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Farmacologia Prof: Ranieri G. Barbosa Farmacocinética: Absorção, distribuição, metabolização e eliminação de fármacos: Drogas de lipossolubilidade muito baixa são geralmente mal absorvidas. Isto porque para atravessar as barreiras celulares, estas devem atravessar membranas lipídicas. Esta travessia pode ser feita por difusão lipídica, ou através de canais iônicos ou com participação de proteínas transportadoras presentes na membrana. Além da lipossolubilidade outros fatores interferem na absorção, tais como, o tamanho da molécula, a forma farmacêutica, o número de barreiras fisiológicas do local de administração, a irrigação sangüínea e o tamanho da área de absorção. Outro fator que deve ser levado em consideração, é o PH do meio e sua influência sobre o grau de ionização da molécula do fármaco. A maioria dos fármacos ou são bases fracas ou ácidos fracos e apresentam uma forma ionizada, de difícil absorção e outra forma não ionizada, de fácil absorção. Bases fracas, alcalóides, ficam ionizadas em PH(s) ácidos o que dificultam a sua absorção e o contrário acontece com os ácidos e derivados de ácidos fracos, pois esses são mais absorvidos em locais com PH ácidos. Uma vez absorvidos e chegando ao sangue, a maioria dos fármacos se ligam a proteínas plasmáticas. A extensão desta ligação depende da lipossolubilidade da molécula. Quanto mais lipossolúvel maior a necessidade de ligação para que o fármaco possa se diluir no sangue e atingir aos tecidos. A proteína ligante mais importante é a albumina plasmática, que se liga, geralmente, com fármacos derivados de ácidos fracos. Outra proteínas ligantes são as lipoproteínas plasmáticas (LDL e HDL), a glicoproteína ácida e a Beta-globulina. Em algumas patologias, como a desnutrição, a quantidade de proteínas plasmáticas presentes no sangue pode ser insuficiente para ligar as moléculas do fármaco na extensão necessária o que pode resultar em uma quantidade livre maior do mesmo. Em outros casos pode ocorrer competição entre fármacos pela mesma proteína o que resulta uma maior quantidade livre de um deles. Em ambos os casos a forma livre resultante, que deixa o sangue e vai até os tecidos, é maior, o que aumenta os efeitos gerais dos fármacos.

Resumo Farmacologia Farmácia

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FarmacologiaProf: Ranieri G. BarbosaFarmacocinética: Absorção, distribuição, metabolização e eliminação de fármacos: Drogas de lipossolubilidade muito baixa são geralmente mal absorvidas. Isto porque para atravessar as barreiras celulares, estas devem atravessar membranas lipídicas. Esta travessia pode ser feita por difusão lipídica, ou através de canais iônicos ou com participação de proteínas transportadoras presentes na membrana. Além da lipossolubilidade outros fatores interferem na absorção, tais como, o tamanho da molécula, a forma farmacêutica, o número de barreiras fisiológicas do local de administração, a irrigação sangüínea e o tamanho da área de absorção. Outro fator que deve ser levado em consideração, é o PH do meio e sua influência sobre o grau de ionização da molécula do fármaco. A maioria dos fármacos ou são bases fracas ou ácidos fracos e apresentam uma forma ionizada, de difícil absorção e outra forma não ionizada, de fácil absorção. Bases fracas, alcalóides, ficam ionizadas em PH(s) ácidos o que dificultam a sua absorção e o contrário acontece com os ácidos e derivados de ácidos fracos, pois esses são mais absorvidos em locais com PH ácidos. Uma vez absorvidos e chegando ao sangue, a maioria dos fármacos se ligam a proteínas plasmáticas. A extensão desta ligação depende da lipossolubilidade da molécula. Quanto mais lipossolúvel maior a necessidade de ligação para que o fármaco possa se diluir no sangue e atingir aos tecidos. A proteína ligante mais importante é a albumina plasmática, que se liga, geralmente, com fármacos derivados de ácidos fracos. Outra proteínas ligantes são as lipoproteínas plasmáticas (LDL e HDL), a glicoproteína ácida e a Beta-globulina. Em algumas patologias, como a desnutrição, a quantidade de proteínas plasmáticas presentes no sangue pode ser insuficiente para ligar as moléculas do fármaco na extensão necessária o que pode resultar em uma quantidade livre maior do mesmo. Em outros casos pode ocorrer competição entre fármacos pela mesma proteína o que resulta uma maior quantidade livre de um deles. Em ambos os casos a forma livre resultante, que deixa o sangue e vai até os tecidos, é maior, o que aumenta os efeitos gerais dos fármacos. A distribuição dos fármacos para os tecidos é diretamente proporcional à irrigação plasmática para o mesmo, à concentração plasmática e a lipossolubilidade do fármaco. Porém, este parâmetro ocorre de forma indiretamente proporcional ao número de barreiras fisiológicas, quantidades de membranas, existentes entre o sangue e o tecido. A barreira hemato-encefálica é a mais importante, pois protege o fármaco de substâncias pouco lipossolúveis. Os fármacos podem ficar armazenados em muitos locais do organismo. Os principais compartimentos de armazenamento podem ser divididos em Compartimentos Hídricos e Tecidos. Os principais compartimentos hídricos são:

Plasma (5% do peso corporal) Líquido intersticial (16%) Líquido intracelular (35%) Líquido transcelular (2%) Os compartimentos de armazenamento mais importantes de fármacos nos tecidos ocorrem no tecido adiposo que corresponde a 20% do peso corporal. A distribuição geral do fármaco pode ser determinada por um fator farmacocinético denominado Volume de Distribuição (Vd).

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O Volume de distribuição, é definido como o volume de plasma, teórico, que conteria a quantidade total da droga presente no corpo em uma concentração igual à plasmática. Fármacos que apresentam forte ligação a proteína plasmática, permanecem principalmente no compartimento plasmático e tem pequeno Vd. Fármacos lipossolúveis, geralmente, são armazenados em tecido adiposo e tem elevados valores de Vd.

Metabolização (biotransformação) de fármacos são as modificações químicas na molécula originalmente administrada, realizadas através de reações catalisadas por enzimas. A função deste processo é favorecer a eliminação do Fármaco já que o metabólito formado sempre é menos lipossolúvel e portanto, mais fácil de ser diluído na água presente nas principais vias de eliminação. O fígado é o principal órgão de metabolização pois é o que contém o maior número de enzimas. As principais reações químicas de Fase I são: oxidação, redução e hidrólise. Geralmente formam produtos mais reativos, alguns vezes até tóxicos. Freqüentemente envolvem os sistema oxidase de função mista no qual o citocromo P-450 participa. As reações de fase II: conjugações com glicina, glicuronização, sulfatação, metilação etc, geralmente forma produtos inativos e que podem ser rapidamente excretadas; A indução enzimática por fármacos e outras substâncias químicas podem acelerar muito o metabolismo hepático da droga. Alguns fármacos mostram rápido metabolismo hepático de primeira passagem e portando, má biodisponibilidade por via oral. Quase todos os fármacos e metabólitos são filtrados nos glomérulos renais, exceto aqueles ligados às proteínas plamáticas. Vários fármacos são ativamente secretados para o túbulo renal e portanto rapidamente secretados. Substâncias lipossolúveis são passivamente reabsorvidas por difusão passiva através dos túbulos renais. Em virtude da partição do PH, os ácidos fracos são mais excretados na urina alcalina, e menos eliminados na urina normal (levemente ácida). Outras vias de eliminação importantes são: o suor, o leite, a via pulmonar, para substâncias voláteis, além das fezes.

