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‘‘Precisamos nos unir em prol dessa causa. precisamos ser amigos de Itamaraju. o município tá pedindo socorro’’. Jorge Almeida Café Rural Revista Ano 1 - N° 1 I Março/Abril Maio 2014 O Grande Nome do Agronegócio no Extremosul Baiano

Revista café rural

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Page 1: Revista café rural

‘‘Precisamos nos unir em prol dessa causa.precisamos ser amigos de Itamaraju.o município tá pedindo socorro’’.

Jorge Almeida

Café RuralRevista

Ano 1 - N° 1 I Março/Abril Maio 2014

O Grande Nome do Agronegócio no Extremosul Baiano

Page 2: Revista café rural
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ED

ITO

RIA

LQuem não gostaria de passar pelo menos um dia

numa fazenda, moendo cana; chupando laranja �rada do pé; saboreando um pão feito em casa, um bolo de fubá com uma xícara de café de coador de pano;

de manhãzinha, ainda em cerração, beber leite �rado na hora; pescar num lago ou num rio que corta a

campina; ouvir os pássaros, as modas de viola?

Esta é a nossa proposta: produzir uma revista que através de suas matérias documenta a a�vidade agropecuária, mostra o agricultor, a sua cultura, suas tradições, as paisagens do campo, os pratos �picos, o efeito da agricultura na economia da nossa região, bem como as alterna�vas para lidar com os animais e as lavouras.

Trata‐se de uma revista diversificada, com quadros ligados às a�vidades do campo: curiosidades sobre várias cidades e regiões que compõem o estado; bate‐papo com autoridades do setor; além de serviços e informações dos principais eventos agropecuários do sul e extremo sul da Bahia.

A revista Café Rural vai além de reportagens sobre o manuseio da terra, traduzindo as inúmeras relações do homem do interior com o campo de forma simples e agradável. Tanto para quem mora no campo, como para quem vive na cidade, é a opção de equilíbrio entre a prestação de serviço e o entretenimento.

Boa leitura

Café RuralRevista

Carlos BritoEditor-Chefe

Ficha Técnica

Editor Chefe: Carlos Brito

Designer: André Rocha

Artes: Carlos Brito/André Rocha

Revisão de texto: Eliana Sausmickt

Supervisão: Lina Reis

Direção de Jornalismo: Carlos Brito

RG: 2163‐ES

Colaboradores

Cantareli

Jorge Almeida

Urbano Correa

Nunes

Gustavo Correa

Departamento Comercial:

Micheli Vieira

Contato: (73) 3294‐1024

E‐mail: [email protected]

Distribuição:

‐Itamaraju

‐Teixeira de Freitas

‐Itabela

‐Eunapolis

‐Prado

‐Jucuruçu

‐Medeiros Neto

‐Itanhem

Foto Capa: Carlos Brito

Tiragem: 2.000 exemplares

Impressão: Rona Editora

As idéias con�das nos ar�gos assinados não expressam,

necessariamente, a opinião da revista e são de inteira

responsabilidade de seus autores.

Revista Café Rural

Redação/Administração

Rua Princesa Isabel, 17 ‐ sala 01 ‐ Centro

CEP: 45836‐000. Itamaraju/BA

Contato: (73) 3294‐1024

E‐mail: [email protected]

Ano 1 - N° 1 I Março/Abril Maio 2014

03Café RuralRevista

Page 4: Revista café rural

Entrevista Jorge Almeida

Economia Rural

Entrevista Lindemberg Nunes Leite

Curiosidades

Direito RuralDr. Italo Lacerda

211/2013Portaria

Na contramão do desenvolvimento

NESTA EDIÇÃO

Turismo Rural

10

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15

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17

30

07

Page 5: Revista café rural

A escolha do vidro correto transforma a sua casa num ambiente ideal, perfeito e protegido.

VIDRAÇARIA E MARMORARIA

- (73) 3294 1504Av Perimetral, 1283 - Itamaraju

Page 6: Revista café rural

Ano 1 - N° 1 I Março/Abril Maio 2014

06Café RuralRevista

Mer

cado

As projeções referentes ao café mostram que a produção em 2023 deve se elevar 10,9% em relação a 2013. O consumo está es�mado para crescer 28,6% até 2023. O consumo no Brasil tem crescido a uma taxa média anual de 4,8% segundo a OIC‐ Organização Internacional do Café, enquanto a taxa média mundial tem sido de 2,7% ao ano.As exportações de café estão projetadas para 2023 em 27,0 milhões de sacas de 60 kg. Esse volume projetado epresenta um acréscimo de 28,6% em relação às exportações de 2013 e representa uma taxa média anual de 0,31%. A previsão é que o país con�nue como o maior produtor mundial e principal exportador, bem como mantenha os compradores habituais e os parceiros es�mados em mais de 100 mercados.

Café

O leite foi considerado como um dos produtos que apresenta elevadas possibilidades de crescimento. A produção deverá crescer a uma taxa anual de 1,9%. Isso corresponde a uma produção de 41,3 bilhões de litros de leite cru no final do período das projeções, 20,7% maior do que a produção de 2013. Segundo técnicos da Embrapa Gado de Leite, as taxas de crescimento projetadas para a produção são baixas. Segundo eles a produção de leite no Brasil cresceu mais de 4,0% ao ano nos úl�mos 4 anos.

O consumo deve crescer a uma taxa anual de 1,9%, acompanhando, portanto a produção do país, mas colocando o consumo num nível pouco acima da produção nacional, o que exigirá certo volume de importações, previsto próximo de 1,0 bilhão de litros em 2023, a menos que polí�cas públicas especí´ cas para o setor sejam implantadas.

Leite

SUINA

CarneAs projeções de carnes para o Brasil mostram que esse setor deve apresentar intenso crescimento nos próximos anos. Entre as

carnes, as que projetam maiores taxas de crescimento da produção no período 2013 a 2023 são a carne de frango, que deve crescer anualmente a 3,9%, e a bovina, cujo crescimento projetado para esse período é de 2,0% ao ano. A produção de carne suína tem um crescimento projetado de 1,9% ao ano, o que também representa um valor rela�vamente elevado, pois consegue atender ao consumo domés�co e às exportações. Essas taxas correspondem a acréscimos na produção entre 2013 e 2023, de 46,4% na carne de frango, 22,5% na carne bovina e de 20,6% na carne suína.A produção total de carnes deve passar de 26,5 milhões de toneladas em 2013 para 35,8 milhões em 2023, um acréscimo de 34,9%.

