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Rede Internacional de Universidades Laureate - Programa de Apoio ao Estudante Osmar Pastore São Paulo Rede Internacional de Universidades Laureate 2015

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Osmar Pastore

São PauloRede Internacional de Universidades Laureate

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PAES - Programa deApoio ao Estudante

Osmar Pastore

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SumárioCapítulo 4: Sou universitário: e agora? --------------------------------------------------------5Introdução ------------------------------------------------------------------------------------------51 Primeiro, conheçamos você --------------------------------------------------------------------62 Diferenças entre o Ensino Médio e o Ensino Superior --------------------------------------73 Autogestão e responsabilidade ----------------------------------------------------------------94 Expectativas e levantamento do mercado -------------------------------------------------- 115 Aproveitando mais o que lhe é oferecido -------------------------------------------------- 146 O Ensino Superior no Brasil ----------------------------------------------------------------- 14Síntese -------------------------------------------------------------------------------------------- 15Referências Bibliográficas ---------------------------------------------------------------------- 16

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Capítulo 4 Sou universitário: e agora?

IntroduçãoO Ensino Superior é um marco para a vida das pessoas, e isso não é diferente em nosso país. Você já deve ter visto dezenas de filmes que tratam da vida acadêmica, das novas relações de amizade, das dificuldades nas provas e, finalmente, das festas de formatura com o tradicional lançar do capelo.

Figura 1 - A festa de formatura. Fonte: FORMATURA, 2012.

Chegar a esse momento não é fácil, e passar no exame de seleção ou classificação para cursar o Ensino Superior é apenas o primeiro passo: muito tem de ser feito depois disso. E grande parte do trabalho exige a revisão de modelos mentais.

Neste Capítulo, vamos lhe oferecer uma orientação sobre:

• o perfil geral dos estudantes;

• as diferenças entre o ambiente de ensino antes da universidade (ou faculdade) e o Ensino Superior;

• a necessidade de desenvolvimento de novas competências para o sucesso no Ensino Superior;

• o desenvolvimento, o ajuste e a realização das expectativas próprias durante o Ensino Superior e, principalmente, depois dele.

Mas vamos começar pelo comentário do questionário de abertura.

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Sou universitário: e agora?

1 Primeiro, conheçamos vocêNo instrumento de avaliação de abertura deste Capítulo, propomos um exercício de autoconhecimento, pois sempre que respondemos a algo sobre nós, existe a possibilidade de uma reflexão sobre a nossa realidade e as nossas expectativas em relação ao futuro. Mas este questionário vai nos permitir conhecer você.

Não se trata apenas de um levantamento de hábitos: é mais que isso. Representa parte de seus modelos mentais e a primeira dica sobre como eles estão bem sintonizados com as oportunidades oferecidas pelo Ensino Superior.

É sempre bom refletir sobre o significado implícito da palavra “universidade”. Se recorrermos ao dicionário, teremos as seguintes definições para “faculdade” e “universidade”:

Faculdade: instituição de ensino superior (isolada ou integrante de uma universidade).

Universidade: instituição de ensino e pesquisa constituída por um conjunto de faculdades e escolas destinadas a promover a formação profissional e científica de pessoal de nível superior, e a realizar pesquisa teórica e prática nas principais áreas do saber humanístico, tecnológico e artístico e a divulgação de seus resultados à comunidade científica mais ampla. (HOUAISS, 2001).

Embora os dois termos digam respeito ao Ensino Superior, “universidade” é usado de forma mais geral – com certa liberalidade terminológica, o que se constata pela forma mais simples como designamos os estudantes do Ensino Superior: universitários, e não algo como “faculdadinos” ou “faculdatários”.

A palavra “universidade” deriva de universo, que é definido como “o conjunto de todas as coisas que existem ou que se crê existirem no tempo e no espaço” (HOUAISS, 2001). Fica implícito que se espera encontrar na universidade uma grande diversidade de pessoas tanto no corpo docente (professores) quanto no corpo discente (estudantes). E, aqui, temos uma primeira diferença entre o ambiente de ensino nos níveis Fundamental e Médio e o Ensino Superior: é mais comum encontrar estudantes com um mesmo perfil nos primeiros anos do que no último. Uma escola de Ensino Fundamental ou Médio atrai com mais frequência pessoas do mesmo bairro, com um mesmo poder aquisitivo, com uma mesma orientação religiosa (quando se tem uma instituição que tenha como mantenedora uma instituição religiosa ou uma estrutura supervisionada por uma igreja).