Mecanismo Geral de Ação de Fármacos: Fármaco é uma substância química que afeta a função fisiológica de forma específica. A maiorias dos fármacos é eficaz porque se liga a proteínas alvos específicas. A especificidade é recíproca, assim classes individuais de fármacos ligam-se apenas a determinados alvos, e alvos individuais reconhecem apenas certas classes de fármacos. A ligação dos fármacos aos receptores obedece necessariamente a lei de Ação de Massas. No equilíbrio a ocupação do receptor é relacionada com a concentração do fármaco pela equação de Langmuir. Quanto maior a afinidade da droga pelo receptor menor a faixa de concentração na qual atingirá a saturação dos receptores. Os mesmos princípios aplicam-se quando duas ou mais drogas competem para se ligar aos mesmos receptores, cada uma possui o efeito de reduzir a aparente afinidade pelo outro. Os fármacos que atuam sobre os receptores podem ser agonistas ou antagonistas. Os agonistas iniciam alterações na função celular, produzindo efeitos intrínsecos de vários tipos. Os antagonistas ligam-se aos receptores sem iniciar tais alterações. A potência do agonista depende de dois parâmetros: afinidade (isto, é, capacidade, uma fez ligado, de iniciar alterações que levam a efeitos). Para antagonistas, a eficácia é zero. Agonistas totais (que podem produzir efeitos máximos) possuem elevada eficácia. Agonistas parciais (que podem produzir apenas efeitos sub-máximos) possuem eficácia intermediária. O antagonismo farmacológico ocorre por vários mecanismos: Antagonismo químico (interação em solução). Antagonismo farmacocinético (uma fármaco afeta a absorção, metabolismo ou excreção da outra). Antagonismo competitivo ambas as drogas ligam-se

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aso mesmos receptores). O antagonismo pode ser reversível ou irreversível. Antagonismo não competitivo ( o antagonista interrompe a associação receptor-efetor). Antagonismo fisiológico dois agentes produzindo efeitos fisiológicos opostos). O antagonismo competitivo reversível é o tipo mais comum e importante de antagonismo e possui duas características principais. Na presença do antagonista, a curva log. Concentração-efeito do agonista é desviada para a direita sem alteração na inclinação ou máximo, sendo a extensão do desvio uma medida da razão da dose. A razão da dose aumenta linearmente com a concentração do antagonista A inclinação desta linha é uma medida da afinidade do antagonista pelo receptor. A afinidade do antagonista medida desta forma é amplamente usada como uma base para classificação dos receptores. Várias proteínas receptores forma isoladas e clonadas. Todos os receptores de membranas possuem domínios extracelulares de ligação do ligante. Seus segmentos na extensão transversal da membrana consistem de uma cadeia de 20 a 25 Aminoácidos predominantemente hidrófobos, formando uma alfa-hélice. Cada uma das quatro principais classes consiste de uma super família de proteínas cujos membros compartilham uma arquitetura comum. São quatro os tipos de receptores descritos. O primeiro tipo esta associado diretamente a canais iônicos. Estes receptores participam principalmente na transmissão simpática rápida e na placa motora. São proteínas oligoméricas que contêm aproximadamente 20 segmentos transmembrana dispostos ao redor de um canal aquoso central. Ligação do ligante e abertura do canal ocorrem em uma escala de tempo de milissegundos. Um outro tipo de receptor esta acoplado à proteína G. Todos constituem sete segmentos na extensão transversal da membrana. Uma das alças intracelulares é maior que as outras e interage com a proteína G. A proteína G é um trímero (alfa, beta e gama), e a subunidade alfa possui atividade GTPásica. Quando o trímero se liga a um receptor ocupado por um agonisa, a subunidade alfa se dissocia e se trona livre para ativar um efetor (uma enzima da membrana ou canal iônico). A ativação do efetor é interrompida quando a molécula de GTP ligada é hidrolisada, o que permite que a subunidade alfa se recombine com beta e gama. Há vários tipos de proteínas G, que interagem com diferentes receptores e controlam diferentes efetores. Duas vias básicas são controladas por receptores, através das proteínas G. Ambas podem ser ativadas ou inibidas por ligantes farmacológicos, dependendo da natureza do receptor e da proteína G. A adenilato ciclase catalisa a formação do mensageiro intracelular AMPc. O AMPc ativa várias proteínas-quinases que controlam a função celular através de vários mecanismos diferentes causando fosforilação de diversas enzimas, transportadores entre outras proteínas. A fosfolipase C catalisa a formação de dois mensageiros intracelulares, o InsP3 (inusitol- tri-fosfato) e o DAG (diacil-glicerol) , a partir dos fosfolipídeos da membrana. O InsP3 atua aumentando o cálcio citosólico livre através da liberação de cálcio dos compartimentos intracelulares. O aumento do cálcio livre inicia vários eventos, incluindo a contração, secreção, ativação enzimática e hiperpolarização da membrana. O DAG ativa a proteína-quinase C, que controla várias funções celulares através da folforilação de diversa proteínas. As proteínas G acopladas ao receptor também controlam as fosfolipases A2 (e portando a formação de ácido araquidônico e de eicosanóides), a guanilato ciclase (que forma GMPc, semelhante ao AMPc, mas controlando diferentes funções), e canais iônicos (por exemplo, canais de potássio e cálcio, afetando assim a excitabilidade da membrana, liberação de transmissores, contratilidade etc.).

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Receptores ligados à tirosina quinase, são receptores para vários hormônios, como por exemplo à insulina, e aos fatores de crescimento. Os receptores todos compartilham uma arquitetura comum, com um domínio de ligação do ligante extracelular muito grande conectado através de uma única alfa-hélice à região catalítica. Participam principalmente em eventos que controlam a transcrição genética. Receptores intracelulares, dos esteróides, são proteínas citosólicas ou nucleares solúveis, portando, os ligantes devem primeiro entrar nas células. Os receptores consistem de um domínio de ligação do DNA conservando acoplado a domínio variável de ligação do ligante. O domínio de ligação do DNA reconhece seqüências de bases específicas, ativando assim genes específicos . O padrão de ativação do gene depende do tipo celular e da natureza do ligante, de modo que os efeitos são altamente diversos. Os efeitos são produzidos como resultado de aumento da síntese protéica e, portando, têm início lento.

FARMACOLOGIA GERAL DE GRUPOS DE FÁRMACOS RELEVANTESFarmacologia do Sistema Nervoso Central:Anestésicos Gerais:

Várias substâncias são utilizadas com anestésicos gerais. Os mais utilizados são o halotano, o óxido nitroso, enflurano, isoflurano, o éter e o ciclopropano. São geralmente gases ou líquidos voláteis pois sua via de administração, e também a eliminação, é pulmonar (inalação). São substâncias muito lipossolúveis, e sua potência esta diretamente relacionada com esta característica físico-química. Quanto mais potente o anestésico menor o CAM, ou seja, a concentração alveolar mínima para produção da anestesia. Anestésicos injetáveis são utilizados em humanos apenas para pré-anestesia, sendo, porém, utilizados em larga escala na medicina veterinária.

