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Revista Balô - Edição 10

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SUMÁRIO

Editorial

Educação Viva

Vivemos no contra, por Desenho

Sutilmente a vida segue

p. 06

p. 08

p. 11

p. 14

Os museus educativos.

Artistas de rua.

Por Tatiane Odorizze.

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Que vencedor, que nada

Um gigante chamado proletariado

Colaboradores

Sobre o 11ª Salão Eike Hering

P. 18

P. 20

P. 22

P. 16

Por Eduardo Marinho

Exposição de arte.

Por Rubens Vinícius

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Editorial

REDAÇÃ[email protected]

[email protected]

CENTRAL DE ATENDIMENTO AO LEITOR

[email protected]

ExpedienteErrata Ítalo Mongconãnn

Comunicação e [email protected]

Léo KufnerArte e Web Designer

[email protected]

William WesterkampArte e Editoração

[email protected]

Manoella BackProdutora Cultural

[email protected]

Era um, era dois, era três que começaram achan-do que seus salários estavam desproporcio-nais ao esforço que fazem todos os dias. Não

é apenas o trânsito desumano, não é apenas aquela coxinha gordurosa que você almoça porque não vai tempo de chegar à escola. Tampouco é a coxinha gordurosa que você almoça dirigindo em direção à es-cola. É, sim a falta de valorização por parte de poder público. É falta de valorização frente à grandiosa mis-são de um professor: mudar as pessoas sempre para melhor. Pessoas essas que ocupam cargos políticos e gerenciam cidades, estados e nações. A luta de todos continua e isso que o texto do “artivista” Eduardo Marinho nos leva a refletir: “Quem, na verdade, é um vencedor?”. Sim, #alutacontinua !

Nesta edição também mostramos ainda dois espaços catarinenses preservam o histórico educacional nas cidades em que se localizam. Poesia!!! Nesta edição temos poesias produzidas por quem é de Blumenau e informações sobre o 11º Salão Elke Hering de Arte Contemporânea, já que “a arte diz o indizível”.

É isso!!

EPA! A Balô se embolou e não citou os créditos de Aline Assumpção e Charles Steuck que nos cederam as fotos ilustrativas da poesia “O Nu visto da mais bela forma”.

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Educação Viva

Um dos exemplos é o Museu da Escola Catarinense. Prestes a completar 20 anos, o museu é mantido pela

Por Manoella Back

Se você fez seu primeiro ano do ensino funda-mental na década de 90, provavelmente sua mãe exibiu na sala de casa uma foto sua sentado(a)

a mesa e, em cima dela, haviam lápis, canetas, uma bandeirola do Brasil, um globo de terrestre e você lá, sentadinho e dizendo “xis” . Ok, também não é para tanto. Mas se foi desta forma que sua mãe quis manter viva sua vida escolar é bom lembrar que há grandes “mães” que procuram manter vivas a história educacio-nal de onde vivemos: os museus educativos.

Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) e trabalha para manter viva as histórias encontra-das na história educacional do catarinense. Além de promover educação e a cultura, o museu já está consolidado como espaço educativo informal e como centro de atuação constante de pesquisadores de áreas humanas. Com a localização privilegiada, no entorno do Museu da Escola Catarinense estão lo-

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O material disponível no Museu da Escola Catarinense (MESC) é compos-to por livros, móveis, objetos escola-res, fotografias e documentos que re-gistram parte da história da educação catarinense e provém de doações de escolas, órgãos públicos, ex-professo-res ou seus familiares. Todavia, parte deste material esta sob processo de re-cuperação e logo estará disponibizado ao público.