Page 7: Revista café rural

Eco

nomia

Rur

al

Não é de hoje que órgãos de fiscalização elevam as

exigências sanitárias à produção do leite no Brasil. As medidas chegam inicialmente à indústria e aos la�cínios e, cada vez com mais força e rapidez, alcançam as propriedades rurais. Autoridades da pecuária de leite são unânimes ao afirmar que a exigência do controle de

doenças, inclusive como fator determinante de o criador con�nuar no mercado, é tendência irreversível.

As exigências no controle de doenças, a exemplo da mas�te, são duras, porém não ocorrem isoladamente. Federações e

sindicatos rurais e o próprio governo oferecem condições de adequação aos pecuaristas. A fiscalização precisa ser rigorosa, no entanto é necessário que as partes da cadeia, inclusive o Estado, estudem formas de compensação quando, devido a um problema qualquer, parte de um rebanho precisar ser sacrificado. Principalmente o pequeno não tem fôlego para suportar uma perda, para ele, tão significa�va. A definição de regras nessa direção traria avanços decisivos ao setor.

Qualidade

Além de oferecer um produto melhor ao mercado e ao consumidor, a busca da excelência na qualidade do leite pode render, ao pecuarista, até 15% a mais no valor do litro do leite. Outra vantagem, está na possibilidade de abertura de novas janelas de negociação, a exemplo de outros países. Atualmente, a produção de leite brasileira é inferior ao consumo e esse é um dos mo�vos da forte valorização do produto.

A maior resistência da adoção de cuidados para evitar doenças

está entre os pequenos criadores. Uma das deficiências é o processo de comunicação, que muitas vezes não consegue levar ao campo informações geradas pela cadeia. É importante reforçar que o controle de doenças e a busca por qualidade é inves�mento e não custo. Um bom indica�vo de mudanças vem do crescente número de famílias que abandonam as formas artesanais e associam tecnologia à a�vidade, como ordenhadeiras e resfriadores.

Tuberculose, brucelose e mas�te são as principais doenças que a�ngem os bovinos. No gado leiteiro, a mas�te pode afetar seriamente a produção de leite. O consultor José Manoel

Mendonça informa que a mas�te jamais será totalmente zerada, mas pode perfeitamente ser reduzida. “Por isso, medidas regulares de controle são tão importantes”. A principal recomendação é que os pecuaristas façam regularmente, por meio de profissionais habilitados, o acompanhamento do rebanho. “Controlar não é caro. Caro é ter a doença no plantel”. Em alguns casos, o processo de inflamação da glândula mamária do animal leva à queda de até 25% na produção. Em situações extremas, a vaca precisa ser sacrificada. Para evitar problemas, o criador também deve adotar normas rigorosas de higiene e manejo correto do plantel. “Trabalhar preven�vamente é uma postura sábia”, conforme José Manoel. Em 90% dos casos, a mas�te resulta de bactérias. Iden�ficar a doença não é di�cil, há secreção de leite com grumos (pus ou de aspecto aquoso), úberes com vermelhidão, duros, inchados e quentes.

As informações são do O Paraná.

Pecuarista que não se adequar a rigor sanitário sairá da a�vidade

Ano 1 - N° 1 I Março/Abril Maio 2014

07Café RuralRevista

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TERRAPLANAGEM

Represa

Drenagem de Brejo

Terraplanagem

Aragem e adubagem

Serviços Agrícolas

Edificações

(73) 9990-4498 (73) 9161-0207Contato

E-mail.: [email protected]

Page 9: Revista café rural

Ano 1 - N° 1 I Março/Abril Maio 2014

09Café RuralRevista

Eve

ntos

PERÍODO: DE 22 A 26/10/1433ª Exposição Agropecuária

Teixeira de Freitas

Informações

Região

Clima Principais rebanhos

Promoção

Banco

Período: de 13 a 17/08/1414ª Exposição Agropecuária

Itanhém

Período: de 17 a 21/09/1437ª Exposição Agropecuária

Itapebi

Período: de 10 a 18/05/1444ª exposição Agropecuária

Itape�nga

Page 10: Revista café rural

ENTREVISTA COM JORGE ALMEIDA, UM VISIONÁRIO E ENTUSIASTA DO AGRONEGÓCIO DE ITAMARAJU

CR: Jorge você nasceu e foi criado em

Itamaraju, aqui estão suas raízes?

Jorge Almeida: É verdade, desde que

eu me entendo por gente, toda minha

vida foi aqui dentro de Itamaraju. Os

amigos que eu tenho são de Itamaraju e

Prado. Meus avós começaram a sua vida

aqui, foram comerciantes, fazendeiros;

meu saudoso pai, Orlando Almeida,

comerciante, foi quem trouxe o primeiro

banco do estado da Bahia aqui para

nossa região e foi chefe da navegação

baiana, transportando cacau, através do

rio Jucuruçu de canoa.

CR: Você presenciou a época em que

Itamaraju era considerada a princesinha

do extremo sul?

Jorge Almeida: É verdade, eu me

considero apto a falar dessa terra porque

todas as minhas raízes estão aqui. Desde

criança eu vivo e acompanho os

caminhos e as transformações que a

nossa região tem passado nas úl�mas

décadas. Alegro‐me por algumas

conquistas e me entristeço em saber que

temos potencial para estarmos numa

posição de destaque entre as cidades

baianas e não nos atentamos ainda para

isso.

CR: Como surgiu a inicia�va de

diversificar sua propriedade?

Jorge Almeida: Como se sabe quem

trabalha com uma cultura só fica

vulnerável aos altos e baixos do mercado

Café RuralRevista

Ano 1 - N° 1 I Março/Abril Maio 2014

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" Precisamos nos unir, Itamaraju está pedindo socorro!" Frases

como essas são frequentes na fala de um dos mais importantes

entusiastas do agronegócio no extremo sul baiano.

Trata‐se de Jorge Almeida, empresário apaixonado pelo

agronegócio que traçou como meta transformar sua propriedade

de três mil hectares numa vitrine a par�r de inves�mentos nas

lavouras de mamão, café, abacaxi, melancia, banana. Além

disso, há ainda a pecuária de corte e inves�mentos no plan�o de

eucalipto e árvores exó�cas, como mogno, cedro, entre outras.

Jorge Almeida nos recebeu em sua propriedade, fazenda São

Marcos, localizada a 10 km de Itamaraju. Começamos com um

passeio para conhecer a diversidade da propriedade e até

chegarmos à an�ga sede da fazenda onde o empresário rural

passou boa parte de sua vida em companhia de seus pais.

O lugar é marcado por lembranças e histórias, caracterizado por

um encontro entre tradição e o moderno, ambiente propício para

uma conversa franca sobre os rumos do agronegócio no extremo

sul baiano.

Conversamos sobre diversos assuntos e os melhores

momentos desse encontro você confere agora na entrevista

exclusiva a nossa revista.