O Éter é um líquido volátil, de fácil administração e controle, com propriedades analgésicas e relaxantes musculares, altamente explosivo, e irritante das vias respiratórias, pode produzir náuseas e vômitos no pós operatório. Sempre é utilizado em associação para evitar seus efeitos adversos.

O halotano é o agente mais usado. Trata-se de um líquido volátil, potente (muito lipossolúvel), não explosivo e não irritante, porém é o mais metabolizado pelo fígado, via CP450, o que pode gerar metabólitos tóxicos. É o mais hepatotóxico.

O oxido nitroso é um gás com baixa potência e sempre utilizado em associação com outros anestésicos. Não apresenta efeitos colaterais relevantes a não ser o risco de depressão da medula óssea.

O Enflurano é um composto alogenado semelhante ao halotano, com menor metabolismo hepático, portanto, menos hepatotóxico, e permite induções e recuperações rápidas de anestesia. Podem produzir crises semelhantes a epilepsia e precipitar isquêmia do miocárdio.

Ansiolíticos, anticonvulsivantes e Hipnóticos: Os Benzodiazepínicos são a classe mais importante, usada no tratamento de estados de ansiedade, insônia e pré-anestesia me humanos. Atualmente ,também, são os substitutos dos Barbitúricos como anticonvulsivantes. A atuação destas drogas estão relacionadas com um sistema regulador específico no receptor GABA, estimulando assim o efeito inibitório neuronal. Os ansiolíticos benzodiazepínicos tem como principal efeitos adversos sedação excessiva, relaxamento muscular , perda da coordenação motora, distúrbios de personalidade e depressão. Produzem também ressaca e dependência.

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A principal via de administração são a via oral e as injeções intramusculares e endovenosas. São fármacos que tem baixa capacidade de se acumular no organismo e são inativados por metabolização, via CP 450, e os metabólitos são eliminados na urina. As substâncias mais conhecidas deste grupo são: Diazepam (Valium, Bromazepam (Lexotam), Lorazepam (Lorax), Clordiazepóxido e o Nordiazepam (Rivotril). Anticonvulsivantes: Natureza da Epilepsia A epilepsia afeta aproximadamente 0,5% da população. O evento característica é a crise, que freqüentemente está associada a convulsões, mas pode ocorrer em várias outras formas. A crise é causada por uma descarga anormal de freqüência elevada de um grupo de neurônios, iniciando localmente e difundindo-se para uma extensão variável para afetar outras partes do cérebro. As crises podem ser parciais ou generalizadas dependendo da localização e disseminação da descarga neuronal anormal. O ataque pode envolver principalmente fenômenos motores, sensoriais ou de comportamento. Há inconsciência quando a formação reticular é envolvida. As crises parciais freqüentemente estão associadas a lesão cerebral, ao passo que ocorrem crises generalizadas em causa óbvia. A base neuroquímicas da descarga anormal não é bem compreendida. Pode ser associada ao estímulo da transmissão inibitória ou propriedades elétricas anormais das células afetadas. Descarga epiléptica prolongada ou freqüentes podem causar morte neuronal (exitotoxicidade), daí a necessidade de controlar esta doença.As drogas anticonvulsivantes atuais tem como principais mecanismos de ação a redução da excitabilidade elétrica das membranas através do bloqueio de canais de Sódio ou potenciando a atuação do neurotransmissor inibitório GABA. Neste ultimo caso, podem potenciar o GABA (benzodiazepínicos e Barbitúricos) ou inibir a sua degradação na fenda sináptica, através do bloqueio da enzima GABA-transaminase, ( ácido valpróico - DEPAKENE). As principais drogas em uso atual são: A fenitoína, a carbamazepina (Tegretol) e o ácido valpróico (Depakene), além dos barbitúricos (fenobarbital- Gardenal) e Benzodiazepínicos. Todos estes fármacos tem como características, uma alta lipossolubilidade, associados a elevados volumes de distribuição e ligação com proteínas plasmáticas. Geralmente são metabolizados por enzimas microsomais hepáticas do tipo CP 450 o que pode gerar metabólitos tóxicos e indução enzimática. Portando são fármacos que necessitam de monitorização principalmente das funções hepáticas, através de testes bioquímicos, e são indutores de tolerância. Este último fato faz com que estas drogas, em muitos casos, tenham que ser trocadas uma pela outra ao longo do tratamento. Outros efeitos colaterais que podem aparecer são: Sedação excessiva, depressão, toxicidade na medula óssea (trombocitopenia, anemias e alterações no número e/ou formas e funções de celular brancas do sangue), depressão respiratória, reações alérgicas, náuseas, teratogênia, ataxia, distúrbios mentais, retenção hídrica, anorexia (com perda de peso) ou, e em alguns casos efeito contrário, polifagia e prostração o que pode levar a um aumento de peso.

Neurolépticos (antipsicóticos ou Tranqüilizantes maiores):

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A doença psicótica é caracterizada por ilusões e distúrbios do pensamento, juntamente com isolamento social redução das respostas emocionais e freqüentemente demência. Episódios agudos, reincidentes, evoluem para a esquizofrenia crônica. As evidências farmacológicas geralmente são compatíveis com a hipótese, inicial, de hiperatividade da dopamina, pois é encontrado aumento consistente de receptores dopaminérgicos no sistema límbico. O mesmo é observado com outro neurotransmissor, a Serotonina (5-HT). As principais categorias de antipsicóticos são:- Neurolépticos Típicos:a) Fenotiazinas ( clorpormazina, flufenazina, tioridazina).b) Butiferonas (haloperidol, droperidol).c) Tioxatinas (flupentixol, clopentixol).- Neurolépticos atípicos:a) Benzamidas (sulpirida)b) Difenilbutilpiperazinas (primozida)c) Dibenzildiazepinas (clozapina) Todas as drogas citadas são antagonistas em receptores da dopamina, mas a maioria também bloqueia outros receptores de vários outros neurotransmissores excitatórios no sistema nervos central, tais como da serotonina, histamina, acetilcolina e serotonina. Os efeitos indesejados mais comuns são os distúrbios motores extrapiramidais, semelhantes ao parkinson, distúrbios endócrinos, sedação, xerostomia e hipotensão

Fármacos utilizados no tratamento de doenças do sistema cardiovascular:Antiarrítimicos: As arritmias são causadas por:

a) pós despolarização tardia, que deflagra batimentos ectópicos.b) reentrada, resultante de bloqueio parcial da condução.c) atividade de marcapasso ectópicod) bloqueio cardíaco.