Mas, na universidade, tudo se transforma. Estudantes vêm de cidades e, até mesmo de Estados diferentes, para cursar o Ensino Superior. Com raríssimas exceções, as classes socioeconômicas se misturam e tudo se transforma em seu universo: agora, seus colegas não têm tantos pontos de contato entre suas trajetórias de vida. Isso, que pode ser um choque inicial, é uma excelente preparação para a vida profissional.

Voltando ao questionário, nosso instrumento de avaliação neste Capítulo ajudará também e, de forma mais intensa, a própria instituição de ensino a conhecer você, bem como suas motivações e expectativas iniciais. Através desse levantamento, a instituição e seus professores poderão desenvolver abordagens pedagógicas mais focadas e uma estratégia mais condizente com a realidade de sua turma, em que pese o quanto vocês possam ser diferentes entre si.

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2 Diferenças entre o Ensino Médio e o Ensino SuperiorA Universidade de Birmingham (BIRMINGHAM, 2015) costuma fazer e publicar uma transcrição da visão de seus estudantes ingressantes sobre a vida universitária.

Diferenças culturais e institucionais à parte, os relatos dos estudantes da Birmingham, tomados durante o primeiro semestre, evidenciam muito do que se tem a dizer sobre o Ensino Superior.

Vamos a um resumo:

a) O ensino independente é uma necessidade real: o estudante precisa complementar seu estudo fora da sala de aula, onde apenas uma pequena parte do que vai aprender é exposta;

b) Espera-se que o pensamento crítico seja desenvolvido: é a capacidade de verificar diferentes fontes de informação, com visões diversas sobre um tema e escolher sua própria visão, que pode ser totalmente coincidente com um determinado autor ou uma derivação das visões estudadas, sem nenhuma delas coincidir totalmente;

c) A diversidade é um fato, e o trabalho em equipe um recurso a ser explorado: com um número cada vez maior de estudantes no ambiente presencial e, principalmente, no EAD, onde turmas se contam aos milhares, há de se desenvolver a competência de trabalhar em equipe, em que o aprendizado próprio é mutuamente reforçado;

d) A automotivação, a disciplina e a independência são cruciais: ou se tem tais competências, ou o curso lhe trará resultados muito abaixo do que poderia ser alcançado. Assim, são necessárias a automotivação de estudar sozinho, a disciplina de se manter fiel aos objetivos de aprendizagem e a independência de estímulos por parte dos professores.

O que os estudantes relatam

Eis alguns comentários de seus colegas da Universidade de Birmingham (BIRMINGHAM, 2015).

1. Sobre a universidade, a diferença principal é o que você precisa para ser automotivado. Não há ninguém para alertá-lo, dizer o que fazer; você realmente tem de se virar;

2. Outra diferença entre escola e universidade é a aprendizagem independente, que é um grande choque para nosso sistema de estudo, depois de ter passado por primário e escola secundária;

3. É assustadora a primeira vez que você vai para um anfiteatro e, de repente, está cercado por 250 outras pessoas e já não está em uma classe de 25, onde todos conhecem o professor e também se conhecem entre si e você sabe o que está acontecendo. É você, outros 250 e um professor na frente com uma apresentação de PowerPoint. Pode ser realmente muito difícil de começar, mas logo você encontra o ritmo de trabalho, o tipo de anotações que precisa tomar e começa a conhecer as pessoas um pouco melhor;

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Sou universitário: e agora?