Ent

revi

sta

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financeiro. O que vemos no

mercado é que, numa hora o preço

do leite está num ó�mo patamar

e n q u a n t o o c a f é p a s s a p o r

d i fi c u l d a d e s . É a s s i m q u e

f u n c i o n a . P o r u m a q u e s t ã o d e

sobrevivência o ideal seria que os

proprietários rurais inves�ssem na

diversificação de cul�vos em suas

propriedades. Diante dessa realidade e

de posse de uma área fér�l, procurei

alguns parceiros que estavam dispostos a

inves�r. A princípio começamos com o

plan�o de café, depois veio a banana,

milho, melancia, abacaxi, mamão e várias

outras a�vidades agrícolas. Assim, fico

muito feliz em fazer minha parte para

trazer o progresso a nossa região.

CR: O que é preciso para obter bons

resultados nessa terra?

Jorge Almeida: Coragem e trabalho!

Como dizia meus avós e meu saudoso

pai, "Jorge, tudo que se plantar nessa

terra maravilhosa ela lhe dará retorno.”

Essa é uma região privilegiada, temos

a q u i u m e x c e l e n t e í n d i c e d e

pluviometria, um clima invejável. Mesmo

com todo desmatamento, ainda nos

restou um bom volume de matas na�vas

e isso influencia nos volumes de chuva

nessa região. Outro ponto que não

podemos esquecer é a busca pela

informação e os inves�mentos em

tecnologia e qualificação da mão de obra.

É preciso planejar e gerenciar as

a�vidades de uma propriedade rural,

desde o cul�vo até a administração dos

negócios. O empresário do Agronegócio

e A g r o p e c u á r i a p r e c i s a d e fi n i r

estratégias que serão usadas durante

toda a safra agrícola. Planejar a

produção, determinando os serviços

necessários para a criação dos rebanhos

ou para a produção agrícola, estabelecer

quantos funcionários serão contratados

a cada safra, verificar os custos da

produção e definir o valor final do

p r o d u t o , b u s c a n d o a m e l h o r

rentabilidade para o negócio. Esse é o

segredo.

CR: Como surgiu a idéia de cul�var

mogno africano?

Jorge Almeida: O plan�o de florestas

des�nadas à energia, papel, celulose ou à

movelaria tem se mostrado uma das mais

rentáveis opções de inves�mento na área

de produção agrícola.

Com uma boa consultoria para a

escolha de boas áreas, com a adoção

correta de técnicas de plan�o, condução

e manejo de florestas, a a�vidade

florestal se torna uma opção segura de

inves�mento.

A ocorrência de pragas e doenças no

mogno africano é rela�vamente baixa e,

por sua vez, a rentabilidade e retorno

financeiro são altos. Estes fatores aliados

à possibilidade de se postergar o corte

Ano 1 - N° 1 I Março/Abril Maio 2014

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financeiro. O que vemos no

mercado é que, numa hora o preço

do leite está num ó�mo patamar

e n q u a n t o o c a f é p a s s a p o r

dificuldades. É assim que funciona.

Por uma questão de sobrevivência o ideal

seria que os proprietários rurais

inves�ssem na diversificação de cul�vos

em suas propriedades. Diante dessa

realidade e de posse de uma área fér�l,

procurei alguns parceiros que estavam

dispostos a inves�r. Procurei fazer na

propriedade um mix de a�vidades que

vão do mogno ao café, passando pela

criação e engorda de gado no sistema

pasto rotacionado, eucalipto, a banana,

melancia, abobora, mamão. Isso garante

um capital de giro constante. A banana,

mamão me dá uma renda mensal, café

renda anual, eucalipto com seu 1º corte

seis anos, boiada a depender do �po de

contrato firmado com o frigorifico.

Depois é só esperar que as árvores

cresçam e o negócio floresça. Assim, fico

muito feliz em fazer minha parte para

trazer o progresso a nossa região.

CR: O que é preciso para obter bons

resultados nessa terra?

Jorge Almeida: Coragem e trabalho!

Como dizia meus avós e meu saudoso

pai, "Jorge, tudo que se plantar nessa

terra maravilhosa ela lhe dará retorno.”

Essa é uma região privilegiada, temos

a q u i u m e x c e l e n t e í n d i c e d e

pluviometria, um clima invejável. Mesmo

com todo desmatamento, ainda nos

restou um bom volume de matas na�vas

e isso influencia nos volumes de chuva

nessa região. Outro ponto que não

podemos esquecer é a busca pela

informação e os inves�mentos em

tecnologia e qualificação da mão de obra.

É preciso planejar e gerenciar as

a�vidades de uma propriedade rural,

desde o cul�vo até a administração dos

negócios. O empresário do Agronegócio

e A g r o p e c u á r i a p r e c i s a d e fi n i r

estratégias que serão usadas durante

toda a safra agrícola. Planejar a

produção, determinando os serviços

necessários para a criação dos rebanhos

ou para a produção agrícola, estabelecer

quantos funcionários serão contratados

a cada safra, verificar os custos da

produção e definir o valor final do

p r o d u t o , b u s c a n d o a m e l h o r

rentabilidade para o negócio. Esse é o

segredo.

CR: Como surgiu a idéia de cul�var

mogno africano?

Jorge Almeida:Precisamos entender

que é possível desenvolver a�vidades

agrícola rentáveis e ao mesmo tempo

respeitar o meio ambiente. O mogno

a f r i c a n o é u m a d a s g r a n d e s

oportunidades no campo, porque é a

madeira que a Europa quer comprar. A

demanda por madeira no mundo deve

alcançar três bilhões de metros cúbico

em 2014, e neste caso, a madeira terá

que vir de áreas de reflorestamento, uma

vez que as florestas na�vas estão cada dia

menores e tem a exploração controlada.

Com uma boa consultoria para a

escolha de boas áreas, com a adoção

correta de técnicas de plan�o, condução

e manejo de florestas, a a�vidade

florestal se torna uma opção segura de

inves�mento.

A ocorrência de pragas e doenças no

mogno africano é rela�vamente baixa e,

por sua vez, a rentabilidade e retorno

financeiro são altos. Estes fatores aliados

à possibilidade de se postergar o corte

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Tomemos como exemplo um produtor que tem em sua

propriedade uma aguada boa, um potencial para construir ali

alguns tanques uma represa que pode muito bem ser

u�lizada na piscicultura. Mas falta dinheiro e orientação para

desenvolver essa a�vidade. É aí que entra o incen�vo do

gestor, auxi l iando esse produtor com técnicos e

equipamentos. São pequenas a�tudes que fazem uma diferença

imensurável na vida desse povo. É preciso deixar de lado o

egoísmo e nos unirmos em prol de uma causa maior, que é

Itamaraju.