Outro exemplo de história educacio-nal é a Escola N° 1, em Blumenau. As salas eram verdadeiros mares de cabe-linhos e olhos claros já que esta foi a primeira instituição destinada ao ensi-no e disseminação de valores dos nas-cidos blumenauenses. Construída em 1872, tinha o estilo enxaimel e ocupava o primeiro lote fora do núcleo urbano da época. As famílias pioneiras da cidade foram se fixando neste local e, durante 80 anos, esta escola atendeu e alfabetizou cinco mil alunos.

calizados outras peças importantes da história do estado como o Museu Vic-tor Meirelles, a Academia Catarinense de Letras, a Travessa Ratclif e o Palácio Cruz e Souza. De acordo com a profes-sora Sandra Makowiecky, o museu por ter sua sede em endereços históricos urbanos tombados, ajuda na revitaliza-ção de espaços de importância cultural o patrimônio cultural.

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A partir deste momento o prédio ficou no esquecimento da população local e sua edificação foi deteriorada devido às ações naturais do tempo. Com desapropriação a revitalização em 1991 e outras reformas pontuais de urgência, a Escola n° 1 reabriu com o nome de Casa da Memória da Escola n° 1 e tornou-se Museu com parte da história educacional de Blumenau.

Em 1992, funcionou com pequeno acervo somente alguns anos. No espaço havia materiais como cadernos, livros para estudos, documentos referentes á matrícula de alunos e carteiras escolares antigas. Em 2004, a Escola nº 1 retoma suas atividades, interagindo desde então com a comunidade. Sua finalidade é manter e realizar atividades de extensão socioculturais, além de atender aos anseios da comunidade do bairro Itoupava Central.

Museu da Escola CatarinenseEndereço: Rua Saldanha Marinho, 196 - Centro, Florianópolis - SCTelefone: (48) 3225-8658 Atendimento de segunda a sexta-feira, das 14h às 18h. É possível agendar visitar em ou-tros horários através do telefone (48) 9183-0588 ou pelo e-mail [email protected]

Casa Escola Nº 1Endereço: Rua Dr. Pedro Zimmermann, 8.107 – Itoupava Central, Blumenau – SCTelefone: (47) 3378-3956 Atendimento de terça-feira a sexta-feira, das 10 às 16h.

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É… no contraContra a física e suas leisAfinal podemos não ligarMas que a gravidade existe, existeContra as expectativas dos nossos paisOu você conhece algum pai que adorou ver seu filhotrocar beca, cabelo e canudo porNariz vermelho, chapéu coco e claves?Contra o que a sociedade julga profissãoNão me lembro da existência de concurso público para animador de via urbanaContra todos os padrões académicosMesmo por que, apesar de sua matemática perfeita e complexaSite swap não faz parte da grade de matérias de nenhuma escolaSim! Vivemos no contraE vivemos por ai… viajandoCarregamos em nossa costas mochilasPesadas, sujas, suadas e surradasContendo nada mais que belas historias e nosso brinquedos

“Vivemos no contra, por Desenho”

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Brinquedos que são nossa diversão, nosso meio, nossa defesa, nosso ganha pão,nossa identidade e por que não dizer nossas vidas.Sim! Vivemos no contraE vivemos por ai… buscandoContrariamos até mesmo artistasEnquanto muitos sonham com teatros renomados e imensas plateias pagantesNós vamos a qualquer beco, rua ou praça e convidamos a plateia a vir de bom gradoMuitos querem um palco de madeira com cortinas vermelhas e holofotes gigantesNós nos satisfazemos com o asfalto preto e suas faixas brancasCom a iluminação de postes, faróis e nossa próprias tochasNão cobramos entrada,Mas agradecemos se alguém contribui na saídaE enquanto todos andam no verdeÉ no vermelho que nosso mundo gira.Sim! Vivemos no contraE vivemos por ai… contrariandoVivemos contra tradição de nossa própria pátria531, 441, 4x2x não são formações táticas de times de futebolArte aqui é bola no péE eu não estou falando de quick up ou futbagNossa arte não passa em jornais ou tem espaço no horário nobre da TvNão teríamos audiênciaSó apareceríamos na mídia televisiva de três formasNum daqueles telejornais sensacionalistasComparando-nos ou fazendo de estatísticaDizendo que nossa vidas são frutos de uma sociedade doente e desigualQue não tivemos opção, ou simplesmente estamos nessa por condicionamento socialAparecemos também naqueles famosos programas domingueiroQue criam competições populares, dizendo estar dando espaço para que mostremos nossa arteDai nos dão menos de 1 min para faze-loE ainda nos humilham em rede nacionalJulgando de maior dificuldade ou valor artístico uma criança carente por que ela sabe cantar o hino nacionalA terceira forma não é muito comum, mas acho que é a mais facilSe você for mulher, loira e gostosa e mandar benzasso com três ou mais bolas de pompoarismoTenho certeza que o pânico na Tv, os vídeos incríveis ou algum programa do tipo vai adorar te-la na equipe.Claro se você se encaixa nesses padrões meu telefone é…Sim! Vivemos no contraE vivemos por ai… sobrevivendoVivemos contra as condições climáticasAfinal chuva e malabares não combinamQuem conhece Sampa sabe exactamente do que eu estou falandoVivemos na insegurança, não temos renda