A pós despolarização tardia é oriunda de uma corrente de entrada associada à elevação anormal da concentração de cálcio. A reentrada é facilitada quando partes do miocárdio são despolarizadas e a condução então depende da resposta lenta mediada por cálcio. A atividade de marcapasso ectópica é estimulada pela atividade simpática.O bloqueio cardíaco resulta de lesão do nodo atrioventricular ou do sistema de condução ventricular. Clinicamente, em resumo, as arritmias são dividias em:

de acordo com seu local de origem (supraventricular e ventricular) de acordo com o aumento da freqüência cardíaca (tipos de taquicardia)

Contração do miocárdio: Os fatores de controle são:

contratilidade intrínseca fatores circulatórios extrínsecos

A contratilidade depende criticamente do controle do cálcio intracelular e portanto de sua entrada através da membrana celular e do armazenamento deste no retículo sarcoplasmático. Os principais fatores que controlam a entrada de cálcio são:

atividade de canais de cálcio controlados por voltagem sódio que afeta a troca de cálcio/sódio

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Vários fatores afetam estes dois processos, incluindo as catecolaminas e drogas que afetam a bomba de sódio.O controle extrínseco da contração cardíaca se deve à dependência do trabalho sistólico em relação ao volume diastólico final. O trabalho cardíaco é afetado independentemente pela resistência periférica e pela pressão venosa central. A insuficiência cardíaca, descreve a condição na qual o débito cardíaco é insuficiente para atender às necessidades circulatórias do organismo.

Fluxo coronariano, isquêmia e infarto:O coração possui menor suprimento sangüíneo em relação a seu consumo de oxigênio do que a maioria dos órgãos. O fluxo coronariano normal é controlado principalmente por fatores físicos, incluindo a pressão transmural durante a sístole, e por metabólitos vasodilatadores. A inervação autônoma também é importante.A isquêmia coronariana geralmente é causada pela arteriosclerose, e produz dor anginosa. A isquemia de evolução gradual causa o desenvolvimento de vasos colaterais. A isquêmia súbita geralmente é oriunda de trombose e pode causar infarto cardíaco A sobrecarga celular de cálcio resulta da isquemia e pode ser responsável pela morte celular ou inicio de arritmias.

Controle autônomo do coração: A atividade simpática, atuando através de Beta-adrenoceptores, aumenta a freqüência, contratilidade e automaticidade cardíaca, mas reduz a eficiência cardíaca em relação ao consumo de oxigênio. Os receptores beta um, atuam através do aumento da formação de AMPc, que aumenta as correntes de cálcio.A atividade parassimpática, agindo através dos receptores muscarínicos M1, causa redução da freqüência cardíaca, da força de contração e inibição da condução átrio ventricular. A acetilcolina também age sobre receptores M2 que inibem a formação de AMPc e causam abertura dos canais de potássio, produzindo hiperpolarização.

Fármacos que atuam sobre o Sistema cardiovascular:Glicosídeos Cardíacos: Estas substâncias atuam através da inibição da bomba de sódio potássio, causando assim aumento da elevação de sódio, e isto resulta em redução da troca de sódio/cálcio causando aumento do cálcio no citoplasma e no retículo sarcoplasmático.

O principal efeito sobre o coração é o aumento da força de contração, além do aumento da atividade de marcapasso ectópica e diminuição da condução atrioventricular, e diminuição da freqüência de batimentos cardíacos.

Os principais efeitos indesejados são: náuseas e vômitos, associados a anorexia distúrbios visuais e isuficiência renal Tanto a digoxina quanto a digitoxina tem efeitos prolongados O uso terapêutico principal são para tratamento da insuficiência cardíaca, principalmente se houver fibrilação atrial concomitante.

Antianginosos (nitratos orgânicos): São potentes vasodilatadores, atuando principalmente sobre a musculatura lisa dos vasos de capacitância, coronárias, para reduzir a resistência periférica. Atuam por produção de NO, que estimula a formação de GMPc, afetando as proteínas contráteis através da regulação da abertura de canais de Cálcio.

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A eficácia na angina decorre em parte da redução da resistência ao trabalho cardíaco e em parte da dilatação dos vasos coronarianos colaterais, causando distribuição mais eficaz do fluxo coronariano. Substâncias importantes são o Trinitrato de glicerila, usado via sublingual ou oral e o Nitroprussiato, usado para rápida redução da pressão arterial, possuindo o mesmo mecanismo de ação e vias de administração. Não há graves efeitos indesejados, mas pode ocorrer cefaléia e hipotensão postural, e somente em superdosagens pode existir metemoglobinemia.

Antagonistas de Cálcio: São três tipos principais, representados pelo verapamil, diltiazem e diidropiridinas (nifedipina) respectivamente. Atuam impedindo a abertura de canais de cálcio voltagem depedente, afetando assim o coração e o músculo liso dos vasos coronarianos, causando inibição da contração destes músculos.A seletividade entre o coração e o músculo liso de vasos varia: o verapamil é relativamente cardio seletivo e a nifedipina e musculos seletiva, o diltiazem é intermediário. Os efeitos no coração estão relacionados com a ação antiarrítmica, reduzindo a contratilidade e a condução atrioventricular. São vasodilatadores potentes pois reduzem a resistência das paredes musculares lisas, relaxando-as, podendo ser utilizados no tratamento da angina. Os efeitos indesejados são: Cefaléias, constipação e raramente, insuficiência cardíaca, queda de pressão arterial acentuada e perda de coordenação motora.

Fármacos que atuam sobre os vasos:Musculatura Lisa dos vasos: Tanto os vasos de resistência quanto os de capacitância, contém músculo liso, cuja contração é controlada por mecanismos neurais e humorais. A contração da célula do músculo liso é iniciada por uma elevação na entradas de cálcio, que ativa a cinase da cadeia leve da miosina , causando fosforialação da miosina. Os agentes que causam contração podem liberar cálcio intracelular, secundária à formação de inusitol tri-fosfato, mediada por receptor, despolarizar a membrana e assim permitir a entrada de cálcio através de canais ou permitir a entrada deste ion através de canais abertos por receptores. Os agentes relaxadores inibem a entrada de cálcio através de canais ou aumentam a concentração de AMPc ou GMPc intracelular, causando inativação da cinase de cadeia leve da miosina e pode facilitar o efluxo de cálcio. O papel do endotélio: As células endoteliais liberam substâncias vasoativas, sendo a mais importante o óxido nítrico, vasodilatador. Várias substância vasodilatadoras, tais como, prostaglandinas, acetilcolina, histamina e bradicinina atuam através da liberação de NO, também chamado de EDRF (fator de relaxamento derivado de endotélio)As principais substâncias vasoconsritoras são: as aminas simpatomiméticas (noradrenalina, adrenalina e afins), as tromboxanas, os peptídeos angiotensinas, vasopressinas e endotelinas entre outros. Todos aumentam, de alguma forma, o cálcio intracelular da musculatura lisa dos vasos. Os usos clínicos para os vasoconstritores são limitados a aplicações locais (por ex.: descongestão nasal ou co-administração com anestésicos locais).

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Fármacos vasodilatadores utilizados no controle da hipertensão:Drogas que interferem na transmissão simpática, diminuindo a liberação de catecolaminas (agentes vasoconstritores) , os nitratos orgânicos (que liberam NO), antagonistas de cálcio ( que bloqueiam os canais de cálcio), ativadores de canais de potássio (hiperpolarizam o interior da célula), os inibidores da ECA (enzima conversora de angiotensina) entre outros, são vasodilatadores utilizados para abaixar a pressão arterial. Também são utilizados para tratamento da angina.Todos eles podem ocasionar hipotensão acentuada e hipotensão postural quando associados entre si ou com exercícios físicos.

