosmticos e saneantes, no seja permitida a guarda e consumo de alimentos e bebidas, bem como demais objetos alheios ao setor.Art. 16. O estabelecimento de sade deve dispor de mecanismos que permitam a rastreabilidade das tecnologias definidas no art.3, conforme Guia de Gerenciamento de Tecnologias em Sade a que se refere o 1 do art. 6 deste regulamento.Art.17. A documentao referente ao gerenciamento das tecnologias em sade deve ser arquivada, em conformidade com o estabelecido em legislao especfica vigente ou na ausncia desta por um prazo mnimo de 5 (cinco) anos, para efeitos de aes de vigilncia sanitria.Art. 18. A infra-estrutura fsica para a realizao das atividades de gerenciamento de tecnologias em sade deve ser compatvel com as atividades desenvolvidas, conforme os requisitos contidos neste Regulamento Tcnico e na RDC n. 50, de 21 de fevereiro de 2002, da Anvisa.Art. 19. O estabelecimento de sade deve possuir uma sistemtica de monitorizao e gerenciamento de risco das tecnologias em sade, visando a reduo e minimizao da ocorrncia dos eventos adversos.Art. 20. O estabelecimento de sade deve notificar ao Sistema Nacional de Vigilncia Sanitria os eventos adversos e queixas tcnicas envolvendo as tecnologias em sade, conforme disposto em normas e guias especficos.CAPTULO IIIDAS DISPOSIES FINAIS E TRANSITRIASArt. 21. Os estabelecimentos de sade abrangidos por esta Resoluo tero prazo de 18 (dezoito) meses contados a partir da data de sua publicao para promover as adequaes necessrias ao regulamento tcnico.Art. 22. A Anvisa ter prazo de 180 (cento e oitenta) dias para elaborao do Guia de Gerenciamento de Tecnologias em Sade citado no art. 6 deste regulamento.Art. 23. O descumprimento das disposies contidas nesta Resoluo e no regulamento por ela aprovado constitui infrao sanitria, nos termos da Lei Federal Lei n. 6.437, de 20 de agosto de 1977, sem prejuzo das responsabilidades civil, administrativas e penal cabveis.Art. 24. Revogam-se as disposies em contrrio.Art. 25. Esta Resoluo entra em vigor na data de sua publicao.DIRCEU RAPOSO DE MELLOSade Legis - Sistema de Legislao da Sade