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Não temos a certeza de que no fim do mês o salário vai estar láNão temo direito a férias ou décimo terceiro salárioNão temos seguro desemprego ou convénio medicoApesar de dependermos dos nossos corpos para trabalharE muitos de nós são obrigados muitas vezes a vender o almoço pra comprar o jantarE isso nos faz pensar se vale a penaTodos os dias vemos e ouvimos coisas inacreditáveis e até mesmo inadmissíveisRecebemos elogios que nos motivamMas também criticas que nos destroemE chega a ser engraçado tentar contar quantas vezes por dia nos mandam trabalharMas enfrentamos tudo isso de peito aberto e ainda pedimos maisMesmo com as fechadas de vidroMesmo com os olhares de desaprovaçãoMesmo com todos os insultosMuitas vezes mesmo contra nós mesmosPedimos mais…A rua é para poucos…Ela não é boazinha ou compreensivaNem vai sentir se te jogar pra baixoSentimentos temos nós..ela nãoEla só faz sentir!Mais do que nunca sei do que estou falando, não queria sabermas não escreveria se não soubesseMas pedimos mais..Porque nada paga a liberdade e o amor que temos pela nossa arteSim! Vivemos no contraE vivemos por aiNão temos o apoio ou patrocínio de ninguémMas somos uma raça unidaE estamos por ai…Crescendo, nos multiplicandoNos ajudando em cada encontro em cada convenção, em cada carnaval…Estamos por ai…contrariandoTemos vários nomesVagabundos, hippies, jugglers, moleques do farol, meninos do pauzinho, depreciadores da própria arte, andarilhos, viajões, bichos grilos, micróbios, loucosEu prefiro ser chamado,ARTISTA DE RUA.

Marcos Vinícius – DesenhoMalabarista, Artista de Rua...

Publicado no Portal Malabares em 10/11/11

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Sutilmente a vida segue

São breves alguns caminhos

Outros carecem de mais cuidado, menos passos.Um espaço, um tempo maior de espera.Uma pausa. Um silêncio.

É no silêncio que a lagarta espera

Pacientemente

Que o tempo passe, que a transformação ocorra.

Sem o menor descuido, sem faltar nem exceder

A vida dá forma à beleza

Assim também a pérola, a flor, o fruto...

Tudo a seu tempo

Floresce, cresce, alimenta, gera, parte!

Sutilmente a vida aconteceNos caminhos, nos sorrisos, no olhar singeloComo também na força das tempestades.

No espaço da dor e da lágrima que surge sem pedir licença.Pacientemente

Repara. Observa. Espera.

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Por Tatiane J. Odorizzi

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Elke Hering foi uma artista plástica blume-nauense nascida em 1940. Hering iniciou sua carreira em 1957 e, de maneira au-

todidata, buscou o aperfeiçoamento em vários segmentos da arte visual. Posteriormente, com a condição de estudar no exterior, buscou aprofundar seus estudos. Em Blumenau, ide-alizou exposições individuais e coletivas. Foi uma das fundadoras da galeria Açu-Açú, na qual reuniam-se artistas de todo o estado de Santa Catarina para conversar e expor suas obras. Na Açu-açú foi realizado o primeiro lei-lão de Artes Plásticas do estado. No leilão o público podia ter contato com a arte produzida nacionalmente. Obras de Cândido Portinari, Di Cavalcanti e Tarsila do Amaral por exemplo, foram leiloadas em terras blumenauenses.