CR: Não está na hora de colocar em prá�ca o ditado que diz: a

união faz a força?

Jorge Almeida: E como está. A hora é esta. "Precisamos nos unir

em prol dessa causa. precisamos ser amigos verdadeiros de

Itamaraju. O município está pedindo socorro". É a hora de todos

que moram aqui, tudo que temos está aqui e precisamos

acordar e mudar o rumo da cidade. Do jeito que está, não dá!

Aproveito a oportunidade para convidar os homens de caráter

dessa cidade para formamos um grupo cujo obje�vo maior é o

desenvolvimento da região.

CR: Qual mensagem você deixa aos nossos leitores?

Jorge Almeida: Gente, preste atenção, Itamaraju pede socorro!

Essa é a minha mensagem a todos os amigos dessa região.

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Café RuralRevista

Page 14: Revista café rural
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Ano 1 - N° 1 I Março/Abril Maio 2014

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Dir

eito

Rur

al

Olá amigos do café rural, eu sou Ítalo Lacerda, advogado militante na região extremo sul baiano, e estarei

colaborando nesta revista periódica como colunista jurídico, trazendo sempre informações de interesse do

produtor rural.

Certo é, que muitas vezes detalhes passam despercebidos aos olhos do homem do campo, e que são de

fundamental importância para a segurança jurídica desta classe essencial ao desenvolvimento do Brasil. A nossa

missão, é a de trazer periodicamente matérias que terão como obje�vo instruir o produtor rural, esclarecer

dúvidas sobre problemas jurídicos enfrentados no campo tanto nas áreas trabalhista, tributária, cível,

previdenciária e principalmente florestal e agrária.

Como já é de conhecimento dos leitores, o novo Código Florestal já está em vigência, e inúmeras alterações foram

feitas em relação ao an�go Código Florestal.

É justamente este o primeiro tópico de nossa coluna, As inovações do Novo Código Florestal Brasileiro.

É importante salientar que o CFB/12, ins�tuído pela Lei 12.651/2012, dispõe sobre a proteção e preservação da vegetação na�va

brasileira. De mesma importância, cumpre dizer que dentre os meios de efe�var esta proteção, encontra‐se a aplicação das APP's –

área de proteção permanente – que teve diversas modificações desde sua ins�tuição na Lei 4.771/65.

O obje�vo inicial da criação das APP's foi o de regularizar a exploração das florestas, entendendo que era função ambiental do

proprietário rural a preservação dos recursos hídricos, da paisagem, garan�ndo a estabilidade geológica e a biodiversidade bem

como facilitar o fluxo gênico de fauna e flora protegendo o solo e assegurando o bem‐estar das populações humanas.

Outro meio legal, também inserido na Lei 4.771/65 de controle de exploração e desmatamento, foi a criação da denominada

Reserva Legal, ins�tuída no interior da propriedade rural, tendo o cunho de estabelecer o uso econômico de modo sustentável dos

recursos naturais, conservação e a reabilitação dos processos ecológicos e promover a defesa da biodiversidade, bem como o abrigo

e a proteção de fauna silvestre e da flora na�va.

É importante salientar que na década de 80, o Código Florestal Pátrio, ins�tuído pela Lei 4.772/65, após varias modificações, MP's,

e emendas, era considerado o mais rígido Código Florestal do mundo, e isto atrapalhava de sobremaneira o desenvolvimento da

propriedade rural, visto que restringia a sua exploração, já que além das APP's, o produtor deveria ins�tuir em suas terras a Reserva

Legal.

O Novo Código, criado pela Lei 12.651/12, criou uma série de desentendimentos entre ruralistas e ambientalistas, visto que houve

uma forte e impactante mudança nas questões de proteção ambiental e função sócio/ambiental das propriedades.

Os pontos mais polêmicos destas mudanças são: Redução e descaracterização das APP's – Mata Ciliar; Redução da recomposição

das Reservas Legais; Anis�a para imóveis rurais referente à autuação de desmatamento sem autorização.

As Reservas Legais devem ser consideradas nas seguintes proporções: Em propriedade de até 04 Módulos Fiscais será considerada

RL a vegetação na�va existente até 22 de Julho de 2008. Art. 67. Lei 12.651; Propriedades com mais de quatro MF terão que

recompor a RL. (A recomposição pode ser feita mediante plan�o intercalado de na�vas com exó�cas ou fru�feras. Art.66. § 3º. Lei

12.651).

É importante o ruralista saber ainda, que as multas aplicadas referentes a desmatamentos realizados até o dia 22 de Julho de 2008

serão perdoadas e receberão um Termo de Regularização, contudo devem seguir as normas do Programa de Regularização

Ambiental, após a inscrição no Cadastro Ambiental Rural.

A Lei 12.652/12 tem aplicabilidade a todos, contudo existem peculiaridades as quais deveram os produtores rurais se adaptar,

segundo a qualificação de cada um, conforme caracterís�cas e período de ocupação da propriedade.

É importante frisar que de certo modo houve uma grande vitória por parte dos ruralistas, contudo, é de suma importância a

conscien�zação de que deve haver uma equanimidade entre a exploração e desenvolvimento agrário e a preservação ambiental.

Para que se perpetue a propriedade e produ�vidade de suas terras, deve haver hoje uma consciência de que a melhor estratégia é

justamente explorar de forma ambiental, preservando os leitos dos rios e Matas Ciliares, já que a Lei ampara e agora está mais

branda, resta agora ao produtor rural, tão somente explorar e proteger o que é seu.

OAB/BA 40.422

E‐mail: [email protected]

Ítalo Lacerda

Novo Código Florestal

Page 16: Revista café rural

Gente que ama, acredita e investe no desenvolvimento da nossa cidade.É disso que Itamaraju precisa!

Page 17: Revista café rural

O ano de 2014 mal começou e várias

ins�tuições financeiras focaram suas

campanhas publicitárias no produtor

rural, oferecendo‐lhe várias linhas de

crédito com juros atraentes, taxas de 3%

a.a e muitos anos de carência para pagar.

Parecia que enfim uma luz se acenderia

no fim do túnel, principalmente depois

do sofrimento com a crise que a

agropecuária baiana passou no biênio

2012/2013.

Ledo engano. A seca inclemente que

desar�cu lou a agropecuár ia no

semiárido, provocando uma perda de

mais de um milhão de bovinos; o

veranico que ocorreu nas áreas de

grãos; a es�agem nas regiões de café da

Chapada, Vitória da Conquista e

Extremo Sul, com quebra de safra

superior a 30%; as pragas violentas, a

exemplo da lagarta helicoverpa, que

provocaram um prejuízo superior a dois

bilhões de reais aos produtores do oeste

da Bahia foram somados a outros

fatores de ordem polí�ca e fiscal que

comprometeram as expecta�vas

daqueles que esperavam um ano

promissor.

