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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ COORDENAÇÃO DE ENGENHARIA CIVIL – CAMPUS CAMPO MOURÃO ENGENHARIA CIVIL WAGNER ALEXANDRO CIBOTTO RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR OBRIGATÓRIO Relatório de Estágio Curricular Obrigatório apresentado como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel em Engenharia Civil, pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Campus Campo Mourão. Orientador: Prof. Msc. Paula Cristina de Souza Autorizo o encaminhamento para avaliação, Assinatura do prof. Orientador CAMPO MOURÃO 2013

Relatorio final de estagio

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Relatorio final de estagio de tecnico em segurança do trabalho

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Page 1: Relatorio final de estagio

UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

COORDENAÇÃO DE ENGENHARIA CIVIL – CAMPUS CAMPO MOURÃO

ENGENHARIA CIVIL

WAGNER ALEXANDRO CIBOTTO

RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR OBRIGATÓRIO

Relatório de Estágio Curricular Obrigatório apresentado como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel em Engenharia Civil, pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Campus Campo Mourão.

Orientador: Prof. Msc. Paula Cristina de Souza

Autorizo o encaminhamento para avaliação,

Assinatura do prof. Orientador

CAMPO MOURÃO

2013

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RESUMO

O estágio curricular obrigatório realizou-se na empresa Pronenge Construtora e

Imobiliária LTDA, em canteiros de obras de edifícios residenciais, na cidade de

Campo Mourão - PR. Ao longo de quatro meses, foi possível o acompanhamento e

desenvolvimento de atividades que melhoraram o aspecto de segurança e qualidade

dos canteiros. Dentre as atividades desenvolvidas neste período, destacam-se: a

melhoria da sinalização da obra e execução dos serviços de forma orientada e

organizada, acompanhamento da execução de infraestrutura e superestrutura,

execução de ferragens, confecção de argamassas de assentamento e concreto,

além da leitura, conferência e acompanhamento da execução de projetos, que foram

um dos objetivos propostos para o estágio. Como resultado do aprendizado,

destaca-se uma visão mais crítica dos projetos, além da criação de uma rede de

contatos e aplicação dos conhecimentos adquiridos em sala na prática.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................4 1.1 DESCRIÇÃO DA UCE (UNIDADE CONCEDENTE DE ESTÁGIO ...................4 

1.2 OBJETIVOS DO ESTÁGIO E RESUMO DAS ATIVIDADES ............................7 

2 DESENVOLVIMENTO DO ESTÁGIO ..................................................................8 2.1 DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS .......................................8 

2.2 PRINCIPAIS PROBLEMAS ENCONTRADOS ..................................................16 

2.3 RELAÇÃO DO ESTÁGIO COM AS DISCIPLINAS DO CURSO .......................17 

3 CONCLUSÕES ....................................................................................................18 

3.1 APRENDIZADO PRÁTICO ................................................................................18 

3.2 RELACIONAMENTO PROFISSIONAL .............................................................18 

3.3 SUGESTÕES PARA A UNIVERSIDADE ..........................................................19 

3.4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ..............................................................................19 

4 REFERÊNCIAS ....................................................................................................21 

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1 INTRODUÇÃO

O relatório de estágio tem por objetivo a apresentação dos trabalhos

realizados pelo acadêmico Wagner Alexandro Cibotto, durante o seu estágio

curricular obrigatório.

Inicialmente procurou-se uma empresa que vinha atuando na cidade de

Campo Mourão, no ramo de construção de edifícios residenciais de médio porte. O

objetivo principal era complementar os conceitos de construção civil neste tipo de

edificação. Tal escolha foi consequência de um estágio profissional, realizado no

Parque Industrial da Coamo, entre dezembro de 2009 e março de 2011, que

englobou obras de terra e grandes obras industriais da construtora SPM Mezzomo.

De abril a setembro de 2011, o acadêmico também realizou estágio extra-curricular

na Pronenge Construtora e Imobiliária LTDA, que o motivou para dar continuidade

dos trabalhos em seu estágio curricular obrigatório na mesma empresa.

Durante o período compreendido entre março e junho de 2012, foram

retomadas e desenvolvidas atividades em dois canteiros de edifícios residenciais, na

empresa Pronenge, no município de Campo Mourão. Dentre as atividades

desenvolvidas, estão a leitura e acompanhamento da execução de projetos,

recebimento e conferência de materiais, conferência de projetos, acompanhamento

de execução de infraestrutura e superestrutura, acompanhamento de execução de

ferragens e confecção de argamassas de assentamento e concreto, além de um

plano de melhoria da qualidade e segurança do trabalho.