Diuréticos: Os diuréticos são fármacos que aumentam a excreção de sais e água na urina. Normalmente atuam impedindo a recaptação de ions pelas células dos túbulos renais através do bloqueio de proteínas carreadoras de membranas. Os principais diuréticos são: Os diuréticos de alça (furosemida), impedem a recaptação de sódio, potássio, cloro cálcio entre outros ions, com produção torrencial de urina. Seus principais usos são: tratamento de hipertensão e hiercalcemia. Podem produzir efeitos não desejados como, hipocalemia, alcalose metabólica e hipovolemia. Os tiazínicos (hidroclortiazida), causam a excreção principalmente de sódio, potássio e cloro nos túbulos distais, poupando o cálcio. Principal usos: edema e hipertensão. Efeitos adversos: hipocalemia e alcalose metabólica. Diuréticos poupadores de potássio: estes atuam nos túbulos coletores, causando a excreção de grandes quantidades de sódio, e poupando o potássio. A amilorida e a espirolactona são os mais usados no tratamento de hipertensão e no edema produzido por ICC (insuficiência cardíaca congestiva). Apresentam menos efeitos adversos que os anteriores.Uma vez absorvidos e chegando ao sangue, a maioria dos fármacos se ligam a proteínas plasmáticas. A extensão desta ligação depende da lipossolubilidade da molécula. Quanto mais lipossolúvel maior a necessidade de ligação para que o fármaco possa se diluir no sangue e atingir aos tecidos.

Farmacologia do Processo inflamatório:A reação inflamatória aguda é uma potente resposta de defesa. Sua importância é mostrada pelo fato de que, quando estão ausentes ou suprimidas por drogas, os organismos que normalmente são patógenos, podem causar uma doença. São nestes tipos de condições que drogas antiflamatórias ou imunossupressoras são necessárias. Essa resposta inflamatória é uma cascata de eventos que ocorrem nos tecidos em resposta a um patógeno invasor ou a uma lesão tecidual. Essa resposta consiste em reações inatas e reações específicas. Os componentes inatos da reação inflamatória consistem de eventos vasculares e celulares. Os mediadores são derivados do plasma e das células e por sua vez modificam os eventos citados. Os eventos vasculares mais importantes são a vasodilatação e o aumento da permeabilidade vascular com exsudação . O exsudado líquido contém os componentes das cascatas enzimáticas, tais como, o sistema cinina e o sistema do complemento, que originam mediadores inflamatórios. Os eventos celulares, ocorrem após a liberação de mediadores por mastócitos c macrófagos, o que vai ocasionar o acúmulo nos tecidos de neutrófilos, eusinófilos e leucócitos em resposta a moléculas quimiotáticas geradas no local , principalmente pelas células citadas. A função dos neutrófilos migrantes e dos macrófagos residentes é a destruição e remoção dos microorganismos invasores e/ou do tecido danificado no local.

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A resposta imunológica específica aumenta muito a eficácia das respostas inatas e consiste de um componente do anticorpo ( mediado por linfócitos B e um componente celular mediado por linfócitos T. Os anticorpos proporcionam a ativação mais seletiva da cascata do complemento, a ingestão mais eficaz de microorganismos, e a fixação mais eficaz a parasitas multicelulares, facilitando sua destruição.

As reações celulares são realizadas pelas células T citotóxicas , contra vírus e outros parasitas intracelulares, bem como a tecido transplantado e neoplásicos. Mediadores derivados das células T (linfocinas) regulam as atividades de outros leucócitos, em particular ativando macrófagos para destruir microrganismos intracelulares que de outra forma sobreviveriam. As reações imunológicas desenvolvidas inapropriadamente são denominadas reações de hipersensibilidade. As doenças autoimunes são causadas por reações direcionadas contra os tecido do próprio hospedeiro. Drogas antiinflamatórias e agentes imuno supressores só são usados quando as respostas inflamatórias e/ou imunológicas normalmente protetoras são desenvolvidas inapropriadamente.

Antiinflamatórios não Esteróides (AINEs):

São fármacos que produzem três ações principais, todas as quais são oriundas principalmente da inibição da ciclooxigenase do ácido aracdônico e a conseqüente redução na síntese de prostanóides, derivados do ácido aracdônico, sendo um dos mais importantes, as prostaglandinas (PGs). Esta inibição significa uma menor vasodilatação e diminuição da permeabilidade vascular, que anteriormente eram provocadas pelas PGs. Também será observada uma redução da hiperalgesia, dor inflamatória e da febre, pois estes efeitos também estão relacionados às PGs.

Alguns exemplos importantes de AINEs são: a aspirina (ác. Acetil-salicílico), o iburpofeno (advil), a indometacina (indocid), o diclofenaco (voltarem, cataflan), o piroxicam (feldene, piroxene) e o paracetamol (tylenol).

A inibição da ciclooxigenase pode ocorrer de forma irreversível (acetilação da enzima pelos salicilatos), competitiva com o substrato (ibuprofeno, piroxicam, diclofenaco), e de forma fraca, não competitiva (paracetamol).

Os efeitos indesejados mais comuns, principalmente nos idosos e crianças, incluem: Dispepsia, irritação gástrica, náuseas vômitos, úlceras, hemorragias (menor ocorrência com o paracetamo), lesão renal, reações cutâneas alérgicas, distúrbios hepáticos (principalmente no paracetamol) e depressão da medula óssea (mais comum à dipirona).

Corticóides (antiinflamatórios esteróides)

A substância inicial para síntese de corticóides é o colesterol que é obtido principalmente do plasma e está presente nos grânulos lipídicos da camada média do córtex supra-renal.

Os produtos de secreção do córtex adrenal humano são os homônios esteróides, estes não são armazenados pré formados e sim sintetizados e liberados de acordo com a necessidade, sendo o principal estímulo fisiológico para a síntese e liberação de glicocorticóides a corticotrofina( hormônio adrenocorticotrófico ou ACTH ) secretada pela

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hipófise anterior. A secreção de corticotrofina é regulada parcialmente pelo fator liberador de corticotrofina( CRF ) derivado do hipotálamo e parcialmente pelo nível sangüíneo de glicorticóides.

Quimicamente, a hidrocortisona é o protótipo dos glicocorticóides, sua estrutura é a mesma de todos os esteróides, caracterizando-se pelo núcleo ciclopentanoperidrofenantreno.

As alterações nas moléculas da hidrocortisona e da cortisona deram origem aos glicocorticóides atuais( análogos sintéticos ), que são mais potentes como antiflamatórios e com menor capacidade de retenção de sódio.

Ações Farmacológicas e Mecanismo de Ação dos Glicocorticóides

As ações farmacológicas do glicocorticóides podem ser divididas em 3 principais tipos: efeitos gerais sobre o metabolismo, balanço hidroeletrolítico e sistemas orgânicos; efeitos de feedback negativo sobre a hipófise anterior e hipotálamo e efeitos antiiflamatórios e imunossupressores.

No primeiro, os principais efeitos metabólicos ocorre sobre o metabolismo dos carboidratos e das proteínas. Existe menor síntese e maior desintegração das proteínas, principalmente nos músculos. Os glicocorticóides apresentam “efeito permissivo” sobre a resposta lipolídica as catecolaminas e outros hormônios, que agem aumentando a concentração intracelular; esses hormônios provocam ativação da lipase cuja a síntese necessita da presença de glicocorticóides. Quando administrados em altas doses e durante longos períodos resultam na redistribuição de gordura; acarreta retenção de sódio; perda de potássio e produz um equilíbrio negativo do cálcio, reduzindo sua absorção no tratogastrintestinal e aumentando sua excreção pelo rim o que pode resultar em osteoporese.