4. É muito diferente estudar em uma universidade e em uma escola. Quando você está na escola, praticamente lhe dizem o que aprender e lhe dão todas as respostas para os exames;

5. Eu encontrei aqui (na universidade) como fazer uma grande quantidade de trabalho independente, como usar a biblioteca, como usar os recursos da internet e outras coisas;

6. Na universidade, há muito mais aprendizagem independente: você tem que ser muito automotivado e desenvolver habilidades como pensamento crítico. Tem de ser capaz de ir à biblioteca e trabalhar por conta própria;

7. Aprendizagem independente é aprender por si só, motivar-se a fazer seu próprio trabalho, estudando no seu próprio ritmo: algo impossível de fazer apenas limitando-se a assistir a aulas, ler livros direcionados, analisar questões de exames antigos etc.;

8. Você tem que ter dedicação para ir à biblioteca e se virar;

9. Você se acostuma a ir à biblioteca, ler sobre a aula que acabou de assistir e se preparar para um seminário, em que terá que falar sobre o assunto com paixão;

10. Você não tem professores correndo atrás de você todos os dias para cobrar seu trabalho. Professores vão lhe passar conhecimentos, os quais, de alguma forma, você tem que aprender. Você não é ensinado, e sim lhe passam conhecimentos acadêmicos que você tem que absorver;

11. É muito mais sobre decidir o que estudar dentro do tema, fazer sua própria pesquisa e formular suas próprias opiniões sobre as coisas. Ninguém vai lhe dar “comida na boca”;

12. Os professores lhe darão a direção certa e mostrarão até onde deve ir, mas cabe a você ir e fazer a pesquisa;

13. Basicamente só você terá uma visão superficial do que é necessário, portanto lhe cabe criar sua perspectiva pessoal, se questionar se está chegando aonde quer e estudar por conta própria;

14. Você tem ajuda, mas tem de ir buscá-la. A aprendizagem proativa independente é você não entender alguma coisa, tentar entendê-la sozinho e, então, se você ainda não entendeu, pedir ajuda dos professores. Eles nem sempre estão correndo atrás de você, e esta é a principal diferença em relação ao Ensino Médio;

15. É muito interessante porque você aprende as coisas que não foram ditas em sala, e descobre que alguns dos aprendizados mais instigantes vai realizar sozinho, estudando;

16. É bastante satisfatório passar tempo na biblioteca, junto a um monte de informações, e, finalmente, poder aprender e apresentar algo por escrito ou em uma exposição oral. Você se sente um especialista no assunto.

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CCOMPETÊNCIA

HHABILIDADE

AATITUDE

Saber Saber fazer Querer fazer

Treinamentoteórico

Treinamentoprático

Desejo pessoalde praticar

Figura 2 – Competência. Fonte: Adaptado de CAMPOS, 2012.

3 Autogestão e responsabilidadeEssas competências – autogestão e responsabilidade – sempre são cobradas de você. Quando pedem que arrume seu quarto, administre sua mesada ou estude regularmente, está sendo cobrado o desenvolvimento dessas competências. Mas isso se torna essencial no Ensino Superior.

A falta de hábitos de leitura e estudo leva a um aprendizado superficial, mesmo que produza bons boletins. E não propicia o desenvolvimento da atenção e da concentração de duas outras competências básicas para o bom aproveitamento das aulas e do estudo que você faz.

Quando se fala em competências, recupera-se o conceito de Perrenoud (1999, p. 30): “Competência é a faculdade de mobilizar um conjunto de recursos cognitivos (saberes, capacidades, informações etc.) para solucionar com pertinência e eficácia uma série de situações”.

As competências estão ligadas a um modelo que as divide em três partes: Conhecimento, Habilidade e Atitude (ou CHA, como é comumente chamada). E esses três componentes se ligam, respectivamente, à questão do saber, do saber fazer e do querer fazer. Em geral, sabemos da importância de se desenvolver autogestão e responsabilidade; nós também as praticamos vez por outra, mas não as empregamos com a devida frequência quando se trata do estudo.

Esse modelo simples concentra suas maiores dificuldades no nível da atitude: pode haver falta de objetivos práticos que motivem você a fazer algo; pode haver modelos mentais que lhe façam crer que não é preciso fazer algo; e pode haver fatores que perturbem sua forma de agir:

• ansiedade ligada às preocupações diárias;

• ideias que flutuam em sua mente, distraindo-o de suas metas;

• a passividade em relação às aulas e ao seu papel no aprendizado próprio;

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Sou universitário: e agora?