1.1 DESCRIÇÃO DA UCE (UNIDADE CONCEDENTE DE ESTÁGIO)

A empresa Pronenge Construtora e Imobiliária LTDA foi registrada no dia

05/03/2007 no município de Campo Mourão. A sede administrativa encontra-se

atualmente localizada na Rua São Paulo, Centro, Campo Mourão – PR, próximo ao

Banco do Brasil. Conta como responsável técnico e administrativo a Engenheira

Paula Cristina de Souza e um técnico administrativo, a Economista Fabiana

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Biondaro. Desde então, atua no ramo da construção de edifícios residenciais

multifamiliares em sistema de condomínio.

O estágio realizado deu-se em duas obras da empresa, descritas a seguir.

- Edifício Dom Antonio, Avenida José Custódio de Oliveira, 1074,

Centro, Campo Mourão – PR.

Empreendimento residencial e comercial no sistema de condomínio;

Pavimento térreo, pavimento de garagens e 5 pavimentos tipo;

Área do terreno: 950 m2;

Área do pavimento térreo: 654,5 m2;

Área do 2º pavimento, referente à garagem: 730,10 m2;

Área do pavimento tipo: 594.41m2;

Área total dos pavimentos tipo (5 pavimentos): 2972.05 m2;

Área construída total: 4387.77 m2;

Taxa de ocupação: 68.92%.

Figura 1 – Edifício Dom Antonio.

Fonte: o Autor.

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A figura 1 apresenta a fachada frontal do Edifício Dom Antonio. A obra

encontra-se em fase de acabamento, com a superestrutura quase 100% concluída,

restando apenas: execução da casa de máquina, reservatório de água e cobertura.

- Edifício Residencial Phyladelphya, Rua São Paulo, Centro, Campo

Mourão – PR.

Empreendimento residencial no sistema de condomínio;

Térreo mais três pavimentos tipo;

Área do terreno: 1000 m2;

Área do pavimento térreo: 642m2;

Área do pavimento tipo: 485.8 m2;

Área total dos pavimentos tipo (3 pavimentos): 1457.40 m2;

Área construída total: 2099.76 m2;

Taxa de ocupação: 64.23 %.

Figura 2 – Edifício Phyladelphya.

Fonte: o Autor.

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A figura 2, apresenta a fachada frontal do Edifício Phyladelphya que

encontra-se em fase de acabamento. Nota-se a colocação de tela protetora contra

queda de materiais, para início dos trabalhos de chapisco e emboço. Na fachada

lateral direita, estão sendo finalizados os serviços de chapisco e emboço.

1.2 OBJETIVOS DO ESTÁGIO E RESUMO DAS ATIVIDADES

O objetivo principal do estágio curricular foi aplicar os conhecimentos obtidos

ao longo das diversas disciplinas de construção civil, no canteiro de obras. Além do

objetivo principal, outra meta a ser alcançada era o acompanhamento do trabalho de

toda a equipe e desenvolvimento dentro da obra, de atividades que trouxessem

alguma melhoria no andamento dos trabalhos. O estágio foi realizado em dois

canteiros de edifícios, um residencial e outro residencial-comercial, de múltiplos

pavimentos, padrão normal, respectivamente com três e seis andares.

As atividades propostas a serem desenvolvidas inicialmente, foram:

Leitura de projetos;

Acompanhamento da execução de projetos;

Conferência e recebimento de materiais;

Conferência dos serviços executados.

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2 DESENVOLVIMENTO DO ESTÁGIO

2.1 DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS

Inicialmente, realizou-se uma reunião junto ao responsável técnico da obra,

a Engenheira Civil e Mestre Paula Cristina de Souza, e um dos proprietários da

empresa, Senhor Maciel “in memoriam”, sobre as atividades a serem desenvolvidas

e o fornecimento de equipamentos de segurança. A primeira atividade realizada, foi

a visita ao ambiente de trabalho do Edifício Dom Antonio e do Edifício Phyladelphya,

seguida da apresentação do estagiário junto ao grupo de colaboradores da

Construtora e Imobiliária Pronenge. Neste primeiro contato, discutiu-se a respeito

dos trabalhos desenvolvidos anteriormente nas obras, as dificuldades, os problemas

que apresentavam o Edifício Dom Antonio e as perspectivas futuras para o Edifício

Phyladelphya. Todos os projetos foram apresentados e ficaram disponíveis em

pastas nos canteiros de obras para consulta, e posteriormente, para o

acompanhamento dos serviços.