No segundo, os glicocorticóides ( endógenos e exógenos ) possuem efeito de “feedback” negativo sobre ação de CRF e ACTH. Portanto, um dos efeitos farmacológicos dos glicocorticóides exógenos é deprimir a secreção desse hormônios, com uma conseqüente redução na secreção de glicocorticóides endógenos e atrofia do córtex supra renal. Se o tratamento for prolongado, podem ser necessários vários meses para o estabelecimento a função normal após a suspensão das drogas.

No terceiro, os glicocorticóides quando administrado terapêuticamente possuem efeitos antiflamatórios e imunossupressores, inibindo manifestações iniciais e tardias da inflamação como eritema inicial, calor, edema, dor, cicatrização da ferida, reparo e reações proliferativas.. Afetam todos os tipos de reação inflamatória, as causadas por patógenos invasores estímulos físicos ou químicos e respostas imunológicas desenvolvidas inadequadamente. Tem ações sobre os vasos sangüíneos e células antiflamatórias onde observa-se redução da vasodilatação e exsudação de líquido associada a vasoconstrição de pequenos vasos , menor ação de células T auxiliares , menor acúmulo de leucócitos na área de inflamação associada com diminuição na liberação de monócitos e aumento na liberação de neutrófilo pela medula óssea , redução na função dos fibroblastos e consequentemente do colágeno , e função reduzida dos osteoblastos e maior atividade dos osteoclastos ( podendo levar a osteoporose ).A outra ação é sobre mediadores das respostas inflamatórias e imunes onde ocorre diminuição na produção de prostanóides e leucotrienos, menor geração de citocinas e

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menor liberação de histamina pelos matócitos.

Durante o mecanismo de ação dos glicocorticóides , esses desligam-se da proteína plasmática carreadora, atravessa a membrana da célula e interagem com receptores intracelular. O complexo resultante esteróide-receptor ativará a transcrição de DNA, no núcleo, a RNAm e esse vai ser transladado em proteína com atividade antiinflamatória, entre ela a lipocortina que tem atividade inibitória sobre a enzima fosfolipase e reduz a produção de ácido aracdônico e consequentemente o processo inflamatório. Os efeitos antiinflamatórios são produzidos por dois mecanismos : a redução da produção de mediadores e células inflamatórias como : a histamina dos matócitos, componentes do complemento e citocinas; e produção de mediadores inflamatórios, tendo como o principal a lipocortina.

Os glicocorticóides são administrado por via oral, parenteral ( intravenosa, intramuscular, subcutânea, intrasinovial e intralesional ) e tópica ( pomadas, cremes, loções dérmicas, soluções oftálmicas e aerossóis respiratórios) .

A absorção da droga ocorre pela circulação sistêmica em todas as vias de administração, e devido a este fato, a utilização dos glicocorticóides acarretam efeitos deletérios sobre diversos órgão e sistemas manifestando-se de modo diferenciado.

Existem preparações disponíveis de glicocorticóides no mercado. Segue-se abaixo as principais drogas administradas por via parenteral, tópica e oral.

Via Parenteral

Glicococorticóide Nome Comercial

Acetato de dexametasona Decadron-LA

Acetato de hidrocortisona

Acetato de metilprednisolona Kenalog

Fosfato sódico de betametasona

Celestone Phosphate

Fosfoto sódico de dexametasona

Decadron Phosphate

Fosfato sódico de predinisolona

Tebutato de prednisolona Hydeltra- T.B.A.

Via Tópica

Glicocorticóides Nome Genérico

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Hidrocortisona MedrolDexametasona HexadrolBetametasona CelestoneValerato de hidrocortisona WestcortValerato de betametasona ValisoneDipropiato de betametasona Diprolene

Via Oral Glicocorticóides Nome GenéricoBetametasona CelestoneCipionoto de hidrocortisona CortefCortisona Cortone acetateDexametasona DecadronFosfato sódico de prednisolonaHidrocortisona CortefPrednisolona Prelone

A utilização de glicocorticóides são administradas de acordo com as doses e o tempo de uso. Segundo KATER (1999), a dosagem é dividida em alta (40-100 mg), média (15-40 mg) e baixa (5-15 mg); e o período é separado em curto (até 2 semanas), intermediário (entre 2 semanas e 2 meses) e longo (mais de 2 meses).

A alta dosagem administrada em um período curto atua em processos inflamatórios alérgicos agudos graves, imunossupressão, em transplantes, analgesia e quimioterapia em câncer. Essa mesma dose em período intermediário é indicado na recidiva de processos inflamatórios graves ou degenerativos, imunossupressão e na rejeição de transplantes. Já a longo período, essa dose alta é raramente utilizada em processos inflamatórios graves, rebeldes ou resistentes. A dose média em curto período reduz processos inflamatórios alérgicos ou agudos leves ou moderados; em período intermediário é utilizado para exacerbação de processos alérgicos ou inflamatórios e quando há período de estresse na reposição hormonal de transplante; e em período longo é indicado para manutenção de processos crônicos inflamatórios ou degenerativos, e controle de imunossupressão. A dose baixa em período curto atua como adjuvante no tratamento de processos infecciosos ou inflamatórios agudos leves; em período intermediário é utilizado como adjuvante no tratamento de processos infecciosos ou inflamatório crônicos leves; e em período longo é utilizado na reposição hormonal, manutenção e controle de processos crônicos e quiescentes.Quando há retirada de glicocorticóide em relação a dose e ao tempo de uso, a recuperação ocorre de forma gradual e progressiva, semelhante ao mecanismo de seu bloqueio.Para que isso ocorra o tempo de uso e administração da seguinte maneira: em período curto a dose alta é reduzida à metade a cada 3-4 dias; no período intermediário essa dose é reduzida a 1/3 a cada semana, em que utiliza-se dose única matinal e após um mês, tenta-se alternar os dias; e no período longo, a dose alta reduz a 1/5 a cada 2 semanas, em que utiliza-se dose única matinal e após 2 meses tenta-se alternar os dias. Em período curto, a dose média não há necessidade de redução gradual e a interrupção poderá ser abrupta; o período intermediário dessa dose assemelha-se ao da dose alta; e

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no período longo a dose média é reduzida a 1/4 a cada 2 semanas com dose única matinal. O período curto em dose baixa assemelha-se ao da dose média; em período intermediário essa dose é reduzida a 1/3 a cada 3-4 dias e em seguida administra-se dose única matinal, e no período longo há redução da dose em 1/4 a cada semana, em dose única matinal alternando-se os dias após 1 mês.