N e s s e m o m e n t o d e c r i s e , o s

produtores almejaram ser lembrados

pelo governo. Mas infelizmente se

depararam com medidas arbitrárias,

tomadas dentro de salas refrigeradas,

que dificultaram a vida da classe

ruralista, do pequeno até o grande

produtor rural.

A mais recente é a portaria n°

211/2013 que ins�tuiu a nova planilha

como base de cálculo para alienação de

terras devolutas no estado da Bahia a ser

p ra� ca d a p e l a co o rd e n a çã o d e

desenvolvimento agrário – CDA ‐ nos

processos de regularização fundiária e

elevou o valor de terra nua – VTN ‐ em

mais de 7.700%. Um aumento nessa

proporção parece até men�ra. Mas, vale

ressaltar que esse percentual ficou

ainda maior em alguns municípios,

como por exemplo, em Mucuri onde o

valor saltou de R$ 4,52 por hectare para

inacreditáveis R$ 653,58 por hectare.

Pasmem. Isso é apenas a ponta do

iceberg. Muitos ainda não se atentaram

para uma consequência imediata da

implementação dessa nova planilha.

Além de servir de base para cálculo do

valor de terra nua e alienação de terras

devolutas, servirá também para calcular

o imposto territorial rural ‐ ITR ‐ e a

contribuição sindical.

Ano 1 - N° 1 I Março/Abril Maio 2014

17Café RuralRevista

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nomia

211/2013Portaria

Na contramão do desenvolvimento

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18Café RuralRevista

A portaria 211/2013 foi assinada no dia 10 de outubro de 2013 pelo então secretário Eduardo Salles, porém só veio a público em janeiro deste ano, pouco antes do então secretário deixar a pasta. No dia 15 de janeiro, de posse da portaria, nossa produção entrou em contato com Eduardo Salles, ainda na pasta da agricultura pedindo esclarecimentos sobre o reajuste.

Em entrevista exclusiva ao programa de rádio Café Rural, no dia 15/01, ele disse desconhecer o reajuste. "Deve ter alguma coisa errada. Não é p o s s í v e l u m r e a j u s t e n e s s a s proporções. Vou apurar isso aí... Não sei te dizer o que é.

Deve haver algum equívoco. Não é dessa forma com certeza absoluta e, se �ver alguma coisa errada, nós v a m o s c o r r i g i r ”. E c o n � n u o u a fi r m a n d o q u e o o b j e � v o d a secretaria era justamente o contrário. De imediato, garan�u pedir ao coordenador de desenvolvimento agrário – CDA ‐ o Sr. Luiz Anselmo,

para dar esclarecimentos sobre esse assunto. “Vou resolver isso até sexta‐feira, se for preciso eu publico outra portaria revogando esta...", concluiu.

Conforme Eduardo havia anunciado, no dia seguinte nossa produção foi procurada pelo Sr. Luiz Anselmo para tentar explicar o processo u�lizado para o reajuste de mais 15.000%. Segundo o coordenador da CDA, o

valor estava defasado e era necessário o reajuste. Para isso foi criada uma portaria que ins�tuiu uma comissão interins�tucional, formada por integrantes da SEAGRI, CDA, EBDA, BANCO DO BRASIL, BANCO DO NORDESTE, IBGE, INCRA, FETAG, CEPLAC E REPRESENTANTES DA D E L E G A C I A F E D E R A L D E D ES E N VO LV I M E N TO AG R Á R I O, entre outras.

Quando ques�onado sobre o fato de as en�dades representa�vas dos p r o d u t o r e s n ã o t e r e m s i d o consultadas, o coordenador nos informou que a FAEB – federação da agricultura e pecuária do estado da

B a h i a – ó rgã o q u e n a p rá� ca representa o produtor rural na esfera estadual também estava entre as ins�tuições responsáveis pelo reajuste.

Quando medidas desastrosas como esta são tomadas, é a FAEB quem por direito deve informar os ruralistas s o b r e o s a c o n t e c i m e n t o s . É responsabilidade da federação unir a

classe e lutar por medidas dignas em prol do setor. Tanto produtores rurais, q u a nto l i d e ra n ça s s i n d i ca i s e associações receberam com muito espanto a informação de que a federação havia feito parte disso.

A produção da Café Rural entrou em contato com a FAEB por e‐mail e telefone por várias vezes. Mas até o fechamento desta edição, não havia recebido nenhuma posição oficial, o que soa, no mínimo, estranho, por fa l ta r u m p o s i c i o n a m e nto d a federação diante de um tema tão delicado. Pelo andar da carruagem, é o produtor rural que mais uma vez pagará conta.

Eco

nomia

Eduardo Salles Luiz Anselmo

Em setembro o produtor fará a declaração do ITR e a Revista Café Rural preparou um gráfico tomando como base a nova planilha. Abaixo o produtor rural terá a oportunidade de ver o tamanho da

Page 19: Revista café rural

Ano 1 - N° 1 I Março/Abril Maio 2014

19Café RuralRevista

Eco

nomia

İ Ė ĘĜI Ė FÎ Ì FÎ Ì Ĩ Ė Ī Ė T� Î GĜ Ĩ Ī ĜTÎ Ĭ Ŕ Ĩ ĜĪ FĜÍ İ Į Ė I GĜ Ė Į Ì ĜÍ İ Î

Obs.: Os menores produtores (0 a 200 hectares) tiveram aumentos maiores e os maiores produtores

(acima de 500 hectares) tiveram os aumentos menores.