Após a leitura dos projetos e o primeiro contato com a equipe, no decorrer

dos dias, através de conversas informais com os diversos colaboradores, procurou-

se entender as dificuldades encontrados por eles na execução de projetos na

construção civil. Em especial, discutiu-se sobre a obra Dom Antonio que estava em

andamento com sua segunda laje já executada. Estas conversas possibilitaram

detectar pontos críticos dentro do canteiro de obra e o comprometimento ou descaso

da equipe com a execução de alguns serviços.

O primeiro ponto a ser atacado, foi a conscientização de alguns

trabalhadores a respeito de segurança no trabalho e os benefícios dos trabalhos

executados uma única vez, com qualidade. Mesmo a empresa fornecendo cursos

especiais de segurança no trabalho, fiscalização do responsável técnico e presença

de mestre de obra, detectou-se certo desconhecimento e/ou falta de motivação da

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equipe para trabalhar com segurança e organização. Depois de muita conversa e

apresentação da experiência1 vivida pelo estagiário dentro do Parque Industrial da

Coamo Cooperativa Agroindustrial os trabalhadores mais resistentes, começaram a

colaborar com toda a equipe para a segurança no canteiro. Com o apoio total da

Engenheira Paula Cristina de Souza, desenvolveu-se um trabalho de limpeza, e

firmemente, buscou-se a política de manter o local limpo sempre, com passagens

livres e locais para descarte de materiais. A figura 3 a seguir, mostra a área

destinada à carpintaria do canteiro de obras do Edifício Dom Antonio, localizado no

pavimento da garagem, antes e depois do movimento de conscientização.

Figura 3 – Antes e depois do plano de limpeza.

Fonte: o Autor.

1 Durante 16 meses o estagiário participou na readequação de obras no Parque Industrial da Coamo e aplicação do Programa de O-OLHO, baseado no 5S, em canteiro de obras da SPM Mezzomo Ltda.

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Nota-se pela figura 3, o descarte desordenado de material pós desenforma

da estrutura e escoramento da laje. Não havia um controle ou um ponto específico,

onde a madeira era descartada, apenas pilhas e pilhas espalhadas por todos os

pontos, sem seleção de material que poderia ser reutilizado. Madeira com pregos

ofereciam perigo aos próprios trabalhadores. Chegou-se a conclusão, que o

caminho mais fácil para os carpinteiros, era o caminho das pilhas de chapas de

madeira e compensado que não tinham sido utilizadas e com aspecto visual mais

atrativo. O consumo de madeira para caixaria de vigas e pilares era muito grande,

porque não se tinha o cuidado na hora da retirada das formas, nem a preocupação

em separá-las e classificá-las em pilhas de fácil movimentação e acesso. Com o

apoio da equipe, a empresa conseguiu um melhor aproveitamento do material, e o

resultado foi significativamente positivo, tanto para economia, quanto para a

segurança e movimentação de pessoas e materiais dentro do canteiro.

O passo seguinte para consolidação da política de segurança e melhoria na

qualidade dos serviços foi a realização de um relatório baseado na NR-18 –

“Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção” e livros sobre

a produtividade e qualidade dentro de canteiros de obras. Este relatório foi

elaborado tendo em vista as situações mais comuns dentro do canteiro, direcionado

para a sinalização, proteção de partes perigosas e utilização de equipamentos de

proteção individual e coletivo. Realizado todo o levantamento das necessidades dos

canteiros, o relatório foi entregue a orientadora e responsável técnica da obra, que

tomou todas as providências necessárias, para que os problemas fossem

solucionados.

Buscou-se neste diagnóstico destacar os pontos que ofereciam certos riscos

a integridade física dos trabalhadores. Outro objetivo foi a melhoria da sinalização

dentro do canteiro de obra, com a aplicação de mensagens indicativas, restritivas,

de alerta e motivacionais. Além das mensagens, realizou-se a instalação de

sensores para iluminação das escadas, fechamento dos vãos e fossos, guarda-

corpos das escadas e periferia da edificação, compra de extintores, pintura dos

guarda-corpos e isolamento da área onde se encontra instalado o elevador de carga.

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Figura 4 – Sinalização do canteiro de obras.

Fonte: o Autor.