Antibióticos: Para serem eficazes, as drogas quimioterápicas devem ser tóxicas para os microorganismos invasores e inócuas para o hospedeiros, essa toxicidade seletiva depende de diferenças bioquímicas passíveis de serem exploradas entre o parasita (exemplo: bactéria) e o hospedeiro. As estruturas formadas da célula invasora podem atuar como alvos, assim, por exemplo, a síntese de folato é inibida pelas sulfonamidas e a folato redutase é antagonizada pelo trimetropim nas células bacterianas. Da mesma forma a síntese de peptidioglicano nas bactérias pode ser seletivamente inibida por antibióticos Beta-lactâmicos, como as penicilinas. A resistência em populações bacterianas pode disseminar-se de pessoa para pessoa através das bactérias, de uma bactéria a outra por plasmídeos e de um plamídeo para outro (ou a um cromossomo ) pelos tansposons. Os plasmídeos são elementos genéticos extracromossomicos capazes de sofrer replicação independentemente e que podem transportar genes para a determinação de resistência a antibióticos. O principal método de transferência de genes de uma bactéria a outra envolve plasmídeos conjugativos, que podem induzir a bactéria a produzir um tubo de conexão entre bactérias, através do qual o próprio plasmídeo pode passar. Os transposons são partes do DNA que podem ser transportadas de um plasmídeos a outro, bem como de um plasmídeo a um cromossomo. A produção de enzimas, codificadas geneticamente, que inativam a droga, como as beta lactamases, que causam a destruição das penicilinas e cefalosporinas, as aceltiltransferases, que inativam o cloranfenicol e as cinases, que inativam os aminoglicosídeos, são formas de resistência apresentadas pela bactérias. Outra forma de resistência acontece pela alteração de sítios de ligação da droga na bactéria. Este processo é observado com aminoglicosídeos, a eritromicina e penicilinas. A redução da captação da droga (alteração de carreadores de membranas), como nas tetraciclinas, e a alterações nas enzimas alvo no citoplasma da bactéria, como no caso das sulfonilamidas e do trimetropim, também são mecanismos de resistência comumente apresentados. Os Antibióticos são geralmente classificados de acordo com seu mecanismo de ação. Assim temos: Antibióticos que Inibem a síntese da parede bacteriana (bloqueiam a síntese de peptídeos glicanos), tais como, a bacitracina, as cefalosporinas, o imipramem, as penicilinas e a vancomicina. Todos são considerados bactericidas. Antibióticos que atuam sobre o metabolismo intermediário, síntese de ácido fólico, tais como, as sulfonamidas, sulfonas e o trimetropin. Todos são considerados Bacteriostáticos.Antibióticos que inibem a síntese protéica, tais como, os aminoglicosídeos, cloranfenicois a clindamicina, a eritrtomicina, a lincomicina e as tetraciclinas. Os aminoglicosídeos são bactericidas e os demais são bacteristáticos. Antibióticos que atuam sobre a síntese do DNA, tais como, as quinolonas ( ciprofloxadina e o ác. Nalidíxico) e a rifanpicina. Todos são considerados Bacteriostáticos.

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Antibióticos que atuam sobre as membranas celulares, dissolvendo-as, tais como, as polimixinas, a nistatina (que também é fungicida) e a anfotericna B ( que além de ser fungicida também é utilizada no tratamento da leishmaniose). Todos são bactericidas. Penicilinas, características principais: São inibidoras das transpeptidases, ou seja das síntese de peptídeo glicano. Maior toxicidade seletiva, menos efeitos adversos. São muito excretadas pela urina, inalteradas, por secreção tubular. As mais usadas são: Penicilina G (despascilina), Penicilina G –procaína (wycillin, Penicilina G-Benzatina (Benzetacil) , Penicilina V (Pen-Ve-Oral), Amoxicilina (amoxil), Ampicilina, oxacilina, floxacilina. Os principais efeitos adversos são: Náuseas, vômitos, alterações da flora intestinal, desconforto gastrointestinais e alergia (podendo chegar ao choque anafilático agudo). Sulfas: Antimetabólitos, atuam na síntese do ácido fólico. Depressão do SNC, depressão respiratória e formação de cristais na urina são alguns de seus efeitos colaterais. Aminoglicosídeos (gentamicina, canamicina, estreptomicina, neomicina), são inibidores da ligação do RNA mensageiro com as subunidades 30 S dos ribossomos bacterianos. Muito hidrossolúveis e muito tóxicos para o sistema vestibular e a cóclea, podendo causar surdez.Tetraciclinas (tetrex, terramicina, vibramicina. São de largo espectro, tem alta afinidade pelo fígado, ossos e dentes. Tem a sua absorção inibida pela complexação com cálcio, magnésio, ferro e alumínio e antiácidos. São excretadas no suor, sêmen e no leite materno. Irritações gastrointestinais, destruição da flora intestinal, menor coagulação, hipoplasia e coloração do esmalte dos dentes, além de fototoxicidade dérmica são alguns de seu efeitos colaterais. Inibem a síntese de proteínas ligando-se à sub-unidade 50 S dos ribossomos bacterianos, sendo este também o mecanismo de ação do cloranfenicol e da eritromicina (Ilosone). A eritromicina (espectro estreito) e a clindamicina são os antibióticos alternativos às penicilinas, em casos destas causarem reações alérgicas, pois tem o mesmo espectro de ação.

ANTIVIRAISCLASSIFICAÇÃO DOS VÍRUS VÍrus DNA: Adenovírus (resfriado, conjuntivites); hepadnavírus (hepatite B); herpes vírus (varicela, herpes-zoster); papilomavírus (verrugas); poxvírus (varíola). Vírus RNA: arbovírus (encefalites, febre amarela); arenavírus (meningites); ortomixovírus (influenza); paramixovírus (Sarampo, caxumba); picornavírus (poliomielite) rabdovírus (raiva) e retrovírus (AIDS). REPLICAÇÃO DO VÍRUS RNA ANTIVIRAISClassificação quanto ao mecanismo de ação:1) Inibidores da adesão e penetração - Amantadina e Rimantadina: rubéola, influenza A 2) Inibição da DNA polimerase: Aciclovir , (varicela, herpes comum), fanciclovir (hepatite B); foscavir (herpes); ganciclovir (citomelalovírus), vidarabina (herpes simples e zoster); Ribavirina (influenza A, hepatite B).

3) Interferência na síntese de DNA (análogos de bases nitrogenadas)- Citarabina (herpes e varicela); idoxuridina e triflurida (herpes corneano).4) Inibidores da Transcriptase reversa (antiretrovirais) análogos de nucleosídeos: - Abacavir, didanosina (Ddi), lamivudina (3tc), zalcitabina, zidovudina (Azt).

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5) Inibidores da Transcriptase reversa (antiretrovirais) não análogos de nucleosídeos: - Efavirenz e Nevirapina 6) Inibidores de Proteases: Indinavir, Lopinavir, ritonavir, saquinavir, tenofovir, atazanavir, amprenavir.7) Outros antivirais: Interferons e imunoglobulinas (clivagem do RNA e bloqueio da penetração respectivamente). Os interferons tem amplo espectro de ação. TERAPIA DA INFECÇÃO POR HIV

Associações de antivirais (evitar resistência):1) 2 Inibidores nucleosídeos da TR + 1 Inibidor de protease.2) 2 inibidores nucleosídeos da TR + 1 Inibidor não nucleosídeo.3) 1 inibidor não nucleosídeo da TR + 1 inibidor nucleosídeo + 1 inibidor de protease.4) 1 inibidor nucleosídeo da TR + 1 inibidor não nucleosídeo + 2 inibidores de protease.5) Em gestantes infectadas: Zidovudina + outro INTR.