MUNICÍPIOS Tabela Nova

Tabela

Antiga Maiores Aumentos Tabela Antiga Menores Aumentos

Mínimo Valores/mínimo Máximo Valores/máximo

Extremo Sul Novos Valores

Antigos

Valores Percentual % Antigos Valores Percentual %

Alcobaça R$ 537,85 R$ 4,52 11.899,336 R$ 22,60 2.379,867

Belmonte R$ 438,81 R$ 4,31 10.181,206 R$ 21,55 2.036,241

Caravelas R$ 537,85 R$ 4,52 11.899,336 R$ 22,60 2.379,867

Eunápolis R$ 537,85 R$ 4,52 11.899,336 R$ 22,60 2.379,867

Guaratinga R$ 537,85 R$ 4,31 12.479,118 R$ 21,55 2.495,824

Ibirapuã R$ 695,04 R$ 4,52 15.376,991 R$ 22,60 3.075,398

Itabela R$ 370,22 R$ 4,52 8.190,708 R$ 22,60 1.638,142

Itagimirim R$ 425,10 R$ 4,52 9.404,867 R$ 22,60 1.880,973

Itamaraju R$ 352,20 R$ 4,52 7.792,035 R$ 22,60 1.558,407

Itanhém R$ 453,75 R$ 4,31 10.527,842 R$ 21,55 2.105,568

Itapebi R$ 336,00 R$ 4,31 7.795,824 R$ 21,55 1.559,165

Jucuruçu R$ 266,39 R$ 4,31 6.180,742 R$ 21,55 1.236,148

Lajedão R$ 653,70 R$ 4,52 14.462,389 R$ 22,60 2.892,478

Medeiros Neto R$ 518,46 R$ 4,52 11.470,354 R$ 22,60 2.294,071

Mucuri R$ 653,58 R$ 4,52 14.459,735 R$ 22,60 2.891,947

Nova Viçosa R$ 537,85 R$ 4,52 11.899,336 R$ 22,60 2.379,867

Porto Seguro R$ 537,85 R$ 4,52 11.899,336 R$ 22,60 2.379,867

Prado R$ 581,26 R$ 4,52 12.859,735 R$ 22,60 2.571,947

Santa Cruz de Cabrália R$ 537,85 R$ 4,52 11.899,336 R$ 22,60 2.379,867

Teixeira de Freitas R$ 460,90 R$ 4,52 10.196,903 R$ 22,60 2.039,381

Vereda R$ 240,93 R$ 4,52 5.330,310 R$ 22,60 1.066,062

Eco

nomia

TABELA COM COMPARAÇÃO DE PREÇOS x PERCENTUAL DE AUMENTO

Page 20: Revista café rural

Ano 1 - N° 1 I Março/Abril Maio 2014

20Café RuralRevista

Crônica

CHOVE DINHEIRO E A VACA VAI

PRO BREJO

Com os negócios do campo em

alta, confirmado pela sustentação

econômica da Balança Comercial

Brasileira, tem chuva de dinheiro no

bolso do agricultor(a). Diferentes

ins�tuições financeiras se colocam

a serviço do campo, disputam o

mercado, irrigando o meio rural

com recursos diversos. Incrível,

parece que está chovendo dinheiro

e o vento está trazendo grossas

n u v e n s p a ra e s t a s b a n d a s ,

relâmpagos cin�lam com brilhos

claros que dizem os agentes

financeiros, “temos dinheiro de

sobra, só faltam os projetos”, tudo

parece uma maravilha, vai florescer

a casa, o pasto, o plan�o, a cerca, a

estrada, etc. Devagar com o carreiro, a

mão que afaga, também bate, e aí na

contramão desta história, em 10 de

outubro de 2013 foi publicada a

portaria 211/2013, que ins�tuiu o VTN

– Valor de Terra Nua para todos os

municípios do Estado da Bahia, feita

p e l a S E A G R I – S e c r e t a r i a d e

Agricultura, Irrigação e Reforma Agrária

do Estado da Bahia, se fosse a Secretaria

de Finanças até dava para acreditar que

�vessem se enganado, pasmem de

imediato foi imputado a mesma, ou

como diz no campo “a vaca foi pro

brejo”, foi usado o VTN para a cobrança

da Regularização Fundiária do Estado

da Bahia junto a CDA – Coordenação de

Desenvolvimento Agrário e houve um

chocante aumento que vai de 15.376%

(quinze mil trezentos setenta e seis por

cento) até 1.066% (mil e sessenta e seis

por cento) no território do Extremo Sul,

um verdadeiro absurdo, pois foram os

produtores na faixa de o a 200 hectares os

penalizados com os maiores aumentos, isto

mesmo, faz até quem é duro na lida chorar, e

agora quem explica isto, ou mesmo o que

jus�fica tamanho aumento, fica di�ci l

compreender!!!! Estão querendo matar “a

galinha de ovos de ouro”, veja o encadeamento

que sem a Regularização Fundiária não é

poss íve l organizar os documentos de

propriedade da terra, e por conseqüência fica

impossibilitado os financiamentos e mais uma

vez o homem e a mulher do campo sabe de

antemão que “a vaca vai pro brejo”.

Só nos resta à única esperança, é

melhor confiarmos nas Chuvas do Céu que

anunciam de fato às bênçãos de Deus, pois este

sim selou uma aliança verdadeira e a cada

irrigação celeste todos os seres são cobertos de

verdadeira riqueza. Amém. Só peço a Deus que

os governantes nos amassem (do verbo

amassar e não do verbo amar) menos..

Autor: Francisco Senun de Jesus

Crô

nica

Page 21: Revista café rural

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Page 22: Revista café rural

Ano 1 - N° 1 I Março/Abril Maio 2014

22Café RuralRevista

A F a z e n d a E s p e r a n ç a n o

município de Prado‐Ba tem a base

de sua economia na cria e recria de

bovinos, mas, nos úl�mos anos, a

pr incipal a�vidade passou a

produção de leite.

Incen�vado por uma empresa do

setor, o pecuarista Lindemberg

Nunes, proprietário da fazenda,

decidiu em 2011 inves�r na

pecuária leiteira de alta tecnologia,

com coragem, apoio, inves�mento

em equipamentos, mão de obra e

muito trabalho. Transformou a sua

propriedade numa referência de

produção de leite, a par�r de um

manejo planejado em que dos 400

hectares, apenas 13 são des�nados

à pecuária leiteira. O plantel conta

com 135 vacas girolando ¾, em sua

m a i o r i a , d i v i d i d a s e m d o i s

módulos, cada um com vinte e oito

piquetes. O gado com maior potencial

recebe tratamento diferenciado no

sistema de semiconfinamento.

Uma das principais caracterís�cas do

g a d o g i r o l a n d o é s u a g r a n d e

capacidade de adaptação a diferentes

�pos de manejo e clima.

"Eu ouvi muita gente dizer que o gado

trazido de Minas não produz a mesma

quan�dade e qualidade do leite que é

produzido lá. Mas eu digo: se você der

ao gado o conforto e a alimentação que

ele recebe em Minas, ele vai produzir o

mesmo leite ou até mais. Eu já �ve

casos de vacas que produziram mais

aqui do que no estado de origem, a

questão é a comida e o conforto!”,

afirmou o pecuarista.

Segundo ele, o leite da vaca entra pela

boca. O gado produz o que come. Uma

comida de qualidade e manejo adequado são

determinantes para se ter animais de alta

lactação. “Não adianta trazer uma vaca de

Minas e colocar pra comer quicuia e querer que

esse animal produza leite.”