• as condições do ambiente de estudo;

• problemas de saúde etc.

Sobre todos esses fatores, você deve agir decisivamente a fim de garantir o bom aproveitamento de seus estudos e o aprendizado efetivo, que acaba por desenvolver competências para a vida profissional, que abordaremos a seguir.

Philippe Perrenoud é um sociólogo, dedicado ao estudo das práticas educacionais e criador de ideias que se tornaram referência para professores tanto na atividade de ensino quanto na atividade de avaliação.

VOCÊ O CONHECE?

Para desenvolver uma atitude positiva em relação aos estudos, você precisa criar os seguintes hábitos:

• Ter seu espaço destinado ao estudo e à realização das atividades relativas à escola; • Considerar a iluminação, o nível de ruído e a movimentação existente nesse espaço (por essa razão, menciona-se tanto as bibliotecas);

• Saber preparar todas as fontes de estudo e tê-las à mão antes de começar o estudo;

• Eliminar toda fonte de distração (celulares, jogos, acesso às redes sociais, que devem estar suficientemente afastados de você na hora do estudo); e

• Avisar a todos que precisa de um tempo sem interrupções.

Outras atitudes devem, é claro, ser mantidas: ir às aulas (o que é diferente de ir à universidade!); prestar atenção em sala de aula; tomar notas; tirar dúvidas com seus professores e com colegas de estudo etc.

O estudo em grupo também ajuda, é claro. Mas alguns cuidados devem ser tomados:

• Muita gente no grupo cria dispersão;

• Definir claramente o que vai ser estudado antes ajuda a manter o foco;

• Preservar o encontro de atividades dispersivas: jogos, comentários sobre o time de futebol e “azaração”;

• Não fazer interrupções excessivas;

• Usar técnicas de memorização, para que o grupo possa ajudar mais criativamente;

• Resumir os pontos estudados e as dúvidas não resolvidas ao final do encontro.

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Figura 3 - Modelo de estudo em grupo. Fonte: Autor.

Pré-leitura Leitura Diagramação Memorização Avaliaçãofinal

Por fim, uma dica: um bom processo de leitura, mesmo quando se estuda em grupo, consiste em seguir as etapas:

• Pré-leitura: rápida, para o levantamento do assunto e de sua complexidade aparente;

• Leitura: em profundidade, marcando as partes essenciais do texto e as dúvidas;

• Diagramação das ideias: usando recursos como mapas mentais e mapas conceituais para resumir o que está sendo estudado;

• Memorização: retenção do conteúdo com métodos associativos, fixação da imagem dos mapas etc.;

• Avaliação final: fazer seções circulares de perguntas, dentro do grupo, acerca do tema, para checar o entendimento do que foi estudado.

4 Expectativas e levantamento do mercadoA parte final do questionário de abertura lhe faz uma provocação: “Você sabe para onde quer ir?”. Na prática, é o que se pergunta com as últimas cinco questões:

• Como é a exigência da sua capacitação profissional na atualidade?

• Você conhece o perfil médio de formação dos profissionais que atuam na área de trabalho em que pretende atuar após o curso?

• Você conhece a remuneração média da área de trabalho em que pretende atuar após o curso, considerando especificamente a região onde mora e o seu entorno?

• Já fez o cálculo da remuneração que precisa ter, em média, nos próximos 5 anos para se sustentar sem depender de terceiros?

• Se respondeu sim às duas perguntas anteriores, a sua estimativa de remuneração necessária é compatível com o que conhece sobre a remuneração média da área de trabalho em que pretende atuar após o curso?

Todas essas perguntas visam chamar a atenção para o próximo passo depois do Ensino Superior: a atividade profissional!

A primeira pergunta lhe faz um aviso implícito: é preciso ter consciência do ambiente profissional onde se está atuando ou se pretende atuar. É comum, mas não deveria ser, não se praticar a troca de feedbacks nesses ambientes. Dessa forma, muitos profissionais se dedicam às suas tarefas sem

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Sou universitário: e agora?