Efeitos Não Desejados1) Inibidores da adesão e da penetração do vírus- Depressão maníaca, arritmias, delírio, alucinações, I.C.C., teratogênese, morte do embrião, convulsões.2) Inibidores da síntese de ác. Nucleicos e da DNA Polimerase:- Anemia, neutropenia, insuficiência renal, diarréia, confusão mental, alucinações, reação alérgica, diminuição da espermatogênese, arritmias, convulsões, teratogênese.

3) Inibidores da Transcriptase Reversa:- cefaléia, náuseas, vômitos, irritação gástrica, anorexia, fadiga, insônia, confusão mental, hepatite, anemia, neutropenia, neuropatia periférica.4) Inibidores de Proteases:- Cefaleia, náuseas, vômitos, irritações gástricas, alterações de paladar, hipertrigliceridemia, pancreatite, diarréia.

AntilipêmicosHiperlipidêmias

Tipos: Hipercolesterolemia e hipertrigliceridemia

Causas: Genética (ausência da atividade do receptor de LDL) ou adquirida (dieta rica em gordura, carboidratos, sedentarismo...).

Tratamentos: 1) Farmacológico com antilipêmicos (hipocolesterolêmicos e hiportrigliceridemiantes).2) Tratamento não farmacológico: dietas restritivas e mudanças de hábitos Hipocolesterolêmicos

EstatinasResinasMecanismo de ação: Fazem o seqüestro de ácidos biliares da luz do intestino.

Representantes: Colestiramina (Questram); Colestirol (colestid)

Efeitos adversos: hipovitaminoses, irritação gástrica.

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Interações: diminuição da absorção de cardiotônicos, fenobarbital, clortiazida, varfarina e vitaminas lipossolúveis.

Niacina ( Ác. Nicotínico)Mecanismo de ação: Faz a redução da síntese de LDL e o aumento do HDL pelo fígado. Pode ser utilizado tanto para reduzir colesterol como o triglicerídeo do sangue.

Efeitos adversos: Rubor cutâneo, diminui liberação de insulina, hepatotóxico.

Interações: Não relevantes

HipotrigliceridemiantesGrupo mais usado são os Fibratos

Mecanismo de ação: aumentam a enzima lipoproteína lipase - degrada triglicerídeos no fígado.

Representantes: Fenofibrato (tricor); clofibrato (atromid-s)

Efeitos adversos: Irritação gástrica, miosite, formação de cálculos biliares.

Interações: Estatinas (miosite); Anticoagulantes (hemorragias)

Anti-histamínicos

Alergia: Histamina atuando em receptores H1

Vasodilatação (rubor e hipotensão), aumento de permeabilidade (edema), prurido, dor, eritema.

Outras ações da Histamina:

SNC: Vigília, náuseas e vômitos, saciedade

Estômago: aumento da produção de HCl (H2)

Anti-histamínicos H1Representantes: prometazina) (Fenergam), dexclorfeniramina (polaramine), dimenidrato (dramine), Astemizol (hismanal), difenidramina (benadril) , loratadina (claritin, loramil)

Usos: São utilizados na profilaxia e no tratamento de alergias, náuseas, vômitos, sedativos, anti-anorexígenos, tratamento de queimaduras pela exposição ao sol e descongestionantes.

Efeitos adversos: Depressão do SNC (sonolência e incoordenação), alergias, estimulação reflexa)

Interações: sedativos, anticonvulsivantes, álcool.

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Medicamentos Anti-gastrite e Anti-Ulcerosos

As úlceras comumente são tratadas por pelo menos seis semanas com medicamentos que reduzem a liberação de ácido no estômago e no duodeno. Qualquer um dos vários medicamentos anti-ulcerosos pode neutralizar ou reduzir o ácido gástrico e aliviar os sintomas, geralmente em poucos dias. Se os sintomas não desaparecerem totalmente ou se eles retornarem quando o medicamento for interrompido, outros exames normalmente são realizados. O sucralfato pode atuar formando uma capa protetora na base de uma úlcera para favorecer a cura. O sucralfato é eficaz no tratamento de úlceras pépticas e é uma alternativa razoável aos antiácidos. Ele é tomado três ou quatro vezes por dia, não é absorvido pela corrente sangüínea e, conseqüentemente, seus efeitos colaterais são poucos.

Contudo, o sucralfato pode causar constipação. Os antagonistas H2 (cimetidina, ranitidina, famotidina e nizatidina) promovem a cicatrização da úlcera através da redução da quantidade de ácido e de enzimas digestivas no estômago e no duodeno. Esses medicamentos altamente eficazes são tomados apenas uma ou duas vezes ao dia. Em geral, eles causam poucos efeitos colaterais sérios e vários deles podem ser adquiridos sem prescrição médica. Contudo, a cimetidina pode causar um aumento de volume reversível das mamas em homens. Menos comumente, ela pode causar impotência em homens que tomam doses altas durante longos períodos.

Em menos de 1% dos indivíduos tratados com cimetidina, foram relatados casos de alterações mentais (especialmente em idosos), diarréia, erupção cutânea, febre e dores musculares. Quando um indivíduo que faz uso de cimetidina apresenta qualquer um desses efeitos colaterais, a substituição por um outro antagonista H2 pode solucionar o problema. Como a cimetidina pode interferir na eliminação de certas drogas do organismo (p.ex., a teofilina utilizada no tratamento da asma, o warfarin no tratamento de distúrbios da coagulação sangüínea e a fenitoína no tratamento de crises convulsivas), o usuário deve notificar ao seu médico o fato de estar utilizando a cimetidina.

O omeprazol e o lansoprazol são drogas muito potentes que inibem a produção das enzimas necessárias para o estômago produzir ácido. Esses medicamentos podem inibir completamente a secreção ácida e têm efeitos prolongados. Eles promovem a cicatrização em uma maior porcentagem de pacientes em um tempo menor que os antagonistas H2. Eles são particularmente úteis no tratamento de indivíduos com esofagite com ou sem úlceras esofágicas ou de outros distúrbios que afetam a secreção gástrica ácida (p.ex., como a síndrome de Zollinger-Ellison). Os antibióticos estão sendo cada vez mais utilizados quando a bactéria Helicobacter pylori é a principal causa subjacente de úlceras.

O tratamento consiste na administração de um ou mais antibióticos e de um medicamento que reduz ou neutraliza o ácido gástrico. As combinações mais comumente utilizadas são a de subsalicilato de bismuto (droga similar ao sucralfato) com tetraciclina e metronidazol ou amoxicilina. A combinação do omeprazol com um antibiótico também é eficaz. Esse tratamento pode aliviar os sintomas da úlcera, mesmo quando a úlcera revelou ser resistente a tratamentos anteriores ou apresentou recorrências repetidas.

O misoprostol (citotec) pode ser utilizado para prevenir as úlceras gástricas causadas por antiinflamatórios não-esteróides. Não existe uma concordância médica relativa a todas as circunstâncias específicas em que o misoprostol deve ser utilizado. Contudo, a maioria

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concorda que esse medicamento é útil para algumas pessoas com artrite e que estão tomando doses altas de antiinflamatórios não-esteróides. O misoprostol não é utilizado em todos esses pacientes, pois ele causa diarréia em cerca de 30% dos usuários e apenas cerca de 10 a 15% dos que tomam doses elevadas de antiinflamatórios não-esteróides apresentam úlceras pépticas.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS:

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