A figura 4, mostra algumas das placas que foram distribuídas pelo canteiro de

obras. Além da indicação dos pavimentos, escadarias, extintores, ao longo do

acesso dos elevadores foram locadas barreiras e placas indicativas com a seguinte

mensagem: “Elevador para uso exclusivo de carga”. Na serra circular, placa

indicativa sobre os equipamentos de proteção individual, necessários para sua

utilização.

Os modelos de placas confeccionadas, foram baseados em boas práticas de

empresas que aplicavam os conceitos do 5S em seu canteiros de obras, além de

disciplinas de qualidade e segurança do trabalho na construção civil. Outras boas

práticas foram executadas em ambos os edifícios, visando zelar principalmente pela

segurança e que fossem visualmente claras a todas as pessoas que no canteiro

tivessem acesso.

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Figura 5 – Proteção contra quedas instaladas nos fossos e elevador.

Fonte: o Autor.

A figura 5 apresenta o isolamento do acesso aos fossos do elevador do

edifício Dom Antonio e a barreira de proteção ao elevador de cargas. Estas medidas

foram tomadas para evitar acidentes como queda de pessoal e proteção aos

trabalhadores no transporte vertical de cargas. O elevador instalado na obra também

é normatizado, aprovado pelos órgãos fiscalizadores, sendo um investimento da

empresa, que busca modernidade e segurança para seus empreendimentos. O

elevador conta com sistema de freio automático e dispositivo de segurança. A

operação é realizada por um trabalhador treinado e certificado para este serviço.

Para o Edifício Phyladelphya, a estratégia adotada foi a mesma: motivar a

equipe e melhorar a movimentação no canteiro de obras. O resultado não poderia

ter sido melhor. Todos os trabalhadores abraçaram a causa e desempenharam

papel fundamental para elevação da qualidade do canteiro de obra. Todo serviço

que gerasse resíduos, ao final, eram retirados e destinados ao local de descarte.

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Esta postura possibilitou o andamento dos trabalhos sem dificuldades e durante todo

o período de estágio, não foi observado qualquer acidente na obra.

Os benefícios não demoraram a aparecer. Devido ao empreendimento ser no

sistema de condomínio, visitas frequentes dos proprietários eram detectadas. No

início, simplesmente questionavam sobre alguns serviços. Após este plano de

melhoria, elogios começaram a surgir. Mesmo tratando-se de pessoas de áreas

distintas da construção civil, a percepção de segurança por eles, foi o ponto

fundamental que motivou ainda mais a continuidade dos trabalhos. A seguir, a figura

6 apresenta alguns pontos de movimentação de cargas no canteiro de obras.

(A) (B) (C)

Figura 6 – Desobstrução de passagens e limpeza do canteiro. Fonte: o Autor.

Na imagem (A) Edifício Phyladelphya e (B) Edifício Dom Antonio, observa-se

um ambiente limpo, de fácil acesso e sem problemas para a movimentação de

materiais. Na imagem (C), o trabalhador realizando limpeza das vias de acesso aos

diversos pontos do edifício Dom Antonio.

A continuidade dos trabalhos foi fundamental. A figura 7 apresenta algumas

imagens da situação dos dois canteiros de obras durante os trabalhos diários.

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.

(A) (B)

(C) (D)

Figura 7 – Vias de acesso aos elevadores e locais de descarte. Fonte: o Autor.

Em ambas as imagens, (A) e (B), respectivamente Edifício Phyladelphya e

Dom Antonio, percebe-se acesso livre aos elevadores de carga. Destaca-se também

a limpeza geral e a organização dos materiais a serem utilizados. Já a imagem (C),

observa-se a classificação em pilhas, de madeiras já utilizadas, em um local que não

interfere no tráfego de pessoas e execução dos serviços. A imagem (D) demonstra

os fundos do canteiro do Edifício Phyladelphya, com local para descarte de resíduos.

Outra atividade desenvolvida ao longo do estágio, foi o acompanhamento de

execução de diversos projetos. O auxílio do mestre de obra foi fundamental para

compreensão de alguns sistemas construtivos e práticas adotadas. Nos dois

edifícios, pode presenciar-se atividades como:

execução da infraestrutura;

locação de pilares;

execução de caixaria;

paredes de vedação;

montagem de lajes pré-fabricadas;

cimbramento de lajes e vigas;

lançamento de mangueiras do projeto elétrico;

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armação e execução de ferragens;

concretagem de lajes, pilares, vigas e escadas;

instalação de equipamentos, como elevador de cargas.

A seguir, imagens de algumas etapas da execução de uma laje pré-fabricada.