FAZENDA ESPERANÇA: UMA REFERÊNCIA NA PRODUÇÃO DE LEITE DE ALTA TECNOLOGIA.Lei

te

Page 23: Revista café rural

Para adaptar adequadamente ao clima da região e dar mais c o n f o r t o a o s a n i m a i s , o pecuarista inves�u em galpões e sombreamento. Foi assim que a produção diária chegou a uma

média de 1.400 litros. Ainda não é a quan�dade ideal, mas já é para se comemorar. "Essa é uma média razoável, ainda não é boa. Nós estamos atravessando um período muito quente, por melhor que seja o conforto que você dá, mesmo assim, ainda causa um desconforto muito grande aos animais.”

L indemberg acredita que os resultados estão nos detalhes, como por exemplo, a escolha da forrageira. Neste caso o capim escolhido foi a espécie Mombaça, por ser um capim que resiste bem ao nosso clima, muito volumoso, e por conter muita energia e proteína.

Como se vê, produzir leite não é uma a�vidade fácil. Problemas do dia a dia, como mudanças climá�cas, impossibilitaram o pecuarista de a�ngir sua meta em 2013. Por conta das chuvas e o frio, não foi possível preparar o solo no tempo adequado, mas para este ano, Lindemberg acredita que irá a�ngir os

três mil litros por dia. "O gado tem potencial, o que falta é terminar o trabalho,” disse ele.

O preço pago pelo leite sempre gerou muita discussão no setor, mas o pecuarista comemora o valor pago hoje aos produtores. “Que bom que o leite saiu da casa dos centavos.” Além do reconhecimento dos inves�mentos em tecnologia, ele acredita que esse

aumento se dá também em função da seca que a�ngiu o Nordeste, o que resultou no aumento da demanda pelo produto.

Quando ques�onado sobre o futuro da pecuária leiteira na região, Lindemberg prefere a cautela e deixa a dica para quem está iniciando a a�vidade: visitar outros produtores em busca de conhecimento. "Em cada visita a uma propriedade, você aprende alguma coisa, por menor que seja. Eu aconselho a quem for inves�r no le i te, procurar as propriedades que são referências para errar menos. Essa é a dica.”

Lindemberg concorda que o extremo sul baiano tem potencial p a r a d e s e n v o l v e r d e f o r m a compe��va no cenário do agro nacional. Segundo ele, a maior dificuldade para chegar a isso é a cultura da região. “Que a região tem potencial... não há dúvida. Se mudar a cultura, o grão funciona. Deu certo no oeste da Bahia, por que não aqui?

Mas antes de tudo o produtor precisa se unir a outros. Falta de união entre os produtores é o problema que impede o sucesso do agronegócio na região. O ideal seria se unir e fortalecer a classe.”

Por Carlos Brito

Ano 1 - N° 1 I Março/Abril Maio 2014

23Café RuralRevista

Lei

te

Page 24: Revista café rural

Produtos Agropecuários - Material de Irrigação Material de Construção em Geral

Page 25: Revista café rural

Opin

ião MST, 30 anos

Há três décadas era fundado o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Naquela época, com inflação galopante, pouco importava produzir. A terra configurava excepcional reserva de valor. Por outro lado, cresciam as cidades, inchadas pelo êxodo rural, provocando crise no abastecimento popular. Tempos

di�ceis.

Originado na luta dos colonos gaúchos que acamparam na Encruzilhada Natalino, entre os municípios de Ronda Alta e Sarandi, o MST surgiu nos braços católicos da Teologia da Libertação. Favorecia suas ações o clima polí�co do País. Em 1982 haviam sido, afinal, realizadas as primeiras eleições livres após o golpe militar e a oposição elegera a maioria dos governadores. No Rio Grande do Sul, Leonel Brizola brilhava com sua retórica.

Com a redemocra�zação em marcha, grupos alinhados à esquerda botavam suas asas para fora. No Leste, capengava o comunismo sovié�co; aqui, ao contrário, se animavam as ideias socialistas. Chegara a hora do ajuste de contas com o passado colonial. No campo, isso significava derrotar o la�fúndio por meio da reforma agrária distribu�vista. "Terra para quem nela

trabalha" ‐ o slogan alimentava o sonho da jus�ça social.

Com José Sarney na Presidência da Nova República, o governo

surpreendentemente anunciou seu ousado Plano Nacional de Reforma Agrária. Prome�a assentar nos lotes, em quatro anos, 1 ,4 mi lhão de trabalhadores sem terra. A meta era, obje�vamente, impossível de ser cumprida, mas todos nela acreditaram. Formulada nos anos 1960, a teoria do desenvolvimen�smo nacional exigia quebrar a concentração da propriedade rural para fazer o País progredir. Reforma agrária, na lei ou na marra.

Nesse contexto vingava o MST, rivalizando com a tradicional Contag, a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura, en�dade criada pelo sindicalismo de Getúlio Vargas. Manipulada historicamente pelo governo, a Contag tornara‐se ú�l ao jogo do poder polí�co. Pelega, como se dizia. A sociedade, querendo mudança, torcia pelo MST, que passou então a simbolizar a nova utopia agrária.

Durante seus 30 anos de existência o MST passou por três fases. Na primeira, logo se expandiu pelo País. Dirigida por jovens lideranças, a organização deixou o sul e rumou, inicialmente, para o Pontal do Paranapanema (SP), Pará, Mato Grosso e Pernambuco. Arregimentou e treinou quadros, ar�culou invasões, enraizando‐se estrategicamente pelo território nacional. Aonde chegavam, contrastavam aqueles jovens loiros, de olhos claros, sotaque sulino, com as pessoas pobres e analfabetas, amorenadas pelo sol escaldante, mãos calejadas, estas parecendo ouvir profetas da redenção humana. Ninguém como o MST soube misturar a luta ideológica com o apelo messiânico.

Na segunda fase o MST radicalizou sua tá�ca, construindo uma "fábrica de sem‐terra" a par�r da massa de desempregados urbanos. Até veículos com alto‐falantes se u�lizavam na periferia vendendo o passaporte da felicidade no campo. Bastava pagar uma taxa de inscrição, montar uma barraca de lona preta na beira da estrada e pronto:

o excluído transformava‐se num sem‐terra. A moda pegou. Dezenas de movimentos "revolucionários", com nomes assemelhados, surgiram alhures, des�nados a invadir fazendas. Jagunços gostaram da ideia, montaram seus esquemas criminosos e o bandi�smo rural se expandiu. Junto, cresceu a violência.