Como se não bastasse o destaque dado a Galeria Açú-açú, Elke tornou-se referência nas mais distintas modalidades como pintura, de-senho e escultura. Com a morte prematura de Elke Hering, em 1994, a Fundação Cultural de Blumenau com a anuência do poeta Lindolf Bell, homenageou a artista, dando seu nome a um dos salões mais importantes do Estado de Santa Catarina, o Salão Elke Hering.

Promovido em parceria com o Museu de Arte de Blumenau (MAB) e a Fundação Cul-tural de Blumenau (FCB) o Salão Elke Hering, de natureza bienal, já realizou com sucesso

Sobre o11º Salão Elke Hering...

dez edições, trazendo a Santa Catarina artistas plásticos, curadores e críticos de arte de todo o Brasil, fato que dá distinção ao evento. Desde sua primeira edição, esta bienal de arte contou com 2257 artistas inscritos, 377 artistas sele-cionados, 686 obras expostas e 30 artistas pre-miados.

Esta mostra de Arte Contemporânea é aber-ta para artistas de todo o território nacional e não há classificação etária. A mostra distingue com o auxílio de uma curadoria especializada o total de 20 obras. Os artistas premiados este ano foram:

Por Manoella Back

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Os resultados obtidos com a realização das dez edições do Salão Elke Hering, denotam a sua importância para o de-senvolvimento e amadurecimento da produção emergente tanto da cidade

Andrea Brown - Rio de Janeiro (RJ)Andrea Eichenberger - Florianópolis (SC)Andrey Zignnatto - Jundiaí (SP)Cecilia Bona - Brasília (DF)Charles Steuck e Aline Assumpção - Blumenau (SC)Cyntia Werner - Curitiba (PR)Denise Dubiella - Brusque (SC)Diego de Los Campos - Florianópolis (SC)Janaina Schvambach - Chapecó (SC)Jane Bruggemann - Florianópolis (SC)Janor Vasconcellos - Criciúma (SC)Javier Di Benedictis - Florianópolis (SC)Keytielle Mendonça da Silva - Ribeirão Preto (SP)Marcelo Rebelo de Souza – Blumenau (SC)Marlene da Silveira - Blumenau (SC)Priscila dos Anjos - Joinville (SC)Raul Couto Leal - Rio de Janeiro (RJ)Rogério F. Negrão - Joinville (SC)Romeu Luiz de Castro Bessa - Belo Horizonte (MG)Tales Sabará - Congonhas (MG)

de Blumenau, como da região e do país, tornando-se campo de discussão, fomento e qualificação do enten-dimento da arte atual. Ainda é possível conferir algu-mas obras premiadas no Museu de Arte de Blumenau até 21 de julho.

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Diante de uma sociedade que me obriga a co-existir com situações de extrema fragilidade e sofrimento, em que se aceita como "naturais"

ou "inevitáveis" realidades como a fome, a miséria e a ignorância, se aponta como valores principais a pro-priedade, o consumo, a ostentação e se impõe a com-petição como forma de relacionamento vivencial entre as pessoas, só posso colocar minha vida em contrapo-sição às correntes dominantes.

Tanto em valores, quanto em comportamento e em objetivos de vida.

É preciso revelar dentro de nós os valores induzidos pelos meios de comunicação de massa, pelo massacre publicitário, pela propaganda ideológica, psicológica, inconsciente, sub-liminar ou não. Pela pressão social daqueles que aderem aos valores artificiais e, na fal-ta de convicção, precisam impor aos demais, compor grupos e discriminar os que não lhes apóiam valores que, por si, não se sustentam. Temos em nós estes condicionamentos, em maior ou menor grau. São va-lores-causas do desequilíbrio social - a cultura da com-petição, em que todos são adversários potenciais, e a do consumo, em que o objetivo principal da vida é consumir, possuir, desfrutar, alcançar o máximo da far-tura material, entre a ostentação e o desperdício. São enormes e estratégicas mentiras.