(A) (B)

(C) (D)

Figura 8 – Etapas de execução da laje. Fonte: o Autor.

Na figura 8, apresenta-se as diversas fases executivas de uma laje pré-

fabricada. No primeiro momento, imagem (A), ocorre a execução de formas e

armação de vigas. Em seguida, há o cimbramento de toda a estrutura, para suportar

inicialmente ao peso próprio e as cargas acidentais de concretagem. A imagem (B),

demonstra a laje já montada, com as vigotas treliçadas amarradas à estrutura e o

fechamento com placas de EPS. O lançamento das mangueiras, constituinte do

projeto elétrico, é executado sobre as placas de EPS. Na mesma imagem, há as

esperas para prosseguimento dos pilares para o pavimento superior. Já a imagem

(C), há a execução de uma laje maciça de concreto, referentes às sacadas dos

apartamentos. Observa-se a armação da laje e a passagem de barras de aço sobre

a laje pré-fabricada, responsáveis pela ancoragem. Este fato ocorre, uma vez que,

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esta estrutura encontra-se em balanço. Finalmente, na imagem (D), tem-se a laje

concretada e já marcada para o levantamento das paredes e pilares do pavimento

seguinte.

Ao longo do período de estágios na Pronenge, foi possível a realização de

uma pesquisa sobre as características físicas dos canteiros de obras verticais em

Campo Mourão. A pesquisa englobou um check-list sobre as características físicas

dos canteiros de obras, baseado nas diversas normas de segurança do trabalho.

Como resultado, há a produção de um artigo técnico que está sendo finalizado e

será remetido a alguma revista ou evento para avaliação e publicação.

2.2 PRINCIPAIS PROBLEMAS ENCONTRADOS

No primeiro instante, a resistência de alguns trabalhadores foi a maior

barreira a ser quebrada. Mesmo tendo conhecimento de algumas normas e

processos construtivos, alguns operários preferiam executar os serviços da sua

maneira, que nem sempre, eram adequados e seguros aquela situação. A utilização

de EPI´s e a racionalização de movimentação de cargas no canteiro também foi uma

tarefa difícil de compreensão por todos.

Com o andamento dos trabalhos, percebeu-se que o detalhamento e as

características de certos projetos, nem sempre facilitam a vida dos operários. O

papel aceita muita coisa, mas na hora da execução, a história pode mudar. Estes

acontecimentos despertaram um alerta sobre a compatibilização de projetos na fase

de planejamento, e de projetos que visem uma melhor produção por parte dos

trabalhadores no canteiro de obras.

A falta de mão-de-obra qualificada também foi sentida neste período. Com a

explosão da construção civil, é difícil encontrar bons mestres de obras, contra

mestres e oficiais. A empresa realizou várias contratações e a terceirização de

alguns serviços foi a solução. Detectou-se que são poucos os operários que

participam de cursos de atualização ou, até mesmo de treinamentos para exercer a

profissão. Em sua maioria, são profissionais que herdaram o ofício dos familiares, ou

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que ao longo do tempo, de forma autônoma, foram adquirindo certa experiência na

execução de pequenas obras.

O cumprimento de todas as normas e boas práticas dentro dos canteiros, se

não for trabalhada com toda a equipe, planejada e bem executada, pode ser muito

onerosa e aumentar o valor final da obra, sem um ganho que justifique este

investimento.

2.3 RELAÇÃO DO ESTÁGIO COM AS DISCIPLINAS DO CURSO

O canteiro de obra e a vivência com os diversos projetos, arquitetônico,

estrutural, hidráulico, elétrico, propiciou uma visão mais ampla do que é abordada

dentro da universidade. Quanto se está frente aos projetos no papel, e vê-los

funcionando na prática, o conhecimento absorvido é maior. As dificuldades

aumentam com o número de etapas e projetos, e, a partir dos conceitos de algumas

disciplinas de raciocínio lógico, de planejamento e construção civil, é possível fazer

uma inter-relação de todas as etapas, e colocá-las em andamento.

Disciplinas que muitas vezes, pelo seu grau de dificuldade ficaram em

segundo plano no decorrer do curso de Engenharia Civil, foram fundamentais fora

das salas de aula. Entre elas, Tecnologias da Construção Civil e Materiais da

Construção Civil. Resume-se ao entendimento da produção dos materiais

necessários e das técnicas simples e adequadas de execução.

Algumas disciplinas que englobavam em sua grade projetos, também foram

fundamentais para dar uma noção básica do que acontece no mercado de trabalho.