Tabela 1 - Orçamento próprio anual projetado

saber exatamente o que se espera deles, tampouco os critérios usados para a avaliação de seu desempenho. Não seja um deles!

Se já está trabalhando, pergunte a seus superiores o que deve fazer para melhorar seu desempenho, o que também inclui especializações necessárias, que podem indicar a necessidade de cursos complementares ou uma maior atenção sobre determinadas disciplinas de seu curso regular.

A próxima pergunta diz respeito ao perfil dos profissionais da área em que deseja atuar ou está atuando. Focar na linha de chegada, em um longo percurso, é bom, mas há de se avaliar o caminho. Em determinadas áreas ou em determinadas empresas, existem exigências específicas para o crescimento profissional: conhecimento de línguas, estágios no exterior, certificações diversas (em gestão de projetos, gestão da qualidade ou gestão ambiental, por exemplo). Se você não sabe quais são essas exigências, deve se apropriar rapidamente desse conhecimento para garantir um crescimento consistente e mais rápido na sua carreira.

Em seguida vem a questão da remuneração, tratada nas três últimas perguntas. Muitas profissões têm mudado seu nível de importância no mercado, sendo substituídas por outras ou incorporadas por outros tipos de profissionais. Isso é particularmente verdade quando se trabalha na área tecnológica, quando o impacto das evoluções técnicas rapidamente torna os profissionais defasados dentro do mercado de trabalho. E isso implica salários e até redução de postos de trabalho.

Estar atualizado em relação a isso é muito importante. Você deve ter sonhos de constituir um grupo familiar próprio, se já não o tem. Quanto custa isso? A tabela a seguir inclui itens normalmente usados para criar um orçamento próprio projetado para um situação que você pode idealizar. Use-a como base para desenvolver seu próprio orçamento de médio e longo prazos.

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Fonte: Autor.

NÃO DEIXE DE VER...

Fazendo História é um filme que conta a trajetória de uma pequena turma preparatória para a entrada na universidade, no Ensino Médio da Inglaterra. É um retrato realista das relações entre professores e estudantes. A cena final tem os próprios estudantes contando, ainda dentro da escola, o que será de suas vidas depois que terminarem os estudos. É um filme de ficção, mas muito realista.

É claro que os dados lançados são fictícios, mas a maioria dos seus gastos estará inclusa na tabela. Lance seus próprios valores estimados, com base em sua visão do que pretende realizar após a conclusão do curso. E veja qual deve ser seu objetivo de remuneração.

Por outro lado, quanto remunera a profissão que você deseja abraçar? Notícias de jornal a respeito do salário de grandes profissionais são enganosas, pois nos levam a crer que esta é a média praticada. Para se inteirar desse tipo de informação, consultas a órgãos de classe e a fontes de dados estatísticos (IBGE, IPED etc.) podem ajudar. Saiba o que acontece no mundo em que você deseja entrar.

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Sou universitário: e agora?

5 Aproveitando mais o que lhe é oferecidoTodas as instituições de ensino procuram oferecer serviços e atividades de suporte ao seu corpo de estudantes. A instituição em que você irá estudar a partir de agora certamente tem muitas oportunidades e serviços de apoio que lhe serão úteis. Procure conhecê-los.

Nas atividades de integração de novos estudantes, os principais setores da instituição lhe serão apresentados. Mas não se limite a isso!

Faça visitas à biblioteca e explore o acervo. Também verifique a disponibilidade de salas de estudo e como podem ser reservadas. Isso lhe será útil muitas vezes para o estudo individual ou em grupo e para a realização de atividades que exijam trabalho em equipe.

Descubra quais convênios a instituição tem com empresas e outras entidades que possam lhe oferecer oportunidades de estágio. Também verifique se estão disponíveis programas de iniciação científica ou de monitoria. Nas disciplinas que mais lhe atraem a atenção, pode ser uma forma de aprofundar conhecimentos e, em alguns casos, oferecer oportunidades de bolsas de estudo.