Nesse mesmo período, todavia, avançava a modernização capitalista da agropecuária. Progressivamente, quem, na verdade, estava derrotando o la�fúndio era a tecnologia, a produ�vidade puxada rentabilidade do mercado. Mais adiante, após a estabilização da economia e a globalização,

o Brasil começou a consolidar um modelo de produção rural

Por Xico Graziano

Ano 1 - N° 1 I Março/Abril Maio 2014

25Café RuralRevista

Page 26: Revista café rural

Opin

ião

Altamente compe��vo, tropicalizado, hoje admirado mundialmente. Os recordes na safra de grãos expressam facilmente tal revolução produ�va no campo. Mas na pecuária também se verificou um salto extraordinário: o Censo do IBGE mostrava, em 1980, uma relação de 0,68

cabeça de gado por hectare de pastagem; em 2006, a relação subiu para 1,1. A produção de leite por vaca/ano passou de 934 litros para 1.618 no mesmo período. Incrível.

É a modernização da agropecuária que explica, em parte, a terceira fase do MST: a decadência. Falta atualmente mão de obra em todos os setores da roça, uma escassez que eleva a remuneração do trabalho. Um tratorista, por exemplo, aufere ganhos que, em Mato Grosso, chegam a cinco salários mínimos. O que é preferível: padecer num lote distante da tecnologia e longe do mercado, ou conseguir um bom emprego, carteira assinada? Aguentar doutrinação velhaca, pagar comissão ao MST, ou crescer na vida emancipado?

Dentre as várias razões que explicam a derrocada do MST, uma delas recai sobre o sucesso da causa: o Brasil realizou, em 20

anos, a maior reforma agrária do mundo, distribuindo terras para 1,1 milhão de famílias. Dessas, 55% se encontram sob o domínio polí�co da organização, que precisa, agora, cuidar da cria, mostrar resultado. Qualidade, não apenas quan�dade. Um programa de reforma agrária, afinal, não pode virar rosca sem fim.

Perguntam‐me sempre se foi importante o MST. Em termos, sim. Cumpriu papel histórico. Ao combater a terra ociosa, empurrou a burguesia agrária rumo ao progresso capitalista. Mas quando decidiu fazer jus�ça com as próprias mãos, tornando‐se violento, manipulador dos miseráveis, passou a agredir a modernidade. Pior, ao par�cipar do jogo da corrupção escondido entre os convênios do governo, maculou sua aura. Desviando dinheiro público, pros�tuiu‐se.

Aos 30 anos, o MST perdeu o bonde da História. Sofre sua crise de iden�dade.

*Xico Graziano é agrônomo e foi secretário de Agricultura e secretário do Meio Ambiente do Estado de São Paulo.

Ano 1 - N° 1 I Março/Abril Maio 2014

26Café RuralRevista

Page 27: Revista café rural

´

73 3294 - 1933 AO LADO DO FORUM

Page 28: Revista café rural

Curiosidade Café

Curiosidade Café

Page 29: Revista café rural

Cur

iosi

dad

es Café

DE ONDE VEM O CAFÉ?

Segundo a lenda, há muito tempo atrás, um jovem pastor

chamado Kaldi, tomando conta do seu rebanho de cabras em uma

montanha árida e ressecada na Absínia, hoje E�ópia ‐ onde

somente algumas pobres moitas esquelé�cas conseguiam

incrustar suas raízes nas rochas ‐, observou que, durante a noite,

alguns de seus animais desapareciam atrás da montanha durante

algumas horas, e voltavam sal�tantes. Kaldi ficou irrequieto, pois

estava convencido que suas cabras estavam possuídas pelo diabo.

Uma noite ele seguiu os seus animais e os viu pastarem com um

notável prazer pelos pequenos grãos vermelhos que se

encontravam sob o arbusto que nunca �nha visto. No final de

alguns minutos desta refeição imprevista, as cabras e o "velho

bode" começaram a dançar à luz da lua.

Kaldi recolheu alguns grãos e os comeu com tanto prazer que ficou

na sua boca uma agradável sensação de frescor. O resultado foi

inesperado: assim como os carneiros, Kaldi começou a dançar.

Nunca houve na Terra um pastor Tão alegre. Kaldi comentou sobre

os frutos com um monge da região, que decidiu os experimentar. O

monge apanhou um pouco das frutas e levou consigo até o

monastério. Ele começou a u�lizar os frutos na forma de infusão,

percebendo que a bebida o ajudava a resis�r ao sono enquanto

orava ou em suas longas horas de leitura do breviário. Esta

descoberta se espalhou rapidamente entre os monastérios,

criando uma demanda pela bebida. As evidências mostram que o

café foi cul�vado pela primeira vez em monastérios islâmicos no

Yêmen.

Uma bebida saboreada há cerca de mil anos, o café sem dúvida possui uma série de curiosidades. Listamos abaixo

algumas delas, juntamente com informações interessantes para aqueles que querem saber mais sobre esta bebida:

O QUE É O CAFÉ?

A palavra "café" vem do árabe Kahoua ou Qahwa (o excitante) e designa: o fruto do cafeeiro; bebida preparada por

infusão de água quente com café torrado e moído; lugar público onde se tome café ou outras bebidas; cor café, um

marrom escuro que lembra o grão de café torrado.

Ano 1 - N° 1 I Março/Abril Maio 2014

29Café RuralRevista

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Tu que não �veste a felicidadeDeixe a cidade e vem conhecerMeu sertão querido, meu reino encantadoMeu berço adorado que me viu nascerVenha mais de pressa, não fique pensandoEstou te esperando para te mostrarVou mostrar os lindos rios de águas clarasE as belezas raras do nosso luar.

Quando a lua nasce por detrás da mataFica cor de prata a imensidãoEntão fico horas e horas olhandoA lua banhando lá no ribeirãoMuitos não se importam com este luarNem lembram de olhar o luar na serraMas estes não vivem, são seres humanosQue estão vegetando em cima da terra.

Quando a lua esconde logo rompe a auroraVou dizer agora do amanhecerRaios vermelhados riscam o horizonteO sol lá no monte começa a nascerLá na mata canta toda a passaradaE lá na paiada pia o xororóO rei do terreiro abre a garganta,Bate a asa e canta en cima do paiol.

Quando o sol esquenta, cantam cigarrasEm grande algazarra na beira da estrada,Lindas borboletas de variadas coresVem beijar as flores já desabrochadas,Este pedacinho de chão encantadoFoi abençoado por nosso senhor,Que nunca nos deixe faltar no sertãoSaúde, união, a paz e o amor.

Coisa do InteriorEncantos Da Natureza

Composição: Luiz de Castro / Tião Carreiro

Page 31: Revista café rural
Page 32: Revista café rural

Festa do Café Conilon 2014Itabela - BA

Page 33: Revista café rural

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Page 34: Revista café rural

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