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3 CONCLUSÕES

3.1 APRENDIZADO PRÁTICO

Com toda certeza o estágio é fundamental para aplicação dos

conhecimentos fora da universidade. Esta oportunidade propicia ao aluno, mesmo

que em um período curto de tempo, estar frente a frente aos problemas encontrados

nas empresas. Este choque fora da sala de aula obriga o estudante a procurar em

varias vezes, uma solução rápida e eficaz para determinados problemas cotidianos,

que possa ser executada naquele momento. Problemas estes, que sem dúvida,

farão parte da sua vida profissional fora da universidade.

A convivência com novos materiais e técnicas construtivas, também

aumenta o leque de opções apresentados dentro do curso. A partir do momento que

o estudante depara-se com os diversos problemas e soluções, estas situações vêm

na cabeça e criam um banco de dados para a sua vida profissional - fazer igual,

melhorar, adaptar ou evitar?!

3.2 RELACIONAMENTO PROFISSIONAL

O dia-a-dia com profissionais experientes, que passaram por diversas

etapas da profissão, também contribuem para o crescimento dentro do curso e uma

visão mais crítica do que é visto em sala de aula. Os questionamentos dos diversos

trabalhadores de algumas situações e projetos ao longo do estágio foram

fundamentais. Quando questiona-se sobre as diferentes atividades dentro de um

projeto e o por que estão sendo executadas de tal forma, o aproveitamento e

aprendizado dentro da sala de aula, passa a ser maior.

O vínculo de amizade e de confiança criado com todos dentro da obra, foi

importante para o crescimento pessoal e profissional. O bom ambiente de trabalho

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proporcionou um melhor aproveitamento dos objetivos proposto pelo orientador de

estágio e pela própria empresa.

3.3 SUGESTÕES PARA A UNIVERSIDADE

É de extrema importância a abordagem de temas atuais e técnicas

construtivas que estejam de acordo com a nossa realidade regional. Às vezes a

sensação em algumas disciplinas, é a falta de aplicação na prática de diversos

conceitos. Em alguns casos, a atualização de alguns docentes já seria um grande

passo para o crescimento do curso.

Visitas técnicas e aulas de campo são raras na Universidade. Não há uma

abordagem prática de muitas disciplinas ministradas no curso de Engenharia Civil do

Campus Campo Mourão. Muitas vezes, as aulas ficam presas a conceitos

acadêmicos e não tem andamento desejável, prejudicando o futuro engenheiro civil

atuando em campo. Poucos são os programas em que os alunos têm a

oportunidade de exercer os conhecimentos de sala ao longo do curso. Destaca-se

em nossa universidade o Programa PET e algumas iniciações científicas, mas que

ainda são insuficientes. Quando realizamos aulas em laboratório, nos deparamos

com falta de materiais e espaço físico.

É necessário e indispensável a oferta dentro da universidade de cursos

extracurriculares e de atualização, ligados a construção civil.

3.4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O estágio foi fundamental para o crescimento profissional e pessoal, também

para a criação de uma rede de contatos. A amizade criada com todos os operários é

sensacional. Ao longo deste tempo, pode perceber-se a dificuldade em elaborar e

executar diversos projetos, e, ao mesmo tempo, gerenciá-los. A ampla rede de

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projetos, técnicas e pessoas que formam um processo de construção, só é notada

quando se materializa as ideias. Esta materialização dá-se por meio de estágios e

visitas técnicas, orientadas por pessoas capacitadas e com vontade.

Toda esta experiência positiva, só foi possível pelo apoio de todos os

funcionários da empresa Pronenge Construtora e Imobiliária LTDA, à orientadora

Paula Cristina de Souza e aos professores, que ao longo do curso, não mediram

esforços para que as dúvidas fossem resolvidas. A estas pessoas deve-se todo o

reconhecimento e mérito pela formação de verdadeiros profissionais.

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4 REFERÊNCIAS

ROCHA, Carlos Alberto G.S. de C.;SAURIN, Tarcísio Abreu;FORMOSO, Carlos Torres. Avaliação da Nr-18 em canteiro de obras. Disponível em: http://www.producao.ufrgs.br/arquivos/arquivos/E0013_00.pdf.

SOUZA, Ubiraci E. Lemes de. Projeto e implantação do canteiro. São Paulo: O nome da rosa, 2000. 96 p.

VIEIRA, Helio Flavio. Logística aplicada à construção civil: como melhorar o fluxo de produção nas obras. São Paulo, SP: Pini, 2006. 178 p.