E podem existir intercâmbios com outras instituições de ensino, no Brasil e no exterior. Verifique se eles estão disponíveis e quais as regras para participar deles.

Por fim, explore os meios de comunicação que a instituição usa para divulgar notícias importantes, oportunidades e regras gerais de conduta e encaminhamento de solicitações: isso pode ser feito através de murais, jornais internos, e-mails, programações internas de TV. Oriente-se!

6 O Ensino Superior no BrasilOs últimos anos têm sido marcados por profundos estudos e intensas discussões sobre as orientações a serem dadas pelas políticas públicas voltadas para o ensino e a ação reguladora do MEC sobre instituições de ensino público e privado. Nesse cenário, o significado das escolas superiores no sistema educacional do Brasil tem sido revisto, frente ao desempenho da educação de base. Embora avanços tenham ocorrido, a verdade é que ainda temos pouco acesso ao ensino de qualidade, em função do número de instituições de ensino e da preparação de profissionais para ocuparem os cargos nelas existentes.

Para entender o cenário educacional do país, uma boa referência é o Ranking Universitário Folha (http://ruf.folha.uol.com.br/), em que você encontra classificações diversas sobre as instituições

Como foi seu Ensino Médio? Identifique as disciplinas em que teve maiores dificuldades. Se elas são base para o seu curso, procure os professores e a equipe de apoio pedagógico ao estudante e verifique quais são os programas de nivelamento que são oferecidos para elas. Além disso, use regularmente o material disponível na internet, em que uma série de aulas de boa qualidade tratam de assuntos pontuais que possam ajudar a resolver suas dúvidas. Isso também faz parte da atitude correta a se adotar para o desenvolvimento de competências.

NÓS QUEREMOS SABER!

de Ensino Superior do país. Outra fonte de informações é o Guia do Estudante (http://guiadoestudante.abril.com.br/).

Já em relação aos demais países do mundo, segundo a OECD - Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, em um ranking de 36 países, o Brasil se mantém na penúltima colocação, quando se considera o PISA – Programa Internacional de Avaliação de Estudantes, equivalente ao nosso ENEM. Isso indica a necessidade de um esforço redobrado para que se possa aproveitar bem o Ensino Superior, considerando-se a pouca preparação, que, na média, os estudantes têm nos Ensinos Fundamental e Médio.

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Neste Capítulo pudemos destacar:

• os aspectos mais importantes que diferenciam o Ensino Superior das outras fases de ensino que o precedem;

• a questão da mudança necessária de hábitos e posturas que o estudante deve adotar ao entrar em uma instituição de Ensino Superior com vistas a obter uma boa preparação para a vida profissional ou para a continuidade de sua vida acadêmica;

• dicas sobre a forma de estudar, destacando o estudo em grupo como uma maneira colaborativa e de mútuo apoio para superar dificuldades nos estudos;

• a necessidade de começar a visualizar o que o mercado de trabalho nos oferece e quais serão nossas necessidades futuras para a realização de projetos de vida;

• indicações de fontes nas quais você pode recuperar informações sobre o Ensino Superior no Brasil e também sobre o ensino de base.

SínteseSíntese

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Sou universitário: e agora?

BIRMINGHAM, U. O. Differences between school and university transcript. University of Birmingham, 2015. Disponível em: <http://www.birmingham.ac.uk/accessibility/transcripts/school-uni-differences.aspx>. Acesso em: 2 ago. 2015.

CAMPOS, G. C. Habilidades em Liderança. Slideshare, 2012. Disponível em: <http://pt.slideshare.net/giselecristinacampos/habilidades-em-liderana>. Acesso em: 1o ago. 2015.

FORMATURA. Dicas de como organizar seu evento. Eventos em Campinas, 2012. Disponível em: <http://www.eventoscampinas.com/formatura-dicas-de-como-organizar-o-seu-evento/>. Acesso em: 1o ago. 2015.

HOUAISS. Dicionário Eletrônico Houaiss da Língua Portuguesa. São Paulo: Objetiva, 2001.

PERRENOUD, P. Construir as competências desde a escola. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 1999.

ReferênciasBibliográficas