Não há competição onde há desigualdade de condi-ções. Há covardia.

A massa dos "derrotados" aumenta, os "vencedo-res" se empilham em pirâmides de poder e privilégios ascendentes. No topo, o pequeno grupo. Os donos das mega-empresas transnacionais, dos grandes bancos e corporações financeiras, interferindo e controlando as políticas públicas e a mídia para os favorecer e encher, mais ainda, de poder e privilégios, em prejuízo dos di-reitos básicos da população e das obrigações principais do Estado.

“Que vencedor,que nada!”

Não há competição

onde há desigualdade de condições. Há covardia.

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Este é o sentido das minhas ações, do meu trabalho, da minha vida. Não tenho a ingenuidade de esperar ver o mundo conforme eu gostaria. Também não me é possível aderir a esses valores planejados e implantados como "a realidade", que fazem de irmãos, adversários e do obje-tivo da vida, o consumo excessivo, a posse, o conforto físico. Perdemos o contato direto com as necessidades abstratas, as principais do ser, o sentimento de inte-gração, a sensação de utilidade ao coletivo, o equilíbrio emocional, as relações afetivas, a solidariedade, o senso de justiça, o desenvolvimento da consciência.

Existe em mim a necessidade incontrolável de plan-tar idéias, valores, questões, sentimentos. Denunciar as mentiras em que tantos acreditam, os valores falsos, as necessidades artificiais, a mediocridade da vida e a mes-quinharia dos objetivos oferecidos. Apregoar os valores do espírito, solidariedade, integração, consciência. De-nunciar o egoísmo da mentalidade competitiva, a cruel-dade - ou indiferença - das minorias dominantes.

Não espero colher os frutos das árvores que planto. E isso não diminui minha necessidade de seguir plantando, de trabalhar em direção contrária às correntes, aos va-lores vigentes, nocivos à grande maioria, embora - e por isso mesmo - a submetendo.

A discriminação, a perseguição dos organismos re-pressivos da administração pública, o desprezo dos con-vencionais são, por outro lado, elogios a quem não se submete. Eu teria vergonha de aderir aos valores dessa sociedade perversa. De ostentar riqueza como falso sím-bolo de vitória. Não estou aqui pra competir. Privilégios me constrangem, desperdícios me dão repulsa e entris-tecem.

Superioridade social é uma encenação ridícula, subal-ternidade humana é uma ilusão triste. Não compartilho dos valores vigentes. Não tenho como andar com as cor-rentes. Sigo somente minha própria consciência. Minha "pobreza" é minha riqueza, minha "derrota" é minha vi-tória. Teria vergonha, neste mundo, de ser um "vence-dor".

Por Eduardo Marinho,em 12 de agosto de 2010 e atual sempre!

Eu teria vergonha de

aderir aos valores dessa

sociedade perversa

Existe em mim a necessidade incontrolável de plantar idéias, valores, questões, sentimentos.

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Um gigante está dormindoHá muito tempo desacordadoÉ mantido em sono profundoE nisso não se sente incomodadoO gigante tem nome, meu caroEle se chama proletariado

Há tempos dizem que ele sequer existeQue virou coisa do passadoNossa, como é que em pleno século xxiTem gente pensando num "conceito datado"?

A miséria, a fome, a precarização do trabalhoO desmonte do estado, que para servir a burguesia foi criadoFaz com que o gigante tenha vontade de acordarE em sua luta destruir esta sociedade E lhe fazer virar coisa do passado

É hora de deixar de ser criadoDe sair pra ruas sem ficar envergonhadoDe ocupar os locais onde produzesE onde ficas o dia inteiro trancafiadoAvante minha classeLute por si e para deixar de existirTorna-te revolucionário, meu querido proletariado!!!

Desvelar é preciso

Um gigante chamado proletariado

Por Rubens Vinícius

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